30 DE MAIO DE 2023

50ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: AGENTE FEDERAL DANILO BALAS, GUILHERME CORTEZ, REIS, ANDRÉ DO PRADO e PAULO CORREA JR

Secretaria: ALEX MADUREIRA, DIRCEU DALBEN, VALERIA BOLSONARO e FABIANA BARROSO

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

4 - BETH SAHÃO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

5 - PRESIDENTE AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Solicita aos presentes que permaneçam em silêncio por um minuto, em respeito ao falecimento de filho de servidora desta Casa.

        

6 - LEONARDO SIQUEIRA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - GUILHERME CORTEZ

Assume a Presidência.

        

8 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - VITÃO DO CACHORRÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - DR. ELTON

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

13 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - REIS

Assume a Presidência.

        

16 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

17 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

18 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

19 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

20 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

21 - PAULO MANSUR

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

22 - SIMÃO PEDRO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

23 - GILMACI SANTOS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

24 - PRESIDENTE REIS

Rebate o pronunciamento do deputado Gilmaci Santos.

        

25 - GILMACI SANTOS

Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

        

26 - PRESIDENTE REIS

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h13min.

        

ORDEM DO DIA

27 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h36min. Coloca em discussão o requerimento de urgência ao PL 752/21.

        

28 - PAULO FIORILO

Solicita verificação de presença.

        

29 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.

        

30 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Discute o requerimento de urgência ao PL 752/21.

        

31 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Informa que será realizada audiência pública para tratar do PL 752/21 oportunamente.

        

32 - SIMÃO PEDRO

Discute o PL 752/21 (aparteado pelo deputado Dr. Jorge do Carmo).

        

33 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Reitera que será realizada audiência pública para tratar do PL 752/21.

        

34 - MARINA HELOU

Discute o requerimento de urgência ao PL 752/21.

        

35 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Solicita aos presentes que permaneçam em silêncio por um minuto em respeito ao falecimento de filho de servidora desta Casa.

        

36 - CARLOS GIANNAZI

Solicita verificação de presença.

        

37 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.

        

38 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Discute o requerimento de urgência ao PL 752/21.

        

39 - PAULO CORREA JR

Assume a Presidência.

        

40 - ALTAIR MORAES

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

41 - PAULO FIORILO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

42 - PRESIDENTE PAULO CORREA JR

Anuncia a presença em plenário da primeira-dama de Limeira, Roberta Botion.

        

43 - PAULO FIORILO

Discute o requerimento de urgência ao PL 752/21.

        

44 - MARCIO NAKASHIMA

Solicita verificação de presença.

        

45 - PRESIDENTE PAULO CORREA JR

Indefere o pedido, ante a constatação visual de quórum.

        

46 - PAULO FIORILO

Solicita verificação de presença.

        

47 - PRESIDENTE PAULO CORREA JR

Defere o pedido.

        

48 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Assume a Presidência. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.

        

49 - CARLOS GIANNAZI

Discute o requerimento de urgência ao PL 752/21.

        

50 - BARROS MUNHOZ

Discute o requerimento de urgência ao PL 752/21.

        

51 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Encerra a discussão do requerimento de urgência ao PL 752/21. Convoca sessão extraordinária a ser realizada hoje, dez minutos após o término desta sessão. Cumprimenta autoridades presentes no plenário. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 31/05, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Agente Federal Danilo Balas.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Iniciamos agora com o Pequeno Expediente chamando os seguintes deputados: Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)

Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.)

Deputado Eduardo Suplicy, V. Exa. tem o tempo regimental.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, é importante estarmos atentos às mortes recorrentes de pessoas em situação de rua em São Paulo.

Em 14 de maio último, os jornais noticiaram que um homem identificado pelo nome de Odair Mesquita dos Santos, morador em situação de rua, de 58 anos, foi encontrado morto debaixo da passarela Vanzolini com a Alameda Santos, no bairro Jardins, zona oeste de São Paulo.

Entidades e movimentos em defesa da população de rua atribuem a morte de Odair ao frio que atingiu a capital durante a noite. Isso é inaceitável, mas, infelizmente, não é caso isolado como as justificativas das SMADS fazem parecer quando relata que as equipes dos Serviços Especializados de Abordagem Social estão realizando atendimentos numerosos e constantes, insistindo que há recusa de alguns às abordagens feitas.

É pouco provável que alguém se recuse a ser atendido neste período de baixas temperaturas sem um motivo plausível. É preciso observar os motivos dessas recusas caso realmente estejam acontecendo, pois elas podem indicar um sintoma de que há algo errado com os equipamentos e com as abordagens.

Hoje, ao abrir as redes sociais, deparo-me com o triste relato do padre Júlio Lancellotti sobre outra pessoa em situação de rua que morreu de frio na calçada da Rua Taguatinga, no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo, só que aqui há um terrível agravante: essa calçada fica a cerca de 500 metros do abrigo emergencial da Prefeitura.

Neste mesmo vídeo, há relatos colhidos pelo próprio padre Júlio Lancellotti de pessoas em situação de rua afirmando que esperam horas na fila para entrarem nos abrigos emergenciais. Muitos são rejeitados alegando lotação, mas quando alguns conseguem entrar, observam que sobram camas vazias sem nenhuma explicação. Se estiver pronto o vídeo para passar, que possa ser exibido.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Há algo incompatível entre o que diz a Smart e o que vive a população em situação de rua. Atualmente, segundo levantamento de 2022 feito pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, que os soldados do CadÚnico, temos 48.261 pessoas vivendo sem abrigo, ou seja, 25% da população em situação de rua do País estão concentrados no município de São Paulo. Considerando que há subnotificação, esse número pode ser ainda maior. Isso exige seriedade, maior rigor no trabalho de assistência e total assistência da parte da Prefeitura.

Sr. Presidente, eu gostaria de também chamar a atenção e manifestar solidariedade à população indígena, que está preocupada com decisão que está por ser tomada pelas autoridades, inclusive da Justiça, porque hoje pela manhã estava a população indígena ali junto ao Morro do Jaraguá, da Aldeia Jaraguá.

Eles estavam fazendo um protesto com respeito à legislação que poderá prejudicar significativamente a população indígena. Daí houve uma forte repressão por parte da Polícia, dos órgãos da Segurança, contra a população indígena. Aqui manifesto a minha solidariedade a essas pessoas.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - Dando sequência à lista do Pequeno Expediente, tem a palavra o deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Boa tarde, Sr. Presidente, Srs. Deputados, o público que nos acompanha aqui da galeria ou através da Rede Alesp, todos os servidores que acompanham a gente nesta Casa.

Presidente, primeiro eu queria falar que ontem a gente teve um evento e um ato muito bonito aqui na Assembleia, que foi o lançamento da Frente Parlamentar de Combate às Mudanças Climáticas, a primeira frente com essa motivação que a gente tem na história desta Assembleia.

Com muito orgulho, eu tenho a satisfação de presidir e de ter sido o autor desta proposta com o apoio de outros 27 parlamentares estaduais desta Casa. Acho que como a ciência mostra para gente cotidianamente: as mudanças climáticas já são uma realidade no nosso País, no nosso Estado.

As cenas que a gente viu em São Sebastião e o efeito avassalador que esses eventos climáticos cada vez mais extremos cada vez mais violentos tem sobre a população nos convidam a tomar uma medida enquanto ainda é tempo para a gente reverter esse rumo de destruição.

Por isso essa frente parlamentar que começou ontem com uma grande diversidade de lutadores do movimento indígena, do movimento sindical, de ativistas ambientais, é uma frente que vai ser muito importante no próximo período para articular os parlamentares desta Casa, mas também os movimentos sociais em torno do tão necessário combate à mudança climática.

E por falar em mudança climática, hoje é um dia  muito importante de mobilização do movimento indígena brasileiro, em razão de que o Congresso Nacional vai retomar a discussão sobre o Projeto de lei nº 490, que basicamente quer legalizar aquela tese irrisória sobre o marco temporal, que já a algum tempo está sendo discutido no Supremo Tribunal Federal.

Eu vou explicar: o marco temporal é uma ideia de que os povos indígenas, que têm uma história secular no Brasil, que estão presentes no nosso país muito antes do chamado “descobrimento”, em 1500. Mas o marco temporal é uma teoria que quer limitar o direito à demarcação dos territórios indígenas a apenas aqueles territórios em que comprovadamente povos indígenas habitassem no dia cinco de outubro de 1988.

Isso é inacreditável, isso é inimaginável, de fato, porque você não pode restringir a história, a resistência, a presença e a participação dos povos indígenas no Brasil a apenas de 1988 para cá. Isso é um apagamento total de uma história de um povo, que no nosso país foi vítima de todo tipo de tentativa de apagamento, de silenciamento, de genocídio.

E por isso, na semana passada, a gente viu uma noite de horrores no Congresso Nacional, num dia em que os deputados federais avançaram com um projeto para desmontar a estrutura do Ministério do Meio Ambiente, desmontar a estrutura do Ministério dos Povos Indígenas.

Afrouxar a proteção, a lei que protege a Mata Atlântica, um bioma tão importante aqui do estado de São Paulo e que no último fim de semana foi comemorado o dia da Mata Atlântica. Mas, lamentavelmente, a gente não teve nada para comemorar porque a Mata Atlântica é o bioma brasileiro que é mais degradado, que é mais depredado, que foi mais desmatado.

E de presente para a Mata Atlântica, que é um bioma tão importante no nosso país, na última semana o Congresso Nacional também tentou flexibilizar os mecanismos que a gente tem de proteger a Mata Atlântica. E se avançou também no Congresso Nacional com um regime de urgência para se discutir esse Projeto de lei nº 490 do marco temporal.

E não por outro motivo hoje é um dia de mobilização nacional dos povos indígenas brasileiros, mas, sobretudo, de todos aqueles que entendem, presidente, que sem demarcação dos territórios indígenas a gente não vive uma democracia de fato.

Sobretudo, de todos aqueles que entendem que a luta pela demarcação das terras indígenas não é uma luta só em defesa da memória dos povos indígenas, mas também é uma luta em defesa do nosso futuro porque, comprovadamente, são os territórios indígenas demarcados a principal barreira, a principal fortaleza que a gente tem no Brasil e no mundo inteiro contra o avanço do desmatamento, contra o avanço da destruição do nosso meio ambiente.

Então, a gente lutar ao lado dos povos indígenas pelo seu direito à demarcação é uma luta em defesa da justiça, é uma luta em defesa da democracia, é uma luta contra o processo de apagamento e genocídio histórico dos povos originários do nosso Brasil.

E é uma luta de todos nós porque também é uma luta em defesa do nosso futuro contra a destruição ambiental e contra as mudanças climáticas.

Por isso, nesse dia de hoje, eu quero me somar junto ao movimento indígena brasileiro na luta para dizer que nós não vamos aceitar esse Projeto de lei nº 490, não vamos aceitar marco temporal.

Nós estamos ao lado dos povos indígenas porque a história do Brasil não começou em 1500, e também não começou muito menos em 1988. A história do Brasil vem de muito antes, o Brasil é solo indígena, São Paulo é solo indígena e a gente vai seguir na luta pela demarcação dos territórios indígenas.

Obrigado, presidente.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - Para uma comunicação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - É regimental, deputada Beth Sahão.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Apenas aqui para trazer nesse dia triste também para todos nós, onde uma funcionária desta Casa, a nossa querida Dilma, uma funcionária antiga, responsável por um setor que cuida das nossas contas, que faz com que a gente seja ainda mais cuidadoso daquilo que ela sempre, com seus olhos e com sua lupa, nos orienta.

E hoje ela está passando por um momento que nenhuma mãe gostaria de passar, porque perdeu seu filho Lorenzo, de 18 anos, na flor da idade, e certamente a gente não pode dimensionar esta dor.

Então, gostaria de pedir a V. Exa. em forma de transmitir essas energias para ela, para que Deus possa lhe dar muita força, não só ela como mãe, mas a todos os seus familiares nesse momento de dor intensa, desse sofrimento profundo, um minuto de silêncio.

 

O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - Deputada Beth Sahão, é justo esse pedido. Eu peço que todos os deputados e deputadas se coloquem em pé, os servidores desta Casa, e que Deus conforte não só a Dilma, mas todos os familiares.

 

* * *

 

- É feito um minuto de silêncio.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - Agradeço à deputada Beth Sahão pela lembrança.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - Dando sequência ao Pequeno Expediente, chamamos o deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Leonardo Siqueira.

Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. LEONARDO SIQUEIRA - NOVO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, deputados e deputadas; deputado Danilo Balas, que preside a sessão; queria aproveitar esse momento meu aqui nessa tribuna para falar sobre um assunto que me envolve diretamente e também os funcionários da ativa e pensionistas do Banco do Brasil.

Pouco tempo atrás o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou para administrar, para presidir o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, a Previ, João Luiz Fukunaga. Acontece que a Previ é um dos maiores, se não o maior fundo de previdência, e o maior fundo de investimento na América Latina, com mais de 200 bilhões de ativos sob gestão.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Guilherme Cortez.

 

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Para quem não sabe, um fundo de previdência é responsável por garantir a aposentadoria dos funcionários de qualquer instituição, nesse caso do Banco do Brasil. E o que acontece?

É que para você presidir um fundo desse, você precisa de alguma capacidade técnica, como acontece em qualquer fundo de investimento, como acontece em qualquer fundo de pensão de qualquer país, o que não é o caso que está acontecendo na Previ.

O João Luiz Fukunaga, e nada contra ele, pode ser um bom pai, ele deve ser um bom filho, uma pessoa de bom trato, mas ele não tem a capacidade para poder gerir esse fundo.

Ele é formado em História, com mestrado em História, e nunca administrou um fundo de investimento. Isso daí não dá credibilidade para ele administrar nenhum fundo pequeno no mercado financeiro, quanto mais o maior fundo de pensão da América Latina.

Então, o que acontece é que a gente entrou com uma ação popular contra ele, e aí o juiz federal, do Distrito Federal, acatou a nossa decisão, a nossa ação popular e afastou, do ponto de vista técnico, o João Luiz Fukunaga.

Acontece que essa pequena vitória durou dois dias, no máximo, porque ele foi reconduzido ao cargo. De novo não é nada contra a pessoa dele, mas é a favor dos funcionários do Banco do Brasil e dos pensionistas.

Por quê? Se a gente olhar o passado recente foi exatamente isso que aconteceu, utilizaram os fundos de pensão das estatais brasileiras, Caixa Econômica, Petrobras, Banco do Brasil para fazer política econômica, quando, na verdade, esse dinheiro deveria ser usado para poder garantir as aposentadorias dos funcionários.

O que aconteceu? Operação Greenfield, muita gente presa e mais de 50 bilhões de prejuízo aí dos fundos de investimento. E o que aconteceu? Quem pagou essa conta são os funcionários, funcionários, hoje, da Caixa Econômica Federal têm todo mês descontado na sua folha de pagamento um valor para poder contribuir com esse rombo.

O que a gente quer é que isso não aconteça mais, que não seja utilizado esse fundo para poder fazer política econômica, para poder investir naquilo em que meia dúzia de pessoas acredita e acabe por destruir a aposentadoria das pessoas que vão precisar lá na frente.

Então a gente vai recorrer dessa decisão. A gente está aqui para lutar a favor dos funcionários do Banco do Brasil. A gente já entrou com uma ação contra o Postalis também, que é o fundo de pensão dos Correios, para que esses fundos não sejam capturados politicamente, porque, no final do dia, quem vai sofrer é o brasileiro, que vai ter que pagar essa conta da má gestão, em especial, nesse caso, o Banco do Brasil e os Correios, o Postalis.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Leonardo Siqueira. Chamo agora o deputado Agente Federal Danilo Balas. Vossa Excelência tem o tempo regimental para uso da tribuna. 

 

O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha pela TV Assembleia, servidores desta Casa, antes de falar sobre o assunto principal que me traz a esta tribuna, quero parabenizar o trabalho de alguns vereadores do Interior de São Paulo que vêm fazendo excelente trabalho, vereadores que representam o município, que sempre estão nos acompanhando e pedindo investimentos para as respectivas cidades.

Parabenizar o Dr. Antonio Nidealco, de Salto de Pirapora. Enviamos emendas, investimentos para a área da Saúde a pedido do vereador Nidealco. Atua muito ajudando nas fiscalizações dos municípios para que os valores sejam aplicados exatamente onde precisam ser e faz um excelente trabalho ali, em Salto de Pirapora. Parabéns, vereador Nidealco, pelo trabalho que executa em Salto de Pirapora.

Também, a vereadora Chuca, de Piedade. Esse trabalho que ela vem fazendo, não só na área da Saúde, na área social, há cinco mandatos, repercute não só em Piedade, mas em toda a Região Metropolitana.

Uma vereadora experiente, que ajuda os mais necessitados e é exemplo em Piedade para os demais vereadores e todos os servidores que vestem a camisa do município. Então, parabéns, vereadora Chuca, pelo excelente trabalho.

Por fim, vereador Sidnei, da cidade de Quadra, pequena cidade de Quadra, que também ajudamos. O Sidnei solicitou e enviamos investimentos para a Educação, para a Saúde, brigou muito. A cidade de Quadra era o único município na beira da Rodovia Castelo Branco que não tinha ligação por asfalto. Olha que absurdo.

Ajudamos o Sidnei, a prefeitura também da cidade, a conquistar esse asfaltamento. Quadra, hoje, tem a ligação com a Rodovia Castelo Branco graças, muito, ao trabalho do vereador Sidnei. Então são vereadores que merecem a nossa lembrança aqui, na Assembleia Legislativa, pelo trabalho que fazem seus municípios.

Partindo para o assunto também que me traz a esta tribuna, a atuação da polícia de São Paulo, a atuação da Polícia Militar, eu tenho a honra de ser veterano da Polícia Militar, permaneci por 12 anos na gloriosa e me orgulha muito quando eu vejo homens e mulheres trabalhando 24 horas por dia, deputado Vitão, na nossa região, em todos os municípios.

A Polícia Militar está em 645 cidades do estado de São Paulo. E a Polícia Civil só não está, deputado Reis, porque muitas unidades tiveram que ser fechadas. Brigamos bastante, agora, pleiteando junto ao governador Tarcísio que a Segurança Pública tenha retomado o seu devido valor, como foi a recomposição salarial logo no primeiro semestre do mandato.

Mas ainda há muito por vir. Vamos representar muito a Segurança Pública. Então, a primeira imagem traz, a técnica pode colocar: Polícia Militar Rodoviária realiza a maior apreensão de maconha do ano, na rodovia Raposo Tavares.

Doze toneladas escondidas em fardos de papelão. Dia 29 de maio foi essa ocorrência, a apreensão, na cidade de Palmital. Olha a quantidade de droga retirada da sociedade. Droga essa que, com certeza, seguia para a destruição de famílias do nosso Estado e do Brasil.

Segunda ocorrência. Temos lá o policial rodoviário, mais uma vez. São várias ocorrências dessa, diariamente. Policial fazendo a busca, apreensão de droga, apresentando as ocorrências, muitas vezes, na sede da Polícia Federal.

Porque muitas das ocorrências vêm do estado do Paraná. Consequentemente, a droga está vindo do Paraguai. Então a polícia apreende duas toneladas e meia de maconha, escondidas numa carga de milho. Dia 28 de maio, na cidade de Nhandeara.

Por fim, mais uma ocorrência, no dia 26 de maio, a próxima. Polícia de São Paulo apreende 1.200 tabletes de cocaína na rodovia Marechal Rondon, em Araçatuba. Ocorrência que a droga estava escondida numa carreta, dia 26 de maio, em Araçatuba.

Então é muito importante que nós façamos essa divulgação aqui, não só os deputados da base do Governo, ou da Segurança Pública, mas os 94 deputados desta Casa. Que a Polícia paulista trabalha 24 horas por dia, 7 dias por semana, fazendo o que pode, arriscando a própria vida para dar a devida segurança ao estado de São Paulo.

Temos muito a evoluir, é claro. Temos muito a melhorar, sim. Mas aqui o meu elogio aos homens e mulheres da Polícia Militar do Estado de São Paulo, dessas três ocorrências, e das polícias do nosso Estado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Danilo Balas. Chamo agora o deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. Vossa Excelência tem o tempo regimental para o uso da tribuna.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, amigos que acompanham os nossos debates pela TV Assembleia, pelas redes da Assembleia.

Sr. Presidente, me inscrevi para fazer um comentário a respeito do artigo de hoje do ex-vereador, arquiteto, urbanista da Politécnica, que é a escola de Arquitetura e Urbanismo da USP, professor Nabil Bonduki, que foi vereador já, e foi nosso sempre senador e deputado desta Casa.

Ele foi relator do Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo. Não me estranhem eu falar de um assunto que é da Capital. Mas a capital de São Paulo tem 12 milhões de habitantes, um terço da população do Estado, quase um terço da população do Estado. Então, o que acontece aqui reflete também na vida de muitos cidadãos que vêm para cá para fazer compras, passear, visitar parentes.

É um assunto que afeta a todos, o Transporte Público, que é o processo de modificação do Plano Diretor. O Plano Diretor está em processo de revisão. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, enviou um PL para fazer a revisão, que ele não modifica essencialmente.

Cria alguns problemas a mais. Não mexe com a questão climática. Mas ele amplia, por exemplo, a possibilidade de aumentar as construções de prédios, em torno de avenidas e estações de metrô e trem. Mais garagens. Ou seja, indiretamente está estimulando o uso de carros.

O Plano Diretor, além de direcionar o crescimento da cidade, onde vai ter indústria, onde vai ter habitação popular, onde se pode pôr comércio, onde deve-se preservar áreas verdes, áreas de agricultura, ele é um instrumento muito importante para direcionar o crescimento da cidade, para onde nós queremos que a cidade cresça.

Todas as cidades têm um plano diretor. Mas acontece que esta semana o vereador Rodrigo Goulart apresentou um substitutivo ao projeto do prefeito, que agrava completamente o plano diretor ora em vigor, em revisão. Por quê?

Ele, sem embasamento técnico nenhum, desprezando as dezenas de audiências públicas, os estudos que foram apresentados, que estão em debate, faz uma substituição que modifica completamente o espírito do plano diretor. O que ele propõe?

O plano diretor atual estimula, por exemplo, a construção de prédios de apartamentos até uma certa altura, tamanho, com garagens ou não, nos eixos que a gente chama estruturantes de transporte, não onde passa corredor de ônibus, onde tem linhas de trem, de metrô.

Há um estímulo para você construir prédios, adensar populacionalmente nesses locais. Por quê? Porque estimula o cidadão a deixar o carro em casa, a pegar o transporte público; e dialoga com a diminuição da poluição, do número de carros, do transtorno do trânsito e assim por diante.

Mas a proposta do substitutivo do vereador, por exemplo, aumenta o raio de possibilidade de construção de prédios - sem limites, com mais garagem, mais do que uma garagem - de 600 metros atuais, em volta das estações do metrô, para um quilômetro.

E, em vez dos 300 metros ao longo dos corredores de transporte público, ele propõe 450 metros. Ou seja, esses eixos vão ficar completamente adensados, criando mais problemas.

E aumentando o apartamento. Por exemplo, o plano atual estimula apartamentos menores, de até 80 metros quadrados. O projeto substitutivo do vereador propõe substituir os 80 por até 120 metros quadrados.

Ou seja, elitizando essas regiões. Ao invés de você estimular a construção de apartamentos menores, mais baratos, sem carros, para que os trabalhadores possam morar nesses espaços, para que as construtoras possam oferecer alternativas de moradia mais populares, ele acaba elitizando, expulsando mais ainda os trabalhadores dessas regiões onde tem serviços públicos.

Então, eu queria aqui fazer um apelo aos vereadores da Câmara Municipal de São Paulo, para que não permitam a votação desse projeto, porque ele vai desconfigurar completamente um plano que foi - V. Exa., Suplicy, foi secretário em São Paulo comigo - amplamente debatido, aprovado, e que foi um instrumento moderno, que estava direcionando bem o crescimento da cidade, segurando e assim por diante.

Então, isso que está acontecendo na Câmara de São Paulo vai criar um problema grave na cidade. O vereador ouviu apenas a Associação Brasileira das Incorporadoras, desprezando então tudo o que foi feito em termos de debate público, para beneficiar interesses particulares, econômicos.

Então, queremos aqui fazer esse protesto e fazer esse apelo para que o substitutivo não seja votado e que se debata com muito mais amplitude esse tema tão importante para uma cidade como São Paulo.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Simão Pedro. Quero chamar agora a deputada Monica Seixas. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. Vossa Excelência tem o tempo regimental para uso da tribuna.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, deputado e amigo Guilherme Cortez, junto com a Carla Morando. Você está muito bem aí na Presidência, muito elegante. Quero agradecer e cumprimentar a todos aqui da Casa, em especial... Já pedimos a Deus ali. Sempre, antes de descer aqui, quando eu chego ao meu gabinete, independentemente da religião, eu faço uma oração, Reis, e peço para o Senhor vir à minha frente me dar sabedoria, porque sem Deus eu não sou nada; nem aqui eu tinha chegado.

Eu sei de onde eu vim. Muitos amigos meus se foram, muitos se perderam, lá da periferia de onde eu vim. Deus permitiu eu estar aqui, foi Ele que deu condições, no maior estado do Brasil, que é a Alesp, aqui em São Paulo.

A gente orou lá, e colocamos em oração aqui a Dilma, a família dela, que perdeu um filho. Isso deve ser algo mais difícil que qualquer familiar passa. Então que Deus conforte, que Deus ajude e fortaleça muito a Dilma neste momento tão difícil. Tenho a certeza de que Deus está com ela.

Eu vim aqui, deputado Suplicy, deputado Reis, deputado Guilherme Cortez, todos os deputados que estão aqui, mais uma vez para falar das escolas estaduais. A gente tem que tomar uma providência aqui.

Tem muitos alunos, com esse horário que foi colocado, perdendo o trabalho. Às vezes era o primeiro emprego, deputado Reis, a maioria dos deputados aqui. Eles ajudavam os pais e as mães porque não têm nem o que comer, e agora o horário das escolas estaduais...

Eu estou sendo muito procurado, porque eu atendo toda segunda-feira em Sorocaba, em dois lugares: de manhã, lá no bairro de onde eu vim, Jardim Nova Esperança, onde pega a Vila Barão, Baronesa, favela do Canta Sapo.

Eu tenho orgulho de falar aqui, não tenho vergonha nenhuma; à tarde, eu atendo prefeitos, vereadores, aluguei um espaço no centro da cidade. Então, nas demandas, têm muitos jovens, muitas mães implorando.

O que aconteceu, Reis? Dá para a gente fazer até uma frente parlamentar aqui. Antes as escolas tinham um horário, que era das 7 da manhã, 10 para as 7, ao meio-dia, meio-dia e 15, e tinha também o horário das 13, Suplicy, até as 17 e pouco.

Daí tinha um horário noturno, que era das 19 até as 23 ou até 22 e 30, que dava a possibilidade de a pessoa que tem o primeiro emprego, o jovem aprendiz, trabalhar e ajudar no sustento da casa.

Agora não. O horário que tem agora nas escolas... Poucas escolas ficaram com o horário noturno, que é das 19, há poucas escolas no estado. O que aconteceu agora? O horário, por exemplo, é das 14 e 15 às 21 e 15 e das 7 da manhã às 16, e poucas escolas ficaram com o período noturno, então muita gente... 

Eu fui a uma rádio em uma cidade ali perto de Araras, e eles falaram para eu, junto com os deputados aqui, lutar, porque estão falando que, a partir do ano que vem, o secretário da Educação do estado, estou marcando uma reunião, vai tirar quase completamente esse horário noturno.

E como ficam as condições dos jovens? Se tivessem aumentado a qualidade da Educação... Por exemplo, o jovem está ficando muito mais tempo na escola agora. Que colocassem um curso profissionalizante lá, vamos dar um exemplo, junto com o Sesi Senai, para que o jovem, tanto homem ou mulher, Guilherme Cortez, saísse e já tivesse direcionamento para um trabalho.

Mas aumentou o horário na escola, diminuiu o horário noturno, e muitos jovens largaram de estudar porque precisam trazer arroz e feijão para a mesa para ajudar os pais e as mães.

Então a gente precisa aqui fazer uma frente parlamentar da Educação aqui do estado. Eu quero a colaboração dos colegas para a gente entender direito, marcar essa reunião com o secretário da Educação do estado, porque eu mesmo, graças a Deus, tenho o registro, antes podia, com 14 anos de idade na minha carteira. Eu trabalhei na modelação e marcenaria, só que antes disso eu gostava muito de acompanhar e trabalhava de servente de pedreiro com o meu pai.

Eu gostava de ficar junto com ele no serviço porque eu morava, nasci e moro ainda em um bairro que era perigoso, então era melhor eu ficar no trabalho do que ficar na rua. Eu agradeço a Deus por isso, porque muitos amigos meus se perderam.

Eu tenho colegas, só para encerrar, que infelizmente experimentaram no meu bairro a dependência química, a droga, e até hoje estão sendo internados, e eu não, trabalhando desde cedo ali com meu pai de servente de pedreiro, porque eu estudava à noite, eu tinha essas condições.

Então, para resumir aqui, precisa ter, sim, o horário das 19 às 22 e 30 ou às 23. Que mantenham esse horário da noite em muitas escolas aqui do estado, porque o jovem precisa trabalhar, precisa ajudar o pai e a mãe, e o trabalho traz dignidade.

Muito obrigado.

Um abraço aqui do deputado Vitão do Cachorrão.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Vitão. Quero chamar agora o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Reis. Vossa Excelência tem o tempo regimental para o uso da tribuna.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Saudar o presidente, deputado Guilherme Cortez, público presente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Civil, os integrantes da Polícia Militar, os integrantes da Polícia Penal e os integrantes da Polícia Técnico-Científica, e todos aqueles e aquelas que nos acompanham em suas residências, em seus afazeres, pela Rede Alesp.

Eu tenho que falar todas as Polícias, Sr. Presidente, porque senão eles reclamam comigo. “Ah, por que falou da PM e não falou da Civil? Por que ele falou da Civil e não falou da Polícia Penal, não falou da Polícia Técnico-Científica?”.

Aliás, eu tenho conversado muito com os policiais e eles estão satisfeitos com o desempenho desta Casa, com o desempenho das Sras. Deputadas e Srs. Deputados, no debate, debate que deu bastante visibilidade, bastante transparência, na votação do PLC 75, porque a verdade, caso a caso, ficou bem clara para todos. Em que pese que o primeiro pagamento é só para agosto, mas a gente tem que falar.

Quero também aqui falar dos meus sentimentos à Dilma, por ter perdido o seu filho de forma trágica. Dizer para ela que Deus a conforte, e conforte toda a sua família. Sobre a questão hoje dos indígenas, que o Suplicy falou, o Guilherme Cortez falou, a nossa solidariedade também.

Não ao marco temporal. Dizer também que ali é um conflito do direito de se manifestar que todos nós temos, inclusive a população indígena, e do direito de ir e vir que também tem a população.

Como não existe uma mediação, o governo chama a Polícia. O governo sempre acaba apelando para a Polícia. O importante era que houvesse ali um processo de mediação para que convencesse as pessoas a desobstruir ali, ou que se manifestassem em um outro local, que não cerceasse o direito de ir e vir das pessoas, mas acaba sendo um conflito, e o governo, a única alternativa que ele acaba fazendo é chamando pela Polícia, e pior, a Tropa de Choque, que bombardeia, joga bomba de gás lacrimogêneo, bomba de efeito moral, jato de água em cima dos indígenas. Acaba o estado provocando uma violência contra as pessoas que estão ali com seu direito de se manifestar. Isso também é uma questão de falta de mediação.

Dar os parabéns também para a Polícia Rodoviária Militar do estado, conforme disse aqui o deputado Danilo Balas, por ter aprendido mais de 12 toneladas de maconha, muito mais do que os 290 quilos que foram apreendidos esses dias no avião da Igreja Quadrangular. A droga não é da igreja, mas estava utilizando-se de um avião da Igreja Quadrangular para o transporte de maconha.

Eu acho que se a Polícia fiscalizar bem o nosso sistema de aviação, os aviões que decolam, eles vão pegar muito mais, porque não são todos aviões que a Polícia vistoria. Muitas vezes ela apenas vistoria quando há uma denúncia.

Em não havendo denúncia, não é o dia a dia da ação policial, com relação à quantidade de drogas que é transportada aqui no Brasil pelo sistema, por via aérea. Seria muito bom que pudesse ter uma fiscalização mais efetiva que, com certeza, pegaria outros aviões envolvidos em tráfico de drogas.

Está aqui o líder do governo, o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor, boa tarde, uma saudação a V. Exa., quero dizer que estamos aguardando aquela reunião que pedimos com o governador, com a participação dos sindicatos da Polícia Civil.

O governador já recebeu o Sindicato dos Delegados e a Associação dos Delegados, mas, até agora, ele não se colocou para receber as outras carreiras. Nós temos que entender que a polícia não é formada só por delegados, nós temos lá a carreira dos investigadores, a carreira dos escrivães de polícia, a carreira dos papiloscopistas, dos médicos legistas, dos peritos criminais, dos fotógrafos policiais, daquele que faz o retrato, o desenhista policial que faz o retrato falado.

Então, a Polícia Civil tem várias carreiras e essas outras carreiras, deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor, querem ser recebidas pelo governador e aguardam que V. Exa. possa determinar a data em que nós seremos recebidos e poderemos levar a pauta de reivindicação.

Muito obrigado, tenham todos uma boa tarde. 

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Reis, chamo agora o deputado Dr. Elton para fazer uso da tribuna pelo tempo regimental.

 

O SR. DR. ELTON - PSC - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente, obrigado pela oportunidade a todos aqui nesta Casa, saúdo a todos os funcionários também da mesma forma.

Falando de funcionários, neste momento, eu queria também externar os meus sentimentos à servidora Dilma, pela perda tão trágica do seu filho. E, deste modo, eu venho também, neste momento, falar sobre uma questão tão importante que é a depressão.

A depressão, hoje, acomete 264 milhões de pessoas no mundo e essa patologia tem se tornado tão frequente nos dias atuais que tem culminado com um estado de tristeza e de ansiedade que pode culminar com momentos de intensa depressão e até de suicídio.

Essa pauta tem sido muito falada, nesta semana eu estive reunido com 27 secretários de Saúde da região da DRS 17 ou do Vale do Paraíba e, diante disso, a gente tentou levantar quais as demandas que estão acontecendo em relação à saúde ali na nossa região.

E, infelizmente, a gente pôde observar durante toda aquela reunião que, dentre todos os secretários, uma das pautas mais gritantes era o atendimento e o acolhimento para as pessoas com depressão. E quando a gente fala disso, a gente sabe que na Organização Mundial da Saúde a depressão e o suicídio deveriam entrar como um ponto primordial na busca pela saúde da população.

Saúde, segundo a Organização Mundial da Saúde, é o bem-estar físico, mental e social, mas, por muitas vezes, eu aqui, na minha, na minha posição como médico, vejo que muito é dado ou observado quando se trata de doença física, mas pouco tem se falado sobre as patologias de saúde mental. E para isso precisam de investimento, é extremamente importante.

Eu tenho conversado prontamente com o secretário de Saúde e com outros amigos, pares também nesta Casa, sobre a possibilidade de aumentarmos o investimento e o acolhimento às pessoas que estão passando por desordens de problemas de saúde mental.

Para que vocês tenham ideia, entre 15 e 29 anos, hoje, a depressão e o suicídio são a segunda maior causa de morte entre jovens, sendo que a primeira ocorre por acidentes, ou seja, tanto os acidentes quanto o suicídio, na maioria das vezes, são causas ou problemas que são evitáveis.

Então, desse modo, eu gostaria, mais uma vez, de externar a necessidade de trazer para esta Casa as falas e a discussão, para que consigamos aumentar o investimento nas pautas relacionadas à saúde mental. Eu, em minha cidade, São José dos Campos, tive a oportunidade de falar com aproximadamente 50 mil pessoas sobre esse tema.

Por muitas vezes, a gente consegue trazer a melhora por meio do conhecimento e também pelo tratamento. O suicídio, hoje, precisa de duas questões: a psicoterapia e o tratamento medicamentoso, que precisa estar de pronto, o mais rápido possível, quando necessário mas, para isso, é necessário que, nas nossas unidades básicas, a parte de saúde mental também seja pensada, não deixando para que aconteça somente em uma especialidade ou em instâncias maiores. De pronto, deveríamos possibilitar o acesso de saúde mental para quem mais precisa.

A minha fala não vai ser muito mais longa do que isso, mas, mais uma vez, estou aqui nesta Casa falando sobre o tema, porque isso acontece muito próximo de todos nós. É necessário que estejamos atentos para quem precisa, para quem dá um aviso, para quem, de alguma forma, está precisando de um atendimento na área da saúde mental.

É necessário dizer que, na maioria das vezes, não estamos atentos pela correria do dia a dia, por aquilo que estamos passando em relação ao nosso trabalho, o tempo perdido nas redes sociais, mas, se nós observarmos as realidades do convívio, das histórias escritas através de nossos jovens, das vivências através da vida deles, elas podem construir jovens com condições de vivenciarem uma melhor condição e um acesso melhor também à saúde mental.

Gostaria de agradecer a todos vocês.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Elton. Em razão do horário, encerro agora o Pequeno Expediente e imediatamente passo à abertura do Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Passo agora à chamada dos oradores inscritos. Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Reis. Vossa Excelência tem a tribuna pelo tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, estou retornando a esta tribuna e, para dar início a minha fala, quero dar início com o que está escrito em Marcos, Capítulo XVI, versículos 14 e 15: “E disse-lhes: ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”.

Vou pedir para a assessoria técnica passar um vídeo, para depois eu continuar a minha fala.

 

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- É exibido o vídeo.

           

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Sr. Presidente, essa é uma matéria que o “Intercept” trouxe e que até você ir pregar o Evangelho conforme está escrito na Bíblia e converter as pessoas, está correto. Mas quando eu pego a tropa da Polícia Militar e coloco dentro de uma igreja para ouvir pastores em horário de trabalho, aí tem um problema, porque se eu estivesse fazendo isso com todas as igrejas e não no horário de trabalho, ou se os policiais quisessem frequentar a igreja por livre e espontânea vontade, tudo bem.

Mas não dá para ter ordem unida. Não dá para o comando dar uma ordem para que os policiais em horário de trabalho vão até a igreja ouvir os pastores da Universal, que é a denúncia que traz o “Intercept”.

Nesse quesito, nós estamos fazendo um requerimento de informação para que o Governo do Estado possa nos informar, trazer a verdade real com relação a essa denúncia, com essa matéria que traz o “Intercept”.

A reportagem produzida pelo “The Intercept Brasil” intitulada “Fardados e Consagrados” revelou detalhes de um programa da Igreja Universal do Reino de Deus que foi batizado “Universal nas Forças Policiais - UFP”. O programa consiste em oferecer assistência espiritual às forças policiais do País. Em São Paulo, nos dias 14 e 15 de março, centenas de policiais foram reunidos em culto em um templo da igreja na Rua Guaicurus, na Lapa.

O estacionamento ficou lotado de viaturas da Polícia Militar. Segundo o “Intercept” apurou, os policiais estavam dentro do templo em horário dentro da jornada de trabalho para uma revista do efetivo, que incluiu café de manhã e um momento de reflexão oferecido pelo programa “Universal nas Forças Policiais”.

Ainda, segundo apuração do “Intercept”, a UFP tem feito ações em 24 estados do País, totalizando mais de 70 encontros com pregações a policiais militares, bombeiros, agentes da Polícia Federal, do Exército e da Aeronáutica. Um detalhe importante é que vários dos governos estaduais ou negam um acordo informal ou fingem desconhecê-lo ou mesmo o defendem.

A Universal por sua vez publica fotos e oferece as provas do que vem acontecendo e afirma que as atividades da UFP envolvem milhares de bispos, pastores, obreiros e voluntários que dão assistência social, espiritual e valorativa às forças policiais.

