7 DE MAIO DE 2024

19ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

        

Presidência: ANDRÉ DO PRADO

Secretaria: CARLOS CEZAR e GILMACI SANTOS

        

RESUMO

        

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Abre a sessão às 16h34min. Coloca em discussão o PLC 9/2024.

        

2 - PAULO FIORILO

Solicita verificação de presença.

        

3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.

        

4 - GUILHERME CORTEZ

Discute o PLC 9/2024.

        

5 - PAULO MANSUR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

6 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Convoca os Srs. Deputados para uma segunda sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término da presente sessão.

        

7 - LETÍCIA AGUIAR

Discute o PLC 9/2024.

        

8 - PAULO FIORILO

Solicita a suspensão da sessão por cinco minutos, por acordo de lideranças.

        

9 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido e suspende a sessão às 17h11min, reabrindo-a às 17h18min. Suspende a sessão às 17h18min, por cinco minutos, por acordo de lideranças, reabrindo-a às 17h22min.

        

10 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Solicita a suspensão da sessão por dois minutos, por acordo de lideranças.

        

11 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido e suspende a sessão às 17h22min, reabrindo-a às 17h32min.

        

12 - CAPITÃO TELHADA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

13 - PAULO FIORILO

Discute o PLC 9/2024.

        

14 - BARROS MUNHOZ

Discute o PLC 9/2024.

        

15 - PAULO FIORILO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

16 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

17 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Informa que há acordo entre as lideranças para dar o PLC 9/2024 por discutido por quatro horas. Comunica sobre a realização de audiência pública sobre o programa “Escola Cívico-Militar”, no estado de São Paulo, a ser realizada no dia 14/05, às 10 horas. Salienta que a audiência pública deverá proceder de forma organizada.

        

18 - PAULO FIORILO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

19 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Reitera o posicionamento da Presidência quanto à realização ordeira da audiência pública sobre o programa “Escola Cívico-Militar”, no estado de São Paulo.

        

20 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

21 - PROFESSORA BEBEL

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

22 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Responde à deputada Professora Bebel acerca da utilização dos espaços desta Casa para o acompanhamento da audiência pública a ser realizada no dia 14/05.

        

23 - ENIO TATTO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

24 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Solidariza-se, em nome desta Casa, com a população afetada pelas enchentes no estado do Rio Grande do Sul. Informa sobre a instauração, nesta Casa, de uma campanha de recebimento de doações destinadas à população do Rio Grande de Sul.

        

25 - TEONILIO BARBA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

26 - CARLOS CEZAR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

27 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Desconvoca a segunda sessão extraordinária. Por acordo de lideranças, levanta a sessão às 18h15min.

        

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. André do Prado.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Discussão e votação do Projeto de lei Complementar nº 09, de 2024, de autoria do Sr. Governador. Em discussão. Para discutir contra, com a palavra o deputado Guilherme Cortez.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado...

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Nós vamos iniciar um debate importante de um projeto que o governo tem muito interesse, que é a criação da Escola Cívico-Militar. Eu queria pedir, antes de o deputado Guilherme usar a tribuna, que tivéssemos aqui uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Daremos início então à verificação de presença. Solicito ao deputado Carlos Cezar, juntamente com o deputado Gilmaci Santos, que faça a verificação de presença.

 

* * *

 

- Verificação de presença.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado quórum regimental, devolvo a palavra ao nobre deputado Guilherme Cortez.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, boa tarde ao público presente, a todos os assessores e aos meus colegas deputados e deputadas presentes neste plenário.

Presidente, antes de começar a debater o tema desse projeto, eu queria falar de um tema que é muito importante para a minha honra pessoal, porque neste plenário a gente debate, a gente discute, às vezes a gente se exalta, mas a gente não pode passar de determinados limites, porque quando a gente passa de determinados limites, a gente atravessa o limiar do respeito dentro desta Casa.

Os deputados que mais discordam de mim nesta Casa não podem me acusar de faltar com respeito a nenhum deles. Às vezes a gente debate, irrita-se, mas mais de um deputado, bolsonarista, até costuma me dizer: “Você é um deputado que sempre nos respeita”. E eu faço questão de tratar todos os deputados aqui com o máximo respeito, e é o que eu espero ser tratado por todos os demais.

Pois bem, presidente, na sessão da última semana, o deputado Paulo Mansur, do PL, debatendo um tema que a gente tem discordância, que é a revogação daquela consulta pública feita pelo governo sobre a instituição de uma política de saúde para a população LGBT, aqui nesta tribuna, deputado Jorge Wilson, líder do Governo, ele falou: “O deputado Guilherme Cortez é um assassino de criança.”

Um deputado subiu aqui e falou: “O deputado Guilherme Cortez defende trocar sexo de criança de quatro e cinco anos”, portanto ele é um assassino de criança, um genocida assassino de criança. A Rede Alesp transmitiu tudo.

Na quinta-feira, um deputado eleito da bancada do PL, da bancada do governo, assomou a esta tribuna para me imputar um crime. E eu pergunto para o presidente André do Prado, para o líder do PL e para o líder do Governo se isso é aceitável, porque se a gente começar aqui a se ofender, a imputar crime uns aos outros, eu não sei onde a gente vai parar, presidente.

Eu não costumo me incomodar muito com as coisas que vem desse deputado, porque as falas dele costumam ser todas atrapalhadas, confusas. Até vários deputados da direita já falam: “Não liga muito porque ele é café com leite, ele sempre se confunde, fala uma coisa errada aqui, uma coisa errada acolá”. Inclusive, nessa fala, ele foi falar sobre o secretário Eleuses, ele falou Eliseus.

Ele não sabe o nome do próprio secretário do governo que ele defende, é uma coisa muito louca. E quando ele vem aqui, presidente, parece que a gente vê a materialização de um grupo de WhatsApp daqueles com bastante fake news, que a pessoa não se preocupa em checar uma informação, sabe, presidente?

Eu lamento, desde o começo que eu estou nesta Casa, eu lamento a presença desse deputado. Foi eleito para estar aqui, mas é um deputado que rebaixa o nível intelectual desta Assembleia, que já não é grandes coisas, mas é um deputado que vem aqui constantemente ofender a razão, ofender a verdade, ofender a inteligência dos demais deputados e do povo do estado de São Paulo.

O deputado Paulo Mansur podia perguntar para o seu colega Tenente Coimbra, ou para o deputado Gil Diniz, ou para o deputado Guto Zacarias, que junto comigo participaram da CPI da Transição de Gênero, no ano passado, que a gente teve muitos debates, mas debates respeitosos, e qualquer um deles vai lhe confirmar, deputado Paulo Mansur, não existe transição de gênero em criança de quatro, cinco anos, o senhor sabe disso. Mas o senhor vem aqui falar para ganhar like na rede social, para fazer o pânico moral.

Sabe, é muito tacanha, muito baixo. Isso prova que para ser deputado estadual ou para ser apresentador de programa de TV você não precisa de muito, você precisa de um sobrenome famoso, você precisa de muito dinheiro, você precisa ser dono de uma retransmissora de TV, que daí você faz seu próprio programa, depois sobe na motoca de um presidente, daí você vira deputado estadual.

É uma pena que tem gente que se contente com essa pequenez. É uma pena que o maior Parlamento da América Latina tenha espaço para esse tipo de mentira. Mas enquanto eu estiver aqui, ele gostando ou não, os bolsonaristas gostando ou não, isso não vai passar sem resposta.

Vai ter a resposta política, mas vai ter a resposta na Justiça, porque eu estou entrando com uma representação, presidente André do Prado, estou entrando com uma representação no Conselho de Ética.

