2 DE FEVEREIRO DE 2023
2ª SESSÃO ORDINÁRIA DO PERÍODO ADICIONAL
Presidência: TENENTE NASCIMENTO e JANAINA PASCHOAL
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - TENENTE NASCIMENTO
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - JANAINA PASCHOAL
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE TENENTE NASCIMENTO
Tece comentários sobre o pronunciamento da deputada Janaina
Paschoal.
4 - DOUGLAS GARCIA
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - DR. RAUL
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - PRESIDENTE TENENTE NASCIMENTO
Endossa o pronunciamento do deputado Dr. Raul.
7 - MAJOR MECCA
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - PROFESSORA BEBEL
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - MAJOR MECCA
Para comunicação, faz pronunciamento.
11 - PRESIDENTE TENENTE NASCIMENTO
Faz cumprimentos à presença do deputado eleito Felipe Franco
no plenário.
12 - JANAINA PASCHOAL
Por inscrição, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
13 - JANAINA PASCHOAL
Por inscrição, faz pronunciamento.
14 - RODRIGO MORAES
Por inscrição, faz pronunciamento.
15 - PRESIDENTE TENENTE NASCIMENTO
Parabeniza a cidade de Itu pelo aniversário e cumprimenta o
deputado Rodrigo Moraes e seu pai, José Olímpio, pelos serviços prestados em
seus respectivos mandatos políticos.
16 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
17 - DR. RAUL
Por inscrição, faz pronunciamento.
18 - JANAINA PASCHOAL
Assume a Presidência.
19 - DR. RAUL
Para comunicação, faz pronunciamento.
20 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Cumprimenta o vereador de Bauru, Carlinhos Cantelli, presente
na Casa.
21 - TENENTE NASCIMENTO
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
22 - TENENTE NASCIMENTO
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
23 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do dia 03/02, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Tenente
Nascimento.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - Presente
o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de
Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Hoje é 2 de fevereiro de 2023. Esta
Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.
Passamos então à leitura da lista de
deputados inscritos para este Pequeno Expediente. Queremos chamar para o seu
pronunciamento o Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Sargento Neri.
(Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba. (Pausa.)
Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.)
Deputado Jorge Wilson. (Pausa.)
Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputado
Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. A deputada Janaina
Paschoal tem o tempo regulamentar para o seu pronunciamento.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento todas as pessoas que nos acompanham, V. Exa.,
Sr. Presidente, colegas deputados aqui presentes, os funcionários da Casa, as
pessoas que nos acompanham pela Rede Alesp.
Como ontem foi
uma sessão muito especial de posse dos novos colegas, que digo que são muito
bem-vindos novamente e desejo um profícuo mandato, também quero aqui registrar
os meus votos de muito sucesso para os nossos amigos aqui deputados estaduais
que foram eleitos deputados federais e tomaram posse ontem: o Bruno Lima, o
Bruno Ganem, o Gambale.
Então a gente
recebe com amor os colegas que chegam para este mandato e deseja muita sorte
para os colegas que foram para a esfera federal. E ontem não pude me
pronunciar; é a minha primeira fala aqui depois da volta dos nossos trabalhos.
Quero desejar um ano abençoado a todos aqui no estado de São Paulo, no nosso
País, com muita saúde e com muito trabalho, porque tendo saúde e tendo trabalho
o resto a gente resolve.
Então quero
também desejar a todos nós que consigamos ter um pouco mais de harmonia na
nossa Nação, porque isso é necessário. Então são os votos de um 2023 muito
harmonioso para todos nós, brasileiros, para todos nós, paulistas, e residentes
no estado de São Paulo, que é um grande retrato do Brasil. Durante o recesso,
que é um recesso aqui do plenário, mas as nossas atividades continuam, eu
recebi muitas mensagens, muitos questionamentos sobre temas diversos.
Aos poucos nós
vamos trazendo esses temas aqui à tribuna. Porém, um dos questionamentos que
mais se repete diz respeito à sanção do nosso Projeto nº 668. E digo “nosso”
aqui com muita tranquilidade, porque na medida em que o projeto é aprovado numa
Casa Legislativa, ele passa a ser o projeto de todos nós. Então eu gostaria de
esclarecer às pessoas que estão escrevendo, mandando email, ligando no
gabinete, como é que funciona esse trâmite e do que que eu estou falando.
Desde a
vigência, desde o mandato, desde a gestão do ex-governador João Doria, vigora
aqui no estado de São Paulo um decreto que obriga funcionários públicos a se
vacinarem com as vacinas anticovid com todas as suas doses. Este decreto não
traz previsão de nenhuma sanção claramente e a verdade é que sequer poderia
trazer, porque isso é uma matéria de ordem legislativa.
Não obstante,
na prática, muitos funcionários públicos estão impedidos de trabalhar, estão
com seus salários suspensos e, por incrível que pareça, estão sofrendo
sindicâncias e processos administrativos. Não são poucos: professores do Ensino
Fundamental, professores e funcionários até das escolas técnicas públicas,
funcionários e professores das universidades públicas, policiais civis e
militares, funcionários de órgãos como o Ipem – como recebi um email ontem –,
funcionários do próprio Metrô.
Então não é
algo que atinja poucas pessoas, muito embora se trate de uma minoria, porque a
maior parte do povo brasileiro quis tomar as vacinas. E ouso dizer: se criarem
dez doses de reforço essas pessoas tomarão as dez doses, né? Eu tenho parentes que
ficam esperando a próxima dose.
Então, aqui,
percebam, não estou fazendo nenhum juízo de valor sobre as vacinas, sobre as
doses de reforço, mas existe uma minoria na nossa população que não deseja
tomar. Alguns não desejam tomar as doses, vamos dizer assim, regulares, e
outros tomaram as doses regulares e não querem tomar as doses de reforço. O
governador João Doria baixou esse decreto que não prevê punição e, apesar
disso, as punições vêm sendo aplicadas de maneira, assim, reiterada e quase que
automática.
Pois bem, ao lado da
situação dos funcionários, temos a situação dos estudantes, em especial das
escolas públicas, das faculdades públicas. Então aqueles alunos que já estavam
matriculados foram afastados de suas vagas na graduação e na pós-graduação,
seja por não desejarem se vacinar, seja por não terem aceitado uma das doses de
reforço.
Alunos com notas
lançadas, com presenças marcadas, tiveram essas notas e presenças canceladas.
Estamos falando de direito adquirido, direito adquirido que foi retirado sem
nenhuma legislação permitindo, e digo mais: alunos aprovados nos vestibulares
realizados neste ano estão com as matrículas ameaçadas.
Essa explicação
prévia é para dizer o seguinte: nós aprovamos nesta Casa o PL 668, que derruba
a exigência desse tal passaporte da vacina, assim chamado, o passaporte da
vacina ou a exigência da comprovação de vacinação para as pessoas no estado de
São Paulo estudarem, para as pessoas trabalharem e para as pessoas terem acesso
à Justiça, à Saúde, porque, por incrível que pareça, tem equipamento de Saúde
impedindo o não vacinado de usufruir dos seus serviços.
Nós apresentamos esse
projeto, que teve uma tramitação difícil aqui dentro. Vários colegas apoiaram,
é um projeto de todos nós. Ele foi aprovado aqui no final do ano, e, se esse
projeto vier a ser sancionado – e eu tenho a esperança de que será, haja vista
que foi um compromisso do nosso governador durante a sua campanha –, as pessoas
terão essa liberdade de decidir respeitada e, ouso dizer, talvez até se vacinem
mais, porque haverá maior esclarecimento, maior debate, maior tranquilidade
nesse diálogo que está muito truncado.
O projeto já foi para
o Palácio. Então, para todo mundo que está me escrevendo, fiz aqui um
preâmbulo. O projeto já saiu aqui da Assembleia, já foi para o Palácio. O
projeto já está no Palácio, se eu não estou equivocada, há dez dias. Eu estou
finalizando, Sr. Presidente, se puder... O governador tem 15 dias para
sancionar. Isso significa que ainda faltam cinco dias, né?
Então as pessoas
estão agoniadas escrevendo para o gabinete, não sei se já estão escrevendo para
o Palácio, mas o governador ainda está no prazo para analisar o projeto e, peço
a Deus, assim espero, sancionar o projeto. Porque não é justo que os alunos que
foram aprovados nos vestibulares mais difíceis do País, que foram os alunos
aprovados para estudar na USP, na Unicamp, na Unesp sejam punidos com a perda
das vagas.
Acreditem os senhores
ou não, atendi uma mãe esta semana que os filhos, no ano passado, tinham sido
aprovados aqui nas universidades de São Paulo e também na UNB. Os filhos deram
preferência aqui para São Paulo, não fizeram a matrícula na UNB, perderam a
vaga na UNB e não puderam continuar aqui por falta de vacina. Têm problemas de
saúde, os médicos não recomendaram, e na UNB a exigência não é feita.
Ou seja, São Paulo
virou uma ilha do autoritarismo. O que se exige em São Paulo não se exige nos
outros estados da Federação. Então não tem fundamentação jurídica para impor
punição de perda de salário, de sindicância, de processo administrativo, de
perda de vaga, de cancelamento de nota e de frequência para quem não quer tomar
uma das doses da vacina.
Eu enviei ofícios aos
Srs. Reitores: aos
magníficos reitores da Unesp, da Unicamp e da USP que foram muito
transparentes, foram muito transparentes. Rapidamente responderam os ofícios.
Nas respostas, que estão disponíveis nas minhas redes sociais – ou para quem
quiser eu posso encaminhar – confirmaram que alunos foram afastados de sala de
aula por força da negativa em se vacinarem. Os magníficos reitores mencionaram
que se trata de uma minoria. Realmente, tem universidade em que é um por cento,
tem universidade em que é menos de um por cento. São poucas pessoas, mas são
indivíduos que têm os seus direitos fundamentais e devem ser respeitados. Ou
será que somente essa minoria não pode ser olhada com respeito? Então eu quero
que as pessoas compreendam que nós estamos ainda nessa batalha, que o que esta
Casa poderia fazer foi feito e que o Sr. Governador ainda tem cinco dias para
analisar o Projeto nº 668, já aprovado aqui, e que pode virar lei – assim
espero – daqui a cinco dias, que é o prazo final.
