29 DE AGOSTO DE 2023

31ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

        

Presidência: ANDRÉ DO PRADO

Secretaria: PAULO MANSUR, CARLOS CEZAR e DANI ALONSO

        

RESUMO

        

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Abre a sessão. Coloca em discussão o PL 1084/23.

        

2 - PAULO FIORILO

Solicita verificação de presença.

        

3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.

        

4 - PAULO FIORILO

Discute o PL 1084/23 (aparteado pelo deputado Conte Lopes).

        

5 - PAULO FIORILO

Solicita verificação de presença.

        

6 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum. Anuncia a presença em plenário do deputado Edmir Chedid, que passou por tratamento de saúde.

        

7 - GILMACI SANTOS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

8 - DONATO

Discute o PL 1084/23.

        

9 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

10 - PAULO FIORILO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

11 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Levanta a sessão, por acordo de lideranças.

        

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. André do Prado.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Discussão e votação adiada do Projeto de lei nº 1.084, de 2023, de autoria do Sr. Governador.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Solicito verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de V. Exa., faremos então uma verificação de presença. Convido o deputado Jorge Wilson, não, o Jorge Wilson é o líder do Governo. Vamos convidar o Paulo Mansur juntamente com o deputado Carlos Cezar para fazer a verificação de presença.

 

* * *

 

- Verificação de presença.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado quórum regimental.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - No raio visual do presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para falar a favor, deputado Caio França. Ausente. Para discutir contra, deputado Carlos Giannazi. Ausente. Para discutir contra, deputado Reis. Ausente. Para discutir contra, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, aqueles que nos acompanham aqui nas galerias, primeiro um registro importante. Acho que mais uma vez o governo tentou, fez um esforço hercúleo, mas não conseguiu 48 votos para aprovar esse projeto das custas do TJ.

Eu espero sinceramente que o governo reveja sua posição e não continue insistindo naquilo que é um erro, e está claro isso. Quem sabe não se construa uma alternativa para essa questão, que foi discutida inclusive em uma audiência pública.

Eu sugeri à Dra. Patrícia que pudesse dialogar com o TJ para tentar buscar uma saída, mas parece que não há bom senso ainda. O governo tem insistido em expor sua base, uma base que não consegue ter 48 votos aqui nesta Casa.

E agora a gente entra em uma outra discussão, deputado Teonilio Barba, do Projeto 1.084, de 2023, que trata da constituição ou da autorização para um consórcio entre duas regiões, região sul e região sudeste.

O que chama muito a atenção, porque normalmente consórcio se constrói a partir das regiões, consórcio da região sudeste, da região sul, centro-oeste, mas os governadores das duas regiões resolveram fazer um consórcio de regiões.

E o governador Zema... Depois o deputado Simão Pedro, que deve usar a palavra não sei se neste momento ou em outro, pode até trazer aqui novidade do governador Zema com relação ao estado do Espírito Santo.

Eu particularmente quero registrar aqui um equívoco nesse movimento, até porque as declarações do governador deixam claro o que pensa o governador de Minas, que já cometeu vários deslizes - por alguns pediu desculpas, outros queria passar como se não fosse ele o responsável pelas falas.

Nós estamos vivendo um momento tão difícil nesse governo, deputado Danilo Balas, Conte Lopes, os deputados que são deputados da base... Vou elencar aqui algumas dificuldades, deputado Mecca, que me estranham muito. Bom, o governador resolveu cobrar dos policiais no transporte intermunicipal.

Eu confesso que não consigo entender como é que o governador, que defende a categoria dos policiais, resolve fazer isso. Aliás, os deputados tiveram que ir lá e dizer: “Governador, o senhor precisa voltar atrás, é mais um tiro no pé”, mas esse é o governo do tiro no pé. Eu nunca vi isso.

Bom, aí eu vejo esta semana o governador exonerar o segundo homem da pasta da Secretaria da Agricultura. Eu gostaria muito, deputado Danilo Balas, por quem eu tenho um respeito enorme, que alguém pudesse vir aqui explicar como é que que o governador demite o segundo homem da Secretaria, que fez um dossiê com várias denúncias do mau uso do dinheiro público. Parece que o governador está passando a mão em quem errou e punindo quem quer apurar.

