4 DE SETEMBRO DE 2023

30ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO CONSCRE - CONSELHO DE COMUNIDADES

        

Presidência: DELEGADO OLIM

        

1 - DELEGADO OLIM

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - HUGO ROTHSCHILD

Mestre de cerimônias, nomeia as autoridades presentes. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".

        

3 - PRESIDENTE DELEGADO OLIM

Informa que a Presidência efetiva convocou a presente sessão solene em "Homenagem ao Conscre - Conselhos de Comunidades", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos.

        

4 - HUGO ROTHSCHILD

Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de vídeo institucional do Conscre - Conselho Estadual Parlamentar das Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras.

        

5 - PRESIDENTE DELEGADO OLIM

Discorre sobre o Conscre, que tem como objetivo promover a integração e a convivência pacífica das comunidades de raiz estrangeira que residem em São Paulo. Ressalta a contribuição dos imigrantes para a cultura brasileira.

        

6 - SÉRGIO SERBER

2º vice-presidente do Conscre, faz pronunciamento.

        

7 - MARINA TIKAZAWA

1ª vice-presidente do Conscre, faz pronunciamento.

        

8 - GABRIEL SAYEGH

Presidente do Conscre, faz pronunciamento.

        

9 - VAHAN AGOPYAN

Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, faz pronunciamento.

        

10 - MARCO ANTÔNIO MARQUES DA SILVA

Desembargador do TJ-SP, faz pronunciamento.

        

11 - HUGO ROTHSCHILD

Mestre de cerimônias, anuncia homenagem, com entrega de placas, a representantes, cujos currículos lê, das comunidades alemã, sírio-libanesa, armênia, grega, italiana, japonesa, judaica, palestina, paraguaia e portuguesa.

        

12 - RENATO AFONSO GONÇALVES

Presidente da Casa de Portugal, faz pronunciamento.

        

13 - JULIO MUÑOZ KAMPFF

Presidente da Sociedade Beneficente Alemã, faz pronunciamento.

        

14 - NAILIZE NAIM KABA

Representante da Associação Beneficente "A Mão Branca" e da comunidade sírio-libanesa, faz pronunciamento.

        

15 - KENARIK BOUJIKIAN

Jurista e representante da comunidade armênia, faz pronunciamento.

        

16 - ASPASIA PAPAZANAKIS

Psicóloga e representante da comunidade grega, faz pronunciamento.

        

17 - NAILIZE NAIM KABA

Representante da Associação Beneficente "A Mão Branca", faz pronunciamento.

        

18 - GIANFRANCO MELLINO

Missionário e representante da comunidade italiana, faz pronunciamento.

        

19 - HIROSHI SHIMUTA

Empresário e representante da comunidade japonesa, faz pronunciamento.

        

20 - FANY COGAN BAROCAS

Professora e representante da comunidade judaica, faz pronunciamento.

        

21 - JAMAL SULEIMAN

Médico infectologista e representante da comunidade palestina, faz pronunciamento.

        

22 - IRMANI PAULO BORSATTO

Padre e representante da comunidade paraguaia, faz pronunciamento.

        

23 - HUGO ROTHSCHILD

Mestre de cerimônias, anuncia a entrega de homenagem da diretoria do Conscre ao deputado Delegado Olim.

        

24 - PRESIDENTE DELEGADO OLIM

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Delegado Olim.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Senhoras e senhores, solicitamos a todos os presentes que ocupem seus lugares para que possamos dar início à cerimônia.

Senhoras e senhores, muito boa-noite. Sejam todos bem-vindos ao Plenário Juscelino Kubitschek, da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de homenagear as personalidades das comunidades estrangeiras em São Paulo. Dentro de alguns instantes, reiniciaremos. Comunicamos que este evento está sendo transmitido ao vivo pela TV Alesp e pelo canal da Alesp no YouTube.

Convidamos, para compor a Mesa Diretora, o Exmo. Sr. Deputado Estadual Delegado Olim; o Exmo. Sr. Desembargador do Tribunal de Justiça e diretor da Casa de Portugal, Dr. Marco Antônio Marques da Silva; o Exmo. Sr. Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, Dr. Vahan Agopyan, ex-reitor da USP; o Sr. Gabriel Sayegh, da comunidade árabe, presidente do Conscre; a Sra. Marina Tikazawa, da comunidade japonesa, 1ª vice-presidente do Conscre; Sr. Sérgio Serber, da comunidade judaica, 2º vice-presidente do Conscre. (Palmas.)

Composta a Mesa, convidamos a todos para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, que será executado pela Banda do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do 1o Sargento PM Jesiel.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Nossos agradecimentos à Banda do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo, na pessoa de seu regente nesta noite, 1o Sargento PM Jesiel. Muito obrigado, sargento.

Convidamos para compor a Mesa extensora da Mesa principal o Sr. Domenico Fornara, cônsul-geral do Consulado da Itália e a Sra. Lívia Satullo, cônsul-geral adjunta; o Sr. Jorge Marques, cônsul-geral adjunto de Portugal; Sra. Hilda Diruhy Burmaian, cônsul honorária da Armênia; Sr. Carlos Isa, defensor público-geral da Alesp; e o Sr. Armando Batista, vice-presidente do Conscre. (Palmas.)

Ouviremos as palavras do deputado Delegado Olim, proponente e presidente desta sessão solene, para sua abertura.

 

O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos nos termos regimentais. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Senhoras e senhores, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esta sessão solene foi convocada atendendo à solicitação deste deputado, com a finalidade de homenagear as personalidades das comunidades estrangeiras.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Nós gostaríamos de convidar, também, para compor a Mesa extensora, o deputado Maurici, presidente da Comissão de Relações Internacionais desta Casa. Registramos e agradecemos as presenças do monsenhor panteleimon Lucas Chypriades, pároco da Igreja Ortodoxa Grega; o Sr. Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe-Palestina do Brasil; Sr. Khaled Fayed Mahassen - perdão pela pronúncia, por favor -, presidente da Academia Árabe Brasileira de Letras; Sr. Alberto Mayer, presidente do COM.IT.ES - Comitês dos Italianos no Exterior; Sr. João Carlos Boyadjian, presidente do Fundo Nacional da Armênia; Sr. Ingo Plöger, presidente do CEAL, Conselho Empresarial da América Latina; Sra. Caterina Daris, presidente da Coletividade Grega; Sr. Valdemar Hespanhol, presidente do Conseg do Sacomã; Sr. Khaled Mahassen, presidente da Academia Árabe Brasileira de Letras; Sra. Miriam Vasserman, vice-presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo; Dr. Antonio Freixo, diretor do Conselho da Comunidade Portuguesa; Sr. Sérgio Eduardo Saad, diretor de patrimônio da “Mão Branca”. (Palmas.)

 Dr. Belisário dos Santos Junior, diretor da Casa de Portugal; Sr. Carlos Negri, representante do embaixador do Paraguai; Sr. Michel Alabi, diretor do Club Homs; Sra. Célia Salum, da ABSL - Associação Beneficente Sírio-Libanesa, representando aqui essa entidade. (Palmas.)

Sr. Gabriel Bonduki, secretário do Conselho Deliberativo do Club Homs e diretor do Instituto de Cultura Árabe; monsenhor panteleimon Lucas Chypriades, pároco da Igreja Ortodoxa Grega; e também o Sr. Mardiros Burunsizian, assessor do presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis. (Palmas.)

Neste momento, eu convido a todos para acompanharem o vídeo institucional do Conscre, que conta a história do Conscre.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Ouviremos as palavras do deputado estadual Delegado Olim.

 

O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Boa noite a todos. Que alegria ver esta Casa cheia de amigos, nações juntas, nações essas que fizeram o Brasil chegar aonde chegou, nações essas que trouxeram desenvolvimento para o Brasil, nem vou falar de São Paulo, nações essas que são coirmãs do nosso Brasil.

Quero aqui, primeiramente, agradecer ao Sr. Secretário do Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, o Sr. Vahan Agopyan, muito obrigado pela sua presença. Nosso presidente do Conscre, o Sr. Gabriel Sayegh, da comunidade árabe, mais uma vez parabéns por este evento.

Primeira vice-presidente do Conscre, Sra. Marina Tikazawa - é isso? Falei certo? - da comunidade japonesa. Uma graça, sempre que a vejo está sempre do mesmo jeitinho, não muda, sempre do mesmo jeito. Parabéns, viu? O segundo vice-presidente do Conscre, o Sr. Sérgio Serber, da comunidade judaica, essa comunidade que eu tenho muito respeito e muitos amigos.

