21 DE SETEMBRO DE 2023

106ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI e REIS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI

Tece comentários acerca da Reforma Previdenciária.

        

4 - REIS

Assume a Presidência.

        

5 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - EDIANE MARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

9 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - PRESIDENTE REIS

Tece considerações sobre o pronunciamento do deputado Conte Lopes.

        

13 - MAJOR MECCA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

14 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

15 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

16 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

17 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

        

18 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

19 - REIS

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

20 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI

Defere o pedido. Endossa o pronunciamento do deputado Reis. Reitera solicitação à Secretaria de Educação acerca da elaboração de protejo referente às atividades pedagógicas diversificadas. Manifesta apoio à greve dos professores da USP. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 22/09, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

        

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Dando início à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.)

Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputada Fabiana Barroso. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. REIS - PT - Já estou a postos, Sr. Presidente. Quero cumprimentar o presidente Carlos Giannazi, o público presente, os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica e todos aqueles e aquelas que nos acompanham pela Rede Alesp.

Sr. Presidente, esteve ontem aqui o secretário de Governo, Gilberto Kassab, e ele recebeu desta Casa o Colar de Mérito Legislativo, de mérito parlamentar. Fiquei muito satisfeito com a fala do deputado Barros Munhoz.

O deputado Barros Munhoz citou uma fala do então presidente constituinte Ulysses Guimarães, em que alguém reclamou do Congresso e ele respondeu: “Quer ver um Congresso pior? Espere o próximo”.

O deputado Barros Munhoz reconheceu e, muito, que esta legislatura melhorou bastante em relação à anterior. Ele disse que esta legislatura tem luta, tem discussão e tem respeito.

Eu fiquei muito satisfeito, porque faço parte desta legislatura, de saber que esta nossa está bem mais eficiente, mais produtiva, mais combativa do que a anterior.

Eu não poderia deixar de registrar que fiquei muito feliz com o reconhecimento dos deputados que já estavam aqui anteriormente à minha chegada e à de outros pares meus. Me orgulha muito fazer parte desta legislatura.

E quero falar, Sr. Presidente, do PL 61, que é o PL que aprovamos há duas semanas nesta Casa. É um projeto de lei de minha autoria que trata da possibilidade de o policial civil e outros funcionários se aposentarem no cargo em que estiverem. Já fui conversar com praticamente todo mundo do governo; só não conversei ainda com o governador, porque não tenho o contato e não consegui falar com ele sobre essa tão importante propositura que merece a sua sanção. E eu já falei com o secretário Caio; falei com o secretário Kassab; falei com o secretário Sultani; e com o secretário Arthur, da Casa Civil.

Eu procurei todos aqueles que podem ajudar na decisão. Falei com o secretário Derrite. Quero reconhecer o esforço do secretário Derrite para convencer o governo na sanção desse projeto, porque o secretário da Casa Civil me avisou que o projeto seria vetado, mais por conta de que a Fazenda deu o parecer contrário.

Ou seja, a equipe do Paulo Guedes que toma conta da Secretaria da Fazenda aqui de São Paulo, já tinha o posicionamento contrário. Mas eu quero reforçar e pedir para o governador para que faça a sanção desse projeto, porque ele ainda não foi vetado. E ontem eu conversei bastante com secretário Gilberto Kassab, porque não tem cabimento o servidor conquistar a sua promoção...

Se ele conquistou a sua promoção na escala vertical, ele mudou de classe, não tem cabimento voltar para a classe anterior. Tanto é sem cabimento, que os servidores estão ganhando ações na Justiça.

A Justiça está dando ganho de causa para os policiais civis que vão à Justiça, que se aposentam e o governo o retorna à classe anterior, porque não contava com cinco anos na classe.

Uma injustiça que foi praticada pelo governo João Doria e se esse projeto não for sancionado, continuará como uma injustiça praticada pelo governo Tarcísio de Freitas.

Então eu clamo para que o governo reconheça, sim, o direito do policial civil se aposentar no cargo em que ele se encontrar, na classe em que ele se encontrar.

Essa foi uma distorção que o governo João Agripino Doria praticou, acrescentando classe ou nível. Uma distorção com relação à reforma previdenciária, com relação à Emenda Constitucional nº 103.

Ou seja, se depois de 25 anos na carreira o servidor chegou à primeira classe - porque ele leva praticamente 25 anos para chegar na primeira classe, é uma conquista -, não tem cabimento que ele volte para a segunda classe quando ele pede aposentadoria. Ele conquistou.

E outra coisa, o governo já está pagando como se ele estivesse ali na primeira classe ou na classe especial. Não há impacto financeiro porque ele já recebe.

O que há é que quando ele volta para a classe anterior, o Estado está se locupletando, o Estado está se apropriando de um direito que o servidor levou anos trabalhando para conseguir, Sr. Presidente.

Então é cobrado do governo Tarcísio que ele não dê continuidade à política predatória do governo anterior, a política predatória do João Agripino Doria e que ele sancione o PLC 61.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Todo o nosso apoio ao seu projeto, deputado Reis. Projeto importante que tenta consertar, diminuir as perdas impostas aos servidores públicos do estado de São Paulo com as duas últimas reformas previdenciárias que ocorreram: a do Bolsonaro, em 2019, e a do Doria aqui, em São Paulo, em 2020, que impuseram grandes perdas previdenciárias, sobretudo dificultando ainda mais o acesso dos servidores e servidoras à aposentadoria e promovendo inclusive o confisco das aposentadorias e pensões.

Todo nosso apoio ao seu projeto e que o Tarcísio faça a sanção imediata desse importante projeto que nós aprovamos aqui neste plenário.

Passo a palavra então para que V. Exa. continue dando sequência aqui ao Pequeno Expediente.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Assumindo aqui a Presidência, passo à lista dos oradores inscritos no Pequeno Expediente. O próximo orador é o deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa). Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.)

Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, deputada Ediane, ontem a cidade de São Paulo teve uma vitória importante contra o barulho, contra o ruído, porque o Tribunal de Justiça do nosso Estado tomou uma decisão importante e definitiva em relação a uma ação que foi de iniciativa do nosso vereador Celso Giannazi na Câmara Municipal, que promoveu uma Adin ao TJ questionando, pedindo a anulação de uma parte de uma lei que foi aprovada na Câmara Municipal.

Na verdade, foi um submarino, um apêndice de uma lei, um penduricalho que foi apresentado de última hora, o famoso jabuti que a prefeitura apresentou para beneficiar os grandes grupos econômicos que promovem espetáculos barulhentos na cidade de São Paulo, aumentando os decibéis, de 55 para 75.

Seria um verdadeiro absurdo, a lei foi aprovada, logicamente a nossa bancada do PSOL votou contra na Câmara Municipal, o vereador Celso Giannazi também, mas em seguida o projeto foi aprovado e sancionado pelo Ricardo Nunes, o prefeito da cidade de São Paulo.

O vereador Celso Giannazi acionou o TJ através de uma Adin pelo PSOL e o julgamento foi vitorioso, agora não cabe nem recurso mais ao prefeito. Foi uma vitória importante em que foi revogado pela Justiça esse artigo que, na prática, iria aumentar ainda mais a poluição sonora da cidade de São Paulo, o barulho, o ruído não só na região do estádio do Palmeiras, porque foi uma encomenda, na verdade, para a realização de shows e o aumento do volume, que tem incomodado bastante a população, os moradores da região, mas essa lei iria prejudicar toda a população da cidade de São Paulo.

Então foi uma vitória importante, a vitória da luta contra a poluição sonora, também uma vitória da luta em defesa do bem-estar e da saúde da população, sobretudo a saúde mental, porque a cidade não aguenta mais tanto barulho, Sr. Presidente.

A Lei do Psiu quase não funciona na cidade, não tem fiscalização, temos em várias regiões pessoas que não dormem mais por conta do barulho, não há fiscalização, não há limitação do som e o prefeito, em vez de melhorar isso, aumentando a fiscalização e encaminhando projetos de lei à Câmara Municipal no sentido de combater essa poluição sonora na cidade de São Paulo, ele faz o inverso, para beneficiar grupos econômicos da cidade de São Paulo.

Ele aprovou - porque tem maioria na Câmara Municipal - esse projeto. Colocou um jabuti em um projeto de lei que não tinha nada a ver com essa questão do barulho e, infelizmente, o projeto foi aprovado.

Mas o vereador Celso Giannazi agiu imediatamente após a sanção da lei e vencemos essa batalha na cidade de São Paulo, não vai ter o aumento do barulho, uma vitória importante. O TJ, o Tribunal de Justiça, através de seus desembargadores, tomou a decisão correta, porque o prefeito não pode tudo, Sr. Presidente. Um absurdo o que o prefeito Ricardo Nunes vem fazendo na cidade de São Paulo.

