29 DE JUNHO DE 2023

70ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: LUIZ CLAUDIO MARCOLINO, PAULO FIORILO e REIS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - PAULO FIORILO

Assume a Presidência. Cumprimenta alunos e professores presentes nas galerias. Explica o funcionamento da sessão ao público. 

        

4 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - REIS

Assume a Presidência.  Saúda alunos e professores da Escola Estadual Professor Antonio Messias Szymanski, de Mauá, presentes nas galerias.

        

6 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

        

10 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - REIS

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

12 - PRESIDENTE LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 30/06, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o Expediente.

Oradores inscritos no Pequeno Expediente: nobre deputada Marta Costa. (Pausa.) Nobre deputada Solange Freitas. (Pausa.) Nobre deputada Márcia Lia. (Pausa.) Nobre deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Nobre deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Nobre deputado Rui Alves. (Pausa.)

Nobre deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Nobre deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Nobre deputado Simão Pedro. (Pausa.) Nobre deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Nobre deputado Rafael Saraiva. (Pausa.)

Nobre deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Nobre deputada Thainara Faria. (Pausa.) Nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Nobre deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Nobre deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.)

Nobre deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Nobre deputada Dani Alonso. (Pausa.) Nobre deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Nobre deputado Alex Madureira. (Pausa.) Nobre deputado Reis. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Já fiquei aqui de plantão, deputado Luiz Claudio Marcolino. Chegando aqui também o nosso deputado do quadro dos combatentes, deputado Eduardo Matarazzo Suplicy. Cumprimento todos os funcionários desta Casa, cumprimento os integrantes das polícias Militar, Civil, Penal, Técnico-Científica, cumprimento todos aqueles e aquelas que nos acompanham pela Rede Alesp.

Presidente Luiz Claudio Marcolino, ontem o deputado Raul Cortez, não é Raul Cortez, é Guilherme Cortez - eu falo Raul porque era um ator muito famoso, ele fala “todo mundo me chama assim”- mas o deputado Guilherme Cortez lançou ontem a Frente Parlamentar em defesa da comunidade LGBTQIAPN+ e eu estive participando.

É muito bem-vinda essa frente parlamentar. É muito bem-vinda, porque eu tenho dito que aqui é sempre uma casa grande, e agora nós estamos vendo aqui a bancada feminista, nós estamos vendo aqui a bancada das pretas, nós estamos vendo aqui a comunidade LGBTQIAPN+, o movimento negro se apropriando desta casa grande, ocupando esta casa grande. Eu estimulo muito que todos possam, sim, ocupar esta casa grande e fazer a diferença.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Paulo Fiorilo.

 

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E o deputado Guilherme Cortez, eu até brinquei com ele ontem, é um fenômeno nesta Casa pela sua juventude, pela sua vontade de luta, inclusive esteve comigo lá na Academia de Polícia quando a Dra. Márcia, que está presidindo a Academia de Polícia, ela esta semana fez lá todo um seminário sobre avanços e desafios da Polícia Civil nos direitos LGBTQIA+. Foi bastante produtivo esse seminário na Academia de Polícia.

A Academia de Polícia tem essa preocupação em preparar os policiais civis para o atendimento a todos os públicos, toda a população de São Paulo, homens, mulheres e também os integrantes da comunidade LGBTQIA+ com respeito, com o devido respeito.

Eu vejo que esta Casa tem muita dificuldade para legislar esse tema. Os deputados produzem os seus projetos, mas quando vão tramitar nas comissões, se falar de gênero, se tiver a palavra “gênero”, até “gênero alimentício”, os deputados da bancada evangélica pedem vista, aí eles vão revezando a vista entre eles, aqueles deputados mais conservadores, e o projeto acaba não tramitando adequadamente.

E até a questão da intolerância religiosa, eu vejo muito. Nesses poucos dias que que eu estou aqui, eu identifiquei bem essa questão. Quando tem um projeto lá que trata de religião de matriz africana, já pedem vista, já acabam adiando, protelando a sua discussão. Não é bom isso, porque aqui é uma casa de todos.

E se é uma Casa de todos, de todas e de todes, que as pessoas possam protocolar os seus projetos, tramitá-los, fazer com que eles realmente ganhem vida, e venham a este plenário, e esses projetos sejam aprovados.

