27 DE JUNHO DE 2023
68ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: ANDRÉ DO PRADO, VITÃO DO CACHORRÃO, GUILHERME CORTEZ, MÁRCIA LIA e REIS
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Abre a sessão. Convoca os Srs. Deputados para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão ou às 16 horas e 30 minutos. Convoca reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, de Administração Pública e Relações do Trabalho e de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se dia 28/06, às 11 horas.
2 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - GUILHERME CORTEZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
4 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - VITÃO DO CACHORRÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - VITÃO DO CACHORRÃO
Assume a Presidência.
8 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - PRESIDENTE VITÃO DO CACHORRÃO
Parabeniza a esposa, Camila, pelo seu aniversário, na data de hoje.
10 - GUILHERME CORTEZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - GUILHERME CORTEZ
Assume a Presidência.
13 - MARCIO NAKASHIMA
Para comunicação, faz pronunciamento.
14 - PRESIDENTE GUILHERME CORTEZ
Cumprimenta a vereadora Luciana Bernardo, de Itatiba, presente no plenário.
15 - EDUARDO SUPLICY
Para comunicação, faz pronunciamento.
16 - PRESIDENTE GUILHERME CORTEZ
Cumprimenta o vereador Clodoaldo de Oliveira, de Rincão, presente no plenário.
GRANDE EXPEDIENTE
17 - VITÃO DO CACHORRÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
18 - MÁRCIA LIA
Assume a Presidência.
19 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
20 - SOLANGE FREITAS
Por inscrição, faz pronunciamento.
21 - REIS
Assume a Presidência.
22 - MÁRCIA LIA
Por inscrição, faz pronunciamento.
23 - MÁRCIA LIA
Solicita a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.
24 - PRESIDENTE REIS
Defere o pedido e suspende a sessão às 15h45min.
25 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h30min.
26 - PAULO FIORILO
Solicita a suspensão da sessão por 30 minutos, por acordo de lideranças.
ORDEM DO DIA
27 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido e suspende a sessão às 16h30min, reabrindo-a às 17h07min.
28 - CARLOS CEZAR
Solicita a prorrogação da sessão por 15 minutos.
29 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Coloca em votação e declara aprovado o pedido de prorrogação da sessão por 15 minutos.
30 - CAIO FRANÇA
Solicita verificação de votação.
31 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feito o processo de verificação de votação pelo sistema eletrônico.
32 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, faz pronunciamento.
33 - CAIO FRANÇA
Retira o pedido de verificação de votação.
34 - CARLOS CEZAR
Reitera o pedido de verificação de votação.
35 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Mantém processo de verificação de votação pelo sistema eletrônico.
36 - MILTON LEITE FILHO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do União.
37 - CAIO FRANÇA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSB.
38 - GERSON PESSOA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Podemos.
39 - PAULO FIORILO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
40 - MARCIO NAKASHIMA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PDT.
41 - PAULO CORREA JR
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSD.
42 - ATILA JACOMUSSI
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Solidariedade.
43 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSOL Rede.
44 - DR. ELTON
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSC.
45 - DELEGADO OLIM
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PP.
46 - VINICIUS CAMARINHA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSDB Cidadania.
47 - ITAMAR BORGES
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do MDB.
48 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Anuncia o resultado da verificação de votação, que não alcança quórum para aprovação do requerimento de prorrogação da sessão por 15 minutos. Coloca em votação o Requerimento de Urgência ao PL 752/21.
49 - OSEIAS DE MADUREIRA
Para comunicação, faz pronunciamento.
50 - CARLOS CEZAR
Encaminha a votação do Requerimento de Urgência ao PL 752/21, em nome do PL.
51 - CAIO FRANÇA
Encaminha a votação do Requerimento de Urgência ao PL 752/21, em nome do PSB.
52 - ANDRÉA WERNER
Encaminha a votação do Requerimento de Urgência ao PL 752/21, em nome do PSB.
53 - GILMACI SANTOS
Para comunicação, faz pronunciamento.
54 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Dá boas-vindas ao deputado federal Milton Vieira, presente no plenário.
55 - GUILHERME CORTEZ
Encaminha a votação do Requerimento de Urgência ao PL 752/21, em nome da Federação PSOL Rede.
56 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Encaminha a votação do Requerimento de Urgência ao PL 752/21, em nome da Federação PSOL Rede.
57 - DR. JORGE DO CARMO
Encaminha a votação do Requerimento de Urgência ao PL 752/21, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
58 - MÁRCIA LIA
Encaminha a votação do Requerimento de Urgência ao PL 752/21, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
59 - PROFESSORA BEBEL
Encaminha a votação do Requerimento de Urgência ao PL 752/21, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
60 - CARLOS GIANNAZI
Encaminha a votação do Requerimento de Urgência ao PL 752/21, em nome da Minoria.
61 - EDUARDO SUPLICY
Encaminha a votação do Requerimento de Urgência ao PL 752/21, em nome da Minoria.
62 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Coloca em votação e declara aprovado o Requerimento de Urgência ao PL 752/21.
63 - CAIO FRANÇA
Solicita verificação de votação.
64 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feito o processo de verificação de votação pelo sistema eletrônico.
65 - PAULO FIORILO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
66 - ANALICE FERNANDES
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSDB Cidadania.
67 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSOL Rede.
68 - PAULO CORREA JR
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSD.
69 - LEONARDO SIQUEIRA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Novo.
70 - GERSON PESSOA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Podemos.
71 - CAIO FRANÇA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSB.
72 - DR. ELTON
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSC.
73 - MARCIO NAKASHIMA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PDT.
74 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Anuncia o resultado da verificação de votação, que confirma a deliberação anterior.
75 - TEONILIO BARBA
Para comunicação, faz pronunciamento.
76 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovados os Requerimentos de Urgência aos PLCs nºs 103/23 e 97/23.
77 - GILMACI SANTOS
Para questão de ordem, faz
pronunciamento.
78 - TEONILIO BARBA
Para comunicação, faz pronunciamento.
79 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o Requerimento de Urgência ao PLC nº 96/23.
80 - PROFESSORA BEBEL
Para comunicação, faz pronunciamento.
81 - CARLOS CEZAR
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
82 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 28/06, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra a sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 18 horas e 40 minutos. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. André do Prado.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos.
Esta Presidência dispensa a leitura da
Ata da sessão anterior e recebe o expediente. Antes de passar a palavra para os
oradores inscritos para o Pequeno Expediente, gostaria de fazer algumas
convocações.
Nos termos do Art. 100, Inciso I, do
Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar
hoje, às 16 horas e 30 minutos ou dez minutos após o término da presente
sessão, em cumprimento ao interstício mínimo previsto no § 3º, do Art. 100, do
Regimento Interno, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:
*
* *
-
NR - A Ordem do Dia para a 21a Sessão Extraordinária foi publicada
no D.O. de 28/06/2023.
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* *
Segunda convocação. Convoco as Sras.
Deputadas e os Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, Inciso III,
alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, para uma
reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação;
Administração Pública e Relações do Trabalho; Finanças, Orçamento e
Planejamento, a realizar-se amanhã, às 11 horas, no salão nobre da Presidência,
com a finalidade de apreciar o Projeto de lei Complementar nº 102, de 2023, de
autoria do Sr. Governador.
Oradores inscritos para o Pequeno
Expediente. Com a palavra o deputado Alex Madureira. Ausente. Deputado Paulo
Mansur. Ausente. Deputado Luiz Claudio Marcolino. Ausente. Deputado Carlos
Cezar. Ausente. Deputado Major Mecca. Ausente. Deputada Dani Alonso. Ausente.
Deputado Delegado Olim. Ausente. Deputado Conte Lopes. Ausente. Deputado Paulo
Fiorilo. Ausente.
Deputada Marta Costa. Ausente. Deputado
Marcos Damasio. Ausente. Deputado Gil Diniz. Ausente. Deputado Rafael Saraiva.
Ausente. Deputado Reis. Ausente. Deputada Andréa Werner. Ausente. Deputado Dr.
Jorge do Carmo. Ausente. Deputado Eduardo Suplicy. Ausente. Deputado Carlos
Giannazi.
Com a palavra o deputado Carlos
Giannazi para o Pequeno Expediente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado André do Prado, telespectador
da TV Assembleia, ontem eu visitei e fiz uma diligência na escola estadual João
Ernesto Faggin, escola da Diretoria Sul 1, que fica na Vila Clara, aqui na
região do Jardim Miriam.
Sr. Presidente,
eu já visitei essa escola há algum tempo atrás, pelo menos duas vezes, e essa
escola sempre esteve em situação de precarização, sempre foi uma escola
sucateada.
Inúmeras vezes
eu acionei a FDE e nada aconteceu, mas ontem quando eu fui à escola eu fiquei
chocado, porque a situação piorou e piorou bastante, Sr. Presidente. A situação
lá é de calamidade pública. Isso mostra o descaso do estado de São Paulo com a
educação pública, com as nossas escolas, com os nossos alunos, com as nossas crianças,
com os nossos adolescentes, os nossos jovens e os nossos adultos.
É um absurdo, é
um descaso. Agora, o que me deixa mais irritado, Sr. Presidente, é que esse é o
retrato da rede estadual de ensino, fruto das gestões do PSDB e também da atual
gestão do governador Tarcísio, que pretende reduzir o orçamento da Educação,
que já anunciou inúmeras vezes que vai apresentar uma PEC para reduzir de 30
para 25 por cento. Além do que vou mostrar agora, que é o sucateamento, a
degradação, da Escola João Ernesto Faggin.
Tem uma questão
grave também, Sr. Presidente. Como se não bastasse tudo isso que eu vou
mostrar, a Diretoria de Ensino Sul-1 está anunciando que vai fechar dez salas
de uma escola estadual.
Dez salas serão
fechadas em uma escola carente, em uma escola de periferia, onde a única escola
do bairro é exatamente essa. Mas primeiro quero mostrar as cenas de horror que
a comunidade escolar está presenciando pela incompetência, pela ineficiência,
pela leviandade e irresponsabilidade do governo estadual com a escola pública,
Sr. Presidente. A escola não tem iluminação. A escola está totalmente
degradada, Sr. Presidente.
* * *
- É exibida a
imagem.
* * *
Aqui são as
cenas de alguns espaços que eu mesmo pedi para fotografar, fiz algumas
filmagens, vou levar à FDE novamente. Olha a situação da escola. É a Escola
Estadual João Ernest Faggin, que fica na Vila Clara, região do Jardim Miriam.
Essa escola pertence à Diretoria Sul-1.
Além de toda
essa degradação que estamos mostrando no telão, que o telespectador está
assistindo e deve estar horrorizado em saber que o estado mais rico da
Federação mantém escolas estaduais nessa situação. Essa é uma delas. Existem várias
outras na mesma situação.
Essa é a escola
estadual, e mesmo assim a Diretoria de Ensino, de uma forma criminosa, vai
tentar fechar mais dez salas. Essa escola, Sr. Presidente, Srs. Deputados,
sempre foi vítima dos ataques da Diretoria de Ensino Sul-1 e, sobretudo, da
Seduc, porque em 2015 essa escola estava na lista para ser fechada quando o
ex-governador Alckmin lançou aquele programa de reorganização da escola.
Mas os alunos
ocuparam a escola e venceram, tanto é que a escola não foi fechada. Em 2021
exatamente, eu estive na escola porque a Diretoria de Ensino estava forçando a
escola a virar PEI, aquela farsa da escola de tempo integral.
A escola
resistiu por meio da comunidade escolar e o famigerado programa não foi
implantado nessa escola. E agora mais um ataque em cima dessa escola, que é a
tentativa da Diretoria Sul-1 de fechar dez salas de aula. Sr. Presidente, se
isso acontecer, nós vamos às cortes internacionais, nós vamos acionar o
Ministério Público, o Tribunal de Contas, a Defensoria Pública do estado de São
Paulo, a nossa Comissão de Educação.
E se nada disso
resolver, nós vamos levar às cortes internacionais, aos organismos
internacionais, porque é um crime fechar salas de aula no estado de São Paulo,
sobretudo em uma escola como essa, que precisa de reforma, precisa de
investimento, e não de fechamento de salas.
Como os nossos
professores vão fazer APDs dentro dessa escola? Como o governador anunciou
agora a implantação de cursos profissionalizantes nas escolas estaduais? Isso é
uma farsa. Como implantar um curso profissionalizante em uma escola como essa?
Então, Sr.
Presidente, aqui, da tribuna da Assembleia Legislativa, quero já acionar a
Secretaria da Educação, o governador Tarcísio e o Ministério Público Estadual,
para que providências sejam tomadas pela reforma imediata da Escola Estadual
João Ernesto Faggin, Diretoria Sul-1 aqui da Capital, e também para que haja o
impedimento do fechamento de salas dessa escola.
É por isso que
eu solicito que cópias do meu pronunciamento sejam encaminhadas ao governador
Tarcísio de Freitas, ao secretário de Educação e ao Ministério Público Estadual.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO -
PL - Obrigado, deputado Giannazi. Assim será feito, cópia
do seu pronunciamento será encaminhada a todos que V.Exa. assim desejou.
Dando
sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra a deputada Valéria
Bolsonaro. Ausente. Deputado Lucas Bove. Ausente. Deputado Donato. Ausente.
Com
a palavra o deputado Guilherme Cortez, pelo tempo regimental.
O SR. GUILHERME CORTEZ -
PSOL - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Boa tarde, presidente, todos os deputados e deputadas, servidores
desta Casa e o público que nos acompanha na galeria ou através da Rede Alesp;
presidente, hoje a Assembleia está com um cheiro, está com a atmosfera um pouco
carregada, porque no dia de ontem essa Assembleia Legislativa foi empesteada
com uma presença que eu considero muito mal-vinda, do ex-presidente, do pior
ex-presidente da história do Brasil, que foi o Jair Bolsonaro, e que esteve na
Assembleia Legislativa no dia de ontem como parte de uma turnê que,
aparentemente, ele está fazendo pelos estados para se fazer de vítima em um
julgamento que hoje vai ser retomado pelo Tribunal Superior Eleitoral, que
julga a inelegibilidade da sua chapa que concorreu na eleição presidencial do
ano passado.
Eu já me manifestei nessa tribuna e vim
aqui para fazer isso de novo. Eu tenho uma grande expectativa nesse julgamento,
presidente, porque a gente não pode admitir que qualquer pessoa, sobretudo uma
autoridade pública e sobretudo um presidente da República infrinja a lei.
Infringir a lei foi o que o Bolsonaro, enquanto era presidente, mais fez
durante quatro anos.
Essa ação que vai ser discutida, que vai
ser retomada hoje no Tribunal Superior Eleitoral pode tornar Bolsonaro e o seu
vice na chapa inelegível por abuso de poder e por ter fomentado, enquanto era
presidente da República, enquanto era candidato, a todo momento que ele pôde, a
descrença em relação à democracia brasileira, o nosso bem mais precioso e que
foi responsável por trazer todos os 94 deputados dessa Casa para ocupar esse
mandato legislativo.
É muito grave a gente normalizar, a gente
naturalizar e a gente permitir a impunidade daquelas pessoas que atentam e que
ameaçam contra a nossa democracia, contra a justiça eleitoral, que é construída
por servidores que garantem que a vontade da população, expressa através das
urnas, seja respeitada.
E o Bolsonaro, que desde que era deputado,
sempre teve muito apreço pela ditadura militar, pelo regime de exceção, pelo
autoritarismo, pela violência como forma de resolver os nossos conflitos, como
presidente isso foi o que ele mais fez.
Como presidente da República, ele usou a
todo momento do seu cargo, da sua função, da sua visibilidade para questionar o
sistema eleitoral, para questionar a democracia, para espalhar o pânico, a
desinformação.
E os frutos disso a gente viu da maneira
mais lamentável possível, esse ano, no dia 8 de janeiro, quando vândalos,
quando criminosos, quando terroristas, insuflados por esse discurso, que até
então era o discurso oficial do presidente da República, sentiram-se no direito
de depredar o patrimônio público brasileiro e promoveram aquela tentativa de
golpe de estado no dia 8 de janeiro, que hoje, inclusive, é objeto de uma
comissão parlamentar de inquérito no Congresso Nacional.
Então, presidente, eu espero
verdadeiramente, e confio que o Tribunal Superior Eleitoral vá analisar essa
ação com a mais profunda seriedade, com a mais profunda responsabilidade. Eu
acho que seria um recado muito importante para a sociedade e para a política
brasileira se esse julgamento, que hoje é reinstalado no Tribunal Superior
Eleitoral, terminasse não aceitando, não anistiando, não perdoando e não
naturalizando aqueles que do seu cargo, que da sua autoridade infringiram,
ameaçaram, violentaram a nossa democracia, a nossa Justiça Eleitoral, como é o
caso do ex-presidente Bolsonaro.
Eu espero verdadeiramente, e confio que
esse julgamento da Justiça Eleitoral, porque não faltam indícios, presidente,
inclusive um dos eventos que motivou essa ação do PDT na Justiça Eleitoral foi uma reunião que o próprio
Bolsonaro fez como presidente da República com autoridades consulares, com
representações de outros países, transmitidos pela TV Brasil, em que ele armou
aquele circo inteiro para apontar supostas dúvidas, levantar supostas dúvidas
em relação à integridade das urnas eletrônicas, do sistema eleitoral
brasileiro, que, na verdade, é referência no mundo pela sua eficiência, pela
sua confiabilidade e pela sua agilidade.
Por isso, o mundo inteiro
olha para a Justiça Eleitoral brasileira com muito respeito, com muita
admiração, mas, lamentavelmente, a gente tinha na Presidência da República uma
pessoa disposta a fazer o seu País passar vergonha internacional para poder
continuar insuflando a sua base contra a democracia e contra a Justiça
Eleitoral.
Então não faltam indícios
dos crimes que foram cometidos pelo ex-presidente da República durante o
exercício do seu cargo, que ameaçaram toda a democracia brasileira.
A gente não pode tolerar
anistia a quem ameaça a nossa democracia. Nosso País ainda hoje se recupera,
lambe as feridas do que foi a ditadura civil-militar no nosso País. Até hoje a
gente paga a conta do autoritarismo, da censura, da violência.
E hoje, em 2023, a gente
não pode aceitar, a gente não pode tolerar que esse tipo de ideia, que esse
tipo de postura antidemocrática continue existindo e sendo naturalizada, muito
menos por alguma autoridade pública.
Então espero, mais uma
vez, que esse julgamento do TSE seja concluído, que a chapa presidencial seja
julgada inelegível.
