25 DE ABRIL DE 2024
53ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: REIS, EDUARDO SUPLICY,
CAPITÃO TELHADA e PAULO MANSUR
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - REIS
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h13min. Critica o
governo estadual por vetos a projetos aprovados nesta Casa.
2 - EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência.
3 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
4 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY
Endossa o pronunciamento do deputado Reis.
5 - CAPITÃO TELHADA
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - REIS
Assume a Presidência.
7 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - CAPITÃO TELHADA
Assume a Presidência.
9 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - GIL DINIZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
11 - PAULO MANSUR
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - GIL DINIZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
13 - PAULO MANSUR
Assume a Presidência.
14 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
15 - GIL DINIZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
16 - EDUARDO SUPLICY
Para comunicação, faz pronunciamento.
17 - CAPITÃO TELHADA
Por inscrição, faz pronunciamento (aparteado pelo deputado
Eduardo Suplicy).
18 - GIL DINIZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
19 - GIL DINIZ
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
20 - PRESIDENTE PAULO MANSUR
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do dia 26/04, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão
às 16h01min.
*
* *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Reis.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Presente o número
regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Bom, eu quero, na abertura desta
sessão, do Pequeno Expediente, repercutir os vetos. O “vetador-geral” do estado
voltou a atacar com a sua caneta, e eu achei muito interessante que agora ele
está justificando melhor os seus vetos. Porque quando que o governador pode
vetar um projeto? Quando for inconstitucional e quando ferir o interesse
público.
O deputado Mauro Bragato apresentou um
projeto que eu achei interessante. É um projeto que trata do Dia Estadual para
a Redução dos Desastres Naturais, a ser comemorado anualmente em 18 de
fevereiro.
O governador fez a sua exposição para
justificar o veto. Na sua exposição para justificar o veto, ele fala que já
existe... Por exemplo, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas
instituiu-se o dia 13 de outubro como o Dia Internacional para Redução dos Desastres
Naturais; e o Decreto Federal nº 10.640, de 26 de setembro de 2005, instituiu a
segunda semana de outubro como a Semana Nacional de Redução de Desastres.
Mas o que o deputado Mauro Bragato quis
instituir não seria, vamos dizer assim, passível de veto, porque é uma data
comemorativa. Ele fez esse projeto, o Dia Estadual para a Redução dos Desastres
Naturais, por conta do que aconteceu no dia 18 de fevereiro, um sábado de
Carnaval.
Mais de 65 pessoas morreram, são os
dados da Defesa Civil, está na justificativa do projeto dele, vítimas que foram
confirmadas em São Sebastião e Ubatuba, por conta daquela tragédia que
aconteceu lá. Por conta disso que ele apresentou esse projeto.
Mesmo tendo essa questão que o
governador traz na sua justificativa de veto, eu entendo que não teria problema
nenhum nós termos o dia 18 de fevereiro, conforme diz aqui o projeto do
deputado Mauro Bragato, como o Dia Estadual para a Redução dos Desastres
Naturais, mas ele vetou sem dó.
É o que eu tenho dito, que o governador
deveria discutir mais com os deputados
e as deputadas. Eu acho que a liderança aqui deveria conversar mais para não
acontecer isso, que é muito chato quando você faz o seu projeto, tramita o seu
projeto e depois ele acaba sendo vetado.
Agora nós temos oradores presentes, eu
vou correr a lista. Eu vou pedir primeiro para o deputado Suplicy assumir a
Presidência, porque eu estou na lista para falar antes do deputado Suplicy. Eu
quero continuar esse debate sobre os vetos, deputado Suplicy. Vossa Excelência
assume a Presidência e depois a gente reveza, eu subo aqui e V. Exa. desce e
fala.
Por conta de que hoje a participação
dos parlamentares aqui no plenário está um pouco baixa, vou pedir para o
deputado Suplicy assumir a Presidência e eu vou descer para fazer o uso da
tribuna, porque eu quero continuar esse assunto dos vetos.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Eduardo
Suplicy.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus
cumprimentos ao deputado Reis por sua persistente frequência aqui nas sessões
do Pequeno e Grande Expediente nas sessões da Assembleia Legislativa. Tem a palavra agora no Pequeno Expediente
o Delegado Olim. (Pausa.) Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Thainara
Faria. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Professora Bebel. (Pausa.)
Dani Alonso. (Pausa.) Dr. Elton. (Pausa.)
Deputado Reis, tem a palavra pelo tempo
regimental.
O
SR. REIS - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar o presidente, deputado Suplicy.
Cumprimentar os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Civil, da
Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica. Cumprimentar
também todos aqueles e aquelas que estão nos acompanhando pela Rede Alesp.
Presidente
Suplicy, eu fiz a abertura hoje da sessão falando que o “vetador-geral” do
estado atacou novamente os projetos dos Srs. Deputados e das Sras. Deputadas, e
estava falando do projeto do deputado Mauro Bragato. O deputado Mauro Bragato
apresentou um projeto, que é o Projeto 235. Ele apresentou o projeto dizendo
que o dia 18 de fevereiro seria o Dia Estadual para Redução dos Desastres
Naturais.
Olhe, não é
inconstitucional o projeto, não fere o interesse público. O fato de ter outras
entidades que consideram outras datas, como a questão que ele, na sua
justificativa de veto, fala do Dia Internacional para Redução de Desastres
Naturais, no dia 13 de outubro...
Mas o deputado
Mauro Bragato, ele pegou essa data, o dia 18 de fevereiro, por conta da
tragédia que aconteceu em São Sebastião e em Ubatuba, e uma coisa não atrapalha
a outra.
Então, o fato
de ter o dia 18 como uma data estadual não é inconstitucional e não fere o
interesse público. O governador vetou porque ele tem prazer em vetar. Ele tem
prazer em desmontar a produção legislativa das Sras. Deputadas e Srs.
Deputados.
Por isso que eu
dei o título para ele, além de outros títulos, como o caso de corretor. Em que
pese ele não tenha registro no Creci para vender os imóveis, ele exerce de
forma irregular a profissão.
Então, esse
título eu dei porque uma pessoa que põe tudo para venda é porque quer se
colocar como corretor de imóveis, e vetador porque ele veta todos os projetos
das Sras. Deputadas e Srs. Deputados. E criei também aqui o dia 28 de setembro,
Dia do Veto. Esse projeto está tramitando, e eu espero que ele não vete o Dia
do Veto. Dia 28 de setembro é o Dia do Veto.
Um outro
projeto que ele vetou é do Xerife do Consumidor, Jorge Wilson Xerife do Consumidor,
que trabalha nesta Casa como se fosse um leão. Ontem ele conseguiu aprovar um
projeto para entrega das terras devolutas para os fazendeiros, em nome do
governo.
Já vinha há
várias sessões, não se conseguia aprovar esse projeto. Então ele trabalha como
um leão, mas o governo tratou como um leão desdentado quando ele fez esse veto.
Porque sabem todos que um leão desdentado, se ele morder, não vai machucar
tanto.
Então, é esse o
tratamento que o governador deu para o Jorge Wilson Xerife do Consumidor quando
vetou o PL 460, e a única coisa que o Xerife do Consumidor está propondo é
colocar a denominação no Cecap de Mamonas Assassinas, a estação Guarulhos.
Então, ele está
querendo colocar, por conta da história dos Mamonas Assassinas, ele quer
colocar, fazer essa homenagem aos Mamonas Assassinas, colocar lá na estação de
Guarulhos o nome de Estação Mamonas Assassinas.
E o governador,
ele faz uma viagem, ele faz um contorcionismo para poder vetar, ele faz um
contorcionismo desnecessário, e eu tenho aqui um decreto do governador Márcio
França que deu o nome à estação da Liberdade. Ele colocou lá Japão, a estação
ficou “Japão-Liberdade”. Um decreto do governador.
Eu já vi outros
projetos aqui sendo vetados dizendo que não, porque é uma empresa de economia mista,
e não caberia aprovar um projeto de lei. Bom, no caso do Jorge Wilson, o que o
governador poderia fazer? Editar um decreto colocando o nome lá de Mamonas
Assassinas.
Ele poderia
dizer: “olhe, deputado, em que pese que V. Exa. fez esse projeto, acho
meritório, pela história dos Mamonas Assassinas, mas eu não posso aprovar, dar
sanção ao seu projeto. Mas eu vou editar um decreto, assim como fez o
governador Márcio França com relação à estação do metrô da Liberdade,
acrescentou lá a palavra Japão”.
Isso foi feito
quando a princesa Mako, filha do Imperador Akihito, esteve aqui no Brasil por
conta dos 115 anos da imigração japonesa, eles colocaram o nome Japão na
estação da Liberdade e colocou por decreto.
Então o
governador poderia sim editar um decreto e dar o nome lá para essa estação de
Guarulhos de Mamonas Assassinas e não fazer esse contorcionismo que ele fez
para poder vetar, colocando lá: “Submetido ao regime jurídico de direito
privado, nos termos do Art. 173, § 1º, inciso II, da Constituição Federal, a
empresa detém autonomia para gerir os bens que integra o seu patrimônio.
O governo faz
parte do controle da empresa. Ele tem o controle acionário, dentre os quais se
incluem suas estações, que não se equiparam a prédios ou repartições públicas
para fins da Lei nº 14.707, de 8 de março 2012, que dispõe sobre a denominação
de prédios, rodovias e repartições públicas estaduais.
“Se ao poder
público é facultado intervir na atividade social de suas empresas, essa atuação
deverá se efetivar, se for o caso, por intermédio dos representantes que mantém
nos órgãos diretivos próprios para atender a proposição específica do
governador” Ele está dizendo que a direção pode atender as proposições do
governador - a quem compete a direção
superior da administração estadual.