Depois eu quero entrar na questão da Sabesp, ele rifou a população do nosso Estado. Não vai dar tempo nesse meu primeiro pronunciamento, mas eu quero voltar a esse tema, ele, na verdade, entregou a autorização para o Tarcísio de Freitas privatizar a Sabesp, quando ele assinou a entrada da prefeitura na Unidade Regional de Abastecimento de Água e Tratamento de Esgoto, uma dessas unidades regionais, são quatro unidades. Ao entrar, ele abre mão da independência e da autonomia da cidade de São Paulo, autorizando, Sr. Presidente, a privatização, mas depois eu volto nesse tema.

Eu quero me ater aqui, agora, porque está acabando o meu pronunciamento, nessa questão do barulho. Uma vitória importante da cidade de São Paulo, reafirmo aqui, contra a poluição sonora, contra o barulho. Uma vitória em defesa da saúde mental da nossa população e do bem-estar.

Parabenizo aqui o mandato do vereador Celso Giannazi, que teve a iniciativa de produzir essa Adin, através da advogada Beatriz Blanco, Sr. Presidente. Foi uma vitória importante e uma derrota para o prefeito.

Porque o prefeito não é o imperador da cidade de São Paulo, ele não pode impor uma lei como essa, que aumenta o barulho em uma cidade já barulhenta, onde as pessoas não conseguem mais ter paz de espírito, não conseguem mais dormir na cidade de São Paulo. É um absurdo, Sr. Presidente, mas fomos vitoriosos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado Carlos Giannazi.

Seguindo a lista de oradores, deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.)

Entrando na Lista Suplementar, deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Ediane Maria.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, muito obrigada. Boa tarde a todos os deputados, todas as deputadas presentes, boa tarde a todos os servidores desta Casa, boa tarde a todos que estão acompanhando aqui essas galerias e boa tarde a todos que vão estar acompanhando de suas casas, pela TV Alesp.

Eu não ia fazer fala hoje, até fiquei pensando, falei que não ia fazer minha fala, mas eu lembrei de uma coisa que eu acho superimportante. Porque hoje começaram a ser sancionados, ou vetados, alguns projetos de lei encaminhados por esta Casa, que passaram pelas comissões, passaram pelo plenário, tiveram seus autógrafos e que agora se encontram no Palácio dos Bandeirantes.

Então é muito importante enfatizar que nós já estamos com o nosso PL, que é o PL 584, que é o PL da Casa da Doméstica. Mas que PL é esse, não é? Porque as pessoas têm muitas dúvidas, sabe, deputado Mecca, o pessoal tem dúvida, o que é que é essa Casa da Doméstica? Vai ser uma casa de acolhimento que vai receber as mulheres?

Olha, ao longo do nosso trabalho, ao longo da nossa vida útil, a gente é a maioria que ocupa o morro - somos a grande maioria massiva - que morremos sem ter direito a aposentadoria.

Tem vários trabalhos - assim como está especificado aqui no nosso PL - porque tem várias secretarias, várias secretarias que nós podemos procurar, porque têm investimento e fazem parte também dos PATs, Postos de Atendimento ao Trabalhador.

Quais são as secretarias que já foram procuradas pelo meu mandato?  A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, também a Secretaria de Justiça e Cidadania, a Secretaria da Saúde, a Secretaria de Políticas para a Mulher e a Secretaria de Desenvolvimento Social.

São essas secretarias que serão vinculadas, porque são secretarias, deputado, que já fazem parte dos PATs. Então nós precisamos enfatizar e dar um protagonismo, inclusive, trazer à tona no estado de São Paulo, não só aqui no estado de São Paulo, mas no nosso país inteiro, que é do trabalho doméstico e cuidados.

Até porque cada um de nós aqui, quando vem trabalhar, alguém fica em casa, não fica? Sua companheira fica em casa, deputado? Fica em casa, cuidando dos filhos, fica em casa organizando a casa. Essa mulher, ela faz um trabalho que é, muitas vezes, não remunerado, que é o trabalho do cuidado.

Então, muitas vezes, as mulheres deixam a sua profissão para se dedicar à família. Várias de nós, quando a sogra, ou o sogro, ou os pais ficam mais velhos, somos nós, as mulheres - na sua grande maioria as mulheres negras - que param a sua vida profissional para cuidar desse ente querido, ou para cuidar da casa, ou para cuidar do futuro dos nossos filhos, dos nossos companheiros.

E somos nós que, no final do dia, no final da nossa vida, a gente para e a gente olha o seguinte: caramba, eu não paguei o meu INSS. Como que eu vou ser aposentada, vou pelo Loas? Eu vou ter algum direito trabalhista? E se eu adoecer do trabalho do cuidado? Quem vai cuidar de quem cuida?

Então, por isso que é fundamental que a gente olhe, que o estado de São Paulo seja pioneiro para colocar os PATs hoje, que são mais de duzentos e trinta. A gente está falando do estado de São Paulo, que são mais, somos 645 cidades. Nós temos 200... São mais de 230 PATs.

Ou seja, sabe, deputado Giannazi, ainda é ineficiente a quantidade de PATs para o número de cidades, de regiões aqui do estado de São Paulo. Então, é necessário enfatizar, cada vez mais, os trabalhos que estão sendo feitos no PAT, e que o PAT também sirva de um ponto de acolhimento, de um ponto de referência para as trabalhadoras domésticas.

Eu tenho um sonho. Eu tenho um sonho, sim, que nas estações de trem, de metrô, nos pontos de ônibus, na periferia, no centro de São Paulo, onde somos a grande maioria, não é, que tem aquele tempo. Nós temos o horário, deputado; nós temos o horário do nosso trabalho ali.

Então a gente chega muito cedo. Vai chegar umas sete e meia, seis e meia, sete horas, pode ver que está bem movimentado. É o horário de pico. A gente está dentro do metrô, a gente está dentro do ônibus, a gente está dentro do trem, chegando aqui no centro para fazer o nosso trabalho.

Quando dá por volta de umas cinco e meia, nós começamos a sair, a voltar, então, novamente, lá vem o horário de pico, não é? Porque fica muito cheio, os trabalhadores voltando para a periferia. Então é necessário que a gente... Já imaginou se, do lado do metrô, do lado do trem, tivesse lá escrito: “procure seus direitos, casa da doméstica”? Você que é trabalhador doméstico, você que é trabalhadora doméstica...

Porque as pessoas enxergam a trabalhadora doméstica e o trabalhador doméstico como se fosse só aquela pessoa que vai lá limpar a casa. As pessoas não enxergam que aquela mulher que fica em casa, ela executa um trabalho doméstico e de cuidados, ela é quem cuida de tudo. Ela é quem cuida dos filhos, do marido, da casa, da organização, quem vai fazer as compras, como que vai ser feito, o que está faltando e o que não está faltando.

Quer saber o que falta e o que não falta dentro de casa? O que precisa ser organizado? Pergunte para a sua mulher, pergunte para a sua mãe. Nós vamos dar conta de tudo e organizar.

Então o trabalho doméstico vai para além somente daquela mulher que vai trabalhar na casa de família, mas é para aquela também que cuida da sua casa, cuida da sua família, cuida do futuro dos seus filhos.

Então é necessário que o estado de São Paulo seja pioneiro e seja protagonista do espaço que é o nosso PL 584, que sanciona e garante direitos. Direitos esses que já existem nas secretarias que eu já falei aqui, que é a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, a Secretaria de Justiça e Cidadania, a Secretaria da Saúde, a Secretaria de Políticas para a Mulher, a Secretaria de Desenvolvimento Social e, óbvio, paridade também com os órgãos que já trabalham com as mulheres.

E nada mais justo, deputado - para falar do trabalho doméstico e de cuidados - do que uma trabalhadora doméstica também ocupando os PATs, também orientando essas mulheres. Porque, a partir dali, ouvindo a necessidade de cada uma, nós iremos construir uma política voltada para as trabalhadoras domésticas e de cuidados.

Então, muito obrigada, senhores e senhoras.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista, o próximo orador, deputado Major Mecca.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a todos que nos acompanham pela TV Alesp pelas redes sociais. Uma boa tarde aos nossos policiais militares e civis que estão aqui no plenário.

Hoje, pela manhã, eu estive no Centro Médico da Polícia Militar, no HPM, no Hospital da Polícia Militar. Foi aniversário do Centro Médico, 131 anos daquela unidade. Eu não poderia deixar de me deslocar até o Hospital da Polícia Militar para parabenizar os policiais, os profissionais da saúde que lá desempenham as suas atividades.

São verdadeiros heróis, porque cuidar da saúde dos nossos policiais, com a situação precária que atravessa o Hospital da Polícia Militar, o sistema de saúde que foi abandonado e desconstruído pelos governos anteriores no estado de São Paulo não é para qualquer profissional.

Então, eu fui levar os parabéns, apertar as mãos daqueles homens, daquelas mulheres, daquele soldados, cabos e sargentos, dos oficiais médicos que atendem a toda a nossa tropa da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Eu digo a todos vocês: o sistema de saúde das polícias de São Paulo é falido, não existe, assim como acontece com a população. Se você entrar em qualquer hospital público, a população sofre por mau atendimento, por falta de leitos em todos os hospitais. No entanto, nós temos uma peculiaridade que há de ser observada pelo governo, e foi observada pelo governador Tarcísio de Freitas.

