4 DE SETEMBRO DE 2023
30ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO CONSCRE - CONSELHO DE COMUNIDADES
Presidência: DELEGADO OLIM
1 - DELEGADO OLIM
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - HUGO ROTHSCHILD
Mestre de cerimônias, nomeia as autoridades presentes. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".
3 - PRESIDENTE DELEGADO OLIM
Informa que a Presidência efetiva convocou a presente sessão solene em "Homenagem ao Conscre - Conselhos de Comunidades", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos.
4 - HUGO ROTHSCHILD
Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de vídeo institucional do Conscre - Conselho Estadual Parlamentar das Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras.
5 - PRESIDENTE DELEGADO OLIM
Discorre sobre o Conscre, que tem como objetivo promover a integração e a convivência pacífica das comunidades de raiz estrangeira que residem em São Paulo. Ressalta a contribuição dos imigrantes para a cultura brasileira.
6 - SÉRGIO SERBER
2º vice-presidente do Conscre, faz pronunciamento.
7 - MARINA TIKAZAWA
1ª vice-presidente do Conscre, faz pronunciamento.
8 - GABRIEL SAYEGH
Presidente do Conscre, faz pronunciamento.
9 - VAHAN AGOPYAN
Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, faz pronunciamento.
10 - MARCO ANTÔNIO MARQUES DA SILVA
Desembargador do TJ-SP, faz pronunciamento.
11 - HUGO ROTHSCHILD
Mestre de cerimônias, anuncia homenagem, com entrega de placas, a representantes, cujos currículos lê, das comunidades alemã, sírio-libanesa, armênia, grega, italiana, japonesa, judaica, palestina, paraguaia e portuguesa.
12 - RENATO AFONSO GONÇALVES
Presidente da Casa de Portugal, faz pronunciamento.
13 - JULIO MUÑOZ KAMPFF
Presidente da Sociedade Beneficente Alemã, faz pronunciamento.
14 - NAILIZE NAIM KABA
Representante da Associação Beneficente "A Mão Branca" e da comunidade sírio-libanesa, faz pronunciamento.
15 - KENARIK BOUJIKIAN
Jurista e representante da comunidade armênia, faz pronunciamento.
16 - ASPASIA PAPAZANAKIS
Psicóloga e representante da comunidade grega, faz pronunciamento.
17 - NAILIZE NAIM KABA
Representante da Associação Beneficente "A Mão Branca", faz pronunciamento.
18 - GIANFRANCO MELLINO
Missionário e representante da comunidade italiana, faz pronunciamento.
19 - HIROSHI SHIMUTA
Empresário e representante da comunidade japonesa, faz pronunciamento.
20 - FANY COGAN BAROCAS
Professora e representante da comunidade judaica, faz pronunciamento.
21 - JAMAL SULEIMAN
Médico infectologista e representante da comunidade palestina, faz pronunciamento.
22 - IRMANI PAULO BORSATTO
Padre e representante da comunidade paraguaia, faz pronunciamento.
23 - HUGO ROTHSCHILD
Mestre de cerimônias, anuncia a entrega de homenagem da diretoria do Conscre ao deputado Delegado Olim.
24 - PRESIDENTE DELEGADO OLIM
Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.
*
* *
- Assume a
Presidência e abre a sessão o Sr. Delegado Olim.
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* *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD -
Senhoras e senhores, solicitamos a todos os presentes que ocupem seus lugares
para que possamos dar início à cerimônia.
Senhoras e
senhores, muito boa-noite. Sejam todos bem-vindos ao Plenário Juscelino
Kubitschek, da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão
solene tem a finalidade de homenagear as personalidades das comunidades
estrangeiras em São Paulo. Dentro de alguns instantes, reiniciaremos.
Comunicamos que este evento está sendo transmitido ao vivo pela TV Alesp e pelo
canal da Alesp no YouTube.
Convidamos,
para compor a Mesa Diretora, o Exmo. Sr. Deputado Estadual Delegado Olim; o
Exmo. Sr. Desembargador do Tribunal de Justiça e diretor da Casa de Portugal,
Dr. Marco Antônio Marques da Silva; o Exmo. Sr. Secretário de Estado da
Ciência, Tecnologia e Inovação, Dr. Vahan Agopyan, ex-reitor da USP; o Sr.
Gabriel Sayegh, da comunidade árabe, presidente do Conscre; a Sra. Marina
Tikazawa, da comunidade japonesa, 1ª vice-presidente do Conscre; Sr. Sérgio
Serber, da comunidade judaica, 2º vice-presidente do Conscre. (Palmas.)
Composta a
Mesa, convidamos a todos para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional
Brasileiro, que será executado pela Banda do Corpo Musical da Polícia Militar
do Estado de São Paulo, sob a regência do 1o Sargento PM Jesiel.
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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.
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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD -
Nossos agradecimentos à Banda do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de
São Paulo, na pessoa de seu regente nesta noite, 1o Sargento PM
Jesiel. Muito obrigado, sargento.
Convidamos para compor a Mesa extensora da Mesa principal o Sr. Domenico
Fornara, cônsul-geral do Consulado da Itália e a Sra. Lívia Satullo,
cônsul-geral adjunta; o Sr. Jorge Marques, cônsul-geral adjunto de Portugal;
Sra. Hilda Diruhy
Burmaian, cônsul honorária da Armênia; Sr. Carlos Isa, defensor público-geral
da Alesp; e o Sr. Armando Batista, vice-presidente do Conscre. (Palmas.)
Ouviremos as
palavras do deputado Delegado Olim, proponente e presidente desta sessão
solene, para sua abertura.
O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP -
Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos nos termos regimentais.
Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.
Senhoras e
senhores, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esta sessão solene foi convocada
atendendo à solicitação deste deputado, com a finalidade de homenagear as
personalidades das comunidades estrangeiras.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Nós
gostaríamos de convidar, também, para compor a Mesa extensora, o deputado
Maurici, presidente da Comissão de Relações Internacionais desta Casa.
Registramos e agradecemos as presenças do monsenhor panteleimon Lucas Chypriades,
pároco da Igreja Ortodoxa Grega; o Sr. Ualid Rabah, presidente da Federação
Árabe-Palestina do Brasil; Sr. Khaled Fayed Mahassen - perdão pela pronúncia,
por favor -, presidente da Academia Árabe Brasileira de Letras; Sr. Alberto
Mayer, presidente do COM.IT.ES - Comitês dos
Italianos no Exterior; Sr. João Carlos Boyadjian, presidente do Fundo Nacional
da Armênia; Sr. Ingo Plöger, presidente do CEAL, Conselho Empresarial da
América Latina; Sra. Caterina Daris, presidente da Coletividade Grega; Sr.
Valdemar Hespanhol, presidente do Conseg do Sacomã; Sr. Khaled Mahassen, presidente da Academia Árabe
Brasileira de Letras; Sra. Miriam Vasserman, vice-presidente da Federação
Israelita do Estado de São Paulo; Dr. Antonio Freixo, diretor do Conselho da
Comunidade Portuguesa; Sr. Sérgio Eduardo Saad, diretor de patrimônio da “Mão Branca”.
(Palmas.)
Dr. Belisário dos
Santos Junior, diretor da Casa de Portugal; Sr. Carlos Negri, representante do
embaixador do Paraguai; Sr. Michel Alabi, diretor do Club Homs; Sra. Célia
Salum, da ABSL - Associação Beneficente Sírio-Libanesa, representando aqui essa
entidade. (Palmas.)
Sr. Gabriel Bonduki, secretário do Conselho Deliberativo do
Club Homs e diretor do Instituto de Cultura Árabe; monsenhor panteleimon
Lucas Chypriades,
pároco da Igreja Ortodoxa Grega; e também o Sr. Mardiros Burunsizian, assessor
do presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis. (Palmas.)
Neste momento, eu convido a todos para acompanharem o vídeo
institucional do Conscre, que conta a história do Conscre.
* * *
- É exibido o vídeo.
* * *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD -
Ouviremos as palavras do deputado estadual Delegado Olim.
O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP -
Boa noite a todos. Que alegria ver esta Casa cheia de amigos, nações juntas,
nações essas que fizeram o Brasil chegar aonde chegou, nações essas que
trouxeram desenvolvimento para o Brasil, nem vou falar de São Paulo, nações essas
que são coirmãs do nosso Brasil.
Quero aqui,
primeiramente, agradecer ao Sr. Secretário do Estado de Ciência, Tecnologia e
Inovação, o Sr. Vahan Agopyan, muito obrigado pela sua presença. Nosso
presidente do Conscre, o Sr. Gabriel Sayegh, da comunidade árabe, mais uma vez
parabéns por este evento.
