13 DE DEZEMBRO DE 2023

156ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: GILMACI SANTOS, MAJOR MECCA, THAINARA FARIA, DR. JORGE DO CARMO e CONTE LOPES

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e abre a sessão. Convoca sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 17 horas ou dez minutos após o término desta sessão. Convoca reuniões conjuntas das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, de Administração Pública e Relações do Trabalho e de Finanças, Orçamento e Planejamento; das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, de Educação e Cultura e de Finanças, Orçamento e Planejamento; e das Comissões de Constituição, Justiça e Redação e de Finanças, Orçamento e Planejamento, a serem realizadas hoje, às 16 horas.

        

2 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - MAJOR MECCA

Assume a Presidência.

        

4 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - THAINARA FARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - PROFESSORA BEBEL

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

8 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - THAINARA FARIA

Assume a Presidência.

        

10 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - DR. JORGE DO CARMO

Assume a Presidência.

        

13 - VITÃO DO CACHORRÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - PRESIDENTE DR. JORGE DO CARMO

Parabeniza o deputado Vitão do Cachorrão pelo trabalho realizado no mandato.

        

15 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

16 - CONTE LOPES

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

17 - MAJOR MECCA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

18 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

19 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

20 - PRESIDENTE DR. JORGE DO CARMO

Cumprimenta o vereador de Severínia-SP, João Carlos Jorge, presente no plenário.

        

21 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

22 - CONTE LOPES

Assume a Presidência.

        

23 - DR. JORGE DO CARMO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

24 - DR. JORGE DO CARMO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

25 - PRESIDENTE CONTE LOPES

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 14/12, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 17 horas. Levanta a sessão.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, convocação. Nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, às 17 horas ou dez minutos após o término da presente sessão, caso essa atinja o seu tempo limite, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR - A Ordem do Dia para a 62ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 14/12/2023.

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Convocação. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação; Administração Pública e Relações do Trabalho; e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 16 horas, no salão nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei Complementar nº 143 de 2023, de autoria do Sr. Governador: APD; e o Projeto de lei Complementar nº 147 de 2023, de autoria do Sr. Governador: Saúde.

Convocação. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça; Educação e Cultura, Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 16 horas, no salão nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 1.559, de autoria do Sr. Governador.

Convocação. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação; Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 16 horas, no salão nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 1.685 de 2023, de autoria da Mesa.

Passamos agora ao Pequeno Expediente, convidando para fazer o uso da palavra o nobre deputado Agente Federal Danilo Balas.

 

O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, servidores desta Casa, todos que nos acompanham pela TV Assembleia, na data de ontem, tivemos a grata satisfação de aprovar o Projeto de lei nº 138 de 2023, que trata da reforma administrativa no estado de São Paulo, a lei da modernização administrativa aqui no estado, que vinha de forma arcaica se arrastando por muitos anos e nenhum governo, nenhum governador e seus secretários tinham a coragem de trazer para esta Casa de Leis a modernização da administração.

Esta é só uma primeira fase, e o governador Tarcísio de Freitas envia a esta Casa objetivando simplificar a legislação de gestão de pessoas. Sessenta votos favoráveis e 18 contrários, então quórum suficiente para aprovar esse importante projeto de lei.

O que nós tínhamos até ontem, senhoras e senhores que nos acompanham pela TV Assembleia, era uma administração pública inchada, com inúmeros servidores regidos a administração, deputados, por 12 leis diferentes e também 207 níveis de cargos em comissão.

Imagine uma empresa com 207 níveis de cargos e 175 remunerações distintas, diferentes. Imaginem só, que empresa se sustentaria com essa gama de remunerações, cargos e legislação em cima da empresa?

Pois é, o governador teve coragem e mandou esse projeto de modernização e os deputados desta Casa aprovaram. Parabéns, nobres colegas desta Casa que votaram a favor, sessenta votos.

Venceu a modernização, a simplificação e a organização. Com essa modernização haverá uma única legislação mais organizada e simplificada numa gestão pública mais transparente. E, também, a ideia é padronizar nomenclaturas e unificar, levando apenas a 18 níveis de cargo.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Major Mecca.

 

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Então, isso é gestão pública eficiente. Devemos isso a toda à Secretaria, o “staff” do governador, que também ajudou nessa gestão do projeto até chegar aqui. Isso reduz aproximadamente 20% dos cargos.

Parabéns ao governador, fazendo o seu papel de enxugar a máquina, trabalhar com transparência. E nós aqui, presidente Major Mecca, fazendo o nosso trabalho em prol do povo paulista, reduzindo a máquina administrativa, incentivando bons negócios e boas empresas aqui no estado de São Paulo.

As referências são internacionais inclusive. O Governo do Estado de São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas, através da Secretaria de Gestão e Governo Digital, entregou à Assembleia esse projeto baseado em referências de boas práticas internacionais.

Então a OCDE, que é a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, e também o Banco Mundial. Com muito orgulho, faço parte da base do governo paulista.

De 60 deputados, está lá Danilo Balas votando a favor pela modernização. E lá na ponta da linha, presidente, nós conseguimos entregar um estado mais eficiente para você, cidadão que nos acompanha pela TV Assembleia.

Parabéns, governador Tarcísio de Freitas, parabéns a todos os secretários envolvidos neste importante projeto de lei que esta Casa, a Assembleia, aprovou na data de ontem.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado, deputado Danilo Balas. Dando sequência aos oradores inscritos neste Pequeno Expediente, deputado Itamar borges. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy, tem V. Exa. cinco minutos regimentais para o uso da tribuna.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente Major Mecca, Sras. Deputadas e Srs. Deputados. Gostaria, em primeiro lugar, de registrar aqui que a Justiça soltou os manifestantes presos em protesto na Alesp contra a privatização da Sabesp.

Dois manifestantes que estavam detidos desde seis de dezembro por protestarem contra a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp, na Assembleia Legislativa, foram soltos na noite desta terça-feira. A decisão foi assinada pelo desembargador Otávio de Almeida Toledo, do Tribunal de Justiça do estado.

Hendryll Luiz Rodrigues de Brito Silva, estudante da Unifesp e integrante do Movimento Correnteza, e o professor Lucas Borges Carvente, do Movimento Luta de Classes, foram presos na votação sobre a privatização da Sabesp.

Na audiência de custódia, as prisões em flagrante foram convertidas em preventivas. Trata-se de dois jovens que ostentam prontuários imaculados, sem registro de qualquer inquérito policial. Parecem nunca terem se envolvido em situações de violência.

Decerto não há dados concretos que sugiram risco à ordem pública caso sejam autorizados a responder ao processo em liberdade. Especialmente com a medida cautelar requerida pelos próprios impetrantes.”, escreveu o desembargador.

No protesto contra a privatização, também haviam sido presos Vivian Mendes da Silva, presidente estadual da organização Unidade Popular, e o metroviário Ricardo Senese, do Movimento Luta de Classes. Eles, porém, já haviam sido libertados. Considero importante que a Justiça tenha concedido o habeas corpus a esses jovens.

Gostaria de assinalar também que o Senado aprovou importante projeto que tipifica como crime bullying e cyberbullying, e transforma em hediondo crimes contra a vida de crianças e adolescentes: o Senado aprovou, nesta terça-feira, proposta de lei que tipifica como crime, no Código Penal, o bullying e o cyberbullying, ou seja, a intimidação física ou psicológica, seja ela por meio virtual ou não. A proposta segue para sanção presidencial.

De acordo com o projeto, os crimes de bullying e  cyberbullying, neste caso, cometido por meio virtual, se trata de intimidar sistematicamente, individualmente ou em grupo, mediante violência física ou psicológica, uma ou mais pessoas, de modo intencional e repetitivo, sem motivação evidente, por meio de atos de intimidação, humilhação ou discriminação, ou de ações verbais, morais, sexuais, sociais, psicológicas, físicas, materiais ou virtuais.

A pena prevista pelo projeto para o crime de cyberbullying é de prisão de dois a quatro anos e multa. Já para o bullying, a previsão é a pena de multa. A proposta vem na esteira de um caso revelado pelo “Fantástico”, que mostra como o aplicativo “Discord” se tornou uma ferramenta para criminosos cometerem estupro virtual, chantagem e mutilação.

A reportagem mostra que um dos criminosos guardava um arquivo digital, chamado “backup das vagabundas estupráveis”, com dezenas de meninas violadas, chantageadas, expostas e catalogadas.

A proposta também acrescenta outras práticas na lei dos crimes hediondos, como o induzimento, a instigação ou o auxílio ao suicídio ou à automutilação, realizados por meio de rede de computadores, na rede social ou transmitidos em tempo real; sequestro e cárcere privado cometido contra menor de 18 anos; tráfico de pessoas cometido contra criança e adolescente”.

