20 DE SETEMBRO DE 2023
105ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI, MAJOR
MECCA, GIL DINIZ e GILMACI SANTOS
Secretaria: MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO
PRETAS e PAULO FIORILO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - MAJOR MECCA
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - MAJOR MECCA
Assume a Presidência.
4 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - PRESIDENTE MAJOR MECCA
Convoca reunião conjunta das Comissões de Constituição,
Justiça e Redação, de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários, e de
Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 16 horas. Convoca
reunião extraordinária da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, a
realizar-se hoje, às 16 horas. Convoca
reunião conjunta das Comissões de Educação e Cultura, e de Finanças, Orçamento
e Planejamento, a realizar-se hoje, às 16 horas. Convoca reunião conjunta das
Comissões de Saúde, e de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se
hoje, às 16 horas.
6 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - FABIANA BARROSO
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - DONATO
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - VITÃO DO CACHORRÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - SIMÃO PEDRO
Para comunicação, faz pronunciamento.
13 - PRESIDENTE MAJOR MECCA
Cumprimenta Brandi Alduk e outras lideranças sindicais
presentes nas galerias.
14 - GUILHERME CORTEZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
15 - PRESIDENTE MAJOR MECCA
Cumprimenta a vereadora de Batatais, Gabriela Arantes,
presente nas galerias.
16 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
17 - SOLANGE FREITAS
Por inscrição, faz pronunciamento.
18 - GIL DINIZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
19 - GIL DINIZ
Assume a Presidência.
20 - MAJOR MECCA
Por inscrição, faz pronunciamento.
21 - MAJOR MECCA
Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos,
por acordo de lideranças.
22 - PRESIDENTE GIL DINIZ
Defere o pedido e suspende a sessão às 15h43min
ORDEM DO DIA
23 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h31min.
24 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Solicita verificação de presença.
25 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido. Determina que seja realizada a chamada de
verificação de presença, que interrompe quando constatado quórum. Coloca em
votação e declara aprovados, separadamente, os requerimentos, de criação de
comissão de representação dos deputados: Gil Diniz, com a finalidade de
representar a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo no "CPAC
(Conservative Political Action Conference)", em Belo Horizonte, entre os
dias 22 e 25/09; e Maurici, com a finalidade de participar da "Conferência
Internacional Parlamentar Rússia - América Latina", organizada pelo Senado
Russo - Duma, em Moscou, no período entre 29/09 e 02/10. Convoca os Srs.
Deputados para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o
término da presente sessão.
26 - PAULO FIORILO
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
27 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Anota o pedido. Cumprimenta o vereador Albecyr Pedro da
Silva, de Castilho, presente no plenário.
28 - GIL DINIZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
29 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido do deputado Paulo Fiorilo. Convoca os Srs.
Deputados para a sessão ordinária do dia 21/09, à hora regimental, sem Ordem do
Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 16 horas e 55
minutos. Levanta a sessão.
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* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.
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* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Dando início à lista de oradores
inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Rafael Saraiva.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra o deputado Jorge Wilson Xerife do
Consumidor. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Luiz Claudio
Marcolino. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a
palavra a deputada Thainara Faria. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis.
(Pausa.) Com a palavra a deputada Leci Brandão. (Pausa.)
Com a palavra a deputada Solange
Freitas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Com a palavra
o deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Simão Pedro.
(Pausa.)
Com a palavra a deputada Ediane Maria. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Caio França. (Pausa.) Com a palavra o deputado Itamar
Borges. (Pausa.) Com a palavra o deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Emídio de Souza. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Donato.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra a
deputada Beth Sahão. (Pausa.) Com a palavra o deputado Atila Jacomussi.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Dr. Elton. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Major Mecca, que fará uso regimental da tribuna.
O
SR. MAJOR MECCA - PL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos
que nos acompanham pela TV Alesp, pelas redes sociais. Há muitos anos, há
tempos que os policiais do estado de São Paulo estão exauridos, física e
psicologicamente.
O que mais se
ouve dentro dos nossos quartéis é que a tropa está doente. É por conta dessa
demanda que trabalhamos, desde 2021, o Projeto de lei 211, que estabelece a
inspeção anual de saúde mental para os integrantes das polícias do estado de
São Paulo.
Os números de
policiais que praticam suicídio no nosso Estado são alarmantes. Somente esse
ano, em 2023, são 26 suicídios de policiais militares, ou seja, 3 policiais
militares por mês que tiram a própria vida em decorrência da exaustão física e
psicológica empenhada na atividade operacional.
Senhores,
imaginem um profissional que trabalha em média, por dia, 14 horas. Um policial
que, dos 30 dias do mês, trabalha todos os dias, ou seja, trabalha os 30 dias.
Por qual
motivo? O policial, para que ele possa dar sustento à sua família, ele precisa
complementar a sua renda e trabalhar no seu horário de folga e, infelizmente, o
que foi estabelecido pelo governo do estado de São Paulo há muitos anos, ao
invés de investir na Segurança Pública, valorizar os seus policiais, o governo
resolveu em comprar a folga desses operadores.
E o policial
hoje, para que ele possa dar sustento à sua família, ele precisa vender o seu
horário de folga e continuar no mesmo nível de estresse físico e psicológico do
seu dia de serviço e trabalhar na Dejem, trabalhar na operação delegada e
buscar, dessa forma, empenhando a sua saúde, suprir o déficit de policiais no
nosso Estado
Hoje o déficit
de policiais, o claro de policiais, é o maior da história da polícia. A Polícia
Militar, que vai completar 200 anos com seus homens servindo o povo do estado
de São Paulo, hoje tem o maior déficit da sua história. O nosso efetivo que, há
dez anos, era de 94 mil homens, hoje está por volta de 70 mil homens.
A Polícia Civil
tem um claro enorme de delegados, investigadores de polícia, escrivães,
chegando ao ponto de não ter efetivo para manter uma delegacia de polícia
aberta. E esses homens acabam trabalhando por cinco, seis operadores, e essa
fadiga física e mental é enorme.
Então o Projeto
de Lei nº 211, que foi aprovado hoje, por unanimidade do voto dos deputados e
deputadas pertencentes àquela comissão a qual eu presido, o Projeto de Lei nº
211 foi aprovado e segue nas demais comissões, para que nós possamos trazer a
este plenário, discuti-lo e aprová-lo.
Tudo isso em
nome da saúde de homens e mulheres que estão derramando seu sangue para
defender o povo do nosso Estado e nós, todos nós parlamentares. O governo do
Estado deve essa atenção aos nossos policiais.
Muito obrigado
pela tolerância do tempo, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência
à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado
Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Fernando. (Pausa.)
Com a palavra a deputada Professora Bebel. (Pausa.) Com a palavra a deputada
Carla Morando. (Pausa.) Passo a palavra para o deputado Mecca continuar
presidindo essa sessão.
*
* *
- Assume a Presidência o deputado Major
Mecca.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Uma boa tarde a
todos que nos acompanham pela TV Alesp, pelas redes sociais. Vai fazer uso da
tribuna o deputado Carlos Giannazi. Tem cinco minutos regimentais para o uso da
palavra.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Deputado Mecca, Srs. Deputados e Deputadas,
deputada Paula da Bancada Feminista, deputado Suplicy, deputado Donato,
telespectador da TV Assembleia.
Sr. Presidente,
venho à tribuna mais uma vez. Já fiz isso inúmeras vezes, mas a situação da
rede estadual é tão grave, são tantos os ataques, tentativa do governo de
retirar o livro didático, as APDs que não foram ainda flexibilizadas.
Até agora o
secretário da Educação não encaminhou o projeto prometido à Assembleia
Legislativa para que houvesse a alteração e a flexibilização das APDs, de tal
forma que os professores possam fazer as APDs em local de livre escolha. O
mesmo acontece com a volta da falta aula, enfim, o projeto não chegou ainda.
Os slides, a
Portaria Vigiar e Punir, que obriga o diretor da escola vigiar o professor
dentro da sala de aula. São vários ataques que nós estamos exaustivamente
denunciando, praticamente diariamente, aqui na tribuna e acionando o Tribunal
de Justiça, o Ministério Público Estadual, o Tribunal de Contas, as comissões
pertinentes aqui da Assembleia Legislativa, usando, logicamente, a tribuna como
espaço de denúncia. Mas não para, Sr. Presidente, esse secretário da Educação
não para de atacar a rede estadual, os alunos e os profissionais da Educação.
E volto aqui a
um tema que eu já denunciei exaustivamente, Sr. Presidente, mas algo tem que
ser feito, porque eu me refiro aqui à questão da educação inclusiva do estado
de São Paulo. Eu me refiro aqui ao atendimento constitucional, obrigatório, de
crianças, adolescentes, jovens e adultos com deficiência.
É uma garantia
da LDB, da Constituição Federal, da Constituição Estadual, do Plano Nacional de
Educação, do Plano Estadual de Educação, só que no Estado não há esse tipo de
atendimento. Quando ele existe é por via judicial, é porque a família entrou na
Justiça ou via Defensoria Pública, via MP ou individualmente. E, através de uma
ação judicial que o governo garante o professor com qualificação para atender
esse aluno da rede estadual.
Isso é um
absurdo. Mesmo assim o Governo editou recentemente um decreto e uma resolução -
dois documentos legais, Sr. Presidente - apontando para a privatização do
atendimento com pessoas não qualificadas, sem formação, que não são da área do
Magistério, que não são profissionais da Educação com formação em educação
especial nessa área. Um absurdo o que o Estado está fazendo, uma resolução e um
decreto apontando para a terceirização, Sr. Presidente.
E parece-me que
os professores que estão atuando hoje, os poucos professores que estão atuando
nessa área, repito, através de ação judicial das famílias. E aqui quero
destacar um papel muito importante da Defensoria Pública do Estado, que tem
ajudado bastante nessa área. Então, se nada for feito esses professores não
estarão mais na rede estadual agora, no final do ano, e serão substituídos por
pessoas sem qualificação, por organizações sociais de caráter privado.
