Quinze anos da morte do autor de Casa Grande e & Senzala
DA REDAÇÃO
No dia 18 de julho de 1987, na cidade do Recife, morreu o autor do clássico Casa Grande & Senzala. Com 87 anos, o pernambucano Gilberto de Melo Freyre deixava uma vasta obra, na qual se incluem os livros Sobrados e Mocambos (1936), Nordeste (1937), Um engenheiro francês no Brasil (1941), Região e Tradição (1941), Ensaios e Conferências (1941), Brazil, an interpretation (1945), entre outros.
Gilberto Freyre, com seu Casa Grande & Senzala, integra junto a Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Júnior uma geração de teóricos brasileiros que inovou a interpretação sobre nossa formação social e histórica. Noas anos 30, esses autores cuidaram da repaginação e do redimensionamento do país, marcando definitivamente os campos teóricos em que atuavam, Freyre na Antropologia, Sérgio Buarque e Caio Prado, na História.
Freyre nasceu em Recife, em 15 de março de 1900. Conclui seu curso Ciências e Letras do colégio Americano Gilreath em 1917, iniciando em seguida curso de ciências políticas e sociais na universidade de Baylor, no Estado do Texas, Estados Unidos. Em 1922, defende tese para o grau de Magister Artium na Universidade de Colúmbia, intitulada Social life in Brazil in the middle of the 19th Century.
Nessa fase, conviveu com artistas modernistas brasileiros, como Tarsila do Amaral e Brecheret. De volta ao Recife, em 1923, conhece José Lins do Rego e compõe com outros escritores, o "Centro Regionalista do Nordeste". Na Bahia e no Rio de Janeiro estabeleceria laços de amizade com o poeta Manuel Bandeira, os escritores Prudente de Morais Neto (Pedro Dantas), Rodrigo M. F. de Andrade, Sérgio Buarque de Holanda, o compositor Villas-Lobos. Conhece também Pixinguinha, Donga e Patrício e se inicia na nova música popular brasileira em noitadas de boêmia.
Nomeado secretário do governador de Pernambuco, Estácio de Albuquerque Coimbra, dirigiu também o jornal A província e tornou-se professor da Escola Normal do Estado de Pernambuco, ocupando a primeira cadeira de Sociologia estabelecida no Brasil, com moderna orientação antropológica e pesquisas de campo. Em 1930 acompanhou Estácio Coimbra ao exílio, tende a oportundade de conhecer o continente africano e de iniciar em Lisboa os estudos em que se basearia para escrever Casa Grande & Senzala. O livro foi concluído no Brasil e publicado em dezembro de 1933.
A obra causou impacto comparável ao de Os Sertões, de Euclides da Cunha. Fruto de pesquisas realizadas junto a arquivos e bibliotecas nacionais e estrangeiras, o estudo de Freyre se baseia em documentos e fontes, até então inéditos, que revelam a face da vida doméstica e familiar de um Brasil colonial e de estrutura patriarcal peculiar. O antropólogo pernambucano passaria a defender a tese da "democracia racial brasileira", a partir de seu conceito de iberismo, segundo o qual o Brasil teria recebido influência tipicamente do países mediterrâneos, em essência diferentes daqueles padrões de civilização nitidamente europeus. A permeabilidade característica da cultura ibérica teria permitido que valores místicos e populares de índios e dos negros fossem assimilados de modo a conformar-se uma nova cultura, a cultura brasileira de origem lusitana, com fortes elementos ameríndios e africanos.
No pós-guerra, com o fim do Estado Novo, Gilberto Freyre aventura-se nas sendas da política. Foi eleito deputado federal por `Pernambuco, na legenda da União Democrática Nacional, execendo mandato de 1946 a 1951. Partidário do movimento político-militar que derrubou o presidente João Goulart, passou a integrar, em 1969, o Conselho federal de Cultura, a convite do então presidente general Emílio Médici.
Considerado por muitos como um pensador de linhagem teórica e posições políticas conservadoras, Gilberto Freyre é atualmente uma referência teórica sobre a formação brasileira e sua obra tem sido uma das mais revisitadas por pesquisadores nacionais e de outros países. Pelas suas inovações interpretativas e historiográficas, a obra do antropólogo recifense presta-se a releituras que atestam o seu vigor e sua abrangência.
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