Barra Bonita: a hidrovia Tietê-Paraná
25/08/2008 16:44






Apesar de estar a apenas 22 quilômetros do litoral, nasce na Serra do Mar, mas suas escarpas obrigam-no a caminhar em sentido inverso ao que todo rio cursa. Assim, percorre e atravessa todo o interior do Estado de São Paulo no sentido sudeste-noroeste, até desaguar no rio Paraná, em Três Lagoas, no Estado do Mato Grosso do Sul, integrando a Hidrovia Tietê-Paraná.
Os transportes ferroviário e hidroviário, no Brasil, não são considerados de tanta importância como o rodoviário, diferenciando-se de outros lugares do mundo. Isto se deve a políticas adotadas no passado, que não se preocupavam com o consumo de combustível. Hoje, a situação é outra, embora ainda haja falta de integração da hidrovia e ferrovia. As vantagens do uso da hidrovia como meio de transporte são bem interessantes, como, por exemplo, no caso da soja: para cada tonelada transportada, gastam-se 8 dólares na hidrovia, 16 dólares na ferrovia e cerca de 30 na rodovia. Essas medidas valem para, praticamente, todos os produtos. Além disso, as embarcações não têm, como nas rodovias, a mesma freqüência de acidentes e desgastes.
A movimentação pela criação da hidrovia no Brasil vem acontecendo a partir da década de 40. A Tietê-Paraná, também chamada de Hidrovia do Mercosul, tem 2.400 quilômetros de vias navegáveis e conta com cerca de 6.000 quilômetros de margens lacustres e fluviais, passando por cinco estados brasileiros: São Paulo, Goiás, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, que, respectivamente são banhados pelos rios Tietê, Paraná e todos seus afluentes, integrando também Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai, e mais de 220 municípios, com uma área de influência de 800.000 km2 e 22.600 megavates instalados. Muitas barcaças fazem o transporte da produção da região a um custo menor do que o do transporte rodoviário. A hidrovia Tietê-Paraná permite a navegação numa extensão de 1.100 km entre Conchas no rio Tietê(SP) e São Simão(GO), no rio Paranaíba, até ltaipu, atingindo, no total, 2.400 quilômetros de via navegável. Segundo o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), se forem computadas as cargas de pequena distância como areia, cascalho e cana de açúcar, a movimentação no rio Tietê aproxima-se de 2 milhões de toneladas.
Além da navegação e transporte de cargas e de passageiros, o rio também oferece alto potencial de aproveitamento para geração de energia elétrica, o que motivou a construção, ao longo do rio, de várias barragens. A Companhia Energética de São Paulo (CESP), construiu usinas hidreléticas e, por delegação do governo do Estado, é a administradora da Hidrovia. Desde sua implantação em 1966, intimamente ligada ao seu desenvolvimento, a CESP é a maior empresa de produção de energia elétrica do Estado e a terceira maior do país.
Apesar de o Tietê ser um rio de grande navegabilidade foi necessária a construção de barragens, para o aproveitamento de seu potencial energético. A construção de barragens forma desníveis na água. Sendo assim, em diversas das barragens, foram implementados sistemas de eclusas que viabilizaram a manutenção da navegação fluvial.
Barragens e eclusas
As barragens foram, desde o início da história da humanidade, fundamentais ao seu desenvolvimento. O princípio de construção da barragem é devido à necessidade do armazenamento da água da chuva em épocas de sua escassez. Porém, a revolução industrial, ao expandir a economia e exigir muita energia, tornou necessária a construção de um crescente número de barragens, o que permitiu o progressivo aperfeiçoamento das técnicas de projeto e construção. As barragens criam desníveis entre a água represada e a que se escoa delas. Um sistema de eclusas viabiliza a passagem pelos desníveis.
Eclusas funcionam como degraus ou elevadores para navios: há duas comportas separando os dois níveis do rio. Quando a embarcação precisa subir o rio, entra pela comporta da eclusa e fica no reservatório que recebe água até elevar a embarcação ao nível da camada superior da represa. Quando a embarcação precisa descer a eclusa é esvaziada, baixando a embarcação até o nível inferior do rio permitindo a navegação, que tem custo menor do que outros modais de transporte. Barra Bonita é um desses casos. A cerca de 300 quilômetros de São Paulo, conta com barragem e eclusa.
Barra Bonita: uma estância turística
Atributos próprios para lazer como recreação, recursos culturais e naturais que apresentem um bom potencial para o turismo são qualidades definidas por lei estadual para autorizar recursos financeiros, destinados a desenvolver essa atividade nas cidades que pretendem explorar esse segmento como fonte de receita.
Barra Bonita é uma das 29 estâncias turísticas do Estado por reunir os requisitos legais para a denominação, dos quais fazem parte a barragem, a eclusa e a ponte móvel, além de ser uma região de grande beleza natural.
A denominação de Barra Bonita deve-se ao fato de suas terras se constituírem numa barreira natural às águas do Rio Tietê e afluentes da região. Por volta de 1883 ou 1886, antes um povoado, a cidade obteve a denominação de Barra Bonita.
Economia
Desde o tempo das colonizações, o rio Tietê permitiu o fluxo de bandeirantes à região, graças às facilidades de navegação que oferece, e que, assim, facilitou o desbravamento do interior do Estado.
