DECRETO Nº 58.107, DE
5 DE JUNHO DE 2012
Institui a
Estratégia para o Desenvolvimento Sustentável do
Estado de São Paulo 2020, e dá
providências correlatas
GERALDO
ALCKMIN, GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, no uso de suas
atribuições legais,
Decreta:
Artigo 1º -
Fica instituída a Estratégia para o
Desenvolvimento Sustentável do Estado de São
Paulo 2020, que visa estabelecer uma agenda para o desenvolvimento
sustentável do Estado de São Paulo, apresentando
metas setoriais que definirão a ação
do Governo do Estado de São Paulo até 2020, nos
termos do Anexo que faz parte integrante deste decreto.
Artigo 2º -
A Estratégia, concebida no contexto da Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável – Rio+20, a realizar no Rio de Janeiro
em junho de 2012, é pautada pelos principais temas desta
conferência, quais sejam a economia verde no contexto do
desenvolvimento sustentável e da
erradicação da pobreza, e o quadro institucional
para o desenvolvimento sustentável.
Artigo 3º -
A Subsecretaria de Gestão Estratégica, da Casa
Civil, será responsável pela
coordenação e monitoramento das
ações necessárias visando a
implementação da Estratégia
instituída pelo artigo 1º deste decreto.
Artigo 4º -
Este decreto entra em vigor na data de sua
publicação.
Palácio
dos Bandeirantes, 5 de junho de 2012
GERALDO
ALCKMIN
Sidney
Estanislau Beraldo
Secretário-Chefe
da Casa Civil
Publicado
na Casa Civil, aos 5 de junho de 2012.
ANEXO
a
que se refere o artigo 1º do
Decreto
nº 58.107, de 5 de junho 2012.
Estratégia
para o Desenvolvimento Sustentável
do
Estado de São Paulo 2020
Sumário Executivo
A
Estratégia visa estabelecer uma agenda para o
desenvolvimento sustentável do Estado de São
Paulo, apresentado metas setoriais que definirão a
ação do Governo do Estado de São Paulo
até 2020. O documento, produzido no contexto da
Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável – Rio+20, é
o resultado de várias reuniões
temáticas realizadas no âmbito interno do Governo
do Estado de São Paulo, tendo sido igualmente consultadas
lideranças empresariais e da sociedade civil.
São
Paulo possui uma posição de liderança,
tanto no plano nacional quanto no internacional. Na
federação, o estado representa 21% da
população brasileira (42 milhões de
habitantes) e contribui com 32% do PIB nacional (US$ 798
bilhões em 20111). Seus indicadores de
desenvolvimento humano são comparáveis aos de
países desenvolvidos. Possui, ao mesmo tempo, uma matriz
energética bastante limpa (55% renovável) e
tividades econômicas concentradas em cadeias de alto valor
agregado. A legislação ambiental paulista
é a mais avançada do Brasil e uma das mais
ambiciosas do mundo, sobretudo em temas como mudanças
climáticas. Ademais, é bastante ativa a
participação de São Paulo em diversos
fóruns internacionais e redes de governos subnacionais.
_______________________
1
Previsão da Fundação SEADE.
A
Estratégia para o Desenvolvimento Sustentável do
Estado é pautada pelos principais temas da Rio+20: (a) a
economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e
da erradicação da pobreza, e (b) o quadro
institucional para o desenvolvimento sustentável. As
propostas da Estratégia, em síntese, contemplam
iniciativas de conservação ambiental,
proteção dos recursos naturais, sustentabilidade
da matriz energética, aumento de competitividade da economia
em um contexto de economia verde, melhoria na gestão
pública e financeira, além de
erradicação da extrema pobreza e do aumento da
qualidade de vida da população.
Dentre
os principais compromissos do Governo, destacam-se:
1.
Aumentar, até 2020, a participação de
55% para 69% de energias renováveis no consumo final de
energia do Estado (hidráulica, biomassa, biogás,
biodiesel, etanol, solar, eólica e resíduos
sólidos).
2.
Atingir, até 2020, 20% do território paulista com
cobertura vegetal.
3.
Reduzir 20% da emissão de dióxido de carbono,
tendo por base o ano de 2005, conforme estabelecido na
Política Estadual de Mudanças
Climáticas.
4.
Modernizar e ampliar as linhas de metrô existentes, dos
atuais 74,2 km para 244,2 km em 2020.
5.
Modernizar e ampliar as linhas de trem metropolitanos existentes, dos
atuais 260,7 para 369,0 km em 2020.
6.
Erradicar a extrema pobreza até 2014 (para pessoas com renda
familiar per capita de até R$ 70/mês)
7.
Universalizar o saneamento até 2020: 100% de
água, 100% coleta e 100% tratamento de esgotos em todos os
municípios do Estado.
A
Estratégia destaca também os importantes
avanços obtidos pelo Governo do Estado de São
Paulo desde a Conferência sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento de 1992 (Rio-92). Neste período,
é possível observar avanços
expressivos obtidos pelo Estado de São Paulo, nas
áreas de legislação ambiental,
cobertura vegetal, unidades de conservação,
qualidade do ar, combate à destruição
da camada de ozônio, saneamento básico,
resíduos sólidos, energia renovável,
mudanças climáticas,
atuação dos municípios e do setor
privado, pesquisa científica, apoio às
organizações ambientalistas, garantia dos diretos
sociais da população, entre outras.
1.
Grupo de Trabalho
A
Estratégia para o Desenvolvimento Sustentável do
Estado, produzida no contexto da Rio+20, foi construída
coletivamente por 16 Secretarias Estaduais que, sob a
coordenação da Assessoria Especial para Assuntos
Internacionais (Casa Civil) e da Secretaria do Meio Ambiente,
reuniram-se entre fevereiro e maio de 2012, com o propósito
de analisar todas as propostas e ações estaduais
relacionadas ao tema “economia verde no contexto do
desenvolvimento sustentável e da
erradicação da pobreza”. Este Grupo de
Trabalho foi instituído pelo Decreto nº
57.637/2011, do Governador do Estado, demonstrando o comprometimento do
governo com o cumprimento das metas estabelecidas pela Rio-92 e com os
grandes desafios ainda por enfrentar.
2.
A Conferência Rio+20
Vinte
anos depois da histórica Conferência sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento de 1992, o Rio de Janeiro sediará
a Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável.2 A Rio+20 tem seu mandato
definido na Resolução 64/236 da
Assembléia-Geral das Nações Unidas,
que inclui o tratamento dos desafios novos e emergentes, estruturados
em três grandes temas: erradicação da
pobreza, economia verde e governança (estrutura
institucional) do desenvolvimento sustentável (em seus
pilares econômico, social e ambiental). Na visão
do Governo do Estado de São Paulo, a Rio+20 é uma
Conferência sobre desenvolvimento sustentável, que
deverá ter a economia verde como seu pilar estruturante,
reafirmando os compromissos assumidos na Rio-92 e na Rio+10.
O
conceito de economia verde designa um modelo de desenvolvimento baseado
na baixa emissão de gases de efeito estufa,
eficiência no uso dos recursos naturais e inclusão
social, reconhecendo as peculiaridades e desafios locais. O tema
é abordado pelo Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) desde 2008, quando foi
lançada a Iniciativa pela Economia Verde.
Na
Rio+20 as discussões devem ser pautadas pelo
princípio da não-regressão, segundo o
qual não podem ser admitidos retrocessos de conceitos e de
compromissos internacionais
_______________________
2 Dentre as diversas
definições (e acepções)
para o desenvolvimento sustentável, a mais aceita
é a do Relatório “Nosso Futuro
Comum” da Comissão Brundtland de 1987, visando
satisfazer as necessidades das populações atuais,
sem comprometer a capacidade das gerações futuras
satisfazerem as suas próprias necessidades. Os
princípios que permeiam essa definição
são o da equidade (o igual direito de todos, inclusive dos
que ainda não nasceram), da prevenção
(que consideram é a capacidade de
renovação dos recursos naturais e a
prevenção de seu esgotamento) e da
precaução (pelo qual a incerteza não
deve ser utilizada como argumento para a inação).
Implícitos estão os conceitos de
eficiência na utilização dos recursos e
na renovabilidade das fontes.
previamente assumidos. Um dos grandes
produtos da Rio 923, a Agenda 21 permanece atual
e mantém seu caráter de referência para
os programas de desenvolvimento, propondo medidas práticas a
serem empreendidas em diversos níveis. Dez anos mais tarde,
na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento
Sustentável realizada em Joanesburgo, as oportunidades e
dificuldades de implementação das
decisões da Rio-92 foram identificadas e refletidas no Plano
de Implementação.
3.
São Paulo e Objetivos Internacionais
Os
tratados e convenções internacionais na
área de sustentabilidade dos quais o Brasil foi
signatário geraram diversos compromissos assumidos pelo
Estado de São Paulo. Além do cumprimento dessas
normas, destacam-se as seguintes ações e
programas:
• O Protocolo de
Montreal (1987) levou em São Paulo à
criação do Programa Estadual de
Proteção da Camada de Ozônio
(PROZONESP), implementado pela Companhia de Tecnologia de Saneamento
Ambiental (CETESB), ligada à Secretaria do Meio Ambiente, a
partir de 1995.
• A
Convenção do Clima (1992) resultou em 1995 no
Programa Estadual de Mudanças Climáticas Globais
(PROCLIMA), desenvolvido pela CETESB.
• A
Convenção da Biodiversidade (1992), gerou em
São Paulo o Programa Estadual para a
Conservação da Biodiversidade (PROBIO/SP) (1995),
o Programa BIOTA-FAPESP (1999), cujo objetivo maior é
inventariar e caracterizar a biodiversidade do Estado de São
Paulo, e as 20 Metas de Aichi-Nagóia e cinco Objetivos
Estratégicos Globais (2010).
• A
Convenção de Estocolmo sobre Poluentes
Orgânicos Persistentes (POPs) (2001) levou à
criação na CETESB do Centro Regional, que
responde pela região da América Latina e Caribe,
com possibilidade de extensão desta assistência
aos membros da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP).
• O Programa de Apoio
ao Consenso das Águas de Istambul (2009), que levou a
Secretaria do Meio Ambiente a lançar em 2009 o Pacto das
Águas São Paulo, movimento que envolve
_______________________
3 Os outros foram a
Declaração de Princípios e as
Convenções do Clima e da Biodiversidade.
prefeitos,
Comitês de Bacias e os usuários, visando o apoio
ao Consenso de Istambul. O Programa instituiu três eixos de
ações: (1) água e saneamento
(abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto,
disposição de resíduos
sólidos), (2) revitalização de bacias
hidrográficas, e (3) projetos estratégicos locais
relacionados com recursos hídricos tais como
educação ambiental (principalmente campanhas para
prevenir e reduzir a perda e o desperdício de
água) erecuperação de mata ciliar.
São
Paulo reafirma, por isso, seu compromisso com o prosseguimento da
implementação de todos os objetivos
internacionais para o desenvolvimento sustentável, expressos
em tratados e convenções na área de
sustentabilidade dos quais o Brasil foi signatário.
4.
Avanços pós Rio-92
A
Agenda 21, o principal resultado da Rio-92, apresenta
princípios globais e locais que cada país,
considerando sua realidade, deve utilizar como instrumento de
planejamento para a construção do desenvolvimento
sustentável. Ao todo são 40 capítulos
que tratam de programas diversos, divididos em quatro
seções: (1) dimensões
econômicas e sociais; (2) conservação e
gerenciamento de recursos para desenvolvimento; (3) fortalecimento do
papel dos grupos principais e (4) medidas de
execução. A Agenda 21 é o principal
ponto de referência para um balanço do que se
conseguiu realizar nos últimos 20 anos no tema de
desenvolvimento sustentável.
Neste
período, é possível observar muitos
avanços obtidos pelo Estado de São Paulo, nas
áreas de legislação ambiental,
cobertura vegetal, unidades de conservação,
qualidade do ar, combate à destruição
da camada de ozônio, saneamento básico,
resíduos sólidos, energia renovável,
mudanças climáticas,
atuação dos municípios e do setor
privado, pesquisa científica, apoio às
organizações ambientalistas, entre outras.
4.1.
Legislação Ambiental
Desde
o início da década de 1990, diversas
Políticas e Leis foram instituídas, num trabalho
integrado do Poder Executivo e do Legislativo, visando promover no
estado ações para o desenvolvimento
sustentável:
• Política
Estadual de Recursos Hídricos, pela Lei Estadual nº
7.663/1991, que define princípios e objetivos do Sistema
Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos e seus
instrumentos de planejamento e gerenciamento.
• Política
Estadual de Saneamento, pela Lei Estadual nº 7.750/1992, que
tem por finalidade disciplinar o planejamento e a
execução das ações, obras e
serviços de Saneamento no Estado, respeitada a autonomia dos
Municípios.
• Política
Estadual do Meio Ambiente, pela Lei Estadual nº 9.509/1997,
que dispõe sobre os objetivos da política
estadual; os órgãos e entidades que
compõe o Sistema Estadual de
Administração da Qualidade Ambiental (SEAQUA);
proteção, controle e desenvolvimento do meio
ambiente e uso adequado dos recursos naturais; o licenciamento
ambiental; os incentivos e as penalidades.
• Proteção
e Recuperação de Mananciais, pela Lei Estadual
nº 9.866/1997, que dispõe sobre as diretrizes e
normas para a proteção e
recuperação das bacias hidrográficas
dos mananciais de interesse regional.
• Política
Estadual de Gerenciamento Costeiro, pela Lei Estadual nº
10.019/1998, definindo diretrizes, planos e metas do plano estadual e
do instrumento de planejamento territorial, definido como Zoneamento
Ecológico-Econômico.
• Política
Estadual de Resíduos Sólidos, pela Lei Estadual
nº 12.300/2006, que define princípios, diretrizes,
objetivos e instrumentos para a gestão compartilhada dos
resíduos sólidos.
• Política
Estadual de Educação Ambiental, pela Lei Estadual
nº 12.780/2007, propondo objetivos e meios de
atuação.
• Política
Estadual de Mudanças Climáticas, pela Lei
Estadual nº 13.798/2009, estabelecendo o compromisso do Estado
frente ao desafio das mudanças climáticas
globais, dispondo sobre as condições para as
adaptações necessárias, bem como
contribuindo para reduzir ou estabilizar a
concentração dos gases de efeito estufa na
atmosfera.
Além
destas políticas de definição de
diretrizes de atuação no âmbito do
Estado, o Governo do Estado implementou diversos Programas visando a
melhoria das condições ambientais, principalmente
por meio da Secretaria do Meio Ambiente e seus
órgãos vinculados, cujos principais resultados
são apresentados a seguir.
4.2.
Cobertura Florestal
No
Estado de São Paulo a vegetação
natural – Mata Atlântica e Cerrado –
sofreu intensa exploração no decorrer de diversos
ciclos econômicos e inúmeras pressões
das atividades antrópicas. A cobertura de
vegetação nativa no Estado já ocupou
mais de 80% do território. Porém, a partir de
1992 houve uma inflexão na tendência de
desmatamento e iniciou-se um processo de
recuperação florestal no estado,
graças a uma série de ações
do Governo e devido à maior
conscientização da
população.
Para
a proteção da Mata Atlântica, o Estado
segue as normas definidas na Lei Federal nº 11.428/2006, que
dispõe sobre a utilização e
proteção da vegetação
nativa do Bioma Mata Atlântica. No caso do Cerrado, em 2009
foi aprovada uma lei inédita de
proteção do bioma, Lei Estadual n°
13.550/2009, que dispõe sobre a
utilização e proteção da
vegetação nativa do Bioma Cerrado no Estado de
São Paulo.
Como
consequência destas diversas
intervenções, a cobertura vegetal nativa passou
de 13,4% em 1990-1992 para 17,5% em 2008-2009 (Fig. 1). O Instituto
Florestal, desde 1962, tem sido responsável por elaborar o
Inventário de Vegetação Nativa do
Estado, dados que são apresentados a seguir.
Em
2010 foi instituído, no âmbito da Secretaria do
Meio Ambiente, o Programa de Pagamento por Serviços
Ambientais, entendido como transação
voluntária por meio da qual uma atividade desenvolvida por
um provedor de serviços ambientais, que conserve ou recupere
um serviço ambiental, é remunerada por um pagador
de serviços ambientais. A
implementação do Programa foi iniciada em 22
municípios com produtores rurais que protegem ou recuperam
nascentes.
O
Governo do Estado também iniciou um Programa que visa
fomentar o consumo legal de madeira de origem amazônica
chamado de São Paulo Amigo da Amazônia, com quatro
linhas de atuação: (1) intensificar a
fiscalização da Polícia Militar
Ambiental na entrada de madeira ilegal da Amazônia no
território paulista; (2) fiscalizar as madeireiras que
comercializam no atacado; (3) incentivar o empreendimento de florestas
plantadas, (4) bem como valorizar empresas que utilizem madeira
sustentável.
4.3.
Unidades de Conservação
A
criação de unidades de
conservação tem sido um dos pilares de
atuação do Governo do Estado, visando a
proteção de importantes remanescentes florestais.
De 1892 até 1992 foram criadas 188 áreas
protegidas, incluindo parques estaduais, monumentos, áreas
de proteção ambiental, áreas naturais
tombadas e estações ecológicas e
experimentais. De 1991 a 2011 foram criadas 59 novas unidades, numa
área total de 2,1 milhões de hectares (Fig. 2).
A
partir de 2000, quando foi instituído o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação, por meio de lei federal,
as unidades passaram a ser divididas em áreas de
proteção integral, com
restrição maior ao uso, e de uso
sustentável, seguindo as diretrizes da União
Internacional para a Conservação da Natureza e
dos Recursos Naturais (IUCN ou International Union for Conservation of
Nature em inglês). No Estado de São Paulo as
áreas caracterizadas por serem unidades de
conservação totalizam 4,6 milhões de
hectares.
Em
2006 foi aprovada norma estadual que reconhece as Reservas Particulares
do Patrimônio Natural, no âmbito do Estado de
São Paulo, instituindo um Programa Estadual de Apoio
às Reservas Particulares do Patrimônio Natural,
fomentando a participação dos entes privados na
conservação dos recursos naturais.
Os
programas estaduais desse setor, além da
criação de novas áreas,
também visam a implantação das
unidades existentes, com a elaboração e
implementação de seus planos de manejo,
constituição dos conselhos consultivos,
aprimoramento da fiscalização e das estruturas de
uso público.
Um
importante destaque é a política estadual de
conservação dos recursos naturais e
biodiversidade marinha no litoral paulista. São Paulo,
seguindo uma tendência mundial de
proteção da sua costa, transformou quase todo o
seu mar em unidade de conservação, com objetivo
de, em primeiro lugar, proteger a biodiversidade marítima
que se encontra em franca deterioração em todo o
planeta, com sérios prejuízos para a pesca, e
também de garantir o uso sustentável de seus
recursos.
