22 DE ABRIL DE 2024
50ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI, REIS e EDUARDO SUPLICY
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h02min.
2 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - REIS
Assume a Presidência.
4 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
7 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência.
9 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência. Informa que enviou representações ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado acerca da obrigação de regulamentação da polícia penal no estado de São Paulo pelo governador Tarcísio de Freitas.
11 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
12 - EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência.
13 - CARLOS GIANNAZI
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
14 - CONTE LOPES
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
15 - CONTE LOPES
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
16 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY
Defere o pedido. Faz aditamento à Ordem do Dia. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 23/04, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão às 15h18min.
*
* *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Carlos Giannazi.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
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* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão
anterior e recebe o expediente.
Dando início à lista de oradores
inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Rui Alves. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Rogério Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Delegado Olim. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Reis, que fará
uso regimental da tribuna.
O
SR. REIS - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Saudar o
presidente Carlos Giannazi; saudar todos os funcionários desta Casa; os
integrantes da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Polícia Técnico-Científica
e da Polícia Penal; e também saudar todos aqueles e aquelas que estão nos
acompanhando pela Rede Alesp.
Presidente
deputado Carlos Giannazi, já apareceu aqui uma notícia no site “Migalhas”, de
que a lei que foi aprovada lá em Brasília, “Lei das Saidinhas”, obriga que haja
progressão para o regime semiaberto de um detento, a obrigatoriedade do exame
criminológico.
E no controle
repressivo e constitucionalidade, um juiz já derrubou essa tese. Juiz derruba
exame criminológico da “Lei das Saidinhas” e concede progressão de regime,
magistrado considerou que o dispositivo, que determina a realização obrigatória
do exame criminológico, como requisito à progressão de regime, é
inconstitucional e enviou decisão ao STF.
Então os
parlamentares são assim, criam aquele movimento... “Não, a gente tem que
combater”... e aí eles fazem seus projetos lá, sem atentar para a questão da
Constituição Federal. O juiz de direito Davi Márcio Prado Silva, de Bauru-SP,
derrubou a obrigatoriedade do exame criminológico para progressão de regime,
estabelecido pela nova “Lei das Saidinhas”, uma lei malfeita, e concedeu a
progressão ao regime semiaberto a um detento condenado por roubo.
O magistrado
destacou a possível inconstitucionalidade da exigência, argumentando que
poderia infringir direitos fundamentais previstos na Constituição. A decisão
foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal para revisão, indicando um possível
questionamento mais amplo sobre a validade de certos aspectos da nova
legislação.
Segundo a Lei
nº 14.843, conhecida como “Lei das Saidinhas”, o apenado somente terá direito à
progressão de regime se ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo
diretor do estabelecimento e pelos resultados do exame criminológico,
respeitadas as normas que vedam a progressão.
Na decisão, o
magistrado ressaltou que a exigência de exame criminológico como condição para
a progressão de regime pode representar um obstáculo desproporcional à
reintegração do apenado à sociedade, contrariando princípios constitucionais
como o da individualização da pena.
A incapacidade
administrativa de submeter todos os apenados que alcançaram o lapso temporal a
exames criminológicos, gerando enormes atrasos processuais e superlotação, em
um primeiro plano, viola o princípio da duração razoável do processo e da
dignidade da pessoa humana.
Em segundo
aspecto, a observância estrita do dispositivo penal importará, na prática, em
violação ao princípio da individualização da pena expressa no Art. 5º, inciso
XLVI, da Constituição Federal, subtraindo de um sem-número de apenados o
direito de alcançar a progressão quando preenchidos os requisitos legais.
O juiz explicou
que, no âmbito da sua unidade jurisdicional, a experiência demonstra que os
exames criminológicos, determinados em caráter excepcional para determinadas
hipóteses de progressão de pena, demoram mais de meses para aportar nos autos
e, em sua maioria, não contam com o parecer de médico psiquiatra, por
inexistência de tal profissional.
A extensão
dessa exigência a todos os casos, de forma indiscriminada, certamente aumentará
esse prazo, importando, concomitantemente, no exacerbado alargamento do período
de cumprimento de pena em regime mais severo e, nos casos de apenados com penas
curtas, na obrigatoriedade de cumprimento de pena integralmente em regime
fechado ou semiaberto, sem tempo hábil à concessão do benefício.
Para o
magistrado, é evidente que a nova legislação, no ponto que determina a
realização obrigatória, indiscriminada e abstrata do exame criminológico como
requisito à progressão de regime padece de inconstitucionalidade por violação
aos princípios da individualização da pena, da dignidade da pessoa humana e da
duração razoável do processo.
Não bastasse a
inconstitucionalidade apontada, a alteração legislativa em comento importará no
agravamento do estado de coisas inconstitucional reconhecido na Ação de
Descumprimento de Preceito Fundamental 347, no bojo da qual foi reconhecida a
violação massiva de direitos fundamentais do sistema prisional brasileiro, em
virtude, essencialmente, da superlotação carcerária.
Diante disso,
declarou incidentalmente a inconstitucionalidade parcial da Lei nº 18.843/24,
no que tange à alteração do parágrafo primeiro do Art. 102 da Lei de Execução
Penal, e deferiu o pedido para determinar a progressão ao regime semiaberto.
Então, trago
essa notícia para mostrar um pouco que o texto da Lei nº 14.843, da forma que
foi feito, na correria em que foi feito, para dizer que estão fazendo, que
estão cuidando de segurança pública, de resolver que o preso, para poder
progredir, tenha que passar por exame criminológico, no controle repressivo de
constitucionalidade, um juiz de primeira instância disse que esse texto, esse
artigo, parcialmente, é inconstitucional.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Quero chamar
a V. Exa. para continuar presidindo esta sessão, a fim de que eu possa fazer
uso também da tribuna agora, no Pequeno Expediente, já que eu sou o próximo
orador inscrito aqui, deputado Reis.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Reis.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - REIS - PT -
Assumindo a Presidência dos trabalhos, no Pequeno Expediente, chamo para fazer
uso da palavra o deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, deputado Suplicy,
telespectador da TV Assembleia. Sr. Presidente, é inacreditável e, ao mesmo
tempo, revoltante o que está acontecendo aqui em São Paulo na área da Educação.
Nós temos aqui
um... Tudo nos leva a crer que há um projeto para destruir a rede estadual de
ensino; um projeto elaborado pelo governo, pela gestão Tarcísio/Feder. Esse
empresário que está à frente, Renato Feder, é o empresário de produtos
eletrônicos que tem contratos com a Secretaria da Educação - um contrato de
aproximadamente 200 milhões de reais - que está à frente da Secretaria da
Educação, o que já revela um verdadeiro conflito de interesse. Conflito não,
Sr. Presidente, um escárnio total à moralidade pública e administrativa.
