30 DE JUNHO DE 2023
18ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AOS 150 ANOS DE SANTOS DUMONT
Presidência: GIL DINIZ
RESUMO
1 - GIL DINIZ
Assume a Presidência e abre a sessão. Informa que a Presidência efetiva convocou a presente sessão solene em "Homenagem aos 150 anos de Santos Dumont", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos.
2 - SUBOFICIAL JACKSON
Mestre de cerimônias, nomeia as autoridades presentes. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".
3 - TIMOTHY JOSEPH RING
Padre, faz pronunciamento.
4 - PRESIDENTE GIL DINIZ
Anuncia apresentação musical do Coral dos Arautos do Evangelho.
5 - LUCAS BOVE
Deputado estadual, faz pronunciamento.
6 - CASTELLO BRANCO
Ex-deputado estadual, faz pronunciamento.
7 - RICARDO MAIR ANAFE
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, faz pronunciamento.
8 - SUBOFICIAL JACKSON
Mestre de cerimônias, anuncia a entrega, feita pelo deputado Gil Diniz, de uma reprodução da carta de agradecimento enviada por Santos Dumont a esta Casa, em 1901, a Marcos Siciliano Villares Filho, sobrinho-bisneto do inventor, e ao major-brigadeiro do ar Luiz Cláudio Macedo Santos, comandante do Quarto Comando Aéreo Regional. Anuncia a exibição de vídeo institucional de comemoração dos 150 anos de Alberto Santos Dumont.
9 - LUIZ CLÁUDIO MACEDO SANTOS
Major-brigadeiro do ar e comandante do Quarto Comando Aéreo Regional, faz pronunciamento.
10 - EDUARDO SUPLICY
Deputado estadual, faz pronunciamento.
11 - PRESIDENTE GIL DINIZ
Ressalta a importância de resgatar a memória de Santos Dumont, a quem considera um herói nacional. Lamenta que muitas figuras de relevo da história do Brasil sejam, a seu ver, esquecidas. Tece elogios aos integrantes da Força Aérea Brasileira.
12 - SUBOFICIAL JACKSON
Mestre de cerimônias, anuncia apresentação de percussão dos Arautos do Evangelho.
13 - PRESIDENTE GIL DINIZ
Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.
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Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gil Diniz.
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O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - SUBOFICIAL JACKSON - Senhoras e
senhores, bom dia. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de
São Paulo.
Esta sessão
solene tem a finalidade de homenagear os 150 anos do pai da aviação, Marechal
do Ar, Alberto Santos Dumont. Comunicamos aos presentes que esta sessão solene
está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal Alesp no YouTube.
Convidamos para
compor a Mesa: deputado estadual Gil Diniz. Desembargador Ricardo Mair Anafe,
presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. (Palmas.) Sr. Marcos
Siciliano Villares Filho, sobrinho-bisneto de Santos Dumont. (Palmas.) Sr.
Major-Brigadeiro do Ar, Luiz Cláudio Macedo Santos, comandante do Quarto
Comando Aéreo Regional. (Palmas.)
Desembargador
Fernando Antonio Torres Garcia, corregedor-geral da Justiça do Estado de São
Paulo. (Palmas.) Desembargador Walter da Silva, presidente do Conselho de
Curadores da Fundação Santos Dumont. (Palmas.) Juíza Federal Vera Lúcia da
Silva Conceição. (Palmas.) Brigadeiro do Ar Cláudio Wilson Saturnino Alves.
(Palmas.) Brigadeiro do Ar Steven Meier. (Palmas.)
Coronel Rodolfo
Guerra, assessor de Relações Institucionais, representando o general Guido Amin
Naves, comandante-geral do Sudeste. (Palmas.) Coronel Iuri Roberto Martins de
Mello, assessor parlamentar do Comando Militar do Sudeste. (Palmas.)
Coronel PM
Ricardo Roberto Tofanelli, chefe da Assessoria da Polícia Militar da Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo. (Palmas.) Sr. Ciro Saccab, vice-presidente
da Fundação Santos Dumont. (Palmas.) Padre Timothy Joseph Ring, da Associação
Arautos do Evangelho. (Palmas.) O sempre deputado Castello Branco. (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Bom dia a todos. Sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos nos termos regimentais. Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, senhoras e senhores, esta sessão solene atende à
minha solicitação, deputado Gil Diniz, com a finalidade de homenagear Alberto Santos
Dumont, pai da aviação, aeronauta brasileiro e inventor do 14-Bis.
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - SUBOFICIAL JACKSON - Canto do Hino
Nacional. Convido a todos para, em posição de respeito, cartarmos o Hino
Nacional Brasileiro. Letra: Joaquim Osório Duque Estrada. Música: Francisco
Manoel da Silva. Acompanhada pela banda de música da Base Aérea de São Paulo,
sob a regência do 1º tenente músico, Sérgio de Castro Araújo.
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- É entoado o
Hino Nacional Brasileiro.
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O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - SUBOFICIAL JACKSON - Senhores, por
favor, tomem os vossos assentos.
Registramos e
agradecemos as presenças das seguintes autoridades: desembargador Ricardo Mair
Anafe, presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Padre Timothy
Joseph Ring, Associação Arautos do Evangelho. Major-brigadeiro do Ar Luiz
Cláudio Macedo Santos, comandante do Quarto Comando Aéreo Regional. Marcos
Siciliano Villares Filho, sobrinho-bisneto de Santos Dumont.
Desembargador Fernando Antonio Torres Garcia,
corregedor-geral da Justiça do Estado de São Paulo. Desembargador do Tribunal
de Justiça, Walter da Silva, presidente dos curadores da Fundação Santos
Dumont. Juíza Federal Vera Lúcia da Silva Conceição. Brigadeiro do ar Cláudio
Wilson Saturnino Alves, subdiretor de fiscalização e controle da Diretoria de
Material Aeronáutico e Bélico. Brigadeiro do Ar Steven Meier, subdiretor da
diretoria de infraestrutura da Aeronáutica.
Coronel Rodolfo
Guerra, representando o general Guido Amin Naves, comandante militar do
Sudeste. Coronel PM Tofanelli, chefe da Assessoria da Polícia Militar da
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, neste ato representando o
coronel PM Cássio Araújo de Freitas, comandante-geral da Polícia Militar do
Estado de São Paulo. Major PM Luiz Fernando Sanches Pessoa, comitiva Proerd. Delegado
Leandro Marafon, representando o delegado-geral de Polícia, Sr. Artur Dian. O
sempre deputado Castello Branco.
Convidamos o
deputado estadual Lucas Bove para compor a Mesa extensora. Convidamos o padre
Timothy Joseph Ring, da Associação Arautos do Evangelho, a proferir uma bênção
especial para a sessão solene.
