28 DE SETEMBRO DE 2023

111ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI e REIS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI

Defende a derrubada do veto ao PLC 61/23.

        

4 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - PRESIDENTE REIS

Assume a Presidência. Cumprimenta a deputada Paula da Bancada Feminista pelo seu pronunciamento. Agradece ao deputado Carlos Giannazi pelo apoio em defesa à derrubada do veto ao PLC 61/23.

        

6 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

        

8 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - REIS

Assume a Presidência.

        

10 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - DONATO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - PRESIDENTE REIS

Tece considerações sobre matéria atinente a leitos hospitalares.

        

13 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - CONTE LOPES

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

15 - PRESIDENTE REIS

Defere o pedido. Comenta sobre obra realizada na região de Tiradentes bem como acerca de práticas na área da Segurança Pública. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 29/09, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

        

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Dando início à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Com a palavra a deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.) Com a palavra a deputada Márcia Lia. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a palavra a deputada Thainara Faria. (Pausa.) Com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Com a palavra o deputado Alex Madureira. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Com a palavra a deputada Solange Freitas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis, que fará o uso regimental da tribuna.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Já aqui de prontidão, presidente Carlos Giannazi. Cumprimentar o público presente, os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Técnico-Científica, da Polícia Penal.

Dizer para a Polícia Penal que nós não esquecemos dela não, é que ontem a reunião era com o secretário da Segurança Pública, mas em breve vai ter a reunião com o secretário da Administração Penitenciária, da SAP. Cumprimentar também a deputada Paula da Bancada Feminista e todos aqueles e aquelas que estão em suas residências e nos acompanham pela Rede Alesp.

Presidente, hoje, ao abrir o Diário Oficial, eu vi lá a prática de “projeticídio” provocado pelo Tarcísio, o bárbaro, o matador de projetos dos Srs. Deputados e das Sras. Deputadas. Ele usa a mesma frase para todos os vetos, é como se fosse o “Ctrl + C” e o “Ctrl + V”. O texto está pronto, Sr. Presidente, o texto já está pronto, ele só copia e cola.

Eu fiquei muito chateado com tudo isso porque esse Projeto de lei Complementar nº 061, que busca fazer justiça à categoria policial civil, era muito esperado pelos policiais civis, muitos que estão aguardando para se aposentar e estavam esperando a sanção desse projeto para poder se aposentar.

Mas eu posso dizer para vocês, que já têm tempo para se aposentar, que se aposentem e vão à justiça, porque a justiça está dando ganho de causa. A justiça está reconhecendo o direito de que o policial possa se aposentar na classe em que ele estiver.

Esse projeto viveu seis meses tramitando aqui nesta Casa, seis meses para ser vítima de “projeticídio”, porque antes tinha o genocida, agora tem o “projeticida” e assim vai. É o matador de projetos, o matador de esperanças. Então ele ficou seis meses tramitando nesta Casa desde o seu nascedouro até agonizar na sede do carrasco.

Ele ficou agonizando lá na sede do governador Tarcísio por vários dias, desde quando foi aprovado aqui. Ele teve que passar por várias pessoas, recebendo parecer favorável, e uma reunião bastante participativa aqui nesta Casa, Sr. Presidente, deputada Paula, que eles chamam Congresso de Comissões.

Então, aquele Congresso avalia a importância dos projetos, e aquele Congresso entendeu que esse projeto, sim, é importante para sanar esse vício que tem na Lei 1.354, que destoa da reforma da Previdência nacional.

Mas o governador não teve dó. E olha que eu conversei com vários secretários. Eu conversei com o secretário Kassab. Sabe que o secretário Kassab, presidente Giannazi, é um cara difícil você brigar com ele, né? Porque ele nunca te diz não, mas também nada acontece.

Ele fala: “Não é justo, deputado, V. Exa. tem razão”, mas a coisa não se consolida. Conversei com o secretário Caio. Conversei com o secretário Kinoshita. Olha que eu fui atrás de todo mundo, por conta da importância desse projeto. E o único secretário - vou fazer justiça - que se colocou para ajudar e que tentou convencer o governador foi o secretário Derrite.

Ele falou: “Deputado, eu vejo que realmente é uma injustiça, porque na Polícia Militar tem o posto imediato, na aposentadoria os policiais ganham aposentadoria, ganham um cargo, ganha uma promoção na aposentadoria, e na aposentadoria do Policial Civil, ele perde uma promoção”.

Então ele falou: “Esse projeto faz justiça”, e ele ligou na minha frente para o governador. Então, ele tentou convencer o governador, mas o governador só teve ouvidos para a Spprev. Porque no veto dele ele fala da Spprev, que a Spprev disse que vai desequilibrar. Só meia dúzia de policiais que se aposentam por aí no dia a dia, são poucos.

