Localizado no bairro do Gonzaga, em Santos, o Monumento aos Andradas poderia ter sido erguido distante dali: seu projeto original o locava na praça José Bonifácio, no centro de Santos. O local escolhido, entretanto, foi a extinta praça Marechal Deodoro, que passou a se chamar praça da Independência em janeiro de 1922. O monumento é uma homenagem aos irmãos José Bonifácio de Andrada e Silva, o nosso Patriarca da Independência, Martim Francisco Ribeiro de Andrada e Antônio Carlos Ribeiro de Andrada e Silva, cuja atuação foi decisiva para que o Brasil conquistasse autonomia política e administrativa. A construção do monumento inseriu-se no esforço paulista de criar uma memória regionalizada, pondo em destaque o papel de São Paulo e dos paulistas na separação do Brasil de Portugal, na Proclamação da Independência e na construção da própria identidade nacional. O projeto tem origem francesa e concorreu com outros dez antes de conquistar o público e parte da crítica especializada. Entre os jurados estava o pintor Benedicto Calixto. Os interessados puderam conhecer detalhes da proposta na mostra de maquetes, organizada em um armazém, de setembro a outubro de 1920. A pedra fundamental da homenagem aos Andradas foi lançada em 22 de agosto de 1921, com a presença do presidente da República Epitácio Pessoa e do governador Washington Luís. Já a inauguração ocorreu em 7 de setembro de 1922, ocasião em que se comemorou o centenário da Independência. Hoje, a praça da Independência é um dos pontos mais significativos de Santos, concentrando manifestações populares, eventos e uma grande movimentação de santistas e visitantes devido ao comércio ali existente. De autoria do escultor Antonio Sartori, o monumento, que é todo em granito, com figuras e ornamentos de bronze, destaca os elementos étcnicos que formam o povo brasileiro e os fatos primordiais da Independência. Nele, os irmãos Andradas estão trajados de acordo com os cargos que cada um ocupava na época da proclamação: José Bonifácio, com a farda de 1º ministro; Martim Francisco, com o uniforme de coronel de engenheiros e Antonio Carlos, com a toga de magistrado.