Eu confesso, aliás, eu queria ouvir o PL sobre isso, o Partido Liberal, porque é preciso dizer aqui o que aconteceu. Confesso a vocês que eu estou perplexo, porque esse governador, que foi eleito dizendo que ia mudar a administração, que ia ter uma outra lógica e tal, já começa passando a mão em quem errou.

Aliás, eu vim aqui a esta tribuna, como outros deputados e deputadas, denunciar a situação das estradas feitas pelo Melhor Caminho. Deputado Balas, o senhor conhece a região de Itaoca, a região de Barra do Chapéu, no Alto Vale do Ribeira.

O que eles fizeram lá foi um crime, com dinheiro público. Eu peço que a bancada do governador - PL, Republicanos - pudessem se manifestar aqui, dizer o que aconteceu, porque é inadmissível isso.

Daqui a pouco, quem comete erro é quem é valorizado nesse governo. Aliás, não é daqui a pouco. Queria lembrar que o caso do secretário de Educação, que, aliás, é um erro atrás do outro, é o secretário dos erros. Não tem nem sete, deve ter 14, 21, sei lá quantos múltiplos de sete, de tanto erro.

Aqui nesta tribuna deputados e deputadas do PT, do PCdoB, já denunciaram a situação do secretário. Secretário que agora concorda em tirar recursos da Educação. Aliás, o governador fez um evento, colocou o pessoal da Saúde, pediu para aplaudir os deputados que vão votar contra a Educação, tirar dez bilhões da Educação.

E, assim, os deputados acho que estão tranquilos, né? Foram aplaudidos lá, o governador pediu uma salva de palmas aos deputados, que vão tirar dinheiro da Educação. A deputada Professora Bebel está de olho nos deputados que foram aplaudidos. Eu quero que eles venham aqui nesta tribuna, dizer que eles são, sim, favoráveis a retirar dez bilhões da Educação.

Educação que não tem Ensino Integral, Educação que não tem quadras para os alunos praticarem aula de Educação Física. É dessa Educação que a gente está falando. E o governador mantém o secretário intacto. Aliás, o deputado Donato esteve aqui na tribuna recentemente para denunciar uma situação de uma licitação. Aliás, deu o nome até da empresa.

Eu nem sei, deputado Donato, se já concluíram o processo e se a empresa ganhou ou perdeu. Depois, era importante que a gente tivesse essa informação. Até porque, para além dessas duas situações que eu relatei aqui, o Feder ainda está propondo para quem tiver mais de 15 faltas não ter mais vaga no Ensino Público.

Isso é inadmissível, e o governador continua passando a mão na cabeça do secretário. Até quando? Bom, diante de tantos erros, só é possível entender que esse governo está sem rumo, está perdido.

Aliás, perdido aqui a gente já viu em várias situações. Se não é a oposição muitas vezes salvar aqui para poder votar aumento, nem a base vota. O deputado Conte Lopes, um deputado que foi da base do prefeito do PT, o prefeito Fernando Haddad, sabe a importância de ser de base, de ser uma pessoa que defende a base.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Um aparte, nobre deputado.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Eu vou permitir um aparte, até porque eu tenho tempo para respondê-lo.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Vossa Excelência me citou.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Claro, por favor. O senhor vai responder sobre a questão aí do secretário que foi exonerado?

 

O SR. CONTE LOPES - PL - De quem?

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Do secretário que foi exonerado.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Não, primeiro eu pergunto. Por que eu era base do Haddad? Porque o meu partido, o PTB, tinha uma secretaria.

A gente era parte do governo, e V. Exa. sabe que, quando eu sou base, eu sou um homem do partido, eu não afino, eu não corro, não. Então, eu fui base e votei favorável ao prefeito. Não é? Até quando teve a aprovação daquele IPTU, que quase matou a gente na Câmara, nós votamos.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - E estávamos corretos.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Então, até o Haddad prometeu que, a partir daquele dia, toda semana ele ia reunir conosco, e nunca mais reuniu.

Obrigado.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Não é verdade... Deputado, mas o senhor não respondeu a outra pergunta. O senhor é da base do governo agora?

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Eu sou da base do governo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - O senhor sabe me responder por que o governo exonerou o “número dois” da Secretaria de Agricultura?

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Porque o governo, eleito pelo povo de São Paulo, ele que escolhe os secretários e demite quem ele quer. Simplesmente isso. Ele que escolhe.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - E aí ele resolveu...

 

O SR. CONTE LOPES - PL - O governo Lula faz em Brasília.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Ele resolveu exonerar esse cara, que produziu o dossiê?