Então ele está
falando: “Eu sou o chefe da administração estadual e eles têm que se submeter a
mim”. Então é sim possível que o governador pudesse fazer por decreto e colocar
o nome Mamonas Assassinas nessa estação e não tratar o Xerife, o Jorge Wilson
Xerife do Consumidor, da forma que ele tratou com esse veto, da forma que ele
fez o veto e da forma que ele escreveu. Porque ele está dizendo aqui que o
Xerife não sabe legislar - se a gente for ler na íntegra o que que o governador
está falando.
Não posso
concordar com isso. Não posso concordar de forma alguma com essa falta de trato
com os deputados estaduais e com as deputadas estaduais. Não posso! Tinha um
outro veto que eu queria repercutir, Sr. Presidente, mas como eu não tenho mais
tempo, volto a tribuna para continuar, que é o veto do Projeto nº 1.674, de
2023, do deputado Vinicius Camarinha.
O deputado
Vinicius Camarinha é um fiel escudeiro do governador aqui nesta Casa, um fiel
escudeiro. Então, mas nem os escudeiros do governador são perdoados, o que dirá
nós, que somos da oposição? O que dirá nós?
Se ele veta o
projeto do Xerife do Consumidor, se ele veta o projeto do Mauro Bragato... Que
ontem ficou lá a gente debatendo, lendo o voto lá do projeto da Educação por
horas e a gente percebe a dificuldade que eles têm, mas ele está ali. Mesmo
assim o governador trata a sua base dessa forma. Não posso concordar, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus
cumprimentos, caro deputado Reis. Inclusive por analisar os vetos de pessoas
dos mais diversos partidos, inclusive da base governamental. Então agradeço se
o deputado Reis puder assumir a Presidência.
Então tem a palavra agora o deputado
Conte Lopes. (Pausa.) A deputada Beth Sahão. (Pausa.) Dr. Eduardo Nóbrega.
(Pausa.) Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Enio Tatto.
(Pausa.) Rogério Santos. (Pausa.) Teonilio Barba. (Pausa.) Leci Brandão.
(Pausa.) Rui Alves. (Pausa.) Carla Morando. (Pausa.) Capitão Telhada. O Capitão
Telhada está presente.
Tem a palavra pelo tempo regimental.
O
SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Boa
tarde, Sr. Presidente, deputados presentes - na verdade dois deputados, três:
eu, deputado Reis, deputado Eduardo Suplicy - nesta tarde de quinta-feira.
Estamos aqui na Assembleia para ecoar algumas notícias recentes.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Reis.
* * *
Primeiro, que
eu gostaria de falar que o julgamento, a votação acerca da derrubada dos vetos
lá em Brasília, no governo federal, foi adiada para o dia 18 de maio, se não me
engano, e a gente em todo o Brasil, não é diferente aqui na Assembleia
Legislativa.
Esperamos
atentamente, torcendo e trabalhando para que principalmente o veto do
presidente da República sobre o término das saidinhas temporárias de presos
seja derrubado pelo Congresso Nacional, seja derrubado pela Câmara dos
Deputados, e a vontade popular, enfim, de ver essa vergonha nacional que é a
saidinha temporária de presos ser findada e ser extinta da nossa realidade
criminal do Brasil.
O preso, o
condenado, ele vai para a cadeia para pagar pelo que fez. Ele foi punido e vai
pagar pelo que fez. Ele não pode ser solto cinco vezes ao ano, em cinco datas
comemorativas, em que cinco por cento não voltam para a cadeia.
Dessa maneira,
milhares, milhares e milhares de presos condenados são soltos pelo estado
anualmente, novamente vindo a delinquir, agredindo e lesionando nosso
patrimônio e nossa vida, a vida da nossa gente brasileira, da nossa população
de bem. Então esperamos atentamente, e tenho a certeza de que esse veto será
derrubado pelos deputados que são os representantes do povo lá em Brasília.
Eu gostaria de
ecoar aqui uma notícia, um vídeo que chegou até mim nesta data e está rodando
todos os aplicativos, todos os Whatsapps, uma situação vexatória e vergonhosa,
e eu não posso me furtar do dever de trazer isso ao público e colocar
publicamente e oficialmente o meu repúdio e a minha abominação a esse tipo de
situação.
Antes de falar,
eu gostaria de colocar um vídeo que eu passei para o Machado acerca de um
aniversário de um rapper chamado Mano Brown esta semana na periferia de São
Paulo, Capão Redondo, não é, Suplicy?
Foi o
aniversário, Eduardo Suplicy acho que esteve lá presente. Está circulando um
vídeo hoje. Legal, ótimo, aniversário, festa, periferia, tranquilo. Mas vamos
assistir ao vídeo e ver quem também estava lá nesse aniversário. Por favor.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Segue lá a
festa de aniversário tranquila, roda de samba, o aniversariante. Mas aí já
vemos um indivíduo com um cigarro duvidoso na mão. Opa. Volta um pouquinho para
a gente, Machado. Volta o vídeo.
Eu vi alguém
ali, por gentileza, volta do início, se possível. Eu vi alguém aí. Eu vi alguém
aí. Nosso ouvidor das polícias, Claudinho Silva. Pode soltar. Claudinho Silva
lá no aniversário do Mano Brown, com pessoas ao lado dele com drogas nas mãos,
com cigarro de maconha em mãos.
Pode deixar
continuar o vídeo. A comunidade presente, bacana, bonito. Pode deixar rolar. E
aí a gente vai ver agora dois indivíduos com a bolsa na mão, uma pochete na
mão, esse aí, de novo, maconheiro. E aí, dois indivíduos agora vão aparecer com
a pochete na mão, com invólucro plástico, de maneira muito clara aí, olha,
preparando a maconha.
Provavelmente
quem estava vendendo, quem estava passando ali, para esse estilo de camarote,
esse estilo de local aí mais alto, separado, bem próximo da banda, vai passar
novamente a pochete na mão, um indivíduo com várias parangas ali, vários
invólucros plásticos. Novamente. Olha lá. Paranga na mão, dichavador,
novamente. Ainda mostra, ostenta, o cigarro de maconha. A moça do lado usando
também.
Uma vergonha.
Senhores e senhoras, que vergonha. Que vergonha. Eu, não só como parlamentar,
não só como policial, como cidadão paulista... Que vergonha ter um ouvidor das
polícias em meio a pessoas utilizando droga, passando droga claramente. Tráfico
de drogas rolando solto na cara de uma pessoa que tem uma função pública. Eu
não estou nem aí quem quer usar droga, quem quer cheirar ou quem quer fumar. Eu
quero é que se dane.
Agora, a partir
do momento em que a pessoa se vê em uma função pública de ser ouvidor das
polícias e vai a um ambiente, se permite estar em um ambiente onde está, de
maneira aberta, o uso de drogas, que ainda é crime aqui no Brasil. Ainda é
crime e vai continuar sendo, porque a PEC vai passar lá no Senado.
Se permite
estar em um ambiente desses, que moral tem a partir de agora para apontar
qualquer atitude, qualquer desvio que viesse a ter conhecimento? Que moral tem
para exercer a sua função a partir de então? Que condições tem, éticas e
morais, o ouvidor da polícia de São Paulo a partir de agora de exercer a sua
atividade como ouvidor das polícias?
Esse vídeo já
está rodando geral, em toda a população. Se não estava sabendo, agora vai
ficar, presidente, porque eu gostaria que tudo o que eu disse aqui no meu
discurso fosse encaminhado para a Secretaria de Segurança Pública, para a
ouvidora da polícia e para o Governo do Estado de São Paulo. Todos estão
sabendo, isso está público e notório.
Não tem
condições morais e éticas alguma o ouvidor de São Paulo de permanecer no cargo.
Ele já tomou parte, ele está parcial. Como pode exercer a sua atividade a
partir de agora? Senhores e senhoras, quem me assiste em casa, providências
também - para encerrar, presidente - estão sendo tomadas aqui na Assembleia
Legislativa nas questões documentais, legislativas e jurídicas.
Isso não ficará
apenas no vídeo, não ficará apenas na rede social. Isso será oficializado. Todo
o nosso repúdio, a nossa indignação. Juridicamente, serão verificadas todas as
ferramentas que a gente tem a partir de agora para tornar incapaz de exercer o
seu cargo, pelas suas próprias atitudes, o ouvidor Claudinho Silva, ouvidor das
polícias de São Paulo.
Obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Defiro o pedido de V.
Exa. para que as notas taquigráficas sejam encaminhadas para o governador, para
o ouvidor. E para qual outro órgão, deputado?
O
SR. CAPITÃO TELHADA - PP - (Fala fora do
microfone.)
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Ok. Continuando a
lista de oradores, chamo para fazer uso da palavra o deputado Carlos Giannazi.
(Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado
Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Rodrigo
Moraes. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Daqui a pouco me sentirei responsável por fazer uma
reflexão sobre o pronunciamento do Capitão Telhada. Mas eu gostaria de, em
primeiro lugar, enaltecer algo que eu recomendo a todos os deputados, todos os
94 deputados, para que possam assistir ao filme “Dorival Caymmi - Um Homem de
Afetos”.
Eu estive na
pré-estreia ontem. Desde a primeira cena e canção de Dorival Caymmi, fiquei
emocionado ao assistir ao filme, brilhantemente dirigido por Daniela Broitman,
“Dorival Caymmi - Um Homem de Afetos”.