Nós temos poucos policiais. Muitos trabalham até os 75 anos para não ter redução salarial. Ou seja, eles dão lucro pro estado, porque eles poderiam já estarem aposentados, e eles ainda continuam trabalhando.

Só saem na expulsória, e a expulsória no estado hoje - por conta da “PEC da Bengala”, que foi aprovada lá em Brasília - é aos 75 anos. Então, o funcionário da Polícia Civil, ele pode trabalhar até os 75 anos de idade.

Então, esses que estão lá ainda trabalhando, se sacrificando para que não tenha redução de salário - porque se aposentar vai ter uma redução no seu salário - eles estão dando lucro pro estado. O estado está tendo um proveito.

Porque o estado teria que repor, teria que estar fazendo concurso, e nem isso o governo reconheceu. O carrasco, o matador de projetos, o “vetador-geral” do estado, o “projeticida”, o bárbaro, chamado Tarcísio de Freitas, não reconheceu.

Ele não teve dó, e ele deixou muitos policiais chateados, muitos. Porque eu postei o vídeo sobre o veto, e já, em 24 horas, mais de cinco mil pessoas assistiram esse vídeo, e todos reclamando, porque muitos estavam esperançosos de que teria o veto.

E agora o governador, todo seu secretariado, que não é de São Paulo - um ou outro que é de São Paulo - a maioria dos seu secretariado veio de fora, veio de outros estados. Porque ele também não é de São Paulo, agora ele tem conhecimento.

Então, ele que mande um projeto para cá. Se ele acha que esse não pode, porque tem vício, porque vai mexer com a Spprev, então ele mande. Porque o governo agora tem conhecimento desse problema que tem na Polícia Civil, desses policiais tão abandonados, tão agredidos, tão vítimas de agressão do governo de plantão. E passa governo, a agressão continua, entra governo, a agressão continua.

Governo que engana a categoria, governo que vem enganando, porque ele se dizia que ia trabalhar para melhorar as condições dos policiais. No entanto, quando ele tem a oportunidade, com o seu poder de imperador, de dar a resposta para essa categoria, ele nega, ele simplesmente vira as costas. Foi isso que aconteceu com o Sr. Governador, o Tarcísio, “projeticida”, Tarcísio, “vetador-geral” do estado, Tarcísio, inimigo dos policiais civis.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra, a deputada Paula da Bancada Feminista. Manifesto nosso total apoio ao deputado Reis. Vamos derrubar o veto, deputado Reis, ao seu PLC 61. O veto vai chegar à Alesp e a nossa luta agora é pela derrubada do veto.

Com a palavra, a deputada Paula da Bancada Feminista.

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, deputado Giannazi, que preside esta sessão, boa tarde, deputado Reis, às pessoas que nos acompanham na galeria e também pela Rede Alesp e a todos os funcionários e funcionárias desta Casa.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Reis.

           

* * *

 

Quero dizer, Sr. Presidente, que hoje é um dia muito importante. Hoje, dia 28 de setembro, é o Dia Latino-americano e Caribenho de Luta pela Legalização do Aborto, e nós, feministas, nós, mulheres comprometidas com a luta das mulheres, estamos também hoje em luta, como estivemos todos os dias. Mas estamos hoje em luta para falar sobre um assunto que é polêmico, mas que é muito importante, que é a necessidade da legalização do aborto no Brasil.

Eu digo isso porque, enquanto nós escolhemos não debater a legalização do aborto como uma questão de Saúde Pública, nós estamos deixando que mulheres morram vítimas do aborto inseguro, especialmente mulheres negras nas periferias de todo o nosso País. A cada dois dias, uma mulher morre por essa causa.

O aborto é um procedimento comum na vida das mulheres brasileiras. Muitas pessoas que nos acompanham podem não saber, mas provavelmente conhecem uma mulher que já fez um aborto aqui em nosso País.

Isso porque a Pesquisa Nacional do Aborto diz que uma a cada sete mulheres, de até 40 anos, já passou pelo procedimento do aborto. E são as mulheres negras que apresentam a maior probabilidade de fazer um aborto em todas as idades.

Então, como eu disse e reafirmo, provavelmente cada um e cada uma de vocês conhece alguém que já realizou esse procedimento na nossa sociedade. E a gente precisa debater isso sem demagogia, a gente precisa debater isso como uma questão de saúde pública, de fato. Porque a criminalização do aborto não impede a existência desse procedimento.

Pelo contrário, o que existe é um mercado de clínicas clandestinas que cobram alto custo para fazer esse procedimento em mulheres, também com altíssimo risco. As mulheres que não podem pagar - no geral mulheres negras, mulheres pobres, desesperadas por interromper a gestação e pouco instruídas - acabam apelando para métodos inseguros que colocam em risco sua vida, como medicamentos vencidos, por exemplo.