Não posso deixar aqui de cumprimentar o Dr. Marco Antônio Marques da Silva, desembargador do Tribunal de Justiça e diretor da Casa de Portugal. Esse grande amigo, esse grande desembargador conheço desde a época de juiz, sempre ajudou as polícias, sempre esteve do lado do bem, sempre do lado do povo contra os bandidos.

Obrigado pela sua presença e obrigado por tudo que o senhor fez, não vou falar pela Polícia Civil, pelas polícias. (Palmas.)

É com muita alegria que prestamos a merecida homenagem ao Conscre, Conselho Estadual Parlamentar de Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras. Esse importante conselho de comunidades foi formalmente instalado nesta Casa em 2001, e sua principal função é a integração das comunidades estrangeiras do nosso estado.

Hoje, contamos com o apoio de mais de 20 comunidades estrangeiras e o trabalho do Conscre é preservar, desenvolver e integrar as comunidades com o apoio de todas as camadas sociais, políticas ou econômicas.

O Conscre contribuiu ativamente para que a nossa formação multicultural tenha uma convivência pacífica de respeito a todas as origens, religiões e raças. Essa união de povos tão distintos em suas origens resulta em uma experiência única de troca de conhecimento, capaz de trazer harmonia, amparo e força para enfrentar as dificuldades de viver em um país estrangeiro.

É a famosa e verdadeira frase que tanto repetimos: “juntos somos mais fortes”, mas vou adiante e afirmo, com toda segurança: conhecer, conviver e respeitar os diferentes costumes de cada país enriquece a todos. O Conscre trabalha para valorizar e difundir as culturas em uma enorme contribuição para a paz e a harmonia entre os povos.  Esse deve ser o objetivo de cada um de nós.

Sinto-me honrado por poder realizar esta sessão solene - é a segunda que eu faço, estou muito feliz por isso, por ter sido escolhido - junto à Presidência desta sessão. Só não está presente o presidente porque teve uma reunião com o governador e a maioria dos deputados estão hoje lá no Palácio dos Bandeirantes, senão ele estaria presente aqui.

Manifesto aqui todo o meu respeito e gratidão que todos nós temos pelo Conselho Estadual Parlamentar de Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras. Vamos dar prosseguimento ao nosso evento e que todos se sintam bem e se sintam em casa. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Que assim seja, Sr. Presidente. Nós gostaríamos de convidar o Dr. Renato Afonso Gonçalves, presidente da Casa de Portugal, para que ocupasse a Mesa extensora. Por favor. (Palmas.)

Queremos registrar e agradecer as presenças do Dr. Marcos Demetrio Haik, presidente do Esporte Clube Sírio, também o Sr. Sérgio Ocimoto Oda, diretor presidente da Associação Pró-Excepcionais Kodomo-no-Sono.

Ouviremos as palavras do Sr. Sérgio Serber, representante da comunidade judaica junto ao Conscre, 2º vice-presidente da entidade.

 

O SR. SÉRGIO SERBER - Sr. Presidente da Mesa, deputado Delegado Olim, nosso amigo, companheiro; prezados membros da Mesa; meu querido nobre Gabriel Sayegh e demais, eu fico muito honrado, muito emocionado até por estar aqui no Conscre em 21 anos.

Isso foi uma criação do Walter Feldman, então deputado, que na época teve a ideia, até por um fato interessante, que a comunidade coreana queria ter alguma representatividade. Eles não tinham nem na Assembleia Legislativa - nem federal, nem municipal.

Então, eles chegaram ao Walter Feldman: “Vamos fazer alguma coisa?”. E naquela época era o governador Mário Covas. E aí foi delegado a ele formar o Conscre, e imagino que a palavra Conscre, só para gente se entender, demorou seis meses: um queria a etnia, ou tinha raça e assim foi, mas felizmente fundamos o Conscre com os que vivem aqui já.

Felizmente, na Casa, é uma resolução da Casa, nesses anos... todas as comunidades se abraçam, se beijam, os árabes com os judeus, está aqui um amigo árabe do meu lado, e então nós convivemos nessa paz e harmonia. E eu espero que continuemos por muitos anos e com a sua dignidade, com seu... A possibilidade de a gente continuar nessas sessões tão lindas como tem feito.

Obrigado a todos.

Uma boa-noite. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Palavras da Sra. Marina Tikazawa, da comunidade japonesa junto ao Conscre, 1ª vice-presidente da entidade.

 

A SRA. MARINA TIKAZAWA - Boa noite a todos. Primeiramente, quero agradecer ao público que está aqui. Eu acho que é a segunda vez que estamos fazendo no Plenário JK. É uma coisa assim que nunca tinha visto tão cheio, porque na primeira vez - não é, deputado? - não estava tão cheio, mas esta noite está lotado.

Então, eu só tenho que agradecer, e agradecer a este estado maravilhoso que acolheu todos os imigrantes. Então, não tem uma palavra assim de gratidão por estar aqui todo mundo presente, unido, interagindo neste momento.

Muito obrigada, boa noite. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Palavras do Sr. Gabriel Sayegh, da comunidade árabe junto ao Conscre, presidente da entidade.

 

O SR. GABRIEL SAYEGH - Boa noite a todos.

Inicio o cumprimento dos integrantes da Mesa: deputado estadual Delegado Olim, presidente desta sessão; secretário de estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Sr. Vahan Agopyan; primeira vice-presidente do Conscre, Marina Tikazawa; segundo vice-presidente do Conscre, Sérgio Serber; desembargador Marco Antônio da Silva, demais políticos e diplomatas aqui presentes.

Caros senhores e senhoras, é com muito orgulho que mais uma vez, atendendo o objetivo do Conscre proposto por ocasião de sua fundação, em novembro de 2001, ou seja, há 22 anos, viemos promover a integração, socialização e amparo dos trabalhos comunitários das diversas comunidades descendentes de estrangeiros residindo no estado de São Paulo.

Assim sendo, homenagearemos neste evento membros que, de alguma forma, se destacaram, colaboraram, colaborando sobremaneira para atenuar as dificuldades encontradas pelos seus patrícios, nobres imigrantes que aqui aportaram, muitas vezes sem qualquer apoio, noção da língua ou conhecimento da nossa cultura.

Fugindo de perseguições, pobreza ou falta de perspectivas, decidiram mudar de país, enfrentando as mais profundas adversidades, arriscando-se em um mundo novo, distante, desconhecido, porém sempre resilientes, destemidos, convictos na certeza do sucesso em tal empreitada.

Logo nas primeiras interações, vislumbraram ser este um país maravilhoso, com um povo amistoso e alegre que muito bem os acolheu, sem discriminação de qualquer espécie, sentindo-se livres para cultuar seus credos, culturas e tradições. Neste ambiente, criaram famílias, sobreviveram às dificuldades, formaram seus filhos, participando da tão rica miscigenação que hoje compõe o povo brasileiro.

Felizes neste País, orgulhosos de suas origens, esses novos brasileiros expressam uma gratidão incomensurável por tudo o que aqui conquistaram. E agora, participando nas novas gerações, continuamos contribuindo para um engrandecimento de nossa Pátria, de forma harmoniosa, nos solidarizando sempre em meio a muita paz com todos esses agora novos brasileiros com quem convivemos.

Esse, acredito ser o espírito daquilo que hoje aqui exaltamos, um País maravilhoso onde todos de forma fraterna se respeitam, evitando importar conflitos, compartilhando ricos momentos que remontam às nossas diversas origens, confirmando a certeza daqueles que nos precederam.

Concluindo, quero agradecer ao deputado Delegado Olim e toda sua operosa equipe pelo apoio ao evento e aos membros da nossa diretoria do Conscre, que propiciaram tornar realidade esta comemoração que a todos nos une de uma forma tão relevante.

Viva esta nova Pátria, viva o nosso Brasil. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Gostaríamos de convidar o bispo Hayr Nareg Berberian, da Igreja Apostólica Armênia do Brasil, para compor a Mesa extensora. (Palmas.)

Ouviremos as palavras do Prof. Vahan Agopyan, ex-reitor da USP e hoje secretário de estado da Ciência, Tecnologia e Inovação.