Ficamos com
vontade de cantar com ele e a plateia as canções tão belas como “O mar”, “O que
é que a baiana tem?”, “Samba da minha terra”, “Maracangalha” e tantas outras
que aprendemos a cantar desde crianças. Imagens lindas da Bahia acompanham o
ritmo. Gilberto Gil, Caetano Veloso e tantos outros artistas, como Tom Jobim.
Eu recomendo fortemente a todos. Está no cinema “Espaço Itaú”.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Capitão Telhada.
* * *
Eu vim agora do
ato que pede justiça para o imigrante senegalês Talla Mbaye, um jovem senegalês
que morreu em uma ação da Polícia Militar caindo do prédio em que ele morava na
rua Guaianases, Campos Elísios, na noite do dia 23, terça-feira. Desde o
início, eu e minha assessoria estamos acompanhando os acontecimentos.
É importante
que haja uma investigação apurada sobre os fatos. Recebemos várias denúncias
dos moradores dessa ocupação de que os agentes da Segurança Pública,
cotidianamente, têm entrado no prédio sem mandado judicial. Foi o que aconteceu
na noite da trágica morte de Talla Mbaye.
No boletim de
ocorrência, o próprio delegado descreve como estranha a entrada de policiais
sem mandado. Essa ocupação é majoritariamente habitada por imigrantes de origem
africana, e é importante chamar a atenção para o caráter racial da
vulnerabilidade em que se encontram.
Embora seja
pouca discutida, sabemos que a xenofobia, ou ódio e rejeição a estrangeiros,
especialmente daqueles e daquelas que não são oriundos da Europa, é uma triste
realidade em nosso País.
Infelizmente, a
rejeição e a discriminação de estrangeiros não-europeus se somam ao racismo
estrutural atuante em nosso País e ganham contornos mais trágicos, como o
assassinato e o espancamento de Moïse Kabagambe, refugiado político congolês,
de 24 anos, que vivia e trabalhava no Rio de Janeiro, e do frentista angolano,
João Manoel, de 47 anos, assassinado em Itaquera, zona leste de São Paulo, em
2020.
Infelizmente,
Talla Mbaye é mais uma vítima. Esses crimes evidenciam uma realidade, no
mínimo, preocupante, sobre o tratamento que estrangeiros de origem africana ou
não-brancos sofrem no Brasil diariamente. Isso inclui desde agressões e assassinados
jamais solucionados, a trabalho análogo à escravidão, criminalizações,
injustiças institucionais e outros casos tristes relatados.
Por isso, é
fundamental que se apure o ocorrido com Talla Mbaye, mas também que sua trágica
e triste morte venha a promover uma atuação mais comprometida do Poder Público,
para solucionar o desamparo de políticas públicas em que se encontra toda a
comunidade africana em São Paulo, em especial na região central da cidade.
Os agentes
públicos de Segurança devem atuar de forma a garantir a vida e a integridade
física das pessoas da mesma forma, sejam elas brancas ou negras, refugiadas ou
não, suspeitas ou não. Eles devem agir em qualquer caso, dentro dos limites
legais, antes, durante e depois de qualquer ocorrência.
Portanto, eu
expresso aqui a minha solidariedade, solicitando justiça para Talla Mbaye.
Agradeço, Sr. Presidente, se puder ser autorizado um brevíssimo... Sr. Machado,
se puder passar um vídeo.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Aí está um
exemplo da forma de atuação policial, que
muda de acordo com a cor e a condição social do suspeito. As imagens mostram
uma cena cotidiana absurda. Os agentes policiais não têm escuta para as pessoas
envolvidas na ocorrência. O policial aperta o pescoço, joga spray de pimenta
nos olhos do suposto suspeito que, na verdade, era a vítima da ocorrência,
quando ele já está imobilizado.
São os dados do Fórum Brasileiro de
Segurança Pública que apontam que os negros têm sido o principal grupo vitimado
pela violência, independentemente de ocorrência registrada, mas chegam a 83,1%
das vítimas das intervenções policiais. Avalio que reconhecer os abusos da
polícia e a forma como o racismo estrutural marca sua atuação é um passo
importante para que possamos melhorar a sua atuação.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE
- CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado, deputado Eduardo Suplicy.
Dando continuidade à lista do Pequeno Expediente, convidamos o deputado Jorge
Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Felipe Franco. (Pausa.) Deputado
Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado
Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputada Ana Perugini.
(Pausa.)
Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputada Marina Helou.
(Pausa.) Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputada
Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado
Danilo Balas. (Pausa.) Deputada Leticia
Aguiar. (Pausa.)
Dando início à Lista Suplementar, convidamos o deputado
Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
(Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.)
Deputada Professora Bebel.
(Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos.
(Pausa.) Deputado Reis. Tem V. Exa. o tempo regimental do Pequeno
Expediente.
O SR. REIS - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Volto à tribuna para continuar
repercutindo os fatos que acontecem em nosso estado. Quero dizer para o
deputado Capitão Telhada que eu não tenho procuração do Claudinho para
defendê-lo, mas, quanto à questão do uso de fumar a maconha, sabe que o uso de
droga foi despenalizado. É verdade que não foi descriminalizado.
Qual que é a pena para quem usa a
droga? Admoestação verbal, multa, prestação de serviço à comunidade. Acabou.
Não existe pena de prisão para quem usa droga. E mesmo essa pena que foi
estipulada no Art. 28 da Lei 11.343 é de difícil aplicação, porque a lei diz
que tem que levar à presença do juiz, deverá ser conduzido ao juiz, à presença
do juiz.
Já pensou aquela Cracolândia toda
sendo levada à presença do juiz? Porque, em tese, a polícia tinha que pegar
todo mundo e levar à presença do juiz, porque eles estão fazendo uso de droga.
Então é uma lei que não tem
aplicabilidade, por mais que a gente queira discutir, e é isso que o Supremo
está analisando. O Congresso propôs essa PEC, mas mesmo o Congresso propondo
essa PEC, alterando o Art. 5º, vai haver dificuldade na aplicabilidade da lei.
Imagina: o usuário de droga não tem
endereço fixo, ele perambula pelas ruas de São Paulo. Então, sobre o fato de o
Claudinho estar em num evento social e que alguém está usando droga, o
Claudinho não é policial, ele não é investigador, não é delegado, não é policial militar.
Ele foi
convidado para uma festa de aniversário e foi. Ele não tem a função de sair
prendendo as pessoas, quem tem que prender é a polícia. Agora, a polícia, para
chegar lá, primeiro teria que ter um mandado de prisão, teria que ter uma
investigação. Então também a aplicação da lei não é uma coisa tão simples, não
é tão simples quanto parece ser. Mas, conforme eu disse para V. Exa., eu não
tenho procuração para defendê-lo.
Com relação às
saidinhas, o presidente vetou a saidinha daqueles que estão no semiaberto.
Imagina: quem está no semiaberto já sai para trabalhar, já sai para estudar e
não poderia então visitar o seu familiar, já que ele sai para trabalhar? Quem
está no semiaberto só dorme na cadeia, trabalha durante o dia e à noite vai
pernoitar na cadeia.
Então, como que
uma pessoa já tem o direito de sair, e eu vou proibir de ver a família? Porque
ele já está em um regime que permite isso, deputado. O único artigo que foi
vetado foi esse, porque o resto, os crimes graves, o roubo, esses não têm
direito às saidinhas.
E mesmo o exame
criminológico a Justiça de Primeira Instância está derrubando, porque entendeu
que é inconstitucional, porque não tem funcionários, não tem médicos, não tem
psiquiatras no sistema para poder garantir o exame criminológico.
Mas eu quero
repercutir também a notícia que saiu nesta semana de que o governador de São
Paulo se comprometeu com o ministro Barroso para que a PM use câmeras corporais
em todas as operações. Olha que isso é um tema que a bancada da Polícia Militar
vem aqui e bate pesado.
Inclusive, eu
fiz um projeto para que todos os funcionários públicos usem câmeras, inclusive
o Gil Diniz. O promotor de Justiça, o presidente do Tribunal de Justiça, o
governador de São Paulo, todos com a câmera para a gente saber o que andam
fazendo. Por exemplo: hoje está aqui o deputado Paulo Mansur, o deputado
Suplicy, o deputado Gil Diniz, o deputado Capitão Telhada, eu estou aqui, nós
sabemos, mas e os demais?
Então, se cada um tiver uma câmera, nós vamos
saber em tempo real o que cada um está fazendo durante esse horário de
expediente. O que o governador está fazendo? O que o presidente do Tribunal de
Justiça está fazendo? O que o defensor-geral está fazendo? O que os coronéis
estão fazendo? O comandante-geral, o delegado-geral?
Ou seja, todos
os funcionários públicos com a câmera para que o povo possa acompanhar em tempo
real, acompanhar “full time” no horário de expediente. E governador agora disse
que todos... Ele assumiu esse compromisso. Foi feito com o presidente do
Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, no âmbito da ação em que a
Defensoria Pública do Estado pede obrigatoriedade do uso dos aparelhos.
É fato,
deputado Gil Diniz, que eu tenho a certeza de que esse meu projeto vai ser
vetado, porque, pelo que eu estou percebendo aí, o governador veta tudo.
Imagina se ele vai assinar um projeto em que ele teria que usar uma câmera
corporal? Com certeza o veto já está garantido, né?
“A gestão
Tarcísio apresentou um cronograma que estabelece a implementação das câmeras
até setembro deste ano. No ano passado, a Defensoria Pública Estadual e a ONG
Conectas Direito Humanos protocolaram na Justiça Paulista uma ação pedindo a
obrigatoriedade do uso das câmeras.