Eu vou dizer a vocês por quê. Porque na segunda-feira, dia 18 de setembro, caiu na conta do Centro Médico uma emenda que eu aprovei aqui nesse plenário, com apoio de todos os deputados e de todas as bancadas desta Casa Legislativa, que eu agradeço a todos os deputados e todas as bancadas que permitiram a aprovação da minha emenda na Lei Orçamentária Anual, destinando 15 milhões para o HPM, e o dinheiro caiu na conta do HPM na última segunda-feira, dia 18 de setembro.

Muito obrigado, governador Tarcísio de Freitas; o secretário de governo, que esteve aqui essa semana, o Gilberto Kassab; o secretário da Fazenda, Samuel Kinoshita; o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, porque os nossos policiais precisam resgatar a sua dignidade, e a assistência médica é um dos pilares da dignidade desses homens e dessas mulheres que derramam seu sangue defendendo você que está nos assistindo nesse momento.

Para que os senhores tenham ideia, no mês de maio, na primeira quinzena, foram executados três veteranos na cidade do Guarujá. O quarto veterano, que tomou três tiros em um atentado, foi socorrido em um hospital na cidade do Guarujá, e tão logo fosse medicado teve que ser retirado daquele hospital público e transferir para um outro ponto, por conta do risco de vida que sofria estando internado naquele hospital.

Imaginem os senhores, um policial, como Mateus que está aqui, tem uma dor de barriga e ter que tomar soro no hospital do lado de um traficante que ele prendeu dias atrás.

Porque saibam os senhores, todo mundo sabe, quando o policial militar, quando o policial civil prende um traficante, ele já sai logo na audiência de custódia, sai logo em seguida. Como esse policial vai ser medicado ao lado de um criminoso, de um bandido, tendo a sua vida colocada em risco ali, risco de morte iminente?

Então, por esse motivo, eu, com muito orgulho, cumpri essa agenda hoje pela manhã. Hoje, dia 21 de setembro. Parabéns aos nossos policiais, aos profissionais da Saúde, que desenvolvem a sua atividade no Hospital da Polícia Militar. Mesmo diante de toda precariedade, falta de efetivo, falta de equipamento, estão lá, firmes e fortes, lutando pela saúde dos nossos irmãos e pela saúde da tropa.

Novamente reitero a nossa gratidão ao governador Tarcísio de Freitas pela atenção que vem dando aos homens e às mulheres que defendem o povo paulista.

Muito obrigado, Sr. Presidente. 

 

O SR. CARLOS GIANNAZI – PSOL – Pela Ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT – Pela Ordem, Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT – Posso fazer uma comunicação, pela liderança do PSOL?

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT – É regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, esse governo Tarcísio não tem conserto mesmo. É um escárnio atrás de outro escárnio, todos os dias, Sr. Presidente. Nós não aguentamos mais. Sobretudo na área da Educação.

O governador já tinha nomeado, nomeou esse secretário da Educação, dono da Multilaser, que tem contratos milionários com a própria Secretaria de que ele faz a gestão, ele mesmo faz o pagamento da empresa dele como secretário da Educação. Já é um escândalo total, Sr. Presidente.

Agora, o governador nomeou para o Conselho Estadual de Educação, nomeou através da Secretaria da Educação, esse senhor, Jair Ribeiro, que é dono dessa empresa Proz Educação, empresa que tem também contrato com a Secretaria da Educação. O governador está nomeando os lobos para tomarem conta do galinheiro.

É demais, é uma atrás da outra. É um escárnio total. É mais do que conflito de interesses, é uma imoralidade pública o que está acontecendo aqui. Parece-me que a Secretaria da Educação virou um negócio para os grandes empresários do estado de São Paulo, que vendem os seus cursos e os seus produtos para a Secretaria da Educação. É disso que se trata. A matéria aqui, Sr. Presidente, é da “Folha de S. Paulo”. Ninguém aguenta mais.

Enquanto isso, nada de o projeto chegar aqui para flexibilizar as APDs, para a volta das faltas-aula. É um escândalo atrás do outro.

Comunico a todos e todas que nosso mandato já, hoje mesmo, estará protocolando uma representação no Ministério Público Estadual e uma outra no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, porque ali não é só conflito de interesse, é um escárnio, é uma imoralidade.

Mais uma pessoa é nomeada nesse governo, no Conselho Estadual da Educação, que tem contratos com a Secretaria da Educação. A empresa de que ele é sócio é essa Proz Educação, que tem contratos de cursos técnicos. Ele vende cursos técnicos para a Seduc, que o nomeou no Conselho Estadual de Educação. Olha só a que ponto nós chegamos aqui no estado de São Paulo.

Esse secretário tem que ser exonerado imediatamente e esse conselheiro também não pode ficar no cargo. É um absurdo isso, mas espero que, com a nossa representação ao Ministério Público Estadual e ao Tribunal de Contas, as providências sejam tomadas.

Muito obrigado. 

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem. O próximo orador é o deputado Suplicy. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Reis, eu gostaria de assinalar algo de interessante que aconteceu pois, após o transplante do Faustão, os cartórios têm aumentado em 128% os registros de desejo de ser doador de órgãos. Isso é algo muito interessante, positivo.

O transplante de coração a que foi submetido Fausto Silva, o Faustão, em 27 de agosto, causou aumento na discussão sobre o tema e no registro em cartório do desejo de ser doador de órgãos. Segundo o Cartório de Notas de São Paulo, neste mês de setembro foram registradas mais de 80 Diretivas Antecipadas de Vontade, um instrumento legal que permite que qualquer pessoa manifeste sua vontade de ser doadora de órgãos no futuro.

Aumento de 128% em comparação com as 35 Diretivas Antecipadas de Vontade registradas mensalmente, em média, nos últimos três anos. Essas DAVs garantem que os desejos do doador sejam respeitados mesmo quando ele não estiver mais em condições de se manifestar sobre essa decisão.

Nos últimos três anos, houve uma média de 422 atos dessa natureza anualmente, um aumento de 90,7% na comparação com 2020. Esse procedimento se tornou possível desde 2008.

“A Diretiva Antecipada de Vontade é uma ferramenta fundamental para assegurar que a vontade do indivíduo seja cumprida no que diz respeito à doação de órgãos”, diz Daniel Paes de Almeida, presidente do Colégio Notarial do Brasil, Seção São Paulo. “Espero que a repercussão positiva da cirurgia de Faustão possa incentivar as pessoas a se tornarem doadores de órgãos”, ele completa.

Faustão foi internado em cinco de agosto no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para tratar de um quadro de insuficiência cardíaca e realização de diálise, mas sua situação se agravou e ele foi colocado na lista de transplantes.

O quadro de saúde do apresentador o colocou como prioridade na fila de transplantes, segundo especialistas e o Ministério da Saúde. Ele era o segundo da lista e passou para o transplante em 27 de agosto, em uma cirurgia que durou duas horas e trinta.

Em 10 de setembro ele teve alta. Voltou a ser internado nesta quarta e, de acordo com o boletim médico, entrou na unidade para a realização de exames pós-transplante cardíaco. Trata-se de protocolo de rotina que avalia o funcionamento do coração e se há indício de rejeição.

Para realizar uma DAV, o interessado deve comparecer a um Cartório de Notas com os seus documentos pessoais. O ato também pode ser realizado de forma eletrônica, por meio da plataforma digital nacional e-Notariado.

Nessa situação, o cidadão escolhe o Cartório de Notas de sua preferência para solicitar o serviço. Em seguida, é agendada uma videoconferência com o tabelião de notas e a escritura é assinada eletronicamente por meio de um certificado digital gratuito, que pode ser emitido pela mesma plataforma. O custo varia de acordo com o estado; em São Paulo, é de R$548,68.

Eu quero aqui cumprimentar o Fausto Silva, um apresentador tão querido da televisão brasileira, e desejar que logo ele esteja plenamente recuperado, já com o novo coração que ele recebeu. Sr. Presidente, eu gostaria também de transmitir que o Ministério Público cobra o prefeito Nunes por defasagem em cadastro de pobres.

O Ministério Público de São Paulo ingressou na Justiça com uma ação civil pública, em que ameaça multar em 20 mil reais por dia a Prefeitura de São Paulo por descaso ao manter o Cadastro Único defasado, o cadastro de pessoas pobres, que precisam de ajuda social.

Aqui deixo o meu registro e apelo ao prefeito para que logo venha atualizar o cadastro.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem. Próximo orador, deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa.

Sr. Presidente, eu quero anunciar aqui que na próxima segunda-feira - é importante o convite aos prefeitos, aos vereadores da cidade de São Paulo -, teremos a visita do presidente Lula no estado de São Paulo, para fazer o lançamento do PAC e das obras que serão estruturadas e efetuadas no estado de São Paulo pelo novo PAC.

Nós sabemos que o PAC anterior, na gestão da presidenta Dilma, foi importante no estado de São Paulo. Foi justamente com o recurso do PAC que hoje, na zona sul de São Paulo, a CPTM chegou até a região de Mendes-Vila Natal.