Essa deve ser uma Casa onde tem a representação popular, onde estão aqui os deputados e deputadas que foram eleitos pelo povo, e que tem aqui, na sua essência, a representação de várias regiões, a representação de homens e mulheres, a representação LGBTQIA+, a representação do povo negro, a representação dos intelectuais, os advogados, os professores, aqueles que vêm de um berço melhor, aqueles que vêm da periferia, aqueles que vêm, inclusive, das forças de Segurança Pública.

Então é uma Casa muito plural. Então não tem nexo, não dá para aceitar que projetos que tratam de determinados temas, às vezes por capricho, por questões ideológicas, eles sejam travados e não ganhem o seu direito de tramitação, por conta de como as pessoas enxergam o mundo e de como as pessoas exercem a sua ideologia.

Eu observei bem isso na Comissão de Constituição, Justiça e Redação. Tinha projeto lá que tratava da questão da religião de matriz africana. E eu já percebi toda a movimentação para protelar a tramitação daquele projeto. Isso não é bom.

É importante que todos aqui, que estão representando o povo, possam ter as suas proposituras tramitando nesta Casa, e aprovadas, e, se possível, que sejam encaminhadas ao Sr. Governador, para que ganhem sanção, e produzam os resultados pretendidos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Muito obrigado, deputado Paulo Reis. Antes de chamar o próximo orador, deputado Luiz Claudio Marcolino, quero agradecer a presença dos alunos e das alunas da escola que eu não tenho o nome. Mas, bem-vindos e bem-vindas, os professores e professoras. Sintam-se em casa.

A gente está no Pequeno Expediente. É quando o deputado pode usar a palavra por cinco minutos. Depois a gente vai anunciar o nome da escola, porque eu não tenho aqui ainda.

E pedir para o deputado Reis assumir os trabalhos. Deputado Luiz Claudio com a palavra por cinco minutos no Pequeno Expediente.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Paulo Fiorilo, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, os alunos que nos acompanham pela TV Assembleia.

Sr. Presidente, eu recebi nesta semana, em diálogo com o presidente do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos, o senhor Maciel, que é o Rodrigo Maciel Silva, uma denúncia de uma obra, do Governo do Estado de São Paulo, que tem ao fundo do Aeroporto de Guarulhos. 

Está sendo desenvolvida uma obra na canalização do rio Baquirivu, nas imediações do aeroporto. É uma obra importante para a região, devido a alguns alagamentos.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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Quando iniciou essa obra, Sr. Presidente Reis, que nos acompanha agora, inicialmente o governo apresentou que era para melhoria, para melhorar os alagamentos, para melhorar o acesso. Mas já fechou um primeiro acesso aos carros que vinham dos bairros ao fundo do Aeroporto de Guarulhos.

Só que agora o governo está propondo, com o pretexto de fazer a canalização dessa obra, de fechar o segundo acesso. Agora não é mais o acesso apenas para os carros.

É o acesso também para a população, e dos trabalhadores que trabalham no Aeroporto de Guarulhos. Estamos falando de milhares de pessoas, que muitos, inclusive, acabam terminando o seu turno por volta das 2 horas da manhã.

É o único acesso que os trabalhadores que moram atrás do aeroporto têm. É onde muitos funcionários se utilizam. Inclusive a população também utiliza esse acesso.

Agora tem um boato, e nós esperamos que seja apenas boato, que não seja uma efetividade por parte da empresa que está desenvolvendo essa obra, que é de (Inaudível.) do Governo do Estado de São Paulo, porque é o Rio Baquirivu. E toda vez em que um rio passa por mais de uma cidade - é uma regra -, quem cuida dessa obra é o DAE, a partir do Governo do Estado de São Paulo.

E tem, na verdade, dois acessos, que são conhecidos popularmente como a Ponte da Sata, que é o acesso ao Terminal 1 do aeroporto, e a Ponte do Baquirivu, que é o acesso aos Terminais 2 e 3 do aeroporto.

O acesso 1 já foi fechado, que é esse da Ponte Sata. E a informação que nós recebemos é de que agora a pretensão dessa empresa também é fechar esse acesso do Baquirivu, que está em obras neste momento. Aí vai fechar os acessos 2 e 3 do Aeroporto de Guarulhos.