Mas vamos aos
fatos, Sr. Presidente. Como se não bastasse já a ditadura, a máfia das
plataformas digitais que foram implantadas na rede estadual a preços
milionários, Sr. Presidente, beneficiando as empresas que vendem, que fornecem
essas plataformas para a rede estadual, retirando totalmente a autonomia
pedagógica, a liberdade de ensinar das professoras e dos professores...
Como se já não
bastasse o verdadeiro caos em que se encontra a rede estadual, os leilões para
privatizar as escolas, a municipalização forçada, a demissão em massa de 30 mil
professoras e professores da categoria “O”, Sr. Presidente.
São tantas as
denúncias e mazelas que eu já denunciei aqui na tribuna sobre esse desmonte da
Educação, esse ataque à Educação do estado de São Paulo, sobretudo aos
profissionais da Educação, aos agentes de organização escolar, ao Magistério,
aos gestores... Agora nós estamos assistindo, Sr. Presidente, algo
inacreditável.
O governador
Tarcísio de Freitas está anunciando, na prática, que vai substituir o trabalho
do professor por aplicativos de inteligência artificial. Na semana passada,
isso foi revelado através de uma matéria da “Folha de S.Paulo” e virou um
grande debate e uma grande revolta também, não só entre as professoras e
professores, mas em toda a sociedade, entre os pais de alunos, entre os
especialistas, porque isso não existe.
Ele vai
substituir - exatamente - os professores, no primeiro momento, que realizam,
que elaboram, que formulam, Sr. Presidente, as aulas que são dadas na rede
estadual por esses robôs da inteligência artificial, por aplicativos.
E dizendo que
os professores depois serão meros... Serão pessoas para conferir os resultados
desse trabalho feito pelos robôs. Olha só o absurdo, o escárnio da Educação.
Eu,
imediatamente, acionei o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas,
junto com o nosso coletivo, Educação em Primeiro Lugar, com a deputada federal
Luciene Cavalcante, com o vereador Celso Giannazi, e apresentei também, Sr.
Presidente, um projeto de lei para colocar um freio nisso, que começa a
tramitar aqui, que proíbe a utilização desse tipo de aplicativo, de plataforma,
de metodologia na rede estadual, porque nós estamos vivendo uma inversão de
valores na rede estadual.
As tecnologias
deveriam ser auxiliares, deveriam estar a serviço do processo pedagógico, do
processo ensino-aprendizagem. Mas com esse secretário, Renato Feder, Sr.
Presidente, que me parece que é o representante dessas empresas, de alguma
forma... Ele tem a dele, que vende produtos eletrônicos para operar essas
plataformas para a própria rede estadual.
Então, Sr.
Presidente, é um absurdo isso. É uma afronta à dignidade do Magistério. É uma
substituição do trabalho, que vai prejudicar não só o Magistério, mas sobretudo
os nossos alunos, que não aguentam mais essas plataformas. Então, é uma
tentativa de transformar a Educação...
Ou seja, o que
eu estava dizendo, Sr. Presidente... Fugi um pouco, mas o que eu quero dizer é
que o que seria algo para auxiliar a Educação se tornou um fim em si mesmo, ou
seja, agora toda a rede estadual, todo o processo educacional se volta para
beneficiar as plataformas, as tecnologias, e não o contrário.
Ou seja, a rede
estadual de ensino virou uma verdadeira cobaia hoje no Brasil, e talvez no
mundo, porque ela estará e está agora a serviço das plataformas, dos interesses
econômicos dos proprietários dessas empresas que vendem as plataformas e da
própria empresa do secretário da Educação, a Multi, antiga Multilaser, que
vende os produtos eletrônicos onde são utilizados esses mecanismos, essas
plataformas. É disso que se trata.
Então, tem
interesses econômicos, empresariais, por trás desse massacre das plataformas,
da “plataformização” da Educação no estado de São Paulo. Eles querem acelerar,
a desculpa é que ele quer acelerar a produção das aulas.
Quer dizer, não
é mais o professor que prepara as suas aulas. As aulas vêm de cima para baixo.
O professor perde autonomia, o professor não consegue interagir com os alunos,
não consegue nem contextualizar esses conteúdos digitais, Sr. Presidente. Só
que agora esses conteúdos serão feitos através da inteligência artificial, dos
robôs, e o professor vai apenas conferir, fazer alguns ajustes e ponto final.
A desculpa é
para acelerar o número de aulas, ou seja, o secretário da Educação não tem
nenhuma preocupação com a qualidade do ensino, com a aprendizagem dos alunos;
ele quer mostrar números, estatísticas, e vender, logicamente, os seus próprios
produtos, para justificar a compra dos produtos eletrônicos e sobretudo das
plataformas. Eu inclusive também já acionei o Ministério Público e o Tribunal
de Contas para fazer uma devassa nos contratos dessas plataformas.
Então é isso, o
governo Tarcísio quer substituir os professores e as professoras da rede
estadual por essas plataformas, pela inteligência artificial. Os professores
vão virar meros reprodutores desses conteúdos digitais feitos, elaborados agora
pela inteligência artificial, por esses aplicativos que cometem vários erros.
Nós tivemos aqui em São Paulo alguns slides dizendo que tinha praia em São
Paulo, que quem libertou os escravos foi Dom Pedro I, erros gravíssimos em
todas as áreas, em todas as disciplinas.
Agora, como é
escola pública, como é escola para os pobres, então tudo pode. Eu duvido que
esse sistema seja implantado em escola particular, lá no Colégio
Arquidiocesano, no Colégio Bandeirantes, em tantos outros colégios da elite
econômica ou da classe média aqui de São Paulo. Mas, para a escola pública,
eles vão rebaixando o processo de aprendizagem e atacando o Magistério.
Mas está aí,
Sr. Presidente, queria mostrar aqui as fotos. Aqui é o PL 251, que apresentei
na semana passada, proibindo o uso de inteligência artificial como métrica para
elaboração de material pedagógico na rede pública de ensino. E depois tem o
outro card que eu quero mostrar: “Gestão Tarcísio vai usar ChatGPT para
produzir aulas digitais no lugar de professores”.
Aí nós
acionamos o Ministério Público e o Tribunal de Contas também, porque os efeitos
perversos, não só para o Magistério, mas sobretudo para os nossos alunos da
rede pública, serão indizíveis, incalculáveis. Nós não podemos aceitar isso, é
um genocídio da Educação estadual que estamos vivendo aqui no estado de São
Paulo.
Por isso, peço
apoio dos deputados para que possam aprovar o projeto que apresentei. Faço um
apelo também ao Ministério Público Estadual. É hora de o Ministério Público
organizar uma grande audiência pública lá mesmo, já tinha feito essa sugestão
aos promotores do Gduc, Sr. Presidente, para que fosse realizada uma audiência
pública não aqui na Alesp, mas lá, no próprio Ministério Público, para ouvir os
professores que estão no chão da escola, estão sofrendo com todo esse massacre,
com toda essa ditadura, com toda essa máfia das plataformas digitais, a falta
de comissões de trabalho, a falta de autonomia pedagógica, e esse ataque à
liberdade de ensinar dos nossos professores.