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Por isso que eu sempre falava na campanha - vocês lembram -, que era hora, na campanha, de pôr o “exército” nas ruas, o “exército de eleitores”, para votar. Porque não adianta chorar depois que perde. Falar: “eu vou matar todo mundo, vou não sei o quê”. Eu brigava muito com o deputado Giannazi, porque ele queria entrar aqui, e estava cheio de gente aqui no quartel.

Eu falei: “Não, está errado. Não é no quartel que o povo tem que ir. O povo tem que ir para a Assembleia, como o povo tem que ir para Câmara e o Congresso Nacional. Eles têm que trabalhar politicamente. Não é em quartel”.

Então, a gente, quando elege alguém, como elegeu o governador e o presidente Lula lá, eles têm o direito de escolher.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Eles decidem quem tira, quem fica e quem sai.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - É isso aí.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - E nesse caso ele decidiu...

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Ele responde por isso, é óbvio.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Mas não falou para a base porque ele tirou. Não é?

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Não, não.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Então tá bom. Nós vamos continuar cobrando, para entender porque ele tirou o segundo homem mais importante da pasta de Agricultura, que denunciou um esquema de corrupção, ou um esquema que levou dinheiro público para o buraco. Então, nós precisamos saber disso.

Bom, esse governo, que passa a mão no Feder, na cabeça do Feder, que continua errando... nós não podemos admitir isso. É uma coisa impressionante. Avisa ali. É uma coisa impressionante, que a gente não consegue entender como é possível continuar o Feder nessa pasta, deputado Bruno Zambelli. O deputado Conte tentou, mas não consegui entender. Espero que depois o senhor me explique.

Sr. Presidente, como é um debate importante e eu quero entender por que o secretário foi demitido, queria pedir verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Solicito então que a deputada Dani Alonso, junto com o deputado Carlos Cezar, que façam a verificação de presença.

 

* * *

 

- Verificação de presença.

           

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado quórum regimental, devolvo a palavra ao nobre deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Apenas para uma comunicação. Peço aos deputados da base para que permaneçam em plenário, por gentileza.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Deputadas, quero retomar aqui, aproveitar que a gente tem uma audiência maior aqui agora, quem sabe alguém pode me ajudar a entender o que aconteceu na Secretaria de Agricultura.

Mas o deputado Conte já tentou explicar, eu não me convenci ainda, apesar de entender...

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Pela ordem, me dá um aparte. Trinta segundos.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Não, eu não vou dar um aparte para o senhor agora. Agora não vou dar porque só tenho três minutos.

Eu dei aparte para todo mundo no primeiro tempo, no segundo tempo não dá. Eu queria continuar aqui, Sr. Presidente, dizendo o seguinte, infelizmente a gente não tem o esclarecimento necessário...

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Vossa Excelência não permite que eu fale?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Conte, não há permissão do orador para um aparte. Daqui a pouco V. Exa. se inscreve e vão poder discutir.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Eu já dei aparte duas vezes para o Conte, o Conte é um amigo, mas não dá.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Na sequência, a palavra com o deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Recomponha meu tempo aqui, Sr. Presidente, porque assim não dá. Todos querem ficar interrompendo. Sr. Presidente, o Conte é um amigo. Eu já dei tempo, quero continuar o meu discurso. Agora não.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Por que o...

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Conte, não dá. Deputado Conte Lopes... Você permite o tempo, dez segundos?

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Não, eu já dei.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não permite, então volta a falar V. Exa. e dê sequência.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Eu perdi um minuto. Eu já dei o tempo para o Conte. Sr. Presidente, eu peço que V. Exa. recomponha meu tempo, por favor. Não tem conversa, eu já dei tempo para todo mundo.

Sr. Presidente, vou voltar aqui ao meu discurso porque já me interromperam três vezes. Aqui eu fiz uma pergunta básica, me expliquem por que foi demitido o segundo homem da agricultura? Ninguém explica, vamos deixar para a próxima.

Quem quiser explicar venha aqui, se inscreve e vem falar, porque vai ter tempo. Até porque vai precisar de muito tempo para explicar, porque parece que, além de ele ter entregue a lista, ele também constituiu uma comissão para apurar. Pode ser por isso que ele tenha sido exonerado, porque o poder está na caneta, não é, deputado Reis? E aí ele teve que perder a comissão e perder a cabeça, o cargo dele.