E é importante frisar que o Aeroporto de São Paulo, aqui em Guarulhos, é o maior aeroporto do Brasil, e não possui alternativas de saídas de emergência. Inclusive, ele tem apenas um acesso, que é um espaço de saída de emergência que tinha nesse acesso aqui ao aeroporto.

E, se houver esse fechamento, o Aeroporto de Guarulhos deixa de ter uma rota de saída. Inclusive, vai deixar diversos bairros ilhados na região de Guarulhos. Inclusive, o acesso... Demorará quilômetros para o pessoal poder chegar até em casa.

E é importante frisar, nobres deputados Eduardo Suplicy e Reis, que nos acompanham nesta sessão, que quem tinha essa prática de fazer obras, e depois não voltava a funcionar, era o governo anterior.

Tanto o governo Doria como o Rodrigo Garcia, que falavam que iriam fazer reformas nos hospitais, depois fechavam os prontos-atendimentos. Então, sempre vinham com o argumento: “ah, vamos fazer uma obra de reforma, melhoria do hospital”, e depois os prontos-socorros desses hospitais não reabriam, e ficavam como hospitais de porta fechada.

Esperamos que essa não seja, agora, uma prática também do atual governo, o governo Tarcísio, que avisa à população que vai fazer uma obra de melhoria numa determinada região, e depois fecha o acesso da população e dos trabalhadores que trabalham hoje no Aeroporto de Guarulhos.

Então, aqui é uma denúncia cujo encaminhamento foi solicitado ao nosso mandato pelo Rodrigo Maciel Silva, que é o atual presidente do Sindigru. Nós já estaremos entrando em contato com o DAE, com os órgãos responsáveis pela execução dessa obra, inclusive com a concessionária responsável pelo Aeroporto de Guarulhos.

Eu queria, nobre deputado Reis, que meu pronunciamento fosse encaminhado à presidência do DAE, aos órgãos responsáveis pela execução dessa obra. E que possa, rapidamente...

Estamos pedindo agora um Requerimento de Informação e também uma reunião com o atual representante do DAE aqui no estado de São Paulo, inclusive responsável por essa obra, para que a gente possa ter uma solução de melhoria em relação às enchentes, uma melhoria ali para a região ao fundo do Aeroporto de Guarulhos, mas que não feche o acesso.

É uma população de mais de 50 mil pessoas que moram nessa região e que terão o seu acesso fechado caso de fato se conclua esse boato que eles estão ouvindo na região.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Defiro o pedido de Vossa Excelência. Será encaminhado conforme solicitado.

Quero anunciar aqui a presença da Escola Estadual Antonio Messias Szymanski, de Mauá. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. (Manifestação nas galerias.)

Continuando a lista de oradores, o próximo orador é o deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.)

Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente, deputado Reis, prezados estudantes de Mauá, sejam muito bem-vindos aqui para acompanhar os trabalhos da nossa Assembleia Legislativa.

Quero saudar hoje o fato de que o Sr. Wagner Longo Kasakevic completa 40 anos de trabalho aqui na Assembleia Legislativa. Ele vai ter o direito devido à sua aposentadoria e vai ter mais tempo livre para agora andar com a sua motocicleta pela nossa cidade depois de 40 anos de trabalho intenso aqui acompanhando os nossos trabalhos.

Na verdade, ele chegou aqui em 83, e eu tinha completado o meu primeiro mandato de 79 a 82, então desta vez é que nos conhecemos melhor. Então que tenha um ótimo caminho além da Assembleia Legislativa.

Sr. Presidente, na tarde de 30 de novembro de 2021, quando eu ainda era vereador e vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos na Câmara Municipal de São Paulo, recebi um vídeo em que aparecia um rapaz negro correndo algemado a uma moto da Polícia Militar na Avenida Professor Luís Inácio de Anhaia Melo, na zona leste do município.

Eu fiquei estarrecido com a cena de tamanha crueldade e racismo que remetia aos tempos da escravidão. Então encaminhei, em conjunto com a então vereadora - hoje deputada federal e presidente da Comissão de Direitos Humanos, Erika Hilton - um ofício à Secretaria Estadual de Segurança Pública, à Corregedoria da Polícia Militar, à Secretaria Municipal de Segurança Urbana e à Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo pedindo providências para o esclarecimento do caso.