Então, Sr.
Presidente, que as providências sejam tomadas, que o Ministério Público cobre a
Secretaria da Educação, faça uma audiência pública e abra uma ação civil
pública, porque o que estamos assistindo é a destruição da rede estadual de
ensino, é o rebaixamento, é o deboche.
Eu nunca vi uma
coisa dessas; em nenhum lugar do mundo se utiliza inteligência artificial para
substituir professores para preparar aulas. A aula é preparada pelo professor,
não por um robô.
Isso é um
absurdo, Sr. Presidente, é um escárnio total.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista,
chamo para fazer uso da palavra o deputado Donato. (Pausa.) Deputado Major
Mecca. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.)
Entrando na Lista Suplementar, deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado
Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Enio Tatto.
(Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV
Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta Casa, deputado
Carlos Giannazi, meus cumprimentos pelo seu pronunciamento em defesa da
Educação.
Sr. Presidente, eu gostaria de relatar
o que me foi enviado há pouco pelo pai Denisson, do Instituto CEU Estrela Guia,
o qual me enviou o seguinte relato.
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* *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Giannazi.
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* *
“Na noite de 18 de abril de 2024, por
volta das 20 horas, como fazemos todos os dias há mais de 20 anos, saímos para
levar mais de 400 refeições preparadas com carinho para a população em situação
de rua no coração de São Paulo, no Pátio do Colégio da cidade.
Estávamos em sete voluntários na kombi
que o pai Denisson estava dirigindo, o pai Denisson D’Angiles. Pois bem, ao
chegarmos ao Pátio do Colégio, onde habitualmente compartilhamos alimentos,
encontramos uma viatura da Polícia estacionada na calçada em frente à banca do
jornal. Este é o lugar onde diariamente paramos para fazer a distribuição.
Mesmo assim, decidimos prosseguir, e
subimos na calçada para começar a montar as marmitas, como sempre fizemos. Foi
então que um soldado da Polícia Militar se aproximou gesticulando de forma
rude, ordenando que fôssemos embora.
Intrigados, nos aproximamos, e o pai
Denisson perguntou o que estava acontecendo, para entender aquela proibição. O
policial nos informou que não era permitido alimentar as pessoas em situação de
rua naquele local, pois agora seria necessário pagar uma taxa chamada TPU,
Termo de Permissão de Uso, para realizar a ação. Essa decisão arbitrária foi
gravada como prova, conforme os vídeos divulgados.”
Eu solicito agora ao Sr. Machado que
possa colocar o vídeo.
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* *
- É exibido o vídeo.
*
* *
“Diante disso, nos foi sugerido que, se quiséssemos
continuar nossa distribuição, poderíamos fazê-lo mais adiante, na Rua Boa
Vista. No entanto, mal havíamos começado a distribuir quando uma viatura da PM
Rota se aproximou e abordou a Mãe Kelly, uma figura sacerdotal respeitada na
comunidade. Ela foi tratada com desrespeito, como se fosse uma criminosa, sem
consideração pelo fato de ser uma mulher e sacerdotisa da religião Matriz
Africana.
Após alguns minutos de constrangimento, onde explicamos que
tínhamos autorização da Secretaria de Direitos Humanos e éramos Status
Consultivo da ONU, os policiais voltaram até onde estávamos distribuindo comida
e nos ordenaram que deixássemos o local, informando que também era proibida a
distribuição na Rua Boa Vista, sem o pagamento da taxa e a obtenção do TPU.
Diante dessa situação absurda de deixar de alimentar mais
de 400 pessoas - crianças, mulheres, idosos e homens -, perguntamos se
poderíamos ao menos distribuir água, cobertores e meias, já que, além da fome,
as pessoas também sofriam com o frio e a sede. Atenciosamente, Pai Denisson
D’Angiles.”
Este acontecimento foi também registrado na matéria da
“Folha de S.Paulo” do último dia 19 de abril, por Bruno Lucca: “PM impede
distribuição de comida a morador de rua no centro de São Paulo”.
Sr. Presidente, caro deputado Carlos Giannazi, eu solicito
que possa ser registada na íntegra tanto a carta do Pai Denisson como também
esse relato publicado pela “Folha de S.Paulo” a respeito desse procedimento,
que me parece muito desrespeitoso não apenas para a entidade, que há 20 anos
distribui cerca de 400 refeições ao dia em marmitas ali no centro de São Paulo,
mas também se trata de um desrespeito à população em situação de rua.
Então eu agradeço se puder ser enviada cópia deste meu
pronunciamento tanto para o secretário da Segurança do Estado de São Paulo,
como para o prefeito de São Paulo e para as entidades, que precisam ser objeto
de um diálogo construtivo e sério por parte das autoridades da Segurança, e o
Instituto Céu Estrela Guia.
Meus cumprimentos ao querido Pai Denisson D’Angelis, do Instituto Céu Estrela Guia, que realiza esse trabalho. Eu me ofereci para acompanhá-lo, ainda nesta semana, em uma dessas atividades, para ver o que efetivamente acontece na relação entre a Polícia Militar, os moradores em situação de rua e aqueles, como o pai Danisson, que solidariamente a eles procura ajudá-los em momentos de fome, de frio, de sede.
Muito
obrigado.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI -
PSOL - Esta Presidência acata o pedido de V.Exa. e fará os
encaminhamentos orientados por Vossa Excelência.
Com
a palavra agora o deputado Reis, na lista dos oradores escritos, na Lista
Suplementar do Pequeno Expediente.
O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, eu
retorno à tribuna para continuar falando sobre a crise, a crise que o
governador e o seu secretário de Segurança Pública estão provocando entre a
Polícia Militar e a Polícia Civil.
Eles dizem que não tem crise, mas tem
crise. Acredito que na Polícia Militar... ela não está tão entusiasmada com
essas ideias do governador, mas dentro da Polícia Civil a crise está enorme, é
objeto de discussão em todas as delegacias.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Eduardo
Suplicy.
* * *
Também repercutir sobre o bônus, porque o
bônus de representação, esse BR, esse bônus foi cobrado aqui por V.Exa. e por
mim, o bônus de resultado. E aqui as notícias estão dizendo que ele reservou
500 milhões para os policiais em meio à disputa na Segurança. O dinheiro será
distribuído aos integrantes das carreiras policiais de acordo com a redução dos
índices de criminalidade e com o aumento da produtividade.
O governador prepara um pagamento de 500
milhões em bônus para os policiais relativo a 2023, até julho. O dinheiro será
distribuído aos integrantes das carreiras policiais de acordo com a redução dos
índices de criminalidade e com o aumento da produtividade dos policiais.