Agora, isso é preciso ser esclarecido de forma rápida, porque paira sobre essa situação dúvidas que não podemos ter, principalmente neste Parlamento, e espero que o MP continue investigando para que se chegue aos fatos e à verdade. Voltando aqui ao projeto, Sr. Presidente, o PL n.º 1.084, eu queria resgatar o que disse o governador Zema.

“Temos o grupo do Cosud. Na verdade, ele já existia, mas nós formalizamos o consórcio Sul-Sudeste, que reúne os sete estados das duas regiões. A cada 90 dias, nós nos encontramos para trabalhar de forma conjunta. A última reunião foi em Belo Horizonte.

Tem muita coisa que um estado faz melhor que o outro. Também já decidimos que além do protagonismo econômico que temos - porque representamos 70% da economia brasileira - nós queremos o que nunca tivemos: protagonismo político.”

Segue ele: “Outras regiões do Brasil, com estados muito menores em termos de economia e população, se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília.

E nós, que representamos 56% dos brasileiros, mas que sempre ficamos cada um por si, olhamos só o seu quintal e perdemos. Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso.

Eles queriam colocar um conselho federativo com voto por estado. Nós falamos ‘não, e não queremos proporcional à população, porque sete estados, em 27, iríamos aprovar o quê? Nada’. O Norte e o Nordeste é que mandariam. Aí, nós falamos que não, por ter conselho, mas proporcional. Se temos 56% da população, não queremos ter peso equivalente.”

É impressionante a lógica do governador Zema. Repare aqui que eu não usei nenhuma das frases que são pejorativas, nenhuma. Eu usei aqui o conceito teórico, que é constituir um consórcio contra os outros estados. Está errado isso.

O consórcio: nós defendemos aqui a possibilidade da constituição de um consórcio Sudeste. O Sul faz um consórcio e os dois dialogam. É óbvio, isso poderia ser muito mais salutar, e a gente evitaria aqui esse debate, que traz, para nós, do PT, e para toda a sociedade, um incômodo muito grande, em especial, quando se tenta discriminar os cidadãos do Norte e do Nordeste, porque é um absurdo e nós não podemos permitir.

Por isso, Sr. Presidente, nós encaminhamos um projeto alternativo a esse e vamos continuar fazendo esse debate, porque o Governo precisa entender que é necessário mudar esse conceito o mais rápido possível, para que a gente de fato tenha um consórcio que contribua com o Sudeste.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para discutir contra, tem a palavra o deputado Donato. Antes, porém, enquanto o deputado se encaminha para essa tribuna, nós, deputados, gostaríamos de dar as boas-vindas a esse guerreiro e lutador, que está vencendo, nosso deputado, que muito nos honra com sua presença novamente neste plenário, deputado Edmir Chedid, oito mandatos nesta Casa.

Edmir, Deus o abençoe.

Estamos muito felizes pela sua volta.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, presidente. Com anuência do orador, só uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental. Dois minutos.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu estava ali no gabinete ouvindo o deputado Paulo Fiorilo, ele assim de maneira veemente querendo saber aqui por que foi demitido o segundo homem da Agricultura. Eu fico até feliz de saber que o Paulo Fiorilo está preocupado com o Governo do Estado, com o governo Tarcísio, que o governo vai bem.

Vi aqui o deputado Conte Lopes também argumentando. Eu só queria dizer para o Paulo Fiorilo o seguinte: eu vou procurar entender o motivo da demissão e vou trazer aqui, mas depois que ele explicar o motivo da demissão da ministra do Turismo.

Quando ele explicar para mim também a demissão da ministra do Turismo, nós vamos trazer aqui com alegria a explicação da demissão do segundo homem da Agricultura.

Eu acho que é justo isso, porque o Governo tem o direito de fazer as demissões e as nomeações que ele quiser. Mas eu acho interessante, importante, o Paulo Fiorilo querer saber. É importantíssimo. Paulo, então quando você trouxer para a gente a explicação da demissão da ministra do Turismo, nós vamos trazer aqui detalhadamente essa questão que o senhor levantou.

Obrigado, Paulo. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o deputado Donato.

 

O SR. DONATO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, acho que esse tema é um tema... Pena que o deputado vai embora, o Gilmaci. Depois eu vou comentar.

Mas eu queria falar um pouquinho do tema. Desde sempre o Brasil se constituiu em um esforço de construir uma grande nação, ampliando suas fronteiras e construindo essa grande unidade nacional, que é fundamental para o país ter protagonismo no mundo.

