15 DE DEZEMBRO DE 2023
158ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: REIS, CARLOS GIANNAZI e EDUARDO SUPLICY
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - REIS
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
4 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - REIS
Assume a Presidência.
7 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - EDUARDO SUPLICY
Para comunicação, faz pronunciamento.
10 - EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência. Elogia o deputado Reis.
11 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - REIS
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
13 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY
Defere o pedido. Manifesta-se honrado por presidir esta sessão. Informa que foi aprovada a redação final do PL 1449/23, bem como a do PDL 43/23, que trata da prestação de contas do Poder Executivo, relativas ao ano de 2022, cumprindo-se o disposto no § 4º, do Art. 9º, da Constituição Estadual. Comunica que, de acordo com o Art. 14, inciso I, alínea "d" da XIV Consolidação do Regimento Interno, apresenta a Resenha dos trabalhos do ano corrente, a qual considera lida, determinando que seja publicada no Diário Oficial. Convoca para a sessão inaugural de instalação da Segunda Sessão Legislativa da Vigésima Legislatura, a ser realizada no dia 01/02/24, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Reis.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Presente o número
regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Entrando aqui no Pequeno Expediente,
vamos chamar, para fazer uso da palavra, o deputado Dr. Jorge do Carmo.
(Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch.
(Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.)
Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas.
(Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.)
Deputado Carlos Cezar. (Pausa.)
Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado
Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)
Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Major
Mecca. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.)
Deputado Rui Alves. (Pausa.)
E o deputado defensor dos funcionários
públicos, principalmente da Educação, professor Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, deputado Suplicy,
telespectador da TV Assembleia. Sr. Presidente, eu quero repudiar veementemente
essa decisão extremamente perversa e sádica da Secretaria de Educação e, na
verdade, do governo Tarcísio, dessa gestão Tarcísio/Renato Feder, em não
prorrogar os contratos dos 40 mil professores categoria “O”, dos contratos de
2018, 2019 e 2020.
Sr. Presidente,
nós vamos ter agora, no final do ano, de hoje até dia 31 de dezembro, 40 mil
professores demitidos, da rede estadual. Quarenta mil pessoas que vão ficar
desempregadas, sem saber o que vai acontecer depois.
E as condições
estavam todas dadas, Sr. Presidente. Nós aqui, pela Assembleia Legislativa,
oferecemos opções ao governo para a prorrogação. Eu tenho, desde 2015, um PLC,
um projeto de lei complementar, que é o PLC 24, de 2015, que resolve essa
situação.
Já inúmeras
vezes tentei aprovar, mas o governo boicota. O governo parece que não quer resolver
essa situação dos nossos colegas professores e professoras que já há anos
lecionam na rede estadual, porque o governo pretende manter a precarização dos
contratos.
Então, o PLC
que eu apresentei está pronto para ser votado, está em regime de urgência,
aprovado em todas as comissões, inclusive na Comissão de Constituição e
Justiça, Sr. Presidente. Não há nenhuma ilegalidade contra ele.
Também agora, neste momento final, em que
nós aprovamos inclusive a peça orçamentária, Sr. Presidente, na aprovação do
PLC 143, que tratou da questão das APDs e da falta-aula, eu apresentei uma
alternativa, uma emenda, a Emenda nº 5. Está aqui, Sr. Presidente.
Esta emenda foi apresentada pelo meu
mandato exatamente para prorrogar os contratos, aproveitando esse momento de
aprovação de um PLC, de um Projeto de lei Complementar, a emenda resolveria.
Está aqui a minha emenda, Sr. Presidente:
“Fica autorizado o Governo do Estado a prorrogar a vigência dos contratos dos
docentes firmados nos termos da Lei Complementar 1.093, de 2009, referente aos
anos de 2018, 2019, 2020 e 2021. Estava aqui um instrumento, Sr. Presidente,
para que Assembleia Legislativa também pudesse resolver essa situação, mas o
governo não autorizou.
O governo tem maioria aqui, tem mais de 60
deputados na base de sustentação, e, com isso, nós vamos ter infelizmente essa
demissão em massa de 40 mil professores. É o presente de Natal do Feder e do
Tarcísio para o Magistério estadual e para os nossos alunos, porque haverá,
além dos prejuízos aos professores, também um grande prejuízo para os nossos
alunos, que ficarão sem esses professores, Sr. Presidente, porque eles entram
agora no período da quarentena e só voltam - se voltarem - após o dia 15 de
fevereiro, provavelmente em outras escolas.
Eu quero fazer este repúdio. Eu acionei o
Ministério Público estadual, estou esperando alguma movimentação, alguma
atitude, alguma providência do MP, porque, além dos professores que ficarão
desempregados, nós vamos ter também um prejuízo educacional, porque são 40 mil
professores.
Quero ainda, Sr. Presidente, dizer que,
além dessa exclusão em massa de professores da Categoria “O”, nós estamos
também assistindo a uma exclusão em massa de professores das escolas do
Programa de Ensino Integral, a famosa escola PEI. O que está acontecendo?
Há uma famigerada avaliação 360, um
processo de avaliação que foi criado. É um sistema extremamente punitivo de
avaliação dos professores e diretores das escolas de tempo integral, porque
essas escolas têm outro tipo de contratação. As pessoas, mesmo sendo efetivas,
concursadas nessas escolas, são designadas e são avaliadas anualmente, Sr.
Presidente, por uma famigerada avaliação 360.