Olha só a
situação da maior rede de ensino, Sr. Presidente. Eu já apresentei aqui um PDL,
peço apoio dos deputados e deputadas que têm algum tipo de compromisso com o
atendimento, com a inclusão, com a educação inclusiva ao PDL nº 31, de 2023,
para resolver essa situação.
Fomos ao
Ministério Público Estadual também. E, além disso Sr. Presidente, quero
destacar aqui que o Governo não respeita uma lei importante que nós aprovamos
aqui na Assembleia Legislativa em 2.015, a Lei 15.830. É um projeto de lei de
minha autoria - eu aprovei aqui com muita luta e virou lei, logicamente - que é
a Lei 15.830 que ajuda um pouco nessa questão da educação inclusiva, mas que o
Estado não tem respeitado no geral.
Em algumas
regiões, quando há mobilização da comunidade, dos pais de alunos que acionam o
MP, a Defensoria Pública, há o respeito. Mas, em geral, não há o respeito da
lei estadual que está no ordenamento jurídico do estado de São Paulo, a Lei
15.830, que diminui o número de alunos por sala em salas, com matrículas de
alunos com deficiência.
O que diz a
lei, Sr. Presidente, para concluir? Se numa sala tem um aluno com algum tipo de
deficiência, um aluno autista essa sala, só pode ter 20 alunos para que o
professor possa dar um atendimento personalizado, individualizado para esse
aluno e para os outros também. Todos ganham, na verdade, com a diminuição do
número de alunos, sobretudo quando há matrícula de aluno com deficiência. É uma
lei muito importante que nós aprovamos com muito sacrifício, através de uma
ampla mobilização aqui no estado de São Paulo, uma legislação que nós
construímos coletivamente, com vários coletivos desse movimento.
E, no entanto,
o Estado não respeita. É a Lei15.830, que autoriza o Estado a diminuir. O
Estado tem todas as condições agora legais, Sr. Presidente, embora seja
autorizativo, ele está autorizado a diminuir o número de alunos em salas com
alunos com deficiência.
É uma lei muito
importante, inclusive, que está sendo replicada em vários municípios, em outros
estados. E nós exigimos a aplicação da lei, para que nós possamos ter, no
estado de São Paulo, uma educação inclusiva e com professores, Sr. Presidente,
da rede estadual, com profissionais da educação e não com profissionais de
ONGs, de organizações sociais de caráter privado, sem nenhum tipo de formação.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Obrigado,
deputado Carlos Giannazi.
Dando sequência à lista de oradores
inscritos no Pequeno Expediente, chamo a deputada Paula da Bancada Feminista,
tem V. Exa., cinco minutos regimentais.
Enquanto se desloca, eu faço a
convocação, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art.
18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento
Interno, convoco reunião conjunta das comissões de Constituição, Justiça e
Redação; Segurança Pública e Assuntos Penitenciários; Finanças, Orçamento e
Planejamento, a realizar-se hoje às 16 horas, no Salão Nobre da Presidência,
com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 431, de 2023, de autoria do
deputado Dirceu Dalben.
Nos termos do disposto no Art. 18,
inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 45, § 5º, ambos do Regimento
Interno, convoco a reunião extraordinária da Comissão de Finanças, Orçamento e
Planejamento, a realizar-se hoje às 16 horas, no Salão Nobre da Presidência,
com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 512, de 2023, de autoria do
deputado Alex Madureira.
Nos termos do disposto no Art. 18,
inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno,
convoco reunião conjunta das comissões de Educação e Cultura; Finanças,
Orçamento e Planejamento, a realizar-se
hoje às 16 horas, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o
Projeto de lei nº 652, de 2021, de autoria dos deputados Gilmaci Santos e Heni
Ozi Cukier.
Nos termos do disposto no Art. 18,
inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno,
convoco comissões de Saúde; Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se
hoje às 16 horas, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o
Projeto de lei nº 1.015, de 2023, de autoria da deputada Dani Alonso.
Tem a palavra, a deputada Paula para
uso da tribuna.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente, boa tarde.
Boa tarde aos
meus colegas deputados, aos trabalhadores desta Casa, às pessoas que nos
acompanham pela galeria e também pela TV Alesp.
Sr. Presidente,
eu venho hoje fazer coro, me somar à iniciativa, à reivindicação de uma série
de organizações da sociedade civil, que pedem ao presidente Lula uma nomeação
imediata de uma ministra negra ao STF.
Isso porque até
o final deste mês, provavelmente, necessariamente até o dia cinco de outubro,
do próximo mês, ainda deste ano, a ministra Rosa Weber vai se aposentar. Uma
das ministras do STF, segunda, terceira na história, mas atualmente é uma das
únicas duas mulheres que existem como ministras do STF, a ministra Rosa Weber
vai se aposentar.
E existe uma
grande reivindicação de organizações da sociedade civil, para que o presidente
Lula nomeie uma ministra negra no lugar da ministra Rosa Weber, e por que isso?
Porque em 132
anos de existência do STF, infelizmente, nunca houve uma ministra negra
ocupando esse cargo. Mais do que isso, em 132 anos de existência do STF, 171
ministros que passaram pelo STF. Nós só tivemos, até agora, três mulheres
ministras e três homens negros ministros. Como eu disse, nenhuma mulher negra
nunca foi nomeada.
Então, hoje eu
participei de um ato que aconteceu - partiu da sede da OAB de São Paulo e
caminhou até a Faculdade de Direito, do Largo São Francisco, que fica também no
Centro de São Paulo - e contou com a participação e organização de mais de 20
entidades.
Dentre elas,
além da própria OAB, a Associação Brasileira de Juristas Pela Democracia; o
Sindicato dos Advogados de São Paulo; a Rede Feminista de Juristas, a Defemde;
a Associação Nacional da Advocacia Negra, entre tantas outras que se somaram
para dizer que existem diversas juristas negras qualificadas para ocupar esse
cargo.
E essa não é uma
reivindicação vazia, não é uma reivindicação que nós fazemos por mera
representatividade, o que, por si só, seria
importante.
Sempre que eu subo nesta
tribuna e tenho a oportunidade, eu reitero que até a nossa entrada, até esta
legislatura, até a minha entrada com a bancada feminina, a da deputada
Thainara, a da deputada Ediane Maria agora nesta legislatura, na história da
Alesp, só quatro deputadas negras tinham passado por aqui.
Agora, simultaneamente,
nós somos cinco mandatos com mulheres negras aqui, na Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo. Isso ainda é pouquíssimo perto da nossa representação na
sociedade. Mas o que dizer de um tribunal que, em 132 anos de história, nunca
teve uma ministra negra?
E, quando eu falo que não
é uma representatividade vazia, não é porque o Supremo Tribunal Federal é
responsável, além de ser a Corte máxima do nosso País, é responsável por julgar
cotidianamente uma série de pautas que dizem respeito à nossa vida.
O Supremo Tribunal
Federal é responsável, por exemplo, por julgar inúmeros recursos da Defensoria
Pública de diversos estados, não só do estado de São Paulo, que versam sobre
pessoas negras presas, por exemplo, pessoas negras com pequenas quantidades de
droga.
Foi o Supremo Tribunal
Federal que reconheceu a constitucionalidade das cotas raciais e é por isso que
hoje nós temos uma política de cotas raciais implementada em todo o País.
Foi também o Supremo
Tribunal Federal que reconheceu a constitucionalidade do casamento homoafetivo
e é esse mesmo STF que vai julgar agora, que está julgando a descriminalização
do porte de drogas para uso pessoal e que colocou em pauta, para a próxima
sexta-feira, nas mãos da ministra Rosa Weber, que é a relatora do projeto, que,
inclusive, como eu disse, vai se aposentar, a possibilidade de
descriminalização do aborto no Brasil.
Então, vejam só, é
fundamental que essa vaga seja ocupada por alguém que tenha preocupação efetiva
com a defesa dos direitos humanos. E essa pessoa não poderia ser ninguém mais,
ninguém menos, neste momento histórico em que cada vez mais mulheres negras estão
ocupando cargos na política, cargos em empresas, cargos em movimentos sociais,
enfim, cada vez mais mulheres negras estão ocupando espaços, a nossa
reivindicação é que Lula nomeie uma ministra negra para o STF.
Então, neste momento,
esta é uma chance histórica, que está nas mãos do nosso presidente Lula. Eu
tenho certeza que a gente vai conseguir dar mais um passo no combate ao racismo
no Brasil nomeando uma ministra negra para STF.
Então, presidente Lula,
queremos uma ministra negra no STF e contamos com senhor.
Obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Dando sequência à relação dos oradores inscritos no Pequeno Expediente, chamo o deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Andréa Werner (Pausa.) Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputada Fabiana Barroso. Tem V. Exa. cinco minutos regimentais para uso da tribuna.
Deputadas e aos Exmos.
Deputados. Hoje, neste plenário, quero começar a cumprimentar a todos vocês que
se dedicam diariamente a debater e a legislar em prol do bem-estar de nossa
comunidade. É uma honra estar aqui e poder contar com a atenção dos telespectadores
que nos acompanham pela TV Alesp.
Gostaria de iniciar este
discurso expressando o meu mais sincero agradecimento pela oportunidade de
apresentar a Moção nº 179, de 2023, que reconhece e aplaude a importante
iniciativa do casal Daiana Garbin e Tiago Leifert, a campanha “De olho nos
olhinhos”.
Essa moção representa o
reconhecimento da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo da ação
exemplar que esse casal, empreendido em prol da conscientização e prevenção do
retinoblastoma, um tumor ocular que afeta nossas crianças.
O retinoblastoma é uma
doença cruel, silenciosa, que muitas vezes passa despercebida até estar em
estágio avançado. A campanha “De olho nos olhinhos” não apenas trouxe à tona a
importância do diagnóstico precoce, mas também disseminou informações
essenciais sobre a saúde ocular infantil.
A filha de Daiana e Leifert, Lua, enfrentou essa batalha, e sua história serve como alerta para todos nós.
Tenho mais
coisas a dizer, mas eu preciso parar o meu discurso para falar duas coisas.
Primeiramente, quero agradecer a presença da minha equipe de gabinete, que está
ali sentada, observando. O pessoal passando aqui na TV, muito obrigada por
tudo.
É uma parte do
gabinete, uma parte da equipe, que faz o trabalho acontecer dentro do estado de
São Paulo. Para mim, é de extrema importância a vida de vocês, o trabalho e a
dedicação, muito obrigada. Nenhum trabalho de um deputado é nada se não tem
vocês com a gente, tanto vocês quanto os policiais, quanto todos aqui da Alesp.
Muito obrigada.
E eu também
preciso dizer, com todo o respeito. Gosto muito, inclusive, da deputada Paula
da Bancada Feminista, me simpatizo muito com ela, não é nada pessoal com ela,
somos lutas diferentes. Eu não posso admitir que a gente pense que abortar uma
criança é um direito da mulher. Não é, isso não é não. Isso não é, isso nunca
será.
Isso é uma
luta, eu vim aqui para a Assembleia Legislativa para lutar para o nosso estado
e vou para a lua se precisar, mas essa eu vou defender. Criança não é objeto
para a gente sair matando, a gente não mata um recém-nascido, da mesma forma
que a gente não mata um feto. Uma criança existe a partir do momento de sua
concepção.
Não quer ter
filho? Não faz. Não quer ter filho? Tome remédio, tenha consciência. É isso o
que a gente tem que falar. Vamos implementar a consciência. A gente não pode
conscientizar, a gente está proibido de conscientizar, mas a gente pode fazer
mil besteiras, informar para as crianças.
Então, se é
para fazer um projeto e um trabalho sobre aborto ou gravidez precoce, vamos
fazer o que a ministra - inclusive, muito querida - Damares fazia, que era a
conscientização.
Conscientização
para não engravidar, conscientização para não ter filho se não quer, porque a
hora que tiver filho, tenha o filho e leve para a adoção, mas não mate o seu
bebê. Ele não é culpado pelos seus problemas, ele não tem culpa de quem você é,
se você passou pelo que passou. Eu sinto muito se você passou pelo que você
passou, mas ele não é culpado.
Entenda isso: o
seu bebê nunca vai ser o culpado das suas atitudes erradas. Então, você seja
mulher e seja homem. Eu sei o que uma mulher passa, eu sei porque eu sou
mulher. Obviamente, nunca passei por tudo na vida, graças ao meu bom Deus, mas
você que passou, eu tenho que te dizer. Precisa de apoio? Estamos aqui para te
apoiar, mas eu nunca vou apoiar você a matar o seu bebê.
Você não quer o
seu bebê? Você pegue ele e leve para a adoção, que a gente te ajuda nesse
caminho. Tem muita gente querendo ser pai e mãe e não tem quem criar porque não
consegue ter filho.
É isso o que eu
quero dizer, muito obrigada a todos por estarem aqui.
Temos que ser
firmes no que nós acreditamos.
Um grande abraço
e boa tarde a todos. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Parabéns,
deputada Fabiana Barroso, tem o nosso apoio nessa batalha. Dando sequência aos
oradores inscritos no Pequeno Expediente, deputada Ana Perugini. (Pausa.)
Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Conte
Lopes. Tem V. Exa. cinco minutos regimentais para o uso da tribuna.
O
SR. CONTE LOPES - PL -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha na
Assembleia, eu acho que todo o poder emana do povo, está na Constituição. Isto
quer dizer o seguinte: que o poder vem do povo, da escolha do povo.
É o povo que
escolhe deputados federais, deputados estaduais, senadores, presidente,
governadores, prefeitos. Então eu acho que está na mão do Congresso Nacional,
por exemplo, para os deputados federais, senadores, decidirem coisas que o
Supremo está decidindo, nobre presidente, nobre senador Suplicy e Vitão.
Não é o
Congresso que tem que analisar sobre aborto ou não? Sobre uso de drogas ou não?
Se libera a maconha ou não? Ou é o Supremo que faz isso agora? Porque, na
verdade, o Supremo não foi escolhido pelo povo, é indicado pelo presidente da
República. Aliás, para toda a vida, por sinal. Tem ministros até da época do
Collor saindo agora.
Então, acho que
o Congresso Nacional está na hora de assumir a sua posição, os senadores, os
deputados federais. Eu via na campanha verdadeiros artistas, nobre deputado
Donato, deputados federais candidatos com 10, 20 seguranças.
Pareciam os
astros da Jovem Guarda, da minha época - tudo artista, “vamos, não sei o quê”.
A gente, que é mais antigo, quase jogavam a gente fora do palanque lá. Se
vacilar, o cara joga a gente para fora.
Então, hoje o
pessoal só no TikTok. “Quantos apoiadores eu tenho?”, o cara quer ver isso aí.
Tem que criar lei, tem que brigar lá, senão, daqui a pouco não faz sentido você
ter deputado federal, senador, deputado estadual, porque vai ficar tudo na mão
do Supremo. Ele vai decidir tudo, quem é candidato, quem não é, quem está imune,
quem não está.
O mesmo Supremo
que está aí condenou o Lula por um apartamento que o Lula tinha no litoral. É o
mesmo. Depois, ele mesmo absolveu. Agora, esconderam o Bolsonaro. Daqui a
quatro anos vão condenar o Lula de novo? É a minha pergunta. É a minha
pergunta, só isso. É a minha pergunta.
São eles que
decidem se libera a maconha no Brasil? O pior de tudo, passa para nós, PMs,
analisarmos se o cara é traficante ou não, pela quantidade que teria. Se ele
tiver 21 gramas, é traficante.
Se ele tiver
20, é usuário. Mas, pera aí, é o PM quem vai ver isso aí? É o PM quem vai andar
com uma balancinha para ver se aquele cara pode ter aquela quantidade de
maconha ou não? É o PM quem decide isso? O policial civil quem vai decidir isso
aí nas ruas? São uns negócios que não dá para entender.
As coisas têm
que ser decididas pelo Congresso. No meu modo de ver, o Supremo Tribunal
Federal tem que analisar o que está na Constituição ou não, mas como os outros
Poderes se omitem, somente o Legislativo, eles tomam conta, decidem o que eles
querem e de qual forma tem que ser.
Território do
índio, território sem índio... É tudo o Supremo? Nem o presidente da República
vai decidir mais nada daqui a pouco. O que ele decidir está decido. Mesmo que o
presidente decida uma coisa, “nós não queremos isso aí, vamos mudar tudo,
porque isso aí nós não queremos”.
Então, acho que
alguma coisa está errada. Agora, cabe aos deputados federais, aos senadores,
realmente, tomar uma atitude. Lei de aborto é o Supremo que decide?
Independente da vontade popular? Mas não é o Congresso que tem que decidir
isso, que é a vontade da maioria do povo? A lei de drogas, não é o Congresso
Nacional?
Agora, o
pessoal parece que fica só naquela do TikTok. “Quantos seguidores eu tenho?”.
Cada um é mais artista do que o outro hoje em dia. Então, a gente fica seguindo
essas coisas.
Agora, por
exemplo, da droga, passar para o PM, para o policial civil, se uma pessoa é
traficante ou não, ou se libera a pessoa... O que vai acontecer? Vai sobrar
para o policial, omissão ou, então, abuso de poder.
Vai sobrar para
o PM, porque os advogados vão para cima, “sua balança aí tinha quantas...
Estava certa a sua balança?”. Solta o André do Rap lá no Supremo, e prende o
cara que tira selfie lá no Congresso. Eu não estou defendendo nada, só estou
falando a diferença.
O cara que matou a irmã de deputado desta
Casa, jogando a moça dentro do rio, em uma lagoa em Piracaia, uma represa,
dentro do carro, que nós ajudamos a achar o tal do bandido lá, o cara saiu essa
semana - de terno e gravata, saiu do presídio. Matou a Mércia Nakashima
afogada, que é a irmã do nosso deputado Márcio.
Nós ajudamos a
prender o bandido, mas o cara já está na rua. E outros coitados aí vão prender
porque o cara foi tirar fotografia com a bandeira do Brasil.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito
obrigado, deputado Conte Lopes.
Dando sequência, entramos na Lista
Suplementar. Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio
Marcolino. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife
do Consumidor. (Pausa.) Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado Lucas Bove.
(Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)
Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.)
Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado
Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Professora
Bebel. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. Tem V.
Exa. cinco minutos regimentais para uso da tribuna.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Major Mecca, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, ontem estive em Brasília em audiência pública em defesa da Cannabis
medicinal, a convite da deputada Talíria Petrone, do PSOL do Rio de Janeiro, na
Comissão de Assuntos Legislativos.
Sempre defendi
a transparência, nos meus 45 anos de vida pública, e, portanto, avaliei que
seria importante revelar que no final de 2022 fui diagnosticado com a doença de
Parkinson leve. Tinha um pouco de tremor nas mãos, dor muscular em uma das
pernas.
E quero contar
que, além da medicação convencional, sob a orientação do Dr. Nelson Carvalhaes,
meu geriatra, eu passei a me tratar com a Cannabis medicinal desde fevereiro
deste ano.
E posso dizer
que estou me sentindo muito bem. Continuo bastante ativo, faço ginástica três
vezes por semana com a minha personal trainer, Tatiana Apicaí. E a minha agenda
como deputado estadual tem sido muito dinâmica. Quero ressaltar que a Cannabis
não cura, mas traz melhorias à qualidade de vida das pessoas.
Eu precisei
parar de tomar o óleo de Cannabis para poder viajar para a Coreia do Sul,
parando em Dubai, onde participei do encontro da Bien. Eu passei quatro dias
dentro de um avião, dois dias na ida para Seul, dois dias na volta.
Cheguei na
segunda, e já na quarta fui a Brasília participar do lançamento do Pacto Contra
a Desigualdade. Tenho procurado fazer um acordo com Deus e os orixás no sentido
de eu poder ter boa saúde até que venha a ver instituída no Brasil a renda
básica universal e incondicional.
Eu trago aqui
uma reflexão importante do neurocientista e pesquisador da Fio Cruz Sidarta
Ribeiro, que diz: “o mundo está passando por grandes transformações com a
chegada das inteligências artificiais dos robôs, que podem vir a facilitar
muito a concentração de capital.
E o que vamos
fazer nessa transição? Se quisermos investir em saúde mental, não tenho dúvida
de que precisamos, em primeiro lugar, instituir uma renda básica universal
bacana, que dê conta de garantir o bem-estar das pessoas e de manter a economia
funcionando”.
A Cannabis está
provocando na medicina uma revolução comparável com a descoberta da penicilina
em 1928. É considerada o remédio do século XXI. O impacto da Cannabis na saúde
humana só é comparável ao impacto da penicilina, pela capacidade de combater
bactérias e a eficácia na luta contra várias doenças. É importante combater o
estigma contra a Cannabis, que promove qualidade de vida para as pessoas.
E aqui eu quero
ressaltar a importância das associações que produzem a Cannabis medicinal e
garantem o direito, a milhares de brasileiros, a um tratamento de saúde digno.
São essas associações que promovem a democratização do acesso à Cannabis
medicinal a pessoas impossibilitadas de pagar os preços exorbitantes do produto
importado.
Quero aqui
fazer uma homenagem especial a duas pessoas. O Dr. Elisaldo Carlini, professor
da Unifesp, pioneiro do estudo da Cannabis medicinal, que por mais de 50 anos
pesquisou os efeitos benéficos da Cannabis. E o padre Ticão, de Ermelino
Matarazzo, que procurou garantir o acesso de todas, todos e todes à Cannabis
medicinal.
Contei sobre a
visita que fiz em julho na Associação Flor da Vida, em Franca. Lá vi o
desenvolvimento, por exemplo, de crianças como a Maitê e o Teo, duas crianças
autistas. E tive a oportunidade de ouvir o depoimento comovente de suas mães,
relatando como a Cannabis melhorou significativamente a vida de suas crianças.
É fundamental
garantir a todos o acesso à Cannabis, proporcionando assim o acesso à saúde.
Infelizmente, o uso da Cannabis ainda não beneficia todos os brasileiros e
brasileiras. O óleo industrializado pode custar 1.200 reais o frasco. Um
produto similar, produzido de forma associativa pela Flor da Vida, custa 180
reais, por exemplo.
Ali falei da
importância de o SUS oferecer tratamento, através de associações como a Flor da
Vida e tantas outras. E insisti sobre a importância e relevância do apoio às
pesquisas que podem ser feitas pelas universidades em consonância com as
associações.
E pensando na
importância das pesquisas, aceitei me submeter a um estudo de caso com o
professor Francisney Nascimento, da Unila, Universidade Federal da Integração
Latino-Americana. Ele é professor de Farmacologia Clínica do curso de Medicina,
além de coordenador do Laboratório de Cannabis Medicinal e Ciência Psicodélica
da Unila.
Como
parlamentar, e também paciente, quero dar o meu total apoio à aprovação do
projeto de lei nº 399, do deputado Fábio Mitidieri, hoje governador de Sergipe,
relatado favoravelmente pelo deputado Luciano Ducci na comissão especial
presidida pelo deputado Paulo Teixeira, hoje ministro do Desenvolvimento
Agrário e Agricultura Familiar. É fundamental que o presidente da Câmara,
Arthur Lira, coloque logo em votação, pelo plenário, o recurso apresentado pela
bancada conservadora.
E, finalmente,
quero agradecer a todos que me ajudaram muito. Inclusive, nesse depoimento eu
acabei tendo reuniões com Luciano Ducci, Paulo Teixeira, com o vice-presidente
da Câmara, porque Arthur Lira estava em viagem a Nova York.
O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Para concluir, Sr. Deputado.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Eu quero concluir agradecendo
aos meus filhos, Eduardo, André e João, que deram todo o apoio a essa minha
inciativa. Assim como também à Mônica Dallari, e a todos que estão me
acompanhando. Inclusive a Dra. Luana Oliveira.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Dando
sequência aos oradores inscritos, deputado Donato. Tem V. Exa. cinco minutos
regimentais para o uso da palavra.
O
SR. DONATO - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
todos que nos acompanham pelas redes sociais da Alesp e pela TV Alesp.
Vários colegas
deputados e deputadas colocaram aqui hoje, vários com temas nacionais. É uma
falta de assunto aqui do estado, eu acho. Porque é um governo que acontece
pouca coisa mesmo.
Então os
parlamentares, com justeza, sem nenhuma crítica, se colocam em temas nacionais.
Mas eu queria, modestamente aqui, me colocar sobre um tema estadual. Queria
pedir para o pessoal aí da cabine para colocar rapidamente a apresentação que
eu fiz.
Em agosto deste
ano, dia 16 de agosto, eu vim nessa tribuna falar sobre uma licitação da
Secretaria de Educação, do tão falado secretário Renato Feder, que eu ainda não
entendo como continua como secretário.
É uma licitação
de 70 milhões de reais, deputado Vitão, que eu já apontei lá no dia 16 de
agosto algumas curiosidades. É uma plataforma para, enfim... “Empresa especializada
para locação de licença de plataforma digital de matemática, com uso de jogos
educativos.”
Bom, três
empresas se colocaram. A primeira que ganhou com o valor mais baixo –
estranhamente - não se apresentou no dia da prova de conceito, não apareceu. A segunda,
no dia da prova de conceito, foi desclassificada e teve que entrar na justiça
para tentar continuar no processo.
E como eu
suspeitava, como é um pregão - as propostas são secretas - eu não sabia quem
era o terceiro colocado, mas já naquele momento se suspeitava que fosse a
Matific. E por que se suspeitava? Porque foi a plataforma implantada no Paraná
quando o Renato Feder foi secretário de Educação no Paraná. Resolvido o
processo, vamos agora para o próximo momento.
Aí um pouquinho
sobre a Matific, mas podemos ir para outro slide. Próxima tela. Então aí tem o
resumo do processo. Agora no dia 18 de setembro, a sessão reaberta informou a
habilitação do terceiro colocado. E quem era o terceiro colocado? Conforme
previsto, sem surpresa, a Matific.
Então o
primeiro colocado não apareceu para a prova de conceito - estranhamente. O
segundo colocado foi posto para correr na marra, entrou com liminar e tal, faz
uma série de questionamentos ao processo de como eles foram desclassificados. E
a terceira colocada é a empresa que já trabalhava, no Paraná, com o secretário
Renato Feder por um contrato de 72 milhões de reais.
Começa a
aparecer a conta dessas doações e o curioso é que essa Matific... Antes, deixa
eu explicar antes. Várias das plataformas que estão sendo implantadas na
Secretaria de Educação são por doação. Agora a gente vai entendendo como
funciona esse mecanismo, porque a Matific fez uma doação à Secretária do Estado
de Educação em 2020, quando o secretário era o Rossieli. Fez uma doação.
E por que eles
são tão generosos? Porque eles fazem a doação, conhecem o sistema da
Secretaria, formatam o seu produto para esse sistema e depois é fácil
direcionar a licitação, é fácil dizer que o outro concorrente não estava exatamente
de acordo com o sistema, que é o que está acontecendo aqui.
Então nos cabe
agora - vamos para a outra tela - representar para o Tribunal de Contas. Mas a
gente viu que além do valor exorbitante da licitação - 72 milhões de reais para
acesso a uma plataforma - com a terceira colocada assumindo, você tem um
sobrepreço de mais de dois milhões de reais em relação à proposta da primeira.
Mas mais do que
isso, você vai vendo que o secretário, na verdade, já criou um ambiente de
empresas dessa área de tecnologia, que ele montou no Paraná e agora ele está
trazendo para São Paulo.
Isso fica
evidente, o direcionamento e que essa política de digitalização forçada - como
ele fala - é uma política que tem muitos interesses por trás. E nós vamos atrás
de cada interesse que está manipulando essas licitações e prejudicando não só
os alunos - principalmente os alunos – mas, também, prejudicando os cofres
públicos do estado de São Paulo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Dando sequência
à lista dos oradores inscritos no Pequeno Expediente, chamo o deputado Vitão do
Cachorrão. Tem V. Exa. os cinco minutos regimentais para uso da tribuna.
O SR. VITÃO DO CACHORRÃO
- REPUBLICANOS - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente em exercício, meu amigo Major
Mecca; todos que estão na Casa aqui, vereadores, lideranças de outras cidades
também, aqueles que nos assistem pela TV.
Quero aqui agradecer a Deus por mais um
dia de vida, um dia de trabalho. Deus nos tem guardado na estrada, e a nossa
missão é fazer o melhor pelo povo, por todo o estado. Chegamos aqui,
independente de religião, Gil Diniz, para fazer o nosso melhor aqui, glorificar
o nome do Senhor ajudando os municípios.
Eu
estou até com um vídeo, quero que deixem no jeito. É um pedido da cidade de
Laranjal Paulista. O que que eles estão pedindo? Para que seja criada uma pista
local na Rodovia Marechal Rondon, a SP-300. Esse pedido, eu quero chamar a
atenção, veio do líder comunitário Ricardo Oliveira.
Então o nosso gabinete, o gabinete do
povo, é aberto para todos, independentemente se a pessoa é, Major Mecca,
vereador, que a gente atende bem também, se é prefeito, mas um líder
comunitário também tem voz.
Eu já fui líder comunitário muito tempo
antes de ser vereador na cidade de Sorocaba, e olha a importância do pedido
dele aqui, também do gerente de transporte Celso Sebastião.
São 23 empresas instaladas às margens da
rodovia, no km 179 e 182. São cerca de três mil veículos que transitam na
rodovia, da frota local, 287 ônibus fretados que transportam em média 13 mil
funcionários das 23 empresas, e não tem uma pista local.
Quero mostrar as imagens, por favor,
pedindo aqui para o pessoal da TV Alesp no telão. Eles visitando ali o Vitão do
Cachorrão, o Ricardo e o gerente de transporte Celso Sebastião.
As empresas, Major Mecca, fizeram um
projeto e já mandaram, na época, para os outros governadores. Pagaram acho que
15 mil reais do bolso para fazer essa pista local. Já teve acidente aí, porque
são muitos, 13 mil funcionários.