Primeira
vice-presidente do Conscre, Sra. Marina Tikazawa - é isso? Falei certo? - da
comunidade japonesa. Uma graça, sempre que a vejo está sempre do mesmo
jeitinho, não muda, sempre do mesmo jeito. Parabéns, viu? O segundo
vice-presidente do Conscre, o Sr. Sérgio Serber, da comunidade judaica, essa
comunidade que eu tenho muito respeito e muitos amigos.
Não posso
deixar aqui de cumprimentar o Dr. Marco Antônio Marques da Silva, desembargador
do Tribunal de Justiça e diretor da Casa de Portugal. Esse grande amigo, esse
grande desembargador conheço desde a época de juiz, sempre ajudou as polícias,
sempre esteve do lado do bem, sempre do lado do povo contra os bandidos.
Obrigado pela
sua presença e obrigado por tudo que o senhor fez, não vou falar pela Polícia
Civil, pelas polícias. (Palmas.)
É com muita
alegria que prestamos a merecida homenagem ao Conscre, Conselho Estadual
Parlamentar de Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras. Esse importante
conselho de comunidades foi formalmente instalado nesta Casa em 2001, e sua
principal função é a integração das comunidades estrangeiras do nosso estado.
Hoje, contamos
com o apoio de mais de 20 comunidades estrangeiras e o trabalho do Conscre é
preservar, desenvolver e integrar as comunidades com o apoio de todas as
camadas sociais, políticas ou econômicas.
O Conscre
contribuiu ativamente para que a nossa formação multicultural tenha uma
convivência pacífica de respeito a todas as origens, religiões e raças. Essa
união de povos tão distintos em suas origens resulta em uma experiência única
de troca de conhecimento, capaz de trazer harmonia, amparo e força para
enfrentar as dificuldades de viver em um país estrangeiro.
É a famosa e
verdadeira frase que tanto repetimos: “juntos somos mais fortes”, mas vou
adiante e afirmo, com toda segurança: conhecer, conviver e respeitar os
diferentes costumes de cada país enriquece a todos. O Conscre trabalha para
valorizar e difundir as culturas em uma enorme contribuição para a paz e a
harmonia entre os povos. Esse deve ser o
objetivo de cada um de nós.
Sinto-me
honrado por poder realizar esta sessão solene - é a segunda que eu faço, estou
muito feliz por isso, por ter sido escolhido - junto à Presidência desta
sessão. Só não está presente o presidente porque teve uma reunião com o
governador e a maioria dos deputados estão hoje lá no Palácio dos Bandeirantes,
senão ele estaria presente aqui.
Manifesto aqui
todo o meu respeito e gratidão que todos nós temos pelo Conselho Estadual
Parlamentar de Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras. Vamos dar
prosseguimento ao nosso evento e que todos se sintam bem e se sintam em casa.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD -
Que assim seja, Sr. Presidente.
Nós gostaríamos de convidar o Dr. Renato Afonso Gonçalves, presidente da Casa
de Portugal, para que ocupasse a Mesa extensora. Por favor. (Palmas.)
Queremos
registrar e agradecer as presenças do Dr. Marcos Demetrio Haik, presidente do
Esporte Clube Sírio, também o Sr. Sérgio Ocimoto Oda, diretor presidente da
Associação Pró-Excepcionais Kodomo-no-Sono.
Ouviremos as
palavras do Sr. Sérgio Serber, representante da comunidade judaica junto ao
Conscre, 2º vice-presidente da entidade.
O SR. SÉRGIO SERBER - Sr. Presidente da Mesa,
deputado Delegado Olim, nosso amigo, companheiro; prezados membros da Mesa; meu
querido nobre Gabriel Sayegh e demais, eu fico muito honrado, muito emocionado
até por estar aqui no Conscre em 21 anos.
Isso foi uma
criação do Walter Feldman, então deputado, que na época teve a ideia, até por
um fato interessante, que a comunidade coreana queria ter alguma
representatividade. Eles não tinham nem na Assembleia Legislativa - nem federal,
nem municipal.
Então, eles
chegaram ao Walter Feldman: “Vamos fazer alguma coisa?”. E naquela época era o governador
Mário Covas. E aí foi delegado a ele formar o Conscre, e imagino que a palavra Conscre,
só para gente se entender, demorou seis meses: um queria a etnia, ou tinha raça
e assim foi, mas felizmente fundamos o Conscre com os que vivem aqui já.
Felizmente, na
Casa, é uma resolução da Casa, nesses anos... todas as comunidades se abraçam,
se beijam, os árabes com os judeus, está aqui um amigo árabe do meu lado, e
então nós convivemos nessa paz e harmonia. E eu espero que continuemos por
muitos anos e com a sua dignidade, com seu... A possibilidade de a gente
continuar nessas sessões tão lindas como tem feito.
Obrigado
a todos.
Uma
boa-noite. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Palavras da Sra. Marina
Tikazawa, da comunidade japonesa junto ao Conscre, 1ª vice-presidente da
entidade.
A
SRA. MARINA TIKAZAWA - Boa noite a todos. Primeiramente, quero
agradecer ao público que está aqui. Eu acho que é a segunda vez que estamos
fazendo no Plenário JK. É uma coisa assim que nunca tinha visto tão cheio,
porque na primeira vez - não é, deputado? - não estava tão cheio, mas esta
noite está lotado.
Então,
eu só tenho que agradecer, e agradecer a este estado maravilhoso que acolheu
todos os imigrantes. Então, não tem uma palavra assim de gratidão por estar
aqui todo mundo presente, unido, interagindo neste momento.
Muito
obrigada, boa noite. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Palavras do Sr.
Gabriel Sayegh, da comunidade árabe junto ao Conscre, presidente da entidade.
O
SR. GABRIEL SAYEGH - Boa noite a todos.
Inicio
o cumprimento dos integrantes da Mesa: deputado estadual Delegado Olim, presidente
desta sessão; secretário de estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Sr. Vahan
Agopyan; primeira vice-presidente do Conscre, Marina Tikazawa; segundo vice-presidente
do Conscre, Sérgio Serber; desembargador Marco Antônio da Silva, demais
políticos e diplomatas aqui presentes.
Caros
senhores e senhoras, é com muito orgulho que mais uma vez, atendendo o objetivo
do Conscre proposto por ocasião de sua fundação, em novembro de 2001, ou seja,
há 22 anos, viemos promover a integração, socialização e amparo dos trabalhos
comunitários das diversas comunidades descendentes de estrangeiros residindo no
estado de São Paulo.
Assim
sendo, homenagearemos neste evento membros que, de alguma forma, se destacaram,
colaboraram, colaborando sobremaneira para atenuar as dificuldades encontradas
pelos seus patrícios, nobres imigrantes que aqui aportaram, muitas vezes sem
qualquer apoio, noção da língua ou conhecimento da nossa cultura.
Fugindo
de perseguições, pobreza ou falta de perspectivas, decidiram mudar de país, enfrentando
as mais profundas adversidades, arriscando-se em um mundo novo, distante,
desconhecido, porém sempre resilientes, destemidos, convictos na certeza do sucesso
em tal empreitada.
Logo
nas primeiras interações, vislumbraram ser este um país maravilhoso, com um
povo amistoso e alegre que muito bem os acolheu, sem discriminação de qualquer
espécie, sentindo-se livres para cultuar seus credos, culturas e tradições. Neste
ambiente, criaram famílias, sobreviveram às dificuldades, formaram seus filhos,
participando da tão rica miscigenação que hoje compõe o povo brasileiro.
Felizes
neste País, orgulhosos de suas origens, esses novos brasileiros expressam uma
gratidão incomensurável por tudo o que aqui conquistaram. E agora, participando
nas novas gerações, continuamos contribuindo para um engrandecimento de nossa Pátria,
de forma harmoniosa, nos solidarizando sempre em meio a muita paz com todos
esses agora novos brasileiros com quem convivemos.
Esse,
acredito ser o espírito daquilo que hoje aqui exaltamos, um País maravilhoso
onde todos de forma fraterna se respeitam, evitando importar conflitos,
compartilhando ricos momentos que remontam às nossas diversas origens,
confirmando a certeza daqueles que nos precederam.
Concluindo,
quero agradecer ao deputado Delegado Olim e toda sua operosa equipe pelo apoio
ao evento e aos membros da nossa diretoria do Conscre, que propiciaram tornar
realidade esta comemoração que a todos nos une de uma forma tão relevante.
Viva
esta nova Pátria, viva o nosso Brasil. Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Gostaríamos de
convidar o bispo Hayr Nareg Berberian, da Igreja Apostólica Armênia do Brasil,
para compor a Mesa extensora. (Palmas.)
Ouviremos
as palavras do Prof. Vahan Agopyan, ex-reitor da USP e hoje secretário de estado
da Ciência, Tecnologia e Inovação.
O
SR. VAHAN AGOPYAN - Boa noite, senhoras e senhores, em nome
do nobre deputado Delegado Olim, eu quero cumprimentar todos os membros da Mesa,
a Mesa extensora, e agradecer a presença de todos aqui, porque é um momento de
alegria, como o deputado frisou, porque nós estamos comemorando as origens do
nosso País, essa mistura de raças, de povos que encontraram aqui no Brasil o
seu solo propício para progredir.
Eu vou então
parabenizar a iniciativa, não sabia que já tem 22 anos, tempo muito grande, e
acho fundamental, porque nós às vezes falamos “São Paulo é uma cidade miscigenada,
tem vários povos trabalhando juntos, temos toda essa riqueza”, mas é sempre bom
lembrar que temos essa riqueza. É sempre bom lembrar que, às vezes, nós
esquecemos disso e sempre, sempre, sempre temos que garantir que essa nossa
mistura de raças crie uma raça melhor que a raça brasileira.
Eu digo que às
vezes a gente não percebe... Eu lembro a primeira vez que eu vi a questão de
preconceitos, eu nunca sofri, mas eu vi em um livro do primário - quando digo o
primário, acho que a maioria do público não entende, mas no passado nós tínhamos
a escola primária, que equivale do primeiro até o quarto ano ou quinto ano do
nosso curso -, e no livro citava sobre os preconceitos que nós involuntariamente
dizíamos, por exemplo, o livro citava chamar os poloneses de polacos.
Eu não sabia
que era um termo pejorativo, eu não sabia que era um termo agressivo aos
poloneses, inclusive perguntei para o professor: “Mas não é como soteropolitano
para quem nasce em Salvador?”, “Não, é um termo pejorativo”. Às vezes, nós nem
percebemos isso, então é muito importante comemorarmos, é muito importante
destacarmos que, sim, nós somos uma mistura de raças e, com isso, conseguimos
ter uma sociedade mais harmoniosa.
Muito obrigado,
parabéns aos dirigentes, parabéns à iniciativa do nosso nobre deputado, e vamos
continuar sendo essa miscigenação feliz. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Palavras do Sr.
Marco Antônio Marques da Silva, desembargador do Tribunal de Justiça do Estado
de São Paulo e diretor da Casa de Portugal.
O SR. MARCO ANTÔNIO MARQUES DA SILVA - Boa
noite a todos e a todas, é uma honra estar aqui uma vez mais na Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo, honra maior ainda para uma sessão presidida
por esse nobre deputado Olim, de quem eu tenho a honra de ser amigo há algumas
décadas, um exemplo de policial, um exemplo de deputado e um exemplo de amigo.
Cumprimento todas as autoridades aqui presentes.
Como foi dito,
o Conscre, nestes seus 22 anos... um trabalho realmente importante. São Paulo,
como retrato do Brasil, tem uma variedade de etnias, de culturas e de religiões,
e eu sempre costumo dizer que todos vivem em comunhão, vale dizer, em comum
união de ideias, de esforços e de bem-querer. Eu acho que é isso que a gente
tem que fazer.
Esse exemplo
que hoje se dá aqui - louvando uma vez mais o Conscre, que realmente conseguiu
trazer esse tipo de trabalho e cada vez mais divulga - é importante para que
nós saibamos que só juntos nós seremos fortes, que não há divisão, seja de
etnia, seja de religião, seja de opinião, já que nós queremos que seja um País
bom, forte e grande para todos.
Então, a gente
tem que trabalhar nesse sentido com esta reunião hoje, que mostra que a união
faz com que nós possamos continuar a crescer neste País que é o Brasil, que
acolhe a todos, qualquer que seja a sua etnia. Nós temos visto nos últimos
tempos a vinda de diversos refugiados do Oriente, da Ásia e da África, e o
Brasil e São Paulo continuam a recebê-los e assim continuará.
Bem hajam.
(Palmas.)
O SR.
MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO
ROTHSCHILD - Senhoras e senhores, daremos
início às homenagens neste momento. Para tanto, convidamos para que se dirijam à
parte mais baixa o proponente, presidente desta sessão solene, deputado Delegado
Olim, e o Sr. Gabriel Sayegh, presidente do Conscre.
Nós
inicialmente chamaremos à frente, em ordem alfabética, os representantes das dez
comunidades que serão homenageadas, mas temos uma ressalva: o representante Dr.
Gonçalves, presidente da Casa de Portugal, tem um compromisso inadiável que já
havia assumido anteriormente, então ele será o primeiro homenageado desta noite.
Gostaríamos de
convidá-lo, Dr. Renato Afonso Gonçalves, que receberá a homenagem do Sr.
Armando Lopes Batista e do Ricardo Magalhães, com a presença também do cônsul
de Portugal em São Paulo, Dr. Jorge Longa Marques; e do Dr. José Manuel Diogo,
presidente da APBRA, diretor da Câmara de Comércio da Indústria Luso-Brasileira.
(Palmas.)
O Dr. Renato
Afonso Gonçalves é advogado no Brasil e em Portugal, bacharel e mestre em
direito pela PUC São Paulo e professor da Unip e da PUC em São Paulo. Atualmente,
ele está fazendo doutorado em direito, na Universidade de Lisboa. Além de sua
carreira acadêmica e jurídica, ele desempenha papéis importantes em várias
instituições da comunidade portuguesa em São Paulo e também em Portugal,
incluindo a Associação 25 de Abril, o Centro Cultural 25 de Abril, a Câmara de Comércio
Portuguesa, o Consulado Geral de Portugal e a Casa de Portugal em São Paulo, e
é um torcedor da Associação Portuguesa de Desportos. (Palmas.)
Ninguém é
perfeito, mas tudo bem.
*
* *
- É entregue a
homenagem.
*
* *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Agora
sim, seguindo a ordem alfabética, representando a comunidade alemã... Pois não,
deputado.
O SR. RENATO AFONSO GONÇALVES -
Boa noite. É uma alegria muito grande ver este plenário lotado em uma noite tão
especial. Quero, evidentemente, agradecer ao deputado Olim. Deputado, e a toda
a sua equipe, viu? O senhor tem uma equipe de uma eficiência, de uma atenção,
são pessoas muito empenhadas. Queria agradecer, em seu nome, a toda a sua
equipe.
Agradecer ao
presidente do Conscre, Dr. Sayegh e agradecer aos nossos representantes do
Conscre da comunidade portuguesa, Prof. Ricardo Magalhães e Sr. Armando
Batista. Cumprimentar todo o corpo diplomático aqui presente na pessoa do Dr.
Jorge Longa Marques, cônsul adjunto de Portugal em São Paulo.
Dizer,
deputado, que evidentemente eu me sinto honrado por receber esta menção do
Conscre, mas penso também que é uma homenagem não ao Renato, pessoa física, mas
à Casa de Portugal e às mais de 40 entidades da comunidade luso-brasileira, que
existem há muitos anos no estado de São Paulo e que, junto de todos vocês,
construíram ao longo desse tempo a nossa cidade e o nosso estado.
Penso também
que esta é uma homenagem que nos dá mais responsabilidade ainda. É uma
homenagem desde o nosso primeiro presidente, o Prof. Gonçalves, em 1935. É uma
homenagem ao comendador António dos Ramos, nosso presidente emérito. É uma
homenagem ao presidente do conselho da Casa, Dr. Antonio Almeida e Silva.
Mas também é
uma homenagem ao presidente da Portuguesa, Castanheira; ao presidente do nosso
conselho da comunidade, Antero; é uma homenagem a toda a comunidade, que fez,
faz e ainda fará muito pela comunidade portuguesa e pelo estado de São Paulo.
Receber esta
homenagem em um ano que, para nós, portugueses, é tão importante, que é o ano
em que comemoramos os 50 anos da Revolução dos Cravos. Meu pai veio para o
Brasil nos anos 50 por conta de um regime autoritário e fascista que existia em
Portugal.
Aqui, ele
encontrou seus irmãos portugueses e aqui os portugueses desenvolveram até 1974
o “Portugal Democrático” e ajudaram o Brasil também a sair desse período
autoritário.
Todos nós
carregamos, então, as experiências dos nossos países - algumas boas, outras não
tão boas -, mas aqui aprendemos a respeitar o próximo, a respeitar a cultura de
outra pessoa, a compreender que podemos ser adversários nas ideias, mas jamais
inimigos, porque antes de mais nada estamos unidos pela língua portuguesa,
estamos unidos por São Paulo, pelo Brasil, estamos unidos hoje, como diria
Fernando Pessoa no poema “O Infante”, que falta cumprir-se Portugal.
Nós cumprimos
Portugal todos os dias, quando semeamos a democracia, quando semeamos a
liberdade, quando semeamos os direitos humanos, semeamos a fraternidade entre
os povos e entre nós, brasileiros. Podemos ser brasileiros-portugueses,
brasileiros-japoneses, brasileiros-armênios, brasileiros-árabes, brasileiros da
comunidade judaica, não importa, somos brasileiros e pertencemos a um país que
ajudamos a construir e do qual muito nos orgulhamos, porque defendemos os
valores universais e a solidariedade, acima de tudo.
Muito obrigado,
deputado Olim. Obrigado, presidente Sayegh. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD -
Na sequência, o homenageado será da comunidade alemã, Sr. Julio Muñoz Kampff. A
entrega será feita pelo Sr. Thomas Godwin Walker.
O Sr. Julio
Muñoz Kampff é engenheiro economista, formado em 1980 pela Universidade de Karlsruhe,
na Alemanha, com quase três décadas de carreira no Grupo Henkel, incluindo a
presidência da Henkel no Mercosul.
Também é ativo
na Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo e participa do
comitê de assessoramento do Conselho Deliberativo do Hospital Alemão Oswaldo
Cruz. Desde 2020, preside a Sociedade Beneficente Alemã, fundada em 1863, para
ajudar conterrâneos necessitados. (Palmas.)
*
* *
- É entregue a
homenagem.
*
* *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Palavras
do homenageado.
O SR. JÚLIO MUÑOZ
KAMPFF - Prezados senhores e prezadas
senhoras, boa noite. Como diretor-presidente da Sociedade Beneficente Alemã,
gostaria de agradecer imensamente à homenagem recebida pelo Conselho Estadual
Parlamentar das Comunidades de Raízes Estrangeiras. Meu agradecimento especial
para o presidente, V. Exa., Delegado Olim, e também para todos os ilustres
membros da Mesa Diretiva.
É uma grande honra para nós estarmos entre as
personalidades que se destacaram em suas comunidades, pela sua história,
tradições e contribuições no estado de São Paulo. Aproveito a oportunidade para,
além de agradecer ao Conscre e a todos os presentes, parabenizar os colegas das
comunidades árabe, armênia, grega, japonesa, italiana, judaica, palestina,
paraguaia e portuguesa.
Juntos podemos
unir culturas e ações para seguir nessa missão de transformar vidas. É com
muita alegria que, neste ano, estamos comemorando 160 anos da fundação da nossa
querida SBA, que, em 1863, com o objetivo de auxiliar membros da colônia de
língua alemã, auxiliava os imigrantes oferecendo cuidados médicos, dando
suporte na busca de empregos e proporcionando educação infantil em língua
alemã.
Essa foi uma
semente de amparo, de cuidado e de amor. Essa semente deu frutos e, depois de
15 anos, foi fundada a escola alemã, hoje conhecida como Colégio Visconde de
Porto Seguro; também, depois de 35 anos, foi fundado o Hospital Alemão Oswaldo
Cruz.
Então, nós
vemos que naquele momento plantamos uma semente de amor. Para isso, estamos em
duas unidades atualmente, com esse espírito humanitário, por uma parte com uma
SBA residencial, é a maior instituição de longa permanência para idosos de São
Paulo, que está localizada no Butantã.
Nós temos,
também, uma unidade no Grajaú, que está localizada em uma área carente e de
alta vulnerabilidade. Oferecemos, de forma gratuita, educação infantil e cursos
anuais profissionalizantes. Todos certificados pelo Senai.
Para comemorar
os 160 anos da SBA, estamos organizando um evento que acontecerá no dia 21 de
setembro deste ano no Club Transatlântico. Gostaria de convidar todos os
presentes para conhecer nossas instalações e para participar desse marcante evento
da comunidade alemã de São Paulo. Informações encontrarão no nosso site: sba160anos.com.br.
Esta homenagem,
destacando o trabalho feito pela SBA, jamais aconteceria sem o apoio de muitas
pessoas envolvidas ao longo dos anos. Pensem que nós passamos por duas guerras
mundiais, epidemias, e todos os tipos de crises políticas e econômicas.
Agradeço aqui a
todos os alunos, residentes, familiares, voluntários, associados, diretores,
conselheiros, especialmente a toda a equipe que coloca amor em cada vida que
atendemos, garantindo, assim, que a nossa missão de transformar vidas por meio
da educação e do cuidado siga forte e intensa, ontem, hoje e por longos anos
que estão por vir.
Muito obrigado
a todos.
Parabéns a
todas as personalidades homenageadas. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD -
Próxima homenagem vai à comunidade árabe sírio-libanesa. A homenageada, Sra.
Nailize Naim Kaba. A entrega será feita pelo presidente do Conscre, Sr. Gabriel
Sayegh. (Palmas.)
Em 1912, as
senhoras sírio-libanesas em São Paulo fundaram a Associação Beneficente “A Mão
Branca”, para ajudar idosos como forma de retribuir ao Brasil a acolhida
recebida durante o período migratório. Elas arrecadavam fundos na igreja
ortodoxa para fornecer roupas, alimentos e apoio financeiro aos menos
favorecidos.
A entidade
mantém padrão de cuidado elevado para idosos, sendo referência em geriatria e
gerontologia, e, também, promove a integração de idosos na periferia de São
Paulo. A Sra. Nailize já está aí, e, também, irão entregar à Sra. Geni Ghosn,
Sra. Marina Aparecida Teixeira Gouveia e
o Sr. Sérgio Saad. (Palmas.)
*
* *
- É entregue a
homenagem.
*
* *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Aí,
as fotos, os registros... Nós gostaríamos de solicitar aos homenageados que as
palavras de agradecimento sejam breves, em função do curto espaço de tempo que
dispomos. Por exemplo, três minutos.
A SRA. NAILIZE NAIM KABA -
Primeiramente, eu gostaria de cumprimentar o deputado Delegado Olim, em nome de
quem cumprimento as demais autoridades aqui presentes. E gostaria de fazer uma
ressalva. A homenageada da noite não sou eu, é a Associação Beneficente “A Mão
Branca” de Amparo aos Idosos, como está escrito na placa que eu vou ler.
“O Conscre -
Conselho Estadual Parlamentar das Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras
- tem a honra de homenagear a Associação Beneficente ‘A Mão Branca’ de Amparo
aos Idosos pelos seus 110 anos de fundação e pelos relevantes serviços
prestados à comunidade sírio-libanesa.” (Palmas.)
Então, fica a
ressalva feita. Continuando os cumprimentos, eu gostaria de cumprimentar a
todas as autoridades consulares, civis, militares, do Poder Judiciário, do
Poder Executivo, as eclesiásticas, aqui presentes.
E, como
representante das entidades da nossa coletividade, faço o meu cumprimento
especial ao Sr. Marcos Demetrio Haik, presidente do Esporte Clube Sírio, a quem
agradeço a presença. (Palmas.) Agradeço também ao Sr. Gabriel Sayegh,
presidente do Conscre, e demais integrantes desse Conselho, do qual me orgulho
em fazer parte desde a sua fundação, em 2001.
Senhoras e
senhores, é com grande satisfação que, mais uma vez, a nossa entidade é
homenageada nesta Casa, a Assembleia Legislativa de São Paulo. Isso, para nós,
é um privilégio. Nós o fomos anteriormente, quando tivemos o nosso centenário.
É o reconhecimento de um trabalho que há mais de 110 anos desenvolvemos em prol
da pessoa idosa.
Agradeço em meu
nome, no de nossos diretores aqui presentes, e de toda a nossa Diretoria, por esta
homenagem, agradecendo a todos os nossos conselheiros, colaboradores,
voluntários, parceiros e apoiadores, sem os quais, o nosso trabalho não
conseguiria ser levado a termo.
Não poderíamos
deixar de homenagear aquelas senhoras pioneiras da comunidade sírio-libanesa que,
no longínquo ano de 1912, idealizaram o que seria hoje a nossa entidade.
Muito obrigada
a todos. (Palmas.)
*
* *
- É entregue a
homenagem.
*
* *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD
- Próxima comunidade a ser homenageada será a comunidade armênia. A
homenageada, Dra. Kenarik Boujikian. (Palmas.) A entrega será feita pelo Sr.
Archavir Donelian, Sra. Vera Helena Avedisian, Sra. Vartinê Kalaydjan, Sra.
Hilda Burmaian, o bispo Nareg Berberian e o Prof. Vahan Agopyan. (Palmas.)
Doutora Kenarik
Boujikian é desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo, e ex-procuradora do Estado de São Paulo. É defensora dos Direitos
Humanos. Formada em Direito pela PUC São Paulo em 1984, atuou voluntariamente
no presídio do Carandiru e na Procuradoria da Assistência Judiciária.
Recebeu vários
prêmios, como Prêmio Franz de Castro Holzwarth, da OAB São Paulo, e a Medalha
Ruth Cardoso, do Conselho Estadual da Condição Feminina, também de São Paulo.
A Dra. é
cofundadora da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia. Desde
fevereiro de 2023, atua como conselheira na Comissão de Ética Pública da
Presidência da República, nomeada pelo presidente Lula.
Doutora Kenarik
Boujikian recebe a homenagem dos conselheiros do Conscre já citados. (Palmas.)
*
* *
- É entregue a
homenagem.
*
* *
A SRA. KENARIK BOUJIKIAN - Boa noite a
todas as pessoas presentes. Cumprimento a Mesa na pessoa do deputado Olim, que
conhecemos lá na Vara Criminal, muitos anos atrás. É um prazer enorme estar
aqui neste momento. Não vou falar todos os cumprimentos e todas as pessoas,
simplesmente porque nós temos um tempo curtinho, como foi pedido para todos
nós.
Mas não posso
deixar um cumprimento especial das autoridades eclesiais aqui presentes, da
nossa cônsul honorária, Dra. Hilda Diruhy Burmaian, dos nossos representantes
do Conscre, Archavir Donelian, Vartinê Kalaydjan e Vera Avedisian.
Queria
agradecer às voluntárias armênias, que fizeram coisinhas gostosas para a gente,
depois, em algum momento, em algum lugar. E dizer que, nesses dias, quando
recebi a informação desta homenagem, algumas coisas foram puxadas da memória.
Eu lembrei de uma redação que eu fiz quando eu tinha 10 anos de idade.
Eu morava em
São José do Rio Preto, estudava em uma escola estadual. E teve um concurso de
redação. Era na época de 7 de setembro. Eu lembro que na redação eu escrevi que
eu era armênia, e me sentia também brasileira. Na verdade, a rigor,
formalmente, eu não era armênia naquela época. Formalmente, eu sou armênia há
pouco tempo. Tive o reconhecimento da minha nacionalidade com muita honra.
E sempre fui
brasileira. Eu estava no Brasil há sete anos naquela época. Com sete anos, eu já tinha
noção de pertencimento a este País - com sete anos não, passados sete anos, eu
tinha 10 anos - e tinha também a clareza do meu pertencimento ancestral, que é
ser armênia.
Aquilo foi alguma coisa que veio aí na minha mente, e
aí eu fico pensando que realmente esse tema, estar aqui recebendo esta
homenagem do Conscre, é uma questão de pertencimento, é uma questão de
ancestralidade da mesma forma.
E
aí eu tenho que dizer para todos que uma marca da nossa identidade, dos
armênios - porque todos são brasileiros e armênios - foi o genocídio praticado
pelo governo turco-otomano entre 1915 e 1923, quando cerca de um milhão e meio
de armênios foram mortos. O genocídio armênio, o primeiro genocídio não
colonial do século XX, criou um protótipo para outros, como nós sabemos que
veio a se repetir nos mesmos moldes algumas décadas depois.
Grande
parte dos sobreviventes se espalharam pelo mundo formando a diáspora, que atua
até hoje para que reconheçam esse crime contra a humanidade. Um genocídio não
acaba com a morte das pessoas, está vivo em cada um dos armênios. (Palmas.)
Desculpas.
A
estratégia de deportação em forma de caravanas rumo ao deserto, que dizimou
milhões de pessoas, continua a suar na vida e na alma de gerações e de parcela
da humanidade. Não se trata tão somente dos corpos que ficaram pelo deserto,
mas também de suas crenças, sua língua, seus costumes, sua cultura... Eu estou
muito emocionada. (Palmas.) Desculpas.
Eu
disse para o Dr. Olim que aquela juíza forte que ele conheceu fica lá atrás
quando se trata dessa questão que é tão sensível para a humanidade. O intento
genocida é o apagamento, o silenciamento, mas vários países e organizações já
reconheceram o genocídio, a barbárie cometida contra o povo armênio.
Em
1985, a ONU, por sua subcomissão de direitos humanos, reconheceu
explicitamente. Assim também uma série de países, só vou mencionar alguns:
Itália, França, Portugal, Síria, Bélgica, Alemanha, Argentina, Paraguai, Chile,
Canadá... Teve uma resolução do parlamento europeu, em 2015, e o santo papa
Francisco e, também, o presidente dos Estados Unidos reconheceram.
Nós
queremos - e aí eu estou tomando, eu sei, um tempo considerável - que o Brasil
reconheça explicitamente o genocídio. (Palmas.) Aqui fica o pedido de apoio de
todos os que estão presentes, de todas as comunidades, porque isso não é uma
luta só dos armênios, é uma luta muito maior, é uma luta de humanidade.
Aqui
contamos com o apoio dos deputados que aqui estão, dos deputados desta Casa,
que podem, de alguma forma, embora nós queremos que seja aprovada uma lei
federal, mas podem dar, através das articulações, apoio a essa causa, e eu
tenho certeza de que não vão nos faltar.
E
aí vai mais um pedido: hoje, estamos vivendo o grande perigo, que é o não
reconhecimento de um genocídio, a sua negação, que é a repetição do genocídio.
Hoje, nem todos sabem, porque não há tanta visibilidade desse fato, mas uma
região chamada Artsakh, alguns conhecem como Nagorno-Karabakh, que fica dentro
do Azerbaijão, um lugar pequeno onde habitam 120 mil armênios - quase toda a
população de lá - está com um corredor que dá acesso, da Armênia para lá,
fechado. Desse corredor é que vinham medicamentos, alimentos, gasolina,
combustível etc. e etc. Isso já dura nove meses.
Nós
não podemos fechar o olho para essa barbárie, para um genocídio que está sendo
apontado. A França tentou entregar várias doações e não conseguiu, porque está
fechado naquela região.
É
hora de a gente fazer alguma coisa. Eu conto, mais uma vez, com este pedido que
faço para todos os que estão aqui, para que de alguma forma a gente possa a
evitar essa crise humanitária, essa barbaridade que está acontecendo agora em
Artsakh.
Obrigada
pela paciência, obrigada pelo apoio, e seguimos juntos. (Palmas.) (Manifestação
nas galerias.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - A próxima comunidade a ser homenageada será a
comunidade grega. A homenageada é a Sra. Aspasia Papazanakis. (Palmas.)
Convidamos a Sra. Claudia Kakouris, Ioannis Petros Makris, Roberto Melo e Sra.
Caterina Teodoro Daris.
A
Sra. Aspasia é psicóloga com mestrado em psicologia clínica pela PUC de São
Paulo e formação em psicanálise pelo Instituto Sedes Sapientiae. Ela trabalha
como psicóloga clínica, docente e supervisora na formação de psicólogos
clínicos.
Além
disso, é membro da Coletividade Helênica de São Paulo,
sócia-fundadora do Areté, Centro de Estudos Helênicos, e da Siank Brasil,
Sociedade Internacional dos Amigos de Níkos Kazantzákis. Anteriormente, fez
parte da comissão eclesiástica ligada à Igreja Ortodoxa de São Paulo e ao
Arcebispado da América Latina. Aí estão. (Palmas.)
Palavras da
Sra. Aspasia Papazanakis.
A SRA. ASPASIA PAPAZANAKIS - Exmo. Sr.
Gabriel Sayegh, presidente do Conscre; Exmo. Sr. Deputado Delegado Olim e todos
os outros membros que estão aqui presentes na Mesa; Exma. Sra. Caterina Daris;
Exmo. Reverendo Arquimandrita Panteleimonos, que é representante da Igreja
Ortodoxa Grega aqui, senhores e senhoras, meu boa-noite.
É com grande
emoção e extremamente honrada que agradeço à Coletividade Helênica pela
indicação desta homenagem do Conscre aqui na Assembleia Legislativa, lugar que
eu considero um dos símbolos da cidade de São Paulo.
Sou descendente
de primeira geração de uma família de imigrantes que aqui chegou nos anos 20,
portanto com uma família com um pouco mais de 100 anos aqui no Brasil,
especificamente em São Paulo. Nascida em solo brasileiro, aqui estudei, aqui eu
cresci, aqui fiz meus amigos, aqui construí meu percurso profissional.
Parafraseando
Gil, o Brasil me deu régua e compasso, mas trago comigo o ingrediente adicional
que me foi transmitido pelas memórias emocionadas de meus pais e avós, que
ganharam significado importante para mim, que é a minha ascendência grega.
O imigrante
traz em si a marca da ruptura com suas raízes. Pela pobreza, pelos conflitos e
guerras, pela falta de perspectivas e esperança de uma vida melhor, deixaram
suas famílias, seus amigos, rompendo suas raízes fincadas nos lugares onde
nasceram e cresceram.
Nós, filhos,
netos e bisnetos de imigrantes, somos herdeiros do sofrimento do desterro por
eles vivido e da esperança de liberdade e prosperidade por eles sonhada. Somos
fruto da semente portada por nossos antecedentes, fecundada e florescida em
solo brasileiro.
As comunidades
criadas pelos primeiros que aqui chegaram buscavam recriar laços de sustentação
de sua identidade em terras estrangeiras, como uma forma de recuperar os
vínculos rompidos com sua terra natal.
Hoje, essas
comunidades nos permitem o encontro com pessoas de mesma história, que através
da música, da culinária, da história e da religião revisitam a nossa cultura.