Uma mulher negra tem 46% de chance de realizar o aborto. Isso significa que, para cada dez mulheres brancas que realizam o procedimento, vão existir 15 mulheres negras na mesma situação.

Por isso, nós reafirmamos: o aborto é uma questão de saúde pública, de igualdade de gênero e racial. A descriminalização do aborto está sendo debatida no Supremo Tribunal Federal, em até doze semanas. Vai ser julgada em uma ação que foi proposta pelo PSOL, meu partido.

Eu parabenizo, inclusive, o voto da ministra Rosa Weber, que está prestes a se aposentar e que deixou ontem a cadeira de Presidência do Supremo Tribunal Federal, que é um voto técnico-jurídico impecável, que fala o quanto o aborto não é uma questão moral, não é uma questão religiosa. É uma questão de saúde pública e, juridicamente, faz muito sentido que exista a descriminalização do aborto no País.

Descriminalizar o aborto não significa aumentar o número de abortos no Brasil. Pelo contrário, significa só que não vamos criminalizar mulheres que passam pelo procedimento. Nós não nos queremos presas, nós não nos queremos mortas.

Na verdade, o aborto legal, seguro e gratuito é uma recomendação da Organização Mundial da Saúde. É por isso que a nossa luta não é só pela descriminalização do aborto, é pela legalização do aborto.

É por isso que falamos que essa luta precisa ser combinada com a luta pela educação sexual, por métodos contraceptivos eficazes e para o aborto legal também. Os estudos apontam que, nos países em que o aborto é legalizado, há uma redução não só na mortalidade de mulheres, mas também no número de abortos.

Nos últimos anos, a América Latina foi tomada por uma onda verde. Em países como Argentina, México, Colômbia e Uruguai, o aborto foi descriminalizado.

A legalização significa também abordar o assunto para que todas as pessoas que gestam tenham acesso à informação, a métodos contraceptivos, a direitos reprodutivos. O nosso mandato luta e tem o compromisso para que o mesmo aconteça no Brasil e essa Onda Verde também chegue aqui no Brasil.

Vai ser um passo importante na busca por políticas públicas que garantam o acesso à Saúde e aos direitos reprodutivos de mulheres, de todas as pessoas que gestam, especialmente das mulheres negras.

O aborto precisa ser debatido e descriminalizado no Brasil. Eu digo isso porque, como eu já falei bastante aqui no plenário, Sr. Presidente, eu estou gestando e esperando uma filha que, em poucos meses, vai nascer.

E essa gestação é tão importante para mim, porque ela foi uma gestação escolhida por mim. Eu escolhi gestar. Eu escolhi ser mãe e eu luto pelo dia em que todas as mulheres poderão fazer da maternidade também uma escolha.

E cada deputado e deputada que sobe aqui para dizer o contrário, para nos chamar de criminosas porque nós, supostamente, estamos querendo acabar com vidas., eu digo que são esses mesmos deputados e deputadas - e vocês podem prestar atenção - que são contra a educação sexual nas escolas, que são contra métodos contraceptivos.

Para essas pessoas, sem educação sexual, sem métodos contraceptivos nas UBSs, a única coisa que resta é a nossa morte - a morte das mulheres, a morte das mulheres negras - e nós não aceitaremos isso.

Então, vim com esse lenço para dizer que hoje é um dia importante. Nós também estaremos nas ruas para nos manifestarmos favoravelmente à descriminalização por meio da ADPF, mas, mais do que isso, a que o aborto legal, seguro e gratuito seja uma política pública em todo o País.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Parabéns, deputada Paula, pela sua fala e nós estamos esperando, com ansiedade, a chegada da Flora.

Vamos seguir na lista do Pequeno Expediente. O próximo orador é o deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.)

Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)

Deputado Carlos Giannazi, tem V. Exa. o tempo regimental para uso da tribuna.

E muito obrigado pelo apoio, que nós vamos lutar juntos pela derrubada do veto ao PLC 61.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Deputado, presidente Reis, todo o nosso apoio ao seu PLC 61. Deputado, presidente Reis, olhe, como sempre faço quando venho à esta tribuna nos últimos dias, nas últimas semanas, eu venho cobrando o governador Tarcísio e o secretário da Educação em relação ao Projeto de Lei das APDs.

Tem até um “card” que eu queria colocar aqui no telão. Nós estamos cobrando diariamente o protocolo desse PLC, desse Projeto de lei Complementar que vai flexibilizar as APDs nas escolas estaduais.

Hoje é dia 28 de setembro, já são 206 dias. Está aqui, olhe, 206 dias desde o início do governo e o projeto não chegou na Assembleia Legislativa para que nós possamos votar em caráter de extrema urgência e resolver, de uma vez por todas, essa situação, garantindo que as APDs sejam feitas em local de livre escolha do Magistério Estadual.