Aí outras
pessoas escrevem, “mas e se ele não se manifestar?” Aí o projeto volta para
esta Casa e pode ser declarado lei por força, vamos dizer assim, do silêncio do
Sr. Governador. Mas eu acredito que isso não acontecerá. Creio que não
acontecerá dessa forma. Então peço paciência. Eu sei que os pais desses alunos
aprovados estão agoniados porque a matrícula já está para acontecer. Eu peço
paciência a esses pais. Peço que compareçam para fazer as matrículas, que
apresentem todos os documentos, não deixem de apresentar, e vamos aguardar. Os
funcionários públicos que estão também mandando e-mail para o gabinete: vamos
aguardar o governador se manifestar, é uma lei, é um Projeto de lei ponderado,
ninguém ali falou nada contra a vacina. Um jornalista me ligou, “ah, vocês
estão proibindo doses de reforço”. Não existe. Infelizmente as pessoas neste
País não leem: ouvem alguma coisa e saem escrevendo e falando. Isso não existe.
Vamos ter um pouquinho mais de paciência, em cinco dias nós teremos uma
deliberação do Sr. Governador.
Obrigada, Sr.
Presidente, inclusive pelo tempo extra.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS
- Deputada, muito bem colocado. A explicação é bem clara: não é impedimento; é,
sim, a oportunidade de escolha, livre arbítrio. Parabéns! Nós também aprovamos,
apoiamos esse projeto e quero dizer que, com certeza, o governador fará
realmente uma condição importante e terá uma decisão a favor desse projeto tão
importante para o povo paulista.
Seguindo a lista de oradores inscritos,
quero convidar à tribuna o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Coronel
Telhada. (Pausa.) Deputado Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.) Deputado Roberto
Morais. (Pausa.) Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos.
(Pausa.) Deputado Frederico d’Avila. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.)
Deputado Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputada
Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputado Tenente
Nascimento. Eu passo. Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz.
(Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. O deputado
Douglas Garcia tem o tempo regulamentar para o seu pronunciamento.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - REPUBLICANOS
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente. Quero aqui
cumprimentar todos os deputados desta nobre Casa de leis, cumprimentar também
os deputados que tomaram posse ontem, sejam bem-vindos à Assembleia Legislativa
do Estado de São Paulo. Não tive a oportunidade ainda, desde a posse do
governador até hoje, mas cumprimentar o governador Tarcísio de Freitas, novo governador
do estado de São Paulo, que vem exercendo excelente mandato desde o primeiro
dia até hoje e escolheu um corpo técnico extraordinário para compor as diversas
secretarias do estado de São Paulo. Aqui gostaria de citar alguns nomes, como
por exemplo Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública
do Estado de São Paulo. A funcionária Fernandes que tem sido diariamente
atacada. A imprensa conseguiu colocar essa pecha de que ela seria a Damares do
estado de São Paulo, sendo que a vereadora, agora secretária, funcionária
Fernandes tem feito um excelente trabalho em frente à Secretária da Mulher.
Marcos da
Costa, que é da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Tive o
prazer de conhecer o secretário Marcos da Costa e tenho certeza de que ele fará
um extraordinário trabalho.
E também
gostaria de parabenizar a escolha, que amanhã inclusive teremos uma cerimônia
de posse, do coronel Cássio Araújo de Freitas. Coronel Cássio fez um
extraordinário trabalho em frente à rota Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar e
eu sei que agora em frente à Polícia
Militar do Estado de São Paulo ele
fará um grandioso trabalho. Então, meus parabéns ao governador Tarcísio por
esse corpo técnico excelente escolhido
Também gostaria de citar a secretária de Esportes do Estado de São Paulo, coronel Helena, com a qual eu
tive a oportunidade de estar na Secretária de Esportes já na semana passada.
Além dos envios de recursos da área de Saúde aqui para o estado de São Paulo para a pasta de esportes, eu
enviei um recurso grande de emendas impositivas porque eu acredito que o
esporte salva vidas.
O esporte não é apenas utilizado como método de desenvolvimento social
como também pode ser utilizado como método de reduzir o número de pessoas que,
infelizmente, tem algum tipo de doença. A gente sabe que atividades esportivas,
quando são disseminadas, principalmente em regiões periféricas, diminui-se
também o número de atendimentos médicos.
E eu gostaria sim de parabenizar o extraordinário trabalho que está sendo
feito pela secretária coronel Helena com o programa Vida Ativa, que está dando
qualidade de vida na terceira idade. A distribuição de cartões magnéticos no
valor de 100 reais cada para as pessoas acima de 60 anos.
Isso também atinge principalmente as pessoas e os deficientes, aquelas em
situações periféricas, que não tem condições de poder investir na questão de
Saúde e, uma vez investindo em esporte, atividade esportiva às pessoas de
terceira idade, diminui-se também drasticamente o número de atendimentos nos
hospitais. Então, meus parabéns à secretária de Esportes do Estado de São Paulo, coronel Helena, que vem fazendo
um extraordinário trabalho em frente à pasta em tão pouco tempo.
Haverá aqui na Assembleia Legislativa, agora que nós
temos um Governo que olha para aqueles que realmente precisam, uma audiência
pública que será tratada, não apenas pelo deputado Douglas Garcia, como também
contaremos com a presença... foi feito o convite à Defensoria Pública do Estado
de São Paulo, ao Ministério Público do Estado de São Paulo, ao Tribunal
de Justiça do Estado de São Paulo em todas as questões envolvendo o
desenvolvimento social.
Uma integração do Estado com entidades que cuidam da questão
do desenvolvimento social. Inclusive eu gostaria de parabenizar o trabalho que
está sendo feito pelo Gilberto Nascimento Filho, atual secretário de
desenvolvimento social, e o seu secretário-executivo senhor Felipe Sabará, o
qual eu tive a honra de conhecer e também tenho a honra de convidar para vir
participar dessa audiência pública que nós celebraremos aqui na Assembleia Legislativa no dia primeiro
de março.
Deputado
Douglas Garcia, durante seu mandato, trabalhou bastante com essas entidades,
principalmente, eu gostaria de citar o trabalho da Mão Cooperadora, que é uma
ONG que fica no fundão de Parelheiros que atende crianças de periferia. Essas
crianças infelizmente não têm acesso às atividades socioeducativas e a ONG Mão
Cooperadora faz essas atividades.
Tive o prazer
de ir até esse local conhecer, ver essas necessidades. Inclusive, esta Assembleia Legislativa chegou a
premiar a ONG Mão Cooperadora, uma indicação feita na Comissão de Diretos
Humanos pelo deputado Douglas Garcia.
Também tive a
honra de conhecer o Centro de Reestruturação para a Vida durante o meu mandato,
houve a visita, se eu não me engano, no ano de 2019. É uma instituição que
cuida de mulheres que não têm condições de oferecer aos seus filhos o
tratamento adequado.
São mães novas,
mães de primeira viagem que infelizmente não sabem como tratar porque não
tiveram a educação devida – Sr.
Presidente, só mais um minuto para poder concluir – e a Cervi, que é
conhecida como Centro de Reestruturação para Vida, faz esse atendimento
extraordinário, assim como muitas outras instituições estarão presentes aqui no
dia primeiro de março.
Deixo aqui o
convite para o secretário de Desenvolvimento Social do Estado de São
Paulo, senhor
Gilberto Nascimento Filho, para que se faça presente. Eu tenho certeza de que a
gente tem muito a contribuir para o governo Tarcísio.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - Seguindo
a lista de oradores inscritos quero chamar à tribuna o Dr. Raul, que é muito
bem-vindo a esta Casa para cumprir esse mandato nesses 40 e poucos dias, mas
que é muito bem-vindo, juntamente com os novos deputados que assumiram em
virtude da posse dos novos deputados federais lá em Brasília.
Dr. Raul, o senhor é muito bem-vindo.
Use a tribuna pelo tempo regulamentar de cinco minutos.
O
SR. DR. RAUL - PODE - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente.
Quero saudar a
Presidência, os nobres colegas, as nobres colegas também, e começo a minha fala
endossando a fala da nobre deputada Janaina. Não podia, como médico, deixar de
me manifestar.
Até o próprio
Ministério da Saúde já está colocando regras. Assim como da gripe você vai
escolhendo depois as faixas etárias para ter o controle de toda a vacinação das
pessoas, o seu projeto vem ao encontro, não há por que fazer esse tipo de
exigência.
Eu tomei as
três doses, adorei quando chegou para mim a CoronaVac. No meu entendimento, a
nossa vacina é a melhor, sem menos efeitos colaterais, não ficam essa conversa,
essas dúvidas todas que ficam sendo discutidas ainda na classe médica em
relação às vacinas de RNA mensageiro.
Cada um fala
uma coisa; nós temos que ter a consciência que nós estamos diante de fatos
novos e só o tempo vai trazer os esclarecimentos necessários. Essa é que é a
verdade. Então nós temos que não ficar com tanto terrorismo em cima, ter a
prudência e tocar isso com calma. Então, endosso aqui o seu parecer.
O próximo
assunto, presidente, eu não sei qual é a competência, de quem é que dá a
atualização das tabelas do Iamspe. Não sei se somos nós, deputados, se isso
parte do governo. De qualquer forma, eu fui surpreendido com uma notícia de que
o Hospital de Olhos de Sorocaba rompeu convênio com o Iamspe. E eu trago para
vocês aqui, porque a minha área é Oftalmologia, os valores de alguns itens que
estão na tabela. É impraticável, então os hospitais acabam não fazendo.
Só para vocês
terem uma ideia: um transplante de córnea na tabela está 1.200 e poucos reais,
isso para pagar tudo, o anestesista, o cirurgião, o auxiliar, os materiais que
vão ser usados, a hotelaria do hospital, está pagando menos que o SUS. Então
você não vai ter uma adesão de um hospital de ponta, como aquele de Sorocaba, e
nem os outros serviços aí pelo interior, mesmo na nossa Beneficência
Portuguesa. Quando eu vi a tabela eu falei: “Isso aqui não dá para fazer,
porque eu sei o que é fazer e levar um prejuízo grande.”
Então, eu faço
um apelo aqui, se alguém puder me dar esse esclarecimento, onde a gente pode
mandar um requerimento para dizer que precisamos ter um reajuste dessa tabela
do Iamspe para que os funcionários públicos, tanto os lotados aqui na cidade de
São Paulo quanto no interior possam ter mais colegas médicos interessados, mais
instituições hospitalares e clínicas interessadas em atender o Iamspe. Então
fica aqui o meu parecer.
O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - Deputado, nós encaminharemos ao
Iamspe a sua fala e também faremos a solicitação para que venha a ser
esclarecido e venhamos colocar a todos o que de fato está acontecendo. Tem o
nosso apoio.
O SR. DR. RAUL - PODE - Muito obrigado, deputado.
Outro assunto:
eu já vou entrar, então, num projeto que eu gostaria de apresentar para
esclarecer os novos deputados, que é sobre escambo.
