26 DE ABRIL DE 2024
23ª SESSÃO SOLENE EM MEMÓRIA DOS MÁRTIRES ARMÊNIOS DO GENOCÍDIO DE 1915
Presidência: AGENTE FEDERAL DANILO BALAS
RESUMO
1 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS
Assume a Presidência e abre a sessão às 20h08min.
2 - CORONEL MARDIROS BURUNSIZIAN
Mestre de cerimônias, nomeia a Mesa e demais autoridades presentes.
3 - PRESIDENTE AGENTE FEDERAL DANILO BALAS
Informa que a Presidência efetiva convocara a presente solenidade para "Homenagem à Memória dos Mártires Armênios do Genocídio de 1915", por solicitação deste deputado. Convida o público para ouvir, de pé, o "Hino Nacional Armênio" e o "Hino Nacional Brasileiro".
4 - CORONEL MARDIROS BURUNSIZIAN
Mestre de cerimônias, anuncia apresentação musical do coral A Voz dos Jovens, da Diocese Apostólica Armênia de São Paulo.
5 - GARO AHARONIAN
Membro da Igreja Evangélica Irmãos Armênios, faz pronunciamento.
6 - VARTAN MOUMDJIAN
Membro da Igreja Central Evangélica de São Paulo, faz pronunciamento.
7 - CORONEL MARDIROS BURUNSIZIAN
Mestre de cerimônias, anuncia apresentação musical do coral Vahakn Minassian, da Sociedade Artística Melodias Armênias - Sama Clube Armênio.
8 - VAHAN AGOPYAN
Secretário estadual da Ciência e Tecnologia, faz pronunciamento.
9 - PAULO HAKIMIAN
Bispo da Igreja Armênia Católica do Brasil, faz pronunciamento.
10 - NAREK BERBERIAN
Primaz da Diocese da Igreja Apostólica Armênia do Brasil, faz pronunciamento.
11 - ARMEN YEGANIAN
Embaixador da República da Armênia no Brasil, faz pronunciamento.
12 - GIL DINIZ
Deputado estadual, faz pronunciamento.
13 - PRESIDENTE AGENTE FEDERAL DANILO BALAS
Tece considerações a respeito da relevância da solenidade.
14 - CORONEL MARDIROS BURUNSIZIAN
Mestre de cerimônias, anuncia apresentação musical da cantora lírica Victória Sayegh Burunsizian e do coral Vahakn Minassian, da Sociedade Artística Melodias Armênias - Sama Clube Armênio.
15 - PRESIDENTE AGENTE FEDERAL DANILO BALAS
Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 22h08min.
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* *
- Assume a
Presidência e abre a sessão o Sr. Agente Federal Danilo Balas.
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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CORONEL MARDIROS BURUNSIZIAN -
Boa noite, meus amigos. Gostaria que todos tomassem seus assentos, por
gentileza. Se possível, colocar seus telefones no modo silencioso. Comunicamos
que, em instantes, iniciaremos. Esta sessão solene será gravada pela TV
Assembleia, será transmitida pela TV Assembleia, ok? Então, vamos nos acomodar.
Senhoras e
senhores, anunciamos a presença do deputado Danilo Balas. (Palmas.) O deputado
Danilo Balas, amigo da coletividade armênia, propôs esta sessão solene em
homenagem ao genocídio de 24 de abril de 1915.
O deputado
Danilo Balas tem o prazer de convidar para compor a Mesa Solene as seguintes
autoridades: embaixador da República da Armênia no Brasil, Armen Yeganian.
(Palmas.) Por favor. Professor Dr. Vahan Agopyan, secretário de Estado da
Ciência e da Tecnologia. (Palmas.) Sra. Hilda Diruhy Burmaian, cônsul honorária
da República da Armênia em São Paulo. (Palmas.)
Bispo Narek
Berberian, primaz da Diocese da Igreja Apostólica Armênia do Brasil. (Palmas.)
Dom Paulo Hakimian, bispo da Igreja Armênia Católica no Brasil. (Palmas.) Dr.
André Kodjaoglanian, vice-prefeito de Lins. (Palmas.) Sr. André Kissajikian,
presidente do Conselho Representativo da Igreja Apostólica Armênia. (Palmas.)
Neste instante,
passo a palavra ao proponente desta sessão solene, o deputado Danilo Balas.
(Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL -
Senhoras e senhores, boa noite. Sejam todos muito bem-vindos à Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo.
Esta sessão
solene tem a finalidade de render homenagens à “Memória dos Santos Mártires
Armênios do Genocídio de 1915”. Comunicamos mais uma vez que esta sessão solene
está sendo transmitida ao vivo pelo canal da Assembleia Legislativa e no canal
da Alesp no YouTube.
Declaro aberta
a sessão solene, que foi convocada pelo presidente desta Casa de Leis, deputado
André do Prado, atendendo a minha solicitação, com a finalidade de homenagear a
Memória dos Mártires Armênios do Genocídio de 1915.
Convido a todos
os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Armênio e,
em seguida, o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Camerata da Polícia
Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do 1º sargento Ivan Berg
Rodrigues de Souza.
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-
É executado o Hino Nacional Armênio.
* * *
-
É executado o Hino Nacional Brasileiro.
* * *
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - CORONEL MARDIROS BURUNSIZIAN - Agradecemos a
participação da Camerata do Corpo Musical da Polícia Militar, na pessoa do
maestro, 1º sargento Ivan Berg. E as nossas homenagens a esta quase
bicentenária corporação. Parabéns. (Palmas.)
Eu tenho a honra e o prazer de anunciar e agradecer - e considerem-se, por favor, extensão desta Mesa, só não estão aqui por uma questão de limitação de espaço - ao nosso sempre bispo emérito da Igreja Católica Armênia, Dom Vartán Waldir Boghossian. (Palmas.)
Dra. Fernanda Herbella Maia, delegada de polícia, divisionária do Deatur, que neste ato representa o delegado-geral de polícia, Dr. Artur José Dian, armênio. (Palmas.) Capitão Karoline Burunsizian, que representa o comando do Grupamento de Bombeiros Marítimos. (Palmas.) Garo Aharonian, que representa a Igreja Evangélica Irmãos Armênios. (Palmas.)
Vartan Moumdjian, que representa a Igreja Central e Evangélica Armênia. (Palmas.) Dikran Kiulhtzian, presidente-executivo do conselho representativo da Igreja Apostólica Armênia. (Palmas.) João Carlos Boyadjian, presidente do Fundo Nacional Armênia. (Palmas.) O Sr. Abraham Kulajian, embaixador jovem da Diáspora Armênia. (Palmas.)
A Sra. Eliza Minasyan e Armen Hakobyan, da Jinishian Memorial Foundation. (Palmas.) Padre Antonio Francisco Lello, pároco da Igreja Católica Armênia. (Palmas.) O pastor Geraldo Magela, da Igreja Irmãos Armênios. (Palmas.) Yesnig Guzelian e Boghos Baronian, representantes da Igreja Apostólica Armênia. (Palmas.) Sr. Rafael Balukian, que representa o presidente da União Geral Armênia de Beneficência, Ugab. (Palmas.)
Seta Tourian, representa o Clube Armênio. (Palmas.) Dr. Peter Aparecido de Souza, presidente da subseção da 125ª seção da OAB de Santana. (Palmas.) Dr. Levon Kazazian Basmacilar, advogado e membro da Comissão de Direito do Consumidor da OAB da subseção de Santana. (Palmas.) O Sr. Archavir Donelian, representante da comunidade armênia no Conscre, e representa Garabet Pilavjian. (Palmas.)
