27 DE MARÇO DE 2024

34ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: GUILHERME CORTEZ, DR. JORGE DO CARMO, MAJOR MECCA e REIS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - GUILHERME CORTEZ

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h.

        

2 - DR. JORGE DO CARMO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - GUTO ZACARIAS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

4 - PRESIDENTE GUILHERME CORTEZ

Rebate o pronunciamento do deputado Guto Zacarias.

        

5 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - PRESIDENTE GUILHERME CORTEZ

Anuncia a presença de alunos da Etec de Mauá nas galerias. Parabeniza o servidor Caio Henrique Noia pelo seu aniversário.

        

7 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - DR. JORGE DO CARMO

Assume a Presidência.

        

9 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

10 - MAJOR MECCA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

11 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - MAJOR MECCA

Assume a Presidência.

        

13 - GUTO ZACARIAS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

14 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - PRESIDENTE MAJOR MECCA

Endossa o pronunciamento do deputado Capitão Telhada.

        

16 - GUILHERME CORTEZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

17 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

18 - CAPITÃO TELHADA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

19 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

20 - REIS

Assume a Presidência.

        

GRANDE EXPEDIENTE

21 - GUILHERME CORTEZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

22 - CONTE LOPES

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

23 - CONTE LOPES

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

24 - PRESIDENTE REIS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 01/04, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 15h12min.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Guilherme Cortez.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o Expediente.

Passo à chamada dos oradores inscritos no Pequeno Expediente. Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. Dr. Jorge do Carmo tem o tempo regimental para uso da tribuna.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, deputado Guilherme Cortez, boa tarde, deputadas, boa tarde, deputados, público presente, assessores, policiais. Sr. Presidente, hoje eu quero falar de um projeto de minha autoria que foi aprovado ontem no congresso de comissões conclusivamente.

Ontem, dia 26/03, teve a reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, da qual eu sou membro efetivo, e da Comissão dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais.

Existem projetos que podem ser aprovados conclusivamente nesta Casa, isto é, sem a necessidade de vir ao plenário para debates e aprovação. Eu me refiro ao Projeto de nº 1.705, de 2023, de minha autoria, que versa sobre o Dia da Cuidadora. Fica instituído o Dia da Cuidadora Irmã Dulce, a ser comemorado anualmente no dia 26 de maio em todo o estado de São Paulo.

Sr. Presidente, por que achei importante apresentar um projeto dessa natureza? Todos nós sabemos do trabalho humano, do trabalho importante que tem as cuidadoras, especialmente as cuidadoras na área da Saúde, aquelas que cuidam dos nossos familiares, aquelas que cuidam dos familiares de outras pessoas ou delas mesmas, muitas vezes para ganhar o pão, mas sobretudo e principalmente fazendo um trabalho exímio, de muita seriedade, responsabilidade e humanização.

Por isso, não poderia dizer que uma melhor pessoa, ou melhor, Santa Dulce dos Pobres, que foi uma grande cuidadora dos pobres e das pessoas humanas, necessariamente foi ela que fez um trabalho excelente no Brasil. Aliás, é a primeira santa do nosso País.

Por isso, a propositura tem a finalidade de homenagear e reconhecer o trabalho de pessoas cuidadoras de Saúde, que desempenham um trabalho nobre no atendimento à população e a pacientes e seus familiares, garantindo o bem cuidar, exercendo as boas práticas para melhorar as condições físicas, psicológicas de todas as pessoas envolvidas na busca do conforto e do acolhimento dos pacientes.

Por isso, a cada dia 26 de maio de todos os anos, nós vamos comemorar em São Paulo o Dia da Cuidadora Irmã Dulce. E aí eu quero fazer as minhas homenagens a todas as cuidadoras, que fazem esse trabalho, como eu já disse, de excelência.

Aquelas que, muitas vezes, o trato, a forma como cuidam, a forma como lidam fazem toda a diferença em relação à saúde das pessoas. Porque, imagine, muitas vezes as pessoas estão ali em hospitais que tem uma enfermeira para cuidar ou para dar medicamentos e assistência. Há diversas pessoas com enfermidades, e se cada pessoa pudesse ter uma cuidadora em sua casa, muitas delas nem iriam para o hospital.

Não que o hospital não seja importante e necessário, mas faz-se necessário a gente valorizar essas pessoas que desempenham esse trabalho de excelência. E por isso eu fiz questão de indicar um dia, apresentar esse projeto de lei - e ele foi aprovado pelos pares das comissões que eu já mencionei aqui -, para que nós possamos valorizar, prestigiar o Dia da Cuidadora Irmã Dulce como data, do dia 26 de maio de cada ano.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito obrigado, deputado Jorge. Na sequência, chamo o deputado Enio Tatto (Pausa.) Deputado Sebastião Santos (Pausa.) Deputada Márcia Lia (Pausa.) Deputado Caio França (Pausa.) Deputado Vinicius Camarinha (Pausa.) Deputado Carlos Cezar (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva (Pausa.) Deputado Itamar Borges (Pausa.) Deputada Thainara Faria (Pausa.) Deputado Dr. Eduardo Nobrega (Pausa.) Deputado Rui Alves (Pausa.) Deputada Leci Brandão (Pausa.) Deputada Beth Sahão (Pausa.)

Deputado Carlos Giannazi, que está presente, tem o tempo regimental para uso da tribuna.

 

O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem, deputado Guto.

 

O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Para fazer uma breve comunicação enquanto o deputado Carlos Giannazi se dirige à tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - É regimental.

 

O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, eu gostaria, aqui e agora, de reestabelecer a verdade sobre mais uma mentira contada por V. Exa., o deputado Guilherme Cortez, que há pouco, na Comissão de Direitos Humanos - uma comissão em que, pela primeira vez, eu vi a presença do deputado Guilherme Cortez -, ele quis atacar a mim e atacar aos demais deputados de direita desta Casa.

O que é que acontece? Eu, como de costume, como de praxe nas comissões, nas frentes parlamentares, nas CPIs ou até mesmo aqui no plenário, fui um dos primeiros deputados a chegar naquela comissão. Depois da minha presença, chegaram mais outros dois deputados de direita.

Depois disso, chegaram mais dois deputados de esquerda, deputado Guilherme Cortez incluso, e com certo atraso, chegou o terceiro deputado de esquerda, empatando, assim, três deputados da base - três deputados de direita -, e três deputados de esquerda.

Eu logo reconsultei o Regimento Interno da Assembleia Legislativa, onde lá dizia que empatando em três a três ou empatando as votações em uma comissão, quem desempataria seria o presidente desta comissão, presidente da Comissão de Direitos Humanos, esta que é um deputado de esquerda.

Ou seja, mesmo que a base estivesse lá presente, um deputado de esquerda, um deputado de oposição, poderia ter a oportunidade de votar duas vezes; assim acontecendo com que um projeto de esquerda fosse aprovado sem que tivesse maioria na comissão.

Eu, evidentemente, ali em um jogo de lógica, um jogo de matemática, me retirei da comissão para que assim caísse o quórum e essa comissão não aconteceria, tendo a oportunidade de ser aprovado projetos, ali, de esquerda.

Ou seja, neste momento, o deputado Cortez nos ataca, diz que a base não estava presente, diz que por conta do feriado os deputados não estavam não lá, mesmo sabendo que eu estava lá e cheguei antes dele.