Com a palavra,
padre Timothy.
O SR. TIMOTHY
JOSEPH RING - Bom dia a todos. É com imensa
alegria que, a convite do nosso queridíssimo deputado Gil Diniz, que os Arautos
do Evangelho estamos aqui com vocês para celebrar o verdadeiro pai da aviação
mundial, Santos Dumont, que, de modo despretensioso, fundou a aviação.
Ele criou o
primeiro avião que voou de fato. E, sem o desejo de aparecer, de ter louros,
ele fez essa maravilha, bem do modo que no Brasil se faz. Na pessoa do nosso
deputado Gil Diniz que agradecemos e cumprimentamos as autoridades todas aqui
presentes.
Já que Santos
Dumont é o pai da aviação, não devemos nos esquecer daquela que é a mãe da
aviação, a padroeira da aviação, que é Nossa Senhora de Loreto. A Santa Casa de
Nazaré, onde nasceu Nossa Senhora, onde um anjo do Senhor anunciou a Maria e
ela concebeu do Espírito Santo.
Esta casa, onde
São José ensinou ao menino Jesus seu ofício de carpinteiro, onde o menino Jesus
crescia em estatura, idade e graça diante do Senhor. Esta casa, ameaçada pela
invasão otomana, não podia ser perdia, e, milagrosamente, foi levada pelos
anjos pelos ares, em quatro etapas, até chegar aonde está hoje, na cidade de
Loreto, no norte da Itália. Cruzou o mar Adriático.
E assim, no
início, logo depois da Primeira Guerra Mundial, quando começava a aviação,
pediram ao Papa Bento XV para abençoar, os primeiros aviões. E ele nomeou a
Nossa Senhora de Loreto, a cidade onde está hoje a Santa Casa como padroeira da
aviação.
Então, em nome
dela que eu os quero dar a todos a benção. A bênção de Deus todo poderoso: o
Pai, o Filho e o Espírito Santo. Que desça sobre vós e permaneça sempre.
TODOS - Amém.
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* *
- É feita a
apresentação musical.
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O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - SUBOFICIAL JACKSON - Convidamos o
deputado Lucas Bove a ocupar o seu lugar na tribuna.
O SR. LUCAS
BOVE - PL - Bom dia, senhores. Que lindo
espetáculo. Deputado Gil Diniz, um embaixador do Arautos do Evangelho aqui
nesta Casa.
Aonde ele vai,
ele fala dos Arautos. Todo deputado desta Casa, de direita ou de esquerda, de
cima ou de baixo, já ouviu falar dos Arautos do Evangelho pela boca do deputado
Gil Diniz e, realmente, não é para menos, porque eu sei que isso aqui é uma
pequena amostra do trabalho lindo que vocês fazem junto à comunidade, junto a
toda sociedade. Meus parabéns a vocês.
Eu gostaria de,
então, iniciar minha fala cumprimentando o nosso querido deputado Gil Diniz, meu
grande amigo, uma pessoa que vem, nesse meu primeiro mandato, meu primeiro
trimestre de mandato nesta Casa, que se encerra hoje, me ajudando, me apoiando
e com certeza me demonstrando diversos atalhos para que eu possa exercer meu
mandato e honrar o voto da população da melhor forma possível.
Meus parabéns,
Gil Diniz, não só por esta sessão, não só pelo seu trabalho, mas pela forma
como você conduz as coisas nesta Casa, pela forma como você vem desenvolvendo o
seu segundo mandato aqui. Eu tenho muito orgulho de caminhar ao seu lado nesta
Casa.
Gostaria de
cumprimentar também o nosso querido desembargador, Ricardo Anafe, presidente do
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que também vem fazendo um excelente
trabalho à frente do Tribunal, um trabalho muito importante, que toda população
sabe que pode contar com a Justiça Paulista graças ao trabalho desses
servidores. Também é um orgulho caminhar ao lado de vocês.
Gostaria,
também, de cumprimentar, com muito respeito, o Marcos Siciliano Villares Filho,
sobrinho-bisneto de Alberto Santos Dumont. Que honra o ter aqui conosco. Seja
bem-vindo à Casa de leis, do povo paulista.
Cumprimento,
também, o nosso homenageado, major-brigadeiro do ar Luiz Cláudio Macedo Santos,
comandante do Quarto Comando Aéreo Regional. Muito prazer em tê-lo aqui também.
Padre Timothy, da Ordem dos Arautos. O nosso sempre deputado Castello Branco,
querido amigo.
Hoje é mais um
dia muito especial aqui nesta Casa, na qual eu me encontro, como eu disse, há
três meses. Venho trabalhando e tentando honrar o voto da população, mas hoje é
um dia diferenciado. Hoje, além de termos aqui a presença dos Arautos do
Evangelho, que só abrilhantam o evento, nós temos esta sessão solene em
homenagem ao Santos Dumont.
Santos Dumont,
que levou o nome do Brasil para o mundo inteiro. Santos Dumont, que nós podemos
dizer que foi um dos homens que com certeza mudaram o destino do mundo, trouxe,
de forma desbravadora, de forma inédita, a tecnologia, um olhar para o futuro.
E com certeza
promoveu uma mudança que até hoje todos nós gozamos e utilizamos, que é, de
fato, termos a possibilidade de atravessar o mundo, de Norte a Sul, ou de Leste
a Oeste, de forma rápida, de forma segura, de forma que permita que nós
tenhamos os nossos negócios, tenhamos o nosso lazer e tenhamos a defesa do
nosso território muito bem colocada através do ar.
Então, hoje é
um dia muito feliz para mim, um dia de muita emoção. Tenho certeza que esta
cerimônia nos reserva ainda muitos bons momentos. Um bom-dia a todos vocês, uma
boa sexta-feira, e um fim de semana abençoado.
Muitíssimo
obrigado a todos. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - SUBOFICIAL JACKSON - Registramos,
ainda, a presença, nesta sessão solene, do Sr. Luiz Palumbo Neto, Advogado da
União - consultoria jurídica da União do Estado de São Paulo, a AGU.
Ouçamos neste
momento o sempre deputado Castello Branco.
O SR. CASTELLO
BRANCO - Senhoras e senhores, um muito bom-dia.
Eu agradeço a Deus a possibilidade de estar hoje aqui com vocês, em um dos
eventos que eu considero dos mais importantes do calendário brasileiro.
Deputado Gil
Diniz, gratidão pela sua lembrança em me convidar. O senhor sabe que sou um
apaixonado pela aviação. Desde o primeiro momento em que o senhor nos convidou,
há mais de 90 dias, eu fiquei pensando no que diria neste momento.
Mas, antes, eu
agradeço o brigadeiro Macedo, meu amigo de longa data. Fizemos o Cenipa juntos,
em 1994, em Brasília, um dos melhores cursos que eu já fiz na minha vida. Uma
curiosidade: eu e o brigadeiro Macedo disputávamos quem seria o primeiro
colocado.
Um curso longo,
foi um curso especial, com mais de três meses de duração. E o brigadeiro
Macedo, lógico, chegou em primeiro, por 0,2, porque eu errei a questão do
ouvido interno, do equilíbrio do voo. Brigadeiro, uma honra tê-lo aqui conosco.
Meu querido
desembargador Ricardo Anafe, sempre muito competente, que sempre nos recebeu
muito bem. Uma honra tê-lo aqui. Também o nosso querido corregedor-geral de
Justiça, Torres Garcia, que pertenceu à Força Aérea Brasileira, que foi nosso
colega na Escola Preparatória de Cadetes do Ar, na Academia da Força Aérea.
Gostaria de
agradecer à família Villares, descendente do Santos Dumont; aos Arautos do
Evangelho, aqui representados pelo padre Timothy; à nossa juíza federal da
Justiça Militar; ao brigadeiro Damasceno, o comandante da Força Aérea, meu
amigo de longa data, hoje com uma imensa responsabilidade lá em Brasília;
deputado Lucas Bove, meu parceiro de missão, muito obrigado por estar comigo e
por estar me apoiando neste momento.
E a todos os
servidores da Força Aérea brasileira, aos militares da gloriosa Força Aérea,
nossa Aeronáutica, como dizíamos na nossa época, as asas que protegem e que
defendem o Brasil.
Teria muito a
contribuir, neste momento, para exaltar a figura de Alberto Santos Dumont.
Muito já foi dito, muito está nas suas mais de 30 biografias, das quais eu tive
a oportunidade de ler 22, e das quais cinco eu destacaria, principalmente
aquelas em que se abordam os aspectos mais profundos da personalidade, do
caráter, dos aspectos psicológicos e - por que não? - da espiritualidade de
Alberto Santos Dumont.
E neste momento
eu recordo a minha mãe - você a conhece, Gil -, hoje com 90 anos. Quando eu
tinha sete anos, lá em 1969, em um trabalho escolar, nós fizemos um longo
trabalho sobre Alberto Santos Dumont, a aviação e o futuro da aviação no
espaço.
Foram 238
folhas de papel almaço, escritas à mão. Naquela época, não tínhamos o Google,
tínhamos apenas a enciclopédia Barsa, a Delta-Larousse e outras consultas. E,
assim, fizemos um extenso trabalho. Ali eu já sabia para onde ia a minha vida.
E vim a
conhecer aspectos muito interessantes da vida de Santos Dumont. Um deles é que
ele conviveu com Júlio Verne, nosso grande escritor, contemporâneo, e que veio
a falecer em 1905, pouco antes de o Demoiselle voar.
Santos Dumont e
Júlio Verne, e outras grandes personalidades de Paris, que na época era a luz
do mundo, era o grande centro cultural do mundo. Júlio Verne escreveu “Da Terra
à Lua”, e disse para Santos Dumont que ele seria o precursor deste processo. E,
não por menos, Santos Dumont chegou a desenhar protótipos do que seriam hoje as
nossas naves espaciais.
E ele também
teve acesso às escrituras de Leonardo da Vinci. Lembrando que Santos Dumont
falava fluentemente cinco idiomas, além do português e do francês - que também
era a sua língua mãe, por causa de seu pai, Henrique Honoré -, ele falava
italiano, espanhol e alemão. E aqui um parêntesis, porque os dirigíveis alemães
tiveram, em grande parte, a influência de Santos Dumont.
Sempre
defendendo que Santos Dumont foi o pai da aviação, e de fato foi, porque, com
todo respeito aos Irmãos Wright - que teoricamente, em 17 de dezembro de 1903,
catapultaram uma aeronave no interior da Carolina do Norte, os irmãos Oliver e
Wilbur -, Santos Dumont de fato o fez de uma forma completamente diferente,
muito mais clara e transparente.
Não poderia
deixar de lembrar de dois tenentes do Exército Americano, os chamados irmãos Allen,
que estiveram na Guerra do Paraguai. Em 1870, trouxeram da Guerra da Secessão,
nos Estados Unidos, os balões. E Santos Dumont comenta que se inspirou também
nessa experiência de Caxias na Guerra do Paraguai.
Os aspectos que
eu gostaria de ressaltar na personalidade de Santos Dumont é que ele era muito
introspectivo, era uma pessoa de personalidade reservada, de pensamento interno
muito forte.
De tradição
católica, de formação cristã católica, ele muitas vezes se declarava um livre
pensador. Declarava-se uma pessoa que estudava religiões, filosofias e ciências
comparadas. Não raras vezes, era visto nas igrejas de Paris orando para que seus
experimentos dessem certo.
Além, é claro,
da sua muito bem sucedida invenção do avião mais pesado do que o ar, ele também
é o inventor de muitos outros itens que hoje nós utilizamos, como, por exemplo,
os paraquedas - ele chegou a fazer experiências nesse sentido; os ultraleves;
os planadores; o relógio de pulso - não é por menos que a relojoaria Dumont tem
o seu nome; o chuveiro de água quente; muitas ferramentas de marcenaria e
muitas ferramentas de serralheria ele desenvolveu; e de costura, para que ele
pudesse pôr em prática os eventos que ele então fazia.
Santos Dumont,
como todo gênio, era uma pessoa controversa e uma pessoa de personalidade com
lado afável, lado difícil, e padeceu de uma doença chamada depressão.
Isso tem que
ser colocado, porque, quando estudamos a vida de Santos Dumont, a gente estuda
vários aspectos de sua vida: os aspectos do relacionamento com a sua mãe, com o
seu pai, da sua infância, da sua sexualidade, dos seus relacionamentos, sobre
os quais o tempo não me permite discorrer.
Mas o fato é
que, quanto mais estudamos a vida de Santos Dumont, mais nos deparamos com a
genialidade desse grande ser, que nasceu ali na Fazenda Cabangu, perto de
Palmital, Minas Gerais, perto da Escola Preparatória de Cadetes do Ar. Não por
menos a nossa Força Aérea ali construiu a nossa escola de excelência.
E Santos
Dumont, sem dúvida nenhuma, deixou enorme legado, um legado que pagou com a sua
própria vida. Ele nasceu no dia 20 de julho de 1873, e, curiosamente, veio a
falecer quase na mesma data de seu nascimento, no dia 23 de julho de 1932, no
meio da Revolução de 1932. Não por menos, ele já havia profetizado a ida do
homem à lua, e foi no dia 20 de julho de 1969 que os astronautas americanos
pisam na lua. Nada é por acaso.
E, assim,
Santos Dumont vem tirar sua própria vida, enforcado, no Guarujá. E uma
curiosidade é que sua mãe, dona Francisca, também havia se suicidado, em 1905,
na Cidade do Porto, em Portugal.
E nós temos que
falar disso sem absolutamente nenhum preconceito, porque hoje a medicina
moderna, a ciência, estuda mais de 232 patologias, e a depressão, sem dúvida, é
uma delas.
Eu posso falar
com a absoluta tranquilidade, porque tive pessoas da minha vida que tiraram a
própria vida, gênios também, pessoas de grande valor, como tantas pessoas que a
gente conhece que, infelizmente, às vezes passam por essa situação difícil. Sem
contar os outros grandes dilemas pelos quais passou Santos Dumont.
Eu termino a
minha fala com uma das frases que eu considero mais bonita de Santos Dumont.
Ele dizia o seguinte: “As coisas são sempre mais belas quando vistas de cima.
Inventar é imaginar o que ninguém nunca pensou. Inventar é acreditar o que
ninguém nunca jurou.
Inventar é
arriscar o que ninguém nunca ousou. Inventar é realizar o que ninguém nunca
tentou. Inventar é superar, transcender e transformar. Inventar é a razão de
viver”. A Alberto Santos Dumont, a nossa melhor continência.
Obrigado.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - SUBOFICIAL JACKSON - Convidamos o
desembargador Ricardo Anafe, presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo, a tomar lugar na tribuna.
O SR. RICARDO
MAIR ANAFE - Bom dia. Eu gostaria, de antemão,
de saudar V. Exa., o deputado estadual Gil Diniz, e, em seu nome, cumprimentar
todos os deputados da augusta Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Cumprimentar o
major-brigadeiro do ar, o Major Luiz Cláudio Macedo Santos, comandante do Quarto
Comando Aéreo Regional, e, em seu nome, cumprimentar todos os oficiais,
militares e praças aqui presentes, das Forças Armadas e da Polícia Militar do
Estado de São Paulo.
Cumprimentar o
Sr. Marcos Siciliano Villares Filho, sobrinho-bisneto de Alberto Santos Dumont.
Cumprimentar a S. Exa., o desembargador Fernando Antonio Torres Garcia,
corregedor-geral da Justiça, e, em seu nome, cumprimentar todos os magistrados
aqui presentes.
Cumprimentar os
Srs. Oradores pela Assembleia Legislativa, o deputado Lucas Bove e o sempre
deputado Castello Branco. Cumprimentar a S. Exa., o desembargador Walter da
Silva, que é presidente dos curadores da Fundação Santos Dumont. Cumprimentar o
padre Timothy Joseph Ring, da Ordem dos Arautos do Evangelho e todos os seus
integrantes.
Minhas senhoras
e meus senhores, para o Tribunal de Justiça é uma honra muito grande participar
deste ato comemorativo do sesquicentenário de vida de Santos Dumont, de seu
aniversário de nascimento.
Santos Dumont
representa um herói, ele representa o herói que o Brasil esquece.
Lamentavelmente, nós esquecemos de nossos grandes heróis. Então, lembrarmos de
Santos Dumont é lembrar de um grande herói brasileiro e esse herói brasileiro
se destacou no Brasil e se destacou fora do Brasil - em especial na França,
como foi observado.
Santos Dumont
não é o pai da aviação exclusivamente por causa do 14-Bis. O “pai da aviação”
que eu mais gostei de ouvir foi quando nós tivemos a visita do presidente dos
Estados Unidos, Bill Clinton, que, no palácio do Itamaraty, se referiu a Santos
Dumont como o pai da aviação, enquanto os americanos jamais assim haviam
admitido. A expressão “pai da aviação” que eu mais gostei de ouvir foi de um
presidente do Estados Unidos.
Santos Dumont
representa muito para a aviação brasileira, para a aviação mundial. Em primeiro
lugar, o primeiro dirigível a ganhar uma competição em Paris e a cumprir toda a
meta no tempo que lhe era marcado, de 30 minutos, e circunscrever a Torre
Eiffel, foi o M-6, de Santos Dumont.
Isso é um marco
da aviação, porque a partir dali tenho um balão que eu consigo conduzir, já
considerando os ventos e a umidade. Ou seja, eu passo a ser o senhor daquilo
que eu estou conduzindo.
O 14-Bis é tão
importante porque não foi um voo qualquer, como marcou o deputado Castello Branco,
foi o primeiro voo com autopropulsão. Ele decolou do plano, não teve descida ou
declive, não teve uma catapulta que lançasse a aeronave.
Marca novamente
um momento absolutamente fantástico na aviação, que é a autopropulsão. O
Demoiselle foi o primeiro ultraleve criado. Demoiselle chegava à velocidade de
90Km/h, é algo fantástico.
Santos Dumont
continuou trabalhando, e - aliás, deputado Castello Branco, piloto de
helicóptero - ele estava trabalhando também nos helicópteros, mas acabou
finalizando, fez dois experimentos.
Santos Dumont é
uma figura marcante. Santos Dumont teve seu nome lançado no livro de aço dos
heróis nacionais, que está no Panteão da Pátria, em Brasília. É um grande herói
nacional, é um grande herói mundial.
Quando eu era
garoto, passava as minhas férias em Petrópolis, em uma casa em Mosela e
apartamento em Quitandinha. E, garoto, fui pela primeira vez visitar a casa de
Santos Dumont, uma casa muito pequena, a Encantada, na rua do Encantado, por
isso o nome é Encantada.
A coisa que mais
me marcou foram os degraus, absolutamente. Tinham degraus só do pé direito, só
do pé esquerdo, e eram muito pequenos, cabe o início da planta do pé com os
artelhos. Eu ficava imaginando por que tinha esse degrau tão difícil. Meu pai
me deu a explicação de que seria mais fácil. Eu confessadamente tinha medo de
cair ali.
Todas as vezes
em que eu fui à casa de Santos Dumont alguma coisa me chamava a atenção. Eram
as hélices, eram os equipamentos que lá existiam, até que eu me deparei, na
última vez, com um chuveiro.
Eu devia ter
uns 12 anos e comentei com o meu pai: “Isso é um chuveiro?”. Ele falou: “Isso
não é só um chuveiro, que é um balde com furos no seu fundo. Foi o primeiro
sistema de água quente em chuveiro, que era aquecido a álcool”.
Ou seja, era um
homem de uma engenhosidade fora de série, absolutamente fora de série. Quando
lembraram, agora, do relógio: o relógio, na verdade, foi criado por Cartier, a
pedido de Santos Dumont, que precisava ter algo fácil e rápido para poder ver
as horas, e outras coisas. Tinha mais alguma coisa que foi posta no relógio que
eu não me lembro agora.
Ou seja, é um
homem de uma engenhosidade, de uma praticidade muito grandes. É um homem que todo
o seu estudo, em especial o estudo superior, ele acabou não finalizando. Eu
tenho, hoje, uma memória elitista, eu só lembro do que eu preciso. Ele tinha um
estudo elitista, ele só estudava o que ele queria, o que ele necessitava.
Santos Dumont
foi o primeiro a falar, no Brasil, da necessidade de uma Força Aérea na época do
Exército e da Marinha - não existia a Força Aérea, tinham aviões do Exército e
da Marinha.
E, no
protagonismo da vida, ele acaba morrendo, uma depressão muito grande, no curso
da Revolução de 1932, ao ver do que eram capazes aqueles aviões, tão próximos,
diferentes da Primeira Grande Guerra. Foi muito próximo para ele.
São fatos
marcantes. E o presidente Campo Salles, além de premiá-lo com 100 contos de
réis, mandou uma medalha de ouro com a esfinge de Santos Dumont e com os
dizeres tirados de Camões: “Por céus nunca antes navegados”.
E esse “nunca
antes navegados” é de uma importância sem igual, porque a partir do dirigível,
do 14-Bis e do Demoiselle, eu efetivamente navegava e conduzia aquelas
aeronaves.
Santos Dumont
merece todos os aplausos, todas as homenagens. A Força Aérea Brasileira
pleiteia Santos Dumont com toda razão todos os anos. E a Assembleia Legislativa
do Estado de São Paulo está de parabéns. O deputado Gil Diniz está de parabéns
por essa inciativa, pela comemoração do sesquicentenário de Santos Dumont.
Eu agradeço
muitíssimo a todos por me ouvirem. E minhas saudações à Força Aérea Brasileira.
Muito obrigado.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - SUBOFICIAL JACKSON - Neste momento,
o deputado estadual Gil Diniz fará a entrega ao Sr. Marcos Siciliano Villares
Filho, sobrinho-bisneto de Santos Dumont, e ao Sr. Major-Brigadeiro do Ar Luiz
Cláudio Macedo Santos, comandante do Quarto Comando Aéreo Regional, de uma
reprodução da carta de agradecimento de Santos Dumont enviada à Alesp em 1901,
por ocasião de sua última experiência em balões dirigíveis daquela época.
Convidamos o
deputado Gil Diniz, o Sr. Marcos Villares e o major-brigadeiro Macedo para
ocuparem posição de destaque à frente do plenário.
*
* *
- É entregue a
homenagem.
*
* *
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - SUBOFICIAL JACKSON - Convidamos o
deputado Gil Diniz, o Sr. Marcos Villares e o major-brigadeiro Macedo para
retornarem à Mesa Diretora.
Neste momento
será exibido o vídeo institucional, alusivo aos 150 anos de Alberto Santos
Dumont.
*
* *
- É exibido o
vídeo.
*
* *
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - SUBOFICIAL JACKSON - Palavras do
major-brigadeiro do ar Luiz Cláudio Macedo Santos, mais alta autoridade do Comando
da Aeronáutica presente nesta sessão solene. Convidamos o major-brigadeiro
Macedo a ocupar seu ligar na tribuna.
O SR. LUIZ
CLÁUDIO MACEDO SANTOS - Bom dia a todos.
Incialmente, eu gostaria de cumprimentar o desembargador Ricardo Anafe,
presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Prezado
deputado Gil Diniz, que preside esta cerimônia, muito obrigado por esta
oportunidade que nós temos de exaltar o nome de Santos Dumont. Sr. Marcos
Villares, muito obrigado pela honra de sua presença aqui conosco.
Deputado Lucas
Bove, também muito obrigado por sua presença e pelas palavras proferidas.
Prezado e sempre deputado Castello Branco, amigo de longa data. Padre Timothy,
muito obrigado por sua presença e pelas bênçãos, que foram consagradas aqui a todos
nós.
Prezados
convidados, Ricardo Magalhães, prezado amigo, um grande incentivador de Santos
Dumont. Aproveito a oportunidade para também cumprimentar o desembargador
Walter, representando aqui a Fundação Santos Dumont, que tem exercido uma
parceria muito grande com a Força Aérea Brasileira, para exaltar o nosso
ilustre e ícone homenageado nesta data. Prezado efetivo, banda de música,
companheiros.
São Paulo, 30
de junho de 2023. A mitológica aventura de Ícaro, passando pela astúcia do
padre Bartolomeu de Gusmão e a perícia de Otto Lilienthal, ilustres precursores
do domínio do ar, a aeronáutica mundial deve a um brasileiro a realização do
primeiro voo autopropulsado em um engenho mais pesado do que o ar.
No dia 20 de
julho de 2023, comemoraremos 150 anos do nascimento do mais icônicos dos
brasileiros, que se destacou mundialmente pela ciência, inovação e
criatividade.
Autodidata,
corajoso, inquieto, perseverante e altruísta, Alberto Santos Dumont, desde a
mais tenra juventude, nutria o inabalável desejo de voar. Sua paixão por
motores foi logo percebida por seu pai, Henrique Dumont, que o incentivou a
estudar mecânica, física, química e eletricidade.
Ao ser
emancipado, aos 18 anos, o jovem Santos Dumont foi estudar em Paris, onde, além
das atividades acadêmicas, teve contato com os principais construtores de
balões da época, possibilitando que aprendesse a arte do voo em balão esférico.
Realizou
diversas ascensões aerostáticas e construiu, no ateliê Lachambre, seu primeiro
balão, o Brasil - o menor até então construído, com 113m³ de hidrogênio, e 6m
de diâmetro.
A partir do
Brasil, segue aperfeiçoando suas criações em busca da dirigibilidade. Em 1901,
recebe o Prêmio Deutsch por ter contornado a Torre Eiffel seguindo uma rota
pré-definida, percorrida em até 30 minutos.
Depois de
empreender 14 projetos, alguns não tendo apresentado os resultados esperados,
conclui que os aeróstatos eram lentos demais e que, para vencer a resistência
do ar e voar mais depressa, teria que criar um aparelho mais pesado do que o
ar.
