OPINIÃO: Berço esplêndido
Foi-se o tempo em que a agricultura era vista como reduto de gente atrasada, avessa à mudanças. Agora, mais uma vez, a economia brasileira mostrou algum desempenho favorável devido ao campo. Estimativas recentes da CNA - Confederação da Agricultura e da Pecuária do Brasil dão conta que o Produto Interno Bruto (PIB) agrícola deve fechar 2003 em R$ 86,2 bilhões, com crescimento de 18,6% - o maior aumento percentual em dez anos, resultado da produção recorde de 122 milhões de toneladas de grãos e da recuperação dos preços internacionais de muitos produtos.
A pecuária vai ficar um pouco atrás: deverá chegar a R$ 55,5 bilhões, 4,5% acima dos R$ 53,1 bilhões do ano passado. Esse resultado, no entanto, está longe de representar uma decepção - o Brasil se tornou o maior exportador mundial de carne bovina e os embarques de carne suína registraram recorde de receita, alcançado US$ 512,5 milhões até novembro de 2003 - a meta do setor era de US$ 500 milhões ao ano.
Isso é resultado da busca generalizada pelo aumento de produtividade e do capricho de cada produtor rural que aderiu à estratégia de investir na qualidade - grupo que vem crescendo nos últimos anos. O resultado disso é que o agronegócio deverá responder por 31,5% do PIB brasileiro, um ganho expressivo em relação aos 29% de 2002.
Essa busca pela qualidade fez com que o produto brasileiro recebesse reconhecimento internacional. A nossa soja, desenvolvida principalmente nos laboratórios da Embrapa, tem mais óleo e mais proteína do que as concorrentes dos Estados Unidos e da Argentina. O fato de o rebanho bovino ser alimentado com capim, sendo um gado "verde", ajudou o País a conquistar vários mercados, especialmente depois de 1996, quando surgiu na Europa a doença da "vaca louca", resultado da criação intensiva e do uso de proteína animal contaminada na ração.
Qualidade e competência para ganhar mercados nós temos. No entanto, a agropecuária brasileira não tem o espaço que merece - são 90 milhões de hectares de terra que podem ser cultivadas sem que se derrube uma árvore sequer - por graça e obra das barreiras internacionais.
Há alguns anos, o Brasil vem lutando em várias arenas para chegar a consumidores que pagam mais caro por produtos "protegidos". Da soja ao açúcar, do algodão ao suco de laranja, o protecionismo funciona como uma barreira dura de ser atravessada. A diferença, agora, é que estamos mais preparados para esses embates - temos aliados, como os setores produtivos no próprio País e países em desenvolvimento que sofrem as mesmas restrições, como é o caso da Índia, China e África do Sul, sócios do Brasil no G-20, grupo formado no Encontro Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), realizado em Cancún, México, em 2003.
Que ninguém espere um mar de rosas em 2004 no comércio mundial, mas a nossa agropecuária tem cacife para conquistar seu lugar ao sol, gerando mais empregos e renda. E o Brasil agradece.
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