Quem vai ficar com Robinho?
Nada contra o craque Robinho, muito menos contra o Santos, um clube que tem história gloriosa e merece ser respeitado por todos que gostam de futebol. Mas a notícia publicada nos jornais de que se cogita uma alternativa para usar dinheiro público numa campanha para evitar sua saída do Brasil é, no mínimo, absurda. Segundo consta, o ministro dos Esportes, Agnelo Queiroz estaria ávido em abonar uma proposta que prevê o uso de U$ 6 milhões " algo próximo a R$ 15 milhões " da estatal Petrobras como forma de evitar a ida do jogador para um clube estrangeiro.
A idéia é mais uma das distorções do esporte brasileiro. Ninguém discute a importância da arte de Robinho para o futebol do país. Mas é impensável utilizar dinheiro público para competir com os milionários clubes europeus. Sobretudo no momento em que os clubes tentam se tornar empresas como alternativa de buscar outras formas de financiamento e reduzir a dependência das federações e do governo.
Se Robinho interessa ao Real Madrid e a vários outros grandes clubes da Europa é porque ele teve a oportunidade de aparecer para o esporte. Como muitos outros talentos, ele tem origem bastante humilde e foi visto por alguém que percebeu seu potencial. Se isso não tivesse ocorrido, ele seria mais um dos milhões de excluídos deste país, além potencial vítima da falta de perspectiva que atinge nossa juventude.
Seria, portanto, muito mais inteligente utilizar essa bolada para estimular a formação de novos talentos, não só no futebol. Todos sabemos que a utilização do dinheiro público em um projeto social não traz a visibilidade que uma campanha do tipo "Robinho é nosso" teria na mídia. Mas é preciso ir além. Quantos Robinhos ou Daianes, só para ficar nesses dois exemplos, um projeto mais amplo não revelaria.
Se Robinho, assim como tantos outros craques brasileiros, está indo para o exterior é porque o Brasil não conta ainda com clubes em condições de bancá-los por aqui. E não é o dinheiro público que vai reverter essa situação. Todos sabemos que clubes e federações dispõem de recursos para fazer gestões sérias, o problema é que via de regra ambos são mal administrados. Há mais de dois anos venho brigando pela implantação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembléia Legislativa para apurar os desmandos do futebol paulista.
Com uma investigação séria, feita pelos parlamentares que têm esse compromisso em seus mandatos, poderíamos facilmente identificar as causas que levam os clubes, como o Santos, a não poder manter os craques por aqui. Poderíamos evitar, inclusive, que aventureiros como a MSI não encontrassem espaço para se fixar por aqui.
É inegável ainda que temos condições de colocar o esporte a serviço da comunidade com a busca de investimentos para o incentivo à formação de nossos jovens.
Queremos, sim, que os Robinhos de hoje e de amanhã permaneçam no nosso país. Mas o dinheiro público não pode ser usado para esse fim. Robinho é nosso, sim, com muito orgulho, mas a responsabilidade do poder público deve estar voltada para todos os jovens deste país.
*Romeu Tuma é deputado estadual PELO PMDB, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor, membro da Comissão de Segurança Pública e corregedor da Assembléia Legislativa de São Paulo.
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