A Secretaria de Segurança Pública informou
que estuda os critérios de medição para pagar o bônus e que o teto será de 120
unidades básicas de valor, UBV, mas que os policiais e servidores que atuarem
diretamente no alcance dos melhores resultados poderão receber até 180
unidades, ou UBVs, o equivalente a 21,7 mil. Cada UBV corresponde a 120,68
reais.
A decisão de pagar o bônus acontece ao
mesmo tempo em que o governador Tarcísio tem indicado sua disposição de não
conceder reajuste salarial ao funcionalismo público.
Então, essa é outra crise: não ter aumento
para os servidores públicos. É outra crise que vai ensejar greves em várias
categorias, porque não foi isso que o governo se comprometeu quando chegou ao
poder aqui no estado de São Paulo. Inclusive ele se comprometeu em valorizar o
salário dos policiais, dos policiais civis, dos policiais militares. É a
bandeira dele a valorização dos policiais.
Quando ele diz que não vai ter aumento, isso
já deixa todos com um pé atrás. Eu espero que isso seja apenas uma notícia de
jornal, que o governo garanta, sim, o reajuste dos servidores públicos e que
garanta, principalmente, aquela prometida valorização ano a ano das forças de
segurança pública.
Esse anúncio ocorre ainda em um momento de
crise na Segurança Pública com medidas adotadas pelo seu secretário de
Segurança, sendo contestadas tanto dentro da Polícia Militar quanto dentro da
Polícia Civil.
Os chamados termos circunstanciados foram
instituídos em 1995 pela Lei 9.099 e se aplicam aos casos de crimes de menor
poder ofensivo, nos quais a autoridade policial, em vez de prender em flagrante
o acusado do delito, encaminha as partes ao Juizado Especial Criminal. E
mediante admissão de culpa do autor, o magistrado pode determinar uma medida
alternativa à prisão, encerrando o caso sem processo.
Isso quer dizer que ele pode determinar
que esse autor pague uma cesta básica, como é comum pagar a cesta básica,
prestar serviço à comunidade, e assim por diante. Atualmente o termo
circunstanciado é feito em São Paulo apenas pela Polícia Civil, mas uma decisão
do Supremo Tribunal na Ação Direta de Inconstitucionalidade, ADI 5637 que julgava
uma lei de Minas Gerais, determinou que, embora a PM possa fazer os registros
dos termos circunstanciados, ela não pode realizar os atos de Polícia
Judiciária, como diligências e pedido de medidas cautelares, o que seria
inconstitucional.
A Corte teve o mesmo entendimento nas ADI
6.245 e 6.264, nas quais foram questionados os agentes da Polícia Rodoviária
Federal, se poderiam ou não fazer o termo circunstanciado.
O problema é
que a ordem do governador para que a PM prepare seus agentes para fazer os TCs
em São Paulo transfere essas investigações à corporação. O documento diz que um
policial militar com graduação de cabo, subtenente ou sargento terá como
atribuição cumprir as diligências, cotas, requisitadas pelo Ministério Público
e Poder Judiciário.
O governador
Tarcísio de Freitas negou que haja uma crise e disse que a medida foi negociada
com a direção da Polícia Civil. Não sei se é verdadeiro isso, porque toda a
direção da Polícia Civil...
Inclusive,
hoje, foi convocada uma reunião de emergência do conselho, do egrégio conselho
da Polícia Civil. Eu quero crer que essa reunião foi convocada justamente para
debater essa questão da medida que o governador quer tomar.
Por um outro
lado, a Polícia Militar também não está disposta a dar o seu tempo, porque já
tem poucos policiais que trabalham em escalas extras, escalas gritantes, e eles
fazem bicos. E ainda agora assumem mais a atribuição de ficar escriturando um
termo circunstanciado, em que são narrados aqueles fatos que aconteceram,
envolvendo aquela ocorrência.
Quer dizer,
ainda vai ter que, além do policiamento ostensivo, além dos cuidados que tem
que ter no dia a dia com a segurança sua e a segurança da população, ainda
ficar pensando em escrituração, que é o que acontece quando se faz um termo
circunstanciado.
Então é fato
que a Polícia Judiciária, a Polícia Civil, não está nada satisfeita com essa
decisão do governador. O ideal seria que o governador contratasse mais
policiais militares. “Ah, é porque os policiais ficam lá aguardando um bom
tempo para se registrar o TC, então é melhor que eles mesmos registrem o TC”.
Então contrate
mais policiais civis, contrate mais policiais militares e esse tempo vai ser
reduzido. Não vai se gastar tanto tempo se tiverem pessoas para poder fazer o
trabalho, se tiver escrivão na delegacia para poder escrever.
A Polícia
Militar vai levar a ocorrência lá, o escrivão vai redigir ali o termo
circunstanciado com a participação da autoridade policial e o policial vai
voltar para a rua para fazer a ronda ostensiva, para fazer a onda preventiva.
O problema é
que hoje faltam 17 mil policiais civis e faltam mais de 20 mil policiais
militares, então isso não é a solução. A solução é reestruturar, recompor o
efetivo e valorizar os policiais, porque eu estou arrumando mais trabalho para
os policiais militares, e o salário continua o mesmo.
Será que vai
ter um aumento de salário para esse excesso de trabalho que eu estou trazendo
para eles? Não vai ter, não vai ter, até por conta dessa notícia que está
circulando, de que o governador disse que não vai dar aumento este ano para os
servidores públicos.
Isso é um
absurdo. Nós temos que cobrar forte a valorização dos servidores públicos,
cobrar forte o presidente da Alesp para mandar logo o projeto também para os
funcionários aqui da Alesp, cobrar o governador para mandar para esta Casa o
projeto de reajuste dos servidores públicos do estado de São Paulo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus
cumprimentos, deputado Reis. Agora tem a palavra o deputado Carlos Giannazi,
pelo tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Eduardo Suplicy, deputado
Reis, semana passada, exatamente na última quinta-feira, eu estive em Brasília,
no Ministério da Fazenda, na Secretaria da Fazenda. Fui juntamente com a
deputada federal Luciene Cavalcante daqui de São Paulo, professora, supervisora
de ensino.
Nós fomos mais
uma vez ao Ministério da Fazenda para ver uma questão gravíssima que vem
acontecendo aqui em São Paulo. Eu me refiro, Sr. Presidente, ao calote que o
governo estadual está dando, o governo Tarcísio está dando nos professores da
categoria “O”, nos professores e em outros servidores também contratados pela
Lei 1.093, no que se refere ao desconto em folha de pagamento do INSS.
Todos os
professores categoria “O” e todos os funcionários, também, os agentes de
organização escolar, admitidos pela Lei no 1.093, infelizmente não
têm direito, o que é um absurdo, à previdência pública, porque eles são
servidores públicos, mas não têm esse direito.
