22 DE MAIO DE 2024

70ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: LECI BRANDÃO, EDUARDO SUPLICY, SOLANGE FREITAS e GILMACI SANTOS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - LECI BRANDÃO

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h06min.

        

2 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência.

        

4 - LECI BRANDÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Cumprimenta os filhos do deputado Capitão Telhada, Cássio e Laura, presentes no plenário.

        

6 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - EDIANE MARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - SOLANGE FREITAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Endossa o pronunciamento da deputada Solange Freitas. Cumprimenta a deputada Paula da Bancada Feminista.

        

11 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - SOLANGE FREITAS

Assume a Presidência.

        

GRANDE EXPEDIENTE

13 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência.

        

16 - PAULO MANSUR

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

17 - DR. ELTON

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

18 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Solicita ao deputado Dr. Elton informações sobre o seu projeto de lei.

        

19 - DR. ELTON

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

20 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Tece comentários sobre a manifestação ocorrida ontem, na Alesp.

        

21 - DR. ELTON

Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

        

22 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Defere o pedido e suspende a sessão às 15h46min.

        

ORDEM DO DIA

23 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h31min. Coloca em votação e declara aprovado o PDL 24/24.

        

24 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

25 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 23/05, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 16h32min.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Leci Brandão.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o Expediente.

Lista de oradores do Pequeno Expediente. Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)

Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy.

Tem V. Exa. o uso da palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Querida presidente, vereadora Leci Brandão, queridas vereadoras, querida vereadora Paula, seja bem-vinda de volta aqui, depois de ter - o nome dela é Flora - uma menina linda, a Flora. Parabéns, e agora já está conosco novamente.

Querido deputado Conte Lopes, eu hoje tenho aqui motivos de intensa felicidade, alegria mesmo, a respeito de notícias sobre a histórica luta pela construção do Parque do Rio Bixiga, cujo movimento pela sua criação possui mais de 40 anos, e foi uma batalha de vida do meu célebre e eterno amigo, um dos maiores dramaturgos da história brasileira, José Celso Martinez Correia.

Pois ontem foi aprovado, em primeira votação da Câmara Municipal de São Paulo, o projeto de lei do Executivo que altera o Mapa nº 5 e o Quadro nº 7, anexos à Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014, que é a Prova Política de Desenvolvimento Urbano e o Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo, e revoga a Lei nº 13.430, de 2002, revisada pela Lei nº 17.975, de 8 de julho de 2023, para incluir o Parque Municipal do Bixiga.

O projeto foi aprovado com 46 votos favoráveis e nenhum contrário, e agora aguarda a segunda votação, possivelmente na próxima semana. Na manhã de hoje foi publicado no portal “G1” uma ótima boa notícia. A Prefeitura de São Paulo fechou o acordo, e pagará a cerca de 64,3 milhões ao Grupo Silvio Santos por terreno para a criação do Parque do Rio Bixiga.

O valor está acima dos 51 milhões destinados pelo Ministério Público após acordo bilionário realizado com a Uninove, mas o prefeito Ricardo Nunes, do MDB, disse que os 14 milhões restantes serão completados pelo município.

Eu quero destacar que, desde 2019, tenho atuado intensamente com o meu mandato para que a Câmara Municipal de São Paulo, junto à Prefeitura Municipal de São Paulo, aprovasse o projeto de lei, primeiro do deputado Natalini, depois de minha autoria, que cria o Parque do Rio Bixiga.

Eu, seguindo o que Gilberto Natalini tinha feito, encabecei a criação de um grupo de trabalho pela criação do parque. E a vereadora Luna Zarattini também entrou como coautora do PL nº 877, de 2021 e na articulação. E hoje esta luta finalmente começa a se tornar realidade.

O futuro Parque do Rio Bixiga configura-se como um equipamento de fundamental importância para a cidade de São Paulo, em especial para o histórico bairro do Bixiga, na Bela Vista, região árida, com a menor quantidade de área verde por habitante.

Hoje, simbolicamente, é o Dia Internacional da Biodiversidade, então podemos celebrar a realização de um sonho: a transformação de um estacionamento impermeável de dez mil metros quadrados em um parque permeável que abrigará muitas árvores e diversas formas de vida.

É urgente abrirmos espaço para a criação de áreas permeáveis em grandes centros, para evitarmos possíveis tragédias como as que, infelizmente, entristecem o Rio Grande do Sul.

Que possamos seguir lutando e trabalhando para a criação dessas áreas. E que bom que Silvio Santos finalmente tenha resolvido chegar a um entendimento com o Teatro Oficina e José Celso Martinez Corrêa, através desse entendimento.

Obrigado, Sra. Presidenta.

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Seguindo a lista de oradores do Pequeno Expediente, deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.)

Solicito ao Sr. Deputado Eduardo Suplicy para que, por gentileza, ocupe a Presidência.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Tem a palavra agora a deputada Leci Brandão, pelo tempo regimental de cinco minutos, no Pequeno Expediente.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente, deputado Eduardo Suplicy, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, público que nos assiste pela nossa TV Alesp, hoje amanhecemos com a triste notícia da aprovação de mais um projeto tenebroso do Governo do Estado.

Projeto este que contraria os interesses do nosso povo. Ontem à noite foi aprovado aqui o PL que autoriza a criação de escolas cívico-militares em São Paulo. O projeto contou com a maioria dos votos dos parlamentares, mas não com o meu, nem com o de outros deputados e deputadas que compreendem que a situação difícil da nossa Educação necessita de investimentos e de vontade política, não de militarização.

Mas a minha maior indignação e revolta foi com a ação violenta por parte da Polícia Militar, claro, cumprindo ordens. O que vimos ontem neste plenário e nos corredores da Alesp foi truculência e desrespeito que culminaram com a prisão de oito jovens que não ofereciam qualquer perigo para o funcionamento desta Casa e faziam uma manifestação pacífica e legítima contra a atrocidade que foi a aprovação desse projeto.

Jovens defendendo a Educação sendo tratados como criminosos, acusados de desacato, corrupção de menores e agressão. Isso não podemos aceitar de jeito nenhum. O que aconteceu ontem é uma prova do que vai ocorrer dentro das escolas com a militarização e demonstra o que todos nós sabemos: policiais não estão preparados para lidar com conflitos do ambiente escolar. Não podemos mais admitir esse tipo de tratamento com a juventude, com o movimento estudantil, com os movimentos sociais.

Ontem, neste plenário, havia jovens cidadãos e cidadãs, que estavam dizendo “não” aos desmandos do Governo do Estado, mas devo dizer que o desrespeito não foi praticado apenas pela polícia, mas também tivemos parlamentares que não souberam honrar esta tribuna e adotaram comportamentos condenáveis, chamando os estudantes e professores de meliantes e desocupados. Isso é um absurdo!

Ao final da sessão, o grito dos manifestantes foi “não acabou” e esta é a lição que a juventude dá a todos nós. Essa luta está em curso, vai ter resistência em cada escola que pretenda levar adiante esse projeto e nosso mandato estará junto com os estudantes e professores em defesa da Educação, como sempre esteve.

Queria também cumprimentar o nobre deputado Emídio de Souza pelo seu discurso de ontem, porque ele disse o seguinte: que a esquerda está desesperada. Isso aí não é verdade. A esquerda está viva, entendeu? E escola sem partido é uma escola sem pensamento. Não pode haver quartel escolar. País que deu certo militarizando a Educação...

Eu aprendi a respeitar a nossa bandeira e esse recado eu quero mandar para uma deputada que ontem, inclusive, não só ofendeu o meu partido, que é o PCdoB, e ofendeu também a nossa bandeira. A nossa bandeira é verde e amarela, ela pertence ao povo brasileiro. Eu gosto do verde e amarelo do meu País, respeito isso, mas também respeito a bandeira do Partido Comunista do Brasil, que é vermelha e sempre será vermelha.

Gostaria que a deputada Bebel recebesse também aqui o nosso parecer afirmativo em relação à educação dos professores. Queria também cumprimentar a deputada do PSOL Monica pelo seu discurso de ontem, que foi fantástico. E aproveito também para cumprimentar a presença aqui da deputada do PSOL, nossa querida deputada Paula, pela sua filhinha Flora. Que Deus abençoe e dê muita saúde para Vossa Excelência.

E dizer para os policiais da Casa que o meu pronunciamento hoje não é contra os policiais que estão aqui. É contra as ordens que são dadas pelo chefe e pelo governador do Estado que mandam acontecer essa truculência toda dentro da Casa Legislativa, inclusive agredindo meninas, jovens que estavam aqui.

Ou seja, as mulheres foram agredidas, colocaram algemas em quem não cometeu crime nenhum e isso a gente não pode aceitar. A gente tem que se pronunciar e tem que deixar muito claro que, antes de qualquer coisa, eu sou cidadã e sou uma pessoa que sempre em qualquer situação da minha vida, sempre defendi a Educação, sempre defendi os movimentos sociais, e não vou mudar a minha cabeça pelo fato de hoje estar como deputada do estado de São Paulo.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Sra. Deputada Leci Brandão, dentre as pessoas que estão assistindo ao seu pronunciamento, estão o Cássio e a Laura, filhos do Capitão Telhada, nosso colega deputado. Estão aqui presenciando. (Palmas.)

Tem a palavra o deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Caio França. (Pausa.) Andréa Werner. (Pausa.) Donato. (Pausa.) Reis. Tem a palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. REIS - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta Casa, quero saudar os filhos do deputado Capitão Telhada, o deputado Capitão Telhada, a a deputada Paula, a deputada Leci, o deputado Suplicy, o deputado Conte Lopes, todos os deputados presentes, os integrantes da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Polícia Técnico-Científica, da Polícia Penal.

Quero dizer que foram lamentáveis os episódios registrados aqui ontem, quando se aprovou o projeto para se criarem os bicos para os policiais militares aposentados.

Mas, eu sempre digo que esta Casa não é do povo, por mais que as pessoas falem que é do povo. Não é do povo. Eu sempre digo que aqui é a casa-grande. Aqui é a casa-grande, e nós temos aqui um sistema militarizado. Esta Casa tem o seu comandante, que é o presidente, que é o coronel.

Tem os tenentes-coronéis, que são os seus membros da Mesa, porque para a Mesa permitir o que aconteceu ontem, a barbárie que aconteceu ontem, o espancamento de crianças, então é porque o coronel presidente André do Prado também é militar. Não era, mas agora é, porque eu tenho informações de que nunca havia acontecido esses procedimentos agressivos aqui.

Por mais eventos que tenham acontecido no passado aqui, nunca foi tão violento como está sendo na gestão do deputado André do Prado, certo, deputado Suplicy? É uma gestão violenta. E eles aprovaram, porque agora os policiais graduados aposentados vão poder ganhar mais um dinheirinho, cerca de seis mil para o subtenente, tenente, nove mil para o major e para o tenente-coronel, para trabalhar lá na escola cívico-militar.

Eu não sei se nesse “cívico” pode pôr a Polícia Civil também, porque é “cívico”. É “cívico-militar”, porque deixaram a Polícia Civil de fora, viu deputada Leci Brandão? De repente, ia fazer um biquinho também em alguma escola, porque é o que o governador pretende.

Mas quero falar também que esta Casa, quando é para o governador, tanto é a casa-grande que se for projeto do governo, ela aprova tudo. Se nós fazemos projetos aqui para ajudar o povo, eles falam: “Não, isso é inconstitucional, tem vício de iniciativa”. Mas, se é um projeto do governador, se é um projeto do Tribunal de Justiça, se é um projeto do Ministério Público, mesmo inconstitucional, corre todo mundo para aprovar.

Então eu quero falar da anistia das multas do Bolsonaro. O procurador-geral da República acatou, ele deu um parecer pela inconstitucionalidade do Art. 36, inciso I a V, parágrafo único, da Lei nº 17.843, do estado de São Paulo, anistia de multas administrativas aplicadas por descumprimento de medidas sanitárias de combate à pandemia da Covid-19.

Então, para favorecer os membros do rei, os amigos do rei - não é do Reis não -, do rei Tarcísio, do rei Bolsonaro, correm aqui e aprovam matérias inconstitucionais. Agora, se eu faço um projeto para ajudar o povo: “Não, tem vício de iniciativa. Isso é inconstitucional e não pode”.

A outra ação que também vai ser derrubada aqui, nesta Casa, é a serventia que eles aprovaram a toque de caixa aqui, o projeto do Tribunal de Justiça, transferindo a serventia de Santa Isabel para Arujá. Totalmente inconstitucional. Eu argumentei: “Mas a lei está dizendo, a Constituição está dizendo que não pode”. Mas, passaram o trator, não é?

Agora, a Associação dos Notários e Registradores do Brasil entrou com uma ação pela declaração de inconstitucionalidade. Tudo aquilo que eu falei aqui, olhe: “Percebe que por força do Art. 2, da Lei nº 17.939, de 13 de maio de 2024, do estado de São Paulo, atribui a especialidade de protesto de letras e títulos a uma pessoa física sem que ela tenha se habilitado a receber tal delegação de função pública por meio de concurso”, não fizeram concurso, “e provas e títulos”.

Em claríssima afronta ao comando constitucional exarado no Art. 236 da Constituição Federal. Não pode, portanto, uma lei estadual contrariar o comando constitucional, que obriga os notários registradores a uma prévia aprovação em concurso público de provas e títulos, para somente depois serem investidos nas respectivas especialidades através da delegação da função pública.

Quem passa no concurso para a função de oficial de registro civil de pessoas naturais não pode receber, sem um novo concurso público, a imotivada atribuição de tabelião de protesto, sob pena de ser agraciado por ato inafastavelmente inconstitucional.”.

Então, falei aqui que era inconstitucional, mas: “Não, é o Tribunal que está mandando. É o Tribunal que está pedindo. Nós vamos aprovar”. E, aprovaram. Então, vêm os pedidos aqui dessa ação, dessa representação por ação de inconstitucionalidade.

Intimação da autoridade que emanou a lei, no caso, o Governo do Estado de São Paulo, a Assembleia Legislativa, oitiva do advogado-geral, procurador-geral da República e a procedência dessa ação declaratória de inconstitucionalidade do Art. 2, da Lei nº 17.939, de 13 de maio de 2024, do estado São Paulo, por violação clara dos Art. 37, inciso II, Art. 236, § 3º, todos da Constituição Federal, em atenção inclusive ao julgado proferido pelo plenário desta egrégia Suprema Corte. Já tem uma ADI, inclusive, nº 3.016, do Ceará, e foi pedida liminar.

Então, essa lei, com certeza, esse Art. 2 vai cair. Vai cair porque a Casa aqui é isso: é para o governo? É para o imperador? É para o Tribunal de Justiça? Correm para aprovar. É para o povo? Não, isso não pode. Para o povo nada. Para o povo, o chicote, a pancadaria, a barbárie. Para os nobres, tudo.

É o caso também da inconstitucionalidade do § 12, Art. 2, da Lei nº 354, que nós também estamos representando. Esse caso dos cartórios eu representei no CNJ, na PGR, e, esse caso da Lei nº 354, eu já representei no Ministério Público de São Paulo e estou representando no PGR, também pedindo ao Partido dos Trabalhadores, através da presidenta Gleisi Hoffmann, para entrar com ação declaratória de inconstitucionalidade também do Art. 12, § 2º, da Lei nº 354, em que os policiais civis, se não tiverem cinco anos na classe, voltam para a classe anterior, porque esta Casa aqui é especialista em aprovar leis inconstitucionais.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos, deputado Reis. Agora, com a palavra deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Rômulo Fernandes. (Pausa.) Capitão Telhada. Tem a palavra pelo tempo regimental. Uma assistência hoje muito especial de seus dois filhos, uma filha e um filho, uma graça.

 

            O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Presidente. Uma excelente tarde a todas as deputadas, todos os deputados, à galeria que nos acompanha, aos funcionários civis e militares.

É com muito prazer, com muita alegria que hoje trouxe para trabalhar comigo os meus dois filhos: Cássio, de quatro anos, e Laura, de nove anos. Cara de anjinho, né, Solange? Olha só, cara de comportado com esses oclinhos. 

Hoje a mãe deles, a minha esposa, está doente, está um pouquinho ruim. Aí dei uma folga para ela, a deixei em casa, fui almoçar em casa e consegui trazê-los. Vão me auxiliar hoje, são meus assessores. Então sejam bem-vindos, meus filhos. Deus os abençoe, eu amo vocês.

Eu gostaria de falar de dois assuntos hoje. O primeiro é sobre um projeto de lei que foi aprovado aqui na Assembleia Legislativa, um projeto de lei de minha autoria e coautoria das deputadas Letícia Aguiar e Marina Helou. É um projeto que oficializa, no calendário estadual do governo de São Paulo, o mês de maio como Maio Furta-Cor. O objetivo seria trazer visibilidade, trazer luz, trazer atenção à saúde mental materna.

Nós sabemos que 13% das mães, após o parto, sofrem com a depressão, sofrem com os sintomas do estresse pós-traumático, com a ansiedade, com o pânico, muitas vezes inclusive chegando a fazer mal a si próprias ou à vida de seu filho. Então, para justamente dar o pontapé inicial nessa campanha, oficializando o mês de maio como Maio Furta-Cor, nós realizamos ontem, aqui na Assembleia, um evento muito bacana, com a presença dos três deputados autores da lei e também com a presença da nossa secretária de estado da Mulher, a nossa deputada licenciada Valeria Bolsonaro.

Por gentileza, Machado. Esta foto nós fizemos ao término do evento. Daqui a pouco aparece. Nós fizemos uma fotografia, um registo ao término do evento, com algumas das pessoas que estiveram conosco, o pessoal da Etec de Ibaté, lá de Araraquara, de Bariri, de São Paulo. A nossa secretária da Mulher, Valeria Bolsonaro, esteve conosco.

O que é muito legal é que a gente conseguiu criar uma relação junto com a secretária de, a partir de agora, trabalhar um programa estadual para levar esse evento, essa palestra e essas informações, conteúdos de muita relevância, para todas as mulheres, para todos os municípios do Estado.

Então, junto com a Secretaria e através dessa lei que nós aprovamos aqui na Assembleia e o governador Tarcísio sancionou, com muita sensibilidade, nós estaremos levando esse formato de evento para vários lugares do Estado.