Nós estamos já há um bom tempo, mas agora,
exatamente neste momento, nós estamos assistindo a uma perseguição, Sr. Presidente,
jamais vista e a uma eliminação também de professores e diretores dessas
escolas PEI, porque o professor não tem estabilidade, não tem lotação do cargo
nessas escolas.
Ele fica refém dos humores e das vontades
ou da direção da escola, ou da diretoria de ensino. Então ele é anualmente
avaliado e, se ele não estiver dentro de um determinado perfil, entre aspas,
ele tem a sua nomeação, a sua designação encerrada.
Nós
estamos assistindo a várias denúncias, recebendo aqui no nosso gabinete. Por
exemplo, na Norte 1, só agora sete diretoras foram dispensadas, e é sempre o
mesmo teor, a mesma justificativa: não se adequa ao perfil.
Na Diretoria Sul 1 também tem muitas
denúncias de exoneração em massa de servidores, e por todo o estado, Sr.
Presidente, sem contar os professores da Categoria “O” desses contratos que eu
citei anteriormente - 2018, 2019, 2020 e 2021 -, que, mesmo sendo bem
avaliados, não voltarão mais, porque os contratos serão encerrados agora, até o
dia 31 de dezembro.
Então nós exigimos que a Secretaria mude
esse procedimento, que acabe com esse modelo de avaliação 360 e também com esse
processo de designação, Sr. Presidente, porque isso deixa o professor refém, o
diretor refém, repito, das vontades e dos humores de quem está no poder, seja o
dirigente de ensino, a supervisão, seja o próprio diretor de escola.
Então há muita perseguição, muito assédio,
muito constrangimento por conta desse modelo. Nós fomos contra desde o início.
Nós já afirmamos e denunciamos - no Tribunal de Justiça, inclusive - esse
modelo PEI - Programa de Ensino Integral, que é a farsa da escola de tempo
integral.
Então esse
modelo tem que ser mudado, esse modelo de contratação e de avaliação, porque
ele propicia a perseguição, o assédio e também a demissão em massa de professores
e diretores, como nós estamos assistindo exatamente nesse momento.
Então exijo,
aqui da Assembleia Legislativa, da tribuna, que providências sejam tomadas para
que haja uma profunda alteração nesse processo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Giannazi.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o
nobre deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna.
O
SR. REIS - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Saudar o
presidente, deputado Giannazi, saudar o deputado Suplicy, os integrantes da
Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica, da Polícia
Civil, todos os funcionários desta Casa, todos os deputados que estão em seus
gabinetes ou em movimento pelo estado - e devem estar nos acompanhando pela
Rede Alesp -, e também todos aqueles e aquelas que nos acompanham pelas redes
sociais através da Rede Alesp.
Presidente, eu
vou falar o que hoje seria o último dia, a última sessão do ano, que vamos
entrar em recesso, uma vez que foi votado o Orçamento na data de ontem. Mas eu
queria relatar um pouco, assim, as minhas impressões com esse curto período em
que eu convivi aqui com V. Exas., com todos os funcionários, na Assembleia
Legislativa.
Bom, primeiro
dizer que esta Casa deve desculpas ao povo. Os Srs. Deputados, as Sras.
Deputadas, eu acho que eles devem fazer uma autocrítica e verificar se o
comportamento deles aqui realmente é aquilo que o povo quer, se foi para isso
que o povo nos elegeu; inclusive, autocrítica a minha pessoa, ao meu mandato.
Acho que todos devem se submeter a crítica.
E dizer que o
clima aqui... principalmente com a base bolsonarista, porque a base
bolsonarista não tem partido, eles estão hospedados no PL, e talvez em outros
partidos, e aí eles se insurgem aqui, são hospedeiros, com práticas ideológicas
e práticas ruins do ponto de vista da democracia, do ponto de vista do
funcionamento desta Casa.
Como eles vivem
em uma bolha e aí eles falam para a bolha deles, então eles vêm aqui provocar o
ambiente para depois correr e colocar na bolha, e ficar aguardando as curtidas.
Eu não sei se isso é o que o povo quer. O povo tem que fazer uma análise melhor
quando for votar, para não escolher esse modelo de política.
Nós precisamos
discutir Saúde, assim como Educação, como V. Exa. que, todos os dias que vem
aqui, discute a questão da Educação. E mesmo o projeto das APDs, que foi
aprovado nesta Casa, eu posso dizer, com certeza, que V. Exa. foi o único
deputado que todos os dias veio aqui e cobrou esse projeto das APDs.
Mesmo que ele
não tenha trazido tudo, a solução daquilo que a categoria de professores quer,
ou desejariam que fosse, mas V. Exa. todos os dias veio aqui para discutir
Educação, discutir os problemas da Educação, discutir as APDs, denunciar o
descaso desse governo de plantão que aí está. Então eu acho que nós temos que
discutir Educação, o transporte.
Eu vejo aqui
muito essa questão de tentar fazer um embate ideológico para poder pôr na bolha
e, muitas vezes, esse embate acaba maltratando, atingindo, inclusive, a honra
das pessoas. Eu não vejo esse modelo como o adequado para o Parlamento. Mesmo
na Câmara Municipal, que eu passei mais de oito anos lá, o clima não era esse.