Presidente da Associação Amigos da Cultura Armênia, representada pela Sra. Alice Boyadjian. (Palmas.) O Sr. Azad Gananian, representa a Sociedade Beneficente Cultural Marachá. (Palmas.) O Sr. Eduardo Marzbanian, vice-presidente do Clube Armênio. (Palmas.) O Sr. Vrejhi Sanazar, dono do jornal “Diário da Região de Osasco”. (Palmas.)
Agradecemos
também a presença do Dr. Sergio Hototian, membro da Câmara Técnica de
Psiquiatria do Conselho Regional de São Paulo, representando o Hospital
Sírio-Libanês. (Palmas.) Sr. Stavros Kiriopoulos, presidente da Federação das
Comunidades Helênicas do Brasil. (Palmas.)
Sr. Fabricio
Polezi, vereador por Piracicaba. (Palmas.) E o capitão Topalian, mais um
armênio, chefe do Departamento de Informações e Operações Integradas da Secretaria
de Segurança Pública. (Palmas.) Nós já havíamos chamado o Dr. André para compor
a Mesa, por favor. (Palmas.)
Eu gostaria de
convidar os integrantes do coro “A Voz dos Jovens” para que se posicionassem
aqui à frente. Esse coro é da Diocese Apostólica Armênia-São Paulo e ele será
regido pelo nosso bispo Narek Berberian, a quem convido para que tome lugar.
(Palmas.)
O coro será
acompanhado ao piano por Tatevik Mikayelyan Yeginerian, que nos prestigiará com
duas músicas: “Qez Hamar Hayastan” e “Azat Hayastan”.
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* *
- É feita a
apresentação musical.
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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CORONEL MARDIROS
BURUNSIZIAN - “Azat
Hayastan”.
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* *
- É feita a
apresentação musical.
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O SR. NAREK BERBERIAN - Muito obrigado
ao Tatevik Yeginerian,
nosso pianista, e ao coral A Voz dos Jovens, da nossa diocese.
Muito obrigado.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CORONEL MARDIROS BURUNSIZIAN -
Enquanto os jovens voltam aos seus lugares, eu quero agradecer também a
presença do Sr. Ubiratan Djivan Khatchikian, presidente da Diretoria da
Comunidade Armênia de Osasco. Muito obrigado. (Palmas.)
Quero agradecer
também a presença do Sr. Gabriel Sayegh, presidente do Conscre. (Palmas.) Do Sr.
Arthur Jafet, diretor da Câmara de Comercio Árabe-Brasileira e diretor do
Conselho Administrativo Ortodoxo da Cidade de São Paulo. (Palmas.)
Iniciando então
as nossas manifestações, eu quero convidar, para falar em nome da Igreja
Evangélica Irmãos Armênios, o Sr. Garo Aharonian. (Palmas.)
O SR. GARO AHARONIAN – Boa noite a
todos, em especial ao proponente desta sessão. Tive o prazer de estar com ele
na quarta-feira, mais uma vez, nos honrando com as suas proposições e a sua
digníssima presença.
Em nome do
deputado Danilo, eu saúdo a Mesa e a todos os presentes, principalmente os
presentes que não têm “ian” no final do nome. A
presença de vocês é muito importante para nós.
Nós precisamos
de amigos, nós precisamos ser abraçados pelo povo brasileiro. Aqueles que se
diziam amigos no passado, nos abandonaram a mercê daqueles que nos perseguiram
e daqueles que nos maltrataram e mataram.
Povo
brasileiro, muito obrigado pela hospitalidade, já de tantas décadas, onde o
povo armênio conseguiu aqui crescer e se multiplicar. Cinco anos atrás,
deputado Danilo, nós compartilhamos desse mesmo espaço, dentro da sua própria
propositura, muito obrigado. Parece um “déjà vu”, muitos que estão aqui também
estiveram há cinco anos.
Eu quero falar
muito pouco sobre aspectos que todo armênio deveria saber, mas que talvez aqueles
que estão presentes e não têm “ian” no nome... eu
gostaria que soubessem a verdade verdadeira.
A Armênia é um
país único com sua história e cultura milenar e que, em muitas circunstâncias
da sua história, está vinculada com a Bíblia. Citamos o bíblico jardim do Éden
e a arca de Noé, que pousou no Monte Ararat, ambos na Armênia, e a aceitação do
cristianismo no ano 301, tornando a Armênia a primeira nação cristã no mundo.
Com tanta
ligação com a Bíblia e o cristianismo, nada mais justo do que buscar no “Astvatsashunch”
- fôlego de Deus, que é como os armênios se referem à Bíblia -, aquilo que nós
devemos propor em um discurso, ainda mais para um representante de uma igreja,
na realidade não é o discurso, é uma conversa de coração a coração.
Os armênios não
apenas aceitaram a Jesus Cristo como senhor, mas também no século V criaram um
alfabeto próprio para poder traduzir a Bíblia, tanto para o seu próprio
crescimento na fé cristã, como também como uma ferramenta para evangelizar os
outros, porque a fé vem pelo ouvir e ouvir a palavra a de Deus.
Em “Romanos”,
tem um texto que diz: “quem nos separará do amor de Cristo?”. E lá uma lista
muito grande de situações, mas falta a palavra “Turquia”, falta a palavra “Azerbaijão”,
falta aqueles que perseguiram os cristãos armênios, a partir do ano 350,
começando com os persas. Os armênios sempre sofreram pela sua fé, mas sempre
foram vitoriosos, porque eles confiaram em Deus e colocaram Deus em primeiro
lugar.
A Armênia, a
Armênia histórica, foi tomada de assalto e dominada pela Turquia. Mas a Turquia
não era digna daqueles... A Turquia, o Império Otomano daquela época, não era
digno dos seus habitantes armênios, por isso eles se propuseram a exterminar
todos os armênios.
No dia 24 de
abril de 1915, eles enforcaram a maior parte da elite cultural, intelectual,
religiosa daquela época, tentando deixar os armênios acéfalos para que pudessem
ser destruídos mais facilmente.
Esse genocídio
demorou oito longos anos, anos com uma crueldade inimaginável e que matou um
milhão e meio de armênios. A rememoração do genocídio armênio não envolve
nenhum tipo de sadismo da nossa parte, nem nenhum sentimento de coitadinhos ou
de nos passarmos por vítimas.
Levantamos a
nossa voz como um alerta para a humanidade, para que tais fatos não se repitam,
tingindo de negro as páginas da história. E também porque, como armênios, temos
a responsabilidade de não permitir que a poeira dos anos cubra os ossos de
nossos familiares, cujos cadáveres as areias do deserto não puderam cobrir.
Em 97, eu
escrevi um poema que eu li há cinco anos, tomo a liberdade em lê-lo novamente:
“Como esquecer dos jovens assassinados? Como esquecer dos fetos arrancados?
Como esquecer das virgens defloradas? Como esquecer das crianças obrigadas a
serem turcos? Como esquecer das mães chorando os filhos mortos? Como esquecer
das meninas violadas nos haréns? Como esquecer dos velhos espancados?
“Como esquecer
das terras usurpadas? Como esquecer das casas saqueadas? Como esquecer dos
fiéis queimados nas igrejas? Como esquecer dos que enlouqueceram pela dor? Como
esquecer das que, para não macularem a sua honra, não abrir mão da sua moral e
dos seus princípios, lançaram-se no Rio Eufrates, por vezes sozinhas? Às vezes
levando seus filhos pequenos.
“Sem água, sem
pão, sem destino, caminhando errante sob o Sol abrasador, congelando nas noites
intermináveis, saqueados e perseguidos pelos curdos, pelos turcos. Feridos,
comidos por feras, sem forças para carregar seus próprios corpos, carregar seus
filhos.
“Ultrajados
pelas aspirações hegemônicas e discriminatórias do nefasto panturquismo e dos
aliados e insufladores germânicos, roubados em sua crença na humanidade pelos
que prometeram ajudar e não o fizeram.
“Como esquecer
dos que não negaram a sua fé? Como esquecer dos que, em vez das joias da
família, salvavam as suas bíblias e enfrentavam a vida cantando hinos sacros,
que em armênio é sharagans. Como esquecer dos que morriam fazendo o sinal da
cruz, dos desesperançados que ainda tinham esperança?
“Como esquecer
o sangue inocente que tingiu Eufrates e deixou o seu rastro de morte no de El Zor. Como esquecer de um milhão e meio de armênios, cujo o
sangue foi derramado apenas por serem armênios? Como esquecer de um milhão e
meio de armênios, cujo o sangue foi derramado apenas por serem cristãos?
“Não importa se
faz mais de um século, não importa a negação mentirosa do opressor, não importa
a omissão das potências, não importa se o apoio prometido não veio. O sangue
barbaramente derramado por um milhão e meio de armênios exige justiça - não
piedade, não esmolas, não favores. Exige justiça”.
Como eu disse,
eu escrevi em 97, mas, lamentavelmente, há 5 anos a situação só piorou. E eu
preciso colocar mais linhas, para não esquecermos daquilo que aconteceu já em
2019. Nesses cinco terríveis anos, a Armênia progrediu como nação, mas foi
novamente perseguida pelos seus mesmos perseguidores de antigamente.
Aqueles que não
conseguiram destruir em 2015, tentaram novamente e se repetiram as mesmas
terríveis cenas. Mais de cinco mil jovens mortos entre 2019 e 2020. Cento e
vinte mil pessoas foram cercadas e impedidas de receber alimento, gás e
suprimento e agora tiveram que abandonar as suas terras ancestrais.
A Armênia está
lá em Artsakh - ou Nagorno-Karabakh, que é o nome russo - há mais de 21 séculos
e assim mesmo foi expulsa das suas terras agora, sete meses atrás. O que nós
estamos fazendo? O que nós estamos podendo fazer? Mas não terminou, ainda há
muito perigo pela frente.
Ainda há a
Turquia. Com a sua marionete, Azerbaijão, uma marionete vingativa, rica, quer
invadir Siunique, no sul da Armênia; e quer, no futuro, apoderar-se de toda a
Armênia.
Nós precisamos
da união dos armênios, e nós precisamos do apoio de todos os brasileiros. Que
Deus abençoe a Armênia e que Deus abençoe o Brasil. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CORONEL MARDIROS BURUNSIZIAN -
Eu gostaria de anunciar também a presença da Sra. Sonia Nicolian Muradian,
presidente da Associação Beneficente de Damas Brasil-Armênia - H.O.M. -,
obrigado pelo seu trabalho. Gostaria de anunciar também a presença do Dr. Pedro
Herbella, nosso amigo; do coronel Magalhães, da Polícia Militar.
Eu quero
convidar para fazer parte da Mesa, muito embora o local do senhor seja aqui na
tribuna, deputado Gil, mas por favor, o senhor será bem-vindo à nossa
solenidade. (Palmas) O deputado Gil é outro grande amigo da coletividade.
Para falar em
nome da Igreja Central Evangélica de São Paulo, convido o Sr. Vartan Moumdjian.
O SR. VARTAN MOUMDJIAN - Excelentíssimo
Sr. Deputado Estadual Danilo Balas; Excelentíssimo Sr. Embaixador da República
da Armênia Armen Yeganian; Excelentíssima Sra. Cônsul Honorária da República da
Armênia Hilda Diruhy Burmaian; demais autoridades presentes; representantes de
igrejas e entidades armênias; senhoras e senhores, vou pedir a licença para
vocês para quebrar por um minuto o protocolo e fazer uns parênteses para
compartilhar com vocês uma coisa.
Hoje
participei, com alguns colegas, de atividades da comunidade armênia. Logo após,
fui para casa, porque tinha que me preparar para vir para cá. Quando fui me
vestir, não encontrei a camisa que eu imaginei que usaria neste evento, aí
comecei a procurar e encontrei essa. Era a camisa do meu pai.
Essa camisa já
veio para esta sala várias vezes, não me acompanhando, mas sim vestindo meu
pai. Aqueles que o conheciam sabem que ele era um defensor da causa armênia, um
defensor da armenidade. Para ele, ninguém podia faltar no 24 de abril.
Hoje ele está
feliz, hoje ele está nos céus, hoje ele está com o seu pai celeste. Mas ele
também está feliz porque ele está revendo várias pessoas: está revendo a minha
mãe, está revendo os seus pais, está revendo a sua avó.
E todos os
outros que ele está revendo, ele não está revendo, ele está vendo pela primeira
vez, porque foram pessoas tiradas da história dele pelo genocídio armênio. Foram
pessoas sobre as quais a gente talvez possa pensar: “Bom, mas pelo transcorrer
normal da história, talvez pela faixa etária, ele não conheceria”, mas alguém
não deixou que ele conhecesse essas pessoas.
Talvez primos,
talvez tios, talvez bisavós. Não sei, mas ele está lá, hoje em dia, convivendo
com eles e os conhecendo, coisa que ele não teve oportunidade de fazer em vida.
Vou fechar aqui os parênteses.
Estamos hoje
aqui reunidos nesta Casa Parlamentar para uma sessão solene que homenageia o
nosso genocídio armênio, que querem que não se chame genocídio armênio, querem
que se chame grande tragédia. Então vamos chamá-lo de “Grande Tragédia do
Genocídio Armênio”.
Graças a
iniciativa do nobre deputado, logo devo iniciar essas minhas palavras com mais
um agradecimento ao nosso amigo Danilo Balas, se me dá liberdade de falar
assim, que novamente nos honra com esta iniciativa. Entretanto, gostaria de me
ater inicialmente ao que consta no site deste Parlamento.
“A Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo constitui o Poder Legislativo paulista com o
atributo de legislar, fiscalizar, controlar e investigar”. Nosso estado é
gerido por três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
Todos nós,
cidadãos, podemos participar da gestão de nosso
estado, fazendo parte de um desses poderes. Entretanto, alguns podem não ter o
dom ou a vontade de contribuir dessa maneira, mas podem fazê-lo de outras
formas, como, por exemplo, através do voto, no caso dos dois primeiros poderes
citados. A essa gestão, podemos dar o nome de governança.
Nós,
armênios paulistas, temos esta Casa como a Casa que nos representa e temos
muito orgulho disso, temos muito amor a isso e temos muita gratidão por isso.
Mas para que eu trouxe esse à pauta? Se dessa maneira funciona a governança do
nosso estado, como deve funcionar a governança do povo armênio?
Bem,
quanto à República da Armênia, temos uma constituição, os poderes todos
constituídos, as eleições, pois somos um país também democrático. Entretanto, o
povo armênio tem uma característica peculiar.