Levaremos para os municípios que se interessarem, juntamente com as primeiras-damas, cuidando das nossas mães, cuidando das nossas mulheres, das futuras gerações de mães que poderão eventualmente se deparar com essa questão da saúde mental, da depressão pós-parto e precisam de ferramentas, de conhecimento para lidar com essa questão.

Não somente as mulheres, mas os homens também, que são os esposos, que são os pais, os filhos, têm que saber lidar com esse tipo de situação caso se deparem com isso lá no futuro. Esse era o primeiro assunto que eu queria trazer.

O segundo assunto é parabenizar toda a base do Governo, os deputados estaduais aqui na nossa Assembleia, pela aprovação ontem do colégio cívico-militar, projeto que autoriza a criação e a aplicação das escolas cívico-militares aqui no estado de São Paulo.

O governador Tarcísio tinha isso como compromisso de campanha, e o povo de São Paulo escolheu o nosso governador para estar sentado na cadeira e liderando o nosso Estado rumo ao futuro.

Ontem os deputados deram estrutura e suporte, e, por 54 votos favoráveis e 17 contrários, nós tivemos essa votação. A vontade do povo prevaleceu, apesar da falta de argumento da esquerda, apesar da recorrente violência com que os manifestantes de esquerda estão vindo aqui na Assembleia, muitos dos mesmos que participaram lá em dezembro da votação da Sabesp. Muitos que estiveram aqui ontem são caras, já são rostos conhecidos, porque já estiveram aqui também com o mesmo artifício, com a mesma maneira de atuação.

Quando acabam os argumentos aqui no microfone, quando acabam os argumentos democráticos, passa-se para a narrativa, passa-se por grito na galeria, querendo impedir os deputados de falar, de usar a palavra, e passa-se ao cometimento de violência, ao cúmulo de invadirem o nosso plenário, invadirem o Salão dos Espelhos.

Derrubaram, inclusive, uma policial feminina que se lesionou. Derrubaram outro policial, aqui inclusive foi feita a prisão, a detenção de uma pessoa que invadiu o plenário, tudo para tentar impedir que a democracia fosse feita e que a votação e a sessão tivessem início ou tivessem continuidade.

Mas, graças, mais uma vez, a nossa Polícia Militar, graças à instituição mais democrática que nós temos no Brasil, que se chama Polícia Militar, nós pudemos realizar o nosso trabalho com galhardia e com tranquilidade. A situação foi controlada, o caos foi trazido à paz.

Foram, sim, detidas as pessoas que invadiram esse plenário, invadiram o salão, que queriam impedir que a democracia fosse feita, mas a Polícia Militar atuou de maneira rápida e de maneira eficiente, usando dos meios necessários, da força proporcional para garantir a paz e a ordem social.

Obrigado, Polícia Militar. Orgulho de pertencer a essa instituição bicentenária e que, sem ela, nós viveríamos no caos. Está aprovado no Rio Grande do Sul. Se não forem as agências de Segurança, se não forem as forças de Segurança, nada acontece.

Quando a crise se instala, somente homens e mulheres preparados, disciplinados, equipados e trabalhando organizadamente é que conseguimos avançar e fazer a democracia ter vez.

Obrigado, Polícia Militar, obrigado a cada homem e mulher da Assembleia, da Apmal, da Assessoria aqui da Casa, do 7º BAEP e dos batalhões territoriais que nos garantiram, justamente, o exercício da democracia.

Obrigado, presidente.

Deus abençoe a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Obrigado, Capitão Telhada.

Tem agora a palavra o deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Valdomiro Lopes. (Pausa.) Alex Madureira. (Pausa.) Ediane Maria.

Deputada Ediane tem a palavra, pelo tempo regimental.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente.

Quero saudar todos os funcionários desta Casa, todas as lideranças partidárias, todos os deputados e deputadas.

E eu estou aqui hoje, dirijo-me a este plenário hoje para fazer uma fala. Acho que o deputado que me antecedeu trouxe um olhar e é um olhar que, para quem vem desse espaço, é importante. Mas, para quem está do outro lado e quem viveu uma vida inteira no lugar de não poder se manifestar, de se organizar...

Inclusive ontem esta Casa aqui foi um palco, em menos de seis meses, um palco de horror, um palco de opressão, um palco onde a gente fala que a democracia, que esta Casa é um espaço democrático para garantia dos direitos, nós vimos aqui crianças sendo espancadas, sendo coagidas, sendo retiradas à força.

Tiveram jovens que tiveram seus braços quebrados, tiveram jovens que foram apreendidos, inclusive, oito jovens foram apreendidos, oito crianças, vamos colocar assim, oito crianças foram apreendidas.

E eu quero falar de um espaço, e é importante trazer esse outro contraponto, que quem usou da força, quem fez tudo... aquele ato, que é um ato criminoso, sim. Quando o Estado não tem o controle, quando ele vê realmente que estão retirando o direito dos trabalhadores, que estão retirando o direito das escolas, ali eram alunos e crianças do Estado, de escolas do Estado.

É importante falar das escolas de lata que nós temos no estado de São Paulo. É importante falar da desvalorização dos professores, e o projeto das escolas cívico-militares, que estava rolando ontem aqui no plenário e que foi aprovado, sim, deputada Leci, mesmo diante de toda a truculência, mesmo diante de toda a violência, passou aqui, neste plenário.

A gente viu que esta Casa não parou em nenhum momento o seu trabalho para prestar sua solidariedade, para entender o que estava acontecendo, muito pelo contrário. A polícia do Sr. Tarcísio de Freitas, toda vez que vai acontecer uma votação que é a retirada de direitos, usa forças externas para ocupar esta Casa e para que essa votação aconteça.

Ou seja, é importante a gente dividir essas duas coisas, porque a polícia da Assembleia Legislativa, que está aqui para proteger os deputados, para proteger e dar um bom encaminhamento nesta Casa, não se envolveu naquela barbárie que aconteceu ontem. Mas nós vimos o Choque participar, nós vimos várias outras polícias, de outros setores, participarem, que são polícias que não participam desta Casa no dia a dia.

Por exemplo, hoje eles não estão aqui, na Casa. Hoje não estão participando deste espaço, mas se houver uma votação amanhã, eles estarão aqui com a sua tropa de choque, chegarão logo cedo para barrar a entrada de toda e qualquer pessoa, qualquer movimento social, qualquer movimento estudantil que pense em entrar nesta Casa, adentrar esta Casa, que é a Casa do povo. É importante trazer que todos nós fomos eleitos pelo povo.

Será que a única função desta Casa é sair de quatro em quatro anos para pedir voto? Será que este plenário e essas galerias não podem ser colocados à população que vem para defender os seus direitos? Até quando esta Casa vai ser um instrumento de retrocesso para o estado de São Paulo?

A gente está falando da retirada, as escolas cívico-militares representam a retirada do investimento, que já é pouco para as escolas, para a valorização dos professores, a gente está falando de acessibilidade.

Ontem tinha jovem, uma criança, que era uma pessoa que precisa e estava lutando pela pauta da acessibilidade nas escolas, que não tem, e aí a gente vê toda aquela truculência, toda aquela violência diante dos jovens.

Várias vezes, quando nós fomos fazer a barreira, deputada Leci, para que não acontecesse o pior novamente, nós, deputadas - estava a deputada Bebel, a deputada Paula -, nós fizemos uma barreira para que não acontecesse o pior, e por incrível que pareça, até parece piada, mas não é piada, por incrível que pareça nós também fomos empurradas.

Até quando a polícia do Tarcísio vai, inclusive... Se empurra parlamentares exercendo a sua função dentro da Casa Legislativa, que fomos eleitas para fazer isso, imagine jovens nas escolas, imagine o que vai ser essa escola cívico-militar, em que as mães não vão poder se enfiar no meio, não vão poder defender seus filhos, em que jovens negros, inclusive, é importante colocar que foram escolhidos os jovens que seriam massacrados. Porque quem estava na delegacia quando nós fomos lá, depois que acabou aqui o plenário, sabe quem estava lá? Eram LGBTs, negros.

Então a gente está falando de duas categorias que foram duramente atingidas, inclusive foram criminalizadas por desobediência, por resistência. Então quer dizer que o que nós estamos fazendo aqui é crime, nós que estamos aqui resistindo e lutando para que tenham, sim, direitos garantidos, que os jovens, que a sociedade participe aqui nesse processo, até porque participar da votação é fundamental.

Então quer dizer que a função do cidadão é somente ir às urnas e eleger? Não, a função de todo e qualquer cidadão é também acompanhar os seus parlamentares, é também acompanhar as votações que acontecem nesta Casa, até porque a gente sabe que, na sua grande maioria, elas vêm com um único objetivo, que é de arrancar direitos e de fazer com que a gente retroceda e não avance.

Então, aos jovens que estavam nesta Casa ontem, toda a minha solidariedade. Inclusive, a ação de ontem aqui da Assembleia tomou, deputado Suplicy, uma repercussão muito grande na mídia, mostrando a truculência do Estado contra deputados, contra adolescentes, que apanharam e foram presos. E a gente está falando que a sua grande maioria era criança.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos, deputada Ediane Maria. Agora tem a palavra o deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Felipe Franco. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Dr. Elton. (Pausa.) Conte Lopes. (Pausa.) Solange Freitas, tem a palavra pelo tempo regimental.