O que é o
escambo? Escambo é você fazer uma troca. Então, lá no interior a gente tinha
isso antes: olha, eu te dou uma galinha, você me dá um porco; eu te dou um pé
de alface, você me dá uma dúzia de ovos. Então isso é o escambo. Eu gostaria
que houvesse um pouco mais desse termo escambo, na verdade seria uma troca, de
medicamentos de apoio em relação aos hospitais públicos e privados.
Eu fui
surpreendido por um colega que tem uma distribuidora lá na cidade de Bauru, que
por estar vencendo o lote de medicamentos dele, presidente, a Vigilância
Sanitária mandou incinerar. Por quê? Faltavam só quatro meses ainda para vencer
os medicamentos, não havia tempo hábil para ele fazer a venda. Aquilo lá no
nosso pronto-socorro municipal seria consumido em questão de horas, e não
existe uma previsão legal para que isso aconteça.
Então, o que
nós estamos querendo fazer? Fazer um projeto de lei autorizativo para que os
hospitais possam fazer trocas. Você fez uma compra, uma licitação pública e o
seu remédio ainda não chegou, você pode pedir socorro para o outro colega do
outro hospital.
Aquela
instituição vai ceder. Existem previsões legais de como fazer isso, dentro das
boas práticas. E os hospitais podem, com o intuito final do paciente, não ficar
sem um analgésico, sem um antibiótico. Porque isso é muito grave. E você sabe
que às vezes está em falta, demora, a logística pode demorar. Isso é possível. Acho
que um projeto desse teria um alcance muito importante.
Para a minha
surpresa, quando eu fui fazer a pesquisa, eu encontrei o governo do Rio Grande
do Sul também preocupado com o mesmo assunto. Então, apesar da ideia ter
passado pela minha experiência pessoal, enquanto administrador hospitalar, no
Rio Grande do Sul o governo também está preocupado com esse tipo de situação.
Porque é muito
triste você pegar um lote de remédio, incinerar, e você acabar não utilizando.
Às vezes, só por causa da caixinha estar rasgada, o medicamento não pode ser
fornecido para outra pessoa. Se o conteúdo lá dentro está bom, por que não
podemos usar?
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS
- Seguindo a lista de oradores inscritos, queremos chamar, para o seu
pronunciamento, a deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Major Mecca.
Deputado Major Mecca tem o tempo regulamentar para o seu pronunciamento.
O
SR. MAJOR MECCA - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, a todos que estão presentes aqui na nossa Casa legislativa.
Nesse momento,
pedimos a Deus que ilumine o início do ano legislativo. É muito importante que
nós tenhamos a tranquilidade para entender que as eleições acabaram. Estamos
iniciando um ano. E esse ano precisa ser de muito trabalho.
Nós, o povo de
São Paulo, alimentamos as expectativas em relação a todas as promessas de
campanha que foram feitas por todos os candidatos, principalmente aqueles
eleitos.
O cidadão de
bem, bem como os nossos irmãos operadores de Segurança Pública, os policiais
militares, policiais civis, policiais técnico-científicos, os policiais penais,
todos nós temos uma grande expectativa de mudança a partir desse momento.
Principalmente em relação ao respeito, à dignidade dos homens e mulheres que
arriscam a sua vida para defender a vida do cidadão de bem.
E nós temos a
obrigação, como parlamentares, de trazer a este plenário, levar ao governo, o
anseio dessas pessoas. Pois os policiais estão ansiosos para trabalhar e serem
respeitados. Que é algo que eles não foram nos últimos 30 anos. Foram altamente
desrespeitados. E agora nós temos essa grande expectativa de melhora. E uma
expectativa boa.
Porque eu, em
particular, os meus colegas de bancada da Segurança Pública, todos nós já
tivemos a oportunidade de conversar com o governo a respeito de nossas pautas,
com o governador Tarcísio de Freitas, em quem depositamos uma enorme confiança.
Temos a certeza que ele fará um trabalho maravilhoso no nosso Estado.
O nosso irmão,
o secretário de Segurança Pública, Capitão Derrite, a quem nós levamos – e
levamos ao governo – uma proposta, um plano de ação para os primeiros 100 dias
de governo... Por gentileza, vocês podem colocar na tela?
Estou só mostrando
a capa desse plano de 100 dias que eu publiquei nas minhas redes, dei
publicidade, para que todos conheçam e participem. Foi um plano de ação para os
primeiros 100 dias. Onde tem uma proposta de reajuste salarial aos operadores
de segurança. A todos os profissionais que defendem o povo de São Paulo, já
nesse início de governo, nesse ano, para que seja realmente construído um plano
de reajuste salarial, para que nós possamos resgatar a dignidade desses homens
que estão sofrendo muito, muito, no nosso Estado.
Srs. Deputados,
parlamentares que estão aqui, e vocês que estão assistindo pelas redes sociais:
no mês de janeiro agora – porque esse problema continua – foram quatro
policiais militares que praticaram suicídio. Um problema epidêmico dentro da
instituição, pelo cansaço e desgaste físico e psicológico. São homens e
mulheres que não desfrutam de descanso para recompor esse desgaste. Trabalham
uma média de 16 a 20 horas por dia. Quando teriam que folgar, têm que fazer o
bico para recompor o salário.
Isso é uma
situação muito grave, muito triste, que foi arrastada para debaixo do tapete no
estado de São Paulo. E nós continuamos com a missão de trazer a esta Casa
Legislativa, ao governo do estado de São Paulo, o anseio desses seres humanos
que estão morrendo, derramando o seu sangue em solo paulista para nos defender.
E nunca abriram mão de trabalhar em nossa defesa.
No final do
ano, nós aprovamos o PLC 42, que foi aprovado aqui neste plenário. E esse
projeto determina um acréscimo de 25% no salário dos policiais que reformam,
deficientes físicos. Só de policiais militares no estado de São Paulo, nós
temos mais de sete mil homens e mulheres que estão numa cama, tetraplégicos,
paraplégicos, sendo sustentados por vaquinhas, rifas. Porque o soldo do policial,
quando reforma, mesmo sendo baleado em serviço, o salário dele diminui.
O policial não
pode mais fazer bico, porque está numa cama. Ele tem que readequar o seu
ambiente dentro de casa para uma pessoa com deficiência. Muitas vezes, a esposa
tem que sair do serviço, do seu trabalho, para cuidar do marido. O orçamento
familiar diminui em 70%, 80%. A família passa por dificuldades. E quem tem que
socorrer? Os amigos de trabalho, nós, através, como eu falei para vocês, de
vaquinha, comprar cesta básica, comprar medicamento.
E isso não é
justo com esses seres humanos, policiais no estado de São Paulo. Mas, no
entanto, nós temos uma luz que se abriu no horizonte para o nosso povo
paulista. E nós continuaremos aqui desta tribuna, continuaremos junto ao
governo, porque, graças a Deus, agora nós estamos sendo recebidos e ouvidos
pelo governo do estado de São Paulo, pelo governador Tarcísio, pelo secretário
Capitão Derrite.
E as coisas
darão certo, com fé em Deus e muito trabalho. É isso que o povo espera de todos
nós. Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS -
Deputado Major Mecca. Vamos seguindo com a lista de oradores inscritos:
deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.)
Deputado Emidio Lula de Souza. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.)
Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Leci
Brandão. (Pausa.)
Seguindo agora com a Lista Suplementar,
queremos chamar o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Castello Branco.
(Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado
Frederico d'Avila. (Pausa.)
Deputada Professora Bebel. Tem o tempo regulamentar para o seu pronunciamento.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Cumprimento todos os
assessores, cumprimento os assessores à minha esquerda, à minha direita, Srs. e
Sras. Deputadas hoje presentes aqui nesta sessão. E aproveito também para dar
as boas-vindas aos Srs. e Sras. Deputadas que terão um período conosco.
Cumprimento também o público presente, e cumprimento todos que nos assistem
através da Rede Alesp.
Um bom início
do ano legislativo, e um ruim início de ano letivo para nós, deputado Major
Mecca. Eu acho que a nossa categoria, os professores, o funcionalismo público,
agora tirando um pouco os senhores que estão contemplados, a gente tem sido
deixado de lado. Eu estou desde dezembro lutando contra essa forma de
atribuição injusta, que fez com que professores que tivessem dez, 20 anos,
ficassem com aulas, e outros...
Eu não estou
fazendo... Mas virou uma contradição, quando todos são importantes, mas também
a gente sabe onde está a origem, foi naquele PLC nº 1.374, de 2022, que
instituiu a política de subsídio e a forma de classificação, no seu Art. 80,
que foi instituída, e que lá sobrepôs a jornada ao tempo de serviço, como se
tempo de serviço não fosse importante, e não fosse uma forma de qualificação,
Dr. Raul, e é.
Então, o que
lamentavelmente aconteceu é que, se eu tenho que pegar uma jornada de 64
horas-aulas, e eu tenho, sei lá três anos de serviço, eu passo na frente do que
tem dez anos de serviço. A jornada não pode ser componente, deputado Major
Mecca, de forma de classificação. A jornada é componente do trabalho.
Então, digamos
que todos tivessem a mesma jornada. Como ia classificar mesmo? E aí, lamentavelmente,
o secretário da Educação, ele vai à rede de televisão e não fala a verdade,
fala que tem professor querendo pegar quatro horas-aulas. Ninguém vive com
quatro horas-aulas. Fale a verdade. A verdade é o seguinte. A verdade é que
forçosamente tem que pegar um montão de aulas para poder ganhar um pouco mais.
Essa que é a
questão. Essa é a lógica. Então, nós queremos ver se esta Casa se sensibiliza,
como se sensibilizou para acabar com o confisco de aposentados e pensionistas.
Aliás, elogiada, esta Casa está sendo elogiada por todo funcionalismo público,
e porque achamos que foi o melhor caminho. Não tinha que ser projeto de um.
Porque quem votou favorável não votou favorável ao confisco, votou favorável
por alguma razão, mas não era favorável ao confisco. Quem votou contra, como
foi o meu caso, também não era favorável.
Então, tinha
que ter um PLC da Casa. Foi a forma mais correta dos senhores que votaram, quem
votou favorável, poderem dizer “não, eu não concordo com esse ponto”, e nós,
que votamos contra, também dizermos que não concordamos, e a Casa saiu maior
nessa luta toda.
Então, sim,
tivemos aí também a aprovação do PLC que permitiu que não fossem demitidos 50
mil professores, na condição de categoria “O”. Mas é nessa condição por quê?
Porque os sucessivos governos do PSDB até então, eles não faziam concurso
público. O último concurso público foi fruto de uma greve. Eu sou presidente de
um sindicato, que é a Apeoesp, e nós conseguimos um concurso público para 59
mil professores, em 2013. De lá para cá, nenhum concurso mais. Óbvio que hoje
os temporários estão superando os efetivos, e isso é ruim, porque o concurso
público é a melhor porta de entrada.
Eu quero aqui,
deputado Major Mecca, crer, mas crer mesmo, que o governo Tarcísio vai nos chamar
também para conversar. Vai orientar que o secretário de Educação nos chame, e
não o secretário-executivo, porque me parece que o professor sempre está na
rabeira quando nós formamos todos os profissionais. Dessa forma, você veja, eu
estou desde dezembro na praça. Isso é humano? Não é, deputada. Para evitar
certas coisas, eu entro até para fazer certas coisas que não acho que é
correto, entendeu? Para começar com um diálogo primeiro. Aí, não somos
reconhecidos nem na ação, nem na forma, nem no... Entendeu? Como assim?
Então, eu não
gostaria de começar... Como é que eu diria? Um novo Governo com uma ação que a
categoria não vai conseguir segurar. Vai ter que corrigir isso, nós temos que
fazer essa correção. Esta Casa pode acertar, é o Art. 80. Eu já tenho um PL,
mas, se não quiserem, vamos fazer da Casa de novo.
Volta a
atribuição por tempo, provas, títulos e tudo; essa é a forma correta. Depois, a
gente, ao longo do ano, vai acertando a vida, mas isso é o essencial para a
gente pelo menos fazer um pouco de justiça, para acertar em justiça. Eu disse
para o secretário Executivo, que não é o secretário da Educação: “Os senhores
estão assumindo uma pauta que não é dos senhores, é do outro governo”. É ele
que fez, para que assumir isso? Está dando bororó? Para, começa de novo.
Continuou.
A minha
esperança é de que nós consigamos revogar esse artigo da lei de subsídio e
pensar na carreira, também, para os profissionais da Educação, porque subsídio
não é carreira. Esse PLC passou por um voto, então, me parece que tem problemas
aqui na Casa também.
Muito obrigada,
Sr. Presidente. Aliás, dois votos. Muito obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - Seguindo
a lista de oradores inscritos, queremos chamar para seu pronunciamento o
deputado Conte Lopes, nosso sempre e grande capitão Conte Lopes. Capitão Conte
Lopes, que é o decano nesta Casa, um dos mais longevos deputados deste
Parlamento.
O
SR. CONTE LOPES - PL - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha.
Obrigado, Sr. Presidente, pela colocação da nossa antiguidade. Eu até tinha
jurado que não ia mais falar do governo Lula, mas, pedindo permissão até a
Professora Bebel, sou obrigado a falar do governo Lula.
Posso falar,
porque eu conheço o Lula - até pela antiguidade, como colocou o nosso
presidente, Tenente Nascimento, de enfrentar o Lula desde 78, quando o Lula era
presidente dos metalúrgicos lá, do Sindicato dos Metalúrgicos, e eu era tenente
da Rota. Quarenta dias de greve naquele ABC e o Lula de um lado, dando porrada
na gente, jogando pedra, jogando miguelito, jogando bolinha de gude, e nós
revidando do nosso lado.
Mas por que é
que eu estou falando isso? Não vou mais falar do Lula, chega. Mas ontem,
assistindo ao Jornal Nacional, vai lá um delegado da Polícia Federal, que quem
tem armas vai ter que recadastrar as armas de novo. Meu Deus do céu, tudo de
novo? Quando o Lula assumiu, professora Bebel, em 2002, já fizeram isso. Nós
fomos lá e fizemos, cadastramos as nossas armas tudo no Exército, tudo
certinho. Agora, vem uma nova ordem para ser na Polícia Federal.
Então,
realmente, é um negócio que causa espanto. Causa espanto. Por que fazer isso
contra quem tem uma arma, se já está cadastrado já? Tem que recadastrar na
Polícia Federal agora? Eu só fico espantado porque ninguém faz nada contra os
bandidos. Tirar fuzil do bandido no morro, tirar arma dos marginais.
Porque a arma é
um instrumento de defesa, sim. Inclusive, quem tem chácara, quem tem sítio,
quem mora no interior, para impedir invasão de bandidos, que acontece muito e a
pessoa pode se defender. Viram o que aconteceu em Brasília esses dias?
Invadiram uma chácara e mataram dez pessoas da mesma família: o avô, a avó, o
filho, a nora e as crianças. Dez pessoas foram mortas por bandidos. Bandido não
tem piedade de ninguém, não.
Então, eu
pediria ao ministro Dino que visse esse lado. Vamos desarmar os bandidos
também. Não é só a população, não. Não é só a população de bem. Vamos desarmar
primeiro os bandidos. Ninguém vai querer ter armas se você tem segurança.
Ninguém tem armas se tem segurança. Se a gente anda com uma arminha na paia é
porque não tem segurança, porque tem medo de ser atacado por bandido, por um
PCC da vida, e ser morto. Então, você arruma um jeito de se defender. E você
não pode?
Estão falando
até, no governo atual do Lula, em tirar as armas de policiais aposentados.
Vejam que absurdo. Você trabalha combatendo o crime na polícia por trinta anos,
como policial militar, policial civil. Você sai da polícia e te tiram a arma.
Você sai pelado na rua? Porque o policial sem a arma é a mesma coisa que estar
pelado na rua. Não tem defesa nenhuma. Então, não dá para entender uma coisa
dessas.
Agora, a gente
não vê ninguém querendo atacar os bandidos do Rio de Janeiro com seus fuzis ou
os PCCs aqui de São Paulo. Os assaltos que acontecem em São Paulo
diuturnamente, a bandidagem tomando conta para todo lado, mas agora, estão
preocupados com a pessoa que tem uma arma registrada.
Vamos fazer o
bandido registrar a arma dele. Vamos lá, vamos lá. Vamos deixar a polícia
combater o crime. Vamos lá, com esse negócio de câmera para tudo quanto é lado.
A câmera tem que ajudar o policial, não ir contra o policial. O bandido não tem
câmera para nada.
Vou repetir:
dez pessoas da mesma família, criancinha de dois, três anos sendo morta.
Ninguém fala “porra” nenhuma. Ninguém abre a boca para nada. Parece que é
normal matar uma família, homens, mulheres, crianças da mesma família. Aí pode.
Bandido não pode morrer.
E o cidadão de
bem que quer ter uma arma para poder se defender... Porque a polícia não vai
estar 24 horas dando proteção para todo mundo. É impossível. A pessoa quer ter
uma arma para se defender, inclusive no interior, onde tem seus sítios, suas
chácaras, suas fazendas, e não quer que bandido invada e domine sua família e
roube tudo o que tem. Essa pessoa tem que devolver a arma; o bandido, não. O
bandido não precisa defender nada. Está à vontade.
Então, fica aí
a minha colocação mais uma vez. A preocupação é com as pessoas de bem, com as
pessoas honestas, não é contra o banditismo, não é contra os bandidos que estão
executando e matando todo mundo, que é um terror total. Não, é contra as
pessoas de bem, inclusive com ideias de até desarmar policiais quando eles
vierem a se aposentar.
Obrigado, Sr.
Presidente. É o fim do mundo, essas colocações. A gente é obrigado a falar e
reclamar, porque vi isso no Jornal Nacional, um decreto assinado pelo
presidente Lula. Então, presidente, vamos devagar com isso, porque o santo é de
barro. O santo é de barro, pelo amor de Deus.
O
SR. MAJOR MECCA - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para uma comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS -
É regimental, deputado Major Mecca.
O
SR. MAJOR MECCA - PL -
PARA COMUNICAÇÃO - Complementando a fala que fez o deputado Conte Lopes acerca
do foco que o Ministério da Justiça, o Sr. Ministro Flávio Dino, está tendo em
desarmar o cidadão de bem: ministro, se o senhor não sabe, existe algo que há
décadas assola os policiais, os trabalhadores no estado de São Paulo e em todo
o Brasil, que é o terrorismo criminal. Facções criminosas que cresceram dentro
do estado de São Paulo e em todo o Brasil por conta da impunidade de leis que
afagam o bandido.
Os senhores aí
em Brasília precisam trabalhar para acabar com a saída temporária, trabalhar
para que haja um combate efetivo ao narcotráfico, a vigilância das fronteiras.
Muita cautela com criação de guarda nacional, para não se criar guardas
pretorianas que não têm como foco o cidadão, aquele trabalhador, o comerciante
que levanta a porta do seu comércio de manhã e não quer morrer na mão de um
bandido que saiu na saída temporária, não voltou e está na rua matando a troco
de um celular, matando um atendente atrás de um balcão.
Os cidadãos de
bem têm a expectativa de que os senhores que hoje têm a autoridade para a
tomada de decisão saibam a quem ajudar, pois o cidadão de bem, o trabalhador
que passa grandes dificuldades espera que o senhores tenham consciência e
discernimento nas suas tomadas de decisão e não deixem o povo, como disse o
deputado Conte Lopes, à mercê do crime.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - Deputado
Major Mecca, fale ao deputado Conte
Lopes que nós vamos encaminhar essa sua fala à Presidência da República. Peço
que sejam encaminhadas ao gabinete do presidente para que realmente venham a
ser esclarecidos o motivo e a razão de um decreto como este.
Quero aqui antes de chamar o próximo
orador para a tribuna, estamos aqui no plenário com o deputado eleito Felipe
Franco, do União Brasil, que já está aqui tendo conhecimento do plenário. Muito
bem-vindo para que a partir de março tenha uma atuação brilhante como foi a do
nosso deputado Bruno Lima.
Deputada Tenente Carmelidia, muito
bem-vinda mais uma vez. Nós ficamos muito felizes com a sua presença aqui para
cumprirmos esta legislatura que se encerra agora em março. Muito bem-vinda.
Para chamar a próxima oradora quero
convidar à tribuna novamente a deputada Janaina Paschoal. A deputada Janaina
Paschoal tem o tempo regulamentar para o seu pronunciamento.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente. Como disse na primeira
intervenção, aos poucos eu vou trazendo os assuntos que foram encaminhados ao
gabinete nesse período de recesso do plenário. E um dos temas que já é de minha
preocupação e da preocupação de vários colegas aqui na Casa findou ganhando
muita visibilidade na semana passada em virtude de uma reportagem da Globo.
Agora eu fico
só em dúvida se é a Rede Globo efetivamente ou se é o G1, mas é do grupo Globo
e é um tema sobre o qual eu já me debruço há muitos anos não só aqui como
parlamentar, mas como professora de Direito, e dentre as disciplinas, Bioética.