Considerado o ouro verde no final do século XIX e início do século XX, o café se constituía na promessa de uma nova vida de sucessos. O plantio de café e a criação de gado atraíram imigrantes italianos e espanhóis, época do início da formação do povoado e da Vila de São José da Barra Bonita.
Paralelamente ao plantio do café surgiram as primeiras olarias formando mais uma fonte de renda para o povoado, graças à abundância de argila na região ribeirinha. Grande centro ceramista no passado, a exploração indiscriminada da argila exigiu maior controle da atividade, visando a preservação daquela matéria-prima.
Com a integração de Barra Bonita ao ciclo da cana-de-açúcar, no início do século XX foi criada uma usina para seu beneficiamento. Mais precisamente, em 1935, imigrantes italianos compraram terras e construíram a Usina Costa Pinto Ltda. Em 1943, a empresa comprou uma fazenda de 340 alqueires, no município. Foi o início da Usina da Barra, iniciando-se um novo período de prosperidade na região.
Usina da Barra
Atualmente o turismo ocupa importante lugar na arrecadação da região, contando com grande rede de hotéis confortáveis. E, mesmo com a predominância das atividades agrícolas canavieiras, a indústria é forte na fabricação de pisos cerâmicos e equipamentos eletrônicos.
Barragem
Foram construídas seis barragens ao longo do percurso do Tietê. Com o auxílio das eclusas que viabilizaram a manutenção da navegação fluvial. Muitas barcaças fazem o transporte da produção da região a um custo menor do que o do transporte rodoviário. Na Barragem de Barra Bonita funciona uma usina hidrelétrica.
A marina local guarda embarcações de pequeno e médio porte. Sua capacidade máxima é de 80 embarcações.
A eclusa
A Eclusa de Barra Bonita é utilizada para que as embarcações transponham os desníveis entre os patamares superior e inferior da barragem. Foi a primeira da América do Sul a ser explorada turisticamente, possuindo 142 metros de comprimento, 12 de largura e 25 de desnível máximo. O tempo de eclusagem, tanto para subir, como para descer é de 12 minutos. Além do turismo, exerce uma função de valor econômico por viabilizar a Hidrovia Tietê-Paraná.
Abertura da eclusa no nível superior
Ponte Campo Salles
Os produtos da região, café, cereais, madeiras e outros, eram transportados via Rio Tietê. Antes das barragens, durante as enchentes, fez-se necessária a construção de uma ponte, que, na época, foi considerada obra de grande modernidade, graças ao alçapão que, ao ser suspenso, permitia a passagem de embarcações, facilitando o transporte, constituindo-se em atração até hoje.
Cartão de visitas da cidade e um de seus mais significativos patrimônios, também conhecida como a Ponte dos Arcos, a ponte Campos Salles é bastante conhecida no exterior. Importada da Alemanha e inaugurada em 1915, tem uma estrutura inteiramente metálica, foi importada da Alemanha durante o governo do presidente Campos Salles e inaugurada em 1915. Possui entre os pilares centrais um alçapão que dá passagem às embarcações. Conta com um eficiente sistema de iluminação, o que valorizou o aspecto paisagístico noturno.
Abertura da Ponte Campo Salles
A ponte une Barra Bonita a Igaraçu do Tietê. Hoje sua largura é insuficiente para que passem dois carros simultaneamente. Ao atravessar a ponte, no município vizinho, o visitante pode conhecer a praia Maria do Carmo Abreu Sodré, primeira praia artificial de lazer às margens do rio Tietê.
Conhecendo a região
O passeio de barco é uma atração imperdível. A navegação tem como ponto forte a parada na eclusa, um elevador de águas que permite que a embarcação alcance a parte superior da represa. O passeio possibilita conhecer toda a margem do rio, em modernas e confortáveis embarcações, com passeios pela região e pela eclusa de Barra Bonita.
O Museu Histórico Municipal Luiz Saffi ocupa o prédio da antiga estação ferroviária.
Ao lado da barragem de Barra Bonita há uma estação de piscicultura que tem como missão a criação de peixes para repovoar, manter e equilibrar a população do rio. A visita precisa ser previamente agendada e o grupo é acompanhado pelo técnico responsável.
Aberto diariamente, das 8 às 22 horas, a Casa da Cultura Fernando Morais funciona no Centro Administrativo "Ary Francisco Maia" e consiste em um centro de convivência social, oferecendo cerca de 30 cursos para o desenvolvimento técnico e para o lazer da comunidade. O espaço também abriga exposições dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos.
A Praça do Artesanato localiza-se em frente aos guichês de venda das passagens do porto de embarque para a viagem da eclusa. Os expositores são artesãos e artistas locais, como fotógrafos, designers, pintores, escultores e outros artistas.
Fundado em 8 de junho de 2000, o Memorial do Rio Tietê é um local onde se realizam exposições de fotos, livros, artesanato, maquetes, peças de embarcações e outros itens que contam um pouco da história do rio e das populações ribeirinhas.
Como todas as cidades que cresceram sob os auspícios da igreja católica, Barra Bonita conta com uma igreja, a Matriz de São José, localizada no meio da praça principal, que lhe dá nome. Sua construção de linhas góticas é valorizada por ricos altares e vitrais doados pelas famílias de Barra Bonita. Foi construída próxima à primeira capela, só demolida após a sua inauguração. Sua primeira missa foi rezada em 19/03/26.
Notícias mais lidas
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações