20 DE MAIO DE 2024

68ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: MAJOR MECCA e EDUARDO SUPLICY

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - MAJOR MECCA

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h03min.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência.

        

4 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - MAJOR MECCA

Assume a Presidência.

        

6 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência.

        

8 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - MAJOR MECCA

Assume a Presidência. Ressalta o trabalho de servidores da Segurança Pública.

        

10 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - EDUARDO SUPLICY

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

12 - PRESIDENTE MAJOR MECCA

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 21/05, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h48min.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Major Mecca.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Então, iniciamos o Pequeno Expediente nesta data e fazemos a leitura da lista dos oradores inscritos. Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)

Deputado Reis, tem, V. Exa., cinco minutos regimentais para o uso da tribuna.

 

O SR. REIS - PT – Quero cumprimentar o deputado Major Mecca, o deputado Suplicy, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-científica, o público presente, os funcionários desta Casa e também todos que nos acompanham em tempo real pela Rede Alesp.

Presidente, Deputado Major Mecca, eu ontem estive em várias reuniões na zona sul, participei de uma grande reunião no Boulevard da Paz. Participei de uma reunião no Jardim São Luís, mais precisamente na Rua Solar dos Quevedos.

Depois estive próximo da igreja que fica na Antônio da Mata Júnior. E participei de uma reunião na Rua Cittanova, na Chácara Santa Maria e, também, na Rua Cittadella.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.

 

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Em todas as reuniões que eu participei ontem, o dia inteiro, passei o domingo na base conversando com as pessoas, com a comunidade, em todas as reuniões, a grande reclamação foi a Segurança Pública. A grande reclamação: a falta de Segurança Pública, a falta de rondas nos bairros. Não há mais ronda nos bairros. E todos reclamaram.

Não foi em uma reunião, mas em todas as reuniões as pessoas levantavam a mão e falavam: “deputado, nós não temos segurança. Quando saímos para trabalhar, somos assaltados nos pontos de ônibus de madrugada, às quatro horas, às seis horas da manhã. As mulheres perdem os seus pertences. Passa ali um motociclista, leva as bolsas das mulheres. Assaltantes fazem arrastão nos pontos de ônibus, levam os celulares, os documentos”.

Eu também li uma matéria sobre a região das Perdizes, do 23º DP, que é uma área nobre. Nessa região da Chácara Santa Maria, do Valo Velho ou no Jardim São Luís, são áreas periféricas, regiões periféricas que reclamam por falta de Segurança Pública.

E, quando a gente vai lá para Perdizes também. A matéria diz que aumentaram em mais de 20% os roubos e os furtos na região do 23º Distrito Policial, o 23º DP, ou 23ª Delegacia de Polícia Judiciária da Capital.

As reclamações que repercutiram na imprensa, sobre os Jardins ou dessa região do 23º DP influenciam e as matérias vão para a imprensa, mas a periferia não consegue colocar os seus clamores, as suas reclamações na imprensa.

Mas, eu pude ouvir presencialmente, as reclamações da população. Presencialmente. Não há segurança na Rua Ciclades, na Rua das Três Marias, na Rua do Jararaú, na Rua Cittanova, na Rua Cittadella, na Rua Luar do Sertão, na Rua Cortegaça, na Avenida Guarujá.

Em todos esses endereços as pessoas reclamaram que, de manhã, de madrugada, não podem sequer tomar ônibus. E, quando eles saem de casa, saem correndo com medo, porque são assaltados. São assaltados e não há rondas.

Aliás, eu fiquei o dia inteiro ontem e eu não vi uma viatura da Polícia Militar circulando nesses bairros. É necessário fazer a prevenção. Tem que se fazer a ronda preventiva. Se a ronda está circulando no bairro, os bandidos deixam de roubar, porque eles veem a presença da polícia.

Agora, se nós passamos lá uma hora, duas, dez horas, e não se vê uma viatura circulando, os assaltantes falam: “estamos à vontade, podemos fazer o que bem entendemos”. Essa é a leitura daquele que vai roubar, dos roubadores. Então, o governo vem aqui e fala que não, que está reduzindo a criminalidade. Mas não é verdade.

E eu perguntei para os moradores se eles registram, se fazem os boletins de ocorrência. Como eles não acreditam mais na solução dos problemas, eles falaram: “a gente nem faz, porque a gente não vê resposta. Não há resposta.”

Então, há uma subnotificação. É fato que, quando o governo vem aqui e fala que está reduzindo, ele trabalha na lógica da estatística dele. Não é considerada essa subnotificação ou essas pessoas que deixam de registrar suas ocorrências porque não acreditam mais no Estado.

Eu peço a V. Exa. que encaminhe as notas taquigráficas do meu discurso para o Secretário de Segurança Pública, para o Governador do estado de São Paulo, para o Delegado Geral de Polícia e para o Comandante Geral da Polícia Militar, para que tomem posições, providências sobre essas reclamações que ouvi na data de ontem.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Caro deputado Reis, a Mesa fará chegar às autoridades, ao governador e aos secretários mencionados, o seu pronunciamento a respeito da situação da Segurança Pública na cidade de São Paulo.

Tem a palavra agora o deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.)

Na lista suplementar agora, tem a palavra o Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino, que hoje aniversaria. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.)

Tem a palavra o deputado Major Mecca, pelo tempo regimental.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, deputado Eduardo Suplicy, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nossos irmãos policiais que aqui estão garantindo o nosso trabalho, nossos irmãos da Assembleia Legislativa, todos os funcionários que nos dão suporte, todos vocês que nos acompanham pela TV Assembleia, pela rede social. Isso que o deputado Reis falou aqui é uma verdade, não só no estado de São Paulo como em todo o Brasil. É muito grande o número de ladrão, o número de bandido por metro quadrado.

Eu quero trazer ao conhecimento de todos vocês hoje, aqui desta Casa, trazer ao conhecimento de você que está nos assistindo, a dificuldade de se fazer polícia, de se fazer Segurança Pública em um estado, em um país onde... Eu não sei onde tem tanta gente para defender bandido. É impressionante o número de gente que aparece defendendo bandido.

Na última quinta-feira da semana passada, a pedido dos moradores e dos comerciantes da área central... Esse trabalho junto a esses moradores, a esses comerciantes do centro, eu o faço desde o início do ano passado, do início da nossa legislatura, através da nossa frente parlamentar de reconstrução e de revitalização do centro da cidade.

Nós já temos oito reuniões realizadas em campo, lá no centro de São Paulo. Já levei esses moradores, esses comerciantes, ao Palácio dos Bandeirantes, para conversarem com o vice-governador, com o governador, à Secretaria de Segurança Pública, à Procuradoria-Geral de Justiça; já fomos a vários lugares importantíssimos para que possamos retomar as ruas do centro de São Paulo para os trabalhadores, para os moradores.

Mas vejam só: na última quinta-feira, em uma reunião aberta ao jornalista do Metrópoles, que fez uma matéria hoje falando que a reunião era fechada... Não era fechada, tanto que o senhor estava lá dentro da reunião e acompanhou tudo, sentou lá no fundo, no canto, e gravou toda a reunião. E não tem problema nenhum em gravar, porque a reunião era aberta. A reunião é pública.

O objetivo da nossa reunião foi atender a um pedido dos moradores, dos comerciantes, que queriam saber da Secretaria de Segurança Pública como eles poderiam contribuir e interagir com as polícias utilizando as suas câmeras, as câmeras que tem nos seus condomínios, que tem nos comércios, e assim evitar a prática de roubo, a prática de crimes, de homicídio, de furto, de qualquer crime que seja.

Então foi designado um major da Secretaria de Segurança Pública para conversar com a população e explicar a eles o que é o programa “Muralha Paulista” e como todos podem participar, até mesmo porque o conceito de polícia comunitária é polícia e comunidade dialogando e construindo juntos as soluções para a proteção da vida de todos.

Aí o repórter, perguntando, mandou documento para a Secretaria de Segurança Pública na sexta-feira, no sábado, querendo saber por que é que o major não estava fardado, estava à paisana.

E o major fez a identificação em tempo real de um indivíduo que se encontrava no fluxo da Cracolândia, e esse indivíduo tinha medida judicial de restrição: ele não poderia sair da cidade de Santos. No entanto, ele estava aqui, dentro da Cracolândia. E o jornalista diz que isso é invasão, é uma invasão ao direito das pessoas. A Lei do Sigilo? Sigilo de quem, meu senhor? Da identidade de um criminoso?

O senhor está preocupado com quem? Com o cidadão de bem, com o trabalhador, que está preocupado em não ter o seu condomínio invadido, podendo ser vítima de um criminoso que vai praticar um latrocínio, vai estuprar uma mulher dentro de um condomínio?

E o senhor preocupado em defender criminoso, bandido que está procurado pela Justiça, criminoso com restrição judicial. Eis a dificuldade de defender a população no estado de São Paulo. Todos nós sabemos, como o deputado Reis citou aqui, as polícias não têm efetivo.

O PSDB, 30 anos de governo, faliu as polícias. O PSDB faliu as polícias do estado de São Paulo. Não tem efetivo. Salário: os piores salários do País. Não tem estrutura, não tem viatura, e agora o governador Tarcísio está reconstruindo.

São um ano e quatro meses de governo. O trabalho foi iniciado? Foi. É só qualquer um dos senhores do PT, do PSOL, vai lá no centro de São Paulo e caminha lá no centro, como nós fazemos junto com a população. Tem muita coisa ainda a ser feita. Muita. Muita coisa, não é pouca.

Mas já se percebe a mudança, percebe-se que as ruas do centro estão melhor para circular do que há um ano e meio, nos governos do PSDB, do PT, que esteve à frente da cidade de São Paulo e nunca fez nada. O povo abandonado nas periferias, no centro da cidade, em todos os lugares. Todos os lugares.

Não tem viatura patrulhando. Não tem, porque por companhia é no máximo 3 viaturas que operam. Não tem efetivo. Aí a viatura sai para a rua, pega uma ocorrência, pode ser qual ocorrência for, vai apresentar a ocorrência no distrito, são pelo menos de seis a oito horas apresentando uma ocorrência.

Não é menos que isso. A busca da solução desse problema, tenha certeza, é na união das polícias. Não é uma criticando a outra, não. Estamos em um momento diferente agora em que nós podemos construir.

Então, fica aqui registrado na tribuna da Assembleia Legislativa a dificuldade em defender o cidadão de bem, tendo em nosso Estado tanta gente preocupada em defender bandido.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos, deputado Major Mecca, por sua preocupação com a Segurança Pública. Agradeço, se puder tomar aqui o assento da Presidência, para que eu possa falar.

Obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Major Mecca.

 

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O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Dando sequência à lista de oradores. Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputada Marina Helou. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.)

Deputado Eduardo Suplicy. Tem V. Exa. cinco minutos regimentais para o uso da tribuna.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente Major Mecca, em primeiro lugar, gostaria de externar os meus sentimentos pelo falecimento do cineasta Toni Venturi, aos 68 anos. Ele passou mal na hora que estava nadando em uma praia de São Sebastião. Havia completado 68 anos em novembro passado. Seu corpo está sendo velado na Cinemateca Brasileira, aqui em São Paulo.

Ele era formado em cinema pela Ryerson University, no Canadá, em Toronto. Estudou também na Universidade de São Paulo. Dirigiu inúmeros filmes, que transitam do drama-comédia. Sua esposa Débora Duboc atuou em diversos deles. Além de Débora, deixa os dois filhos, Theo e Otto.

Seus principais filmes premiados: “Latitude Zero”, de 2002; “As coisas ruins da nossa cabeça”, de Fernando Bonassi, que ganhou tantos prêmios; “Cabra-cega”, de 2005, a história de dois jovens militantes durante os anos da ditadura militar. Também no Festival de Brasília, no último, ganhou inúmeros prêmios de direção, roteiro.

A sua mais importante contribuição recente foi “Estamos Juntos” e “A Comédia Divina”. Como documentarista, um dos principais trabalhos é “O Velho - A História de Luiz Carlos Prestes”, vencedor da primeira edição “É Tudo Verdade”, agraciado em inúmeros eventos no Brasil e no exterior. Outro documentário de destaque é “Rita Cadillac: A Lady do Povo”, de 2010, junto com Pablo Georgieff. Ele dirigiu “Dia da Festa”, que documenta a liderança de quatro mulheres no Movimento dos Sem-Teto na cidade de São Paulo. Meus sentimentos à sua família, esposa, filhos e amigos.

Mas gostaria hoje de cumprimentar e ressaltar a importância da clarividência de Maria Alice Setúbal, a Neca Setúbal, em artigo na “Folha” de hoje, “Folha de S. Paulo”, tendências e debates que eu aqui passo a ler. “Ações para a cidadania: testemunhamos casos de guerras, violências, feminicídios e racismo diariamente. Em quase todos eles, inúmeras vozes nas redes sociais prontamente assumem posicionamentos com verdades absolutas a favor ou contra o fato em questão, de forma pouco embasada em dados e, muitas vezes, difundindo fake news.

Esse fenômeno não é apenas brasileiro. Aqui ele veio à tona especialmente com a eleição de Jair Bolsonaro, quando vimos um País que se reconheceu mais conservador, porque emergiu também portando armas e negando a mudança climática.

Uma das consequências desse Brasil dividido é que todos os temas geram polêmicas, das enchentes do Rio Grande do Sul ao show de Madonna - para nos atermos a assuntos do momento -, causando enorme cansaço e desgaste na sociedade em geral.

Felipe Nunes, em ‘Biografia do Abismo’, afirma que estamos em um País calcificado na medida em que nossas discussões, gostos, amigos e festas estão classificados sob o eixo ideológico de uma visão de mundo.

E é nesse País dividido e, talvez, majoritariamente conservador nos costumes e crenças, que me pergunto inúmeras vezes: como podemos ser tão solidários nos casos emergenciais das catástrofes, como a que estamos assistindo diariamente no Sul, assim como fomos durante a pandemia, e, ao mesmo tempo, sermos uma sociedade tão indiferente às violências ocorridas contra os direitos das mulheres, das pessoas negras, da comunidade LGBTQIA+, da população em situação de rua e pobres?

Sem dúvida, o fato de que, nos momentos de catástrofes, as pessoas reconhecem as várias formas de doação e ação para fazer a diferença de forma imediata traz satisfação e sensação de fraternidade, que mobiliza e engaja.

Análises sociológicas e pesquisas de opinião também tentam elucidar esse fenômeno da desconexão da maioria dos brasileiros com a dura realidade da nossa sociedade por meio de diferentes explicações.

Uma delas é o fato de sermos muito individualistas, personalistas, um País com baixo nível de confiança na sociedade de cidadania. Por outro lado, estudos têm apontado uma maior movimentação nas ações solidárias individuais no Brasil e também um aumento das doações nas organizações da sociedade civil.

Segundo a terceira edição da ‘Pesquisa Doação Brasil’, iniciativa do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e realizada pela Ipsos, em 2022, 84% dos brasileiros adultos com rendimento familiar superior a um salário mínimo fizeram ao menos um tipo de doação - dinheiro, bens ou tempo.

Dois anos antes, o percentual era sessenta e seis por cento. O valor médio dos recursos doados também passou de 200 reais, em 2020, para 300 reais, em 2022.

A construção de laços de confiança é a base para uma sociedade mais solidária, mais respeitosa, que reconhece os direitos de cada um e, por isso, mais democrática. Não basta fazermos lindas campanhas na mídia ou experienciarmos um show da Madonna nos convocando a não ter medo de sonhar.

A meu ver, por trás da naturalização das violências estão as nossas enormes desigualdades sociais, que corroem e esgarçam o tecido social, impedindo uma maior coesão e criação de vínculos.

É urgente”, ressalta Neca Setubal, e com a qual estou de pleno acordo, “que possamos refletir sobre como enfrentar as desigualdades sociais brasileiras por meio de políticas públicas estruturantes, com legislação de reforma tributária progressiva e, ao mesmo tempo, com ações duradouras de filantropia e solidariedade para todo o Brasil.

As fundações e institutos podem e devem arriscar mais na direção de apoios a projetos mais estruturantes e de territórios que apoiem a infraestrutura e as populações periféricas. Precisamos mudar a realidade das favelas e das periferias.

É preciso expandir o senso de colaboração das emergências, como no caso do Rio Grande do Sul, para ações de mudança planejadas e compartilhadas coletivamente. Cidadania não é discurso, é ação.”

Meus cumprimentos à Alice Setubal. Agradeço ao Major Mecca pela tolerância de eu poder concluir este artigo que, no meu entender, é muito positivo. Ressalto que Alice Setubal é membro do Conselhão, o chamado Conselhão, Conselheiro Desenvolvimento Econômico, Social e de Sustentabilidade do governo do presidente Lula. Meus parabéns. 

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Dando sequência à lista de oradores, o deputado Suplicy retomará a Presidência desta sessão para que eu possa retornar à tribuna. 