 

A SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. A Amil, como muitos sabem, cancelou os planos de saúde de muitas pessoas. Assim, num toque de mágica, ela rescindiu os contratos.

Em outras palavras, falou assim para as pessoas: “Olha, nós não queremos mais vocês aqui no nosso plano de saúde. A partir de agora, vocês se virem, deem um jeito nessa situação”. Falou isso para essas famílias.

Falou que essas famílias estavam causando prejuízos. Falou que os filhos dessas pessoas, que os autistas, estavam causando prejuízos para o plano de saúde Amil. É lamentável. E olha, todo mundo sabe que pagar o plano de saúde hoje em dia não é para qualquer um, é muito caro.

A Amil cancelou os planos de saúde de pessoas que estão em tratamento. Cancelou os planos de saúde de pessoas autistas, que precisam de tratamento contínuo, ou seja, os autistas não podem ficar sem esse tratamento.

E a Amil não quis saber. Simplesmente cancelou esses planos, reincidiu esses contratos. É uma vergonha. Eu estou desde o início desses cancelamentos, junto com essas famílias, na busca de justiça. Como uma deputada que luta por essa causa, eu estou ainda mais indignada.

E os planos coletivos por adesão, infelizmente, eles podem ser cancelados, mas tem regras. E nenhuma dessas regras diz que a operadora pode cancelar os contratos de quem está em tratamento. Ela nunca poderia ter feito isso. Se a pessoa está em tratamento, o plano de saúde não pode ser cancelado e nós não podemos deixar isso acontecer de jeito nenhum.

E o que nós deputados estamos fazendo para ajudar essas famílias para resolver esse problema? Tem algumas maneiras, mas a principal maneira é a nossa função como deputado, de legislar, é garantir o bem-estar dessas pessoas, que têm o transtorno de espectro autista.

Aliás, nesse momento, vamos mostrar um vídeo, porque um grupo de mães está nesse momento, desde às dez horas da manhã, em frente ao prédio da Amil, aqui em São Paulo. A gente pode mostrar o vídeo?

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

E olha, essas mães com muita dificuldade deixam seus filhos com alguém para poder fazer esse protesto. Olha a situação em que estão essas famílias que têm filhos autistas. E há exatamente um ano, agora, no mês de maio, fez um ano que eu protocolei nesta Casa um projeto de lei que, se tivesse sido pautado, votado e aprovado, o plano de saúde Amil não poderia ter feito o que fez.

Então eu peço aos nobres deputados, peço ao presidente desta Casa, André do Prado, que coloque em votação o meu Projeto de lei nº 910, de 2023, que proíbe as operadoras de planos de saúde de suspenderem ou cancelarem, sem justa causa, o fornecimento dos seus serviços a consumidores com transtorno do espectro autista.

É um apelo que eu faço aos meus colegas deputados. Vamos pautar e aprovar esse projeto de lei. Nós temos obrigação de zelar por essas famílias e sem planos de saúde, essas famílias vão precisar de quem? Do SUS. E o SUS vai conseguir atender todo mundo? Claro que não.

O SUS já está sobrecarregado, então não podemos nos calar. Temos que ser duros e ir para cima dos planos de saúde, porque, assim como a Amil, outros planos estão ameaçando fazer o mesmo.

E, se depender de mim, isso não vai acontecer. O estado de São Paulo tem que abraçar essa causa. Eu peço que a minha indignação seja encaminhada para o Ministério da Saúde e para a ANS, a Agência Nacional de Saúde Suplementar.

Toda a minha solidariedade a essas famílias que estão perdendo os planos de saúde. No momento, elas estão entrando na Justiça, estão conseguindo as liminares, porque a Amil não poderia ter feito isso.

Mas e depois disso, o que vai acontecer? Elas precisam urgentemente de ajuda. Temos que dar as mãos e aprovar o meu projeto de lei, para que mais nenhuma operadora de saúde faça o que a Amil fez.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos, deputada Solange Freitas. Ainda na semana passada, eu também fiz menção a essa suspensão indevida de assistência às pessoas que têm autismo.

E gostaria de informar que eu estou inteiramente de acordo com o seu projeto; se avaliar como próprio, eu posso, inclusive, ser coautor, se me permitir.

 

A SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Claro, vai ser um prazer. Vai ser muito importante a sua permanência também, o seu apoio como coautor desse projeto, para que a gente consiga fazer uma pressão para que ele seja pautado e aprovado, para que outras operadoras não façam o que a Amil fez e essas mães não sofram o que elas estão sofrendo hoje.

Muito obrigada, deputado Suplicy.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Muito bem. Tem a palavra, agora, o deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Marcos Damasio. (Pausa.) Edmir Chedid. (Palmas.) Letícia Aguiar. (Pausa.) Ana Perugini. (Pausa.) Fabiana Bolsonaro. (Pausa.) Enio Tatto. (Pausa.) Rogério Santos. (Pausa.) Lucas Bove. (Pausa.) Mauro Bragato. (Pausa.)

E agora, da Lista Suplementar, tem a palavra o Delegado Olim. (Pausa.) Márcia Lia. (Pausa.) Paulo Mansur. (Pausa.) Gil Diniz. (Pausa.) Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Professora Bebel. (Pausa.) Caio França. (Pausa.) Major Mecca. (Pausa.) Paula da Bancada Feminista. Tem a palavra. E quisera que a sua filhinha Flora estivesse assistindo aqui, para compreender que mãe tão especial ela tem.

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente. Boa tarde. Boa tarde, presidente Eduardo Suplicy; boa tarde aos colegas parlamentares, deputada Solange, que aqui estava, também aos funcionários e funcionárias desta Casa e às pessoas que nos assistem, seja na galeria, seja por meio da Rede Alesp.

 

* * *

 

- Assume a Presidência a Sra. Solange Freitas.

 

* * *

 

Bom, eu retorno hoje a esta Assembleia Legislativa, depois de 120 dias afastada, em licença-maternidade, pelo nascimento da minha filha, a Flora, um direito das trabalhadoras e trabalhadores que já estão aqui no nosso País. E um direito, felizmente, das parlamentares desta Casa, pelo que está previsto no nosso Regimento Interno.

Quisera eu que essa licença fosse maior; afinal, o tempo de aleitamento exclusivo de um bebê, previsto pela OMS, é de seis meses, mas infelizmente as licenças-maternidade são incompatíveis com esse tempo de aleitamento exclusivo.

Por isso, inclusive, eu digo que vocês vão ver bastante a minha filha Flora por aqui, circulando na Assembleia Legislativa, no plenário, porque eu sei que um dos nossos maiores desafios, com esse meu retorno ao trabalho, depois da licença, vai ser garantir o aleitamento materno exclusivo da minha filha, o que faz tão bem para ela, para mim, para o fortalecimento do nosso vínculo.

Bem, Sra. Presidente, na verdade, justamente por estar em licença, ontem eu estava na Assembleia Legislativa, mas não participei da votação do PLC das escolas cívico-militares, apesar de ter participado do debate, ter exposto um pouco do que eu penso sobre esse projeto na audiência pública que aconteceu na última terça-feira.

E justamente por não estar aqui e não ter votado, eu pude acompanhar muito de perto o que foi o processo. Inclusive, chega aqui agora a deputada Ana Perugini, que também me acompanhou nesse processo.

Eu pude ver o que foi esse processo de criminalização e de prisão dos adultos que foram presos e apreensão dos adolescentes apreendidos. Quando eu cheguei ao posto da delegacia de Polícia Civil aqui da Assembleia Legislativa, o que eu me deparei foi com jovens extremamente machucados, nas costas, no rosto, e que estavam presos, sem que ninguém soubesse explicar qual crime eles efetivamente tinham cometido.

Eu acompanhei, no carro da Polícia Civil, a condução desses jovens até o 27º Distrito Policial e lá também participei das conversas que aconteceram em torno do depoimento deles e pude verificar uma série de irregularidades. Por exemplo, ressalto aqui que os depoimentos foram prestados sem que os jovens e seus advogados soubessem os motivos pelos quais eles estavam detidos.

Ninguém sabia dizer qual crime aqueles jovens e adolescentes tinham cometido. Ninguém falava sobre isso. Não à toa, os advogados não sabiam, as pessoas que estavam detidas não sabiam. Nós tivemos que convocar a Comissão de Prerrogativas da OAB para que a Comissão de Prerrogativas da OAB acompanhasse os depoimentos e pudesse constatar tamanha irregularidade que estava acontecendo no 27º DP ontem.

Então, felizmente, hoje, na audiência de custódia, os adultos foram soltos; ontem, os adolescentes foram soltos, mas quero manifestar aqui o meu completo repúdio à ação truculenta que vem se desenhando cada vez que esta Casa tem um projeto de lei em votação que é combatido pela oposição.

Isso é muito sério. Ontem, quando cheguei e vi o Baep aqui, vi a Força Tática aqui, eu pensei: “Por quê?”. Esse é o comportamento que está se desenhando na que é conhecida como Casa do Povo.

Eu quero dizer para vocês algo que já ressaltei muito aqui e falei inclusive na audiência pública: eu sofri, no final de novembro, uma tentativa de invasão do meu gabinete. Isso para mim é uma nítida ameaça à democracia aqui na Assembleia Legislativa.