Em
2008, foi instituído o Mosaico das Ilhas e das
Áreas Protegidas Marinhas do Litoral Paulista, pelo Decreto
Estadual nº 53.528/2008, disposto em três
Áreas de Proteção Ambiental
Marítimas: Norte, Centro e Sul, somando 1.123.108 hectares
protegidos, uma das maiores áreas marinhas protegidas do
mundo. Nas Áreas Marinhas foi reforçada a
fiscalização ambiental e instituídas
restrições no modelo de pesca mais
predatório.
Cabe
destacar que São Paulo liderou o processo de reconhecimento
da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica pelo programa O
Homem e a Biosfera da UNESCO. Essa Reserva é hoje
considerada um modelo para esse programa mundial em seus 35
milhões de hectares que se estende do Ceará ao
Rio Grande do Sul. A Secretaria do Estado de Meio Ambiente vem, desde
1993, dando apoio logístico e de pessoal ao funcionamento
dessa imprescindível Reserva da Biosfera, ao Conselho
Nacional e a Secretaria Executiva e já, inclusive, foi
premiada por esta ação.
As
ações governamentais incluem também
medidas que visam a proteção da fauna silvestre.
Em 1998 foi elaborada a primeira lista de animais ameaçados
de extinção da fauna silvestre. Em 2008 esta
lista foi atualizada, seguindo as normas da IUCN, e até ao
final de 2012 a meta é atualizá-la novamente. A
partir desta informação é
possível propor políticas para reverter a
extinção de espécies
ameaçadas.
Ainda
considerando a importância dos espaços protegidos
e sua efetiva implantação, em outubro de 2011, o
Governo estabeleceu o Programa Parcerias para a Sustentabilidade das
Unidades de Conservação que estabelece mecanismos
aptos a viabilizar a concessão de serviços de
ecoturismo em unidades de conservação
à iniciativa privada, ONGs, comunidades locais e eventuais
consórcios para participar de editais de
licitação. O objetivo é buscar apoio e
recursos para fortalecer as ações de
conservação e produção
florestal. Por outro lado, visa oferecer serviços de
qualidade de ecoturismo e toda gama de subprodutos daí
resultantes.
4.4.
Qualidade do Ar
A
qualidade do ar de uma determinada região está
relacionada com a quantidade de poluentes que são
lançados na atmosfera pelas diversas fontes de
poluição. Embora haja uma grande diversidade de
poluentes, normalmente a determinação da
qualidade do ar se dá pela análise do conjunto de
critérios pré-estabelecidos, em
padrões internacionais, cujas emissões
são significativas em ambientes urbanos e industriais e
estão relacionados com a proteção da
saúde humana. Os limites legais de
concentração desses poluentes são
denominados Padrões de Qualidade do Ar (PQAR).
No
Estado de São Paulo, as medidas mais efetivas de controle da
emissão de poluentes atmosféricos, foram
aplicadas sobre as indústrias, principalmente nas
décadas de 70 e 80, e sobre os veículos
automotores, principalmente na década de 90, que produziram
melhorias significativas na qualidade do ar. Por outro lado, em que
pese o avanço tecnológico no controle da
emissão dos poluentes, o crescimento da
população e o aumento no consumo de bens e
serviços nas áreas urbanas, com grande
dependência do uso de veículos automotores,
impediu que se obtivessem ganhos ainda maiores em termos de qualidade
do ar.
A
Fig. 3 apresenta a evolução das
concentrações médias anuais de
material particulado inalável (MP10) considerando as
estações de monitoramento localizadas na
Macrometrópole Paulista, área que abrange 102
municípios do Estado de São Paulo.
As
medidas de controle da emissão de poluentes
atmosféricos, aplicadas sobre as indústrias e
sobre os veículos automotores, refletiram na queda
significativa da concentração do material
particulado na Macrometrópole nos últimos 20
anos. Significativas reduções nas
concentrações ambientais foram observadas
também para outros poluentes, como o monóxido de
carbono e o dióxido de enxofre.
Na
vanguarda do processo de melhoria da qualidade do ar, o Governo do
Estado de São Paulo estabeleceu o Programa de
Restrição à
Circulação de Veículos, conhecida como
Operação Rodízio, que, de 1995 a 1998,
retirou de circulação 20% da frota da
Região Metropolitana de São Paulo, o que resultou
na prevenção de episódios
críticos de poluição do ar, na
alteração da percepção da
sociedade sobre a importância da qualidade do ar e na
melhoria na circulação.
A
introdução da prática da
renovação periódica de
licenças ambientais, a partir de 2002, abriu caminho para a
incorporação de tecnologias mais eficientes de
controle ambiental nas empresas, principalmente relacionadas
às emissões de poluentes industriais.
Acrescente-se
a isto o fomento do Governo do Estado, neste mesmo período,
para a comercialização de veículos
flex-fluel, que colaborou para o sucesso do etanol brasileiro. Os
automóveis com tecnologia flex-fuel permitem ao consumidor
utilizar qualquer mistura de etanol e gasolina. A indústria
automobilística revelou um grande dinamismo, contribuindo
significativamente para a redução de poluentes
emitidos pelo setor.
4.5.
Combate à Destruição da Camada de
Ozônio
Alinhado
a discussão internacional sobre
destruição da camada de ozônio, em 1995
o Governo institui o Programa Estadual de
Prevenção à
Destruição da Camada de Ozônio e,
três anos depois, foi constituído o Grupo
Ozônio composto por 50 empresas e entidades renomadas, no
âmbito do Estado de São Paulo, para discutir o
banimento do uso de clorofluorcarbonos (CFCs), tido como o principal
causador do buraco na camada de ozônio, uma
espécie de capa composta por gás ozônio
que filtra os raios emitidos pelo Sol, importante para
manutenção da vida terrestre.
4.6.
Saneamento Básico
O
Estado de São Paulo tem a melhor cobertura de abastecimento
de água, coleta e tratamento de esgoto do país,
mesmo sendo o estado mais populoso. A evolução
dos índices é apresentada pelas Fig. 4 e 5,
respectivamente na ordem de abastecimento e coleta.
O
abastecimento de água está praticamente
universalizado em São Paulo e a coleta de esgoto segue a
mesma tendência positiva. Os investimentos atuais
têm sido focados no tratamento do esgoto residencial, visando
a melhoria da qualidade das águas e rios. 60% do incremento
de tratamento de esgoto do Brasil, de 2000 a 2008, foi em
função dos investimentos realizados pelo Estado
de São Paulo.
O
maior programa de saneamento ambiental do mundo, conhecido como Projeto
Tietê, visa ampliar o tratamento do esgoto na
Região Metropolitana de São Paulo e recuperar o
principal rio estadual: Rio Tietê. Dividido em etapas,
está em execução desde 1992. Entre
1992 a 2008 foram investidos US$ 1,6 bilhão, resultando em:
•
Ampliação do índice de esgoto coletado
de 70 % para 84%.
•
Ampliação do índice de esgoto tratado
de 24% para 70%.
•
350 milhões de litros de esgotos deixaram de ser
lançados nos rios.
Atualmente
o projeto está em sua 3ª Etapa.
Em
1991 o Governo instituiu o Fundo Estadual de Recursos
Hídricos (FEHIDRO), criado pela Política Estadual
de Recursos Hídricos, que tem por objetivo dar suporte
financeiro a esta Política Pública e
às ações correspondentes. O Plano
Estadual de Recursos Hídricos (PERH) é o
instrumento técnico, estratégico e
econômico-financeiro para implantação
desta Política Estadual.
A
gestão dos recursos financeiros do FEHIDRO, decorrente da
compensação financeira da
geração hidroelétrica, é
feita pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos e pelos
Comitês de Bacias Hidrográficas –
órgãos tripartites compostos por membros do
governo do estado, dos municípios e da sociedade civil.
Enquanto o Conselho atua no nível estadual, os
comitês, em âmbito local, são um exemplo
de governança, visando a distribuição
de recursos em projetos que tenham como objetivo a melhoria da
qualidade e da quantidade de recursos hídricos da bacia
hidrográfica, envolvendo ações de
recuperação de matas ciliares, melhorias dos
sistemas locais de abastecimento de água e coleta de esgoto,
educação ambiental, entre outros. Desde 1995
já foram aprovados recursos para 4.784 empreendimentos no
valor de R$ 573 milhões; decididos de forma descentralizada
e participativa nos 21 Comitês de Bacias
Hidrográficas, totalizando, com as contrapartidas,
investimentos de R$ 865 milhões.
A
gestão das águas paulistas foi
referência para a Política Nacional de Recursos
Hídricos de 1997.
4.7.
Disposição de Resíduos
Sólidos
O
Inventário Estadual de Resíduos
Sólidos Domiciliares, publicado pela CETESB desde 1997 e
atualizado anualmente, mostra uma melhora das
condições de disposição
final dos resíduos dos 645 municípios do estado.
O objetivo final do Governo é eliminar os lixões
a “céu aberto”, enquadrados nesta
avaliação como inadequados. Fig.6 mostra a
situação da disposição
final dos resíduos domiciliares dos municípios do
Estado. Passou-se de um panorama de inadequação
de 502 em 1997 para somente 23 municípios com
lixões em 2011. Isto significa que 622 municípios
(dos 645 no Estado de São Paulo) dispõem de forma
correta seus resíduos sólidos.

Em
2002 foi instituído o Fundo Estadual de
Prevenção e Controle da
Poluição (FECOP) destinado a apoiar e incentivar
a execução de projetos relacionados ao controle,
à preservação e à melhoria
do meio ambiente, principalmente apoiando financeiramente os
municípios na melhoria da disposição
de seus resíduos sólidos e
implantação de centrais de coleta seletiva e
reciclagem.
4.8.
Energia renovável
O
desenvolvimento não é possível sem
energia e o desenvolvimento sustentável não
é possível sem energia sustentável. O
fomento da renovabilidade e a sustentabilidade da matriz
energética também é, por isso, um dos
eixos de atuação do Governo de São
Paulo. A ampliação da parcela de fontes
renováveis na matriz energética justifica-se por
todos os parâmetros de sustentabilidade –
ambiental, social e econômica – e pelas
necessidades de aumento de competitividade e
inovação.
A
Fig. 7 apresenta a evolução do crescimento
sustentado da energia renovável no consumo final de energia
pelo Estado, com algumas variações anuais. Em
2010, a participação de energia
renovável na matriz energética atingiu os 55%, um
dos valores mais altos a nível mundial.
4.9.
Mudanças Climáticas
Em
1995 foi instituído, no âmbito do Governo do
Estado, o Programa Estadual de Mudanças
Climáticas do Estado de São Paulo (PROCLIMA).
Acompanhando a evolução da discussão
no contexto internacional, o tema ganha maior destaque com a
instituição legal da Política Estadual
de Mudanças Climáticas (PEMC) em 2009. O Estado
passa a ter como meta para 2020 a redução global
de 20% das emissões de dióxido de carbono (CO2),
tendo como base as emissões verificadas em 2005. Trata-se de
uma meta real, determinada em lei, cuja
viabilização está sendo executada em
articulação com os diversos setores da sociedade
e com os representantes eleitos do povo paulista.
Isso
demonstra a importância dos governos regionais na
proposição e execução de
ações visando o combate às
mudanças climáticas. O pioneirismo do Governo do
Estado de São Paulo serviu de exemplo para outros estados,
ou mesmo para o país. A ação
propositiva de São Paulo impulsionou o Brasil a
avançar na sua proposta.
As
políticas que visam combater as mudanças
climáticas se apóiam nos programas de Economia
Verde, na perspectiva de uma economia de baixo carbono. A Fig. 8
apresenta a redução da intensidade de
emissão de carbono do Estado de São Paulo,
indicador que vincula a emissão de dióxido de
carbono ao PIB.
4.10.
Atuação dos Municípios Paulistas na
Gestão Ambiental
Na
visão do Governo do Estado de São Paulo, a
política ambiental, para ser efetiva, exige a
participação dos agentes municipais,
democratizando a gestão pública e
descentralizando a agenda ambiental. A tomada de decisões,
naquilo que lhe compete pelas esferas do poder local, facilita e
estimula a participação da cidadania,
comprometendo mais amplamente a sociedade com os valores ambientais.
O
compartilhamento, entre estado e seus 645 municípios, do
controle da qualidade ambiental propicia uma maior eficiência
à administração pública,
favorecendo o desenvolvimento sustentável da economia
paulista. Com este propósito, foi instituído o
Programa Município Verde Azul, que objetiva descentralizar a
política ambiental.
Desde
a instituição do programa em 2007, ao todo, foram
implantados:
• 545
municípios com Conselhos Municipais de Meio Ambiente,
• 507
municípios com estruturas municipais de gestão,
• 410
projetos de coleta seletiva,
• 109
planos de gestão de resíduos sólidos,
• 257
programas de educação ambiental,
• 335
municípios com centros de educação
ambiental,
• 261
municípios com ciclovias,
• 276
com planos de arborização urbana,
• 361
com viveiros de mudas.
4.11.
Atuação do Setor Privado para o Etanol
Sustentável
Com
objetivo de estimular a produção
sustentável do etanol, uma importante parceria entre o
Governo do Estado de São Paulo, por meio das Secretarias de
Agricultura e Abastecimento e do Meio Ambiente, e a União da
Indústria da Cana de Açúcar
(Única), foi firmada em 2007, dando origem ao Protocolo
Agroambiental com diretrizes para a redução da
queima da palha da cana-de-açúcar, e consequente
redução da poluição do ar,
para proteção das áreas ciliares e das
nascentes e para minimização do uso da
água.
A
meta é a eliminação das queimadas,
até 2014, das áreas mecanizáveis e
até 2017, das áreas não
mecanizáveis. As Fig. 9 e 10 ilustram a
evolução obtida desde a safra 2006/2007.
No
início do processo, 34% da cana era colhida crua e, nesta
última safra, apenas 34% foi queimada, com 66% colhida crua.
Ao todo, deixaram de ser emitidas 16,7 milhões de toneladas
de poluentes (monóxido de carbono, hidrocarbonetos e
material particulado) na atmosfera e 2,7 milhões de
toneladas de dióxido de carbono (dado elaborado pela
Secretaria do Meio Ambiente em parceria com a UNICA e divulgado
anualmente).
Um
instrumento importante neste processo foi a
proposição do Zoneamento Agroambiental do setor
Sucroalcooleiro, com o objetivo principal de disciplinar a
expansão e ocupação do solo por parte
do setor sucroalcooleiro, assim como subsidiar a
criação de políticas
públicas e contribuir para o planejamento de novos
negócios e para expansão dos atuais.
Cabe
destacar também a mudança do perfil do emprego
gerado no setor, com incremento da qualificação
profissional. O balanço da safra 2011/2012 aponta 14% de
aumento dos postos de trabalho na colheita da cana, com ganhos na
qualidade das condições de trabalho e incremento
na renda dos trabalhadores.
4.12.
Pesquisa Científica
Numa
atuação conjunta da
Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo (FAPESP), os Institutos de Pesquisa,
entre eles os da Secretaria do Meio Ambiente (Botânica,
Florestal e Geológico) e as universidades
públicas paulistas (USP – Universidade de
São Paulo, UNICAMP – Universidade Estadual de
Campinas e UNESP – Universidade Estadual Paulista) foi
instituído o Projeto BIOTA, criado em 1999, com o objetivo
de estimular e articular projetos de pesquisa que pudessem contribuir
para o mapeamento e análise da biodiversidade do estado.
Em
2008, o projeto resultou na publicação Diretrizes
para a Conservação e
Restauração da Biodiversidade no Estado de
São Paulo, com proposição de
diretrizes de conservação e
restauração da biodiversidade paulista
remanescente, associado à apresentação
de mapas temáticos para proteção e
restauração da biodiversidade. Esse trabalho tem
embasado diversas ações do Governo de
São Paulo, em suas políticas e projetos
ambientais, colaborando para o planejamento ambiental do governo
paulista. Seus resultados já foram utilizados em mais de 20
normas estaduais.
No
BIOTA-FAPESP a Fundação já investiu,
desde 1998, R$ 98 milhões em 915 projetos de pesquisa e
bolsas de estudo para alunos de
pós-graduação.
4.13.
Apoio às Organizações Ambientalistas
A
partir de 1997 a Secretaria do Meio Ambiente inicia um processo de
maior aproximação com a sociedade civil, em
especial das organizações
não-governamentais ambientalistas.
Foi
instituído o Programa Estadual de Apoio às ONGs
(PROAONG), que, ao mesmo tempo em que visa capacitar as
organizações, as incluí nas
discussões das políticas públicas
estaduais. Atualmente sua participação ocorre
principalmente no contexto da educação ambiental
e no Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema).
4.14.
Áreas contaminadas
A
questão da contaminação do solo e das
águas subterrâneas tem sido objeto de grande
preocupação em países
industrializados, nas últimas décadas,
principalmente nos Estados Unidos e na Europa. Em São Paulo
este problema ambiental torna-se mais grave nos centros urbanos
industriais da Região Metropolitana de São Paulo.
A
Lei Estadual nº 13.577/2009 dispõe sobre as
diretrizes e procedimentos para a proteção da
qualidade do solo e gerenciamento de áreas contaminadas. O
principal papel do órgão ambiental é
dar transparência às
informações, assegurando conhecimento de suas
características e impactos, e quando necessário,
fazer intervenções com o objetivo de minimizar os
riscos à população e ao ambiente.
4.15.
Benefícios Fiscais
O
Governo do Estado, com apoio da Secretaria da Fazenda, e com objetivo
de fomentar políticas e induzir mudanças na
atuação do setor produtivo, concede
benefícios fiscais a partir do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS), imposto estadual, principal fonte de receita do estado. Dentre
os quais se destacam:
• Redução
de 25% para 12% a alíquota de álcool
combustível álcool etílico hidratado
carburante, fomentando a utilização do etanol na
frota de veículos, com preço reduzido;
• Deferimento
do lançamento do imposto incidente nas sucessivas
saídas de papel usado ou apara de papel, sucata de metal,
caco de vidro, retalho, fragmento ou resíduo de
plástico, de borracha ou de tecido;
• Redução
de 25% para 12% a alíquota nas
operações com energia elétrica, quando
utilizada no transporte público eletrificado de passageiros;
• Deferimento
do lançamento do imposto incidente nas sucessivas
saídas de garrafas PET usadas e do produto resultante de sua
moagem ou trituração;
• Isenção
do imposto incidente nas operações com diversos
produtos utilizados na geração de energia solar e
eólica;
• Isenção
do imposto na saída interna de muda de planta;
• Isenção
do imposto incidente na saída de óleo
lubrificante usado ou contaminado com destino a estabelecimento
re-refinador ou coletor revendedor registrado e autorizado pelo
órgão federal competente;
• Isenção
do imposto na saída de óleo comestível
usado destinado à utilização como
insumo industrial, especialmente na indústria saboeira e na
produção de biodiesel B-100;
• Isenção
do imposto na operação de
devolução impositiva de embalagem vazia de
agrotóxico e respectiva tampa;
• Isenção
do imposto na saída de pilhas e baterias usadas,
após seu esgotamento energético, que contenham em
sua composição chumbo, cádmio,
mercúrio e seus compostos, com a finalidade de
reutilização, reciclagem, tratamento ou
disposição final ambientalmente adequada;
• Redução
de 25% para 12% da base de cálculo do imposto incidente na
saída de biodiesel (B-100) resultante da
industrialização de grãos, sebo
bovino, sementes ou palma.