E esse projeto, do jeito que ele vem, ele reedita o Tratado de Tordesilhas na horizontal. Foi esforço enorme dos brasileiros de expandir nossas fronteiras, divididas lá entre os portugueses e os espanhóis lá no século XVI, no Tratado de Tordesilhas. Foi esforço até reivindicado aí como a saga dos bandeirantes.

A gente pode até discutir o que foi essa saga, mas de expandir nossas fronteiras e construir essa nação com enorme potencial, com mais de oito milhões de quilômetros quadrados, com mais de 200 milhões de habitantes e que tem protagonismo cada vez maior no mundo.

Depois de quatro anos de ausência completa, de ser um pária internacional, hoje o Brasil é centro do debate mundial, dos fóruns mundiais, no G20, no G7, nos Brics, enfim assumindo um protagonismo que o Brasil havia perdido.

Isso é graças ao nosso território, à nossa unidade nacional, ao nosso povo, à nossa capacidade produtiva, enfim aos nossos atributos todos dessa grande Nação.

E o sentido desse Cosud, da maneira que ele está desenhado, é um sentido divisionista. A extrema-direita sem rumo no país apela agora para a divisão do país, uma divisão que ela quer, política, e esse é o caminho da destruição da Nação. E é isso que está por trás desse conceito, que aliás não tem nem base real, porque é só ler os jornais de hoje.

Os jornais de hoje, deputado Conte Lopes, o governador do Espírito Santo está reclamando do governador de São Paulo e de Minas na questão da reforma tributária. O governador do Rio Grande do Sul também.

Então, que unidade é essa? É uma unidade artificial, é unidade que se quer construir na política para dividir o país e para fazer disputa política. Então, nesse sentido a gente não vai apoiar esse Cosud. Ele já nasce com o vírus da divisão do país, é o vírus de jogar uma região contra a outra quando a gente está num momento de união, de reconstrução, de unidade.

Então, isso não dá para aceitar. Isso foi explicitado pelo governador Zema. Estranhamente, o governador Tarcísio está mudo. Aliás é um governador cada vez mais mudo.

Até agora não falou nada sobre os escândalos do seu padrinho Bolsonaro, não falou sobre a joias, não falou sobre a prisão do ajudante de ordens, não falou sobre coisa nenhuma, como se ele não tivesse nada a ver com o bolsonarismo.

E, ao mesmo tempo, ele tenta manter ali a relação com o bolsonarismo, hospedando o Bolsonaro no Palácio. Espero que não suma nenhum quadro, nenhuma joia ou que não seja escondido lá.

Mas, enfim, esse é o governador de São Paulo, um governador mudo que tem pouco a dizer ao país e que é incapaz, inclusive, de debater com o Zema qual o conteúdo desse consórcio, qual esse conteúdo político que está sendo dado pelo governador de Minas, que toma a frente desse divisionismo, e o governador de São Paulo não tem nada a falar. Então, é sobre o conteúdo, eu queria falar um pouco disso.

O deputado Gilmaci fez uma provocação que não tem o menor sentido, está comparando coisas que não são comparáveis. A ministra do Turismo deixou de ser ministra porque o presidente Lula precisava fazer uma nova articulação no Congresso, natural.

Aliás, muitos de vocês procuram essa nova articulação aqui no governo do Estado de ter mais espaço, como partido político, aliás, partidos que estão aqui na base do governo Tarcísio.

Aliás, o partido do governo Tarcísio está discutindo espaços no ministério do Lula. É público isso. O Marcos Pereira todo dia está conversando lá se vai ter o ministério A ou B ou C.

E é isso que aconteceu, não teve nenhuma denúncia, ela não fez nenhum tipo de acusação, e ela não saiu por nenhum problema desse tipo. Saiu por uma relação com o União Brasil, e que foi resolvida.

Isso é a política, a vida é assim. Eu sei que muitos aqui e o próprio governador parecem não entender isso. Ele acha que vai governar sem a política, com gestores que não são políticos.

É evidente que são políticos, porque quem está no cargo faz escolhas. Escolhas sempre são políticas. Quando você escolhe determinada direção ou outra você está fazendo uma escolha de natureza política. E é para isso que os políticos são eleitos, para fazer escolhas em nome do povo. E o governador tem que fazer isso.