Sr. Presidente, ainda nessa semana que passou, eu fui visitar um amigo cujo filho de 20, 21 anos, infelizmente, cometeu suicídio, jogando-se do sétimo andar do edifício onde morava com os pais. E, infelizmente, exatamente porque ele estava, nesses últimos tempos, sendo como que perseguido por uma situação exatamente de “cyberbullying”.

Acredito que a medida tomada faz sentido.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Deus, acolha esse jovem, deputado, e conforte a família. Próximo orador, deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem cinco minutos para uso da tribuna.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Mecca, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia.

Hoje nós temos uma chance histórica de resolver dois problemas gravíssimos que vêm incomodando, que vêm prejudicando, que vêm criando um grande transtorno para o Magistério estadual.

Refiro-me aqui à questão dos professores contratados pela Lei nº 1.093, de 2009, que precarizou as contratações do Magistério estadual. Hoje, nós temos aproximadamente 100 mil professores precarizados por conta dessa famigerada lei aprovada, infelizmente, aqui na Assembleia Legislativa, com o nosso voto contrário, logicamente, ainda em 2009, na gestão do ex-governador Serra.

Repito, precarizou imensamente a contratação dos professores e das professoras da rede estadual e de outros setores também do funcionalismo público estadual, e nós estamos vivendo agora um drama, porque nós podemos ter a demissão em massa de 40 professores da rede estadual. Seria a maior demissão em massa da história do funcionalismo público.

No entanto, hoje nós provavelmente teremos... Já foi chamado o congresso de comissões para debater o PLC 143, que trata da questão das APDs, das Atividades Pedagógicas Diversificadas, da falta à aula e de outros temas importantes para o Magistério estadual, e nós apresentamos várias emendas, e nós queremos que elas sejam incorporadas.

Eu apresentei, a deputada Bebel apresentou, a deputada Monica Seixas, o deputado Suplicy, o deputado Simão Pedro. Até o deputado Mecca apresentou também emendas a esse projeto. Nós temos várias emendas que melhoram, que aperfeiçoam esse PLC do governo, que tem várias contradições e várias falhas.

Então nós podemos hoje, no congresso de comissões, sair com um PLC que realmente possa resolver, de fato e definitivamente, a situação dos professores e das professoras do estado de São Paulo, garantindo que as APDs sejam feitas de fato em local de livre escolha do professor, não do secretário da Educação, como está no projeto ou da direção da escola. Nós queremos que o professor decida onde. Ele tem que ter autonomia, independência para ele escolher o local da realização da APD.

Também têm emendas que nós apresentamos para que haja prorrogação dos contratos dos professores categoria “O”, Sr. Presidente, porque nós não podemos permitir demissão em massa.

E dizer que nós não podemos mais aturar essa situação. Entra ano, sai ano, e esse debate volta no final do ano. Nós brigamos e brigamos com o governo para que ele ou apresente um projeto de lei, ou a gente apresente um aqui pela Alesp para prorrogar contratos, para evitar essas demissões em massa.

Já é hora de resolver essa situação, e nós temos que mudar a Lei 1.093. Muita gente fala que não é possível. Como que não? O Tarcísio, o governador Tarcísio, deputada Bebel, anunciou agora que vai abrir um concurso para contratar militares para as Escolas Cívico Militares, e a duração da contratação é de dez anos. Então, para o professor categoria “O”, apenas três anos, para o militar, que será contratado para a Escola Cívico Militar, ele vai ter uma duração de contrato de dez anos.

Então, é possível, sim. Eu tenho um projeto aqui, que é o PLC nº 24, de 2015, que foi aprovado em todas as comissões, está em regime de urgência, inclusive, que resolve essa situação. Ele acaba com as interrupções dos contratos e garante ainda que o professor categoria “O” possa utilizar o Iamspe.

Então tem solução, basta que o governo tenha interesse político em resolver essa situação de acabar com a precarização dessas contratações e abra mais concursos públicos e, ao invés de chamar 15 mil professores, que chame os cem mil professores categoria “O”, porque tem vaga para todo mundo.

Então por isso que é muito importante esse congresso de comissões hoje, e nós fazemos um apelo aqui da tribuna da Assembleia Legislativa aos 94 deputados e deputadas, para que nós possamos aprovar as emendas apresentadas, tanto as nossas, como também as do governo.

Tem emendas importantes da base do governo, eu vi, sobre, por exemplo, o reenquadramento dos secretários de escolas. Eles ficaram de fora, eles foram, na verdade, traídos pelo Renato Féder, que se comprometeu a enviar nesse projeto o reenquadramento deles.

Não enviou, mas nós apresentamos emendas, e outros deputados apresentaram também, inclusive da base do governo. Então era isso, Sr. Presidente. Vamos resolver a situação das APDs e da falta-aula hoje, e também dos professores categoria “O”, dos contratos de 2018, 2019 e 2020, prorrogando todos os contratos.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Dando sequência aos oradores inscritos, deputado Reis. (Pausa.) Deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. Tem V. Exa. cinco minutos regimentais.

 

A SRA. THAINARA FARIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR – Muito obrigado Sr. Presidente, Major Mecca, muito boa tarde aos Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente na galeria, funcionários desta Casa, muito boa tarde, estado de São Paulo. Falar brevemente com vocês apenas duas questões que têm me chamado a atenção no último período.

A primeira delas, vocês sabem que ontem foi o prazo para que pudéssemos indicar as nossas emendas, para que o governo possa pagar as emendas dos deputados para as cidades.

Mas houve um movimento muito grande dos fundos sociais de solidariedade das cidades batendo na porta dos deputados, por indicação do governo, segundo eles, para conseguir garantir o recurso para comprar cesta básica, os recursos para manter os fundos sociais de solidariedade das cidades.

Então é importante colocar aqui a responsabilidade do Governo do Estado de dar assistência aos fundos sociais, para que eles consigam atender aquelas pessoas que se encontram em situação de extrema vulnerabilidade social.

Não adianta pedir para mandar bater na porta dos deputados, porque os deputados têm um “X” para distribuir entre as cidades, sendo que metade disso obrigatoriamente vai para a Saúde, e a outra metade para todas as áreas.

Vejam vocês, o acúmulo de um ano de demandas de mais de 645 municípios, como que a gente vai conseguir ainda fazer a função do governador, que é dar assistência também ao fundo social das cidades.

Então fica aí registrada essa questão para os nossos queridos, para as nossas queridas, que tocam essa questão nas cidades, que isso não é obrigação do deputado; é obrigação do governador, dos prefeitos.

Nós podemos, sim, fazer uma emenda, mas não é condicionado vocês receberem ou não a partir da nossa indicação.

Outra questão é que vários deputados assomaram, esbravejaram, na audiência pública da privatização da Sabesp, também no dia da votação, esbravejaram, dizendo que não teria aumento de tarifa, que o governo garantia que de jeito nenhum oneraria o bolso do povo, que o dinheiro da venda seria utilizado para amortizar o valor da tarifa, e aí não deu três dias e o governador Tarcísio é capa de tudo quanto é jornal, assumindo que vai ter aumento da tarifa.

Então eu pedi duas vezes aqui nesta tribuna, peço pela terceira vez, para que os deputados não achem que a gente é palhaço, porque a gente está aqui para passar para a população aquilo que realmente vai acontecer.

Agora, a luta continua. Por isso, peço para o governador Tarcísio ficar de olhos bem abertos, porque nós vamos continuar trabalhando muito pelo povo do estado de São Paulo.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Dando sequência aos oradores inscritos neste Pequeno Expediente, deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.)

Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Simão Pedro, V. Exa. tem cinco minutos regimentais. Enquanto o orador se dirige à tribuna, a deputada Professora Bebel tem o tempo regimental para comunicação.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Exatamente. Estou inscrita para falar, não vai dar tempo, que eu vou para a Comissão de Educação.

Mas quero dizer que a gente conseguiu, por articulação do líder do Governo, também do presidente da Casa, dar uma avançada no Art. 1.º das APDs, das leis das APDs e também uma comunicação que deverá sair da Secretaria de Estado da Educação no que diz respeito àqueles contratos.

Porque, veja bem, está se falando em 40 mil, mas era para demitir 100 mil, deputado Simão Pedro, porque 60 mil eu consegui negociar que fosse de outra forma, porque os contratos ainda estavam ativos, mas a ideia era que ficasse tudo igual.

Então eu consegui também fazer uma negociação com o secretário de modo que os contratados de 18, 19 e 20 são incluídos no processo inicial da atribuição de aulas, porque antes eles ficavam no limbo.

Poderiam pegar aulas ou não. Agora eles vão no inicial de acordo com todos os requisitos e concorrem. Então o que vai acontecer é que vai dar uma diferença de 15 dias, mas que também negociamos para que tenha uma folha suplementar no início de março. Então eu quero deixar...