Ano passado, o Conselho de Ética repreendeu a deputada Monica Seixas porque ela chamou uma secretária de governo de “token”. Se o Conselho de Ética é tão rígido para controlar o posicionamento dos deputados, eu espero que seja igual quando um deputado imputa um crime a outro.

E não é só a repressão que precisa não, deputado Gilmaci, porque se a gente começar a falar que um é estuprador, um é assassino, outro é sequestrador, aí a gente vai sair do limiar da razão e a gente vai voltar para a legislatura passada, aquela barbaridade. Isso não é o que nenhum deputado quer aqui.

Então eu acredito que nenhuma atitude, presidente André do Prado, seja suficiente se não a cassação desse deputado, que é um deputado que vem aqui falar fake news, falar mentira, ofender os seus colegas, fazer discurso preconceituoso, e faz isso para ganhar voto.

É uma lástima, deputada Thainara, que no País que mais mata a população LGBT no mundo tenha deputado que ganha um alto salário, fora o dinheiro que já tem, para ficar usando esta tribuna para fazer palanque político de ódio, de preconceito, falando desinformação, não joga no Google uma informação, mas não vai fazer isso em cima da minha honra, em cima da minha moral.

Se não tem moral, eu tenho moral. Eu não aceito ser caluniado, ser difamado, ter qualquer crime imputado a mim, porque crime no Brasil é a homofobia, crime no Brasil é a LGBTfobia, crime no Brasil é a difamação, a calúnia e a injúria, coisa que eu estou cansado de ouvir por parte desse deputado.

Ele vai ter as consequências das suas falas como gente grande. (Palmas.) Porque saiba, deputado, que a sua prerrogativa do uso da tribuna não lhe protege de não ser condenado por você disseminar o ódio, a desinformação, a mentira ou difamar um outro parlamentar.

Então você vai ser acionado no Conselho de Ética para que o seu mandato seja cassado. Nós vamos cobrar de cada deputado do Conselho de Ética que seja tão criterioso quanto foi com a deputada Monica, porque senão, se a gente começar a se imputar crime aqui, eu acho que o negócio vai ficar complicado.

Mas eu também vou ajuizar uma ação contra esse deputado na Justiça para que ele me pague danos morais, não para mim, porque eu não preciso desse dinheiro não, mas o dinheiro que ele for condenado a me pagar eu vou destinar às entidades que apoiam a população LGBT vítima de violência, para que dessas palavras mentirosas, sujas, porcas, feitas para fazer discurso político demagógico, para ganhar voto em cima da negação de direitos de um setor da população, isso aí vai servir para gastar um pouco o dinheiro dele, investir um pouco o dinheiro no que presta. Já vai ser muito mais do que ele tem feito como deputado nesse um ano e pouco, e tomara que não complete dois anos, se a gente tiver a sorte de cassá-lo neste ano para que a gente aprenda uma lição e para que cada deputado aqui aprenda a lição de que difamação, injúria, fake news, mentira não podem ser tolerados.

Eu digo isso para o meu grande amigo, deputado Barros Munhoz, presidente do Conselho de Ética, que é uma pessoa que sempre trata cada caso desses com muita seriedade.

É o que eu espero nesse caso também, deputado, porque a gente não pode admitir um deputado que sobe aqui e imputa um crime para outro, um crime obviamente falso, sem qualquer comprovação, sem qualquer lastro na realidade, só para fazer um discurso calunioso contra um par nesta Casa.

O Legislativo de São Paulo pode e merece ser muito melhor que isso e a gente vai começar fazendo isso limpando esta Casa dos deputados que não sabem o que é ser um deputado.

Para concluir neste tempo, presidente, fico muito feliz pela oportunidade de poder falar tudo isso de cima desta tribuna onde eu fui ofendido, onde eu fui difamado, e falar para todos os meus colegas para que sirva de lição para o deputado que agora vai ser processado, que vai ter uma ação no Conselho de Ética, espero que seja repreendido pelas suas atitudes, porque aqui não é o programa de TV dele.

Aqui ele não pode falar o que ele quer; aqui ele não está no SBT; aqui não é produção de baixo orçamento, nem de baixa audiência. Aqui é a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, onde ele está falando com pessoas que são eleitas pela população do estado de São Paulo, que prestam contas para a população do estado de São Paulo, e que têm que manter o seu decoro.

Quem está acostumado com esse programa carnavalesco, sensacionalista, da TV de baixa audiência... Se o Ratinho já é ruim, vocês imaginam o Ratinho genérico. Quem está acostumado com isso, eu imagino que chega aqui, acha que está num programa de TV, acha que pode falar o que quiser, pela audiência, e que não vai ter consequência.

Felizmente, a gente não está no estúdio do SBT; a gente está na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, conversando entre adultos, conversando entre pessoas que foram eleitas pela população do estado de São Paulo, que são muito bem instruídas.

E para a gente defender os direitos e a dignidade da população lá fora, a gente precisa exigir o respeito aqui dentro. Porque eu sou coordenador da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da População LGBT. E discursos caluniosos, falsos, falcatrua, mentira, esgoto, como o que o deputado fala daqui de cima, são o que vitima a nossa população todos os dias no Brasil, respaldado por políticos que se sentem à vontade para fazer isso protegidos de cima de uma tribuna.

Mas a gente vai mostrar para eles que eles não estão acima da lei. Calúnia é crime, difamação é crime, LGBTfobia é crime. Desinformação e fake news são crimes. E, se essas pessoas desaprenderam a fazer política com base no argumento e na verdade, elas vão aprender, nem que seja na marra, nem que seja na base da lei, da condenação e da perda de mandato.

Para continuar a discussão desse projeto, presidente, eu quero dizer que eu não tenho nada contra que as pessoas possam se matricular nas escolas que elas queiram. Quem quer estudar na escola militar, quem quer estudar na escola particular, na escola pública.

Agora, a gente está aqui tendo que discutir a política educacional do estado de São Paulo. Não sei quais deputados aqui estudaram na rede estadual, na rede pública, ou quem costuma visitar as escolas públicas do estado de São Paulo, como eu faço constantemente, a Professora Bebel faz, a deputada Andréa, a Thainara, a Ediane. Os deputados da esquerda sempre estão dentro de uma escola, conversando com quem conhece a realidade da escola.

E eu vou dizer uma coisa para vocês: pode parecer uma solução simplista, mas o problema da rede estadual de São Paulo não é a indisciplina, em que você vai lá, você resolve militarizando tudo, colocando guarda de um lado para o outro.

O problema da rede estadual de São Paulo é a falta de investimento, porque não tem indisciplina, não tem soldado, general, almirante que seja, que consiga manter uma escola de qualidade com o que o Tarcísio e o Renato Feder investem na Educação Estadual.

Na semana passada, que bom que o governo voltou atrás, mas eles mandaram um projeto de lei de diretrizes orçamentárias que previa dividir a verba que, desde 95, vai para a USP, Unesp e Unicamp, com mais três universidades, sem aumentar o valor, deputada Andréa.

Essa é a lógica do governo. E é a mesma coisa que eles querem fazer agora com esse projeto da “Escola Cívico-Militar”, para fazer um agrado aos bolsonaristas, para falar que agora você vai militarizar tudo, porque isso virou parece que um fetiche desse setor da extrema direita.

Só que, pasmem, o projeto de “Escola Cívico-Militar” que a gente está discutindo não prevê você aumentar o orçamento da rede estadual, para você poder suportar esse programa.

Ele prevê que o programa da “Escola Cívico-Militar” vai entrar dentro do orçamento da rede estadual e vai dividir o mesmo recurso. Aliás, está na CCJ um projeto para você diminuir esse recurso para menos do que o mínimo constitucional.