5.
São Paulo: Economia Verde
O
Estado de São Paulo já iniciou o processo de
transição para uma economia verde, produto de uma
nova concepção de economia e desenvolvimento
priorizada pelo Governo do Estado. Para completar esta
transformação, é necessário
não só integrar políticas e programas
estaduais mas, sobretudo, conscientizar a sociedade para os
benefícios da economia verde.
O
Governo do Estado estabeleceu um conjunto de
ações com foco na Economia Verde, apresentadas em
40 metas. Neste documento são destacadas as principais
ações compromissadas nos diferentes temas.
Até
2014
1.
Criar os Mosaicos de Paranapiacaba e o Parque Estadual Nascentes do
Paranapanema.
2.
Eliminar os lixões a céu aberto.
3.
Realocar 5.350 famílias das áreas de risco ou de
preservação ambiental da Serra do Mar em
Cubatão.
4.
Implantar o programa de Habitação
Sustentável no Litoral Paulista e o Programa de
Construção Civil Sustentável nas obras
do governo.
5.
Aumentar o fluxo de investimentos de Economia Verde para o Estado de
São Paulo, promovendo negócios e propondo
políticas de competitividade para os diferentes setores que
compõem esta economia.
6.
Realizar investimentos de implantação,
ampliação e modernização
nos 31 aeroportos estaduais regionais visando reduzir o volume de
viagens direcionadas aos grandes aeroportos da Região
Metropolitana de São Paulo de cargas e passageiros.
7.
Construir 98 km de corredores de ônibus metropolitanos e 11
novos terminais.
8.
Concluir a implantação do trecho Leste do
Rodoanel Mário Covas. Quando completo, o Rodoanel
possibilitará a transposição da
Região Metropolitana de São Paulo, ligando os
centros produtivos do Estado ao Porto de Santos e contribuindo para a
implantação da intermodalidade.
9.
Eliminar a queima controlada da palha de cana até 2014 em
áreas mecanizáveis.
10.
Criar conhecimento para tornar a produção de
bioenergia em São Paulo mais produtiva e mais
sustentável e apoiar o desenvolvimento de tecnologias
industriais para processamento de biomassa para conversão em
energia.
11.
Aumentar a competitividade das empresas produtoras de equipamentos para
produção de energia de fonte renovável
(solar, biomassa, eólica).
12.
Criar conhecimento sobre a biodiversidade paulista e
aplicá-lo para sua conservação.
13.
Ter adesão pelos municípios paulistas da Carta de
Durban para a Adaptação às
Mudanças Climáticas.
14.
Instituir os Fundos de Desenvolvimento das Regiões
Metropolitanas de São Paulo e do Vale do Paraíba
e Litoral Norte, o Fundo de Desenvolvimento das
Aglomerações Urbanas e Microrregiões e
reestruturar o Fundo Metropolitano de Financiamento e Investimentos da
região metropolitana de São Paulo (FUMEFI),
objetivando à promoção de
compensação financeira, de caráter
socioambiental.
15.
Erradicar a extrema pobreza até 2014 (para pessoas com renda
familiar per capita de até R$ 70/mês)
16.
Implantar o Centro de Excelência em Tecnologia e
Inovação em benefício das Pessoas com
Deficiência.
Até
2015
17.
Ampliar a oferta de crédito para pequenos e
médios produtores rurais, pescadores artesanais,
cooperativas e associações rurais, tendo como
meta o atendimento a 19.200 produtores.
18.
Incentivar a organização do setor rural por meio
do associativismo, cooperativismo e sindicalismo, atendendo 3.400
entidades.
19.
Expandir o trecho navegável da Hidrovia
Tietê-Paraná de forma a capacitá-la a
captar volumes crescentes de carga especialmente de granéis
vegetais e derivados e álcool.
20.
Implantar trens regionais de passageiros para Santos, Sorocaba e
Jundiaí.
21.
Construir 72,1 mil unidades habitacionais pela empresa
pública estadual de habitação e
viabilizar a construção de 97 mil novas unidades
pela Casa Paulista.
22.
Prover abastecimento de água e coleta de esgoto a 400 mil
domicílios em comunidades isoladas de baixa renda.
23.
Garantir que todas as crianças, de ambos os sexos, terminem
um ciclo completo de ensino e eliminar as disparidades entre os sexos
em todos os níveis de ensino.
24.
Reduzir a Taxa de Mortalidade Infantil, em menores de 1 ano, para um
dígito.
25.
Estimular a produção e garantir a
comercialização dos produtos da agricultura
familiar, tendo como meta atender a 17.600 agricultores.
Até
2016
26.
Implantar o Ferroanel com prioridade para os trechos nordeste e sul,
permitindo a segregação operacional dos fluxos de
carga e passageiros e ampliar a capacidade e eficiência
operacional do Porto de São Sebastião, tendo em
vista a integração das infraestruturas
porto-rodo-ferroviárias, que aliadas à
implantação de uma rede de plataformas
logísticas, contribuirá para a
promoção da intermodalidade no Estado de
São Paulo.
Até
2020
27.
Desenvolver o Zoneamento Ecológico e Agroambiental das
principais culturas agrícolas de
exploração no Estado.
28.
Implantar as Metas de Aichi-Nagóia.
29.
Atingir 20% do território paulista com cobertura vegetal.
30.
Aumentar a participação de 55% para 69% de
energias renováveis no consumo final de energia do Estado
(hidráulica, biomassa, biogás, biodiesel, etanol,
solar, eólica e resíduos sólidos)
(ano-base 2010).
31.
Concluir a implantação do Parque
Várzeas do Tietê, com 75 km de extensão
e 107 km² de área, formando o maior parque linear
do mundo.
32.
Reduzir em 8% a demanda projetada de eletricidade e
combustíveis do Estado, por meio de medidas de
eficiência energética.
33.
Aumentar de 5.105 milhões de m3 para 9.276
milhões de m3 no consumo de gás natural na matriz
energética paulista em substituição
aos combustíveis fósseis mais poluentes.
34.
Universalizar o acesso à energia elétrica de
forma limpa, segura e a preço justo.
35.
Modernizar e ampliar as linhas de metrô existentes, dos
atuais 74,2 km para 244,2 km em 2020.
36.
Modernizar e ampliar as linhas de trem metropolitanos existentes, dos
atuais 260,7 para 369,0 km em 2020.
37.
Universalizar o saneamento: 100% de água, 100% coleta e 100%
tratamento de esgotos em todos os municípios do Estado.
38.
Promover a recuperação de pelo menos 20% de
área degradada de pastagem.
39.
Reduzir 20% da emissão de dióxido de carbono,
tendo por base o ano de 2005, conforme estabelecido na
Política Estadual de Mudanças
Climáticas.
40.
Atingir 20% de todas as contratações
públicas realizadas pelo Governo de São Paulo que
estão em conformidade com referências
socioambientais.
5.1.
Biodiversidade e Recursos Naturais
A
proteção das florestas e da biodiversidade
é um pressuposto básico da
preservação da base dos recursos naturais. Este
é um dos principais pilares de atuação
do governo, com metas ambiciosas para conservação
da biodiversidade e recursos naturais. Em 2011 foi
instituída a Comissão Paulista de Biodiversidade,
com a finalidade de coordenar a elaboração e
implantação de estratégias para que se
alcance a plena conservação da diversidade
biológica no Estado de São Paulo e para o
acompanhamento e implantação das metas de
Aichí (Nagóia)4 em todo seu
território, pactuadas no âmbito da
Convenção da Diversidade Biológica
(CDB).
Foram
definidos 6 objetivos estratégicos de
atuação, detalhados a seguir, com destaque para
algumas metas:
Objetivo
estratégico 1 - Tratar das causas fundamentais de perda de
biodiversidade fazendo com que preocupações com
biodiversidade permeiem governo e sociedade:
• Meta
- Até 2020, no mais tardar, as pessoas terão
conhecimento dos valores da biodiversidade e das medidas que
poderão tomar para conservá-la e
utilizá-la de forma sustentável
• Meta
- Até 2020, no mais tardar, governos, setor privado e grupos
de interesse em todos os níveis terão adotado
medidas ou implementado planos de produção e
consumo sustentáveis e terão conseguido
restringir os impactos
_______________________
4 Entendem-se como metas de
Aichí (Nagóia) aquelas pactuadas na
Conferência dos Estados Parte, realizada na cidade de
Nagóia, em outubro de 2010, no âmbito da
Convenção da Diversidade Biológica, a
qual foi aprovada na Conferência das
Nações Unidas, realizada na cidade do Rio de
Janeiro, em junho de 1992, dirigida para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento Sustentável.
da
utilização de recursos naturais dentro de limites
ecológicos seguros.
Objetivo
estratégico 2 - Reduzir as pressões diretas sobre
biodiversidade e promover o uso sustentável:
• Meta
- Até 2020, a taxa de perda de todos os habitats nativos,
inclusive florestas, terá sido reduzida em pelo menos a
metade e, na medida do possível, levada a perto de zero, e a
degradação e fragmentação
terão sido reduzidas significativamente.
• Meta
- Até 2020, o manejo e captura de quaisquer estoques de
peixes, invertebrados e plantas aquáticas serão
sustentáveis, legais e feitos com
aplicação de abordagens ecossistêmicas,
de modo a evitar a sobrexploração, colocar em
prática planos e medidas de
recuperação para espécies exauridas,
fazer com que a pesca não tenha impactos adversos
significativos sobre espécies ameaçadas e
ecossistemas vulneráveis, e fazer com que os impactos da
pesca sobre estoques, espécies e ecossistemas
permaneçam dentro de limites ecológicos seguros.
• Meta
- Até 2015, as múltiplas pressões
antropogênicas sobre recifes de coral e demais ecossistemas
impactadas por mudanças de clima ou
acidificação oceânica terão
sido minimizadas para que sua integridade e funcionamento sejam
mantidos.
Objetivo
estratégico 3 - Melhorar a situação de
biodiversidade protegendo ecossistemas, espécies e
diversidade genética:
• Meta
- Até 2020, pelo menos 17% de áreas terrestres e
de águas continentais e 10% de áreas marinhas e
costeiras, especialmente áreas de especial
importância para biodiversidade e serviços
ecossistêmicos, terão sido conservados por meio de
sistemas de áreas protegidas, geridas de maneira efetiva e
equitativa, ecologicamente representativas e satisfatoriamente
interligadas e por outras medidas espaciais de
conservação, e integradas em paisagens terrestres
e marinhas mais amplas.
• Meta
- Até 2020, a extinção de
espécies ameaçadas terá sido evitada e
sua situação de
conservação, em especial daquelas sofrendo maior
declínio, terá sido melhorada.
Objetivo
estratégico 4 - Aumentar os benefícios de
biodiversidade e serviços ecossistêmicos para
todos:
• Meta
- Até 2020, a resiliência de ecossistemas e a
contribuição da biodiversidade para estoques de
carbono terão sido aumentadas através de
ações de conservação e
recuperação, inclusive por meio da
recuperação de pelo menos 15% dos ecossistemas
degradados, contribuindo para mitigação e
adaptação à mudança
climática e para o combate à
desertificação.
Objetivo
estratégico 5 – Apoiar a efetiva
implantação da Plataforma Intergovernamental de
Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos/IPBES
• Meta
- Até 2015, implantar no Estado de São Paulo um
Centro Internacional de Capacitação Profissional
em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos ligado
ao IPBES, envolvendo as três universidades
públicas paulistas, a FAPESP e a Secretaria do Meio Ambiente.
Objetivo
estratégico 6 - Aumentar a
implementação por meio de planejamento
participativo, gestão de conhecimento e
capacitação:
• Meta
- Até 2020, os conhecimentos tradicionais,
inovações e práticas de comunidades
indígenas e locais relevantes à
conservação e uso sustentável da
biodiversidade, e a utilização
consuetudinária de recursos biológicos
terão sido respeitados, de acordo com a
legislação nacional e os compromissos
internacionais relevantes, e plenamente integrados e refletidos na
implementação da CDB com a
participação plena e efetiva de comunidades
indígenas e locais em todos os níveis relevantes.
• Meta
- Até 2020, o conhecimento, a base científica e
tecnologias ligadas à biodiversidade, seus valores,
funcionamento, situação e tendências, e
as consequências de sua perda terão sido
melhorados, amplamente compartilhados, transferidos e aplicados.
• Meta
- Até 2020 restaurar, na Bacia do Paraíba do Sul,
a biodiversidade em áreas de
preservação permanente relevantes para
proteção de recursos hídricos, e para
restauração de corredores ecológicos
interligando fragmentos de vegetação nativa e
Unidades de Conservação da região,
restabelecendo a conecção biológica
entre as Serras do Mar e da Mantiqueira.
Além
de contar com políticas estaduais, para atingir estas metas,
a participação dos municípios
paulistas será de extrema importância.
A
meta do Governo do Estado de São Paulo é ter 20%
do território paulista com cobertura vegetal até
2020. Este objetivo será atingido em
cooperação com os setores agropecuaristas e por
intermédio da ampliação das
áreas protegidas.
O
Governo estabelece também como meta criar os mosaicos de
Paranapiacaba, com destaque para o Parque Estadual Nascentes do
Paranapanema, perfazendo cerca de 90 mil hectares de unidades de
conservação.
O
contínuo de Paranapiacaba – um dos principais
corredores de Mata Atlântica do Brasil –
está associado a dezenas de cavernas de alta
importância para a conservação da
geobiodiversidade e possui cinco unidades de
conservação, num total de aproximadamente 300.000
ha de áreas protegidas. Em 2012, 90.000 ha foram destinados
a estudos para criação de novas unidades de
conservação, que aumentarão a
proteção de espécies extremamente
ameaçadas e endêmicas, dentre estas o cachorro do
mato vinagre (Speothosvenaticus); a onça-pintada
(Pantheraonca); o mono-carvoeiro (Brachytelesarachnoides); o bagre-cego
(Pimelodellakronei); e o veado bororo (Mazama bororo) – a
espécie de cervídeo mais ameaçada do
Brasil. Além disso, a proteção das
nascentes do rio Paranapanema garante a
manutenção da qualidade e da quantidade das
águas. A criação do Mosaico de
Unidades de Conservação de Paranapiacaba permite
melhoria da gestão das unidades de
conservação e contribui para o desenvolvimento
regional, por meio do incentivo ao turismo sustentável e
outras atividades compatíveis com a
conservação da natureza. Visando a
ampliação de áreas protegidas,
estão previstas também a
criação de uma nova unidade do Morro Grande e, em
áreas carentes de cobertura vegetal, no Pontal do
Paranapanema, será proposta a
ampliação do Parque Estadual do Morro do Diabo.
As
ações para efetivação das
unidades de conservação no estado abrangem
também a readequação do gerenciamento
e de divisas em função de comunidades
tradicionais e a elaboração e
implementação de planos de manejo, bem como a
integração entre os serviços de
proteção de mananciais hídricos e da
biodiversidade.
A
restauração de biodiversidade, associada
à restauração de Serviços
Ecossistêmicos, está na vanguarda da pesquisa e
das ações da intersecção
entre grandes áreas de atuação:
caracterização,
conservação, restauração e
uso sustentável da biodiversidade e mudanças
climáticas globais. O Estado de São Paulo tem
plenas condições de ser protagonista nesta
interface entre biodiversidade e mudanças
climáticas, pois reúne massa crítica
de pesquisadores altamente qualificados, a FAPESP apóia
estas áreas através de Programas Especiais de
Pesquisa e corpo técnico de seus
órgãos governamentais, especialmente a Secretaria
de Estado do Meio Ambiente (CETESB, Instituto Florestal, Instituto de
Botânica, Instituto Geológico e
Fundação Florestal), está
adequadamente preparado para otimizar a interface
ciência-política pública. Um
ótimo exemplo desta integração
são os mapas de áreas Prioritárias
para Conservação e
Restauração da Biodiversidade do Programa BIOTA,
que têm sido amplamente utilizados pela Secretaria do Meio
Ambiente no aperfeiçoamento da
legislação ambiental do Estado.
E
com objetivo de incluir ainda mais os particulares na
proteção e conservação dos
recursos naturais, a Secretaria de Meio Ambiente iniciará um
Programa de Pagamento por Serviços Ambientais para Reservas
Particulares do Patrimônio Natural.
Órgãos do Governo envolvidos: Secretaria de Meio
Ambiente, Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
5.2.
Resíduos Sólidos
Visando
a melhoria da qualidade do solo e a minimização
de áreas contaminadas, o Governo do Estado tem atuado para
eliminar os lixões a “céu
aberto” até 2014 e ampliar ao máximo a
prática de coleta seletiva e reciclagem no estado.
Estabelecida
pela Lei Estadual 12.300/2006, e regulamentada pelo Decreto Estadual
54.645/2009, a Política Estadual de Resíduos
Sólidos (PERS) tem sido implementada pela Secretaria do Meio
Ambiente por meio de diversas ações articuladas.
De forma a assegurar a governança do processo, instalou-se
também a Comissão Estadual para a
Gestão dos Resíduos Sólidos, composta
por representantes indicados de seis secretarias; e criaram-se dois
grupos internos de apoio na SMA/CETESB.
Em
fevereiro de 2012, o Decreto Estadual n° 57.817/2012 instituiu
o Programa Estadual de Implementação de Projetos
de Resíduos Sólidos, que institucionaliza a
atuação da Secretaria do Meio Ambiente no tema e
cria uma estrutura de quatro projetos: (1)
elaboração do Plano Estadual de
Resíduos Sólidos, (2) apoio aos planos Municipais
de Resíduos Sólidos, (3) melhoria na
gestão dos resíduos, que se subdivide em
responsabilidade pós-consumo, sistema
declaratório, melhoria da gestão dos
resíduos de construção civil, (4)
educação ambiental para resíduos
sólidos. O Programa deverá também
incluir estímulos à reciclagem, inclusive por
meio de incentivos tributários e/ou fiscais; apoio
à coleta seletiva, principalmente mediante a
inserção social dos catadores;
fiscalização, recuperação
ou encerramento de atividades de destinação final
de resíduos em situação inadequada e
outras ações de uso racional dos materiais e
redução na extração de
recursos naturais.