Agora, ele acha que vai se blindar com uma conversa mole de governo técnico. É conversa mole, todos nós sabemos. Infelizmente, tem deputados aqui que embarcam nessa, como se eles não fossem políticos, como se não fosse legítimo ter aspirações partidárias de que quem está na base, está no governo.

Qual o problema disso? Tem algum problema ético? Não existe problema ético. Se existir, o governador tira. Mas os partidos que estão representados, aí não tem nenhum problema.

Agora, o que aconteceu na Secretaria de Agricultura é muito diferente. O secretário adjunto apurou que existia um programa executado pela gestão anterior de 500 milhões de reais - não era de 500 reais, nem de 500 mil reais, era de 500 milhões de reais - que tinha desvios, que tinha obras inconclusas e fez um relatório para o TCE e para o Ministério Público.

Seria muito importante que a Assembleia recebesse esse relatório, que o governo pudesse mostrar a sua transparência e trouxesse esse relatório a público para a gente saber exatamente a dimensão dessas denúncias que, inclusive, não afetam este governo, afetam a gestão anterior.

Mas agora a política coloca os seus problemas, porque quem estava na gestão anterior está na base desse governo. É um problema político. E vocês têm que explicar. Quem fez a denúncia não foi a oposição, foi um membro do alto escalão do governo, que foi mandado embora porque fez a denúncia. Por que incomodou partidos da base?

Não sei, mas eu posso imaginar que sim, se não tem nenhuma explicação. É incompreensível a fala do deputado Gilmaci, porque ele tenta fugir do problema com uma comparação que não tem nada a ver.

A gente quer esse esclarecimento, mas a gente quer discutir também o Cosud, como eu disse, essa política que, na prática, foi dado ao Cosud um conteúdo pelo governador Zema.

Ele deu o conteúdo do Cosud. É um conteúdo divisionista no País, no momento em que o País não precisa disso, que o País quer superar isso, porque se for para fazer divisão política também vamos isolar a cidade de São Paulo do resto do Estado. Não tem sentido, porque a cidade de São Paulo teve uma maioria política contra o governador e contra o presidente Bolsonaro.

Essa lógica que nós vamos, sempre que tem uma maioria que a gente não gosta a gente isola essa maioria para a gente ter um pedaço menor, mas ter uma maioria consolidada?

Não dá para ser assim. Aliás, nos Estados Unidos isso é prática na divisão dos distritos eleitorais que eles fazem, cada governo de estado que decide o contorno dos distritos para ter maiorias políticas ocasionais.

Mas eu queria voltar a esse tema. Eu acho que a gente precisa superar isso. É evidente que a gente não é contra um consórcio em si, existem dezenas de consórcios municipais, consórcios estaduais.

Agora, seria razoável que a gente fizesse um consórcio do Sudeste, e o Sul fizesse o consórcio dele, o Centro-Oeste fizesse o consórcio dele e esses consórcios dialogassem em cima de pautas afirmativas de cada região, e não uma guerra de uma região contra a outra. Isso a gente não pode aceitar.

E o conteúdo desse Cosud é de uma guerra do Sul-Sudeste contra o resto do País. Não tem o menor sentido a gente embarcar nessa. Por isso que a bancada do PT é contra, mas nós estamos dispostos a discutir. Se é necessário e se é fundamental o consórcio, vamos discutir as bases desse consórcio.

Infelizmente, as falas e as entrevistas do governador Zema contaminaram completamente esse processo. Saíram de uma discussão de políticas públicas, uma discussão administrativa, uma discussão afirmativa de uma região, por uma discussão de uma região contra a outra. Isso a gente não vai admitir. Então eu queria registrar isso.

Eu ainda tenho cinco minutos de tempo aqui, mais ou menos. E eu queria, também, mostrar que esse governo Tarcísio é um governo inerte. Quando se move, se move mal.

Na Educação, a gente viu o desastre - continua vendo - do Renato Feder. Alguém que não tem projeto de Educação. O projeto dele é pôr uns slides na televisão e padronizar um ensino para fazer teste e mostrar que melhorou no Ideb. A gente precisa de uma Educação de muito mais qualidade.

O governador vem acenando com uma proposta que é destruidora para a Educação, que é diminuir as verbas da Educação de 30% para 25 por cento. É inaceitável isso, inaceitável. Porque, se precisa de mais verbas para a Saúde, que se procure financiamento para isso. E a gente tem inúmeras desonerações que foram feitas, que precisam ser revistas.