Ou seja, é um projeto para você fazer palanque ideológico, fazer política para os bolsonaristas, para os fanáticos da militarização de tudo; projeto esse, aliás, em que os militares ganham mais do que professores.

E a partir daí a gente já vê qual é a prioridade desse projeto. Não é um projeto voltado para a Educação, porque projeto para a Educação é a gente valorizar o professor e a professora; projeto para a Educação é a gente valorizar os professores da rede infantil, da educação infantil, que hoje no estado de São Paulo não são nem reconhecidos como tal.

São reconhecidos como cuidadores, não ganham nem o salário, que já é defasado, de um professor. Agora, é o mesmo governo que, duas semanas atrás, três semanas atrás, disse que ia usar o Chat GPT para substituir o trabalho dos professores, o mesmo governo que, no ano passado, falou que ia trocar o livro didático da sala de aula por material digital.

Hoje a gente vê que a realidade da nossa rede estadual não comporta isso. Porque eu não sei em quais escolas os deputados do Governo estão andando, mas, toda que eu ouço, eu escuto o mesmo relato.

De que a escola não tem a quantidade suficiente de notebook, de que os professores não têm a capacitação necessária para trabalhar com a plataforma, de que os alunos estão sobrecarregados com tanta plataforma. É plataforma, plataforma, plataforma.

Ou seja, é um governo que quer trocar a educação, o trabalho do professor, o espaço da sala de aula, por Chat GPT e por plataforma. É um governo que quer cortar 10 bilhões da rede estadual de ensino, cortar 5% do investimento da rede estadual de ensino.

Daí ele diz que, para resolver o problema da nossa Educação, tem que tornar tudo Escola Cívico-Militar. Por isso que, obviamente, nós, da bancada do PSOL, vamos ser contra esse projeto. Porque nós defendemos a valorização da Educação.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para concluir, deputado Guilherme Cortez.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - A saída para a rede estadual de São Paulo é a gente investir mais na rede estadual. É a gente investir mais no professor. É a gente aumentar o salário do professor, do trabalhador da Educação. É a gente ter uma gestão escolar mais democrática, baseada mais no diálogo, e não na imposição.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para concluir, deputado Guilherme Cortez.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Porque o medo, porque a autoridade, porque a cobrança e a vigilância não fazem parte do processo de aprendizado. Isso já foi superado há muito tempo por grandes educadores no nosso País, como Paulo Freire.

A gente não vai deixar isso se criar nesta Casa e no estado de São Paulo.

Obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - Uma breve comunicação, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Tem dois minutos. Já peço à deputada Letícia Aguiar, que vai discutir a favor, para se dirigir ao púlpito.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Senhor Guilherme Cortez, o deputado me insultou, que é o PSOL. Ele, nesta Casa, no Parlamento, no microfone, já me chamou de genocida, transfóbico, homofóbico.

Então, se ele vai entrar com um pedido de retratação contra mim na Casa, também vou pedir para ele. Porque, na cabeça dele, tudo ele pode. Ele pode chamar as pessoas de genocida, pode chamar as pessoas de transfóbicas.

Mas quando a gente tem uma opinião sobre o pensamento dele... Ele é a favor do aborto. Ele é a favor da transição de gênero. Ele me insulta falando que sou café com leite, que não sei me comunicar dentro da Casa.

Sei me comunicar, e penso eu, melhor do que você. Porque o teu pensamento é um pensamento que não chega nem perto do meu. Olha só o que você pensa. Você é a favor do aborto, é a favor do aumento de imposto, é a favor da invasão de terra, é a favor de tudo o que é o contrário do que eu penso. Então, realmente, você fica com o seu pensamento, e eu fico com o meu.

Agora, o meu programa na televisão ajuda muita gente. É só você assistir. A gente realiza cinco a seis casos por dia, de ajuda de pedidos. Ou seja, é um programa que ajuda as pessoas.

Não é um programa partidário dentro do SBT. Nem falo de política dentro do programa. É um programa para ajudar a população. Ele está há 11 anos no ar. Então é importante você se informar. Mas, se você vai me processar, eu também vou processar você.

Fica tranquilo que eu já vou acionar os meus advogados. Vou pegar as palavras que você já me insultou dentro do Parlamento, me chamando de transfóbico, de genocida. E aí você também responde à Justiça.

Mas é importante você saber, Guilherme Cortez, que a gente tem, aqui dentro do Parlamento, a obrigação de parlar. Eu fui eleito com 86 mil 201 votos. Você não vai me calar. Você tem o seu pensamento e eu tenho o meu.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Antes de devolver a palavra, dar a palavra, aliás, à deputada Letícia Aguiar, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma segunda sessão extraordinária, a realizar-se hoje, 10 minutos após o término da primeira sessão extraordinária, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia.

 

* * *

 

- NR - A Ordem do Dia para a 19ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 08/05/2024.

 

* * *

 

Com a palavra, a deputada Letícia Aguiar, para discutir a favor do PL 9/24, de autoria do Sr. Governador.

 

A SRA. LETÍCIA AGUIAR - PP - Obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa., cumprimento os meus colegas presentes, público que nos acompanha no plenário, e quem nos acompanha pela Rede Alesp e pelas nossas redes sociais.

Escola Cívico-Militar: que sonho ver isso se tornando realidade no estado de São Paulo. Eu sou grande defensora desse modelo de ensino. Acredito nesse formato de educação como realmente um modelo de transformação na qualidade do ensino, de transformação na construção e na formação de pessoas, dos nossos jovens, dos alunos.

Também acredito muito nesse modelo de ensino que pode ser - e é - referência em tantos outros estados, que já acontece com resultados exitosos, com resultados surpreendentes na qualidade do ensino público, na qualidade da formação dos nossos jovens e na Segurança Pública das nossas escolas.

É importante falar que, em 2019, aqui neste Parlamento, eu apresentei esse projeto. Sou autora desse projeto aqui na Assembleia Legislativa. À época, nosso presidente Jair Bolsonaro implementou esse programa via Ministério da Educação.

Hoje, o atual presidente Lula, um dos primeiros atos que ele fez foi justamente extinguir esse programa, mas agora o governador Tarcísio apresenta, traz para esta Casa, para a Assembleia Legislativa, o projeto das “escolas cívico-militares”.

É claro que estou ao lado dele, apoiando, ajudando, e não poderia ser diferente de vir a esta tribuna e defender um projeto em que acredito pela sua qualidade de transformação na vida da nossa juventude. Fala-se muito de qual Brasil a gente deve deixar para os nossos filhos, mas que filhos estamos deixando para o nosso Brasil?

Isso obviamente passa pelo ambiente escolar, passa por uma educação de qualidade, passa pelas famílias que educam seus filhos, passa por um ambiente escolar saudável, salutar, um ambiente livre de qualquer tipo de doutrinação, de ideologia político-partidária, de “sexualização”, de ideologia de gênero, que infelizmente a gente vê acontecendo muito dentro do ambiente escolar.

O ambiente escolar tem que ser seguro para os nossos filhos. A criança, o aluno tem que ir para a escola para aprender o conteúdo programático para que ele possa ser um profissional bem-sucedido. Não é um ambiente para cooptar os nossos jovens para pensarem politicamente de acordo com “A” ou “B”. Não!

Precisamos ter um ambiente escolar saudável. Precisamos que o professor em sala de aula tenha tranquilidade e certeza de que está seguro para lecionar a sua matéria, que sua liberdade de cátedra se dá ao ensinar a sua matéria e não ao expressar suas próprias convicções.

