28 DE AGOSTO DE 2023
90ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI e REIS
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia a presença da Ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, no plenário. Informa acerca da participação da ministra em uma audiência pública em defesa dos povos guaranis, a se realizar nesta tarde.
2 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Endossa o pronunciamento do deputado Reis.
4 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - REIS
Assume a Presidência.
6 - CONTE LOPES
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
7 - PRESIDENTE REIS
Defere o pedido. Faz aditamento à Ordem do Dia. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 29/08, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Carlos Giannazi.
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* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Antes de entrar na lista de oradores
inscritos no Pequeno Expediente, eu quero ter a honra de apresentar e registrar
a presença da nossa ministra dos Povos Indígenas presente hoje aqui na Assembleia Legislativa, Sonia
Guajajara, que vai participar de uma importante audiência pública para debater
a questão dos povos guaranis e outras etnias no estado de São Paulo.
O abandono, a falta de investimento, a
falta de políticas públicas, todos esses temas serão debatidos hoje com a
ministra Sonia Guajajara porque a situação é grave no estado de São Paulo. Ministra, e
nós vamos ouvir as comunidades que estarão presentes, vindas de várias regiões do Estado: de Bauru,
de Parelheiros, do Jaraguá, aqui da Baixada Santista, do litoral norte. São
várias comunidades que farão relatos da situação de precarização e da falta de
investimento em políticas públicas na questão indígena.
É
uma honra enorme receber V. Exa. aqui no plenário da Assembleia Legislativa de
São Paulo para a realização dessa também importante audiência pública, que é
uma audiência pública realizada pela Câmara dos Deputados.
A
Alesp vai sediar, vai recepcionar essa importante audiência. Então eu quero
saudar V. Exa. e agradecer muito a sua presença aqui na Assembleia Legislativa.
Muito obrigado.
Seguindo
a ordem dos oradores inscritos, com a palavra o deputado Agente Federal Danilo
Balas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Paulo Fiorilo.
(Pausa.) Com a palavra deputada Fabiana Barroso. (Pausa.) Com a palavra
do deputado Dr. Jorge do Carmo.
(Pausa.)
Com a palavra Deputado Reis, que fará uso regimental da
tribuna.
O SR. REIS - PT -
Quero saudar o presidente Carlos
Giannazi, que conduz os trabalhos hoje; os integrantes das polícias Penal,
Militar, Civil e Técnico-Científica; os funcionários desta Casa e, também,
aquelas e aqueles que nos acompanham pela Rede Alesp.
Quero saudar, ainda, a nossa ministra de Estado dos Povos
Indígenas, que está visitando esta tão importante Casa de Leis e que vai
participar de uma grande audiência nesta tarde. Quero dar os parabéns e
reconhecer o seu trabalho na defesa dos povos indígenas. Muito obrigado pela
sua presença aqui nesta Assembleia Legislativa.
Sr. Presidente, eu quero me juntar a V. Exa. na cobrança ao
governador Tarcísio de Freitas com relação às regras, segundo as quais, os
alunos que faltarem 15 dias terão a sua matrícula cancelada. A resolução
assinada pelo secretário Renato Feder, ele de novo... Esse Renato Feder é o que
mais expõe o governo a toda forma de irregularidades.
É a sua empresa que faz negócio com o estado de São Paulo,
que vende computadores e não entrega. Ele, que tem a função de fiscalizar, não
fiscaliza e volta e meia é um problema, como foi a suspensão da adesão aos
livros, ao programa de livros didáticos (PNLD).
Ele teve que voltar atrás por pressão desta Casa, por
pressão de partidos políticos, inclusive o partido do presidente hoje, o
deputado Carlos Giannazi, que foi à Justiça. Ele foi ao Ministério Público, foi
à Justiça, e eles tiveram que voltar atrás.
Mas, eles não se cansam de buscar prejudicar a educação do
nosso estado. A cada dia eles tomam uma atitude, uma decisão que acaba
prejudicando a educação. A resolução assinada pelo secretário Renato Feder e
publicada em 7 de julho no “Diário Oficial” do estado muda a regra do anterior.
Antes, a matrícula só era cancelada no sistema, caso o aluno
não frequentasse a escola nos primeiros 15 dias letivos. Com a nova regra, o
cancelamento pode ocorrer em qualquer período do ano.
Para especialistas, a medida restringe o direito básico à
educação, assegurado pela Constituição e pela Lei de Diretrizes e Bases, além
de deixar estudantes em situação de vulnerabilidade ainda mais desamparados, já
que, ao deixarem de constar no sistema, ficam invisíveis ao sistema de
proteção. A resolução não diz se as escolas devem acionar o Conselho Tutelar
antes de cancelar a matrícula.