Com isso,
inicia uma série de testes, que incluíam verificação de eficiência,
comportamento no ar, estabilidade de um novo engenho adaptado ao dirigível número
14.
Uma criação
feita de Bambu, com ligas, intersecções e cantoneiras de alumínio, revestimento
de seda japonesa, com as seguintes medidas: 11,5m de envergadura, 10m de
comprimento, 290 kg. Era o nascimento do 14-Bis.
Na tarde de 23
de outubro de 1906, o pequeno, mas inédito, voo do 14-Bis mostrou ao mundo a
capacidade de desprendimento de Santos Dumont, que deixou seus projetos e
estudos disponíveis para o desenvolvimento da aviação.
Consagrado na
Europa e detentor de recordes aeronáuticos, suas contribuições vão além do
campo da aviação. Como dito anteriormente, foi um cientista autodidata, amante
da mecânica e da tecnologia, sempre buscando soluções inovadoras para os
desafios de seu tempo.
Seu espírito
visionário e sua busca incansável pelo progresso deixaram um legado duradouro
na história da humanidade. Ao longo de sua vida, demonstrou profundo
compromisso com a igualdade de direitos por meio de suas ações, tornando-se uma
voz ativa em favor da liberdade e da justiça social.
A exemplo
disso, permitam-me citar alguns trechos da homenagem à memória de Santos
Dumont, prestada pelo empresário Gabriel Voisin, pioneiro da aviação, em 1952:
“Santos Dumont, o primeiro do mundo.
Conheci na
intimidade esse homem excepcional. Sua elegância em todas as coisas tornava-o
irresistível. Sua cortesia era proverbial. Quanto à coragem, seria necessário
tê-lo visto ocupando uma barquinha de vime ao lado de um motor de escapamento
livre, que vomitava chamas sobre um balão primitivo cheio de hidrogênio.
Seguíamos nosso
amigo com interesse, pois ele dispunha de respeitável elemento: a rapidez da
realização. Essa rapidez era uma espécie de milagre, construía, em oito dias, o
que nos custaria três meses de esforços. As soluções que escolhia eram sempre
as melhores. Sua construção era exatamente a que deveria ser adotada na época.
Enquanto nós
perdíamos um tempo precioso em ajustamentos inúteis, nosso amigo serrava
bambus, reunia-os com chapas de zinco, construía a sua máquina, experimentava,
modificava em algumas horas e, finalmente, nos deixava boquiabertos ante os
resultados obtidos. Santos Dumont era a própria generosidade, a elegância
inata, a bondade e a retidão. Dava sem contar e sem prever, movido por uma
virtude irresistível”.
Não deixou como
herança senão seu nome gravado em nossos corações. Os que o conheceram não
puderam deixar de amá-lo, assim era o nosso herói. Com esse perfil, o “Petit
Santô” acreditava que o progresso tecnológico deveria servir ao bem-estar de
todos, e não apenas a uma elite privilegiada.
Suas previsões
apontavam que, por meio da aviação, os obstáculos do tempo e distância seriam
removidos, permitindo que países distantes se encontrassem, vencendo pelo ar quaisquer
barreiras naturais.
Por tudo isso,
não devemos conhecê-lo apenas como pioneiro da aviação, mas também como um
defensor incansável da democracia, inspirando as gerações futuras a lutarem
pelos princípios fundamentais da igualdade e respeito aos direitos humanos.
A justa
homenagem, deputado Gil Diniz, feita nesta sessão solene da Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo, demonstra o reconhecimento da Casa de Leis,
da Casa do povo paulista, de todos os feitos de Santos Dumont, reforçando o
eterno compromisso com os ideais democráticos e respeito aos verdadeiros heróis
nacionais.
Nessa mesma
direção, a Força Aérea, no ano de 2023, rende seu maior tributo a quem
verdadeiramente nos impulsionou aos céus, cabendo-nos dar prosseguimento ao seu
espírito, não aceitando qualquer sinal de frustração que afronte nossa firme
determinação em sermos um País de vanguarda no desenvolvimento tecnológico
justo e de iguais oportunidades.
Prezada
audiência, que possamos, neste ato, celebrar a vida, a obra e o legado de
Dumont, que ajudou a moldar o futuro de um mundo cada vez mais tecnológico,
instigante e desafiador, conforme era, por essência, a alma de Alberto Santos
Dumont.
A você, patrono
da Aeronáutica brasileira, pai da aviação e genial brasileiro, nossa gratidão,
respeito e eterna admiração. Voar, combater e vencer. Força Aérea, Brasil.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - SUBOFICIAL JACKSON - Convidamos o
deputado estadual Eduardo Suplicy a ocupar a tribuna e fazer uso da palavra.
O SR. EDUARDO
SUPLICY - PT - Caro presidente desta sessão,
deputado estadual Gil Diniz; prezado desembargador Mair Anafe, presidente do
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo; Sr. Marcos Siciliano Villares
Filho, sobrinho-bisneto que hoje representa Santos Dumont; Sr. Major-Brigadeiro
do Ar Luiz Cláudio Macedo Santos, comandante do Quarto Comando Aéreo Nacional.
Meus parabéns,
deputado estadual Gil Diniz, por homenagear essa pessoa tão especial. Eu acabei
de ouvir algumas das qualidades extraordinárias ressaltadas pelo Luiz Cláudio
Macedo Santos a respeito da vida de Santos Dumont.
Um homem de uma
generosidade, de uma percepção simplesmente extraordinária, que, além de ter
desenvolvido o primeiro avião de transportar pessoas, percebeu que os aviões
iriam encurtar a extensão das distâncias e fazer com que todos os países do
mundo se aproximassem muito mais, fazendo com que todos nós tenhamos essa possibilidade.
Eu, por
exemplo, em agosto próximo, vou viajar até a Coreia do Sul, para, em Seul,
participar do Congresso Internacional da Rede Mundial de Renda Básica. Coisas
assim, que beneficiam a cada um de nós.
Me veio à
mente, caro Gil Diniz, como que Santos Dumont, se estivesse observando o que se
passa no mundo atual - de um lado, os aviões, que ajudam tanto a nós; mas, de
outro lado, alguns aviões sendo utilizados em guerras, como aquela na Rússia e
na Ucrânia -, eu fico imaginando como Santos Dumont estaria dizendo à Rússia, à
Ucrânia e aos outros países em guerra para logo acabarem com essas guerras.
Então, que seja
também esta homenagem, deputado Gil Diniz, um apelo para que haja a paz entre
os povos do mundo.
Parabéns.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - SUBOFICIAL JACKSON - Com a palavra,
o presidente desta sessão solene, o deputado estadual Gil Diniz. Convidamos o
prezado deputado a ocupar a tribuna.