Não tranquiliza tanto, mas não fica com aquela insegurança de “Não vou ter aula, não vou conseguir pegar aula”. Então o que demonstra é assim, o que a gente não consegue no Legislativo por óbvio, o ano que vem nós vamos querer avançar na discussão da forma de contratação temporária. Isso é importante, a gente pode também avançar negociando.

Eu não quero - só para terminar -, como é que eu digo, quebrar a coisa, mas é o que foi possível ser feito. Eu tentei de tudo. Tem lei minha também, de forma muito simples, por um ano até, mas não entende que não pode fazer, então vamos fazer uma negociação para salvar os 60, mais os 40 mil empregos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Obrigado, Professora. Tem a palavra o deputado Simão Pedro.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, deputado Major Mecca, em primeiro lugar queria parabenizar a Professora Bebel, nossa deputada experiente, presidente da Apeoesp, por essa importante negociação que empreendeu com a Secretaria da Educação para salvar a situação de 40 mil professores que estavam no risco de ficar sem trabalho desde agora em dezembro.

Então essa solução vem ao encontro do anseio desses milhares de professores que precisam continuar exercendo as suas funções.

Mas, Sr. Presidente, eu me inscrevi para comentar sobre um episódio que ocorreu ontem em Brasília, no Palácio do Planalto, que foi o anúncio que o presidente Lula fez de investimentos: o BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, presidido pelo economista Aloizio Mercadante, vai repassar para 16 estados 32 bilhões de reais para investimento em infraestrutura, em mobilidade, na área da Saúde, um recurso que há muito os estados não viam. E mais 24 bilhões para o BNDES viabilizar projetos em 805 municípios de 25 estados diferentes.

 

* * *

 

- Assume a Presidência a Sra. Thainara Faria.

 

* * *

 

São Paulo, como disse o próprio governador Tarcísio, que esteve ontem no Palácio, discursou em nome dos governadores, foi o estado mais bem aquinhoado, com 10 bilhões de reais de investimentos do BNDES para duas importantes obras, que nós ansiamos por elas há muito tempo e que não saíam do papel.

Mas agora com o esforço do presidente Lula nesse diálogo com os governadores, com os prefeitos, como tem que ser, e não tratar o governador como inimigo, como adversário, querendo prejudicar, como nós já vimos no passado recente... Agora não, o presidente recebe os governadores, inclusive da oposição.

E o Tarcísio elogiou, deputado Vitão do Cachorrão. O governador Tarcísio elogiou o presidente Lula, o nosso governo federal, por essa iniciativa. Evidente que isso vai irritar alguns bolsonaristas, por conta dessa relação republicana do nosso presidente, do próprio governador, mas é um benefício para a população.

Olha, serão investidos, deputado Suplicy, seis bilhões e 400 milhões nesse projeto que vai ligar São Paulo a Campinas, o trem chamado Intercidades. Muito importante essa obra, porque são as duas maiores cidades do nosso estado, a capital e Campinas, o fluxo comercial de negócios, de viagens, é uma obra muito importante.

E mais, Suplicy, aí contempla a minha região leste, mas não só a região leste, todo o centro de São Paulo, passando pela região Sudeste aqui da capital, a compra de 44 novos trens para a Linha 2 Verde, essa linha que está sendo construída ali do trecho Vila Prudente até a Penha, que vai chegar ali próximo a Guarulhos, e que já liga Vila Prudente com toda a região da Paulista, e assim por diante.

Então, são 10 bilhões de investimento do governo federal aqui.

Agora, além disso, isso já foi anunciado em outras ocasiões, o governo vai investir, governo federal, 5,8 bilhões na construção do túnel entre Guarujá e Santos, que é uma obra, Major Mecca, que há 97 anos, quase 100 anos, o Brasil discute a importância dessa obra, de um túnel que ligue de forma sem passar pelo mar, porque ali naquele trecho passam 30% das exportações brasileiras, feito com balsas. Setenta e oito mil pessoas circulam ali todos os dias.

E essa obra que vem pelo PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, o novo PAC que o presidente Lula anunciou, ou seja, do ponto de vista da infraestrutura do nosso estado, esses investimentos do governo federal, em parceria, evidente, com o Governo do Estado, vão ser muito importantes para gerar emprego, trabalho, dinamizar a nossa economia.

O Brasil hoje é o nono país, é a nona economia do mundo. Até o maior empresário internacional, chamado Bill Gates, elogiou o nosso país ontem, deputado Suplicy, o que é bom para a nossa autoestima, dizendo que o nosso sistema de saúde, sistema de assistência social é um dos mais bem organizados, elogiou muito isso, o que é importante para aqueles que ficam criticando, muitas vezes, os nossos sistemas sociais.

Então, é isso, Sr. Presidente, parabéns ao presidente Lula, parabéns ao governador Tarcísio pelo discurso ontem, e vamos em frente. O presidente Lula, deputada Thainara, que estará sábado aqui em São Paulo, na zona leste, para inaugurar o início das obras do “Minha Casa, Minha Vida”, chamado Copa do Povo, lá no meu bairro Itaquera.

E também vai visitar o campus da Unifesp, Suplicy, no sábado, na parte da manhã, quem sabe para anunciar o início tão esperado das obras da universidade da zona leste.

Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Muito obrigada, deputado Simão Pedro.

Vamos continuar a nossa lista de oradores da tarde.

Com a palavra o deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.)

Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Teixeira Ferreira. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputada Professora Bebel.

A Professora Bebel tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sra. Presidente; cumprimento a Mesa Diretora de trabalhos, as assessoras e assessoras à minha esquerda, à minha direita, Sras. Deputadas e Srs. Deputados presentes nesse plenário, público presente, todos que nos veem e acompanham através da Rede Alesp.

Todo fim de ano é um... a gente trata como tormento na nossa vida, a vida dos profissionais da Educação, sobretudo dos chamados categoria “O”, que, enfim, o sindicato Apeoesp, sindicato do qual eu faço parte, tem feito lutas intensas.

Aqui no parlamento, ano passado, nós tivemos um avanço significativo. Nós conseguimos um PLC da Casa recontratando os professores da categoria “O” por mais um ano.

Este ano não conseguimos, mas pela manhã eu consegui uma negociação com a Secretaria do Estado da Educação, que pode não resolver na totalidade mas, de qualquer maneira, não deixa no limbo, ou seja, não deixa na incerteza, que os professores que firmaram contratos 18, 19 e 20 - esse é o teor da nota - serão incluídos no processo inicial de atribuição de classes e aulas.

Essa decisão visa atender à demanda de matrícula de estudante, promovendo a continuidade do ensino de forma abrangente e consistente. Esse comunicado deve sair em dez minutos para toda a rede do estado de São Paulo, o que nos deixa em uma situação mais tranquila, porque tem professores, deputada Monica, que estão falando isso, “eu vou ficar sem aula”, “eu vou ficar sem o quê”, “eu quero ter certeza”.

Eles entrando no processo inicial, é importante explicar para esse caso, desses professores, eles vão participar do processo, terão até 31 de dezembro o contrato, desliga, e, ao mesmo tempo, eles recebem em janeiro um terço das férias, e em 15 de fevereiro voltam.

A gente já articulou para ter uma folha suplementar, porque o grande problema é o início da vida da gente. Então não é dos sonhos, eu estou falando para esse grupo de 40 mil.

O de 60 mil, deputada Monica, também seria demitido para pôr em tábula rasa. Nós seguramos, iam ser demitidos não 40 mil, mas 100 mil, 60 mil, tanto de 2021, 2022 e 2023.

Esses, a gente conseguiu segurar e manter o contrato como estava, em que pese ter... porque na verdade não é um... o contrato é um... é a ativação do contrato. Não é bem um contrato, é limbo em todo o sentido, é uma aberração, e isso nós temos que resolver mesmo, de toda sorte.

Outra questão que eu considero importante é ir para o congresso de comissões a lei que regula as atividades pedagógicas diversificadas, as APDs, que foi uma bandeira de luta exaustiva do sindicato dos professores de ensino oficial do estado de São Paulo e de outros sindicatos, enfim, porque o professor tem que fazer atividade no próprio local de trabalho. E é impossível você preparar prova, ler livro, corrigir prova, enfim, fazer “N” atividades no próprio local de trabalho.

Então, acredito que deva sair um texto do congresso de comissões, um texto que contemple, pelo menos entenda que ela tem que ser cumprida em local de livre escolha do docente. Claro, tem emendas, todos os outros têm emendas, mas o governo, a gente vai pedir que avance também nessa questão, no congresso de comissões.

E, para terminar, dizer da importância de todos nós estarmos participando, nós vamos ainda fazer, antes de terminar o ano letivo, uma “live”, que não dá para fazer presencial, está todo mundo se virando com Natal, Ano Novo, mas a gente quer fazer para dirimir tudo, quaisquer dúvidas que venham a ter sobre essas questões de atribuição de aulas e também da Lei 1.374, no que diz respeito às APDs.