É simples assim. Basta só o governo encaminhar o projeto, como já foi prometido inúmeras vezes. Então fica aqui, mais uma vez, essa denúncia e essa exigência do nosso mandato, Sr. Presidente.

Quero ainda, Sr. Presidente, aproveitar para continuar denunciando e cobrando. Ontem eu vim à tribuna e falei sobre esse tema, mas a situação está se alastrando por várias escolas e por várias Diretorias de Ensino. Eu me refiro aqui a uma empresa que presta serviço, uma empresa terceirizada, de limpeza das escolas estaduais.

Ontem, nós conversamos com os diretores e as diretoras da Diretoria de Ensino de Diadema e nós fomos informados que lá tem 23 escolas sem servidoras de limpeza. Porque essa empresa, que eu quero colocar aqui o nome dela para que todos saibam, é a Fusion.

Na verdade, o nome oficial é GF Serviços - Grupo Fusion. Está aqui, olhe, ela é uma empresa que terceiriza serviços. “Por que terceirizar?”, está o logo dela, tem aí dois “cards” que eu selecionei. “Como a terceirização de serviços pode ajudar na redução de custos na sua empresa ou condomínio?”. O fato é que nós estamos falando aqui de escola pública, Sr. Presidente.

Essa empresa abandonou as suas funcionárias, os seus funcionários, não está mais pagando. Me parece que ela faliu e nós temos várias escolas, centenas de escolas no estado de São Paulo sem limpeza: Diadema, Campinas, Guarulhos e até mesmo aqui no centro, na região da Diretoria de Ensino do centro, ao lado da Secretaria Estadual de Educação, nas barbas do secretário Renato Feder, dono da Multilaser.

Ele resolve tudo com aplicativo, com computador, mas não resolve uma situação como essa de limpeza. Então as escolas estão sem limpeza e muitas delas são escolas PEI, onde os alunos ficam o dia todo. As diretoras me dizendo que são obrigadas a fazer a limpeza ou pagar do próprio bolso faxineiras para fazerem a limpeza das escolas porque não tem mais nenhuma funcionária.

Nós já estamos acionando o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público estadual, porque esse modelo de terceirização da Educação não funciona, Sr. Presidente. E pensar que o Tarcísio, o governador, anunciou que vai terceirizar agora as zeladorias das escolas estaduais. Ele vai piorar a situação.

Quero deixar claro que nós somos totalmente contra a terceirização, a privatização, sobretudo na área da Educação. Esse modelo não funciona, está penalizando imensamente várias escolas do nosso Estado. Nós queremos concurso público para o quadro de funcionários dessa área.

Tem que abrir concurso público, ter funcionários fixos não dependentes dessas empresas que são golpistas. Elas abrem CNPJ, começam e depois abandonam as suas trabalhadoras que, em geral, são mulheres que estão fazendo esse tipo de trabalho nas escolas, dando golpe nas funcionárias, nas escolas e no próprio Estado. E o Estado lava as suas mãos e abandona também as escolas.

É grave essa situação. Por isso que nós exigimos concurso público e o fim desse modelo de terceirizações, e que essa empresa seja investigada pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, todos esses contratos, porque essa é mais uma. Porque a todo momento nós recebemos essas denúncias, deputado presidente Reis.

O tempo todo nós temos empresas com esse mesmo comportamento, essas empresas terceirizadas. Então é importante que a Secretaria da Educação tome providências, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, o Ministério Público estadual e o Ministério Público do Trabalho.

Nós estamos fazendo todo um movimento aqui para que todos sejam acionados. E peço, Sr. Presidente, para que cópias do meu pronunciamento sejam encaminhadas em caráter de extrema urgência para o governador Tarcísio de Freitas e para o secretário da Educação.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Defiro o pedido de V. Exa. para que as cópias das notas taquigráficas sejam encaminhadas ao Sr. Governador. Peço para V. Exa. assumir novamente a Presidência desta sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Com a palavra a deputada Andréa Werner. (Pausa.) Com a palavra o deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Com a palavra o deputado Marcos Damasio. (Pausa.)

Na lista suplementar, com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra a deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.) Com a palavra a deputada Beth Sahão. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Retornando a esta tribuna, aproveito e cumprimento o deputado Barros Munhoz, que está aqui, fazendo parte da galeria, seja bem-vindo.

Presidente, eu quero continuar esse debate sobre a questão da Polícia Civil. Hoje nós tivemos a Dra. Edivani participando do programa aqui na Rede Alesp, falando sobre a questão do número de suicídios na Polícia Civil.

Foi uma hora de programa, foi bastante produtivo, será levado ao ar pela Rede Alesp sobre esse problema tão grave que ocorre nas polícias, que é o adoecimento policial, que vem de muitos anos e passa governo, entra governo, mas as políticas são muito tímidas.