É reconhecida como a cidade que mais faz
brinquedos, então tem muitos funcionários lá, e já teve também - eu não sei se
tem algumas outras imagens - carros tombados na pista, caminhões entalados, e
vira um caos.
Então eles passaram só essas imagens.
Então a gente implora aqui por uma pista local na Marechal Rondon. Quero
agradecer à TV aqui.
Eu quero falar também um pouco da nossa
Educação. Eu vi que o Donato falou também da Educação, deputado Donato, e é
muito importante. Na minha época, eu não tenho vergonha de falar, o que que
acontecia com os alunos do estado? A gente tem um pouco mais de idade e a gente
tem que mudar, tem que voltar a ser como era antes.
Os alunos repetiam de ano se eles não
soubessem, deputado, meu amigo, Gil Diniz, que veio do povo também, que é
carteiro, que trabalhou no sol, na rua, que continua com a mesma humildade.
Eu tenho um amigo meu que hoje é um
empresário, só que ele ficou mestrado na quinta série – o Licão. Ele repetiu
quatro vezes a quinta.
Infelizmente o que acontece no nosso
Estado, por que eu estou falando isso? Tem adolescentes que estão chegando à
faculdade porque estão pagando a faculdade e não sabem ler e escrever. Então
tem que voltar, Gil Diniz, a repetir de novo. Infelizmente tem um reforço no
fim do ano. No meu tempo, os alunos repetiam de ano.
Outra pauta importante também, deputado Gil
Diniz... “Ah, Vitão, por que você fala isso?” Porque a gente atende o povo no
bairro, atende no escritório, atende as mães, e a gente vê que infelizmente os
adolescentes estão passando de ano sem saber, e a nossa Educação tem que ser
prioridade no Estado. Estamos no estado mais rico do nosso País.
Bacana o período integral também das
aulas, Gil Diniz, deputado Donato, só que tem muita reclamação. Estendeu-se o
horário de aula, mas não valorizou tanto os professores, que têm que ganhar
mais mesmo, professor e inspetor. No horário integral, muitas vezes, o aluno
fica o dia todo na escola, e o que acontece? Entra tarde, às 14 horas, e só sai
às 11 da noite.
Aquele que trabalhava, aquele aluno que
trabalhava, que ajudava a mãe na casa a pagar conta de água, a pagar conta de
luz, que tinha o primeiro emprego, não consegue trabalhar mais. E esse período
integral, Gil Diniz, dava para exercer o esporte, colocar uma pessoa que está
fazendo faculdade de Educação Física, que precisa fazer o estágio, colocar
jiu-jitsu na escola, fazer curso profissionalizante junto com um Senai aí da
vida - estou citando - para já sair para uma vaga de emprego.
Eu vou ser
breve e vou encerrar aqui. Então, aumentou o horário da aula e os alunos não
estão conseguindo trabalhar. Ainda mais eu, Gil Diniz, que vim lá da periferia
de Sorocaba.
Eu sempre
ajudei meu pai trabalhando de servente de pedreiro, levando o pão na mesa da
minha casa. E o que que está acontecendo? Para encerrar aqui. Tem que ter mais
horário noturno.
As escolas
ficaram só com o horário integral, deputado Suplicy, e está faltando o horário
noturno para aquele que precisa trabalhar de dia. Então a gente implora aqui para
mais escolas estaduais terem os horários noturnos.
Para encerrar,
Major Mecca. Tem que ter horário noturno. Vossa Excelência trabalha desde
pequeno, trabalhou na Rota, já trocou tiro na favela com bandido, já trabalhou
desde criança - tenho a certeza disso. E eles não estão conseguindo. Tem que
voltar a ter horário noturno, das 19 às 23 horas também, e o aluno não pode
passar de ano sem saber ler e escrever.
Que Deus
abençoe a todos.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado,
deputado Vitão. Chamo, na sequência dos oradores, o deputado Gil Diniz.
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Enquanto o
orador se desloca, tem a palavra deputado Simão Pedro.
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, muito obrigado. Para
uma comunicação. Eu estou recepcionando aqui, ela vem fazer uma visita ao
parlamento, está fazendo uma visita aqui ao Brasil, a Sra. Brandi Alduk. Ela é
sindicalista norte-americana. Ela trabalhou no Starbucks nos Estados Unidos,
liderou a Starbucks Workers United em Nova Iorque.
Ela está
acompanhada, também, do senhor Rafael Guerra, que é representante do SEIU, dos
Estados Unidos, organizador sindical da campanha “Sem Direitos não é Legal”; da
Graça Reis, que é diretora da União Geral dos Trabalhadores aqui do Brasil; do
Sr. Moacir Pereira, que foi presidente do Siemaco; os trabalhadores da limpeza
pública aqui de São Paulo.
Hoje ele é
diretor do Conascon, a confederação dessa categoria. Também o Sr. Rafael
Torres, diretor de mídias do movimento “Sem Direitos não é Legal”, e da
Giovanna Pereira, que é trabalhadora do Starbucks lá de Brasília.
Sr. Presidente,
é uma honra receber a senhora Brandi Alduk. Para que o nosso telespectador da
TV Assembleia e os demais deputados e deputadas possam se lembrar, ela liderou
o movimento, trabalhando nessa empresa, pelo direito de poder sindicalizar e, a
partir daí, lutar contra o assédio, assédio moral, contra o direito de poder
fazer reivindicações por melhores condições de trabalho, quando a empresa era
contra isso.
Então, hoje ela
visita. É importante que essa agenda que a senhora Brandi Alduk lidera está
sendo pauta do encontro do presidente Lula com o presidente dos Estados Unidos,
nessa visita do presidente Lula naquela importante nação.
Mas o
importante é que ela vem aqui fazer uma agenda com a Central Única dos
Trabalhadores, com a UGT, visitando sindicatos também, para passar a
importância dessa luta por melhores condições de trabalho, por direitos de
poder se organizar em um sindicato e fazer as reivindicações.
Então, eu
queria dar as boas-vindas a Brandi Alduk, a toda delegação que a acompanha. É
uma honra para nós aqui deste parlamento receber a senhora, receber toda a
delegação.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Sejam todos
muito bem-vindos a esta Casa Legislativa.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Com a palavra o
deputado Guilherme Cortez, para uma comunicação.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL -
PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado,
presidente. Em primeiro lugar, eu queria cumprimentar o deputado Eduardo
Suplicy que, em um gesto muito bonito, deu um depoimento muito importante para
a imprensa, ontem, sobre o seu diagnóstico de Parkinson.
E utilizou
dessa matéria para dar visibilidade para um tema tão importante, do qual o
deputado Suplicy tem se tornado, felizmente, um militante, um ativista, que é
acabar com todo o tabu que existe em torno das propriedades medicinais da Cannabis.
Espero que o
exemplo do deputado Suplicy, que esse debate, que é feito cada vez com mais
amplitude aqui na Assembleia, possa servir para a gente poder salvar mais
vidas, poder oferecer esse tratamento para mais pessoas. Então, não poderia
deixar de parabenizar e cumprimentar o deputado Suplicy, com quem todos nós
aprendemos aqui, por essa importante lição que ele deu para todos nós.
E antes de
tudo, eu queria também cumprimentar a minha amiga vereadora Gabriela Arantes,
da cidade de Batatais, do meu partido, o PSOL, e da minha região, entre Franca
e Ribeirão Preto.
A gente sabe
que o interior de São Paulo, muitas vezes, é dito como uma região conservadora,
uma região onde a esquerda ainda tem muito a avançar, onde os movimentos
sociais ainda têm muito a conquistar, mas Batatais, para mim, sempre foi um
exemplo de altivez, de mobilização.
Não à toa, tem
um mandato do PSOL que é um exemplo para toda militância de esquerda do
interior do estado de São Paulo e do qual a Gabriela, nossa vereadora que está
hoje aqui presente na nossa galeria de honra, tem todo o apoio, todo o carinho,
toda solidariedade do nosso mandato, porque ser uma mulher negra, vereadora de
um partido de esquerda em uma cidade do interior de São Paulo não é fácil.
A Gabriela sabe
muito bem disso, porque cotidianamente ela é vítima de insultos, de
desrespeito, por conta de vereadores que não aceitam ver uma mulher com as
posições que ela tem, em um espaço que ela ocupa.
A Gabriela está
aqui hoje para receber todo o nosso apoio, todo o nosso reconhecimento, todo o
nosso carinho, e saiba, Gabi, que essa luta não é só sua, é de muito mais
gente, e aqui na Assembleia Legislativa você sempre vai ter todo o nosso apoio,
nosso carinho.
Seja muito
bem-vinda, esteja com as portas da Assembleia sempre abertas para você.
(Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Seja
bem-vinda, nobre vereadora. Levanto o Pequeno Expediente e abro o Grande Expediente.
*
* *
- Passa-se ao
GRANDE
EXPEDIENTE
*
* *
O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL -
Iniciando a lista dos oradores inscritos, chamo o deputado Eduardo Suplicy para
uso regimental da tribuna.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, quero
aqui cumprimentar o presidente Lula, que ontem, na 78ª Assembleia Geral da ONU,
fez um pronunciamento de grande envergadura e importância diante do presidente
da Assembleia Geral, Dennis Francis, de Trinidad e Tobago, e também de António
Guterres, secretário-geral da ONU, e dos demais chefes de estado.
Ele abriu seu
pronunciamento prestando uma homenagem ao nosso compatriota Sérgio Vieira de
Mello e a 21 outros funcionários da ONU vítimas do brutal atentado em Bagdá, há
vinte anos.
Ele também
expressou condolências às vítimas dos terremotos no Marrocos e das tempestades
que atingiram a Líbia. A exemplo do que ocorreu no estado do Rio Grande do Sul,
essas tragédias ceifam vidas e causam perdas irreparáveis. Colocou seus
pensamentos e orações com todas as vítimas e seus familiares.
Ele lembrou que
há 20 anos ocupou aquela tribuna pela primeira vez e disse, naquele 23 de
setembro de 2003, “que minhas primeiras palavras diante deste Parlamento Mundial
sejam de confiança na capacidade humana de vencer desafios e evoluir para
formas superiores de convivência”. E ele volta hoje para dizer que mantém sua
inabalável confiança na humanidade.
Naquela época,
o mundo ainda não havia se dado conta da gravidade da crise climática. Hoje,
ela bate às nossas portas, destrói as nossas casas, cidades, países, mata,
impõe perdas e sofrimentos aos irmãos, sobretudo os mais pobres.
A fome, tema
central da fala neste parlamento mundial, 20 anos atrás, atinge hoje 735 milhões
de seres humanos que vão dormir esta noite sem saber se terão o que comer
amanhã. O mundo está cada vez mais desigual.
Os dez maiores
bilionários possuem maior riqueza que os 40% mais pobres da humanidade. O
destino de cada criança que nasce neste planeta parece traçado ainda no ventre de sua mãe. A
parte do mundo em que vivem seus pais e a classe social à qual pertence sua
família irão determinar se essa criança terá ou não oportunidades ao longo da
vida.
Se irá fazer todas as
refeições ou se terá negado o direito de tomar café da manhã, almoçar e jantar
diariamente. Se terá acesso à saúde, ou se irá sucumbir a doenças que já
poderiam ter sido erradicadas. Se completará os estudos e conseguirá um
emprego de qualidade, ou se fará parte da legião de desempregados,
subempregados e desalentados que não para de crescer.
É preciso antes de
tudo vencer a resignação, que nos faz aceitar tamanha injustiça como fenômeno
natural. Para vencer a desigualdade, falta vontade política daqueles que
governam o mundo.
Se hoje retorno na
honrosa condição de presidente do Brasil, disse Lula, é graças à vitória da
democracia em meu País. A democracia garantiu que superássemos o ódio, a
desinformação e a opressão. A esperança, mais uma vez, venceu o
medo.
Nossa missão é unir o
Brasil e reconstruir um País soberano, justo, sustentável, solidário, generoso
e alegre. O Brasil está se reencontrando consigo mesmo, com nossa região,
com o mundo e com o multilateralismo. Como não me canso de repetir, o
Brasil está de volta.
Nosso País está de
volta para dar sua devida contribuição ao enfrentamento dos principais desafios
globais. Resgatamos o universalismo da nossa política externa, marcada por
diálogo respeitoso com todos.
A comunidade
internacional está mergulhada em um turbilhão de crises múltiplas e
simultâneas: a pandemia da Covid-19; a crise climática; e a insegurança
alimentar e energética ampliadas por crescentes tensões geopolíticas. O
racismo, a intolerância e a xenofobia se alastraram, incentivadas por novas tecnologias
criadas supostamente para nos aproximar.
Se tivéssemos que
resumir em uma única palavra esses desafios, ela seria desigualdade. A
desigualdade está na raiz desses fenômenos ou atua para agravá-los. A mais
ampla e mais ambiciosa ação coletiva da ONU voltada para o desenvolvimento - a
Agenda 2030 - pode se transformar no seu maior fracasso.
Estamos na metade do
período de implementação e ainda distantes das metas definidas. A maior
parte dos objetivos de desenvolvimento sustentável caminha em ritmo lento. O
imperativo moral e político de erradicar a pobreza e acabar com a fome parece
estar anestesiado. Nesses sete anos que nos restam, a redução das
desigualdades dentro dos países e entre eles deveria se tornar o
objetivo-síntese da Agenda 2030.
Reduzir as
desigualdades dentro dos países requer incluir os pobres nos orçamentos
nacionais e fazer os ricos pagarem impostos proporcionais ao seu patrimônio. No
Brasil, estamos comprometidos a implementar todos os 17 objetivos de
desenvolvimento sustentável, de maneira integrada e indivisível.
Queremos alcançar a
igualdade racial na sociedade brasileira por meio de um décimo oitavo objetivo
que adotaremos voluntariamente. Lançamos o plano Brasil sem Fome, que vai
reunir uma série de iniciativas para reduzir a pobreza e a insegurança
alimentar.
Entre elas, está o
Bolsa Família, que se tornou referência mundial em programas de transferência
de renda para famílias que mantêm suas crianças vacinadas e na escola.
E eu aqui quero
acrescentar também o programa Renda Básica de Cidadania até atingir a sua
universalidade, conforme está expresso na Lei nº 10.835 e assinalada na lei
recente nº 14.601, de julho de 2023.
Inspirados na brasileira Bertha Lutz, pioneira da igualdade de gênero na Carta da ONU, aprovamos a lei que torna obrigatória a igualdade salarial entre mulheres e homens no exercício da mesma função. Combateremos o feminicídio e todas as formas de violência contra as mulheres.
Seremos
rigorosos na defesa dos direitos de grupos LGBTQIA+ e pessoas com deficiência.
Resgatamos a participação social como ferramenta estratégica para a execução de
políticas públicas.
Agir contra a
mudança do clima implica pensar no amanhã e enfrentar desigualdades históricas.
Os países ricos cresceram baseados em um modelo com altas taxas de emissões de
gases danosos ao clima. A emergência climática torna urgente uma correção de
rumos e a implementação do que já foi acordado.
Não é por outra
razão que falamos em responsabilidades comuns, mas diferenciadas. São as
populações vulneráveis do Sul Global as mais afetadas pelas perdas e danos
causados pela mudança do clima.
Os 10% mais
ricos da população mundial são responsáveis por quase a metade de todo o
carbono lançado na atmosfera. Nós, países em desenvolvimento, não queremos
repetir esse modelo.
No Brasil, já
provamos uma vez e vamos provar de novo que um modelo socialmente justo e
ambientalmente sustentável é possível. Estamos na vanguarda da transição
energética, e nossa matriz já é uma das mais limpas do mundo, 87% da nossa
energia elétrica provem de fontes limpas e renováveis. A geração de energia
solar, eólica, biomassa, etanol e biodiesel cresce a cada ano. É enorme o
potencial de produção de hidrogênio verde.
Com o Plano de
Transformação Ecológica, apostaremos na industrialização e infraestrutura
sustentáveis. Retomamos uma robusta e renovada agenda amazônica, com ações de
fiscalização e combate a crimes ambientais. Ao longo dos últimos oito meses, o
desmatamento na Amazônia brasileira já foi reduzido em 48 por cento.
O mundo inteiro
sempre falou da Amazônia. Agora, a Amazônia está falando por si. Sediamos, há
um mês, a Cúpula de Belém, no coração da Amazônia, e lançamos nova agenda de
colaboração entre os países que fazem parte daquele bioma.
Somos 50
milhões de sul-americanos amazônicos, cujo futuro depende da ação decisiva e
coordenada dos países que detêm soberania sobre os territórios da região”.
Sr. Presidente,
agradeço, e se for possível, que sejam completadas as notas taquigráficas com o
inteiro discurso do presidente Lula, ontem, na Assembleia Geral da ONU.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito
obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Dando sequência aos oradores inscritos no
Grande Expediente, deputado Donato. (Pausa.) Deputada Solange Freitas, em permuta
com o deputado Conte Lopes, tem V. Exa. dez minutos regimentais para o uso da
tribuna.
A
SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos.
Se eu estiver
aqui, no meio da sessão, trabalhando aqui na Alesp, e eu tiver vontade de fazer
xixi, tem banheiros aqui na Alesp, como deveria ter, realmente, porque em todo
lugar que a gente trabalha tem que ter banheiros disponíveis para os
funcionários, mas isso não acontece nas estações, para quem trabalha nas
estações do VLT, em Santos e em São Vicente.
A primeira fase
do VLT está pronta desde 2017 e é um transporte maravilhoso, só que uma
reivindicação, principalmente dos funcionários, é que tenha banheiro nas
estações. Se eles tiverem vontade de ir ao banheiro não tem, porque não foi
projetado banheiro para as estações do VLT de Santos e de São Vicente.
A segunda fase
do VLT, em Santos, está quase pronta. Ano que vem vai ser entregue, ou seja,
vai ser ampliado, mas também, no projeto, não tem banheiro ali naquele projeto.
A terceira fase, que é para a área continental de São Vicente, vai ficar pronta
em 2027, mas também não tem, nos projetos, a perspectiva de terem banheiros.
Diante disso,
ontem eu fiz uma reunião com a EMTU para a gente falar, entre outros problemas,
sobre essa questão dos banheiros. E eu saí, pela primeira vez - sobre esse
assunto -, eu saí animada dessa reunião, porque nessa vez eles disseram que vão
fazer estudos para a possibilidade, a viabilidade, de instalar banheiros em
algumas estações.
Não daria para
ser em todas porque o projeto não tinha essa projeção, mas onde poderiam ser
instalados esses banheiros. Então é uma reivindicação antiga também dos
passageiros, mas, principalmente, dos funcionários, que eu tenho certeza de
que, dessa vez, vai ser atendida.
Mas quando a
gente vai na sede da EMTU fazer uma reunião com os técnicos e com os diretores,
tem muitas outras reivindicações. Na Baixada Santista, os ônibus do transporte
intermunicipal entre as cidades, as nove cidades da Baixada, não têm
ar-condicionado. E ar-condicionado, a gente sabe muito bem que, hoje em dia,
não é um luxo, é uma necessidade.
Só cinco por
cento da frota dos ônibus intermunicipais da Baixada têm ar-condicionado. E
ainda mais nos dias tão calorentos, que há uma previsão para esses dias, os
usuários do transporte intermunicipal sofrem. E olha que os números são
grandes. Por dia, 175 mil pessoas circulam nos ônibus na Baixada Santista sem
ar-condicionado.
A empresa está
cumprindo o contrato. O contrato diz que cinco por cento da frota deve ter
ar-condicionado, o que não é quase nada. Só que, sobre isso, a resposta que eu
tive da EMTU é muito ruim porque não há uma previsão de colocar ônibus com ar
na Baixada Santista, porque isso encareceria a passagem.
Mas a gente não
consegue aceitar essa resposta porque é uma necessidade e uma reivindicação de
quem usa o transporte todos os dias.
Então a gente
vai cobrar de uma outra maneira o Governo do Estado para que esses ônibus
tenham ar-condicionado.
Um outro
assunto que nós conversamos também com a EMTU e que é uma reivindicação de
estudantes de Santos e de São Vicente.
Para vocês
entenderem, se eu moro em São Vicente, no Itararé, que é ali pertinho da divisa
com Santos, mas eu estudo em Santos, eu, como estudante, tenho direito ao passe
livre estudantil, ao passe livre, porque eu estou morando em São Vicente, mas
estudo em Santos, e posso ter o passe livre dentro do VLT.
Mas se eu
estudo e moro em Santos, eu não tenho direito ao passe livre no VLT, e isso é
meio complicado quando a gente quer tirar mais os passageiros dos ônibus, que é
até bem complicado, os ônibus que não têm ar-condicionado, e levar para o VLT,
não poder ter essa possibilidade.
Então quem
estuda em Santos e mora em São Vicente e vice-versa tem direito, e quem mora em
Santos ou quem mora em São Vicente e estuda na mesma cidade não tem direito.
A EMTU explicou
que eles gostariam que isso fosse possível, mas que há um parecer jurídico da
Procuradoria-Geral do Estado que diz que se fosse concedido o passe livre para
os estudantes da mesma cidade, seria inconstitucional. E a gente até entende,
porque estamos falando de transporte intermunicipal, mas tem que ter outra
solução.
Eu ou nenhum
outro deputado, nós não podemos fazer uma lei mudando essa realidade porque
também seria considerada inconstitucional, mas temos que estudar outras
medidas.
Então eu fiquei
animada também com a diretoria da EMTU e, com a nossa equipe, nós vamos pensar
em uma alternativa para que essa realidade aconteça e que os estudantes tenham
direito ao passe livre no VLT.
E, para
encerrar, foram outros assuntos também, mas, para encerrar, nós perguntamos
sobre a questão da terceira fase do VLT, que é para a área continental de São
Vicente. Uma reivindicação também muito antiga daquela região que sofre muito
com transporte, que tem que pagar pedágio, e que é um absurdo, também, quando
passa ali na Padre Manoel da Nóbrega, um pedágio há anos.
Então o sonho,
o tão sonhado VLT na área continental, é de muitos anos. E foi escolhida a
empresa que vai fazer a obra na Ponte dos Barreiros, que é um começo para o
sonho do VLT para a área continental e, em menos de dois meses, essa obra deve
começar. Ampliação da Ponte dos Barreiros e reforma das estruturas, uma parte
que ainda não tinha sido feita.
Então são
algumas das reivindicações da Baixada Santista relacionadas ao transporte. Nós
estamos de olho, nós estamos cobrando, e vamos continuar para que melhore um
pouco a qualidade de vida de quem sofre muito no dia a dia.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado,
deputada Solange Freitas.
Dando sequência aos oradores inscritos
nesse Grande Expediente, chamo o deputado Gil Diniz.
Tem V.Exa. o tempo regimental para o
uso da tribuna.
O
SR. GIL DINIZ - PL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, deputado Major Mecca; boa tarde,
deputados presentes aqui no Grande Expediente; boa tarde aos assessores,
policiais militares e civis, público aqui nas galerias, quem nos assiste pela
Rede Alesp.
Presidente,
venho aqui a esta tribuna fazer coro aos deputados que já se manifestaram
contra essa aberração, que é a DPF 442, que está no STF. Um partido minúsculo
como o PSOL tenta liberar o aborto de crianças, de seres humanos até
praticamente três meses de gestação. Isso é criminoso, isso é diabólico, isso
vai contra o Estado de Direito, presidente.
Eu fico
transtornado, revoltado, porque essa Suprema Corte tem interferido diretamente,
diretamente no Poder Legislativo. Não existe mais Congresso Nacional, não tem
mais os três poderes da República, não existe harmonia entre esses poderes,
porque o STF não só legisla, presidente, nesse momento, como ele reinterpreta a
Constituição a seu bel prazer no momento que assim deseja.
O povo
brasileiro, majoritariamente, é contrário ao aborto, abomina esse crime que é o
aborto. E para ficar claro aqui aos senhores, aborto, no Brasil, não é legal,
não existe aborto legal no Brasil, presidente. O que existe é que, em algumas
ocasiões, a mulher que decide pelo aborto é inimputável, não é punida por conta
desse crime.
Mas dessa vez
querem inovar, querem que crianças em formação no útero de suas mães - três
meses senhores, três meses - possam ser, presidente, assassinadas, brutalmente
assassinadas no útero materno. Isso nós temos que repudiar. E repudiar essa
corte covarde, são covardes.
Esses ministros
são tão covardes que não querem mais, presidente, fazer ali o julgamento
público dando a sua cara a tapa, o seu voto, seu escrutínio. Não, agora querem
colocar no plenário virtual para que não tenham o desgaste público de serem
filmados defendendo esse crime abominável. Essa corte, presidente, que está
para liberar o uso de drogas no Brasil, também abominado pela nossa população.
Essa corte faz
um desserviço ao nosso povo. Nenhum daqueles ministros ou dos ministros que
defendem esse crime sequer tiveram um voto, mas fazem política o tempo inteiro,
o dia todo. Alexandre de Moraes, tucano, filiado ao PSDB, ou ex-filiado ao
PSDB, se acha o dono da razão, o dono do céu, o dono da terra, não respeita,
presidente, sequer...
E nós vimos
agora os advogados, a advocacia e a OAB, entidade de classe, que silenciam.
Todos estão calados, inertes, tremendo de medo, essa é a verdade. A maioria
hoje do povo brasileiro e da classe política aqui morrem de medo desse cidadão
Alexandre de Moraes e dessa corte que vem constantemente rasgando a nossa
Constituição.
Não foram
eleitos, não representam ninguém que não os seus interesses, os seus próprios interesses.
Estão liberando drogas, estão liberando aborto, estão jogando, presidente, na
cadeia, funcionários públicos por terem invadido um prédio público. Estão
tomando 17 anos de prisão, com a alegação de abolir o Estado Democrático de
Direito.
Pessoas simples, pessoas humildes, que erraram,
sim, que cometeram erros, sim, mas não tem, presidente, a individualização da
culpa, que é um requisito básico para você julgar e condenar uma pessoa.
Dezessete anos de prisão, um ex-funcionário da Sabesp recebeu agora, de pena,
por invadir o Congresso Nacional.
É sério que essa dosimetria é justa? É sério que
vocês acreditam que aquele cidadão tinha condições de abolir o Estado
Democrático de Direito? Mentira, uma farsa, uma vergonha o que nós estamos
vendo aqui diuturnamente, e muitos, com medo, silenciam. Muitos com medo,
inclusive, de serem cassados nos seus mandatos, ou aqui, nas ruas de São Paulo,
ou por esses ministros, sendo jogados em prisões ilegais.
A história está registrando esses tiranos aqui,
que subvertem o nosso Estado de Direito. Mas, hoje, o que importa não são os
fatos, o que importa é a narrativa. Então esse ser, Alexandre de Moraes, faz o
que quer, sob os aplausos da grande mídia.
Mas, agora, eles começam a entrar num campo em
que a população, a maioria da população, coloca o seu profundo repúdio, que é o
campo do assassinato de crianças no útero de suas mães.
Isso nós precisamos repudiar, nós precisamos
trabalhar e este parlamento precisa se manifestar oficialmente contra essa
abominação, esse crime doloso que é o aborto. Se vão liberar agora para três
meses, o que vai impedir que esses tiranos aumentem esse prazo para seis meses,
nove meses? O que vai impedir essas criaturas, que se acham maiores que o
próprio Deus, de promover, esse sim, um verdadeiro genocídio?
Ou que digam, mais à frente, que esse merece
nascer ou que aquele não merece nascer? Que esse com um problema de saúde, esse
que pode dar prejuízo ao Estado, que pode gerar um deficit no Estado, não tem o
direito de nascer? Nós estamos caminhando para isso, para a barbárie, e isso
nós precisamos repudiar com toda a nossa energia, com toda a nossa força.
Se muitos se acovardam, este deputado aqui não
vai se acovardar. Este deputado aqui precisa falar pelos quase 200 mil
paulistas que confiaram o voto em mim e outros milhões que concordam com o que
eu falo aqui. O povo brasileiro, majoritariamente, é contra a abominação do
aborto. E esses covardes de toga querem, agora, liberar o aborto até três
meses, senhores. Acordem, acordem enquanto há tempo.
A opinião pública, e hoje, presidente, é
incrível, porque esse regime de medo que se instaurou no Brasil, esse estado
totalitário que pode prender um cidadão a qualquer momento, deixa o povo com
medo de ir para a rua se manifestar, levantar um cartaz, publicar a sua opinião
na rede social. Ou por acaso os senhores estão à vontade para publicar as suas
opiniões? Twitter, Instagram, no próprio WhatsApp.
Vocês aqui que me escutam estão, neste momento,
escolhendo as palavras para digitar em seus WhatsApp, porque esses seres que se
acham acima do bem e do mal podem, neste momento, estar monitorando todos
vocês.
É um estado, presidente, totalitário, é um estado que está
prendendo pessoas por crime de opinião, por pensamento e não por ações
efetivas. Mas enquanto eu estiver aqui neste Parlamento, enquanto me for
permitido falar por esses 200 mil paulistas que me confiaram esses votos, este
mandato aqui, vou falar. O povo de São Paulo, o povo brasileiro abomina o
aborto. E, em sua maioria, abomina também a Suprema Corte Federal, presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito
obrigado, deputado Gil Diniz. Expressou uma verdade. E nós não podemos permitir
compactuar com o cerceamento da liberdade de expressão.
Dando continuidade à lista dos oradores
inscritos, deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Luiz
Fernando. (Pausa.) Deputado Major Mecca. Eu convido o deputado Gil Diniz para
que conduza a Presidência da sessão, para que eu possa fazer uso da tribuna.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Gil Diniz.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Convido a
fazer uso da tribuna o nobre deputado Major Mecca. Vossa Excelência tem o tempo
regimental de 10 minutos.
O
SR. MAJOR MECCA - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente, deputado Gil Diniz.