Discutimos esse caso na Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, e fico satisfeito com a notícia da indenização da vítima em resposta à ação proposta pela ONG Educafro, Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes, e pelo Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo.

Cumprimento a decisão da juíza Carmen Cristina Fernandez Teijeiro e Oliveira, da 5ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, que condenou o estado paulista a indenizar em 10 mil reais o jovem negro Jhonny Ítalo da Silva, bem como as ONGs que propuseram a ação.

É responsabilidade dos entes públicos reconhecer e propor ações de conscientização e erradicação do racismo e de outras formas de opressão social. Gostaria de alertar que as violências motivadas pelo racismo não se apagam nem amenizam com qualquer montante financeiro, embora seja uma das importantes formas de responsabilizar esse crime previsto em lei.

A humilhação sofrida pelo rapaz e por tantas outras pessoas negras deste país, não apenas nos casos que são noticiados, mas naqueles que se perdem no cotidiano, só terá fim quando toda a sociedade se conscientizar e combater, em si e na sociedade, todos os focos de racismo, que é ainda estrutural e está em todos os assuntos e meios sociais. Esse deve ser o nosso maior compromisso na luta contra as desigualdades e por uma sociedade mais justa, fraterna e solidária.

 Quero também chamar a atenção para o problema que estão enfrentando os afegãos que estão enfrentando medo, falta de banho e surto de sarna no Aeroporto de Guarulhos. Ao menos 20 refugiados afegãos foram diagnosticados com escabiose, mais conhecida como sarna humana, em um acampamento improvisado onde estão abrigados no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

A informação é do Coletivo Frente Afegã, que vem acompanhando a situação.

Segundo o coletivo, as péssimas condições de higiene podem ter provocado a disseminação da doença. Espero que as autoridades, tanto da Prefeitura de Guarulhos quanto as responsáveis pelo Aeroporto de Guarulhos, possam tomar as devidas providências, para que logo seja sanado esse surto de sarna no Aeroporto, e que possam ser bem acolhidos os afegãos que estão ali, tendo se afastado de seu país, o Afeganistão, por causa do conflito tão sério que está havendo ali.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de oradores, o próximo orador, deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputada Fabiana Barroso. Entrando na lista suplementar, deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.)

Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino, tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, os alunos que nos acompanham aqui pelas galerias aqui da Assembleia. Sr. Presidente, vou aproveitar que nós estamos chegando ao final do semestre legislativo, queria trazer aqui algumas informações, porque o presidente Lula alterou a forma, deputado Suplicy, de dialogar com as prefeituras e com as entidades, não só nos outros estados, mas inclusive aqui no estado de São Paulo, que as ações passam a ser feitas por editais.

Tem alguns editais importantes que estão na Ordem do Dia aí nos próximos meses, que vão encerrar a sua tramitação, e eu queria trazer aqui, tanto para os prefeitos, vereadores, e a sociedade civil organizada do nosso Estado, que tem alguns editais em aberto, como o edital no Ministério do Esporte, que é o programa Esporte e Lazer da Cidade. O recurso destinado para esse edital é no valor aqui de 454 a 500 mil reais, que é tanto para investimento, execução e custeio.

Outro edital que também está em aberto, também no Ministério do Esporte, que é o programa Vida Saudável. Esse edital, no valor de 335 a 400 mil reais, vai até o dia 04.07 esse edital, por isso é importante prestar atenção nas datas. O edital em relação ao programa Segundo Tempo é até o dia 16.07.2023, mês que vem.

Outro edital que está em andamento é do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que é o edital para aquisição e fornecimento de máquinas e equipamentos agrícolas no setor agropecuário. O valor do edital é de 250 mil até 700 mil reais. O prazo para o cadastro desse edital é até o dia 30 de junho. Então, praticamente já estamos em cima do prazo para o cadastro desse edital.

Outro edital em aberto é do Ministério da Integração do Desenvolvimento Regional, o projeto Apoio a Projetos de Desenvolvimento Sustentável Local e Integrado. Um edital aqui no valor um valor em torno de 500 mil reais.

Outro, que é do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. Aqui o valor do repasse ainda não foi definido, mas o programa do valor de contingenciamento (Inaudível.) de um até 25%, e o outro - e aí eu acho que talvez seja um dos mais importantes que está colocado - o programa “Minha Casa, Minha Vida”, que tem um valor de repasse de 70 mil reais para cada unidade dentre as unidades que estão sendo desenvolvidas.