Mas o fato é
que eles têm o desconto em folha de pagamento, porém não há transparência sobre
esse repasse para o INSS, Sr. Presidente, para a Receita Federal. Nós já
tivemos reuniões, eu já estive presencialmente em reuniões no Ministério da
Previdência, junto com a deputada federal Luciene Cavalcante e com o vereador
aqui de São Paulo Celso Giannazi; nosso coletivo está nessa pauta já há um bom
tempo. Estive também numa reunião aqui com a Superintendência do INSS na capital,
São Paulo.
E ficou claro
agora, Sr. Presidente, para todos nós, depois de tantas reuniões com o
Ministério da Previdência, com o Ministério da Fazenda, que na verdade o calote
vem aqui da Secretaria do Estado, vem do governo Tarcísio, que não está informando
corretamente, não está individualizando os repasses. Parece-me que ele passa um
montante, mas sem individualizar.
Então, não é
possível fiscalização e saber se o professor está ou não contribuindo; essa é a
verdade. Por isso que os professores da rede estadual não estão conseguindo se
aposentar pelo INSS, não estão conseguindo tirar uma licença médica após 15
dias, e todas as dificuldades decorrentes dessa falta de transparência, Sr.
Presidente. E há indícios, aí, de sonegação.
Então isso
ficou claro, principalmente nessa última reunião: que a questão é aqui em São
Paulo, o calote vem do governo estadual, que não está cumprindo corretamente a
legislação. Por isso que há essa confusão toda.
E nós temos 100
mil professores categoria “O”, mais agentes de organização escolar, contratados
por essa lei, Sr. Presidente, e eles estão sendo penalizados por esse calote,
por essa decisão do governo estadual em não abrir a transparência, em não
individualizar o pagamento.
E o mesmo está
acontecendo aqui em São Paulo, na Prefeitura de São Paulo: nós temos outras
centenas de servidores na mesma situação. Então, tanto o governador Tarcísio de
Freitas, como também o prefeito Ricardo Nunes, estão cometendo, na verdade,
essa gravíssima irregularidade, Sr. Presidente. Isso é prevaricação, isso é
improbidade administrativa. Por isso que nós acionamos também o Ministério
Público Federal, para que haja uma profunda investigação em relação a isso.
Nós queremos e
exigimos que o governo estadual faça a transferência individualizada desses
recursos, para que o professor não seja mais punido por esse tipo de
procedimento.
Repito:
professor categoria “O” na rede estadual não tem direito ao Iamspe, Sr.
Presidente; ele é privado de vários direitos que outros professores têm, outros
servidores. E além do mais, ele fica sem poder acionar o INSS numa situação de
emergência, numa licença médica, e sobretudo na sua aposentadoria.
Como ele vai
pedir a aposentadoria, se os dados não estão disponibilizados, nem no INSS, nem
na Receita Federal? Por isso que nós estamos vivendo esse drama, esse calote do
INSS.
Mas agora nós
estamos acionando, acionamos o Ministério Público Federal, vamos acionar o
Ministério Público Estadual também, porque o governo estadual está
prevaricando. O governo estadual está cometendo crime de responsabilidade, um
crime gravíssimo, que está penalizando milhares e milhares de servidores do
estado de São Paulo.
E o mesmo
acontece com a Prefeitura de São Paulo, com a capital: o prefeito Ricardo Nunes
faz o mesmo, seguindo aqui agora o seu parceiro político e eleitoral. Ambos,
Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes, estão cometendo improbidade administrativa
e atacando os direitos e a dignidade de milhares e milhares de servidoras e
servidores que são contratados hoje, tanto no Estado como na Prefeitura.
Então agora o
Ministério Público fará uma profunda investigação, para forçar, para obrigar o
Estado e a Prefeitura a individualizarem as transferências do que é descontado
em cada holerite, em cada folha de pagamento, de cada servidor e de cada
servidora. Seja professor categoria “O”, seja um agente de organização, seja de
uma outra secretaria que tenha servidor contratado pela Lei nº 1.093. E o mesmo
com a Prefeitura de São Paulo.
Então nós vamos
continuar pressionando e cobrando o Estado de São Paulo e a Prefeitura, para
que regularizem, em caráter de extrema urgência, os repasses do INSS, de forma
individualizada.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Muito bem,
deputado Carlos Giannazi. Agora agradeço se puder presidir, para que eu possa
ainda fazer mais um pronunciamento.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Giannazi.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, na lista
suplementar, com a palavra o deputado Eduardo Suplicy, que fará uso regimental
da tribuna.
Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna,
eu gostaria de dizer que eu já ingressei com duas representações. Uma no
Ministério Público Estadual e uma outra no Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo, para obrigar o governador Tarcísio de Freitas a enviar, para a
Assembleia Legislativa, o projeto de lei complementar que regulamenta, exatamente,
a Polícia Penal do Estado de São Paulo.
Nós já aprovamos na Constituição
Estadual, em 2022, uma PEC, aqui no plenário da Assembleia Legislativa, que foi
aprovada e virou a Emenda Constitucional n° 51, de 2022.
E também nós temos a Emenda
Constitucional nº 104, de 2019, a federal, aquela que obriga os estados a
regulamentar a Polícia Penal. Vários estados, ou quase todos os estados, já
fizeram isso. É uma vergonha que o maior estado do Brasil, que tem o maior
número de servidores no sistema prisional, ainda não tenha feito.
Nós já estamos praticamente quase
chegando no meio do segundo semestre, e o projeto de lei ainda não chegou até
aqui. Então o governo está prevaricando, está cometendo improbidade
administrativa.
Então eu já acionei, tanto o Ministério
Público Estadual, quanto o Tribunal de Contas, para que providências sejam
tomadas, e o governador seja obrigado a encaminhar, em caráter de extrema
urgência, esse projeto de lei complementar, regulamentando a Polícia Penal. E
reconhecendo também, como policiais penais, os motoristas, os oficiais
administrativos e amplos setores dos trabalhadores do sistema prisional.
Com a palavra, o deputado Eduardo
Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Carlos Giannazi, em que pese muitas
dificuldades pelas quais o Brasil tem passado, há também algumas boas notícias,
que merecem ser registradas. Como a “Folha de S. Paulo" colocou em 19 de
abril:
“Renda bate
recorde com emprego aquecido e Bolsa Família ampliado em 2023”, de Leonardo
Vieceli.
“A renda média
domiciliar per capita (por pessoa) subiu a 1.848 reais por mês no Brasil em
2023. É o maior patamar de uma série histórica iniciada em 2012, apontam dados
divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística).
Em relação a
2022...” quando foi de 1.658 “...o rendimento teve alta de 11,5 por cento. O
recorde anterior da série havia sido alcançado em 2019 (1.744 reais), antes da
pandemia do Covid-19.