Essa pessoa, ou essas pessoas que invadiram o meu gabinete e estão sendo investigadas pela polícia não só zombam de mim e do trabalho da própria polícia nas redes sociais, como frequentam de forma livre a Assembleia Legislativa. Provocam manifestantes dentro da Assembleia Legislativa, na galeria.

E sabe o que acontece com elas? Nada. E sabe o que acontece com estudantes que vêm se manifestar contra projeto de lei, assim como aconteceu com os manifestantes durante o processo de votação da Sabesp? Tudo. É criminalização, é agressão, é prisão.

O que a gente está vendo se desenhar no estado de São Paulo é movimento social respondendo por associação criminosa. Se isso não é criminalização de movimentos sociais, eu não sei o que é.

Isso é muito preocupante. Esta Casa não pode ser condizente com uma política truculenta do Governo do Estado de São Paulo, que visa criminalizar manifestações, que visa criminalizar os movimentos sociais por aqui.

Então, quero deixar o meu repúdio, a minha alegria por esses jovens todos terem sido soltos na audiência de custódia, e dizer aqui que a nossa luta contra a criminalização daqueles que lutam vai seguir, seja aqui dentro da Assembleia Legislativa, seja do lado de fora dela.

Obrigada, presidenta.

 

A SRA. PRESIDENTE - SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Muito obrigada, deputada Paula. Com a fala da deputada, a gente encerra o Pequeno Expediente e dá início ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Vamos chamar os oradores inscritos. Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.)

Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy.

Tem o tempo regimental, agora no Grande Expediente, de 10 minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Prezada presidente, deputada Solange, Srs. Deputados, deputado Reis, deputadas Ana Perugini e Paula da Bancada Feminista, ontem, esta Assembleia Legislativa, após estudantes serem agredidos por policiais em invasão ao plenário, eis que o projeto de lei que prevê a implementação das escolas cívico-militares nas redes estadual e municipal foi aprovado.

Nesta noite de terça-feira, após policiais terem agredido estudantes que se manifestavam contra o projeto no plenário e em corredores, o texto foi aprovado por 54 votos favoráveis e 21 contrários. Precisava, para ser aprovado, de maioria simples, e o projeto vai para sanção do governador.

Gostaria de aqui assinalar que, desde o início da tarde, o policiamento foi reforçado na Alesp para a votação do projeto. Antes da votação, alunos tentaram ocupar áreas restritas a deputados, como o Salão dos Espelhos e o Plenário, onde foram registradas algumas agressões de agentes contra estudantes que protestavam contra o programa.

Eu, quando vinha me deslocando do gabinete para este auditório, eis que ao passar ali, diante dos elevadores, havia um pelotão de policiais com escudos, e que passaram a fazer uma barreira muito difícil de ser transponível e, quando os estudantes tentaram passar, foram agredidos com golpes de cassetete. Um dos policiais chegou a aplicar um golpe de “mata leão”, proibido pela instituição desde 2020, em uma manifestação, e arrastá-la pelo chão.

Durante o intervalo, antes da votação do projeto, alguns jovens tentaram ingressar no plenário, e, em retaliação, um dos manifestantes também foi agredido com golpes de cassetete. Dois alunos foram imobilizados de forma violenta no chão, carregados para fora do Plenário, sob gritos de “Liberdade já” de um grupo que acompanhava a sessão na galeria.

Sete estudantes, senão oito, foram detidos e encaminhados ao posto da Polícia Civil da Assembleia, e, durante o trajeto, um dos jovens gritou à imprensa, em protesto à conduta dos PMs, dizendo: “Que vergonha deve ser bater em um estudante para comer”.

Para a bancada da oposição, do PT, PCdoB, PV, PSB, a proposta do governo Tarcísio representa a militarização da Educação e o caráter autoritário da gestão estadual, e nós, da bancada da oposição, nos solidarizamos com os estudantes que foram detidos, e que sofreram uma ação muito truculenta da polícia. O que vimos foi uma imposição muscular da ordem e da disciplina debaixo da pancadaria.

A direção da Alesp disse que alguns manifestantes tentaram invadir o Plenário Juscelino Kubitschek, e que os invasores foram contidos pela PM e apresentados à Polícia Civil, informou a Alesp em nota, mas eu recomendo ao presidente André do Prado que tenha uma determinação de maior bom senso.

Acho que é perfeitamente possível que nós venhamos a combinar, a base do governo e a oposição, como é que poderá se dar a manifestação de críticas de oposição aos projetos aqui apresentados, especialmente pela Poder Executivo.

Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Obrigada, deputado Suplicy. Dando continuidade à lista de deputados inscritos, deputado Barba. (Pausa.) Vinicius Camarinha. (Pausa.) Professora Bebel. (Pausa.) Márcia Lia. (Pausa.) Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Thainara Faria. (Pausa.) Leci Brandão. (Pausa.) Carlos Giannazi. (Pausa.) Caio França. (Pausa.) Andréa Werner. (Pausa.) Donato. (Pausa.)

Deputado Reis, tem o tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. REIS - PT – Quero saudar a presidenta deputada Solange Freitas, o deputado Dr. Elton, que acaba de chegar, o deputado Suplicy. Deputado Suplicy, eu às vezes fico com dúvida sobre o povo vir aqui na Assembleia em dias de votação como foi ontem, para acontecer o que aconteceu, porque esses jovens, os que foram presos, vão responder processos, vão ter que responder também termo circunstanciado e podem ser penalizados.

Eu não sei, uma Casa que diz que é do povo, mas a gente sabe que não é. Ela não é do povo. Ela vai ser do povo quando o povo parar de votar nos coxinhas, quando o povo parar de votar naqueles que são das áreas nobres dos Jardins e do Itaim Bibi.

O povo hoje não tem maioria aqui. O povo aqui é minoria. Quem tem maioria aqui é o governo, que faz o que bem quer, deita e rola, passa o trator, está nem aí, mas o povo escolheu.

Então, quando nós tivermos aqui pelo menos 60 deputados oriundos da periferia, do Capão Redondo, de Parelheiros, do Grajaú, de Pedreira, da Cidade Ademar, do Jaçanã, da Brasilândia, de São Miguel Paulista, do Itaim Paulista, de Cidade Tiradentes, de São Mateus, de Sapopemba, quando a gente tiver deputados do povo, talvez mude a coisa. Mas hoje não, hoje o povo não tem voz aqui.

Hoje o governo fala aqui: “vai ser isso” e corre a ordem unida e faz do jeito que o governo quer e aí desce o cacete no povo. Então eu digo que o povo também tem que aprender a votar em pessoas que venham dele.

Não adianta votar em pessoas que chegam na hora e votam para prejudicá-lo, votam para vender a Sabesp. “O governador quer vender a Sabesp”. Aí corre todo mundo, os cordeirinhos: “Venda”.

“O governador quer vender o Metrô”.  A vida inteira para construir o Metrô. Já pensou os governantes que passaram se eles não dessem início a isso lá atrás, há 40, 50 anos atrás? Não teríamos nada. “Ele quer vender o Metrô”.  Corre todo mundo: “Venda”.

“Ele quer entregar as terras devolutas”. “Entregue”. Esse é o retrato aqui da Assembleia Legislativa. Então, já se sabia que esse projeto seria aprovado porque o povo não tem a maioria aqui.

O povo propriamente dito, o povo sofrido, periférico, não tem a maioria. Por isso, o povo tem que começar a olhar: “Olha, se o Capão Redondo tem mais pessoas do que nos Jardins, por que os Jardins é que está mandando?

Se Guaianases tem mais pessoas do que o Itaim Bibi, por que que o Itaim Bibi que está mandando? Se Cidade Tiradentes tem mais pessoas do que a Chácara Flora, por que que a Chácara Flora é que está mandando?”

Vamos fazer uma análise mais profunda desse processo de como funciona esta Assembleia, o porque de sua existência. Sobre qual é o seu papel. Qual o papel dos deputados? E escolher pessoas que realmente estejam compromissadas com o povo, que trabalhem para o povo, não para o governador.

Não podemos ser serviçais do governador, fazer tudo o que ele quer. Nem tudo o que ele quer é o melhor para a população. Nem tudo o que o governador quer é o que o povo quer.

Não há discussão com o povo. As audiências são muito fechadas com pouca participação popular. O povo quase não participa aqui, deputado Suplicy. Isso aqui praticamente é um faz de conta. Então, tem que mudar, senão vai continuar essa truculência, vai continuar o povo desassistido e sem representatividade.

A representação popular da massa popular não está nesta Casa. Não está aqui. Por isso, quando chegarem as eleições, pensem bem em quem vocês vão escolher, senão não adianta. Fica aí o que o imperador quer, o imperador faz o que ele bem entende e acabou, não tem conversa.

Mas quero repercutir aqui, deputado Suplicy, deputada Solange, quero repercutir aqui uma matéria que saiu: “Tarcísio une Bolsonaro e Kassab para eleger aliado em Guarulhos”. Elegeram o Xerife do Consumidor. Até outro dia ele vetou um projeto do Xerife. Eu vim aqui repercutir o veto ao projeto em que o Xerife queria dar o nome para a estação do trem lá em Guarulhos.