E nós temos aqui, nobre deputado Suplicy, o edital da lei Paulo Gustavo. Nesse edital da lei Paulo Gustavo, as cidades, os municípios, têm que fazer pelo menos duas audiências públicas, no mínimo duas audiências públicas em cada cidade para ter acesso a esse edital.

E é um edital considerável para a cidade. Estamos falando aqui, em Adamantina, de um valor de 323 mil reais; em Americana de um valor de 1 milhão e 939 mil reais; na cidade de Araraquara, 1 milhão e 913 reais; na cidade de Atibaia, 1 milhão e 244 reais; na cidade de Bauru, 2 milhões e 891 reais; na cidade de Bragança Paulista, 1 milhão e 441 reais; na cidade de Caçapava, 812 mil reais; na cidade de Caraguatatuba, 1 milhão e 36 reais; na cidade de Cubatão, 1 milhão e 97 reais; na cidade de Cotia, aqui na grande São Paulo, 2 milhões e 33 reais; na cidade de Embu das Artes, 2 milhões e 181 reais; na cidade de Ferraz de Vasconcelos, 1 milhão e 623 reais.

E aqui vai, cidade por cidade. A cidade de Guarulhos tem direito a 9 milhões e 89 mil reais. Aqui tem cidade por cidade, todas as cidades têm acesso e direito à lei Paulo Gustavo, mas a exigência é que as cidades façam, pelo menos, duas audiências públicas e que as entidades tenham o direito a fazer depois, ali, a sua reivindicação.

Então é importante que as cidades, que os prefeitos, vereadores, a sociedade civil organizada preste atenção nos editais que estão sendo apresentados pelo governo federal, é necessário que a cidade se qualifique e muitos deles vencem agora no final deste mês ou no começo do próximo mês.

É importante que entendam a mudança da dinâmica, do diálogo que o governo federal, do presidente Lula, terá com os municípios do estado de São Paulo, e que cada cidade possa aderir aos editais que estão sendo colocados e, com isso, garantir política pública para a sua cidade.

Obrigado Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado Luiz Claudio Marcolino. Próximo orador é o deputado Eduardo Suplicy. 

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Luiz Claudio Marcolino, finalmente o IBGE concluiu o censo da população brasileira e agora chegamos para o ano de 2022 com 203 milhões de habitantes, 203 milhões, 62 mil e 512, uma expansão de 6,5% frente ao número de 2010, mas abaixo da projeção de 2021, que era de 213,13 e da prévia do censo, divulgado em dezembro, de 207,8 milhões de habitantes.

Então eu fico aqui pensando na proposta que consegui ser aprovada como lei por todos os partidos no Congresso Nacional, da renda básica de cidadania, o direito de todas as pessoas, não importa a sua origem, sua raça, seu sexo, sua idade, sua condição civil ou socioeconômica, de participarmos todos da riqueza comum de nossa nação. Eu tenho a grande expectativa de que o presidente Lula poderá colocar em prática essa proposição, baseada na lei por ele sancionada em 8 de janeiro de 2004.

Eu quero lembrar, prezado deputado Paulo Reis, a respeito de um dos grandes formuladores dessa proposta. Eu me refiro a Thomas Paine, P-a-i-n-e, que nascido na Inglaterra, lá por volta de 1.734, mais tarde se tornou amigo de Benjamin Franklin - aquele que inventou o para-raios; antes só se usava o monóculo, ele inventou os óculos -

Acontece que Benjamin Franklin persuadiu Thomas Paine a ir e viver na América, antes da independência. Para lá ele foi como um coletor de impostos e arguto observador de costumes e de valores e começou a escrever ensaios, que tiveram enorme impacto sobre a mente dos americanos para proclamarem a sua independência.

O presidente George Washington escreveu para um amigo que nenhum outro ensaio tivera tamanha influência sobre a mente dos americanos como “Senso comum”, que publicado em janeiro de 1.776, resultou, em 4 de julho de 1.776, que os americanos tivessem proclamado a sua independência.

Acontece que, uma vez proclamada a independência, Thomas Paine começou a se sentir muito perseguido por suas ideias tão progressistas. Ele dizia, por exemplo, que contrariava o bom senso que uma ilha dominasse um continente e coisas como tal.