O SR.
PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Meu bom-dia a todos.
Cumprimento aqui o Sr. desembargador Ricardo Anafe, presidente do Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo. Obrigado pela presença.
Cumprimento o
major-brigadeiro do ar, Luiz Cláudio Macedo Santos. O brigadeiro me dizia que
tem quase três mil horas de voo no caça F-5. Fantástico. É uma honra tê-lo aqui
e ombrear esta sessão com Vossa Excelência.
Cumprimento Marcos
Siciliano Villares Filho, sobrinho-bisneto de Santos Dumont. Obrigado pela
presença também.
Cumprimento o nobre
deputado Suplicy. Deputado Suplicy, nós estamos ideologicamente em lados
opostos, mas ele sabe do meu respeito e consideração por nosso sempre senador
Suplicy, o respeito que nós temos. Dias atrás, completou 82 anos de vida.
Eu digo aqui a
todos que é um soldado, todos os dias aqui neste plenário defendendo as suas
ideias, defendendo os seus valores. Queira Deus que nós cheguemos aos 82 com essa
saúde, com essa vitalidade que V. Exa. tem.
Cumprimento o
meu amigo, deputado estadual Lucas Bove. Primeiro mandato do Bove, vem se
destacando aqui conosco. É uma grata surpresa também, um amigo querido que nos
honra com a sua presença e parceria sempre aqui nas decisões deste plenário.
Cumprimento o
desembargador Fernando Antonio Torres Garcia, corregedor-geral da Justiça do
Estado de São Paulo. Cumprimento o brigadeiro do Ar Steven Meier; o desembargador
do Tribunal de Justiça Walter da Silva, presidente dos curadores da Fundação
Santos Dumont.
Cumprimento a
Sra. Vera Lúcia da Silva, juíza federal. Cumprimento o brigadeiro do ar Cláudio
Wilson Saturnino Alves, subdiretor de fiscalização e controle da Diretoria de
Material Aeronáutico e Bélico.
Cumprimento
padre Timothy. Obrigado pela presença, em nome de quem que cumprimento todos os
Arautos do Evangelho. Salve, Maria, meus irmãos Arautos do Evangelho. Eu, que
tive contato com os Arautos ainda criança, hoje nossos caminhos se cruzaram
novamente. É uma honra tê-los aqui.
Mandem o meu
abraço ao Monsenhor João Clá. Viva Monsenhor João Clá, uma grande figura
também. Viva Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, com toda certeza. Obrigada pela
presença, padre Timothy, todos os Arautos do Evangelho, nesta sessão solene.
Cumprimento meu
amigo, Castello Branco, sempre deputado estadual, um professor. Quem não
conhece o Castello, em cinco minutos de ele falando aqui vocês sabem a
capacidade dele, como ele nos ajudou no primeiro mandato com a sua experiência.
Obrigado por ter vindo, Castello, fiz questão de convidá-lo aqui. Vossa
Excelência foi o primeiro a ser convidado, e obrigado pela honrosa presença.
Cumprimento o
coronel Tofanelli, chefe da Assessoria Militar da Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo, um grande amigo de Pirassununga. Os oficiais aqui conhecem
Pirassununga, nossa Academia da Força Aérea. Tofanelli é de lá. Muito obrigado,
comandante, que, neste ato, representa aqui o coronel Cássio, comandante-geral
da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Cumprimento o
major PM Luiz Fernando Sanches Pessoa, da DPCH. Muito obrigado pela presença.
Diego, amigo querido também, assessor especial do nosso governador, Tarcísio
Gomes de Freitas. Diego, querido amigo, como eu disse, irmão da nossa sempre
primeira dama Michelle Bolsonaro.
Cumprimento
aqui o Sr. Leandro Marafon, representando o delegado-geral de Polícia, Sr.
Artur Dian. E cumprimento aqui o Sr. Fachin, representando o nosso secretário
de Turismo, Roberto de Lucena.
Injusto falar
por última aqui, depois de V. Exas. colocarem a figura desse herói nacional,
que é Santos Dumont. Tentei ler algumas biografias, mas a cada fala aqui,
presidente Anafe, também uma aula sobre a vida, sobre a história de Santos
Dumont.
Castello
colocou vários elementos que eu desconhecia. E repito aqui: um herói nacional,
que tentam deixar de lado, de quem tentam não falar, que não marcou só a
história pátria, não marcou só a história do Brasil, marcou a história da
humanidade.
E, hoje, nós
fazemos esta sessão solene em honra aos 150 anos de Santos Dumont, tentando
resgatar, ainda que minimamente - porque ele merece todos os louros - essa
história, resgatar essas figuras históricas, que tentam a todo custo esquecer.
Não no meu turno, brigadeiro Macedo. Não no meu turno. Aqui nós fazemos questão
de homenagear, de falar, de expressar essas figuras.
São Paulo tem
muita história, o Brasil tem muita história. Eu falava aqui com os meus irmãos,
Arautos do Evangelho, da figura de Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, fundador da
Tradição, Família e Propriedade, de Monsenhor João Clá, fundador dos Arautos do
Evangelho. O Monsenhor João Clá - que vive ainda, brigadeiro Macedo - e como eu
gostaria de ter homenageado Santos Dumont em vida, porque esses heróis merecem
reconhecimento ainda em vida.
Eu tenho a
oportunidade de nesta tribuna falar de Monsenhor, falar dos Arautos, falar da
nossa Força Aérea Brasileira, com seus homens e mulheres, heróis do cotidiano,
heróis do dia a dia.
Meu filho mais
velho, Natan, hoje faz colégio militar. Hoje ele está em um colégio militar no
CPOR, e ele me dizia: “Pai, estou reunido com uns amigos aqui, estudando,
porque vou fazer a prova para a Epcar”. A mãe já ficou desesperada, porque vai
ter que mudar para Minas Gerais.
Mas como eu
fiquei feliz de ouvir uma criança, um adolescente, 14 anos, já com o sonho,
brigadeiro Macedo, de ser aviador, de pertencer à nossa Força Aérea. Castello
Branco o conhece, Castello Branco me ajudou demais, dando, no linguajar
militar, o “bizú”, ajudando-o a estudar, se preparar para aquela difícil prova.
E eu digo isso
com um orgulho gigante, porque esse deputado foi soldado PM temporário.
Trabalhei na Polícia Militar do Estado de São Paulo por dois anos. E, pelos
desígnios de Deus, ele não quis que eu fosse às fileiras da Polícia Militar, mas
me colocou aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, onde hoje eu
vejo que posso ajudar muito mais essa nossa instituição.