É por isso que eu acredito tanto na Escola Cívico-Militar como exemplo de civismo, de patriotismo, de amor à nossa bandeira, de ordem, de progresso. Eu acredito na Escola Cívico-Militar na formação de uma juventude que ame o seu país, que tenha orgulho de carregar a sua bandeira, que tenha orgulho de se preparar para ser um profissional representando o Brasil em grande escala. Isso é o projeto da “Escola Cívico-Militar”. Isso é investimento em Educação.

Quando o governador Tarcísio traz este projeto para a Assembleia Legislativa, ele demonstra sua preocupação com o ensino público de qualidade. Quando ele se preocupa com o professor em sala de aula, quando ele se preocupa em trazer para dentro do ambiente escolar um ambiente em que nossos filhos estejam seguros, em que cada pai e mãe terá a certeza de que seu filho está em um ambiente seguro para aprender o que deve ser aprendido.

Quando alguns parlamentares de esquerda falam que a extrema-direita quer militarizar tudo, ora, senhores, se o militarismo representa ordem, se representa disciplina, se representa amor ao país, se representa que devemos respeitar os mais velhos, que devemos respeitar as pessoas diferentes da gente, que devemos ter empatia com as outras pessoas, é claro que serei favorável.

O que estamos trazendo com este projeto não é que todas as escolas se transformem em escolas militares. Não, mas que dê oportunidade de cada pai e mãe, assim como eu, que sou mãe, ter oportunidade de matricular o meu filho em uma Escola Cívico-Militar, em uma escola com princípios e valores equivalentes àquilo que ensino para meus filhos dentro de casa.

Eu quero que meu filho, minha filha, os filhos das pessoas vão para uma escola onde não tenha tráfico de drogas na porta querendo cooptá-los de maneira errada.

Eu quero um ambiente escolar em que o professor esteja seguro para lecionar a sua matéria. Eu quero um ambiente escolar que mostre ao aluno que ele tem deveres cívicos, que ele saiba que toda ação tem uma reação, que ele precisa ter consequência de qualquer ato dele e que ele precisa fazer boas escolhas para sua vida.

Esse é o projeto da Escola Cívico-Militar e é isso que nós buscamos quando trazemos esse projeto para Assembleia Legislativa ao lado do governador Tarcísio. Temos uma oportunidade única de fazer história aqui no Parlamento de São Paulo e eu, como deputada, como conservadora, como patriota, como apaixonada pelo meu país, como uma grande defensora e autora desse projeto, estou aqui para dizer a você pai e mãe que nos acompanha, você que está assinando o nosso abaixo-assinado, quero falar de forma especial para São José dos Campos, Senna, meu querido amigo, nós estamos aqui formando e fazendo parte da história pelo estado de São Paulo e pelo Brasil. Quantas assinaturas nós estamos colhendo diariamente em São José dos Campos!

E você, joseense, você morador de São José dos Campos, que está assinando o nosso abaixo-assinado, meu muito obrigada. Nós estamos aqui fazendo a nossa parte ao lado do governador Tarcísio, debatendo, discutindo, trazendo esse projeto para mostrar a você, pai e mãe, que tem esse sonho, que ele está muito perto de se tornar realidade.

Contem comigo.

Governador Tarcísio, estamos juntos pelas escolas cívico-militares no estado de São Paulo.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para discutir contra, com a palavra o deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, se houver acordo entre as lideranças, eu queria pedir a suspensão por cinco minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Há acordo entre as lideranças? Então havendo acordo, estão suspensos por cinco minutos os nossos trabalhos.

 

* * *

 

- Suspensa às 17 horas e 11 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 18 minutos.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a sessão. Havendo acordo entre as lideranças, mais cinco minutos de suspensão.

 

* * *

 

- Suspensa às 17 horas e 18 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 22 minutos, sob a Presidência do Sr. André do Prado.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a sessão.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem deputado Jorge Wilson.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Havendo acordo de lideranças, eu peço a suspensão dos trabalhos por mais dois minutinhos.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Esta Presidência acolhe o solicitado e suspende a sessão por mais dois minutos.

Está suspensa a sessão.

 

                        * * *

 

- Suspensa às 17 horas e 22 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 32 minutos, sob a Presidência do Sr. André do Prado.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a sessão. Para discutir contra, com a palavra o deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Pela ordem, presidente. Para uma comunicação breve.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem dois minutos Vossa Excelência, Capitão Telhada.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Enquanto o orador se dirige à tribuna, apenas cumprimentar os meus amigos da cidade de Peruíbe, o vereador Rafael... Por gentileza, fique de pé, Rafael. O vereador Sérgio Teté, também junto com o Reginaldo, com o Dr. Fernando.

Parabéns pelo trabalho que vocês fazem lá na bela cidade de Peruíbe. Obrigado por encararem esse desafio junto ao Progressistas neste ano de 2024. Desejo que Deus abençoe grandemente vocês. O trabalho que já fizeram na cidade já diz muito sobre a história. Estamos juntos nessa caminhada, está bom? Deus abençoe.

Obrigado, presidente.

Obrigado, deputado Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra, o deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, aqueles que nos acompanham pela Rede Alesp. Nós estamos iniciando o debate de um projeto que, na minha opinião, é desnecessário da forma como foi encaminhado.

Mas eu quero, antes de iniciar esse debate, solidarizar-me com o companheiro Guilherme Cortez, deputado do PSOL, pelo que sofreu aqui e por aquilo que a gente não deveria ouvir nesta Casa. Mas infelizmente alguns deputados insistem em fazer esse tipo de pronunciamento.

Eu já tinha, inclusive, sugerido ao presidente: tem um projeto de lei tramitando, que era para que a gente pudesse colocar detector de mentira ou detector de verdade nos microfones. Talvez isso pudesse ajudar, porque o grande problema aqui é que cada um quer ter a sua verdade, independentemente de se ela é ou não verdadeira.

Então, o deputado vem ao microfone, fala umas barbaridades e diz que é o direito dele de falar. Mas nós não podemos ter aqui falas que são inverdades, para não usar outra expressão.

Portanto, acho que a gente precisava ter um cuidado muito grande. E sugerir, ao deputado Guilherme que faça uma representação ao Conselho de Ética. Que a gente pressione para que o conselho, de fato, tome uma atitude, possa resgatar as falas feitas aqui pelo deputado que exacerbou ou que tenha exacerbado o tempo todo, com discursos que ultrapassam a realidade, a racionalidade. E que a gente evite, e eu disse isso ao presidente desta Casa, que a gente evite que isso permaneça, porque depois não há controle possível.

A gente, que estava aqui na legislatura passada, sabe o que aconteceu aqui, quando nós perdemos a rédea. A gente teve que tomar atitudes mais drásticas e mais duras. Então está na hora de a gente evitar que isso ocorra. É melhor que isso se dê agora, para que a gente não perca as rédeas desse processo. Tenente Coimbra também acompanhou e sabe do que estou falando.

Então eu queria aproveitar agora meu tempo para tratar um pouco desse projeto. Primeiro, eu acho que é possível você ter escola militar. Não tem nenhum problema: escola militar para militar. Pago com recursos da Polícia Militar, pago com recursos do Exército. Acho que é tranquilo isso. Qual é o problema, ou um dos problemas?

Primeiro, é você criar uma Escola Cívico-Militar em que você distorce as funções. Deputada Bebel é professora, conhece a rede, atua, está no pé do chão da escola. E sabe o que significa quando você tem distorção, inclusive distorção salarial.