Então, tão perseguido, ele resolveu voltar para sua terra natal na Inglaterra, mas lá chegando, o que aconteceu?  Começaram a queimar os seus livros. “Imagine esse homem responsável pela perda da nossa principal colônia.”

Então, ele resolveu seguir para a França e, de tal maneira se engajou na luta por liberdade, igualdade e fraternidade - queridos deputados Marcolino e Reis, como nós do PT o fazemos - que, três anos após a Revolução Francesa de 1.789, embora estrangeiro, resolveu se tornar e foi eleito constituinte francês.

 Nessa qualidade, escreveu um texto de 20 páginas que está publicado no livro denominado “Justiça agrária”, em que ele argumenta que a pobreza tem a ver com a civilização e a instituição da propriedade privada.

Ali na América, onde ele tinha estado, não enxergara tamanha destituição e pobreza como nas vilas e cidades europeias de então porque, lá na América, a propriedade era comum entre os índios.

Ele considerava de bom senso que uma pessoa que cultivasse a terra e realizasse benfeitorias na sua propriedade pudesse usufruir do seu trabalho, na sua propriedade. Mas era seu plano que toda pessoa que assim o fizesse destinasse uma parcela de seu rendimento para um fundo que a todos pertenceria e, desse fundo, uma vez acumulado, se pagaria a cada pessoa residente naquele país tanto um capital básico quanto uma renda básica, como um direito inalienável de todos partilharmos da riqueza comum da Nação.

Então, caro presidente Marcolino, quero hoje relembrar, aqui ao lado de outras pessoas, grandes pensadores, como Thomas More, autor de “A Utopia”, mas Thomas Paine foi um dos que melhor fundamentou a proposta da renda básica universal. Espero que logo venhamos a aplicá-la em nosso país.

Muito obrigado.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado, nobre deputado Eduardo Suplicy. Com a palavra, o nobre deputado Reis. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos no Pequeno Expediente.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, deputado Luiz Claudio Marcolino, vou continuar falando sobre a questão de legislar em matérias que vão em prol das minorias.

Quero dizer da lei de minha autoria, que aprovei na cidade de São Paulo, a Lei nº 17.301. Essa lei foi sancionada pelo prefeito Bruno Covas em 2020. Apresentei esse projeto de lei que originou a Lei nº 17.301, o Projeto de lei nº 536, de 2015. Apresentei esse projeto em 2015 e levei cinco anos trabalhando para que essa lei fosse aprovada.

É uma lei que dispõe sobre as sanções administrativas a serem aplicadas às práticas de discriminação em razão de orientação sexual e identidade de gênero, e dá outras providências.

“A Câmara Municipal de São Paulo decreta:

É dever do Poder Público Municipal combater qualquer forma de discriminação em razão de orientação sexual ou identidade de gênero no município, como dispõem a Constituição Federal em seu Art. 3º, inciso IV, e a Lei Orgânica do Município em seu Art. 2º, inciso VIII.

Art. 2º - Será punida, pelo Poder Municipal, dentro de suas competências e nos termos desta lei, toda manifestação atentatória ou discriminatória praticada contra cidadãos e cidadãs homossexuais, bissexuais, travestis ou transexuais no município de São Paulo.

Art. 3º - Consideram-se atos atentatórios e discriminatórios aos direitos individuais e coletivos dos/das homossexuais, bissexuais, travestis ou transexuais para os efeitos desta lei:

I - praticar qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória;

II - proibir o ingresso ou permanência em qualquer ambiente ou estabelecimento público ou privado, aberto ao público;

III - proibir a livre expressão e manifestação de afetividade;

IV - praticar atendimento selecionado que não esteja devidamente determinado em lei;

V - preterir, sobretaxar ou impedir a hospedagem em hotéis, motéis, pensões ou similares;

VI - preterir, sobretaxar ou impedir a locação, compra, aquisição, arrendamento ou empréstimo de bens móveis ou imóveis de qualquer finalidade;

VII - praticar o empregador atos de demissão direta ou indireta, em função da orientação sexual do empregado;

VIII - inibir ou proibir a admissão ou o acesso profissional em qualquer estabelecimento público ou privado em função da orientação sexual do profissional;