Note-se que todas essas atividades são extraoficiais. Não há acordo formal ou legislação que sustente a legalidade desse tipo de atividade religiosa envolvendo centenas de membros das forças policiais em horário de trabalho. Aliás, o Estado brasileiro é laico; a Constituição assegura liberdade religiosa.

O próprio Regulamento da Polícia Militar de São Paulo, instituído pela Lei Complementar nº 893, de 9 de março de 2001, em seu Art. 13, item 126, diz que é uma transgressão autorizar, promover ou participar de petições ou manifestações de caráter reivindicatório, de cunho político-partidário-religioso, de crítica ou de apoio a ato de superior, para tratar de assuntos de natureza policial militar, ressalvados os de natureza técnico-científica ocorridos em razão do exercício da função policial.

Com muita perspicácia, o “Intercept” destacou a ação do governador Tarcísio de Freitas que, inegavelmente, apoia a ação da Igreja Universal do Reino de Deus para cooptação das forças policiais. Tarcísio é do Partido Republicanos, o braço político dessa igreja. São Paulo governado por Tarcísio, segundo a reportagem, é o estado com o maior número de eventos reunindo policiais e a Igreja Universal.

No dia 20 de janeiro, a UFP foi agraciada pelo Certificado Amigo da Polícia Militar de São Paulo. A UFP também participou da troca de comando, de reunião na Secretaria de Segurança Pública, além de um evento alusivo ao Dia da Mulher no Complexo do Comando Geral da Polícia Militar, em que proferiram palestra. O pastor Roni Negreiros, coordenador da UFP, e sua esposa, Eliane Negreiros.

O apoio que a Igreja Universal recebe do governo Tarcísio também ficou explícito em abril, quando o Programa ganhou mais de uma medalha da Polícia, dessa vez oferecida pelo Segundo Batalhão de Polícia de Choque, a medalha Batalhão Expedicionários Paulista da Polícia Militar do Estado de São Paulo. A UFP também inclui líderes pesos-pesados da Igreja Universal, como o bispo Júlio Freitas, genro do bispo Edir Macedo, casado com a filha do apóstolo, Viviane Freitas.

O casal foi responsável pelo momento de reflexão realizado nos dias 14 e 15 de março no templo da Rua Guaicurus, demonstrando a aposta da igreja em conseguir seguidores para a religião e para a ideologia entre as forças policiais do nosso Estado.

A estratégia político-religiosa envolvendo a Igreja Universal e políticos como o secretário de Segurança Guilherme Derrite e o governador Tarcísio preocupa especialista ouvido pelo “Intercept”. Guaracy Mingardi, cientista político e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirma que todos os policiais podem ter uma religião, mas não podem participar dela em seu horário de trabalho. Além disso, ele vê com preocupação a promiscuidade entre polícias, política e religião.

Sobre isso, ele disse que “agora está se fechando o triângulo, porque se junta o posicionamento de extrema direita, o religioso e a polícia”. Você junta política, religião e serviço público no mesmo balaio. E acrescentou: “Como o policial ligado à Universal vai olhar para um umbandista?

Ele pode criminalizá-lo automaticamente”. Então, Sr. Presidente, essa é a matéria que eu trago para repercutir nesta data, porque o meu entendimento é que os policiais podem, sim, ir em qualquer igreja, podem ter qualquer religião.

Eles podem frequentar a Igreja Universal, a Igreja Batista, a Igreja Adventista, a Igreja Católica. O que não pode é se usar da estrutura de estado para que eles frequentem, para que eles vão à igreja em horário de trabalho fardados ouvir a pregação do bispo. Isso não é possível. Isso não é permitido.

É por isso que nós estamos pedindo que o governo explique, que o secretário de Segurança Guilherme Derrite possa informar o que realmente está acontecendo com essa mistura entre polícia, estado e religião, uma vez que o nosso estado é laico.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Reis. Chamo agora o deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.)

Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputada Fabiana Barroso. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy, em permuta com o deputado Dr. Jorge do Carmo. Vossa Excelência tem a tribuna pelo tempo regimental. Convido também o deputado Reis a me substituir na Presidência dos trabalhos da sessão.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente Guilherme Cortez, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, quero registrar carta que a bancada dos deputados estaduais do Partido dos Trabalhadores está hoje encaminhando à Sra. Ministra Cármen Lúcia.

Sra. Ministra, ao cumprimentá-la respeitosamente, servimo-nos do presente para expor a V. Exa. assunto que muito vem preocupando os parlamentares da bancada do Partido dos Trabalhadores. Trata-se da Lei Estadual 17.557, de 2022, que dispõe sobre o Programa Estadual de Regularização das Terras, objeto da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 7.326, de 2022.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

* * *

 

A referida lei está permitindo que grandes quantias de terras públicas devolutas sejam alienadas por valores ínfimos, desperdiçando a oportunidade histórica de destinar parte dessas áreas para a instalação de assentamentos de agricultores familiares.

A suspensão imediata dos efeitos dessa lei é a única forma de impedir que a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo, Itesp, continue a se desfazer de patrimônio público estadual, o qual deveria ser destinada a criar oportunidades de trabalho e de progresso social e econômico a trabalhadores rurais sem terras ou com terras insuficientes, para garantia de sua subsistência, tal como previsto no Inciso II, do Art. 1º da Lei Estadual 4.957, de 1985, recentemente atualizada pela Lei Estadual 17.517, de 2022.

Ao contrário do que foi informado à imprensa, o ordenamento jurídico anterior à publicação da Lei 17.557, de 2022, permitia a celebração de acordos fundiários sem que fosse necessário mobilizar recursos financeiros.

A Lei 4.925, de 1985, do governador Franco Montoro, regulamentada pelo Decreto nº 42.041, de 1997, do governador Mário Covas, permitia que o governo estadual celebrasse acordos em que uma parcela das terras era destinada à implantação de assentamentos, e outra parcela era destinada aos fazendeiros possuidores, a título de indenização. Desse modo, foi possível garantir a segurança jurídica de fazendeiros e a democratização do acesso à terra a cinco mil famílias assentadas.

Em matéria jornalística publicada pela “Folha de S.Paulo”, no dia 27 de maio de 2023, fica claro que o diretor executivo do Itesp, o Sr. Guilherme Piai, não somente tem ciência dos questionamentos sobre a legalidade da referida norma, como também ao entender que ela pode cair devido à ADI nº 7.326, solicita que os interessados sejam rápidos para que possam se beneficiar da oportunidade antes que a lei perca a sua validade.

Vale ressaltar que o destino dessas terras públicas paulistas pode também definir o destino de milhares de famílias de agricultores que precisam de uma oportunidade. A suspensão dos efeitos da Lei 17.557, até a análise do mérito, pode evitar o erro histórico de renunciar a milhares de hectares de terra.

O patrimônio fundiário do Estado deve servir à justiça social. Não se pode permitir que um governo estadual promova a desigualdade, como está a fazer com esta lei, razão pela qual apelo, juntamente com meus pares, pela urgente apreciação da referida ADI a fim de que sejam interrompidos tais malefícios.

Diante do exposto, submetemos o assunto a análise, e na oportunidade renovamos votos de elevada estima e distinta consideração, respeitosamente. Além de eu ter assinado, Eduardo Matarazzo Suplicy, também assinam o deputado Paulo Fiorilo, líder da Federação Brasil da Esperança, PT/ PCdoB e do PV na Alesp, a deputada Ana Perugini, a deputada Beth Sahão, o deputado Antonio Donato, o deputado Luiz Claudio Marcolino, o deputado Reis, o deputado Rômulo Fernandes, o deputado Simão Pedro, a deputada Leci Brandão, a deputada Thainara Faria, o deputado Jorge do Carmo, o deputado Emídio de Souza, o deputado Enio Tatto, a deputada Márcia Lia, a deputada Professora Bebel, o deputado Luiz Fernando, o deputado Maurici, o deputado Teonilio Barba.

Esta carta a S. Exa., Sra. Ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, do Supremo Tribunal Federal, deveria ainda conseguir obter as assinaturas de Teonilio Barba, Márcia Lia, Emídio de Souza, Leci Brandão e Ana Perugini. Espero poder encontrá-los agora à tarde para completar as assinaturas.

A propósito desse tema, gostaria de pedir à Comunicação que possa exibir agora o vídeo que traz o depoimento do dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST, do Gilmar Mauro, para que possamos conhecer a sua preocupação com esse tema. Por favor, se puder.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Eu expresso a minha solidariedade ao apelo do Gilmar Mauro, do MST, no sentido de que possa o governador Tarcísio de Freitas efetivamente tomar medidas que venham a propiciar não a grandes produtores, proprietários que venham adquirir ainda mais terras, mas, sobretudo, que possa se utilizar deste mecanismo para que pequenos agricultores rurais, médios agricultores possam se beneficiar de uma reforma agrária, que ainda é muito importante, tanto em São Paulo quanto no Brasil.

Muito obrigado. 

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo no Grande Expediente, a próxima oradora é a deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)

Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. Tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos. 

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, população que nos acompanha do plenário e de casa, hoje eu vou falar de um tema muito importante para os servidores do Banco do Brasil, não só aqui no estado de São Paulo, mas em todo o país.

No Pequeno Expediente, nobre deputado Reis, veio aqui à tribuna um deputado estadual falando sobre a Previ, sobre o Postalis, sobre a Funcef, mas é importante a gente entender do que é que nós estamos falando.

A Funcef hoje é uma entidade de previdência complementar do funcionário da Caixa Econômica Federal, o Postalis, dos Correios e a Previ, dos servidores do Banco do Brasil.

Nós estamos falando do Banco do Brasil, que tem hoje em torno de 200 mil trabalhadores com o direito a receber fundo de pensão, uma complementação da sua aposentadoria, pelo fundo de pensão da Previ.

É importante, nobre deputado Suplicy, quando um presidente, seja da Previ, do Postalis, da Funcef, é indicado para ser o presidente desses fundos de pensão, ele tem algumas regras. Ele tem que passar por um processo de governança, tanto em relação à empresa, em relação ao patrocinador do eventual fundo de pensão, pelo próprio fundo de pensão.

Então, tem lá toda uma estrutura de governança que ele tem que passar. Isso vale para todos os fundos de pensão, e vale para todas as mudanças quando você tem uma mudança de governo. O presidente do Banco do Brasil, o presidente da Caixa Econômica Federal, o presidente dos Correios, ele tem o direito de fazer uma indicação de quem vai ser o presidente desses fundos de pensão.

Uma outra parte dos representantes dos fundos de pensão é eleita pelos servidores. Os servidores do Banco do Brasil, da Caixa e dos Correios, também elegem representantes dos seus trabalhadores para fazerem um acompanhamento desse eventual fundo de pensão.

Agora, o que muito nos estranha é que há pouco tempo a indicação, tanto do João Fukunaga para a Previ, como a do Camilo para a Postalis... Eu espero que o questionamento que foi feito por parte de um deputado estadual aqui da Assembleia Legislativa, não seja preconceito ou discriminação de um sindicalista, de uma pessoa que é, tanto da estrutura dos Correios, como da estrutura do Banco do Brasil, poder assumir a presidência de um fundo de pensão.

Espero que não seja um processo de discriminação, falar que um sindicalista não tem o direito a receber, ou que não tem o direito a presidir espaços como esse.

Eu vou citar aqui alguns exemplos que, quando às vezes o pessoal tem um preconceito em relação a dirigentes sindicais, em relação a representantes dos trabalhadores aqui no estado de São Paulo e em todo o País... É hoje o nosso presidente da República.

O nosso presidente da República é oriundo dos Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Nós tivemos ministros importantes aqui no nosso país, como o Ricardo Berzoini, o Luiz Gushiken, o próprio ministro Marinho, ou dos bancários, dos metalúrgicos.

Nós temos governadores, como Olívio Dutra, Wellington, do Piauí, Zeca do PT, no Mato Grosso. Nós tivemos governadores e temos governadores no Brasil inteiro, que a origem é do movimento sindical do bancário, do metalúrgico.

O próprio governador da Bahia, que nós tivemos por dois mandatos, foi vinculado aos dirigentes dos químicos da Bahia. O que mostra que o movimento sindical tem produzido quadros importantíssimos para o Brasil inteiro, seja para prefeituras, seja para governos do estado, seja para a presidência da República. Presidindo, sim, muitas estatais no nosso país.

Esse é um papel... Quando um partido, que é ligado ao movimento dos trabalhadores, ganha a presidência do Brasil, ganha o Governo do Estado de São Paulo, ou é eleito em uma prefeitura, tem o direito de fazer indicações de quadros técnicos para ocupar os espaços importantes de gestão do nosso país.

Agora, na Previ nós temos 200 mil associados, nobre deputado Reis, no Brasil. Duzentos mil. A ação popular, que foi produzida, ou feita por um deputado estadual, aqui da Assembleia Legislativa, não foi feita por representantes desses 200 mil trabalhadores que são associados à Previ. É uma ação popular, que nós não sabemos qual é o interesse. Porque a Previ, a sede dela, é no Rio de Janeiro. Mas a ação popular foi feita em Brasília.

A ação popular para pedir o afastamento do presidente da Previ foi feita em Brasília. Mas a sede da Previ é no Rio de Janeiro. E a maior parte dos associados da Previ é do estado de São Paulo, a qual o deputado é do estado de São Paulo. Mas a ação popular não é dos trabalhadores ligados ao Banco do Brasil, à Previ.

Aí a gente vai ainda mais. Eu, quando fui eleito deputado estadual, aqui na Assembleia Legislativa, eu tive apoio dos bancários; eu tive apoio dos trabalhadores do Sindsaúde; eu tive apoio dos trabalhadores dos movimentos sociais, da Cultura, da Habitação.

Eu não quero levar a crer que essa ação popular representa, não os funcionários do Banco do Brasil, como a ação popular, em momento algum, cita a representação dos trabalhadores, mas talvez de quem ajudou a eleger esse deputado estadual aqui na Assembleia Legislativa.

Eu sei qual é a minha origem. A minha origem é do movimento sindical. Eu sou trabalhador do banco Itaú desde 1989. Já fui secretário geral, secretário de informação, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Já fui superintendente do Ministério do Trabalho, no estado de São Paulo. Já fui da (Inaudível.), agência de movimento da cidade de São Paulo, na gestão do Haddad.

Então eu sei qual é a minha origem. Eu venho aqui hoje defender, novamente, a qualificação do Fukunaga, para ser presidente da Previ. Porque, primeiro, ele foi indicado pelo Banco do Brasil, que é o rito de governança do Banco do Brasil. Ele foi indicado pelos patrocinadores do fundo de pensão. Ele foi indicado pela própria Previ.

Então, todos os ritos de governança para indicação do presidente, passou em todos. Tem qualificação técnica, de novo. Espero que a vinda do deputado, aqui na Assembleia Legislativa, no Pequeno Expediente, para questionar a decisão de Brasília, e que agora o desembargador suspendeu a liminar que afastou o presidente da Previ, e ele atesta a legalidade e a capacidade técnica da Previc.

E a Previc é entidade pública responsável por gerenciar as operadoras de Previdência privada no País. E foi a Previc que homologou o João Fukunaga a exercer o cargo de presidente da Previ. De novo, a minha origem é origem vinculada aos trabalhadores do estado de São Paulo.

A ação popular que foi aberta para afastar o presidente do Banco do Brasil, e agora da Postalis, em momento algum veio a partir das pessoas que são do fundo de pensão. Então, qual é o interesse desse deputado estadual, aqui na Assembleia Legislativa, de pedir o afastamento do presidente da Previ, da Postalis, que é o Camilo, que hoje foi indicado também para administrar o fundo Postalis.

Será que há uma discriminação ou um preconceito a dirigente sindical? Porque, capacidade técnica, tanto um quanto o outro tem. O desembargador, com a Previ, já atestou que passou por todos os ritos de governança. Então eu espero que não seja preconceito aos trabalhadores poderem ocupar espaços de gestão.

São trabalhadores que se qualificaram, ao longo de sua vida, de forma técnica, para ocupar esses espaços da gestão tanto na Previ, na Funserv e na Postalis. E ainda mais: mentir no processo. Porque, a hora que ele aponta, no processo, que houve... E hoje os funcionários da Previ pagam um percentual para potencializar a questão do déficit da Previ.

A Previ nunca teve deficit operacional. Inclusive, quem coordenou e gerou superavit na Previ foi o Sérgio Rosa, que também foi dirigente sindical e foi um dos melhores gestores da Previ, que a Previ jamais teve. E o Fukunaga, na mesma linha, na mesma qualificação técnica que tem o Sérgio Rosa, que gerou superávit, e vai gerar superávit agora também, fazendo a gestão da Previ.

Então eu quero entender o que tem por trás de um deputado estadual, que não tem relação nenhuma com os servidores ou funcionários da Previ, abre uma ação popular, em Brasília, e a sede da Previ é no Rio de Janeiro. E a maior parte dos servidores está no estado de São Paulo e a ação popular não dialoga com os representados hoje pela Previ.

Então é muito estranho um deputado entrar com a ação popular, com essa, em Brasília, não no Rio de Janeiro, onde é a sede da Previ.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de oradores, próximo orador é o deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.)

Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. Tem V. Exa. o tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Obrigado, Sr. Presidente Reis, que preside os nossos trabalhos. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, acompanhava a colocação do nobre deputado Marcolino.

E a gente também acompanha um pouco o sindicato, desde 1978, quando nós tivemos uma greve no ABC Paulista. Até o nobre deputado e senador Suplicy visitava o presidente Lula no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo.

Mas nós tivemos lá uma greve que durou 40 dias e 40 noites. Realmente... E naquela época, foi quando eu conheci Lula, presidindo lá as greves e presidindo o sindicato. Até a gente saía, realmente, nas porradas lá: bomba de um lado, eles jogando molotov na gente. Eles inventaram “miguelito”, senador, que jogava no pneu das viaturas, furava os pneus das viaturas, como as bolinhas que jogavam para os cavalos caírem. Mas foi lá que conhecemos o Lula, como líder metalúrgico.

Então, ele virou presidente da república. Ontem eu até vi o discurso do deputado Reis aqui, acompanhava, sobre o presidente, que é muito forte, muito valente, não sei o quê. Realmente, naquela época, presidente Reis, eu acompanhei quando o Lula foi preso pelo Dops.

Até acompanhei quando ele foi levado pelo Romeu Tuma para o enterro da mãe dele. Participou do enterro da mãe, e lá também viu os metalúrgicos, milhares de pessoas cantando o hino nacional.

Até falei para os meus policiais lá: “olha, estão criando um herói nacional aí, um mito”. Mas tudo bem. E de lá para cá ele virou presidente da república. Depois, vi o Lula ser preso de novo. E realmente, presidente Reis, se houvesse pisado na cabeça da jararaca, a jararaca não virava presidente da república.

Mas não: pisaram no rabo da jararaca. Foi quando houve a prisão aí, determinada pelo Moro. Não fui eu que falei; foi o Lula que falou. Não se pode pisar no rabo da jararaca, tem que pisar na cabeça. Não pisaram, e o Lula está aí como presidente de novo. Essa é a grande verdade.

Ganhou uma, como falou o Reis aqui, presidente; ganhou a segunda; ganhou com a Dilma e ganhou com a Dilma de novo; e agora ganhou. Nobre presidente Reis, eu, aqui desta tribuna...

Tem muita gente aí que fica falando: “você, você fala...”. Vou falar o quê? Deputado só fala. Quer que eu faça o que, saia dando tiro aí? Não posso. O meu trabalho é vir aqui falar; o deputado vem aqui falar.

Como a esquerda fala e a gente vem aqui falar, rebater. Hoje em dia, o pessoal fala muito no TikTok. Então, eles falam no TikTok; a gente, não, a gente está aqui nesta tribuna há muitos anos mesmo para mim, há muitos anos.

Eu me elegi no ano passado, não como o nobre deputado, senador Suplicy, com 800 mil votos, mas com quase 200 mil votos. Como a gente não tem apoio de associação nenhuma, de clube nenhum, de time de futebol nenhum, de associação de polícia para cá nem de polícia para lá, para mim está ótimo. Então, eu quero dizer o seguinte: na verdade, realmente se elegeu o Lula.