Como é possível você pensar em contratar ex-militares para pagar salários que vão girar em torno de mais de 6 mil reais? Equivale a quatro vezes o que recebe um agente de organização escolar, que é 1.550 reais. Sabe o que isso me remete?

Às distorções que a gente vê hoje, por exemplo, nos conselhos em que secretários são indicados. Aqui tem uma baita distorção. Você pegar uma função, ele ser remunerado por essa função de secretário, e acumular mais atribuições, recebendo por um conselho, por exemplo. Muitas vezes, o secretário indicado para um conselho não é conhecedor do tema. Essa é uma baita distorção.

Eu, particularmente, acho que a gente deveria evitar esse tipo de coisa, em todas as esferas. Mas não é assim que tem sido e não é assim que funciona o Governo do Estado.

A distorção promovida pelo Governo do Estado, nos conselhos com secretários, vai se repetir aqui, quando você propõe um salário de 6.034 reais, quatro vezes mais do que um agente que ganha 1.550 reais.

E ainda, é maior que o piso salarial do Magistério. Vou de novo: maior que o piso salarial do Magistério. O piso salarial do Magistério gira em torno de 5.300 reais. O Estado vai contratar policiais, que já estão na reserva, ou que já não estão mais na ativa, pagando 6.034 reais. O que justifica esse valor de salário, quando um professor ganha 5.300, quando um agente de organização escolar ganha 1.550 reais?

Segunda questão. Nós estivemos aqui, e eu ouvi a deputada Letícia dizendo que o governo anterior implantou escolas cívico-militares em outros lugares. Eu sugiro que, antes de a gente avançar com esse projeto, que pudéssemos avaliar qual tem sido o resultado dessas escolas em outros estados.

O que trouxe de ganho? Se é que trouxe. O que avançou? Se é que avançou. Porque nós temos um problema gravíssimo aqui no estado de São Paulo, na Educação, deputado Barros Munhoz, que tem uma verve invejável. Mas eu preciso dizer que, o que o partido do senhor fez no estado de São Paulo, para a Educação, e o que o partido atual faz, e o senhor apoia, é inadmissível.

Estão acabando com a educação do estado. Acabando com a Educação do estado, colocando plataformas para os alunos, para os professores e para os diretores.

Sabe o que está acontecendo no estado, deputado Barros? Estamos vivendo uma égide das plataformas. Agora o que vale é saber se o aluno está na plataforma. O que vale é saber se o professor está na plataforma e se o diretor está na plataforma.

O governo sugeriu usar inteligência artificial. Esse governo que o senhor apoia, esse governo que está destruindo a Educação do estado, que não valoriza os professores, que não resolve a categoria “O”.

Deputado Barros, eu fico me perguntando como o senhor, que já foi secretário, que já foi deputado, que já foi tudo nessa vida, não se levanta aqui para dizer: “Olha, a Educação do estado está com problemas. É preciso olhar melhor.”

Vamos olhar os problemas que a gente enfrentou ao longo desses anos, desse um ano e cinco meses. Primeiro, propuseram acabar com o livro didático, que não era a custo do estado. Segundo, produziram material errado. Errado. Material de história, de geografia.

É inacreditável fazer isso com o estado mais rico da federação, o estado mais importante do Brasil. Eu não consigo entender. E quais são os argumentos para defender esse governo? Estou falando só da Educação, porque é disso que se trata. Eu poderia falar de outros temas que não vou falar hoje, mas que acho que é importante a gente discutir.

Estamos vivendo uma situação delicadíssima. O governador produziu um decreto, para dialogar com TDA, em que aqueles que não têm dinheiro, aqueles que não têm condições de ter um plano de saúde para pedir alguém para poder acompanhar na escola ficam ao Deus dará.

Deputado Barros, o governador propôs tirar dez bilhões da Educação. Dez bilhões. Faço um desafio ao senhor, não pela verve, mas pelo conteúdo e pela possibilidade de verificar in loco: vamos visitar três escolas do estado. Três, só três.

E vamos perguntar quais são os problemas dessas escolas do ponto de vista estrutural, salarial, do ponto de vista da segurança, do ponto de vista do acompanhamento psicológico.

Vetaram projetos importantes que poderiam dar às escolas estaduais psicólogos, assistentes sociais. O estado renovou um programa que não atende todas as escolas, de psicólogos. É um absurdo. O estado mais rico da federação. Daqui a pouco vamos ter que assistir de novo um problema na escola...

Qualquer problema, por falta de psicólogo. Sabe o que faz o psicólogo? Ele vai lá, ele tem que atender toda uma escola. Ele vai lá uma vez por semana, porque ele tem que atender outra, outra, outra. E ele não consegue ouvir todo mundo.

O estado mais rico da federação desdenhando a Educação. Desdenhando. Acho um absurdo isso. Acho um absurdo. Deixa eu só terminar. Acho um absurdo, sabe por quê? Porque nós temos a Educação como uma referência para mudar de patamar.

O senhor sabe, deputado Barros Munhoz, que a Coreia fez isso. A Coreia investiu em Educação e, em dez anos, quinze anos, mudou de patamar. (Fala fora do microfone.) Não é isso que está acontecendo aqui. A Coreia democrática, a Coreia que o senhor conhece, a Coreia que tem exportado filmes, a Coreia que tem crescido o PIB. Estou falando dessa, até porque a outra não tenho como avaliar.

Eu não sei se o senhor tem, deputado Conte. Talvez o senhor tenha. Se o senhor tiver, depois o senhor me fala. Estou dando um exemplo concreto do que significou a Educação para os coreanos, que mudaram de qualidade de vida.

Infelizmente, é com muita tristeza que falo isso para o deputado Barros Munhoz, com quem eu tenho um diálogo permanente, um carinho permanente e um respeito, mas não podemos concordar com isso. Não podemos concordar que o estado vá gastar dinheiro com Escola Cívico-Militar quando não paga um acompanhante para quem tem TDA. Como é possível isso?

E usar o argumento de que vamos tirar dinheiro da Educação. A PEC está tramitando na Comissão de Constituição, Justiça e Redação. E só está lá porque temos feito um debate incansável. A deputada Bebel terminou a leitura do relatório dela.

Temos ainda o relatório do deputado Rômulo, temos o relatório do deputado Reis, e vamos continuar debatendo, porque não podemos permitir que se tire um tostão da Educação. E eu ouvi os argumentos, líder do Governo, líder do PL, líder de qualquer... Não, porque o prefeito, o governador não consegue gastar 30%, então chega no final do ano, deputada Bebel, e ele tem que gastar de qualquer forma.

Deixa-me falar uma coisa aqui para o senhor: isso é falta de planejamento, para não dizer que é incompetência. Quem não consegue gastar recurso, ou é incompetente ou não podia se estabelecer. Sabe por quê? Porque se você tem 30%, você sabe o quanto você tem, você sabe no início do ano qual é o orçamento.

Eu queria entender... Assim, dos prefeitos até posso entender a dificuldade, a falta de estruturas, de técnicos. Agora, do governador, do secretário de Educação? Não, não, deputado Barba, aí não dá, não é? É brincar com a nossa inteligência.

Então, nós vamos tirar 10 bilhões da Educação, que tem escolas sem quadras, sem coberturas, com problemas de vazamentos, sem banheiros, falta de manutenção, poucos profissionais limpando, falta de professores, porque... Falta de... (Vozes fora do microfone.) Acabei de falar aqui a importância do acompanhante especializado, que o estado podia pagar.