O meu recado é muito simples: somos os deputados com mais projetos aprovados nesta Casa, com mais produtividade, um dos mais econômicos, dos mais combativos e sempre que eu puder usar o Regimento Interno desta Casa para que projetos da esquerda não acabem passando por aqui, eu vou usar. E hoje, mais uma vez, aconteceu isso.

Então, a base estava presente e na próxima semana nós discutimos os projetos. A esquerda queria, de uma maneira antidemocrática, sim, aprovar projetos sem ter maioria. Isso não vai acontecer enquanto os deputados de direita estiverem presentes nesta Casa.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Guto, lamento a postura de V. Exa. de não saber estar em minoria e, por isso, obstruir o trabalho de uma comissão com 33 projetos de lei importantes para serem pautados, tenho certeza que do interesse de V. Exa. também.

E me solidarizo com o deputado Eduardo Suplicy, presidente da Comissão de Direitos Humanos, que mais uma vez não consegue realizar uma comissão pela ausência dos seus pares.

Mas, sem mais delongas, passo a palavra para o deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Guilherme Cortez, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia.

Sr. Presidente, eu quero, hoje, repercutir e comentar uma matéria importante que foi publicada no jornal “Folha de S.Paulo”, uma matéria da jornalista Isabela Palhares. Está aqui, na “Folha de S.Paulo” com chamada de capa, inclusive. Eu gostaria de colocar aqui o título dela: “Feridas em ataque a escola há 1 ano, professoras ficam sem emprego e relatam dificuldades”.

Eu tenho, Sr. Presidente, denunciado esse fato exaustivamente aqui na Assembleia Legislativa. E essa matéria só confirma o que eu tenho dito e denunciado. E cobrado providências do Governo. Tanto é que eu apresentei um projeto de lei, que foi aprovado recentemente.

Eu me refiro ao Projeto de lei no 583, de 2023, aprovado pela unanimidade aqui da Assembleia Legislativa, pelos 94 deputados. Projeto, hoje, que já recebeu o autógrafo e está com o governador Tarcísio de Freitas, para ser sancionado ou vetado. Espero que ele sancione, porque depois dessa matéria, não é possível.

Mas a matéria mostra, Sr. Presidente, o nível de perversidade, o nível de crueldade e o nível de mentira desse Governo, dessa gestão Tarcísio/Feder. Eles abandonaram as professoras que foram esfaqueadas na escola Thomazia Montoro. As duas professoras...

Nós perdemos a Profa. Elisabeth, que foi morta, vítima dessa violência; e duas professoras foram esfaqueadas. A Profa. Ana Célia da Rosa recebeu 17 facadas, Sr. Presidente, e foi abandonada pelo Estado, está desempregada. A Profa. Rita Reis também foi praticamente abandonada, sem assistência do Estado.

Mas, antes disso, nós tivemos outros episódios. Entre eles, quero destacar aqui a Profa. Beatriz Belo, professora de Ipaussu, que em 2022 também foi vítima de violência, foi esfaqueada.

Ela levou 13 facadas, a Profa. Beatriz, da Escola Estadual Júlio Mastrodomênico. Todos se lembram desse episódio também, que teve repercussão na mídia. A Profa. Beatriz também foi abandonada pelo Estado e ficou sem aula, sem receber, Sr. Presidente. É um absurdo. O Estado abandona as professoras.

Aí entra a questão da atribuição de aulas. Tem aqui depoimentos mostrando isso, Sr. Presidente: que essas professoras não tiveram nenhum tipo de assistência psicológica, médica, financeira - nada. Elas foram abandonadas.

Embora o Governo, quando acontece um episódio como esse, vá e anuncie que vai dar toda a assistência psicológica, emocional, médica, financeira; que não vai abandonar as professoras.

Mas a matéria é muito clara: o Governo abandonou as nossas professoras. Isso é perverso e é cruel - o que o Estado vem fazendo com as nossas professoras. E todas elas aqui categoria “O”. Foram dispensadas. Por isso que tem que mudar o regime de contratação, dando garantia, dando estabilidade a todas as professoras e professores categoria “O”.

Mas o projeto que eu apresentei e foi aprovado pelos deputados e deputadas resolve, Sr. Presidente, essa situação. Está aqui, olha: Projeto 583 já está lá com o governador.

Faço um apelo ao governador Tarcísio, ao Kassab, ao secretário da Educação, para que o projeto seja sancionado. Esse projeto cria, Sr. Presidente, o “Programa de Proteção e Apoio ao Profissional da Educação Vítima de Violência”. O que diz o projeto?

O programa instituído por esta lei proverá aos profissionais da Educação, seja ele o agente de organização escolar, seja ela uma professora, uma diretora, qualquer pessoa que esteja trabalhando, independentemente do modelo de contratação... Terá o quê? Primeiro, afastamento temporário das tarefas escolares, sem prejuízo de qualquer natureza. Segundo, atendimento médico fornecido pelo Estado, diretamente ou por meio de parcerias com clínicas e profissionais conveniados.

Terceiro inciso: atendimento psicológico continuado, a ser fornecido pelo Estado, diretamente ou por meio de parcerias com clínicas e profissionais conveniados. Quarto: fornecimento de medicamentos alopáticos, fitoterapêuticos ou homeopáticos receitados pelo especialista que fizer o atendimento médico. Quinto: irredutibilidade dos proventos durante o período de tratamento.

Ou seja, sem redução salarial. Por fim, o Art. 3o: os profissionais da Educação ficarão afastados das atividades escolares enquanto estiverem sob tratamento do dano emocional ou físico, por período a ser avaliado pelos profissionais médico e psicólogo.

E por fim, o Art. 4o, que diz o seguinte: ficam asseguradas aos servidores, no retorno de suas atividades, a mesma jornada e a mesma lotação da mesma unidade escolar, assegurado o direito a solicitar transferência, caso a professora ou profissional da Educação não se sinta à vontade e seguro de permanecer naquela unidade escolar. E é vedada a redução remuneratória durante o período de afastamento do servidor.

Ou seja, reforça que ele não pode ter nenhum tipo de prejuízo. Ele só volta quando estiver em condições. Mas ele não pode perder o emprego. A professora levou 17 facadas e o Estado demitiu a professora!

A professora do Interior, que eu citei, a professora Beatriz, levou 13 facadas e foi demitida. É um absurdo, é de uma covardia, de uma perversidade, de uma crueldade o que está acontecendo!

Mas o governador tem uma chance histórica de consertar isso e sinalizar, aos profissionais da Educação, que é possível mudar essa situação, sancionando o nosso Projeto de lei n° 583, aprovado pelos deputados da Assembleia Legislativa.

Então eu faço um apelo, para concluir, Sr. Presidente, que o governador Tarcísio sancione o PL 583, de 2023.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito obrigado, deputado Carlos Giannazi. Quero aproveitar para registrar a presença dos alunos da Etec Mauá. Sejam todos muito bem-vindos, estão acompanhando a nossa sessão.

Eu, como estudante de Etec no ensino médio e no ensino técnico, fico muito feliz de ver vocês aqui. (Palmas.) Saibam que a Assembleia Legislativa é um espaço no qual vocês são muito bem-vindos.

Chamo os seguintes oradores. Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Major Mecca. Vossa Excelência tem a tribuna pelo tempo regimental. Convido o deputado Dr. Jorge do Carmo a me substituir na Presidência, para que eu possa utilizar a tribuna em seguida.