Boa parte da estrutura do Rodoanel, 85% hoje do Rodoanel que está estruturado, foi com recursos, também, do PAC Mobilidade. Nós tivemos obras importantes também em alguns metrôs, principalmente, da zona sul de São Paulo, que vai até a Chácara Klabin.

Todas essas, com recursos do PAC, ainda no governo da presidenta Dilma. De lá para cá, você não teve investimento de infraestrutura no estado de São Paulo.

Está previsto, para segunda-feira agora... O presidente Lula vem no Memorial da América Latina, às dez horas da manhã, e fará anúncios importantes de investimentos no estado de São Paulo em relação ao PAC.

O presidente Lula já vem fazendo algumas ações importantes. Primeiro em relação às cirurgias eletivas, foram 600 milhões para o Brasil e 144 milhões para o estado de São Paulo.

Nos últimos dias, acabou de apresentar também para o estado de São Paulo os recursos voltados para o pagamento do piso da enfermagem.

Então, o governo, não só já anunciou, mas o estado de São Paulo já recebeu recursos em relação ao piso da enfermagem. Os municípios também têm recebido valores para o piso da enfermagem.

O governo já retomou as obras que estavam paradas de governo anteriores. As obras que estavam paradas estão sendo retomadas e, agora, investimento na infraestrutura.

Terá investimento para a Baixada Santista. As obras do PAC que estão paradas também serão retomadas. Então, é uma demonstração do quanto o governo federal tem olhado para o estado de São Paulo.

Já coloquei aqui na semana passada e vou repetir em relação à recomposição dos recursos que o governo federal tem passado para os estados e São Paulo. O governo de São Paulo recebeu, no mês de abril, 1 bilhão, 483 milhões de reais em relação ao fundo de participação.

No mês de maio, 1 bilhão, 660 milhões de reais. No mês de junho, 1 bilhão, 550 milhões de reais. No mês de julho, 2 bilhões, 150 milhões de reais. Em agosto, 1 bilhão, 325 milhões de reais.

Então, esse é o recurso que o governo federal tem repassado para os estados. Aqui são do estado de São Paulo, mas todos os estados estão recebendo essa recomposição em relação ao ICMS.

Nós não estamos vendo, nobre deputado Suplicy, esse repasse, da mesma forma, do estado para os munícipios do estado de São Paulo.

Foi feito um levantamento pelo governo federal, comparando o mês de julho com o mês de agosto, e houve um decréscimo de 20,3%, comparado com os repasses que foram efetuados no ano anterior. Antes, eram 19,5 bilhões... Eram 19, antes de 24 bilhões de reais no mês anterior, já descontado aqui o recurso do Fundeb.

Então, o governo federal está garantindo que nenhum município vai receber, de repasse (Inaudível.) de fundo de participação dos municípios, menos do que recebeu no ano de 2022.

Então, nós estamos vendo esforços permanentes do governo federal de ajudar a recompor o orçamento dos municípios. Mas nós não estamos vendo a mesma iniciativa por parte do governo do estado de São Paulo.

Então, na segunda-feira o presidente Lula vai estar no estado de São Paulo lançando as obras do PAC para um estado importante, que é o nosso Estado.

É importante que, em relação à recomposição do orçamento dos municípios, o governador também faça algum anúncio o mais rápido possível.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Próximo orador, deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, deputado Reis, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nobre deputado Major Mecca.

Nós temos cobrado constantemente a presença da Rota nas ruas de São Paulo, inclusive do próprio governador, aqui desta tribuna. Não sei quem falou para o governador (Inaudível.) que a Rota era para trabalhos especiais. Não, a Rota não é para trabalho especial, não.

O trabalho especial da Rota é proteger a população e caçar bandido. Esse é o trabalho da Rota. Desde que eu cheguei lá em 74, e desde que ela foi criada pelo coronel Salvador D’Aquino, em 70, é a função da Rota. Combater o crime com honestidade, com dignidade e com firmeza.

Queria até cumprimentar aqui o novo comandante, coronel Takahashi. Está aí o Capitão Telhada, que também foi da Rota, o Major Mecca, também da Rota. Pelo trabalho que esse pessoal executa.

Essa semana mesmo, vi o secretário Derrite, comandante-geral da Polícia Militar, coronel Cássio, apresentando uma ocorrência de um bandido que cometeu um crime, um dos maiores crimes do Brasil e do mundo, que foi o assalto ao Banco Central, há 20 anos, no Ceará. E a Rota conseguiu prender o cara, com um outro grupo de bandidos, com droga, com tudo.

E essa noite uma equipe da Rota conseguiu salvar ou liberar três caminhoneiros que estavam num cativeiro em Guarulhos. Veja bem o tirocínio desses homens da Rota. Conseguiram chegar a um cativeiro onde havia três caminhoneiros sequestrados, enquanto seus caminhões iam transportar droga por esse Brasil afora. Dois bandidos foram presos, um reagiu e acabou morto. Mas os três caminhoneiros foram salvos.

Então, vejam o bonito trabalho da Rota. Eu quero que pegue essa colocação nossa aqui e que chegue ao secretário, ao comando-geral e ao próprio coronel Takahashi, que assumiu a Rota esses dias, e que nasceu lá, começou a vida de oficial lá. E realmente está colocando a polícia para combater o crime, que eu acho que é o que a população quer. É o trabalho da Rota, esse é o trabalho da Rota.

É até bom colocar aqui que eu procurei, tempos atrás, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, atual vice-presidente da República, até acompanhado do Frederico d’Avila, que não era deputado na época, para pedir que se criasse o estilo de policiamento da Rota em vários locais.

Por quê? Porque, se tinha um juiz ameaçado em Presidente Prudente, saía Rota de São Paulo e andava 600 quilômetros para proteger o juiz que estava ameaçado. No Guarujá, é a mesma coisa.

Então, era necessário que realmente tivesse um estilo de policiamento idêntico à Rota. Tanto é que foram criados os Baeps. O próprio Major Mecca teve oportunidade de comandar um Baep na cidade de São Paulo antes de se eleger deputado aqui nesta Casa. Está funcionando muito bem também.

Então, por isso a gente fica feliz com isso. Essa segurança é que tem que se dar à população. Mais uma vez, cumprimento aqui o deputado Reis. Deputado Reis que preside a sessão, deputado do PT, homem ligado à Segurança Pública. Foi policial militar, foi soldado da Polícia Militar, foi cabo da Polícia Militar, é investigador de polícia, que conhece a polícia.

Até aqui volto a repetir a coragem que teve o governador Tarcísio de Freitas em impor à frente da polícia homens da polícia - como o Capitão Derrite, o Dr. Artur, Dr. Nico, o coronel Cássio - pessoas que são da polícia para comandar a polícia, porque ninguém tinha coragem para isso. Punham até general, iam buscar o general que não entende nada de polícia, nunca viu uma viatura, mas o general ia ser secretário.

Juízes, promotores, juristas... Eu não sou contra ninguém, mas o cara não sabe nada de Segurança Pública, ué.   “Conte, vem agora fazer cirurgia”. Não entendo nada, vou fazer o que lá?

Então, felizmente o homem teve coragem e está colocando à frente da secretaria homens experientes, homens que conhecem de polícia, como V. Exa., deputado Reis, que amanhã ou depois, com essa abertura e essa coragem do Tarcísio, você pode vir a ser um secretário aqui em São Paulo. Porque o senhor é homem da polícia, e é homem da polícia que tem que comandar a polícia, não pessoas de fora.

O cara não sabe o que é o Deic, o cara não sabe o que faz a Cavalaria, não sabe o que é uma Rota. Ele acha que a Rota tem rota, rotinha, rotona, o cara não sabe nada, coitado.

Aí ele fica cinco anos, igual à gente na academia, né? Quando ele começa a aprender, vai embora. Dois anos ou três anos e ele vai embora. Então por isso é importante que se tenha pessoas da polícia à frente da polícia.

Eu agradeço, Sr. Presidente, e parabéns mais uma vez aos policiais da Rota que salvaram esses três caminhões que estavam em poder de sequestradores, podiam até estar mortos a essa hora.

Parabéns aos policiais, e é isto aí: é Rota nas ruas.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - O deputado Contes Lopes tem um discurso profético, viu, deputado Major Mecca, deputado capitão Telhada?

 

 O SR. MAJOR MECCA - PL - Pela ordem, Sr. Presidente, para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem, é regimental.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, só consignar aqui o deputado Conte Lopes, um veterano de Rota, que citou o tenente coronel Takahashi, que assumiu o comando da Rota.

Também não posso deixar de dizer e deixar de pontuar aqui nesta sessão, nesta Casa Legislativa, que todos nós da bancada da Segurança Pública, Capitão Telhada - que está aqui presente e também serviu naquela unidade - todos nós desejamos ao tenente coronel Takahashi, novo comandante do 1º Batalhão de Polícia de Choque, a rota, desejamos muitas felicidades e sucesso a ele, ao major Emanuel, subcomandante, major Manete, 03 coordenador operacional, e a toda a tropa daquele nobre batalhão. Que Deus os abençoe sempre.