Aliás, nessa mesma alteração tem também a ampliação do tempo para escolher a carreira em que quer ficar, o que significa que nós estávamos certos quando a gente votou contrário à carreira, àquela lei de subsídio. E ao mesmo tempo consertou a falta-dia dos professores.

Só para terminar, presidenta, o professor faltava duas horas-aula e perdia o dia todo. Entendeu? Então, isso era uma injustiça muito grande. Então, isso vem consertando já no projeto original do governo e isso vai dar um outro fôlego, também, para a categoria. É claro que a gente quer mais salário, valorização. Mas a gente quer as condições de trabalho para ter qualidade de ensino.

Muito obrigada, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Eu que agradeço, deputada Professora Bebel. Parabéns pela luta.

Seguindo aqui a lista de oradores desta tarde, deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Major Mecca. Tem o Sr. Deputado o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, deputada Thainara, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, a todos os que nos acompanham pela TV Alesp, pelas redes sociais. O Brasil, hoje, vive um momento extremamente importante para a nossa Nação.

Hoje, estão sendo sabatinadas, no Senado Federal, as duas indicações do presidente Lula, ao Supremo Tribunal Federal e à Procuradoria Geral da República, respectivamente o Sr. Flávio Dino e o Sr. Paulo Gonet.

Fiquem atentos, brasileiros - nós que estamos aqui no estado de São Paulo e todos os que estão nos outros estados do nosso País. Quem aprova esses nomes são senadores da República, que foram eleitos pelos senhores. Esses senadores devem, sim, expressar a vontade dos seus eleitores.

Eu me manifestei aos três senadores aqui do estado de São Paulo. O Brasil tem 26 estados, mais o Distrito Federal - vinte e sete. Cada estado tem três senadores, somando-se 81 senadores. Então, é preciso 41 votos para a aprovação desses nomes.

Eu me manifestei ao senador Marcos Pontes, e a gente já sabe qual será o voto dele, será contra. Senadora Mara Gabrilli, senador Giordano. Cobrem esses senadores. Eu cobrei por qual motivo, deputado Conte Lopes? Eu não confio em um ministro da Justiça e da Segurança Pública que desembarca na porta do Complexo da Maré e entra sozinho numa área de alto risco para promover uma reunião. Fazer uma reunião.

E nós, policiais, sabemos que nessas áreas de alto risco nem a polícia adentra. Ninguém entra lá dentro, somente com autorização dos chefes do tráfico de drogas, dos chefes do tráfico de armas, dos chefes do tráfico de pessoas e de órgãos. Eu não confio nessa pessoa.

E os senhores brasileiros, confiam num ministro que tem essa postura, essa atitude? Os senhores confiam em um ministro da Justiça e da Segurança Pública que, no prédio onde ele e a equipe dele desenvolvem seu trabalho, recebe a rainha do tráfico de drogas, esposa de um dos principais traficantes de drogas do Brasil, integrante do Comando Vermelho?

Então, fiquem atentos, brasileiros. Porque é o voto dos senhores, foram senadores eleitos pelos senhores, que vão aprovar ou não esses nomes para o Supremo Tribunal Federal e para a Procuradoria Geral da República.

É importante, deputado Conte, o povo manifestar a sua opinião, o povo cobrar daqueles que foram eleitos pelo voto popular a postura íntegra, uma postura pautada na honestidade e no respeito ao próximo.

Fiquem atentos, pois há muitos anos nós vivemos a politização das cortes brasileiras, principalmente da Suprema Corte, que emana decisões que não estão alicerçadas na Constituição Federal, na Carta Magna do nosso país, decisões que ferem a Constituição, decisões que geram perseguições políticas a profissionais honestos.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Dr. Jorge do Carmo.

 

* * *

 

Nós acompanhamos, Sr. Presidente, jornalistas que, nos últimos anos, foram presos; nós acompanhamos, em oito de janeiro, lá em Brasília, decisões e mandados de prisão totalmente inconstitucionais, que não respeitam as leis que regem o nosso país. Então, fiquem atentos, povo do Brasil, povo do estado de São Paulo, cobrem os seus senadores.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

 O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado, deputado Major Mecca. Seguindo a lista de oradores inscritos, deputado Enio Tatto. (Pausa.)  Deputado Donato. (Pausa.)  Deputada Márcia Lia. (Pausa.) 

Agora, a Lista Suplementar: deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.)  Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.)

Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)  Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão, tem V. Exa. o tempo regimental do Pequeno Expediente.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente em exercício, que Deus abençoe a todos, um boa-tarde a todos os profissionais aqui, Major Mecca, Monica, a todas as deputadas, aos deputados, ao público, porque aqui é a Casa do Povo, em especial ao pessoal da limpeza, sempre com um sorriso no rosto, limpando aí os corredores, limpando os banheiros, limpando o nosso gabinete, então a gente não pode esquecer dessas pessoas tão especiais.

Ainda mais eu, deputado, que vim de uma família simples, meu pai, com muito orgulho, pedreiro, e V. Exa. também é da periferia e tem muitos votos lá em Sorocaba, na região do Laranjeiras e também do Carandá e Altos do Ipanema.

O pessoal de lá mandou um abraço, porque eu até hoje, mesmo sendo deputado, Major Mecca, pego minha bicicleta e vou lá à CDHU cortar o cabelo, para ter o contato ali com o barbeiro, com o pessoal, e o pessoal falou muito bem de V. Exa., presidente.

Eu quero aqui... Hoje é o Dezembro Verde, e está tendo uma campanha muito forte na rede social para o não abandono dos animais. Isso é de extrema importância, tem muita gente, infelizmente, que pega ali os animais, cachorros, gatos, filhotes, quando é bonitinho, quando é pequeno. A pessoa pega e, muitas vezes, depois, abandona ali, Monica Seixas, nos bairros rurais.

Eu já vi isso em Sorocaba, e isso é um verdadeiro absurdo. Então eu reforço aqui junto com os deputados, com a deputada Monica e com todos aqui, com o Major Mecca, com o Conte Lopes, para não abandonar os animais, não só neste mês. Isso tem que ser para sempre.

E, falando em animais, eu vou fazer a minha parte com as emendas. Vou pegar uma ONG legalizada, uma ONG que faz isso na região de Tremembé, que é referência na castração de animais. Eu quero levar isso para todo o estado, para muitos municípios, a castração gratuita.

Eu vou fazer a minha parte, mas peço também para o nosso governo, o Governo do Estado. Tem cidades aí com menos de 20 mil habitantes, menos de 10 mil habitantes, são mais de 400 cidades, e a pessoa não tem condições de fazer essa castração. Então é o “castramóvel” do estado.

Eu já mandei um requerimento, eu vejo que está parado, para levar para as cidades, levar até os municípios, levar à periferia, ao bairro rural, levar à CDHU. Muita gente tem animais aí, e a castração é muito importante.

Então eu vou fazer, eu estou fazendo isso. Vitão do Cachorrão é por causa do hot dog, mas a gente também ama a causa animal. Eu mesmo moro em uma casa que é 5x25 em um bairro onde eu construí, com muito sacrifício ali, com meu pai vendo hot dog, vendendo cachorro-quente.

Construi essa casa, Mecca, e acabei pegando, junto com a minha esposa - quero mandar um beijo para minha esposa, Camila, que eu amo -, 15 gatos, que eu castrei, de rua, estão lá castrados na minha casa, e mais três cachorros. Ainda tem mais uma que foi atacada por um pit bull na frente de um espetinho de carne, que isso tem muito no interior, no portão de casa, deputado.

Eu vejo que muitas famílias não têm condições de fazer essa castração, e a minha emenda para essa ONG, que é legalizada e faz isso no estado, faz na região de Tremembé - eu quero mandar um abraço para o vereador Diego Protetor -, além de castrar com a melhor anestesia, vai microchipar o animal.

Se o animal sumir, a pessoa vai encontrar. Às vezes está há 10 anos com o cachorro, e muitas vezes, infelizmente, no final do ano, tem rojões. Se o animal sumir, por causa da microchipagem, esse animal vai ser encontrado.

 Muitas famílias às vezes caçam dois ou três gatos e cachorros e não têm condições de comprar um medicamento. A gente vai fornecer também, tudo legalmente, o medicamento, que custa de 80 a 100 reais. Só que a gente é pequeno aqui, é só mais um, mas todos nós, eu tenho certeza, muitos trabalhadores, deputados aqui também que trabalham...

Essas pessoas não têm condições. O estado tem que levar o “castramóvel” para esses lugares, para que faça... Eu pedi em vários lugares, mas parece que o “castramóvel” está quebrado, o “catramóvel” não funciona. Eu falei com a secretária que tem que ter um programa de governo para fazer a castração gratuita de cães e gatos em todo o estado.