Em
2010, o Brasil instituiu a Política Nacional de
Resíduos Sólidos, que reúne
princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes para a
gestão dos resíduos sólidos. A lei faz
a distinção entre resíduo (lixo que
pode ser reaproveitado ou reciclado) e rejeito (o que não
é passível de reaproveitamento). São
Paulo acompanha a meta, estabelecida na Política Nacional,
de encerrar, até 2014, o encaminhamento de
resíduos a aterros.
Além
da redução da geração e a
melhoria na disposição final, o governo busca
atuar no aproveitamento energético dos resíduos
sólidos urbanos, atualmente em fase de modelagem da
viabilidade técnica, econômica e ambiental.
Também
está no escopo de atuação do governo a
implementação de uma política de
logística reversa de resíduos sólidos
de todos insumos agrícolas e o apoio ao desenvolvimento de
pesquisa visando o aproveitamento de resíduos
sólidos e subprodutos da agroindústria.
Diversas
parcerias estão sendo instituídas visando
implementar medidas de responsabilidade pós-consumo dos
resíduos sólidos com os setores de: Embalagens de
óleos lubrificantes; Embalagens de produtos de higiene
pessoal, perfumaria, cosméticos, materiais de limpeza e
afins; Embalagens de agrotóxicos; Pilhas e baterias;
Operadoras de Telefonia Celular; Pneu; Óleo Lubrificante;
Óleo Comestível; Equipamentos
Eletrônicos.
Órgãos
do Governo envolvidos: Secretaria de Agricultura e Abastecimento,
Secretaria de Energia, Secretaria de Meio Ambiente, Secretaria de
Saúde e Secretaria de Saneamento e Recursos
Hídricos.
5.3.
Habitação Sustentável
A
ação do Governo do Estado de São
Paulo, por meio da Secretaria da Habitação, busca
garantir a sustentabilidade do setor habitacional, adotando como
orientação de seus projetos: o compromisso de
inserção urbana da moradia com acesso a
serviços, infraestrutura, transporte e lazer; a
prevenção de irregularidades construtivas e de
parcelamento urbano, associada a medidas de
regularização urbanística e
fundiária; a reversão do passivo ambiental
provocado pelos assentamentos precários; o suporte
socioeconômico à moradia da
população de baixa renda, com a
concessão de subsídios e acompanhamento social.
Na
área de habitação
sustentável tem destaque o Programa de
Recuperação Socioambiental da Serra do Mar, o
maior programa deste tipo em nível mundial, que conta com o
apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). No
território do estado de São Paulo, o Corredor de
Mata Atlântica brasileiro, que vai do Rio Grande do Norte ao
Rio Grande do Sul, é protegido pelo Parque Estadual da Serra
do Mar, a maior áreacontínua de Mata
Atlântica preservada no Brasil. Numa área
total de 315 mil hectares, este Parque percorre quase todo o
litoral.
Este
Programa integra diversas ações governamentais,
que garantem a sua sustentabilidade e a efetividade dos resultados. A
Polícia Militar Ambiental reforça sua
fiscalização, visando coibir novas
invasões; a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e
Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) constrói
novas unidades habitacionais para remoção das
famílias em áreas de risco e de grande
importância ambiental; e o órgão
ambiental implementa programas de educação
ambiental e ecoturismo no parque, desenvolvendo atividades de uso
sustentável dos recursos naturais e protegendo os
remanescentes
vegetais.
Lançado
no início de 2007, o Programa da Serra do Mar é
um dos principais projetos do Governo de São Paulo para
promover a conservação, o uso
sustentável e a recuperação
socioambiental do Parque Estadual da Serra do Mar. Só na
primeira fase, em Cubatão, a ação
prevê o atendimento de 7.760 famílias moradoras de
áreas irregulares do parque. Ao todo, 5.350
famílias deverão deixar áreas de risco
ou de preservação ambiental da Serra do Mar
até 2014.
Além
de novas moradias, 2.410 famílias ficarão em
áreas já consolidadas da Serra do Mar e
receberão redes de água, esgoto e drenagem,
abertura de ruas, calçadas,
pavimentação e a instalação
de equipamentos públicos como escolas, posto de
saúde, de segurança, além de outros
serviços de iluminação e de coleta de
lixo. Além disso, todos os moradores terão
direito à escritura definitiva do seu imóvel.
Este
programa, ainda restrito a Cubatão e aos
municípios de seu entorno, tem a meta de ser expandido para
todo o Litoral Paulista, visando proteger a Serra do Mar das novas
pressões econômicas e sociais. O programa de
Habitação Sustentável no Litoral
Paulista tem como meta atingir 15.000 domicílios
beneficiados até 2015.
O
combate as áreas de risco, não se restringe
apenas ás áreas da Serra do Mar, sendo estendido
a todos os municípios do estado com assentamentos em
situações dessa natureza. Desta forma
serão desenvolvidas parcerias com os municípios,
outros órgãos do Estado e com a iniciativa
privada (PPP’s), objetivando o aumento da oferta de moradias
para reassentar famílias que se encontram em setores de
risco alto e muito alto, e urbanizar áreas
passíveis de serem consolidadas erradicando
situações de risco médio e baixo.
A
CDHU enfrenta também o desafio de prover novas unidades, em
substituição aos assentamentos
precários, seguindo regras ambientais e de sustentabilidade,
de modo a conter sistemas de aquecimento solar e outras tecnologias
verdes, num modelo de construção civil
sustentável para habitação de
interesse social.
Com
a mesma missão, em setembro de 2008 foi assinado o Decreto
53.485/08, que institui o Desenho Universal nos projetos de moradias de
interesse social construídas pela CDHU. O objetivo tem sido
criar habitações acessíveis a todas as
pessoas, independentemente de suas características pessoais,
idade ou habilidades. Diante do fato de que qualquer pessoa, em
qualquer fase da vida, pode vir a experimentar a deficiência,
com o Desenho Universal não é
necessário mudar de casa, apenas fazer pequenas
adaptações, a baixo custo, para uma vida
independente.
O
Governo tem também como objetivo adotar em 2012 o Programa
Estadual de Construção Civil
Sustentável, que visa à
inserção de critérios sociais e
ambientais, nas obras e nas contratações a serem
efetivadas pelo Poder Público, em todas as suas etapas.
Entre as principais questões abrangidas pelo documento
estará o uso da água, a
utilização de energia e a gestão de
resíduos.
Órgãos
do Governo Envolvidos: Secretaria de Habitação,
Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria dos Direitos da Pessoa com
Deficiência.
5.4.
Energia Renovável
Construído
para viabilizar o atendimento dos objetivos e metas da
Política Estadual de Mudanças
Climáticas, o Plano Estadual de Energia, a ser adotado a
partir de 2012, define ações e metas para 2020,
com base em 2010, que visam garantir efetivamente um modelo de economia
de baixo carbono. O Governo do Estado reafirma, assim, seu compromisso
de que a energia renovável deve continuar sendo uma das
principais bases de seu desenvolvimento e sua
atuação.
O
Estado de São Paulo já está acima da
média nacional e internacional de energia
renovável em sua matriz energética, mas definiu
para 2020 metas ainda mais ambiciosas: (1) aumentar a
participação de 55% para 69% de energias
renováveis na matriz energética do Estado
(etanol, bioeletricidade, biodiesel, biogás,
resíduos sólidos, hidráulica, solar,
eólica); (2) reduzir em 8% a demanda projetada de
eletricidade e combustíveis do Estado, por meio de medidas
de eficiência energética; (3) melhorar
continuamente a gestão dos recursos energéticos
do Estado; (4) universalizar o acesso à energia
elétrica de forma limpa, segura e a preço justo;
(5) liderar os esforços para formação
de uma rede de universidades, institutos de pesquisa e clusters
industriais centrados em energia renovável e
eficiência energética, a fim de desenvolver
inovações e novos produtos; (6) incentivar o
desenvolvimento de tecnologia para produção de
etanol de segunda geração; (7) promover as
exportações de bens de
produção e de consumo de bioenergia do Estado de
São Paulo.
O
atendimento a estes objetivos exige a busca de garantia no suprimento
energético que assegure o desenvolvimento de forma
sustentável (ambiental, social e econômico),
envolvendo ações conjuntas de
eficiência energética, de aumento da parcela de
fontes renováveis na matriz energética e de
substituição de alguns energéticos
mais poluentes por aqueles de menor intensidade de carbono.
Neste
sentido tornou-se essencial a elaboração de um
Plano Estadual de Energia alicerçado nos seguintes eixos
básicos: eficiência energética
elétrica e de combustíveis;
geração de energia elétrica limpa e
renovável em grande escala; e fomento à
produção de biocombustíveis.
A
eficiência energética elétrica
está voltada à redução de
desperdício e introdução de sistemas
eficientes, o que requer a disseminação do
conhecimento, conscientização sobre o uso final e
desenvolvimento tecnológico. E a eficiência
energética no uso de combustíveis necessita a
implementação de programas de
certificação veicular,
alterações de modal e estratégias
diferenciadas no transporte de cargas.
Tão
importante quanto promover a eficiência energética
será o apoio do Estado à
produção de bioenergia. São Paulo
é o maior produtor nacional de etanol, berço do
desenvolvimento de sua tecnologia e bens de
produção, além de precursor na
produção de bioeletricidade gerada por meio da
biomassa da cana-deaçúcar, contribuindo para
segurança energética,
geração de renda no campo, aumento dos postos de
trabalho, melhoria na qualidade do ar e mitigação
da emissão de gases de efeito estufa. Estima-se que
até 2020, o potencial de geração de
bioeletricidade em São Paulo será equivalente a
14 GW ou 10% da capacidade nacional de energia elétrica. Com
base nisto, o Governo reconhece que o desenvolvimento sustentado do
Estado de São Paulo passa pela
viabilização da competitividade na
exploração expressiva da bioeletricidade e apoio
à produção e consumo de etanol.
O
sucesso e o pioneirismo dos programas de
substituição de combustíveis que
colaboram com a atenuação das mudanças
climáticas globais, principalmente no segmento de
transportes, devem ter sua ampliação incentivada
no Estado com aumento da produção e consumo de
biodiesel e de etanol, incluindo o tratamento das questões
sociais, ambientais, econômicas, institucionais e de pesquisa
e desenvolvimento, o que propiciaria o uso de combustível
renovável na frota de transporte público para a
Copa do Mundo FIFA Brasil 2014.
Quanto
à geração hidráulica para
suprimento de energia elétrica, as
avaliações buscam maximizar a oferta de energia
dos empreendimentos de grande e pequeno porte no Estado, bem como sua
interação com o sistema interligado nacional,
como forma de garantir segurança energética
priorizando fonte limpas.
Além
desses potenciais são consideradas as oportunidades em
geração eólica, o aproveitamento de
pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), uma maior
utilização de energia solar térmica e
fotovoltaica, a recuperação energética
de resíduos sólidos urbanos e da
agropecuária para produção de
biogás, cuja efetivação requer
programas de governo, cooperativismo e
participação da iniciativa privada.
Órgãos
do Governo Envolvidos: Secretaria de Agricultura e Abastecimento,
Secretaria de Energia, Secretaria de Logística e Transporte,
Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Transportes Metropolitanos.
5.5.
Investimentos sustentáveis
Além
de fomentar a mudança dos padrões da atual
economia desenvolvida no estado, o Governo de São Paulo
também tem como meta promover a vinda de novos investimentos
ligados à Economia Verde.
O
Estado de São Paulo possui uma posição
de liderança econômica, tanto no
cenário nacional quanto internacional. E na
transição para uma economia de baixo carbono, o
governo, principalmente por intermédio da Agência
Paulista de Promoção de Investimentos e
Competitividade (Investe São Paulo), compromete-se a
fomentar o aumento do fluxo de investimentos relacionados aos setores
verdes da economia.
Criada
em 2008, a Investe SP tem o objetivo de atrair investimentos para o
estado e aumentar a competitividade da economia paulista, promovendo a
geração de empregos, renda e
inovação tecnológica. Entre as
atribuições da agência encontram-se a
facilitação de negócios e
identificação de áreas para
investimento.
A
Investe SP busca atrair empresas ligadas ao mercado da Economia Verde,
agindo em consonância com as políticas de
sustentabilidade implementadas pelo governo, no âmbito da
prospecção de investimentos. A agência
atua, portanto, na zona de convergência entre a
promoção de investimentos e a política
ambiental do Estado de São Paulo.
Considerando
o mercado de economia verde, as agendas em destaque são as
dos investimentos em energias renováveis e
resíduos sólidos, seguidas de transporte
sustentável e construção civil. A
economia dinâmica do Estado de São Paulo, aliada
aos fatores de competitividade, faz com que estes mercados estejam em
franca expansão, considerados na vanguarda do
desenvolvimento do mercado de Economia Verde.
O
aumento do fluxo de investimentos deverá contribuir para o
aumento da geração de empregos verdes e de alta
qualificação profissional, considerando que a
diversificação dos mercados e os novos
investimentos realizados são grandes fatores de
atração de mão de obra qualificada
para o Estado.
A
partir do relatório Green Jobs: Towards Decent Work in a
Sustainable, Low Carbon World, lançado em 2008 pela
Organização Internacional do Trabalho (OIT)
juntamente com o Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente (PNUMA), a Confederação
Internacional de Sindicatos (CSI) e a Organização
Internacional de Empregadores (OIE), foram contabilizados os empregos
verdes no Estado de São Paulo, associadas às
seguintes atividades: (1) produção e manejo
florestal; (2) geração e
distribuição de energias renováveis;
(3) saneamento, gestão de resíduos e de riscos
ambientais; (4) manutenção,
reparação e recuperação de
produtos e materiais; (5) transportes coletivos e alternativos ao
rodoviário e aeroviário; e (6)
telecomunicações e teleatendimento.
Em
2010, ao todo foram 878.837 empregos verdes, representando 6,8% do
total de empregos no estado.
O
Governo de São Paulo inova no incentivo da
transição para uma Economia Verde
também em relação a oferta de
crédito. A Agência de Fomento Paulista,
instituição financeira criada em 2009, tem como
sua principal meta o crescimento da economia do Estado aliado
à sustentabilidade ambiental, econômica e social,
por meio do financiamento de projetos de investimento para pequenas e
médias empresas e municípios.
Dentre
as diversas linhas de crédito disponíveis na
instituição, destacam-se as Linhas Economia Verde
e a Financiamento ao Investimento Paulista - Meio Ambiente (FIP),
criadas para oferecer ao empresário paulista
condições de transformar seu negócio
em exemplo de cuidado com a sustentabilidade e a responsabilidade
ambiental. Ambas financiam projetos de investimento de até
R$ 30 milhões, com taxas de juros a partir de 5% ao ano mais
atualização monetária (IPC-FIPE) e
prazos que chegam a até 10 anos.
A
Linha Economia Verde foi idealizada para auxiliar o pequeno e
médio empresário paulista, e também os
gestores públicos, a se adaptarem às metas
estabelecidas na Política Estadual de Mudanças
Climáticas. Ela financia projetos que contribuam com a
redução dos gases de efeito estufa nos segmentos
da agroindústria; saneamento - tratamento e aproveitamento
de resíduos; energias renováveis;
substituição de combustíveis;
eficiência energética; manejo de
resíduos; processos industriais; transporte;
recuperação florestal em áreas urbanas
e rurais; construção civil;
elaboração de inventários de
emissão de gases de efeito estufa (GEE); e
elaboração de projetos de mecanismo de
desenvolvimento limpo (MDL).
Já
na linha FIP - Meio Ambiente são financiados os demais
projetos relacionados a redução dos impactos
ambientais dos empreendimentos, não incluídos na
Linha Economia Verde, visando à melhoria nos processos de
produção e na prestação de
serviços com maior sustentabilidade.
Cabe
destacar também a importância da parceria com o
setor agroindustrial para a consolidação dos
investimentos sustentáveis. Em parceria com a FIESP,
estuda-se o comportamento futuro do agregado da indústria
paulista, envolvendo principalmente os ramos industriais com empresas
de maior porte e intensivos em energia, que são
consequentemente grandes emissores de gás
carbônico. Com a BM&FBOVESPA, serão
produzidos estudos para a criação de um mercado
de carbono, enquanto com o setor de papel e celulose, a parceria tem
como objetivo viabilizar a implantação de
corredores de biodiversidade, assegurar a
utilização adequada dos recursos
hídricos e propor um zoneamento agroambiental que indique
áreas de expansão e
produção sustentável deste setor.
Órgãos
do Governo Envolvidos: Secretaria de Desenvolvimento
Econômico, Ciência e Tecnologia; Secretaria da
Fazenda; Investe São Paulo e Agência de Fomento
Paulista; Secretaria de Agricultura e Abastecimento e Secretaria de
Meio Ambiente
5.6.
Logística e Transportes
O
Plano Diretor de Desenvolvimento dos Transportes (PDDT 2020), em
vigência, objetiva construir um sistema de transportes no
médio e longo prazo, que funcione cada vez mais integrado,
contribuindo ativamente para o desenvolvimento sustentável e
melhorando a qualidade e a eficiência do serviço
de transporte de cargas e passageiros no estado. Tais melhorias
serão decorrentes de medidas que ampliem a mobilidade, a
acessibilidade, a fluidez, a segurança e que resultem na
redução no consumo de combustíveis de
fontes não renováveis e na
adoção de novas tecnologias no setor.
A
transição para uma Economia Verde inclui
também a necessidade de modernizar o complexo de transportes
do estado com foco diferenciado na integração
logística de diferentes modais. É neste contexto
que o sistema de transporte está sendo planejado com um novo
nome: Plano Diretor de Logística e Transportes (PDLT 2030),
por ampliar a visão setorial sobre a vertente da
logística, mas mantendo a importância e os
investimentos na sustentabilidade.
Os
estudos sobre a mudança nos modais da matriz de transportes
de carga realizados em 2010 pelo Grupo de Trabalho de Transportes do
Comitê Gestor da Política Estadual de
Mudanças Climáticas desenvolveram estimativas
adotando como referência os dados da matriz em 2005, com base
nas informações e cálculos do PDDT
2000. E, como resultado dos trabalhos do grupo, atingiram-se
projeções para a matriz de transportes em 2020,
apresentadas na Fig. 11, dados estes que serão objeto de
revisão, estudos e novas métricas no PDLT 2030.
Portanto,
as medidas preconizadas projetam uma evolução na
matriz de transportes com base na intermodalidade de forma a
torná-la mais equilibrada e projetando para 2020 um aumento
da participação de todos os modais no transporte
de cargas, bem como o aumento na tonelada de carga transportada por
quilômetro útil (TKU). Para 2020, considera-se uma
redução no uso do modal rodoviário de
27,2% em contraponto ao aumento de 14,8% ao ferroviário,
acréscimo de 4,5% na participação das
hidrovias e 4,2% nas dutovias (projeções do GT de
Transportes com base no cenário de referência ano
2000, PDDT Vivo). Esta integração entre os modais
atrelados a adoção de novas tecnologias e
às plataformas logísticas, além de
representar ganhos em qualidade, competitividade e
otimização de custos e tempo,
contribuirão para a minimização de
impactos ambientais como a redução de
emissões no setor, diferenciais que já
estão sendo adotados nos projetos em
implantação.