O governo não tem dado resposta para a categoria policial, quer seja ela militar, científica, penal, civil, todos estão passando por muitas dificuldades. Há uma falta de efetivo gritante. Todos são submetidos a escalas extras, a trabalho em excesso e ao estresse extremo.

Isso é um dos motivos do grande número de suicídios. Só da segunda-feira passada para cá eu já tive a informação de dois colegas que se suicidaram. Escrivão de polícia, dois escrivães. E o estado não está dando a resposta necessária, ele é muito lento, está vendo as coisas acontecerem, mas entra governo, sai governo, e continua do mesmo jeito.

Assim que eu cheguei aqui, é fato que eu fui vereador em São Paulo e a pauta da cidade é outra. É uma pauta territorial, é a questão da rua, do parque, da praça, da escola, do ensino infantil, da creche, do ensino fundamental.

E chegando aqui, a esta Casa, eu vejo que aqui a gente poderia trabalhar bem essa questão da Segurança Pública e trabalhar bem essa questão que envolve os policiais civis, militares, técnico-científicos, penais, mas eu vejo a dificuldade que o governo tem de olhar para a categoria.

E esse é um governo que foi eleito e que esses setores da sociedade fizeram muita campanha para ele. Eram campanhas agressivas, presidente Carlos Giannazi. Eram fechados com Tarcísio, né? E o governo não está dando a atenção adequada.

Então tem uma série de problemas que o governo pode resolver, mas ele está fechando as portas. E quando a gente vê e faz a nossa produção legislativa, porque a gente conhece o problema e está indicando a solução, o governo, mais uma vez, bate a porta na nossa cara, bate a porta na cara dos policiais civis, dos policiais penais, dos policiais militares, dos policiais técnico-científicos.

Porque esta Casa produziu muito. Vários deputados, não sou só eu, vários deputados fizeram projetos e têm projetos tramitando aqui. Então, o governo, ele passa, na medida em que se protocola um projeto que estabelece um debate, ele passa a ter conhecimento daquele problema, só que ele tem que ter vontade política de resolver.

O governador não pode ser uma pessoa que quer só negociar, só fazer negócios, só vender. Comprar computador da Multilaser, locar plataforma de determinado secretário, plataforma digital, vender a Sabesp, vender a CPTM, vender o Metrô, ele não pode ser um cara que só pensa em negociar, em vender, não é? Não pode.

Ele tem que pensar em como gerenciar o estado e em como dar resposta para todos esses setores que foram abandonados e continuam abandonados. “Ah, mas eu dei um aumento”, não é só o aumento.

Um aumento muito insignificante, porque a polícia de São Paulo ainda continua sendo o 22º salário no ranking. Se chegasse pelo menos a 3º ou 4º estariam sendo valorizados. Mas não: ainda está muito distante daquilo que precisa ser feito. Está muito longe. É muito pouco o que foi feito, é praticamente nada. É praticamente zero.

Então quando estamos aqui indicando ao governo os problemas, buscando solução para eles e buscando que ele abra a porta, porque eu já estou, desde quando cheguei aqui, pedindo audiência para levar os representantes das entidades de classe para conversar com ele.

Ele nunca está no Palácio, está sempre viajando. “Ah, ele não tem agenda, não tem agenda, não tem agenda”, é só isso que eu ouço, que eu estou ouvindo. Só isso. Recorri ao Xerife do Consumidor, recorri ao secretário de Governo; agora, falei, semana passada, com o secretário da Casa Civil.

Então não dá para governar desse jeito, não dá para ser um governo só de negócios, não dá para ser um governo que só pensa no mercantilismo, em vender aquilo que é do povo. Não dá. O governo tem que pensar em governar, gerenciar e resolver as demandas que existem no governo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Convido V. Exa. para continuar presidindo a sessão de hoje, deputado Reis.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Reassumindo a Presidência, chamo para fazer uso da palavra o deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta Casa, quero aqui comentar a entrevista que o secretário da Educação deu para a “Folha de S.Paulo”.

Está no “UOL”, está aqui, vamos colocar no telão. “Secretário de Tarcísio diz que abrir mão de livros didáticos foi um dos maiores erros da sua vida.” Olha só, ele parece que reconhece o erro, até porque ele foi extremamente infeliz e sofreu um desgaste político que não sei como ele não foi exonerado por conta desse gravíssimo erro em retirar o livro didático da rede estadual de ensino.

Porém, em uma parte da entrevista, Sr. Presidente, ele diz o seguinte: “uma nuvem preta me cercou por conta de uma decisão muito ruim que eu tomei” - disse o secretário.