Depois que a justiça for
feita e que essa chapa que atentou contra a democracia for considerada
inelegível, que a gente possa caminhar também para punir os crimes que foram
empreendidos, que foram executados por esse ex-presidente.
Mais do que inelegível,
eu espero que o ex-presidente Bolsonaro termine preso, pagando pelos crimes que
ele cometeu contra o nosso País.
Obrigado, presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra a deputada Paula da Bancada Feminista. Ausente.
Agora passaremos para a Lista Suplementar. Com a palavra o
deputado Itamar Borges. Ausente. Com a palavra o deputado Jorge Wilson.
Ausente. Com a palavra a deputada Ediane Maria. Ausente. Com a palavra o
deputado Simão Pedro. Ausente. Com a palavra o deputado Mauro Bragato. Ausente.
Com a palavra o deputado Delegado Olim. Ausente. Com a
palavra o deputado Dr. Elton. Ausente. Com a palavra o deputado Vinicius
Camarinha. Ausente. Com a palavra o deputado Carlos Cezar. Ausente. Com a
palavra o deputado Rafa Zimbaldi. Ausente. Com a palavra o deputado Tomé
Abduch. Ausente.
Com a palavra o deputado Capitão Telhada. Ausente. Com a
palavra o deputado Caio França. Ausente. Com a palavra o deputado Atila
Jacomussi. Ausente. Com a palavra o deputado Major Mecca. Ausente. Com a
palavra a deputada Professora Bebel. Ausente.
Com a palavra o deputado Valdomiro Lopes. Ausente. Com a
palavra a deputada Thainara Faria. Ausente. Com a palavra o deputado Danilo
Balas. Ausente. Com a palavra o deputado Sebastião Santos. Ausente. Com a
palavra o deputado Eduardo Suplicy.
Tem a palavra V. Exa. pelo tempo regimental.
Criada pela Prefeitura de
Maricá em 2013, a moeda social mumbuca completa dez anos de seu lançamento
nesta segunda-feira, dia 26, a partir da instituição do programa da renda
básica de cidadania pelo Decreto Municipal 2.448, política pública de economia
solidária e combate à pobreza.
A iniciativa injetou na economia da cidade mais de um bilhão de reais, totalizando uma média atual de 15 mil transações por minuto. A moeda, que tem paridade de um para um com o real, cada mumbuca equivale a um real, surgiu a partir do conceito de Economia Circular, com a valorização dos comércios e dos serviços locais, e de uma política pública de geração e de distribuição de renda para a população. Foi pioneiro na instituição de moedas sociais, o João Joaquim de Melo, em Fortaleza, onde ele criou a moeda Palmas, há mais tempo ainda, durante o tempo do governo do presidente Lula.
Os números
confirmam o gigantismo do projeto nos vários programas sociais pagos com essa
moeda digital. Somente o Programa Renda Básica de Cidadania, o primeiro a ser
implementado na cidade, beneficia 42 mil beneficiários. Cada membro da família
recebe 200 mumbucas mensais, equivalente a 200 reais.
Já no
recém-criado Programa de Proteção ao Trabalhador, 15 mil trabalhadores
autônomos e microempreendedores individuais, MEIs, recebem 650 reais ao mês. É
o mesmo valor pago a 6 mil servidores municipais da administração direta e
indireta, a título de auxílio alimentação. Todo este valor é pago em moeda mumbuca.
O secretário de
Economia Solidária, Adalton Mendonca, afirma que a imagem da cidade já está
ligada à utilização da moeda social mumbuca, nome de um dos principais rios que
atravessam a cidade, e também um bairro da cidade.
Já faz parte do
dia a dia de Maricá. A cidade foi a primeira do Brasil a ter uma moeda social
inteiramente digitalizada, sem o uso do papel moeda. “Atualmente são mais de 80
mil contas abertas, especificamente para receber a moeda, em diferentes
modalidades, e um terço dos moradores da cidade a utiliza” - afirmou o
secretário. O programa atinge camadas diversas da sociedade da cidade.
De acordo com a
secretaria de Habitação e Assentamentos Humanos, 218 famílias realocadas de
áreas de risco geológico, ou que tiveram que sair de construções irregulares,
recebem atualmente o benefício de Aluguel Social, pago em moeda mumbuca. Esse
programa já movimentou 340 mil reais.
Há ainda
programas sazonais, como o Auxílio Recomeço, que ajudou cerca de 3 mil pessoas
que perderam móveis e eletrodomésticos, em razão da enchente de abril do ano
passado, com valores de até 5 mil reais, e que pode voltar a ser acionado em
caso de novos transtornos climáticos.
Durante a
pandemia da Covid-19, também por conta da enchente de abril de 2022, parte da
população recebeu o Programa de Amparo ao Trabalhador, que teve parte dos
beneficiários migrando para o BPT.
Já os
empresários de Maricá receberam o Programa de Amparo ao Emprego, que ajudou a
manter a economia local circulando, e salvou centenas de postos de trabalho,
num período marcado por demissões em massa.
Também estão a
caminho outros programas. Como o mumbucar, para taxistas e entregadores. O mumbucão,
para cuidadores de animais. E um terceiro, voltado a mulheres vítimas de
violência.
Todas as
transações monetárias com a moeda social são administradas pelo Banco Mumbuca,
instituição de caráter comunitário, criada em 2017. A presidente do banco,
Manuela Mello, afirma ser um imenso desafio lidar com os sonhos e as
necessidades dos beneficiários.
“Lidamos com
pessoas com necessidades muito urgentes. Temos que ter muita sensibilidade ao
administrar esses valores. Mas também é muito prazeroso. Porque a mumbuca é uma
moeda viva, feita de gente.
Estar na minha
posição significa sentar com os beneficiários, e buscar soluções para atender
um cliente bem específico. É um desafio grande, porque algumas pessoas perderam
ou saíram de seus empregos, ou até subempregos, para ter um negócio próprio.
Um dos nossos
objetivos é a realização de sonhos. Ao contrário dos bancos comuns, nós aqui
não temos porta giratória, detector de metais, seguranças revistando as
pessoas, nada disso.
Ninguém é
proibido de entrar aqui; é um banco para as pessoas. Muita gente vem aqui só
para visitar, para conversar, tomar um café, e daí vão surgindo as ideias.
Nossa filosofia é que ninguém pode sair insatisfeito com o banco”, afirma
Manuela.
Cumprimento,
portanto, Washington Quaquá,
que foi o criador dessa moeda social, e Fabiano Horta, o prefeito que o
sucedeu, ambos do PT e desta cidade do litoral do Rio de Janeiro.
É fato que
Maricá se beneficia dos royalties da base da Petrobras diante da cidade no
litoral, mas trata-se de uma inovação extraordinária e pioneira na realização
da grande meta da renda básica, que logo, logo quero ver universal e
incondicional em todo o Brasil.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência
à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, pela Lista Suplementar,
com a palavra o nobre deputado Vitão do Cachorrão.
O
SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, meu
amigo André do Prado. Que Deus abençoe o nosso dia, o dia de todos aqui, a
nossa tarde. Deputado Guilherme Cortez.
E em especial
todos os funcionários da Alesp, o pessoal da TV Alesp também. Estou sentindo
falta: o pessoal entrava às 19 horas ao vivo aqui, né. Tenho um carinho imenso
pelo pessoal da TV Alesp, André do Prado. Às vezes eu passo lá para tomar um
café.
E muito orgulho
de ter votado em V. Exa., pelo trabalho que V. Exa. faz em todo o interior. Eu
já via, antes de entrar aqui na Casa, V. Exa. atuando. Agora estou trabalhando
junto com Vossa Excelência. E ter votado em V. Exa. para presidente da Casa...
Se fosse hoje a eleição, votaria de novo.
Que Deus
abençoe, também, todo o pessoal da limpeza, o pessoal da faxina, essa gente
simples, essa gente abençoada. Eu vim, Guilherme Cortez, de uma família
simples; eu nunca vou deixar de falar aqui, deputada, que eu sou filho de
pedreiro, vendedor de hot dog, com muito orgulho. Porque o dia em que a gente
deixar subir na cabeça o terno e gravata, aí não vai dar nada certo, não vai
ficar nada bem.
Vou falar aqui
de algumas demandas a que a gente tem atendido na cidade de Sorocaba. Eu fiz
uma reunião sobre o Iamspe com a superintendente do Iamspe, a Maria das Graças,
André do Prado, porque tem algumas reclamações do convênio Iamspe por parte dos
funcionários públicos, do pessoal que desconta da folha salarial.
Mas eu aprendi
muito conversando com ela e vi boas intenções. Inclusive, ela foi do Iamspe em
2008; o governador a trouxe para coordenar o Iamspe agora, porque tem
potencial.
E é importante
a gente levar essas demandas. Por exemplo, em Sorocaba, o servidor que está
descontando direto da sua folha salarial, o professor, todos os servidores, os
funcionários públicos de quem desconta o Iamspe: estão com atendimento somente
em um hospital da cidade.
A gente tem que
agradecer, mas tem que aumentar. Tem outros hospitais; tinha o BOS, a
referência dos olhos, que hoje não está atendendo mais ao Iamspe. Eu passei
para ela, e ela vai verificar por que não está atendendo. Tem também a Santa
Casa de Sorocaba.
Então, uma
cidade de 900 mil habitantes e toda a região ali, que é imensa... Várias
cidades ali: Iperó, Botucatu, Boituva, Araçoiaba, muitas cidades somente com um
hospital perto atendendo ao Iamspe, na cidade de Sorocaba.
Então, isso
também é uma das causas por que eu estou lutando aqui: para que melhorem o
atendimento do Iamspe para o servidor público, já que desconta da folha
salarial. Descontou todos os anos em que ele trabalhou; 40 anos em que o
servidor trabalhou. E depois se aposentou, continua descontando. Então, o
servidor tem que ter um atendimento digno.
Também gostaria
de falar aqui... Estava falando com o deputado Guilherme Cortez: Guilherme,
domingo, 22 horas da noite, eu saí da minha casa e fui ao PA, ao
Pronto-Atendimento de Sorocaba, porque tinha uma pessoa do estado lá aguardando
vaga há dois dias, e a gente vai fiscalizar.
Estava aguardando vaga há dois dias uma
senhora que era do município de Iperó. A sua perna estava vazando, vermelhando,
a infecção aumentando, e aquele caos, a família desesperada. Tentei entrar em
contato com o coordenador, entrei em contato com o DRS XVI, onde estamos tendo
muitas dificuldades.
A gente não quer que passe ninguém na
frente, porque a gente é deputado, mas a gente não pode deixar uma pessoa na
estrada, por exemplo, porque foi atropelada, sofreu um acidente, e você passar
os dados para um hospital, aliás, um PA de uma cidade, por exemplo, de
Araçoiaba, porque precisa vir para um hospital de alta complexidade, precisa
vir para o regional e ficar três dias esperando uma vaga, esperando cirurgia.
Então essa é uma dificuldade que a gente está tendo no DRS XVI.
Imediatamente eu fui lá no hospital, e
essa pessoa há dois dias, a perna piorando, essa pessoa gemendo de dor. Tentei
falar com o secretário. Na ocasião, ele falou que a vaga não era do estado, mas
eu puxei a ficha e era do estado sim, uma senhora sofrendo em uma cadeira e
gemendo.
Aí, conversando com educação, só que ele
alegando que não era do estado. Depois perguntou se eu queria que resolvesse ou
não. Eu falei: “Você não tem nem que fazer essa pergunta, você tem que
resolver, porque é do estado”.
Infelizmente as pessoas às vezes ficam
esperando, as pessoas gemendo, mas eu agradeço também aqui ao governador
Tarcísio e ao secretário de Saúde Eleuses, que me ligou e está lutando para
melhorar tudo na Saúde no estado. Ele tem atendido o nosso pedido para o
município, e eu comuniquei sobre o DRS XVI, que nós estamos tendo muita
dificuldade.
Só para encerrar, rapidamente, a gente que
atende lá... Eu tenho um escritório na cidade de Sorocaba. Eu atendo 100
pessoas todos os dias, de segunda à sexta, e tem muitas demandas da Saúde.
A nossa missão é melhorar o atendimento do
SUS, o atendimento do estado na vaga Cross, e principalmente também o
diagnóstico precoce e o tratamento precoce do câncer. Essa dificuldade a gente
está tendo com o DRS XVI, para encerrar, tem que acabar. O secretário tem que
pelo menos ouvir aqui todos os deputados.
Um abraço do Vitão do Cachorrão.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO -
PL -
Dando sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, na Lista
Suplementar, com a palavra a Dra. Paula da Bancada Feminista.
A SRA. PAULA DA BANCADA
FEMINISTA - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa
tarde, Sr. Presidente André do Prado, deputados aqui presentes, funcionários
desta Casa, pessoas que nos acompanham pela galeria e também pela Rede Alesp.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Vitão do Cachorrão.
* * *
Sr. Presidente, infelizmente ontem esta
Casa Legislativa recebeu uma visita um tanto quanto desagradável, mas uma
visita que foi recebida como deveria, com vaias, gritos de “Lula”, gritos de
“inelegível”, porque é assim que o ex-presidente - que a partir deste mês, se tudo
der certo, ainda hoje, se tornará inelegível - deve ser recebido em uma Casa
como esta, em um estado como este, que respeita os direitos e que entende o
papel nefasto que ele cumpriu nos últimos quatro anos à frente da Presidência
da República.
Na semana passada, eu estive aqui para
falar sobre o julgamento que pode tornar o Bolsonaro inelegível. Falei
inclusive que isso era pouco, que falar só sobre o caso da reunião com os
embaixadores, o atentado à democracia por meio do questionamento das urnas eletrônicas,
a transmissão na TV Brasil, tudo isso era pouco perto do que Bolsonaro
precisava e vai, eu tenho certeza, ser responsabilizado.
A inelegibilidade por oito anos ainda é
pouquíssimo perto do que o Bolsonaro ainda precisa levar para ser responsabilizado
por tudo o que ele fez à frente da Presidência da República nos últimos quatro
anos no nosso Brasil, que agora retomou de volta o poder nas mãos para quem
realmente deveria, que é o poder do seu povo.
Mas quero dizer que infelizmente o
Bolsonaro segue fazendo um monte de pataquada mesmo agora, às vésperas de ficar
inelegível. Primeiro porque os seus apoiadores estão pedindo Pix para a
população brasileira, tão sofrida, que sofre com a precariedade dos serviços
públicos, que sofre com as condições para sustentar sua família, e agora vai
mandar Pix para aquele que recebe, ganha joias da Arábia Saudita e coloca no
seu patrimônio pessoal. Pix para quem vai passar não sei quanto tempo em
Orlando, fugindo da Justiça brasileira.
Os apoiadores
do Jair Bolsonaro realmente acham que é justo ficar pedindo Pix, e alegando que
ele é perseguido pela justiça brasileira. Inclusive, o que ele tentou fazer
aqui ontem, a ceninha com os deputados do PL, federais e estaduais, foi dizer
que ele é perseguido pela Justiça, e, repito, Bolsonaro não é perseguido pela
Justiça. O Bolsonaro está começando - é só o começo - a pagar por cada um dos
crimes que cometeu, e que o tornarão inelegível.
Mas se não
bastasse essa historinha do Pix, também - vejam só - ontem ele deu uma entrevista
e retomou aquela ideia babaca de que ele é imbrochável. Imbrochável até que se
prove o contrário.
E sabem, Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, como uma deputada mulher, como uma parlamentar
mulher, ofende-me muitíssimo que a extrema direita siga se utilizando desse
lugar da masculinidade para tentar colocar um suposto poder, mais uma vez
falando que é imbrochável.
Ninguém se
importa com isso, Bolsonaro. Ninguém se importa com o que você faz na sua vida
pessoal. O que a gente se importa de fato é para entender, e o que a gente tem
certeza é de que a Justiça brasileira vai garantir que nunca mais você se torne
presidente da República em um país como o Brasil, que nunca mais você tenha
voto suficiente, condição suficiente de retomar o poder em um país como o
Brasil, e para isso a gente vai lutar até o fim.
Pouco importa
se você é imbrochável ou não, até que se prove o contrário. O que a gente quer
ver é que você, isso sim, vai se tornar inelegível para pagar por cada um dos
crimes que cometeu no nosso País, e esse julgamento no TSE, que será retomado
hoje, às sete da noite, é só o começo desse processo.
Obrigada, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS -
Obrigado, Paula. Seguindo a lista do Pequeno Expediente, deputado Reis. Vossa
Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos para fazer uso da tribuna,
Reis.
O
SR. REIS - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Vitão do Cachorrão. Quando eu for a Sorocaba, eu quero visitar lá
o Vitão do Cachorrão, e muito em breve estarei em Sorocaba.
Cumprimentar a
deputada Paula da Bancada Feminista, o deputado Suplicy, o deputado Guilherme
Cortez. Ontem, ele esteve comigo na Academia de Polícia, onde teve lá na
Academia um seminário sobre a questão da LGBTQIPN+, porque agora aumentou mais
uma letra.
Viu, gente? E
foi um debate muito importante, porque a Polícia Civil trabalha fortemente na
qualificação de seus policiais para atender no dia a dia todos os cidadãos e
cidadãs com o máximo respeito e, inclusive, com o máximo respeito com todos
aqueles que se identificam nessa sigla, LGBTQIAPN+.
Mas,
presidente, eu quero repercutir na data de hoje... Não vou falar do Bolsonaro.
Sei que ele esteve aqui, e foi chamado de genocida, fizeram um grande coro aí
contra ele, grande manifestação. Ele não pode mais nem sair na rua, porque o
povo não o suporta.
Mas eu quero
falar do prêmio que foi entregue ontem, na Câmara Municipal, e que eu
participei da sessão solene, que foi entrega do colar Guilherme de Almeida. Eu
quero só relatar aqui o nome das pessoas que foram homenageadas, e assinaram o
livro do tombo.
O professor
Adilson Cezar, presidente do Instituto Histórico Geográfico e Genealógico de
Sorocaba. Olha,
de Sorocaba, viu, Vitão do Cachorrão? Da sua área aqui, professor Adilson
Cezar, e do Conselho Estadual da Ordem do Ipiranga, do governo do estado de São
Paulo, desde o ano 2000.
Foi homenageado com o colar Guilherme de Almeida,
o senhor Antonio Penteado Mendonça, advogado, sócio de Penteado Mendonça e Char
Advocacia, jornalista, articulista do jornal “Estado de São Paulo”, titular dos
programas seguro, previdência e crônica da cidade, da Rádio Eldorado FM,
articulista do Sindicato das Empresas de Seguro do Estado de São Paulo, autor
de mais de três mil artigos.