Queria fazer uma homenagem para os Mamonas Assassinas. O governador vetou, falou que não era competência do deputado fazer aquele projeto. Mas o governador poderia ter feito um decreto e dado o nome e falar: “Xerife, você é meu líder, vou colocar o nome de ‘Mamonas Assassinas’ para atender a esse pleito seu”.

O governador trabalha para que Jorge Wilson seja prefeito na Grande São Paulo, o que tornaria Danilo Campetti deputado estadual. Eu estou doido para o Danilo Campetti assumir, porque eu quero perguntar sobre a morte do Felipe. Rapaz que morreu lá em Paraisópolis, quando o governador era candidato. Ele estava lá em Paraisópolis, e o mataram. Executaram o Felipe, desarmado, em uma motocicleta. Não conseguiram identificar de onde partiu o projétil que matou o Felipe. Não foi dos PMs.

Os PMs: nas armas deles foi feito exame de balística. O laudo veio que não foi dos policiais militares. Mas tinha um elemento surpresa ali naquele movimento. O seu Danilo Campetti estava de arma em punho, com símbolo, com a insígnia da Polícia, de arma em punho. Então, nós precisamos perguntar quando ele chegar aqui.

O governador Tarcísio de Freitas quer eleger seu líder do Governo na Assembleia Legislativa, Jorge Wilson, Republicanos, conhecido como Xerife do Consumidor, para a Prefeitura de Guarulhos, o que levaria seu aliado Danilo Campetti, o policial federal que foi segurança e assessor, a ocupar uma vaga de deputado estadual. Campetti foi eleito deputado estadual suplente e assume mandato caso algum deputado do Republicanos deixe a Assembleia Legislativa, o que ocorrerá caso Jorge Wilson vença as eleições em Guarulhos.

Tarcísio articulou para que o ex-presidente Jair Bolsonaro declarasse apoio a Jorge Wilson, apesar de o bolsonarismo ter lançado outro nome raiz, o vereador Lucas Sanches, para a prefeitura da cidade. Sanches foi lançado por Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e tinha o apoio de vários influenciadores bolsonaristas.

Em Guarulhos, Tarcísio alcançou a façanha de unir na mesma chama, Bolsonaro e Gilberto Kassab, presidente do PSD e seu secretário estadual de governo, que é desafeto do ex-presidente.

O atual prefeito da cidade, Guti, PSD, faz campanha para Jorge Wilson. O ex-presidente gravou um vídeo ao lado do Tarcísio, Jorge Wilson e Guti, que foi divulgado nas páginas do deputado estadual. “Olá amigos de Guarulhos”, diz Bolsonaro. “O que eu quero para esta cidade? O melhor para vocês. Tá ok? Então desejo ao nosso colega Xerife boa sorte, felicidades. Estamos juntos. Valeu”, completa.

Aliados de Tarcísio afirmam que ele apoia Jorge Wilson por considerá-lo o melhor candidato e por gratidão ao seu trabalho na liderança de Governo, e não apenas para ajudar Campetti, que teria outros meios para chegar à Alesp.

À “Folha”, Jorge Wilson disse que faz uma campanha propositiva, de construção e de diálogo, e que por isso tem o apoio de Tarcísio, Guti e Bolsonaro. Campetti não respondeu à reportagem. Segundo-suplente do Republicanos, Campetti é policial federal lotado em São José do Rio Preto; foi assessor de Tarcísio no Ministério da Infraestrutura; fez a segurança dele na campanha de 2022 e estava presente no dia em que um tiroteio em Paraisópolis interrompeu a agenda do então candidato.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.

 

* * *

 

Desde que chegou ao Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio se empenhou pessoalmente para trazer o aliado para o Governo de São Paulo ou fazer com que ele assumisse um mandato de deputado estadual. Já houve ao menos três tentativas, sem sucesso. A primeira-suplente do Republicanos, coronel Eliana Reis, é secretária de Esportes de Tarcísio, o que facilita a ascensão de Campetti.

Bolsonaro também é próximo de Campetti, que integrou a sua equipe e fazia segurança na campanha de 2018. Campetti também participou da prisão do presidente Lula, em 2018, no âmbito da Operação Lava Jato. Ele foi um dos policiais que trabalharam na condição coercitiva do petista e da ida dele ao velório do neto, em 2019, quando estava preso.

O agente chegou a ser nomeado por Tarcísio como assessor da pasta da Segurança Pública, mas foi requisitado novamente pela Polícia Federal em junho de 2023, sob o argumento de faltar pessoal em São José do Rio Preto.

Campetti foi afastado das funções de policial por alguns meses e ainda responde a um processo administrativo disciplinar sigiloso na Polícia Federal. Aliados de Campetti falam em perseguição, em retaliação contra ele por parte da Polícia Federal.

Com a esquerda dividida em Guarulhos, Wilson é um dos favoritos. O ex-prefeito Elói Pietá, que governou por dois mandatos entre 2000 e 2008, quando estava no PT, chegou a ser cogitado para disputar o pleito pela sigla, mas, após um desentendimento com o partido, desfiliou-se e anunciou a pré-candidatura pelo Solidariedade.

O deputado federal Alencar Santana foi o nome escolhido para concorrer pela legenda. Ainda há a pré-candidatura do deputado estadual Márcio Nakashima, pelo PDT. Como mostrou a “Folha”, Tarcísio já fez três movimentos para que Campetti alcançasse a Alesp. Em setembro do ano passado, o governador convidou o deputado estadual Tomé Abduch para ser secretário do Turismo, mas o deputado Tomé Abduch não aceitou.

Em janeiro deste ano, foi o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, aliado de Tarcísio e apoiado por ele na eleição, quem convidou, como um gesto ao governador, Abduch para o seu secretariado pela segunda vez. Abduch recusou, o que irritou Tarcísio e seu entorno.

Abduch disse a colegas, na ocasião, que a mudança dificultaria sua tentativa de ser vice do prefeito em 2024, objetivo hoje considerado distante de ser concretizado, até porque ele tem oposição de Tarcísio.

No mês passado, o Tarcísio patrocinou um acordo entre Nunes e Republicanos para que o deputado estadual Rui Alves ocupasse a Secretaria Municipal do Turismo.

O acerto, porém, desmoronou quando o Alves foi informado de que o Republicanos não poderia fazer nomeações na pasta que assumiria, já loteada para um vereador do PL. Um absurdo ele assumir uma secretaria e não poder trocar ninguém.

Campetti foi alvo de processo na Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo, que pediu que Tarcísio fosse multado sob a condição de que o policial teria empregado seus serviços, arma e distintivo na campanha no dia do tiroteio, o que não pode. Não pode, já pensou?

Eu sou investigador de carreira, estou em campanha eleitoral, como é que eu vou estar com distintivo e uma arma? Tem que separar as coisas. Aí o governo diz: “Não, mas ele estava de folga naquele dia”. Mas não pode, a legislação não permite.

Então, estou trazendo essa matéria para repercutir essa história, essa matéria sobre o Jorge Wilson Xerife do Consumidor, a sua eleição em Guarulhos, todo o esforço e toda a engenharia que o governador está fazendo para que Campetti possa assumir aqui como deputado estadual.

Espero que ele assuma muito em breve, que nós temos questionamentos, deputado Suplicy, para fazer a ele.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Cumprimentos ao deputado Reis.

Agora tem a palavra o deputado Luiz Fernando Ferreira. (Pausa.) Rômulo Fernandes. (Pausa.) Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur, pelo tempo regimental.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar você, presidente, cumprimentar os deputados aqui presentes.

E o deputado Reis, do PT, sobe aqui à tribuna para ficar falando mal do governo do Tarcísio, que tem feito um ótimo governo dentro do nosso estado de São Paulo, diferente do Lula, que cada notícia que a gente recebe desse presidencialismo que tem feito...

Olha só a notícia do “Metrópoles”, agora que acabou de sair. Acabou de sair, saindo aqui da tela. “Governo muda a classificação de gênero para operar pênis e vagina no SUS”. A ideologia de gênero está indo longe demais. Estou com um deputado aqui que é médico e sabe do tamanho da gravidade disso dentro da área médica no nosso País.

Outro dado aqui que a gente tem, aumento de imposto no Aliexpress, aumento de imposto de importação. Hoje você vai comprar na Shopee, no Aliexpress, em qualquer plataforma, você paga um imposto que é inviável para fazer qualquer operação, fazer qualquer compra.

Na época do presidente Bolsonaro, zero imposto, zero imposto. Taxação via Pix. Agora o governo Lula está querendo implementar a taxação de Pix. Ele também está querendo implementar a taxação do Uber. Então, cada passo que o presidente Lula dá é para o aumento de imposto. Aumento do DPVAT, a gasolina aumentou em razão de imposto.

Então a administração Lula gira em torno de aumento de imposto, diferente da administração do presidente Bolsonaro, que abaixou em 700 itens o imposto. Isso a gente vai falar sempre, porque foi o único presidente da história do País, de todos os presidentes que tivemos, que fez decreto para baixar imposto.

Decreto para baixar imposto de videogame. Mas isso daí gera na economia uma série de lucro. Imposto na área do arroz, na área dos alimentos, baixa de imposto no açúcar, baixa de imposto também em jet ski. As pessoas até vêm, “ah, jet ski”. Gera emprego, gera mais exportação e é essa a intenção da baixa de imposto.