E é fantástico
este dia aqui. Nós fechamos, brigadeiro Macedo, os trabalhos na Assembleia.
Hoje é o último dia do semestre aqui na Assembleia Legislativa. A Assembleia
vai entrar em recesso, presidente Anafe. E nós fechamos este semestre com chave
de ouro, celebrando a memória de Santos Dumont, o nascimento de Santos Dumont.
O Telles está
aqui ao lado, em pé. Todos os dias ele me falou da Força Aérea Brasileira,
todos os dias. É incrível. Ele, brigadeiro Macedo, foi cabo da Força Aérea,
serviu em Pirassununga, na Academia da Força Aérea Brasileira. O pai dele,
taifeiro, 32 de Força Aérea. O taifeiro Ernesto. Então, todos os dias,
senhores, o Telles me lembra dos heróis do cotidiano da nossa Força Aérea Brasileira.
Eu gostaria,
aqui, de quebrar um pouco o protocolo e dar uma salva de palmas aos taifeiros,
aos praças, ao Telles e ao pai dele, o taifeiro Ernesto, pelos 32 anos servindo
a nossa Força Aérea Brasileira. Por favor, uma salva de palmas. (Palmas.)
E, quebrando
ainda mais o protocolo: ontem, nós estávamos indo à Embraer, em São José dos
Campos. Fomos lá tentar buscar, para homenagear os nossos convidados com uma réplica
do Demoiselle e um caça - homenagear nosso brigadeiro Macedo - e eu peguei uma
terceira réplica, um T-25.
O Telles me
dizia que, lá na Academia, entre outros afazeres, ele ajudava na manutenção dos
T-25, a aeronave de treinamento dos nossos alunos oficiais. Eu brincava com
ele: “Telles, você não ajudou a derrubar nenhum T-25 não, não é?” E ele: “Não,
deputado, claro que não”. E eu queria, quebrando o protocolo, pedir que o
Telles viesse à tribuna, e queria homenageá-lo com a réplica desse avião, que,
segundo ele, ele ajudou a fazer a manutenção. Acredito nas palavras do Telles.
Mas
homenageando, brigadeiro Macedo, todos os praças, todos os assessores, todos
que nos ajudam aqui, no dia a dia, a cumprirmos o nosso trabalho - por favor,
Telles, venha aqui -, porque essas pessoas são heróis do cotidiano. Não são
gigantes como o Santos Dumont, que é o nosso Norte, mas nos ajudam a cumprir a
nossa missão. Parabéns, Telles, muito obrigado. (Palmas.)
Para finalizar,
brigadeiro Macedo, obrigado pela oportunidade desta solenidade, pela confiança
no trabalho. Se alguém me dissesse em 2014 que eu estaria aqui, em 2023,
homenageando o Santos Dumont, eu diria: “louco”. Não havia a probabilidade, a
possibilidade.
Para quem não
me conhece, sou pernambucano, nasci no sertão de Pernambuco, em Serra Talhada.
Viemos para São Paulo tentar a vida. Eu era carteiro, brigadeiro. A minha
missão era entregar cartas. E, hoje, Deus me deu esse privilégio, essa
oportunidade de estar no maior parlamento da América Latina, trabalhando,
atuando, defendendo os nossos valores. Defendendo, presidente Anafe, as
virtudes que Santos Dumont defendia.
Vossa
Excelência disse aqui sobre o prêmio que ele recebeu na França. Talvez V. Exas.
não saibam: esse prêmio que ele recebeu, ele doou. Ele doou parte à equipe dele
e parte à caridade, na França. Homem de virtude.
Um homem que
pensava no próximo, um humanista, deputado Eduardo Suplicy. Alguém muito à
frente do seu tempo. E Deus me permitiu que, nesta legislatura, pudesse aqui
homenagear a figura de Santos Dumont. Um carteiro, de periferia, nascido e
criado nas ruas de Serra Talhada, conseguindo homenagear essa figura histórica
que é Santos Dumont.
Então, é uma
honra tremenda, é uma honra gigante. E, agora sim, para finalizar - vocês sabem
que político, quando pega o microfone, é complicado para terminar de falar -,
só um registro aqui. Nas asas da Força Aérea Brasileira, junto com o presidente
Bolsonaro, ele me deu a honra de retornar a Pernambuco para entregar moradias
populares aos meus irmãos pernambucanos.
Aquela casa que
eu não tive, aquela casa que a minha família não conseguiu construir, nós
conseguimos voltar, nas asas da Força Aérea Brasileira, a Pernambuco, e
entregar àqueles irmãos necessitados.
Então, que Deus
nos abençoe, que Deus abençoe a família, os descendentes de Santos Dumont, que
Deus abençoe o Monsenhor João Clá, os Arautos do Evangelho, que Deus abençoe a
nossa Força Aérea Brasileira.
Muito obrigado
pela presença de todos vocês. Viva a Santos Dumont.
Muito obrigado.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - SUBOFICIAL JACKSON - Convidamos o
deputado Gil Diniz a retornar à Mesa Diretora.
Assistiremos,
agora, uma apresentação da sessão de percussão da Ordem dos Arautos do
Evangelho, em homenagem aos 150 anos de Alberto Santos Dumont, sob a regência
do padre Hugo Ochipinti.
*
* *
- É feita a
apresentação musical.
*
* *
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - SUBOFICIAL JACKSON - Convidamos o
deputado estadual Gil Diniz para fazer as suas considerações finais e encerrar
esta sessão solene.
O SR.
PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Agradecer mais uma vez
a presença de todos aqui, presidente Anafe, brigadeiro Macedo, Sr. Villares,
Lucas, Eduardo, todos os presentes, e pedir que a lembrança de Santos Dumont, o
herói nacional, um gigante brasileiro, seja o norte para os nossos
adolescentes, para as nossas crianças, para as nossas autoridades.
Mais uma vez,
um homem virtuoso, um homem de valor, que cumpriu a sua missão e é um exemplo
para nós. Muito obrigado pela presença de todos vocês, que Deus os abençoe hoje
e sempre.
Esgotado o
objeto da presente sessão, eu, deputado estadual Gil Diniz, agradeço às
autoridades, às senhoras e aos senhores aqui presentes, à minha equipe, aos
funcionários do serviço de som, da taquigrafia, da fotografia, dos serviço de atas,
do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da imprensa da Casa, da TV
Alesp, e das assessorias policiais Militar e Civil, bem como a todos que, com
suas presenças, colaboraram para o pleno êxito desta cerimônia.
Declaro
encerrada esta solenidade.
Muito obrigado.
(Palmas.)
*
* *
- Encerra-se a
sessão às 11 horas e 40 minutos.
*
* *