Ele
tem 10 milhões de pessoas espalhadas pelo mundo, das quais três milhões vivem
na Armênia e sete milhões compõem a nossa diáspora, diáspora essa maciçamente
iniciada por causa do genocídio de 1915.
A
nossa comunidade Armênia aqui no Brasil, e mais especificamente em São Paulo,
faz parte dessa diáspora. Então surge uma nova questão: como deve funcionar a
governança de uma comunidade como a nossa?
Alguns
podem dizer: “Nossa comunidade é dividida em instituições religiosas,
beneficentes, educacionais, esportivas, culturais, sociais, e cada uma delas
tem a sua própria organização interna, seus estatutos”.
Até
aqui, creio que todos nós estamos de acordo. Mas e como tudo isso realmente
funciona? Sugiro que comecemos do início. Cada descendente da Armênia que aqui
reside deve ter, além do sentimento pátrio brasileiro, o sentimento de
pertencimento a um povo muito antigo chamado povo armênio.
E
como esse pertencimento se expressa na prática? Iniciamos pelo nosso ambiente
familiar, onde temos algumas características bem marcantes - culinária, hábitos
e costumes e outras várias.
Eu
posso citar, por exemplo, para deixar esse discurso um pouco mais leve, comer esfiha - “lehmeyun”, como nós
dizemos em armênio; chamar os avós de “medz babá”, “medz mamá”; comer “mezze”, e aí, dentro do “mezze”,
o “basturma” - com certeza, não pode faltar.
Cantigas
em armênio; jogar gamão, principalmente com a velha guarda - “taule”, “tavli”, como alguns
dizem; comer charutinho e “dolma”. Enfim, eu poderia
fazer uma infinidade de outras citações.
Vamos
seguir com nosso interesse por temas armênios. Então, a gente pode se espelhar
nos armênios famosos pelo mundo: Charles Aznavour, Alain Prost, a cantora Cher,
o tenista Andre Agassi, a atriz Kim Kardashian e a nossa saudosa e querida
Aracy Balabanian, dentre outros vários.
Nós
podemos nos interessar pela história e geografia da Armênia. Podemos nos
interessar em aprender sobre o genocídio armênio como um triste marco e ponto
de inflexão na nossa história.
Podemos
nos interessar em aprender o nosso idioma, as nossas músicas, pesquisar outras
comunidades armênias espalhadas pelo mundo, fazer amizade - hoje em dia, nas
mídias sociais - com armênios de outros países.
E
esse sentimento de pertencimento, esse sentimento de armenidade, o que fazer
com ele? Se nós não o vivenciarmos, ele tenderá a esmorecer. E como se vivencia
esse sentimento? Talvez indo para a Armênia como turista ou em intercâmbio.
Sim, é uma ótima maneira que nossa geração pode desfrutar.
Mas,
para que a diáspora realmente cumpra o seu papel, precisamos elevar essa
vivência a outro nível. Já que somos o primeiro povo cristão como religião
oficial de Estado no mundo, praticarmos o cristianismo, que nos é
característico, da forma mais apropriada, ou seja, frequentando nossas igrejas
armênias. Temos a Igreja Apostólica, a Católica, a Evangélica.
Irmãos
armênios, em Hebreus 10:25, o versículo inicia assim: “E não deixemos de nos
reunir como igreja”. Sim, você pode ler a bíblia ou orar em sua casa, e deve
fazer isso, mas não deixe de fazê-lo interagindo em um templo e em comunhão com
os seus iguais, participando de atividades da nossa comunidade - quer seja
organizando, patrocinando, colaborando de alguma outra forma e, acima de tudo,
com a nossa presença física.
Queridos
patrícios, a diáspora é o grande trunfo do nosso povo, logo após o nosso país.
E essa união só pode ser obtida somando cada um de nós, um a um. Por isso, lhes
peço: frequentem, participem, trabalhem, liderem e colaborem em nossas igrejas,
nossas entidades beneficentes, educacionais, esportivas, culturais e sociais.
Caso contrário, dentro de mais algumas décadas, talvez o 24 de abril não seja
mais lembrado na diáspora armênia.
Muito
obrigado. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CORONEL
MARDIROS BURUNSIZIAN - Eu quero convidar para
comparecer aqui à frente o coral Vahakn
Minassian, o coro da Sociedade Artística
Melodias Armênias - Sama Clube Armênio. (Palmas.)
Eles nos apresentarão duas músicas e serão regidos pela
maestrina Ana Carolina de Moura. O coral Vahakn
Minassian entoará duas músicas: “Himi el Lerenk”
e (Pronunciamento em língua estrangeira.).
* * *
- É feita a
apresentação musical.
* * *
Mais uma vez agradecemos a participação do coral Vahakn
Minassian. Agradecemos ao presidente Maurico Behisnelian, por nos honrar; ao
Alberto, por nos honrar com essa brilhante apresentação do coro da Sama.
(Pronunciamento em língua estrangeira.), aos olhos dos santos.
Meus amigos, neste instante nós passaremos a palavra aos componentes da Mesa de trabalho. E eu quero iniciar convidando para falar o professor Dr. Vahan Agopyan, secretário da Ciência e Tecnologia do estado de São Paulo. Se o senhor quiser falar da mesa, fique à vontade, secretário.
O SR. VAHAN AGOPYAN
- É mais fácil falar de pé, é mais fácil. Boa noite, senhoras e senhores.
Eu quero inicialmente cumprimentar e agradecer ao deputado Danilo Balas por esta
gentileza de rememorar o genocídio armênio.
E eu acho que é uma obrigação nossa, como cidadãos, de alertar a sociedade para que essas coisas não se repitam e, infelizmente, estão se repetindo. Também cumprimento o deputado Gil, muito obrigado. E, em nome dos senhores, agradecer à Assembleia Legislativa, que sempre se preocupa com o desenvolvimento da sociedade.
Em nome dos senhores, também queria agradecer ao nosso presidente da Assembleia, André do Prado, deputado André do Prado, que atendeu a este pedido e permitiu que nós estivéssemos aqui reunidos.
Eu diria também
que, embora eu possa falar como executivo do Governo do Estado, agradecer à
Assembleia Legislativa por todo o trabalho que vem desenvolvendo, dialogando,
mantendo o diálogo animado, republicano, para que o nosso estado se desenvolva.
Muito obrigado,
senhores.
Ao nosso
embaixador armênio, Armen Yeganian, que representa a República da Armênia no
Brasil, que representa o governo armênio, que continua tendo uma dificuldade
cada vez maior em manter a célula mater ainda viva, com todos os problemas
políticos.
E aqui foi
muito bem lembrado que os nossos supostos aliados, nas horas mais importantes
não estavam presentes. Sra. Hilda Diruhy Burmaian, a nossa cônsul-geral
honorária da República da Armênia aqui em São Paulo, uma defensora da
armenidade, que está mantendo essa nossa cultura armênia presente.
Eu vou fazer
uma menção especial às nossas lideranças eclesiásticas, porque para muitos é
incompreensível que um país - um povo que sofreu durante milênios agressões,
ataques, invasões, ficou durante quase sete séculos sem um país físico,
geográfico - continue existindo.
Se as senhoras
e os senhores se atentarem à história, poucos povos conseguiram resistir a
quatro milênios de disputas. Não sou historiador, mas tomo a liberdade de
imaginar que nós, os armênios, sobrevivemos graças à fé que foi inerente ao
nosso povo. Essa fé acabou sendo amálgama que estava juntando todos esses
armênios em todo o mundo.