Deputado Contes citou também o 4º Baep. Foi a minha última unidade, Deputado Reis, o 4º Batalhão de Ações Especiais, na Zona Leste da capital de São Paulo.

Ao Tenente Coronel Gil e a todo o seu efetivo - que Deus os proteja imensamente - os nobres guerreiros do Baep, que estão fazendo uma diferença muito grande no apoio ao policiamento no litoral sul de São Paulo.

Deputado Conte, Telhadinha que esteve lá também no litoral, junto com o Conte, eu também estive lá... Os Baeps estão fazendo uma grande diferença no combate ao crime organizado.

Só precisamos que, se a comunidade quer realmente uma polícia forte, que combata o bandido e deixe as ruas para o cidadão de bem. Nós precisamos que as câmeras corporais sejam retiradas das fardas dos policiais, pois hoje prestam serviço que beneficia o criminoso, e não o policial.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

 O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo na lista de oradores, eu chamo o deputado Capitão Telhada para fazer o uso da palavra no tempo regimental de cinco minutos no Pequeno Expediente.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Muito obrigado, presidente. Para encerrar o Pequeno Expediente, como último orador, então, aproveitar a colocação dos meus irmãos de farda, lendas da Polícia Militar, que me... Que usaram a palavra antes de mim, o deputado Conte Lopes, o deputado Mecca.

É uma honra servir ao lado dos senhores aqui na Assembleia Legislativa, nesta legislatura. Parabenizar também o nosso amigo, nosso professor, coronel Takahashi, com quem tive a honra de servir ombro a ombro. E de comandar, junto com ele, o 4º e 5º Pelotão de Rota Vespertina, na 4ª Companhia de Rota. Inclusive, ele é um dos fundadores, como tenente. Parabéns, coronel Takahashi.

Que Deus abençoe e guie os seus passos, a cada dia à frente dessa unidade tão importante que é a Rota, Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, para o povo paulista e para o Brasil. É referência de patrulhamento tático no mundo.

Tenho certeza que o senhor fará, junto com o seu time, seu staff de oficiais e praças, fará um trabalho e um comando digno de ecoar nas histórias e no futuro da Polícia Militar. Deus abençoe muito a sua caminhada.

Gostaria de trazer à frente, na tribuna, nesta tarde, o assunto sobre Defesa Civil, mais uma vez. Eu sou coordenador da Frente Parlamentar pela Defesa Civil. E ontem estivemos no município de Mairiporã, juntamente com a Defesa Civil do Estado, com o secretário chefe da Casa Militar e coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, coronel Henguel, que está na foto aqui, à minha esquerda.

Estivemos juntos com o prefeito de Mairiporã, com diversas autoridades locais, participando de um treinamento. É um treinamento que coloca em prática, em exercício, não só os agentes da Segurança, policiais, guardas civis, enfermeiros, os agentes de defesa civil.

Não somente eles, para treinar, numa situação e calamidade, para estar adestrado, para estar capacitado frente a uma infelicidade de uma tragédia, caso ela ocorra.

Mas, principalmente, esse tipo de exercício, esse tipo de simulação, de treinamento, que tivemos ontem, em Mairiporã, tivemos também no mês passado lá em São Sebastião, na Baixada Santista.

É muito importante para treinar a população, aquele morador que habita numa área de risco. E que, por diversas ocasiões, por diversas circunstâncias, tem a sua residência estruturada numa área de risco, numa encosta, que pode ser alvo de um deslizamento diante de uma forte chuva.

Esse cidadão, esse morador, que está num caso de vulnerabilidade, numa área de R4, esse sim, tem que estar treinado, tem que estar ciente dos protocolos de como atuar diante de uma tragédia.

Então, parabéns à Defesa Civil do Estado, à Defesa Civil Municipal de Mairiporã, por estarem protagonizando esse tipo de treinamento. Tinham 22 municípios lá presentes.

Então, era em Mairiporã, mas atingiu diversos agentes de defesa civil que, só de estarem presentes, com certeza já levam uma experiência para os seus municípios.

Podem contar com o nosso trabalho aqui na Assembleia, para aprimorar os seus trabalhos, para trazer investimento, para trazer recurso e para trazer suporte para que os senhores cumpram as suas missões, no dia a dia, frente à Defesa Civil dos municípios.

Também quero falar de um outro assunto. Estive à tarde na zona leste de São Paulo, junto com o nosso vice-governador, Felício Ramuth. Estivemos na abertura da 5ª edição da Feitec, que é uma feira de tecnologia direcionada para o público, para a população da zona leste de São Paulo, aqui da Capital.

É muito importante essa feira, porque ela é protagonizada de maneira integrada, pelo governo de São Paulo, pela prefeitura, e pelo Instituto Dom Bosco. Então, um grande abraço e meus parabéns e meu reconhecimento ao padre Rosalvino, que está na fotografia conosco, junto com a ministra da Alemanha, com o subprefeito de Itaquera, o nosso vice-governador Felício Ramuth, o padre Aramis, o irmão Antonio Carlos.

 Então a Prefeitura, o Governo de São Paulo, sociedade civil, empresários, Poder Legislativo, através da minha representação, trabalhando em conjunto, para levar oportunidade, para levar empreendedorismo e profissionalização para os jovens da zona leste de São Paulo, que tanto precisam de acesso ao mercado de trabalho.

Parabéns, padre Rosalvino, pelas décadas em que tem se dedicado à população da zona leste, em especial à população carente.

Para finalizar, parabenizar e comemorar hoje, fazer coro ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Eu faço parte da Comissão em Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

Parabenizo essa luta diária que muitos irmãos nossos, policiais militares inclusive, enfrentam numa situação de deficiência física em razão do serviço, muitas vezes baleado ou acidentado, hoje se encontram numa cadeira de rodas. Como na fotografia aqui, tem o Figueiredo, tem o Praxedes comigo. O prefeito Tiago também, lá de Campinha do Monte Alegre. Acima, a APAE de Tatuí.

É um trabalho que a gente tem feito tentando, se esforçando para trazer a população que hoje tem alguma deficiência física ou intelectual para o mercado de trabalho, para a reinserção na sociedade dando dignidade e dando coro, fazendo coro, colocando mais força nessa luta pelos direitos da pessoa com deficiência. Um grande abraço a todos os amigos, contem também com o nosso trabalho aqui na Assembleia Legislativa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Uma excelente tarde de quinta-feira a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito obrigado. Encerrando o Pequeno Expediente e entrando no Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Eu chamo o deputado Eduardo Suplicy, por permuta com o deputado Paulo Fiorilo, para fazer o uso da palavra pelo tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Prezado deputado Reis, eu gostaria de assinalar que estamos recebendo a visita do vereador Manoel Deodato, da cidade de Canindé, do Ceará. Só não sei por qual porta ele está entrando, mas queria dizer... Era para ter chegado aqui. Então sejam bem-vindo, Manoel Deodato, de Canindé, do Ceará.

Gostaria, em primeiro lugar, de transmitir a minha preocupação com a continuação da guerra da Rússia contra a Ucrânia. Felizmente o presidente Lula esteve ontem com o presidente da Ucrânia, onde expressou o quanto que nós brasileiros desejamos que haja efetiva paz entre a Rússia e a Ucrânia.

É inadmissível que a cada dia nós vejamos tropas militares, utilização de armas, as mais diversas, aviões destruindo, sejam edifícios, pontes, usinas, residências, hospitais e tantas pessoas sendo mortas por uma guerra, que de maneira alguma se justifica.

É importante que o presidente Lula tenha dialogado com o presidente da Ucrânia para expressar essa vontade de que nós queremos que haja a paz. Assim como também tem expresso o papa Francisco, que é necessário que as pessoas dialoguem, que tratem as suas diferenças através do diálogo, e não através do uso de armas destrutivas e que significam um orçamento militar simplesmente extraordinário, que poderia estar de outra forma sendo utilizado para combater a fome, a miséria, a pobreza em todos os países do mundo.

Gostaria aqui também de assinalar o que eu mencionei no Pequeno Expediente. Que o Ministério Público de São Paulo ingressou na justiça com uma ação pública em que ameaça multar, em 20 mil reais por dia, a Prefeitura de São Paulo por descaso ao manter defasado o Cadastro Único, cadastro de pessoas pobres que precisam de ajuda social.

O Cadastro Único é usado pelo governo federal para selecionar as famílias aptas a participarem de programas sociais, tais como o Enem, o “Bolsa Família, “Água para Todos”, “Carteira do Idoso”, “Minha Casa, Minha Vida”, tarifa social de energia elétrica, benefício da prestação continuada, isenção de taxa com concursos públicos, aposentadoria a pessoas de baixa renda.

A gestão do prefeito Ricardo Nunes mantém a atualização do Cadastro Único abaixo da média nacional. A chamada taxa de atualização cadastral da capital paulista estava em 67% em abril deste ano, contra uma média nacional de 82,8 por cento. Em junho do ano passado, a taxa paulistana não passava de 52,12 por cento.