As entidades
chamaram a atenção no processo para relatos de supostas execuções sumárias,
tortura, invasão em Guarujá e Santos dentro da Operação Escudo. A defensoria
requisitou as imagens das câmeras que deveriam estar sendo usadas nos uniformes
pelos policiais, mas não havia registro disponível na maioria das ações com
mortes.
A operação
policial que foi desencadeada entre julho e setembro do ano passado foi uma das
mais letais. Ao menos 28 pessoas morreram em 40 dias em supostos confrontos.
Uma decisão de primeira instância chegou a determinar que o governo estadual
usasse os equipamentos em todas as operações.”
Bom, a matéria
é muito grande, não vai dar para ler, mas é só para dizer que o governador
assinou, porque, para... Quando os policiais, os deputados que defendem os
policiais militares, que vêm aqui e fazem essa fala sobre as câmeras, que eles
têm que fazer a cobrança ao governador, porque o governador é que executa a
política.
O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Para concluir.
O SR. REIS - PT - É o governador que compra as câmeras, então tem que cobrar
do governador e é da própria base de quem cobra, da própria base do PL, do
Republicanos o governador, e o governador tinha dito que ia tirar as câmeras.
Então, quando
fizer a cobrança tem que fazer a crítica ao governador. É a ele que cabe essa
crítica, e essa crítica tem que ser dura, muito dura. Ou ele sanciona o nosso
projeto para que todos possam usar câmeras, todos os funcionários públicos, sem
exceção.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado,
deputado.
Próximo orador, deputado Gil Diniz. Tem
V.Exa. o tempo regimental do Pequeno Expediente.
O
SR. GIL DINIZ - PL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente, deputado Capitão Telhada. Cumprimento
aqui os deputados presentes no Pequeno Expediente, cumprimento nossos
assessores, policiais militares e civis, público aqui na galeria, quem nos
assiste pela rede Alesp.
Presidente, são
muitos assuntos que o deputado Reis aborda aqui. Fica difícil falar,
respondê-lo em quatro, cinco minutos, mas já começo aqui fazendo um desafio ao
deputado Reis.
Primeira coisa,
já que ele defende, e eu também defendo, a ampliação do uso dessas câmeras no
funcionalismo público, a começar pelos deputados, pelos secretários, pelo
Executivo, pelos desembargadores, pelos defensores, Defensoria Pública, por
exemplo, pelos membros do Condep, que gostam aí de acionar a Justiça contra os
secretários, V.Exa. diz que defende a ampliação.
Pergunto:
V.Exa. defende também o uso dessas câmeras corporais para os professores da
rede pública de ensino, para que cada pai possa acessar o que esses professores
estão ensinando, lecionando nas salas de aula?
Um aparte agora
não cabe, eu gostaria muito que V.Exa. respondesse, mas no momento oportuno
V.Exa. poderá responder, porque senão fica demagógico aqui, uns sim, outros
não, por vezes a violência, e olha que em São Paulo nós estamos...
Vem, deputado
Mansur, V.Exa. que é da Baixada do Santista, crianças, adolescentes sendo
agredidos em sala de aula, como aquele jovem, aquele adolescente de 13 anos que
foi brutalmente agredido e a direção da escola diz: “Olha, veja bem, não temos
nada com isso”. E as cenas se repetem pelo estado de São Paulo.
Vi agora, em
uma rede social de um vereador em Piracicaba, a mesma cena que parece se
repetir com outros alunos, obviamente, de agressão em sala de aula. Então,
acredito que, por coerência, o deputado Reis defenda também o uso da câmera
corporal dentro das salas de aula e para os funcionários que trabalham no
ensino de São Paulo.
Deputado Reis,
eu não sei de quando é o projeto de V.Exa., eu disse que também tenho um
projeto, mas vou corrigir aqui. Na verdade, o deputado Emídio da sua bancada
tem um projeto e eu fiz um substitutivo, dizendo: “Olha, eu aceito a ampliação
das câmeras corporais, mas no funcionalismo como um todo, por que apenas nos
policiais militares, por que apenas nesses profissionais da Segurança Pública
que estão ali na linha de frente?”
E sou deputado
da base do governador, crítico à renovação do contrato dessas câmeras, ao uso,
porque na campanha eleitoral, deputado Capitão Telhada, nós prometemos aos
policiais que, ganhando a eleição, nós iremos tirar as câmeras corporais.
Promessa não cumprida, mas que eu sempre cobro, faz parte aqui do Parlamento.
Vossa Excelência
talvez não saiba, mas entrei com uma ação pública, uma ação civil pública,
minto, uma ação popular para derrubar o contrato que eu entendo que é um
contrato irregular.
Quem está
fazendo a gestão dessas imagens? Porque, deputado Capitão Telhada, essas
imagens, por vezes, chegam, antes de chegar no Judiciário, na Rede Globo de
Televisão, passando ali no Fantástico quem está fazendo a gestão e os valores
desses contratos.
Não tive êxito,
mas continuo aqui, por coerência, defendendo a queda do uso dessas câmeras no
peito desses policiais, simplesmente absurdo agora. Se quiserem colocar no
peito dos deputados, sou o primeiro a utilizar, até para dar o exemplo,
obviamente, desde que todos aqui utilizem também.
Então, falo
aqui publicamente que a minha cobrança continua, não parei de falar sobre
justamente isso, uma promessa de campanha. Não prometemos que iríamos analisar,
talvez tirássemos, ou reduzíssemos, ou nos comprometeríamos com alguns juízes
do Supremo Tribunal Federal a, em operação, os policiais utilizarem essas
câmeras. Não.
Nós apertamos
as mãos dos policiais militares e civis, dizendo: vamos tirar essas câmeras,
não aceitamos esse tipo de patrulha, de controle desses profissionais de
Segurança Pública, que, deputado Telhada, arriscam a vida diariamente para
defender a população no estado de São Paulo.
Muito obrigado.
Retorno a esta
tribuna logo mais.
O
SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Muito obrigado,
Exmo. Deputado Gil Diniz. Neste instante, damos
início à abertura do Grande Expediente.
*
* *
- Passa-se ao
GRANDE EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Já convido para
fazer uso da palavra a primeira oradora inscrita, deputada Carla Morando.
(Pausa.) Por cessão de tempo, o deputado Paulo Mansur. Vossa Excelência tem o
tempo do Grande Expediente, de dez minutos.
O SR. PAULO MANSUR -
PL - SEM REVISÃO DO ORADOR -Cumprimentar você, presidente,
cumprimentar o prefeito de Cajuru, que é pré-candidato a prefeito de Cajuru
pelo partido do PL, João Gregório, que está aqui presente, ele que é vereador
na cidade, e também o vereador Nenê, que também está aqui com a gente, que é da
cidade de Cajuru, perto da cidade de Ribeirão Preto, uma terra do agronegócio,
uma região que agora vai receber a Agrishow. Vamos ter o que falar dentro da
Agrishow.
Ontem o
Parlamento, João Gregório, aprovou a reforma agrária do estado de São Paulo, a
regularização de terra dentro do estado de São Paulo. Pessoas que ocupam terra
há mais de 20 anos, que não pagam impostos, e vão começar a pagar. O governador
liberou R$ 600 milhões de crédito do ICMS para crédito para o agronegócio.
Ou seja, é o Governo
do Estado de São Paulo trabalhando, assim como o governo Bolsonaro trabalhou em
prol do agronegócio, diminuindo impostos, ajudando a exportar grãos, ajudando a
exportar o nosso agro, diferente do presidente Lula, que não está nem aí para o
agronegócio brasileiro.
Mas é nessa
pauta que a gente tem que falar, porque nós temos dentro do nosso País uma
política bagunçada, dois presidentes que foram “impeachmados”, um presidente
que acabou sendo julgado em segunda instância, sendo preso, e pôde concorrer à
eleição e ganhar novamente.
No Brasil, um
país que tem centenas de partidos que podem receber fundo eleitoral milionário.
Essa é a bagunça hoje da democracia brasileira. E nós temos um presidente que
aumenta impostos, agora que pagou para o Parlamento, para os deputados votarem
a favor da volta do DPVAT, liberando agora R$ 2,7 bilhões em emenda
parlamentar, num total de mais de R$ 5 bilhões dentro desse ano de 2024 em
emendas parlamentares para os seus aliados, como nunca se viu na história deste
País.
Para que,
agora, foram liberados R$ 2,7 bilhões em emenda? Para derrubar diversos vetos
dentro do Parlamento. Um deles é a saidinha, que ele não quer que derrube o
veto dele. Ou seja, para onde vai essas emendas, para onde vai esse orçamento
que é nosso, de imposto?
Então nós temos
hoje dentro do Brasil, dentro da área federal, um caos realmente com os nossos
impostos, diferente do governador Tarcísio, que tem feito um trabalho dentro do
nosso estado de São Paulo.
Mas, como eu
tenho bastante tempo aqui, dá para a gente falar. E eu não quero perder esse
tempo. É importante a gente falar, olha: “quase 600 mil crianças”, saiu essa
notícia hoje, “de zero a quatro anos passam fome no Brasil, diz PNAD”.
Ou seja, o Lula
não falou que ia acabar com a fome no País? E como que sai uma notícia dessa
hoje? O valor do “Bolsa Família” diminuiu; menos pessoas estão arrecadando
“Bolsa Família” no nosso país.
Promessas de
governo, sim, não cumpridas são do governo Lula. Esse, sim, não está cumprindo
com o que falou. Falou que não era a favor do aborto, e colocou uma ministra
que diz que é a favor do aborto até nove meses de gestação, meu Deus do céu. E
ela é ministra, dentre as 38 ministras do presidente Lula.