 

O SR. VAHAN AGOPYAN - Boa noite, senhoras e senhores, em nome do nobre deputado Delegado Olim, eu quero cumprimentar todos os membros da Mesa, a Mesa extensora, e agradecer a presença de todos aqui, porque é um momento de alegria, como o deputado frisou, porque nós estamos comemorando as origens do nosso País, essa mistura de raças, de povos que encontraram aqui no Brasil o seu solo propício para progredir.

Eu vou então parabenizar a iniciativa, não sabia que já tem 22 anos, tempo muito grande, e acho fundamental, porque nós às vezes falamos “São Paulo é uma cidade miscigenada, tem vários povos trabalhando juntos, temos toda essa riqueza”, mas é sempre bom lembrar que temos essa riqueza. É sempre bom lembrar que, às vezes, nós esquecemos disso e sempre, sempre, sempre temos que garantir que essa nossa mistura de raças crie uma raça melhor que a raça brasileira.

Eu digo que às vezes a gente não percebe... Eu lembro a primeira vez que eu vi a questão de preconceitos, eu nunca sofri, mas eu vi em um livro do primário - quando digo o primário, acho que a maioria do público não entende, mas no passado nós tínhamos a escola primária, que equivale do primeiro até o quarto ano ou quinto ano do nosso curso -, e no livro citava sobre os preconceitos que nós involuntariamente dizíamos, por exemplo, o livro citava chamar os poloneses de polacos.

Eu não sabia que era um termo pejorativo, eu não sabia que era um termo agressivo aos poloneses, inclusive perguntei para o professor: “Mas não é como soteropolitano para quem nasce em Salvador?”, “Não, é um termo pejorativo”. Às vezes, nós nem percebemos isso, então é muito importante comemorarmos, é muito importante destacarmos que, sim, nós somos uma mistura de raças e, com isso, conseguimos ter uma sociedade mais harmoniosa.

Muito obrigado, parabéns aos dirigentes, parabéns à iniciativa do nosso nobre deputado, e vamos continuar sendo essa miscigenação feliz. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Palavras do Sr. Marco Antônio Marques da Silva, desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e diretor da Casa de Portugal.

 

O SR. MARCO ANTÔNIO MARQUES DA SILVA - Boa noite a todos e a todas, é uma honra estar aqui uma vez mais na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, honra maior ainda para uma sessão presidida por esse nobre deputado Olim, de quem eu tenho a honra de ser amigo há algumas décadas, um exemplo de policial, um exemplo de deputado e um exemplo de amigo. Cumprimento todas as autoridades aqui presentes.

Como foi dito, o Conscre, nestes seus 22 anos... um trabalho realmente importante. São Paulo, como retrato do Brasil, tem uma variedade de etnias, de culturas e de religiões, e eu sempre costumo dizer que todos vivem em comunhão, vale dizer, em comum união de ideias, de esforços e de bem-querer. Eu acho que é isso que a gente tem que fazer.

Esse exemplo que hoje se dá aqui - louvando uma vez mais o Conscre, que realmente conseguiu trazer esse tipo de trabalho e cada vez mais divulga - é importante para que nós saibamos que só juntos nós seremos fortes, que não há divisão, seja de etnia, seja de religião, seja de opinião, já que nós queremos que seja um País bom, forte e grande para todos.

Então, a gente tem que trabalhar nesse sentido com esta reunião hoje, que mostra que a união faz com que nós possamos continuar a crescer neste País que é o Brasil, que acolhe a todos, qualquer que seja a sua etnia. Nós temos visto nos últimos tempos a vinda de diversos refugiados do Oriente, da Ásia e da África, e o Brasil e São Paulo continuam a recebê-los e assim continuará.

Bem hajam. (Palmas.)

 

 O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Senhoras e senhores, daremos início às homenagens neste momento. Para tanto, convidamos para que se dirijam à parte mais baixa o proponente, presidente desta sessão solene, deputado Delegado Olim, e o Sr. Gabriel Sayegh, presidente do Conscre.

Nós inicialmente chamaremos à frente, em ordem alfabética, os representantes das dez comunidades que serão homenageadas, mas temos uma ressalva: o representante Dr. Gonçalves, presidente da Casa de Portugal, tem um compromisso inadiável que já havia assumido anteriormente, então ele será o primeiro homenageado desta noite.

Gostaríamos de convidá-lo, Dr. Renato Afonso Gonçalves, que receberá a homenagem do Sr. Armando Lopes Batista e do Ricardo Magalhães, com a presença também do cônsul de Portugal em São Paulo, Dr. Jorge Longa Marques; e do Dr. José Manuel Diogo, presidente da APBRA, diretor da Câmara de Comércio da Indústria Luso-Brasileira. (Palmas.)

O Dr. Renato Afonso Gonçalves é advogado no Brasil e em Portugal, bacharel e mestre em direito pela PUC São Paulo e professor da Unip e da PUC em São Paulo. Atualmente, ele está fazendo doutorado em direito, na Universidade de Lisboa. Além de sua carreira acadêmica e jurídica, ele desempenha papéis importantes em várias instituições da comunidade portuguesa em São Paulo e também em Portugal, incluindo a Associação 25 de Abril, o Centro Cultural 25 de Abril, a Câmara de Comércio Portuguesa, o Consulado Geral de Portugal e a Casa de Portugal em São Paulo, e é um torcedor da Associação Portuguesa de Desportos. (Palmas.)

Ninguém é perfeito, mas tudo bem.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Agora sim, seguindo a ordem alfabética, representando a comunidade alemã... Pois não, deputado.

 

O SR. RENATO AFONSO GONÇALVES - Boa noite. É uma alegria muito grande ver este plenário lotado em uma noite tão especial. Quero, evidentemente, agradecer ao deputado Olim. Deputado, e a toda a sua equipe, viu? O senhor tem uma equipe de uma eficiência, de uma atenção, são pessoas muito empenhadas. Queria agradecer, em seu nome, a toda a sua equipe.

Agradecer ao presidente do Conscre, Dr. Sayegh e agradecer aos nossos representantes do Conscre da comunidade portuguesa, Prof. Ricardo Magalhães e Sr. Armando Batista. Cumprimentar todo o corpo diplomático aqui presente na pessoa do Dr. Jorge Longa Marques, cônsul adjunto de Portugal em São Paulo.

Dizer, deputado, que evidentemente eu me sinto honrado por receber esta menção do Conscre, mas penso também que é uma homenagem não ao Renato, pessoa física, mas à Casa de Portugal e às mais de 40 entidades da comunidade luso-brasileira, que existem há muitos anos no estado de São Paulo e que, junto de todos vocês, construíram ao longo desse tempo a nossa cidade e o nosso estado.

Penso também que esta é uma homenagem que nos dá mais responsabilidade ainda. É uma homenagem desde o nosso primeiro presidente, o Prof. Gonçalves, em 1935. É uma homenagem ao comendador António dos Ramos, nosso presidente emérito. É uma homenagem ao presidente do conselho da Casa, Dr. Antonio Almeida e Silva.

Mas também é uma homenagem ao presidente da Portuguesa, Castanheira; ao presidente do nosso conselho da comunidade, Antero; é uma homenagem a toda a comunidade, que fez, faz e ainda fará muito pela comunidade portuguesa e pelo estado de São Paulo.

Receber esta homenagem em um ano que, para nós, portugueses, é tão importante, que é o ano em que comemoramos os 50 anos da Revolução dos Cravos. Meu pai veio para o Brasil nos anos 50 por conta de um regime autoritário e fascista que existia em Portugal.

Aqui, ele encontrou seus irmãos portugueses e aqui os portugueses desenvolveram até 1974 o “Portugal Democrático” e ajudaram o Brasil também a sair desse período autoritário.

Todos nós carregamos, então, as experiências dos nossos países - algumas boas, outras não tão boas -, mas aqui aprendemos a respeitar o próximo, a respeitar a cultura de outra pessoa, a compreender que podemos ser adversários nas ideias, mas jamais inimigos, porque antes de mais nada estamos unidos pela língua portuguesa, estamos unidos por São Paulo, pelo Brasil, estamos unidos hoje, como diria Fernando Pessoa no poema “O Infante”, que falta cumprir-se Portugal.

Nós cumprimos Portugal todos os dias, quando semeamos a democracia, quando semeamos a liberdade, quando semeamos os direitos humanos, semeamos a fraternidade entre os povos e entre nós, brasileiros. Podemos ser brasileiros-portugueses, brasileiros-japoneses, brasileiros-armênios, brasileiros-árabes, brasileiros da comunidade judaica, não importa, somos brasileiros e pertencemos a um país que ajudamos a construir e do qual muito nos orgulhamos, porque defendemos os valores universais e a solidariedade, acima de tudo.