Os dados citados pelo Ministério Público são de uma pesquisa do programa “Polos de Cidadania”, da Universidade Federal de Minas Gerais. Essa taxa é de 85,2% no Rio de Janeiro; 92,4% em Belo Horizonte; 84,1% em Salvador; e 90,5% em Brasília, diz o pesquisador André Luiz Freitas Dias.

Para piorar, houve uma greve que afetou o recadastramento. Segundo o Ministério Público, funcionários que atualizam o Cadastro Único na Capital entraram em greve por falta de pagamento de salários em março último.

Estudo da própria prefeitura indica a defasagem. O levantamento informa que 800 mil cadastros precisam de atualização o mais rápido possível, além de 985 mil cadastros que estarão desatualizados no próximo biênio.

Procurada, a Prefeitura de São Paulo diz que o cadastramento aumentou. A Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social afirmou que a atualização foi de 75% em agosto, ainda abaixo da meta nacional, e que foram feitas 512.395 inserções nos oito primeiros meses do ano.

A pasta informa que contratará um novo serviço de prestação de cadastros. A intenção é chegar a 90 mil cadastros por mês. Em junho, a prefeitura diz ter criado 20 pontos de cadastramento, chegando a 97 endereços e 280 entrevistadores.

A Promotoria quer medidas urgentes ou multa. Anna Trotta Yaryd pede à Justiça que dê prazo de 30 dias para a prefeitura reservar dinheiro do orçamento para a adoção de medidas urgentes para garantir a manutenção e a expansão do atendimento do Cadastro Único. “E tenham como meta mínima atingir, até o final do exercício de 2024, a média nacional de 82,8%, sob pena de aplicação da multa diária no valor de 20 mil reais por dia de descumprimento.” Isso é um trecho da ação civil pública.

O Ministério Público quer conhecer as regiões da cidade com mais vulneráveis. A ação pede que a prefeitura seja condenada a apresentar, em seis meses, estudo técnico e levantamento georreferenciado por distrito que diagnostique as regiões com maior necessidade de atualização cadastral.

Gostaria, Sr. Presidente, de aqui informar que, na manhã de hoje, eu tive a oportunidade tão boa de assistir o documentário “Nossa Família”, uma produção brasileira da Companhia Brasil de Teatro e Artes, lançado na 17ª Festa Literária Internacional de Paraty, no Rio de Janeiro, em 2019, e que agora está sendo lançado em exibições hoje, em São Paulo, gratuitas também.

Eu pude assistir, no Cine Petra Belas Artes, a esse ótimo documentário do diretor Max Mu, com a presença da dona Teresa, uma das protagonistas. Duas mulheres pretas, catadoras de materiais recicláveis, ex-moradoras de rua, são as figuras centrais de Nossa Família, idealizado por Max Mu. Tereza e Mara, e suas experiências multiplicadoras e distributivas inspiram este documentário. Ao adotarem 45 e 25 filhos - registro, 45 e 25 filhos, respectivamente -, elas nos fazem refletir sobre um mundo onde a maternidade e a paternidade, o amor às relações matrimoniais, são capitalizados.

Diz Max Mu: “Ao olharmos para pessoas em vulnerabilidade social, sem capital, que unem uma família enorme e sem dinheiro, começamos a rever toda a nossa filosofia de vida, e talvez essas mulheres tragam, à luz da contemporaneidade, uma filosofia de resiliência, superação e amor pouco comum”.

Essas conversas foram conduzidas pelo premiado ator, diretor e preparador de elenco, Eduardo Silva. Tereza e Mara falam sobre as suas famílias, sua filosofia de vida, que transforma e recicla conceitos contemporâneos sobre como lidar com as adversidades, com empatia e educação.

O discurso é corroborado por entrevistas com alguns de seus filhos, inclusive Larissa Sobral, a primeira catadora a ingressar em uma universidade.

A Tereza Felipe, conhecida entre os integrantes do movimento nacional dos catadores de materiais recicláveis como a catadora mais antiga do Brasil, veio de Minas Gerais para Ribeirão Preto, São Paulo, e, ainda adolescente, após ter sido adotada, casada ainda muito jovem, mudou-se para a Capital, e chegou a viver nas ruas, mas com a renda da coleta de recicláveis conseguiu mudar o rumo de sua vida.

Comprou um terreno onde construiu sua própria casa com suas mãos, fazendo os tijolos, inclusive, na zona leste de São Paulo, onde passou a abrigar os filhos das mulheres em vulnerabilidade social, que muitas vezes os deixavam com Tereza, que tinha o sonho de ter uma grande família. Teve dois filhos biológicos e, por ter a Doença de Chagas, acabou realizando de forma inesperada, adotando e registrando 45 crianças oficialmente.

Ex-menina de rua, cria da violência doméstica, Mara, por sua vez, perdeu os pais aos nove anos, quando foi encaminhada para a Febem, de onde fugiu. Passou a morar nas ruas e a vivenciar a violência. Cansada, passou a coletar lixo.

Foi presidente eleita pelos integrantes da Cooperativa Granja Julieta - Nossos Valores, na zona sul da cidade de São Paulo, onde a renda é distribuída de maneira igualitária entre todos, pessoas em situação de rua, egressos do sistema prisional, mulheres que saem de presídios e dependentes químicos em tratamento.

Teve dois filhos biológicos, a Larissa, que esteve lá assistindo ao filme comigo, a primeira na história da família a cursar uma universidade, e Everton, mas foi abrindo a casa para outras crianças e adolescentes vítimas de violência e de abandono.

Eu pude assistir quando a Mara, no encontro do presidente Lula com a população em situação de ruas, cantou uma bela canção, que a todos comoveu, e eu quero cumprimentar tanto a dona Tereza quanto a Mara, por serem exemplos formidáveis de mães. Mães que, mesmo tendo filhos adotivos, os amou de tal maneira a criar condições de eles poderem ter uma vida com muita dignidade.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Bem, vamos chamar o próximo orador. Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi, por cessão da deputada Monica Seixas do Movimento Pretas. Tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente, deputado Reis, deputado Suplicy, telespectador da TV Assembleia.

Sr. Presidente, a violência nas escolas vem se alastrando em todo o Brasil, mas sobretudo aqui no estado de São Paulo. No estado de São Paulo, faltam funcionários do quadro de apoio escolar, o governo não contrata e, quando contrata, contrata pela Lei nº 1.093. Como nós conhecemos, é o funcionário categoria “O”. Para agente de organização escolar é pior, Sr. Presidente, porque o contrato é só de um ano.

No entanto, teve concurso e o governo não chamou, basicamente, os aprovados. Ou chamou poucos. Tanto é que, na última chamada que teve, inclusive com as escolhas...

Os servidores, no final do ano passado, escolheram. No entanto, o governo até agora não fez a nomeação desses servidores aprovados no concurso público para ingressarem nas escolas estaduais. Isso é um fator.

As escolas não têm segurança, as escolas não têm estrutura, não têm ronda escolar. Então, a violência aumenta. As salas são superlotadas. Não há atendimento psicológico, nem na área da assistência social, para os nossos alunos, para os nossos professores.

Então, essa violência tem várias causas, na verdade, mas quero destacar mais um caso que queremos repudiar, de agressão a uma professora da rede estadual, que aconteceu na segunda-feira passada na cidade de Borborema, na Escola Estadual Dom Gastão Liberal Pinto.

Essa professora foi agredida por uma pessoa que entrou na escola e agrediu a professora, que estava no horário de intervalo. Tem até um vídeo que nós recebemos agora, Sr. Presidente. Gostaria de mostrar essa cena de violência em uma escola em Borborema.

 

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- É exibido o vídeo.

           

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A pessoa entrando, a professora está sentada ali no horário do intervalo, essa pessoa acessa a escola e, em seguida, agride a professora, olha só. Uma professora apanhando de uma mulher que entrou dentro da escola, Sr. Presidente. Só depois que os professores chegam para socorrer essa professora.

Então, está aí, Sr. Presidente, mais uma cena de violência em uma escola estadual, na nossa rede estadual. Isso tem causa. A secretaria tem que tomar as medidas cabíveis.

Nós já apresentamos aqui várias propostas para diminuir a violência nas escolas, mas é inconcebível isso que aconteceu e que tem acontecido. Nossas professoras e nossos professores são ameaçados e apanham, muitas vezes, de pais de alunos, porque não há segurança nas escolas.

Queria fazer aqui mais esse destaque e essa denúncia. E que as providências sejam tomadas imediatamente pela diretoria de ensino da região, pela Secretaria da Educação. Tenho informações de que foi feito um boletim de ocorrência. E que a Secretaria de Segurança Pública também tome as devidas providências.

Quero também abordar um tema muito importante relacionado à Sabesp e à Prefeitura de São Paulo. Quero colocar, até para ilustrar melhor a minha intervenção sobre esse tema, essa matéria que saiu no UOL e na “Folha de S. Paulo”: “Sem alarde, Ricardo Nunes abre mão de controle da Sabesp e viabiliza a privatização”.