Tem também uma notícia agora que saiu no “Estadão”: “Lula pode ficar com relógio de luxo de R$ 60 mil, avalia a área técnica do TCU. A auditoria do Tribunal concluiu que presentes de luxo, mesmo personalizados, devem ser devolvidos à União, mas entendimento não pode ser aplicado retroativamente no caso do Lula.”

Ou seja, as doações que o Lula recebeu quando presidente, ele não precisa devolver, mas quando os deputados sobem aqui para atacar o presidente Bolsonaro, que ele recebeu joias de doação, de doação não, de presentes, é claro que você, quando vai para um outro país, quando é presidente, você tem uma comitiva.

Às vezes você é recebido naquele outro país com flores, com presente, porque você está sendo recebido por uma outra autoridade, por um outro presidente. E no mundo árabe, eles têm realmente essa maneira de presentear os presidentes, ou dando um relógio, ou dando uma joia, eles são assim, os árabes são assim.

Então bateram para caramba em cima do presidente Bolsonaro em relação ao presente que ele recebeu, só que o Lula foi o presidente que mais recebeu presente quando foi presidente deste País. Inclusive, esse Rolex avaliado em R$ 60 mil, ele não vai ser obrigado a devolver, e foi um presente que ele recebeu de outro presidenciável.

Então a gente vê a hipocrisia que a gente tem no nosso País em relação a tudo. A gente viu agora a matéria sobre o Eduardo Paes, que é prefeito do Rio de Janeiro. Liberaram ele de todas as condenações. Zé Dirceu, a peça fundamental, tem vídeo dele, foi preso já.

Zé Dirceu, que é o líder da quadrilha, é quem operou o mensalão. Com uma canetada, está livre de todas as ações contra ele, a corrupção não existiu, gente. Então, ele já pode ser candidato de novo.

Agora, o presidente Bolsonaro, que na época de presidente, questionou a urna, questionou no sentido de, “olha, gente, a urna poderia ser impressa também, fica no aparelho que a gente tem de urna, mas sendo impresso; essa impressão colocaria para bater no final da eleição, o papel com a urna eletrônica”.

Por essa fala, começaram a ter processos para ele não poder ser mais candidato. Com isso e com uma reunião que ele fez com a embaixada. Sim, ele chamou os cônsules do mundo para mostrar como que era a eleição do País, mas ele concorreu à eleição, sabendo dos riscos que ele tinha e do que ele tinha colocado, que era a opinião dele... Saiu na eleição e concordou com a urna eletrônica.

Então, qual é o problema de um posicionamento dele? Qual é o problema de ele reunir cônsul? Inclusive a Dilma, ela reuniu cônsules, para falar também... O Aécio quando foi questionado da... ele questionou a urna, o Aécio, porque ele perdeu a eleição por pouco voto também.

A Dilma reuniu cônsules também para falar sobre as urnas eletrônicas e nada aconteceu... A Dilma, se ela quiser sair candidata, ela pode sair candidata. Zé Dirceu eu acho que agora já pode também, agora já não tem crime contra ele, porque o STF anulou tudo. Agora o presidente Bolsonaro tem que ficar inelegível, é isso que a gente tem no nosso País, não é?

O presidente que vocês não têm nada, não tem uma vírgula de corrupção. Não tem. Tem alguma prova de corrupção contra ele? Ele organizou o ministério como ninguém, 22 ministérios técnicos. Contra 39 agora do presidente Lula, ele tem 39 ministros, gente, 39 ministros.

Presidente Bolsonaro implodiu Inmetro, que tinha um monte de gente lá, que na realidade era aquele cargo político. Porque quando uma pessoa assume um cargo político, ela pode de repente colocar...

Um cara é prefeito, ele pode pegar uma pessoa de Marte, ele pode colocar quatro pessoas de Marte, só precisar de uma. Aí ele põe quatro, cabine de emprego. E é isso que acontece também quando a pessoa é presidente do País. Ele pode ter um monte de ministérios, fazer um monte de cabines de emprego. Dá um ministério para cada partido, que é o que acontece.

Porque a gente tem tanto partido no nosso País, não? Que eu acho que o Lula já superou todos os ministérios, os partidos que tem, porque ele já ocupou todos os partidos em todos os ministérios ali. Então, são 39 ministros que a gente tem hoje no nosso País. É uma tristeza.

Cinco bilhões de reais liberados para emendas parlamentares como nunca se viu na história. Isso é o novo mensalão. É o moderno mensalão. É o moderno mensalão, porque o cara vai lá... Ele tem 150 milhões de emenda por ano, o outro tem 300 milhões de emenda por ano, o outro tem 50, o outro tem trinta.

Aí, aquele que é o contra o presidente Lula. O que é contra, que a oposição, o Lula, ele paga só em outubro, trinta... No último dia de outubro, que é o dia... O último dia que ele pode pagar as emendas parlamentares, que ele é obrigado a pagar 35 milhões por ano. Nesse último dia ele dá os 35 milhões para quem é contra ele. Agora, o resto do Parlamento se lambuza com o dinheiro dos nossos impostos.

E qual que é a preocupação disso tudo? Quando você tem emenda parlamentar, muitas das vezes é o interesse do parlamentar em cima daquela emenda. Então não tem uma administração tão grande em cima das emendas, então você destinar cinco bilhões em emenda é um tapa na cara dos brasileiros. E ninguém fala nisso, a imprensa não fala. Aliás, eu sou parte da imprensa, mas a gente precisa realmente falar na imprensa o que tem acontecido no nosso País.

Esses aumentos de impostos são gritantes, a gente não pode deixar. E a gente tem que expor realmente os políticos que estão votando a favor disso. Aumento do DPVAT. Aumento de imposto.

Esse aumento do DPVAT mexe em todo o mundo. Aquele seguro obrigatório que você tem no teu carro, então você já paga IPVA, já paga a gasolina, você já paga o radar que você... É impossível não tomar uma multa por ano. E aí agora você vai pagar o seguro obrigatório, que é o DPVAT do seu carro.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Cumprimentos ao deputado Paulo Mansur. Agora tem a palavra, deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Alex Madureira. (Pausa.) Ediane Maria. (Pausa.) Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Felipe Franco. (Pausa.) Dani Alonso. (Pausa.) Delegada Graciela. (Pausa.) Atila Jacomussi. (Pausa.) Dr. Elton.

Tem a palavra pelo tempo regimental no Grande Expediente, por dez minutos.

 

O SR. DR. ELTON - UNIÃO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Exmo. Presidente, obrigado aos meus pares parlamentares. A minha fala de hoje tem dois aspectos; o primeiro, um agradecimento à Comissão de Saúde desta Casa, da qual eu faço parte.

E coloquei ali, para uma avaliação, o Projeto de lei nº 868, de 2023. Passou pela Comissão de Saúde, passou pela mão da relatora, também, deputada Edna Macedo, e pela presidente, Bruna Furlan.

Se trata de um projeto de lei que propicia a disponibilização de um sensor de glicemia intersticial, para que os pacientes diabéticos tipo 1 crianças e adolescentes possam ter a sua glicemia monitorada de maneira contínua. Isso pode trazer uma grande qualidade para a saúde dessas crianças e adolescentes.

Eu sou diabético tipo 1 desde os meus dez anos de idade. Já sou diabético há 40 anos. E em virtude do acesso à tecnologia, aos insumos e medicamentos, hoje eu usufruo de uma vida sem sequelas e sem outros problemas.

Mas, infelizmente, muitos dos nossos jovens, crianças e adolescentes não têm esse acesso. E o entendimento do funcionamento do diabetes acaba por passar despercebido, sem o adequado entendimento, e com isso ele perde qualidade e tempo de vida no futuro.

Desta forma, eu agradeço a esta Casa pelo entendimento desse projeto de lei, que eu aguardo em breve estar aqui no plenário para votação e liberação como um projeto que pode nos ajudar, inclusive, para que haja a adequada regulamentação e controle das crianças com diabetes tipo 1 do nosso estado de São Paulo.

O segundo aspecto do qual eu gostaria de falar é sobre as votações de ontem. Eu fui bastante questionado sobre a votação da escola cívico-militar, e venho trazer também o meu posicionamento pessoal e parlamentar sobre os motivos que me fizeram apoiar esse projeto.

Esse projeto foi aprovado na noite de ontem, com 54 votos a favor e 21 votos contrários. Ontem houve um ambiente de extrema guerra novamente aqui. E alunos que não estudam brigando pelo ensino.

Isso era extremamente controverso. Eles estiveram aqui, tentaram invadir o plenário, foram contidos, para que não acontecesse o que vimos, aquela barbárie no dia da votação da Sabesp.

Bom, pela ação da Polícia Militar, contendo isso, nós tivemos paz, apesar de a entrada do nosso plenário ter sofrido um pouco diante das manifestações. A proposta, eu quero trazer a todos os senhores aqui que ela não desmerece o papel didático, pedagógico da escola e do professor, já que a responsabilidade desse legado continua por meio da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.

O papel militar vem em apoio, com integrantes seja da Polícia Militar ou das Forças Armadas, atuando como monitores da gestão educacional, estabelecendo normas de convivência e funcionamento da escola.