Também foi homenageado ontem, lá na Câmara
Municipal, com o colar Guilherme de Almeida o professor Elmo Francfort,
escritor, radialista, jornalista, pesquisador e crítico de TV, também homenageado
na data de ontem.
A Dra. Eunice Aparecida de Jesus Prudente,
professora doutora do departamento de direito do estado, programa de mestrado e
doutorado nas áreas direito do estado e direitos humanos da Faculdade de
Direito da Universidade de São Paulo, professora titular do curso de direito da
Universidade de São Francisco, consultora da Comissão da Igualdade Racial e da
Comissão da Mulher Advogada, também homenageada com o colar Guilherme de
Almeida.
O senhor Heinz Friedrich Budweg, batizado pelo grande
chefe Guarani com o nome de Werá Jecupé, nasceu em Berlim em 1940, em plena
guerra mundial, e chegou ao Brasil junto com seus pais e irmãos, em 1953.
Sua vocação sempre foi a arte e a cultura,
presidente da Associação Paulista de Belas Artes, superintendente do Instituto
Hans Staden e Fundação Martius e secretário sociocultural metropolitano da
Associação Cristã de Moços.
Criou sua própria agência de marketing e
propaganda até se dedicar exclusivamente à pintura e pesquisa pré-histórica
brasileira, percorrendo o Brasil em seu ateliê móvel por mais de 500 mil
quilômetros.
Também homenageado com o colar Guilherme de
Almeida o cartunista Maurício de Sousa. Nascido em Santa Isabel, passou a
infância em Mogi das Cruzes. Aos 19, mudou-se para São Paulo e trabalhou na
Folha da Manhã, hoje “Folha de São Paulo”, como repórter policial.
Em 1959, criou o primeiro personagem, o cãozinho
Bidu, iniciando a carreira como autor de quadrinhos. Nos anos seguintes, criou
mais de 400 personagens, Cebolinha, Chico Bento, Horácio etc.
Em 1970, lançou a revista Mônica e alcançou um
bilhão de revistas publicadas, isso chegando a mais de 30 países. Então, o
Maurício de Sousa também foi homenageado na data de ontem com o colar Guilherme
de Almeida.
O doutor Paulo de Barros Carvalho, professor de
direito tributário da faculdade de direito da Universidade de São Paulo,
faculdade de direito da PUC e no Instituto Brasileiro de Estudos Tributários,
do qual é presidente. Também homenageado com o colar Guilherme de Almeida.
A Sra. Ana Paulo Demambro, também ofertando
formações profissionais e cursos, livros de arte, dança, música, teatro,
fotografia e demais áreas da economia criativa, também homenageada com o colar
Guilherme de Almeida.
E o senhor Marcos Cartum. O senhor Marcos Cartum
dirige o Museu da Cidade de São Paulo, formalmente constituído em 1993 no
âmbito da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.
Que se identifica, enquanto um complexo cultural
e museológico de natureza socioantropológica, geográfica e histórica. Que
propõe constituir-se como espaço de reflexão que tem como objeto permanente de
estudo a cidade de São Paulo, compreendendo os aspectos da cidade contemporânea
a partir da perspectiva cultural e ambiental.
Então o Sr. Marcos Cartum também foi homenageado
na data de ontem, presidente, deputado Vitão do Cachorrão, com o colar
Guilherme de Almeida, que foi uma criação minha na Câmara Municipal de São
Paulo.
Um prêmio que eu criei e que ontem foi a 7ª
Edição, não é? E nove pessoas, nove personalidades foram homenageadas, foram
contempladas com
o Prêmio Colar Guilherme de Almeida.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Obrigado,
deputado Reis. Antes de seguir a lista dos pequenos oradores, eu queria mandar
os parabéns, Guilherme Cortez, deputado Suplicy, deputado Reis... Hoje é
aniversário da minha esposa, Camila, mulher que eu amo, muito importante, há 30
anos comigo, Suplicy e deputado Reis.
A gente está aqui porque Deus permitiu,
no maior estado de São Paulo, trabalhando aqui, mas eu me lembrei da minha
mulher amada, a mulher que eu amo. Que Deus lhe dê muita saúde e obrigado por
você existir, Camila. Parabéns, do deputado Vitão do Cachorrão. Que Deus lhe
abençoe!
Seguindo a lista do Pequeno Expediente,
deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez, tem o tempo
regimental de cinco minutos.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde de novo, presidente, você é o último dos
românticos neste mundo com tanto ódio. Então, quero desejar um feliz
aniversário à sua companheira, deputado, e falar de uma data que para mim é
muito significativa: o dia de amanhã, 28 de junho, é o Dia Internacional do
Orgulho LGBT, que é uma data histórica, é um marco, como qualquer uma dessas
datas, para a gente refletir sobre a realidade e sobre a luta da população LGBT
do Brasil e do mundo.
Lamentavelmente, essa data, em 2023, ainda não
é uma data para a gente comemorar, porque a gente ainda tem um abismo muito
grande - como a gente gostaria de que pudesse ser a vida da população LGBT do
nosso País, do nosso Estado...
Mas 28 de junho
é uma data muito significativa: em primeiro lugar porque ela remonta a uma
revolta populacional que aconteceu nos Estados Unidos e passou para a história
com o nome de Revolta de Stonewall.
Stonewall Inn
era um bar frequentado pela comunidade LGBT, sobretudo a mais pobre, e a gente
sabe, deputado Vitão, que os grupo que são marginalizados pela sociedade
geralmente são empurrados para guetos - e esse era o caso desse bar.
Era em uma
região da cidade que a população LGBT frequentava, que era completamente
distante do centro da cidade, e esse bar era frequentemente alvo de invasões
policiais, de casos de agressividade, de violência, de extorsões, de roubos.
Até que, no dia
28 de junho, os frequentadores desse bar, de toda aquela região, resolveram
revidar e protagonizaram aquele que ficou conhecido como um marco do movimento
LGBT moderno, que até hoje segue nos inspirando, e até hoje, em 2023, a gente
ainda precisa relembrar da Revolta de Stonewall para a gente refletir sobre a
realidade que vivem as pessoas LGBTs no Brasil e no mundo.
Presidente Vitão, o Brasil é apontado porque,
infelizmente, esses dados são subnotificados pelo Estado. Participei ontem
também, como o deputado Reis falou, de um seminário muito importante com a
Polícia Civil, justamente para discutir o apoio à capacitação das forças de Segurança
para enfrentar os casos de LGBTfobia.
Mas a realidade
é que, infelizmente, os índices de violência contra a população LGBT são
sub-representados, porque muitas pessoas não se sentem à vontade para ir até
uma delegacia fazer um Boletim de Ocorrência, porque têm medo de serem
desrespeitadas novamente em uma delegacia ou porque não encontram qualquer
amparo para fazer isso.
Quem realiza esse levantamento anualmente são
as entidades da sociedade civil, os movimentos em defesa dos direitos humanos
que fazem o levantamento dos casos - e com certeza muito abaixo de qual seja a
realidade de pessoas que perdem a vida por conta da discriminação.
São casos de
homicídios, de pessoas que são assassinadas por outras porque essas outras
pessoas não se conformam, não aceitam a orientação sexual ou a identidade de
gênero delas; e são casos de suicídio de pessoas que tiram a própria vida
porque não encontram aceitação, não encontram acolhimento na sua família, na
sua comunidade religiosa, no seu ambiente de trabalho.
Então essa é
uma realidade de extrema vulnerabilidade, que coloca o Brasil apontado como o
país que mais assassina pessoas LGBTs no mundo inteiro. Essa é uma realidade
muito alarmante, eu não sei por que todos os deputados desta Casa não
compartilham comigo dessa preocupação.
É um índice
vergonhoso para qualquer país ostentar, ainda mais o Brasil, que a gente
aprende na escola que é um país permissivo, que é um país diverso, mas, na
verdade, o Brasil é um país extremamente violento à sua diversidade.
Não tem nada de
permissividade no Brasil. Pelo contrário, o Brasil é um país extremamente
repressor. Com aquelas pessoas cuja orientação sexual ou identidade de gênero
divergem do que lhes é imposto, o Brasil é imperdoável. O Brasil é extremamente
violento.
Portanto,
quando a gente fala de orgulho LGBT, presidente, a gente não está falando que
tem que se orgulhar por ser melhor do que qualquer outra pessoa, ou por a gente
precisar ter mais do que qualquer outra pessoa.
O orgulho é uma
condição de existência da população LGBT, porque todo dia, em todo espaço, a
todo momento, até nesta Assembleia Legislativa, as pessoas querem que a
população LGBT se esconda, se envergonhe, se sinta indesejável.
Nós temos
orgulho justamente porque a gente não compactua com nada disso. Não tem nada de
errado em ser LGBT, em ser gay, lésbica, bissexual, travesti, transexual e
estar em qualquer espaço.
Não é motivo de
vergonha, não é motivo de preocupação, não é motivo para as pessoas quererem
esconder a existência das pessoas LGBTs, como muita gente, até aqui dentro da
Assembleia, tenta fazer. Pessoas LGBTs não podem estar neste espaço, pessoas
trans não podem estar naquele espaço, em uma tentativa de restringir ainda
mais, de repreender, de reprimir ainda mais uma população que já é tão
vulnerável.
Então, nesse 28
de junho de 2023, acho que é tão necessário quanto sempre a gente falar, a
gente relembrar o orgulho LGBT. Esta Assembleia Legislativa, presidente, é a
Casa de Leis do Brasil que mais tem parlamentares assumida e orgulhosamente
LGBTs do país inteiro.
Por isso, nesse
dia 28 de junho, a gente vai aproveitar essa data tão importante para fazer
aqui na Assembleia o lançamento da nossa Frente Parlamentar em Defesa dos
Direitos da População LGBTI+, que vai ser amanhã, a partir das sete horas da
noite, no Auditório Franco Montoro, para que essa nossa ocupação política aqui
na Assembleia Legislativa não se restrinja só a nós, deputados e deputadas que
carregam essa pauta aqui, mas que a Assembleia Legislativa também possa ser ocupada
pelas nossas cores, pelas nossas bandeiras, pelas nossas pautas, pelas nossas
existências, porque a gente também não vai aceitar que se fale sobre nós sem
nós.
Não vamos
aceitar, muito menos, que as nossas dores, que as nossas sensibilidades, que as
nossas vidas sejam feitas de palanque político por aqueles que querem
retroceder ainda mais a nossa condição de vida.
Então, viva o
orgulho LGBT, porque a gente precisa de muito orgulho mesmo para continuar
saindo de casa, com a cabeça erguida, enfrentando a violência, a discriminação,
e que nunca mais o estado de São Paulo e o Brasil sejam um estado e um país que
não sejam também para as LGBTs.
Obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Obrigado,
deputado Guilherme Cortez. Seguindo a lista suplementar, Eduardo Suplicy tem o
tempo regimental de cinco minutos. Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Prezado presidente, deputado Vitão do Cachorrão, Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, eu lamento anunciar a aprovação, em segunda votação
na Câmara Municipal de São Paulo, do PL 127, de 2023, sobre a revisão do Plano
Diretor de São Paulo.
O texto,
aprovado por 44 votos a 11, conquistou algumas melhorias após grande
mobilização de mandatos contrários ao texto do PL na forma em que estava, mas
esses pequenos avanços só foram possíveis graças à grande pressão da sociedade
civil, que se fez bastante presente em audiências, manifestações e também na
mídia, alertando sobre os impactos de um projeto de lei que deveria ordenar o
crescimento sustentável da cidade, controlar a ação do mercado imobiliário e
não ceder à pressão deste, que, sem apresentar estudos sólidos sobre o impacto
da verticalização que está propondo, fez propostas a fim de obter maior
lucratividade no solo urbano sem os entraves que a prefeitura estabelecia com o
PDE em vigor, a Lei nº 16.050, de 2014.
Na reportagem
do “Estadão” do dia de hoje, a rede Nossa SP, que é uma organização da
sociedade civil que tem por missão mobilizar diversos segmentos da sociedade
para em parceria com instituições públicas e privadas construir e se
comprometer com uma agenda e um conjunto de metas, articular e promover ações
visando a uma cidade de São Paulo justa, democrática e sustentável, se
manifestou bastante contrária ao texto aprovado - e assim diz - por meio da
campanha “São Paulo não está à venda”.
Coordenador
de relações institucionais da rede, Igor Pantoja diz que o projeto não está bom
e não atende às maiores necessidades atuais da cidade, especialmente da
população de baixa renda, mas, sim, às demandas do mercado imobiliário. Também
salientou considerar a tramitação como corrida e com pouquíssimos estudos
efetivos.
A
reportagem também
colheu a opinião do relator do plano diretor de 2014, o professor da
Universidade de São Paulo e urbanista Nabil Bonduki, que chama de péssimo o
texto aprovado na forma e no conteúdo.
Ele considera
enorme o risco de judicialização e salienta que essa é a primeira vez que essa
lei é modificada sem a participação de um urbanista responsável. Além disso,
argumenta que o projeto aprovado descaracteriza o atual plano.
A coluna da
“Folha de S. Paulo” de hoje “Ciclocosmo” também destaca que, entre outras
modificações, a nova lei retira a cobrança de outorga onerosa para construção
de vagas de garagem a cada 60 metros quadrados de edificação, expande o raio de
verticalização em volta de estações do Metrô de 600 metros para 700 metros e,
ainda, possibilita que os quarteirões tocados por este raio sejam completamente
afetados pela nova regra.
A revisão
também prevê um aumento da oferta de vagas de garagem para apartamentos de mais
de 30 metros quadrados próximos ao transporte público. Mais trânsito nas
regiões que sofreram mudanças. Especialistas apontam que a tendência é que o
aumento do número de veículo, redes de água, esgoto e energia podem ficar
sobrecarregadas.
Especialistas
ressaltam que não foram feitas atualizações nessas redes e isso pode virar um
problema nesses bairros. Em suma, foi feita uma série de alterações que
favorecem a construção de garagens em eixos de transportes, desincentivam o uso
de outros modais tão necessários à melhoria da mobilidade, como ônibus, metrô e
bicicleta, que comprometem também a paisagem e o microclima local.
A revisão de um
plano diretor da cidade em uma cidade da magnitude e complexidade como é São
Paulo, exige um processo complexo e amplamente debatido com a sociedade, fato
que não ocorreu no processo atual, que considero um retrocesso ocorrido a toque
de caixa e norteado por interesses imobiliários.
Meus
cumprimentos aos 11 vereadores que tiveram a coragem de se posicionar contrários
a esta proposta.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
Eu gostaria
apenas de aqui ressaltar a visita do deputado Clodoaldo de Oliveira, de Rincão,
conhecido como Neto Negri, que nesta tarde está visitando a Assembleia.
Clodoaldo de
Oliveira, quero ressaltar a importância da sua visita.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Guilherme
Cortez.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL
- Obrigado, deputado Eduardo Suplicy.
O
SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem,
deputado Marcio Nakashima.
O
SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Para
fazer um comunicado também aqui. Aproveitando o registro do nobre deputado
Suplicy sobre o deputado que nos faz visita, quero dizer que também estamos
recebendo a ilustre visita da nossa amiga, Exma. Vereadora Luciana Bernardo, do
município de Itatiba, que se faz presente aqui na Casa e faz um grande trabalho
pela literatura, pelas mulheres, tem feito um grande mandato.
E hoje nos faz essa honrosa visita aqui
na Assembleia Legislativa.
Muito obrigado pela presença,
vereadora.
Seja bem-vinda sempre à Assembleia
Legislativa.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado,
deputado Marcio Nakashima. Também registro a presença da vereadora e agradeço.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Perdão, presidente
Guilherme. Eu queria só dizer que o vereador Clodoaldo, de Rincão, está aqui
presente, sim.
Então, obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado,
deputado Suplicy. Registrar também a presença do vereador Clodoaldo. Seja muito
bem-vindo aqui na Assembleia. Em razão do horário, encerro o Pequeno
Expediente.
*
* *
- Passa-se ao
GRANDE
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Passo
imediatamente à abertura do Grande Expediente. Lista de oradores: deputado Rui
Alves. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado
Major Mecca. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Carlos
Cezar. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputada Solange Freitas.
(Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão.
Vossa Excelência tem o uso da tribuna
pelo tempo regimental de dez minutos.
O
SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Exmo. Presidente
Guilherme Cortez, boa tarde a todos, aqueles que acompanham pela rede social,
pela televisão, pela TV Alesp, boa tarde aos vereadores que estão na Casa, é
muito importante a visita trazendo as demandas do município, é muito importante
a visita aqui dos vereadores.
Eu, que era
vereador até março, e tenha a certeza, deputado Nakashima, de que ela vem
buscar pela Saúde, ela vem buscar pela Saúde, que ela vem buscar pela Infraestrutura,
está preocupada com a população. Parabéns para o deputado também.
Deputado Reis,
a gente tem uma maneira de trabalhar e de prestar conta para a população. Nesse
final, sempre eu atendo lá no escritório do bairro, que nem “escritório
político” eu coloquei o nome.
É na Brigadeiro
Tobias, lá em Sorocaba, 716, coloquei como “escritório do povo”, e também
continuei atendendo de onde eu vim, lá da periferia, do Jardim Humberto de
Campos, do Jardim Zulmira, ali da Vila Barão, o escritório pela manhã. Eu
atendo de manhã, e à tarde, no escritório. Só que de quinta e sexta, muitas
vezes tem as visitas nos municípios, e eu sei que V. Exa. faz isso também.
Como V. Exa.
esteve conversando sobre a vaga Cross, sempre visitando também algumas
entidades, eu fui visitar em Sorocaba, e para a gente ouvir a população e ouvir
as entidades também.
E visitei a
Afissore, com a presidente Manuela e com todos. A Afissore são aqueles que
nascem com os lábios com abertura, sem o céu da boca. E o trabalho importante
que a Afissore faz em Sorocaba e em toda a região, para 48 municípios ali.
Também quero agradecer o pessoal de Bauru, que é referência na cirurgia de
lábios fissurados.
Quando a mãe
recebe uma notícia já mesmo quando está grávida, a Afissore já tem o psicólogo,
já tem o fonoaudiólogo, já orienta, e você vê o antes e o depois. A Afissore é
um sucesso.
Estive na
Afissore ali de Sorocaba, e tem algumas demandas ali. Eles sempre lutando, eles
sempre pedindo, fazendo o seu melhor. Então eu fico muito orgulhoso de estar na
Afissore.