Então que
matéria foi essa? Foi uma matéria, a princípio, para comemorar ou para chamar
atenção, para dar visibilidade aos direitos das pessoas transexuais, haja vista
que na semana passada, se eu não estou equivocada, foi o Dia da Visibilidade
Trans.
E quero aqui
deixar muito claro que sou uma defensora dos direitos de todas as minorias -
todas, sem exceção. Como professora de Direito sempre lutei pelos direitos
fundamentais de todo ser humano, independentemente de crença religiosa, de
profissão, de raça, de gênero, de sexo. Então isso eu quero deixar registrado
aqui e a minha história não nega esse fato.
Mas eu faço
aqui um primeiro questionamento e compreendo a indignação das pessoas que
entraram em contato com o gabinete, que mandaram essa matéria pedindo alguma
providência. Eu queria entender por que no Dia da Visibilidade Trans a Rede
Globo achou necessário fazer uma matéria sobre crianças consideradas
transexuais; por que a Rede Globo achou necessário entrevistar e expor crianças
pequenas consideradas transexuais.
E nessa
reportagem que eu considero abusiva e muitas das pessoas que me escreveram
também tiveram essa percepção, porque a Constituição Federal, o ECA, coloca as
crianças e adolescentes como prioridade máxima, não permite expor crianças e
adolescentes. E essa matéria, que poderia ter sido feita com pessoas adultas,
foi uma matéria voltada a destacar o crescimento, os tratamentos hormonais,
cirúrgicos, de crianças consideradas trans. Nessa matéria é reportado o
trabalho realizado em um laboratório, em um ambulatório que existe aqui no
Hospital das Clínicas. Esse trabalho não ocorre apenas aqui no estado de São
Paulo, ele ocorre em outros Estados da Federação, são pequenos núcleos, são
pequenos núcleos. Inclusive, na matéria eles dão os endereços de onde ocorre
esse tratamento no Brasil, e eu e outros colegas aqui da Casa já desde o início
do mandato nos preocupamos com as terapêuticas desenvolvidas nesses núcleos.
Então quero aqui deixar claro, não sou mentirosa, não sou dissimulada de dizer
que concordo com esses tratamentos. Não concordo não é por questões religiosas,
não é por preconceito, não é por nada disso, porque hoje nós vivemos um momento
em que nós não podemos falar, porque se falamos recebemos adjetivos.
Então as poucas
vezes que eu tratei desse tema fui chamada de “transfóbica”, e o que eu digo
aqui não tem nada a ver com transfobia. Eu, na condição de professora de
bioética, muito antes de ser deputada, me debrucei sobre esses tratamentos e
identifiquei textos, inclusive acadêmicos, de profissionais da área de Saúde do
mundo inteiro questionando esses tratamentos, inclusive médicos que
participaram de equipes que realizavam esses tratamentos que se arrependeram de
participar dessas equipes e passaram - eu não vou utilizar o verbo “denunciar”,
mas passaram - a querer debater até que ponto seria ético aplicar em crianças
de tenra idade tratamentos que não têm volta. Temos um médico agora aqui no
plenário. São tratamentos que não têm volta porque a reversibilidade é muito
limitada, seja da cirurgia, seja do tratamento hormonal. Então eu sempre fui
crítica e preocupada com as terapêuticas que acontecem nesse ambulatório e em
outros ambulatórios no País.
Mas, como se
não bastassem essas terapêuticas, que eu posso até – se houver possibilidade –
detalhar as minhas preocupações. Agora a Rede Globo decidiu propagandear porque
existem as terapêuticas. Eu conversei com médicos que as defendem. Como tem
médicos que criticam, tem médicos que defendem. Eu visitei o ambulatório, fui
muito bem recebida, recebida com muita transparência, conversei com os pais,
conversei com as crianças, conversei com os profissionais. Então aqui eu fui,
ouvi o outro lado, sigo com o meu pensamento de que são intervenções muito,
muito, vamos dizer assim, precoces. Então, assim, as minhas críticas são uma
coisa, sei que é um tema polêmico na própria medicina, na própria seara da
Saúde. Agora, quando a Rede Globo decide propagandear, independentemente da
opinião, da convicção, já entra numa outra seara. Por que não conversar com
pessoas trans adultas? Por que trazer à tona a ideia de que se um menino ou uma
menina, pequenininho - o caso que eles narraram era uma criança de dois anos
que brincava com brinquedos considerados do sexo oposto - por que trazer à tona
que já se pode bloquear o desenvolvimento hormonal biológico dessa criança com
seis, sete, oito anos de idade? Por que trazer à tona o tratamento hormonal
para desenvolver as características do sexo oposto? E a matéria sugere que eu
já estou preparando um requerimento de informações para esclarecer isso junto
com a minha equipe, que inclusive intervenções cirúrgicas de redesignação estão
sendo realizadas antes dos 18 anos, o que viola frontalmente a normativa ética
vigente, porque existe uma normativa que a meu sentir já é precoce, mas a
matéria dá a entender que sequer a normativa vem sendo observada.
Então, esse é
um tema que precisa ser olhado com seriedade, não é com adjetivos, nem de um
lado nem do outro. Quem questiona não pode ser chamado de transfóbico. Por
outro lado, quem questiona tem que tomar cuidado para não fazer acusações sobre
os profissionais, para não fazer acusações sobre os pais.
Eu recebi uma
comitiva de pais aqui pedindo pelo amor de Deus para eu não proibir o
tratamento, porque eu apresentei uma emenda aqui nesta Casa. Eu respeito esses
pais, entendo o sofrimento deles, mas esse é um tema que precisa ser debatido
no Brasil com liberdade, não com propaganda, não com exposição de crianças,
como a Rede Globo fez. Com seriedade, ouvindo-se as partes, ouvindo-se
profissionais, porque até onde eu sei o tratamento hormonal até mesmo para
mulheres adultas que estão, por exemplo, na fase da menopausa, tem uma série de
pesquisas mostrando que podem ter efeitos colaterais inclusive cancerígenos.
Se para uma
mulher adulta um tratamento hormonal pode ter efeito colateral de
desenvolvimento de um tumor, que dirá no corpo de uma criança de seis anos,
porque eles estão bloqueando com seis, sete anos, e depois estão estimulando
com 13, 14 anos.
Eu vou
encerrar, Sr. Presidente. Eu vou encerrar.
Então, nós
precisamos ter a liberdade e a seriedade de debater essa situação que está
acontecendo aqui no estado de São Paulo.
Quando, em
2019, eu trouxe o tema à tona a primeira vez fui chamada de mentirosa, disseram
que eu tinha inventado, mas eu já conhecia de antes.
Então eu
entendo que esta Casa precisa se debruçar sobre isso com seriedade, com
respeito a todas as partes envolvidas, mas em especial, em atenção aos direitos
daquelas crianças que na fase adulta podem se arrepender e aquela situação não
vai ter volta.
Obrigada, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - Dando
por encerrado o Pequeno Expediente, nós estamos abrindo o Grande Expediente e
passaremos a chamar os oradores inscritos.
*
* *
- Passa-se ao
* * *
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - Deputado
Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado
Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Carlos
Giannazi. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputada Carla Morando.
(Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.)
Chamo novamente, para que a senhora possa até concluir o raciocínio, deputada
Janaina Paschoal.
Tem o tempo regulamentar, agora, de 10
minutos para que a senhora conclua inclusive a sua fala muito importante para
esclarecimento a todos.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PRTB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Obrigada,
presidente. Nem vou usar o tempo todo.
Eu queria
tentar trazer um caso concreto, uma hipótese para reflexão de todos, para as
pessoas entenderem que não tem preconceito no que eu estou falando, não tem
implicância.
Vamos imaginar
um menino, uma criança que nasceu do sexo masculino, um menino biológico que
com três, quatro anos diz para a mãe e para o pai que ele não é menino, que ele
é menina. Diz qual o nome que ele quer receber, decide usar vestido, decide
brincar com brinquedos mais comuns às meninas. Eu evito falar brinquedo de
menino e de menina porque eu entendo que criança tem direito de brincar do que
e com que quiser.
Esse é o meu
pensamento, criança tem o direito de brincar. Aliás a criança tem que brincar
do que e com que quiser. Acho que a gente já saiu daquele momento das cavernas
que um menino não pode brincar com um carrinho de boneca da irmã, a menina não
pode fazer futebol. Nós já saímos desse momento. Mas vamos imaginar que seja
uma situação que o garotinho não aceita colocar roupa típica de menino, se é
que é o correto, já não se sabe mais como pode falar, brincar de bola, não gosta
do próprio nome, quer utilizar nome de menina.
Vai ter um
acompanhamento. O acompanhamento psicológico, o acompanhamento social, uma
conversa da família, dos profissionais na escola, para que a escola acolha
aquela criança, que não reprima a criança, que não constranja a criança. Tudo
isso aí, eu entendo que é necessário, importante, desejável, e é coerente com a
legislação vigente.
Vamos esquecer
esses tratamentos todos. Esse garoto vai chegar nos nove ou 10 anos, depois
entra na adolescência, vai começar a receber um mar de hormônios compatíveis
com o seu sexo de nascimento. Esses hormônios podem ter o efeito de conciliar
essa criança com o seu sexo de nascimento. E aquela fase pode passar.
Se nós
admitimos bloquear esses hormônios, como está acontecendo no estado de São
Paulo, nós estamos privando essa criança dessa oportunidade de se conciliar com
o seu sexo de nascimento. Vejam os senhores, não estou dizendo que não existem
pessoas trans, que as pessoas trans não têm os seus direitos, que não têm que
ser reconhecidas. Não é nada disso. Agora, tirar da criança essa chance, é uma
violência.
Além de você,
ao bloquear, impedir essa conciliação, ao estimular... Porque a segunda fase do
tratamento é estimular o desenvolvimento das características do sexo contrário.
Ao estimular o desenvolvimento das características do sexo contrário, você pode
aniquilar a própria vida sexual futura dessa pessoa.
Porque esse
garotinho, que brincava com brinquedos de menina, usava roupas de menina, ele
pode ser um homem heterossexual na vida adulta. Ele pode ser um homem
homossexual na vida adulta. E ele pode ser uma mulher trans.
Quando se
aplicam hormônios para desenvolver as características do sexo oposto, num homem
biológico, existe a atrofia dos testículos. O pênis não cresce como haveria de
crescer. E, mesmo que essa criança, na vida adulta, venha a ser um homossexual,
a sua vida sexual vai ficar comprometida. Estão compreendendo? Eu tenho muitos
amigos homossexuais. E eu conversei com vários deles sobre esse tema, quando eu
comecei a mergulhar nisso.