A gente teve
também, agora, uma outra notícia, de que o STF concluiu: “Moraes arquiva a
investigação sobre estadia de Bolsonaro na Embaixada da Hungria”. Mas é claro
que vai arquivar.
Se o presidente
Bolsonaro quisesse sair do País, já teria saído. Mas para que tem essa
narrativa? Para bater no presidente Bolsonaro em rede nacional, no maior
veículo de comunicação do País, que é a Rede Globo.
Ou seja, é uma
porrada; até recuperar a imagem dele, demoram dois, três meses na internet.
Então, são essas narrativas que fazem a esquerda ficar forte popularmente. Mas
eles já estão vendo que a direita está tomando conta.
Agora saiu uma
pesquisa de que 24% da população aprova a direita no País. Em contrapartida,
12% aprovam a esquerda no País, são esquerdistas natos. Enquanto 20% são
centro. E esse centro é centro-direita.
Aí a gente
escuta um depoimento do Zé Dirceu. Que moral esse homem tem para ir lá no
Congresso Nacional e dar um discurso no púlpito, dentro do Congresso? Um cara
que foi líder do “mensalão”, não dá nem para chamar de deputado, nem
ex-deputado um sujeito desse. Zé Dirceu fala que a esquerda não é esquerda no
País; o Lula é de centro-direita.
Por que ele vem
com esse depoimento? Por que o Zé Dirceu, com a sua esperteza, vem com essa
narrativa? Por causa das manifestações que estão ocorrendo no País, em que milhões
de pessoas aparecem na rua.
E o Exército...
Agora saiu uma pesquisa da USP falando que 34 mil pessoas estavam lá em
Copacabana. Como saiu também uma pesquisa da USP de que 80 mil pessoas estavam
na Avenida Paulista.
Mais de um
milhão de pessoas na Avenida Paulista, com o presidente Bolsonaro. E agora o
presidente Bolsonaro vai estar na Agrishow, em Ribeirão Preto, levando mais
multidão. Porque aonde ele vai, é assim que acontece no nosso país. Diferente
do presidente Lula, que não consegue entrar num restaurante para comer. Ele não
consegue sair do Palácio, ele não consegue estar no meio do povo. Ele que se
diz o pai dos pobres.
Mas quem é o
pai dos pobres, na realidade, se a gente for comparar, é o presidente
Bolsonaro, né; ele que aumentou o “Bolsa Família”, ele que anda nas favelas,
ele que anda livremente e com pouco segurança.
E agora a gente
teve também, essa semana, uma notícia de que queriam derrubar o Twitter Files,
uma ferramenta pela qual, caso o X seja derrubado, a gente tem uma chance de
acessar o Twitter, que na realidade é o X.
Mas
parlamentares se uniram para essa não derrubada dentro do parlamento. Até
porque, rede social é a nossa livre liberdade de se comunicar. A gente está
tendo, dentro do nosso País, algo pior do que na época dos militares. Na
realidade, quem sofreu na época dos militares foi a esquerda.
Mas naquela
época a gente tinha uma definição, na época que os militares estavam no poder
que era: os militares faziam parte da direita, contra uma esquerda que estava
na rua, querendo invadir banco, querendo invadir o Exército, querendo tomar o
poder à força.
Naquela época,
do militarismo, não existia a não liberdade de expressão como temos hoje. Hoje
nós temos um veto da liberdade de expressão, com uma prisão. É só a gente citar
o Daniel Silveira, que era um deputado federal, e que com o uso da palavra
acabou sendo preso, que está preso até hoje. E teve as suas redes sociais
bloqueadas.
Limitaram a
chance dele falar, a liberdade de expressão. Então hoje nós estamos, no nosso
País, sim, isso sim, é uma ditadura, com a liberdade de nós brasileiros.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Muito
obrigado, excelentíssimo deputado Paulo Mansur. Convido, para fazer uso da
palavra no Grande Expediente, por cessão do tempo, o deputado Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - PL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente Capitão Telhada, retorno a esta tribuna,
continuando a discussão do deputado Reis, que não está mais aqui no Parlamento.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Paulo Mansur.
* * *
Deputado,
peguei o final dos discursos, vi que V. Exa. se manifestou, e nós falávamos
sobre a festa onde o ouvidor das polícias estava, e do uso de entorpecentes que
acontecia lá.
O senhor
imagine que é um servidor público, que faz denúncias, com fundamento ou não - e
no meu ver, sem fundamento nenhum -, contra policiais. Estava havendo ali o uso
de drogas ilícitas.
Porque eu
entendo que vender droga no Brasil, por mais que vários ministros do Supremo
Tribunal Federal, a maior parte da bancada de esquerda no Congresso Nacional
queira, ainda é crime. Então, aquele produto que eles queimavam, e que o
ouvidor da polícia inalava por tabela, era um produto ilegal. Sabidamente
ilegal, por ele.
Então é esse o
tipo de servidor público que hoje acusa os nossos policiais. Na Comissão de
Direitos Humanos, deputado Suplicy, presidente da Comissão, nosso sempre
senador, trouxe o Cláudio para dar ali as suas explicações sobre o seu
trabalho.
Eu questionei
sobre se, por um acaso, o ouvidor das polícias era filiado a algum partido
político. Ele bateu no peito: “Eu sou militante do PT. Eu sou militante
histórico do PT, desde meados da década de 90 eu milito nas fileiras do Partido
dos Trabalhadores.”
Ele fala com um
orgulho que talvez muitos não tenham nas fileiras do partido. Ele se orgulha
disso. Eu pedi para ele explicar como que ele separa a sua atuação de ouvidor
com a sua atuação de militante político.
Porque o
Partido dos Trabalhadores faz oposição ao governo de Tarcísio Gomes de Freitas.
Ou, por um acaso, ele faz uso político-partidário, como filiado ao Partido dos
Trabalhadores, da posição que ele ocupa?
Eu não sei como
ele consegue separar isso. Das oito da manhã às cinco da tarde, ele veste o
traje de ouvidor das polícias, isento, festa do Mano Brown, maconha e sabe-se
lá o quê. E após o horário de trabalho, aí sim é militante político.
Aí vai fazer
passeata, aí vai militar pelo partido. Senhoras e senhores, não se enganem: é o
uso político-partidário das instituições. É aparelhamento. Ele trabalhou aqui
nesta Casa com as bancadas de esquerda.
Falei, Capitão
Telhada, deputado Mansur, deputado Eduardo Suplicy: o secretário de Segurança
Pública, Guilherme Derrite, ele foi denunciado por conta da operação -
bem-sucedida - no litoral paulista. Ele foi denunciado no Ministério Público
pelo presidente do Condepe, Conselho de Direitos Humanos.
Aí eu preciso
falar, preciso usar da minha sinceridade: teve quem, no governo de São Paulo,
ficasse bravo comigo, porque eu disse que a Secretaria de Justiça tinha que
cuidar, pensar e repensar os nossos conselhos, e não ficar postando em sua rede
social o “Dia do Orgulho Y, G, A, B, C”.
Essa é a nossa
preocupação e eu digo para vocês o porquê. Porque o presidente do Condepe é
assessor de um deputado, de uma deputada do Partido dos Trabalhadores. Então,
liguem os pontos, senhoras e senhores.
O Claudinho foi
escolhido dentro do Condepe. A eleição a ouvidor das polícias é feita dentro do
Condepe. E ele é do PT. O presidente do Condepe é filiado ao PT ou trabalha
ligado a parlamentares do PT.
E estão
denunciando o secretário de Segurança Pública no Ministério Público. Será que
não é uso político das instituições, da oposição ao governo que foi eleito? Ou
mais uma vez é aquela isenção que só a esquerda consegue ter? Das sete da
manhã, das oito da manhã, isentos, corretos no uso do seu ofício, e depois do
horário de trabalho, aí militam pelo partido. Não, senhores. Não, senhores.
Eu poderia
ficar citando aqui outros setores do estado onde petistas, tucanos estão ali,
continuam ali. Poderia falar da TV Cultura, Fundação Padre Anchieta, que dá
zero de audiência, mas que foi usada e é usada por militantes, por exemplo,
para fazer oposição ao governo do presidente Bolsonaro e que hoje parece que
não estão vendo o “presidengue” ampliar a lista de óbitos no Brasil.
O “presidengue”
Inácio da Silva já tem mais de três mil casos de dengue, a se confirmar, mais
de mil óbitos, mas não é chamado de genocida.
O
“presidengue”, ele tem o seu filho denunciado por agressão à mulher, mas a
bancada feminista e os “feministos” do PT e do PSOL, aqueles que encontram
fascistas debaixo da cama, dentro do armário, não sobem aqui para denunciar a
agressão às mulheres. E eu vou repetir, eu disse aqui desta tribuna: eu dou a
ele o benefício da dúvida. Que responda pelo suposto crime que lhe foi
atribuído.
Eu não defendo
que, de ofício, o tirano Alexandre de Moraes mande-o prender, como fez com o
Filipe G. Martins, que está preso até agora em uma cela comum porque Alexandre,
aquele que acha que está acima de Deus, mandou prender, senhoras e senhores,
porque disse que ele saiu do país, foi para os Estados Unidos naquele voo do
presidente Bolsonaro, em 31 de dezembro. Primeiro que ele não foi, ele não
estava.
Tem a
comprovação das passagens aéreas de Brasília a Curitiba, dada aí pela empresa
aérea, comprovando que nem do país ele saiu, mas a fundamentação da sua prisão
é por ter saído do país.