IX - restringir o acesso ou o uso de transportes públicos, como ônibus, metrô, trens, taxis e similares;

X - recusar, negar, impedir ou dificultar a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer nível;

XI - praticar, induzir ou incitar, pelos meios de comunicação social ou de publicação de qualquer natureza, a discriminação, preconceito ou prática de atos de violência ou coação contra qualquer pessoa em virtude de sua orientação sexual e/ou identidade de gênero;

XII - fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que incitem ou induzam à discriminação, preconceito, ódio ou violência com base na orientação sexual do indivíduo;

XIII - obstar a visita íntima, à pessoa privada de liberdade, nacional ou estrangeira, homem ou mulher, de cônjuge ou outro parceiro ou parceira, no estabelecimento prisional onde estiver recolhido, em ambiente reservado, cuja privacidade e inviolabilidade sejam assegurados, obedecendo sempre aos parâmetros legais pertinentes à segurança do estabelecimento, nos termos das normas vigentes.”

E aí continua o Art. 4º, 5º e assim por diante. Não vai dar tempo, porque o tempo é muito curto, mas eu quis ler essa primeira fase desse projeto para dizer da dificuldade que foi para aprovar.

Hoje é lei na cidade, mas esse foi um projeto que foi aprovado porque tinha muita obstrução, tinha setores da sociedade que não queriam permitir a aprovação desse projeto. E toda vez que ele ia entrar para ser pautado na Comissão de Constituição e Justiça, não tinha votos suficientes para entrar em pauta. 

Até que, em 2020, nós tivemos uma alteração na composição da Comissão de Constituição e Justiça e conseguimos aprovar o seu texto base por cinco a quatro, presidente Marcolino. Você vê que não é fácil aprovar essa matéria nos Parlamentos... e por cinco a quatro.

E quando ele foi tramitar nas outras comissões, começou a sofrer obstrução de outros parlamentares, de parlamentares da bancada evangélica, que não queriam de forma alguma deixar que esse projeto fosse aprovado.

Mas como ele acabou entrando no congresso de comissões e, quando um projeto na Câmara de São Paulo passa no congresso de comissões, se abre o prazo de cinco sessões ordinárias. Não havendo recurso ele vai automaticamente para sanção do Sr. Prefeito e foi isso o que aconteceu.

Ele foi, o prefeito sancionou e hoje é lei na cidade de São Paulo, mas ele não foi ao plenário, ele não foi votado no plenário. Ele foi escolhido pelas comissões. Então para dizer que essa dificuldade que tem lá na Câmara de São Paulo eu identifico ela aqui também nesta Casa com essa pauta LGBTQIA+.

Eu já identifiquei com questões de intolerância religiosa, projetos que trazem essas questões. Eu observei que realmente tem dificuldade de que esses projetos possam fluir, possam caminhar nesta Casa como lá em Brasília, como lá no Congresso Nacional, a bancada muito conservadora acaba restringindo os direitos das minorias e nós temos que lutar muito.

Esse projeto eu dei coautoria à, na época, vereadora Sâmia, porque ela foi eleita em 2016. Eu apresentei esse projeto em 2015, ela foi eleita, em 2016, vereadora e quando viu esse projeto, me pediu. Eu dei coautoria para ela em 2017 e só em 2020 nós conseguimos nesse caminho - não no caminho do plenário, mas nesse caminho das comissões - conseguir que ele se transformasse em uma lei sancionada na cidade de São Paulo.

E, a nível nacional, quem ainda está fazendo a lei, quem que está produzindo resultados para a comunidade LGBTQIA+ é o Supremo Tribunal Federal, porque o Congresso dificilmente apresenta alguma coisa de novo, como a própria Câmara de São Paulo e como esta Casa, como eu já falei e identifiquei.

Então é essa a minha fala para que nós, deputado Suplicy, nós que temos esse compromisso com as minorias, possamos sim cobrar desta Casa, cobrar dos deputados, cobrar do presidente desta Casa que não se sente em cima dos projetos dos Srs. Deputados e das Sras. Deputadas, seja principalmente o tema que tem relação com a minoria, com a questão religiosa, com a questão da liberdade religiosa e com a questão da LGBTQIA+.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. REIS - PT - Havendo acordo de lideranças, eu peço o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 44 minutos.

 

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