Ou seja, o prefeito Ricardo Nunes, preocupado apenas com sua reeleição, está rifando toda a população do estado de São Paulo. Ele vai rifar o povo de São Paulo, que ele deveria estar defendendo.

Ele entrou em uma das unidades, naquele conselho da unidade regional de abastecimento, as famosas Uraes. São quatro Uraes. Então, a partir do momento em que ele assina o convênio, a entrada nessa unidade regional, a prefeitura perde totalmente a autonomia, Sr. Presidente, e autoriza na prática - é isso que vai acontecer - a privatização, rifando, entregando o povo da cidade de São Paulo que ele deveria defender. Porque o que vai acontecer com a privatização? Nós todos sabemos disso: vai aumentar a tarifa. É lógico que vai aumentar.

Quando há privatização aumenta tudo. Olhe só no Rio de Janeiro o que está acontecendo, em todos os lugares. Olhe o que aconteceu aqui em São Paulo com a privatização da Eletropaulo, que agora virou essa empresa, Sr. Presidente, que está sendo investigada, essa Enel, essa empresa italiana que é campeã em reclamações no Procon aqui em São Paulo.

Aumentou a tarifa, piorou os serviços na área de Eletricidade no estado de São Paulo. As pessoas mal conseguem reclamar com a Enel. Elas ficam penduradas lá naquelas telefonistas eletrônicas. As pessoas não conseguem ter acesso, Sr. Presidente.

É tão grave a situação que tem uma CPI. Aqui, a primeira CPI instalada no ano de 2023 é uma CPI que investiga essa empresa privatizada - olhe só - e vai acontecer o mesmo com a Sabesp.

O Ricardo Nunes, prefeito da cidade de São Paulo, para ter o apoio do Tarcísio de Freitas, está vendendo a alma, não só a alma dele, está vendendo a alma de todos os habitantes da cidade de São Paulo.

Ele está instrumentalizando, Sr. Presidente, algo tão importante para se reeleger, achando que vai se reeleger. Vai ser muito difícil a hora que a conta chegar, a hora que piorar a prestação de serviços para a população; todo mundo sabe. Então ele já entregou, ele já assinou.

Nós entramos com uma representação no Ministério Público, no Tribunal de Contas do Município de São Paulo, porque ele assinou sem consultar a Câmara Municipal, sem consultar a população da cidade de São Paulo que paga a conta. Não consultou ninguém, não teve transparência, Sr. Presidente.

Então o nosso coletivo Educação em Primeiro Lugar já fez essa provocação ao MP e ao Tribunal de Contas, através de representações, para que essa assinatura seja cancelada imediatamente, porque ele não pode fazer isso, entregando a cidade de São Paulo para a privatização da Sabesp.

Ele vai estar autorizando. É grave isso porque se ele não assinar, Sr. Presidente, dificilmente haveria a privatização da Sabesp, porque São Paulo é a maior cidade da América Latina. Tem um peso econômico e político nesse processo. Então ele já vendeu a alma para o Tarciso achando que o Tarcísio vai apoiá-lo do ponto de vista eleitoral.

Então nós tomamos a providência, os nossos coletivos, o vereador Celso Giannazi, o meu mandato aqui, a deputada federal Luciene Cavalcante. Nós já fizemos isso. Agora, Sr. Presidente, ele sabe que a situação é grave, que o povo é contra a privatização.

O povo não quer o aumento da conta de água, não quer a piora dos serviços, porque a população já tem consciência da gravidade da situação. Mas ele, preocupado com isso, agora deu uma declaração. Eu quero mostrar a outra imagem, Machado, por favor, que é de uma matéria de hoje da “Folha de S. Paulo”.

Olhe só ele preocupado com a imagem dele com a população, porque ele já rifou São Paulo, mas olhe só a matéria de hoje da “Folha de S. Paulo”, que fala da declaração do Ricardo Nunes dizendo que só vai autorizar a privatização da Sabesp, a entrada de São Paulo, caso não haja o aumento das tarifas. E, ainda, foi irônico, dizendo que estava preocupado também com os funcionários da Sabesp.

Olhe só que hipocrisia! Isso não é para valer. Olhe, está aqui a matéria: “Prefeito de São Paulo condiciona apoio à privatização da Sabesp à redução de tarifas. Ricardo Nunes também espera garantias relacionadas ao contrato com a prefeitura e um “olhar”, entre aspas, para os funcionários da companhia”.

Isso não é verdade. Isso é para inglês ver, Sr. Presidente. É uma frase para inglês ver. Todo mundo sabe, porque ele já assinou. Ele já entrou na unidade regional. É aonde ele abre mão da autonomia da cidade de São Paulo.

Ele já vendeu a alma, já vendeu São Paulo, já entregou São Paulo para a privatização da Sabesp. Já era, não adianta ele falar isso agora, falou ontem, “a Prefeitura de São Paulo condiciona o apoio à privatização da Sabesp à redução das tarifas”. Vai aumentar, prefeito Ricardo Nunes, porque V. Exa. assinou já.

Acabou com a autonomia, São Paulo não vai ter mais nenhuma importância, só que nós tomamos providências, MP, Tribunal de Contas e agora nós, juntamente aqui com PSOL, PT, estamos entrando com uma Adin, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, contra essa medida de a prefeitura entrar, sem consultar a população, a Câmara Municipal, sem um amplo debate.

Eu tenho certeza, eu tenho conversado, eu conheço toda a cidade de São Paulo e São Paulo é contra. A cidade de São Paulo é contra a privatização da Sabesp. São Paulo não quer o aumento das tarifas e a piora na prestação dos serviços e no atendimento à população, porque a população já sofre com a energia elétrica, com essa Enel campeã em reclamações, em denúncias no Procon de São Paulo.

Então eu só queria desmistificar isso, dizer que o prefeito está tentando agora... Ele vendeu a autonomia de São Paulo em relação à Sabesp, ao entrar na unidade regional ele abriu mão da autonomia, do poder que São Paulo teria para barrar a privatização. Ele já vendeu e agora vem com essa frase, “olha eu só vou autorizar a privatização se diminuir a tarifa”, ele sabe que isso não é verdade. Acredite quem quiser nessa frase.

E muito menos preocupação com os servidores da Sabesp, ele não tem preocupação nem com os servidores da prefeitura, que ele mantém com os salários arrochados e defasados, queria até reduzir as férias dos servidores municipais por conta de licenças médicas, faltas médicas. Não fosse a nossa ação na Justiça ele teria conseguido.

Agora vai falar que está preocupado com os servidores da Sabesp? Isso é de uma farsa sem precedentes.

Então, Sr. Presidente, nós estamos tomando todas as providências para que não haja essa privatização e para que São Paulo não abra mão da sua autonomia, por isso que nós já acionamos, repito, MP, Tribunal de Contas, e vamos agora à Justiça com um outro recurso.

Muito obrigado, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Estou aguardando o deputado Carlos Giannazi para que ele possa assumir a Presidência dos trabalhos. 

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência a lista de oradores inscritos no Grande Expediente, com a palavra o deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Com a palavra o deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.)

E agora, com a palavra o deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna. 

 

O SR. REIS - PT - Presidente Carlos Giannazi, eu ouvia atentamente a fala de V. Exa. eu gostaria de chamar a atenção para essa questão da segurança escolar, porque quando aconteceu aquele fato na Vila Sônia, com a professora Elisabete Tenreiro, que foi vítima, foi esfaqueada, esta Casa produziu dezenas de projetos propondo políticas de segurança escolar.

O governador também criou um aplicativo, não é? E eu sempre disse que o aplicativo não funciona muito bem, porque quando ele é acionado é porque alguma coisa já aconteceu. E a segurança tem que ser preventiva.

Por exemplo, se nós tivéssemos naquela escola, talvez uma pessoa acompanhando as pessoas que entram na escola, pessoas que não são da escola e que entram ali, talvez pudesse agir de imediato para não permitir que aquela professora, que V. Exa. mostrou aqui, fosse vítima daquela agressão.

Não dá para aceitar que uma pessoa que esteja ali trabalhando, e em qualquer repartição pública, presidente Giannazi, não é só na Educação, na Saúde também, em postos de saúde, em hospitais, que as pessoas que estão ali trabalhando, prestando um serviço para a sociedade, sejam agredidas da forma que aquela professora foi.

Então, é importante, sim, ter um profissional qualificado, preparado, na escola, para poder agir de imediato. E é importante que o governo tenha uma política de segurança escolar porque ela não existe. Ela não existe, por mais que se fale de ronda escolar, não há um trabalho, como já houve no passado.

Eu me lembro muito bem, que nós tivemos, no passado, um trabalho, e V. Exa., que é professor, é diretor de escola, V. Exa. sabe que, no passado havia um programa de segurança mais efetivo.

Além da segurança escolar, tinha, lá na porta, um policial, em várias escolas do estado, e tinha a ronda que, a cada duas ou três horas, passava na escola, conversava com a direção da escola, via quais os problemas que escola tinha.