Muito obrigado, deputado Olim. Obrigado, presidente Sayegh. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Na sequência, o homenageado será da comunidade alemã, Sr. Julio Muñoz Kampff. A entrega será feita pelo Sr. Thomas Godwin Walker.

O Sr. Julio Muñoz Kampff é engenheiro economista, formado em 1980 pela Universidade de Karlsruhe, na Alemanha, com quase três décadas de carreira no Grupo Henkel, incluindo a presidência da Henkel no Mercosul.

Também é ativo na Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo e participa do comitê de assessoramento do Conselho Deliberativo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Desde 2020, preside a Sociedade Beneficente Alemã, fundada em 1863, para ajudar conterrâneos necessitados. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Palavras do homenageado.

 

O SR. JÚLIO MUÑOZ KAMPFF - Prezados senhores e prezadas senhoras, boa noite. Como diretor-presidente da Sociedade Beneficente Alemã, gostaria de agradecer imensamente à homenagem recebida pelo Conselho Estadual Parlamentar das Comunidades de Raízes Estrangeiras. Meu agradecimento especial para o presidente, V. Exa., Delegado Olim, e também para todos os ilustres membros da Mesa Diretiva.

 É uma grande honra para nós estarmos entre as personalidades que se destacaram em suas comunidades, pela sua história, tradições e contribuições no estado de São Paulo. Aproveito a oportunidade para, além de agradecer ao Conscre e a todos os presentes, parabenizar os colegas das comunidades árabe, armênia, grega, japonesa, italiana, judaica, palestina, paraguaia e portuguesa.

Juntos podemos unir culturas e ações para seguir nessa missão de transformar vidas. É com muita alegria que, neste ano, estamos comemorando 160 anos da fundação da nossa querida SBA, que, em 1863, com o objetivo de auxiliar membros da colônia de língua alemã, auxiliava os imigrantes oferecendo cuidados médicos, dando suporte na busca de empregos e proporcionando educação infantil em língua alemã.

Essa foi uma semente de amparo, de cuidado e de amor. Essa semente deu frutos e, depois de 15 anos, foi fundada a escola alemã, hoje conhecida como Colégio Visconde de Porto Seguro; também, depois de 35 anos, foi fundado o Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Então, nós vemos que naquele momento plantamos uma semente de amor. Para isso, estamos em duas unidades atualmente, com esse espírito humanitário, por uma parte com uma SBA residencial, é a maior instituição de longa permanência para idosos de São Paulo, que está localizada no Butantã.

Nós temos, também, uma unidade no Grajaú, que está localizada em uma área carente e de alta vulnerabilidade. Oferecemos, de forma gratuita, educação infantil e cursos anuais profissionalizantes. Todos certificados pelo Senai.

Para comemorar os 160 anos da SBA, estamos organizando um evento que acontecerá no dia 21 de setembro deste ano no Club Transatlântico. Gostaria de convidar todos os presentes para conhecer nossas instalações e para participar desse marcante evento da comunidade alemã de São Paulo. Informações encontrarão no nosso site: sba160anos.com.br.

Esta homenagem, destacando o trabalho feito pela SBA, jamais aconteceria sem o apoio de muitas pessoas envolvidas ao longo dos anos. Pensem que nós passamos por duas guerras mundiais, epidemias, e todos os tipos de crises políticas e econômicas.

Agradeço aqui a todos os alunos, residentes, familiares, voluntários, associados, diretores, conselheiros, especialmente a toda a equipe que coloca amor em cada vida que atendemos, garantindo, assim, que a nossa missão de transformar vidas por meio da educação e do cuidado siga forte e intensa, ontem, hoje e por longos anos que estão por vir.

Muito obrigado a todos.

Parabéns a todas as personalidades homenageadas. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Próxima homenagem vai à comunidade árabe sírio-libanesa. A homenageada, Sra. Nailize Naim Kaba. A entrega será feita pelo presidente do Conscre, Sr. Gabriel Sayegh. (Palmas.)

Em 1912, as senhoras sírio-libanesas em São Paulo fundaram a Associação Beneficente “A Mão Branca”, para ajudar idosos como forma de retribuir ao Brasil a acolhida recebida durante o período migratório. Elas arrecadavam fundos na igreja ortodoxa para fornecer roupas, alimentos e apoio financeiro aos menos favorecidos.

A entidade mantém padrão de cuidado elevado para idosos, sendo referência em geriatria e gerontologia, e, também, promove a integração de idosos na periferia de São Paulo. A Sra. Nailize já está aí, e, também, irão entregar à Sra. Geni Ghosn, Sra.  Marina Aparecida Teixeira Gouveia e o Sr. Sérgio Saad. (Palmas.)

 

* * *

 

- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Aí, as fotos, os registros... Nós gostaríamos de solicitar aos homenageados que as palavras de agradecimento sejam breves, em função do curto espaço de tempo que dispomos. Por exemplo, três minutos.

 

A SRA. NAILIZE NAIM KABA - Primeiramente, eu gostaria de cumprimentar o deputado Delegado Olim, em nome de quem cumprimento as demais autoridades aqui presentes. E gostaria de fazer uma ressalva. A homenageada da noite não sou eu, é a Associação Beneficente “A Mão Branca” de Amparo aos Idosos, como está escrito na placa que eu vou ler.

“O Conscre - Conselho Estadual Parlamentar das Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras - tem a honra de homenagear a Associação Beneficente ‘A Mão Branca’ de Amparo aos Idosos pelos seus 110 anos de fundação e pelos relevantes serviços prestados à comunidade sírio-libanesa.” (Palmas.)

Então, fica a ressalva feita. Continuando os cumprimentos, eu gostaria de cumprimentar a todas as autoridades consulares, civis, militares, do Poder Judiciário, do Poder Executivo, as eclesiásticas, aqui presentes.

E, como representante das entidades da nossa coletividade, faço o meu cumprimento especial ao Sr. Marcos Demetrio Haik, presidente do Esporte Clube Sírio, a quem agradeço a presença. (Palmas.) Agradeço também ao Sr. Gabriel Sayegh, presidente do Conscre, e demais integrantes desse Conselho, do qual me orgulho em fazer parte desde a sua fundação, em 2001.

Senhoras e senhores, é com grande satisfação que, mais uma vez, a nossa entidade é homenageada nesta Casa, a Assembleia Legislativa de São Paulo. Isso, para nós, é um privilégio. Nós o fomos anteriormente, quando tivemos o nosso centenário. É o reconhecimento de um trabalho que há mais de 110 anos desenvolvemos em prol da pessoa idosa.

Agradeço em meu nome, no de nossos diretores aqui presentes, e de toda a nossa Diretoria, por esta homenagem, agradecendo a todos os nossos conselheiros, colaboradores, voluntários, parceiros e apoiadores, sem os quais, o nosso trabalho não conseguiria ser levado a termo.

Não poderíamos deixar de homenagear aquelas senhoras pioneiras da comunidade sírio-libanesa que, no longínquo ano de 1912, idealizaram o que seria hoje a nossa entidade.

Muito obrigada a todos. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Próxima comunidade a ser homenageada será a comunidade armênia. A homenageada, Dra. Kenarik Boujikian. (Palmas.) A entrega será feita pelo Sr. Archavir Donelian, Sra. Vera Helena Avedisian, Sra. Vartinê Kalaydjan, Sra. Hilda Burmaian, o bispo Nareg Berberian e o Prof. Vahan Agopyan. (Palmas.)

Doutora Kenarik Boujikian é desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, e ex-procuradora do Estado de São Paulo. É defensora dos Direitos Humanos. Formada em Direito pela PUC São Paulo em 1984, atuou voluntariamente no presídio do Carandiru e na Procuradoria da Assistência Judiciária.

Recebeu vários prêmios, como Prêmio Franz de Castro Holzwarth, da OAB São Paulo, e a Medalha Ruth Cardoso, do Conselho Estadual da Condição Feminina, também de São Paulo.

A Dra. é cofundadora da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia. Desde fevereiro de 2023, atua como conselheira na Comissão de Ética Pública da Presidência da República, nomeada pelo presidente Lula.