Dentre
as iniciativas já executadas no setor, cabe destacar o
início da implantação do Rodoanel
Mário Covas, empreendimento instalado na periferia da
Região Metropolitana de São Paulo. As principais
funções desta infraestrutura são
desviar os fluxos de passagem pela mancha urbana da região
metropolitana e permitir maior acessibilidade dos fluxos de
tráfego entre as subregiões da área
metropolitana. Completo, o Rodoanel terá cerca de 170 km de
extensão e interligará dez rodovias que
dão acesso à região metropolitana:
Régis Bittencourt, Raposo Tavares, Castello Branco,
Anhanguera, Bandeirantes, Fernão Dias, Dutra, Ayrton Senna,
Imigrantes e Anchieta. Devido à sua magnitude o projeto foi
dividido em trechos (Norte, Sul, Leste e Oeste) para facilitar a
elaboração dos estudos e diretrizes
específicas para cada região e sua
implantação.
Atualmente
estão em operação os trechos Oeste e
Sul, que ligam Régis Bittencourt, Raposo Tavares, Castello
Branco, Anhanguera, Bandeirantes, Imigrantes e Anchieta. O trecho Leste
está em fase de implantação e
será concluído em 2014, enquanto o trecho Norte
deverá estar 50% concluído em 2015.
Com
o objetivo de garantir uma cobrança mais justa conforme o
uso da rodovia, reduzindo ou eliminando
distorções do modelo atual de forma que o
usuário pague somente pelo trecho que percorreu,
está também em implantação
o sistema Ponto a Ponto, programa do Governo do Estado de
São Paulo que prevê uma nova forma de
cobrança eletrônica de pedágio por meio
do trecho efetivamente percorrido pelo usuário nas rodovias
paulistas. Além disso, a cobrança será
feita eletronicamente com adoção do modelo
denominado Free Flow (Fluxo Livre), também conhecido como
Open Road Tolling (Cobrança em Rodovia Aberta), onde
não há necessidade de barreiras
físicas ou cancelas, manipulação de
dinheiro e perda de tempo, proporcionando ganhos econômicos e
ambientais uma vez que não ocorrerá
alteração no perfil de velocidade imposta pelas
cabines de pedágio, o que implica no aumento do consumo de
combustível e, consequentemente, no aumento das
emissões de poluentes atmosféricos e de CO2
derivados da combustão e queima de óleo diesel no
motor.
O
sistema encontra-se em fase experimental desde abril de 2012. A partir
de 2013 começa a expansão para demais rodovias do
Estado num projeto de médio a longo prazo.
Como
alternativa de logística portuária para o Estado
de São Paulo, integrando a intermodalidade e às
diretrizes e estratégias do PDDT e futuro PDLT 2030, existe
o projeto de modernização e
ampliação do Porto de São
Sebastião. A execução da
ampliação do Porto permitirá o aumento
do transporte de cargas entre os portos nacionais por meio da cabotagem
e reduzirá a distância no transporte de cargas com
origem ou destino a importantes regiões industriais como a
de Campinas e a do Vale do Paraíba, sem haver a necessidade
de transitar pela Região Metropolitana da Grande
São Paulo. Outro fator positivo é a
promoção do desenvolvimento econômico
regional do Litoral Norte Paulista, gerando empregos e renda durante as
fases de implantação e
operação do empreendimento. O diferencial deste
projeto está relacionado ao modelo inovador de licenciamento
que visa a análise cumulativa dos impactos ambientais,
considerando-se todas as etapas de desenvolvimento do porto a
médio e longo prazo, permitindo assim a
integração do Plano de Desenvolvimento e
Zoneamento do Porto de São Sebastião aos Planos
Diretores Urbanos dos municípios e da região em
que está inserido. A previsão de investimentos
públicos e privados para a ampliação
em sua totalidade é da ordem de R$ 2,5 bilhões ao
longo dos próximos 25 anos, considerando que para 2020
prevê-se o incremento da área do em
função do mercado logístico,
decorrente da duplicação da Rodovia dos Tamoios
(SP-99), para operação plena do Porto em 2035.
A
duplicação da Rodovia dos Tamoios (SP-99), que
atualmente opera com pista simples em quase todos os seus 80
quilômetros de extensão entre as áreas
urbanas de São José dos Campos e Caraguatatuba,
tem como objetivos a elevação do nível
de serviço da rodovia, proporcionando melhor qualidade
operacional, aumento de fluidez, maior conforto e segurança
aos usuários e à população
residente nas áreas lindeiras, assim como ganhos ambientais
e econômicos proporcionados pela
integração entre os modais
porto-rodoviários (acesso ao Porto de São
Sebastião) e redução nos custos de
viagem.
O
projeto de duplicação está dividido em
três trechos: Planalto, Serra e Contornos Norte
(São Sebastião, com 7 quilômetros) e
Sul (Caraguatatuba e São Sebastião), com 31
quilômetros) da SP-055 (Rodovia Rio-Santos). As obras de
duplicação do trecho de Planalto foram iniciadas
em maio de 2012, com investimentos de R$ 557,4 milhões, e a
previsão é que sejam finalizadas em 20 meses,
antes do início da temporada de veraneio 2013/2014. Os
estudos ambientais e projetos para os demais trechos já
estão em andamento e o planejamento para
implantação dos Contornos é
de 36 meses de construção para cada
trecho e 48 meses para o trecho de Serra, prazos estes que,
além do atendimento as demandas da
população e melhorias de gestão e
operação, corroborarão com os prazos
de investimentos e com a logística do Porto de
São Sebastião projetados para 2020. O valor dos
investimentos é de R$ 1,050 bilhão e compreendem,
além das obras brutas, o licenciamento ambiental para os
trechos de Serra e Contornos Norte e Sul, os programas e
compensações ambientais,
desapropriações, gerenciamento, projeto executivo
e obras complementares. Está em estudo pelo governo do
Estado o modelo de Parceria Público-Privada (PPP) para
execução das obras para estes trechos.
Em
atendimento as condicionantes ambientais exigidas nos processos de
licenciamento ambiental de grandes empreendimentos, como a
ampliação da Rodovia dos Tamoios, são
desenvolvidos projetos de ciclovias que buscam promover a
integração modal, fomentar ou fortalecer o uso da
bicicleta, garantir a segurança de seus usuários,
facilitar a ligação de trechos importantes para
atividades humanas e propiciar uma nova opção de
transporte e lazer.
Outra
importante iniciativa está na Hidrovia
Tietê-Paraná que atravessa o Estado de
São Paulo. A melhoria nas condições de
navegação da Hidrovia, que possui 800 km de vias
navegáveis no seu trecho paulista, irá propiciar
a redução de custos e tempo de viagem a uma
já econômica alternativa para o transporte de
cargas e contribui para o reordenamento da matriz de transportes do
Estado. Seu alcance regional destaca-se por interligar os Estados de
São Paulo, Goiás e Minas Gerais (ao norte) e Mato
Grosso do Sul, Paraná e Paraguai (ao sul) em seus 2.400
quilômetros de vias navegáveis, recebendo por isso
a denominação de Hidrovia do Mercosul.
Até 2015 serão investidos R$ 1,8
bilhão em obras de melhorias, extensões e novos
terminais, melhorando a conexão com os demais modos de
transporte.
Os
encaminhamentos para a implantação do Ferroanel
constituem também um fator relevante. Foram desenvolvidas
importantes articulações com o Governo Federal,
em cuja jurisdição encontra-se a malha
ferroviária nacional de carga, de forma a que sejam criadas
as condições necessárias de
segregação dos fluxos de carga e de passageiros
necessária à sua
implantação. O Ferroanel tem também o
objetivo de ampliar a capacidade operacional do Porto de São
Sebastião no litoral norte do estado, tendo em vista a
promoção da intermodalidade e a
integração das infraestruturas
porto-rodo-ferroviárias.
A
melhoria contínua na infraestrutura aeroportuária
constitui também uma ação de
importância para o desenvolvimento da economia regional. A
ampliação da infraestrutura dos 31 aeroportos,
localizados no interior do Estado e principais polos de
desenvolvimento, contribui para a promoção do
desenvolvimento econômico regional, gerando empregos,
integrando setores produtivos, diminuindo o custo logístico
de insumos e otimizando o sistema de transporte aéreo, de
modo a diminuir a utilização do modal
rodoviário na interligação do interior
às regiões metropolitanas.
Com
o objetivo de identificar as espécies da fauna silvestre
capazes de representar risco de acidentes com aeronaves nos aeroportos
gerenciados pelo Estado e prejuízos a fauna e implementar
técnicas de manejo para essas espécies, o
Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo
(DAESP) está desenvolvendo em parceria com pesquisadores de
uma universidade do estado o projeto Diagnóstico e
Monitoramento da Fauna Silvestre. Os estudos englobam programas de
observação da avifauna por censos
aéreos e o monitoramento da fauna silvestre no
sítio aeroportuário, análise do
comportamento desses animais e o desenvolvimento de uma metodologia
científica que associa a presença da avifauna a
probabilidades da ocorrência de acidentes. A atual fase do
projeto deve definir as técnicas e estabelecer os programas
adequados de manejo da fauna silvestre por meio da
elaboração do Plano de Manejo da Fauna em
Aeródromos (PMFA) para o aeroporto de Jundiaí e o
intuito é que até 2020 estes estudos sejam
replicados em outros aeroportos estaduais que possuem
espécies de fauna no entorno.
E
associado a estes diferentes meios de transportes, o governo
também atua na implantação de
Plataformas Logísticas, com a função
de centralização condominial das
operações logísticas de
múltiplas empresas de vários portes para
aproveitar economias de escala e ensejar aumento da
mecanização e automação e o
uso comum de sofisticados sistemas de informação.
Tais funções são essenciais para a
consolidação de cargas em volume que viabilize
sua transferência para os modos não
rodoviários, objetivando a busca de uma matriz de transporte
mais equilibrada no futuro. Hoje cerca de 80% da
produção é transportada pelo modo
rodoviário. A meta do Governo do Estado é mudar
esta realidade. Até 2020 o investimento previsto
é de R$ 1,4 bilhão.
Órgãos
do Governo Envolvidos: Secretaria de Estado de Logística e
Transportes.
5.7.
Transportes Metropolitanos
Até
2015, São Paulo fará um dos maiores investimentos
em mobilidade urbana sustentável de sua história.
O Plano Plurianual prevê para o período R$ 118
bilhões de investimentos – sendo R$ 85
bilhões do governo e R$ 33 bilhões de estatais e
Parcerias Público-Privadas (PPPs). Desse total, R$ 45
bilhões serão usados no transporte
metroferroviário – sendo R$ 30 bilhões
do governo e R$ 15 bilhões de PPPs.
A
modernização e expansão do transporte
público de passageiros na Região Metropolitana de
São Paulo (RMSP), onde habitam cerca de 20
milhões de pessoas, é um dos principais focos de
atuação do governo estadual. Com uma rede de
transportes moderna, e integrada e que se expande, a
população tem mais opções
de transporte, o que estimula a redução do
transporte individual e contribui para a redução
da poluição sonora e das emissões de
poluentes atmosféricos e de gases de efeito estufa.
A
Organização Mundial de Saúde (OMS)
estima que cerca de 1,3 milhões de pessoas morrem por ano no
mundo por causa da poluição
atmosférica em ambiente aberto. Só no Brasil
estimou-se o número de 23.723 mortes no ano de 2008. Assim
como nas outras regiões metropolitanas mundiais, as fontes
móveis (veículos) são as maiores
responsáveis pela poluição
atmosférica na Região Metropolitana de
São Paulo, com uma frota estimada de sete milhões
de veículos apenas na cidade de São Paulo.
As
emissões produzidas pelos veículos são
compostas por monóxido de carbono (CO), óxidos de
nitrogênio (NO), óxidos de enxofre (SOx), material
particulado, entre outros. Tais poluentes são um grave risco
a saúde humana, o CO diminui a
oxigenação no sangue, os NOx e os HC participam
na formação de um smog fotoquímico que
afeta principalmente o sistema respiratório, enquanto que os
materiais particulados finos penetram nos alvéolos
pulmonares e causam irritação nos olhos,
bronquite, asma e podem provocar até mesmo câncer.
A contaminação atmosférica provoca,
ainda, enrijecimento dos vasos sanguíneos e
débito cardíaco, provocando o desenvolvimento de
problemas cardíacos e circulatórios. A
poluição sonora provoca hipertensão e
afeta a qualidade do sono, contribuindo para o agravamento das
patologias decorrentes da contaminação
atmosférica.
Os
veículos movidos a combustíveis
fósseis também são
responsáveis pela emissão de gases de efeito
estufa, especialmente dióxido de carbono, representando mais
de dois terços das emissões de gases do efeito
estufa (GEE) na cidade de São Paulo.
Neste
contexto, verifica-se a importância do governo investir em
soluções de transporte sustentável. O
metrô e o trem metropolitano, por consumirem energia
elétrica proveniente majoritariamente de fontes
renováveis, são meios de transporte
energeticamente eficientes e de baixo impacto ambiental, sendo ideais
para o transporte em massa de passageiros em grandes centros urbanos. O
Plano de investimentos em curso pelo Governo prevê a
modernização e ampliação da
capacidade de transporte das linhas de metrô e trens
metropolitanos. O Plano inclui também a extensão
da quilometragem e a integração de rede atual com
a implantação de novas linhas e a
ampliação de linhas existentes, a
modernização dos sistemas de
sinalização e controle da
movimentação de trens para permitir a
redução dos intervalos entre trens,
aquisição de novos trens e
modernização dos existentes,
ampliação da potência
elétrica e modernização das vias
existentes, tudo isso para ampliar a capacidade de
transporte,
melhorar o conforto, a segurança, o desempenho operacional e
a eficiência energética do sistema
metroferroviário na região metropolitana de
São Paulo (RMSP).
A
RMSP possui atualmente uma malha metroferroviária de 335
quilômetros de extensão (74,2 de linhas
metroviárias, 65,2 km a cargo da Companhia do
Metrô e 9 km com operação e
manutenção sob a responsabilidade da
concessionária privada ViaQuatro, somadas a 260,7 km da
Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - CPTM).
A
meta é modernizar e ampliar as linhas de metrô
existentes, dos atuais 74,2 km para 137,7 km em 2015 e modernizar e
ampliar as linhas de trem metropolitanos existentes, dos atuais 260,7
para 298,2 km em 2015. Além dos novos trens, o
Metrô concluirá a
modernização de 98 trens até 2014.
Para 2020 as metas de rede metroferroviária são:
244,2 km de extensão da rede de metrô e 369,0 km
de rede de trens metropolitanos.
Para
o transporte sobre pneus, ou seja, o transporte por ônibus, o
Governo do Estado, além do consagrado corredor de
trólebus – veículo com
emissão zero de poluentes movido por
tração elétrica que atende a
região do ABCD, na Grande São Paulo e a
própria capital, também implanta um novo plano de
corredores de média capacidade. Serão
construídos 98 km de corredores de ônibus
metropolitanos e 11 novos terminais até 2014. Os novos
serviços prevêem a
utilização de energias mais limpas e
renováveis, que, juntamente com a
racionalização das linhas,
contribuirão para a redução dos
poluentes advindos da utilização do diesel.
Na
Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS)
será implantado o Sistema Integrado Metropolitana (SIM),
sistema estruturador do transporte operado com a tecnologia VLT
(Veículo Leve sobre Trilhos – Metrô
Leve). O projeto consiste na racionalização e
modernização do sistema de transporte, que
propiciará um maior conforto e segurança ao
usuário, redução da
poluição atmosférica e sonora,
diminuição do impacto energético e a
requalificação urbana do entorno de sua faixa
ferroviária.
Para
a Região Metropolitana de Campinas o governo estadual
continua a implantação do “Corredor
Noroeste” dando continuidade ao compromisso de proporcionar
aos 2,5 milhões de habitantes do eixo Noroeste da
Região Metropolitana de Campinas, um transporte
público digno com acessibilidade,rapidez e conforto.
Trata-se de um Corredor sobre pneus que promove a
integração das cidades de Hortolândia,
Sumaré e Campinas. São 32,7 km de
extensão para ônibus já em
operação. Após as obras, o Corredor
Noroeste apresentará extensão total de 63,3 km.
A
articulação e o fluxo de pessoas e bens entre as
regiões metropolitanas citadas e novas
aglomerações em formação
é uma necessidade estratégica para a continuidade
do desenvolvimento do Estado e do próprio país.
Para tanto a opção por meios de transportes
públicos que tornem mais racional o uso de energia e reduzam
as externalidades negativas torna-se uma opção
urgente e inadiável.
Neste
contexto se insere a escolha do Governo por
soluções ferroviárias para o
transporte coletivo de passageiros – não poluente,
confortável, seguro e de alto padrão de
desempenho e eficiência – proporcionando uma
articulação regional integrada e servindo como
uma alternativa às atuais rodovias.
Atualmente
estão em projeto três novas linhas de trens
regionais: São Paulo a Jundiaí, São
Paulo a Santos e São Paulo a Sorocaba.
Órgãos
do Governo Envolvidos: Secretaria de Transportes Metropolitanos e
Secretaria de Logística e Transportes
5.8.
Saneamento e Recursos Hídricos
A
economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e
da erradicação da pobreza deve contribuir para um
eficaz gerenciamento de recursos hídricos. O Governo tem
como principal meta nesta área a
universalização do saneamento até
2020: 100% de água, 100% coleta e 100% tratamento de esgotos
em todos os municípios do Estado, com previsão de
R$ 20,2 bilhões de investimentos, sendo R$ 17
bilhões investidos pela Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo (SABESP) e
Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e
R$ 3,2 bilhões em parcerias com os municípios,
atendendo uma população estimada em 47,2
milhões de habitantes.
O
acesso a água potável segura e limpa e a
saneamento deve ser visto como um direito humano essencial para se ter
uma vida plena. Os recursos hídricos têm
particular importância para o desenvolvimento
sustentável, incluindo a erradicação
da pobreza e da fome, a saúde pública, a
segurança alimentar, a energia hidrelétrica, a
agricultura e o desenvolvimento rural.
Para
garantir a sua meta, o Governo implantou diversos Programas, com alguns
destaques a seguir, executados pela Secretaria de Saneamento e Recursos
Hídricos, SABESP e DAEE.