A baixa
produtividade. Esta Casa, praticamente, só trabalhou para o governador, só fez
aquilo que o governador mandou para cá. Não há produção dos deputados. Não há
produção legislativa para apresentar à sociedade. Tirou-se um dia ou outro no
ano para poder votar projetos de deputados, mas não passou disso.
Então, eu acho
que nós, deputado Suplicy, deputado Carlos Giannazi, deveríamos pedir para que
esses demais deputados pedissem desculpas, se desculpassem com a sociedade.
O ambiente aqui
não é um ambiente saudável. É fato que o Lula derrotou o Bolsonaro, mas nós
precisamos derrotar o bolsonarismo. O bolsonarismo se colocou como inimigo da
esquerda. Então, eles não são nossos adversários, são nossos inimigos e têm que
ser tratados como tal. Eles são inimigos do povo, inimigos da pátria, inimigos
de uma prática ruim, uma prática ruim na política.
Começa quando o
Bolsonaro foi presidente, na sua forma de agir, de tratar as pessoas, de tratar
as mulheres, de tratar o povo negro e de tratar os repórteres. Essa forma de
tratar se reproduz nos hospedeiros bolsonaristas que estão hospedados em alguns
partidos. O próprio partido deles não segue a ideologia deles. Então, eles
saíram lá do PSL e se hospedaram no PL, no União Brasil e assim por diante.
Então, são hospedeiros.
Então, são
práticas nefastas, ruins, que não contribuem para o desenvolvimento e para a
melhoria da sociedade. Vamos lembrar do que foi o governo Bolsonaro, a
pandemia, como ele... Por isso ele recebeu esse nome, de genocida. Aí, vem aqui
falar: “O Lula é ladrão”. Realmente, o Lula é ladrão? O Lula é ladrão, porque
ele roubou o coração do povo brasileiro, porque ele roubou o nosso coração.
Mas, nós não
queremos o coração dos bolsonaristas não. Nós não queremos essa forma de fazer
política. Nós primamos pela democracia, pelo bom trato, pelo bom relacionamento
entre os nossos pares, não essa política agressiva e essa forma de tratamento
que tem sido feita aqui, neste Parlamento.
É deplorável o
comportamento dos hospedeiros bolsonaristas. É deplorável a forma como eles
fazem política. Se nós somos considerados inimigos para eles, eles também
deverão ser considerados nossos inimigos. Com inimigos, não há conversas.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado,
deputado Reis. Com a palavra o deputado Eduardo Suplicy, que fará uso
regimental da tribuna.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Reis, caro Giannazi, ambos na
Presidência, queridos deputados, queridas deputadas, na última segunda-feira,
11 de dezembro, passei o dia visitando os palestinos que foram repatriados pelo
governo brasileiro.
São aqueles que
vieram no primeiro grupo composto por 32 pessoas. Destas, dez foram
encaminhadas para as casas de familiares, nove foram acolhidas pela ONG Refúgio
Brasil, em parceria com a Fepal, Federação Árabe Palestina do Brasil, no bairro
do Cambuci, na cidade de São Paulo, e 13 foram enviados para o equipamento Vila
Minha Pátria, localizado no município da Morungaba, em São Paulo.
Na parte da manhã,
estive no Cambuci e conversei com as duas famílias acolhidas pela Fepal. Também
visitei as acomodações do hostel onde estão hospedados, que é um ótimo local e,
ao que tudo indica, a atenção que eles estão recebendo das organizações é muito
adequada.
Essas famílias
já estão sendo encaminhadas para reinserção. Ambas irão alugar um imóvel, as
crianças já foram matriculadas em escolas para o ano letivo de 2024 e estão
fazendo cursos de português.
Na parte da
tarde, fui até a cidade de Morungaba visitar o equipamento da Vila Minha
Pátria, que é mantido pela Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista
Brasileira, onde imigrantes e refugiados são acolhidos. O Vila Minha Pátria tem
feito parceria com o governo federal desde 2018, mas é importante ressaltar que
são mantidos por fundos próprios.
Inicialmente
receberam imigrantes venezuelanos. Atualmente, estão acolhendo 134 pessoas,
sendo 120 afegãos, 13 repatriados palestinos e uma iraniana.
Ficamos
impressionados com a estrutura e tranquilidade do local, além da seriedade com
que a organização realiza o serviço. O local era um antigo hotel-fazenda;
então, cada família ocupa um dos chalés. O espaço tem piscina, quadras, campo
de futebol, horta e salões.
A equipe é
extremamente delicada e, apesar de ser uma entidade cristã, há muito respeito
pela religião dos acolhidos. As famílias palestinas repatriadas também estão
sendo muito bem cuidadas e também utilizam todos os serviços públicos da cidade
de Morungaba, tais como escolas e sistema de Saúde.
Em ambas as
visitas, pude ter um diálogo muito importante com os repatriados, onde
debatemos como poderíamos contribuir para acabar com a triste guerra que
acontece entre Palestina e Israel.
As famílias
estavam todas muito angustiadas. Possuem muitos familiares que ainda estão em
Gaza e ainda não tiveram seus nomes aprovados por Israel para voltarem ao
Brasil. Todos almejam a paz e sonham com um território em que muçulmanos e
judeus possam viver juntos em comunhão e respeito.
Também
verifiquei o quanto o Brasil tem se destacado nessa negociação de acordo de paz
entre as duas nações. O governo brasileiro tem sido um exemplo para todos os
países. Conforme relatos dos repatriados, foi o único país que enviou aviões e
ônibus para a retirada de brasileiros; também muitos são gratos pelo nosso país
tê-los recebido.