Retorno a esta tribuna na data de hoje, dia 20 de setembro de 2023.
Aí eu pergunto,
Sr. Presidente, deputado Gil Diniz, há quanto tempo foi subtraído do nosso
povo, do povo brasileiro, do povo paulista o direito à Educação? Há quantos
anos foi subtraído do nosso povo o direito a hospitais públicos dignos, o
direito à Saúde?
Há quantos anos
foi subtraído do nosso povo o direito de liberdade de locomoção, de poder sair
de manhã da sua casa e trabalhar, e não morrer na mão de um criminoso, de um
bandido, por conta de um aparelho celular, por conta de uma bolsa, uma mochila
que esteja carregando? Atenção a todos os brasileiros, a todos os paulistas,
aos paulistanos. Isso já foi tirado do nosso povo há muitos anos.
Ontem, na
Organização das Nações Unidas, o presidente Lula falando em igualdade, falando
em diálogo. Qual igualdade, que igualdade é essa?
Eu sirvo ao
povo do estado de São Paulo há mais de 31 anos. Eu já fiz parto dentro da
viatura, porque nós não tínhamos ambulância para levar uma gestante de uma área
periférica até um hospital público.
Eu já tive que
me indispor e me colocar como autoridade policial dentro de hospitais, por
recusa de atendimento a pessoas humildes dentro de hospital público no estado
de São Paulo. E isso acontece em todos os estados do Brasil.
Hipocrisia.
Hipocrisia. Retiraram do nosso povo os direitos de Educação, Saúde, Segurança
Pública, Infraestrutura, Saneamento Básico. Porque o PT governa desde 2003.
Hoje o vice-presidente do Brasil é Geraldo Alckmin, que governou São Paulo por
décadas. Estão unidos hoje por qual motivo? Para continuar subtraindo direitos
do nosso povo.
Essa é a
verdade. E agora, não basta eles trabalharem juntos com parte da grande mídia
para glamourizar a favela. “A favela é um lugar bom para se viver. Vamos fazer
uma novela dentro do Paraisópolis. Vamos glamourizar. A favela venceu.” Venceu
o quê? Se lá dentro, se pegar fogo, não entra um caminhão do bombeiro, porque
não cabe na rua. Morre todo mundo lá dentro.
“Ah, vamos
glamourizar, o pancadão é cultura.” E tentam enfiar isso goela abaixo do povo
mais pobre. Por que eles não mandam os filhos e as filhas, de 12 ou 13 anos,
para um pancadão, lá dentro da favela, organizado pelo crime, regado a drogas,
bebida alcoólica? Não mandam. Mandam para os teatros, mandam passear na Europa,
como o presidente Lula se hospeda nos hotéis mais caros da Europa, dos Estados
Unidos.
Aí é vida
glamourosa. E o povo, abandonado. Agora, querendo liberar a maconha. Quantas
cracolândias eles querem disseminar pelo estado de São Paulo e por todo Brasil?
Quantas cracolândias?
Eu digo porque
eu trabalhei lá. Eu sei o que é ver um jovem caído no chão, subtraído de toda e
qualquer dignidade, com a mãe rodeando o Fluxo, querendo resgatar o filho,
chorando, pedindo o nosso auxílio, pedindo o nosso apoio.
Eu constato e
conheço a vida do povo ao longo dos meus mais de 30 anos de atividade. Aí eu
pergunto: onde está o sistema de freios e contrapesos do Estado Democrático de
Direito?
Onde há
independência dos poderes, harmonia e a fiscalização entre eles? Onde está o
Congresso Nacional, principalmente o Senado Federal, que não cumpre com a sua
atribuição de fiscalizar, de julgar o Supremo Tribunal Federal, que está
legislando?
E isso é
inconstitucional. As leis do nosso País não estão sendo cumpridas. A
Constituição Federal não está sendo cumprida. O povo não quer uma suprema corte
regada e tomando decisões sob influência de ideologia política.
O povo quer uma
suprema corte isenta de influência política. O povo quer uma suprema corte onde
os seus juízes trabalhem à luz da Constituição Federal e das normas, das leis
vigentes no País, que hoje não acontecem.
O povo não quer
ver um traficante, como o André do Rap, colocado nas ruas. O povo não quer ver
um traficante, como o vulgo Batatinha, integrante do PCC, solto pelo STJ,
vendendo drogas aos nossos jovens, aos nossos adolescentes, livremente nas
ruas. O povo quer ver a lei ser cumprida. Ou pensa que o povo é ignorante e não
entende o que acontece hoje no nosso País?
Todo mundo está
vendo. Um cidadão, um dos condenados pelo STF, na semana passada, trata-se de
um síndico de prédio na zona leste da Capital. Como o deputado Gil Diniz e o
Conte Lopes externou, aqui nessa tribuna, o Direito Penal, regra que há
individualização da pena. A pena é individual e intransferível.
Se houve
depredação ao patrimônio público, que ele responda por depredação. Agora,
responder e ser condenado por atentado à democracia do país? Um síndico, um
síndico de um prédio na zona leste, ser condenado a atentar contra o Estado
Democrático de Direito? É uma desproporção muito grande.
E eu pergunto,
presidente dessa sessão, deputado Gil Diniz. Onde estão os senadores? São Paulo
tem três senadores. Senador Marcos Pontes, senadora Mara Gabrilli e senador
Giordano.
Onde estão
esses três senadores que não estão fazendo valer a voz do povo do estado de São
Paulo no Senado Federal, fiscalizando as ações dos ministros do STF? Onde estão
os senhores senadores que não estão cumprindo com a sua missão constitucional?
Os senhores
respondem ao povo brasileiro. Os senhores têm que manifestar o desejo e a
opinião do povo brasileiro na tribuna do Senado Federal, assim como os
deputados federais na Câmara dos Deputados.
Os senhores
estão aí representando o quem? E nós cobramos aqui com legitimidade, porque
fomos eleitos pelo mesmo povo que os elegeram e o povo nos cobra. Mas não é
missão constitucional nossa, infelizmente, senão tomaríamos e teríamos
iniciativa de fiscalizar e processar ministros da Suprema Corte.
Quem sabe na
próxima eleição disputemos, deputado Gil Diniz, o Senado, para ver se a vontade
do povo brasileiro é manifestada no Congresso Nacional.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Obrigado, nobre
deputado Major Mecca.
O
SR. MAJOR MECCA - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Havendo acordo de
lideranças, peço a suspensão da presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Estão
suspensos os trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.
*
* *
-
Suspensa às 15 horas e 43 minutos, a sessão é reaberta às
16 horas e 31 minutos, sob a Presidência do Sr. Gilmaci Santos.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Reaberta
a sessão. Ordem do Dia.
*
* *
- Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela
ordem, deputada Monica Seixas.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Para
uma verificação de presença.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É
regimental o pedido de Vossa Excelência. Para uma verificação de presença. Só
um minutinho. Convidar vocês dois para fazer a verificação de presença, por
gentileza. Deputada Monica Seixas e deputado Paulo Fiorilo.
Por gentileza. É uma honra ter V. Exa.
aqui fazendo essa verificação de presença. Estamos aguardando só o deputado
Paulo Fiorilo para fazermos aqui a verificação de presença dos Srs. Deputados e
Sras. Deputadas.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Estou pronto, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Então
V. Exa. pode começar.
*
* *
- Verificação de presença.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Muito obrigado, senhores, Sr. Deputado e Sra. Deputada. Constatado o quórum
regimental. Ordem do dia.
Há sobre a mesa o requerimento do nobre
deputado Gil Diniz, com número regimental de assinaturas nos termos do Art. 35,
do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação com
a finalidade de participar do Conservative
Political Action Conference, a realizar-se no período entre os dias
22 e 25 de setembro do corrente ano, na cidade Belo Horizonte, Minas Gerais.
Sem ônus para este poder.
Em votação. As Sras. Deputadas e Srs.
Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado.
Há sobre a mesa o requerimento do nobre
deputado Maurici, com número regimental de assinaturas nos termos do Art. 35,
do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação com
a finalidade de participar da Conferência Internacional Parlamentar
Rússia-América Latina, organizada pelo Senado Russo, a realizar-se entre o dia
29 de setembro a dois de outubro do corrente ano, na cidade de Moscou,
Federação da Rússia. Sem ônus para este poder.
Em votação. As Sras. Deputadas e Srs.
Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos
termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma
sessão extraordinária, a realizar-se hoje 10 minutos após o término da presente
sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:
*
* *
-
NR - A Ordem do Dia para a 37ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de
21/09/2023.
*
* *
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela
ordem, deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - O senhor já terminou a
leitura dos projetos, então eu peço, se houver acordo de lideranças, o
levantamento desta sessão.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Antes
de dar por levantados os nossos trabalhos, queria saudar, cumprimentar, a
entidade acompanhando aqui o nobre deputado Luiz Claudio Marcolino, o vereador
Albecyr Pedro da Silva, da cidade de Castilho, acompanhando aqui a nossa
sessão.
Obrigado, vereador, seja sempre
bem-vindo.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados...
O SR. GIL DINIZ - PL -
Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela
ordem, deputado Gil.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Presidente, uma breve
comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem
V. Exa. o tempo regimental.
O
SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO -
Agradecer aos nobres pares aqui pela aprovação desse requerimento de
constituição de comissão de representação. Estou indo para Belo Horizonte para
representar a Assembleia Legislativa
no CPAC, o maior evento conservador do mundo.
Essa edição de 2023, em Belo Horizonte,
com o deputado federal Eduardo Bolsonaro, deputado federal Nikolas Ferreira e
outras lideranças conservadoras de São
Paulo e do Brasil. Então agradecer os pares aqui pela votação
dessa comissão e pela aprovação nesta tarde.
Obrigado, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado,
deputado. Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por
levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à
hora regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os ainda da sessão extraordinária
a realizar-se hoje, 10 minutos após o término da presente sessão.
Está levantada
a sessão.
Muito obrigado
a todos.
*
* *
- Levanta-se a
sessão às 16 horas e 45 minutos.
*
* *