E eu cobrava, aqui desta tribuna, deputado Reis, para colocar nas eleições o exército nas ruas. Pode pegar aqui na tribuna: quantas vezes. Mas o meu exército era de eleitor. Tinha que pôr os eleitores nas ruas, não só ficar ameaçando que se o Lula ganhasse, não ia assumir.

Eu falava aqui: “vamos levar até os idosos, como eu, para votar, leva o vovô, a vovó”. Não adianta depois, porque eu nunca vi decidir depois.

Até citava um exemplo aqui. Nós, com o Paulo Maluf, perdemos uma eleição para a Erundina em um dia só. Nós estávamos lá na frente. No dia da eleição para a Prefeitura de São Paulo, se não me falha a memória, em 88, eu era deputado e a Erundina também, perdemos em um dia a eleição.

Então, eleição se ganha e se perde, e se ganha e se perde no dia, e quem perde, eu falava aqui nesta tribuna, vai chorar na cama, que é lugar quente. Não adianta chorar depois que perdeu, tem que tentar ganhar a eleição antes.

Então, não resta menor dúvida. Então, queira ou não, o Lula voltou a presidente da República. Se estão gostando do Maduro aí, ou não estão, é problema de cada um. Não sou eu que vou falar, ele recebeu.

Eu vou cuidar aqui do governador Tarcísio de Freitas, que nós elegemos aqui em São Paulo o governador, e está cumprindo o que ele prometeu na campanha. Ele está governando o estado de São Paulo e o que ele prometeu ele está cumprindo. Ele valorizou a carreira dos policiais, está valorizando a carreira dos policiais.

Deu um aumento que eu nunca vi, nos meus 50 anos. Eu entrei na Polícia como soldado em 67, e estudei, fui fazer curso de cabo, fui fazer curso de sargento, estudei, fui para a Academia, depois fui para o Barro Branco.

Depois, como eu fui afastado do policiamento da Rota por combater o crime, por isso eu sou favorável à Rota nas ruas. Aqueles que me xingam também porque sou favorável em colocar a Rota na rua... Então, sou favorável à Rota na rua mesmo. Cacete e bala em bandido. Eu sou favorável, e acho que a Rota tem que estar nas ruas combatendo o crime.

Machado, mandaram para você alguma coisa minha? Então põe aí. Porque antigamente a gente fazia isso, a gente caçava os bandidos nas ruas. Olha o que os bandidos fazem hoje com um coronel da Polícia Militar e a esposa, que é policial também. Olha aí. Olha o que os bandidos fazem em São Paulo hoje, com um coronel da PM e a esposa. Dão uma geral, vêm escrachando, com a arma na mão, dando dura em todo mundo. Olha lá, olha que beleza que está São Paulo. Perdeu a moto e ficou a pé com a mulher.

Então, isso acontece com qualquer um. Felizmente, o coronel não estava armado. Se estivesse armado, teria que reagir. Se ele não reagisse e fosse pego com a arma, morreria, porque qualquer policial civil, militar, aposentado ou não, se for pego armado, vai morrer.

Então, realmente, essa é a situação que a gente está vivendo, situação difícil. Até falei aqui para o pessoal da esquerda, eu falei para o deputado Reis, está na hora de reformular a Polícia mesmo. De que forma a gente vai ter uma Polícia que dá proteção à população?

Não é para mim. A Polícia não tem que dar segurança para mim, tem que dar segurança para o povo. Essa é a grande verdade. Como é que a gente vai impedir que aconteça isso que está acontecendo em São Paulo? Arrumaram uma câmera por policial. O policial tem a câmera, o bandido não tem.

Também não sei se está certo, na minha época era outra época, na minha época a gente tinha um revólver, e nem colete a prova de bala tinha, mas bandido não mandava em São Paulo, não. Bandido respeitava. Bandido não tinha nome, não. Bandido não criava nome aqui em São Paulo. Era diferente. Hoje, os bandidos fazem isso com a Polícia, com comandantes da Polícia.

Então, eu não sei onde a gente vai parar. Agora, como o Reis apoia o Lula lá, nós apoiamos o Tarcísio aqui, o governador de São Paulo, que deu um excelente aumento para a Polícia, para evitar que isso aconteça.

Porque ele colocou à frente da Polícia de São Paulo comandantes da Polícia. Pôs o capitão Derrite como secretário, pôs o Nico como secretário de Segurança adjunto, o coronel Cássio como comandante e o delegado Artur como Delegado-Geral. São homens da Polícia.

Eu torço para que funcione isso aí, que se melhore a segurança para o povo de São Paulo. Não é para mim, não. Não é para mim. Eu também não vou aposentar em casa, descansando na internet, não. Eu estou aqui todo dia, e a função de quem é deputado é falar.

É Parlamento, é para o cara falar. É para fazer o quê? Quer que eu faça lei todo dia? Não dá pra fazer lei todo dia. Não tem jeito. Só se eu fizesse uma enciclopédia. Com 30 anos, se eu aprovasse uma lei todo dia, que beleza que seria. Nem Jesus Cristo eu seria, porque é o fim do mundo, não é?

Então a gente cumpre o nosso trabalho, a gente defende a polícia, defende o governador do estado, que está cumprindo o que ele prometeu na campanha. Essa é a grande verdade.

Ele está cumprindo o que ele prometeu na campanha, goste ou não goste, ele está cumprindo o que prometeu na campanha, está valorizando a polícia e realmente está tendo o apoio da população.

Obrigado, senhor presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado Conte Lopes. Próximo orador, deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Tenente Coimbra. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. Tem V. Exa. o tempo regimental de 10 minutos. 

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente, muito boa tarde. Boa tarde aos deputados e deputadas aqui presentes, boa tarde também aos funcionários desta Casa, às pessoas que nos acompanham na galeria e também pela rede Alesp.

Quero dizer, Sr. Presidente, que hoje o nosso País amanheceu - também aqui o estado e a cidade de São Paulo - com uma série de manifestações de povos indígenas de diferentes etnias.

A Rodovia dos Bandeirantes foi um exemplo, inclusive, infelizmente, com uma forte repressão da Polícia Militar, com bomba, com gás, numa manifestação pacífica dos povos indígenas da terra indígena do Jaraguá, então vim explicar a razão de o Brasil todo ter amanhecido com essas manifestações, inclusive para as pessoas que nos acompanham e que viram isso no noticiário, viram nos jornais.

Bom, infelizmente, está em pauta e pode ser aprovado hoje no Congresso Nacional o Projeto de lei 490. É um projeto de lei que inicialmente surgiu com uma ideia, uma ideia triste, uma ideia sem sentido político, sem sentido jurídico, que é a ideia de estabelecer um marco temporal para a demarcação das terras indígenas em todo o Brasil.

Basicamente significa dizer que só povos indígenas que ocupavam fisicamente uma terra na data da promulgação da Constituição Federal de 1988, cinco de outubro, é que teriam direito a essa terra, que todos aqueles que tiveram que sair dessa terra por alguma razão, se deslocar, mudar, eles não teriam direito à demarcação das terras indígenas e ao reconhecimento dessa terra como sua.

O maior problema desse projeto é que ele ignora completamente a violência sistemática que existiu contra os povos indígenas de todas as etnias, de diversas etnias em todo o nosso País.

Falo isso como uma pessoa negra, cujos ancestrais sofreram com bastante impacto a escravização no nosso País. Até hoje, deputado Marcolino, deputado Reis, nós falamos muito, enquanto deputados negros, sobre o impacto que a escravidão teve no Brasil todo e tem ainda para as pessoas negras.

Quando nós falamos sobre os povos indígenas, a gente sabe que, quando os portugueses chegaram por aqui, os povos indígenas já estavam no Brasil e que, infelizmente, eles passaram por um processo duríssimo de extermínio e ainda existe uma dificuldade muito grande para que eles sejam reconhecidos plenamente como sujeitos de direito em todo o Brasil.

O estabelecimento, a tentativa de estabelecimento de um marco temporal é lutar contra a ideia de ocupação dos povos indígenas do Brasil. É lutar contra a ideia do desenvolvimento de que essas pessoas estavam aqui antes mesmo de os portugueses chegarem, antes mesmo do meu povo negro ser sequestrado da África e trazido para cá para ser escravizado.

Já estavam aqui e agora precisam lutar contra a tentativa de implementação de uma norma que estabelece um suposto marco temporal, como se isso fosse possível para a demarcação das terras indígenas.

Mas o problema é que quando o projeto chegou e foi aprovado o requerimento de urgência - por isso que ele pode hoje ser votado no Congresso Nacional -, ele também estabeleceu alguns outros fatores que são igualmente impactantes não só para os povos indígenas, mas para toda a sociedade brasileira.

Ele resgata, por exemplo, a PEC 215, que transfere do Poder Executivo, atualmente nas mãos do Ministério dos Povos Indígenas, da Sônia Guajajara... Inclusive, pela primeira vez na história, o Brasil tem um Ministério dos Povos Indígenas, que está sendo duramente atacado pelo Legislativo.

Mas a PEC 215, a ideia da PEC 215 tenta transferir do Poder Executivo para o Legislativo a responsabilidade de demarcação das terras indígenas. Além disso, esse projeto também flexibiliza o licenciamento ambiental.

Falar sobre licenciamento ambiental também, para nós aqui do estado de São Paulo, é fundamental, porque a existência de leis, de normas que preveem uma série de regras para que o meio ambiente não possa ser degradado a torto e a direito para construção de obras de megaempreendimentos, é fundamental. É necessário pensar numa sociedade que conviva de forma harmônica e pacífica com o meio ambiente.

Isso significa construir obra, sim; isso significa prever a necessidade de empreendimentos, sim; mas significa que não pode ser que a boiada vá passar de um jeito que não importe mais para nada o licenciamento ambiental, as suas regras - regras construídas também legislativamente e que estão sendo atacadas no Congresso Nacional. Outro grande ataque é que esse projeto autoriza a entrada de terceiros e o acesso de terceiros a territórios de povos indígenas isolados.

Nós temos ainda comunidades isoladas do contato humano, dos outros seres humanos não indígenas aqui no Brasil, e é muito importante que essas comunidades sejam preservadas.

Todos nós assistimos aterrorizados ao que aconteceu com o povo Yanomami, que foi demonstrado em janeiro. A entrada do garimpo ilegal em terras Yanomami fez com que chegassem doenças e fome.

A terra que o povo Yanomami usava para colher e para plantar de forma respeitosa; os rios que o povo Yanomami usava para pescar peixe, para se alimentar, foram atacados pelo garimpo ilegal, e ao serem atacados pelo garimpo ilegal, crianças Yanomamis, idosos e gestantes sofreram com a desnutrição, sofreram como o impacto de doenças as quais nunca antes tinham tido acesso.

É isso que a entrada de pessoas acessando terras indígenas com povos isolados causa de impacto para o nosso país: um impacto negativo para todo mundo.

Bom, hoje então é um dia que, apesar de tantos ataques, reforça a força que os povos indígenas têm em todo o nosso país. Eu quero dizer que é muito importante que exista hoje, pela primeira vez na história, um Ministério dos Povos Indígenas, com uma indígena à frente; que pela primeira vez na história uma mulher indígena, Joenia Wapichana, também dirige a Funai, Fundação Nacional dos Povos Indígenas.

É fundamental que as políticas públicas de promoção dos povos indígenas esteja na mão efetiva dos povos indígenas, e do lado de cá, nós que somos não indígenas, que estamos na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo - de um estado ainda com comunidades indígenas fundamentais para o nosso desenvolvimento -, temos a responsabilidade e a obrigação de legislar de modo a proteger e garantir o desenvolvimento e a vida dos povos indígenas do estado de São Paulo.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Para falar pelo Art. 82.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - É, o Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental, tem V. Exa. cinco minutos.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, hoje instalou-se aqui, na Assembleia Legislativa, uma CPI, nobre deputado Simão Pedro, que está discutindo a questão da Enel.

Nós da bancada do Partido do Trabalhadores, do PSOL, da Rede Sustentabilidade, no começo desta legislatura, questionamos ao presidente da Casa o formato em que foi feita, pelas lideranças partidárias da base do governo do Tarcísio, a instrumentalização da fila do relógio para garantir, nobre deputado Suplicy, CPIs sempre ligadas à base do Governo do Estado de São Paulo, que é do governo Tarcísio.

A bancada do PT, a bancada do PSOL, nós praticamente não conseguimos protocolar as primeiras CPIs. Então, as CPIs que estão sendo instaladas agora são CPIs da base do Governo do Estado de São Paulo, mas nós do Partido dos Trabalhadores, mesmo as CPIs que estão sendo instaladas nesses dias, agora, da base do governo Tarcísio, a nossa bancada do PT não vai se furtar, deputado Simão Pedro, deputado Suplicy, de participar e acompanhar essas CPIs.

Por mais que seja proposta e apresentada pela base do governo Tarcísio, nós não nos furtaremos de fazer esse debate. Então, fui indicado - tanto eu como o deputado Luiz Fernando - pelo Partido dos Trabalhadores para fazer o acompanhamento da CPI da Enel.

Para a gente é importante fazer esse levantamento, porque, hoje, a Enel está em várias cidades do estado de São Paulo, e, desde que a Enel assumiu a parte da energia, da distribuição de energia, seja para as famílias, seja para as empresas do estado de São Paulo, em diversas cidades, a gente tem percebido diversas reclamações, reclamações de ligações, reclamações de interrupção de energia, reclamações de falta de energia, mas principalmente reclamações em relação às tarifas praticadas pela Enel no estado de São Paulo.

Então, temos a oportunidade e esperamos que a base que encaminhou essa CPI à Assembleia Legislativa não seja para passar a mão na cabeça do governador, porque a Enel é uma empresa, em tese, privada, que presta um serviço a partir do Governo do Estado de São Paulo, a partir de uma concessão, a partir de uma privatização. Então, hoje, a Enel é uma empresa privada, mas que trabalha como gestão pública no estado de São Paulo.

Onde tem a Enel, por exemplo, não tem concorrência. Aqui na cidade de São Paulo, é a Enel que faz a gestão da energia. Não tem outra empresa. Então, quando uma empresa de energia é responsável pela gestão da energia naquela cidade, não tem concorrência. Então, é uma empresa privada, que foi privatizada, mas que tem a prioridade em relação à gestão daquela empresa.

Não podemos escolher, como é o caso da telefonia hoje, qual empresa de energia queremos que chegue à nossa casa. Na telefonia, você ainda escolhe. Posso escolher uma ou outra empresa da área da telefonia, mas de energia elétrica, de saneamento básico, de infraestrutura de transporte ferroviário, você não pode fazer uma opção entre as empresas, depois que ela é concessionada ou privatizada.

No caso da Enel, hoje ela é uma empresa privada, a nossa antiga Eletropaulo.  Depois que ela foi privatizada, ainda no governo do PSDB, caiu muito a qualidade e não é a qualidade de atendimento dos trabalhadores, mas da estrutura de funcionamento da empresa, de gestão, na nossa cidade.

Então, quero deixar consignado que tanto eu como o deputado Luiz Fernando fomos indicados pela bancada do Partido dos Trabalhadores e vamos fazer o acompanhamento da CPI em relação à Enel.

Queremos ver efetivamente o contrato que foi firmado lá atrás, ainda quando era Eletropaulo, e depois que passou da privatização para uma concessão. Hoje, a Enel é responsável pela gestão em várias cidades do estado de São Paulo.

Queremos que melhore a qualidade do atendimento, que seja aperfeiçoada e, se for possível, que a gente debata a necessidade de voltar a ter uma empresa de energia elétrica de novo gestada pelo estado de São Paulo, a partir de uma empresa pública.

Muitas empresas, em muitas cidades, hoje, em muitos países, a energia, que é uma estrutura fundamental para as cidades e para os estados, está sendo reestatizada. Então, inclusive esse debate nós vamos fazer.

Em relação à CPI da Enel, vamos fazer o debate sobre a importância de ter uma empresa pública sendo gestada pelo Governo do Estado de São Paulo para garantir a qualidade da energia elétrica em nossas casas e nas empresas do estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, presidente. Gostaria de utilizar o Art. 82 pela bancada da Federação PSOL REDE.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental. Tem V. Exa. o período de cinco minutos.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PELO ART. 82 - Presidente, boa tarde. Primeiro, quero me solidarizar com a população de Poá, os professores e trabalhadores da Emeb que antigamente se chamava Estância Hidromineral de Poá. Por decisão do Poder Legislativo, que a gente sabe que funciona às pressas, por acordo, para fazer agrado a alguém, a unidade escolar teve o seu nome alterado para um ex-vereador inclusive envolvido em bastante polêmica na cidade com algumas denúncias e etc., mas isso impacta sobremaneira na comunidade escolar, que não teve debate sobre a alteração do nome da comunidade escolar.

E aí você sabe, mudou o nome da escola, muda o CNPJ. É praticamente uma nova empresa que precisa ser constituída.

Tem que mudar o estatuto, tem que recontratar os professores, tem que refazer os convênios com o Estado. Altera a forma do recurso chegar e causa um problemão. Tudo isso para homenagear assim ao léu um ex-vereador polêmico na cidade, sem nenhum debate com a comunidade escolar. Minha solidariedade aos trabalhadores da EMEB de Poá que estão em luta.

Outro tema que nos traz aqui é que hoje também, no Brasil inteiro, indígenas estão em luta contra a possibilidade de aprovação do marco temporal, uma tese racista, antiambiental e de ódio aos povos indígenas do Brasil.

O marco temporal pautado no Congresso Federal, se aprovado, pode determinar que os povos indígenas parem de reivindicar suas terras e o Brasil é terra indígena. E olhe só que contradição.

Isso acontece num momento de muita disputa por terra, por aumento na violência na disputa por terra no campo, na Amazônia, nos interiores do estado de São Paulo, em todos os biomas, de muito desmatamento.

Enquanto aqui, no estado de São Paulo, os indígenas foram recebidos por bala de borracha, descumprindo inclusive a legislação que exige a presença da Funai. Hoje, durante a ocupação da Rodovia Bandeirantes - minha solidariedade aos Guarani em luta no estado de São Paulo contra o marco temporal - não havia a presença de um trabalhador da Funai para mediar o conflito.

Eles foram recebidos com bala de borracha na testa; quatro pessoas foram atendidas na UBS. Enquanto isso, no início do ano, a gente assistia a golpistas ocupando rodovias, fechando o acesso ao aeroporto internacional e a polícia do governador Tarcísio...

Não vi nenhuma bala de borracha, violência, gás lacrimogênio contra os atos golpistas que ocuparam ruas, quartéis, fecharam acesso a aeroportos e portos no estado de São Paulo. Para a gente ver a diferença racista que se dá às manifestações que acontecem no estado de São Paulo num momento em que o estado de São Paulo, que resiste aos indígenas em luta por demarcação, está doando terra pública.

Está doando, está de graça, está dando para geral, mais de um milhão de hectares no Pontal do Paranapanema. Esses que reclamam da invasão de terra não sobem aqui para falar um “A” porque essas terras não estão sendo doadas para programa de moradia popular, para reforma agrária. Não está sendo demarcação de território indígena, muito menos para reflorestamento.

E se você for olhar, essa área do Pontal do Paranapanema deveria ser inteira floresta de pé, mas foi desmatada por grileiros que agora estão sendo beneficiados pelo Governo do Estado de São Paulo, que está correndo contra uma ação do PT no STF contra esse PL da grilagem. Um milhão de hectares!

Olhe, eu desconfio que essa seja a maior doação de terras públicas depois da capitania hereditária na história do Brasil. Um milhão de terras públicas sendo doadas de grátis para desmatadores do estado de São Paulo, numa região imersa por conflito de terra.

Num momento em que o estado de São Paulo deveria decretar estado de emergência devido ao tamanho da sua população em situação de rua, de fome, de miséria, sem teto, precisando de um amplo programa habitacional, o estado de São Paulo resolve dar “de grátis” terra pública para grileiro e desmatador ao mesmo tempo que combate com extrema violência indígenas Guarani que existem, resistem no estado de São Paulo, ali no Jaraguá, que estão em luta contra o marco temporal e em defesa da sua história, da sua memória e dos seus territórios.