Então a igreja
foi a nossa referência. Eu diria não a referência apenas religiosa, mas, além
da referência religiosa - que é marcante, não dá para imaginar armênios que não
sejam cristãos -, ela manteve, conseguiu manter, a cultura armênia e a língua
armênia.
Aliás, foi
mencionado que o alfabeto armênio foi desenvolvido para podermos ter a Bíblia
escrita em armênio. Então acho que o papel da igreja é muito mais do que o
papel religioso, da fé, mas é o de representar a armenidade.
Para a geração
dos meus pais, o “katholikós”, o líder, no caso da Igreja Apostólica Armênia,
era considerado o líder do povo armênio. Então essa é uma referência muito importante,
muito forte, não conheço nenhum outro povo que tenha esse respeito às
lideranças eclesiásticas.
Mas, durante
séculos, os líderes eclesiásticos eram, realmente, os líderes do povo armênio.
Então, a igreja tem esse papel muito inerente. É impossível imaginar uma casa
armênia sem que tenha um crucifixo na parede e sem que tenha uma lembrança
religiosa.
Bem, eu não vou
repetir tudo o que já foi comentado aqui, mas quero dizer que somos
sobreviventes, somos descendentes de sobreviventes do genocídio. A minha
geração, talvez a última, conviveu com as pessoas que foram vítimas desse
desastre, dessa experiência marcante.
Eu lembro muito
bem um caso particular: meus avós e parentes dos meus avós, tios avós. Eu diria
que vi principalmente a minha avó materna, no fim da vida dela, quando ela já
tinha problemas de coordenação de sinapses, ou quando ela relembrava, e a
angústia dela toda era o período do genocídio.
A minha avó,
não me reconhecendo, provavelmente, recomendava: “Você é jovem, fuja, corra,
você não precisa morrer com a gente”. E assim milhares e milhares de mães e
avós fizeram isso, e sobrevivemos. De fato, temos mais armênios fora da
República Armênia.
Aparentemente,
mais armênios na Federação Russa do que na própria Armênia, consequências desse
nefasto episódio. Mas hoje somos cidadãos do mundo, estamos em toda parte do
mundo. E em toda parte do mundo, às vezes, encontramos um sobrenome “ian” para nos ajudar, nos apoiar. Temos esse privilégio.
Eu diria que -
já foi mencionado aqui - o genocídio marcou uma página muito dura da história
do povo armênio e, infelizmente, a ferida está aberta. A ferida está aberta
pelo não reconhecimento do genocídio pelos assassinos.
A ferida está
aberta, porque, como foi mencionado, ainda poucos meses atrás, mais uma
população armênia de 120 mil pessoas abandonou os seus lares, fugiram para
salvar a sua vida. A ferida está aberta, porque continuamos com o risco de uma
invasão da parte sul da Armênia. Então estamos bastante sofridos.
Acho que, como
cidadãos, temos, sim, que rememorar. E o dia 24 de abril tem que ser
rememorado, porque temos que mostrar como exemplo, lembrar a sociedade que
temos que tomar cuidado para que essas barbaridades não se repitam. Isso eu
acho que é nossa responsabilidade.
E temos nós,
brasileiros armênios, que agradecer a esta Nação, que nos recebeu de braços
abertos. Eu sou da primeira geração, eu não nasci no Brasil, que nos recebeu e
nos cuidou. Vivo aqui no Brasil há quase 70 anos. Nesses 70 anos, jamais eu
sofri alguma segregação por não ser brasileiro nato.
Em todos os
postos que eu ocupei, em todos os cargos que eu ocupei, jamais tive um senão
por esse motivo. Inclusive, quando eu fiquei apátrida durante um período da
minha vida, sempre no Brasil isso não era levado em conta.
Então, nós temos
que agradecer a esta Nação, que nos recebeu, e dar bênçãos a Deus, agradecer a
Deus que conseguimos encontrar, no meio da tragédia, nações que nos receberam, que
nos acolheram e nos permitiram sobreviver.
Então,
viva o Brasil, viva a Armênia, e que viva a paz entre os homens.
Obrigado.
(Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CORONEL
MARDIROS BURUNSIZIAN - Com a palavra Dom Paulo Hakimian,
bispo da Igreja Armênia Católica do Brasil.
O
SR. PAULO HAKIMIAN - Boa noite a todos. Muito estimado deputado
Danilo Balas, o senhor está fazendo hoje o maior presente que pode dar à
comunidade armênia de São Paulo e de todo o Brasil. Muito obrigado.
Este
presente, poderíamos dizer que veio do coração do Brasil para cada um dos
armênios que estamos aqui em São Paulo, mas nós não estamos comemorando uma
festividade. Estamos lembrando um momento triste, porque cada um dos armênios
que está aqui... todos nós perdemos alguém da nossa família.
Eu
sou descendente de um mártir, sou descendente dos que hoje nós amamos, os santos
mártires de 1915. Perdoem-me se vou contar, em poucas palavras, como foi
salvado o meu pai.
Uma
noite, todos os homens foram levados para serem massacrados. Ficaram mulheres,
filhos, meninos. Quando chegou a vez de levar as mulheres, disseram para elas:
“Vocês vão se encontrar com seus maridos, com seus pais”.
Mas
minha avó já sabia qual seria o final. Tinha seis filhos. Um ano, dois anos,
quatro anos, seis anos de idade. Levou todos os filhos no frio do deserto, onde
ela procurava um arbusto, ela jogava um filho lá, porque sabia que de noite
passavam os beduínos e, quando iam ouvir o choro de um menino ou de uma menina,
vinham recolher ele.
Foi
assim que meu pai, com quatro anos de idade, foi jogado em um dos arbustos. Ela
foi para morrer. Ela entregou sua vida, mas deu vida a seus filhos. Meu pai foi
salvado, foi levado a um orfanato em Alepo, na Síria, e lá meu pai cresceu.
Depois ele foi para o Egito, casou com minha mãe.
Eu
nasci no Egito. Essa é minha história para chegar aonde? O que estamos
celebrando? Cento e nove anos, 109 anos que estamos gritando, estamos pedindo
justiça para um massacre que ficou impune, um massacre que ainda o governo
turco não aceita e ainda arrasta outros governos. Com as desculpas do Sr.
Embaixador da República de Armênia, a nossa pátria, a República de Armênia está
em perigo, está em perigo.
Mas,
mesmo se passarem 200 ou 300 anos, nós armênios não vamos morrer, porque o que
vive no nosso coração e no nosso sangue não é só a armenidade, não é só a fé
cristã. É um sentimento, é um sentimento de pertencer ao povo armênio. O
armênio viverá para sempre.
Muito
obrigado, Brasil, por receber os nossos pais, os nossos avós. Muito obrigado a
todos aqueles países que recebem com grande alegria esse povo que trabalha,
esse povo que quer crescer.
Foram
mais de um milhão e meio que foram massacrados. Hoje ouvimos que somos mais de
dez milhões no mundo inteiro. Só Deus que fará justiça para o povo armênio.
Muito
obrigado por ouvir. (Palmas.)
O SR.
MESTRE DE CERIMÔNIAS - CORONEL MARDIROS BURUNSIZIAN - Convido para fazer
uso da palavra o bispo Nareg Berberian, primaz da Diocese da Igreja Apostólica
Armênia no Brasil. (Palmas.)