Doutora Kenarik Boujikian recebe a homenagem dos conselheiros do Conscre já citados. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. KENARIK BOUJIKIAN - Boa noite a todas as pessoas presentes. Cumprimento a Mesa na pessoa do deputado Olim, que conhecemos lá na Vara Criminal, muitos anos atrás. É um prazer enorme estar aqui neste momento. Não vou falar todos os cumprimentos e todas as pessoas, simplesmente porque nós temos um tempo curtinho, como foi pedido para todos nós.

Mas não posso deixar um cumprimento especial das autoridades eclesiais aqui presentes, da nossa cônsul honorária, Dra. Hilda Diruhy Burmaian, dos nossos representantes do Conscre, Archavir Donelian, Vartinê Kalaydjan e Vera Avedisian.

Queria agradecer às voluntárias armênias, que fizeram coisinhas gostosas para a gente, depois, em algum momento, em algum lugar. E dizer que, nesses dias, quando recebi a informação desta homenagem, algumas coisas foram puxadas da memória. Eu lembrei de uma redação que eu fiz quando eu tinha 10 anos de idade.

Eu morava em São José do Rio Preto, estudava em uma escola estadual. E teve um concurso de redação. Era na época de 7 de setembro. Eu lembro que na redação eu escrevi que eu era armênia, e me sentia também brasileira. Na verdade, a rigor, formalmente, eu não era armênia naquela época. Formalmente, eu sou armênia há pouco tempo. Tive o reconhecimento da minha nacionalidade com muita honra.

E sempre fui brasileira. Eu estava no Brasil há sete anos naquela época. Com sete anos, eu já tinha noção de pertencimento a este País - com sete anos não, passados sete anos, eu tinha 10 anos - e tinha também a clareza do meu pertencimento ancestral, que é ser armênia.

Aquilo foi alguma coisa que veio aí na minha mente, e aí eu fico pensando que realmente esse tema, estar aqui recebendo esta homenagem do Conscre, é uma questão de pertencimento, é uma questão de ancestralidade da mesma forma.

E aí eu tenho que dizer para todos que uma marca da nossa identidade, dos armênios - porque todos são brasileiros e armênios - foi o genocídio praticado pelo governo turco-otomano entre 1915 e 1923, quando cerca de um milhão e meio de armênios foram mortos. O genocídio armênio, o primeiro genocídio não colonial do século XX, criou um protótipo para outros, como nós sabemos que veio a se repetir nos mesmos moldes algumas décadas depois.

Grande parte dos sobreviventes se espalharam pelo mundo formando a diáspora, que atua até hoje para que reconheçam esse crime contra a humanidade. Um genocídio não acaba com a morte das pessoas, está vivo em cada um dos armênios. (Palmas.) Desculpas.

A estratégia de deportação em forma de caravanas rumo ao deserto, que dizimou milhões de pessoas, continua a suar na vida e na alma de gerações e de parcela da humanidade. Não se trata tão somente dos corpos que ficaram pelo deserto, mas também de suas crenças, sua língua, seus costumes, sua cultura... Eu estou muito emocionada. (Palmas.) Desculpas.

Eu disse para o Dr. Olim que aquela juíza forte que ele conheceu fica lá atrás quando se trata dessa questão que é tão sensível para a humanidade. O intento genocida é o apagamento, o silenciamento, mas vários países e organizações já reconheceram o genocídio, a barbárie cometida contra o povo armênio.

Em 1985, a ONU, por sua subcomissão de direitos humanos, reconheceu explicitamente. Assim também uma série de países, só vou mencionar alguns: Itália, França, Portugal, Síria, Bélgica, Alemanha, Argentina, Paraguai, Chile, Canadá... Teve uma resolução do parlamento europeu, em 2015, e o santo papa Francisco e, também, o presidente dos Estados Unidos reconheceram.

Nós queremos - e aí eu estou tomando, eu sei, um tempo considerável - que o Brasil reconheça explicitamente o genocídio. (Palmas.) Aqui fica o pedido de apoio de todos os que estão presentes, de todas as comunidades, porque isso não é uma luta só dos armênios, é uma luta muito maior, é uma luta de humanidade.

Aqui contamos com o apoio dos deputados que aqui estão, dos deputados desta Casa, que podem, de alguma forma, embora nós queremos que seja aprovada uma lei federal, mas podem dar, através das articulações, apoio a essa causa, e eu tenho certeza de que não vão nos faltar.

E aí vai mais um pedido: hoje, estamos vivendo o grande perigo, que é o não reconhecimento de um genocídio, a sua negação, que é a repetição do genocídio. Hoje, nem todos sabem, porque não há tanta visibilidade desse fato, mas uma região chamada Artsakh, alguns conhecem como Nagorno-Karabakh, que fica dentro do Azerbaijão, um lugar pequeno onde habitam 120 mil armênios - quase toda a população de lá - está com um corredor que dá acesso, da Armênia para lá, fechado. Desse corredor é que vinham medicamentos, alimentos, gasolina, combustível etc. e etc. Isso já dura nove meses.

Nós não podemos fechar o olho para essa barbárie, para um genocídio que está sendo apontado. A França tentou entregar várias doações e não conseguiu, porque está fechado naquela região.

É hora de a gente fazer alguma coisa. Eu conto, mais uma vez, com este pedido que faço para todos os que estão aqui, para que de alguma forma a gente possa a evitar essa crise humanitária, essa barbaridade que está acontecendo agora em Artsakh.

Obrigada pela paciência, obrigada pelo apoio, e seguimos juntos. (Palmas.) (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - A próxima comunidade a ser homenageada será a comunidade grega. A homenageada é a Sra. Aspasia Papazanakis. (Palmas.) Convidamos a Sra. Claudia Kakouris, Ioannis Petros Makris, Roberto Melo e Sra. Caterina Teodoro Daris.

A Sra. Aspasia é psicóloga com mestrado em psicologia clínica pela PUC de São Paulo e formação em psicanálise pelo Instituto Sedes Sapientiae. Ela trabalha como psicóloga clínica, docente e supervisora na formação de psicólogos clínicos.

Além disso, é membro da Coletividade Helênica de São Paulo, sócia-fundadora do Areté, Centro de Estudos Helênicos, e da Siank Brasil, Sociedade Internacional dos Amigos de Níkos Kazantzákis. Anteriormente, fez parte da comissão eclesiástica ligada à Igreja Ortodoxa de São Paulo e ao Arcebispado da América Latina. Aí estão. (Palmas.)

Palavras da Sra. Aspasia Papazanakis.

 

A SRA. ASPASIA PAPAZANAKIS - Exmo. Sr. Gabriel Sayegh, presidente do Conscre; Exmo. Sr. Deputado Delegado Olim e todos os outros membros que estão aqui presentes na Mesa; Exma. Sra. Caterina Daris; Exmo. Reverendo Arquimandrita Panteleimonos, que é representante da Igreja Ortodoxa Grega aqui, senhores e senhoras, meu boa-noite.

É com grande emoção e extremamente honrada que agradeço à Coletividade Helênica pela indicação desta homenagem do Conscre aqui na Assembleia Legislativa, lugar que eu considero um dos símbolos da cidade de São Paulo.

Sou descendente de primeira geração de uma família de imigrantes que aqui chegou nos anos 20, portanto com uma família com um pouco mais de 100 anos aqui no Brasil, especificamente em São Paulo. Nascida em solo brasileiro, aqui estudei, aqui eu cresci, aqui fiz meus amigos, aqui construí meu percurso profissional.

Parafraseando Gil, o Brasil me deu régua e compasso, mas trago comigo o ingrediente adicional que me foi transmitido pelas memórias emocionadas de meus pais e avós, que ganharam significado importante para mim, que é a minha ascendência grega.

O imigrante traz em si a marca da ruptura com suas raízes. Pela pobreza, pelos conflitos e guerras, pela falta de perspectivas e esperança de uma vida melhor, deixaram suas famílias, seus amigos, rompendo suas raízes fincadas nos lugares onde nasceram e cresceram.

Nós, filhos, netos e bisnetos de imigrantes, somos herdeiros do sofrimento do desterro por eles vivido e da esperança de liberdade e prosperidade por eles sonhada. Somos fruto da semente portada por nossos antecedentes, fecundada e florescida em solo brasileiro.

As comunidades criadas pelos primeiros que aqui chegaram buscavam recriar laços de sustentação de sua identidade em terras estrangeiras, como uma forma de recuperar os vínculos rompidos com sua terra natal.

Hoje, essas comunidades nos permitem o encontro com pessoas de mesma história, que através da música, da culinária, da história e da religião revisitam a nossa cultura.