Vou fazer de
tudo com as minhas emendas impositivas, com as minhas indicações do Governo do
Estado, eu possa contribuir, porque só em Sorocaba acho que tem mais de quatro
mil fissurados.
Então é muita
gente, é muito atendimento que eles fazem. Então todos os anos têm muitos fissurados
ali, acho que muitos nascimentos de fissurados, e eles dão o suporte, eles dão
a tranquilidade. Eu mando um abraço para todos os médicos, fonoaudiólogos e
psicólogos também.
Também estive
visitando a Apae de Sorocaba. Muito importante o trabalho de todas as Apaes,
Guilherme Cortez, em todo o Estado. Eu tenho certeza de que V. Exa., o deputado
Reis, os deputados também que são amigos meus, o líder Altair, do Republicanos,
todos nós visitamos e temos que visitar as Apaes, não só na época de eleição,
Guilherme Cortez.
A gente tem que
ir lá perguntar o que está precisando, no que a gente pode ajudar, no que a
gente pode fazer indicação, fazer um ofício, porque o trabalho da Apae é
maravilhoso.
Então, eu
cumprimento todos da Apae ali de Sorocaba e algumas outras cidades que eu fui
também na Apae. Eu cumprimento e agradeço e já passei as demandas também em
ofício.
Também fui no
CHS, deputado Guilherme Cortez, agora é importante. No CHS, todos os casos são
de alta complexidade. Todas as pessoas que, infelizmente, às vezes sofrem um
acidente, são atropeladas de toda a região, de 48 municípios e vão para o CHS
de Sorocaba.
O que eu fui lá
fazer, deputado Vitão? Além de agradecer aos médicos, aos enfermeiros, aos
profissionais de Saúde, eu fui lá para ver com os olhos, acompanhar o trabalho.
Eu quero agradecer, em nome de todos, à Maristela Honda, que está ali no CHS.
Quarenta e oito
cidades; além dos casos de acidentes, têm os casos de câncer. E agora, depois
de tanta luta, tanta guerra - às vezes política - em Sorocaba, tem todos os
exames ali: tem o tratamento de câncer, tem o diagnóstico precoce no CHS. A
higiene do hospital, o atendimento, está parecendo um hospital particular.
Então, eu agradeço à Maristela Honda, também me coloquei à disposição.
Falta uma
máquina lá, que eu acho que é a de três milhões e poucos reais e essa máquina é
importante, essa máquina que, quando faz o exame, o diagnóstico, mostra se a
pessoa está com metástase ou não para concluir, para o fazer o tratamento.
Então, eu já
fiz essa indicação aqui para o CHS de Sorocaba, mas quando eu falo Sorocaba,
são 48 cidades.
Então, essa é a
importância de o deputado não ficar só no escritório, só no ar condicionado. A
gente tem que ir para a rua, Guilherme Cortez, como V. Exa. faz na sua causa,
fez reuniões ontem, tem reunião aqui na Alesp, vai visitar o povo na rua, no
sol e eu, como trabalho pela Saúde, como muitos deputados aqui também, fui ver
o que o CHS precisa; e precisa dessa máquina do diagnóstico, porque muitas
vezes já estão com metástase.
Então o CHS de
Sorocaba implora.
Quando essa máquina chegar, tenha certeza de
que o secretário, que é muito competente... Eu liguei para ele, ele me
retornou, passou o seu contato, eu já tinha o contato pessoal, falou para eu
ligar e fazer a indicação: “Precisa dessa máquina que tenha um diagnóstico dos
exames precoces, porque a pessoa está precisando levar o exame para São
Paulo.”
São 48
municípios ali, às vezes são muitas mães, muitas crianças, infelizmente,
precisam desse diagnóstico da doença, então não dá para esperar, o quanto antes
é melhor.
Também visitei
a ala no CHS de quimioterapia e radioterapia e vi a excelência, vi ali um lugar
muito organizado que ninguém estava na fila, a pessoa sendo chamada, sendo
agendado para ninguém ficar sofrendo na cadeira esperando.
Isso é SUS, foi
o Governo do Estado e eu vi com meus olhos. A gente aqui cobra, a gente aqui
reivindica, a gente aqui implora, mas quando acontecem as coisas boas, a gente
tem que falar também.
Então, agradeço
ao secretário de Saúde, o Eleuses, e agradeço também ao governador, porque em
Sorocaba o CHS está fazendo um grande atendimento e, infelizmente, só quem tem
essa dificuldade, essa doença que a gente cita aqui, o câncer... Porque a gente
não é melhor que ninguém, nós estamos aqui de deputados, mas se a gente tiver
uma doença, que pode acontecer, o que será de nós?
Como eu sempre
falo aqui: não adianta a gente ser deputado, a gente erguer a nossa cabeça,
achar que a gente é melhor do que todos, a gente usar um terno, gravata, a
gente ser chamado de autoridade, Guilherme, se não for Deus na nossa vida,
independente da religião, e a gente precisar de um tratamento digno, a gente
tem que ter um tratamento digno.
E a nossa função aqui de deputado é
fiscalizar e quando puder ajudar também. A gente tem a nossas emendas, por isso
que eu fui visitar o CHS, representando esses 48 municípios, em nome de todas
as pessoas que precisam, as pessoas que precisam de um tratamento digno.
E vi com meus olhos que os médicos,
enfermeiros, pessoal da limpeza, os atendentes estão fazendo um excelente
trabalho ali na região de Sorocaba, por 48 municípios.
* * *
- Assume a Presidência a Sra. Márcia Lia.
* * *
Quero também, Guilherme Cortez, eu
consegui ali para a região de Sorocaba, através de ofício e falando com o
governador, porque eu continuo morando, Guilherme Cortez, na mesma casa, quando
eu construí 25 anos atrás, que eu trabalhava até meia-noite vendendo hot dog
ali, fazendo cachorro-quente, e como meu pai era pedreiro, no sábado e domingo
eu ia lá abrir alicerce, e eu continuo nessa casa até hoje, que é ali na zona
norte de Sorocaba, que eu paguei em 48 parcelas. Então, eu continuo ali, Reis.
Quando eu venho trabalhar agora na Alesp e
quando ia à Câmara Municipal, o que acontece, Reis? Onde eu moro, na zona
norte, muita gente com aquele carrinho de papelão, que tem aqui nas periferias
onde V. Exa. visita sempre, deputado Reis, ele pega de manhã o papelão para
comer à tarde, e eu vi a necessidade.
Por exemplo, Santos, 500 mil habitantes,
tem quatro Bons Pratos; Sorocaba, com 900 mil habitantes, muita gente que vem
fazer tratamento do câncer no CHS, e agora na Santa Casa, não tem nem o que
comer.
E crianças fuçando o lixo para comer
comida do lixo. E a escola que o Vitão do Cachorrão, o deputado estudou, por
isso que eu nunca vou esquecer de onde eu vim, muitos amigos meus só tinham uma
refeição na escola, a primeira e a segunda na escola.
E para encerrar aqui, então eu solicitei
mais dois Bons Pratos para a cidade, um móvel e outro fixo, ali na avenida São
Paulo, próximo da Santa Casa.
Eu só peço e imploro: já estão certos os
dois Bons Pratos, já foi feito o estudo, só que eu preciso da data, o dia que
vai colocar o móvel e quando vai ser essa visita técnica, e quando vai começar
a funcionar o Bom Prato também ali na frente do Hospital da Santa Casa, porque
nenhuma criança, ninguém, nenhum trabalhador, nenhuma mãe merece passar fome
num estado rico como o estado de São Paulo, ainda mais lá na região de
Sorocaba.
Muito obrigado a todos.
A SRA. PRESIDENTE - MÁRCIA LIA - PT -
Na
sequência, agradecendo ao deputado Vitão do Cachorrão, eu quero chamar a Ediane
Maria. Desculpe, deputado Reis. Desculpe aí, deputado Reis, fiz confusão aqui.
Chamar o deputado Reis por permuta com o Dr. Jorge do Carmo. Por gentileza,
pelo tempo regimental.
O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar a
deputada Márcia Lia, que conduz os trabalhos neste Grande Expediente;
cumprimentar o público presente, a deputada Solange também, que está aqui
aguardando para falar, e que é muito importante falar. Eu sempre digo: é muito
importante falar, a gente tem que ter sempre alguma coisa para falar porque o
povo nos elegeu para falar em nome deles, os representantes do povo.
Então, nós temos que vir aqui cobrar o
governador, cobrar aqui as secretarias para que funcionem adequadamente, exigir
um serviço público de qualidade, a valorização dos nossos funcionários
públicos, a valorização dos funcionários desta Casa, e aqui a gente pode falar.
Eu sempre pergunto para os funcionários se
eles têm alguma reclamação, porque se tiver eu falo. Pergunto lá para os
policiais militares, para os policiais civis: têm alguma reclamação para a
gente falar?
E eu venho aqui falo e cobro de quem tem a
responsabilidade de resolver as demandas, porque muitas vezes as pessoas não podem
falar. Porque às vezes o chefe fica bravo porque ela reclamou, mas nós podemos
falar o
tempo todo, que não há problema.
Isso é muito importante, a imunidade aqui, do parlatório, por
isso se chama parlatório, que é realmente para que aqueles que representam o
povo possam falar tudo aquilo de que o povo tem de direito e que cobra dos seus
representantes.
Mas eu quero repercutir aqui o habeas corpus nº
827.911 do Sr. Ministro Sebastião Reis Júnior. Eu quero repercutir porque esse
habeas corpus já foi tema aqui de debate por vários deputados que têm a sua
relação com a Polícia Militar, com as Forças de Segurança, e esse habeas
corpus, presidenta Márcia Lia, trata da abordagem, trata de uma pessoa que foi
abordada pela Polícia Militar, por uma viatura da Rota.
Ela continha ali dois quilos de cocaína e ela foi
presa em flagrante delito, foi julgada no Fórum, condenada a dez anos, sete
meses e quinze dias de reclusão em regime fechado, mais 1.645 dias/multa por
incurso nos Arts. 33 e 35 da Lei 11.343, a lei de drogas. Foi feita apelação, e
o Tribunal de Justiça manteve a sua condenação.
Foi feito, então, um novo pedido de habeas
corpus, mas no Superior Tribunal de Justiça. O ministro Sebastião Reis Júnior
colocou essa pessoa em liberdade porque ele entendeu que não tinham fundamento
as razões da abordagem, porque os policiais, em seu depoimento, colocaram lá
que abordaram a pessoa, esse paciente, quando ela transitava com uma
motocicleta, uma Honda Biz de cor prata, e ela demonstrou nervosismo.
No entendimento, está pacificado no Superior
Tribunal de Justiça, que nervosismo não é base para uma abordagem policial. O
fato de a pessoa estar nervosa não é fundamento para busca pessoal. Esse é o
entendimento do Superior Tribunal.
Talvez, caso os policiais tivessem relatado “nós
deparamos com a moto e ela se colocou em fuga; aí, na abordagem, constatamos os
dois quilos de cocaína”, ele não seria solto.
Talvez, se fosse um bloqueio, estivesse lá a
polícia fazendo um bloqueio e parando todos os carros para averiguar os
veículos, averiguar as motos e caso ali tivesse esse paciente com os dois
quilos de cocaína, talvez também não ensejaria a soltura dele.
Eu estou repercutindo isso porque eu tenho dito
que é muito importante que a polícia, no seu início de trabalho, tenha um
período, um tempo para fazer a análise das ocorrências e a análise das decisões
judiciais. O juiz, o desembargador soltou o paciente porque ele entendeu que o
fato de ele estar nervoso não era motivo para a abordagem policial.
Trata-se de habeas corpus ajuizado em favor do
paciente, que eu não vou falar o nome, apontando-se, como autoridade coatora o
Tribunal de Justiça de São Paulo, que não acolheu o pedido revisional nos
autos. Assim, manteve a condenação do paciente à pena de dez anos, sete meses e
quinze dias.
Então ele foi preso em flagrante, foi autuado, a
polícia o pegou, levou-o à delegacia, o delegado fez a autuação em flagrante
delito. Isso foi para o Fórum e o Fórum o condenou. Ele recorreu. O Tribunal de
Justiça de São Paulo manteve a condenação. Aí ele recorreu, entrou com HC no
Superior Tribunal de Justiça.
E no Superior
Tribunal de Justiça, diz o juiz, sustenta-se, em resumo a
nulidade da prova por ilegalidade da abordagem policial.
Argumenta-se,
nesse sentido, que o ora paciente foi abordado em razão do nervosismo
demonstrado ao avistar a viatura policial e diante do nervosismo aparente em
seu semblante e em seus olhos, segundo consta do inicial boletim de ocorrência
e declarações dos policiais, justa causa insuficiente para justificar a
necessidade da busca pessoal, sendo assim inexorável a violação do Art. 244 do
Código de Processo Penal e da jurisprudência pacificada nos Tribunais
Superiores.
Defende-se que
não se trata de novo entendimento, mas da pacificação do tema, quer dizer, esse
tema já está pacificado no Superior Tribunal de Justiça. Então, o fato de a
pessoa estar nervosa não é motivo para uma abordagem policial.
Vamos dizer que
uma pessoa que viesse de outro estado para cá, e não conhecesse bem o
funcionamento das instituições de segurança, se deparasse com a polícia e
ficasse nervosa ou ficasse com medo, então, a polícia iria abordá-la.
Obviamente, de
repente, se a pessoa não tem crime, não está portando nada... Mas o fato de
simplesmente demonstrar nervosismo, não é base para a busca pessoal ou
veicular. Ainda fala, busca pessoal ou veicular.
Estando desde
sempre ilegal o entendimento de que tirocínio policial justifica a violação da
intimidade e do mandamento constitucional da proibição, inclusive, de invasão
de domicílios.
Então, não pode
o policial, porque ele acha que, “olha, na minha intuição ali naquela casa está
acontecendo um crime”, ir lá e invadir o domicílio. “Olha, na minha intuição,
porque aquela pessoa demonstrou nervosismo, deve estar portando alguma coisa,
alguma coisa contra o nosso ordenamento jurídico”.
Pretende-se a
concessão da ordem, ainda que em ofício, para reconhecer a violação do Art. 244
do Código de Processo Penal na abordagem policial em razão da demonstração de
nervosismo do ora paciente, ou ao menos para determinar que o tribunal local,
ainda que já tenha se manifestado no agravo regimental, julgue o mérito da
revisão criminal. Em liminar, pede-se a conversão da prisão em regime
domiciliar até o julgamento do “writ”. É o relatório.
Aí vem aqui, em
consulta ao sistema de informações processuais, verifica-se que a ação penal
transitou em julgado no dia 28 de março de 2022. Tal o contexto, a via do
habeas corpus mostra-se inadmissível, ou seja, não caberia o habeas corpus,
porque utiliza como sucedâneo de revisão criminal, sendo certo que compete ao
Superior Tribunal de Justiça o julgamento da revisão criminal de seus próprios
julgados, o que não é o caso dos autos.
Ele julga... Em
vez de julgar o HC, o habeas corpus, ele julga em forma de revisão criminal. E
nas condições de revisão criminal, ele coloca, então, o paciente em liberdade.
Ante o exposto,
não conheço do habeas corpus, mas concedo a ordem de ofício em favor do
paciente para, reconhecendo a nulidade das provas obtidas na busca pessoal, bem
como as delas derivadas, absolvê-lo, com fundamento no Art. 386, inciso II, do
Código de Processo Penal.
Ou seja, mesmo
ele estando ali com aqueles dois quilos, já vou terminar, Sra. Presidenta, não
vou pedir mais dois minutos de comunicação, nem cinco minutos pelo Art. 82,
porque o presidente está ali, eu até poderia pedir a ele, que ele autorizasse
o... Né? O presidente do PT, da bancada do PT, o líder da bancada do PT.
Mas, para dizer
a todos os colegas policiais aqui, a base que levou o juiz Sebastião, o
desembargador, a conceder a soltura, a absolvição. Ele absolveu, ele anulou
todo o procedimento, mesmo aquele paciente estando com os dois quilos de
cocaína.
O fato do
nervosismo, da demonstração de nervosismo, do paciente estar nervoso, da pessoa
estar nervosa, do cidadão estar nervoso, não é base para uma abordagem
policial.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
A SRA. PRESIDENTE - MÁRCIA LIA - PT -
Obrigada, deputado. Continuando na sequência, deputada Ediane Maria. (Pausa.)
Por cessão da deputada Andréa Werner, eu convido a deputada Solange Freitas
para fazer uso da palavra pelo tempo regimental.
A SRA. SOLANGE FREITAS
- UNIÃO - SEM REVISÃO
DO ORADOR - Boa tarde a todos. O deputado Reis tem razão na fala dele inicial,
que nós deputados representamos a população. Temos que falar pelas pessoas.
Hoje a minha fala é também um desabafo. Eu, quando cheguei aqui, conversei com
o Machado, que trabalha com a gente na Alesp.
E perguntei:
“Machado, você recebeu as imagens, que eu pedi para mostrar durante a minha
fala?”
Ele disse
assim: “Aquela desgraça, aquela tragédia, que a gente nem consegue reconhecer o
carro?”
Sim, a gente
quer mostrar essa tragédia. Quer mostrar, para dizer o que aconteceu, para
poder chocar, para poder fazer com que as pessoas façam alguma coisa, para que
essa tragédia não se repita. Machado também ficou transtornado com essas
imagens. Eu peço agora que a gente coloque as imagens.
Elas podem
estar aparecendo enquanto eu falo, enquanto explico o que aconteceu, e faço a
cobrança de quem tem que ser cobrado, de quem tem que fazer alguma coisa para
evitar que isso, que vocês estão vendo agora, se repita. Que isso não aconteça
mais.
Essas imagens
que vocês estão vendo é de um carro, que mal dá para a gente identificar. Foi
esmagado por duas carretas, na sexta-feira passada, de manhã, na descida da
serra da via Anchieta, na altura do quilômetro 51, já chegando na Baixada
Santista, já na altura da cidade de Cubatão.
Como vocês
estão vendo, essa imagem chocante desse carro: as duas pessoas que estavam no
veículo morreram na hora. Por que estou trazendo essas imagens aqui? Não é mais
um acidente. A gente também não pode dizer “é mais um acidente”, e pronto. De
jeito nenhum.
Esse acidente
poderia, sim, ter sido evitado, se as providências tivessem sido tomadas, como
a responsabilidade de fiscalização, por exemplo. Na sexta-feira, a Stephanie
Oliveira, de 24 anos, uma cirurgiã dentista, estava voltando para casa, de São
Paulo para Cubatão, cidade onde ela mora.