Vale lembrar que os povos indígenas têm uma outra convivência com a terra porque eles fazem a roça e depois migram para deixar que se refloreste, para deixar que a natureza cumpra o seu ciclo, para não degradar. Por isso, limitar o território à época de 1988 é também uma ignorância gigante do modo de vida do povo indígena.

A minha solidariedade ao movimento popular por moradia, aos indígenas, aos quilombolas, aos caiçaras, aos ambientalistas, que estão sofrendo neste momento uma dura repressão dos ruralistas, que estão invadindo terra a rodo. A farra dos ruralistas invadindo terra a rodo e aí sim a polícia do Governo do Estado de São Paulo age para agredir lutador indígena com extrema violência.

Minha solidariedade aos Guaranis e a todos os povos indígenas do País.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem, deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Como vice-líder do PL, indicar o nobre deputado Paulo Mansur para usar pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental. O deputado Paulo Mansur tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - PELO ART. 82 - Boa tarde a todos vocês. Olha, a Monica, a deputada fala da polícia, envolvendo o governador Tarcísio, disparo de bala perto de pessoas ligadas ao MST, e aí vem o que aconteceu ontem no nosso País, uma vergonha nacional. A gente recebendo um ditador, Nicolás Maduro chega ao nosso País.

Ele chega ao nosso País, ele, que, olha só esses dados, 18 mil pessoas venezuelanas são mortas no País entre 2016 e agora. Mas a gente não está falando de pessoas criminosas, pessoas que vão protestar no seu país pedindo liberdade, não concordando com o regime imposto pelo ditador Nicolás Maduro.

Então a gente tem na Venezuela, por exemplo, instituições governamentais que não fiscalizam e não podem fiscalizar o Poder Executivo. Então o Poder Executivo tem toda a liberdade, inclusive há anos vem colocando os juízes que eles querem e impondo do jeito que eles querem.

A gente tem aqui, olha só, websites - são comandados pelo governo. Eles podem suspender e revogar licenças de veículos de comunicação privados a hora que eles quiserem.

Durante tentativa de levante militar, autoridades venezuelanas tiraram do ar a CNN, a BBC e a TV a cabo que é a Rádio também Caracas, que é a melhor rádio lá, que dava notícia real da Venezuela. Foram tiradas do ar.

E aí a gente tem ataques a jornalistas que cobriram manifestações, incluindo espancamentos e munições disparadas a curta distância. Aí, sim, aquele cidadão de bem que está indo protestar pelos direitos, recebendo tiros de perto.

Quando a gente tem um país que as pessoas acabam querendo fugir dele, existe um problema: 4,5 milhões de venezuelanos querendo fugir do País desde 2014, fora os registrados que ainda não foram computados.

Então a gente tem embargos dos Estados Unidos pelo desrespeito aos direitos humanos, e também pela Europa. E os Estados Unidos oferecem 15 milhões de dólares pelo Nicolás Maduro.

 Como que você tem um país oferecendo uma quantia desse valor e ele vem para o Brasil como se nada tivesse acontecendo? O Nicolás Maduro e a Venezuela, eles estão devendo dois bilhões para o País. Olha só essa informação. Olha só essa informação.

Em novembro de 2017, a Assembleia Constituinte adotou a legislação do ódio, que inclui linguagem vaga, comprometimento da liberdade de expressão, e por aí vai. Em 2018, promotores acusam várias pessoas desses crimes, incluindo Jesus Medina. Aí, cerca de 12 milhões de reais. Aí, vem a dívida do BNDES, onde 722 milhões de dólares não foram pagos para o Brasil e ainda há parcelas para vencer.

Agora que vem o pulo do gato, olha só, Conte Lopes: Você está ajudando a pagar essa conta porque o banco de fomento não ficou com o prejuízo, já que os pagamentos eram garantidos pelo fundo de garantia de exportação. Então, a dívida ficou com o Tesouro Nacional, que é dono dos recursos do fundo. Portanto, a dívida acabou sendo paga pelo contribuinte brasileiro.

Ou seja, nós brasileiros que pagamos impostos, emprestamos o dinheiro para a Venezuela e a gente que está pagando essa conta. Não é o BNDES, é o dinheiro do contribuinte, Conte Lopes, dá para acreditar num negócio desse? É só no Brasil e a gente recebe o ditador Nicolás Maduro aqui no nosso país ainda.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Para uma comunicação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental, tem V. Exa. o prazo de dois minutos.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu enviei ao secretário de Agricultura, doutor Junqueira, um requerimento de informação. Protocolei, na semana passada, questionando a atitude dos diretores do Itesp, em relação à venda das terras públicas do estado a toque de caixa, a preço de banana, principalmente as terras do Pontal do Paranapanema.

A mídia inteira repercutiu o presidente do Itesp dizendo que precisava apressar antes que o Supremo Tribunal Federal julgasse a lei que o Doria e o Rodrigo Garcia aprovaram aqui nesta Casa no ano passado, permitindo a alienação das terras públicas, principalmente as terras devolutas do Pontal, que o próprio Estado vem tendo ações perante a justiça reivindicando essas terras, cujo destino certo e principal deveria ser a reforma agrária. Assentar as famílias que têm necessidade de ter um pedaço de terra para poder plantar, trabalhar, retornar a sua dignidade.

Mas aqui as notícias são que o Governo está entregando essas terras com 80%, 90% de desconto. O negócio da China, não é? Uma área hoje que vale 20 milhões, estão entregando por três, quatro milhões, então é uma coisa maluca.

E hoje a bancada do PT, liderada pelo Paulo Fiorilo, nosso deputado e líder da bancada, encaminhou à Cármen Lúcia, ministra do Supremo Tribunal Federal e relatora de uma Adin - Ação Direta de Inconstitucionalidade - que o Diretório Nacional do PT protocolou ano passado. Todos sabem que somente os partidos políticos podem fazer uma Ação Direta de Inconstitucionalidade.

A Procuradoria Geral da República já deu um parecer favorável a essa Adin, mas a Cármen Lúcia ainda não concedeu uma liminar suspendendo essas ações aqui. Então, eu quero parabenizar o nosso líder pela iniciativa.

É fundamental que o Supremo tome uma decisão o mais rápido possível, suspendendo essa venda na baciada, a preço de banana das terras públicas do Pontal, que é uma vergonha para este Estado.

Muito obrigado.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem, deputado.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O senhor me concede uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental, Vossa Excelência.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, presidente. Presidente, eu confesso que não ouvi todo o pronunciamento de V. Exa. agora há pouco, mas ouvi alguma coisa e fui pegar a matéria tendenciosa, mentirosa que o senhor repercutiu agora há pouco no plenário, na tribuna, quando fala a respeito da polícia e da Igreja Universal.

Quero dizer para V. Exa. que esta matéria é tendenciosa, mentirosa e não condiz com a verdade. O trabalho que a igreja faz, não somente com os policiais, mas com toda a sociedade de uma forma geral.

Quando a imprensa diz que a igreja estava cheia de policiais fardados, estava. Mas, era um evento da Polícia Militar. O batalhão solicitou o espaço e a igreja cede o espaço para que seja realizado o tal evento, onde ali nenhum pastor entra para pregar.

Então, a primeira mentira da matéria. E aquele evento está lá cheio de viatura fora. Sim, claro, é um evento oficial da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que solicitou o espaço para realizar o tal evento que eles desejavam realizar. O comandante do batalhão solicitou, a igreja cedeu.

Aí vamos falar de UFP, que um domingo de manhã estão lá policiais fardados também na igreja. Sim, claro, nós convidamos o grupo de policiais civis, militares, guardas civis, Forças Armadas, de uma forma geral, e um determinado dia, um determinado domingo, na igreja, para que eles venham receber orações. Aí é diferente.

Aí a Polícia Militar chega ali como qualquer outro membro da igreja para participar de um culto não oficial da Polícia Militar. Por que eles vão fardados? Estão de folga e vai fardado o policial militar, vai fardado o membro das Forças Armadas, do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, da Polícia Civil Metropolitana ali participar de um culto onde nós pregamos a palavra de Deus para trazer paz, tranquilidade, a palavra de salvação para essas polícias.

E por que eles vão fardados? Estão de folga. Nós os convidamos para irem fardados para que a gente possa consagrar, e consagrar as fardas desses homens, dessas mulheres valentes que todos os dias estão com as fardas na rua defendendo nossa vida.

Então, presidente, V.Exa. cometeu um grande equívoco em acreditar nessa matéria tendenciosa e mentirosa. Mas depois eu vou falar com mais detalhe a respeito disso.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Só para falar para V.Exa. que nós vamos buscar as informações. Eu apresentei a matéria porque não dá para saber quem realmente está trazendo... Vossa Excelência está trazendo aqui o seu ponto de vista, mas a mim, como deputado, cabe investigar, fiscalizar.

Eu quero que o secretário de Segurança Pública nos traga informação para elucidar esses fatos, porque não é comum, não se vê em outras igrejas isso acontecendo. Na minha igreja, por exemplo, na Adventista eu nunca vi a presença ali de policiais fardados para orar e para ouvir o Evangelho.

Então, por eu não ver isso em outras igrejas, eu estranhei essa prática, e por isso eu estou encaminhando ao secretário Derrite um RI para que ele informe realmente o que está acontecendo.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado.

Sr. Presidente, perfeito, a igreja de V.Exa. não pratica isso. Aconselho a falar com seus líderes para praticarem.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É que o estado é laico, deputado.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Exatamente. Nós convidamos, ninguém foi obrigado a ir.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - O estado é laico.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Ninguém foi obrigado. Existe o convite. Eu sugiro a V.Exa. convidar os policiais para irem também. Vai fazer bem para eles.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Não, fardados...

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Haja vista que tantos policiais estão aí se matando, precisando de um conforto, vai fazer bem.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Está correto.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Aconselho V.Exa. a fazer isso.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Está correto. A assistência religiosa... Está correto.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Ninguém obriga policial a ir. Nós convidamos.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presidente, havendo acordo eu solicito a suspensão dos nossos trabalhos até as 16 e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental.

Estão suspensos os nossos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.

 

* * *

 

- Suspensa às 16 horas e 13 minutos, a sessão é reaberta a sessão é reaberta às 16 horas e 36 minutos, sob a Presidência do Sr. André do Prado.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a sessão. Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Há sobre a mesa o requerimento de urgência ao Projeto de lei nº 752, de 2021, de autoria do Tribunal de Justiça. Em discussão.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, está em discussão uma questão importante, que é a urgência de um PL, e eu percebo que não há aqui quórum para esse debate. Então eu gostaria de pedir verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Convido o deputado Alex Madureira, não tem nenhuma mulher aqui, por enquanto, presente, então o deputado Dirceu Dalben para fazer verificação de presença.

 

* * *

 

- Verificação de presença.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado quórum regimental. Com a palavra, o deputado Luiz Claudio Marcolino para discutir a favor.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, o projeto que vamos debater agora é o 752, de 2021. O que muito nos estranha é quando um projeto que é de 2021... Nós estamos em 2023. Já passou a legislatura passada, estamos em uma nova legislatura, e é um projeto que se quer debater a questão da urgência dele.

Quando a gente olha o projeto apresentado e a gente olha o orçamento do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo... Pegamos aqui algumas datas do orçamento do TJ de São Paulo, de 2014 até 2022.

A gente olha aqui o orçamento do estado e ele vem crescendo a cada ano: em 2014, oito bilhões, 427; em 2015, nove bilhões e 400; em 2016, 10 bilhões; 2017, 10 bilhões; 2018, 11 bilhões e 600; 2019, 11 bilhões e 800; e vai crescendo até 2022, com 13 bilhões e 525.

A gente percebe também, quando se compara o orçamento feito pelo TJ em relação ao empenhado, todos eles, todo ano, ano após ano, se percebe que o empenhado pelo TJ é maior do que o efetivamente orçado. Todo ano foi tendo um complemento por parte do Governo do Estado de São Paulo em relação ao ano anterior. Todos os anos.

Quando o TJ apresenta um projeto como esse... Já se tentou discutir com todas as representações ligadas à advocacia no estado de São Paulo, as representações ligadas ao mundo do Judiciário, e todas elas são unânimes em dizer que esse projeto não tem que ser aprovado aqui na Assembleia Legislativa.

Foi conversado com as associações dos advogados do estado de São Paulo, foi conversado com a OAB e todos são unânimes: o orçamento, hoje, do TJ, é um dos maiores orçamentos que nós temos aqui no estado de São Paulo.

Estamos falando de um orçamento, para 2023, de 15,5 bilhões de reais. Estamos falando aqui que, só do Tesouro, fica em torno de 10 bilhões de reais. Em relação às taxas, é um percentual de apenas 11 por cento. Então, quando se olham as taxas, que é o projeto ora em debate, a gente percebe que é um valor em torno de um bilhão e 600 milhões de reais.

Se por ventura o TJ tivesse algum tipo de problema em relação à receita e à despesa do Tribunal de Justiça, era só fazer um debate com o Governo do Estado, era fazer um debate aqui na Assembleia Legislativa.

E com certeza os 94 deputados ou mesmo o Executivo não teriam problema em fazer um debate, nobre deputado Suplicy, em relação à adequação do Orçamento do TJ no estado de São Paulo.

Então quando nós olhamos para o Orçamento que vem crescendo a cada ano, um debate direto entre o Orçamento do TJ e a Assembleia Legislativa e o Executivo não teria grandes problemas, nobre deputado Jorge do Carmo.

Mas quando fala em você aumentar o valor das taxas, que já é um percentual pequeno em relação ao Orçamento do TJ, aí a gente começa a ver. Não só os deputados estaduais, não só os partidos, mas diversas representações, inclusive todos ou a grande maioria dos advogados no estado de São Paulo são contrários.

E não é só em relação ao problema dos advogados. O problema, nobre deputada Ediane, é justamente das pessoas que vão ter que pagar um valor maior em relação às taxas hoje cobradas nos processos que dão entrada nos fóruns do nosso Estado.

Então para a gente é muito difícil aprovar ou discutir uma urgência de um projeto que está nesta Casa desde 2021, onde a população do estado de São Paulo será prejudicada.

E quando fala população do estado de São Paulo, nós estamos falando de uma parcela da sociedade que não é aquela que tem condição financeira de pagar as taxas, nem as sucumbências em relação aos processos que dão entrada no estado de São Paulo.

Nós não estamos falando das pessoas que têm hoje de uma justiça gratuita, mas nós estamos falando de uma parcela da população do estado de São Paulo, hoje, que precisa e muitas vezes é necessário que se entre na Justiça para cobrar o seu direito.

E são essas pessoas que no estado de São Paulo passarão a ter que desembolsar um percentual muito maior do que o dos processos que hoje são cobrados. Quando a gente compara o valor das taxas aqui no estado de São Paulo - e foi um dos elementos que o TJ apresentou aqui na Assembleia Legislativa - e quando se compara com outros estados, a taxa no estado de São Paulo é menor.

E nós fomos levantar as informações e percebemos a existência de alíquotas inclusive mais elevadas em outros estados, mas elas são muitas vezes aliviadas ou suavizadas por limites máximos, bem como inferiores àqueles cobrados hoje no estado de São Paulo.

E hoje o estado de São Paulo tem o segundo maior teto de custos mais elevado no Brasil, valor que fica apenas atrás do estado de Goiás. Então aquela máxima apresentada pelo TJ de que o estado de São Paulo está bem abaixo da cobrança das taxas em relação aos outros estados do Brasil também não se configura.

E para finalizar aqui o último item, quando consideramos as informações concernente às taxas que incidem na totalidade de processos e no teto do recolhimento permitido, temos que as custas judiciárias no estado de São Paulo já se situam entre as mais elevadas do País.

Então por isso, nobre Sr. Presidente, é muito difícil neste momento a gente caminhar para uma aprovação de um projeto no mérito, nobre deputado Simão, que desde 2021 está tramitando, nobre deputado Jorge do Carmo, que a gente percebe que não tem aqui um consenso entre os partidos nesta Casa, não tem um consenso entre os deputados nesta Casa.

A nossa bancada é contrária ao mérito desse processo. Dialogando com diversas pessoas em diversos municípios no estado de São Paulo, a nossa bancada vai se posicionar contrariamente.

Mas é importante que a gente possa ouvir aqui o TJ, ouvir a OAB, ouvir as associações dos magistrados no estado de São Paulo. Então, para a gente, é muito importante que acontecesse - como acontece em projetos importante como esse - uma audiência pública na Assembleia Legislativa convocada pelo presidente da Assembleia Legislativa, porque para a gente, a audiência pública é o momento onde nós estaremos ouvindo todas as partes que envolvem esse projeto e que nós possamos fazer aperfeiçoamentos, possamos fazer alguns debates para melhorar, inclusive, os posicionamentos dos deputados aqui na Assembleia Legislativa.

Então hoje nós estamos debatendo a questão da urgência, mas novamente reafirmando: em um projeto que é desde 2021, se fosse um projeto tão urgente assim, já teria sido votado pela Assembleia Legislativa.

Então a falta de transparência e de diálogo aqui por parte do Governo do Estado de São Paulo, a falta de ter aqui um entendimento em relação a ter audiência pública, para que ouçamos as partes para tomarmos uma decisão, para a gente fica muito difícil avançar no projeto ora apresentado.

Então colocamos aqui o nosso posicionamento, cobrando do presidente, o nobre deputado André do Prado, a realização de uma audiência pública para que possamos fazer um debate com todas as partes com relação a esse projeto, e ver como podemos melhorar.

Só que deixamos claro: quando falo em taxas, quando falo em cobranças de parcelas da sociedade do estado de São Paulo, de um projeto que é importante, que nós só entramos na Justiça quando efetivamente não se chega a um entendimento, a um acordo, naquilo que se reclama.

Então é um direito do trabalhador, é um direito do pequeno empresário, é um direito da população do estado de São Paulo, entrar com seus processos, e nós não podemos agora ter uma cobrança maior do que efetivamente hoje o Tribunal de Justiça tem cobrado das suas custas.

Então, quer discutir o orçamento do estado para o Tribunal de Justiça? Estamos abertos a fazer essa discussão. Agora, discutir cobranças maiores de taxas nos processos do Tribunal de Justiça, nós somos contrários ao aumento dessas taxas aqui no nosso estado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para continuar a discussão, para discutir contra, o deputado Simão Pedro. Existe uma proposta de audiência pública proposta aqui pelo deputado Luiz Claudio Marcolino, e esta Presidência aceita, sim, esse pedido, e logo que a gente aprovar a urgência, eu convoco a audiência pública para a gente discutir esse projeto do Tribunal de Justiça.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Nobre presidente desta Casa, deputado André do Prado, aproveito para agradecer V. Exa. por abrir, permanecer conosco na sessão solene ontem, que homenageou o ilustre magistrado Ricardo Lewandowski, e a presença de V. Exa. engrandeceu a solenidade que eu e o deputado Emidio de Souza realizamos aqui ontem à noite.

Sr. Presidente, V. Exa. acabou de dizer que vai anunciar a convocação de uma audiência pública para discutir esse Projeto nº 752, de 2021. Vossa Excelência já tem a data, tem condições de dizer para nós quando isso vai ocorrer?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado, a previsão é que nós, aprovando a urgência no dia de hoje, semana que vem nós teremos feriado, seria difícil uma mobilização, mas na semana seguinte nós já convocaríamos essa audiência pública. Sem ser a semana que vem, na outra semana.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Obrigado, Sr. Presidente. Acredito que é a melhor alternativa que nós temos, ou seja, fazer um debate nesta Casa chamando os prós e os contras, os argumentos do Tribunal de Justiça ao enviar já há dois anos esse projeto aqui, ouvir os argumentos dos advogados por meio da OAB, ouvir as organizações representativas da classe dos advogados, ouvirmos especialistas, para que esta Casa tome uma decisão o mais correta possível. Seria a aprovação ou a rejeição desse projeto.