Primeiro, quero destacar que ele usou aqui um termo inadequado, “uma nuvem preta”, meio racista, no mínimo, para não dizer outra coisa. Aí, ele diz, aspas, “eu recuei, vi que não era inteligente”. Primeiro que ele recuou porque nós entramos com uma ação popular, Sr. Presidente.

Entrei com uma ação popular junto com a deputada federal Luciane Cavalcante, junto com o vereador Celso Giannazi. O nosso Coletivo Educação em Primeiro Lugar entrou com uma ação popular, e nós ganhamos a ação popular. Foi por isso que ele falou: “ganhamos uma liminar”.

Ele teve que voltar atrás, e teve toda uma pressão da sociedade, do magistério, da própria imprensa. Então ele foi derrotado em todos os níveis. Teve uma derrota política e uma derrota judicial, por conta da nossa ação, inclusive de que ele nem recorreu.

Mas ele continua aqui, com a pérola dele, nesse mesmo trecho. Daí ele diz o seguinte: “Mas aí vem uma enxurrada de más notícias, notícias falsas, uma avalanche”. Ora, notícias falsas?

Ele acha que se refere, deputado Reis, às outras denúncias que nós fizemos e estamos fazendo, que não são falsas: a portaria em que ele obriga os diretores a vigiarem os professores em sala de aula, é a famosa Portaria Vigiar e Punir, as APDs, cujo projeto de lei ele até agora não apresentou à Assembleia Legislativa. Hoje é dia 28 de setembro, e até agora, nada; aquela resolução que ameaçava expulsão em massa de alunos, que ele teve que recuar. Ele recuou.

Tem essa... Tem o decreto e tem também uma resolução sobre educação, para educação inclusiva, educação especial, sobre o atendimento de crianças e adolescentes com deficiência, que também ele tem que recuar. Não recuou totalmente. Tem um comunicado extremamente ambíguo, que foi publicado agora e que eu achei ambíguo porque não resolve a situação. Se resolver, é só durante este ano.

Enfim, foram vários os erros e os ataques ao Magistério estadual e à Educação. Os erros nos slides, erros gravíssimos de português, de conceitos, erros históricos. Teve um slide que chegou a dizer que em São Paulo, na Capital, tem praia, que foi Dom Pedro II que assinou a Lei Áurea, e assim por diante.

Isso não são notícias falsas, secretário Feder. São notícias reais, inclusive, que o próprio secretário reconheceu. Então, o secretário acho que está tentando limpar um pouco a imagem dele junto à imprensa, dando entrevista, mas se ele continuar com essa política de destruição da rede estadual...

Citei agora a situação das escolas. A empresa terceirizada abandonou as escolas. Centenas de escolas da diretoria de Campinas, de Guarulhos, aqui da Capital, diretoria de ensino de Diadema.

Elas estão sem empresas terceirizadas. A empresa terceirizada abandonou praticamente as escolas, que estão sujas. Muitas delas são escolas PEI... Vive uma crise. E o secretário só pensa nos aplicativos, nos computadores, no material digital.

É disso que se trata, Sr. Presidente. Então eu quero dizer que, na verdade, não são falsas as notícias. São notícias reais, mostrando, colocando com muita transparência todos os ataques e toda a incompetência dessa gestão em relação à educação e em relação aos profissionais da Educação.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, vamos chamar o deputado Donato para fazer uso da palavra na tribuna, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. DONATO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, todos que nos acompanham pela Rede Alesp. Eu gostaria de usar o tempo de hoje para fazer uma denúncia, Sr. Presidente.

Eu recebi lá de São Sebastião uma denúncia bastante grave sobre o serviço de travessia por balsa, em São Sebastião e Ilhabela. Balsas que são operadas pelo Departamento Hidrológico do Estado - parece-me que são eles que operam - ligado à Secretaria do Meio Ambiente.

Há cerca de 15 dias, o problema se acentuou lá. São quatro balsas para travessia e mais duas balsas de reserva, segundo me informaram. E o serviço está operando apenas com duas balsas e com muita irregularidade.

Eu queria projetar aqui para os senhores e para as senhoras. Acabei de tirar esse print do site do Departamento Hidrológico. Informação oficial. Pode ver o horário lá. Foi às 14 horas e 20 minutos, então há 15 minutos atrás. Tempo de espera: 210 minutos; tempo de espera para atravessar a balsa de São Sebastião para Ilhabela.

Mas incluíram-me em um grupo de WhatsApp, sobre esses problemas da balsa. E, olha só, vou dar aqui uma informação do grupo: “Cheguei na fila às 9 horas e 40 minutos, assim que fui informado que estava funcionando. Estou até agora, são 14 horas e 13 minutos, e só vou entrar para o embarque na próxima balsa”.