Agora, não, o Estado propõe um projeto para fazer média com o ex-presidente, para dizer que aqui no estado de São Paulo vai ter Escola Cívico-Militar, quando não resolve problemas básicos, problemas que são imediatos. E qual é o argumento do Estado? “Não, sabe qual é o problema? Vamos gastar só 25%, deputada Bebel, está ótimo, está excelente. Os outros 5% a gente deixa se precisar à Saúde.” É óbvio que a Saúde precisa, é claro que a Saúde precisa.

“Bom, então de onde tirar dinheiro?” Eu vou dizer: de onde o PSDB não quis tirar e esse governador também não quer. O PSDB fechou uma caixa sobre desoneração e, infelizmente, o governador continua no mesmo caminho.

O deputado Barros sabe disso. Quais são as empresas que foram beneficiadas com isenção fiscal? Quais foram as empresas que não tiveram cobranças de ICMS? Qual foi o retorno que deram para o Estado? Esse é o PSDB.

Agora, infelizmente, o governador atual segue o mesmo caminho. Não dá transparência necessária, não diz onde está se dando incentivo fiscal e vai tirar dinheiro da Educação para continuar dando dinheiro para empresário, para não cobrar aqueles que deveriam pagar. Esse é o grande erro na área da Educação. Só estou falando da Educação, não quero falar de outra coisa ainda, porque a gente pode falar de várias outras coisas.

Agora, nós vamos continuar errando, nós vamos despender dinheiro público para fazer Escola Cívico-Militar, quando a gente não tem acompanhante para TDAH, quando a gente não tem as escolas reformadas, quando a gente não tem professor ganhando bem, quando a gente tem categoria “O” ainda. Categoria “O” é uma herança do PSDB, deputada Bebel, a senhora que acompanha e sabe disso.

Herança maldita, porque os professores tinham que ser respeitados, tinham que passar por um concurso público. Não, não, segue com a categoria “O”. O tempo todo é a incompetência desses governos.

Deviam ter feito concurso, deviam ter dialogado com Apeoesp de igual para igual, não dessa forma em que coloca a representação sindical abaixo. Deveria ter dialogado para resolver e não resolveu. Incompetência o tempo todo. Agora, querem criar Escola Cívico-Militar, inadmissível.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência aos oradores inscritos para discutir a favor, com a palavra o deputado Barros Munhoz.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, senhores colaboradores da Assembleia, senhores que nos assistem das galerias.

Eu gostaria de, mais breve possível, apenas dizer algumas coisas a respeito do que o nobre líder do PT, deputado Paulo Fiorilo, brilhante deputado com assento nesta Casa, falou a respeito do PSDB, a respeito da educação e a respeito do seu pensamento sobre a educação, fundamentalmente, no nosso Estado e no nosso País.

Gostaria de responder pura e simplesmente o seguinte: será possível que o PSDB ficou 28 anos no comando do estado de São Paulo submetendo-se a uma eleição a cada quatro anos porque a população de São Paulo não sabe votar?

Porque a população de São Paulo não sabe escolher os seus candidatos? Será possível que houve fraude nas eleições? Não, obviamente é porque os governadores na sua maioria tiveram a aprovação popular, ganharam eleições limpas, honestas, corretas, democráticas e foram eleitos.

O voto é sagrado, foram eleitos pelo voto do povo do estado de São Paulo. Então eu quero dizer que apoiamos os governos do PSDB e temos muita satisfação de dizer que o fizemos. Teve falhas sem a menor sombra de dúvida. Eu mesmo como líder do Governo nesta Casa tive muitos desentendimentos com o próprio governo.

A deputada Bebel, nossa querida representante com “r” maiúsculo e todas as demais letras maiúsculas da Educação do estado de São Paulo e que tem uma folha extraordinária de serviços prestados à Educação, se lembra aqui neste plenário eu me dirigindo ao japonesinho - desculpe a expressão, era respeitável, mas era bem baixinho - que era o secretário da Fazenda do Estado.

E eu como líder do Governo contestei um projeto que o governo tinha mandado sem me consultar, sem consultar o líder, e foi mudado esse projeto de lei. A deputada Bebel é testemunha disso.

Então eu não sou a favor porque sou simpático ao governo, porque acredito no governo em tudo que o governo faz ou tenta fazer. Eu tenho discernimento como todos os deputados desta Casa têm e é exatamente por isso que eu estou apoiando o governo Tarcísio. Não estou apoiando o que ele faz errado e acho que tem um mérito na ação do governador Tarcísio.

Quando ele erra ele reconhece e volta atrás. Infelizmente, eu vi isso poucas vezes em políticos do nosso País. Tem político que erra e por birra continua no erro. Eu vejo no governador Tarcísio alguém bem-intencionado, alguém dedicado à causa pública, alguém que está fazendo um bom governo sim. E eu queria dizer, minha gente, que eu tive o privilégio de estudar no Colégio Arquidiocesano de São Paulo, um colégio interno de irmãos maristas lá na Vila Mariana. Não é fácil ficar em colégio interno.

É quase igual a ficar numa cadeia, é difícil, mas eu agradeço muito meus pais, meu pai e minha mãe, por terem me colocado nesse colégio interno, porque eu pude formar a minha personalidade de uma forma muito bem encaminhada e de uma forma religiosamente correta. Mas não quero comparar com a Escola Cívico-Militar, não quero dizer que a Escola Cívico-Militar seja a melhor coisa do planeta, mas eu gostaria de dizer que lá era quase uma Escola Cívico-Militar.

A gente acordava às seis horas da manhã, rezava, assistia à missa, depois ia tomar café e se submetia a regras que não havia, como até hoje não há, na educação estadual, não havia correlação. Eram muito mais rígidas, muito mais austeras, mas eu queria dizer de alguma coisa mais próxima, mais recente.

Sexta-feira passada, eu fui comemorar os 60 anos de existência da antiga Guarda Mirim de Itapira, que agora é a Aipa, Associação Itapirense de Preparo de Adolescentes. Deputada Bebel, que coisa maravilhosa!

Não tem nenhuma instituição em Itapira melhor do que a Aipa, antiga Guarda Mirim. Eu mesmo tenho como um filho um menino que começou a trabalhar comigo com 14 anos de idade e que hoje tem 53 anos de idade.

Portanto, está comigo há quase 40 anos, há quase 40 anos. Sabe onde ele se formou? Na guarda-mirim. Sabe quem era o comandante da guarda-mirim? O soldado Juvenal Leite, militar que instruiu os jovens itapirenses no caminho da austeridade, da disciplina, da ordem, no caminho que os militares seguem - não todos, infelizmente. Eu gostaria que todos, no Brasil, seguissem. Mas, como em todo lugar, como em toda atividade humana, nem todos seguem o caminho certo.

Então, o que eu vi foi isso. Dei o exemplo do Sandro Pio, que é o exemplo de um guarda-mirim que foi educado pela guarda-mirim. E hoje, na sexta-feira passada, foi comemorada a cifra de 20 mil jovens que se formaram nessa instituição, que é paramilitar, é paramilitar.

Então acho que a gente não pode radicalizar dessa forma: é, não é; não é, é. Precisamos ver se é bom, se é ruim, com o passar do tempo. O que quero afirmar aqui agora também é que recebi recentemente, pela segunda vez já neste mandato, o secretário-executivo da Educação do estado de São Paulo, e simplesmente ficamos todos, os professores da rede municipal de Itapira, os pais de alunos, os alunos, encantados com o comportamento dele, com o planejamento dele, com aquilo que a Secretaria da Educação está fazendo.

Então acho que não podemos simplesmente lamentar o passado, os erros do passado. Primeiro temos que reconhecer os acertos também, e segundo, temos que reconhecer que está se fazendo, sim, e muito, pela Educação de São Paulo.