Não dá para ser assim do jeito que está proposto neste momento. Quando a gente veio para o plenário, a proposta de votar aqui a urgência para votar esse projeto, esse projeto não passou pelas comissões.

Teve um deputado, passou pelo congresso de comissões, um relator especial. Não passou, ou seja, então é um projeto que vai aumentar, a meu ver, as custas dos serviços dos advogados, isso é evidente.

Vai aumentar de um para um e meio por cento, é a proposta. Então precisa ter justificativas para isso.

O orçamento, a meu ver, quero falar aqui daquilo que tenho escutado de muitos advogados que têm me procurado, preocupados com a aprovação desse projeto, que isso vai dificultar o seu trabalho, isso vai dificultar o acesso à Justiça de muitos setores da sociedade.

Então, esse aumento precisa estar muito bem justificado, porque nós já temos um orçamento para o Poder Judiciário de mais de 15 bilhões, deputado Jorge do Carmo, mais de 15 bilhões. Será que não é suficiente para custear todo o serviço do Poder Judiciário aqui no nosso Estado?

 

O SR. JORGE DO CARMO - PT - Vossa Excelência me concede um aparte?

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Uma honra, deputado Jorge do Carmo, conceder um aparte a Vossa Excelência.

 

O SR. JORGE DO CARMO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Obrigado, deputado Simão Pedro, colegas deputados e deputadas; eu estou deputado, mas sou advogado, e advogado que sou eu, ao ver esse projeto, ao ler esse Projeto 752, de 2021, eu fiquei bastante preocupado.

Evidente que nós queremos uma justiça célere, competente, dinâmica. Todos nós torcemos por cada vez a nossa Justiça faça justiça com justeza. Porém, deputado Simão, eu fiquei um tanto preocupado porque eu agora estou impedido de advogar em razão de exercer um mandato popular de deputado estadual, eu já advoguei muitas vezes e eu sei exatamente o quanto as custas processuais oneram o cliente, aquela pessoa que nós estamos representando no Judiciário.

E por isso eu acho de suma importância, e V.Exa. indagou o presidente sobre a necessidade de uma audiência pública para que nós possamos falar, por diversas vezes, com os representantes da advocacia, todos os membros da OAB, o Judiciário, todos os atores que possam estar aqui representados por nós, para que nós possamos ter certeza de que, ao votar esse projeto, a gente de fato esteja promovendo a justiça.

Eu milito na área da periferia de São Paulo e muitas vezes tem que fazer social, porque as pessoas não têm condições. E para isso tem a Defensoria Pública para atender as demandas que são assim previstas na nossa Constituição, que é a assistência judiciária gratuita.

Mas é necessário que façamos essa audiência pública, deputado Simão Pedro, e que bom que o presidente concordou com a importância dessa audiência pública, para que possamos ouvir o Poder Judiciário, a OAB, outros representantes de classe aqui, e a sociedade, principalmente, para que possamos ter certeza que, ao aumentar as taxas judiciárias, se for aprovado nessa Casa, as pessoas tenham consciência que realmente é para melhorar o serviço judiciário.

Então, temo que a gente esteja aumentando as taxas, e eu sou radicalmente contra aumento de taxas, porque eu sei quem é que paga a conta, nós sabemos quem é que paga a conta.

Então, esperamos que essa audiência pública seja bastante elucidativa, e depois vamos exaurir aqui no debate, nesse plenário, e ao votarmos, votarmos com a nossa consciência, certamente, para termos certeza que se ele for aprovado ou não ele foi bastante discutido, que esse é o espírito desse Parlamento.

E é por isso que V.Exa. e as deputadas e deputados foram eleitos para debater esse e outros projetos de suma importância para nossa sociedade.

Muito obrigado, deputado, pelo aparte.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Obrigado pela intervenção de V.Exa., deputado Jorge do Carmo, que discute aqui com conhecimento de causa, por ser um profissional da advocacia. E V.Exa. citou aqui, queria aproveitar para reforçar aqui meus argumentos, da necessidade de maior debate, de não aprovarmos essa urgência, não vejo necessidade de urgência num debate desse, porque os pobres...

Nós criamos, de fato, a Defensoria Pública para atendê-los, uma parcela que para ter acesso à Justiça precisa de um advogado, advogado é o meio para os cidadãos acessarem a Justiça, só que tem custo o trabalho de um advogado para intermediar a defesa do cidadão, seus argumentos.

Então, criamos a Defensoria Pública para esse tipo de demanda e ela exerce um papel muito importante. Os ricos, deputado Jorge do Carmo, não precisam. Normalmente as suas disputas, as suas demandas são milionárias, bilionárias. Então, às vezes não se importam com o custo do trabalho do advogado do escritório que vai contratar.

Agora, a imensa maioria dos cidadãos, trabalhadores, profissionais liberais, funcionários públicos, esses precisam do trabalho do advogado. Na medida que encarece o serviço, a minha impressão é que nós, com isso, vamos afastar essas pessoas do acesso à Justiça, criando mais injustiça ainda. Então a gente precisa entender bem o que nós estamos votando aqui.

Outra coisa que eu queria trazer aqui como argumento para não votarmos essa urgência hoje é em relação à transparência. Eu não entendi desse projeto, já li, já ouvi várias partes, por que o Judiciário precisa desse reajuste? Então não consegui entender a justificativa. Porque, no meu entendimento, o custo do nosso Judiciário já é um dos mais altos do País.

O Judiciário nosso está querendo aumentar as taxas para quê? Para ampliar os fóruns, para melhorar o ambiente de atendimento do cidadão, do trabalho dos advogados, do trabalho dos juízes, vai aumentar as comarcas, vai melhorar o atendimento? Isso não está claro onde vai ser aplicado.

Parece-me que é um reajuste pelo reajuste. Então não vejo necessidade dessa urgência. Vejo, sim, necessidade de a gente escutar o Judiciário. O Judiciário até agora não disse. Eu acho que o correto, se a gente for aprovar um projeto dessa magnitude, dessa importância, do impacto que isso vai ter no bolso dos cidadãos, dos contribuintes paulistas, é que o Judiciário esclarecesse, “nós precisamos desse recurso para melhorar aqui”.

E vamos criar, quem sabe, uma emenda no sentido de que se prestem contas para o parlamento, para a sociedade, de onde estão sendo aplicados esses recursos e que melhoria está trazendo para o acesso à Justiça, para os cidadãos, para o funcionamento do nosso Judiciário.

Então, deputado Rômulo, eu não sou advogado, mas eu preciso de advogados, evidentemente. Tenho, na minha assessoria, advogados. Tenho recebido, como lhe disse, por WhatsApp, através de membros das seções de OAB dos nossos bairros, no Interior, uma preocupação, que a gente aprove esse projeto aqui.

Então, por precaução, conversamos hoje, achamos interessante essa ideia de fazer um debate público, uma audiência pública. Aliás, devia ser assim com qualquer outro projeto de grande magnitude que nós discutimos aqui. Nós representamos a população, sim, defendo a democracia representativa, mas ouvirmos especialistas, ouvirmos setores da sociedade não tira a nossa autoridade como representantes do povo.

Por isso é importante ouvir a sociedade civil, ouvir os argumentos do Poder Judiciário, evidentemente, mas ouvir a sociedade civil, que vai, no fim, pagar a conta desse aumento, dessa taxa, está certo?

Então fico por aqui, Sr. Presidente, para dizer assim, sou contra votarmos essa urgência. Não vejo necessidade. Acho muito importante a convocação dessa audiência para que a gente tenha mais argumentos para, assim, embasar a nossa decisão no futuro, se a gente vai votar ou não esse projeto, se vai aprovar ou não esse projeto.

Muito obrigado, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra o deputado Paulo Fiorilo, para discutir contra. Desculpe, deputado Paulo Fiorilo, teve um equívoco aqui. Para discutir a favor, a deputada Marina Helou. Depois será V. Exa. para discutir contra.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - Boa tarde, presidente, boa tarde a todas e a todos, todos que estão nos acompanhando aqui, todos os nossos servidores.

Eu queria iniciar a minha fala hoje pedindo um minuto de silêncio para celebrar um momento muito triste que a gente viveu hoje nesta Casa. A filha de uma das servidoras mais antigas e mais compromissadas desta Assembleia, Dilma, passou por um dos piores momentos que alguém pode passar, que é a perda de um filho.

Quero desejar toda a luz para um momento tão difícil, e solicitar a todos os nossos colegas hoje aqui que a gente possa fazer um minuto de silêncio em homenagem a esse momento tão difícil que ela está passando.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então, faremos agora, a pedido da deputada Marina Helou, um minuto de silêncio para a tragédia que ocorreu no dia de hoje com o filho da nossa controladora aqui, a dona Dilma. Está sendo um momento muito difícil. Uma grande parceira aqui deste Parlamento.

Faremos, então, um minuto de silêncio.

 

* * *

 

- É feito um minuto de silêncio.

 

* * *

 

 

Transcorrido o minuto de silêncio, devolvo a palavra à nobre deputada Marina Helou, para dar sequência na discussão do projeto.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - Obrigada, presidente. Não há palavras que possam descrever a dor de uma mãe quando perde um filho. Deixo aqui toda a minha solidariedade neste momento.

Eu subo aqui para dizer que sou a favor de uma audiência pública para que a gente possa discutir esse projeto. Quero parabenizar o presidente pela iniciativa, junto com a oposição, porque não há uma possibilidade de a gente aprovar uma urgência ou discutir esse projeto, sem que a gente possa realmente se aprofundar no que significa esse projeto.

São tão raras as oportunidades que nós temos para discutir o sistema de Justiça no nosso País, que queremos resolver tudo quando temos a oportunidade. Como que a gente pode garantir a discussão sobre o financiamento de acesso da Justiça, o acesso à Justiça, o funcionamento da Justiça?

Hoje esse é um sistema que está tão apartado da sociedade, que a gente tem poucas oportunidades e quer resolver tudo de uma vez só. Infelizmente, esse projeto não dá as respostas necessárias. É um projeto que não garante que a gente vai, realmente, dar acesso ao abismo que existe hoje entre quem tem o acesso à Justiça e quem não tem acesso à Justiça.

Porém também não é um projeto que vai resolver o financiamento da Justiça, por quem, de fato, o usa. A gente não está falando aqui que o estado vai diminuir o quanto que todos nós, pagadores de impostos, inclusive aqueles que não acessam a Justiça, financiam esse sistema.

Não vai resolver nenhuma das duas coisas. É um projeto bastante importante para o nosso Estado, mas que pode ser muito melhor. A gente pode garantir, nessa discussão, nesta Casa, nessa audiência pública, que a gente traga relação de escalonamento para esse projeto, que a gente discuta o teto.

Uma ação de 15 bilhões de reais não pode ter o mesmo teto de uma ação de 10 milhões de reais. É uma ação que tem que ter, realmente, diferenciado o quanto contribui.

A gente não pode ter as grandes empresas, as grandes e gigantes deste País, pagando a mesma coisa de alguém que tem um caso, uma vez em específico, e que talvez aquela ação seja a ação da vida daquela pessoa.

São mecanismos diferentes. A gente pode ter a oportunidade, nessa audiência pública, de fazer essa discussão e começar, pelo menos, a dar o endereçamento sobre financiamento da Justiça, sobre acesso à Justiça e sobre garantir a Justiça para todas as pessoas.

Mas quero aproveitar o meu tempo. Eu subi aqui nesta tribuna hoje para falar também que estamos na discussão, no Congresso Nacional, de temas importantíssimos para o Brasil.

Ontem, - eu não estive aqui nesta Casa, porque eu estava em Brasília -, estive junto com a presidente da Funai, a Joenia Wapichana, a primeira mulher indígena a presidir a Funai neste País, para fazer uma discussão importantíssima sobre o marco temporal, que está para ser discutido no Congresso Nacional.

Ele não pode ser aprovado porque é um retrocesso em toda a nossa construção de política para os povos originários deste País, para as políticas dos indígenas. A gente não pode garantir e aceitar de mãos atadas que isso seja aprovado hoje, dessa forma, no Congresso Nacional.

A gente precisa aprofundar essa discussão, entender o que significa. Não pode ter um desconhecimento de como funcionam os processos. A Funai é extremamente técnica. É um processo longo, e processos de demarcação são um direito histórico da nossa população indígena, e a gente tem que defender. Não ao marco temporal!

Assim, também acho que é importante a gente salientar nessa tribuna que o desmantelamento dos dois ministérios, da População de Povos Originários, da ministra Soninha Guajajara, e do Ministério do Meio Ambiente, da Marina Silva, é uma afronta ao País. É uma afronta a todos aqueles que elegeram esse governo. E é uma afronta ao modelo de Desenvolvimento que o Brasil pode ser protagonista.

A gente ter um tamanho retrocesso das políticas ambientais, um desmantelamento das estruturas que cuidam desse tema, é simplesmente ir na contramão do que o mundo pede para nós. O Brasil pode ser protagonista de um modelo de desenvolvimento sustentável. Pode trazer recursos para o desenvolvimento da nossa população.

O que a gente está fazendo é exatamente na contramão desse processo, tirando a ANA, a Agência Nacional de Águas, do Ministério do Meio Ambiente. A gente fala muito das mudanças climáticas, mas é pela água que a gente vai sentir os efeitos das mudanças climáticas, que já são realidade.

É nas grandes enchentes, que desmantelam e que desabam morros, como aconteceu aqui em São Sebastião. É nas secas, é na migração, é na falta de qualidade de água, na falta de saneamento básico. É fundamental que a gente tenha ingerência, e possa atuar na perspectiva ambiental sobre as águas.

Não dá para tirar a demarcação de terras indígenas do Ministério de Povos Indígenas. É esvaziar um espaço fundamental para a nossa discussão, no nosso País. A gente não pode entender que o que aconteceu foi só um ajuste. Foi um grave ataque às políticas de sustentabilidade do nosso País, aos povos originários.

A gente não pode ficar leniente a como o Congresso está olhando para essa causa. É importantíssimo que a gente se posicione e que o governo reafirme, a cada dia, o seu compromisso real com o Meio Ambiente e com os povos originários deste País.

Eu quero aproveitar, para finalizar, dizendo que a gente também está, nesse momento, se preparando para entrar em junho. No Dia do Meio Ambiente, serão diversas as possibilidades de atuação.

Que a gente possa, nesta Casa também, fortalecer as ações pelo Meio Ambiente, pela água e pelo desenvolvimento sustentável do nosso Estado.

Obrigada, presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Eu queria pedir uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Então eu peço para a deputada Valeria Bolsonaro, aqui presente, juntamente com o deputado... Valeria Bolsonaro está aqui? Junto com a Fabiana Barroso, fazer a verificação de presença.

 

* * *

 

- Verificação de presença.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado o quórum regimental, devolvo a palavra para a deputada Dra. Paula.

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente. Boa tarde ainda, boa tarde a todos os deputados aqui presentes, boa tarde às pessoas que nos acompanham, aos funcionários também desta Casa. Bom, Sr. Presidente, quero falar sobre o quanto eu e toda a bancada do PSOL somos contrários a esse projeto de lei, inclusive ao seu requerimento de urgência.

É fundamental falar sobre isso, especialmente sob algumas perspectivas. Uma delas, que me chama muito a atenção, é a perspectiva do acesso à Justiça, e é importante explicar porque esse projeto de lei, a aprovação desse projeto de lei, poderia impactar diretamente o acesso à Justiça das pessoas.

Bom, acontece que a tentativa do projeto de lei é de aumentar as custas iniciais, aquele valor que as pessoas pagam para entrar com uma ação judicial, para propor uma ação judicial de 1% para um e meio por cento. Também existe uma proposta no projeto de lei de aumentar as custas de execução - depois que você ganha um processo e vai executar esse valor devido a você - de 1% para dois por cento.

Existe também uma tentativa, uma previsão de pagamento de custas judiciais para atos que até então não são atos em que cabe o pagamento de custas judiciais, e que são atos fundamentais para o exercício da Justiça.

Por exemplo, as citações, intimações, os ofícios, a inclusão, pesquisa do nome das pessoas no SerasaJUD, no Sisbajud. Então, todo mundo sabe que é uma previsão legal - o acesso à Justiça é uma previsão constitucional, e é também uma previsão legal - a possibilidade de isenção de custas judiciais para as pessoas que não têm condições financeiras de arcar com essas custas.

Parte do que o Tribunal de Justiça utiliza como argumento para propor esse projeto é dizer: “veja bem, não existe impacto financeiro para aqueles e para aquelas que querem propor uma ação judicial ou precisam se utilizar do sistema judiciário de alguma forma e não tem condições financeiras para tanto, porque existe a gratuidade judiciária”.

Só que isso, Sr. Presidente, é importante dizer que o impacto da gratuidade judiciária não atende completamente a todas as pessoas que precisam se beneficiar disso. Existem muitas negativas de isenção das taxas judiciárias.

Esse projeto atinge diretamente uma camada de pessoas que não são as mais empobrecidas, mas são aquelas que, ao movimentar o Judiciário, precisam também usar o seu dinheiro, seu dinheiro suado, seu dinheiro sofrido para poder fazer isso e, com isso, vão ter um aumento gritante, como eu disse aqui, 50% e 100%, especialmente nas custas iniciais e nas custas de execução.

Mas, como advogada, me chama também a atenção um outro tema que já foi dito aqui por deputados que anteriormente a mim se colocaram contrários a esse projeto de lei, que é justamente o aspecto orçamentário, porque não ficou nítido para nenhum de nós, seja na explicação enviada em 2021 para o Tribunal de Justiça, quando apresentou esse projeto de lei, seja nas discussões que nós fizemos no Colégio de Líderes, nas notas enviadas e emitidas pelas associações, pelo próprio tribunal, não ficou nítido para ninguém qual é o real impacto orçamentário do aumento das custas para o Tribunal de Justiça ou, mais do que isso, não ficou nítido para que será utilizado esse dinheiro, esse valor.

E nós, como deputados e deputadas desta Casa, não podemos aprovar um projeto, mais ainda, aprovar a urgência de um projeto, sem ter nítido qual é o impacto orçamentário dessa aprovação.

Eu quero trazer aqui algumas informações que foram produzidas pelo Sistema Justa. O Justa é uma plataforma que recolhe informações, analisa dados orçamentários e que mostraram para a gente, no monitoramento do orçamento de 2019 a 2021, que no ano de 2021 os dados revelam que 3,7% do orçamento total do estado de São Paulo foi destinado ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Isso é cerca de 10 bilhões de reais.

Se nós considerarmos o impacto disso com relação a outras áreas, nós veremos que esse valor somado não atinge o valor de Habitação, Ciência e Tecnologia, Assistência Social, Cultura, Saneamento, Gestão Ambiental, Esporte e Lazer, Trabalho, Comunicação e Organização Agrária. Tudo isso junto não supera o orçamento que, em 2021, foi destinado ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

E o que é mais impactante é que a maior parte desse orçamento, cerca de 7,2 bilhões de reais, foi destinada à suplementação, na verdade, foi destinada às folhas de pagamento. E houve, também, uma grande suplementação desse valor por créditos enviados pelo governo.

Então eu vou pedir pra colocar a apresentação, porque eu quero mostrar para vocês, com gráficos, qual é o impacto. Pode passar. Essa apresentação foi produzida pelo Justa, que eu já expliquei o que faz.

E aí, só para deixar nítido um outro problema que nós temos e que não está sendo discutido aqui, mas que tem um impacto financeiro direto no orçamento do Tribunal de Justiça, são os créditos adicionais do sistema de justiça.

A LOA, que nós votamos e aprovamos aqui nesta Casa, determina como vai ser a divisão do dinheiro público, só que os valores definidos na LOA ao longo do ano, eles podem ser reduzidos, podem ser aumentados, contingenciados, suplementados pela abertura de créditos adicionais.

Esse remanejamento deveria ser aprovado pelo Legislativo todos os anos, mas, infelizmente, existem trechos da LOA que permitem que os governos distribuam mais dinheiro do que o aprovado sem passar pela Alesp, sem passar pelas assembleias legislativas.

E quanto mais esse dinheiro vai para o sistema de Justiça, mais é o governo destinando dinheiro para quem tem a atribuição de fiscalizar, de julgar abusos e omissões do próprio governo. Pode passar por favor.