Então,
parabenizo o presidente Lula pelo esforço e protagonismo nesse difícil
conflito, assim como pelas rápidas medidas para buscar e acolher os brasileiros
de Gaza e Israel.
Também
parabenizo as organizações que hoje estão acolhendo todas essas pessoas que
voltam ao Brasil com tantas marcas e traumas advindos de uma guerra: Refúgio
Brasil, Fepal - Federação Árabe Palestina do Brasil, Vila Minha Pátria.
Parabéns pelo trabalho e aqui mais uma vez reitero como é importante logo
acabar com essa guerra entre Israel e Palestina.
Vamos todos
atender ao apelo do papa Francisco, que mesmo estando muito idoso, já até
escolhendo o lugar onde será enterrado, não para de dizer o quanto é importante
acabar com essas guerras, tanto a guerra da Rússia contra a Ucrânia quanto a
Guerra Israel X Palestina.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Reis.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Continuando a lista
de oradores, chamando para fazer uso da palavra o deputado Dr. Elton. (Pausa.)
Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado
Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Donato.
(Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.)
Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.)
Entrando na Lista Suplementar, deputado
Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado
Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, o Tribunal de Justiça publicou, na
última quarta-feira, um provimento, Provimento CG nº 27, de 2023, que deixou
surpresos, perplexos e insatisfeitos os oficiais de justiça... Tribunal de
Justiça, nosso Poder Judiciário.
Eles estão
surpresos porque, em um dos itens desse provimento, Sr. Presidente, aqui
exatamente no que trata do Art. 140, há uma retenção do valor da cota paga às
diligências que esses oficiais - trabalhadores e trabalhadoras do Tribunal de
Justiça - estão fazendo, de 10 por cento. Ou seja, as diligências terão uma
espécie de um dízimo, que o trabalhador, a trabalhadora vai perder. Está aqui,
olha o que eles me enviaram.
Inclusive, ali,
o último parágrafo, o segundo: “Do valor da diligência, 10% da arrecadação será
destinada para o custeio das despesas administrativas, inclusive aqueles
relacionados à impressão dos mandatos. Sendo o restante considerado uma cota da
respectiva natureza do ato para fins de ressarcimento do oficial de justiça.
Cota paga com ou sem deslocamento.”
Então, a grande
preocupação aí, Sr. Presidente, e a polêmica é em relação a esse desconto de
10% dessa diligência, porque nós aqui já aprovamos - eu votei contra - aquele
projeto de lei das custas judiciais.
Mas quando ele
foi enviado à Assembleia Legislativa, no início, havia ali um prejuízo enorme,
um desconto enorme nas diligências, porque elas caíam pela metade - dos
oficiais de justiça.
Depois de uma
ampla movimentação dos próprios servidores - nós fizemos audiências públicas
aqui na Alesp, aliás, várias - e depois de uma ampla negociação, inclusive com
o TJ, o próprio TJ, recuou e retirou o artigo das diligências. Mas agora, essa
questão reaparece de uma outra forma nesse provimento - que eu citei aqui, Sr.
Presidente.
Eu queria fazer
um apelo ao Tribunal de Justiça para que retire imediatamente esse item desse
Provimento CG nº 27, de 2023, porque isso vai prejudicar imensamente os oficiais
de justiça, que têm já salários arrochados, defasados... Nós temos aqui toda
uma luta em relação à melhoria salarial e funcional dos servidores do
Judiciário.
Estamos aqui
com a luta pela aprovação do PLC nº 30, ainda de 2013, no qual o TJ reconhece a
dívida que tem que pagar - acho que de 10,15% - aos servidores, uma dívida de
reajuste salarial não dado no passado.
O próprio TJ
encaminhou o projeto; o projeto já foi aprovado nas Comissões; eu aprovei
depois um regime de urgência - ele está em regime de urgência. Então, os
salários devem ser reajustados, Sr. Presidente. Mas agora tem esse desconto.
E estranha-me,
porque nós já aprovamos... Nós não, digo, a Assembleia Legislativa aprovou o
aumento das custas judiciais, porque o TJ reclamava da falta de recursos. Agora
nós acabamos de aprovar, na data de ontem...
Hoje é dia 15,
ontem, dia 14 agora de dezembro, nós aprovamos o Orçamento do estado de São
Paulo. E o Tribunal de Justiça vai ter uma previsão orçamentária de 15 bilhões
e 900 milhões de reais, Sr. Presidente.
Então, não é
possível que haja esse desconto, esse desfalque aí nas diligências dos oficiais
de justiça. Então, nós vamos pedir aqui e rogar ao Tribunal de Justiça, para
que revogue imediatamente essa medida injusta que vai prejudicar milhares de
oficiais de justiça do Poder Judiciário, Sr. Presidente.
Quero ainda,
Sr. Presidente, para concluir a minha intervenção no dia de hoje, dizer que
realmente o Poder Executivo, o governo Tarcísio, deu um passa-moleque, deu um
calote nos servidores do sistema prisional, porque até agora não chegou o PLC,
o Projeto de lei Complementar da regulamentação da Polícia Penal.