Ou seja, não são nem 210 minutos, são quase 300 minutos. Caminhões... A gente pode ver a foto aí. É câmera oficial do Departamento Hidrológico, da balsa São Sebastião - Ilhabela.

Quatro a cinco horas de fila para atravessar. Isso há 15 dias, sem nenhuma explicação para a população, sem nenhuma informação, sem nenhuma providência do governo, que é o responsável por essa travessia. 

Então eu queria registrar aqui, neste plenário, fazer essa denúncia. Estamos acionando a secretária Natália para providências imediatas em relação a esse caos gerado na cidade de São Sebastião. Espero que a gente possa ter providências urgentes em relação a isso.

Segundo assunto que eu gostaria de falar, presidente, eu estive, na semana passada, no Hospital Universitário da USP. Esse hospital, além de ter uma importância na formação dos alunos de medicina da USP, que fazem residência lá, é um hospital que atende a região do Butantã. É um hospital de referência para complexidade intermediária, então o hospital é importante para a região do Butantã e que está em colapso.

Você imagina, Sr. Presidente, lá nós temos 200 e poucos leitos e cerca de 100 leitos desativados por falta de pessoal. Cem leitos, metade do hospital desativado. Então não é possível a gente ter um serviço como tem lá, uma infraestrutura que já tem, que já é pouca para atender toda aquela região.

Evidente que é uma infraestrutura da universidade, está no orçamento da universidade, só que ela serve ao SUS, porque ele é referência para toda a região. Então quem vai para uma UBS, uma UPA, é encaminhado para lá, para situações mais graves. E sem nenhuma condição de trabalho, por falta de pessoal.

E esse problema não é só do Hospital Universitário. Recentemente eu estive no Hospital das Clínicas, deputado Conte Lopes. O Hospital das Clínicas, - isso quem me falou foi gente da direção do hospital - tem mais de 300 leitos desativados por falta de pessoal.

O leito está lá, o espaço está lá, o equipamento está lá. Trezentos leitos é um hospital de grande porte, de alta complexidade, com a qualidade do HC, e sem condição de funcionar por falta de pessoal. 

Eu fiz um requerimento de informações aqui, até agora eu não tive a resposta e já passou o prazo. Quantas vagas ociosas, ociosas não, desativadas nós temos no serviço, na rede de hospitais públicos do estado de São Paulo? Eu temo que passe de mil, duas mil vagas.

Se um hospital de grande porte tem 200 vagas, são 10 hospitais que não precisariam ser construídos, que estão prontos, que estão lá, e falta pessoal. Então nós vamos continuar nesse tema, presidente, mas são as duas denúncias que eu gostaria de fazer aqui, a situação dramática de quem precisa da balsa de São Sebastião para Ilhabela e a situação dos hospitais públicos, que não têm leitos ativos por falta de pessoal.

Muito obrigado, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Esse é um problema, deputado Donato, que a gente identifica no Cross. Porque o Cross não tem leitos, ele gerencia os leitos. Então, quando se pede uma vaga, o Cross tem que procurar identificar qual hospital que tem aquela vaga para disponibilizar para aquele paciente.

E, se não existe os leitos, não existirá vaga. Aí o pessoal fica culpando o Cross, e não é o Cross. Exatamente.

Chamamos para fazer uso da palavra o deputado Conte Lopes. 

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente Reis, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quando entrei na polícia em 67, como soldado, não se via ocorrência, praticamente, deputado Reis. Quando saí da Academia do Barro Branco, em 74, já começou a criar, o crime aparecer, e nós fomos trabalhar na Rota.

Para aparecer, para noticiar ocorrências policiais tinha o “Notícias Populares”, o “Diário da Noite” e os programas do Gil Gomes, do Afanásio Jazadji, em que aparecia o policial. E por que eu estou falando isso? Antes de vir para cá, ouvi o “Jornal da Globo”. Só se falava em Segurança Pública, deputado Reis. Começou a falar sobre furtos de fio no Rio de Janeiro.

As quadrilhas do Rio de Janeiro, os mil bandidos que foram filmados na favela da Maré, que eu falei até à V. Exa. aqui, tem que pôr o exército lá. Ou o exército vai ficar só desfilando? Tem que pôr para pegar bandido, os caras estão com armamento maior do que o da polícia do Rio.

Em seguida entra Salvador, nobre deputado Reis. Salvador, governo do PT. E não vou criticar política não, nunca critiquei quem é de esquerda, de direita, esse negócio de Segurança Pública. Mas é o governo do PT lá. O Lula mandou o secretário da Segurança para lá para debater o problema que está acontecendo na Bahia.

Tudo no jornal da “Globo” de hoje à tarde. E o secretário foi lá dizendo que o próprio Lula que tem que combater o crime organizado mesmo. E lá em Salvador, hoje, morreu um bandido e dois policiais. Inclusive, um dos policiais matou o outro pensando que aquele que foi prender o bandido era bandido também.