E eu perguntei:
“Como você era quando era pequenininho?”.
Alguns nunca
tiveram essa situação, de quererem ser meninas, de querer usar roupa da irmã.
Mas muitos sim.
Aí eu perguntei
para esses amigos adultos, homossexuais: “Como é que seria se os seus pais
tivessem te dado esses hormônios, como é que você se sentiria hoje?”.
Porque, de
certa forma, essas crianças estão sendo transformadas. Esses homens adultos,
homossexuais, disseram que seria um terror. Porque eles são homens, se atraem
por outros homens, mantêm relação sexual com outros homens, mas eles gostam de
seu corpo de homem. E uma atrofia do pênis, uma atrofia dos testículos, teria
um impacto negativo na sua vida sexual.
Quando nós
olhamos para as meninas biológicas, ou seja, as pessoas nascidas mulheres, que
passam por esse procedimento, a situação é ainda mais radical. Por quê? Porque
aí você tem toda uma atrofia do aparelho reprodutor, com esses hormônios, o
útero, os ovários. Quando a gente não tem, ainda em fase não adulta, as
cirurgias de extração dos seios e do útero, levando essas pessoas à
esterilidade. Percebam os senhores o radicalismo dessas intervenções.
Então,
independentemente de qual será a sua apresentação, o seu gênero na fase adulta,
ou a sua vida sexual na fase adulta, esses tratamentos têm impacto. Muito
embora muitos textos digam que os tratamentos hormonais são reversíveis, quando
a gente vai estudar no detalhe, sabe que não.
A legislação
que trata de planejamento familiar proíbe a esterilização. Para fazer uma
laqueadura, uma vasectomia nesse país, olha... E nós estamos admitindo
esterilizar adolescentes com esses tratamentos. Percebam os senhores que esse
debate técnico, sério, responsável precisa ocorrer.
Como é que nós
vamos olhar para essas crianças daqui a 20 anos quando elas nos acusarem de
omissão? “Ah, vocês, deputados estaduais, você, governador, você, presidente da
República, vocês, promotores de Justiça, vocês não sabiam que estavam tirando a
nossa chance ou de uma reconciliação com o sexo biológico ou de ter uma vida
sexual adulta prazerosa? Vocês não sabiam disso?”.
Por que a
matéria da Rede Globo não foi buscar os depoimentos das pessoas adultas que
fizeram esses procedimentos em vários países e se arrependeram? E tentaram reverter
e processaram os médicos? E atentaram contra a própria vida? Por que eles só
contaram um lado? O lado bonitinho, o lado de liberdade? Por quê?
Eu tenho
certeza de que amanhã vão começar: “Janaina transfóbica, Janaina transfóbica”.
Janaina defensora das crianças e dos adolescentes. Isso não tem nada a ver com
transfobia. Pessoas adultas são pessoas adultas. Crianças e adolescentes não
são brinquedos, não podem ser feitos de bandeiras. Eu estive com esses médicos
e eu acredito na boa vontade deles; eu não estou aqui dizendo que são pessoas
de má-fé. Não é isso.
Mas fora do
Brasil, esses tratamentos já estão sendo questionados. Nós precisamos conhecer
os argumentos. Eu estive com esses pais, eu vi muita gente indignada com a
matéria, xingando os pais; é injusto. Atacar esses pais não é o caminho. Nós
precisamos entender o medo que incutiram na cabeça desses pais, porque o que
dizem para essas famílias é o seguinte: “se vocês não fizerem uma afirmação
desse gênero, seu filho, sua filha vai atentar contra a própria vida na época
da adolescência”. Como é que um pai, uma mãe diz não diante disso?
Então, eu peço
que este tema seja avaliado pelos Srs. Deputados de todas as áreas. Falo,
especialmente, para o colega que é médico, porque independentemente de concordar
ou divergir, eu acredito que é mais fácil de apreender esses riscos. Será que
esses riscos estão sendo declarados?
E fica aqui,
independentemente da discussão técnica, científica, o meu repúdio à maneira
como a Rede Globo abordou o trabalho do ambulatório do Hospital das Clínicas.
Um trabalho dessa natureza, com esse impacto, não pode ser propagandeado.
Obrigada, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS -
Seguindo com a lista de oradores inscritos, quero chamar, para seu
pronunciamento, o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada.
(Pausa.) Deputado Paulo Lula Fiorilo.
(Pausa.) Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Deputado Edson
Giriboni. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Frederico
d’Avila. (Pausa.) Deputado Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Deputado Caio França.
(Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Alex de Madureira.
(Pausa.) Deputado Tenente Nascimento, que faz permuta com o deputado Rodrigo
Moraes, para que ele use a tribuna pelo tempo regulamentar de 10 minutos.
O SR. RODRIGO MORAES - PL
- Sr. Presidente desta
sessão, nosso querido deputado Tenente Nascimento, já agradeço a concessão do
seu tempo, a permuta para que eu pudesse estar aqui ocupando a tribuna no dia
de hoje.
Quero cumprimentar os deputados desta
Casa, cumprimentar aqui também os funcionários, a Polícia Militar, todos aqui
presentes, a imprensa, e agradecer mais uma vez esta oportunidade de poder
ocupar esta tribuna para falar hoje lá da cidade onde eu nasci, a cidade de
Itu, minha cidade querida, que me deu uma grande votação agora nas últimas
eleições e que hoje completa 413 anos de existência, de emancipação política.
É uma cidade, na história, importante
tanto aqui no nosso Estado como no nosso País, pois é o berço da República. Uma
cidade com muita história, uma cidade que desenvolveu muito aquela região – ali
onde nós estamos – administrativa de Sorocaba. Então eu quero aqui cumprimentar
a nossa cidade e dizer que eu me sinto feliz de ser filho da terra.
Meu pai começou na vida pública de Itu
como vereador, foram três mandatos. Foi presidente da Câmara e também foi o
autor de um projeto importante. Ele fez a indicação, na década de 80, de um
bairro importantíssimo ali para a nossa cidade, que cresceu muito em um dos
maiores programas habitacionais da época no estado de São Paulo, que inclusive
foi aprovado nesta Casa, na Assembleia Legislativa.
É o bairro Cidade Nova, que fica ali na
região do Pirapitingui. Hoje mais de 70 mil pessoas moram naquele bairro. Na
época, o Estado cedeu uma área que foi aprovada aqui nesta Casa. Meu pai, José
Olímpio, na época como vereador, fez a indicação. Até então o governador era o
Franco Montoro.
Depois, através de um trabalho que também
foi feito aqui nesta Casa, através, na época, da deputada Maria do Carmo
Piunti, através do prefeito Piunti, também consolidou no governo Quércia, e
aquela área foi doada para o município. Ali as pessoas puderam fazer a
construção das suas casas, foram 3 mil lotes na época. Então foi uma ação
importantíssima.
No dia de ontem, esse bairro completou 35
anos, e a cidade hoje completa 413 anos de emancipação política. Então quero
aqui deixar os parabéns à querida cidade de Itu e dizer que nós estamos
trabalhando muito para poder... Neste período em que eu estou nesta Casa, já
levamos muitos recursos e vamos continuar trabalhando para levar mais recursos
ainda, para que juntos possamos fazer com que tanto Itu como a região possam
crescer, se desenvolver e possam, sim, todos que ali residem, ter orgulho de
morar na cidade de Itu, que é a terra conhecida onde tudo é grande.
Isso começou com o Simplício, que era um
artista comediante no “A Praça é Nossa”. Ele falava que lá na cidade “o orelhão
é grande, o semáforo é grande”, então isso pegou, era a terra dos gigantes.
Então a cidade de Itu é conhecida como terra onde tudo é grande. Então é grande
no nome, grande na história, um quadro importantíssimo na história republicana
do nosso Estado, do nosso País, por ser o berço da República.
Então eu quero parabenizar a nossa cidade
e dizer da alegria de poder estar representando, aqui na Assembleia
Legislativa, a cidade de Itu, e dar os parabéns, dizer que vamos continuar
lutando pela nossa região, lutando pelo nosso Estado. Eu tenho a certeza de que
muita coisa boa há de vir para o nosso estado de São Paulo e ali para a nossa
cidade de Itu.
Um abraço a todos e muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO
- REPUBLICANOS -Queremos reiterar aqui, parabenizando a
cidade de Itu. Realmente nós aprendemos que Itu era grande, e eu fui até lá
para ver aquele orelhão, antigo orelhão, que é realmente bem grande.
E parabéns, deputado, e também ao nosso
ilustre, sempre deputado, José Olímpio, porque essa dupla, pai e filho, tem
feito a diferença no Parlamento. Parabéns a vocês, e parabéns à cidade de Itu.
Seguindo a lista de oradores inscritos,
queríamos chamar para o seu pronunciamento no Grande Expediente o deputado
Conte Lopes. O deputado Conte Lopes tem o tempo regulamentar dos seus dez
minutos para o seu pronunciamento.
O
SR. CONTE LOPES - PL -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas,
Srs. Deputados, voltamos a este
plenário, no Grande Expediente, e vamos falar novamente sobre pacificação.
Ontem, o presidente do Senado falou em pacificação. O presidente da Câmara
também, Arthur Lira, falou em pacificação. Então, está na hora de pacificação
também no governo federal.
Como eu disse
na minha abertura aqui. Como é que nós podemos ouvir uma notícia que vão
recadastrar todas as pessoas que têm uma arma, que já foram cadastradas no
governo Lula lá de 2002, como eu. E agora vão recadastrar na Polícia Federal.
Espera aí. Quer dizer, o ministro da Justiça, do PCdoB, o ministro Dino, ele
está querendo pacificação ou está querendo guerra? Só se ele estiver querendo
guerra. Porque eu acho que está na hora de o governo federal governar para
todos os brasileiros.
Eu sempre falei
desta tribuna aqui, e a nobre deputada Janaina Paschoal é testemunha. Antes das
eleições, a hora de colocar o Exército nas ruas. Sempre falei isso aqui, que
tinha que colocar o Exército nas ruas. Quantas vezes eu não falei desta
tribuna? O exército de leitores. Porque a gente que disputou muitas eleições
tem um exército de eleitores nas ruas. Tem aquele grupo, que hoje é do
WhatsApp, que dizia: “não, se perder não vai levar”.
Eu falei mil
vezes aqui que ia levar. Eleição se ganha no dia, e quem ganha leva. Isso aí é
desde a Erundina, quando ganhou a eleição para prefeita aqui, em oitenta e oito.