Outra coisa também agora, mudando um pouco de assunto, mas muito importante. Deputada Monica Seixas, eu estou implorando aqui. Eu estou com 20 cidades, municípios que fizeram um ofício, Major Mecca.

A gente é da base, mas a gente está aqui para pedir, para implorar, porque isso é para ontem, sobre a carreta de mamografia. Eu já estou terminando aqui, deputado.

Isso é o diagnóstico precoce, Monica Seixas, onde a mulher vai ter o diagnóstico do câncer. Não pode esperar um ano, dois anos, ficar indo no posto de Saúde, no pronto-atendimento da sua cidade, deputado, e depois, quando vê, já está com um câncer com dois anos.

Então eu estou implorando aqui para o secretário de Saúde e tenho certeza de que o governador vai atender o nosso pedido, porque tem atendido, de levar a carreta de mamografia em todos os municípios, para ter o diagnóstico precoce e o tratamento precoce do câncer, porque o câncer é na criança, é no adulto, é no jovem, é na pessoa de idade, e é no rico, é no pobre, é no milionário também.

Tem de inserir no Hebe Camargo. Então eu imploro aqui: carreta de mamografia para o nosso estado em todos os municípios.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado, deputado Vitão do Cachorrão. Parabéns pelo seu trabalho também em Sorocaba e em todo o estado. Eu tive uma votação expressiva daquela região, zona norte, Laranjeira, Carandá.

Eu quero mandar um abraço para toda aquela comunidade e dizer que você também representa muito aquela cidade e aquela região.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Como o rapaz lá que ajudou muito você. Manda um abraço para ele lá.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - O Anderson, Anderson Lima.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - O Anderson Lima, filho do Jorjão.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Ex-vereador lá de Sorocaba. É isso mesmo. Obrigado. Parabéns. Seguindo a lista de oradores inscritos, deputadas e deputados, com a palavra, o deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.)

Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputada Monica Seixas. Tem V. Exa. o tempo regimental do Pequeno Expediente.

 

 A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Primeiro, eu quero começar a dialogar um pouco com a angústia de professores e professoras - como sempre, de muita luta e bastante mobilização - sobre a votação que teremos mais tarde da APD, que é a preparação de aula que, recentemente, os professores foram obrigados a fazer presencialmente na escola. A gente está conseguindo avançar junto do governo no entendimento de que as APDs voltarão a ser em local de livre escolha.

Segundo, também, acalmar que a gente vai avançando junto à Secretária de Educação na pressão, no absurdo que é a demissão dos professores categoria “O” contratados entre 2018, 2019 e 2020. A gente está pressionando para que eles tenham prioridade na atribuição de aulas e possam continuar dando aulas.

Mas, em paralelo à luta, porque a coisa nunca é fácil para a gente, estamos vivendo momentos muito tensos. A gente votou a privatização da Sabesp e deve votar amanhã o Orçamento do estado de São Paulo.

Para mim, a primeira Peça do Tarcísio é uma tragédia, porque desmonta sobremaneira o serviço público em geral. Ele não ataca o servidor, é a Saúde que vai perder quase 30 bilhões. Isso é colapso na Saúde. É a Segurança Pública que teve um desinvestimento. É a Educação que vai colapsar. A gente está vendo o menor investimento de serviço público no Orçamento e nós vamos continuar batalhando, brigando.

Nesse cenário, eu quero falar um pouco do que eu estou entendendo como uma grave ameaça à minha atividade parlamentar que está acontecendo nesse momento.

Ontem, eu fui surpreendida ao ver protocolado no sistema, e uma convocação do Conselho de Ética, do relatório do deputado Olim, de um processo que acontece no Conselho de Ética contra mim, por ter dito que a Secretaria da Mulher é fake e continuará sendo fake, porque o Tarcísio separou apenas 40 reais para a aplicação de políticas públicas para a Sonaira.

  Que ter uma pessoa negra como secretária não significa a inclusão de pessoas negras nas políticas públicas, e que o movimento negro tem um nome para isso, e eu vou repetir: “token”. Significa, você dizer que, só porque você é amigo de uma pessoa negra, você não é racista. A gente quer ver política antirracista na prática do governo Tarcísio. A gente ainda não viu.

Então, a crítica se dirigiria ao governo Tarcísio. Só que o Olim, Mecca, pede o meu afastamento por 30 dias. Suspensão do meu mandato por 30 dias. Queriam votar às pressas, amanhã.

Se isso acontecer, e esse grau de ameaça persistir, que é uma grave violação do meu direito parlamentar de defender as minhas ideias antirracistas, é também uma ameaça ao trabalho que eu tenho feito aqui...

Desculpa, eu vou ter que pedir a mesma sanção ao senhor por ter expressado as suas opiniões sobre o Flávio Dino aqui. Eu vou ter que pedir a mesma sanção ao Conte Lopes que, às vezes, aqui, na tribuna, expressa a sua opinião contrária a secretários de estado, ao presidente Lula e, às vezes, até mesmo, ao governador Tarcísio.

Eu vou ter que pedir a mesma sanção a cada print de tuíte que eu não ouso repetir com ofensas graves que parlamentares postam a chefes de estados, secretários e ministros.

É completamente desproporcional uma Casa que demorou quase um ano para resolver o caso do Cury, que teve medo de pedir a cassação do Arthur Mamãe Falei, que foi palco de muita briga, que não puniu o Wellington por uma fala racista, me tirar o mandato por 30 dias por dizer que o governo Tarcísio não tem política para as mulheres e não tem política para o movimento negro.

O que está acontecendo nesse processo no Conselho de Ética, que ia ser votado às pressas amanhã, com deboche nos corredores que vão me tirar o mandato porque eu sou chata, é um cerceamento à minha atividade parlamentar, mas é uma chantagem. Estão tentando me assustar e me amedrontar.

Estou dizendo aqui desta tribuna: nós vamos brigar na Justiça por conta disso e, se isso passar, vai virar jurisprudência para eu processar todo mundo aqui que, no exercício da sua função, ofendeu ou criticou chefes de estado com palavras mais acaloradas, porque, repito, nem foi uma ofensa à Sonaira, foi uma denúncia de que o governo Tarcísio não tem política para as mulheres.

Repito: não tem política para as mulheres. Vai se recusar a abrir Delegacia das Mulheres 24 horas. Não amplia as maternidades. Não tem política para negros e negras. A Secretaria da Mulher tem 40 reais para políticas públicas. Dizer que inclui pessoas negras é “token”, mas o que estão fazendo comigo é uma grave ameaça.

Se esperam que vão me silenciar diante disso, não vão. Vamos continuar lutando pelo meu direito parlamentar de expressar a luta do meu mandato aqui, em comissões e diante dos secretários.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Para uma reclamação, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Só um minutinho. Obrigado, deputada Monica Seixas. Só vou encerrar o Pequeno Expediente, aí já abro o Grande e, em seguida, já passo a palavras para Vossas Excelências.

Assim encerramos o Pequeno Expediente desta tarde e imediatamente abrimos o Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Para uma reclamação, Sr. Presidente, porque fui citado.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Pela ordem, deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, a deputada Monica Seixas falou a respeito de mim, do que falei, tal e tal. É bom colocar para a deputada Monica Seixas que, quando o deputado Frederico d’Avila xingou o papa, até falei com V. Exa.: aqui nesta tribuna nós sempre defendemos a Constituição, que o deputado é inviolável nas suas palavras. Ele tem o direito de falar o que bem entender da tribuna. É direito dele.

Então, nunca falei contrário à deputada. Não sei por que ela me citou. Não, pelo contrário, acho que aqui é o lugar de o deputado exercer a sua atividade, poder falar, reclamar e cobrar, seja lá de quem for, seja do Flávio Dino, do Lula, de quem quer que seja. É um direito que o deputado tem. Então, não sei por que a deputada falou a meu respeito, mas não, ela tem o direito de falar.

Acho que fui o único que defendeu aqui o deputado que acabou brigando com o papa, xingando o papa. Eu fiz a defesa e falei com Vossa Excelência. Está na Constituição que o deputado tem direito a falar o que bem entender.

É direito dele defender as suas ideias da tribuna da Assembleia. Ele é eleito pelo povo para isso. Então, acho que a colocação da deputada não foi bem contra este deputado aqui, contra este parlamentar.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado, deputado Conte Lopes. Pela ordem, deputado Major Mecca.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, como a deputada Monica Seixas citou o meu nome na tribuna, é só para dizer que a senhora fique à vontade para me representar, seja na Comissão de Ética ou em qualquer outro lugar que for.

Eu não posso deixar de externar, tanto na tribuna quanto nos microfones de apartes desta Casa, o pensamento, a vontade do povo brasileiro que depositou o seu voto no deputado Major Mecca nas urnas.