O
Programa Onda Limpa Baixada Santista visa a coleta e tratamento de
esgotos, despoluição de rios, canais e
recuperação ambiental litorânea. Em sua
primeira etapa, o programa acontece de 2007 a 2012 com investimento
total de R$ 1,5 bilhão. Já o Programa Onda Limpa
Litoral Norte visa expandir a rede de coleta de esgotos e a capacidade
de tratamento do esgoto coletado no litoral norte do Estado de
São Paulo, beneficiando 600 mil pessoas, com meta de
universalização do atendimento até
2016. O Água no Litoral tem como objetivo expandir a
capacidade de produção, garantindo a
disponibilidade de água tratada nos municípios da
Baixada Santista, beneficiando aproximadamente quatro
milhões de pessoas.
O
Projeto Tietê visa a melhoria da qualidade da água
da bacia do Rio Tietê na Região Metropolitana de
São Paulo, por meio da ampliação da
infraestrutura de coleta e tratamento de esgoto. O projeto teve
início em 1992, um importante avanço desde a
Rio-92, e envolveu investimentos de aproximadamente US$ 1,6
bilhão em suas etapas I e II, concluídas em 2008.
As duas primeiras etapas do programa elevaram a coleta dos esgotos
produzidos na RMSP de 70% para 84%, e o tratamento dos esgotos
coletados de 24% para 70%. A terceira etapa do Projeto Tietê,
iniciada em 2009, visa ampliar o índice de coleta de esgotos
na RMSP para 87% e o de tratamento do total coletado para 84%, com
investimentos estimados em aproximadamente US$ 1,1 bilhão.
Esta fase, que será concluída em 2015,
beneficiará diretamente cerca de 1,5 milhão de
pessoas com coleta de esgoto e 3,0 milhões com tratamento de
esgotos. O Projeto Tietê é o maior programa de
saneamento ambiental do mundo.
O
Programa Metropolitano de Água tem como objetivo expandir a
capacidade de produção, garantindo a
disponibilidade de água tratada nos municípios da
RMSP. No total, o programa prevê investimentos de R$ 2,7
bilhões ao longo de oito anos e beneficiará 18,9
milhões de pessoas.
Também
na RMSP, o Programa Córrego Limpo tem como meta a
despoluição e limpeza dos córregos
urbanos, contemplando a melhoria do sistema de esgotamento
sanitário, a eliminação de
lançamentos de esgotos nos córregos e nas
galerias de águas pluviais. O Programa teve
início em 2007 e já despoluiu 96
córregos, beneficiando 1,7 milhão de pessoas, com
investimento total de R$ 136,0 milhões.
A
redução das perdas do sistema de abastecimento
também é uma prioridade: o Programa Corporativo
de Redução de Perdas de Água, que teve
início em 2009, quando o índice de perdas de
água estava em torno 27,9%, tem por objetivo a
redução desse índice para 13%
até 2019. A previsão de investimento para os 11
anos de duração do programa é de R$
4,3 bilhões.
O
Governo apoiou o Plano de Implementação de
Joanesburgo (Johannesburg Plan of Implementation, JPOI, em
inglês) com relação ao desenvolvimento
e à implementação de gerenciamento
integrado de recursos hídricos e planos de
eficiência hídrica. O Governo reconhece a
necessidade de estabelecer metas para a melhoria progressiva da
qualidade dos recursos hídricos, reduzindo a
poluição da água por fontes
domésticas industriais e agrícolas e a
promoção da eficiência
hídrica, reuso de águas de tratamento de esgotos
como um recurso, em particular para a expansão de
áreas urbanas.
Uma
ação inovadora do Governo decorre do Programa
Água é Vida, que visa o atendimento de
comunidades isoladas, nas quais os sistemas existentes de saneamento
não chegam, geralmente em áreas rurais, longe dos
centros urbanos. Na primeira etapa, o programa Água
é Vida será implantado em 81 comunidades de 30
municípios das regiões do Alto Paranapanema e do
Vale do Ribeira. O objetivo é prover, até 2015,
abastecimento de água e coleta de esgoto a 400 mil
domicílios em comunidades isoladas de baixa renda.
O
Programa Água Limpa objetiva a
universalização em 220 pequenos
municípios paulistas não operados pela SABESP com
investimentos de R$ 582 milhões até 2015,
beneficiando com coleta e tratamento de esgotos 3,5 milhões
de habitantes.
Destaque
também para o Programa Se Liga na Rede, que visa custear as
obras dentro dos imóveis para que famílias de
baixa renda se conectem a rede de esgoto. Serão 192 mil
novas conexões, com resultados diretos para cerca de 800 mil
pessoas.
Órgãos
do Governo Envolvidos: Secretaria de Saneamento e Recursos
Hídricos, Companhia de Saneamento Básico do
Estado de São Paulo (SABESP) e Departamento de
Águas e Energia Elétrica (DAEE).
5.9.
Agricultura sustentável
Na
visão do Governo, o fomento ao desenvolvimento de uma
agricultura sustentável, no âmbito da economia
verde, corresponde a uma soma de esforços empreendidos em
âmbito público e privado. Neste sentido, a
contribuição do Estado está baseada na
promoção do desenvolvimento humano equilibrado de
agricultores e trabalhadores rurais, na indução
do desenvolvimento econômico do campo promovendo boas
práticas, uso racional e conservação
dos recursos naturais, e no auxílio à
integração regional. Para tanto, é
preciso criar políticas agrícola, ambiental e
social adequadas ao perfil da agricultura paulista.
Com
tamanho médio das propriedades rurais de 63 hectares, o
Estado de São Paulo é o maior produtor mundial de
cana-deaçúcar e suco de laranja, e o maior
produtor brasileiro de etanol, açúcar, frutas de
mesa, hortaliças, flores, borracha natural, amendoim e ovos.
Os produtos mais representativos na composição do
Valor da Produção Agropecuária e
Florestal são derivados de
cana-de-açúcar, proteína animal,
frutas e produtos florestais, que juntos representam 71,3%. A
agropecuária diversificada favorece à
geração e distribuição de
renda, manutenção dos produtores rurais no campo
e agregação de valor, em especial no setor de
hortifruti, capaz de gerar em média três empregos
diretos e dois indiretos a cada US$ 10.000 investidos.
A
agricultura paulista tem perfil agroindustrial-exportadora numa
realidade brasileira primário-exportadora. No ano de 2011,
as exportações estaduais de produtos
agropecuários básicos totalizaram US$ 4,39
bilhões, ante US$ 14,33 bilhões de produtos
processados do agronegócio. Estas características
refletem a multifuncionalidade da agricultura de São Paulo e
sua contribuição para a segurança
alimentar e energética.
Dentre
as demais práticas a serem incentivadas pelo governo
estão: ampliação da oferta de
crédito para pequenos e médios produtores rurais
e pescadores artesanais (a meta é ter 19.200 produtores
atendidos até 2015); incentivo às culturas
bioenergéticas; fomento à melhoria da
organização privada por meio do associativismo,
cooperativismo e sindicalismo (a meta é atender 3.400
entidades até 2015); promoção de
práticas para aumento de renda por meio da
criação de agroindústrias e de
plataforma digital para comercialização direta;
promoção do risco sanitário zero no
Estado; apoio ao registro de insumos agrícolas que
contribuam para preservação ambiental;
assistência técnica ao produtor rural e
financiamento de pesquisa e desenvolvimento da cadeia
agropecuária, somando as operações de
produção e distribuição de
insumos à produção
agrícola, armazenamento, processamento e
comercialização dos produtos
agropecuários e itens produzidos a partir deles.
Uma
agricultura sustentável, geradora de emprego e renda,
depende fundamentalmente da rentabilidade, que por sua vez
está relacionada à eficiência de
planejamento e gestão, adoção de
tecnologia, crédito e seguro rural. Neste sentido
estão previstas ações para promover a
execução do Zoneamento Agroambiental das
principais culturas do Estado, oferecendo subsídios
técnicos às políticas
públicas. Visando dispor de
informações meteorológicas para,
principalmente, verificar a aptidão local para as diferentes
culturas, as unidades de Estações
Meteorológicas Automatizadas estão sendo
ampliadas e até 2015 estarão implantadas em um
terço do território do Estado.
As
políticas públicas para o desenvolvimento
sustentável estão baseadas nas boas
práticas agrícolas visando a adaptabilidade dos
sistemas produtivos às mudanças do clima, via
aumento da produtividade e, por conseguinte da oferta de alimentos,
fibras e bioenergia. Na área da pesquisa
agropecuária, a orientação dos
principais programas do Governo do Estado é para o
desenvolvimento de tecnologias e capacitação para
uso mais eficiente da água, inclusive de
irrigação, com ênfase nos setores de
fruticultura e horticultura. Além disto, priorizar o
desenvolvimento de tecnologias para otimização do
uso de insumos agrícolas, incorporando a nanotecnologia nos
processos, melhoramento genético de plantas, visando maior
eficiência na absorção de nutrientes e
água, e resistência às pragas e
doenças. Estas contribuições da
pesquisa levarão maior produtividade e segurança
alimentar do campo para as cidades.
A
pesquisa também é uma das principais ferramentas
para atenuar os efeitos negativos das mudanças do clima na
produção agrícola, uma vez que promove
a adaptabilidade das espécies animais e vegetais de
interesse econômico aos diferentes ambientes de
produção. Portanto, o Governo reconhece a
importância de manter e ampliar o apoio ao seu
desenvolvimento. Além disto, as atividades
agropecuárias desenvolvidas no Estado têm alto
potencial para mitigar as emissões de gases de efeito
estufa, representando um importante sumidouro para o cumprimento das
metas da Política Estadual de Mudanças
Climáticas. Neste contexto, está prevista a
ampliação de práticas que reduzam as
emissões de GEE e promovam a adaptação
da agricultura, baseadas em ações induzidas por
meio de desenvolvimento e transferência de tecnologia e
crédito rural.
O
Estado de São Paulo instituiu de forma pioneira em 1988 a
Lei Estadual nº 6.171, que dispõe do uso,
conservação e preservação
do solo e água, induzindo boas práticas no meio
rural. Neste contexto, o governo reconhece a importância da
indução da reforma de áreas degradadas
propiciando ganhos de produtividade, geração de
renda e mitigação de gases de efeito estufa
à medida que incrementa a entrada de biomassa no sistema e,
por conseguinte, o acúmulo de carbono no solo, como nos
demais sistemas agrícolas. Assim, o principal destaque
é o desenvolvimento de um programa de
recuperação de pastagens degradadas. As
áreas de pastagem em São Paulo somam 7,8
milhões de hectares (40% das terras
agricultáveis). Destes, estima-se que 4,6 milhões
de hectares estão em estágios iniciais de
degradação e 1,5 milhão de hectares
apresentem estágio avançado. A meta é
a recuperação de pelo menos 20% de
área degradada de pastagem até 2020.
Ainda
com relação à
mitigação da emissão de gases de
efeito de estufa, o Estado reconhece a importância do apoio
à produção canavieira, promovendo a
oferta de etanol e bioeletricidade. Estima-se que desde 1975, o uso de
etanol no Brasil, em substituição à
gasolina, permitiu uma redução de
emissões de 600 milhões de toneladas de CO2, o
equivalente ao plantio de 2 bilhões de árvores.
A
Secretaria de Agricultura e Abastecimento também
promoverá ações de
ampliação da área de plantio direto;
áreas com sistemas agroflorestais (SAF’s);
introdução de sistemas de
integração lavoura-pecuária e
lavoura-pecuária-floresta; incentivo à
ampliação de florestas plantadas;
orientação para o uso eficiente de fertilizantes;
incentivo à adubação verde e
produção orgânica. Além
disto, estão previstos programas de Pagamento por
Serviços Ambientais (PSA), em parceria com a Secretaria do
Meio Ambiente.
São
necessárias também políticas voltadas
para a melhoria e manutenção da infraestrutura. O
Estado de São Paulo possui 210 mil km de estradas rurais,
fundamentais para o escoamento da produção rural
e abastecimento urbano, acesso da população rural
às cidades e para a conservação de
solo e água. Sendo assim, elas representam elementos
essenciais para o desenvolvimento de uma agricultura
sustentável e, neste sentido, o Governo trabalha para manter
condições adequadas de trafegabilidade das
estradas rurais, além da readequação
das plataformas para a implantação de sistema de
drenagem superficial eficiente e a dotação de
estruturas que evitem a ocorrência de processos erosivos,
favorecendo a infiltração das águas
pluviais e a recarga do lençol freático.
Órgãos
do Governo Envolvidos: Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
5.10.
Adaptação às Mudanças
Climáticas
As
mudanças climáticas têm sido alvo de
diversas discussões e pesquisas científicas. Os
climatologistas verificaram que, nas últimas
décadas, ocorreu um significativo aumento da temperatura
mundial, fenômeno conhecido como aquecimento global. Este
fenômeno, gerado pelo aumento da
poluição do ar, tem provocado o derretimento de
gelo das calotas polares, o aumento no nível de
água dos oceanos e o processo de
desertificação.
O
Estado de São Paulo possui diversas vulnerabilidades
climáticas, como, por exemplo, deslizamentos em
áreas de encostas, inundações, secas
prolongadas, ilhas de calor e avanço do mar sobre
áreas costeiras.
A
adaptação climática possui diversas
vertentes, dentre as quais é possível citar a
minimização dos impactos dos desastres e a
resposta rápida no socorro, assistência
humanitária e recuperação de
áreas afetadas. O aperfeiçoamento no planejamento
das ações preventivas e emergenciais se
dá de diversas formas: capacitação de
pessoal, melhoria de sistemas de informação e
resposta e conscientização.
Em
2011 foi instituído o Programa Estadual de
Prevenção de Desastres Naturais e de
Redução de Riscos Geológicos (PDN),
pelo Decreto nº 57.512, com objetivos de: (1) promover o
diagnóstico atualizado dos perigos e de riscos de
escorregamentos, inundações, erosão e
colapso de solo; (2) desenvolver estratégias de planejamento
de uso e ocupação do solo, ordenamento
territorial e planejamento ambiental; (3) integrar e estimular
estratégias para o monitoramento e
fiscalização em áreas de risco e em
áreas sujeitas a perigos geológicos; (4)
sistematizar ações institucionais e procedimentos
operacionais para redução,
mitigação e erradicação do
risco; (5) promover a capacitação e o treinamento
de equipes municipais e demais agentes com responsabilidades no
gerenciamento de risco, bem como a disseminação
da informação e do conhecimento acerca das
situações de risco à
população.
É
objetivo do governo também implantar o Programa Educacional
Defesa Civil nas escolas, com distribuição de
200.000 cartilhas para desenvolvimento do programa durante o ano.
É uma ação focada em
capacitação,
conscientização e
preparação de comunidades vulneráveis.
Será também posto em prática o Sistema
Integrado de Defesa Civil (SIDEC), que possibilita o gerenciamento de
todas as informações do sistema estadual de
defesa civil, incluindo dados de áreas de riscos dos
municípios. O objetivo é garantir a
otimização dos recursos humanos e materiais e a
agilidade no monitoramento e emissão de alertas. Visando
aprimorar a governança, será criado um
Comitê para Estudos das Ameaças Naturais e
Tecnológicas do Estado de São Paulo, tendo em
vista o aperfeiçoamento no planejamento das
ações preventivas e emergências.
O
Governo atualmente executa elevados investimentos em
ações para minimizar riscos de enchentes, com
destaque para o Parque Várzeas do Tietê, com
objetivo de reduzir áreas urbanizadas na várzea
do Rio Tietê (cerca de 9000 famílias
serão atendidas com solução
habitacional em áreas próximas),
recuperação da capacidade de
contenção de cheias destas várzeas, da
Penha até Salesópolis, por meio da
recuperação e proteção
ambiental. O investimento total será de R$ 1,7
bilhão até 2020, em 75 km de extensão
e 107 km² de área, formando o maior parque linear
do mundo. Serão, ao todo, 33 núcleos de lazer,
cultura e esporte, 230 km de Via Parque/ciclovia, 77 campos de futebol,
129 quadras poliesportivas, 7 polos de turismo, beneficiando
diretamente 2 milhões de habitantes unindo
inclusão social à sustentabilidade.
Nesta
estratégia integrada, o papel dos municípios
é também fundamental. Em 2011, no
âmbito da 17ª Conferência das Partes da
Convenção do Clima, realizada em Durban,
África do Sul, a rede Governos Locais para a
Sustentabilidade (ICLEI), que conta com a
participação de São Paulo, promoveu
encontro intitulado “The Durban Local Government Convention:
Adapting to a Changing Climate – Towards COP17/CMP7 and
Beyond” (ou Convenção de Durban de
Governos Locais: Adaptando-se a um Clima em
Transformação). As cidades interessadas em trocar
informações, capacitar-se e obter apoio em
Adaptação assinaram um termo lançado
na Conferência do ICLEI chamado Carta de Padrões
de Adaptação (Adaptation Charter), com
recomendações de ações
locais que demonstram níveis de compromisso que justifiquem
o acesso a fundos.
Um
dos principais pontos da Conferência do ICLEI em Durban
é o fato de que enquanto as políticas de
mitigação de emissões são
estabelecidas principalmente em níveis nacionais (de cima
para baixo ou top-down), a questão de
adaptação é uma
preocupação das cidades e comunidades locais, que
sofrem os maiores impactos, e em São Paulo, contam com apoio
do governo estadual. Desta forma, é de grande
importância a adesão dosmunicípios
paulistas, com a assinatura da Carta do ICLEI.
Órgãos
do Governo envolvidos: Secretaria de Meio Ambiente, Secretaria de
Saneamento e Recursos Hídricos e Casa Militar (Coordenadoria
de Defesa Civil).
5.11.
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)
No
Estado de São Paulo concentram-se boa parte dos
esforços de Pesquisa e Desenvolvimento do país,
em temas relacionados ao desenvolvimento sustentável. A
FAPESP criou e financia três amplos programas de pesquisa,
que se alinham aos temas principais da Conferência e a
Economia Verde: Bioenergia (BIOEN), Biodiversidade (BIOTA) e
Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG).
Os
objetivos esperados com as pesquisas e desenvolvimento são:
• Criar
conhecimento para tornar a produção de bioenergia
em São Paulo mais produtiva e mais sustentável;
• Apoiar
o desenvolvimento de tecnologias industriais para processamento de
biomassa para conversão em energia;
• Aumentar
a competitividade das empresas produtoras de equipamentos para
produção de energia de fonte renovável
(solar, biomassa, eólica);
• Atuar
em cooperação internacional com países
da América Latina e África para o desenvolvimento
da bioenergia sustentável;
• Criar
conhecimento sobre a biodiversidade paulista e aplicá-lo
para sua conservação;
• Criar
e disseminar conhecimento sobre as Mudanças
Climáticas Globais, especialmente no que afetam o Estado de
São Paulo quanto a impactos, vulnerabilidades,
adaptação e respostas, com objetivo de criar
mecanismos de mitigação e
redução de emissões;
• Fomentar
a criação de ambientes de
inovação, tais como parques
tecnológicos; incubadoras de empresas; arranjos
tecnológicos e centros de pesquisa, desenvolvimento e
inovação, que estimulem o desenvolvimento de
negócios e empresas em tecnologias limpas e sustentabilidade
sócioambiental.