Eu vou falar de uma que eu estou discutindo, quero propor lá na Comissão de Transportes a partir de amanhã, que é a desoneração do querosene para aviação. Caiu de 25% para 12%, numa lei que o Doria aprovou aqui.

Isso estava vinculado, deputado Conte Lopes, às empresas de aviação e às operadoras dos aeroportos do interior, que fizessem novas linhas e interligassem ainda mais o interior, em rotas regionais.

Nada disso foi feito. Mas o governador Tarcísio prorrogou o decreto do Doria, que ia até dezembro de 2022; o governador Tarcísio prorrogou para dezembro de 2024. Quanto o estado está perdendo em diminuir o ICMS do querosene da aviação sem as contrapartidas que estão na lei? Estão na lei e depois foram detalhadas em outros instrumentos, que aliás nem são públicos para que a gente possa cobrar e fiscalizar.

Tem inúmeros casos desse tipo - desonerações que não têm o menor sentido, que favorecem setores econômicos e que desfalcam os cofres aqui do estado de São Paulo. A reforma tributária, por exemplo, permitiu - e é um debate que a gente tem que fazer - que a gente tenha o imposto sobre heranças agora não com tarifa fixa, não com taxa fixa, mas que ele possa ser progressivo.

São Paulo, apesar de a Constituição permitir até 8% de imposto sobre heranças e doações, pratica apenas quatro por cento. Olha a possibilidade que nós temos de taxar as grandes fortunas e as grandes heranças. Não o pequeno proprietário, que deixou uma casa, duas casas ou até 10 casas para os filhos, mas sim aquele bilionário que não quer pagar nem os impostos que existem.

A gente está vendo a discussão que o ministro Haddad está fazendo, dos fundos exclusivos. É necessário taxar os fundos exclusivos. Vocês sabem que tem 2.400 fundos exclusivos, no Brasil, de bilionários, que não pagam imposto?

E esses fundos representam 800 bilhões de reais. E se a gente cobrasse 10%, 20%, nenhum deles ia ficar mais pobre, nem o filho deles, nem o neto deles, nem o tataraneto deles, mas a gente poderia contribuir para ter uma nação mais justa.

São essas discussões que nós temos que fazer de verdade nesta Casa, discussões que impactem a vida do povo, e não pautas que são puramente de oportunismo político, de falta de rumo da extrema direita no Brasil.

Depois dessa situação em que o bolsonarismo se encontra, essa crise que só vai se aprofundar, agora tem os que querem ser herdeiros do bolsonarismo. E eles, na falta de uma pauta, inventam a pauta da divisão do País; é essa a pauta que eles querem construir e que está por trás desse projeto.

Nós não vamos tratar e aceitar esse Tratado de Tordesilhas na horizontal; dividir o norte e o sul do País. Não vamos aceitar, porque isso vai contra o que a gente construiu em 500 anos de história: uma grande nação, um país uno, uma língua única, com cultura, com a potencialidade criativa do seu povo, com riquezas naturais, com riquezas da indústria produtiva, e que a gente não pode ter isso divido, seja pela política, seja de qualquer outra forma.

E é por isso que a bancada do PT vai encaminhar o voto contra, esperando que o governo reflita e possa retirar esse projeto, apresentar um projeto melhor, mais especificado e que seja um consórcio só do sudeste.

É essa nossa posição, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente

 

O SR. PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Jorge Wilson, líder do Governo.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, estamos chegando a um acordo com as lideranças, inclusive com o líder do PT, Paulo Fiorilo, também, no sentido de darmos por discutido mais duas horas, voltarmos a discutir amanhã o Cosud, ainda mais uma hora e meia, para votarmos semana que vem, na próxima semana.

 

O SR. PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Paulo Fiorilo consulto V. Exa., líder do PT, os demais líderes presentes aqui, Monica Seixas, os deputados líderes.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT – PARA COMUNICAÇÃO -A proposta construída aqui, e também em diálogo com a deputada Monica é: a gente dá duas horas hoje, volta amanhã para uma hora e meia de discussão, que encerra a discussão; não vota amanhã e voltamos semana que vem para os encaminhamentos e votação.

 

O SR. PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO - PL - Ok, então havendo acordo entre os líderes está levantada a sessão após o acordo de lideranças.

 

* * *

 

Levanta-se a sessão às 20 horas e 16 minutos.

 

* * *