Ora, ele é um
cidadão brasileiro, se ele quisesse sair, ele podia sair, mas ainda assim, não
saindo, foi preso, porque Alexandre aquele que acha que está acima de Deus, que
é o senhor da vida e da morte, é o que manda prender e soltar, é o que orienta
as decisões de grandes políticos aqui no país, que define grandes decisões de
grandes políticos aqui no país, está deixando esse jovem inteligentíssimo, um
fenômeno político.
E por que ele
está preso? Porque ele não é esquerda, porque ele não fez o “L”, porque ele não
lacrou “13”, porque ele não é tucano, não trabalhou com Michel Temer, porque
ele é bolsonarista, senhores.
Eu poderia,
deputado Mansur, falar de mais outros dados aqui. O “presidengue” Inácio da
Silva está batendo recorde de queimada na Amazônia. Ninguém fala. Acabou. A
Amazônia está em chamas. Leonardo DiCaprio, Greta, sumiram, e o silêncio da
esquerda fala muito sobre eles. Não é o que se fala, o que se faz, é quem fala,
Capitão Telhada, e quem faz.
A gente segue
aqui na nossa coerência, falando aquilo que nós acreditamos que é o correto, e
denunciando as hipocrisias desses que dizem que uns são genocidas, e se calam
agora com milhares de brasileiros em óbito, que não falam nada sobre as
queimadas, que não dão um pio sobre os Yanomami, mas, se Deus quiser, logo mais
esse desgoverno de Inácio da Silva vem abaixo.
Obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - PAULO MANSUR - PL - Parabéns pelas
palavras, deputado Gil Diniz, ele que é líder do bolsonarismo aqui na Casa.
Vamos seguindo aí os oradores inscritos no Grande Expediente. Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputada Monica
Seixas. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Rafael Silva. (Pausa.)
Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Eduardo. Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Paulo Mansur,
deputado Gil Diniz, Capitão Telhada, primeiro gostaria de dizer que achei muito
importante da minha parte, e inclusive como representante do povo, dar um
abraço no Mano Brown, que é o principal rapper brasileiro, líder dos Racionais,
e uma pessoa que há muitos anos, há décadas venho acompanhando.
No primeiro dia
que eu o vi cantar, e os Racionais cantarem, ali na zona sul, era um encontro
do PT em Grajaú, e havia cerca de 10 mil pessoas, e eu observei como sobretudo
os jovens sabiam cantar aquelas letras e me dei conta que se nós quisermos
saber, conhecer os ideais, os problemas e como andam sobretudo os jovens das
áreas mais periféricas, que seria muito importante que nós ouvíssemos as letras
de “Os Racionais”.
E não é à toa,
pois que em sabendo que o Mano Brown estava completando 54 anos naquela noite,
eu como tantas outras pessoas que o admiram, fomos lá cumprimentar. Foi ali no
Bar do Fundão, em frente ao Bar do Fundão, naquela rua que sai da Avenida
Albert Sabin, e havia lá centenas de pessoas.
O fato de o
Claudinho como eu ter ido lá dar um abraço no Mano Brown não constitui qualquer
falta, em especial se naquele mesmo lugar houver alguém fumando um cigarro de
maconha. Mesmo que sejam dois ou três, isso não significa que Claudinho cometeu
qualquer infração, de forma alguma.
E é como se
então o Capitão Telhada fosse passear num conglomerado de pessoas na Praça da
Sé ou aonde fosse e alguém estivesse fumando um cigarro de maconha, isso não
quer dizer que o Capitão Telhada estaria cometendo uma infração.
E, portanto, eu
quero aqui dizer o quão bom foi ali ter estado na comemoração do aniversário de
Mano Brown, que é um dos artistas mais reconhecido e aplaudido no Brasil.
Os seus shows
têm a presença de milhares de pessoas e eu avalio que se é algo muito
importante, quisera que o deputado pudesse estar até recitando o conteúdo das
letras dos “Racionais”, do Mano Brown, ele iria muito perceber o que pensam os
jovens da periferia de São Paulo e do Brasil.
Mas eu gostaria
de aqui hoje comentar o artigo publicado no jornal “O Globo” de hoje, de
Eduardo Diniz e Danilo Pitarello. O primeiro, professor da Escola de
Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, a escola
onde eu estudei e fui professor de 1966 até 2012. E Danilo Pitarello,
economista e mestre em Gestão de Políticas Públicas pela Escola de Administração
de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas.
Esse artigo
comenta como é que mais e mais candidatos a prefeitos e com o apoio de muitos
candidatos a vereadores estão considerando a implantação da garantia de uma
renda universal.
Diz o artigo: A
pandemia trouxe duas novas tendências aos programas de transferência de renda.
A primeira é sua crescente adoção em países de renda elevada, onde a
desigualdade tem aumentado.
Esses programas
são cada vez conhecidos como “renda básica”, expressão acompanhada por
adjetivos como “universal”, “garantida” ou “de cidadania”. A segunda tendência
é a municipalização desses programas.
A pandemia
provocou perda de renda de parcela significativa da população pouco acima da
linha de pobreza e fora dos programas de transferência de renda tradicionais.
Essa situação
afetou visivelmente os municípios, com pequenos negócios importantes para a
receita e emprego nos municípios ruindo. A nova geração de programas municipais
fomentou um aspecto inovador encontrado em algumas dessas iniciativas, o uso de
moedas locais para desembolsar os benefícios, com o objetivo de evitar que
recursos da cidade promotora escoem para outros territórios. Iniciativas na
Espanha, na França, na Bélgica, na Suíça, no Canadá e na Coreia do Sul
demonstram a relevância global desses programas para o desenvolvimento local.
O principal
caso brasileiro de renda básica municipal com moeda local foi implantado, em
realidade está sendo implantado, em Maricá, no Rio de Janeiro. Desde 2013, a
cidade tem seu programa de renda básica municipal usando uma moeda que só pode
ser gasta no comércio local. Durante a pandemia, Maricá conseguiu manter a
economia local, ampliou o emprego formal e teve recuperação mais rápida que
outras cidades do estado.
Em verdade, há
uma imprecisão, era aqui no texto desses professores. Em dezembro de 2015, eu,
um dia, fiz uma palestra aqui em São Paulo sobre os Direitos Humanos, como
construir um Brasil mais justo, e comentei sobre o conceito da renda básica de
cidadania. Estava presente nesta palestra, assistindo, o então prefeito de
Maricá, hoje deputado federal e candidato a prefeito novamente, Washington
Quaquá.
Quando eu
terminei a exposição sobre as vantagens da renda básica, ele disse a mim:
“Eduardo, eu quero aplicar a renda básica em Maricá”, e iniciou, de forma
gradual. Em janeiro de 2016, todas as famílias que estavam recebendo o Programa
Bolsa Família passaram a receber mais dez mumbucas por mês.
Em janeiro de
2017, esse acréscimo foi de 20 mumbucas ou reais por mês. Mumbuca é o nome da
moeda social em Maricá. Quando houve, em dezembro de 2017, um quarto da
população, 42 mil pessoas, aproximadamente, passaram a receber a renda básica,
as pessoas das famílias que tinham até três salários mínimos registradas no
Cadastro Único.
Em novembro
passado, 93 mil pessoas, correspondendo a quase metade da população hoje de
Maricá, passaram a receber, e vai chegar um dia à universalidade. Outras 13
cidades do Brasil já têm ou estão implementando modelo semelhante. Embora
algumas sustentem suas iniciativas com renda do petróleo, outras usam fórmulas
criativas, com recursos vindos de reciclagem para implantar programas adequados
às suas capacidades e recursos.
Os principais
elementos que permitem sua replicação, o Cadastro Único e o E-dinheiro,
aplicativo móvel de pagamentos em moedas locais, estão disponíveis em qualquer
município.
Então
relatórios produzidos pelo Tribunal de Contas do Rio de Janeiro sobre as
experiências de Niterói e Maricá apontam desafios que devem ser superados para
a difusão e expansão de programa de renda básica com moeda local, entre eles
capacitação da prefeitura, atenção aos critérios de elegibilidade e transparência
no pagamento dos benefícios e funcionamento da moeda.
Além disso,
sistemas de pagamento robustos e auditoria constante desses programas
permitirão uma gestão eficiente por parte da administração municipal e dos
órgãos de controle.
Com
eleições municipais à vista, renova-se a esperança de transformação das cidades
e com ela oportunidades de reafirmar o compromisso com políticas públicas
inovadoras que promovam acesso universal à renda e à inclusão produtiva e
financeira sustentável. Renda básica com moedas locais estarão certamente na
agenda de candidatos a prefeitos e vereadores em 2024.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
Desculpe
por ter me alongado dois minutos.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem,
presidente. Pela ordem, presidente Paulo Mansur.
O
SR. PRESIDENTE - PAULO MANSUR - PL - Pode fazer uma
comunicação, deputado.
O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Uma breve
comunicação, só para dialogar com o deputado Eduardo Suplicy.
Ele
falou aqui sobre as letras das músicas do Racionais, alguma coisa no sentido de
que se entendêssemos as letras, Capitão Telhada, talvez teríamos maior
compreensão sobre Mano Brown e sua turma.
É
complicado, deputado Suplicy, porque assim o álbum “Sobrevivendo no Inferno”
acho que sei cantar praticamente todas as músicas. Então, na música fala assim:
“Minha intenção é ruim, esvazia o lugar, estou em cima, estou afim, um, dois,
para tirar.