Ela pegou um
carro de aplicativo. O motorista desse carro, de 33 anos, que a gente não tem o
nome, também morreu na hora. Por algum motivo, a carreta da frente parou. O
carro também parou. Só que a carreta que estava atrás, por algum motivo, perdeu
o controle, não conseguiu frear, e acabou esmagando e arrastando esse carro por
vários metros.
Se vocês
olharem os detalhes nessa imagem, se quiser as imagens, continuar usando as
imagens, pode colocar. Se vocês olharem o detalhe, isso aconteceu na faixa da
esquerda. A faixa da esquerda, que é proibido os caminhões trafegarem pela
faixa da esquerda.
Tinha duas
carretas trafegando pela faixa da esquerda. E se o motorista perder o controle,
houver algum problema no caminhão dele? E a gente sabe o porquê. Nós
descobrimos, depois, que as duas carretas não passaram pela balança, não
pesaram. Provavelmente estavam acima do peso permitida para descer a serra.
Então, tudo
errado. A gente pensa: “Os motoristas erraram”. Mas a gente sabe que isso
acontece diariamente, constantemente. Nós, que somos da Baixada Santista, que
utilizamos o Sistema Anchieta-Imigrantes todos os dias, a gente sobe e desce a
serra praticamente todos os dias.
Quando a gente
usa a Anchieta, e a gente não gosta de usar a Anchieta, ninguém gosta, porque é
muito caminhão... É uma pista perigosa, que foi feita em 1947. É um perigo para
os carros de passeio. Mas, muitas vezes, somos obrigados a usar.
Muitas vezes,
nós somos obrigados a usar a Anchieta, porque tem a Operação Subida ou Descida,
e a gente só tem essa opção para descer a serra por exemplo, no domingo à
noite. Todo mundo fica doido da vida, ninguém quer usar a Anchieta. Mas a gente
é obrigado a usar e a pagar um pedágio muito caro.
Eu estou
falando isso pelo seguinte. Porque a gente sabe que os caminhões trafegam pela
esquerda constantemente, que eles abusam, que eles passam, que eles não vão se
pesar. E aí, o que está sendo feito para evitar? A gente vai deixar continuar
imagens como essa acontecendo, tragédias como essa acontecendo? Não.
Conversei, até,
com a Ecovias, que administra o sistema Anchieta-Imigrantes, e disse o seguinte:
que a Ecovias não tem o poder para fiscalizar, perseguir ou punir os
infratores, mas que atua em parceria com o DER, com a Polícia Rodoviária, e
que, do quilômetro 40 ao 51, tem 20 placas falando que ali naquele trecho da
Anchieta - que é a descida da serra - a velocidade máxima é de 50 quilômetros
por hora.
Tem 15 placas
falando que é proibido os caminhões trafegarem pela esquerda, mas não adianta;
muitos caminhoneiros trafegam pela esquerda, muitos caminhoneiros não deveriam
estar ali, passando com a carga acima do limite permitido.
E a gente vai
esperar, nós que usamos o sistema Anchieta-Imigrantes todos os dias? Muita
gente usa para o lazer, muita gente aqui de São Paulo também desce a serra, as
autoridades. A gente vai esperar acontecerem tragédias, as pessoas morrerem
pela falta de fiscalização? Não.
Então, estou
aqui fazendo um desabafo para as autoridades, para o Governo do Estado, para os
responsáveis pelo sistema Anchieta-Imigrantes, para que façam alguma coisa.
Placas não adiantam, orientação não adianta; os caminhoneiros estão abusando.
Claro que não
são todos, mas aqueles que abusam causam a tragédia. Os dois motoristas dos
caminhões estão bem, passam bem, mas a tragédia que eles causaram fez com que
duas pessoas ainda jovens perdessem a vida. Fosse quem fosse, isso nunca
poderia ter acontecido.
Então, estou
fazendo aqui esse desabafo para as autoridades. E mais do que isso: nós temos
que exigir - eu, como deputada, como atuante aqui, e a Alesp também - que essa
fiscalização aconteça com frequência. Não queremos mais tragédias desse jeito.
Todos nós podemos ser vítimas desse sistema se não tiver essa fiscalização.
Então, esse é um desabafo.
Como o deputado
Reis falou, nós temos que falar, representar a população, mas mais do que isso:
falar, mostrar, cobrar e exigir. Então, a partir de agora, a gente vai fazer
exigências, no que estiver no nosso poder, para que a fiscalização aconteça de
verdade no sistema Anchieta-Imigrantes.
Muito obrigada.
*
* *
-
Assume a Presidência o Sr. Reis.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de
oradores no Grande Expediente, o próximo deputado é Alex Madureira. (Pausa.)
Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputada
Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputada Delegada
Graciela. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputada Valeria
Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) E, por cessão do deputado
Donato, a deputada Márcia Lia.
Tem V. Exa. o tempo regimental de 10
minutos.
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT - Muito boa tarde a
todos e a todas. Quero iniciar minha fala dizendo da importância deste espaço
para que nós possamos conversar com as pessoas que residem no estado de São
Paulo.
É fundamental que a gente expresse
algumas situações que a gente tem vivenciado no nosso dia a dia. Uma das
questões que nos preocupam muito, Sr. Presidente, é a questão das Delegacias de
Defesa da Mulher, as DDMs.
Nós sabemos da importância das DDMs,
sabemos da importância do acolhimento das mulheres vítimas de violência. E
sabemos da importância de que o estado de São Paulo atinja os efeitos da Lei no
14.541 e também atenda àquilo que está estabelecido na Lei no
14.541.
Essa lei é uma lei que foi sancionada e
promulgada recentemente. E ela altera o atendimento das DDMs para 24 horas por
dia. Portanto, as Delegacias de Defesa da Mulher têm que acolher as mulheres
durante o dia e durante a noite.
Como a gente sabe, vários candidatos ao
governo de São Paulo, quando passam pelas eleições, se comprometem, deputado
Reis, a fazer com que as DDMs funcionem por um período maior, com que a gente
tenha um atendimento mais digno, com que a gente tenha protocolos de
atendimento, para que as mulheres não sejam expostas e para que a gente seja
atendida por delegadas mulheres.
Só que a gente sabe que tudo isso, no
dia seguinte da eleição, não tem mais nenhuma importância. E isso fica lá em
uma gaveta, em um programa de governo, e a gente não vê isso ser materializado.
Então eu quero dizer que nós fomos até
a presença do secretário de Segurança Pública na última semana. Conversamos
bastante com ele, com sua equipe, sobre a importância de que a gente possa
cumprir a Lei nº 14.541 no estado de São Paulo.
Hoje nós temos, segundo informações da
Secretaria de Segurança, 140 delegacias de defesa da mulher. Todas elas
funcionam no expediente normal, não funcionam em expediente além do expediente
normal.
Portanto, sábados, domingos e à noite
essas DDM ficam fechadas, e a mulher que for vítima de violência tem que ser
submetida a uma delegacia convencional, digamos assim. E o que os delegados,
porque existiam alguns lá, e também o secretário de Segurança Pública nos
disseram é que eles estão encontrando, deputado Reis, uma possibilidade
alternativa.
Porque hoje eles, não obstante tenham
aberto concurso, estejam selecionando pessoas para que possam participar aí da
Secretaria de Segurança Pública, através do chamamento do concurso, eles sabem
que o número de delegadas e delegados para cumprir todas as lacunas que nós
temos no estado de São Paulo não são suficientes para atender aos dispositivos
da Lei nº 14.541.
Então, eles estão criando um sistema
híbrido, um sistema alternativo, que é um sistema que propõe disponibilizar,
nos horários em que a delegacia não estiver aberta, a possibilidade de que essa
mulher seja atendida online.
A gente sabe que isso não funciona, a
gente sabe que isso não vai atender a demanda que nós temos por uma Delegacia
de Defesa da Mulher aberta 24 horas. Mas, enquanto a gente não tiver a
possibilidade de que a gente chame em concurso público mulheres, delegadas,
para que elas possam fazer com que as delegacias de defesa da mulher permaneçam
abertas - conforme estabelece a lei federal - a gente vai ter ainda essas
dificuldades, e vamos ter que nos submeter, não sei por quanto tempo, mas nós
vamos estar sempre aqui nesta tribuna cobrando, e, se necessário for, exigir o
cumprimento da lei na justiça.
Também conversamos sobre a importância
da abertura de concursos públicos para as carreiras da Segurança Pública. Nós
sabemos da necessidade de escrivães, nós sabemos da necessidade de
datiloscopista. Falei certo?
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Papiloscopista.
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT - Datiloscopista.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Não, “papi”.
Papiloscopista, que faz a datiloscopia.
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT -
Certo. Sabemos da necessidade também de cargos técnicos, para poder atender às
demandas. E são muitas as vagas que estão em aberto, que estão disponíveis.
E que o Governo
do Estado, para que nós tenhamos minimamente segurança - que é uma obrigação do
Estado - porque nós pagamos os nossos impostos, e os nossos impostos têm que
reverter em benefícios para a sociedade. Nós estamos aí pedindo ao senhor
secretário de Segurança Pública a possibilidade de abertura de concursos, de
novos concursos públicos.
Também
conversamos sobre a importância do acolhimento, com respeito, com dignidade,
para a população LGBTQIA+. Nós temos recebido solicitações dessa comunidade,
dessa população, que é uma população que dialoga com o nosso trabalho, com o
nosso mandato, de desrespeito, de brincadeiras, de chacota, de forma desonrosa,
quando do atendimento da população LGBT nas delegacias de Polícia.
Então
nós fomos lá também dizer para o secretário de Segurança Pública a necessidade
de que a gente tenha concursos com pessoas preparadas e também que a gente tenha a
formação que é feita no Barro Branco, que é feita em outros lugares.
Não sei se
tem formação continuada na polícia, mas se tiver, nós temos que ter aí um curso
onde as pessoas aprendam a ter sororidade, aprendam a ter respeito, aprendam a
atender essas pessoas com dignidade, porque elas são tão sujeitas de direitos
quanto qualquer pessoa.
Também conversamos sobre a necessidade de que nós
tenhamos uma delegacia de defesa da mulher no município de Porto Feliz. Porto
Feliz tem um alto índice de violência contra as mulheres no estado de São
Paulo, Porto Feliz é uma cidade bastante promissora, é uma cidade na região de
Sorocaba, mas é uma cidade que assusta pela quantidade de violência praticada
contra as nossas mulheres.
Fomos lá, então, levar uma solicitação para a
criação de um espaço para atendimento dessas mulheres, num primeiro momento
pode ser um anexo à delegacia, alguma coisa, para que essas mulheres possam ser
atendidas de forma mais respeitosa, com sigilo, com confiabilidade de que as
suas demandas, de que a sua necessidade, de que o exame que ela tem que fazer,
muitas vezes no Instituto Médico Legal sejam conduzidos por pessoas que tenham
aí minimamente condição de receber as pessoas com amabilidade.
Também sobre a necessidade da criação de uma
central de penas alternativas. Pasmem, a cidade de Porto Feliz não tem uma
central de penas alternativas. E aí, quando as pessoas precisam ser atendidas
para ir lá passar pela fiscalização, pelo dia a dia do acompanhamento dessas
penas alternativas, o que acontece?
Essas pessoas são atendidas em um CRAS, em um
Centro de Referência de Assistência Social. Muitas vezes está a vítima e o
apenado no mesmo espaço. Então, isso é inaceitável. Nós precisamos ter uma
saída, uma solução para essa demanda da cidade de Porto Feliz.
E para encerrar minha fala, Sr. Presidente, nos
segundos que me faltam, eu gostaria também de colocar uma preocupação muito
grande. Eu rodo muito o estado de São Paulo e gostaria de falar para o Sr.
Governador, para o secretário de transportes, para a Artesp, para todos aqueles
que são responsáveis pela fiscalização das concessionárias, que a gente tenha
minimamente o asfalto das rodovias do estado de São Paulo sem buraco.
Nós estamos viajando em verdadeiros tapetes, em
verdadeiras colchas de retalhos, de tanto buraco que a gente encontra na
rodovia Washington Luís, em outras rodovias por onde a gente tem passado.
E aí nós pagamos pedágio, não pagamos pouco, é
muito recurso que a gente paga e na semana passada eu perdi, deputado Reis,
presidente desta Mesa neste momento, dois pneus do meu carro.
Dois pneus no mesmo dia, na mesma noite, porque
não tinha um buraco, tinha uma cratera na rodovia Washington Luís, entre a
cidade de São Carlos e a cidade de Araraquara.
Então eu quero pedir encarecidamente que a
Artesp, que o secretário de transporte, que o Sr. Governador do estado possa
verificar esses contratos de concessão e que esses buracos que estão nas
rodovias do estado de São Paulo, imediatamente, precisam ser solucionados,
precisam ser resolvidos.
Nessa rodovia que eu estou relatando temos a concessionária EcoNoroeste, a EcoNoroeste assumiu faz uns dois ou três meses a concessão daquela região e não está conseguindo fazer um tapa buraco e nós estamos caindo em buraco, perdendo pneu e vendo, muitas vezes, a situação da vida das pessoas sendo colocada em risco.
A deputada que
me antecedeu, a Solange, falou das condições da Anchieta. Eu quero colocar que
não é só a Anchieta, Solange. Temos problemas em todas as rodovias do estado de
São Paulo, por falta de fiscalização das concessionárias e da Artesp.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT - Sr. Presidente, eu
gostaria, tendo acordo de lideranças, de pedir a suspensão desta sessão até as
16 horas e 30 minutos.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o pedido
de Vossa Excelência. Estão suspensos os nossos trabalhos até as 16 horas e 30
minutos.
*
* *
- Suspensa às
15 horas e 45 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 30 minutos, sob a
Presidência do Sr. André do Prado.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a
sessão, pela Ordem deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Havendo acordo de
lideranças, sugiro a suspensão dos trabalhos por 30 minutos, para que a
Comissão de Finanças termine a audiência.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de V. Exa., estão suspensos os trabalhos por mais 30 minutos.
*
* *
- Suspensa às 16 horas e 30 minutos, a
sessão é reaberta às 17 horas e 07 minutos, sob a
Presidência do Sr. André do Prado.
*
* *
O SR. PRESIDENTE -
ANDRÉ DO PRADO - PL - Ordem do Dia.
*
* *
- Passa-se à
ORDEM DO DIA
*
* *
O SR. CARLOS CEZAR -
PL - Nós estamos tendo ainda algumas
condições. Gostaria de pedir a prorrogação dos nossos trabalhos por 15 minutos,
prorrogação da sessão ordinária por mais 15 minutos.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL -
É regimental. Então esta Presidência vai colocar em votação...
O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem,
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem o deputado Paulo Fiorilo.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr.
Presidente, só para esclarecimento. A gente suspendeu
por 30 minutos...
O SR. PRESIDENTE -
ANDRÉ DO PRADO - PL - Sim.
O SR. PAULO FIORILO
- PT - Eu entendi que ainda não terminou a reunião e que poderia ser
suspenso por mais 15 minutos, 30 minutos. Queria entender o pedido do deputado
Carlos Cezar, da diferença entre a suspensão, porque ele quer continuar...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL -
Deputado Carlos Cezar está pedindo a prorrogação?
O SR. CARLOS CEZAR - PL - Eu estou pedindo a prorrogação da sessão ordinária, Sr. Presidente.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Eu estou propondo a suspensão por 15 minutos.
O SR. CARLOS CEZAR - PL - Não, eu peço a prorrogação, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
ANDRÉ DO PRADO - PL - Não havendo acordo para a suspensão, então vamos
colocar em votação a prorrogação por mais 15 minutos, pedido do deputado Carlos
Cezar, líder do PL.
As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis
à prorrogação por 15 minutos permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Eu vou pedir uma verificação de votação, reiterando o pedido do deputado Paulo Fiorilo de suspensão dos trabalhos por 15 minutos, até terminarem as comissões. Acho que é mais salutar, presidente.
O SR. PRESIDENTE -
ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental. Então vamos fazer a verificação de
votação. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos proceder à verificação de
votação pelo sistema eletrônico.
A partir deste momento estamos fazendo soar o sinal intermitente
por quatro minutos, para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não se
encontrem em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
- Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para uma
comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Uma
comunicação, deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
- PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, primeiramente, registrar a honrosa
presença das advogadas e advogados da OAB, das várias subseções do estado de
São Paulo, (Vozes fora do microfone.) aqui hoje no plenário, se manifestando
democraticamente contra esse perverso e absurdo PL 752, que aumenta as taxas
judiciais. Nós somos totalmente contra esse projeto ser pautado e ser aprovado.
Aproveito,
também, a presença do deputado Carlos Cezar, autor do Requerimento de Urgência.
Deputado Carlos Cezar, de Sorocaba - que é advogado -, que ele respeite... Que
o deputado Carlos Cezar respeite a orientação da OAB, da qual ele está
inscrito. (Vozes fora do microfone.).
A OAB tem uma
posição contrária, orientou todos os advogados e orienta a Assembleia
Legislativa a votar contrariamente. Espero que o deputado faça uma reflexão
enquanto há tempo e retire, imediatamente, o pedido de urgência desse projeto,
que já foi derrotado em uma das votações aqui, já foi derrotado em várias
audiências públicas que nós realizamos no ano passado e nesse ano.
Então, Sr. Presidente, não tem sentido votar
um projeto de lei nesse momento em que nós vamos votar a LDO, que o Tribunal de
Contas do Estado de São Paulo está questionando as renúncias fiscais do estado
de São Paulo, as isenções e benefícios fiscais.
Inclusive,
dizendo que talvez até reprove as contas da gestão anterior de Doria e de
Rodrigo Garcia por conta da falta de transparência nas isenções fiscais de 53
bilhões de reais. E agora, esse ano, nós vamos ter quase 80 bilhões de reais em
isenções fiscais.
Então, faço
aqui o apelo ao deputado Carlos Cezar, V. Exa. que é advogado, tem inscrição na
OAB, ali está a sua ordem. Aqui os seus colegas advogados estão fazendo um
apelo a V. Exa. para que retire o pedido de urgência e apelando também aos
deputados da Assembleia Legislativa, sobretudo aos deputados...