E nós estamos aqui e não deixaremos nunca de expressar o que nós sentimos, aquilo que nós pensamos e, como o deputado Conte Lopes citou, nós temos a proteção da Constituição Federal em relação à inviolabilidade de tudo aquilo que falamos.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Uma comunicação, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Sim, deputada Monica Seixas.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Não era minha intenção ofender nem ameaçar, mas estou alertando para o que está acontecendo.

O relatório que pede o meu afastamento por 30 dias, que está tramitando às pressas no Conselho de Ética, vai abrir precedentes para que todos que falem o que pensam tenham o mesmo destino.

Então, eu espero que, no Conselho de Ética, a posição partidária dos partidos que os senhores representam defendam a ideia de que não posso ser ameaçada e, pior, afastada da minha atividade parlamentar por minha fala em comissão, e por continuar expressando que a Secretaria da Mulher é fake, esvaziada e não tem condições de atuar.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Oradores inscritos no Grande Expediente deste dia 13 de dezembro de 2023. Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.)

Deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Professor Carlos Giannazi, tem V. Exa. o tempo regimental do Grande Expediente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Jorge do Carmo, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, primeiramente, eu quero aqui manifestar todo o nosso apoio à deputada Monica Seixas, que está sendo vítima de perseguição política, Sr. Presidente.

Ela está sendo vítima, na verdade, de assédio parlamentar, de bullying parlamentar. É um absurdo, é uma excrescência este processo que foi aberto na Comissão de Ética, que eu tenho certeza de que vai ser arquivado, porque não tem a mínima consistência, Sr. Presidente.

Porque é inexplicável que a Comissão de Ética possa caçar ou punir uma deputada, que está utilizando aqui a liberdade de expressão garantida pela Constituição Federal. Seria um absurdo total, a Assembleia Legislativa não pode se curvar a isso.

E a Comissão de Ética não pode ser instrumentalizada dessa maneira, Sr. Presidente. É isso que nós estamos assistindo aqui na Assembleia Legislativa. A Assembleia Legislativa é instrumentalizada para perseguir, para constranger e para, muitas vezes, assediar e tentar intimidar parlamentares.

Então nós estaremos atentos a isso. Eu tenho certeza de que esse processo será arquivado; ele não vai prosperar, nem na Comissão de Ética e muito menos aqui no Plenário.

Então, deputada Monica Seixas, todo o nosso apoio à V. Exa., que é uma grande deputada, uma deputada combativa, feminista, que representa aqui um segmento importante do movimento negro no estado de São Paulo.

Sr. Presidente, eu quero aqui registrar, na Assembleia Legislativa, na data de hoje, a honrosa presença do vereador da cidade de Severínia, o vereador Carlos Jorge, um defensor lá da Educação, que vem constantemente aqui na Assembleia Legislativa trazer as pautas da cidade, sobretudo da área da Educação, que é uma área em que eu atuo bastante.

E, recentemente, através dele, eu tive acesso a uma informação - que eu fiquei perplexo - que eles estão em luta pelo pagamento do piso nacional do Magistério, que é lei federal, aprovada em 2018, a Lei nº 11.738, lei já confirmada pelo Supremo Tribunal Federal.

Aí o sindicato dos servidores, que representa também o Magistério municipal, colocou um outdoor na cidade para pressionar a prefeita da cidade a pagar o piso, porque ela não está pagando o piso, por algum motivo, mas tem que pagar - porque é lei federal, senão ela está cometendo improbidade administrativa.

Então o sindicato colocou um outdoor na cidade, com os seus próprios recursos, com os recursos das professoras, em um terreno particular, e ela - a prefeita - mandou retirar o outdoor.

Agora, novamente, o sindicato colocou uma outra placa e a atitude da prefeita foi a mesma, Sr. Presidente, uma atitude extremamente covarde, atacando as professoras.

Professoras da rede municipal de Severina, que têm direito constitucional ao piso nacional do Magistério - repito - que foi aprovado no Congresso Nacional, sancionado pelo presidente da República em 2008 - o presidente Lula - e confirmada essa lei pelo Supremo Tribunal Federal. Já foi confirmada duas vezes. Então não há motivo para o não pagamento do piso.

Então todo o nosso apoio, vereador Carlos Jorge, que tem feito um trabalho imenso nessa área, ao sindicato também, ao Clebson, que é o presidente do sindicato. Contem com o nosso total apoio.

Nós vamos novamente acionar o Ministério Público e o Tribunal de Contas pelo não pagamento do piso e também em relação a essa afronta à liberdade de expressão do Magistério municipal e do sindicato, que é um instrumento de luta, reconhecido por lei também dos servidores e, sobretudo, das professoras de Severínia.

Quero, Sr. Presidente, aqui ainda falar da farsa da reforma administrativa, que foi, infelizmente, aprovada ontem aqui na Assembleia Legislativa pela base do Governo, pela base governista; que foi, na verdade, a aprovação de um trem da alegria, de uma reforma fake news, que eles estão vendendo como um grande mérito, uma grande coisa.

Primeiro, é bom destacar que essa reforma administrativa nem é reforma, nem merece esse nome. É um trem da alegria, porque é um projeto de lei que a base do governo assinou dando aumento salarial para cargos de confiança, cargos políticos, para 21 contratados através desses cargos comissionados.

Eles tiveram 48% de reajuste salarial, enquanto os servidores em geral tiveram apenas 6%, os servidores de carreira da Fundação Casa, os servidores da Educação, do sistema prisional, tiveram apenas 6%, e nem a Polícia Civil teve isso, nem a Polícia Militar, e esses cargos de confiança, eles tiveram ontem... A Assembleia Legislativa, através da base governista, aprovou um aumento de, olha só, 48% para salários de até 26 mil reais.

Então, para os cargos comissionados, de confiança do governo, tudo, 48%, para os servidores que estão lá na ponta, atendendo a população, professores, servidores da Saúde, da Segurança Pública, seis por cento. Foi isso que foi aprovado ontem aqui, o trem da alegria. Não tem nada de reforma administrativa.

Eles vendem uma outra fake news, dizendo que nós extinguimos quatro mil cargos, só que eles se esqueceram de dizer que esses quatro mil cargos são cargos vagos, que não tem ninguém nesses cargos.

É fake news. Tudo o que vem desse governo é fake, minha gente. É mentira, é trapaça, Sr. Presidente, como aconteceu agora com a Sabesp, que o governador ontem foi lá na XP, essa corretora XP, que é controlada pelo Banco Itaú.

Ele foi lá falar com os patrões dele, que é o mercado financeiro, e ele rifou aqui a base do governo, porque ele estava dizendo para a base do governo: “vote na privatização, que eu vou diminuir a tarifa. Vai diminuir”.

Ele disse, convenceu a base do governo, cometendo estelionato e depois ontem lá com os donos do poder, com os donos do dinheiro, que é o grupo que ele serve, na verdade, ele disse que não, que vai aumentar a conta de água, que não vai diminuir, para o mercado financeiro, porque os acionistas não vão aceitar, Sr. Presidente.

Está aqui. “Tarcísio admite que tarifa da Sabesp vai subir mesmo com privatização. O governo paulista recua no discurso de que a medida reduzirá a tarifa paga pelos cidadãos”. Então, ele enganou a base do governo. A base do governo votou em um projeto, achando que era uma coisa.

Não foi falta de aviso, nós avisamos o tempo todo, e agora o Tarcísio rifou, enganou a base do governo, porque nós fomos totalmente contra a privatização da Sabesp, que aconteceu aqui em um clima extremamente nefasto, sem a presença do povo, o povo foi expulso das galerias, a imprensa não estava presente, nem a oposição.

Tanto é que nós estamos judicializando essa votação, que não vale. E tem ainda que aprovar nos municípios, tem que aprovar na Câmara Municipal no ano que vem.

Porque se a Câmara Municipal não aprovar, não vai ter validade nenhuma essa reforma, e os deputados da base do governo foram à toa para o sacrifício, tendo que explicar agora para os seus eleitores porque eles votaram na privatização.

Mas, voltando à farsa da reforma da Previdência, que é o trem da alegria, que concedeu reajuste salarial para os cargos de confiança, Sr. Presidente, para aproximadamente 21 mil pessoas que serão beneficiadas, em detrimento de mais de 600 ou 700 mil servidores que estão com salários arrochados e defasados há muitos anos.

Mas tem várias contradições essa farsa. O governo, ainda nesse projeto, aprovado pela base do governo, por exemplo, reserva só 20% desses cargos para os servidores de carreira, enquanto na lei federal, para os servidores da União, isso é de no mínimo 60% para os cargos comissionados ou de confiança.