Eu
sou bem pior do que você está vendo. Preto aqui não tem dó, é 100% veneno. A
primeira faz bum, a segunda faz pá, eu tenho uma missão e não vou parar. Meu
estilo é pesado e faz tremer o chão, minha palavra vale um tiroteio, muita
munição”. E continua.
Tem
outra que fala assim, já não é do “Sobrevivendo no Inferno”, algo mais atual.
“Hoje eu sou ladrão, artigo 157. As cachorras me amam, os playboys se
derretem”. Eu poderia dar várias outras músicas aqui com misoginia, machismo,
violência explícita, crime.
Então,
não posso concordar com Vossa Excelência. Eu sei que V.Exa. também é conhecedor
muito mais profundo do que eu nesse tema. Mas há várias músicas do Racionais,
deputado Eduardo Suplicy, com as quais eles flertam, admiram, louvam o crime.
Eu
entendo a realidade, a origem social do Mano Brown, do seu grupo, mas tem
músicas ali que eles, hoje, pelo patrulhamento do politicamente correto, não
cantam. Há conceitos, palavras que eles não têm coragem mais de cantar, citar.
Como eu disse, música com machismo, misoginia.
Por
quê? Porque o patrulhamento do politicamente correto não deixa. Só deixa hoje
se louvarem o crime, louvarem o uso de drogas, mas outras coisas que eles, até
um passado não muito distante, falavam, eles não podem mais falar mais porque
foram podados. Lembrando, Mano Brown fez o L.
Obrigado,
senador.
Obrigado,
presidente.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Permite pela ordem,
Sr. Presidente? Só uma breve reflexão.
O
SR. PRESIDENTE - PAULO MANSUR - MANSUR - PL - Eduardo
Suplicy com a palavra.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
PARA
COMUNICAÇÃO - Há muitas canções, que bom que conhece já diversas canções, mas
eu costumo, por exemplo, dizer que o dia que nós tivermos uma renda básica de
cidadania isso vai mudar muito a vida, por exemplo, de uma mãe que, não tendo
como dar de comer em casa para as suas crianças, resolve vender o seu corpo lá,
se prostituir no Parque da Luz, ou aquele rapaz que, às vezes, não tendo como
auxiliar o orçamento da sua família, resolve se tornar um aviãozinho da
quadrilha de narcotraficantes, como personagem de outra canção, que
provavelmente, então, saiba até cantar comigo.
O
homem na estrada, que recomeça o seu caminho, a sua dignidade, a sua liberdade
que foi perdida, subtraída, quer mostrar a si mesmo que realmente mudou, que se
recuperou, quer viver em paz e dizer ao crime “nunca mais”.
O dia que
houver, para cada pessoa no Brasil, uma renda suficiente para atender às suas
necessidades vitais, aquela mãe e este rapaz vão ganhar a condição de dizer:
“Não, agora eu não preciso aceitar essa única alternativa que me surge pela
frente, mas que vai ferir a minha dignidade e colocar a minha saúde e vida em
risco.
Agora eu posso,
quem sabe, aguardar um tempo fazendo um curso aqui em uma escola, com o
professor Gil Diniz, até que surja uma oportunidade, mas de acordo com a minha
vocação, a minha vontade”.
É nesse
sentido, pois, como diz Amartya Sen, prêmio Nobel de Economia de Harvard, que
ele avalia que a renda básica vai, de fato, melhorar a qualidade de vida,
provendo dignidade e liberdade real para todos. Por isso que me tornei tão
amigo do Mano Brown, está bom?
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE - PAULO MANSUR - PL - Seguindo
a lista de oradores inscritos, agora, com a palavra o deputado Capitão Telhada.
O
SR. CAPITÃO TELHADA - PP -
Novamente voltamos. Deputado Eduardo Suplicy, antes que suba, eu gostaria de
fazer um pedido. O vídeo que V. Exa. mostrou, dos policiais militares
realizando uma abordagem, eu gostaria de ter acesso a esse vídeo, se o senhor
pudesse me enviar, porque eu quero fazer um elogio a esses policiais militares.
Quero fazer um
elogio formal, do meu gabinete para o batalhão deles. Vou tentar levantar quem
são os policiais, se tiver alguma informação. Por gentileza, me passe esse
vídeo, porque a conduta deles foi exemplar.
Eu vou só
relembrar como foi o vídeo. Dois policiais militares efetuaram uma abordagem a
um indivíduo provavelmente em atitude suspeita e na filmagem vê-se claramente
um indivíduo alterado, agitado, com as mãos balançando, as pernas balançando, e
o policial tentando conter aquele indivíduo que está sob uma abordagem
policial.
E ali, de
maneira muito explícita, a gente consegue já verificar dois crimes de, claro,
desobediência à ordem legal, que o policial está dando àquele indivíduo em
atitude suspeita. Não sei qual era a ocorrência que aconteceu ali, para a qual
os policiais foram chamados.
Aparentemente
tem outras partes, um senhor ao lado, uma outra senhora e alguém que filma.
Então, tem uma desobediência, que o indivíduo não para, não coloca as mãos para
trás, não obedece ao que o policial está falando para ele e também uma
resistência, porque diversas vezes o policial tem que segurar na camisa dele, e
o indivíduo tenta tirar a mão do policial.
Então, são dois
crimes muito claros e, mesmo assim, os policiais permanecem com muita
tranquilidade, utilizam do equipamento que a instituição provê para eles, que é
o gás pimenta, para quebrar a resistência daquele indivíduo. Não batem, não dão
tapa, não dão chute, não xingam.
Conduta muito
boa desses policiais, até o momento em que o indivíduo, com os olhos em
ardência, enfim, coloca a mão para trás e deixa o policial conduzir a
ocorrência para a segurança do próprio indivíduo que está sendo abordado e para
a segurança da patrulha e dos demais, porque nós cansamos de ver pessoas sob
abordagem policial resistirem e tomarem a arma do policial, e diversos outros,
terceiros ali na ocorrência, serem feridos.
Então, nós
temos que elogiar essa equipe, porque ela em nenhum momento se exaltou. Fez uso
proporcional da força, com equipamentos não letais, orientou quem estava
filmando. A própria pessoa que está filmando fala assim, “amigo, coloca a mão
para trás, obedeça ao policial”. O senhor lembra disso?
Então, por
gentileza, me passe esse vídeo que eu quero fazer um elogio a essa equipe pela
conduta exemplar que eles tiveram. Obrigado pelo compartilhamento. Gostaria
de...
O SR. EDUARDO SUPLICY
– PT - COM ANUÊNCIA DO ORADOR - Aquela pessoa não havia cometido
crime algum.
O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Uma abordagem em atitude
suspeita. Eu vou passar um “whatsapp” para o senhor, que o senhor me envia o
vídeo, as informações. que eu vou encaminhar e...
O SR. EDUARDO SUPLICY
- PT - ...que eu vou encaminhar e eu me
disponho a colaborar para saber exatamente tudo o que aconteceu.
O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Por favor. Essa equipe merece um
elogio.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - É um prazer.
O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado, deputado. Gostaria de
utilizar também esse tempo que temos aqui para voltar ao assunto, rapidamente:
eu já falei hoje da conduta do ouvidor das polícias, que esteve lá na Vila
Fundão.
Eu também
conheço a Vila Fundão, trabalhei no 16º Batalhão, comandei a Força Tática. Me
cansei de patrulhar na Estrada de Itapecerica, na Avenida Campo Limpo, na
Avenida Carlos Caldeira Filho, na Avenida Carlos Lacerda, na Avenida Sabin.
Onde mais, Morelli? Você trabalhou lá também.
Posso falar
aqui, a tarde inteira, de ruas lá do Campo Limpo, do Capão Redondo, da Vila
Fundão. Já abordei diversos rappers lá, alguns com tranquilidade, que respeitam
a polícia, que entendem o trabalho da polícia; outros em situação de maior
dificuldade. Mas a questão não é essa.
A questão é que
quando tem lá um baile funk ou um samba, fechando a rua, fechamento de via, com
a população participando, tudo bem até aí. Agora, começa a ter tráfico de
drogas, uso de droga abertamente, publicamente, inclusive onde as pessoas se
deixam filmar, ou seja, numa afronta clara à legislação em vigor no Brasil,
porque uso de droga é crime.
Qual é a
dificuldade de entender isso? “Ah, mas não é apenado com prisão”. Qual o
problema? São diversas penas previstas pelo Código Penal, pelo Código de
Processo Penal. Pena de multa, pena de pagamento em pecúnia, pena de prestação
de serviço.
Por mim,
inclusive, poderia voltar à pena de prisão. Lanço um desafio aqui, veio à mente
agora. Já que o ouvidor das polícias estava lá, lanço um desafio: topa o exame
toxicológico? Topa, ouvidor, o exame toxicológico? Porque até onde eu sei a
indicação da lista tríplice, que vem lá do Condep, o governador, exige duas
coisas: uma moralidade e uma conduta ilibada.
Moralidade,
idoneidade moral e conduta ilibada. Ao que me parece, está claramente aí tendo
uma afronta nessas questões. “Ah, mas o cidadão é livre para ir aonde quiser”.
Sim, o cidadão
é; mas agora o cidadão, quando assume o comando de uma instituição, quando
assume um cargo eletivo, quando assume uma ouvidoria, que quer tanto, de
maneira sempre parcial, apontar erros das nossas polícias, que são homens e
mulheres que se entregam para defender quem nem gosta da gente... A gente vai
defender gente que nem gosta da gente, que nem merecia a polícia que tem.
Muitos nem
mereciam a Polícia Militar, a Polícia Civil, a Polícia Técnico-Científica, a
Polícia Penal que têm, aqui em São Paulo e no Brasil. E mesmo assim a gente
faz, porque a gente não olha a cor. A abordagem que o deputado mostrou aqui no
vídeo não é por causa da cor.