O
SR. NAREG BERBERIAN - Prezados irmãos e irmãs em Cristo.
Venho primeiramente dar glória a Deus, que me dá esta oportunidade de estar
aqui, nesta Casa, onde se preza pelos valores cívicos, éticos, morais e democráticos.
Fico mais
honrado ainda por poder transmitir estas palavras a vocês. Muito obrigado ao
embaixador da República da Armênia no Brasil, S. Exa. Sr. Armen Yeganian, e à
cônsul honorária da República da Armênia em São Paulo, Sra. Hilda Diruhy
Burmaian.
Quero agradecer
a todos os membros da Mesa Diretora, em especial ao deputado Danilo Balas, por
seu apoio à causa Armênia. Meus mais sinceros agradecimentos à Vossa
Excelência.
Meus queridos,
109 anos atrás ocorreu o primeiro genocídio do século vinte. As consequências
desse fato são inúmeras e catastróficas. Primeiro, além do extermínio de um
milhão e meio de pessoas, sucedeu-se o exílio dos sobreviventes, que fugiram
para os quatro cantos do mundo para recomeçar uma vida. Inclusive para o
Brasil, que nos acolheu de braços abertos.
Segundo, por
conta do não reconhecimento e da não condenação desse genocídio pelas nações do
mundo, Hitler usou o modelo de base para cometer o seu próprio genocídio,
assassinando seis milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial.
Terceiro, pelo
esquecimento do mundo, o Azerbaijão, com a ajuda da Turquia, realizou um novo
genocídio contra o povo armênio em Artsakh, fazendo com que 120 mil pessoas
deixassem suas casas. Até hoje, assistimos incrédulos ao genocídio histórico e
cultural em Artsakh, como a destruição de igrejas e patrimônios cristãos e
culturais armênios.
O mundo, uma
vez mais, permanece em silêncio. Causa-me surpresa e muita vergonha saber que
existem parlamentares brasileiros que apoiam essas ditaduras, que visitam esses
países e compartilham em suas redes sociais falsas notícias, não procurando
saber a verdade.
O presidente
Erdogan e seu par, Aliyev, estão pressionando a Armênia com uma nova guerra,
ordenando que, para se ter paz, a Armênia deve ceder territórios e cumprir
exigências, como, por exemplo, remover o Monte Ararat do brasão de armas da
República da Armênia, pois afirmam que o Ararat não nos pertence.
Tal afirmação
é, sem sombras de dúvidas, ridiculamente ignorante e irracional. Pois bem,
Erdogan e Aliyev, se o Ararat não nos pertence, a lua e as estrelas que
carregam vossas bandeiras também não os pertencem. (Palmas.)
Esquecer ou não
condenar um genocídio é ser cumplice dele. Tente mover o mundo, mas comece
movendo a si mesmo. A maior prova disso são os mais de 50 mil armênios que
vivem no Brasil, que desembarcaram no Porto de Santos trazendo, além da dor e
dos traumas, a esperança de uma nova vida.
Ainda assim,
Erdogan afirma que nosso genocídio é história sem fundamento. Outra afirmação
ignorante e irracional. Venho aqui como líder da Igreja Apostólica Armênia do
Brasil, humildemente, pedir aos nobres parlamentares desta Casa que, de uma vez
por todas, acendam a chama da causa armênia na esfera política nacional.
Façam com que
nossa voz chegue à Brasília, para que o governo reconheça que, o que ocorreu em
1915, foi um genocídio. Foi um genocídio. Assim como recentemente o Estados
Unidos da América reconheceu o genocídio Armênio, esperamos que a justiça no
Brasil prevaleça.
Que este País,
amado e respeitado por nossa comunidade, siga o exemplo de tantas outras nações
e oficialmente reconheça o genocídio Armênio e a barbaridade praticada pelo
Azerbaijão contra o povo Armênio e povo Artsakh.
Nossos santos
mártires esperam por justiça. Nossa comunidade, assim como na diáspora e na
Armênia, luta por reconhecimento para que os culpados paguem pelo estrago
causado.
Eu quero, mais
uma vez, agradecer a oportunidade e finalizar minhas palavras com um trecho do
poema “Minha Morte”, do poeta Armênio Bedros Tourian, que define muito bem o
motivo da nossa luta:
“Mas quando o
meu túmulo esquecido permanecerá em algum recanto escuro, negligenciado e
ignorado. Quando do mundo minha memória desaparece, essa é a hora em que eu
realmente morrerei!”.
Queridos
amigos, a união da nossa comunidade nos fortalece e nos dá coragem. E é essa
união que reafirma a nossa cultura e a nossa história. É nessa união que
descobrimos, não apenas a nossa força, mas também a fantástica sensação de
fazer parte de algo maior que a nossa própria existência.
Jamais
deixaremos morrer nossas tradições e nossa fé. Jamais nos esqueceremos dos nossos
santos, mártires e todos que lutaram pela paz e liberdade da Armênia. Que Deus
abençoe todos vocês.
Muito obrigado.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CORONEL MARDIROS BURUNSIZIAN -
Amém. Eu gostaria de passar a palavra agora ao embaixador da República da
Armênia no Brasil, o embaixador Armen Yeganian, e eu quero convidar também a
Lusine Yeghiazaryan para a tradução. (Palmas.)
O SR. ARMEN YEGANIAN -
(Pronunciamento em língua estrangeira.)
A SRA. LUSINE YEGHIAZARYAN - TRADUTORA - Boa
noite.
O SR. ARMEN YEGANIAN -
(Pronunciamento em língua estrangeira.)
TODOS - Boa noite.
O SR. ARMEN YEGANIAN - Boa noite.
(Pronunciamento em língua estrangeira.)
A SRA. LUSINE YEGHIAZARYAN - TRADUTORA - Antes
de mais nada, gostaria de agradecer, em primeiro lugar, ao deputado Danilo
Balas por ter organizado esta sessão solene; ao Dr. Gil também, o meu
agradecimento; a nossa cônsul honorária; aos “Srbazan”, representantes religiosos; ao
Sr. Secretário Vahan Agopyan; e a todos os dirigentes das organizações armênias
e público aqui presente.
Neste ato
cerimonial, não há ninguém mais ou menos importante. Do (Pronunciamento em
língua estrangeira.) até o diácono, do embaixador até o cidadão, todos nós
estamos aqui, soldados. Os músicos, o pessoal do suporte técnico, todos estão
aqui, porque nos preocupamos com os direitos humanos.
Infelizmente, o
genocídio armênio foi o primeiro genocídio do século XX e um dos maiores crimes
de lesa-humanidade. Isso vai contra o direito do ser humano de viver e criar.
Eu entendo que
é difícil falar sobre esse assunto, mas o genocídio não foi só o genocídio. O
genocídio foi também perda de terras, territórios. Por que nós temos aqui nesta
sala, presentes, pessoas que têm nas suas raízes ascendência das cidades de Hadjin ou Kars?
Vocês não deveriam
estar aqui hoje. Vocês deveriam estar nas suas terras, na Armênia Ocidental. Infelizmente,
como consequência do genocídio, nós não só perdemos 75% da população armênia,
mas perdemos também as nossas terras. Ficamos apátridas.
Mas vocês
conhecem os fatos históricos. Alguns de vocês devem conhecer eles melhor do que
eu, então não vou me estender sobre o assunto.