Os
dados, ajustados pela inflação, integram a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua: Rendimento de Todas as Fontes, de 2023. O levantamento vai
além do mercado de trabalho e também traz informações de recursos obtidos pela
população por meio de iniciativas como aposentadorias, pensões, programas
sociais e aluguel.
O ano de 2023
marcou o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Gustavo Geaquinto
Fontes, analista da pesquisa do IBGE, um dos fatores por trás do recorde da
renda per capita foi o aquecimento do mercado de trabalho, com mais pessoas
ocupadas e aumento de salários.
Outras fontes
também contribuíram para o avanço do indicador, incluindo aluguel e programas
sociais como o “Bolsa Família”, diz o pesquisador: "Além do crescimento do
benefício médio desse programa, houve expansão do percentual de domicílios
beneficiados."
Conforme o
IBGE, as transferências de renda do “Bolsa Família”, substituto do “Auxílio
Brasil”, chegaram a 19% dos domicílios do país em 2023 - quase um em cada cinco
lares. É o maior percentual da série histórica iniciada em 2012.
Em termos
absolutos, o resultado significa que 14,7 milhões de domicílios de um total de
77,7 milhões de endereços tinham beneficiários desse rendimento no ano passado.
O IBGE destacou
que o “Bolsa Família” manteve a quantia mínima de 600 reais, em 2023, com a
inclusão de novos benefícios de acordo com a composição familiar. Isso aumentou
o valor médio dos repasses. Conforme o Instituto, o percentual de domicílios
com recebimento do “Auxílio Brasil” havia sido de 16,9% em 2022, ou seja, 2,1
pontos percentuais acima do patamar atendido pelo programa reformulado em 2023.
Fontes apontam
que, além do “Bolsa Família”, o ganho real do salário mínimo também pode
explicar o comportamento da renda per capita. Nesse sentido, o pesquisador
lembra que o salário mínimo influencia não apenas o rendimento do trabalho,
também impacta aposentadorias, pensões e benefícios, como o benefício da
prestação continuada da Loas, pago a pessoas com deficiência de baixa renda.
Segundo o IBGE, as transferências contribuíram para elevar a renda de camadas
mais pobres da população, impedindo um aumento da desigualdade.
Isso pode ser
ilustrado pelo índice Gini. A desigualdade de renda medida pelo indicador
permaneceu em 2023 no menor nível da série, iniciada em 2012, no Brasil,
apontou o Instituto. O Gini ficou em 0,518 no ano passado, o primeiro do
governo Luiz Inácio Lula da Silva. Assim, repetiu o patamar mínimo da série,
que já havia sido registrado em 2022, de 0,518, ainda no mandato do então
presidente Jair Bolsonaro.
O índice de
Gini varia de zero, igualdade máxima, a um, se tivermos a desigualdade máxima.
Quanto menor o resultado, mais baixa é a disparidade entre os extremos da
população. O Distrito Federal lidera o ranking e Maranhão fica para trás.
No ano passado,
a renda média per capita avançou nas cinco grandes regiões do país. O Sudeste
registrou o maior valor, 2.237 reais; e o Nordeste, o menor, 1.146 reais. No
recorte das unidades da federação, o Distrito Federal aparece no topo do
ranking.
O rendimento
per capita local foi de 3.215 reais; seguido pelos resultados de São Paulo,
2.414; Rio de Janeiro, 2.305; Rio Grande do Sul, 2.255; Santa Catarina, 2.224;
o Maranhão, por outro lado, registrou a menor renda per capita do país, a única
abaixo de mil reais, com valor de 969 reais. Acre, 1.074; Pernambuco, 1.099;
Alagoas, 1.102; e Bahia, 1.129, vêm na sequência.
No Brasil, o
rendimento de todos os trabalhos respondeu por 74,2% da composição da renda
média domiciliar per capita em 2023; é a maior participação entre as fontes
investigadas pela pesquisa, embora tenha ficado levemente abaixo da registrada
em 2022, de 74,5 por cento. Já as aposentadorias e pensões, responderam por
17,5% da composição da renda per capita no ano passado, também abaixo de 2022,
18,1 por cento.
Enquanto isso,
a categoria de outros rendimentos, que inclui os programas sociais, ganhou
participação. Esse grupo respondeu por 5,2% da composição da renda em 2023,
acima dos 4,6% do ano anterior. Segundo os analistas do IBGE, as transferências
de benefícios como o “Bolsa Família” funcionaram como uma espécie de contrapeso
à elevação mais intensa da renda do trabalho verificada entre os mais ricos.
Na passagem de
2022 para 2023, enquanto o rendimento médio do trabalho cresceu 10,4 entre os
dez por cento do topo da distribuição, a alta foi menor, de 1,8% entre os dez
por cento mais pobres.
A elevação, na
média geral, foi de 7,2 por cento. Teve um efeito que contrabalançou isso dos
rendimentos de programas sociais, particularmente o “Bolsa Família”. Foi um
efeito contrário, beneficiando sobretudo os domicílios de menor renda.
Na região Nordeste,
o índice de Gini do rendimento domiciliar per capita recuou de 0,517 em 2022,
para 0,509 em 2023, portanto, na direção melhor. O patamar mais recente é o
menor da série local. Mesmo com a redução, a desigualdade registrada no
Nordeste ainda é a maior do país. A região é agora seguida de perto pelo
Sudeste, onde o Gini subiu de 0,505 para 0,508. O Sul teve novamente o menor
índice: o indicador local recuou de 0,458 para 0,454.
“Entre 2022 e
2023, a desigualdade medida pelo Gini apresentou maiores variações na região
Norte, de 0,509 para 0,500, e Nordeste, de 0,517 para 0,509, ambos apresentando
queda desse indicador”, diz o IBGE. “Ressalta-se que essas duas regiões possuem
as maiores proporções de domicílios beneficiados pelo programa “Bolsa “Família,
e essa melhora na distribuição da renda pode ter sido favorecida pelo aumento
do valor do benefício médio e pela ampliação da população abrangida pelo
programa”, diz o IBGE.
Os avanços do
Gini no Sudeste, de 0,505 para 0,508, e no Centro-Oeste, de 0,493 para 0,498,
refletem, em parte, o aumento da desigualdade do rendimento do trabalho,
segundo o IBGE.
A pesquisa
também traz dados a respeito do Benefício da Prestação Continuada, do LOAS,
pago a pessoas com deficiência de baixa renda. De 2022 a 2023, o percentual de
domicílios alcançados por esse programa subiu de 3,7% para 4,2%, outro recorde
da Pnad.
Já a proporção
de lares com outros benefícios sociais variou, de 1,5% em 2022, para 1,4% em
2024. Entre os 5% mais pobres, o rendimento médio mensal per capita subiu de R$
91,00 em 2022 para R$ 126,00 em 2023, o maior valor da série histórica iniciada
em 2012. O crescimento foi de 38,5% na passagem dos dois últimos anos.