Agora, é lógico que ela fica muito a dever, não há a menor sombra de dúvida quanto a isso. Antes que o pessoal do PT e do PSOL se afaste e eu fique falando sozinho, vou terminar minha fala. Ah, estão me ouvindo, então está bom, então vou continuar, se não pedir verificação, está ótimo. Eu vou concluir. Está bom, combinado, combinado, mestre.

Mas então eu queria dizer exatamente isso, minha gente, que o importante é a gente acreditar em que pode mudar o que está errado e fazer o que está certo. Não adianta ficar chorando o leite derramado, minha gente. Chega de choradeira. Nós precisamos é trabalhar, dar exemplo.

Não somos, realmente, o melhor estado em educação do País, o Ceará ganha da gente, o Paraná ganha da gente. Eu gostaria muito que São Paulo fosse o melhor estado em matéria de Educação da federação brasileira. Não é, mas nós podemos fazer com que seja, que venha a ser, e torcer para isso.

Não adianta simplesmente criticar e torcer para não dar certo. Então essa é a minha posição, que eu quero deixar bem clara, bem transparente, assim como fui no projeto do Pontal do Paranapanema. Não tem o que esconder, algo que começou com Montoro em 85, depois em 2003, depois em 2012, quando eu era inclusive presidente desta Casa.

Depois, em 2023, com o projeto aprovado por esta Casa por maioria, certo? Projeto assinado pelos deputados desta Casa, um projeto, portanto, da Assembleia, não era um projeto do governador, Rodrigo, na época. Não é um projeto do Tarcísio agora, é um projeto da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Então, dessa mesma forma, eu acho que é isso, nós temos que construir um estado e um País melhor. Então se fosse falar da educação brasileira, minha gente, eu teria que falar bastante da educação do PT, certo? Mas não vai levar a nada. Será que a educação brasileira vai bem?

Vai bem depois dos dois governos Lula e dos dois, ou quase dois, um e meio mandato da presidente Dilma, e agora já do primeiro ano Lula. Será que a educação do Brasil vai tão bem assim? Vai infinitamente melhor do que a educação de São Paulo? Não, minha gente, não.

Eu também tenho como exemplo a educação da Coreia, a educação da Índia, a educação de tantos países que só se tornaram grandes, fortes, justos e felizes porque tiveram uma boa educação. Sem educação nós não vamos a lugar algum, sem dúvida alguma.

Então, para não me estender, eu termino agora, esperando que haja o levantamento desejado da sessão, e fazendo força para que a gente continue esses debates na próxima semana.

Um grande abraço a todos e encerro aqui a minha fala.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Jorge Wilson.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, nós fizemos um debate com o líder do governo entendendo que esse projeto é um projeto que a oposição tem muita discordância, mas nós estamos propondo que esse debate possa ser retomado na próxima semana, depois da audiência pública.

Então, nós estamos construindo aqui, construímos um acordo que nós vamos fazer a audiência pública na terça-feira de manhã, dez horas - o deputado depois pode informar -, e nós estamos aqui acordando quatro horas como discutidas, sobrando duas horas para a semana que vem, para depois da audiência pública, com a lista dos inscritos, inclusive daqueles que não chegaram ainda, que podem se inscrever. Ok?

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - O acordo é esse, Sr. Presidente, inclusive acordado com todos os líderes desta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Consulto a todas as lideranças que estão em plenário sobre o acordo existente de quatro horas de discussão do PLC 9/24, com compromisso de os inscritos poderem fazer a discussão, e também dos novos inscritos, se assim quiserem fazer.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, e a audiência pública...

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - E audiência pública proposta pelo líder do Governo, junto com o grupo da oposição, na terça-feira, às dez horas. Fica marcada então a audiência pública no local a ser definido nesta Casa pelas lideranças.

Também é importante que as lideranças, junto com as lideranças de governo e com os demais líderes, organizem-se para poder fazer uma organização da audiência pública, porque nós sabemos que é um debate difícil, polêmico, em que um grupo tem um pensamento, outro grupo desta Casa tem outro pensamento contrário, outro a favor, e nós sabemos que os ânimos podem ficar acirrados.

Então, só peço às lideranças de governo, junto com as demais lideranças que vão organizar essa audiência pública, que ela possa ser organizada, ordeira, e que seja respeitado o nosso Regimento Interno, porque, se assim não ocorrer, eu não titubearei nem um minuto. Assim que a desordem começar a ocorrer, em cancelar a audiência pública no primeiro momento.

O que nós queremos trazer aqui é um debate de alto nível para discutir um tema, que é o Projeto de lei 9/24. Então eu quero deixar bem claro, desde já, que esta Presidência concorda.

Quanto mais debates, mais audiências, abrir o diálogo para ser uma forma democrática... Porém, já estou avisando este plenário, os líderes, lideranças de governo, que, caso a audiência pública traga insegurança para esta Casa, eu encerrarei ela um minuto após a desordem começar a ocorrer.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Fica bem claro e eu aceito, havendo esse acordo. Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu entendo a preocupação do senhor, eu acho que ela está correta, mas eu estou apostando no debate de alto nível. Estou apostando que a gente vai aproveitar a audiência pública para esclarecer dúvidas...

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Exatamente, senão não tem sentido a gente virar um campo de guerra aqui por uma audiência pública, um debate, que não vai ser produtivo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Por isso eu acho que o líder do Governo, os líderes da oposição, os líderes da situação, precisam ter esse compromisso. Primeiro, que a gente tenha uma audiência de alto nível.

Segundo, que a gente possa dialogar com as secretarias responsáveis pelo projeto, até para poder tirar todas as dúvidas. A audiência pública é para ouvir as pessoas e responder as dúvidas e questionamentos.

Então, eu entendo a preocupação do senhor, mas preciso fazer um registro aqui: da nossa parte, faremos o debate de alto nível, qualificado, com pessoas que tem condições de fazer as intervenções, assim como sempre fizemos.

Então, eu queria só fazer esse registro, para que não tenha dúvida da posição que nós estamos assumindo aqui.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Esta Presidência também está deixando registrado o posicionamento desta Presidência e qual será a atitude caso ocorra desordem. Nada mais...

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado líder do Governo.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - É importante, Sr. Presidente, ficar bastante claro, como foi colocado por V. Exa., pelo líder Paulo Fiorilo, peço, também, faço um apelo a todos os líderes de todas as bancadas, da base aliada e bancadas da oposição, para que orientem também as pessoas que participarão desse debate. Precisa e deve ser um debate de alto nível, no campo das ideias, em respeito total ao Regimento desta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Antes de dar por encerrada esta sessão...

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputada Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, permitir que seja transmitida através da rede Alesp. É uma audiência que interessa. Vai ter quem defenda e quem não defenda, é natural isso, mas publicizar faz parte. Acho que é importante.

A outra questão que eu quero pedir muito para o senhor é orientar para que deixem os auditórios abertos. Por quê? Se lota aqui, o que você faz? Você põe as pessoas em um auditório, não fica no corredor, não fica, não é? A gente pode, de certa forma, todo mundo acompanhar, dos auditórios. Eu estou dando a indicação...

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Eu vou verificar, porque a Casa tem um planejamento, Professora Bebel, no qual já tem os espaços desta Casa toda... muitas vezes, todos já estão ocupados por eventos que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados nos solicitaram e já estão agendados.

Se houver espaço disponível na terça-feira, que não tenha sido agendado pelos Srs. Deputados, assim eu farei. Caso contrário, não será possível.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Lamentável, porque a gente pode...

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Mas eu não posso cancelar um evento de um deputado que já se organizou, já solicitou a agenda e tem o seu compromisso agendado... pedir para que o deputado mude o seu compromisso.