Não sem antes cumprimentar o amigo e servidor Caio pelo seu aniversário no dia de hoje. O Caio é a pessoa mais presente neste plenário. Em todas as sessões presta um excelente trabalho para todos nós. Desejo um excelente ano para você. Feliz aniversário!

Deputado Major Mecca. (Palmas.)

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Parabéns, Caio! Boa tarde presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, a todos os funcionários da Assembleia Legislativa, que nos dão suporte ao trabalho parlamentar, nossos irmãos policiais militares e civis, a todos que nos acompanham nas redes sociais.

Só, antes de iniciar a minha fala, quero corroborar a fala do deputado Guto Zacarias. Deputado Guto, é de conhecimento de todos os parlamentares dentro desta Casa, as iniciativas que são feitas em plenário, nas comissões, respeitando-se o Regimento desta Casa.

Eu quero dizer que foi a iniciativa do deputado Guto Zacarias, inclusive foi conversada antes entre nós, deputado Guto, eu, deputado Capitão Telhada. É importante que as pessoas conheçam como funciona o Parlamento, em todas as Casas Legislativas, seja na esfera municipal, na esfera estadual e na esfera federal.

A vocês, os alunos que estão aqui hoje, tendo a oportunidade de assistir uma sessão no Parlamento: nos tiraram, desde muito tempo, a oportunidade de conhecer como funciona o processo legislativo.

Quando tiraram, da grade curricular, a matéria de OSPB, Organização Social e Política Brasileira, foi justamente para subtrair esse direito nosso, de entender como funciona o processo legislativo.

Isso, muitas vezes, faz com que nós sejamos enganados com narrativas. A exemplo, nós, da base do Governo. Também estamos aqui, seja antes do feriado, após o feriado, todos os dias nós estamos aqui, trabalhando para que haja discussão e aprovação de bons projetos para a sociedade, para todas as categorias de trabalhadores do nosso Estado.

Então isso é algo que nós também trabalhamos para que o nosso jovem tenha acesso ao conhecimento, porque isso melhora nossa capacidade de discernimento.

Então, Guto, a gente sabe que você se comportou de maneira inteligente ao defender os projetos em que você acredita, em que nós acreditamos, e o que você fez está no Regimento desta Casa e é extremamente comum, não só nas comissões, como nos plenários.

Então, nós estamos juntos nessa batalha. Conte sempre com a gente, viu, meu irmão? Você é um excelente parlamentar, um jovem, um dos deputados mais jovens desta Casa, deputado Guto Zacarias, e já é um exemplo a todos nós. Parabéns, viu, meu irmão?

Eu gostaria de citar aqui também aos nossos irmãos policiais militares que venho recebendo bastante solicitação pelo WhatsApp, pelas redes sociais, a respeito de um projeto, que se encontra no Palácio dos Bandeirantes, sobre o plano de carreira da Polícia Militar. Esse projeto virá posteriormente para esta Casa, que trata do fluxo de carreira dos oficiais, das praças.

Esse anteprojeto, que está circulando nos grupos de WhatsApp, é aquilo ali que está sendo construído, estipulando tempos para o cargo de coronéis, para os subtenentes. É um projeto longo, um projeto que será debatido aqui nesta Casa, discutido, e tenho a certeza de que os líderes de bancadas, que os integrantes de todas as bancadas estarão nos apoiando para que nós possamos reestruturar a carreira dos nossos policiais militares, de soldado a coronel, permitindo uma melhor qualidade de vida a todos eles.

Sr. Presidente, muito obrigado pela tolerância do tempo aqui nesta tribuna. Um grande abraço a todos. Meus irmãos, estamos firmes trabalhando por todos vocês nesta Casa, dentro do Palácio dos Bandeirantes, cobrando o governador de todas as demandas devidas aos policiais do estado de São Paulo.

Muito obrigado.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Dr. Jorge do Carmo.

 

* * *

 

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado, deputado Major Mecca. Seguindo a lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. Tem V. Exa. o uso do tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Só para uma rápida comunicação enquanto o deputado Cortez se dirige à tribuna?

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - É regimental. Vossa Excelência tem dois minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu só queria aqui discordar de uma parte da fala do deputado Mecca, por quem tenho todo o respeito, em relação à disciplina de OSPB. Essa disciplina, na verdade, juntamente com a disciplina de educação moral e cívica, ambas foram colocadas no currículo escolar logo após o golpe empresarial militar de 1964.

Nós passamos por algumas reformas educacionais no Brasil, feitas pelos militares para consolidar, para encucar nos nossos alunos a ideologia de segurança nacional, para legitimar um regime autoritário, o regime da tortura. Foi um regime, uma ditadura sanguinária que matou, torturou, onde a tortura fazia parte da política do Estado brasileiro.

Então, para legitimar, para encucar nos alunos o apoio à ditadura sanguinária dos militares, eles retiraram filosofia e sociologia do currículo escolar e fundiram história e geografia em estudos sociais para neutralizar, para tentar neutralizar o pensamento crítico das nossas escolas, para que nossos alunos se tornassem robôs, para que nossos alunos não tivessem acesso ao pleno exercício da cidadania.

Por isso que essas duas disciplinas foram incluídas no currículo escolar, mas, depois de muita luta, elas foram retiradas, ainda bem, porque tinham essa função de doutrinação ideológica, Sr. Presidente.

Então, conseguimos trazer de volta filosofia, sociologia, aumentar a carga de história, de geografia, que são disciplinas importantes para o desenvolvimento do senso crítico dos nossos alunos, e para que eles conheçam, de fato, as verdadeiras causas das desigualdades sociais e econômicas do nosso País.

Muito obrigado.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Só para complementar a fala do professor Giannazi, se o deputado Guilherme Cortez assim permitir.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Pois não, deputado Major Mecca.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Professor Giannazi, o senhor também sabe do respeito que eu tenho pelo senhor, afinal, o senhor é professor, e todos nós devemos grande respeito aos nossos professores.

A minha fala, ela se diz no sentido de que nós devemos proporcionar aos nossos jovens o conhecimento amplo acerca de tudo o que acontece na política, principalmente o que acontece dentro do ambiente legislativo.

Não, eu não acho comum um jovem, uma pessoa qualquer do povo, quando assiste à TV Alesp e está acompanhando uma sessão plenária nossa, eles não entendem o que está acontecendo, não entendem o que é um o método de votação, não entendem o que é uma verificação de presença, qual está sendo o objetivo de um partido, quando solicita uma verificação de presença, quais são as ferramentas de obstrução utilizadas pela oposição dentro do plenário de uma Casa Legislativa.

A minha fala tem esse sentido, em nós buscarmos construir no nosso País uma Educação que proporcione uma capacidade de discernimento a todos os nossos jovens. O jovem, ele pode escolher se ele vai votar em um parlamentar do partido de direita, de esquerda, ele tem essa liberdade, como nós defendemos a liberdade, mas para isso, para que nós possamos proporcionar condições de discernimento para que o jovem saiba escolher adequadamente, ele deve ter o conhecimento.

Se a matéria, ela deve ter um outro nome, para que a esquerda não se remeta, não precise ficar se remetendo à época do regime militar, porque existe quem tem análises de uma maneira, outros de outra maneira, nós temos que pensar no presente, na Educação dos nossos jovens, que está extremamente deteriorada, que nós precisamos construir.

O objetivo foi esse, professor.

Muito obrigado, presidente, pela oportunidade.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Com a palavra deputado Guilherme Cortez.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, presidente, todos os deputados presentes aqui no plenário, servidores desta Casa, o público que nos acompanha, os estudantes da Etec, mais uma vez, quem assiste a gente através da Rede Alesp.

Presidente, já que entramos no debate sobre ditadura, segunda-feira, primeiro de abril, Dia da Mentira, como não podia deixar de ser, o Brasil vai completar 60 anos de um dia lastimável na sua história, que foi primeiro de abril de 1964. Um dia sombrio, que enfiou o nosso País em 25 anos de um período nefasto, obscuro da sua história, que foi a ditadura militar.

Nesse momento em que alguns tentam reescrever e negar a história do que foi a ditadura, é mais importante do que nunca, como fez o deputado Carlos Giannazi, a gente relembrar que não tem nada para se comemorar e nem para se sentir saudade do período da ditadura.

A ditadura no Brasil foi um regime autoritário, antidemocrático, que perseguiu pessoas por conta da sua opinião política, que estuprou mulheres por conta da sua opinião política, que sequestrou crianças, que assassinou pessoas pela forma como elas pensavam, pela forma como elas queriam que o mundo fosse, pela sua profissão, por ser jornalista.

Não tem nada para se comemorar, para se relembrar de maneira positiva da ditadura militar. Infelizmente, presidente, 60 anos depois daquele triste dia, e daqueles 25 anos autoritários, antidemocráticos, de perseguição, de violência por parte do Estado, 60 anos depois, deputado Suplicy, os criminosos que executaram essas barbaridades em nome do Estado não foram punidos, por conta de uma vergonhosa Lei da Anistia, lá atrás, acordada com os militares no fim da ditadura.

E quando a gente não exorciza os nossos demônios e os nossos fantasmas do passado, eles voltam para nos assombrar no futuro.

Como a gente viu, no dia 8 de janeiro de 2023, quando mais uma vez, 59 anos depois do golpe civil-militar de 64, uma turba de fanáticos alucinados de extrema direita, com a complacência de uma meia dúzia de generais golpistas saudosistas da ditadura - com o incentivo político de políticos, parlamentares, inclusive autoridades que recentemente estavam no governo Federal e com financiamento privado -, tentaram dar um outro golpe, para mais uma vez fraudar a democracia brasileira e instituir um regime de exceção.

Felizmente, essa turba de extremistas, no 8 de janeiro, não teve a mesma capacidade e a mesma força dos militares e de parte da sociedade lá em 64 para instaurar uma ditadura.

Mas eu queria lamentar, Sr. Presidente, o senhor sabe que com muito orgulho fiz campanha para a gente interromper o governo de um saudosista da ditadura e para a gente eleger o presidente Lula.

Não tenho problema nenhum em criticar o governo quando eu acho que o governo erra, porque eu acho que o nosso papel é justamente cobrar o governo para que o governo acerte e dê certo.

Quero lamentar a decisão do presidente Lula de cancelar os atos oficiais do governo federal em alusão aos 60 anos do golpe, porque um país que não conhece a sua história está fadado a repetir no presente e no futuro os erros do passado.

Se a gente não passar a limpo o que foi o período nefasto e terrível da ditadura militar no nosso País, as forças do autoritarismo, da tutela militar, vão continuar se fazendo presentes no nosso País, 60 anos depois.

Estive, no ano passado, em missão oficial pela Assembleia participando das atividades dos 50 anos do golpe no Chile, um país que puniu, que puniu as autoridades e os criminosos da ditadura militar, inclusive o ditador Pinochet.

É um país que tem uma outra cultura, uma outra relação com a sua memória histórica em relação à ditadura. No ano passado eu tive a oportunidade, aqui perto da Assembleia... Convido os deputados a terem essa oportunidade, de visitar a sede do antigo DOI-CODI, que fica atrás de uma delegacia da polícia ali na Tutóia.

É lamentável que um espaço que foi um símbolo da ditadura e que deveria ser ressignificado para lembrar as barbaridades que aconteceram lá. É lamentável que é um espaço que está abandonado, que deveria ser um memorial, e que lamentavelmente o Governo do Estado de São Paulo não colabora para tornar aquele espaço um memorial das atrocidades cometidas pela ditadura.

Presidente, 60 anos depois do golpe de 64 é momento de a gente reafirmar nossa defesa da democracia e dizer que não podemos tolerar anistia para os novos golpistas de 2023, para as pessoas que hoje, depois de tantas mortes, depois de tantos sequestros, de tanta gente que deu a vida para que a gente vivesse em uma democracia, a gente tenha de novo forças políticas neste País ameaçando o nosso direito ao voto, o nosso direito à opinião, o nosso direito a oposição. Sem anistia para os golpistas de 64 e para os golpistas de 2023.

Que a gente reestabeleça a verdade e o lugar certo das coisas no Brasil. O papel das forças armadas não é se meter na política. O papel das forças armadas não é tutelar governo nenhum. Se quiser se meter na política, larga a farda, se candidate, dispute um cargo, dispute eleição e convença a população.

Força armada não é poder moderador nenhum para tutelar governo ou para apitar o que o governo deve fazer ou não. Lamento essa postura de cancelar os atos nessa data tão importante, mas nós seguimos na luta pelo reestabelecimento da verdade e para que a democracia seja uma conquista do povo brasileiro e que não seja ameaçada por nenhum golpista.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado, deputado Guilherme Cortez. Seguindo a lista de oradores inscritos, passo a palavra para o deputado Capitão Telhada.

 

O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Só um minutinho, deputado. Eu vou passar a Presidência para o deputado Major Mecca, porque eu tenho uma reunião na CCJR, e ele vai assumir aqui a Presidência.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Major Mecca.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Com anuência do orador, deputado Guto Zacarias, para uma comunicação.

 

O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, uma breve comunicação, para restabelecer a verdade, mais uma vez, neste dia, que ainda não é o dia da mentira, mas está rolando muita mentira no plenário.

Pela terceira vez, desde o início do meu mandato, eu gostaria de perguntar ao deputado Guilherme Cortez: quem você está tentando enganar? Se algum desavisado passa pelo plenário da Assembleia ou passa aqui pela Assembleia, pela galeria, pode até cair nesse papinho mole do deputado Guilherme Cortez, de que ele é defensor de democracia e é contra a ditadura.

Eu sou contra a ditadura. As duas ditaduras citadas pelo deputado Guilherme Cortez, eu tenho ódio e nojo, que é a ditadura militar brasileira e que é a ditadura chilena. Ódio e nojo. O mesmo ódio e nojo, a mesma repulsa, a mesma ojeriza que eu tenho da ditadura da Venezuela, da ditadura de Cuba, da ditadura da Coreia do Norte e da ditadura do Irã.

Todas estas ditaduras que reprimem todas as liberdades de gays, de mulheres, de gente que defende a liberdade, que são defendidas, não só pelo Guilherme Cortez, mas também pelo partido de Vossa Excelência.

E, não só de ditaduras, mas é também apoiador de grupos terroristas. O partido dele, em vários momentos, já defendeu a existência do Hamas e do Hezbollah, grupos terroristas que eu também tenho ojeriza.

Voltando, mais uma vez, à questão da Comissão dos Direitos Humanos, é uma comissão que não tem quórum desde setembro de 2023. Todas essas vezes, e ninguém dessa comissão pode negar, eu estava presente, mas, infelizmente, essa comissão não deu quórum.

E, dizer que não dá para o deputado Guilherme Cortez dizer que o Regimento desta Casa é antidemocrático. Como pode o Regimento de uma Casa Legislativa ser algo democrático?

É um deputado que mente na tribuna sobre ditadura e democracia. É um deputado que mente na comissão sobre o Regimento da Assembleia ser antidemocrático. É um deputado que já teve projeto recusado aqui, nesta Casa, e disse que a Assembleia era homofóbica.

Então, se a Assembleia é homofóbica e se o Regimento desta Casa é antidemocrático, eu acho que o deputado Guilherme Cortez deveria renunciar ao seu mandato, já que esta Casa é tão ruim ao povo paulista.

E, dizer que... Aos alunos da Etec, eu que fui um aluno também da Etec, deixar um recado muito claro: há deputados nesta Casa, como o deputado Guilherme Cortez, que gostam de fazer um discurso fácil e trabalhar muito pouco, mas há deputados desta Casa que gostam de estudar, que gostam de debater, que gostam de articular e gostam também de aprender o Regimento Interno, principalmente.

Para deixar muito claro que a gente é oposição ao Partido dos Trabalhadores, ao PSOL e para rebater todas as propostas do PSOL.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado, deputado Guto Zacarias. Com a palavra, deputado Capitão Telhada.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Presidente. Uma excelente tarde de quarta-feira a todos os deputados presentes na Casa, a todos os funcionários civis e militares e aos alunos da Etec que nos acompanham nesta tarde pela galeria.

Eu gostaria de iniciar esses primeiros dois minutos falando sobre a carreira do policial militar, principalmente, a qual tenho orgulho de ostentar na minha história, por 19 anos ter servido à Polícia Militar.

Ingressei com 17 anos no Barro Branco, trabalhei por 19 na ativa, sempre na área operacional, e, hoje, há um ano, completado agora dia 15 de março, estamos na figura, na função, na atividade de parlamentar como deputado estadual.

Eu acredito também na democracia e acredito também que todo o cidadão brasileiro tem o direito de exercer a suas atividades políticas, tem o direito a ser candidato, a ser eleito e a colocar o seu nome no pleito.

Por isso que eu repudio, com todas as forças, a intenção macabra que hoje corre e tramita em Brasília de excluir os militares estaduais, federais e os policiais da política, porque é isso que infelizmente acontece.

As pessoas, Sr. Presidente, que vêm lá de uma política antiga, na qual o cidadão não observava o que acontecia e tudo era feito às escuras, têm medo do movimento que acontece hoje no Brasil, no qual policiais militares, com o seu conhecimento, com a sua sensibilidade de trabalhar na rua, de ser o maior agente da democracia, de enfrentar o crime e esticar a mão para o cidadão e ajudá-lo no momento mais sensível da vida dele... Nós temos essa sensibilidade, porque fizemos isso por anos e anos. Nós também temos nos destacados na política brasileira.

Não à toa teve que ir um policial militar lá para o parlamento federal, o Capitão Derrite, para tirar dos arquivos da Câmara dos Deputados o projeto do fim das saidinhas. Não à toa nós temos hoje um militar como governador de São Paulo. Não à toa nós temos um militar que hoje é presidente da Comissão de Segurança Pública, e diversos representantes aqui, no parlamento, policiais e militares.

O que tentam fazer conosco no novo Código Eleitoral, além de impedir a candidatura de militares enquanto na ativa, não é somente isso. Eles querem impedir, inclusive, se o militar, como disse o deputado Guilherme, sair da carreira. Ele ainda não vai poder, se isso for aprovado, se candidatar, porque ele tem que ficar uma quarentena de quatro ou cinco anos fora da carreira para competir.

Isso é justo, isso é democrático? É medo do quê? Interessa a quem esse afastamento dos policiais e dos militares da política? Nós somos cidadãos de segunda categoria? Eu tenho certeza que não, então gostaria de deixar isso bem registrado.

No tempo que me resta, gostaria de dizer que, em que pese nossa bandeira principal ser Segurança Pública, nós somos procurados aqui diariamente por diversos grupos, diversos segmentos da sociedade civil organizada.

No ano passado, em 2023, eu tive o prazer de receber em meu gabinete um grupo de mulheres. Gostaria de deixar registrado aqui o nome das senhoras que me procuraram à época: Débora Shimizu, Andréa Fernandes, Luna de Oliveira, Alessandra Gusmão e Nívea Simono, que fazem parte, junto com a Patrícia Piper, do movimento comunitário e voluntário de mães que lutam pelos cuidados, que lutam pela visibilidade do tema que é justamente a situação da depressão pós-parto, das mães que sofrem com a saúde mental durante a gestação e após o parto.

Muitas delas, 13% de mães, estão na situação de pós-parto e sofrem com a depressão, com a psicose, com a ansiedade, o pânico, inclusive, muitas vezes, chegando a fazer mal a si próprias, tirando a própria vida ou se afundando em uma questão muito prejudicial à saúde delas e da família.

Elas me trouxeram um projeto de lei de acrescentar ao calendário estadual do nosso estado de São Paulo o mês Maio Furta-cor, fazendo uma alusão à furta-cor, que é uma cor que se altera conforme a quantidade de luz que recebe, trazendo visibilidade a esse tema.

Com muito orgulho, ontem aprovamos esse projeto. Eu agradeço ao presidente da Casa, André do Prado, que teve a sensibilidade de colocar em votação diversos projetos que trazem a mãe e as mulheres como tema central. Ontem foi aprovado por unanimidade e irá agora para a aprovação e para a sanção do nosso governador.

É um orgulho muito grande, uma honra, um prazer poder, através do nosso gabinete, tratar não somente do tema Segurança Pública, não somente do tema Saúde, que são os mais caros à nossa sociedade, Educação, mas estender o nosso mandato e o trabalho desta Casa Legislativa a esse tema tão caro a todos nós, até porque viemos todos de uma mulher, a nossa existência se deve a elas.

Então, poder fazer parte, construir uma política pública que traga esse tema à tona para a discussão, para orientação, para a informação, é um prazer muito grande. Muito obrigado a todos que nos trouxeram essa temática. Continuamos à disposição.

Muito obrigado, presidente.

Uma excelente tarde a todos. 

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado, deputado Capitão Telhada. Todos nós sabemos o motivo pelo qual estão querendo ter essa iniciativa na reforma do Código Eleitoral, colocando uma quarentena a todos nós, militares, para participar de uma eleição.

Nós incomodamos na política, nós falamos a verdade e nós mostramos caminhos que melhoram a vida das pessoas, Capitão Telhada, e isso incomoda muita gente.

Dando continuidade à relação dos oradores inscritos, deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Reis. Tem V. Exa. cinco minutos regimentais para o uso da tribuna. 

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem, presidente. Com a anuência do deputado Reis, posso fazer uma comunicação muito breve? 

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - É regimental. Tem a palavra o deputado Guilherme. 

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, presidente. É que realmente nesta Assembleia as coisas estão de ponta-cabeça. O mundo cada vez é um negócio muito louco.