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - A partir
desse momento estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Aliás,
desculpa, tendo transcorridos os quatro minutos, o sistema eletrônico ficará
aberto para que as Sras. Deputadas e Srs. Deputados votem “sim”, “não” ou
registrem abstenção nos terminais dispostos em suas mesas.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - Pela ordem,
presidente. Como autor do pedido aqui da verificação, eu peço a retirada dessa
minha verificação para que a gente possa avançar com a votação desse projeto,
confiante que a gente tem quórum suficiente para não aprovar essa urgência.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Eu mantenho o pedido
de verificação de votação do deputado Caio França. Como líder do PL, agora é
meu o pedido.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então,
deputado Caio França pediu a retirada de prorrogação do prazo e o deputado
Carlos Cezar quer que mantenha. Então, será mantido haja vista que a
verificação já está em andamento.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - Presidente, pela
ordem para uma explicação a respeito desse processo que nós estamos passando
aqui. Nós estamos votando então um requerimento do deputado Carlos Cezar para
prorrogar essa sessão por mais 15 minutos. Eu pedi verificação de votação, retirei
o pedido, e o próprio deputado Carlos Cezar pediu uma verificação. Então, o que
nós estamos fazendo agora, é verificando se teremos 15 minutos a mais, de tempo
de sessão, ou não. Correto?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Corretamente.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - Ok, obrigado.
O
SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela
ordem, Sr. Presidente. Apenas para pedir, à base aliada, para votar “sim” à
prorrogação.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem,
Sr. Presidente. Já pode votar no microfone?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não, ainda
não.
O
SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Pela ordem, Sr.
Presidente. Colocar o União Brasil em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - União Brasil
em obstrução.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - Pela ordem, Sr.
Presidente. PSB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSB em
obstrução.
O
SR. GERSON PESSOA - PODE - Pela ordem, Sr.
Presidente. Podemos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Podemos em
obstrução.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Federação PT/PV/PCdoB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PT, PV e PCdoB
em obstrução.
O
SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para colocar o PDT em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PDT em
obstrução.
O
SR. PAULO CORREA JR - PSD - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para colocar o PSD em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSD em
obstrução.
O
SR. ATILA JACOMUSSI - SOLIDARIEDADE - Pela ordem,
Sr. Presidente. Solidariedade em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Solidariedade
em obstrução.
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO
PRETAS - PSOL -
Pela ordem, Sr. Presidente. Federação PSOL-Rede em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL – PSOL Rede em
obstrução.
O
SR. DR. ELTON - PSC - Pela ordem, Sr.
Presidente. PSC em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSC em
obstrução.
O
SR. DELEGADO OLIM - PP - Pela ordem, Sr.
Presidente. Progressista em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Progressista
em obstrução.
O
SR. VINICIUS CAMARINHA - PSDB - Pela ordem, Sr.
Presidente. Federação PSDB Cidadania em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSDB Cidadania
em obstrução.
O
SR. ITAMAR BORGES - MDB - Pela ordem, Sr.
Presidente. Colocar o MDB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - MDB em
obstrução.
Transcorridos os quatro minutos de
votação pelo sistema eletrônico, estão abertos os microfones de aparte, para
que as Sras. Deputadas e Srs. Deputados possam fazer o seu voto.
Algum dos Srs. Deputados gostaria de
fazer o seu voto no microfone de aparte?
O SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Só para esclarecer que
nós estamos votando a prorrogação dos trabalhos. Estou vendo alguns deputados
aqui, do PL, como a deputada Dani Alonso, Fabiana Barroso... (Vozes
sobrepostas.)
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Mais algum dos
Srs. Deputados e Sras. Deputadas gostaria de fazer o seu voto? Não havendo mais
deputados para fazer o seu voto, passamos agora à alteração de voto. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que queiram fazer
alteração do seu voto podem usar o microfone de aparte. (Pausa.)
*
* *
- Verificação de votação
pelo sistema eletrônico.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não havendo
deputados para fazer alteração do voto, passaremos agora à proclamação do
resultado. Votaram “sim” para a prorrogação dos trabalhos 43 deputados, mais
este presidente; no total, 44 votos, quórum insuficiente para a prorrogação dos
trabalhos.
Há sobre a mesa um Requerimento de
Urgência ao Projeto de lei no 752, de 2021, de autoria do Tribunal
de Justiça, em votação adiada. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs.
Deputados...
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Eu quero encaminhar
pela bancada do PL.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental
que o deputado Carlos Cezar encaminhe pela bancada do PL.
O
SR. OSEIAS DE MADUREIRA - PSD - Pela ordem, Sr.
Presidente. Fazer uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental.
O
SR. OSEIAS DE MADUREIRA - PSD - PARA COMUNICAÇÃO -
Sr. Presidente, eu queria registrar a presença, na nossa Casa, do querido
Antônio Carlos Marques, pastor presidente do PL em Barueri; da vereadora
Cláudia Aparecida, que tem desenvolvido um trabalho muito importante; e do
Jonatas, que é secretário de governo de Itapevi. É sempre uma alegria
recebê-los. E registrar a presença deles na nossa Casa.
Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Sejam
bem-vindos, Dr. Antônio, Dra. Cláudia, Jonatas, à nossa Casa.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, senhoras e senhores parlamentares, público
que nos acompanha aqui pela galeria da Assembleia, público que nos assiste pela
Rede Alesp. Cumprimentar os nossos visitantes, que estão aqui hoje, pela
primeira vez, na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Dizer, Sr.
Presidente, que todos nós aqui representamos uma parcela significativa da nossa
população e entendemos que cada um de nós tem responsabilidades a prestar,
sobretudo para aqueles que estão nas filas dos hospitais, para aqueles que
sonham com uma cirurgia e há meses não conseguem essa cirurgia, para as pessoas
que sonham com uma Segurança que funcione no nosso Estado.
E nós temos
aqui, no Estado e na Federação, alguns Poderes que são extremamente importantes
e que regem o nosso país, seja o Poder Legislativo, ao qual nós pertencemos,
que é aquele que representa a população, que deve expressar os anseios daqueles
que estão lá na ponta, que utilizam da Educação, que utilizam da Saúde, que
utilizam da Segurança Pública, do transporte coletivo, que esperam que todo
atendimento público seja feito com uma qualidade melhor... E nós representamos
essas pessoas. Nós representamos essa população.
O Poder
Executivo, que efetivamente tem que executar as leis, o Orçamento, aquilo que
nós aprovamos aqui, e que deve dar as respostas que as pessoas esperam. E, é
claro, o Poder Judiciário, que é o Poder julgador.
E quando um
Poder, que é autor de um projeto, manda a esta Casa um projeto que visa tirar
ônus de toda uma população que sofre com Saúde, com Educação, com tantas
carências que tem, eu penso que esse projeto, lá na ponta, vai atender a essa
população.
O que nós
estamos falando aqui, Sr. Presidente, é de um projeto que vai tirar, em
cálculos feitos de forma quase que rasa, mais de 300 milhões, que toda a
população está pagando.
Vai tirar
daquilo que hoje é enviado para o Poder Judiciário, para que possa,
efetivamente, atender essas demandas que as pessoas precisam, para que possa
atender aqueles que sonham como uma cirurgia eletiva.
Têm pessoas que
nos procuram que, quando um médico dá a ele um exame de uma suspeita de câncer,
a fila para que esse exame seja realizado é de mais de seis meses, e quando
isso efetivamente acontece nós vemos, presidente, que a pessoa já veio a óbito.
Então, eu quero
aqui fazer um apelo a Vossa Excelência. Com muito orgulho, com muita alegria,
eu sou inscrito na Ordem dos Advogados. Reconheço o trabalho de todos os
advogados. Com muito orgulho, sei que sem advogado não há Justiça, mas tenho a
plena consciência de que todos os advogados aqui...
Tenho grandes
amigos. Aliás, votei na atual diretoria da Ordem dos Advogados aqui da Seção
São Paulo, de forma direta, e respeito cada um, mas eu não tenho dúvida Sr. Presidente, que esse projeto vai
atender as pessoas que mais precisam.
É preciso
deixar claro aqui para cada um dos parlamentares que esse projeto não mexe nada
na Justiça gratuita. Deputado Rafael Saraiva, V. Exa. que também é advogado
sabe, assim como eu, que muitos dos nossos atendimentos são voltados à Justiça
gratuita.
Há pessoas,
deputada Carla Morando, que recorrem em busca de uma cirurgia que não está
sendo feita por um plano de saúde, em busca de um remédio de alto custo,
deputado Rômulo, que não está sendo atendido.
Pessoas que nos
procuram diariamente para isso, e muitas vezes é à Justiça que nós vamos
recorrer, para que, efetivamente, deputado Jorge do Carmo, esse benefício possa
ser atendido lá na população, mas a essas pessoas, que precisam da Justiça
gratuita, eu e V. Exa. temos a consciência tranquila que nada esse projeto está
mexendo, nada esse projeto está envolvendo.
Então, eu tenho
o sentimento aqui, e nós firmamos posicionamento, e quero agradecer muito aos
deputados da minha bancada, que entendem o verdadeiro papel que nós temos aqui,
que é de fazer escolhas, e fazer escolhas é dizer “sim”, e sempre que nós
dizemos “sim” para um lado, nós estamos dizendo “não” para o outro. Ou dizer
“não” e quando nós dizemos “não” para um lado, nós estamos dizendo “sim” para o
outro.
O que nós não
podemos é deixar de escolher, é jamais, deputado Carlos Giannazi, deixar de ter
um posicionamento. Eu estou com V. Exa. aqui já há quatro mandatos.
Em muitos fui
relator em pareceres de projetos que V. Exa. defendia, e V. Exa. sempre teve em
mim a sinceridade e a hombridade para defender aquilo em que acredita, para
defender aquilo que sabe que é de forma correta, olhando nos olhos de V. Exa.,
sem fugir do debate, sem fugir do enfrentamento, entendendo que todos nós temos
respostas a dar à população.
Eu não tenho
dúvida que quando nós temos uma oportunidade hoje de permitir que milhões de
reais possam ser investidos em Saúde, em vagas de creche, em Segurança, em
Transporte Público, naquilo que as pessoas efetivamente estão, naquilo que as
pessoas efetivamente precisam...
Não é só algo
que nós devemos fazer de forma que se acha que é por mera vontade, mas é uma
obrigação nossa. Mais que isso, um dever nosso de nos posicionarmos, de
lutarmos por aqueles que mais precisam.
Por isso, Sr. Presidente, eu não tenho dúvida
que hoje será um dia único para todos nós aqui, em que as bancadas estão
reunidas aqui para tomarmos posicionamento, seja daqui a pouco, quando nós
vamos começar a discutir a Lei de Diretrizes Orçamentárias do Estado de São
Paulo, na sessão extraordinária, tenho a certeza de que este Parlamento saberá
fazer a melhor escolha, como já fez na comissão, e hoje, no Colégio de Líderes,
eu elogiei a bancada de oposição, a bancada do PT, elogiei o relator do
Orçamento, o deputado Alex de Madureira, elogiei o presidente da CFOP, deputado
Gilmaci.
Porque ontem,
de forma muito republicana, houve um
entendimento para que nós aprovássemos na Comissão de Finanças e Orçamento o
relatório da LDO. Foi aprovado, o que permitiu que hoje nós pudéssemos discutir
esse importante projeto que foi enviado pelo Executivo a esta Casa.
Eu
não tenho dúvidas que esse projeto é fundamental e que vai atender às
expectativas. Nós estamos, Sr. Presidente, nesta legislatura, há pouco mais de
três meses. Há pouco mais de três meses que V. Exa. toma posse como presidente
desta Casa, mas nesses três meses nós já aprovamos projetos importantes.
Aprovamos
um aumento significativo para a Polícia Militar, Polícia Técnico-Científica,
Polícia Civil e tenho a certeza de que o projeto que nós devemos discutir
amanhã no congresso de comissões, o projeto de aumento dos servidores aqui do
estado de São Paulo, também vai lograr bom êxito no entendimento, na construção
de melhorias para que aqueles que mais precisam possam efetivamente prestar um
serviço de qualidade.
Eu
não tenho dúvidas que o nosso governador Tarcísio mais o seu secretariado estão
imbuídos para trazer a este estado inovação, criatividade, soluções para os
problemas que se apresentam, porque se há algo que eu trago na minha vida,
deputada Ediane Maria, é que só tem vitória as pessoas que apresentam soluções
aos problemas. Tem muita gente que tem uma facilidade para encontrar problema,
mas pouca gente consegue encontrar soluções para os problemas.
Eu
não tenho dúvida que o governador Tarcísio é uma pessoa imbuída do desejo de
apresentar soluções para este estado. Soluções para que o estado mais pujante
da federação não tenha pessoas em filas de espera de cirurgias eletivas, não
tenha pessoas ainda sofrendo com a insegurança, como nós vemos, não tenha
pessoas que ainda sofrem com o transporte público precário, com dificuldades
muitas vezes ao pegar o seu metrô e ir para o seu trabalho.
Então
é uma luta de todos nós, mas todos nós aqui precisamos ser pessoas que, como na
minha época de adolescente, deputada Bebel, eu assistia ao filme do Tarzan. E
no filme do Tarzan sempre tinha aquela luta do Tarzan contra o jacaré. E é
impressionante o que tinha de pessoas que torciam pelo jacaré.
Eu
não sou daqueles que torcem para o jacaré, eu torço para que o Tarzan vença. Eu
torço para que o estado de São Paulo vença, mas que sobretudo a população do
estado de São Paulo seja uma população vencedora e que nós possamos entregar
resultados àqueles que mais precisam.
É
isso, Sr. Presidente, eu agradeço e peço à bancada do PL que possa votar “sim”
a esse projeto. Encaminho sim a votação desse Requerimento de Urgência. Volto a
repetir, nós estamos aqui discutindo o Requerimento de Urgência e não o
projeto.
O SR. CAIO FRANÇA -
PSB - Pela ordem, presidente. Para encaminhar pela bancada do PSB.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental. Deputado Caio França vai encaminhar pela bancada do PSB.
Quero cumprimentar aqui,
primeiramente, meus colegas advogados, em nome da presidente Patricia
Vanzolini, queria cumprimentar todos os advogados aqui presentes, as OABs que
conseguiram se movimentar. Foi curto o espaço de tempo para que pudessem estar
aqui.
Há um mês, mais ou menos, este plenário estava lotado. Essa galeria estava lotada de advogados e advogadas contrários a essa votação. Vamos deixar claro aqui, até para não ficar vendendo fumaça, que quem votar a favor da urgência, senhoras e senhores, votará favorável também no mérito do projeto. Não adianta falar o contrário. A verdade é uma só: votou a favor da urgência, votará a favor também do mérito.
Portanto, Sras.
e Srs. Deputados, quem ainda tem a expectativa de não permitir que esse projeto
avance sem uma clareza em relação ao que será feito com esses recursos novos
que vão adentrar para o Tribunal de Justiça, eu peço que neste momento se
mantenham em obstrução.
Na outra vez,
na votação anterior, até por desconhecimento - porque de fato é difícil, o
processo legislativo do parlamento estadual é complicado - as pessoas às vezes,
de forma equivocada, quem está nos acompanhando, especialmente meus colegas
advogados, acham que quem está votando contra antes de completar os 48 votos é
verdadeiramente contra o projeto.
Mas eu quero
trazer uma verdade: quem votar contra antes de atingir os 48 votos favoráveis
está ajudando o governo, ou seja, na verdade, o Tribunal de Justiça - só que
não quer deixar a sua digital ali marcada. Mas é importante que os colegas
advogados possam saber que, desta vez, não tem essa confusão.
Desta vez, está
claro para todos que é o momento que a Assembleia tem de poder avançar na
discussão desse projeto. O presidente André se comprometeu com uma audiência
pública para que a gente possa debater com clareza esse projeto.
Então, peço aos
deputados e deputadas: vamos aguardar a audiência pública para que o Tribunal
possa, com muito respeito a todos eles, apresentar os motivos desse aumento de
custas.
E se estamos
falando aqui de processos bilionários, como foi falado há um tempo, a gente
poderia muito bem criar - aí, sim - para os processos bilionários uma taxa
diferenciada.
Mas não é disso
que estamos falando aqui, estamos falando de recursos ordinários que
dificultarão o acesso para as pessoas. Ou alguém acha que os advogados estão
aqui trabalhando por si sós? Afinal, é óbvio que essas custas serão repassadas
para os seus clientes.
Então, aqui estamos
na defesa do povo de São Paulo. E quero trazer um argumento novo: esse projeto,
os próprios assessores do Tribunal de Justiça já disseram que ele não vai
resolver, de uma vez por todas, o problema do Tribunal.
Vai vir o ano
que vem e vão continuar pedindo aportes para o Parlamento poder fazer no
Orçamento do ano que vem. Ou seja, estamos criando uma despesa a mais que não
vai resolver o problema da independência do Tribunal de Justiça do ponto de
vista financeiro-orçamentário.
Então, senhoras
e senhores, peço a consciência de todos. Estamos aqui a alguns minutos, a
alguns momentos de poder fazer essa votação. Eu sei que o governo, desde o
início, falou para a gente: “Essa matéria é do Judiciário”. Mas vamos e venhamos,
todo mundo aqui sabe que o governo está diretamente interessado nessa
movimentação.
Os presidentes
das subseções, os advogados, que são ampla maioria nas cidades, que têm contato
com os parlamentares... É momento, sim, de poder demonstrar que esse aumento
não é razoável para o momento que estamos vivendo.
Ao longo da
campanha, todos os deputados falam em redução de impostos, em não ter aumento
de despesas, de taxas e tal. E aí, com partidos, inclusive diferentes, partidos
que dizem, inclusive, que são contra o aumento de tributos, mas que agora,
neste momento, vão demonstrar que muitas vezes as palavras são diferentes das
ações.
Peço aqui a
consciência. Faltaram cinco votos para avançar com esse projeto. Espero que os
deputados possam se manter firmes nesse movimento.
Minha colega,
deputada Andréa Werner, está aqui para poder fazer a complementação do meu
tempo. No mais, peço que os deputados se mantenham em obstrução na votação de
logo mais. (Manifestação nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL -
É regimental.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Pela ordem, Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada
Andréa Werner. O líder do PSB, deputado Caio França, compartilha o seu tempo
com a deputada Andréa Werner.
A
SRA. ANDRÉA WERNER - PSB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos e todas. Queria cumprimentar a Paty
Vanzolini, que eu admiro muito, encontrei com ela ali do lado de fora da
comissão, minha amiga Camila Varela, que também é da OAB, todo mundo da OAB que
está aí, todos os advogados, advogadas. Eu queria pedir desculpas a todos e
todas colegas, que eu vim aqui chover no molhado, gente, infelizmente.