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- Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.

 

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O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Com a palavra o Major Mecca, pelo tempo regimental.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, eu retorno a esta tribuna na data de hoje, dia 20 de maio de 2024, porque nós estamos diariamente em contato com os nossos irmãos policiais militares e policiais civis aqui do estado de São Paulo que estão lá no Rio Grande do Sul, salvando vidas. O que eles dizem do cenário que encontram lá no Rio Grande do Sul é que é um cenário realmente catastrófico, um cenário bastante difícil.

Para que os senhores tenham ideia, diante de todo o sofrimento e morte diante dessa tragédia no Rio Grande do Sul, ainda tem bandido, ladrão saqueando comércios, invadindo residências e praticando inúmeros outros tipos de delito. Novamente, mais uma vez, parabéns aos heróis da Polícia Militar e da Polícia Civil que lá estão.

Esses homens e essas mulheres merecem todo o nosso respeito. Não é à toa que nós diariamente trabalhamos para que eles tenham salários à altura do serviço que prestam, à altura da dignidade da nossa farda.

Hoje a prioridade do nosso trabalho é para que seja feito o pagamento do bônus por produtividade, que está atrasado. Nos próximos dias, nós acreditamos que será pago o ano de 2023; todos os bimestres serão pagos de uma vez só. No nosso trabalho, nós nunca esmorecemos no sentido de que o estado, de que o governo reconheça e valorize esses heróis.

Eu gostaria só de exemplificar para os senhores uma ocorrência que nós tivemos recentemente em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, com o cabo Ribeiro e o soldado Kennedy, da Polícia Ambiental aqui do estado de São Paulo. Estava junto na patrulha o soldado Benites, da Brigada Militar do Rio Grande do Sul. Eles estavam em uma embarcação patrulhando as ruas de Porto Alegre quando, durante o patrulhamento, passando em frente a uma residência, ouviram ao fundo um latido.

Eles pararam a embarcação, dirigiram-se até a residência e adentraram. No primeiro andar, eles fizeram o salvamento de um cão. Por gentileza, essa ocorrência foi registrada para que todos possam ver a grandeza do trabalho policial.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O soldado Kennedy está pulando o muro. Eles fizeram a abertura do portão, adentraram com a embarcação na residência. Olha a felicidade do cão ao perceber a presença de um policial que salvou a vida dele.

Polícia Militar do Estado de São Paulo: orgulho em pertencer. Parabéns, Ribeiro; parabéns, Kennedy; parabéns ao brigadiano soldado Benites. O povo do estado de São Paulo tem orgulho dos homens e das mulheres que envergam a farda da nossa Polícia Militar. Nossa melhor continência, irmão. Vocês são heróis.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos, Major Mecca, pela forma com que defende aqui as forças responsáveis pela segurança em nosso Estado. Agradeço se puder presidir mais uma vez para que eu possa falar uma segunda.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Major Mecca.

 

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 O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Na sequência dos oradores inscritos, deputado Eduardo Suplicy se dirige à tribuna para o uso regimental. A todos que nos acompanham, só para frisar: nós, policiais militares, amamos o que fazemos. Nós amamos salvar vidas e temos muita disposição para trocar tiro com bandido e defender todos vocês cidadãos de bem.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente Major Mecca, gostaria ainda de informar a todos que nestes últimos quatro dias eu atendi a convites que eu recebi especialmente da cidade de Araraquara e de Franca.

Araraquara, onde a nossa colega deputada Thainara Faria, inclusive, indicou-me para que eu pudesse fazer uma palestra na Universidade de Araraquara, na sexta-feira à noite.

Algumas pessoas estavam observando que, na sexta-feira à noite, muitos estudantes daquela universidade não comparecem, mas, felizmente, no auditório principal da universidade onde eu pude falar, havia mais de 200 estudantes; estava lotado.

Eu falei ali a respeito de como vamos construir um Brasil justo, solidário e fraterno, dos valores que precisamos levar em consideração a respeito de quais são esses instrumentos que possam elevar o grau de justiça e, dentre eles, a Renda Básica de Cidadania.

No dia seguinte, visitei os laboratórios de pesquisa da universidade e achei muito importante o (Inaudível.) que começa a haver entre universidades e associações terapêuticas, inclusive dedicadas à Cannabis Medicinal, à utilização da Cannabis para curar doenças como o autismo, a Síndrome de Dravet, o Alzheimer, o Parkinson e tantas doenças que são enfrentadas com resultados muito positivos através da cannabis medicinal.