Enquanto isso,
no outro extremo da distribuição da renda mensal por pessoa, aumentou 13,2%
para a camada 1% mais rica. O indicador avançou de cerca de R$ 18,3 mil em 2022
para quase R$ 20,7 mil em 2023. O recorde da série desse grupo foi verificado
em 2019, R$ 21.600,00 no pré-pandemia.
Gostaria de
salientar que é importante o feito do governo do presidente Lula, de Geraldo
Alckmin, de Fernando Haddad, de Simone Tebet, de Wellington Dias, Silvio
Almeida, Marina Silva, Luiz Marinho, enfim, todos aqueles que estão
contribuindo para esta melhora.
E eu tenho a
convicção de que o estado geral da população brasileira vai melhorar
acentuadamente, na medida em que implantarmos, ainda que por etapas,
gradualmente, a universalização da renda básica de cidadania, de forma
incondicional para toda a população.
Um grande
abraço.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - Obrigado,
deputado Eduardo Suplicy. Encerrado o Pequeno Expediente...
Gostaria de
chamar V. Exa. para continuar presidindo a sessão, porque eu vou precisar, Sr.
Deputado, que vai presidir agora - Eduardo Suplicy - a sessão... Eu vou utilizar
a tribuna pelo Art. 82 do Regimento Interno.
*
* *
- Passa-se ao
GRANDE
EXPEDIENTE
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Eduardo
Suplicy.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Então, agora
tem a palavra o deputado Carlos Giannazi, que falará pelo Art. 82, em nome da
liderança do PSOL.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
PELO ART. 82 - Muito obrigado, deputado, presidente Eduardo Suplicy. Sr.
Presidente, V. Exa. está acompanhando a crise da Enel, da falta de energia
elétrica em São Paulo; o verdadeiro desastre que foi a privatização da antiga
Eletropaulo.
E agora a
população do estado de São Paulo está pagando um preço caríssimo por essa
privatização. Ao mesmo tempo, nós estamos acompanhando toda a polêmica em torno
da privatização da Sabesp, que, se for privatizada, com certeza vai penalizar
ainda mais a nossa população.
Mas, no meio de
todo esse debate, de toda essa crise, Sr. Presidente, o governador Tarcísio de
Freitas, na semana passada, privatizou a Emae, através de um leilão que foi
realizado aqui na Bolsa de Valores de São Paulo. Ele entregou, Sr.
Presidente...
Está aqui,
olha: “Fundo Phoenix compra Emae por um bilhão de reais na primeira
privatização de Tarcísio em São Paulo. Última estatal de energia do governo
paulista tem como principal ativo o complexo Henry Borden.” - que é, Sr.
Presidente, a Emae.
O que é a Emae?
A Emae é uma estatal, uma empresa estatal de energia, um patrimônio do estado
de São Paulo, que fornece energia elétrica para mais de 800 mil residências na
grande São Paulo.
Olha só o que o
governador está fazendo, Sr. Presidente: está intensificando ainda mais a crise
energética aqui do estado de São Paulo. Isso já está acontecendo com a Enel.
Isso não serviu de exemplo para o governador parar com essa privatização.
Então, ele vai
intensificar a crise ao fazer o leilão, ao vender a Emae, que vai prejudicar,
no mínimo, 800 mil residências, 825 mil, na verdade, famílias que serão
prejudicadas na Grande São Paulo, que são abastecidas, do ponto de vista da
energia elétrica, pela Emae.
Mas não é só
isso, Sr. Presidente. O prejuízo não é só esse. Tem mais: a Emae também é
responsável pela manutenção das balsas. Temos três balsas que atravessam a
Represa Billings, em três regiões diferentes. A primeira, aqui saindo de São
Paulo, é da Ilha do Bororé. Lá nós temos uma balsa.
Inclusive,
estive lá no último sábado. Tem essa balsa, depois tem uma segunda balsa, que
também é administrada pela Emae, que é a de Taquacetuba; e depois tem uma
terceira, que sai na região do ABC, que é a João Basso. São três balsas que
funcionam hoje gratuitamente à população, funcionam 24 horas, porque é uma
obrigação da Emae.
Quando a
represa foi feita, a Billings, o compromisso do estado era com essas balsas,
para que a população pudesse atravessar de um lado para o outro, para que
houvesse a livre circulação. O que vai acontecer com a privatização?
Com certeza, eu
não tenho dúvidas de que haverá uma precarização no funcionamento dessas balsas
e, quem sabe, até eles pensem em cobrar tarifas para as pessoas atravessarem
essas balsas. E são pessoas pobres, que moram naquela região da Ilha do Bororé,
Taquacetuba, e, do outro lado, já chegando ao ABC.
Essas pessoas
serão duramente penalizadas pela piora dos serviços. Tenho certeza de que essas
balsas não vão funcionar mais 24 horas, que vai ter horário, que não vai ser
como funcionou até agora.
Então, vamos
ter um gravíssimo prejuízo, porque a empresa vai pensar no lucro e aquelas
balsas não dão lucro, Sr. Presidente. É um serviço que é prestado hoje
praticamente pelo estado, mas a empresa, como ela visa o lucro, ela é de
capital privado, ela vai buscar algum tipo de vantagem na manutenção e na
administração dessas três balsas.
Então, esse é
um ponto. Há a questão da energia elétrica. Haverá com certeza o aumento da
energia elétrica e a piora dos serviços, como aconteceu com a Enel, porque é um
grupo privado que toma conta agora de uma empresa estratégica de energia
elétrica.
E tem mais,
presidente, não é só isso: são as balsas, o aumento das tarifas, a piora dos
serviços, como vem acontecendo com a Enel, mas a Emae também é responsável
pelos Rios Pinheiros e Tietê, por manter os níveis estáveis desses dois rios e
pelo bombeamento, em caso de enchente, das águas desses dois rios para a
Represa Billings.
Então, o que
estamos fazendo com o estado de São Paulo, com a privatização da Emae? Estamos
colocando em risco a cidade de São Paulo, que pode ter enchentes por conta de
uma possível incompetência na administração desse serviço, que hoje funciona
muito bem através dessa estatal com seus servidores.
Então, a cidade
de São Paulo correrá um sério risco com mais enchentes, caso a regulação dos
níveis do Rio Pinheiros e do Rio Tietê não seja feita adequadamente.
E mais ainda:
além das enchentes que poderemos ter em São Paulo com essa privatização da
Emae, feita pelo governador Tarcísio de Freitas, poderemos ter mais poluição
ainda na Represa Billings, porque não sei se essa empresa, agora privada, vai
ficar bombeando a água poluída desses dois rios para a Represa Billings, que
está se recuperando aos poucos de uma histórica poluição por conta desses dois
rios, que sempre foram jogados ali dentro, bombeados para a represa, para o
Reservatório Billings.
