Câmara de Rio Claro recebe nesta sexta-feira, 25/2, documentos do acervo histórico da Assembleia

Mais de 300 documentos históricos digitalizados do acervo da Assembleia referentes à microrregião de Rio Claro, serão entregues nesta sexta-feira, 25/2, às 20h, ao presidente da Câmara Municipal de Rio Claro, Valdir Andreeta. A entrega será feita pelo 2º secretário da Mesa Diretora da Assembleia, deputado Aldo Demarchi.
Aberta ao público, a solenidade acontecerá no plenário da Câmara, e vai contar com a presença de autoridades, ex-vereadores, ex-prefeitos, representantes de partidos políticos, presidentes de clubes de serviço, sindicatos e outras entidades de classe.
Palestra
Durante o evento, o historiador da Assembleia, o professor doutor Carlos Dias, responsável pela digitalização, catalogação e pesquisa do material, falará sobre o acervo que estará disponível na Câmara e sobre a iniciativa da Assembleia em disponibilizar todo seu arquivo na rede mundial de computadores a partir de março. Carlos também vai contextualizar, pelos documentos históricos digitalizados, etapas do desenvolvimento do Estado de São Paulo, sua economia e a formação das cidades no final do século 19 e início do século 20.
"Quando a Assembleia de São Paulo foi instalada, em 1835, existiam apenas 40 municípios no interior", revela Carlos Dias. Segundo o professor, no acervo podem ser encontradas informações sobre toda a estrutura da organização social e política, que tratava da máquina do Estado, como ela funcionou desde o Império até a República Velha. Por meio desses documentos, é possível, por exemplo, perceber o crescimento dos municípios, a construção de estradas, ferrovias, vias de comunicação que levaram o progresso para o interior do Estado no período áureo da produção cafeeira. "Surgiram as aldeias, que iriam dar lugar aos vilarejos, freguesias, até chegar às pequenas vilas e depois às cidades", comenta o pesquisador.
Toda a evolução urbana de boa parte do Interior está registrada no Acervo Histórico da Assembleia. Um caso típico foi o da construção da Estrada da Marquesa, depois Estrada da Maioridade, e hoje a histórica Estrada Velha de Santos, que mostra o orgulho do Estado em poder ter uma rodovia projetada para transpor a serra. "O orgulho não era ao acaso. Aquela estrada permitia transportar um volume maior de mercadorias, o que viabilizou a exportação de produtos agrícolas e assim o desenvolvimento do Estado", ressalta Carlos Dias.
Documentos
O material que trata especificamente de Rio Claro começa no Império, em 1830, com o ato de elevação da capela a freguesia, e termina em 1937, no parecer da Comissão de Finanças e Orçamento da Assembleia que determinou o arquivamento da petição em que professores de "aulas geraes" das escolas profissionais de Rio Claro, Campinas, São Carlos e Ribeirão Preto solicitavam equiparação salarial dos cursos "secundários fundamentaes".
"A documentação guardada pela Assembleia possui valor histórico incalculável, além de demonstrar a importância do Poder Legislativo estadual e local na trajetória do município", comenta o deputado.
De fato, os arquivos que a Assembleia Legislativa transportou do papel para o meio digital contêm não apenas os principais atos oficiais registrados no primeiro século de Rio Claro, como fornecerão aos pesquisadores e ao público em geral uma visão cronológica da evolução econômica, urbana e social da cidade.
Na documentação, é possível encontrar, por exemplo, "solicitação de verba para obras da igreja" (1839); "criação e provimento de cadeira de primeiras letras" (1840); "aumento de salário de professor (1852); "criação de tabelião público judicial e de notas e escrivão de órfãos" (1853); e "pedido de informação a respeito de colonos estrangeiros, se estão sujeitos ou não a tributação" (1858).
Também estão registrados acontecimentos decisivos para o desenvolvimento do município, com destaque para os contratos de construção do prolongamento da estrada de ferro Campinas-Rio Claro (1873) e implantação de iluminação (1886), e a autorização de empréstimos para "despesas com abastecimento de água potável e construção de chafariz" e "para compra de um prédio para instalação de mercado" (1881).
Alguns documentos guardados na Assembleia de São Paulo resgatam informações peculiares. É o caso do projeto que autorizava a Câmara de Rio Claro a contratar, em 1889, serviços de "condução de cadáveres". Adaptado para a ortografia atual, o texto mostra que naquela época já havia entre os legisladores certa preocupação com a área social: "A condução dos cadáveres deverá ser feita em veículos e caixões que a empresa terá, segundo as classes e tabelas estabelecidas pela câmara, pago o transporte pelos particulares", estabelecia um dos artigos do projeto. "A empresa será obrigada a conduzir gratuitamente nos veículos da última classe os que provarem indigência, com atestado do presidente da câmara, do juiz de paz, do pároco ou de qualquer autoridade policial", prosseguia a redação, que exigia dos cocheiros serem "peritos em sua arte e ter a maioridade civil".
Os documentos ficarão à disposição da comunidade para consulta na Câmara Municipal de Rio Claro e em outras instituições que se interessarem por apresentá-los ao público.
Para Demarchi, a preservação das referências históricas é fundamental. "Enquanto nos preocupamos neste início de século com o meio ambiente, que nos remete ao nosso futuro e ele está em jogo, não podemos esquecer o nosso passado, pois futuro e passado fazem o presente", analisa o segundo secretário da Assembleia Legislativa. "Não devemos ignorar que muitas das utopias do passado, que projetavam o futuro pós-moderno, hoje, no presente, são realidade. Exemplos não faltam, tivemos o sonho de construir o avião, da chegada do homem à lua, dos satélites de comunicação e computadores. Quando preservamos a história, podemos viver o passado no presente e encontrar soluções para o futuro", acentua Demarchi.
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