A gente vê parlamentar vir aqui com orgulho, com a cara lavada, e falar: “Eu não participei da reunião da comissão para a qual eu recebo meu salário, para a qual eu sou pago, para a qual as pessoas me elegeram, porque eu ia ter minoria, eu não ia aprovar os meu projetos”.

Isso é um negócio inacreditável. Alguém realmente acredita que esse discurso cola, que a população que elegeu cada um dos deputados que está aqui fez isso para que os deputados não cumpram o mínimo da sua obrigação, que é se fazer presente?

Todo mundo aqui ganha um salário muito bom para fazer isso, deputado Reis. Essa semana eu estive na reunião da Comissão de Administração Pública que não sei há quanto tempo não tem quórum.

Aí hoje, na reunião da Comissão de Direitos Humanos, com 33 itens na pauta, os deputados estavam presentes, mas se retiraram porque ficaram com medo de estar em minoria. É inacreditável, é uma anormalidade democrática.

Isso aqui é um espaço de discussão, não é um espaço de quem está em maioria, está em minoria. Havia 33 projetos na pauta para que se discutisse. Se o deputado fosse contra, se o deputado Mecca fosse contra, quem fosse contra que discutisse, debatesse, convencesse.

Agora, o que não dá para a gente explicar, é para a população que depende desses projetos de lei saírem do papel, serem discutidos, aprovados, sancionados e virarem uma realidade, explicar o seu direito pode esperar. Essa política pública pode esperar o MBL, a direita, ter maioria na comissão. Então, vamos esperar, vamos parar tudo e a gente só vai poder fazer esta Casa funcionar quando os deputados da base do Governo se sentirem confortáveis para trabalhar porque eles vão ter certeza que vão aprovar tudo.

Isso é inacreditável, isso é realmente um desrespeito, um tapa na cara da população do estado de São Paulo, que além de ter os seus parlamentares não cumprindo seu trabalho, ainda tem que ouvir eles falarem que eles estão certos de fazerem isso, que eles estão certos de não irem na comissão, que eles estão certos de escolherem quando vai dar quórum ou não. E enquanto isso o povo do estado de São Paulo fica esperando a gente aprovar projetos de lei.

E daí a gente entende por que a Assembleia Legislativa é malvista pela população, por que os deputados estaduais são malvistos pela população, quando a gente vê o que a Assembleia precisa entregar para a população, precisa aprovar de prático no estado de São Paulo e não acontece por conta desse ritmo da letargia, nem sequer as comissões funcionam porque os deputados da base do Governo só dão quórum quando eles acham que vão aprovar as coisas.

É inacreditável, deputado Reis.

Muito obrigado, deputado Major Mecca.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Tem a palavra o deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, deputado Major Mecca, hoje tem aqui um panfleto, um flyer que está dizendo que a Alesp hoje é delas. Não sei se V.Exa. está sabendo que a Alesp hoje não é nossa e sim delas.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - A Alesp é das mulheres todos os dias.

 

O SR. REIS - PT - Mas aí o presidente fez um dia especial.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Mas são os 365 dias.

 

O SR. REIS - PT - É, todos os dias. E às 16:30 vai ter um coquetel, sorteio de brindes, apresentações musicais: Coral da Alesp, Telma Lovato, Cabo PM Mariana Fontoura lá no Espaço V Centenário. A Alesp é delas todos os dias, conforme já disse aqui o presidente Major Mecca.

E desejar aqui feliz aniversário para o Caio e já cobrá-lo que deveria já ter um bolo aqui para a gente cantar os parabéns, mas você pode frequentar lá esse evento aqui que o presidente organizou para a data de hoje.

Presidente Major Mecca, eu quero aqui também falar do aumento, o reajuste salarial que o prefeito deu para os servidores públicos da cidade de São Paulo. Trinta e sete vereadores, que agora estão sendo considerados inimigos dos funcionários públicos, aprovaram o PL 155, de autoria do Sr. Prefeito, Ricardo Nunes, que deu 2.16% de reajuste para o funcionalismo público municipal.

O reajuste reivindicado pelos servidores municipais é de 16.36% para cobrir a inflação do período, mais as perdas acumuladas e fim do confisco de 14% dos aposentados a pensionistas.

É fato que esta Casa aqui aprovou para os funcionários públicos do Estado o fim do confisco dos aposentados, que mesmo aposentados continuavam descontando cerca de 16% dos seus salários.

A Prefeitura de São Paulo continua, lá não foi revogado, lá continua descontando 14% dos aposentados. Então, existe um confisco na Prefeitura de São Paulo e existe um reajuste insignificante.

Nós temos uma inflação de praticamente mais de 4,5%, o prefeito poderia ter dado pelo menos as perdas que se deram durante 2023, mas ele se limitou a dar dois ponto dezesseis. Os parlamentares do PT, do PSOL e os vereadores Eliseu Gabriel, do PSB, e Jussara Basso, do PSB, também votaram contra o projeto de lei.

A lista dos inimigos do funcionalismo é encabeçada pelo prefeito Ricardo Nunes e em seguida vêm os seguintes vereadores que votaram a favor desse famigerado projeto: André Santos, Atílio Francisco, Aurélio Nomura, Beto do Social, Coronel Salles, Cris Monteiro, Daniel do Posto, Dr. Milton Ferreira, Dr. Nunes Peixeiro, Dra. Sandra Tadeu, Edir Sales, Eli Corrêa, Ely Teruel, Fabio Riva, Fernando Holiday, George Hato, Gilson Barreto, Isac Félix, Janaína Lima, João Jorge, Jorge Wilson Filho, Major Palumbo, Marcelo Messias, Marlon Luz, Milton Leite, Paulo Frange, Ricardo Teixeira, Rinaldo Digilio, Rodolfo Despachante, Rodrigo Goulart, Rubinho Nunes, Rute Costa, Sandra Santana, Sansão Pereira, Sidney Cruz, Thammy Miranda e Xexéu Tripoli, todos os vereadores que votaram contra a reivindicação dos servidores públicos.

É fato que a Prefeitura de São Paulo herdou do exercício anterior R$ 32 bilhões do exercício de 2023, então é uma cidade rica, é uma cidade que tem recursos paralisados nos cofres públicos, engordando os bancos, porque quando as pessoas vão lá pedir empréstimo e o banco faz empréstimo e cobra juros extorsivos, muitas vezes esse dinheiro que está sendo emprestado para essas pessoas é dinheiro público, nosso, dinheiro que está lá nos bancos, dinheiro da prefeitura, dinheiro do Estado.

A prefeitura tem um acúmulo do ano, do exercício anterior, de R$ 32 bilhões e ela já arrecadou em dois meses, em cerca de três meses, praticamente mais R$ 22 bilhões.

Então ela não pode dizer que não teria capacidade econômica para, pelo menos, repassar a inflação para os servidores públicos. Pelo menos a inflação. É uma vergonha o que o prefeito de São Paulo fez com esse reajuste e os vereadores que acabaram seguindo, 2,16 por cento.

“Ah, mas no passado tinha 0,1.” É fato que, inclusive, nós, funcionários do Estado, várias vezes tivemos 0,1, mas em vários momentos que tivemos 0,1 também na prefeitura, e eu acompanhei pelo menos a nossa gestão, do Haddad, nós fizemos programa de cargos e salários.

Os professores, por exemplo, na nossa gestão, tiveram 43% de aumento. Quarenta e três por cento de aumento. Os GCMs tiveram aumento. O nível básico na nossa gestão era R$ 430, era menos que um salário mínimo; foi elevado para R$ 1.190. O nível médio era cerca de R$ 630, foi elevado para R$ 1.390.