Desde criança,
me vi de forma natural envolvida nessas atividades, como uma continuidade
daquelas que foram desenvolvidas na minha família, preservando e honrando
nossas raízes, mas sempre entendendo - e é bom que aqui se diga - que cultivar
as tradições de origem não se trata de uma limitação empobrecedora, mas, sim,
de um caminho que amplia e enriquece a compreensão de outras tradições e da
consciência da diversidade humana, o que eu acho que é um papel que o Conscre
cumpre aqui.
A Coletividade
Helênica de São Paulo não é apenas um órgão de representação da nossa
comunidade nesta pujante cidade em que vivemos e que tem como marca a
diversidade cultural. É também uma
referência ao legado cultural da Grécia, um legado que, pela sua grandeza,
ultrapassou seus limites geográficos, se expandiu universalmente e fez suas
contribuições valiosas que até hoje perduram.
Reitero,
novamente, a extrema honra de ter sido indicada pela Coletividade Helênica de
São Paulo, agradecendo especialmente à presidente Caterina Daris, e expressando
meu imenso carinho por cada pessoa que faz parte da nossa comunidade. Muito
obrigada.
Eu só queria
aproveitar a oportunidade, dona Nailize Kaba, em seu nome. Eu queria, antes de
encerrar, fazer um agradecimento, talvez, que nunca tenha sido feito
publicamente, da contribuição da “Mão Branca”. Em todas as vezes que a Liga das
Senhoras Gregas procurou apoio, vocês nunca negaram para receber os nossos
idosos. Formando, assim, uma ligação de cooperação que, para nós - principalmente
pela minha mãe, que era a presidente - que foi muito necessária.
E agradeço,
aproveito a oportunidade. (Palmas.)
A SRA. NAILIZE NAIM KABA - Eu
só quero então fazer uma menção, porque eu estou na diretoria há muitos anos, e
eu me lembro muito bem do grupo de senhoras gregas - não é, Geni - que sempre
comparecia às nossas reuniões. E eu faço o convite para que vocês continuem a
frequentar a nossa entidade.
Muito obrigada.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - A próxima homenagem
vai para a comunidade italiana, representada nesta noite pelo missionário
Gianfranco Mellino. A entrega será feita pelo Sr. Domenico Fornara,
cônsul-geral da Itália em São Paulo.
O missionário
Gianfranco Mellino, nascido em Mondovi, na Itália, estudou farmácia na
universidade de Turim. Em 1991, comprou e modernizou a Farmácia Mellino, em sua
cidade natal, conhecida pela acolhida sensível aos clientes.
No mesmo ano,
conheceu o Sermig, em Turim, e em 1996 mudou-se para o Brasil para fundar e
coordenar o Arsenal da Esperança em São Paulo, abrigando diariamente 1.200
pessoas em situação de rua.
Por seu
trabalho, recebeu prêmios como a Loba Romana, em 2010, do saudoso deputado...
Já foi deputado nesta Casa; o Mérito Comunitário, em 2015; e o prêmio
Piemonteses Protagonistas, em 2016. Convidamos o Sr. Gianfranco Mellino para
que receba a homenagem dos conselheiros. (Palmas.)
*
* *
- É entregue a homenagem.
*
* *
O SR. GIANFRANCO MELLINO - Quero
agradecer, muito especial, ao Conscre, que faz esta homenagem para mim, para
todas as pessoas que são homenageadas esta noite. Mas, em modo especial, quero agradecer
ao COM.IT.ES, porque ele indicou meu
nome.
O Comitê dos
Italianos no Exterior indicou meu nome para esta homenagem. Mas esta homenagem
não é minha, é para toda a minha fraternidade e para toda minha comunidade que
está aqui presente. (Palmas.)
A minha
comunidade, que é a fraternidade, que é a frente de um trabalho que se chama,
como foi dito, Arsenal da Esperança, que tem a sede em um lugar muito especial
para São Paulo, e para o Brasil também, porque era a Hospedaria dos Imigrantes.
Era aquele lugar que acolheu, no final de 1800 até os metade de 1900, muitas
pessoas estrangeiras, que vinham aqui no Brasil para encontrar algo de novo, um
futuro melhor.
E hoje, há 27
anos, nós estamos lá para acolher, continuar um pouco esse trabalho de
acolhida, não somente com estrangeiros, mas com os brasileiros também, porque
estamos acolhendo, como foi falado, 1.250 todos os dias, todas as noites. Neste
momento, estão dormindo, estão jantando lá conosco 1.250 pessoas. E daí, às
vezes, tem também estrangeiros.
Essas pessoas,
tentamos trabalhar com essas pessoas, para que essas pessoas possam retornar à
sociedade em modo melhor de quanto era. Então, tentando se integrar com toda a
sociedade, e às vezes não é fácil, mas tentamos fazer isso.
Nós aqui hoje
representamos muitos países do mundo. O nosso símbolo, da nossa comunidade, da
nossa fraternidade, dos nossos arsenais, porque temos o Arsenal lá em Turim,
dois arsenais na Itália - um em Turim, um perto de Turim, um na Jordânia - e o
outro aqui. E em São Paulo o símbolo dos arsenais é próprio, esta bandeira.
Vamos ver se é possível abrir do modo certo.
Esta bandeira,
que parte quer dizer “paz” em português, que quer unir todas as bandeiras do
mundo, para que possamos trabalhar juntamente, todos juntos para um ter um
futuro melhor.
Então, acho que
é muito especial nesta noite dizer que podemos fazer algo juntos, podemos
trabalhar, porque a paz em todos os sentidos não somente é falta de guerra, mas
falta de muitas e muitas coisas. Que possamos trabalhar para que esta paz possa
continuar a morar no meio de nó,s aqui em São Paulo, no Brasil, no mundo todo.
Obrigado mais
uma vez. Obrigado ao cônsul da Itália, Domenico Fornara, vice-cônsul, Lívia
Satullo, que não são somente representa a comunidade, mas representa uma
amizade muito profunda conosco.
Obrigado mais
uma vez. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - A
próxima homenagem vai para a comunidade japonesa. O homenageado será o Sr.
Hiroshi Shimuta. Convidamos, para que faça entrega, a Sra. Teruco Araki
Kamitsuji, a Sra. Marina Hissako Maeda Tikazawa, o Sr. Toshio Ichikawa -
presidente do Kenren, que é a Federação das Províncias do Japão no Brasil, que
congrega 47 províncias -, o Sr. Walter Sasaki - que é vice-presidente do Bunkyo
- e o Sr. Hiroyuki Ide, cônsul-geral do Japão em São Paulo.
Como muitos já
sabem, o Sr. Hiroshi Shimuta é graduado em várias áreas, incluindo Administração,
Contabilidade, Economia e Direito. Foi executivo do Citibank por 16 anos, mas
em 1989 deixou o banco para fundar a Nicom - Comércio de Materiais para
Construção, que se destaca atualmente no mercado.
É presidente do
conselho da Anamaco, diretor-secretário da Beneficência Nipo-Brasileira de São
Paulo, Enkyo, e atua em várias outras organizações, incluindo o Rotary Club de
São Paulo - Aeroporto e a Fundação Pedra do Baú.
Recebeu
reconhecimentos por seus serviços durante a celebração dos 120 anos do tratado
de amizade Brasil/Japão. Aí está o extenso currículo do Sr. Hiroshi Shimuta. O
Sr. Hiroshi Shimuta, que acaba de completar seus primeiros 80 anos no dia 20 de
agosto.
*
* *
- É entregue a homenagem.
*
* *
O SR. HIROSHI SHIMUTA - Muito boa-noite
a todos. Para mim, foi uma surpresa tremendamente fantástica esta homenagem que
estou recebendo nesta noite. Eu estava olhando aquele filme que foi feito, que
foi apresentado aqui, que conta um pouco da história de cada imigrante.
Todos nós
fazemos parte desse filme. Porque todos os imigrantes, há 100 anos atrás, 150
anos atrás - os alemães vieram primeiro -, passaram por uma situação
extremamente complicada, não sabendo a língua, comida, costumes etc. Acho que
todos nós aqui presentes, nós temos exatamente a mesma identidade - claro,
países diferentes, culturas diferentes.
Porém, quando
chegaram aqui no Brasil, os meus avós, meus pais, sofreram bastante. Eles
saíram daqui, vieram do Japão, ficaram 60 dias dentro do navio, chegaram no
Porto de Santos e não sabiam para onde ir. De repente, eles foram chamados para
ir para Pereira Barreto ou Mirandópolis, que seria mais ou menos, hoje, 600 km
daqui de Santos.
Isso, eles
foram como colonos, o sonho que eles tinham, acho que é o sonho de cada um dos
nossos pais, nossos avós, de vir aqui ao Brasil e ter o sucesso, e voltar, quem
sabe, um dia, para o seu país de origem, rico, milionário, mas nada disso
acabou acontecendo. Se cada um de nós não tivéssemos trabalhado, os nossos
avós, nossos pais não tivessem trabalhado de sol a sol, fatalmente, nós não
teríamos a sorte que hoje nós temos.