• Por
meio da articulação de ambientes de
inovação e em cooperação
com prefeituras e entidades regionais, fomentar a
realização de pesquisas e estudos para
requalificação de áreas degradadas e
deprimidas em regiões urbanas;
• Atuar
em rede de cooperação internacional com
países e regiões com o intuito de estimular a
articulação de clean tech clusters de empresas e
organizações;
• Estimular
a criação e manutenção de
grupos de pesquisa em temas relacionados à
inovação em mobilidade urbana, com
sustentabilidade ambiental.
Como
parte do Programa BIOEN, o Governo do Estado, a Universidade de
São Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP), a Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho (UNESP) e a FAPESP estão em processo de
implantação de um Centro Paulista de Pesquisa em
Bioenergia com sede em campi das três universidades.
Nesta
mesma linha de atuação, o Instituto de Pesquisas
Tecnológicas (IPT) está liderando um projeto de
desenvolvimento tecnológico de uma planta de
gaseificação de biomassa, em parceria com
empresas como a Petrobras, Oxiteno (Ultrapar), Raizen e VSE.
A
FAPESP financiou, ainda, conjuntamente com a USP, a
aquisição do navio oceanográfico Alpha
Crucis (64 m, 972 toneladas, autonomia de 70 dias no mar) que, sob a
gestão do Instituto Oceanográfico da USP,
será o único navio do tipo exclusivamente
dedicado à pesquisa do país.
O
Programa BIOEN reúne mais de 300 cientistas, sendo 50 de
outros países, e estudantes de
pós-graduação com pesquisas em
biomassa, processos, química verde, motores e
sustentabilidade. O programa já recebeu financiamento de R$
73 milhões da FAPESP e R$ 55 milhões do Governo
do Estado, além de R$ 5 milhões de empresas
associadas ao programa como Oxiteno, Dedini, Braskem e ETH.
Iniciou-se
em março de 2012 um amplo acordo FAPESP-Boeing-Embraer com o
objetivo de identificar barreiras e oportunidades para o uso de
biocombustíveis em aviação. Os
resultados deste trabalho orientarão a
criação de um Centro de Pesquisa,
Inovação e Difusão (CEPID) a ser
co-financiado pela FAPESP e pela Boeing.
O
acordo FAPESP-BP Biocombustíveis, firmado em 2012,
prevê a seleção por edital e a
implantação de um CEPID em Biomassa e
Sustentabilidade em Bioenergia, com financiamento de R$ 50
milhões da FAPESP e R$ 50 milhões da BP
Biocombustíveis. Ainda em 2012, o BIOEN passará a
incluir o subprograma LACAFBIOEN que estudará o potencial
para produção sustentável de
biocombustíveis nas regiões da América
Latina, Caribe e África. O LACAF-BIOEN inclui
colaboração de pesquisadores da África
e da Europa.
O
Programa BIOTA, criado em 1999 com foco em pesquisas sobre
biodiversidade, em 2010 passou a incluir pesquisas sobre biodiversidade
marinha. O programa reúne mais de 300 cientistas e centenas
de estudantes de pós-graduação em
universidades no Estado de São Paulo, e além de
originar centenas de publicações
científicas de destaque, tem gerado conhecimento
técnico a ser usado pelo Governo Estadual. Como é
o caso do mapa de zoneamento agroambiental para
cana-deaçúcar 5.
A
Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais (PPMCG)
reúne quase 100 cientistas e uma centena de estudantes em
torno de temas como modelos climáticos globais, impactos,
mitigação e vulnerabilidades. Para apoiar o
programa foi adquirido, com financiamento da FAPESP, um
supercomputador, instalado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE), como instrumento para o desenvolvimento de modelos
climáticos globais que enfatizem as
características regionais do Brasil e de São
Paulo.
O
governo do Estado de São Paulo criou também o
Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec), que
dá apoio e suporte aos parques tecnológicos, com
o objetivo de atrair investimentos e gerar novas empresas intensivas em
conhecimento ou de base tecnológica, que promovam o
desenvolvimento econômico do Estado, com sustentabilidade
socioambiental. Os parques tecnológicos são
empreendimentos para a promoção de
ciência, tecnologia e inovação.
São espaços que oferecem oportunidade para as
empresas do Estado transformarem pesquisa em produto, aproximando os
centros de conhecimento (universidades, centros de pesquisas e escolas)
do setor produtivo (empresas em geral). Esses ambientes
propícios para o desenvolvimento de Empresas de Base
Tecnológica (EBTs) e para a difusão da
Ciência, Tecnologia e Inovação
transformam-se em locais que estimulam a sinergia de
experiências entre as empresas, tornando-as mais
competitivas. Em todo o Estado de São Paulo, existem 30
iniciativas para implantação desses
empreendimentos, sendo que o Parque Tecnológico de
São José dos Campos foi o primeiro a receber o
status definitivo no sistema, enquanto outras 18 iniciativas
estão com credenciamento provisório:
Araçatuba, Barretos, Botucatu, três iniciativas em
Campinas, Ilha Solteira, Mackenzie-Tamboré, Piracicaba,
Ribeirão Preto, Santo André, Santos, duas
iniciativas em São Carlos, São José do
Rio Preto, São Paulo (duas iniciativas: Jaguaré e
Zona Leste) e Sorocaba.
Órgãos
do Governo envolvidos: Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Econômico, Ciência e Tecnologia e FAPESP.
_______________________
5 C. Joly et al.,
“Biodiversity Conservation Research, Training, and Policy in
São Paulo”, Science, 328, p. 1358 (2010).
5.12.
Compras Públicas Sustentáveis
Estima-se
que setor público seja o consumidor de algo como 10% do PIB
nacional. O Estado de São Paulo adquiriu, em 2010, pelo
menos R$ 25 bilhões em bens e serviços do mercado
fornecedor. Mobilizar o poder de compra do poder público
para promover mudanças no atual padrão de
produção e consumo é uma das
estratégias mais importantes da Economia Verde e do
desenvolvimento
sustentável.
O
marco legal que deu condições para a efetiva
articulação de diretrizes e
ações para a realização de
compras públicas sustentáveis foi o Decreto
Estadual nº 50.170, de novembro de 2005, que institui o Selo
Socioambiental e estabelece critérios a serem observados nas
descrições de itens de materiais,
especificações e memoriais descritivos constantes
dos catálogos de materiais e serviços, dos
serviços terceirizados e nas obras. Por
intermédio desta legislação, as
diversas unidades compradoras do Estado foram estimuladas a indicar o
objeto a ser contratado, definindo-o de forma clara e objetiva, com as
características necessárias ao atendimento do
interesse público, incluindo aspectos como a
preservação do meio ambiente e a responsabilidade
social. Cerca de 3% das licitações realizadas em
2008 e 2009 levaram em consideração aspectos de
sustentabilidade.
O
Programa Estadual de Contratações
Públicas Sustentáveis, criado em 2008, tem o
objetivo de fomentar o uso de critérios socioambientais nas
licitações em todos os
órgãos e entidades da
Administração de forma a estimular, pela ponta do
consumo, a oferta de produtos viáveis do ponto de vista
econômico, socialmente justos e de menor impacto ambiental.
Neste sentido, a estratégia de atuação
privilegia dois pilares: a intensiva utilização
da tecnologia da informação e
comunicação, além da
definição de um ambiente institucional que
favoreça a mudança comportamental.
O
objetivo do governo é aperfeiçoar a atual
política de compras governamentais reforçando a
necessidade de aumentar a participação de
licitações sustentáveis no total das
aquisições estatais, incluindo todas as
contratações de materiais, serviços
gerais e engenharia das obras. Até 2020, 20% de todas as
contratações públicas realizadas pelo
Governo do Estado de São Paulo estarão em
conformidade com as referências socioambientais.
Para
a fixação de métrica, o Governo de
São Paulo desenvolverá metodologia para
quantificar e monitorar a qualidade das compras governamentais, tais
operações serão realizadas por sistema
informatizado, em fase inicial de projeto.
Esta
atuação deverá ser coordenada com os
diversos setores industriais, de modo que a inclusão de
critérios de sustentabilidade nas compras
públicas não iniba a concorrência e, ao
mesmo tempo, permita que ao longo do ciclo de vida dos produtos haja
redução do impacto ambiental.
Órgãos
do Governo envolvidos: Secretaria de Estado de Gestão
Pública.
5.13.
Gestão Metropolitana
A
organização regional do Estado de São
Paulo tem por objetivo promover o planejamento regional para o
desenvolvimento socioeconômico e melhoria da qualidade de
vida, com a utilização racional do
território, dos recursos naturais, culturais e a
proteção do meio ambiente, mediante o controle da
implantação dos empreendimentos
públicos e privados na região, a
integração do planejamento e da
execução de funções
públicas de interesse comum, aos entes públicos
atuantes na região, e a redução das
desigualdades sociais e regionais.
Em
30 de março de 2011, por meio do Decreto nº 56.887,
foi estabelecido o Sistema Estadual de Desenvolvimento Metropolitano e
com ele criada a Câmara de Desenvolvimento Metropolitano,
cujos projetos e ações destinam-se a implementar
a regionalização no Estado, a partir de um
sistema de gestão compartilhada.
O
programa de institucionalização de unidades
regionais, tem se efetivado por meio da criação
de quatro regiões metropolitanas (Baixada Santista,
Campinas, São Paulo e Vale do Paraíba e Litoral
Norte) e duas Aglomerações Urbanas
(Jundiaí e Piracicaba) além dos estudos que
estão sendo efetivados objetivando à
instituição das
Aglomerações Urbanas de Sorocaba e das
Microrregiões da Bragantina e de São Roque.
Esse
processo constitucional de organização
territorial (Constituição Estadual, arts.152 a
158) está sendo conduzido pela Secretaria de Desenvolvimento
Metropolitano no âmbito da Macrometrópole
Paulista, território de 49.922,70 km2, que concentra 30,5
(30.517.375) milhões de habitantes, em seus 173
municípios, o que corresponde a 74% da
população estadual e 16% do total do
país.
Compostas
por Conselhos de Desenvolvimento, Conselhos Consultivos,
Câmaras Temáticas e Agências
Metropolitanas, as unidades regionais concretizam o sistema de
gestão compartilhada para o desenvolvimento metropolitano,
por intermédio das funções
públicas consideradas de interesse comum ao Estado e aos
Municípios integrantes dessa regiões. Dentre tais
funções, verificam-se o meio ambiente, o
saneamento ambiental e o desenvolvimento econômico.
A
fim de dar suporte financeiro ao planejamento integrado e às
ações conjuntas dele decorrentes,
estão sendo criados os Fundos de Desenvolvimento
Metropolitano (um para cada região metropolitana) e um Fundo
específico para as Aglomerações
Urbanas e Microrregiões. Por sua vez, o Fundo Metropolitano
de Financiamento e Investimentos (FUMEFI), está sendo
reorganizado, objetivando promover a redução das
disparidades socioeconômicas e o enfrentamento das
questões ambientais. O FUMEFI, nesse sentido,
será importante instrumento para a gestão
ambiental nas regiões metropolitanas do
território da Macrometrópole.
Órgãos
do Governo envolvidos: Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano.
5.14.
Melhoria da Qualidade de Vida
Neste
subcapítulo são reunidas todas as
ações do Governo do Estado de São
Paulo com impacto direto nas condições de vida da
população, tendo como base de
sustentação alguns dos temas fundamentais da
Agenda 21, sobretudo aqueles que integram as dimensões
sociais e econômicas. São programas e
ações das áreas de desenvolvimento
social, saúde, educação,
habitação, pessoas com deficiência e
agricultura de interesse social.
Os
avanços nestas dimensões são
incontestáveis. Os níveis de pobreza e
indigência sofreram queda de maneira contínua, o
acesso ao Ensino Fundamental foi universalizado e o acesso ao Ensino
Médio já alcança os 70%. No campo da
saúde, o Estado de São Paulo vem apresentando
melhora nos indicadores de mortalidade infantil e na infância
e taxa de mortalidade por HIV/Aids, tuberculose e câncer de
colo de útero.
Contudo,
o desafio ainda é grande. De acordo com os dados
censitários de 2010, mais de 2% da
população do estado está em
condição de extrema pobreza
(indivíduos com renda per capita familiar de até
R$70/mês)6, ou seja, 1.084.402 pessoas não possuem
condições mínimas de
sobrevivência. Ademais, 2,7 milhões de pessoas
vivem em habitações irregulares.
Na
área educacional, os desafios são da mesma ordem
de grandeza. Superado o desafio da
universalização do Ensino Fundamental na
década de 1990, é fundamental universalizar o
Ensino Médio e melhorar a qualidade do sistema. O
Índice de Desenvolvimento da Educação
do Estado de São Paulo (IDESP), de 2011, mostra que o
estado, embora esteja avançando, tem um caminho a percorrer
do ponto de vista da qualidade. No 5º ano (final do primeiro
ciclo do Ensino Fundamental) o Estado obteve nota: 4,24, no 9º
ano (final do segundo ciclo do Ensino Fundamental) a nota foi: 2,57, e
no 3º ano do Ensino Médio o resultado foi de 1,787.
Para
superar estes desafios, em 2011, o Governo do Estado lançou
um conjunto de programas com foco direto na qualidade de vida dos
cidadãos. O primeiro deles é o São
Paulo Solidário, política integrada,
intersetorial e com foco no território, que tem como
objetivo a erradicação da extrema pobreza
até 2014 e é estruturado em três eixos:
Busca Ativa das Famílias ou Retrato Social, Agenda da
Família e Transferência de Renda.
A
Transferência de Renda integra de forma exitosa o leque de
ações de seguridade social no Brasil, desde as
últimas décadas. No entanto, a
insuficiência monetária não explica por
si só a pobreza. Tendo isto em vista, um dos eixos
estruturantes do programa é a Busca Ativa, uma
estratégia inovadora que visa diagnosticar as
vulnerabilidades sociais das famílias, por meio de visitas
domiciliares. Por meio da figura do “visitador
social” o governo entra, de fato, na casa das pessoas e
conhece de perto suas reais dificuldades. As visitas são
orientadas pelo Índice de Pobreza Multidimensional,
desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento (PNUD), que considera variáveis de
educação (anos de estudo e matrícula
das crianças), saúde (mortalidade infantil e
nutrição) e padrão de vida
(eletricidade, estrutura sanitária, acesso à
água, piso, combustível utilizado para cozinhar e
bens domésticos).
As
informações obtidas pela Busca Ativa
dão subsídios para a
construção do Mapa de
Privação Social, que é uma fotografia
_______________________
6 Nova linha adotada pelo
país e instituída pelo Decreto nº
7.492/2011.
7 As notas variam de 0 (zero) a
10 (dez).
das
vulnerabilidades de cada família. Este mapa passa a guiar a
ação estatal e o foco de
atuação do governo.
Outro
diferencial do São Paulo Solidário é a
Agenda da Família. Com o Retrato Social em mãos,
o Estado possui elementos para pactuar uma agenda de compromissos com
as famílias. Se por um lado o estado aumenta a oferta de
equipamentos e serviços, por outro, as famílias
assumem responsabilidades (retorno das crianças e
adolescentes à escola, qualificação
profissional, comparecimento em atividades socioeducativas dentre
outras) com a transformação de suas
próprias vidas. É uma mudança de
paradigma, o estado deixa de enxergar os indivíduos como
cidadãos-beneficiários e passa a
entendê-los como cidadãos agentes de seu
próprio desenvolvimento.
Na
área educacional, por meio do Programa
Educação – Compromisso de
São Paulo, o governo do Estado tem como metas: promover um
salto de qualidade na Educação Básica
- Ensino Fundamental e Médio - colocando a Rede Estadual
entre os 25 melhores sistemas educacionais do mundo até 2030
(com base no ranking do PISA, sigla em inglês para Programa
Internacional de Avaliação de Alunos8) e tornar a carreira do
professor uma das mais procuradas entre os jovens.
O
Programa é composto por um conjunto de
ações que envolvem
valorização do funcionalismo (Política
Salarial, Plano de Carreira, Ampliação do Quadro
de Servidores), reestruturação da Secretaria da
Educação, aumento da atratividade do Ensino
Médio e diminuição da
evasão escolar (Ensino Médio Técnico,
Ensino Médio de Tempo Integral) e melhoria da qualidade do
ensino (Escolas Prioritárias).
É
importante ressaltar que tanto o Ensino Médio de Tempo
Integral, quanto as Escolas Prioritárias são
ações inovadoras. A primeira delas caracteriza-se
por um novo modelo de escola em tempo integral, no qual há
integração das disciplinas;
orientação de estudos; disciplinas eletivas, de
acordo com os interesses dos alunos; professores contratados com regime
de dedicação exclusiva e
elaboração de um projeto de vida. A
ação está sendo implantada como
“piloto” em 16 escolas estaduais e a expectativa
é que, até 2014, 300 escolas funcionem sob estes
princípios.
No
que se refere às Escolas Prioritárias, o Estado
de São Paulo prevê a
intervenção e monitoramento permanentes nas
_______________________
8 O Brasil ocupa hoje a
55ª posição.
1.206
unidades de ensino que tiveram pior desempenho no Sistema de
Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de
São Paulo (SARESP). Estas escolas receberão
atenção especial nas áreas de
infraestrutura, por meio de reformas, melhorias e compras de
equipamentos, e aprendizagem, através da
formação continuada de professores,
desenvolvimento de projetos especiais de
recuperação de aprendizado, entre outras
ações.
A
Secretaria de Educação também tem
adotado medidas focadas diretamente no desenvolvimento
sustentável. A partir de 2012 as novas escolas estaduais
construídas pela Fundação para o
Desenvolvimento da Educação atenderão
aos critérios de construção civil
sustentável. O principal benefício da
certificação sustentável é
comprovar que as escolas não agridem o meio ambiente,
durante as obras e na operação do
edifício, economizando água, energia e gerando
poucos resíduos. As escolas certificadas têm
níveis de conforto ambiental e
soluções arquitetônicas, como a
iluminação e ventilação
naturais e são projetadas com foco na saúde dos
alunos, funcionários e professores. Além disso, a
construção destas escolas tem um fator
pedagógico importante, contribuindo para a
conscientização dos alunos e da comunidade local
e reforçando o comprometimento da escola com a
educação ambiental.
Em
2012, o Governo do Estado de São Paulo inaugurou a primeira
escola do país (E.E. Ilha da Juventude, localizada na
capital paulista), construída integralmente com recursos
públicos, a receber Certificação de
Alta Qualidade Ambiental (AQUA). A certificação
AQUA é o primeiro referencial brasileiro para
construções sustentáveis. Foi
desenvolvida, com base no selo francês HQE, pela
Fundação Vanzolini,
instituição vinculada a Faculdade de Engenharia
da POLI - USP.