Desde criança, me vi de forma natural envolvida nessas atividades, como uma continuidade daquelas que foram desenvolvidas na minha família, preservando e honrando nossas raízes, mas sempre entendendo - e é bom que aqui se diga - que cultivar as tradições de origem não se trata de uma limitação empobrecedora, mas, sim, de um caminho que amplia e enriquece a compreensão de outras tradições e da consciência da diversidade humana, o que eu acho que é um papel que o Conscre cumpre aqui.

A Coletividade Helênica de São Paulo não é apenas um órgão de representação da nossa comunidade nesta pujante cidade em que vivemos e que tem como marca a diversidade cultural.  É também uma referência ao legado cultural da Grécia, um legado que, pela sua grandeza, ultrapassou seus limites geográficos, se expandiu universalmente e fez suas contribuições valiosas que até hoje perduram.

Reitero, novamente, a extrema honra de ter sido indicada pela Coletividade Helênica de São Paulo, agradecendo especialmente à presidente Caterina Daris, e expressando meu imenso carinho por cada pessoa que faz parte da nossa comunidade. Muito obrigada.

Eu só queria aproveitar a oportunidade, dona Nailize Kaba, em seu nome. Eu queria, antes de encerrar, fazer um agradecimento, talvez, que nunca tenha sido feito publicamente, da contribuição da “Mão Branca”. Em todas as vezes que a Liga das Senhoras Gregas procurou apoio, vocês nunca negaram para receber os nossos idosos. Formando, assim, uma ligação de cooperação que, para nós - principalmente pela minha mãe, que era a presidente - que foi muito necessária.

E agradeço, aproveito a oportunidade. (Palmas.)

 

A SRA. NAILIZE NAIM KABA - Eu só quero então fazer uma menção, porque eu estou na diretoria há muitos anos, e eu me lembro muito bem do grupo de senhoras gregas - não é, Geni - que sempre comparecia às nossas reuniões. E eu faço o convite para que vocês continuem a frequentar a nossa entidade.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR.  MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - A próxima homenagem vai para a comunidade italiana, representada nesta noite pelo missionário Gianfranco Mellino. A entrega será feita pelo Sr. Domenico Fornara, cônsul-geral da Itália em São Paulo.

O missionário Gianfranco Mellino, nascido em Mondovi, na Itália, estudou farmácia na universidade de Turim. Em 1991, comprou e modernizou a Farmácia Mellino, em sua cidade natal, conhecida pela acolhida sensível aos clientes.

No mesmo ano, conheceu o Sermig, em Turim, e em 1996 mudou-se para o Brasil para fundar e coordenar o Arsenal da Esperança em São Paulo, abrigando diariamente 1.200 pessoas em situação de rua.

Por seu trabalho, recebeu prêmios como a Loba Romana, em 2010, do saudoso deputado... Já foi deputado nesta Casa; o Mérito Comunitário, em 2015; e o prêmio Piemonteses Protagonistas, em 2016. Convidamos o Sr. Gianfranco Mellino para que receba a homenagem dos conselheiros. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. GIANFRANCO MELLINO - Quero agradecer, muito especial, ao Conscre, que faz esta homenagem para mim, para todas as pessoas que são homenageadas esta noite. Mas, em modo especial, quero agradecer ao COM.IT.ES, porque ele indicou meu nome.

O Comitê dos Italianos no Exterior indicou meu nome para esta homenagem. Mas esta homenagem não é minha, é para toda a minha fraternidade e para toda minha comunidade que está aqui presente. (Palmas.)

A minha comunidade, que é a fraternidade, que é a frente de um trabalho que se chama, como foi dito, Arsenal da Esperança, que tem a sede em um lugar muito especial para São Paulo, e para o Brasil também, porque era a Hospedaria dos Imigrantes. Era aquele lugar que acolheu, no final de 1800 até os metade de 1900, muitas pessoas estrangeiras, que vinham aqui no Brasil para encontrar algo de novo, um futuro melhor.

E hoje, há 27 anos, nós estamos lá para acolher, continuar um pouco esse trabalho de acolhida, não somente com estrangeiros, mas com os brasileiros também, porque estamos acolhendo, como foi falado, 1.250 todos os dias, todas as noites. Neste momento, estão dormindo, estão jantando lá conosco 1.250 pessoas. E daí, às vezes, tem também estrangeiros.

Essas pessoas, tentamos trabalhar com essas pessoas, para que essas pessoas possam retornar à sociedade em modo melhor de quanto era. Então, tentando se integrar com toda a sociedade, e às vezes não é fácil, mas tentamos fazer isso.

Nós aqui hoje representamos muitos países do mundo. O nosso símbolo, da nossa comunidade, da nossa fraternidade, dos nossos arsenais, porque temos o Arsenal lá em Turim, dois arsenais na Itália - um em Turim, um perto de Turim, um na Jordânia - e o outro aqui. E em São Paulo o símbolo dos arsenais é próprio, esta bandeira. Vamos ver se é possível abrir do modo certo.

Esta bandeira, que parte quer dizer “paz” em português, que quer unir todas as bandeiras do mundo, para que possamos trabalhar juntamente, todos juntos para um ter um futuro melhor.

Então, acho que é muito especial nesta noite dizer que podemos fazer algo juntos, podemos trabalhar, porque a paz em todos os sentidos não somente é falta de guerra, mas falta de muitas e muitas coisas. Que possamos trabalhar para que esta paz possa continuar a morar no meio de nó,s aqui em São Paulo, no Brasil, no mundo todo.

Obrigado mais uma vez. Obrigado ao cônsul da Itália, Domenico Fornara, vice-cônsul, Lívia Satullo, que não são somente representa a comunidade, mas representa uma amizade muito profunda conosco.

Obrigado mais uma vez. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - A próxima homenagem vai para a comunidade japonesa. O homenageado será o Sr. Hiroshi Shimuta. Convidamos, para que faça entrega, a Sra. Teruco Araki Kamitsuji, a Sra. Marina Hissako Maeda Tikazawa, o Sr. Toshio Ichikawa - presidente do Kenren, que é a Federação das Províncias do Japão no Brasil, que congrega 47 províncias -, o Sr. Walter Sasaki - que é vice-presidente do Bunkyo - e o Sr. Hiroyuki Ide, cônsul-geral do Japão em São Paulo.

Como muitos já sabem, o Sr. Hiroshi Shimuta é graduado em várias áreas, incluindo Administração, Contabilidade, Economia e Direito. Foi executivo do Citibank por 16 anos, mas em 1989 deixou o banco para fundar a Nicom - Comércio de Materiais para Construção, que se destaca atualmente no mercado.

É presidente do conselho da Anamaco, diretor-secretário da Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo, Enkyo, e atua em várias outras organizações, incluindo o Rotary Club de São Paulo - Aeroporto e a Fundação Pedra do Baú.

Recebeu reconhecimentos por seus serviços durante a celebração dos 120 anos do tratado de amizade Brasil/Japão. Aí está o extenso currículo do Sr. Hiroshi Shimuta. O Sr. Hiroshi Shimuta, que acaba de completar seus primeiros 80 anos no dia 20 de agosto.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. HIROSHI SHIMUTA - Muito boa-noite a todos. Para mim, foi uma surpresa tremendamente fantástica esta homenagem que estou recebendo nesta noite. Eu estava olhando aquele filme que foi feito, que foi apresentado aqui, que conta um pouco da história de cada imigrante.

Todos nós fazemos parte desse filme. Porque todos os imigrantes, há 100 anos atrás, 150 anos atrás - os alemães vieram primeiro -, passaram por uma situação extremamente complicada, não sabendo a língua, comida, costumes etc. Acho que todos nós aqui presentes, nós temos exatamente a mesma identidade - claro, países diferentes, culturas diferentes.

Porém, quando chegaram aqui no Brasil, os meus avós, meus pais, sofreram bastante. Eles saíram daqui, vieram do Japão, ficaram 60 dias dentro do navio, chegaram no Porto de Santos e não sabiam para onde ir. De repente, eles foram chamados para ir para Pereira Barreto ou Mirandópolis, que seria mais ou menos, hoje, 600 km daqui de Santos.

Isso, eles foram como colonos, o sonho que eles tinham, acho que é o sonho de cada um dos nossos pais, nossos avós, de vir aqui ao Brasil e ter o sucesso, e voltar, quem sabe, um dia, para o seu país de origem, rico, milionário, mas nada disso acabou acontecendo. Se cada um de nós não tivéssemos trabalhado, os nossos avós, nossos pais não tivessem trabalhado de sol a sol, fatalmente, nós não teríamos a sorte que hoje nós temos.