Graças a Deus,
este País nos acolheu muito bem. Graças a Deus, os nossos filhos, os nossos
netos estão podendo ter um padrão de vida razoável, continuam estudando em
grandes escolas, têm um conhecimento muito grande. E nada melhor do que isso.
A nossa
comunidade japonesa, que no começo tinha uma certa dificuldade de se relacionar
com a própria colônia brasileira, colônia ou a comunidade brasileira, hoje você
vê, têm casamentos, amigos etc., entidades, empresas que se formam em função
dessa comunidade.
O que é que é
isso aí? Isso é o Brasil. Brasil de imigrantes, Brasil de caipira, que muitas
vezes a pessoa pode falar. Porém, olha, os brasileiros estão brilhando aí fora.
Constantemente eu tenho visto que muitos cientistas brasileiros lá fora têm
brilhado e honrado o nosso nome. E eu acho que é isso, essa miscigenação toda
que nós fizemos neste País aqui, eu acho que é uma coisa fantástica.
Isso me orgulha
muito, eu faço parte dessa semente, está certo? E eu gostaria - claro, todos
vocês devem ter o mesmo princípio, a mesma ideia - de fazer deste País aqui uma
grande nação.
Essa geração
que nós estamos aqui, mais para frente, eu tenho a certeza absoluta que, em
breve, daqui 10, 20, 30 anos seremos, sem dúvida nenhuma, uma das maiores
nações deste mundo, deste universo que nós temos. É uma competição muito
intensa, nós estamos ganhando terreno na área da tecnologia, da informática e
tudo mais. Você sabe melhor do que eu.
E aqui, é uma
aula de história o que eu ouvi aqui na palavra de quase todas as pessoas daqui,
que ficaram falando sobre os seus princípios, as suas dificuldades, os seus
conhecimentos.
Eu quero
parabenizar tudo isso e também à essa entidade que teve uma maneira muito inteligente
de trazer isso aqui no bojo da nossa história.
Presidente,
muito obrigado, vocês foram fantásticos, meu deputado Olim, obrigado. (Palmas.)
Espero que isso
aqui continue durante, não 22 anos, por que não 220 anos? 320 anos? Porque nós
precisamos disso, porque isso aqui é um pedaço da nossa história do Brasil, e
nós temos que consolidar tudo isso que eu estou dizendo aqui.
Desculpe se eu
me alonguei demais, mas muito obrigado pela paciência que vocês tiveram de me
ouvir.
Muito obrigado,
companheiro. (Palmas.)
A SRA. TERUKO ARAKI KAMITSUJI - Agora
eu gostaria de chamar (Inaudível.) para receber um buquê de flores, por favor.
*
* *
- É entregue a
homenagem.
*
* *
O SR. HIROSHI SHIMUTA - Bom, a minha
mulher... o nome dela é Suma Imura Shimuta, nasceu na cidade de Mogi das
Cruzes. (Palmas.)
Nós somos
velhos, nós estamos com 80 anos, ela 81, está certo? Mas ela estudou na USP,
fez Farmácia e, depois, ela resolveu encaminhar a vida dela na vida acadêmica.
Ficou durante 45 anos, não é isso? Quarenta e seis anos na Escola Paulista de
Medicina ensinando biofísica para os alunos de Medicina.
Ela fez vários
estudos bastante prolongados, ela acabou se aposentando na categoria de, como é
que é? Ph.D. de... Mestre de Ciência na área de Biofísica. Eu não conheço
muito, me desculpe a minha ignorância, mas talvez ela possa explicar. (Palmas.)
Quantos alunos
passaram na mão dela que hoje são médicos renomados, se destacando aí pelo
mundo afora. Eu acho que isso é que é bonito, a Educação. Nós nunca podemos
deixar, neste País, a Educação de lado.
O país que, se
investiu na Educação e cuidou desse assunto com muito critério, eu tenho
certeza absoluta, meus amigos, que é isso que faz um país crescer. Vê o Japão,
que em pouco tempo já está em destaque, vê a Alemanha, os Estados Unidos,
enfim, se eu começar, todos os países civilizados, avançados no mundo, estão em
primeiro lugar. (Palmas.)
Eu quero dizer
à Suma aqui, que estamos casados só 53 anos, pouco tempo, não é? Olha, eu que
mereço um aplauso especial, porque para aguentar a minha mulher... Brincadeira.
Obrigado, Suma.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Próxima
homenagem vai à comunidade judaica.
A homenageada é
a Prof.ª Fany Cogan Barocas. (Palmas.) Trouxe as professoras do I. L. Peretz,
presentes aqui. A entrega será feita pelo Sr. Sérgio Serber, Sra. Miriam e sua
filha, Judith Barocas.
A Prof.ª Fany,
nascida em 1931, em São Paulo, é a caçula de uma família ucraniana. Trabalhou
como secretária no Mackenzie para pagar os estudos e posteriormente se tornou
professora na Escola Judaica I. L. Peretz.
Durante sua
carreira, buscou constantemente aprender e se aprimorar, estudando pedagogia,
psicomotricidade infantil e terapia familiar. Ela dedicou os seus 52 anos ao I.
L. Peretz, ensinando desde o mini maternal até o jardim de infância.
Ela nunca se
esqueceu do calor humano que recebeu tanto da diretoria quanto dos colegas
professores, e dos próprios alunos - e muitos deles aqui estão, presentes nesta
noite. (Palmas.)
*
* *
- É entregue a
homenagem.
*
* *
A SRA. FANY COGAN BAROCAS - Boa
noite a todos, vou ser breve, prometo que não vou me demorar muito.
É com muita
emoção que recebo esta homenagem da Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo. Agradeço o reconhecimento dos meus anos de dedicação a educação infantil
judaica, ao presidente da Alesp, Sr. André Luis do Prado e aos senhores Gabriel
Sayegh e Sérgio Serber, presidente e membro do Conselho Estadual Parlamentar
das Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras.
Ao longo de 60
anos, minha vida profissional foi dedicada a educação, dos quais 53 anos,
trabalhando no Colégio Peretz, que sempre foi considerado por proporcionar um
ensino de qualidade permeado pelos valores e tradições judaicas.
Não poderia
deixar de lembrar as (Inaudível.), as minhas professoras, que muitas estão aí
presentes. (Palmas.) As nossas professoras, que trabalharam comigo durante
todos esses anos.
Agradecer aos
pais, pela confiança que depositaram em nosso trabalho; à escola, pelas
diversas oportunidades de desenvolvimento profissional; e às amizades
duradouras que levo comigo até hoje. Também agradeço à minha família pelo apoio
durante todos esses anos, possibilitando dedicar o meu tempo à minha paixão, a
educação infantil.
Finalizo
reforçando a importância da educação no nosso País, a valorização da educação
infantil na formação dos futuros cidadãos, e ressalto a relevância de todos os
profissionais envolvidos. Em um país tão diverso, preservar a cultura, a
tradição e a educação judaica, é responsabilidade de todos nós, em uma
comunidade que tanto valoriza o saber.
Na próxima
semana, começa o Novo Ano Judaico. Desejo a todos um ano doce, Shaná Tová
Umetuká. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD - Na
sequência das homenagens, não poderia ser diferente, comunidade palestina. O
homenageado é o Dr. Jamal Muhamad Abdul Hamid Suleiman. (Palmas.)
Com esse nome
extenso, talvez muitos não saibam de quem se trata. Dr. Jamal Suleiman é médico
infectologista, coordenador do Ambulatório do Instituto de Infectologia do
Hospital Emílio Ribas, desde 1986.
Ele também
exerceu diversas funções importantes no instituto, incluindo a direção técnica
do Serviço de Saúde Ambulatório e Emergência, a coordenação de cursos de
formação em Clínica Médica em AIDS e liderança em diversas áreas.
Além disso,
contribuiu, durante a pandemia da Covid-19, com entrevistas e esclarecimentos à
sociedade, e é autor de várias publicações médicas.
Muitos, quase a
totalidade dos aqui presentes, vão conhece-lo agora pelo seu rosto em inúmeras
entrevistas que ele concedeu aos diversos órgãos de imprensa, falando sobre a
pandemia da Covid-19.
Com a palavra,
o Dr. Jamal Suleiman.
O SR. JAMAL SULEIMAN - Boa noite,
senhoras e senhores. Em nome da comunidade palestina, eu recebo com muita honra
esta homenagem que a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, de forma
generosa, concede a personalidades que têm atuação destacada na preservação da
memória e da identidade cultural dos seus povos e países originários, bem como
por suas contribuições para a construção socioeconômica de São Paulo e do
Brasil.
Em um país como
o nosso, marcado tão intensamente por tantas influências multiétnicas,
homenagens como esta têm um valor muito grande.