“Ah, não vai levar”. Levou. O Lula ganhou duas vezes e levou. Quantas vezes eu
falei isso aqui? A Dilma também. E fica cara aí querendo procurar guerra não
sei onde. Onde não vai achar.
Agora, não
adianta o lado que assumiu o governo, que ganhou as eleições, correr e
continuar uma guerra, querendo desarmar as pessoas de bem, e deixando os
bandidos armados. Aí, nós ficamos pensando: “o que é?”. Está apoiando os
bandidos, está apoiando o Comando Vermelho, está apoiando o PCC, é isso, e está
indo contra o policial, contra a Polícia, dando insegurança para a população?
Eu acho que não é isso que ninguém quer.
A gente fala
desta tribuna, porque o local em que o deputado fala é aqui, e nós sabemos que
o pessoal do PT acompanha os pronunciamentos, e são ligados. Diferente de nós,
que um não ouve o outro. Um ouve o outro. Eles se falam. Então, está na hora de
pacificar, realmente. Não adianta ficar nessa guerra. Não adianta você tirar a
arma do fazendeiro, tirar a arma de um chacareiro, de um sitiante, para o bandido
invadir a casa dele, estuprar a família, estuprar a mulher e a filha, roubar
tudo. Não adianta.
Ninguém quer
guerra. Ninguém que tem arma é para enfrentar o PT. Não é nada disso. É um
raciocínio idiota esse aí. Não é nada disso. O cara tem arma para se defender.
Se houvesse segurança no Brasil como tem em outros países, Japão e companhia,
aí o cara não precisaria de arma.
Agora, quando a
gente apresenta exemplos claros, cristalinos aqui, como o que aconteceu em
Brasília no mês passado... Uma família inteira foi dizimada, foi assassinada. O
vô, a avó, os filhos, os filhos dos filhos. Dez pessoas assassinadas, porque os
bandidos, ligados ao crime organizado, queriam ficar com a propriedade. Qual é
a solução que eles tiveram? “Vamos matar todo mundo, dos mais velhos até as
crianças de dois, três anos. E mataram. Bandido é isso aí.
Agora, estão
confundindo política com insegurança. Está na hora de deixar a polícia
trabalhar, de colocar a Rota nas ruas para trabalhar, sim. A Polícia Militar, a
Polícia Civil. É um terror desgraçado, é só ligar a televisão. É roubo de
celular toda hora, é quadrilha de PIX toda hora. Ou se enfrenta essa bandidagem
ou vamos sofrer as consequências.
Quem vai pagar
é o próprio povo, seja do PT, seja do meu partido, PL, seja de qualquer
partido. Bandido não pergunta de que partido você é, em um assalto, como o
policial também não pergunta se o bandido é do partido “A” ou do partido “B”.
Ninguém pergunta. Então, acho que está na hora de realmente parar para pensar
um pouco.
Agora, é tudo
negócio de... Tirar arma de policial aposentado? Espera aí, o policial
aposentado trabalhou trinta anos defendendo a sociedade, tem a sua família.
Como é que você tira a arma de um homem desses? Deixa-o desarmado para morrer
nas mãos dos bandidos? Um policial civil, um policial militar? Por uma questão
ideológica, política? Nunca houve isso. Nem nos 13 anos do PT, nunca houve
isso. Agora, vão fazer isso? É o contrário?
Sempre falei
aqui: “Quem ganhar a eleição vai levar. Não vai ter Forças Armadas”. E não
teve. Não houve nada. Então, estão pensando em uma guerra? Que guerra? Não tem
guerra alguma. Daqui a quatro anos, vai ter eleição de novo. Quem estiver vivo
e quiser disputar a eleição, vai votar. Nós sempre cobramos aqui: “Vamos
votar”. Não adianta ser macho de “Zap”. Isso não adianta. Leva o vovô e a vovó
para votar. Leva o bisavô para votar. Quer ganhar a eleição? Vamos votar.
Quantas vezes
falei aqui em São Paulo: “Vamos para a periferia de São Paulo”. Quantos
eleitores tem na periferia de São Paulo? Sete milhões? Pergunto: quantas vezes
teve uma ação política do nosso partido na periferia? Eu cobrei durante a
campanha inteira. Não foram nenhuma vez. “Ah, porque o PCC...” Só iam na igreja
rezar. Então tudo bem. Também agora se a gente morrer vai tudo para o céu.
Graças a Deus.
Vai à
periferia! Eu fui. “O PCC não deixa!” Que o PCC não deixa! Faz 30 e tantos anos
que faço campanha. Faço na periferia. Sou inimigo deles e eles são meus
inimigos também. Agora, se você recua, obviamente os caras tomam conta.
Então, o que eu
quero falar aqui é o seguinte: essa de querer recadastrar armas de novo... O
cidadão compra uma arma para se defender dos bandidos, ele não compra uma arma
para atacar o presidente “A”, o governo “A”, o prefeito tal. Não, é porque ele
não tem defesa. Se você vivesse em um país de segurança total, por que você
teria arma? Por que você tem que ir em uma praia, como eu vou, com o revólver
em uma sunga? Para quê? Porque o bandido te pega lá. A gente, se não morrer de
joelhos, morre em pé. Só isso. É uma guerra em que vivem bandidos e policiais
no meio da sociedade. Então, essa é a grande verdade.
Então, está na
hora de realmente ver o que se está fazendo e realmente governar o país, ver o
bem do brasileiro. Como falou o próprio Tarcísio de Freitas, ele tem que
conversar com o Lula e vice-versa. É óbvio, pelo bem do Brasil, pelo bem do
pessoal de São Paulo, eles têm que pensar no povo agora.
Guerra deixa
para a outra eleição. Aí põe o Exército na rua de novo na outra eleição. De
eleitores. De eleitores. Não adianta ficar só no “Zap”. Alguns ganham eleição
só no “Zap”, têm a manha de ganhar só no “Zap”, não precisam ir a lugar nenhum.
Os caras gostam, batem palma e é aí mesmo, vamos nessa. É por aí mesmo.
Então, volto a
repetir: acho que está na hora de pacificação. Ameaças? “Quem não cadastrar a
arma vai ser preso!” Opa, espera aí! Como se quem tem uma arma estivesse em um
exército contrário. O cara tem uma arma para se defender do bandido. Ele vai a
um clube de tiro para aprender a se defender de bandido, aprender a atirar. Ele
tem uma arma na chácara, na fazenda, no sítio para, se invadir...
Como eu fui
várias vezes ao interior, inclusive com o Frederico d’Avila, duas vezes, a
pedido dele, para conversar com fazendeiros, com sitiantes e criar uma patrulha
rural, porque os bandidos chegam a uma fazenda às cinco ou seis horas da tarde,
dominam toda a família, roubam tratores, insumos, boi. Vai tudo embora e a
família fica amarrada. Quando chega no outro dia está tudo em outro Estado.
Então essa é a verdade: a pessoa quer ter segurança, quer se defender. Nós
vamos tirar a possibilidade das pessoas se defenderem porque eu sou PT?
Porque eu sou
PT eu não posso deixar o fazendeiro se defender, o sitiante se defender, o
chacareiro se defender? Não tem nada a ver uma coisa com outra. Se o cidadão
comprou uma arma, está cadastrado, ele não deve nada à Justiça. Ele é limpo
criminalmente falando. Vão perseguir esse homem por quê? E não se persegue os
bandidos?
Não vai pegar
os fuzis dos bandidos? Não vai pegar os fuzis dos bandidos do Rio de Janeiro,
os fuzis dos bandidos de São Paulo? Então vamos combater primeiro os bandidos,
depois desarme a população. Ou é o inverso que interessa para o PCdoB do Dino?
Desarme os bandidos, depois tudo bem. Nós temos que devolver a arma; ninguém
precisa andar armado mesmo.
Mas enquanto só
os bandidos estiverem armados é o fim da picada desarmar as pessoas de bem ou
ficar cerceando que a pessoa tenha uma arma para se autodefender.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - Ainda
seguindo a lista dos oradores inscritos, queremos chamar para o seu pronunciamento
a deputada Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputado
Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Deputada Valeria
Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Dr. Raul, mais uma vez é o seu pronunciamento,
agora pelo tempo regimental de dez minutos.
O
SR. DR. RAUL - PODE - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Nobre presidente, deputada Janaina, eu quero começar a
minha fala. Mesmo como médico eu fiquei um pouco abismado com a faixa etária
tão pequena que a senhora referiu aqui. Eu só posso dizer que acho que as
pessoas estão perdendo um pouco o “timing” da vida, porque as coisas vão
acontecer.
A senhora deu
um exemplo que eu achei fantástico. Imagine só então se você... Porque do jeito
que está indo, as pessoas, essas crianças que começarem a se submeter a esse
tipo de tratamento vão ficar sujeitas à interpretação de uma terceira pessoa ou
de uma equipe, que seja. E se essa equipe interpretou errado como a senhora
falou? Aí vai acabar caindo naquela situação que a senhora citou.
Então eu acho
que tem muita coisa na Medicina que a gente só percebe que fizemos a maior
besteira do mundo depois que passou um certo tempo. Não podemos esquecer que
quando a gente não tinha o conhecimento... Como que tratava antigamente uma
tuberculose? Não foi um passado muito distante.
O antibiótico
tem data de 1922. Está pertinho, faz pouco tempo. Naquele tempo você pegava um
paciente que estava com tuberculose no pulmão, você acabava furando um pulmão
para o pulmão murchar para o cara viver mais um pouquinho com o restante. Até
que lá na frente aquele pulmão ia fazendo mais cavernas, mais cavernas e
acabava morrendo com a hemoptise, que é o sangramento; acabava morrendo
soltando sangue pela boca.
Então o
conhecimento médico é uma coisa que vai somando conhecimentos. É importante
discutir como a senhora falou, mas é importante, muito importante, que o
“timing” da vida tenha que ser respeitado. E nada melhor do que Deus para
dizer, falar assim: “Daqui para frente, agora sim, nós temos esse diagnóstico
fechado”. Aí a gente vai interpretar como?
Não, eu não
quero que a minha filha se suicide porque ela não quer se assumir como homem ou
como mulher, mas aí a mãe vai aceitar, o pai vai aceitar. E quero aqui citar um
exemplo. Eu tenho um paciente que sempre viveu na fazenda, sempre viveu ali
pegando cavalo no laço, tudo bem, e aí ele adotou uma criança.