Ou seja, não é para valer. Reforma administrativa, se fosse para valer mesmo, ele faria justiça, trazendo de volta as faltas abonadas que o Doria retirou, e essa própria base do governo na época votou a favor. Nós perdemos. Servidores perderam as faltas abonadas, que foi uma conquista histórica da categoria.

Perderam também o reajuste do adicional de insalubridade. Várias categorias perderam, por conta da reforma do Doria. Se fosse para valer essa reforma, ele faria justiça, trazendo de volta no mínimo esses dois pontos que eu citei. E mais ainda, Sr. Presidente, e mais a questão do vale-refeição, que hoje é o vale-coxinha.

Mas nada disso, Sr. Presidente. Para finalizar, os cofres públicos, com a aprovação desse projeto, vão ter uma perda de 580 milhões por ano. É por isso que eu falo que nós votamos contra. O que aconteceu ontem foi uma reforma administrativa fake news, foi o trem da alegria que foi aprovado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado, deputado professor Carlos Giannazi. Quero cumprimentar o nosso vereador Carlos Jorge, mandar um abraço para os munícipes do município de Severínia, dizer que esta Casa o recebe. É muita alegria tê-lo conosco no nosso plenário.

Seguindo a lista de oradores inscritos, com a palavra a deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.)

Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.)

Deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. Tem V. Exa. o tempo regimental do Grande Expediente.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta Casa, ouvi há pouco as colocações do nobre deputado Major Mecca sobre a votação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal. Eu estava até acompanhando pela televisão, e, Major Mecca, nunca vi nada tão político, e não tem nada a ver aquela sabatina com saber jurídico do Flávio Dino, não.

Na verdade, o Supremo Tribunal Federal passou a se tornar algo totalmente político. Ele foi político, nobre deputado Dr. Jorge do Carmo, quando condenou o Lula, e pôs o Lula na cadeia por 580 dias. Depois, o mesmo tribunal foi lá e absolveu o Lula. Eu sou bacharel em direito de 74 a 78 em Guarulhos, mas não sou advogado, como Vossa Excelência. Então o povo não consegue entender: o Lula é culpado ou o Lula é inocente? Para mim, o Lula é culpado; para V. Exa., o Lula é inocente. Para o Major Mecca, o Lula é culpado; para a Monica Seixas, ele é inocente.

Então como é que uma suprema corte pode ter uma análise dessa maneira? Da mesma forma que ela decide que o ex-presidente Bolsonaro não pode ser mais candidato por oito anos. Um partido político entra com um pedido - acho que é o PDT - e eles decidem, “não, esse aí não vai ser mais candidato”.

Mesmo que o povo queira, ele não vai, não vai mais disputar eleição. Então mais político que isso? E aqui entre nós, o que o Lula fez, que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal, mostrou para o Supremo que ele, como presidente da República, põe quem ele quer lá.

Ele colocou o seu advogado. Nós assistimos pela televisão, Major Mecca, o procurador Deltan Dallagnol denunciando o Lula para o juiz Sérgio Moro. Quando o Zanin queria falar, não deixava o Zanin fazer a defesa. O Lula pegou e colocou o Zanin lá no Supremo Tribunal Federal, e agora coloca o Flávio Dino, que é senador. Ele é senador da República; ele não vai conseguir 41 votos lá para ser senador? Para conseguir virar ministro?

Então, dificilmente não consiga, mas o que eu acho não é isso. Acho que a Suprema Corte deveria decidir problemas da Constituição, não decidir se é aborto, não é aborto, que isso cabe aos deputados federais e senadores, Major Mecca. Quando nós estávamos naquela reunião que eu cobrei até dos deputados federais, “não vão tornar as urnas auditáveis?”

No começo desse ano os caras já acham que não dá para tornar as urnas auditáveis o ano que vem. Então, ano que vem começam a xingar as urnas de novo: quem perder xinga as urnas e quem ganhar ama as urnas.

Mas eu pergunto: deputado federal, hoje a pessoa... é tudo muito bom, hoje os caras andam com celular na mão, todo mundo artista. E aí, ninguém cobra nada, não se cria uma lei para se tornar a urna auditável, tornar o ministro do Supremo não vitalício? Por que vitalício?

Tem que ter... ministro da época do Collor De Mello, saiu esse ano, era primo dele. Quer dizer, que cargo é esse que você ganha, fica 30, 40, 50 anos como ministro do Supremo Tribunal Federal decidindo politicamente?

É até duro de falar aqui que a gente pode ser cassado. Cassa todo mundo. É um negócio totalmente político. O debate hoje é só política. Ninguém está perguntando se o camarada conhece de lei, deixa de conhecer. Não, é o caminho que ele toma e o que ele vai decidir todo mundo já sabe.

Então, realmente é uma situação muito triste a gente ver uma coisa dessa. A gente, que veio da Polícia, que bandido é preso, ele está cometendo crime, tem que ir para a cadeia, é a função dele. Por quê? Porque ele foi preso cometendo crime, não é uma decisão política, partidária.

Hoje o Lula é condenado, e hoje o Lula é absolvido e vira presidente da República. Então, vamos todo mundo bater palma para ele, os mesmos caras que xingavam, que xingavam de ladrão e que condenaram.

É essa uma Suprema Corte da Justiça brasileira? É uma pergunta porque qualquer um pode ser vítima. Se um ex-presidente da República por duas vezes, presidente, Dr. Jorge Do Carmo... e elegeu ainda a Dilma duas vezes. Foi colocado na cadeia.

Que dirão os pretos e pobres então na Justiça do Brasil? O Michel Temer, com 80, quase 90 anos sendo perseguido pela Polícia Federal, os homens de metralhadora para prender o Temer. E foi para cadeia, foi lá puxar a cadeia no Choque.

Então, é essa a Justiça? De acordo com a política, você vai para a cadeia ou não vai. Então, fica aí a minha colocação. Torna-se alguém inelegível, como tornaram o Bolsonaro, porque um partido político achou que ele não deveria se reunir com os embaixadores e falar mal da urna eletrônica.

Aí vão os ministros de novo e se reúnem: dá oito anos para ele. É assim a nossa Justiça? Não é o povo que decide mais quem é ou quem não é? Então, fica um exemplo do Lula, que foi condenado, puxou 580 dias de cadeia e depois o mesmo Supremo o absolveu. Quer dizer, ele era culpado aqui e aqui ele virou inocente?

Então, eu estava acompanhando os debates sobre a arguição do Flávio Dino, e vejo algo totalmente político. E pergunto aos deputados federais e senadores: é esse o caminho? Vão deixar o Supremo continuar a decidir? Cassaram um deputado federal. Estava falando, aqui a deputada Monica Seixas, se não vai poder falar?

Eu fui o único que defendi aqui, que subi à tribuna para defender o Frederico D’Avila, que xingou o papa, que foi assaltado junto com o filho, com a mulher, chegou aqui nervoso, em Aparecida do Norte um bispo lá falou de arma, não sei o que, e ele acabou xingando e atingiu o papa, sei lá. Eu vim aqui e o defendi, o único, que ele tinha o direito de falar, o direito de falar nesta tribuna.

É o lugar que ele tem para falar, ele representa aqueles que votam nele. Agora, honestamente falando, o que eu estou vendo aí em termos de Justiça... É essa a Justiça brasileira?

Então vamos tomar atitude, vamos tornar o Bolsonaro inelegível. Já um deputado vai, puxa lá, um partido entra e já torna o cara inelegível por oito anos. Não é o povo que decide quem pode ser candidato ou não? Ou quem ganha ou perde a eleição?

Eu sempre fui honesto aqui, nesta Casa, quando eu falava, antes das eleições, tinha que pôr o exército na rua. Eu sempre falei aqui, exército de eleitores para ganhar a eleição, nobre deputado Major Mecca. “Ah, não, a cidade de São Paulo é ‘tudo esquerda’”. Mas que “tudo esquerda”?

Agora, se o Bolsonaro não vem para São Paulo fazer campanha na periferia de São Paulo, não tem voto mesmo. Se não for lá pedir voto, como a gente vai, não tem. E não levavam, não é? Não levavam. A periferia de São Paulo tem sete milhões de eleitores. Não adianta ir para Sergipe todo dia.

“Ah, São Paulo já está decidido, a cidade de São Paulo é esquerda”. Que esquerda? Nós ganhamos, porque eu era vereador na época, tinha perdido a eleição aqui, fui disputar a eleição, com Doria, no primeiro turno, do Haddad. Só que ia para a periferia pedir voto, né?

Maluf ganhou eleição aqui em São Paulo, a Erundina também ganhou. Pitta ganhou eleição em São Paulo. Então tem, não é? Agora, se não fizer campanha e ficar simplesmente “ah, eu sou da direita, sou da esquerda, sou não sei o quê”, e não ir para a rua pedir voto, aí é difícil mesmo. É difícil.