Eu não vou
falar nada novo e eu queria, com todo respeito, discordar do colega Carlos
Cezar, inclusive uma pessoa que eu gosto muito, que é assim: discutir a
urgência é discutir o projeto. Não tem como a gente não discutir o projeto se a
gente está votando a urgência do projeto, e eu não entendo o que que esse
projeto vai trazer de bom para o estado de São Paulo.
Ninguém
conseguiu até agora me mostrar uma coisa de bom que esse projeto de lei vai
trazer para o estado de São Paulo. Veja, eu trabalho com pessoas com
deficiência, essa é a base do meu ativismo. Eu tenho um filho autista. Eu
fundei um instituto que dá apoio para pessoas com deficiência e toda a questão
da pessoa com deficiência exige judicialização.
A pessoa com
doenças raras que precisa ter acesso a medicamento de alto custo:
judicialização. Então até um aperto que a gente passava no instituto era de
pessoas entrando em contato e pedindo advogado de graça, porque a gente tem uma
faixa enorme de pessoas neste País que não têm acesso à Defensoria porque não
têm a renda baixa o suficiente, mas também não conseguem pagar um advogado
particular.
O que a gente
vai fazer aumentando as custas do Judiciário? A gente vai aumentar essa faixa
de pessoas que não têm acesso nem a um e nem a outro? Porque é isso que vai
acontecer.
A gente sabe
que é isso que vai acontecer. Eu não sei no gabinete dos senhores e senhoras,
mas no meu gabinete, de vez em quando, tem gente que liga e acha que o gabinete
vai poder entrar com uma ação na Justiça para ele ou para ela.
“Olhe, Andréa,
o meu filho está sem terapia”; “Andréa, o meu filho está sem escola”; “O meu filho
está precisando de um medicamento de alto custo. Será que a advogada aí do seu
gabinete não pode entrar com ação para mim? Porque eu não tenho como pagar um
advogado, eu não tenho como pagar as custas do processo”.
Aí eu tenho que
explicar para a pessoa sobre a Defensoria. “Não, mas eu não ganho tão pouco o
suficiente para poder usar a Defensoria, mas eu também não consigo pagar um
advogado”. Nós vamos agravar essa situação? Como que cada um aqui vai explicar
para quem votou em você que você está dificultando o acesso à Justiça no estado
de São Paulo? Porque, desculpe, não tem meias palavras aqui.
É isso que a
gente vai estar fazendo se a gente votar essa urgência e se a gente aprovar
esse projeto de lei. Nós vamos dificultar o acesso à Justiça no estado de São
Paulo. Nós vamos limitar ainda mais o acesso à Justiça de pessoas com
deficiência, pessoas com doenças raras, pessoas que já têm a vida mais difícil
do que o resto da população.
Nós vamos estar
tornando a vida dessas pessoas ainda mais difícil. Não vamos nos enganar. Eu
desafio alguém a me falar uma coisa boa que esse projeto de lei vai trazer para
o estado de São Paulo. Desafio, venha aqui e fale para todo mundo que está
sentado ali em cima inclusive o que que esse projeto de lei vai trazer de bom
para a população de São Paulo.
Aí eu posso até
rever, votar a urgência, não sei. Acho muito difícil porque a única coisa que
eu sei, com toda certeza, é que o nosso País tem um problema enorme de acesso à
Justiça. E nós vamos piorar ainda mais essa situação se a gente votar essa
urgência e depois se a gente piorar ainda mais e aprovar esse projeto de lei.
Então vamos aí
votar contra essa urgência, de preferência nem votar, não dar quórum para
aprovar esse negócio.
Muito obrigada.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Pela ordem, Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Monica Seixas.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Para indicar o deputado Guilherme Cortez para encaminhar pela bancada da
Federação PSOL Rede.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O deputado
Guilherme Cortez fará encaminhamento pela bancada PSOL Rede. Pela ordem,
deputado Gilmaci Santos.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Enquanto o
deputado encaminha, só uma comunicação rápida?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Sim.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - PARA
COMUNICAÇÃO - Só anunciar que está aqui visitando a gente o nosso deputado
federal pelo Republicanos, deputado Milton Vieira, que está assumindo um novo
desafio aqui no estado de São Paulo, visitando aqui a nossa Assembleia
novamente, o nosso ex-deputado estadual e deputado federal Milton Vieira.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Seja
bem-vindo, deputado Milton Vieira, que já foi deputado conosco aqui nesta Casa,
honrou muito seu mandato. Segundo o Barba aqui, trabalhou na Ford, secretário
de Habitação agora. Boa sorte, que o senhor possa fazer muitas moradias aqui na
capital para o nosso povo aqui da cidade de São Paulo.
Com a palavra então o deputado
Guilherme Cortez.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde,
presidente, a todos os deputados, a todas as deputadas, aos servidores desta
Casa, à advocacia, que está mais uma vez presente na galeria e quem acompanha
esta sessão através da TV Alesp.
Presidente, nós
voltamos aqui mais uma vez para discutir um Regime de Urgência de um projeto que
não é urgente. Eu tenho grandes críticas ao mérito desse projeto. Mas, antes de
tudo, como estamos discutindo a metodologia, a urgência para se encaminhar esse
projeto, eu quero discutir a respeito disso.
Absolutamente,
não é urgente nenhuma pessoa do estado de São Paulo, nenhum cidadão do estado
de São Paulo, sobretudo a população que depende do acesso à Justiça, para a
população mais pobre, não tem urgência nenhuma em se aumentar a taxa
judiciária, que, como a deputada Andréa Werner, que me antecedeu, já disse
aqui, só vai servir, e os deputados da base do governo têm vergonha de vir aqui
defender esse projeto justamente por isso: porque é um projeto que aumenta a
taxa do Poder Judiciário, ele só serve para dificultar, para encarecer, para
elitizar ainda mais o acesso da população à Justiça.
Eu sou advogado
de formação, presidente, com muito orgulho formado no curso de Direito da Unesp
de Franca. A realidade da população que depende do acesso à Justiça, que
precisa entrar com uma ação, já é uma realidade de muita restrição.
E, nos últimos
anos, a gente teve mudanças legislativas, na Justiça do Trabalho, por exemplo,
que já tornaram mais difícil, mais arriscado, que tinha o objetivo de
restringir ainda mais que a população entre na Justiça.
A população, o
cidadão, tem o direito constitucional de acionar o Poder Judiciário, porque é
isso que a Constituição diz que é o único mecanismo que a população, que a
pessoa, que o cidadão, tem para resolver o seu litígio, para resolver o seu
conflito.
Por isso, a advocacia
cumpre um papel fundamental e está previsto que a advocacia é um ente
indispensável para a administração da Justiça. Não é por outro motivo, não é
por outro interesse, que a gente tem presenciado uma mobilização tão grande da
Ordem dos Advogados do Brasil, porque qualquer advogado que se preze, qualquer
advogado que lida dia a dia com as demandas, com as inseguranças, que tem que
convencer, dar a segurança para o seu cliente poder entrar com ação, qualquer
advogado se indigna com um projeto como esse, porque esse projeto só vai servir
para dificultar ainda mais esse acesso.
Para a pessoa
que precisa entrar na Justiça para ver o seu direito atendido, e que depende do
acesso à Justiça para poder ter acesso ao seu direito, e que agora vai pensar
duas vezes se esse projeto fosse aprovado. Vai pensar duas vezes se esse
projeto fosse aprovado, porque sabe que as custas do processo vão ficar ainda
mais caras.
Presidente, eu
faço um apelo para os deputados, eu me solidarizo, inclusive, com parte dos
deputados, que têm vergonha de vir votar um projeto como esse, porque ninguém
quer sair desta Assembleia e dizer que votou a favor de um projeto que não é
urgente, que votou a favor de um projeto para deixar ainda mais caro o acesso à
Justiça.
Tenho absoluta
certeza de que todos os deputados desta Casa têm vergonha de votar essa
matéria. E, como o deputado Caio França disse, não vamos esconder, não vamos
tentar enganar a população.
Os deputados
que votarem a favor do Regime de Urgência desse projeto estão facilitando a
aprovação, estão facilitando o aumento das custas judiciárias no estado de São
Paulo, que é o segundo estado que já tem o maior teto das custas iniciais, no
estado de São Paulo, que já é o estado que tem a maior arrecadação com custas e
emolumentos em relação à despesa.
Os Srs.
Deputados estudaram a respeito disso antes de vir votar esse Regime de Urgência?
Eu me questiono, porque o estado de São Paulo arrecada 46%, o Tribunal de
Justiça do estado de São Paulo, com emolumentos em relação às suas despesas.
O segundo
estado que mais arrecada é o Rio de Janeiro, que arrecada apenas 19 por cento.
Então, o acesso à Justiça no estado de São Paulo, que já é restrito, que já é
elitizado, que já é caro, o intuito desse projeto é deixar ainda mais caro, é
deixar ainda mais difícil, é deixar ainda mais restrito.
Portanto, é uma
vergonha os deputados ratificarem isso, ainda mais os deputados aprovarem um Regime
de Urgência, para que um projeto que vai atingir tanto, que vai pesar no bolso
do cidadão que precisar acessar a Justiça, em um Regime de Urgência, sem tempo
para fazer uma audiência pública, como a gente já tinha se comprometido aqui,
sem tempo para fazer uma audiência pública, como a gente já tinha se
comprometido aqui. Sem tempo para fazer uma ampla consulta com a população, e
eu digo: a quem interessa isso?
Interessa
a quem tem interesse em restringir o acesso da população ao sistema de Justiça.
Interessa a quem tem interesse de deixar mais caro, mais difícil, reduzir o
número de ações, criminalizar, restringir que a população entre na Justiça para
ter os seus direitos atendidos. Isso é um desrespeito muito grande.
Isso
é uma vergonha, ainda mais quando a gente olha para o Orçamento do Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo, que do ano para cá, para esse, aumentou para 15
bilhões.
Teve
um aumento de 2 bilhões do orçamento do Tribunal de Justiça, e sem que se
comprove qual é o déficit que justifique esse aumento das custas agora. Os
deputados, com interesse, com a conivência do governo Tarcísio, que está
mobilizando a sua base para aprovar esse Regime de Urgência, para que esse
projeto, que já é absurdo, seja discutido de forma ainda mais atropelada, ainda
mais antidemocrática, ainda mais desrespeitosa com a advocacia e com a
população esse projeto caminhe.
Então,
presidente, encaminhar em nome da bancada do PSOL o nosso voto contra,
evidentemente, a esse Regime de Urgência absurda. Na verdade, nós vamos entrar
em obstrução para que esse Regime de Urgência sequer dê quórum.
Agora,
chamar os deputados de todos os partidos à reflexão, nenhum deputado quer
colocar suas digitais num Regime de Urgência de maneira atropelada para
aumentar a custa do Poder Judiciário, porque senão os deputados que fizerem
isso vão ter que explicar para os seus eleitores, vão ter que explicar nas suas
cidades por que votaram para encarecer o acesso à Justiça.
Então,
a bancada do PSOL encaminha contrariamente a esse projeto, e com o tempo que me
resta eu passo a palavra para a minha colega, também advogada, deputada Paula
Nunes. (Manifestação nas galerias.)
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Boa tarde, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação.
A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde,
Sr. Presidente.
Eu
quero especialmente cumprimentar meus colegas advogados que estão aqui. Antes
de assumir esse mandato, eu atuei na advocacia por seis anos, isso é um motivo
de grande orgulho, grande honra para mim, justamente para poder vir aqui falar
sobre o absurdo que é a votação do Requerimento de Urgência desse projeto.
E
um absurdo maior ainda que é a base do governo subir aqui para tentar
justificar que não tem dinheiro para a Saúde, que as pessoas estão na fila de
cirurgia, que não tem dinheiro da Educação por conta disso, por conta do
orçamento do Judiciário? E deixar essa responsabilidade para os usuários do
sistema de Justiça que vão ter que pagar taxas mais altas?
A
gente vai discutir aqui na próxima sessão justamente a Lei de Diretrizes
Orçamentárias, e todos nós sabemos que o Governo do Estado faz escolhas
erradas. Por perdão de dívidas a quem não deveria, vai deixar de arrecadar o
quanto poderia arrecadar, e isso sim deveria ser utilizado para a política
pública.
Agora,
deixar nas costas dos usuários do sistema de Justiça o peso dos profissionais
da advocacia a responsabilidade de lidar com isso, com altíssimo orçamento do
Judiciário, especialmente para a folha de pagamento, isso é um grande absurdo,
não tem nenhuma justificativa.
Mas
eu queria dizer ainda, por fim, que é muito importante que os deputados que são
contra esse projeto se coloquem em obstrução. Os deputados que aqui votarem
"não" estarão contribuindo para o quórum. Srs. advogados, não fiquem
felizes quando um, antes de atingir os 48 votos, quando um deputado chegar
nesse microfone para dizer que vai votar "não", porque isso eles
estão fazendo para contribuir com o Governo do Estado, com o projeto do
Tribunal de Justiça e jogar o jogo deles.
Nós,
da oposição, não faremos isso. Nós estamos em obstrução, seguiremos em
obstrução desde o Requerimento de Urgência até o mérito desse projeto, porque
nós não concordamos que a Justiça de São Paulo, que já é extremamente cara,
encareça ainda mais, e com isso que nós fiquemos impossibilitados de garantir
um amplo acesso à Justiça, direito constitucional para toda a população
paulista.
Muito
obrigada. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Para encaminhar pela
Federação PT/PCdoB/PV, deputado Jorge do Carmo.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Jorge
do Carmo vai encaminhar pela Federação PT/PCdoB/PV.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - E vão dividir o tempo,
deputado Jorge, deputada Bebel.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Jorge
do Carmo, Dr. Jorge do Carmo vai dividir o tempo com a deputada Professora
Bebel.
O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado,
Sr. Presidente.
Boa
tarde, boa noite já quase, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, cumprimentar aqui
os policiais, os assessores, público da TV Alesp. Cumprimentar a galeria, que está hoje
quase lotada pelos colegas advogados e advogadas, dizer para vocês da minha
alegria de, nesta mais uma oportunidade, vir aqui encaminhar esse projeto de
lei.
Nós estamos aqui resistindo há muito tempo,
advogadas e advogados, porque nós, advogadas e advogados, sabemos o quanto a
Justiça, o quanto é difícil advogar, especialmente porque a população que não
tem dinheiro tem que pagar a conta, e nós, muitas vezes, perdemos
oportunidades, porque nós sabemos o quanto é difícil porque as pessoas não
conseguem arcar com as custas processuais.
Eu não estou falando aqui, colegas, eu sei
exatamente o que é encostar o umbigo no balcão - que já fiz isso por muito
tempo - e analisar processos. Hoje, graças a Deus, muitos processos são
eletrônicos, mas sei o que é a gente defender, analisar, usar o nosso intelecto
para a gente fazer a melhor defesa, para a gente garantir a justiça, para a
gente saber que a justiça e a advocacia são como diz o Art. 133 da Constituição
Federal, o advogado e a advogada são indispensáveis à administração da justiça.
(Palmas.)
É por isso que nós estamos aqui. Não tem nenhuma
urgência esse projeto. O deputado Carlos Cezar requereu aqui Regime de Urgência.
Por que urgência? Nós já temos taxas demais neste Estado, nós já somos onerados
demais. A população não aguenta mais imposto, não aguenta mais taxas.
É como também foi falado pelos colegas que me
antecederam, esse projeto não resolve o problema do Judiciário. É mais uma
despesa que a população vai pagar, é mais uma dificuldade que se está colocando
para os colegas advogados e advogadas. No entanto, não vai resolver o problema
do déficit do Poder Judiciário.
Por isso é que nós somos contrários à urgência
desse projeto, porque entendemos que isso não é urgente. Seremos contrários
também no mérito, Sras. e Srs. Advogados, Sras. Deputadas e Srs. Deputados,
porque nós não vimos nenhuma necessidade de, no final do semestre agora, mais
uma vez o presidente, a Mesa Diretora, trazer esse projeto.
O deputado Barba está aqui, que ele é contra, o
nosso deputado. Tenho certeza de que ele é contra. Deputado Barba, do Partido
dos Trabalhadores. Então não vemos urgência para esse projeto, Sras. Deputadas,
Srs. Deputados, por isso nós somos contrários à urgência. Se passar a urgência,
e a deputada Paula falou muito bem aqui, às vezes a pessoa vai ver o colega
deputado e deputada para ajudar, não quer colocar a digital dele a favor, vota
contra.
Mas não deu 48 ainda. A responsabilidade é dos
deputados e das deputadas que apoiam o Governo e que apoiam a criação de mais
taxas. Nós, do Partido dos Trabalhadores, nós, dos partidos de esquerda desta
Casa, somos contrários ao aumento das taxas. Nós não vamos votar a favor da urgência,
quiçá do mérito desse projeto.
Por isso, Sras. e Srs. Deputados, muito me
orgulha estar deputado nesta Casa e ter a oportunidade de discutir um assunto
dessa relevância, de convencer, tentar convencer os colegas, deputadas e
deputados, sejam ou não advogados, mas que terão a oportunidade de não taxar
ainda mais, de não dificultar ainda mais o acesso à Justiça no estado de São
Paulo.
Eu não estou aqui advogando em causa própria. Eu
não estou aqui defendendo causa própria. Eu estou defendendo uma classe e uma
população que eu sei o quanto sofrem para advogar neste Estado e quanto a
população sofre para pagar ainda mais taxa, que a população não aguenta mais.
Por isso, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, por
isso, colegas deputadas e deputados que aqui estão, saibam que nós não
vacilamos na política, saibam que nós seremos firmes aqui na obstrução, na
abstenção. Os colegas deputados que são a favor desse projeto que garantam os
48. Nós só iremos dizer a nossa posição depois que eles votarem e colocarem 48
deputados e deputadas.
Pelo
contrário, nós vamos votar contrários. E eles que garantam os 48, porque nós
não vamos anuir mais taxa para o estado de São Paulo. Quero passar o tempo que
me resta para a nobre deputada Márcia Lia. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra,
tempo compartilhado do deputado Dr. Jorge do Carmo com a deputada Márcia Lia.
A SRA. MÁRCIA LIA - PT
- Sr.
Presidente, a todas as pessoas que estão aqui, advogados, amigos. Eu também sou
advogada, e sei da dificuldade que é, para as pessoas hipossuficientes, para as
pessoas que não têm condições de acessar a Justiça, o aumento dessas taxas.
Somos
terminantemente contrários. Tanto à Urgência que se pretende votar agora, como
também o mérito dessa questão. Nós temos que respeitar a Constituição Federal.
E a Constituição fala que todo cidadão tem direito ao acesso à Justiça. A
Justiça não pode ser fechada para as pessoas que não têm recursos.