Então, deu-se 0,1% para cumprir o preceito constitucional, mas se fez todo um trabalho de cargos e salários, analisando categoria por categoria, para que realmente houvesse uma valorização do servidor público municipal.

E nós estamos esperando também, aqui no Estado, que, e eu já falei, inclusive, na data de ontem para que o Governo do Estado de São Paulo mande o projeto de aumento dos policiais militares, dos policiais civis, dos policiais técnico-científicos, dos policiais penais, mande o projeto de aumento de todos os servidores do estado de São Paulo, que esta Casa aqui, que nós já estamos saindo, estamos entrando no mês de abril, que esta Casa também tem que ajustar os salários dos servidores da Assembleia Legislativa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Só vou fazer a leitura dos oradores, chamar o próximo orador e já passo a palavra para o senhor, Capitão Telhada.

Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Gerson Pessoa. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Ferreira. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. Tem V. Exa. cinco minutos regimentais para o uso da tribuna.

Com a palavra, para uma comunicação, o deputado Capitão Telhada.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Serei breve para não atrapalhar o tempo do deputado Eduardo Suplicy. Primeiro que eu esqueci o nome, quando citei as mulheres que me ajudaram na apresentação do projeto, acabei esquecendo o nome da Patrícia Lafuria. Então está feita aqui a correção e o acréscimo.

Eu estava ouvindo aqui a discussão do deputado Guilherme, democrática, com o deputado Guto, e ele falou dos deputados da base, então eu tenho que me posicionar nessa questão, porque me lembrei de ontem, da nossa sessão extraordinária, quando estávamos votando um projeto do Governo.

É uma estratégia até que frequente e comum da oposição, dos deputados, dos partidos de esquerda, solicitar a todo momento a verificação de presença. Ontem nós tivemos cinco verificações de presença.

Então, se não são os deputados da base aqui nesta Assembleia, nada aconteceria. No ano passado, por exemplo, nós tivemos uma série de projetos aprovados, tanto dos deputados quanto de iniciativa do governo.

E me lembro muito bem, apesar de ser o meu primeiro ano de mandato - estamos aprendendo nesta Casa -, mas basicamente em todos, a oposição só votou quando os deputados da base já tinham completado o quórum, tanto no método de votação quanto nos requerimentos de urgência, quanto na aprovação ou não dos próprios projetos.

Então, é graças à Maioria e aos deputados da base que nós conseguimos executar, dar andamento, tramitar os nossos anseios aqui na Casa, que são os anseios do povo paulista.

Nós somos representantes do povo, somos votados por cada homem e mulher. Então, parabéns à base, que marca presença, que ontem respondeu às cinco verificações, continuamos as discussões, porque os deputados da esquerda se escondem embaixo da escada. É só colocar uma câmera aqui filmando, que vai ver; é até motivo de gozação isso.

Muito obrigado.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem, presidente. É possível fazer uma muito breve comunicação, enquanto o deputado Suplicy...

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Deputado Guilherme, eu poderia conceder a comunicação ao senhor após a fala do deputado Eduardo Suplicy, por conta do tempo?

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Maravilha. Pode ser. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Com a palavra, o deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente, Major Mecca, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tivemos hoje, na Assembleia Legislativa, no auditório Teotônio Vilela, mais uma audiência pública da Frente Parlamentar em Defesa da Cannabis Medicinal e do Cânhamo Industrial.

E, justamente hoje, houve a inauguração da exposição sobre o cânhamo industrial, que justamente eu gostaria até de recomendar a todos os deputados e às pessoas para observarem, visitarem. E vai ficar por um mês.

Depois, essa exposição também vai estar na Câmara Municipal de São Paulo para que conheçamos melhor como é que o cânhamo industrial pode substituir o plástico, pode se tornar material de construção, pode se tornar tecidos, vestidos, roupas, tapetes também.

E sobretudo tem uma qualidade, do ponto de vista da sustentabilidade e de fazer muito melhor, muito bem ao meio ambiente do que os produtos decorrentes do petróleo e outros.

E, por outro lado, nós temos tido uma presença muito significativa de entidades que estão interessadas em expandir a possibilidade de as famílias em geral, inclusive as famílias mais carentes, terem acesso à cannabis medicinal, que é tão importante para melhorar a qualidade de vida, a saúde daquelas pessoas que, por exemplo, tenham doenças tais como o autismo, a Síndrome de Dravet, o Parkinson e tantas outras doenças que atingem as pessoas.

Então, gostaria de dizer que, conforme a reportagem, hoje, do Correio Braziliense, de 26 de março de 2024, “a distribuição de remédios à base de canabidiol pelo Sistema Único de Saúde em São Paulo deve iniciar em maio.

No fim de dezembro do ano passado, o governador Tarcísio de Freitas do Republicanos publicou o decreto que regulamenta o fornecimento de medicamentos à base de CBD e de outros compostos da cannabis medicinal gratuitamente.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, pacientes que fazem tratamento para as síndromes de Dravet, Lennox-Gastaut e para esclerose tuberosa serão os primeiros a ter acesso aos novos fármacos. Em abril serão publicados o protocolo clínico e as diretrizes terapêuticas que irão nortear o trabalho dos médicos.

‘Fizemos extensa análise das informações existentes na literatura e encontramos evidências suficientes para que se possa recomendar para alguns pacientes portadores dessas três condições clínicas (síndromes de Dravet, Lennox-Gastaut e para esclerose tuberosa) produtos derivados de cannabis, especificamente o canabidiol.

Esses produtos fazem parte de um grupo de medicamentos já aprovados pela Anvisa. Esperamos que nos primeiros meses de 2024 nós já possamos beneficiar esse contingente de pacientes’, explica José Luiz Gomes do Amaral, assessor técnico da Secretaria de Saúde.

O deputado Caio França, autor da lei estadual que prevê a distribuição de medicamentos à base de canabidiol no SUS, diz que a iniciativa é um começo e que agora a luta é pela inclusão para que mais patologias possam ter o tratamento. ‘Estamos trabalhando para democratizar o acesso a esses medicamentos’, disse o deputado Caio França.

A regulamentação da distribuição de canabidiol é vista como importante, pois minimiza os impactos financeiros da judicialização e, sobretudo, garante a segurança dos pacientes, considerando protocolos terapêuticos eficazes e aprovados pelas autoridades de Saúde.

‘As ações judiciais impactam diretamente o orçamento público da Saúde pública, privilegiando direitos individuais em detrimento das políticas públicas estabelecidas no SUS.

Além disso, obrigam o Estado a fornecer produtos sem registro na Anvisa, delimitação de dose de segurança, evidência de eficácia, indicação terapêutica ou controle clínico do uso’, aponta o governo de São Paulo.”

Eu espero que haja um avanço muito significativo na forma segundo a qual os produtos da cannabis medicinal possam ser de livre acesso a todos que frequentam o Sistema Único de Saúde.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem! Encerrado o Pequeno Expediente. Deputado Guilherme Cortez.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Para uma breve comunicação, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Vossa Excelência tem dois minutos.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, fazendo coro com suas palavras, lamentar também a deplorável rejeição do reajuste salarial dos servidores daqui de São Paulo pela Câmara Municipal. O mesmo acontece na minha cidade, em Franca.