Qual que é a
importância deste dia, no qual nós rememoramos as vítimas do genocídio, os
nossos santos? Não esquecemos que em 2015 eles foram todos santificados. Agora
são santos da Igreja Armênia.
Nós também
lembramos todos os anos. Este ano, faz 109 anos. E eu tenho certeza que, daqui
100 anos, relembraremos. E mil anos também, porque é extremamente importante.
Nós não estamos
fazendo isso para lembrar desse dia infeliz e preto da nossa história. Nós
estamos fazendo isso para que, nunca mais, tais fatos se repitam.
Infelizmente,
no século XX, e ainda XXI, nós fomos testemunhas de vários genocídios: do holocausto,
da Srebrenica, da Ruanda e vários outros. Como seres
humanos, como “homo sapiens”, nós devemos sentir vergonha disso.
Isso significa
que não somos capazes de criar mecanismos efetivos que previnam genocídios. É
por isso que as ações da Assembleia Legislativa, que reconheceu o genocídio
armênio, e o trabalho dos deputados desta Casa são extremamente importantes.
Por que nós
estamos procurando reconhecimento internacional do genocídio armênio? Por uma
simples razão, porque a Turquia não o reconhece. Não esqueçamos que a maioria
dos outros genocídios tiveram tribunais internacionais e foram julgados. Nós
não tivemos o nosso. Até a palavra “genocídio” não existia na época.
A Turquia de
hoje tem certas ambições, mas ela não tem coragem de reconhecer seus próprios
erros do passado. Vocês devem se perguntar por que a Turquia há 60 anos está
tentando ingressar na União Europeia e não sucede. Porque até hoje eles não
entenderam o que são os direitos humanos.
Infelizmente, o
seu irmão menor, Azerbaijão, está andando na mesma direção. No ano passado, nós
fomos todos testemunhas de como, de novo, aconteceu o genocídio em Artsakh,
Nagorno-Karabakh.
Há três países
que negam a existência do genocídio armênio: a Turquia, o Azerbaijão e o
Paquistão. Nenhum outro país do mundo nega a existência do mesmo. E são 34
países que já reconheceram, vários níveis de representação, como lei o
genocídio armênio.
É nesse caminho
que a gente tem que seguir para que, pelo menos assim, façamos com que a
Turquia entenda o que são direitos humanos. Hoje o nosso maior objetivo é a
prevenção. É muito importante para isso educar nossa geração, nossos jovens.
Foi muito
satisfatório hoje de manhã a minha conversa com os estudantes da Universidade
Católica de São Paulo, porque a prevenção começa com a educação.
Agora sobre o Brasil.
O Brasil é um País muito importante, é um dos jogadores mais importantes no
cenário internacional. Hoje o Parlamento do estado de São Paulo está um passo à
frente do Parlamento do Brasil, do País. Pelo que eu, de novo, venho agradecer
à Assembleia Legislativa.
O Senado
Federal reconheceu o genocídio armênio, mas isso não é suficiente. A Câmara e o
Executivo precisam reconhecer também. Se o Brasil tem ambição de ser membro do
Conselho de Segurança da ONU e ser jogador no cenário internacional, ele tem
que reconhecer o genocídio.
Muito obrigado
a todos.
Eu peço que
cada um de nós continuemos esse trabalho para que isso nunca mais aconteça.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CORONEL MARDIROS BURUNSIZIAN -
Sr. Deputado Gil, V. Exa. está com a palavra. (Palmas.)
O SR. GIL DINIZ - PL - Meu boa noite
a todos. Cumprimentando o nobre deputado Danilo Balas, cumprimento esta Mesa
Diretora, autoridades civis, eclesiásticas e todo o público aqui presente.
Balas, parabéns
pela iniciativa. Eu sei que você é um amigo há tempos do povo armênio.
Parabéns, meu amigo, mais uma vez, por celebrar essa data, relembrar a memória
dos santos mártires de 1915.
Eu comecei a
ter curiosidade sobre a história do povo armênio vendo essa proximidade do
Balas no início dos nossos mandatos, em 2019, e confesso que me surpreendi,
porque a história do povo armênio, Balas, a história do primeiro genocídio do
século XX não é nos ensinado nos bancos escolares.
É negado ao
povo brasileiro, às nossas crianças, essa história de um povo guerreiro, de um
povo cristão, que tem os seus grandes inimigos não só, embaixador, por conta
dos territórios, mas pela fé que professa, em nosso senhor Jesus Cristo.
Eu fico feliz
de estar nesta sexta-feira, ao tardar da hora, com este Plenário lotado, porque
nós precisamos dizer aos quatro cantos do Brasil que o povo armênio sofreu o
primeiro genocídio do século XX. Hoje, 2024, os mesmos inimigos estão aí,
Balas.
Já foi falado
de Artsakh, Nagorno-Karabakh, do que estão fazendo ali, Sr. Cônsul... o
Azerbaijão, um satélite da Turquia. Turquia que não reconhece os crimes que
cometeu.
Erdogan, esta
semana, disse para olhar para frente, não falar sobre fatos que não são
comprovados. Vamos olhar para frente quando a Turquia reconhecer o sangue dos santos
mártires que eles carregam nas mãos.
Dias atrás,
Balas, um deputado adversário nosso, presidente da Comissão de Relações
Internacionais, recebeu o embaixador do Azerbaijão nesta Casa, para te
censurar, para me censurar, porque eles sabem que, enquanto nós nos mantermos
aqui graças ao povo de São Paulo, nós vamos honrar a memória do povo armênio.
(Palmas.)
Nós não
queremos vingança, nós queremos justiça. Nós queremos que o povo armênio, esse
povo guerreiro, esse povo heroico de homens e mulheres que já se provaram mesmo
sem um território, mesmo sem uma pátria, se mantiveram e se mantêm vivos na
defesa da liberdade...
A comunidade
armênia é muito presente, secretário, aqui no estado de São Paulo. A comunidade
nos dá esse exemplo de luta pela liberdade, de defesa da sua cultura, de defesa
do seu patrimônio histórico, e isso é um exemplo para cada brasileiro de bem
que defende também a sua liberdade.
Então, parabéns
ao povo armênio, a esse povo guerreiro, a esse povo de santos mártires, que
derramaram o seu sangue pelo cristianismo, pela liberdade.
Hoje, a
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, a maior Assembleia Legislativa
da América Latina, diz: queremos justiça pelo primeiro genocídio do século XX,
o genocídio do povo armênio.
Foi dito aqui
que esse genocídio veio a gerar também o mau exemplo para o mundo, que foi o
holocausto. Há uma frase atribuída a Adolf Hitler, delegada Herbella, que diz o
seguinte: “Quem vai lembrar do povo armênio? Quem vai lembrar do aniquilamento
do povo armênio?”.
Nós vamos
relembrar todos os anos nesta tribuna e pelos quatro cantos do estado de São
Paulo.
Viva a memória
do povo armênio. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CORONEL MARDIROS BURUNSIZIAN - Agora,
para encerrar as manifestações, convido o deputado estadual Danilo Balas,
presidente e proponente desta sessão solene, para as suas palavras.
O SR. PRESIDENTE - AGENDE FEDERAL DANILO BALAS - PL - Mais
uma vez, boa noite a todos. Embaixador da República Armênia no Brasil, Armen,
muito obrigado. Estivemos quarta-feira juntos na Cruz de Pedra. Quem ainda não
conhece, é um local obrigatório de conhecimento dos senhores, de filhos, netos
e bisnetos.
