Christian Spencer se deixa transportar por um renovado conceito figurativo e toma para si o ato de prospectar um mundo seu fantasioso e poético e nos transmitir sua criatividade por meio de imagens tanto da Austrália, sua terra natal, quanto do Brasil, sua terra de adoção.O entardecer no deserto central australiano, os raios de luz filtrando por entre as árvores do Parque Nacional de Itatiaia nos são transmitidos envoltos numa atmosfera de sonho. Coisas raras e paisagens irreais nos sugerem o aspecto agradável de uma realidade inventada quase para nos abstrair de um mundo às vezes hostil e no qual vivemos muitas vezes constrangidos.Pintor sereno, ancorado no seu metier, na medida em que esse lhe serve de instrumento expressivo e, portanto, de paradigma a conceitos culturais, Christian Spencer percorre o seu próprio caminho com sofrida maturidade e vem alcançando sucessos em etapas meditadas em operoso e equilibrado recolhimento. Trata-se, pois, de um pintor que, apesar de jovem, já tem o seu espaço merecidamente conquistado.Calor e fraternidade se liberam de suas "paisagens", onde nada é artificialmente desejado. Sensível ao espetáculo da vida, Christian Spencer domina sua temática sem a mínima idéia preconcebida.A obra Nebulosa vermelha, doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, revela o conflito entre a complexidade do conteúdo e a expressividade que busca para exprimi-lo, típico de uma linguagem na qual os problemas do espaço, da distribuição construtiva dos volumes, da expressividade da cor não separada de sua função tonal conservam toda a sua importância.O artista Artista plástico autodidata, Christian Spencer nasceu em Melbourne, Austrália, em 1977. Durante cinco anos viveu no deserto Flinders Rangers, convivendo com os aborígines locais durante seis meses. Transferiu-se para o Brasil em 2000, passando a residir no Parque Nacional de Itaitaia. Participou de inúmeras exposições, destacando-se, entre elas: Hawker Art Show, na cidade de Hawker, Austrália; Hollow Bones Art Circle, Adelaide, Austrália, e Hollow Bones Art Circle, Melbourne, Austrália (1999); The Convent Gallery, Daylesford, Austrália; XVI Mostra de Arte da Granja Viana, SP, e Aix La Chapelle, Daylesford, Austrália (2000); Espaço Cultural da Universidade Federal de São Carlos; Abra - Academia Brasileira de Arte, SP; "Yacumana, Arte e Mitologia da Serpente", Museu Histórico do Butantã, SP; Espaço Cultural Sheraton Hotel, Curitiba, PR (2001 e 2002); Casa Rhodia, SP (2001); MAM - Museu de Arte Moderna, Resende, RJ; Museu do Parque Nacional de Itatiaia, RJ; Espaço Cultural Tanger, SP; "Australian Festival 2002", Espaço Cultural Hyatt Hotel e Sesc Campinas, SP (2002 e 2003); "Natureza Viva", Jardim Botânico do Rio de Janeiro; Casa da Fazenda do Morumbi, SP.Juntamente com a artista Tatiana Clauzet executou o painel Oca dos Curutus, na fazenda Pedra Vermelha, em Analândia, SP. Suas obras encontram-se em diversas coleções oficiais e particulares, notadamente no Acervo Artístico da Assembléia Legislativa de São Paulo.