Bom, eu entendo que esse modal pode, inclusive, dar maior segurança e também respeito aos professores. Muitas vezes, até pela invasão da criminalidade no meio das escolas, esse papel pedagógico fica aquém, em virtude da falta de respeito com o professor na sala de aula.

Além disso, essa situação de melhor controle por meio das forças de segurança e não com papel de repressão, mas de colocar ordem e funcionamento na escola, isso pode trazer realmente qualidade ao ensino em muitas escolas que hoje estão com baixos índices educacionais.

É bom ressaltar também que essa não será uma mudança obrigatória ou impositiva. Ela é uma oportunidade para que, em alguns centros, em algumas escolas, esse tipo de ação aconteça, mas com aval da população.

Então, será feita uma consulta pública prévia, mesmo nessas escolas, escolas que provavelmente apresentem baixos índices de rendimento escolar, inferiores à média estadual e, em virtude disso, ainda com situações atreladas aos índices de vulnerabilidade social e fluxo escolar.

Com isso, essa é uma possível, mas não a única forma. Deixarei bem claro aqui: não é a única forma, mas uma possível e uma boa forma para que haja uma instalação desse modelo, para que haja melhoria do ensino naquelas escolas que não têm o adequado rendimento. Por muitas vezes, isso acontece pela falta de apreço dos alunos, das condições das escolas, pela valorização dos professores, que são os responsáveis pelo ensino, pela parte pedagógica.

Eu tive a honra de trabalhar ao lado das Forças Armadas e também das forças de segurança do estado de São Paulo, juntamente com o policiamento do estado de São Paulo. Trabalhei por oito anos ao lado do Corpo de Bombeiros, como médico, civil, mas trabalhando na Casa Militar. Com isso, tive a oportunidade de ter a convivência e entender exatamente o funcionamento militar.

Por isso, também quero dizer da importância que há na regularização, na regulamentação dos atos e funcionamento da Casa Militar. Em virtude disso, pude aprender muito trabalhando ali no 11º GB, em São José dos Campos, responsável por uma grande área ali no Vale do Paraíba.

Por meio dos bombeiros e também do policiamento, tivemos acesso às escolas, ensinando e levando o ensino do APH, do atendimento pré-hospitalar, de uma parada cardiorrespiratória, e isso mudou realmente a realidade de muitos alunos.

Tivemos vários alunos que foram atendidos depois desse momento de ensino por meio dos militares e por meio dos médicos que fazem parte desse corpo clínico, para que eles aprendessem a realizar o atendimento de APH. Com isso, várias crianças puderam também ser salvas na nossa região.

Além disso, quero relembrar o que é um exemplo para mim durante esses oito anos em que pude trabalhar ao lado do policiamento e da Corporação de Bombeiros, que foi o projeto Proerd, que realmente trouxe mudança a todas aquelas escolas que aceitaram ter o papel e o apoio do Proerd. Fizeram realmente a transformação em muitas crianças que hoje colhem os frutos em virtude do legado deixado ali pelo Proerd.

Não há como negar que essa é uma medida que poderá beneficiar muitas comunidades com dificuldades para difundir a cultura do ensino de qualidade, o amor a nossa pátria e a extirpação da criminalidade do seio das nossas escolas do estado.

Creio que, desta forma, meu posicionamento fica no apoio a esse projeto, em virtude de acreditar que podemos pacificar e dar melhor qualidade para que o ensino pedagógico das nossas escolas aconteça.

Para isso, precisamos que a população também venha ao apoio, porque, desta forma, fazendo então uma audiência pública, havendo a necessidade e com apoio popular, isso poderá ser implantado, tanto nas escolas municipais quanto nas estaduais.

Bom, encerro minha fala agradecendo a todos os parlamentares, a esta Casa, pela oportunidade de fala. Creio que novos tempos melhores virão para o estado de São Paulo, inclusive para a área de Educação.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Dr. Elton, agradeço se puder esclarecer um ponto da sua parte primeira da exposição. Inclusive, dada a importância que eu ouvi no seu testemunho de ter tido diabetes desde os dez anos de idade, mas que conseguiu superar e ter uma vida normal.

 

O SR. DR. ELTON - UNIÃO - Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Mas eu acho que... Eu gostaria, se puder brevemente explicar qual é o teor do projeto que apresentou, em especial em benefício dos que têm essa doença, que conhecem pessoalmente. Por favor, só para esclarecer o que diz o projeto.

 

O SR. DR. ELTON - UNIÃO - PARA COMUNICAÇÃO - Sobre o projeto? O projeto diz sobre a possibilidade da utilização de um sensor. Eu estou hoje com um aqui no meu braço, implantado.

Com ele eu tenho acesso à minha glicemia em tempo real, o tempo todo, com acesso ao celular. Este aparelho fica instalado, no caso deste, por 14 dias no meu braço e com ele eu sei exatamente a glicemia durante todo dia.

A minha glicemia pode estar bem de manhã, mas se eu comer ou passar dos limites da minha ingestão sem a utilização da insulina na medida adequada, esse açúcar pode descontrolar e subir para valores como 300 e 400, inclusive. Com esse aparelho, as pessoas que têm diabetes tipo 1 conseguem entender como é o funcionamento da glicemia durante as 24 horas.

É um projeto que pode, inclusive, ter monitorização, uma vez que esses dados estão no celular e podem ser repassados para um outro sistema. Com isso, a gente sabe exatamente se naquela área, numa DRS ou em qualquer outro lugar, numa cidade, a glicemia dos nossos diabéticos tipo 1 está ou não controlada. Assim, ações efetivas podem acontecer por meio do Estado ou dos municípios para trazer orientação a essa população.

É diferente da glicemia que só fura o dedo, que eu tenho só uma medida pontual, uma vez ao dia. Não, na glicemia intersticial a monitorização acontece durante as 24 horas e com esse sensor por 14 dias, sem precisar furar os dedos. Eu queria só fazer um comentário...

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - E o seu projeto então vai facilitar o acesso a esse aparelho?

 

O SR. DR. ELTON - UNIÃO - E a disponibilização desse aparelho. Eu gostaria de relembrar histórias da minha infância, onde eu tinha que muitas vezes fazer a glicemia na escola, os professores tinham que me ajudar.

Hoje existem alunos que precisam colocar a mão para fora da grade, porque os pais não podem estar dentro da escola. Furam o dedo do filho lá do lado de fora, para que ele saiba qual é a glicemia e possa voltar para a sala de aula.

Com esse aparelho, o pai e os professores sabem da glicemia desse aluno durante o tempo todo, as 24 horas, mesmo que o pai esteja em casa, dando a possibilidade, inclusive, para que ele possa trabalhar.

Muito obrigado, presidente, pela oportunidade.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Expresso o meu apoio a esse seu projeto. Sobre as reflexões hoje feitas aqui a respeito do que aconteceu ontem, eu queria salientar:

“O relator especial da ONU sobre os Direitos à Liberdade de Reunião Pacífica e de Associação, Clément Voule, disse, em um relatório apresentado ao Conselho de Direitos Humanos, na última segunda-feira, dia 20 de maio, que o espaço cívico está diminuindo e as violações de direitos humanos durante protestos pacíficos do mundo está aumentando, enquanto os governos adotam uma abordagem cada vez mais militarizada para policiar as manifestações.

‘Em vez de ver os processos pacíficos como um meio democrático de participação, muitas vezes os governos recorrem à repressão para impedir os protestos e silenciar a voz das pessoas.’ O especialista disse que a tendência global de militarizar as táticas de policiamento de protesto levou ao aumento da violência e dos abusos de direitos humanos.

Os governos ao redor do mundo estavam mobilizando militares e usando táticas militares para reprimir manifestações pacíficas, além de, em alguns casos, usarem tribunais militares para processar manifestantes pacíficos, acrescentou o relatório.”

Sinceramente, eu acredito que nós podemos, parlamentares da base do governo e parlamentares da oposição, conversar um pouco melhor a respeito de como evitar ações e episódios de violência, como os que aconteceram ontem.

Acho que com um bom diálogo entre nós, vamos criar condições onde possa haver o acompanhamento das nossas decisões pelo público, se possível sempre lutando na galeria, e se houver um número muito maior, de chegarmos a um entendimento para em que lugar ficarão os que vieram assistir nosso diálogo e debate,

Então, é uma sugestão que eu deixo aqui ao presidente André do Prado.

 

O SR. DR. ELTON - UNIÃO - Presidente, eu gostaria de agradecer. O senhor sempre um homem de paz, um pacificador. Agradeço pelas suas palavras, e gostaria também de solicitar ao senhor a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos. Agradeço.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - A sessão está suspensa até as 16 horas e 30 minutos.

Obrigado.

 

* * *

 

- Suspensa às 15 horas e 46 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 31 minutos, sob a Presidência do Sr. Gilmaci Santos.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Reaberta a sessão. Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Apenas para uma comunicação, Sr. Presidente. Estamos abrindo agora... O que nós temos de pauta?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Vou anunciar agora a nossa pauta, líder.

Ordem do Dia.

Votação do Projeto de decreto legislativo nº 24, de 2024, de autoria da Mesa. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Essa é a Ordem do Dia de hoje.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Havendo acordo de lideranças, eu peço o levantamento, Sr. Presidente, da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levanta a nossa sessão.

Muito obrigado.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 16 horas e 32 minutos.

 

* * *