O Congresso
Nacional já aprovou a PEC federal, nós aprovamos no ano passado, em meados de
2022, a PEC estadual, e o governo prometeu enviar o projeto. Definiu,
apresentou várias datas, não cumpriu nenhuma delas, nós encerramos, praticamente,
hoje é o último dia de funcionamento da Assembleia Legislativa, e, até esse
exato momento, pelo menos, eu não tenho conhecimento de que o projeto tenha
sido protocolado, ou seja, o governo Tarcísio enganou, deu um calote nos
servidores do sistema prisional.
Nós temos que
regulamentar, em caráter de extrema urgência, a PEC, a proposta de emenda
constitucional. E o governo, Sr. Presidente, está fazendo isso justamente para
não dar o reajuste salarial, porque os servidores do sistema prisional tiveram
apenas seis por cento.
Eles são já
policiais penais. A PEC já foi aprovada. O governo utilizou a desculpa da não
regulamentação para não dar o reajuste a eles. Então, é o golpe dentro do
golpe. Deu o primeiro golpe, do reajuste, e agora não encaminhou o projeto para
regulamentar. E nós estamos cobrando isso.
O secretário da
SAP esteve aqui na comissão, recentemente. Eu fiz uma cobrança pública, e o
fato é que o projeto não chegou na Assembleia Legislativa. E, com isso, nós
vamos viver uma instabilidade no sistema prisional, Sr. Presidente, porque os
servidores estão também com salários arrochados, defasados.
Há um déficit
enorme de servidores no sistema prisional. O próprio Tribunal de Contas já
cobrou do Estado, já registrou isso em várias contas que foram, infelizmente,
aprovadas pela Alesp, de vários governadores, mas nada foi feito até agora.
E, por fim, Sr.
Presidente, V. Exa., que tanto tem defendido aqui os servidores, todos os
servidores da Segurança Pública, sobretudo Polícia Civil, Polícia Militar,
sistema prisional também.
Vossa
Excelência tem acompanhado também o drama que é o governo não estar aceitando
incluir na regulamentação da Polícia Penal os motoristas e outros segmentos
importantes que trabalham no sistema prisional.
Em vários
estados, esses outros segmentos foram também incorporados à Polícia Penal. O
governo aqui insiste que não há legalidade. Mas eu sei, V. Exa. sabe também
que, quando há interesse político, o governo dá orientação e a PGE busca uma
forma de resolver a situação. Nós já acompanhamos vários casos nesse sentido.
Então, quando há interesse do governo, ele resolve a questão legal.
Ele acabou de
aprovar, Sr. Presidente, só para concluir, a privatização da Sabesp com um
projeto de lei, quando tinha que ser o quê? Um PLC. O artigo 216 da
Constituição Estadual é muito claro, não precisa ser advogado, jurista, nem
nada para entender.
Está lá que o
estado tem que ter o controle acionário da empresa estatal que fornece água
potável e o tratamento de esgoto. Então, esse artigo não foi alterado, porque o
governo abriu mão, com a aprovação do PL, aqui na Assembleia Legislativa, do
controle acionário.
Então, não
houve alteração da Constituição Estadual e o governo resolveu isso, aprovou o
projeto. Aqui, sem o povo, nas galerias, sem a imprensa e sem nós, da oposição.
Então, era
isso, Sr. Presidente. Muito obrigado. E exigimos que o governo encaminhe
rapidamente o projeto da Polícia Penal para a Assembleia Legislativa de São
Paulo para valorizar, de fato, esses importantes servidores que trabalham e não
são valorizados.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - O próximo orador é o
deputado Suplicy.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - “São
Paulo deixa de atualizar cadastro de população vulnerável e perde 2,4 milhões
em repasses da União”, diz a matéria de Bianca Gomes, hoje, em “O Globo”.
“A prefeitura
de São Paulo deixou de receber cerca de 2,4 milhões de reais do governo
federal, de janeiro a agosto deste ano, por atrasos na atualização do Cadastro Único,
porta de entrada do Bolsa Família e de outros importantes benefícios sociais.
O município
paulista desfruta da segunda pior taxa de atualização do cadastro entre as
capitais, atrás apenas de Boa Vista, em Roraima. Os dados são de setembro e
foram compilados pelo programa Polos de Cidadania, da Universidade Federal de
Minas Gerais.
Segundo o
levantamento, a taxa de atualização do Cadastro Único em São Paulo, município
comandado pelo prefeito Ricardo Nunes do MDB, está em 74,8%, bem atrás, por
exemplo, do Rio de Janeiro, cuja taxa é de 88,3%. As duas cidades reúnem o
maior número de famílias inseridas no Cadastro Único: 1,8 milhão e 1,1 milhão,
respectivamente. São Paulo ainda está abaixo da média nacional de atualização,
hoje em 86,6%”.
E aqui está a
tabela que ressalta ou coloca a quantidade de famílias inseridas no Cadastro
Único em todas as capitais do Brasil. E é importante ressaltar que o Cadastro
Único é tido pelo governo federal como o grande mapa das famílias de baixa
renda no Brasil. Mostra quem são essas famílias, como elas vivem e o que elas
precisam para ter uma melhor qualidade de vida.
A cidade que
não está em dia com o cadastro não só prejudica o diagnóstico da pobreza no
país como deixa de receber recursos, explica André Luiz Freitas Dias, professor
e pesquisador-extensionista do programa Polos de Cidadania: ‘Há um programa
específico do governo federal destinado a apoiar municípios, estados e Distrito
Federal na realização das atividades de gestão do Cadastro Único.