Bom, sobre 2021 e os dados orçamentários. O orçamento do Tribunal de Justiça, do Ministério Público, da Defensoria Pública, somados, representaram 4,8% do orçamento geral do Estado. Só que, desse valor, 3,7% foi para o Tribunal de Justiça, 0,9% para o Ministério Público e para a Defensoria, aquela sobre a qual o deputado Simão Pedro falou aqui tão brilhantemente, que tem o papel de proteger e de defender as pessoas que não têm condições financeiras de pagar um advogado, só 0,2% desse valor foi destinado. Próximo.

Agora, o peso, como eu disse, da folha de pagamento no orçamento das instituições do sistema de justiça foi esse aqui. O TJ de São Paulo destinou, no ano de 2021, 7,2 bilhões de reais para folhas de pagamentos - folhas de pagamento, na maioria delas, que não são dos seus servidores que estão lá no cartório, atendendo diretamente os funcionários, mas muitas delas são dos altos salários dos juízes, dos desembargadores.

Então 7,2 bilhões de reais foram destinados para a folha de pagamento. Só 2,7 bilhões de reais foram destinados para outras funções do Tribunal de Justiça. Vejam: o curioso disso é que todo mundo que já é advogado, que já frequentou um fórum, sabe que é verdade que a estrutura dos fóruns muitas vezes é precária, que existe computador que não funciona direito, que existem muitos problemas na própria estrutura do fórum.

Só que o orçamento do Tribunal de Justiça é majoritariamente destinado para a folha de pagamento, e o aumento das custas, ao que tudo indica - e repito - não houve transparência por parte do tribunal ao enviar o projeto para esta Casa -, provavelmente vai contribuir para essa marca, que é justamente das folhas de pagamento. Ministério Público do estado de São Paulo, 2,1 bilhões; Defensoria Pública 426 mil de 319 mil. Pode passar.

Qual é o impacto disso para nós no estado de São Paulo?  Eu falei antes, mas eu repito aqui com os dados, para a gente entender: do orçamento que foi destinado para o  TJ em 2021, mais de 10 bilhões foram destinados para o Tribunal de Justiça, enquanto para a Gestão Ambiental, para a Habitação, para a Ciência e Tecnologia, para a Assistência Social, para a Cultura, para o Saneamento, para Esporte e Lazer, para o Trabalho, para a Comunicação e para a Organização Agrária, juntos, somados, foram cerca de 9 bilhões de reais.

Existe uma desigualdade imensa no tanto de dinheiro que é investido no Tribunal de Justiça em oposição a outras áreas que são centrais para o desenvolvimento do Estado - vejam: Habitação, Trabalho, Ciência e Tecnologia, Cultura, Organização Agrária e tantas outras.

Pode passar. A mesma coisa quando a gente olha para universidades estaduais paulistas, isso também chama muita atenção, porque naqueles 10 bilhões, isto é: o orçamento é maior do que a soma do orçamento de duas universidades paulistas estaduais, que são a Unicamp e a USP, que somadas têm pouco mais de 8 bilhões de orçamento.

Então vejam, para além de todas aquelas áreas que eu já citei, também aqui o orçamento do TJ, que quando eles nos enviam um projeto, alegam que é um orçamento que não dá conta do seu pagamento, que não dá conta do que deveria e por isso deve ser suplementado por meio das custas judiciais, do aumento das custas judiciais, nós vemos também como ele é bastante superior ao orçamento de duas universidades estaduais paulistas.

Pode passar. No ano de pandemia, o orçamento do TJ foi maior do que o orçamento para a Saúde, então foram mais de 7 bilhões de reais para a folha de pagamento do TJ de São Paulo, enquanto mais de 5 bilhões foram investidos no ano de pandemia para os trabalhadores da Saúde. Pode passar.

A gente tem um outro problema que eu comentei e acho que nós, como parlamentares, precisamos nos dedicar bastante a isso, que é entender justamente a distribuição do orçamento em créditos adicionais. Então, sem passar aqui pelo Legislativo, e o quanto isso suplementa substancialmente o orçamento já votado aqui na Assembleia Legislativa, é para o Tribunal de Justiça. Pode passar.

É um cheque em branco completo para o TJ da forma como está, então, 41,8 bilhões para a suplementação, 42 vezes maior do que foi previsto para a Saúde, 1,5% mais do que foi previsto... Desculpa, 42 vezes mais do que para a Cultura, 1,5 vezes a mais do que foi previsto para a Saúde, 46 vezes a mais do que foi prevista para a Assistência Social.

Pode passar. Então, em 2021, o governo de São Paulo distribuiu sem passar aqui, por esta Casa Legislativa, 615 milhões em créditos adicionais para as folhas de pagamento do sistema de justiça. Desse valor, o MP de São Paulo ficou com 326 milhões, e o TJ, com 218 milhões de reais.

Pode passar. Os valores previstos então, na folha de pagamento, na LOA, para folha de pagamento - todo mundo pode ver -, 7 bilhões; créditos adicionais, 218 milhões; um total de 7,2 bilhões de reais.

Pode passar. Então, nos extras aí que a gente vê para a folha de pagamento das carreiras jurídicas, foram 615 milhões de reais no ano de 2021, o que pesa a balança com relação ao que foi distribuído em crédito adicional para Trabalho, para Organização Agrária, para Esporte e Lazer.

Então, concluo aqui para dizer que não há nenhuma justificativa para se votar a urgência deste projeto hoje. Mais do que não haver nenhuma justificativa para votar um projeto de urgência, é necessário um amplo debate para que o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo comprove a necessidade de que esse projeto seja efetivamente votado nesta Casa, porque, para além de prejudicar substancialmente o acesso à Justiça daqueles que precisam do Judiciário para ver os seus direitos atendidos, também existe uma nebulosidade com relação ao orçamento que deveria ser empenhado em outras esferas da administração pública e que está bastante concentrado no TJ desde agora.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Paulo Correa Jr.

 

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O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Uma breve comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO CORREA JR - PSD - Pela ordem, deputado Altair.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero só dar um recado ao deputado Reis, do PT, que falou aqui de um trabalho da Igreja Universal do Reino de Deus, da qual faço parte.

Sou pastor há 30 anos. Ele deveria conhecer melhor antes de falar. O UFP, Universal nas Forças Policiais, existe há mais de 15 anos. Nós ajudamos as forças policiais com trabalho psicológico, com ajuda espiritual.

E outra coisa que ele foi [Expressão suprimida.] no que falou aqui... Eu queria muito que ele estivesse aqui, porque gosto de falar na cara. Não sou covarde, mas tenho que me pontuar. Uma coisa que ele falou aqui que é muito séria: ele falou que nós, que fazemos esse trabalho, o pessoal da igreja que faz esse trabalho, eles mandam no comando da polícia. [Expressão suprimida.].

O que fica muito claro é o seguinte: a Igreja Universal do Reino de Deus abre espaço para as polícias fazerem as suas reuniões, e quem dá ordem são os comandantes. Vou dar um exemplo simples aqui: no 6º Batalhão, de São Bernardo do Campo, o comandante daquele batalhão solicitou à igreja para abrir espaço para fazer reunião com eles, com os policiais, e nós não participamos dessa reunião. Nós abrimos o espaço, porque eles não têm auditório suficiente, com tamanho para fazer reunião para os seus policiais.

É isso que a Igreja Universal faz. Nós oferecemos o café para o policial, nós damos ajuda para a família dos policiais, fazemos um trabalho muito sério. Muito me admira o deputado Reis dizer que é cristão e criticar um trabalho tão sério pelas forças policiais do estado de São Paulo.

Temos vários exemplos de comandantes... Não vou colocar agora, mas amanhã vou postar isso aqui, vários comandantes elogiando o trabalho exemplar da Igreja Universal pela polícia do estado de São Paulo, pelas forças policiais. Assim como também fazemos dentro dos presídios.

Ou seja, é impressionante o pessoal do PT, da esquerda, criticar um trabalho tão sério. Mais uma vez, não gostam de polícia, e a gente vê o líder deles bajulando e chamando um camarada corrupto, canalha, colocado aqui no nosso país e todo mundo fica rindo. Então, é um absurdo isso.

A minha nota de repúdio ao deputado Reis. Quero falar para ele isso: tome respeito, tenha respeito por quem cuida das forças policiais. E eu vou pontuar isso aqui amanhã.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO CORREA JR - PSD - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Pela ordem, Sr. Presidente. Só para uma comunicação antes de o senhor me chamar, aí eu falo.

Eu queria, primeiro, propor ao deputado Altair, que conheço já da legislatura passada e sei que é um deputado que faz o debate, o enfrentamento, que pudesse aproveitar...

O deputado Reis estava aqui, acabou de sair. Podia aproveitar o momento oportuno em que o deputado estivesse aqui, inclusive para fazer o debate, até porque o deputado Reis é evangélico, é polícia... (Fala fora do microfone.) Sr. Presidente, só estou tentando ajudar. E que pudesse fazer esse debate.

Aí eu queria sugerir à Presidência... O deputado Altair, possivelmente no calor do pronunciamento, chamou o deputado Reis de mentiroso. Eu sugiro, Sr. Presidente, se o senhor concordar, que se retire das notas taquigráficas, até porque aqui o debate é sempre de alto nível, sem problema nenhum. (Fala fora do microfone.)

Então, mas, se o deputado insistir, eu queria pedir ao senhor, porque acho que é ruim esse tipo de situação, até porque o deputado não está aqui para fazer a sua defesa e o deputado Reis fez, possivelmente, o pronunciamento em função da matéria que saiu e de que todo mundo tem conhecimento.

A segunda coisa: o deputado Altair, ao final, faz uma referência velada, ou explícita, ao presidente Lula. Eu fico abismado... (Fala fora do microfone.) Sr. Presidente, é difícil, né? Eu fico calado, ouvindo, aí o deputado Altair, com sua fúria, não quer deixar eu falar.

Então, eu queria pedir ao senhor que o deputado pudesse lembrar que o governo do então presidente dele dialogou com várias ditaduras, trouxe até presente. Então o que que eu queria sugerir? É que eu topo o debate a hora que quiser, mas vamos manter ele no nível adequado desta Casa.

Então eu queria pedir para o senhor que retirasse das notas taquigráficas e que a gente possa fazer esse debate, porque é importante para o Brasil, inclusive.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO CORREA JR - PSD - Para discutir contra, o deputado Paulo Fiorilo. Antes disso, porém, quero deixar registrado aqui que a gente vai claro que passar para o presidente assim que chegar e tenho certeza de que o deputado Altair tem a sensibilidade também para fazer esse mesmo pedido, para que seja retirado das notas taquigráficas.

Gostaria, antes de passar a palavra para o orador aqui, mencionar e registrar a presença da primeira-dama de Limeira, Roberta Botion, que é a primeira suplente do nosso partido, do PSD e é um prazer tê-la aqui. Seja sempre bem-vinda, tanto a senhora como toda a sua equipe que lhe acompanha. Seja bem-vinda sempre, deputada. Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente. Tenho certeza de que o presidente André do Prado, com toda a sua sabedoria e clareza, vai contribuir muito para que a gente evite esse tipo de pronunciamento nesse sentido das expressões que eu acho que não cabem.

Sr. Presidente, nós temos discutido no Colégio de Líderes - e eu acho que é importante aqui para quem não é líder - essa questão da urgência desse projeto de lei que trata de aumento de taxas do tribunal. E ao longo dessas semanas nós temos, inclusive, evitado que a urgência viesse a plenário para a gente discutir e aí era importante entender.

Esse projeto tramita, ele está na Comissão de Finanças, a última comissão. Passando na Comissão de Finanças, ele está em condições de ser pautado aqui neste plenário e teria cumprido todo o rito legislativo sem nenhuma pressa, sem nenhum atropelo e com a possibilidade, inclusive, na Comissão de Finanças, que é a comissão mais importante do ponto de vista desse projeto, de fazer o debate e votar a favor ou contra o projeto apresentado aqui para o aumento de taxas.

A primeira questão é essa que eu queria trazer aqui para este debate. A segunda questão: nós tivemos a oportunidade, a bancada do Partido dos Trabalhadores, a Federação, de ouvir a Apamagis, a presidente da OAB. Estivemos fazendo uma visita ao presidente do tribunal, fizemos uma reunião com o juiz indicado pelo presidente do tribunal para tratar desse assunto.

E algumas questões ficaram pendentes para que a gente pudesse avançar nesse debate. Vou relatar quais e depois a gente avança. Uma delas: o valor que pode ser ampliado se o projeto for aprovado é um valor, do ponto de vista das necessidades do tribunal, muito aquém daquilo que ele precisa.

Então nós vamos fazer aqui um aumento de taxas que não resolve o problema do tribunal. Eles falam em torno de 500 milhões, quando o tribunal precisa muitas vezes de seis bilhões para poder fechar o ano. Então se a gente vai votar um projeto deste - principalmente na urgência - é preciso que a gente tenha todas as dúvidas esclarecidas para que ou o porquê que nós vamos fazer esse aumento dessa forma.

Segunda dúvida: no projeto, tem a possibilidade de aumento de taxas que serão discutidas num conselho pequeno de três desembargadores sem que a gente tenha a noção de quanto isso significa de aumento.

Esse tipo de procedimento é muito ruim porque ele não dá a transparência necessária para esse tipo de debate, principalmente porque nós estamos falando de aumentar taxas e sempre tem um impacto muito negativo.

Quem vota o aumento somos nós, cada deputado e deputada deste plenário, e nós temos responsabilidade se convencidos da necessidade e da importância de votar o projeto, tranquilamente ele é aprovado.

Agora, é preciso esclarecer. Terceira questão que é preciso esclarecer: há sempre uma dúvida se o aumento pode ou não dificultar o acesso daqueles que têm menos recursos ao Judiciário.

Nós apresentamos algumas variantes e ouvimos inclusive, deputado Conte Lopes, a possibilidade junto à OAB, deputado Luiz Claudio, Rômulo, deputado Dr. Jorge, que é advogado, deputado Maurici, que também milita nessa área, que é importante ter o acesso facilitado à Justiça. Diante dessas dúvidas, nós sugerimos alguns encaminhamentos.

Um deles: por que não é possível fazer que quem tenha grandes ações pague mais? Porque a presidente da Apamagis, Dra. Vanessa, trouxe um dado importante: disse que no CNJ, a OAB inclusive participou desse debate e concordou em aumentar para dois por cento.

Aqui a proposta é aumentar para um e meio por cento. Então, se é possível, lá em Brasília, pensar esse debate de aumentar para dois, por que nós não podemos pensar em ter diferenciações para cobrar as taxas?

Vou dar um exemplo que não é meu, é da Dra. Vanessa: se você tiver muitas causas, ele paga mais que quem tem poucas. Então existe uma variante enorme que nós podemos discutir sem ferir a constitucionalidade do projeto de lei, como disse o deputado Xerife do Consumidor, líder do Governo, que é a preocupação de não incorrermos na ilegalidade.

Eu também concordo, eu acho que a gente precisa construir um projeto. Por exemplo, dialogava com o deputado Leo, por que não podemos discutir o aumento do teto? Porque o exemplo também não foi nosso, foi da Apamagis. Quem tem uma causa de 15 bilhões, paga igual a quem tem 9 bilhões.

Então tem alguma coisa errada. Nove milhões paga igual a quem tem uma causa de 15 bilhões. Então nós precisamos aprofundar esse debate, colocar luz, inclusive vendo que é possível avançar. Alguém vai dizer aqui: “Mas isso já foi feito, que esse projeto está aqui desde 2021”.

Bom, tudo bem, ele pode ter sido feito na outra legislatura, numa outra conjuntura. Agora, não, agora nós temos 40% de deputados novos que não estavam aqui no debate, que possivelmente têm ideias, têm propostas.

O que nós construímos com a Presidência? A possibilidade de termos uma audiência pública, o básico do parlamento. Audiência que, infelizmente, não conseguimos por exemplo no projeto de aumento dos militares, em que pese tenhamos insistido que tivesse uma audiência pública.

Se a gente construir aqui uma audiência pública que traga a Apamagis, que traga a OAB, que traga um representante do Tribunal de Justiça, eu tenho certeza absoluta, até porque a representante da Apamagis, a representante da OAB, mesmo a do Tribunal, todas elas são qualificadas.

Deram uma oportunidade importante para o Colégio de Líderes, mas não tinha o contraditório. Tinha a fala de um, a fala do outro e a fala do terceiro. Se construirmos uma audiência pública, teremos as falas no mesmo ambiente.

E, como disse o deputado, se não me engano, o Rômulo ou o Maurici, ou o Luiz Claudio Marcolino, nós temos que ouvir, inclusive, as pessoas que podem ser atingidas diretamente, por exemplo, deputado Dr. Jorge, os advogados.

Vamos fazer uma audiência pública para quem é atingido diretamente, até para que a gente possa ouvi-los, porque aqui a gente ouviu os pedaços. Nós precisamos ouvir o todo. Então nós construímos, com o presidente desta Casa, o deputado André do Prado, a possibilidade de uma audiência pública. Acho um passo importante, um gesto importante. Agora, é preciso garantir a presença das partes e também a presença do público interessado.

Sabe por que estou dizendo isso? Porque, deputado Luiz Claudio Marcolino, é só olhar o que está rolando nas redes da Assembleia hoje. Estava falando com o deputado, ele falou: “Olha, o pessoal lá no Youtube está dizendo que é um absurdo, não pode votar”. Bom, então vamos trazer o pessoal, inclusive para dizer quais são as preocupações, porque aqui alguns são advogados, não todos.

Eu nem sei, Sr. Presidente, se nós temos aqui um levantamento de quantos aqui são advogados. Mas não acho que serão, com certeza, maioria, porque temos aqui outras categorias que se representam, que foram eleitos. Então acho que era importante, porque aqui a gente tem uma parte, nós precisamos do todo. O todo é importante. Pois não, deputado.

 

O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Eu queria pedir uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO CORREA JR - PSD - É regimental. Constatado o quórum, devolvo a palavra ao orador, deputado Paulo Fiorilo. Devolvo a palavra ao orador Paulo Fiorilo, constatando quórum.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Eu não constato quórum, então eu peço verificação.

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO CORREA JR - PSD - Agora, no momento sim, deputado, mas no momento que o senhor solicitou havia quórum. Então, é regimental.

 

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- Assume a Presidência o Sr. André do Prado.

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Convido então a deputada Fabiana Barroso, já está aqui do nosso lado, e convido também a deputada Valeria Bolsonaro, que está adentrando aqui a escada para 100% de mulheres aqui na nossa chamada, na verificação de presença.

 

* * *

 

- Verificação de presença.

 

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O SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Pela ordem, presidente. Só para confirmar qual horário que termina a sessão?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Termina às 19 horas, deputado Milton Leite.

 

O SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - 19 horas?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - 19 horas.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado quórum regimental, devolvo a palavra para o deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Obrigado, Sr. Presidente.

Então, para retomar aqui o meu raciocínio lógico, aristotélico, é possível a gente avançar, e eu acho que a gente tem condições de avançar. Falei, inclusive, isso ao deputado Xerife do Consumidor numa audiência pública com a apresentação das várias visões que nós tivemos a oportunidade de colher individualmente.

E aí, tiradas as dúvidas, quem sabe - e eu espero e acredito - a gente pode construir um projeto que possa dialogar com o TJ, com a OAB, com a Apamagis e com essa Casa.

Acho que esse pode, e deve ser o maior ganho na discussão desse projeto. E tenho certeza que o exemplo desse projeto de construir uma audiência pública pode evitar que nos próximos projetos a gente já antecipe as audiências públicas, construindo um amplo debate com as partes.

Possivelmente ainda receberemos aqui nesta Casa projetos mais polêmicos, muito mais polêmicos. Por exemplo, a questão da Educação, que o secretário anunciou que quer reduzir em 5% as verbas da Educação e transferir para a Saúde.