Aquela criança
cresceu; ela tinha até catarata congênita. Eu me lembro na época que a gente
fez a cirurgia. Ela cresceu, ficou uma moça bonita, foi crescendo, crescendo e
chegou um momento... E ela seguiu o pai em tudo que ele fazia, não é verdade? E
chegou um momento que ela falou assim: “Não, essa não é a minha identidade. Eu
vou trocar o meu nome, eu quero fazer isso”.
Ele ficou
transtornado. Fez o tratamento, mas por escolha, já com idade um pouco maior, e
hoje é o braço direito dele na fazenda. Então é uma história bonita. É uma
história bonita. O que eu acho que nós precisamos tomar cuidado é interferir
nesse timing. Então quando eu começo ver situações como a que a senhora
descreveu aqui, me cheira um pouco experimental muita coisa.
Precisamos
tomar cuidado com isso. Essa é a minha opinião médica no momento. É claro que
para a gente querer cutucar um pouco mais que isso, a senhora está coberta de
razão, é abrir discussão, trazer os dois lados. Aquilo que na medicina tem
alguém falando “A” e alguém falando “B” é porque não tem o conhecimento tão
congruente assim, e aí é necessário esse timing que eu falei. Agora, quando
você tem já experiência, medicina baseada em evidência, aí sim, pode ir, pode
fazer, porque o resultado a gente tem inúmeros que comprovam a eficácia do
tratamento. Então fica aí o meu apoio à abertura da discussão, eu acho que isso
é importante.
Eu queria
aproveitar então os dez minutos... nós estamos aqui, já falamos, já falei
alguns. Dá para ver onde está o tempo? Está aqui, 17 horas e 51 minutos, é o
suficiente. Nós queremos chamar a
atenção aqui na tribuna para o grande número de pacientes diabéticos que
existem no estado de São Paulo, que existem no Brasil inteiro. Esses pacientes
são colocados em uma mesma fila de tratamento de qualquer paciente que procure
uma unidade de Saúde. Esse paciente não tem o mesmo tempo.
Vou citar, por
exemplo, na minha área de oftalmologia. Se esse paciente for entrar em uma
avaliação oftalmológica na mesma fila em que todo mundo está esperando para
fazer simples óculos, que ele não está enxergando bem, ele vai procurar o
atendimento oftalmológico. E se eu fizer um exame no fundo do olho dele e
perceber que o fundo do olho dele está fazendo uma vasculopatia, tem
sangramento nas artérias, tem isquemia na retina, isso é sinal que o corpo dele
todinho está sofrendo alterações vasculares. Isso vai fazer com que esse paciente,
no decorrer do tempo, vá começar a perder dedo, pé, fazer retinopatia diabética
e vai ficar cego.
Então o projeto
que eu aprovei em Bauru como vereador é para que nós possamos dar na rede
pública um atendimento para o paciente diabético preferencial, porque para cada
dólar investido em prevenção, você economiza outros seis dólares. O tratamento
desses pacientes, Sr. Presidente, é muito caro. É muito caro quando você vai
fazer o tratamento de um paciente diabético. Você vai operar uma retina de um paciente
desses, a maior parte das vezes você não consegue um bom resultado. Se você
tiver um tratamento preventivo, esse paciente vai conseguir ter uma excelente
vida no decorrer do tempo em que ele é diabético, até porque os medicamentos
mudaram bastante, e a eficácia está cada vez melhor.
Vou dar um
exemplo para vocês: se um paciente diabético consegue ter um bom controle do
seu diabetes, com endocrinologista, com oftalmologista, com clínico geral, ele
consegue ter uma sobrevida muito maior. O paciente com 15 anos de diabetes tem
25% de chance de fazer retinopatia diabética. Quando ele já passa para 20 anos,
isso vai para 50 por cento.
Então o
paciente com vinte anos de diabetes tem que ter uma busca ativa, você tem que
olhar o fundo de olho desse paciente, se não uma grande parte deles pode ficar
cega, pode ficar sem um membro, e vai ficar ruim para ele passar os seus
últimos anos de vida, mas também vai ficar muito caro para o Estado fazer o
tratamento de um paciente desses. Então o nosso projeto de dar preferência ao
paciente diabético é exatamente aí. O projeto vai ser apresentado.
Eu queria
aproveitar uma situação, presidente, que eu gostaria talvez que esta Casa
solicitasse informações sobre por que razão o Estado deixou de fornecer as
injeções, pelo menos para o interior. O paciente diabético faz as retinopatias
diabéticas e começa a ter esse monte de vaso que está crescendo. Hoje tem um
remédio novo, são os antiangiogênicos, que você aplica isso dentro do olho.
Um tempo não
muito distante, uns três ou quatro anos atrás, mais ou menos, o Estado fornecia
isso, ele pagava à parte os hospitais. De repente o governador João Doria
cortou isso e disse assim: “Isso está já no dinheiro que vocês recebem, o que
está pactuado”. Ora, não adianta tampar o sol com a peneira. Se eu tenho um
hospital de orçamento que tem que trabalhar com aquele X, e você vai me colocar
um medicamento que é caro - é 2.500, 3.000 reais uma ampola de um remédio desse
- você vai no mínimo limitar o número de pessoas que vão ser beneficiadas.
Então, o que eu
quero colocar aqui é que o Estado precisa rever esse comportamento. Ele poderia
muito bem continuar fornecendo as injeções, porque o mais difícil, presidente,
é ter o profissional para fazer a injeção dentro do olho e cuidar do paciente.
Lá no nosso
serviço em Bauru eu tenho três retinólogos e o Estado não fornece o
medicamento. Tem que mandar só para uma outra unidade que tem que ficar fazendo
continha para terminar o ano no azul. Então, tem que fazer um projeto
obrigando... mas eu acho que é mais fácil a gente fazer uma indicação para que
o secretário de Saúde se sensibilize com essa situação que eu estou denunciando
aqui.
Não só no
Estado, mas os pacientes do Iamspe também estão tendo que se locomover do
interior para a cidade de São Paulo para poder fazer esse tipo de
aplicação, e lá nós temos os profissionais para fazer isso.
É muito difícil
você pegar um paciente que nunca veio para São
Paulo, um paciente
mais idoso. Porque nem todo mundo tem carro; também têm os serventes de escola,
têm as pessoas que são mais humildes, que trabalharam pelo Estado, deram a sua
vida dentro da carreira do Estado e eles não têm condição de vir aqui e ficar
fazendo uma, duas, três, quatro aplicações dessas.
Então, é
importante que o Iamspe enxergue a necessidade de fazer esses tratamentos
também no interior.
Obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - Eu gostaria de
convidar a deputada Janaina Paschoal para que assumisse. Eu quero falar sob o
Art. 82. Não sei se já chegou na técnica algum material... não chegou? Mas eu
vou descendo.
*
* *
- Assume a Presidência a Sra. Janaina
Paschoal.
*
* *
O
SR. DR. RAUL - PODE - Presidente, uma
questão de ordem.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Pois não, deputado.
O
SR. DR. RAUL - PODE - PARA COMUNICAÇÃO - Queria só anunciar no plenário a
presença do vereador Carlinhos, lá de Bauru.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Muito honrados
todos nós com a presença de Vossa Excelência, Vereador Carlinhos de Bauru. Seja
sempre bem-vindo.
Assumo honrosamente a Presidência dos
nossos trabalhos seguindo com a lista dos oradores inscritos no Grande
Expediente, chamando à tribuna... Está no Major Mecca? Espera só um minutinho.
Sim, Major Mecca. Na sequência deputado
Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Luiz
Fernando. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Itamar Borges.
(Pausa.) Deputada Leci Brandão. Neste momento dou por encerrado o Grande
Expediente.
O
SR. TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - Pela ordem,
presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Pois não,
deputado.
O
SR. TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - Para falar pelo
Art. 82.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Vossa
Excelência tem a palavra pelo prazo regimental de cinco minutos.
O
SR. TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - PELO ARTIGO 82 -
Olá. Eu venho à essa tribuna nesta tarde, nesse dia dois de fevereiro de 2023.
Temos o primeiro Grande Expediente deste ano, dessa legislatura.
E eu venho aqui
para realmente trazer a todos vocês o conhecimento de um projeto de lei de
nossa autoria ou de autoria da Casa. Porque queremos também – todos têm conhecimento
– fazer uma homenagem a um grande esportista que o mundo conheceu, Edson
Arantes do Nascimento, conhecido também como Pelé.
Então nós
apresentamos nesta Casa e eu quero apresentar a todos os pares para que nós
venhamos então dentro desse projeto de lei, o Projeto nº 1 daqui deste ano
legislativo, que é transformar também a Rodovia dos Imigrantes para Rodovia dos
Imigrantes e Rodovia Edson Arantes do Nascimento.
Eu acredito que
todos os parlamentares, todos nós gostaríamos que esse esportista que levou o
Brasil para o mundo desse nome também à rodovia.
Numa das nossas
viagens a alguns países, quando tinham dúvida de onde eu estava vindo: “Sou do
Brasil.” “Brasil? Ah, sim, Pelé.” Sim, Pelé, que levou para o mundo a nossa
grande nação chamada Brasil. E através do esporte um negro de família humilde,
mas que o mundo passou a conhecer e a sua atuação no esporte, como jogador de
futebol.
Então, nós
queremos, sim, que venha ser lembrado, Imigrantes Edson Arantes do Nascimento e
que quem vai a Santos vai pela Rodovia dos Imigrantes para que ele possa ser
sempre lembrado.
Eu queria que
colocasse um vídeo para mostrarmos.
* * *
- É feita a
exibição.
* * *
Então vemos aí
essa homenagem, um desportista que dificilmente será alcançado, dificilmente,
porque três Copas do Mundo, jogou quatro, ganhou três. Seus gols, cada um uma
pintura. E assim pedimos o entendimento de nossos pares, que esta Casa
realmente, que não é um projeto do Nascimento para Nascimento. É um projeto do
Parlamento para Edson Arantes do Nascimento.
Então pedimos a
todos esse entendimento, e que haja, realmente, um esforço concentrado para
essa homenagem àquele que, realmente, levou o Brasil para o mundo, com grandes
conquistas que, dificilmente, no mundo, serão alcançadas por outro esportista.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. TENENTE NASCIMENTO - REPUBLICANOS - Havendo
acordo entre as partes, pedimos o levantamento da sessão.
A
SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - É regimental,
Sr. Deputado. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo das lideranças,
esta Presidência, antes de dar por levantados os nossos trabalhos, convoca V.
Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.
Uma excelente tarde para todos, final
de tarde. Uma boa noite e até amanhã, se Deus assim permitir. Muito obrigada.
Está levantada a presente sessão.
*
* *
- Levanta-se a
sessão às 15 horas e 55 minutos.
*
* *