Os repasses
financeiros são feitos com base no Índice de Gestão Descentralizada, cujo
cálculo leva em consideração quatro fatores, entre eles, a taxa de atualização
cadastral.
Por uma fraca
gestão do Cadastro Único e do Bolsa Família, a prefeitura de São Paulo deixou
de receber, mensalmente, 297,5 mil reais, aproximadamente, 2,4 milhões de
janeiro a agosto deste ano.
A prefeitura
tem recursos e não os aplica como deveria. Estamos falando de uma população
extremamente vulnerabilizada que, se não estiver no Cadastro Único ou tiver os
seus registros desatualizados, não receberá os benefícios sociais tão
fundamentais para a sua sobrevivência’ - explica o docente da Universidade
Federal de Minas Gerais.
O Ministério
Público de São Paulo ajuizou uma ação civil pública contra os municípios...
Contra o município de São Paulo e conseguiu uma liminar obrigando a prefeitura
de São Paulo a reservar recursos para a adoção de medidas urgentes que garantam
a manutenção e expansão do atendimento do Cadastro Único na cidade.
A liminar, porém,
acabou suspensa pelo Tribunal de Justiça de São Paulo e a gestão municipal foi
desobrigada de reservar dotação orçamentária e apresentar um cronograma de
ações. No recurso, a prefeitura admite que ainda não realizou uma licitação
para contratação de pessoal para prestação de serviços de cadastramento.
Em uma das
manifestações, a promotora de Justiça de Direitos Humanos Anna Trotta Yaryd
explica que o Cadastro Único serve para indicar públicos vulneráveis e
prioritários para políticas públicas, além de ser a porta de entrada única para
uma série de programas, benefícios e serviços públicos, tanto federais quanto
estaduais e municipais. Ela cita como exemplo o Bolsa Família, a tarifa social
de energia elétrica, o Minha Casa, Minha Vida e o Benefício de Prestação
Continuada.
Além disso, o
Cadastro Único será utilizado como instrumento básico para a identificação do
público-alvo e o planejamento das ações do Plano Brasil Sem Fome (do governo
federal).
Anna Trotta
Yaryd traz à tona um Estudo Técnico Preliminar feito pela própria gestão
municipal em fevereiro de 2023 que aponta a existência de 800 mil cadastros que
precisam de atualização o mais rápido possível, bem como 985 mil cadastros que
estarão desatualizados no próximo biênio.
Pelo exposto, é
de fundamental importância, e o próprio município reconhece, a necessidade da
adoção de medidas urgentes, eficientes e eficazes para garantir a manutenção e
a expansão do atendimento do Cadastro Único na cidade, para que mais famílias
possam acessar o cadastro, tanto para inclusão quanto para atualização dos seus
dados e, consequentemente, tenham garantida sua condição de habilitação aos
diversos programas sociais que usam os dados do Cadastro.
A prefeitura de
São Paulo disse que, até outubro deste ano, foram feitos 624 mil e 647
procedimentos referentes a inclusões e atualizações cadastrais do sistema. A
pasta destaca, ainda, que está em constante processo de expansão da rede de
atendimento do Cadastro Único. Somente nos últimos dois anos, houve um aumento
em mais de 40% no número de postos de atendimentos e em mais de 36% no número
de entrevistadores.
A gestão
municipal disse que está em fase final de revisão do termo de referência a
contratação de um novo serviço de prestação de cadastros que prevê uma meta
mensal de 90 mil inclusões e atualizações por mês.
E também está
em processo a implantação de uma plataforma de agendamento eletrônico unificada
para Cadastro Único, que busca otimizar o processo de atendimento ao cidadão e
qualificar os dados de controle dos agendamentos e regionalização da oferta de
vagas.
Já o ministério
do Desenvolvimento e Assistência Social informou que o governo federal compõe
um grupo de acompanhamento dos cadastros das metrópoles, em que possui
interlocução com 17 municípios, incluindo São Paulo.
E tem apoiado
os municípios e estados na operação do Cadastro Único, inclusive com recursos
repassados por meio do Programa de Qualificação do Cadastro Único no Sistema
Único da Assistência Social.”
Sr. Presidente
Reis, tenho consciência de que até ultrapassei o tempo. Eu pergunto se, pela
ordem, eu posso fazer uma breve comunicação a respeito de uma importante
notícia de que o governo paulista vai produzir...
O
SR. PRESIDENTE REIS - PT - É regimental o pedido
de Vossa Excelência, tem dois minutos para comunicação.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - “Já estamos no finzinho de 2023, mas ainda há tempo para uma boa
nova. O Governo do Estado de São Paulo parece ter entendido que disponibilizar
medicamentos à base de cannabis pelo SUS é um passo sem volta, cuja demanda
será sempre crescente.
Tanto é assim, que pretende produzir esses
medicamentos, em uma tentativa de economizar nas contas do estado e, se tudo
der certo, ainda vender parte de sua produção para o SUS de outros estados que
já tenham aprovado, ou estão em processo de aprovar, a distribuição gratuita de
medicamentos à base de cannabis para quem não tem condições de arcar com os
custos do tratamento.
A publicação,
redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia são proibidas. A
Fundação para o Remédio Popular, que é a maior produtora pública de
medicamentos do Brasil, ligada à Secretaria de Saúde de São Paulo, ficou
responsável pela abertura do edital e pelo processo de licitação que começou na
terça-feira, 12, e segue em curso para a compra do ingrediente farmacêutico que
contém a substância capaz de produzir o efeito desejado do medicamento para a
fabricação do canabidiol.