E, também, na cidade de Araraquara, tive a oportunidade, na chamada Casa da Democracia, de Thainara Faria, ali receber e conversar com dezenas de pré-candidatos a vereador e a prefeito da região, dentre os quais o nosso ex-prefeito, Newton, que vai ser novamente prefeito em São Carlos.

Então, tive a oportunidade de estar com ele, e assumi o meu compromisso de estar na campanha para prefeito de 6 de outubro, visando as eleições de 6 de outubro passado. O companheiro Newton Lima pode contar comigo.

E gostaria aqui também de registrar algumas ações importantes. Uma é de que os ex-frequentadores da Cracodândia, que, inclusive, hoje conseguiram superar o seu vício, seja no crack, seja na cocaína, e muitos até utilizando de forma adequada pela forma de seguir o tratamento de redução dos danos.

E, então, neste domingo, com o professor Ricardo Frugoli, em companhia de 19 ex-moradores de rua, estão indo para a Itália, onde serão recebidos pelo Papa Francisco, nesta próxima quarta-feira. Além de visitarem a FAO, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, falarão a respeito da insegurança alimentar para a população carente.

Queria chamar a atenção de uma matéria hoje importante na “Folha de S.Paulo”, em que fala que a Defensoria Pública está alertando o ministro Barroso de que o governador Tarcísio de Freitas quer comprar câmeras para a Polícia Militar que filmam pela metade do tempo.

A Defensoria Pública de São Paulo e a Conectas Direitos Humanos enviaram ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Roberto Barroso, um ofício em que demonstram preocupação com o plano apresentado pelo governador Tarcísio de Freitas, aqui em São Paulo, para o uso de câmeras corporais por policiais militares.

Então, no mês passado, Tarcísio de Freitas tinha firmado um compromisso junto ao Supremo para que os agentes usem os aparelhos de monitoramento durante operações no Estado. Tarcísio apresentou a Barroso um cronograma que estabelece a implementação das câmeras até setembro próximo.

O Estado afirma que irá aumentar o número de equipamentos, substituir os que já estão em uso, mas a proposta de licitação para a compra traria uma série de mudanças sensíveis que poderiam representar um retrocesso, conforme apontam a Defensoria e a Conectas.

Então, a Conectas e a Defensoria Pública justificam numa nota técnica elaborada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense, pelo Núcleo de Estudos da Violência da USP, e que analisaram o plano de Tarcísio.

Atualmente, segundo o documento, as câmeras corporais usadas têm autonomia para captar imagens por até 12 horas, o que garantiria a transparência e proporcionaria maior proteção tanto para os agentes quanto para a população, uma vez que todo turno policial é registrado.

Já a licitação feita pelo governo Tarcísio para a compra de novas câmeras não prevê que os equipamentos tenham a mesma autonomia. Corre-se o risco de termos mais da metade do turno policial sem nenhuma captação de imagem e som.

A licitação avaliada pelo estado de São Paulo ainda prevê uma diminuição no prazo obrigatório de armazenamento de imagens obtidas pelas câmeras corporais, reduzindo de 60 para 30 dias no caso de vídeos de rotina; e de um ano para 120 dias, se forem gravados intencionalmente.

O ofício enviado ao magistrado chama a atenção para a previsão de que as câmeras corporais usem tecnologias de reconhecimento facial. Não há registro de experiência exitosa anterior, em âmbito nacional ou no exterior, de combinar o uso de câmeras corporais a essas tecnologias; ao contrário.”

Então, Sr. Presidente, acho que é um alerta importante, ainda mais para V. Exa., que tanto aprecia tudo o que acontece com a Segurança Pública e com as forças, por exemplo, da Polícia Militar. Parece-me que esta chamada de atenção por parte da Defensoria Pública e pela Conectas faz sentido.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Sr. Presidente, tendo a concordância das lideranças dos partidos, peço que seja levantada a sessão. 

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita à Ordem do Dia o Projeto de lei nº 235, de 2023, vetado.

Havendo acordo de líderes, antes de dar por levantados os trabalhos, convoco V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da última quarta-feira, com o aditamento ora anunciado.

Muito obrigado a todos.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 48 minutos.

 

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