Para
enfrentar a questão habitacional o governo conta com a
empresa pública estadual de habitação
(CDHU), responsável pela construção de
unidades habitacionais de interesse social em parceria com os
municípios, seguindo padrões de projeto de
desenho universal, acessibilidade e materiais de melhor desempenho. A
meta, até 2015, é de construir 72,1 mil unidades.
Inclui também a urbanização de favelas
e requalificação de cortiços, com
atendimento principalmente na egião Metropolitana de
São Paulo, com meta de 59 mil famílias atendidas.
Para
ampliar a capacidade de atendimento habitacional, o Governo do estado
de São Paulo criou em 2011 a Agência Paulista de
Habitação Social – Casa Paulista,
objetivando mobilizar os três níveis de governo
(federal, estadual e municipal) para a produção
de moradias de interesse social. Em parceria com o Governo
Federal serão viabilizadas, no Estado, 97 mil novas casas e
apartamentos, até 2015. Com a
construção das casas, é
possível estimar que 340 mil empregos serão
gerados, entre diretos e indiretos.
Os
recursos do governo paulista serão aplicados
prioritariamente nas regiões metropolitanas de
São Paulo, Baixada Santista, Campinas e Vale do
Paraíba e Litoral Norte, que concentram 70% do
déficit habitacional paulista.
Ainda
no que diz respeito à qualidade de vida da
população, foi criado em 2012 o Programa Paulista
de Agricultura de Interesse Social (PPAIS), voltado para os pequenos
agricultores familiares, excluídos da cadeia produtiva. O
programa tem por finalidade tornar o Governo do Estado de
São Paulo o principal comprador dos produtos oriundos da
agricultura familiar, por meio da aquisição de,
no mínimo, 30% destes produtos das verbas previstas para a
compra de alimentos. Com este programa parte das frutas, verduras,
legumes e outros alimentos, utilizados para a
produção de refeições em
órgãos estaduais, como hospitais
públicos, penitenciárias, escolas e
instituições de amparo social, serão
produzidas pelos pequenos agricultores familiares do estado. A meta
é atender a 17.600 agricultores até 2015.
Deste
modo, o estado atuará como mola propulsora da
plantação e comercialização
dos produtos de agricultura familiar, visando eliminar a figura do
atravessador, potencializando o desenvolvimento integral da agricultura
familiar paulista com aumento de renda e garantindo a
fixação da família trabalhadora no
campo. A previsão é de que até 150 mil
famílias, entre agricultores tradicionais, assentados,
quilombolas, indígenas e pescadores, sejam beneficiadas.
Complementarmente
as ações voltadas para assistência
social e técnica, a Secretaria de Cultura atua no
fortalecimento e na valorização das comunidades
tradicionais, visando a preservação da identidade
e a geração de riqueza, permitindo que a cultura
seja perpetuada. As duas principais ações
são de identificação e de
promoção pelo programa Revelando São
Paulo. Estas ações visam fortalecer a identidade,
dar a instrumentação para a
autoorganização e autogestão dos
grupos e propicia a apresentação para
além da sua localidade. Como ação
complementar, a Secretaria atua, via Programa de
Ação Cultural (ProAC), no aporte de recursos para
ações específicas por meio de editais.
Outras
medidas importantes merecem referência. Por meio do Programa
Estadual de Microbacias Hidrográficas, desenvolvido pelo
Governo em parceria com o Banco Mundial, foram identificados locais de
vulnerabilidade em propriedades de agricultura familiar, assentamentos
rurais e em comunidades tradicionais localizados nas regiões
do Sudoeste Paulista, do Vale do Ribeira e no Pontal do Paranapanema.
Nestes locais, foi verificado alto nível de
degradação do solo, com reflexos na
conservação da água e na produtividade
agrícola e pecuária. Com base nisto,
complementarmente às ações do programa
São Paulo Solidário, o Estado mantém
apoio ao desenvolvimento agrícola para aumentar a
geração de renda, visando à
manutenção destes agricultores no campo e o
aumento do IDH destas regiões, além da
conservação de solo e água.
No
Sudoeste Paulista e Pontal do Paranapanema, a maior vulnerabilidade no
campo está em grande parte nos assentamentos rurais, sendo
que o Pontal concentra solos com menor capacidade de uso. Neste
contexto, o Governo pretende ofertar pacotes tecnológicos
regionais com foco na transferência de tecnologia, com
implantação de boas práticas
agropecuárias, manejo de pastagens, melhoramento
genético animal e implantação de
sistemas agroflorestais, com vistas ao aumento de produtividade e
diversificação da renda;
capacitação dos agricultores em gestão
rural; crédito rural dirigido, facilitado e assistido; e
incentivo à formação de cooperativas
rurais para o comércio de insumos e produtos
agropecuários.
No
Vale do Ribeira, as ações serão
baseadas principalmente em: incentivo ao desenvolvimento de programas
para Pagamento por Serviços Ambientais (PSA); oferta de
crédito rural dirigido e facilitado para
implantação de sistemas de
integração lavoura-pecuária,
lavoura-pecuária-floresta e melhoramento genético
animal, visando aumento de produtividade e
diversificação da renda;
capacitação dos agricultores em gestão
rural; incentivo à criação de
agroindústrias visando agregação de
valor adicionado aos produtos; apoio à
formação de cooperativas rurais para o
comércio de insumos e produtos; e
promoção de plataformas de
comercialização direta entre produtor e
consumidor final.
O
desenvolvimento sustentável depende de um
pré-requisito fundamental, a ampla
participação pública na tomada de
decisões. Por isso, o Estado também vem adotando
medidas ousadas para atender a demanda específica das
pessoas com deficiência, que só em São
Paulo representam 9,3 milhões de indivíduos.
Até 2014, o Governo compromete-se a implantar o Centro de
Excelência em Tecnologia e Inovação em
Benefício das Pessoas com Deficiência (CETI-D) e a
produzir, em cooperação com a ONU, um
Relatório Global sobre Tecnologias Assistivas. O centro, por
meio da formulação de parcerias com empresas,
universidade e centro de pesquisa, visa divulgar, em âmbito
local, nacional e internacional, a pesquisa e o desenvolvimento na
área de tecnologia e inovação em
benefício das pessoas com deficiência, buscando o
desenvolvimento de novos produtos e serviços e a
formação e consolidação de
um mercado nacional de tecnologias assistivas.
O
relatório dará prosseguimento às
fundações construídas pelo
Relatório Mundial sobre a Deficiência (World
Report on Disability), produzido pela Organização
Mundial da Saúde e pelo Banco Mundial em 2011, por meio do
levantamento das principais linhas de pesquisa,
inovações tecnológicas e barreiras
existentes, e da elaboração de um panorama global
sobre o tema e sobre as principais oportunidades de
intercâmbio e cooperação internacional,
fomentando o mercado mundial de tecnologias assistivas.
Na
área de Saúde, o Governo do Estado de
São Paulo atua na expansão de sua rede de
atendimento e parcerias com organizações sociais
e na melhoria do atendimento ao cidadão. A
redução de filas e o atendimento mais humanizado
serão decorrentes de um processo de
reestruturação da governança do
sistema estadual de saúde, com da rede física
como dos sistemas de tecnologia de informação.
De
2011 a 2014 serão 13 novos hospitais com investimentos do
estado, 700 novos leitos para dependentes químicos, 18 novos
Ambulatórios Médicos Especializados (AMEs) e 8
novos Centros de Reabilitação Lucy Montoro
Em
2010, a Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) do Estado de São
Paulo foi de 11,86 (óbitos de menores de um ano/mil nascidos
vivos) acumulando 30% de redução desde o ano 2000
(TMI 16,97), com queda de quase 40% do número absoluto dos
óbitos de menores de um ano, delineando que a meta do
milênio poderá ser ultrapassada.
O
Governo definiu no Plano Estadual de Saúde para o
próximo quadriênio a meta de reduzir a TMI para um
dígito.
Visando
o cumprimento das Metas do Milênio na área da
saúde, no exercício das
atribuições e competências
estabelecidas pelo Sistema Único de Saúde
brasileiro (SUS) a Secretaria de Saúde mantêm de
forma continua as seguintes ações:
• Desenvolvimento
e implantação da linha de cuidado da gestante e
puerpério;
• Aquisição
de medicamentos para cumprimento dos protocolos elaborados na linha de
cuidado da gestante (investimento R$ 70 Milhões);
• Oficinas
de capacitação para profissionais da
Atenção Primária de Saúde;
• Curso
de Urgência em Patologias obstétricas para 1500
médicos e enfermeiros
• Curso
de Reanimação Neonatal;
• Desenvolvimento
e implantação da linha de cuidado da
criança;
• Regulamentação
de atenção ao recém-nascido em sala de
parto para Neonatologistas que atuam no Estado de São Paulo
em Maternidades Públicas.
O
estado realiza, desde 1987, o Projeto Promoção e
Qualidade de Vida: Fluoretação das
Águas de Abastecimento Público, promovendo
redução de aproximadamente 60% na
prevalência de cárie dentária. O
objetivo é elevar os índices de IFLU (% de
amostras de água que atendem ao padrão de
potabilidade) para 80% já em 2012.
Cabe
destacar que a adoção das medidas propostas
através dos objetivos setoriais e suas
motivações que compõem a grande
maioria deste documento convergem diretamente aos
cobenefícios da saúde.
Neste
contexto, o governo do Estado de São Paulo promulgou a Lei
13.541, em 2009, proibindo o consumo de cigarro e derivados em
ambientes coletivos, enfatizando a proteção ao
fumante passivo,. Assim, garantindo ambientes livres de fumo,
preserva-se o direito de todos à saúde, fumantes
e não fumantes, sejam eles frequentadores, sejam
trabalhadores de ambientes coletivos. A
argumentação que sustentou a lei antifumo
está ancorada no consenso internacional de que sua
tolerância em ambientes fechados é
indefensável em termos de saúde
pública. O mérito da iniciativa paulista foi
adiantar-se à legislação federal e
sintonizar-se com o movimento global para enfrentamento do tabaco.
Evidências
científicas asseguram que os co-benefícios,
utilizados como elementos motivadores de mudanças
sustentáveis, compensam os custos utilizados pelos ganhos em
saúde. Melhores condições de vida e de
saúde humana são concomitantemente desafio e
garantia de sucesso das políticas de governança e
sustentabilidade local e global. Não existe desenvolvimento
sustentável sem população
saudável.
Órgãos
do Governo envolvidos: Secretaria de Desenvolvimento Social, Secretaria
de Direitos da Pessoa com Deficiência, Secretaria de
Educação, Secretaria de
Habitação, Secretaria de Justiça e
Defesa da Cidadania, Secretaria de Saúde.
5.15.
Governança Global
Os
estados e municípios, denominados atores subnacionais,
estão cada vez mais inseridos no campo das
relações internacionais. Por essa
razão, é fundamental reconhecer o papel essencial
de governos locais na esfera global e a necessidade de
integrá-los plenamente em todos os níveis de
tomada de decisões sobre o desenvolvimento
sustentável.
São
Paulo, uma das regiões com mais destaque nas
relações internacionais, participa de
várias redes, fóruns e
organizações internacionais, como a
Cúpula de Líderes Regionais, Metropolis, Urban
Age, Fórum de Regiões Mundiais,
Organização das Regiões Unidas
(FOGAR), Rede de Governos Regionais para o Desenvolvimento
Sustentável (nrg4SD), The Climate Group, Conselho Mundial da
Água, Governos Locais pela Sustentabilidade (ICLEI),
Associação Latino-Americana de Metrôs e
Subterrâneos, Associação Internacional
do Transporte Público, Comunidade de Metrôs do
Imperial College de Londres e Rede Mercocidades (como membro
observador).
Até
2014, São Paulo reforçará sua
presença nestas redes de forma a garantir que as
oportunidades geradas pelos governos regionais sejam devidamente
capitalizadas. Os governos locais são a base da democracia e
os reais responsáveis pela aplicação
concreta e local das políticas e dos compromissos assumidos.
Como
preparativo para a Conferência Rio+20, o Governo acolheu, em
abril de 2012, a 6a Cúpula de Líderes Regionais,
entidade que reúne 7 grandes economias regionais
(São Paulo, Bavária, Shandong, Québec,
Alta Áustria, Geórgia, Província Oeste
do Cabo). A Cúpula adotou a Declaração
de São Paulo que, além de propor programas de
cooperação na área de energia e
sustentabilidade, reitera o papel fundamental das regiões em
garantir a sustentabilidade e a qualidade de vida das
populações.
Para
que os governos regionais possam desfrutar de uma
ação internacional organizada, é
necessário estabelecer parâmetros claros de
atuação. O Governo de São Paulo
adotou, em abril de 2012, por intermédio do Decreto 57.932,
o seu plano de governo na área internacional
(“São Paulo no Mundo: Plano de
Relações Internacionais 2011-2014”). O
plano estabelece 3 objetivos gerais, que delineiam os eixos
orientadores das relações internacionais do
Governo, 16 prioridades setoriais e 54 metas específicas
quantificáveis (definidas por todas as Secretarias
estaduais). Um dos objetivos gerais é “Promover o
desenvolvimento sustentável do Estado de São
Paulo, harmonizando seus pilares econômico, social e
ambiental e garantindo o bem-estar das futuras
gerações”.
Ao
estabelecer metas claras que terá que atingir até
2014, o Governo adotou uma inserção internacional
institucionalizada, diferenciada e planejada. É o primeiro
plano estadual desta natureza no Brasil e um dos primeiros em
nível mundial.
No
contexto da governança global é também
fundamental reconhecer o papel da transparência. A
integridade e transparência na
administração pública gera a
confiança necessária para se estabelecer
relações mais sólidas com as empresas,
sociedade civil e também entre governos no desenvolvimento e
implantação efetiva das respostas aos problemas
atuais. A cooperação entre os atores e o fluxo de
investimentos elevados são prejudicados em um ambiente
político sujeito a desvios de recursos e má
administração, incompatíveis com as
expectativas de desenvolvimento de uma economia verde.
O
Governo do Estado de São Paulo tem implantado um conjunto de
medidas para ampliar o grau de transparência dos atos da
administração estadual e fortalecer os mecanismos
de fiscalização e controle interno em
relação à
aplicação dos gastos públicos,
reforçando a atuação da Corregedoria
Geral da Administração (CGA),
órgão vinculado à secretaria estadual
da Casa Civil, responsável pelas ações
de prevenção e enfretamento à
corrupção. Neste contexto, destaca-se o site
Portal da Transparência Estadual
(www.transaparencia.sp.gov.br), que tem o objetivo de facilitar o
acesso do cidadão às
informações disponíveis sobre a
administração pública paulista. O
internauta poderá acessar, entre outros, dados sobre
investimentos, receitas e despesas, tabelas de
remuneração de agentes públicos,
gastos com pagamento de diárias, materiais e
serviços.
Foi
também instituído Conselho de
Transparência da Administração
Pública, com a finalidade de propor ao
órgão administrador do Portal, diretrizes,
metodologias, mecanismos e procedimentos voltados ao incremento da
transparência institucional dos órgãos
da administração. direta e indireta, com vistas
à prevenção da
malversação dos recursos, à
eficiência da gestão e à garantia da
moralidade administrativa e Comissão Geral de
Ética, órgão consultivo destinado a
promover a ética pública, aproveitando a
experiência das comissões de ética
já existentes.
Órgãos
do Governo envolvidos: Casa Civil (Assessoria Especial para Assuntos
Internacionais, Corregedoria Geral da
Administração), Secretaria de Meio Ambiente.
5.16.
Indicadores Comparativos
O
monitoramento e a avaliação são
importantes instrumentos do processo de planejamento das
políticas públicas, de forma a garantir que seus
objetivos sejam alcançados e gerem resultados de impacto.
O
compromisso com a superação da pobreza e o
desenvolvimento social e econômico em bases
sustentáveis, expressos nos Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio (ODMs), define, para todos os países,
metas claras a serem alcançadas. Em 2000, o Brasil e outras
190 nações assumiram esse compromisso por meio da
agenda ODM da ONU, que se tornou importante elemento para a
formulação e o acompanhamento de
políticas públicas nas três esferas do
poder.
Embora
tenham origem internacional e resultem de consenso entre
países, é localmente que os objetivos precisam
ser atingidos. A grande disparidade socioeconômica existente
entre as diversas regiões brasileiras implica a necessidade
de focar esforços em áreas críticas.
Os indicadores dos ODMs para São Paulo, vistos em
perspectiva comparativa com os demais Estados da
Federação, apresentam-se como fundamentais para
subsidiar a ação governamental e representam o
compromisso do governo paulista com essa agenda social global.
A
Fundação SEADE tem papel importante na
monitoração dos Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio (ODMs). Suas informações
mostram que, no caso do Estado de São Paulo, seu desempenho
tem sido superior à média nacional na maioria
dosindicadores considerados e todas as metas devem ser
alcançadas até 2015.
Na
intenção de informar os agentes
públicos e a sociedade sobre os progressos obtidos por
São Paulo em direção ao cumprimento
dos compromissos assumidos na agenda dos ODM e dos desafios ainda a
serem enfrentados, a Fundação SEADE disponibiliza
anualmente, desde 2005, indicadores atualizados sobre o tema. Eles
compõem planilhas associadas a cada ODM, em que constam as
informações mais recentes e suas respectivas
séries históricas, iniciadas em 1992. Ainda que o
destaque seja o Estado de São Paulo, as
informações abarcam, sempre que
possível, o conjunto do país e as demais 26
unidades da Federação.
A
Fundação SEADE continuará acompanhando
os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio,
através da atualização, a cada ano,
dos indicadores das Metas do Milênio relativos ao Estado de
São Paulo.
Neste
trabalho de monitoramento quantitativo do desenvolvimento
sustentável, está previsto estudo sobre o impacto
de fatores ambientais na mortalidade dos paulistas. Para tal fim,
será considerado um rol de fatores ambientais, que segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS),
estão associados direta ou indiretamente com a mortalidade.
São eles: poluição,
radiação ultravioleta,
poluição sonora, métodos
agrícolas, alterações do clima e
ecossistemas, além da ocupação das
populações e do tipo de
construção das moradias. Com objetivo de
conscientizar a população paulista para os
desafios ambientais, o Governo de São Paulo irá
disponibilizar este estudo anualmente, também com apoio da
Fundação SEADE.
Além
deste índice, será também calculada a
pegada ecológica do Estado de São Paulo, ou seja,
a quantidade de terra e água necessária para
sustentar as gerações atuais, tendo em conta
todos os recursos materiais e energéticos gastos pela
população paulista. Este esforço
será realizado em parceria com a Secretaria Municipal do
Verde e Meio Ambiente da cidade de São Paulo e WWF Brasil. A
metodologia usada é do Global Footprint Network (GFN).
Órgãos
do Governo envolvidos: Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento
Regional, Fundação SEADE, Secretaria de Meio
Ambiente.