Eles afirmam ainda que a mudança pode melhorar
artificialmente o Ideb, que é calculado com a combinação do desempenho dos
estudantes em uma prova e as taxas de aprovação escolar. Com os estudantes com
mais chances de reprovação ou evasão fora do sistema, a rede estadual paulista
tende a ter um indicador mais alto.
A medida faz com que a Secretaria esconda os alunos que
seriam contabilizados como alunos que repetiram por faltas, ou seja, que
abandonaram a escola, o que faria com que o resultado do indicador fosse menor.
A mudança na
regra vale para estudantes do Ensino Fundamental, Ensino Médio e EJA de toda a
rede pública de ensino do Estado. Segundo a resolução, durante todo ano poderá
ser lançado o registro de não comparecimento aos alunos que não obtiveram
registro de frequência nos últimos 15 dias letivos consecutivos, sem justificativas,
esgotados os procedimentos de busca ativa.
Ou seja, tem
que se fazer a busca ativa. Quando um aluno começa a faltar, a Secretaria de
Educação tem que promover a busca ativa desse aluno. O texto diz ainda que a
escola deve apresentar os documentos comprobatórios das ações de busca ativa no
prontuário do aluno que for desligado do sistema. A resolução, no entanto, não
define quais devem ser as ações, e quanto pode ser considerado que elas se
esgotaram.
A nova regra
também diverge do que determina a LDB, que diz ser necessário o aval do
conselho tutelar para o desligamento de um estudante, quando a evasão
ultrapassar 10% dos dias letivos, ou seja, 20 dias. A permissão de cancelamento
da matrícula após 15 dias representa apenas sete e meio por cento no ano
escolar.
Para Ocimar
Alavarse, professora da Faculdade de Educação da USP, a medida pode ser
considerada ilegal, já que é dever das escolas e do sistema de ensino garantir
que toda criança e adolescente, dos quatro aos 17 anos, frequentem a escola. É
uma medida drástica e equivocada, porque a Secretaria de Educação se ausenta da
sua obrigação de fazer a busca ativa dos alunos.
Se esse aluno
não está na escola, a obrigação de ir atrás dele não é só da unidade escolar,
mas de todo o sistema. Se as ações da escola não foram suficientes para trazer
de volta o aluno, é obrigação da Secretaria encontrar meios para que essa busca
seja exitosa.
A Secretaria
não pode simplesmente excluir o aluno por excluir. O Ministério Público
estadual investiga a mudança, para apurar eventual lesão ao direito
educacional.
O secretário de
Educação de Tarcísio, Renato Feder, desde de que assumiu o cargo, tem anunciado
uma série de ações sob argumentos de melhorar a frequência escolar no Estado.
Além de determinar uso de um aplicativo para o registro de presença dos alunos,
ele anunciou que a taxa de frequência será usada para o cálculo do bônus dos
professores.
Então, Sr. Presidente, é muito ruim o
comportamento, o tratamento, a forma como o governo Tarcísio e seu secretário
tratam a Educação.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Deputado
Reis, parabéns pelo seu pronunciamento. Queria dizer que essa resolução da
Secretaria da Educação do secretário Renato Feder, dono da Multilaser, promove
uma expulsão em massa dos alunos da Rede Estadual, do Ensino Fundamental e do
Ensino Médio.
O Ministério Público está investigando,
e já deu um prazo, inclusive, para que a Secretaria da Educação se manifeste, e
nós entramos aqui pela Assembleia Legislativa. Protocolamos um PDL, um Projeto
de Decreto Legislativo.
É o PDL... Não me lembro o número dele,
mas ele revoga, ele anula essa famigerada portaria, que é inconstitucional,
como disse Vossa Excelência. Ela agride o Estatuto da Criança e do Adolescente,
a LDB, a Constituição Estadual.
Então o projeto do Renato Feder é o
projeto da destruição da Rede Estadual. Lembrando aquela famosa frase do Darcy
Ribeiro, de que a crise da educação não é uma crise, é um projeto. É um projeto
do governo destruir a educação no estado de São Paulo.
Dando sequência a lista de oradores
inscritos, com a palavra, o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Luiz Fernando Ferreira. (Pausa.) Com a palavra o deputado Caio França.
(Pausa.) Com a palavra deputado Simão Pedro. (Pausa.) Com a palavra deputada
Leci Brandão. (Pausa.)
Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.)
Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Major
Mecca. (Pausa.) Deputada Beth Lula Sahão. (Pausa.) Deputada Professora Bebel.
(Pausa.)
Deputado Conte Lopes, que fará uso
regimental da tribuna.
O
SR. CONTE LOPES - PL -
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, estamos aqui nesta tribuna, o
local onde o deputado exerce o seu trabalho, onde ele pode falar, e eu queria
colocar um vídeo aqui. Vamos ao vídeo? Não sei se pode, se não pode, mas eu
acho que, se um traficante aconselha o seu filho a não usar drogas, a droga não
deve ser boa. Vamos lá.
* * *
-
É exibido o vídeo.
* * *
Pronto.
Então está aí, o Marcola dando conselho para o filho para não usar droga,
porque aí o filho pode namorar melhor, que ficar sendo careta é muito melhor.
Talvez seja exemplo para algumas autoridades, até do Poder Judiciário - não sei
se posso falar muito aqui, Sr. Presidente -, que droga não faz bem para
ninguém.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Reis.
* * *
Há
55 anos a gente combate droga. Agora, querem liberar droga no Brasil, liberar
maconha, e querem passar, deputado Reis - V. Exa. que foi policial militar e é
investigador - para o policial analisar se aquele camarada que foi pego com
maconha vai entrar para o tráfico ou para o porte.
Estou
até vendo o primeiro capítulo do “Fantástico - O Show da Vida” com um menor que
foi preso por tráfico com 30 gramas, a Globo falando que não eram 30, eram 20,
mas o policial colocou mais dez gramas lá para pôr como tráfico. Eu não consigo
entender isso. É o PM que vai andar com a balança, o policial civil, para ver
se é usuário ou se é traficante? Vejam, que posição é essa?
Então,
tenham coragem, nobre deputado Reis. Quer liberar, manda para vender no
comércio, tira o traficante. O traficante que aconselha o filho a não usar, que
é melhor ser careta do que ter aquele barato, que é melhor namorar sendo
careta. Está aí o exemplo.
Manda
para Brasília isso aí, para aqueles que defendem a liberação das drogas. O
maior traficante do Brasil aconselhando o filho a não usar droga. E nós estamos
liberando para a garotada. “Vamos lá, é uma boa, vamos lá, fiquem à vontade.
São 20 gramas, hein, não vai usar 21, não.”
E
o PM, coitado, e o investigador vão andar com a balança na mão. Assim mesmo,
ninguém vai acreditar. Quando tiver 30 gramas, vão falar que eram 20 e depois
intrujaram mais dez. Quer dizer, passar um pepino desses para a polícia,
deputado Reis? Não dá para entender.
Quer
liberar? Então libera, ué. Vai lá e vende. O cara vai na padaria, na farmácia e
compra, mas passar a bola para a polícia em um troço desses, para resolver. Eu
não consigo entender.
Honestamente,
eu não consigo entender. Agora, é impressionante isso. E parabéns ao Zanin, que
o Lula colocou lá como ministro, que votou contra a liberação da droga. O
ministro Zanin votou contrário.
Estou
falando, volto a dizer, como policial. Não estou fazendo discurso
político-partidário, não. Estou falando como policial. São 55 anos combatendo
traficante, a droga, que nunca fez bem.
Aliás,
a única instituição que tem um trabalho contra as drogas é a PM, com o Proerd.
E acho que a delegacia de entorpecentes também tem alguma coisa. O resto, não.
Ninguém fala nada.
Agora,
o traficante falando para o filho: “É melhor ser careta, não puxa o papai aqui,
não E nós votando favorável... Nós não. Liberando o uso da droga.
Então, se for
liberar, libera no mercado, o cara compra onde ele quiser, pelo menos é o
estado que fabrica ou alguém que fabrica. Agora, passar a bola para o policial
civil e militar pesar se tem 20 gramas. E a balancinha tem que ser precisa,
porque se for um pouquinho a mais o cara entra para o tráfico.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. CONTE LOPES - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Havendo acordo entre as lideranças aqui em plenário, solicito o
levantamento da sessão.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o pedido
de Vossa Excelência. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência,
cumprindo determinação constitucional, adita à Ordem do Dia o Projeto de lei nº
614, de 2018. Vetado.
Havendo acordo de líderes, antes de dar
por levantados os trabalhos, convoco V. Exas. para a sessão ordinária de
amanhã, terça-feira, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de 23 de
agosto, com o aditamento ora anunciado.
Está levantada a sessão. Tenham todos
uma boa tarde.
*
* *
- Levanta-se a
sessão às 14 horas e 26 minutos.
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