Eu pergunto
para vocês. Hoje, o professor do estado de São Paulo tem dinheiro para acessar
a Justiça? Hoje, um funcionário da Saúde do estado de São Paulo, que vai
receber 6%, tão somente, de aumento, do Governo do Estado de São Paulo, ele tem
condição de acessar a Justiça? Ele tem condição de pagar taxas mais caras do
que elas já são?
Não tem. Quero
colocar uma questão que é fundamental. Nós não temos tantos advogados no
plenário agora. Mas nós temos um grupo de Whatsapp, aqui na Assembleia. Mais de
mil advogados pedindo para que esta Assembleia Legislativa vote contrariamente
a esse projeto.
Porque ele não
resolve o problema dos cofres do estado de São Paulo. Ele não resolve os
problemas, porque 300 milhões de reais, para o governo de São Paulo, é nada.
E o acesso de
muitas pessoas, que vão ver a justiça sendo feita, isso sim significa, para
nós, a importância do respeito ao cidadão, a importância do respeito aos
advogados, e a importância do respeito às pessoas que precisam acessar a
Justiça.
Quero passar o
restante do tempo para a deputada Bebel, que é muita gente querendo falar, e
pouco tempo.
Bebel, vem para
cá. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra,
Professora Bebel, pelo tempo remanescente de 2 minutos e 20 segundos.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Boa tarde, Sras. Deputadas e
Srs. Deputados. Assessores à minha direita e à minha esquerda, e todos que nos
veem através da Rede Alesp.
E veem, nessa
discussão em torno de justiça, a injustiça que é esse PL 752, de 2021, que está
aqui, terminantemente, lutando para que entre na Urgência. E, sabiamente, os
Srs. Deputados e as Sras. Deputadas não estão deixando entrar na Urgência.
Eu quero dizer,
veja bem, é 2021. Eu era então líder da bancada na época, junto com a
ex-deputada Janaina Paschoal. Nós duas, junto com os demais líderes, não
deixamos sair do Colégio de Líderes. Mas, lamentavelmente, o governo trouxe
para cá.
Portanto, nós
temos que votar contra essa Urgência, e retirar esse projeto da pauta, porque
não é correto nós estarmos, o tempo todo, aumentando taxa disso, aumenta taxa
daquilo, e não oferecer um serviço para a população paulista.
Eu fui alertada
por algumas pessoas que têm interesse no aumento das taxas, em dizer o
seguinte. “Ora, mas são advogados”. Ok, mas são uma categoria importante, como
a minha é importante, como outras categorias são. Não se trata dos advogados. O
que se trata aqui é o seguinte. A população vai ter acesso à Justiça, ou não?
Não vai ter! (Manifestação nas galerias.) Essa que é a questão.
Não há
argumento que se sustente, pela aprovação desse PL. A bancada do Partido dos
Trabalhadores, e eu, Professora Bebel, nós temos posição contrária a esse PL,
porque, tanto pela urgência, quanto no mérito, não resolve o problema da
Justiça no estado de São Paulo.
O problema não
é dinheiro. O problema é como tirar o pobre, mais uma vez, do direito a uma
Justiça mais justa.
Forte abraço, e
muito obrigada. (Manifestação nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL -
Em votação.
O
SR. ENIO TATTO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Enio Tatto.
O
SR. ENIO TATTO - PT - Indicar para falar, em
nome da Minoria, os deputados Carlos Giannazi e Suplicy. Eles vão dividir o
tempo.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Carlos
Giannazi vai falar em nome da Minoria, compartilhando o tempo com o deputado
Eduardo Suplicy.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
público aqui presente, advogados, advogadas, Ordem dos Advogados do Brasil,
parabéns pela mobilização. (Manifestação nas galerias.)
Sr. Presidente,
eu acho que nós já esgotamos aqui o debate. E os defensores desse projeto...
Não houve apresentação de nenhum argumento concreto, real, para que esse PL 752
seja aprovado.
Na verdade, o
Tribunal de Justiça diz que, se o projeto for aprovado, haverá uma arrecadação
de aproximadamente, pelos cálculos aí, 400 milhões de reais para o Tribunal de
Justiça.
Eu quero
lembrar, Sr. Presidente, que esse valor, na verdade, pode ser até substituído
por uma ação popular que está no próprio Tribunal de Justiça. Recentemente, eu
acionei o TJ através de uma ação popular para revogar o decreto do governador,
o Decreto no 67.526, agora, de 2023, que dá isenção fiscal para as
empresas de embalagens metálicas.
Eu tenho até um
quadro que eu gostaria de mostrar aqui no telão para que as pessoas entendessem
qual é a relação que eu vou fazer agora. Olha, o TJ fala: “nós precisamos de
400 milhões de reais, por isso que tem que aprovar o projeto”.
Eu tenho uma
ação popular, que está lá em julgamento, no Tribunal de Justiça, para revogar
uma isenção fiscal de um único setor do estado de São Paulo que está dando um
prejuízo de, no mínimo, agora, 345 milhões de reais para o estado de São Paulo.
Então, se o TJ
está tão preocupado com orçamento, que ele nos ajude aqui a derrubar essa
famigerada e perversa isenção fiscal, que é esse Decreto no 67.526.
(Manifestação nas galerias.)
Lembrando,
ainda, que o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo anunciou recentemente
que fará diligências nas isenções fiscais do estado de São Paulo, nos
benefícios e isenções fiscais. Porque é grave a situação; não há transparência.
Quero ainda
dizer, Sr. Presidente, que neste momento o governo, como ele não quer repassar
os recursos para o Tribunal de Justiça, ele está mobilizando aqui a sua base do
Governo.
A base do
Governo não tinha se mobilizado até então; é agora que começou essa
mobilização, porque o governo não quer repassar recursos para o Tribunal de
Justiça. Sendo que nós temos o maior Orçamento, hoje, da história do estado de
São Paulo: são 317 bilhões de reais.
Então, é por isso
que esse projeto não pode ser aprovado. O que nós queremos aprovar, de fato,
aqui, do Tribunal de Justiça... Nós temos um projeto importante: é o PLC 30, de
2013, que paga uma dívida importante, reconhecida pelo próprio Tribunal de
Justiça, com os servidores, aquele reajuste de 10,55%. O projeto está aqui, em Regime
de Urgência, e até agora não foi aprovado. Esse sim é o projeto que nós
queremos aprovar imediatamente.
O 752 vai
trazer mais taxas, mais impostos e vai penalizar, sobretudo, a população mais
pobre. Então, é por isso, Sr. Presidente, que nós somos totalmente contra a
aprovação desse projeto. Faço um apelo final aqui aos deputados e deputadas,
sobretudo àqueles que têm inscrição na OAB: não traiam a OAB. (Manifestação nas
galerias.)
O deputado que
é advogado e votar nesse projeto estará traindo a sua... Eu sou professor; se
os professores são contra um projeto, eu não vou trair a minha categoria
profissional. Eu voto com os professores.
Se eu sou
advogado, eu voto com a Ordem, com os advogados. Então, eu faço um apelo:
deputados e deputadas que são juristas aqui, que têm a inscrição na Ordem...
Até sugiro que a Ordem cace os registros, viu, de advogado que trair essa
orientação. (Manifestação nas galerias.)
Era isso. Vou
passar a palavra para o deputado Eduardo Suplicy, porque estou dividindo o
tempo. Quero agradecer ao deputado Enio Tatto, líder da Minoria.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra
então o deputado Eduardo Suplicy pelo tempo de cinco minutos e 14 segundos para
finalizar o tempo da Minoria.
O SR. EDUARDO SUPLICY -
PT - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Quero cumprimentar os advogados presentes e a OAB.
(Manifestação nas galerias.) Senhor
Presidente André do Prado, o mundo jurídico paulista está sendo palco de
intensas discussões a respeito do PL que dispõe sobre o aumento das taxas
jurídicas sobre serviços públicos de natureza forense, bem como sobre outras
providências.
Venho à tribuna para debater uma questão
de extrema importância: o orçamento e os gastos do Tribunal de Justiça de São
Paulo. Solicito, em nome da transparência, da avaliação adequada, que seja
fornecido um detalhamento completo dessas informações, pois é fundamental que
analisemos o orçamento do Tribunal de Justiça, que está defasado, e, se há
necessidade de aumentar os custos, quais medidas podemos tomar para sanar esse
problema sem que onere mais a população.
É de extrema importância que solicitemos,
de maneira incisiva, um detalhamento completo. Precisamos examinar
minuciosamente esses dados. Não vejo a necessidade de urgência para a votação
dessa propositura.
É necessário bem estudar e debater em
audiências públicas, com especialistas e a sociedade civil. (Manifestação nas
galerias.) Somente com um estudo aprofundado dessas informações, poderemos
tomar decisões justas e embasadas, garantindo que o acesso à Justiça seja uma
realidade para todos os cidadãos de São Paulo.
Já enfrentamos dificuldades consideráveis
no acesso à Justiça em nosso país e esse aumento proposto agrava essa situação.
A população enfrenta inúmeros obstáculos para buscar a Justiça, e essa medida
tornará ainda mais difícil o acesso apropriado a esse direito fundamental. Essa
proposta vai de encontro aos princípios fundamentais estabelecidos na
Constituição Brasileira, em especial nos incisos 34 e 35 do Art. 5º.
A aprovação desse projeto de lei
resultaria em maior desigualdade e aprofundaria as barreiras ao acesso à
Justiça. Vale ressaltar que as custas já são elevadas, e nem sempre é concedida
assistência judiciária gratuita, o que torna a situação ainda mais preocupante.
Os serviços e taxas do Tribunal de Justiça
estão entre os mais altos do Brasil. Devemos interpretar toda a Constituição de
acordo com o seu preâmbulo e os Arts. 1º e 3º, que fundamentam nosso
compromisso com a Justiça com maior igualdade e bem-estar da população.
Para ilustrar a magnitude do aumento
proposto, cito o exemplo em uma execução de alimentos. Considerando uma pensão
de cinco mil reais atrasada por dois meses, o aumento das custas judiciais e
possíveis recursos seria de 212 por cento.
É inegável que o aumento proposto
prejudica gravemente o acesso à Justiça e contraria os princípios fundamentais
da Constituição. Portanto, é nosso dever, como representantes do povo, zelar
pelo acesso igualitário e efetivo à Justiça, garantindo que todos os cidadãos
possam exercer o seu direito e buscar soluções para seus conflitos de forma
acessível.
Assim, conclamo todos os colegas desta
Assembleia a unir forças nessa luta pelo acesso igualitário à Justiça, pois é
imperativo que exerçamos nosso papel de fiscalizadores, cobrando transparência
e responsabilidade na gestão dos recursos do Tribunal de Justiça. Nossos
cidadãos dependem de nós para assegurar que a Justiça não seja apenas uma
palavra vazia, mas sim uma realidade tangível para todos nós.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Manifestação nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO -
PL - Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que
estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Caio França.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - Para uma verificação
de votação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Fazemos agora uma verificação de votação. Sras. e
Srs. Deputados, vamos proceder à verificação de votação pelo sistema
eletrônico.
A partir deste momento estamos fazendo
soar o sinal intermitente por quatro minutos, para que as Sras. Deputadas e
Srs. Deputados que se encontram em plenário tomem conhecimento da votação que
se realizará.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Para colocar a
Federação PT/PCdoB/PV em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação
PT/PCdoB/PV em obstrução.
A
SRA. ANALICE FERNANDES - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Analice Fernandes.
A
SRA. ANALICE FERNANDES - PSDB - Colocar a Federação
PSDB CIDADANIA em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação PSDB
CIDADANIA em obstrução.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Monica Seixas.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Federação PSOL REDE em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação PSOL
REDE em obstrução.
O
SR. PAULO CORREA JR - PSD - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Correa Jr.
O
SR. PAULO CORREA JR - PSD - Para colocar o PSD em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSD em
obstrução.
O
SR. LEONARDO SIQUEIRA - NOVO - Pela ordem, Sr. Presidente. Partido Novo em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Partido Novo em
obstrução.
O
SR. GERSON PESSOA - PODE - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
Gerson Pessoa.
O
SR. GERSON PESSOA - PODE - Podemos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Gerson Pessoa
coloca o Podemos em obstrução.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Caio França.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - Para colocar o PSB em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSB em
obstrução.
O
SR. DR. ELTON - PSC - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Dr. Elton.
O
SR. DR. ELTON - PSC - PSC em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSC em
obstrução.
O
SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Marcio Nakashima.
O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Para
colocar o PDT em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PDT em
obstrução.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL -
Tendo transcorridos os quatro minutos, o sistema eletrônico ficará aberto para
que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados votem “sim”, “não” ou registrem
“abstenção” nos terminais dispostos em suas mesas.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente,
para fazer um esclarecimento sobre a votação, uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O
esclarecimento é pertinente. Estamos em processo de votação, deputado Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - É
uma informação rápida, Sr. Presidente. Nós, da oposição, estamos em obstrução e
vamos continuar em obstrução até o final, não votaremos nem “não”, porque o
“não” também ajuda a aprovação do PL.
Então quem votar “não” durante, ou
mesmo depois, estará ajudando na aprovação do projeto. Quero dar essa
informação à OAB para que vocês tenham ciência de que quem votar “não” também
estará ajudando na aprovação desse nefasto projeto.
E a OAB está orientando os deputados e advogados...
O SR. PRESIDENTE -
ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Giannazi, encaminhamento não é pertinente
mais.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - ... a votarem contrariamente ao projeto.
O SR. ALEX MADUREIRA - PL - Pela ordem, Sr. Presidente, só para corrigir aqui o deputado Giannazi, nós não estamos votando o projeto, estamos votando a urgência do projeto. Não estamos votando o mérito. (Manifestações nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Estamos em processo de votação, não vou mais abrir a palavra para ninguém.
O SR. TEONILIO BARBA - PT - A urgência é tão nefasta, igual ao projeto. É tão nefasta, igual ao projeto.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não havendo mais deputados para votar no sistema eletrônico, faremos a votação agora nos microfones de aparte para os deputados que não conseguiram registrar o seu voto no sistema eletrônico. Estão abertos os microfones.
O SR. GUTO ZACARIAS
- UNIÃO - Para que as custas fiquem em quem usa o serviço e não seja
necessário aumento de imposto, eu voto “sim”.
O SR. PRESIDENTE -
ANDRÉ DO PRADO - PL - Guto Zacarias vota “sim”.
Mais algum deputado gostaria de registrar o seu voto?
O SR. PAULO FIORILO
- PT - Sr. Presidente, o Carlos Cezar vota e acabou.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado
Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Sr. Presidente, para
votar “sim”, por mais Saúde, Educação, Transporte, Segurança (Vozes
sobrepostas.).
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Mais algum dos
senhores deputados ou das senhoras deputadas gostaria de fazer seu voto nos
microfones de aparte? (Pausa.)
Não havendo mais deputados interessados
em fazer seu voto nos microfones de aparte, faremos agora a alteração de voto.
Algum dos senhores deputados gostaria de alterar o seu voto? (Pausa.)
*
* *
- Verificação de votação pelo sistema
eletrônico.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não
havendo mais deputados interessados em alterar seu voto, passaremos agora à
proclamação do resultado: votaram “sim” 45 deputados, três deputados votaram
“não”, mais este presidente, 49 votos, quórum que aprova o Requerimento de
Urgência do referido projeto.
O
SR. TEONILIO BARBA - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, o
deputado Teonilio Barba.
O
SR. TEONILIO BARBA - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Só para fazer um
registro de que os deputados que vieram a este microfone de aparte e votaram
“não”, ajudaram a dar quórum, ajudaram a [Expressão suprimida.] o bolso dos
trabalhadores e das trabalhadoras que não têm condições de acesso à Justiça,
tornando pior e cada vez mais nefasta a Justiça do estado de São Paulo.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Há sobre a mesa Requerimento de Urgência para o Projeto de lei Complementar nº
103, de 2023, de autoria do Tribunal de Contas do Estado. Em discussão. Não
havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam
como se encontram. (Pausa.) Aprovado o Requerimento.
Há sobre a mesa também Requerimento de Urgência para o Projeto de lei Complementar nº
97, de 2023, de autoria da Defensoria Pública. Em discussão. Não havendo
oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam
como se encontram. (Pausa.) Aprovado o Requerimento.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Gilmaci.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - PARA QUESTÃO DE ORDEM - É uma questão de ordem, só pedir
para V. Exa. solicitar a possibilidade de tirar das notas taquigráficas a
palavra “surrupiar do bolso do trabalhador”, palavra do deputado Teonilio
Barba. É uma palavra muito forte, eu acho que não cabe isso aqui para os
deputados, que têm o direito de votar do jeito que acharem melhor.
A palavra
“surrupiar do bolso dos trabalhadores” eu acho que é muito forte - pedir para
V. Exa. a possibilidade de tirar das notas taquigráficas.
O SR. TEONILIO BARBA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, o deputado Teonilio
Barba.
O SR. TEONILIO BARBA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Eu, apesar de
estar sendo surrupiado, concordo em retirar essa palavra, presidente. Não é
legal, mas nós temos que ter claro aqui que eu respeito todos os deputados que
vieram e votaram “sim”, mas os três deputados que vieram e votaram “não” para
dar quórum, para poderem ser aplaudidos pela plateia, que não conhece como
funciona o Regimento desta Casa, votou com voto enganando quem está ali naquela
tribuna.
Respeito quem
votou “sim”, quem votou lá com a digital, quem votou aqui no microfone “sim”,
agora, quem votou “não”, não dá para respeitar.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então peço à nossa administração
que retire das notas taquigráficas a palavra que foi dita pelo deputado
Teonilio Barba, “surrupiar”, que foi pedido pelo deputado Gilmaci Santos.
Há sobre a mesa Requerimento de Urgência para o Projeto de lei nº 96, de 2023,
de autoria da Defensoria Pública. Em discussão. Não havendo oradores inscritos,
está encerrada a discussão. Em
votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o Requerimento.
A SRA. PROFESSORA
BEBEL - PT -
Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. ITAMAR BORGES - MDB - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputada Professora
Bebel.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Só uma
comunicação. Se não é surrupiar, que o Barba até entendeu que retira, então põe
assim: “Retirou do bolso do trabalhador”. Para mim, esse seria o significado correto
da palavra.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado
Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Sr. Presidente,
havendo acordo de lideranças, requeiro o levantamento da presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Havendo acordo
de lideranças, então, esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os ainda da sessão
extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão.
Está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 18 horas e
30 minutos.
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