Então, quando acontecem esses fatos, que afloram o debate, começam a aparecer sugestões, soluções, e depois que esfria o debate, ninguém mais fala disso. Então, é importante que o governo tenha uma política, e ele até falou que ia contratar agentes de segurança para colocar nas escolas.

Mas é fato que nós estamos no nono mês da gestão e nada aconteceu. Foi somente um falatório de momento. Então, o governador fala, fala, fala, mas as coisas não acontecem. Esse governo tem muita dificuldade para fazer as coisas. E sabe por que ele tem dificuldade, deputado Carlos Giannazi?

Primeiro, porque ele não é de São Paulo. Ele não conhece São Paulo. Ele não sabe como funcionam as coisas em São Paulo. Os seus secretários não são de São Paulo. Eu já identifiquei várias pessoas de outros estados que estão aqui, conduzindo o governo de São Paulo. Pessoas que vieram com o governador.

Pessoas de outros estados, que também não conhecem as características, as peculiaridades de São Paulo. E eles são lentos, eles não têm experiência, expertise, da administração pública.

O governo anterior, pode-se dizer que o governo foi predatório, o governo atentou contra o funcionalismo público, mas tinha pessoas mais conhecedoras do que é administração pública.

Então a gente percebe que eles têm dificuldade para construir projetos, para fazer contratações, licitações. Nós estamos observando. Nós, que somos de São Paulo e conhecemos a administração pública.

Eu, que tive experiência de trabalhar na Prefeitura de São Paulo, na gestão da prefeita Marta, de ter sido vereador em São Paulo e agora deputado, eu conheço um pouco. Funcionário público concursado, de carreira, a gente conhece um pouquinho do funcionamento da administração pública.

Dá para perceber que o governo está empacado, está travado, e ele ainda está vivendo, presidente, da produção do governo anterior. Ele sobrevive, os atos, os fatos que ele vai criando, produzindo no dia a dia, vêm do governo Rodrigo Garcia, porque, na realidade, o João Doria não foi um governador.

Quem governava era o Rodrigo Garcia, o João Doria era aquele que gostava de fazer a sua promoção pessoal, gostava de aparecer, mas quem estava coordenando à frente da Casa Civil era o seu vice-governador, que depois se tornou governador.

Então, uma boa parte da produção de pavimentação de vias, de obras do metrô, que estão sendo feitas, de privatizações, inclusive, porque o governo anterior era um governo privatista também, um governo vendedor do estado, um governo de negócios, como é o atual, o que se tem de produção, ainda hoje, veio de herança do governo Rodrigo Garcia.

Então, a gente espera que o governo seja mais eficiente, mais produtor de resultados, porque nessa questão da segurança escolar, realmente, foi aquele falatório, todo mundo subindo na tribuna, falando e falando. Mas, no dia a dia, vamos visitando as escolas e percebendo que o governo de plantão só aparece quando surge o debate, depois não se vê mais nada.

Então, é urgente que se tenha uma política de segurança escolar. E vários deputados aqui protocolaram projetos nesse sentido. Mas, protocolamos o projeto, o projeto tramita, aprovamos o projeto; porém, quando ele chega no governo, recebe veto. “Ah, isso não é de iniciativa, tem vício de iniciativa.” Bom, o governo poderia pegar a essência desses projetos, colher deles o que têm de melhor, e apresentar uma política efetiva.

Dentro daquilo que foi produzido pelos vários Srs. Deputados e Sras. Deputadas, o governo poderia, realmente, se apropriar dessa experiência que cada um tem, o conhecimento de cada um que faz parte dessa Casa e que representa o povo.

Se está apresentando aquelas ideias é porque tem discussão na base, tem discussão com a sociedade, porque o governo não fala com a sociedade, o Governo não discute com a sociedade. O Governo sobe no caixote e fica falando o que está fazendo ou fica fazendo de conta que está fazendo. Muitas vezes, fica enganando o povo.

Então, o Governo é isso, ele se apropria muitas vezes da produção de outras pessoas para se colocar como se fosse o dono da coisa. Ele poderia estudar melhor essas propostas que foram apresentadas aqui, para a segurança escolar.

Tem proposta - inclusive de minha autoria - de criar área de segurança escolar no entorno da escola. Para uma área de segurança escolar até poderia contratar policiais já aposentados para ficar no entorno.

É uma discussão, sim, com a área educacional, com aqueles que fazem parte do processo de educação - os educadores - de que a segurança, internamente, talvez devesse ser tratada de outra forma. Talvez ter até - conforme disse o governo – de contratar mil seguranças.

Até ter um segurança desarmado, treinado dentro da escola para que, num caso como aquele que V.Exa. mostrou, se tivesse de imediato ali, já ia neutralizar aquela pessoa que estava agredindo a professora.

E ter no entorno um processo de segurança escolar diferenciado. “Ah, botão do pânico.” Surgiram várias ideias aqui: aplicativo, botão do pânico. Mas, a essência para realmente ter uma segurança escolar adequada é ter um sistema preventivo, é agir antes de acontecer, é ter um sistema que não deixe a agressão acontecer, que não deixe que os profissionais da Educação sejam vítimas de agressão, que não haja morte próximo das escolas, que realmente haja rondas escolares.

E que a população veja, porque se a população não vê é porque não existe. Se a população não vê esse processo de segurança nas escolas, nos bairros... Aliás, não tem segurança nos bairros, como não tem ronda nos bairros.

Se a população não vê é porque não existe, Sr. Presidente.

 

O SR. REIS - PT - Então, encerrar minha fala e requerer de V.Exa. que seja levantada a sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito obrigado, deputado Reis.

Antes de levantar a sessão, só queria me associar ao que disse V.Exa. que esse governo realmente não cumpre promessas, não cumpre com a palavra. Tudo que esse governo fala a gente não pode escrever, porque nada se concretiza.

Sobretudo, Sr. Presidente, deputado Reis, eu quero aqui da presidência da Assembleia Legislativa cobrar mais uma vez a Seduc, o secretário estadual de Educação, dono da Multilaser, o Renato Feder.

Para que ele encaminhe o projeto de lei que ele prometeu desde o semestre passado aqui para a Assembleia Legislativa. O projeto de lei que vai flexibilizar as APDs, as atividades pedagógicas diversificadas que estão matando os professores, estão criando uma estafa, Sr. Presidente, nos nossos professores. Os professores não aguentam mais, os professores estão sendo torturados diariamente por essas APDs, que devem ser feitas em local de livre escolha dos professores, do Magistério estadual.

Ele, em três ocasiões, o secretário Feder, se comprometeu publicamente, inclusive, na Comissão de Educação aqui da Alesp, no semestre passado, em uma reunião que eu tive com ele, em uma audiência no seu gabinete, que eu até dei publicidade a isso, e mais recentemente em uma “live” que ele fez, dizendo que estaria encaminhando projeto para a Assembleia Legislativa, e até agora o projeto ... hoje é dia 21, quinta-feira, 21 de setembro, e o projeto não chegou ainda na Alesp para que nós possamos aprová-lo em caráter de extrema urgência, tanto o projeto das APDs, como também da volta da falta-aula. Nós temos que alterar a famigerada Lei nº 1.374.

Também aproveito, antes do encerramento, Sr. Presidente, do levantamento, para manifestar o nosso total apoio à luta dos estudantes e, agora, também dos professores da Universidade de São Paulo, que estão em greve contra as contratações precarizadas, porque a USP também está copiando a Secretaria da Educação, criando lá a contratação precarizada, uma espécie de professor categoria “O” para a universidade.

Ao invés de concurso público, como as outras universidades têm realizado, a USP está contratando precariamente, por tempo determinado, professores, minando, sabotando a carreira docente da Universidade de São Paulo. E tem falta de professores, sendo que a USP tem um orçamento bilionário, de 8 bilhões e 400 milhões de reais.

A crise se instalou na FFLCH, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, começando pela Faculdade de Letras. Inclusive eu realizei uma audiência pública aqui com os alunos de Letras no semestre passado, já denunciando esse fato.

Tem um dossiê que nós levamos ao reitor, nós pedimos a publicação no Diário Oficial dando conta desse desmonte do curso de Letras e de outros cursos também, agora, que são denunciados na FFLCH, Sr. Presidente, deputado Reis, que estava presidindo a sessão.

É grave a situação lá. Os alunos entraram em greve contra esse desmonte, a falta de professores, a falta de funcionários, a falta de moradia estudantil, de permanência estudantil, a precarização das instalações. É um caos, a maior universidade da América Latina, a mais importante, vive um verdadeiro caos, falta investimento.

Eu pedi já, para concluir, a convocação, tanto do reitor da USP, como também do diretor da FFLCH, para que eles venham depor aqui, explicar e resolver essa crise, contratando professores e funcionários através do concurso público de provas e títulos, como determina a legislação e como orienta o próprio Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, que também já foi acionado por nós.

Havendo acordo entre as lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.        

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 43 minutos.

 

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