Graças a Deus, este País nos acolheu muito bem. Graças a Deus, os nossos filhos, os nossos netos estão podendo ter um padrão de vida razoável, continuam estudando em grandes escolas, têm um conhecimento muito grande. E nada melhor do que isso.

A nossa comunidade japonesa, que no começo tinha uma certa dificuldade de se relacionar com a própria colônia brasileira, colônia ou a comunidade brasileira, hoje você vê, têm casamentos, amigos etc., entidades, empresas que se formam em função dessa comunidade.

O que é que é isso aí? Isso é o Brasil. Brasil de imigrantes, Brasil de caipira, que muitas vezes a pessoa pode falar. Porém, olha, os brasileiros estão brilhando aí fora. Constantemente eu tenho visto que muitos cientistas brasileiros lá fora têm brilhado e honrado o nosso nome. E eu acho que é isso, essa miscigenação toda que nós fizemos neste País aqui, eu acho que é uma coisa fantástica.

Isso me orgulha muito, eu faço parte dessa semente, está certo? E eu gostaria - claro, todos vocês devem ter o mesmo princípio, a mesma ideia - de fazer deste País aqui uma grande nação.

Essa geração que nós estamos aqui, mais para frente, eu tenho a certeza absoluta que, em breve, daqui 10, 20, 30 anos seremos, sem dúvida nenhuma, uma das maiores nações deste mundo, deste universo que nós temos. É uma competição muito intensa, nós estamos ganhando terreno na área da tecnologia, da informática e tudo mais. Você sabe melhor do que eu.

E aqui, é uma aula de história o que eu ouvi aqui na palavra de quase todas as pessoas daqui, que ficaram falando sobre os seus princípios, as suas dificuldades, os seus conhecimentos.

Eu quero parabenizar tudo isso e também à essa entidade que teve uma maneira muito inteligente de trazer isso aqui no bojo da nossa história.

Presidente, muito obrigado, vocês foram fantásticos, meu deputado Olim, obrigado. (Palmas.)

Espero que isso aqui continue durante, não 22 anos, por que não 220 anos? 320 anos? Porque nós precisamos disso, porque isso aqui é um pedaço da nossa história do Brasil, e nós temos que consolidar tudo isso que eu estou dizendo aqui.

Desculpe se eu me alonguei demais, mas muito obrigado pela paciência que vocês tiveram de me ouvir.

Muito obrigado, companheiro. (Palmas.)

 

A SRA. TERUKO ARAKI KAMITSUJI - Agora eu gostaria de chamar (Inaudível.) para receber um buquê de flores, por favor.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. HIROSHI SHIMUTA - Bom, a minha mulher... o nome dela é Suma Imura Shimuta, nasceu na cidade de Mogi das Cruzes. (Palmas.)

Nós somos velhos, nós estamos com 80 anos, ela 81, está certo? Mas ela estudou na USP, fez Farmácia e, depois, ela resolveu encaminhar a vida dela na vida acadêmica. Ficou durante 45 anos, não é isso? Quarenta e seis anos na Escola Paulista de Medicina ensinando biofísica para os alunos de Medicina.

Ela fez vários estudos bastante prolongados, ela acabou se aposentando na categoria de, como é que é? Ph.D. de... Mestre de Ciência na área de Biofísica. Eu não conheço muito, me desculpe a minha ignorância, mas talvez ela possa explicar. (Palmas.)

Quantos alunos passaram na mão dela que hoje são médicos renomados, se destacando aí pelo mundo afora. Eu acho que isso é que é bonito, a Educação. Nós nunca podemos deixar, neste País, a Educação de lado.

O país que, se investiu na Educação e cuidou desse assunto com muito critério, eu tenho certeza absoluta, meus amigos, que é isso que faz um país crescer. Vê o Japão, que em pouco tempo já está em destaque, vê a Alemanha, os Estados Unidos, enfim, se eu começar, todos os países civilizados, avançados no mundo, estão em primeiro lugar. (Palmas.)

Eu quero dizer à Suma aqui, que estamos casados só 53 anos, pouco tempo, não é? Olha, eu que mereço um aplauso especial, porque para aguentar a minha mulher... Brincadeira.

Obrigado, Suma. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Próxima homenagem vai à comunidade judaica.

A homenageada é a Prof.ª Fany Cogan Barocas. (Palmas.) Trouxe as professoras do I. L. Peretz, presentes aqui. A entrega será feita pelo Sr. Sérgio Serber, Sra. Miriam e sua filha, Judith Barocas.

A Prof.ª Fany, nascida em 1931, em São Paulo, é a caçula de uma família ucraniana. Trabalhou como secretária no Mackenzie para pagar os estudos e posteriormente se tornou professora na Escola Judaica I. L. Peretz.

Durante sua carreira, buscou constantemente aprender e se aprimorar, estudando pedagogia, psicomotricidade infantil e terapia familiar. Ela dedicou os seus 52 anos ao I. L. Peretz, ensinando desde o mini maternal até o jardim de infância.

Ela nunca se esqueceu do calor humano que recebeu tanto da diretoria quanto dos colegas professores, e dos próprios alunos - e muitos deles aqui estão, presentes nesta noite. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. FANY COGAN BAROCAS - Boa noite a todos, vou ser breve, prometo que não vou me demorar muito.

É com muita emoção que recebo esta homenagem da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Agradeço o reconhecimento dos meus anos de dedicação a educação infantil judaica, ao presidente da Alesp, Sr. André Luis do Prado e aos senhores Gabriel Sayegh e Sérgio Serber, presidente e membro do Conselho Estadual Parlamentar das Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras.

Ao longo de 60 anos, minha vida profissional foi dedicada a educação, dos quais 53 anos, trabalhando no Colégio Peretz, que sempre foi considerado por proporcionar um ensino de qualidade permeado pelos valores e tradições judaicas.

Não poderia deixar de lembrar as (Inaudível.), as minhas professoras, que muitas estão aí presentes. (Palmas.) As nossas professoras, que trabalharam comigo durante todos esses anos.

Agradecer aos pais, pela confiança que depositaram em nosso trabalho; à escola, pelas diversas oportunidades de desenvolvimento profissional; e às amizades duradouras que levo comigo até hoje. Também agradeço à minha família pelo apoio durante todos esses anos, possibilitando dedicar o meu tempo à minha paixão, a educação infantil.

Finalizo reforçando a importância da educação no nosso País, a valorização da educação infantil na formação dos futuros cidadãos, e ressalto a relevância de todos os profissionais envolvidos. Em um país tão diverso, preservar a cultura, a tradição e a educação judaica, é responsabilidade de todos nós, em uma comunidade que tanto valoriza o saber.

Na próxima semana, começa o Novo Ano Judaico. Desejo a todos um ano doce, Shaná Tová Umetuká. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Na sequência das homenagens, não poderia ser diferente, comunidade palestina. O homenageado é o Dr. Jamal Muhamad Abdul Hamid Suleiman. (Palmas.)

Com esse nome extenso, talvez muitos não saibam de quem se trata. Dr. Jamal Suleiman é médico infectologista, coordenador do Ambulatório do Instituto de Infectologia do Hospital Emílio Ribas, desde 1986.

Ele também exerceu diversas funções importantes no instituto, incluindo a direção técnica do Serviço de Saúde Ambulatório e Emergência, a coordenação de cursos de formação em Clínica Médica em AIDS e liderança em diversas áreas.

Além disso, contribuiu, durante a pandemia da Covid-19, com entrevistas e esclarecimentos à sociedade, e é autor de várias publicações médicas.

Muitos, quase a totalidade dos aqui presentes, vão conhece-lo agora pelo seu rosto em inúmeras entrevistas que ele concedeu aos diversos órgãos de imprensa, falando sobre a pandemia da Covid-19.

Com a palavra, o Dr. Jamal Suleiman.

 

O SR. JAMAL SULEIMAN - Boa noite, senhoras e senhores. Em nome da comunidade palestina, eu recebo com muita honra esta homenagem que a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, de forma generosa, concede a personalidades que têm atuação destacada na preservação da memória e da identidade cultural dos seus povos e países originários, bem como por suas contribuições para a construção socioeconômica de São Paulo e do Brasil.