Então, são
vários prejuízos: riscos de enchentes na cidade de São Paulo, risco gravíssimo
de poluição da Represa Billings, abandono, precarização, e talvez até cobrança
de tarifa nas três balsas administradas pela Emae, agora empresa privada: a da
Ilha do Bororé, a Taquacetuba e a João Basso, já no ABC, o aumento das tarifas
de energia elétrica para as 825 mil residências da Grande São Paulo, além da
precarização do serviço.
É a
privatização, é a privataria bolsotucana. Sr. Presidente, é um escândalo total,
passou desapercebido, a Assembleia Legislativa não falou nada, o Tribunal de
Contas, em um momento crítico como este, de crise energética no estado de São
Paulo, no Brasil e no mundo, quando todas as empresas estão sendo estatizadas
na área do abastecimento de água, como nós já debatemos aqui, e com a crise da
Enel aqui em São Paulo, falta luz o tempo todo, falta energia elétrica no
estado de São Paulo em várias regiões, por conta da privatização.
Mesmo assim,
isso não serviu de alerta, não serviu de lição para que o governador fizesse
essa privatização na semana passada, Sr. Presidente. Então é grave essa
situação, não houve debate, não houve audiência pública, não houve nada: foi
uma decisão autoritária do governador de entregar o patrimônio público do estado
de São Paulo para os investidores do mercado financeiro.
O mercado está
dando risada, soltando fogos de artifício, porque o mercado vai ganhar muito
dinheiro com essa privatização. O interesse público, o interesse da população,
foi escanteado novamente pelo governador Tarcísio de Freitas.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Obrigado.
O
SR. CONTE LOPES - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para falar pelo Art. 82 pela vice-Liderança do PL.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Tem a
palavra, pelo tempo regimental, o deputado Conte Lopes.
O
SR. CONTE LOPES - PL
- PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador
da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta Casa, eu
acompanhava as colocações do nobre deputado educador Carlos Giannazi, do PSOL,
mas minha colocação é a respeito da popularidade do governador Tarcísio de
Freitas, aparecendo aí com mais de 60% de aprovação. Já tem gente falando à
imprensa que há possibilidade de ele sair candidato a presidente.
Então veja como
as coisas mudam. E ele está governando São Paulo, está fazendo o trabalho dele,
está conquistando o povo de São Paulo. Isso é importante, acho que meio ao
contrário do que está acontecendo no governo federal: todas as pesquisas
mostrando a queda do presidente Lula.
É óbvio que a
gente não fica feliz com isso, afinal de contas, a gente mora no Brasil, a
gente tem filhos no Brasil, a gente tem neto no Brasil, não é verdade? Então
para nós não é bom a economia cair. Onde a gente vai, o pessoal está reclamando
do aumento de tudo. Meus cumprimentos ao governador.
Falo também do
Bolsonaro ontem, uma grande manifestação em Copacabana. Veja a força do PL, o
meu partido, convocado por Bolsonaro. Lotou Copacabana de novo. Vi pela Globo
que, comparando, tinha menos gente com Bolsonaro do que quando foi o papa.
Espera aí, o
que tem a ver o Bolsonaro com o papa? Ele convocou o nosso partido, as pessoas
o apoiam e as pessoas foram. Foram. Assisti pela Globo, pela Record. Foi uma
divulgação para o Brasil inteiro, e talvez para o mundo, para verificar o que
está acontecendo.
É importante
isso, não resta a menor dúvida. É uma reunião política, partidária, e faço até
um desafio: que outro político faça isso. Em um domingo à tarde, vá lá em
Copacabana, em um calor, e tire o pessoal da praia, dos mergulhos, para ir lá
ouvir um discurso político.
Aqui em São
Paulo mesmo, na Paulista, coloca, coloca milhares e milhares de pessoas. Aí,
vão chamar um técnico da USP para ver se tinham dez, vinte; aí, o cara faz um
teste. Não, devia ter 172, ou setenta. Isso aí não interessa, é uma
manifestação em um domingo que lotou o local onde foi feito isso.
Estamos também
em campanha política, queira ou não, é ano eleitoral, e para nós, para o nosso
partido, é bom, não resta a menor dúvida, os candidatos
a prefeito, não é? Hoje a gente sabe como é a política. Ano que vem a gente já
fala que no outro ano tem eleição para presidente da República. Tem eleição
para presidente da República.
Até
agora, Bolsonaro é inelegível, mas Lula também ficou 600 dias na cadeia, 580, e
depois virou presidente da República, então o mundo é uma roda-gigante. E aqui,
na minha opinião, não é a Justiça que escolhe candidatos, né?
Alguma
coisa tem que se mexer no Congresso Nacional, e parece que começaram a mexer.
Parece que acordaram os senadores que foram eleitos pelo Bolsonaro e os
deputados que foram eleitos pelo Bolsonaro. Parece que começaram a acordar, né?
Parece que eles começam a acordar.
Não
é assim, não é um juiz que decide tudo. Vi até, há tempos, há pouco, o deputado
Reis falando “um juiz de Bauru é contra a lei...”. Bom, é um juiz de Bauru, mas
o que ele apita, o juiz de Bauru? Ele apita lá no pedaço dele, né?
Eu
também, quando era moleque, a gente ia no cinema e sabia que tinha cara que
torcia para o bandido. Fazer o quê? Tem uns que são a favor dos bandidos, não
tem? Muita gente, em vários setores da sociedade. Ele só é contra quando ele é
a vítima, aí ele pede para nós, policiais, resolver o problema dele. É sempre
assim.
De
resto, eu acho que o importante é que o que aconteceu ontem, não é? A
demonstração da força do Jair Messias Bolsonaro, levando aquela multidão e
demonstrando força, sim, que tem o povo, grande parte do povo brasileiro, do
lado dele, não resta a menor dúvida. Então, para o nosso partido, é importante.
Agora
fica aqui o meu desafio: faça alguém, um político aí, faça um ministro do
Supremo Tribunal Federal, vê se vai uma Kombi. Se os ministros do Supremo
Tribunal fizerem uma reunião, se for uma Kombi, é muita gente. Na kombi são 10
caras, né? Na kombi são 10 pessoas. Então está aí a força popular do Bolsonaro.
Obrigado,
Sr. Presidente.
O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, havendo acordo de
lideranças, eu solicito o levantamento da sessão.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Obrigado.
Cumprimento o deputado Conte
Lopes.
Esta
Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita à Ordem do Dia da
sessão ordinária o Projeto de lei Complementar nº 9, de 2024, de autoria do
Executivo, bem como os seguintes projetos de lei vetados: 26 e 454, de 2022;
138, 1.115, 1.275 e 1.629, de 2023. Convoca, ainda, V. Exas. para a sessão
ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da última
quarta-feira, com os aditamentos ora anunciados.
Está levantada
a presente sessão.
Muito obrigado.
*
* *
- Levanta-se a
sessão às 15 horas e 18 minutos.
*
* *