O cara que
resistir à prisão, o cara que desobedecer à ordem policial, a mulher que
desobedecer, não importa a cor da pele, ela vai ter o peso da lei de qualquer
maneira, ou ele; não importa se é preto, se é branco, se é gordo, se é magro,
se é velho, se é novo. Não importa. A lei é para todos, “erga omnes”.
Então, são
sempre as mesmas narrativas. E voltando ao ouvidor, está aqui, já elaborado e
protocolado: um convite, um requerimento para que venha até a nossa Comissão de
Segurança Pública dar explicações do que se passou no dia 22 de abril, quando
ele abertamente e claramente está ao lado ali de pessoas fazendo uso de drogas,
inclusive com dois indivíduos com uma pochete cheia de invólucro plástico,
claramente praticando crime de tráfico de drogas.
Vamos dar
explicações, venha conversar conosco, já que quer tanto pedir a presença, quer
tanto pedir explicações de secretaria A, B ou C; eu envio aqui um requerimento
para que o ouvidor esteja conosco, dando explicações do que se passou nesse
vídeo, porque está todo mundo sabendo. Está todo mundo sabendo, e está feio,
está muito feio. São Paulo não pode passar uma vergonha assim.
E também está
feita aqui uma moção de repúdio, e estamos analisando outras ferramentas e
outros remédios jurídicos. Nossa equipe está analisando outros remédios
jurídicos do que pode ser feito a esse respeito. Porque a primeira coisa que a
gente preza aqui em São Paulo é ética, é moral e é decência na condução das
instituições.
Eu quero falar
também de um tema que aconteceu lá em Brasília ontem, na Comissão de
Constituição e Justiça.
Lá foi aprovado
um projeto de lei, uma proposta de lei, da deputada federal de Santa Catarina,
Carolina de Toni, com relatoria do deputado federal aqui de São Paulo, delegado
de polícia, Paulo Bilynskyj, e aprovado na CCJ.
É uma proposta
que traz a possibilidade e traz a autonomia, para os estados, os entes
federativos, legislarem sobre a questão bélica, fazerem as suas legislações
próprias sobre a posse e o porte de armamento, sobre a questão dos
colecionadores, atiradores e caçadores.
Isso seria um
avanço tamanho, dentro da nossa discussão, dentro do que a gente defende como
liberdade para cada cidadão escolher se quer portar uma arma de fogo. Se quer
ter uma arma para a sua defesa, ou para a prática de esporte, lidando
diretamente no Estado, com a legislação feita por nós, deputados estaduais,
diretamente com a Polícia Civil, com o Exército Braseiro, que já é feito aqui
no Comando Militar do Sudeste, e com o Governo do Estado tendo autonomia.
Porque o nosso
País, o nosso Brasil tem dimensões continentais. Cada estado tem a sua
realidade, cada estado tem a sua cultura, os seus costumes, as suas
características rurais ou urbanas, de criminalidade, de instituição policial.
Então seria muito importante que essa proposta de lei tramitasse na casa
federal, na Câmara dos Deputados Federais, e chegasse de fato a uma aprovação
em plenário.
Iremos
acompanhar de perto aqui em São Paulo, torcendo, dando apoio, trazendo o tema à
tona e à visibilidade de discussão, para que prossiga, ganhe força. E que todos
entendam que tratamos aqui de liberdade e de defesa da nossa família, dos
nossos cidadãos e contra a criminalidade.
Obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - PAULO MANSUR - PL - Parabéns
pelas falas, deputado Capitão Telhada. Agora sim, nos oradores inscritos.
Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.)
Deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Gil
Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - PL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente, retorno a esta tribuna, prometo
que é a última intervenção nesta tarde. Mas não poderia não subir aqui para
prestar a minha solidariedade e homenagem à comunidade armênia de São Paulo e
do Brasil.
Para quem não
sabe, os armênios sofreram o primeiro genocídio do século XX. Genocídio este
que começou em 1915, começou no dia 24 de abril, e durou até praticamente o ano
de 1924. Mais de 1 milhão e meio de armênios foram brutalmente assassinados
pelo Império Otomano, que nega as acusações. Esses sim, verdadeiros
negacionistas.
Hoje não existe
mais o Império Otomano. Hoje nós temos a Turquia e os seus satélites. Nós
prestamos, rendemos a homenagem à população da Armênia. Ontem nós tivemos um
coquetel nesta Casa com a comunidade, estavam aqui. Amanhã nós teremos uma
sessão solene em homenagem ao povo armênio, lembrando os heróis dessa nação,
que tombaram defendendo o seu povo, e as outras vítimas.
Nós não podemos
nos esquecer de que, nesse momento, o povo armênio luta para garantir a
integralidade do seu território, do seu povo. Há um conflito hoje que é pouco
divulgado pela nossa grande mídia, pela extrema imprensa. O Azerbaijão, que é
um dos satélites turcos, está tentando tomar partes da Armênia.
Tem uma questão
geopolítica em Nagorno-Karabakh, onde milhares de armênios tiveram que ser
deslocados, tiveram que sair de suas casas, abandonar as suas igrejas, o seu
território, a sua cultura.
Isso hoje,
2024. Então, a nossa solidariedade ao povo armênio, que sofreu o primeiro
genocídio no século XX e que até hoje sofre com os ataques daqueles que, se
pudessem, eliminariam esse povo guerreiro que nós conhecemos.
Então, amanhã
estaremos neste plenário homenageando a comunidade, os seus heróis e mártires.
Não podemos deixar de repudiar aqui, nesta Casa de Leis, o embaixador do
Azerbaijão, que foi recebido pelo presidente da Comissão de Relações
Internacionais.
Eu sei que o
embaixador do Azerbaijão já se queixa com o presidente da Comissão de Relações
Internacionais pelo trabalho deste deputado, pelas críticas deste deputado, mas
nós nos mantemos aqui acreditando e defendendo aquilo que julgamos ser a
verdade dos fatos.
Temos outros
conflitos deflagrados pelo mundo. Sou vice-presidente da Comissão de Relações
Internacionais, vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos. Não podemos
deixar de lembrar aqui do conflito entre Israel e o Hamas, que está acontecendo
na Faixa de Gaza.
Não podemos
esquecer aquele ataque cruel do Hamas a Israel, vitimando centenas, milhares de
inocentes. Não podemos esquecer dos sequestrados pelo Hamas, que há meses estão
na Faixa de Gaza, talvez em túneis, em condições subumanas.
Para quem não
sabe, há vários sul-americanos ali. Há brasileiros ali. O Itamaraty finge que
não vê, o presidente, “presidengue” Inácio da Silva, finge que não vê e, sempre
que pode, condena a ação, a reação legítima de Israel, que foi atacado e, nos
últimos dias, atacado também pelo Irã, que tem seus satélites que financia.
O governo do
Irã financia. E lá vou eu entrar em mais uma questão internacional. Daqui a
pouco o cônsul ou o embaixador do Irã faz como o embaixador do Azerbaijão e o
cônsul da China, que vieram censurar o trabalho deste que representa quase 200
mil paulistas, que confiaram o voto a mim.
Então, não
podemos deixar de subir a esta tribuna, ainda que não seja, para muitos, um
tema urgente, um tema caro, algo que esteja no seu cotidiano, mas eu preciso
relembrar justamente isso: o povo armênio... Muitos aqui sabem que sou
católico.
O povo armênio
também, marcadamente, professa a sua fé católica, e nós sabemos que há um
conflito também que é religioso. Os seus inimigos turcos, os seus inimigos no
Azerbaijão têm outra profissão de fé. Então, também é um conflito não só
geopolítico, mas também étnico e religioso.
Para finalizar,
presidente, só comunicar à Casa que, no último sábado, no último final de
semana, estive em Aparecida. Depois nos deslocamos para Copacabana, na grande
manifestação no Rio de Janeiro, com o presidente Bolsonaro e outras
autoridades, mas em Aparecida tivemos um encontro, eu diria, histórico: a
primeira romaria dos parlamentares católicos a Aparecida, à Casa da Mãe.
Eu fiquei
surpreendido. Alguns deputados eram notadamente lideranças conservadoras de
direita, mas a maior parte dos deputados que vi nessa romaria, deputados de
extrema-esquerda; mas que bom que estão nestes lugares onde o meu amigo,
deputado Gualberto, deputado estadual do Rio de Janeiro, e a deputada Chris
Tonietto, reafirmaram ali os nossos valores, preciso assinar embaixo; a defesa
da vida desde a sua concepção até a sua morte natural. Um tema não só caro a
este deputado, como é um mandamento da santa Igreja.
Então espero
que os deputados... Outro tema tratado, dito, falado, era justamente a
condenação, deputado Capitão Telhada, da liberação das drogas no nosso País, um
tema que está na Ordem do Dia. Muitos querem descriminalizar, como dizem.
Na verdade, é intoxicar
ainda mais as nossas crianças, os nossos jovens aqui no País. Então, reafirmar
esses nossos valores, a defesa da vida, a defesa da família, a defesa dos
nossos valores cristãos. Aqui ou em qualquer lugar deste mundo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. GIL DINIZ - PL - E, se houver aqui o
acordo entre os líderes, levantar a presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - PAULO MANSUR - PL - Parabéns pelas
palavras, deputado Gil Diniz. Bom, então Sras. Deputadas e Srs. Deputados
presentes, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por
levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à
hora regimental, sem Ordem do Dia. Está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 16 horas e 01 minuto.
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* *