Quero me solidarizar com os servidores municipais de Franca. Na sessão da câmara dessa semana foi aprovada a proposta vergonhosa, imposta pelo Governo, de reajuste salarial dos servidores, que não concede qualquer reajuste real. Apenas repõe as perdas da inflação, e sequer dá um reajuste digno no vale-alimentação dos servidores.

Eu lamento muito. Porque os servidores públicos, nós sabemos que são aqueles responsáveis por fazer serviços essenciais para a população funcionar. Então, se você precisa de uma UBS, precisa de uma creche municipal, precisa de acesso a uma escola municipal, ao transporte público, a um CRAS, assistente social, você tem contato e vai ser atingido, impactado pelo serviço de um servidor público.

Para que a gente possa esperar que esses trabalhadores prestem esse serviço com a mais alta qualidade - porque é isso que quem é atendido pelo serviço público merece - o mínimo é que esses servidores sejam valorizados adequadamente.

Então sequer a gente conseguir em Franca, São Paulo, em tantas cidades do País, dar o mínimo de reajuste real para o salário desses servidores, é um total desestímulo, desincentivo, de governos que não se importam com a qualidade do serviço público.

Portanto, quero me solidarizar com os servidores municipais de Franca. E lamentar a postura da prefeitura que, durante os quatro anos de mandato que teve à frente da prefeitura, não buscou dialogar com os servidores, para construir uma proposta de reajuste digna e adequada. Esse ano foi a mesma coisa, lamentavelmente, com a anuência da Câmara Municipal.

Espero que, no próximo ano, a gente possa ter uma gestão municipal que, de fato, valorize, respeite e reconheça o trabalho que nossos servidores prestam todos os anos.

Presidente, para concluir mesmo, também quero lamentar um caso lamentável de racismo que aconteceu durante uma partida do campeonato sub-15 de basquete aqui em São Paulo entre o Sesi Franca - que é um dos maiores times, o maior time de basquete do país, da minha cidade, de que tenho muito orgulho -, e o time do Palmeiras.

Mais uma vez, a gente tem um relato de um caso de racismo em uma competição esportiva. A gente não pode tolerar que as quadras, que os ambientes esportivos sejam espaços livres para a intolerância, para a violência, para o preconceito, para a discriminação.

Então, quero me solidarizar com a Luana Leopoldo, a pessoa que foi vítima das ofensas racistas, e colocar o nosso mandato à disposição. Estamos acompanhando esse caso para que as pessoas responsáveis sejam identificadas e punidas. A gente não pode tolerar esse tipo de coisa em espaço nenhum, sequer no esporte.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, para falar pelo Art. 82 como vice-líder do PL.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental, V. Exa. tem o tempo de cinco minutos.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vejo de forma interessante o mundo político e o próprio setor da imprensa falando a respeito da prisão de Bolsonaro, que foi lá no Consulado da Hungria dormir lá, sei lá o quê.

Espera aí. Agora pegou no Brasil a mania de se prender político. Deputado Reis, V. Exa. que é policial sabe muito bem que, quando a polícia começa a querer agir, em determinado momento, politicamente, é problemático. É problemático, porque se começa a achar... “Não deu a vacina? Então vamos tentar o consulado. Não deu isso? Vamos tentar outra coisa”.

Eu sempre fui contrário a tudo isso. Eu acho que é errado. Vi o presidente Michel Temer ser cercado pela Polícia Federal no carro dele, um homem de quase 90 anos, homens com fuzil na mão, como se o ex-presidente Michel Temer fosse um dos maiores assaltantes e estivesse super armado, não é? Foi em via pública, foi parar na cadeia. E um monte de político vai parar na cadeia. Se deve, tem que ir mesmo, né? Agora, depois solta e não se prova nada.

Vejam o presidente Lula. É o atual presidente do Brasil, está hoje com o presidente francês. Ficou quase 600 dias na cadeia. O presidente Lula é culpado ou é inocente? O Supremo Tribunal Federal, o mesmo que está aí baixando determinação contra o Bolsonaro para todo lado, o condenou. O Lula foi condenado em três, quatro instâncias e depois o mesmo Supremo o absolveu: “Vai disputar eleição, não deve mais nada”.

Vimos o Moro virar herói nacional, deputado Reis. Em todas as revistas, ele andava pelo mundo todo, igual o nosso ministro Alexandre de Moraes, nas capas como aquele que faz justiça, que combate a todos. É o “paredão”, todo mundo é o “paredão”. E hoje está prestes a ser cassado.

Da mesma forma, o Dallagnol, o promotor público. Então, eu acho que estão usando a Justiça brasileira, usando a polícia, o próprio Ministério Público, o Poder Judiciário, trabalhando politicamente.

Então, vejam o absurdo. Todo dia: vão prender o Bolsonaro porque ele foi ao Consulado da Hungria e dormiu lá? Qual é o crime? Qual é o tipo de crime? Eu não sei, mas é o dia inteiro a imprensa falando isso.

A denúncia do Mauro Cid? O Mauro Cid era um capitão, um ajudante de ordens, como o próprio presidente da Casa tem. O governador tem, prefeitos têm. É um capitão que anda com a mala do presidente, marca as audiências, acompanha. Sabe tudo de muitas coisas? Sabe, mas não influencia nada. Não é ele que tem capacidade para definir ou decidir alguma coisa.

Mas não, deixam o cara preso por não sei quantos dias e aí delação premiada. Vai lá o cara falar e depois ele fala na revista “Veja” - está lá - que o obrigaram a falar tudo aquilo lá. Não adiantava ele falar nada, o que a Polícia Federal queria ouvir era aquilo, que o ministro Alexandre de Moraes já tem a condenação, quem ele vai condenar. Foi ele que falou, não sou eu.

Então, são certas coisas que a gente não consegue entender. Caso Marielle Franco, agora, mesma coisa, tem dois caras presos lá, três, prenderam um delegado. Eu não sei se pode prender um delegado.

Vossa Excelência foi investigador. Você investigou mal, você entra em cana. Eu não sei. Eu juro por Deus, para mim é um absurdo. Eu não sei se o delegado faz parte de quadrilha. Agora, se ele não conseguiu descobrir ele entra em cana, ele vai preso? Vai preso, vai preso direto.

Os outros dois lá. Tem que provar o que eles falaram. Porque também, aqui entre nós, a preocupação é a seguinte, qualquer bandido pode falar qualquer coisa de qualquer um de nós, até de mim.

O cara está em cana, está ferrado mesmo, não vai sair, mas foi ele que matou, foi provado que ele matou. Ele está dando o cara errado, ou certo, que mandou ele matar? Espero que seja.

Porque senão nós teremos mais uma injustiça. A do delegado, honestamente, não entendi nada. Pode ser, se provar que o delegado ajudou, participou do assassinato. Agora, o cara investigou mal, investigou errado?

Então, realmente, a gente fica meio de orelha em pé, em todos os sentidos. A gente quer justiça, mas não pode ser na palavra de uma pessoa, tem que ser apurado e provar realmente que a pessoa cometeu o crime, senão qualquer um pode ser detido em casa a qualquer momento, porque alguém falou alguma coisa.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Havendo acordo de lideranças, solicito a V. Exa. para levantar a sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o requerimento de Vossa Excelência. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantar os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão. Tenham todos uma excelente tarde.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 15 horas e 12 minutos.

 

* * *