Agora, o principal, deputado Reis: o grande cantor e compositor, meu presidente Donato, estava em Roma, em audiência com o Papa. Sabe o que o Caetano Veloso estava pedindo para o Papa? Dar segurança para a Bahia, orar pela Bahia. O Papa deve ter dito para ele, deputado Reis: “faça como o Conte Lopes, ponha a Rota na rua”. Por que o que ele vai fazer com a Segurança Pública?

Vossa Excelência sabe, como policial, que não adianta só rezar, não, infelizmente. Vossa Excelência que é um homem religioso, até. Tem que ter coisa prática, meu Deus do céu. Eu só estou dizendo aonde está chegando o crime, a que ponto está crescendo o crime no Brasil.

E parece que é tudo meio que natural, quando a gente vê na Maré mil bandidos fazendo treinamento de guerrilha, para atacar quem? Eu? Até pode ser, não é? Mas é o povo, é o policial.

Mas a gente acha tudo isso normal, como se acha engraçado cantor de rap, ou em São Paulo ou no Rio, estar lá cantando para os caras e os caras com fuzil na mão, dançando. Olhe que engraçado, não é?

E a “Globo” filmando... até novela da “Globo” tinha isso. Agora eles estão reclamando do quê? Da violência? Bandido só conhece duas coisas: cacete e bala. Carinho com bandido não funciona, gente, não adianta.

E vejo lá os Direitos Humanos da Bahia, de Salvador, criticando o governador e a polícia porque morreram 50 bandidos. Quer dizer, o policial pode morrer, o bandido não? Pelos Direitos Humanos da Bahia, o policial pode morrer, o povo pode morrer, não pode morrer é o bandido?

É isso que vai piorando cada vez mais o problema da Segurança Pública, nobre presidente Reis, como V. Exa. mesma colocou aqui. O problema maior da cidade de São Paulo: a Segurança Pública. É lógico, você não pode sair de casa que é assaltado, é celular, é tudo. E tem que melhorar a segurança mesmo.

Tanto é que, veja, problema de seguridade da prefeitura; vindo para cá, para chegar aqui é duas horas para quem vem da zona norte. O Ricardo Nunes, para arrumar um asfalto em um túnel ali embaixo do Anhangabaú, que nós, com Maluf, fizemos em seis meses - e eu fui lá inaugurar o túnel com Maluf.

Faz seis meses que estão arrumando o asfalto lá, tem um pedreiro e um auxiliar de pedreiro trabalhando lá. Vão ficar uns dois anos ali. Você não consegue vir da zona norte para a Assembleia, trava tudo, não vai para a direita nem para a esquerda, é o fim do mundo.

O que o Maluf fez em seis meses, não se consegue arrumar uma pista em um ano. Então fica aí a nossa reclamação também, pela dificuldade de chegar na Assembleia.

Agora, Segurança Pública, minha gente, é polícia nas ruas, é combater o crime, é valorizar o policial. Essa é a grande verdade. Não adianta ir lá no Papa não, Caetano Veloso. Pode fazer música aí que é o seu forte, mas pedir para o Papa orar para combater o crime, não tem jeito.

Eu já vi cidadão de bem ser morto por bandido aqui em Osasco, um farmacêutico, na frente da família, porque ele falou: “Pelo amor de Deus, não me mate”. O bandido falou: “Só para você ver que Deus não está aqui...” e matou o cara.

Eu peguei o cara, por isso eu estou falando. Então, bandido é assim. Uns, até, nobre deputado Reis - V. Exa. Sabe - fazem tatuagem do diabo nas costas, no peito, porque eles amam o diabo, eles amam o crime, eles amam a desgraça.

Então, fica a nossa colocação. A “Globo” já está vendo, né? Um programa todo da “Globo”... No meu tempo, volto a repetir, era Afanasio Jazadji, Gil Gomes, “Notícias Populares”, “Diário da Noite”, mas hoje não. O jornal inteiro é sobre crime. Então, o crime está tomando conta mesmo.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente Reis, havendo acordo entre as lideranças do plenário, solicito o levantamento desta sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o requerimento de Vossa Excelência. Antes de levantar a sessão, só dizer para V. Exa. que, realmente, aquela passagem lá na Tiradentes, depois do túnel, foi feita em seis meses. Eu me lembro. Perto da Receita Federal.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Túnel João Paulo II, parece, né?

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É. Provavelmente, o prefeito está deixando para inaugurar próximo da eleição

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Inaugurar o asfalto, arrumar o asfalto.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É o programa “Asfalto Novo”. Dizer também que tem que orar e vigiar, capitão Conte Lopes. Não basta só orar, tem que vigiar também.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 14 horas e 51 minutos.

 

* * *