Três empresas
apresentaram proposta para o fornecimento da matéria-prima farmacêutica. A
farmacêutica Endogen ficou em primeiro lugar no pregão que disputou com a Ease
Labs e Farma USE por preço; porém, apesar de ter sido lavrada vencedora, não
tem autorização de funcionamento para a comercialização de insumo farmacêutico.
A mineira Ease
Labs é uma das mais promissoras empresas de cannabis medicinal do Brasil e uma
das poucas autorizadas pela Anvisa a vender medicamentos de cannabis nas
farmácias. Assim que chegarem os primeiros carregamentos do IFA, a Furp vai
desenvolver formulações, primeiro em escala laboratorial e depois industrial.
Considero isso
muito importante, aqui registrado pela Anita Krepp, jornalista multimídia e
fundadora do Cannabis Hoje, informando sobre os avanços da cannabis medicinal
no Brasil.
Muito obrigado,
presidente Reis.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Eduardo
Suplicy.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - O deputado
Reis é o próximo orador. Eu quero lhe cumprimentar por ser o campeão de
pronunciamentos aqui no Pequeno e Grande Expediente durante este ano, desde 15
de março, quando ambos chegamos aqui na Assembleia Legislativa, uma vez tendo
obtido a confiança do povo paulista.
Tenha a convicção de que seus eleitores
estão observando como é que V. Exa. se dedica ao cumprimento de bem representar
o povo paulista.
Obrigado, presidente. Tem a palavra.
O
SR. REIS - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Presidente Suplicy. Vossa Excelência
sabe que eu me espelho muito no seu trabalho, né? Desde lá do Senado, na Câmara
Municipal e aqui na Assembleia Legislativa, e vejo que V. Exa., todos os dias
que puder estar aqui, você está presente, falando. Isso deveria ser o exemplo a
ser seguido por todos os deputados, por todos os parlamentares, né?
Porque a
tribuna é para falar aquilo que o povo não consegue falar. Então, o povo muitas
vezes quer falar com o governante, quer falar com o governador, com o prefeito,
com o presidente da república. O povo tem os seus problemas e quer que os seus
representantes falem. Por isso que o povo vai à urna e elege os seus
representantes.
Então os
representantes têm que vir aqui falar, explicar, prestar contas. Você tem que prestar
conta. O que nós fizemos durante esse período? O que foi produzido? Qual é o
resultado prático para a sociedade?
É o papel do
parlamentar, porque o parlamentar - nós temos que entender - é como se tivesse
aqui os mais de 40 milhões de paulistas, é como se eles estivessem aqui
falando, né?
A representação
parlamentar, a representação popular, aqueles que receberam do povo esse
crédito de confiança. “Olha, você vai falar em meu nome, você vai cobrar o
governo, você vai fiscalizar o governo, você vai apresentar projetos de lei
para poder dar resposta para as demandas que têm na sociedade”.
Então, é essa
lógica do Parlamento e que os parlamentares deveriam entender melhor isso aqui.
Eles vêm aqui, aí eles vão lá negociar com o governador, vão pegar emendas para
mandar para suas prefeituras no interior, mas tudo bem, isso é legítimo, não
estou questionando, mas eles deveriam estar mais alinhados com o povo e não com
o governo, alinhados com aqueles que digitaram o número deles, porque o
governador, no dia da eleição, presidente Suplicy, não digitou o número de
nenhum deles.
Bom, talvez
possa ter digitado o número de um, mas é apenas um voto. Então, é isso que
precisa ser bem falado aqui nesta tribuna, e eu sigo bastante o exemplo de
Vossa Excelência. Vossa Excelência é um grande mestre para nós.
Agora, eu volto
à tribuna, presidente Suplicy, primeiro para falar da questão orçamentária na
Segurança Pública. Ontem, no debate aqui, falaram que vai ter dinheiro, mas não
está no Orçamento, não está no Orçamento.
Do
investimento, foi tirado mais de um bilhão e 100 milhões, 90% de corte no
orçamento da Segurança Pública. As delegacias estavam sendo reformadas até o
governo do Rodrigo Garcia. De lá para cá, acabaram as reformas de delegacias.
Então, cortaram dinheiro da Segurança Pública, não tem dinheiro.
E eu apresentei
um projeto, que foi publicado hoje no Diário Oficial, que é o Projeto 1712, o
PL 1712 para tentar dialogar com o governo sobre a necessidade de que se
mantenha, de que se tenha gratuidade no transporte intercidades, no transporte
rodoviário para os policiais civis, policiais militares, policiais penais,
policiais técnico-científicos, porque desde que o governo revogou a portaria
que garantia essa gratuidade, eles estão sofrendo muito, porque eles trabalham
em cidades distintas daquelas onde eles moram, onde residem e muitos,
inclusive, trabalham em São Paulo e moram no interior. Moram no interior,
trabalham em São Paulo, e assim vai, e vice-versa. Sou do interior, estou em
São Paulo, e outros são de São Paulo e estão no interior.
E olha que eles
vão tomar a condução, o acordo que foi feito com as empresas é que no máximo
dois policiais podem andar no transporte rodoviário sem pagar, e muitos ficam
ali na fila de espera, ficam esperando, outros ficam pedindo carona, e é muito
perigoso policial pedir carona na estrada. Ninguém sabe quem vai dar aquela
carona.