Nesta Casa de
Leis, temos um monumento, Cruz de Pedra, que remete aos santos mártires
armênios, e ele é aberto à visitação. Então, visitação obrigatória. À família
toda armênia: passe para aqueles que não puderam estar aqui nesta noite.
Secretário de
Ciências e Tecnologia do estado de São Paulo, Vahan Agopyan, parabéns pelo
trabalho. Tornou-se um grande amigo e braço direito do nosso governador
Tarcísio de Freitas, governador que mandou um abraço, pois estava vindo do
Palácio do Governo - atrasei um pouquinho -, e o governador Tarcísio de Freitas
enviou um abraço fraterno a todo o povo armênio e a todos que estão aqui nesta
noite. (Palmas.)
Minha querida e
admirada Hilda Burmaian, cônsul honorário da Armênia, que conheci em 2019:
falar da senhora aqui ao meu lado por dez, 15, 30 minutos não seria o
suficiente. O que a senhora faz pelo povo armênio, pelos antepassados, pelos
seus irmãos, rememorando a família de todos, não tem preço. É impar no Brasil.
Então, desde
2019 nós abraçamos a causa armênia e, enquanto eu
estiver aqui, enquanto Deus me der saúde, nós estaremos lado a lado e
repassando a todos. A minha filha, que tem seis anos, não entende muito bem
ainda, mas ela vai entender. Ela vai entender, porque eu e minha esposa
Fernanda... As duas pessoas que eu mais amo nessa vida, a Fernanda e a Júlia,
minha filhinha, elas precisam saber a verdade.
É assim que a
gente passa para as gerações futuras a verdade. Então, elas vão saber, sim, por
qual motivo nós estamos aqui nesta noite e tantos outros dias 24 de abril, e
hoje, 26, nesta sessão solene. Muito obrigado pelo carinho, dona Hilda.
Deputado Gil
Diniz, da nossa bancada do Partido Liberal, conosco aqui desde 2019; bispo da
Igreja Armênia Católica do Brasil, Dom Paulo Hakimian; bispo da Diocese da
Armênia de São Paulo, Narek Berberian.
Dr. André
Kodjaoglanian - espero ter acertado -, vice-prefeito de Lins; Sr. André
Kissajikian, presidente do conselho representativo da Igreja Apostólica
Armênia; Gabriel Sayegh, presidente do Conselho Estadual Parlamentar das
Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras.
O estado de São
Paulo reconhece desde 2015 o genocídio armênio. Infelizmente, nosso País não;
mas o nosso estado e esta Casa de Leis tem a Lei 15.813, de 2015, que em seu
Art. 1º diz: fica instituído o Dia do Reconhecimento e Lembrança às Vítimas do
Genocídio do Povo Armênio, a ser celebrado anualmente no dia 24 de abril.
E aí nós temos
que trazer o nome do deputado, deputado Pedro Tobias, agradecer a ele, que, em
2015, antes de estarmos aqui, fez essa propositura. O Governo do Estado de São
Paulo, na época, sancionou essa importante lei. Repito, a Lei 15.813, de 2015.
Desde 2019,
fizemos a primeira sessão solene, primeiro mandato; e desde 2019 eu recebo no
meu e-mail institucional, principalmente no mês de abril, inúmeros e-mails e
mensagens de repúdio a esta data.
Aqueles que, lá
em 1915, tiraram a vida de familiares dos senhores, repudiam e lotam a minha
caixa de e-mail, dizendo: “Por que continuar mexendo em algo que lá atrás
ficou?”.
E em 2019, aqui
nesta Casa, um colega parlamentar disse: “Balas, você tem certeza que você vai
fazer esta sessão solene? Você vai mexer nessa ferida?” Eu falei: “Enquanto ela
estiver aberta, sim”.
Desde 2019, nós
fazemos esta sessão solene. Para alguns - muitos -, algo muito triste, mas, se
não o fizermos, ficará esquecido na história. Então nós temos que, sim, fazer o
dia 24 de abril ser lembrado a todos e a todas das nossas famílias. Que encham
a minha caixa de e-mail de repúdio, que nós continuaremos fazendo o 24 de
abril. (Palmas.)
Nesta Casa de
Leis, buscamos leis justas. E falei àqueles que estiveram na Cruz de Pedra, quarta-feira
à noite: buscamos leis justas. E, por justiça, em 2019, eu não abracei, eu
recebi um abraço gigantesco de vocês, do povo armênio.
Por justiça,
nós vamos continuar fazendo a sessão solene, lembrando dos nossos antepassados.
E aí, o Coronel Mardiros, que é o mestre de cerimônia, já disse que não é mais
Danilo Balas - é Danilo Baladian.
Então, muito
obrigado a todos.
Deus abençoe e
até mais. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CORONEL MARDIROS BURUNSIZIAN -
Bom, após todas estas manifestações, este reconhecimento, eu gostaria de
encerrar esta sessão solene convidando para se apresentar aqui na frente a
cantora lírica Victória Sayegh Burunsizian, que vai apresentar duas músicas,
com a regência da Camerata da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a
regência do primeiro sargento Ivan Berg Rodrigues de Souza. (Palmas.)
A SRA. VICTÓRIA SAYEGH BURUNSIZIAN -
Boa noite.
*
* *
- É feita a
apresentação musical.
*
* *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - CORONEL MARDIROS BURUNSIZIAN -
Eu gostaria de convidar o Coro da Sama para participar dessa música. Quem sabe
faz ao vivo. Ela começa, vocês continuam.
Gente, elas nem
sabem o que vão cantar e o pior é que é verdade. Eles não sabem, estão sendo
pegos de surpresa.
*
* *
- É feita a apresentação
musical.
*
* *
A SRA. VICTÓRIA SAYEGH BURUNSIZIAN -
Viva a Armênia! (Palmas.)
MESTRE DE CERIMÔNIAS - CORONEL MARDIROS BURUNSIZIAN -
Bom, depois dessa apresentação, agradecemos mais uma vez ao sargento Ivan Berg
a essa camerata extraordinária. Um quarteto duplo. Um quarteto duplo de cordas
que gentilmente prepararam esse arranjo dessas duas músicas para brindar a
nossa comunidade. Muito obrigado mais uma vez.
E para as
considerações finais, para encerrar esta sessão solene, passo a palavra ao deputado
estadual Danilo Balas, proponente desta sessão solene.
O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL -
Eu agradeço a todos os presentes, a gente se emociona, eu já escutei a Victória
lá na Alameda Santos e a gente se emociona de verdade. E no ano que vem eu
estarei cantando.
Não dá só para
se emocionar e não entoar ao lado de vocês. Então, é, dona Hilda, eu preciso
ter aulas para poder não passar vergonha aqui. Então nós teremos.
No Hall Monumental,
um coquetel para quem puder compartilhar mais algumas histórias com a gente, dar
um pouco de risadas. Eu gostaria de abraçar a todos vocês. Deus abençoe. Muito
obrigado.
Esgotado o
objeto da presente sessão, agradeço a todos os envolvidos na realização desta
solenidade. Assim como agradeço a presença de todos e mais uma vez convido para
um coquetel que será oferecido no Hall Monumental. Quem não souber onde é o Hall
monumental, a nossa equipe avisará.
Está encerrada
esta sessão solene. Deus abençoe a todos.
*
* *
- Encerra-se a
sessão às 22 horas e 08 minutos.
*
* *