Eu sou filho de
imigrantes palestinos. Meu pai chegou no Brasil em 1956 e rapidamente, assim
como outras comunidades, se esforçou para aprender um novo idioma, tanto na sua
forma falada como escrita. Para tanto, uma das suas primeiras atitudes foi
contratar uma professora. Para mim, isso é um exemplo claro da importância dada
à Educação como instrumento de inserção na comunidade.
Dezoito meses
depois, trabalhando primeiro como mascate e depois como pequeno comerciante,
trouxe a minha mãe para dar início a um novo recomeço. Ele e minha mãe fizeram
de suas vidas pontes para que pudéssemos atravessar. Trabalharam de forma
incansável para propiciar educação aos seus sete filhos. Conseguiram fazer com
que todos cursassem uma universidade.
Esse era o
exemplo que tive em casa, mas que, com certeza, e a gente viu isso aqui, se
replicava em muitas famílias de imigrantes. Minha escolha pela profissão de
médico tem muito dessa história. E a escolha da especialidade em doenças
infecciosas também é fruto dessa formação sólida que é moldada no humanismo
desse povo desde os tempos ancestrais.
Por isso, eu
recebo esta homenagem como um reconhecimento a todos os palestinos que vieram
ao Brasil há, pelo menos, 130 anos. Recebo esta homenagem em nome de todos os
palestinos que vieram, após a diáspora brasileiro-palestina, que vieram aqui
para viver a dor do exílio após 1948, quando da nossa Nakba, que significa a
nossa catástrofe.
Recebo esta
homenagem em nome de todos os palestinos que ajudaram a construir um Brasil
melhor. Primeiro como mascates, levando mercadorias para os rincões aos quais
poucos queriam atender.
Esse
reconhecimento é para todos os que aqui lutaram e lutam para manter, nas
gerações vindouras, vivas a chama da luta nacional, da cultura, das tradições,
da culinária e da espiritualidade.
Para todos os
que organizaram as primeiras instituições palestino-brasileiras, dentre elas a
Sociedade Beneficente Muçulmana Palestina, que depois se tornou apenas
Sociedade Beneficente Muçulmana, porque vieram a ela outros imigrantes árabes,
muçulmanos não palestinos. Essa iniciativa pioneira de palestinos é hoje a
Mesquita Brasil, que é aqui em São Paulo, e é a primeira mesquita do Brasil e
do continente. É para todos os mais de 100 mil brasileiro-palestinos que
trabalham de sol a sol para ver o Brasil, a Pátria que os acolheu, ser uma
grande Nação.
Esse
reconhecimento é também para todos os que nos foram e são solidários, para as
autoridades e o povo brasileiro, aos quais nos curvamos humildemente em
reconhecimento e gratidão. E também a esta Assembleia Legislativa, através do
Conselho Estadual Parlamentar de Comunidades de Raízes e Cultura Estrangeiras,
na pessoa do deputado Delegado Olim e do seu presidente, Gabriel Sayegh, que
soube dignificar, distinguindo-os com um conselho e com uma solenidade dessa
magnitude.
E, para
finalizar, eu quero citar uma poetisa palestina contemporânea chamada Rafeef
Ziadah, que compôs um poema. Eu vou citar só um trecho dele, quando ela foi
instada por um jornalista que lhe perguntou se não ficaria bem se não
ensinassem tanto ódio para as crianças naquela área do planeta:
“E estes não
são dois lados iguais. Ocupante e ocupado. Os 100 mortos, 200 mortos e 1000
mortos. E, entre estes, crime de guerra e massacre. Pronunciei palavras e sorri
‘não exótico’, ‘não terrorista’.
E conto, conto
100 mortos, 200 mortos, 1000 mortos. Tem alguém aí? Alguém vai ouvir? Eu
gostaria de poder velar seus corpos. Eu gostaria de poder correr descalço em
todos os campos de refugiados e segurar todas as crianças, cobrir seus ouvidos
para que não tivessem que ouvir o som dos bombardeios pelo resto da vida como
eu faço.
Hoje, meu corpo
foi um massacre transmitido pela TV. E deixe-me dizer, não há nada que as
resoluções da ONU tenham feito sobre isso. E nenhuma frase de efeito, nenhuma
frase de efeito que eu invente, não importa o quão bom meu inglês fique,
nenhuma frase de efeito, nenhuma frase de efeito, nenhuma frase de efeito os
trará de volta à vida.
Nenhuma frase
de efeito resolverá isso. Ensinamos a vida, senhor. Ensinamos a vida, senhor.
Nós, palestinos, acordamos todas as manhãs para ensinar a vida ao resto do
mundo, senhor.”.
Muito obrigado.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD -
A última homenagem desta noite vai para a comunidade paraguaia, na pessoa do
padre Irmani Paulo Borsatto. Convidamos a Sra. Maria Esther Sánchez, o Sr.
Ricardo Zarratea, Sr. Toribio Castillo e a Sra. Patricia Rivarola.
O padre Irmani
Paulo Borsatto, de Nova Prata, no Rio Grande do Sul, tem ampla formação,
incluindo mestrado em espiritualidade em Roma e Estudos em Filosofia e Vida
Religiosa.
Sua carreira
religiosa inclui diversas funções como vigário paroquial, assistente
espiritual, reitor do Instituto Filosófico Scalabriniano e pároco. Atualmente,
está na Paróquia Nossa Senhora da Paz, Missão e Paz, no Bairro da Liberdade,
como Vigário paroquial.
Pároco dos
latino-americanos e diretor do Centro Pastoral e de Mediação dos Migrantes, é
dedicado ao acompanhamento dos cidadãos paraguaios residentes em São Paulo e
reconhecido pelo seu trabalho.
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* *
- É entregue a
homenagem.
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* *
O SR. IRMANI PAULO BORSATTO -
Boa noite a todos, que bom estarmos aqui nesta noite. Agradecer a todas as
autoridades que nos acompanham, agradecer a esta Casa que nos recebe e a todas
as comunidades imigrantes. Creio que é sempre um momento todo especial e fico
eternamente agradecido pela comunidade paraguaia por este gesto, esta
homenagem. Podem sempre contar comigo.
É muito bom
trabalhar com os latino-americanos e ali na Missão Paz. Quem conhece - passa
ali na Glicério - sabe os dramas sociais que tem ali, mas tem muito calor
humano e tem um oásis que se chama Missão Paz.
Missão Paz, que
acolhe imigrantes de todas as partes do mundo. Hoje, estamos lá com 16 países
neste momento, a maioria do Afeganistão, mas também de tantos outros lugares.
A comunidade
paraguaia, essa força que nos acompanha sempre, colabora, tem um coração
grande, estão sempre dispostos, disponíveis, generosos, e são incansáveis. Além
de tudo, a riqueza cultural, toda a riqueza folclórica, toda a religiosidade, o
trabalho. Basta girar para o Bom Retiro, o Brás, Pari, Guarulhos, a gente vê a
presença viva, jovem, dos paraguaios.
Então, obrigado,
de coração. Sinto-me, de verdade, um apaixonado pelos paraguaios, pela
comunidade paraguaia.
Um abraço
fraterno a todos os imigrantes. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD -
Finalizando estas homenagens, nós gostaríamos de convidar a diretoria do
Conscre para que façam a entrega de uma homenagem ao deputado estadual Delegado
Olim, como forma de agradecimento pela iniciativa desta sessão solene.
(Palmas.) Deputado está nervoso.
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- É entregue a
homenagem.
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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD -
Feitos os registros, nós ouviremos, para o encerramento desta sessão solene, as
considerações finais do deputado estadual Delegado Olim.
O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP -
Eu quero só agradecer ao Conscre, a toda diretoria. Eu, como filho de
portugueses, avós, só tenho a agradecer. Somos todos irmãos e, aqui, esta Casa
é de vocês. Muito obrigado, eu acho que é um dos eventos...
Eu faço muito a
Segurança Pública aqui, muito. Eventos da Segurança Pública, principalmente da
Polícia Civil, mas esta é uma das homenagens que, pode ter certeza, estará lá
na minha sala, ao lado do meu gabinete, ao lado do meu coração.
Muito obrigado,
viu. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - HUGO ROTHSCHILD -
Deputado Olim agora reassume a presidência da Mesa para as considerações
finais.
O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP -
Senhoras e senhores, só para terminar aqui agora. Esgotado o objeto da presente
sessão, eu agradeço às autoridades, às minhas equipes, aos funcionários do
serviço de som, da taquigrafia, da fotografia, do serviços de atas, do
Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da imprensa da Casa, da TV Alesp,
que está ao vivo aí, quero agradecer também; das Assessorias da Polícia Militar
e da Polícia Civil aqui presentes, bem como a todos que, com as suas presenças,
colaboraram para o pleno êxito desta solenidade. (Palmas.)
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- Encerra-se a
sessão às 21 horas e 15 minutos.
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