Aliás, é
perigoso para qualquer um, pegar carona em estrada é perigoso para qualquer um,
você não sabe quem está te dando a carona. Imagine que ali naquele carro a
pessoa tem lá um quilo de cocaína debaixo do banco.
Você pega uma
carona, você não sabe, ele está transportando droga. A Polícia lá na frente
para o carro, vai fazer uma vistoria, vai dar uma geral e aí encontra um quilo
de cocaína debaixo do banco do carro.
O que vai acontecer? O caroneiro vai ser
preso. Ele não tinha nada a ver com aquela história, ele pediu uma carona, mas
ele vai ser preso. Então, é muito perigoso, para quem quer que seja, pedir
carona. É muito perigoso, não peça carona, não ande de carona com desconhecidos.
E mesmo com os
conhecidos, tem que ter muito cuidado, porque de repente um inocente vai para a
cadeia por conta de uma questão simples, que foi uma carona que ele pegou.
Então, imaginem vocês um policial na estrada tendo que pedir carona para poder
chegar ao seu local de trabalho, tendo que pedir carona para chegar a sua
residência.
Então, é
importante que o governo entenda essa questão e dê resposta. Eu mandei para o
secretário da Casa Civil, o secretário Arthur, a cópia do projeto agora, mandei
enquanto estava presidindo a sessão, e ele me mandou uma pergunta, o custo, o
custo.
Quer dizer, ele
está preocupado com o custo, ele não está preocupado com a segurança do
policial, ele não está preocupado com a segurança no deslocamento do policial,
que o salário que o policial ganha é insuficiente para garantir esse
deslocamento.
Então eu mandei
para ele o projeto, e ele mandou o secretário do governador, Tarcísio de
Freitas. E ele mandou: e o custo? Quer dizer, ele está preocupado com o custo,
não com a segurança do policial.
Então nós vamos
fazer um pedido de estudo de impacto financeiro desse projeto. Nós estamos
propondo que as empresas possam abater o valor dessas passagens do ICMS, porque
as empresas, o transporte intermunicipal, o rodoviário, recolhem esse ICMS.
Então, que
possa abater, que seja uma política de compensação tributária para poder dar
resposta para essa questão que é gritante, que é superimportante para os
policiais, que é garantir o seu direito de ir para o trabalho e de voltar para
a sua casa. Porque é muito caro isso, quando se tira a pessoa de uma cidade e
leva para outra, é muito caro.
Ou então o
estado cria uma forma de que essas pessoas possam trabalhar próximos de suas
residências. Mas, se ele não consegue fazer isso, ele tem que minimamente
bancar esse transporte.
Ele não, nós,
quem banca é o povo. O dinheiro não é do governador, o dinheiro não é do
secretário da Casa Civil, o dinheiro não é do secretário de Governo, não é do
secretário da Fazenda, o dinheiro é dos tributos que o povo, com muito suor,
com muito sofrimento, paga no dia a dia.
Então o governo
também tem que parar de pensar que o dinheiro é dele. Muitos deputados aqui
ainda acham que o dinheiro é do governador. “Ah, porque o governador deu
emenda”.
O governador
não deu nada. O dinheiro não é do governador. O dinheiro é do povo e para o
povo tem que ser devolvido. E tem que ser devolvido em serviços, em Segurança
Pública, em Educação, e, inclusive, em transporte para os policiais.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. REIS - PT - Havendo acordo entre as
lideranças, eu requeiro de V. Exa. o levantamento da presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Eu me sinto
honrado, caro deputado Reis, por estar aqui presidindo esta sessão após o nosso
primeiro ano de trabalho, no encerramento do ano de 2023, de nossos trabalhos.
Aprovada a redação final do Projeto de
lei nº 1.449, de 2023, de iniciativa do Sr. Governador, que orça a receita e
fixa a despesa do estado para o exercício de 2024, e o Projeto de decreto legislativo
nº 43, de 2023, que considera regulares e aprova as contas anuais apresentadas
pelo Sr. Chefe do Poder Executivo relativas ao exercício econômico e financeiro
de 2022, esgotou-se o objeto do § 4º, do Art. 9, da Constituição Estadual.
Nos termos do Art. 14, inciso I, alínea
“d”, do Regimento Interno, este presidente apresenta a resenha dos trabalhos
deste ano, que, neste ato, considera lida, determinando que seja publicada no
Diário Oficial. Esta Presidência dá a Ata desta sessão por aprovada.
Assim, havendo acordo entre lideranças,
esta Presidência, antes de dar por levantada a sessão, deseja um feliz 2024 a
todos e convoca V. Exas. para a sessão inaugural de instalação dos trabalhos da
2ª Sessão Legislativa, da 20ª Legislatura, do dia 1º de fevereiro de 2024, às
15 horas, com o recebimento da mensagem do Sr. Governador sobre a situação do
estado, nos termos do Art. 47, inciso X, da Constituição Estadual.
Feliz Natal e bom ano novo para todos
nós, brasileiros e brasileiras, e todos nós, paulistas. Muito obrigado,
deputado Reis. Obrigado pela sua colaboração tão pertinente e tão caprichada a
cada dia no cumprimento da sua responsabilidade de ser um deputado estadual que
mereceu a confiança dos paulistas.
Obrigado.
O
SR. REIS - PT - Obrigado e boas festas para todos
e para todas.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Está levantada
a sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 15 horas.
*
* *