Isso não seria justo diante de uma decisão que nós estamos tomando de uma semana para a outra. Então, isso eu não vou fazer. Serão mantidas todas as agendas que já estão programadas, e nós vamos verificar agora com a secretaria da Casa quais locais e quais auditórios estão disponíveis. Não teria problema algum em assim o fazer.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - A audiência transmitida, sem nenhum problema. Estaremos aqui. Quanto mais publicidade melhor, diante do tema relevante que será debatido.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, Enio Tatto.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem dois minutos Vossa Excelência.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, apenas para parabenizar a Assembleia Legislativa em seu nome, de toda a Mesa e do nosso representante Barba, pela decisão que foi tomada hoje no Colégio de Líderes, proposta por V. Exa. e acrescida por mais deputados, sobre as iniciativas da Assembleia e de todos os deputados, funcionários desta Casa, em termos da ajuda para a tragédia no Rio Grande do Sul.

Eu nasci no Rio Grande do Sul. A minha cidade também está passando por esse momento trágico, triste. Hoje mais de 90 pessoas morreram, tem uma quantidade de pessoas desabrigadas e desaparecidas.

Esse ato da Assembleia Legislativa de se mobilizar, organizar-se junto com o seu quadro de funcionários e o público do estado de São Paulo, é de uma importância enorme para quem está sofrendo, pessoas que estão com falta de água, de alimentos, remédios, já que o estado do Rio Grande do Sul está praticamente destruído.

 São 497 munícipios e mais de 380 estão com problemas seríssimos com essas enchentes, com essa catástrofe que está acontecendo lá. Eu queria parabenizar a Assembleia Legislativa em seu nome e de todos os deputados, por essa iniciativa. Espero que todos colaborem para diminuir o sofrimento do povo do Rio Grande do Sul.

 

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É a intenção, deputado Enio Tatto. Foi discutido, como V. Exa. está colocando, no Colégio de Líderes, com a Mesa Diretiva desta Casa, um grande movimento, como a gente sempre diz nesta tribuna, por onde a gente passa, que é o maior Parlamento da América Latina, estadual, é o maior Parlamento estadual do Brasil.

Então, eu acho que tem que ser na mesma altura, do tamanho deste Parlamento, a ajuda que nós, deste Parlamento, possamos fazer para os nossos irmãos gaúchos. Então, agora mesmo, como esta sessão encerrou, nós temos uma reunião de grupo de trabalho, na qual nós vamos criar um cronograma de várias ações.

Inclusive, uma das ações propostas dentro do Colégio de Líderes pelo deputado Vinicius Camarinha, nós vamos usar a parte externa da Assembleia, montar lá um grande centro de recebimento de doações, usar o público todo que passa aqui no Parque do Ibirapuera, que transita por este local, colocando um caminhão de som, colocando pessoas na rua, distribuindo panfleto, pedindo essa ajuda para concentrar, no nosso estacionamento, um grande espaço para receber essas doações.

A gente vai mobilizar também toda a nossa bancada, de todos os partidos, e todos os nossos funcionários que têm condição de ajudar. Então eu acho que é o momento de nós todos nos unirmos nesta Assembleia e mostrar realmente que a gente é digno de ser reconhecido como o maior parlamento da América Latina, não só estadual, com tamanho, mas também em caridade que nós possamos fazer para nossos irmãos gaúchos.

Então nós teremos uma grande mobilização, usaremos todos os veículos de comunicação desta Casa. A gente conta com apoio de todas as senhoras e senhores para realmente demonstrar o tamanho deste Parlamento para o nosso Brasil.

 

O SR. TEONILIO BARBA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Teonilio Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, também para declarar a minha solidariedade a todo o povo gaúcho, que está passando por esse problema de alteração climática.

A cidade, nos últimos 83 anos, no índice mais alto de invasão de água no estado do Rio Grande do Sul, quando teve a inundação em 1941, montou as comportas para até três metros de transbordo do rio, mas isso não deu conta. Então eu acho que o papel que nós aprovamos hoje no Colégio de Líderes, todos os partidos, foi um papel muito importante, decisão de todo o Colégio e de todos os deputados.

Além disso, presidente, também quero aproveitar para informar a todos os deputados que a Mesa Diretora desta Casa ouviu o sindicato e apresentou uma contraproposta em nome da Mesa Diretora.

Eu que conduzo as negociações com o Sindalesp, e eles aprovaram na quinta-feira da semana passada, no dia 2, a proposta apresentada pela Mesa, uma proposta debatida muito entre mim, você e o Rogério Nogueira, nosso 2º secretário, e nossa assessoria.

Trouxemos três benefícios novos, inclusive um benefício de inclusão para as pessoas, um abono para quem tem deficiência cognitiva, para quem tem filhos, né? Então nós introduzimos esse item novo na pauta.

O outro item novo foi a bolsa de estudos, e o outro foi o auxílio-qualificação. No dia em que nós formos aprovar o projeto de resolução, eu quero fazer um debate de 15 minutos para apresentar para todos os deputados tudo aquilo que nós negociamos.

Nós estamos olhando os deputados, mas também estamos olhando os trabalhadores efetivos desta Casa e os trabalhadores da assessoria de todos os deputados, porque nos ajudam a fazer um bom mandato. Está bom, presidente? E agradecer pela parceria que V. Exa. tem exercido conosco.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Carlos Cezar.

 

 O SR. CARLOS CEZAR - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, apenas para manifestar também minha solidariedade a todo o estado do Rio Grande do Sul e cumprimentar V. Exa. e todos os líderes desta Casa que fizeram o seu papel e não se furtaram de se sensibilizar com a dor dos nossos irmãos que sofrem no estado do Rio Grande do Sul.

A bancada do PL inteira se posicionou hoje favoravelmente e vai também querer fazer parte da comissão para prestar essa solidariedade, fazer essa entrega. Hoje são mais de 340 municípios que foram atingidos lá no estado do Rio Grande.

São mais de 18.400 pessoas que estão em abrigos. Perto de 90 pessoas já morreram, e mais de 100 pessoas estão ainda desaparecidas, então esse número vai crescer. São mais de 800 mil pessoas atingidas, mais de 115 mil pessoas estão desalojadas.

Enfim, é uma situação extremamente crítica. O centro de Porto Alegre está com dois metros de água, só se entra lá com barco. Então, com toda ajuda, ainda vai faltar, e esta Casa não está se furtando, está se sensibilizando e vai também cumprir o seu papel.

Então V. Exa. está de parabéns, cada um dos líderes, os deputados que vão se somar e usar este espaço que nós temos, nobre, para fazer as entregas e todos poderem contribuir.

Na minha cidade, em Sorocaba, nós tivemos uma grande manifestação já neste final de semana, na igreja de que nós participamos, o ministério de cidadania que nós temos arrecadou quatro toneladas de alimentos, e fizemos essa doação.

Estamos fazendo arrecadação, é importante até que se diga, Sr. Presidente, para aqueles que vão doar roupas ou alimentos, que possam trazer tudo organizado, separado, se é de criança, se é adulto, se são os pares de sapatos, enfim, para que possa facilitar na distribuição. Isso além de, é claro, água, mantimento, porque tudo está faltando.

Apenas isso, Sr. Presidente.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado, deputado Carlos Cezar. Antes de dar por encerrados os nossos trabalhos na primeira sessão extraordinária, eu desconvoco, então, havendo acordo entre as lideranças, a segunda sessão extraordinária.

Então, nada mais havendo a tratar, está encerrada a sessão.

 

* * *

 

- Encerra-se a sessão às 18 horas e 15 minutos.

 

* * *