Em um país como o nosso, marcado tão intensamente por tantas influências multiétnicas, homenagens como esta têm um valor muito grande.

Eu sou filho de imigrantes palestinos. Meu pai chegou no Brasil em 1956 e rapidamente, assim como outras comunidades, se esforçou para aprender um novo idioma, tanto na sua forma falada como escrita. Para tanto, uma das suas primeiras atitudes foi contratar uma professora. Para mim, isso é um exemplo claro da importância dada à Educação como instrumento de inserção na comunidade.

Dezoito meses depois, trabalhando primeiro como mascate e depois como pequeno comerciante, trouxe a minha mãe para dar início a um novo recomeço. Ele e minha mãe fizeram de suas vidas pontes para que pudéssemos atravessar. Trabalharam de forma incansável para propiciar educação aos seus sete filhos. Conseguiram fazer com que todos cursassem uma universidade.

Esse era o exemplo que tive em casa, mas que, com certeza, e a gente viu isso aqui, se replicava em muitas famílias de imigrantes. Minha escolha pela profissão de médico tem muito dessa história. E a escolha da especialidade em doenças infecciosas também é fruto dessa formação sólida que é moldada no humanismo desse povo desde os tempos ancestrais.

Por isso, eu recebo esta homenagem como um reconhecimento a todos os palestinos que vieram ao Brasil há, pelo menos, 130 anos. Recebo esta homenagem em nome de todos os palestinos que vieram, após a diáspora brasileiro-palestina, que vieram aqui para viver a dor do exílio após 1948, quando da nossa Nakba, que significa a nossa catástrofe.

Recebo esta homenagem em nome de todos os palestinos que ajudaram a construir um Brasil melhor. Primeiro como mascates, levando mercadorias para os rincões aos quais poucos queriam atender.

Esse reconhecimento é para todos os que aqui lutaram e lutam para manter, nas gerações vindouras, vivas a chama da luta nacional, da cultura, das tradições, da culinária e da espiritualidade.

Para todos os que organizaram as primeiras instituições palestino-brasileiras, dentre elas a Sociedade Beneficente Muçulmana Palestina, que depois se tornou apenas Sociedade Beneficente Muçulmana, porque vieram a ela outros imigrantes árabes, muçulmanos não palestinos. Essa iniciativa pioneira de palestinos é hoje a Mesquita Brasil, que é aqui em São Paulo, e é a primeira mesquita do Brasil e do continente. É para todos os mais de 100 mil brasileiro-palestinos que trabalham de sol a sol para ver o Brasil, a Pátria que os acolheu, ser uma grande Nação.

Esse reconhecimento é também para todos os que nos foram e são solidários, para as autoridades e o povo brasileiro, aos quais nos curvamos humildemente em reconhecimento e gratidão. E também a esta Assembleia Legislativa, através do Conselho Estadual Parlamentar de Comunidades de Raízes e Cultura Estrangeiras, na pessoa do deputado Delegado Olim e do seu presidente, Gabriel Sayegh, que soube dignificar, distinguindo-os com um conselho e com uma solenidade dessa magnitude.

E, para finalizar, eu quero citar uma poetisa palestina contemporânea chamada Rafeef Ziadah, que compôs um poema. Eu vou citar só um trecho dele, quando ela foi instada por um jornalista que lhe perguntou se não ficaria bem se não ensinassem tanto ódio para as crianças naquela área do planeta:

“E estes não são dois lados iguais. Ocupante e ocupado. Os 100 mortos, 200 mortos e 1000 mortos. E, entre estes, crime de guerra e massacre. Pronunciei palavras e sorri ‘não exótico’, ‘não terrorista’.

E conto, conto 100 mortos, 200 mortos, 1000 mortos. Tem alguém aí? Alguém vai ouvir? Eu gostaria de poder velar seus corpos. Eu gostaria de poder correr descalço em todos os campos de refugiados e segurar todas as crianças, cobrir seus ouvidos para que não tivessem que ouvir o som dos bombardeios pelo resto da vida como eu faço.

Hoje, meu corpo foi um massacre transmitido pela TV. E deixe-me dizer, não há nada que as resoluções da ONU tenham feito sobre isso. E nenhuma frase de efeito, nenhuma frase de efeito que eu invente, não importa o quão bom meu inglês fique, nenhuma frase de efeito, nenhuma frase de efeito, nenhuma frase de efeito os trará de volta à vida.

Nenhuma frase de efeito resolverá isso. Ensinamos a vida, senhor. Ensinamos a vida, senhor. Nós, palestinos, acordamos todas as manhãs para ensinar a vida ao resto do mundo, senhor.”.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - A última homenagem desta noite vai para a comunidade paraguaia, na pessoa do padre Irmani Paulo Borsatto. Convidamos a Sra. Maria Esther Sánchez, o Sr. Ricardo Zarratea, Sr. Toribio Castillo e a Sra. Patricia Rivarola.

O padre Irmani Paulo Borsatto, de Nova Prata, no Rio Grande do Sul, tem ampla formação, incluindo mestrado em espiritualidade em Roma e Estudos em Filosofia e Vida Religiosa.

Sua carreira religiosa inclui diversas funções como vigário paroquial, assistente espiritual, reitor do Instituto Filosófico Scalabriniano e pároco. Atualmente, está na Paróquia Nossa Senhora da Paz, Missão e Paz, no Bairro da Liberdade, como Vigário paroquial.

Pároco dos latino-americanos e diretor do Centro Pastoral e de Mediação dos Migrantes, é dedicado ao acompanhamento dos cidadãos paraguaios residentes em São Paulo e reconhecido pelo seu trabalho.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. IRMANI PAULO BORSATTO - Boa noite a todos, que bom estarmos aqui nesta noite. Agradecer a todas as autoridades que nos acompanham, agradecer a esta Casa que nos recebe e a todas as comunidades imigrantes. Creio que é sempre um momento todo especial e fico eternamente agradecido pela comunidade paraguaia por este gesto, esta homenagem. Podem sempre contar comigo.

É muito bom trabalhar com os latino-americanos e ali na Missão Paz. Quem conhece - passa ali na Glicério - sabe os dramas sociais que tem ali, mas tem muito calor humano e tem um oásis que se chama Missão Paz.

Missão Paz, que acolhe imigrantes de todas as partes do mundo. Hoje, estamos lá com 16 países neste momento, a maioria do Afeganistão, mas também de tantos outros lugares.

A comunidade paraguaia, essa força que nos acompanha sempre, colabora, tem um coração grande, estão sempre dispostos, disponíveis, generosos, e são incansáveis. Além de tudo, a riqueza cultural, toda a riqueza folclórica, toda a religiosidade, o trabalho. Basta girar para o Bom Retiro, o Brás, Pari, Guarulhos, a gente vê a presença viva, jovem, dos paraguaios.

Então, obrigado, de coração. Sinto-me, de verdade, um apaixonado pelos paraguaios, pela comunidade paraguaia.

Um abraço fraterno a todos os imigrantes. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Finalizando estas homenagens, nós gostaríamos de convidar a diretoria do Conscre para que façam a entrega de uma homenagem ao deputado estadual Delegado Olim, como forma de agradecimento pela iniciativa desta sessão solene. (Palmas.) Deputado está nervoso.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Feitos os registros, nós ouviremos, para o encerramento desta sessão solene, as considerações finais do deputado estadual Delegado Olim.

 

O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Eu quero só agradecer ao Conscre, a toda diretoria. Eu, como filho de portugueses, avós, só tenho a agradecer. Somos todos irmãos e, aqui, esta Casa é de vocês. Muito obrigado, eu acho que é um dos eventos...

Eu faço muito a Segurança Pública aqui, muito. Eventos da Segurança Pública, principalmente da Polícia Civil, mas esta é uma das homenagens que, pode ter certeza, estará lá na minha sala, ao lado do meu gabinete, ao lado do meu coração.

Muito obrigado, viu. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Deputado Olim agora reassume a presidência da Mesa para as considerações finais.

 

O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Senhoras e senhores, só para terminar aqui agora. Esgotado o objeto da presente sessão, eu agradeço às autoridades, às minhas equipes, aos funcionários do serviço de som, da taquigrafia, da fotografia, do serviços de atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da imprensa da Casa, da TV Alesp, que está ao vivo aí, quero agradecer também; das Assessorias da Polícia Militar e da Polícia Civil aqui presentes, bem como a todos que, com as suas presenças, colaboraram para o pleno êxito desta solenidade. (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 15 minutos.

 

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