Então fica a minha colocação. Acho um absurdo o que está acontecendo em cima do Supremo Tribunal Federal. O que houve hoje não foi nada de extraordinário saber jurídico, é simplesmente uma colocação. E o Lula colocou muito bem, pôs o advogado dele e agora pôs o ministro da Justiça dele no Supremo.

Obrigado, Sr. Presidente.

É a minha colocação.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado, deputado Conte Lopes. Seguindo a lista de oradores inscritos aqui, deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Com a palavra a deputada Beth Sahão. (Pausa.) Com a palavra o deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Emídio de Souza. (Pausa.) O próximo orador inscrito sou eu. O deputado Conte Lopes vai assumir aqui a Presidência.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Conte Lopes.

 

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O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Com a palavra, por cinco minutos, o nobre deputado Jorge do Carmo. Dez minutos regulamentares.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR -Obrigado, Sr. Presidente, deputado Conte Lopes, na Presidência deste Grande Expediente, nesta quarta-feira, 13 de dezembro de 2023. Estamos chegando, estamos no último mês deste ano de 2023, basicamente aqui as últimas semanas da nossa atuação parlamentar deste ano legislativo.

Muito provavelmente vamos discutir o orçamento de 2024, vamos falar sobre os avanços, os retrocessos do orçamento. Eu quero estar aqui para amanhã ou no dia que for discutir a LOA, que é a nossa Lei Orçamentária Anual, eu quero exatamente fazer as observações sobre os cortes que nós sabemos que tem como previsão para o orçamento do ano que vem, de 2024, sobretudo e principalmente nas áreas sociais.

Tem uma PEC tramitando nesta Casa, que é a PEC 9, que versa sobre a possibilidade de tirar recursos da Educação para alocar recursos para a Saúde. Dá uma monta de, aproximadamente, dez bilhões.

Quase dez bilhões. Imaginem que contradição, a peça orçamentária que é enviada aqui pelo governador prevê cortes na Saúde. E aí quer tirar dinheiro da Educação para pôr na Saúde.

Chega a ser cômico, porque se não executa, se corta recursos da Saúde. Era sinal de que estava sobrando dinheiro, estava entrando dinheiro. Dava a entender que estavam sobrando recursos. Não é verdade, a gente sabe que não é verdade. O que está é faltando recursos para a Saúde.

Aí vem uma PEC para querer discutir aqui corte na Educação para destinar para a Saúde. Então, essas coisas, essas contradições certamente nós vamos discutir aqui no projeto que versa sobre o Orçamento para o próximo ano.

Na Habitação, todo ano, ao invés de... Já destina pouco, já tem cortes na hora de destinar. E quando é a hora de executar, também não empenha, não executa aquilo que foi destinado aqui.

Então, é realmente uma pena que o governo pense dessa maneira, da maneira que, ao invés de fazer investimento, ao invés de a gente ter um Orçamento, que nós sabemos que é fabuloso... Um Orçamento da monta de 318 bilhões neste ano de 2023, com expectativa de 328 bilhões no próximo ano.

Então, chega a ser um tanto contraditório quando a gente acompanha isso aqui. Mas nós vamos discutir essa questão amanhã. Provavelmente amanhã, vamos discutir, porque é importante que a população saiba o que pensa o governo quando diz que quer fazer austeridade, quer fazer reforma administrativa. E na verdade, como disse aqui o deputado Carlos Giannazi, não é nada disso, não é nada de reforma.

Reformar, cortar cargos, e aí falando da deforma administrativa... Cortar cargos que não estão ocupados - onde é que está o corte? É o contrário: aumentam os vencimentos daqueles que são cargos de confiança. Então, são contradições em cima de contradições do governo Tarcísio de Freitas.

E por falar em contradições, Sr. Presidente, nós vivenciamos aqui uma batalha, porque nesse plenário, nessa galeria, a gente viveu uma batalha muito árdua, muito difícil.

Infelizmente, terminou de uma maneira bem complicada. Graças a Deus, não teve maiores transtornos, mas as pessoas vieram a essa galeria para protestar, para realmente dizer “não” àquilo que a gente já sabia que era uma mentira.

Refiro-me ao Projeto no 1.501, de 2023, que versava sobre a privatização da Sabesp. Nós falávamos aqui, os deputados que não votaram, porque nós não concordamos com o que aconteceu naquele dia. Entendíamos que não era momento de votar. E se fosse e estivéssemos aqui, iríamos votar contra. Mas nós não podíamos concordar, porque nós sabíamos que era uma farsa.

Nós sabíamos que essa conversa de entregar o patrimônio público para a iniciativa privada e achar e entender e imaginar e sonhar e acreditar, como disse aqui um deputado: “eu acredito, eu acredito, eu acredito”... Só faltou dizer que acreditava em Papai Noel. “Eu acredito que o governador vai fazer...”.

Gente, a gente sabia que era fake news, que era mentira, que não era verdade que a tarifa ia baixar. Porque não existe ninguém que queira um patrimônio, alguém da iniciativa privada, o capital da iniciativa privada que queira comprar algo para dar prejuízo.

Eles só se interessaram porque dá lucro, e muito lucro. Mas enfim, a gente viu aqui, exatamente: foi aprovada num dia, e três, quatro dias depois, o governador foi a um evento da XP para dizer exatamente aquilo que a gente já alertava aqui: que a tarifa ia aumentar, como aumentou a tarifa da Enel, como aumentou a tarifa das concessionárias de energia elétrica, que foram privatizadas nesta Casa em 1998. Foram privatizadas, e só piorou o serviço de energia elétrica neste estado.

Hoje, se você quiser falar com alguém da Enel, você não fala; você fala com o 0800. Ou seja, você fala, mas não escuta nada, porque não tem resposta, porque está falando com alguém que não está interessado em saber quais são as preocupações e as angústias daquele que paga, que paga para o lucro ir lá para a Itália. É o caso da Enel.

Inclusive, tem uma CPI nesta Casa para apurar os desmandos e as mazelas deste estado quanto a essa empresa. É o que vai acontecer, infelizmente, com a Sabesp, porque vai piorar o serviço, vai sucatear, vai aumentar a tarifa. O argumento de universalização também é um argumento frágil, porque a universalização já está prevista em 310 dos 375 municípios do estado.

Então, são frágeis os argumentos da secretária, que veio aqui dizer que iria baixar a tarifa. Fiquei pensando, né? Vamos pegar a proposta, pegar os 30% da venda da Sabesp, e vamos fazer um fundo. Essa é a ideia.

É a mesma coisa, deputado, presidente Conte Lopes, é a mesma coisa que você vender sua casa, a gente vender a nossa casa e, com o dinheiro que a gente recebe da venda, a gente pagar aluguel da própria casa.

É o que se está propondo fazer. Pega o dinheiro que é do povo paulista, porque a Sabesp é uma empresa do patrimônio do povo paulista, e aí, com esse dinheiro, vamos baixar a tarifa. Isso é, no mínimo, estranho. Isso é um estelionato.

É impossível votar “sim” em um projeto como esse, a menos que haja outros interesses obscuros, que a gente não pode comprovar. Não é possível que alguém em sã consciência diga... Deputados e deputadas que estão do lado do povo, que apoiam o povo, que foram eleitos pelo povo, e conseguem fazer isso.

Isso vai ficar para a história desta Casa. Quem estiver aqui no futuro vai dizer: “Olha, nós avisamos que a privatização da Sabesp seria um estelionato”. É vender um patrimônio que dá lucro. Se fosse uma empresa que não desse lucro, ninguém se interessava. Não tinha interesse.

É por isso que nós vamos sempre lembrar de que estamos do lado certo. Nós falamos e falamos quantas vezes forem. No entanto, quem elegeu a maioria dos deputados aqui foi o povo. O povo escolheu quem ele queria que o representasse aqui.

Então, tenho minha convicção, tenho minha consciência muito tranquila de que, conhecendo a história da Sabesp, conhecendo o trabalho que é feito, pela relação que tenho institucionalmente com a Sabesp, pelo compromisso que a Sabesp tem com o povo, não seria o caso de vendê-la, mas sim de investir mais, de pegar o recurso da Sabesp, que dá lucro, e baixar, sim, a tarifa, se quisessem baixar a tarifa, porque onde privatizou aumentou a tarifa. Em lugar nenhum abaixou. Precarizou o serviço e aumentou a tarifa.

Então, estamos aqui, cada dia mais, lembrando e relembrando que estávamos certos - e estamos certos - quando nós não compactuamos com essa tragédia, essa tristeza que foi vender e entregar o patrimônio público para a iniciativa privada, para saber que amanhã vai acontecer a mesma coisa que aconteceu com a questão da energia elétrica.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, eu peço o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - É regimental. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os ainda da sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 17 horas.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 38 minutos.

           

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