Esse é um projeto extremamente polêmico que o governo deveria preparar audiências públicas. Aliás, já quero deixar essa sugestão para que a gente não venha para cá sem as audiências públicas, chamada pelas comissões pertinentes, antes que se aprove urgência para que a gente possa discutir e melhorar, ou dizer que nós não aceitamos um projeto com esse recorte.

Há uma grande possibilidade de avançarmos. Acho até que hoje quem estava no Colégio de Líderes, deputada Monica, deputado Gilmaci, deputado Rui, deputado Altair, Barros Munhoz e outros deputados que estavam lá acompanharam a exposição feita pela Dra. Vanessa, importantíssima, elucidativa e que traz, inclusive, alguns caminhos para que a gente pudesse construir esse substitutivo ou uma outra proposta que contemple todo mundo.

Eu, como disse aqui, para terminar, nós, na legislatura passada, tivemos várias discussões, é verdade, mas não conseguimos avançar, talvez porque ainda haja, como percebemos, muitas dúvidas e que poderiam ser dirimidas, e quem sabe melhorar esse projeto de lei  para fazer com que aqui todo mundo esteja confortável para fazer o seu voto sem nenhuma dificuldade, logo depois da audiência pública.

Acho que esse é o pedido que eu queria deixar, insistir nesse método, que eu acho que é o método mais construtivo possível, para que a gente possa avançar no debate, nas sugestões, até porque esta Casa, com os vários deputados e deputadas, tanto os novos, que estão chegando, como aqueles que já estão aqui, tem todas as condições de contribuir para um projeto de qualidade, desse nível, que precisa ser aprimorado.

Então, Sr. Presidente, é isso.

Queria deixar esse apelo para que a gente pudesse avançar.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência à lista de oradores escritos, com a palavra, para discutir contra, o deputado Carlos Giannazi. 

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente e telespectador da TV Assembleia, primeiramente, eu quero repudiar veementemente a tentativa do Centrão e, também, dos promotores do desmatamento, dos assassinos do meio ambiente, de tentar aprovar o PL 490, o Marco Temporal, que representa um verdadeiro ataque às comunidades indígenas, representa a permissão para a grilagem, para o desmatamento, para a destruição do meio ambiente e para o fim da demarcação de terras indígenas no Brasil.

É um dos maiores retrocessos da nossa história. Nós não podemos permitir esse crime contra as populações indígenas. Nós acabamos de sair de um genocídio que ganhou as páginas do mundo inteiro, dos principais jornais, que foi o genocídio yanomami. Todo mundo acompanhou isso.

E no momento, ainda, em que o Brasil vai sediar, houve o anúncio de que o Brasil vai sediar a COP de 2025 no estado do Pará, na cidade de Belém. No entanto, os promotores do desmatamento, os assassinos do meio ambiente e das comunidades indígenas estão promovendo, neste momento, na Câmara dos Deputados, a tentativa de aprovar o Marco Temporal, o PL 490, promovendo um verdadeiro retrocesso na área ambiental do Brasil.

Então todo o nosso repúdio. Que a população pressione os deputados federais, sobretudo esses que representam o desmatamento, que representam o “ogronegócio” predador do Brasil, esses aliados desses setores que estão promovendo neste momento esse retrocesso, esse crime no nosso País.

É importante que a população pressione os partidos que estão promovendo, que estão apoiando esse crime de lesa-humanidade e contra o meio ambiente também e os deputados aqui em São Paulo, sobretudo os 70 deputados federais eleitos pelo povo de São Paulo, pelos 45 milhões de habitantes, que eles sejam cobrados um a um.

Faço também um apelo, aqui, aos deputados estaduais que têm vínculos com esses deputados, que façam gestões para que eles votem contrariamente a esse projeto que talvez entre em debate, em votação, hoje, na Câmara dos Deputados.

Dito isso, Sr. Presidente, eu quero dizer que, primeiro, tem uma proposta, me parece, de uma audiência pública para debater o PL 752. Eu queria esclarecer que nós já realizamos várias audiências públicas, deputado Maurici, aqui sobre o Projeto 752, deputado Jorge do Carmo. Vossas Excelências participaram, inclusive, desde a sua apresentação, em 2021.

Eu mesmo realizei umas duas, o deputado Emídio realizou uma outra, importante. Nós tivemos vários debates e várias audiências públicas para debater esse Projeto 752, que, na prática, cria taxas, cria impostos para a população. É isso que a Assembleia Legislativa está tentando fazer.

Vejo agora uma movimentação da base do Governo, porque até então nós tínhamos aqui alguns representantes que estavam defendendo o projeto, talvez fazendo uma média com os desembargadores, com o Tribunal de Justiça, não sei por quê.

Mas agora estou vendo que há uma mobilização da base do Governo, que se mobiliza aqui para aprovar a urgência do PL 752. Por que será que a base do Governo faz a mobilização para aprovar esse projeto, que cria impostos, que cria taxas para o povo do estado de São Paulo?

A população será penalizada. A população vai ter mais dificuldade ainda de acessar a Justiça do nosso Estado. Sobretudo a população pobre, a população que vota nos deputados. Muitos deputados são eleitos com os votos das periferias das nossas cidades, pelas pessoas mais pobres.

No entanto, os deputados vão votar contra os seus próprios eleitores, contra as suas próprias bases eleitorais, os mais pobres e os mais carentes, ao votar no PL 752. É disso que se trata. O PL 752 vai criar taxas. O deputado ou a deputada que votar nesse projeto estará penalizando a população com mais taxas.

Vai ser mais difícil, repito, acessar a Justiça. Então deixo claro que nós já realizamos várias audiências públicas. O projeto é de 2021. É um projeto antipopular. Por isso que ele não foi aprovado até agora.

Olha, nós estamos vivendo aqui um dos maiores Orçamentos. Na verdade, um não. É o maior Orçamento do Estado de São Paulo: 315 bilhões de reais. E o Tribunal de Justiça também tem o seu maior orçamento da história. São mais de 15 bilhões de reais. Se o Tribunal de Justiça precisa de mais recursos, o Poder Executivo pode suplementar a qualquer momento.

É só o presidente do Tribunal de Justiça pedir, pressionar, usar o seu peso político, seu prestigio político. O TJ tem um peso político. E ele pode pressionar o governo a encaminhar mais recursos para o Tribunal de Justiça. Não precisa penalizar a população. Mas nós já entendemos o que está por detrás disso.

Por que agora, então, a base do Governo está mobilizada? Porque o governo não quer repassar os recursos para o Tribunal de Justiça. Essa é a explicação. Agora nós entendemos. Por isso que a base do Governo está mobilizada. Porque eles querem repassar o custo, a conta, para a população mais pobre.

É disso que se trata. O governo não tem interesse em repassar recursos para o Tribunal de Justiça. Então eles se unem agora, a base do Governo, governador Tarcísio, Tribunal de Justiça, para tentar aprovar o projeto aqui na Assembleia Legislativa. Então por isso que nós somos totalmente contra a aprovação.

Tem dinheiro no caixa. Eu agora acabei de fazer uma denúncia, inclusive acionando o próprio Tribunal de Justiça, através de uma ação popular, que entrei ontem, no TJ, aqui em São Paulo. Já apresentei também um PDL, para revogar um decreto. Eu gostaria até de passar essa informação.

Eu já falei sobre isso em alguns pronunciamentos. Mas hoje vejo que tem vários deputados da base do Governo. Então nós estamos vivendo uma renúncia fiscal jamais vista no nosso Estado.

Eu acionei agora recentemente o Tribunal de Justiça, através de uma ação popular, para revogar esse Decreto nº 67.526, desse atual governo, do Tarcísio de Freitas, que dá isenção fiscal para o setor de embalagens metálicas.

Olha só! Não sei por que esse setor vai ter isenção fiscal do Estado de São Paulo. Nós temos os números. Nós fizemos um estudo, mostrando claramente que a arrecadação do ICMS em 2021 era de 414 milhões. Com o decreto, agora, desse início de ano, do Tarcísio de Freitas, nós vamos perder aproximadamente 345 milhões de reais. Olha o absurdo!

Mas o governo penaliza a população, diminui a nossa arrecadação para beneficiar setores econômicos. E vai penalizar a população com mais taxas.

Então, sobre esse decreto, eu já apresentei um PDL, uma ação popular, que está nas mãos do TJ, do Tribunal de Justiça, uma representação no MP e uma outra no Tribunal de Contas, para que esse decreto seja revogado imediatamente e que esses recursos voltem para a Educação, para o Sistema Único de Saúde, para o pagamento dos aposentados, dos servidores da ativa.

Então, são 345 milhões perdidos. Nós arrecadávamos isso, aproximadamente: 414 milhões em 2021. Então, é um absurdo a gente votar esse Projeto no 752, que já tinha uma incoerência, já foi extremamente rejeitado pelos servidores do Tribunal de Justiça.

As entidades representativas se colocaram totalmente contra e participaram ativamente contra esse projeto, porque ele atacava também os oficiais de Justiça, reduzindo pela metade as diligências, aquelas indenizações dos servidores do Tribunal de Justiça, Sr. Presidente, que seriam penalizados.

A pressão foi tão grande que o TJ recuou e encaminhou uma mensagem aditiva aqui para a Assembleia Legislativa, para retirar esse artigo, que prejudicava os oficiais de Justiça. No entanto, o projeto continua prejudicando, agora, a população como um todo.

Então, nós temos que nos mobilizar aqui contra esse projeto, porque ele está me lembrando daquele projeto do Doria, o 529, que aumentou os impostos. Eu acho que o Doria voltou; o governo Doria está de volta no estado de São Paulo.

O governo Doria está dentro do governo Tarcísio; essa é a verdade, porque nós vamos ter o aumento de taxas e impostos, como fez o Doria, aprovando o PL 529, Sr. Presidente.

Então, é um absurdo. Nós temos que barrar esse projeto. É um absurdo discutir aqui a urgência de um projeto como esse, que vai penalizar a população, que já passa uma grande necessidade no Brasil, e sobretudo no estado de São Paulo.

E dizer ainda, Sr. Presidente, que o que nós estamos querendo é que o governo, mas sobretudo o Tribunal de Justiça dê o reajuste para os servidores do Judiciário, que estão em campanha salarial, fazendo várias manifestações e paralisações em várias comarcas do Estado.

Porque o governo só está dando 6% de reajuste para os servidores do TJ, quando as perdas são muitas, e eles deveriam ter no mínimo um reajuste de 31,82%, mais aqueles 10,15% do PL 30, de 2013, que está parado aqui, pronto para ser votado. Era do próprio Tribunal de Justiça e reconhecia a dívida com os servidores do TJ.

O projeto está aqui, era do presidente do Tribunal de Justiça. Ele está em regime de urgência. Esse é o projeto que nós temos que aprovar, Sr. Presidente. Nem tem como eu pedir urgência, porque já pedi e foi aprovada a urgência. Refiro-me aqui ao PL 30, de 2013.

Esse projeto é importante; esse sim é um projeto estratégico e importante do Tribunal de Justiça, que nós queremos votar imediatamente aqui na Assembleia Legislativa, para repor as perdas, para quitar uma dívida salarial com os servidores e as servidoras do Judiciário.

Agora, aumentar as taxas para a população, quando o TJ tem mais de 15 bilhões de reais no seu cofre... E o governo estadual, que poderia - e pode - repassar a qualquer momento, através de uma suplementação orçamentária.

E eu já disse ao presidente do Tribunal de Justiça, em duas ocasiões, que ele tem que pedir, ele tem que requisitar, ele tem que pressionar o governador, para que o governador faça a suplementação necessária, porque há recursos no estado de São Paulo.

Nós estamos vivendo, repito: nós temos o maior orçamento de todos os tempos, 317 bilhões de reais. E que o governo pare de fazer renúncia fiscal para beneficiar grandes grupos econômicos. Eu estou citando um apenas aqui.

Vou entrar com várias ações populares por conta dessas isenções fiscais, esses benefícios fiscais aos grandes grupos econômicos, e essas isenções são feitas sem nenhuma transparência.

Então é um governo covarde, porque, ao invés de atacar os grandes grupos econômicos, sonegadores - e muitos desses grupos que têm as isenções são sonegadores, estão na dívida ativa do estado de São Paulo -, não, o governo nega o dinheiro para o TJ.

O TJ tenta aumentar as custas para penalizar a população mais pobre, por isso nós estamos irmanados aqui, junto com os advogados, a OAB e toda a população, sobretudo a população carente, a população mais pobre. Esta será a mais penalizada.

Então, deputados, V. Exas. que têm votos das pessoas pobres na periferia, nas igrejas de V. Exas., por favor, não votem contra os pobres e contra as pessoas que não têm condições de acessar a Justiça. Não traiam as suas bases, os seus eleitores, deputados.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência aos oradores inscritos, com a palavra o deputado Barros Munhoz, para discutir a favor.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Sr. Presidente, senhores servidores da Assembleia Legislativa de São Paulo, senhores que nos honram na galeria, caríssimos colegas deputadas e deputados, vou procurar ser breve.

Eu entendo a razão dessa discussão, eu só não concordo que ela tenha demorado tanto para ocorrer. Eu acho que chega a ser até um descaso com um poder que é poder tanto quanto nós somos poder, tanto quanto o Executivo é poder. O Poder Judiciário também é um poder. É até uma certa desfeita, o projeto está aqui desde 2021 e até agora não foi discutido ainda e não foi votado ainda.

Muito se falou aqui sobre defender os particulares que têm a maior renda em detrimento daqueles que têm a menor renda, os mais pobres. Muito se falou aqui em termos de mau uso de uma fábula de dinheiro que o Tribunal de Justiça de São Paulo deve ter feito ou está fazendo.

Eu gostaria de dizer que, como advogado, como ex-prefeito, como ex-ministro, como ex-secretário da Agricultura e como deputado estadual, eu tenho muitas críticas a fazer ao Poder Judiciário, mas muitas críticas mesmo, pelo menos, ou melhor, principalmente nas instâncias menores. É salário demais, é benefício demais - não sempre, não permanentemente e não para todo mundo -, mas é a grande queixa que se faz do Poder Judiciário, principalmente no comparativo dos proventos do Judiciário em relação a todos os demais setores da sociedade paulista e brasileira.

Eu gostaria de dizer que isso, entretanto, está sendo permanentemente corrigido, e a gente tem esperança de que sejam corrigidas essas falhas. Não há poder no mundo sem falhas, nem o nosso Legislativo, que tem algumas poucas, para não dizer muitas, mas que caminha, que faz, que melhora. E este é o sentido da vida: é nós nos darmos, nos doarmos para melhorar as coisas, e não para criticar, criticar, criticar e só criticar.

Então é mais na condição de advogado - eu não posso ser militante, porque, no exercício de mandato, sou proibido de quase tudo, quase tudo -, mas eu gostaria de mostrar que, bem ao contrário do que nós ouvimos até agora, São Paulo está na liderança.

Apesar das suas falhas, que estão sendo corrigidas, o nosso está entre os três melhores Judiciários do Brasil, minha gente. É o estado de São Paulo um dos três melhores Poderes Judiciários do Brasil.

Então, muito se falou aqui, mas muito pouco se falou sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal. Essa lei, presidente, estabelece o limite máximo de gasto. É 49% do Executivo para remuneração dos servidores, 49% do Executivo, 6% do Judiciário e 3% do Legislativo, mais o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, e 2% o Ministério Público, totalizando, então, todos os Poderes, máximo de 60% da receita corrente líquida.

Pois bem, eu fui saber quanto o Poder Judiciário gastou ano passado em relação a esse limite, que é o teto fixado pela União. É uma legislação federal, não é uma legislação de São Paulo.

Sabe quanto, presidente, eles gastaram? Quatro ponto setenta e um. Já chegaram a gastar 5,6%, pertinho dos 6% de limite. Agora está em 4,71% por cento. Mas será, meu Deus do Céu, que fazer o bem tá trabalho neste país? Nos faz lutar titanicamente para aprovar uma coisa boa?

E aí, o que eu mais ouvi falar é na questão dos pobres, que não terão mais como recorrer à Justiça gratuita. Em primeiro lugar, como advogado, quero fazer uma crítica. Essa Justiça gratuita está precisando de melhorias. Eu não quis falar isso para a presidente da OAB, que aqui esteve conosco, mas, pelo amor de Deus! Pelo amor de Deus! A Justiça gratuita no Brasil precisava fazer uns cursinhos de vez em quando, uma melhoria de vez em quando porque tem muita coisa a ser condenada.

Mas vamos lá. O que é São Paulo nos termos do projeto aqui encaminhado, e já melhorado? Dizer que não houve diálogo não é correto. Houve diálogo. Tanto houve diálogo que o projeto foi melhorado. Foi melhorado.

Então, vejam bem, minha gente, São Paulo é o primeiro colocado, está na frente, com esse projeto, de 25 outros estados brasileiros. Vocês vão dizer: “mas o Brasil tem 27 estados, não tem só vinte e seis”. É que Brasília foi tirada desse critério de cálculo aqui, porque é totalmente excepcional.

Então, São Paulo é o que cobra menos. Cobra 200 reais, e 25 outros estados do Brasil, de todos os quadrantes do Brasil, pagam valores muito maiores. Eu vou dar um exemplo.

Onde São Paulo paga 20, que é até 20 mil reais, o Piauí cobra 2.382 reais.  São Paulo cobra 200 reais, e o Ceará cobra 2.017 reais. Depois, São Paulo continua sendo o primeiro colocado daqueles que pagam até 500 reais. Vinte e cinco estados cobram mais do que São Paulo vai cobrar depois desse projeto.

Então, vamos lá. São Paulo cobra 500 reais, Piauí, de novo, 5.151 reais e Mato Grosso do Sul 3.540 reais. Aí depois vem para 100 reais. São Paulo aí tem alguns que ficam na frente, ficam melhores do que São Paulo. O de 1.000 reais, melhor dizendo... o de 1.000 reais Alagoas fica na frente. Só um. Alagoas fica na frente de São Paulo.

São Paulo cobra 1.000 reais. Cobra, de até 100 reais, agora me confundi todo aqui. Até 500 reais, São Paulo está atrás de Roraima, Paraná e Alagoas. Vinte e dois estados estão atrás de São Paulo, 22 estados.

E, finalmente, acima de mil reais. Esse sim, esse é o critério correto, é para os pobres menos, é o estado que menos cobra do Brasil. E, para os mais ricos, é um dos estados que cobra mais, cobra dez mil reais, só perdendo para oito estados, portanto, ganhando ainda de 16 estados.

Eu disse isso, podia falar muito mais, mas eu quero me limitar. Eu acho que está na hora de nós encerrarmos a discussão, passarmos para a votação da urgência, é apenas da urgência, não é do projeto em si, e depois voltarmos, talvez mais abastecidos de dados, para, encerrando a discussão, passarmos à votação da urgência.

Muito obrigado. 

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputada Monica Seixas.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Abrindo o diálogo aqui no microfone que a gente vem conversando, estou tentando construir, com a liderança do Governo e com as demais lideranças, um acordo para extinguir o debate e levantar a presente sessão. 

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Xerife.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - PL - Existe um acordo para que a gente encerre a discussão.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então não havendo mais oradores inscritos para discutir o presente projeto...

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O requerimento de urgência, antes, porém, de levantar a sessão, eu gostaria de convocar as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados, no Art. 100, inciso I do Regimento Interno, convocando V. Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término da presente sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR - A Ordem do Dia para a 15ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 31/05/2023.

 

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O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. O acordo firmamos da seguinte forma, encerramos a discussão aqui para votar o projeto na próxima semana, na terça-feira, ok? 

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então, não havendo mais oradores inscritos para a discussão, está encerrada a discussão. Havendo acordo de lideranças e a solicitação da deputada Monica Seixas, antes, porém, também de levantar a sessão, gostaria de dizer que estão entre nós os vereadores da cidade de Boa Esperança do Sul, Mauricio da Bebel, o presidente da Câmara, Daniel, e o vereador Vanderlei. Sejam bem-vindos a nossa Casa.

E o ex-prefeito de Bocaina também, o Kiko, presente conosco. Sejam todos bem-vindos.

Então, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os ainda da sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão.

Está levantada a sessão. 

 

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- Levanta-se a sessão às 18 horas e 33 minutos.

           

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