Artistas prometem insistir na aprovação do Fundo de Cultura após o recesso

Da assessoria do deputado Vicente Cândido
"Tentamos de tudo para votar ainda neste ano o Fundo de Cultura. O projeto é excelente e conta com a simpatia da maioria absoluta dos deputados. Assim que retornarmos do recesso parlamentar, vamos trabalhar para conseguir sua aprovação. É fundamental que os artistas continuem mobilizados", afirmou o deputado Vicente Cândido (PT) ao se referir à tentativa de aprovar o projeto de lei do Fundo Estadual de Arte e Cultura. Não foi possível um acordo para colocá-lo na pauta de votação da sessão da última segunda-feira, 15/12. O trabalho vai ser retomado no reinício dos trabalhos na Assembléia Legislativa, em fevereiro próximo, garantiu o deputado.
Contando com a votação da matéria na tarde de segunda-feira, 15/12, lembra o parlamentar, artistas compareceram à Assembléia Legislativa pela terceira vez nas últimas duas semanas e fizeram uma festa cultural nos corredores, com improvisos circenses, teatro de bonecos, samba de roda e muita alegria. Entre eles, estavam os atores Renato Borghi, Walter Breda, Umberto Magnani, Rosi Campos e Jairo Matos, a produtora Ruth Escobar e a coreógrafa Marica Jidali, do Balé Stagium. Por volta das 17h30, os cerca de 250 artistas se deslocaram para as galerias do plenário, à espera da votação. Antes de se retirarem, quarenta minutos depois, ouviram um discurso de improviso do dramaturgo e diretor Luiz Carlos Moreira.
"Está mais do que claro que esse projeto é uma proposta séria e consistente de política pública para a cultura em nosso Estado. O papel desta Casa é legislar, por isso procuramos os senhores deputados. Espero que os senhores entendam que este é um momento histórico para a cultura. O Colégio de Líderes pode colocar o projeto na pauta de votação. É o que estamos pedindo. Espero que os senhores entendam o que está em jogo. Não se trata de uma política pública para a classe artística, mas para toda a sociedade" declarou Moreira.
Após o pedido do deputado Vicente Cândido, em plenário, para que o presidente do Legislativo, deputado Sidney Beraldo, colocasse o projeto em pauta, os parlamentares Roberto Felício e Enio Tatto, ambos do PT, também se pronunciaram favoravelmente ao projeto de lei. Até o final da tarde, os artistas contabilizavam o apoio informal de 70 deputados. Para ser aprovada, a proposta precisava de 48 votos favoráveis.
Embora o projeto não tenha sido votado, os artistas continuavam dispostos a manter a mobilização. O ator Rodrigo Matheus, da companhia Central do Circo, comentou que, em 25 anos de carreira, jamais vira uma movimentação cultural como esta dentro do Parlamento paulista. O ator afirmou que a apresentação do projeto de lei provocou uma grande articulação entre os profissionais que trabalham com circo e teatro. "Nós estamos inclusive rearticulando a Associação Brasileira de Circo. Políticas públicas para a cultura, através de leis, tornou-se um imperativo para a classe artística. Arte não pode ficar à mercê do mercado. O Poder Público deve criar mecanismos de fomento à cultura e os artistas precisam se articular cada vez mais para batalhar por melhorias coletivas. Isso beneficia toda a sociedade."
Outro que destacou a importância do Fundo de Cultura foi o ator Jairo Matos. Citando o exemplo do Programa Municipal de Fomento ao Teatro, de São Paulo. Lembrou que muitos artistas, especialmente aqueles que trabalham com pesquisa de linguagem, só conseguem seguir adiante com programas públicos que garantam a estabilidade dos grupos. "Se não tivermos programas sérios por parte do Poder Público, a maioria dos grupos teatrais não consegue sobreviver, ou sobrevive muito mal, com os atores sendo obrigados a fazer publicidade, trabalhar de garçom ou de outras maneiras. Isso acaba prejudicando a continuidade das companhias."
Ator de cinema e televisão, Jairo está em cartaz na cidade com a peça "O Sequestro", de Alexandra Golik, no pequeno Teatro dos Sátyros, beneficiado atualmente pelo Programa de Fomento ao Teatro. "Agora, muitos grupos estão conseguindo desenvolver um trabalho continuado e os atores, diretores e técnicos podem se dedicar integralmente ao teatro", afirmou.
A atriz Aidê do Amaral, integrante da trupe do Teatro X, inscrito no Programa de Fomento, destacou a amplitude do Fundo de Arte e Cultura, ao reservar recursos para todas as linguagens artísticas e para todo o Estado. "Há muitas cidades que sequer possuem um teatro. Como os artistas nesses locais vão poder se dedicar a um trabalho sério, continuado? E nas periferias então?" questionou ela. "Os representantes do Estado precisam compreender que se investirem em cultura estarão contribuindo para formar cidadãos mais conscientes, mais criativos e, com isso, certamente vão estar criando condições para melhorar a sociedade. Onde não há cultura, há degradação, violência, desencanto", advertiu a atriz.
vcandido@al.sp.gov.br
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