20 DE OUTUBRO DE 2023

42ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO DIA DO PROFESSOR

        

Presidência: PROFESSORA BEBEL

        

RESUMO

        

1 - PROFESSORA BEBEL

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - EDSON SERBONCHINI

Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.

        

3 - PRESIDENTE PROFESSORA BEBEL

Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene para realizar a "Homenagem ao Dia do Professor", por solicitação desta deputada, na direção dos trabalhos. Convida a todos a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro", executado pelo Quarteto de Chorinho "Fora de Contexto".

        

4 - EDSON SERBONCHINI

Mestre de cerimônias, apresenta o Quarteto de Chorinho "Fora de Contexto".

        

5 - PRESIDENTE PROFESSORA BEBEL

Agradece aos professores, estudantes e autoridades presentes nesta solenidade. Cumprimenta a Mesa Diretora. Defende a educação pública de qualidade. Comenta a trajetória de todos os componentes da Mesa Diretora. Lembra que o dia 15 de outubro, no qual se comemora o Dia dos Professores, deixou de ser feriado durante o governo João Doria. Menciona o corte de verbas da Educação, de 30 para 25%, aprovado pelo governo Tarcísio de Freitas. Afirma que se trata de menos dez bilhões de reais de investimento na Educação. Cita pesquisa, na qual 92% dos alunos têm confiança nos professores. Diz que os professores ajudam a formar um estado e um país. Ressalta que sempre escolheria ser professora e que tem muito orgulho de sua profissão. 

        

6 - EDSON SERBONCHINI

Mestre de cerimônias, anuncia apresentação musical do Quarteto de Chorinho "Fora do Contexto". Lê o currículo da professora Dra. Nita Freire.

        

7 - NITA FREIRE

Educadora, mestra e doutora em Educação pela PUC-SP, faz pronunciamento.

        

8 - EDSON SERBONCHINI

Mestre de cerimônias, lê o currículo de Ana Estela Haddad.

        

9 - ANA ESTELA HADDAD

Membro do Comitê Assessor da Rede Universitária de Telemedicina, faz pronunciamento.

        

10 - IARA MORAES

Supervisora de ensino, faz pronunciamento.

        

11 - FÁBIO DE MORAES

Primeiro presidente da Apeoesp, faz pronunciamento.

        

12 - ALBERTO SHIGA

Dirigente de escola, representando o Instituto Federal de São Paulo, faz pronunciamento.

        

13 - ZENAIDE HONÓRIO

Secretária geral da Apeoesp, faz pronunciamento.

        

14 - ROBERTO GUIDO

Secretário de Finanças da Apeoesp, faz pronunciamento.

        

15 - SHEILA NOBRE

Representante da União dos Movimentos de Moradia de São Paulo e Secretaria de Favelas, Cortiços e Ocupações, faz pronunciamento.

        

16 - AQUINO

Professor, faz pronunciamento.

        

17 - ANA ESTELA HADDAD

Membro do Comitê Assessor da Rede Universitária de Telemedicina, faz pronunciamento.

        

18 - LEDA ZINSLY

Professora e diretora da Escola Estadual Eduir Benedicto Scarpari, faz pronunciamento.

        

19 - ADRIANA

Representante da Escola República do Panamá, faz pronunciamento.

        

20 - PRESIDENTE PROFESSORA BEBEL

Informa que serão entregues rosas e diplomas para todos os professores presentes. Agradece a presença de todos. Diz que gostaria de implementar nesta Casa, no próximo ano, a Semana da Educação, para que as escolas possam expor os seus trabalhos. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

* * *

 

- Abre a sessão a Sra. Professora Bebel.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Boa noite, senhoras e senhores, sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Esta sessão solene tem a finalidade de homenagear os professores pelo seu dia, comemorado em 15 de outubro. Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo Canal Alesp no YouTube.

Convido para compor a Mesa dos trabalhos a deputada estadual Professora Bebel, proponente desta sessão solene. (Palmas.) Convido também a professora Dra. Ana Estela Haddad, secretária de saúde do Ministério da Saúde. (Palmas.)

Convido, para fazer parte da Mesa, Fábio de Moraes, o presidente da Apeoesp, biênio 23/26. (Palmas.) Convido também Zenaide Honório, secretária geral da Apeoesp. (Palmas.)

Convido Roberto Guido, secretário de finanças da Apeoesp. (Palmas.) Convido também Sheila Nobre, representando a UMM-São Paulo - a União dos Movimentos de Moradia de São Paulo - e secretária de favelas e cortiços. (Palmas.) Sheila Nobre, por favor.

Convido ainda Alberto Shiga, representando o Instituto Federal de São Paulo. (Palmas.) Convido para a extensão da Mesa a Escola Professor Vianello. Professor Aquino (Palmas.) Convido também para a extensão da Mesa a Escola República do Panamá, os professores Adriano e Aquino. (Palmas.)

Perdão... Adriana. Adriana? Pois bem, pessoal, a Adriana está chegando.

Neste momento, eu passo a palavra à Professora Bebel, para que proceda a abertura desta sessão solene.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Sob a proteção de Deus, iniciamos os trabalhos nos termos regimentais. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa de Leis, o deputado André do Prado, atendendo minha solicitação, com a finalidade de homenagear os professores e professoras pela passagem do seu dia, comemorado em 15 de outubro. (Palmas.)

Agora vocês vão ter que fazer silêncio, porque nós vamos... Convido a todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pelo Quarteto de Chorinho “Fora de Contexto”.

 

 O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Solicito a todos para que, em pé, possamos ouvir o Hino Nacional Brasileiro. Obrigado.

Pessoal da galeria, por favor. Um minuto de silêncio, por favor.

Obrigado.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Obrigado. Obrigado pela execução pelo Quarteto de Chorinho “Fora de Contexto”, que é composto pelos músicos: Amanda, Leonardo, Marcos e Matheus. (Palmas.)

Ressaltamos que o Quarteto “Fora de Contexto” é formado por membros da Escola de Cultura do Estado de São Paulo. Além de uma bela apresentação artística, proporciona uma formação de arte musical e instrumental brasileira, tendo como foco principal o choro.

Neste momento, registro a presença de algumas autoridades: Suely Fátima de Oliveira, representando a Secretaria da Mulher da Apeoesp; Marcos Antônio dos Reis, coordenador pedagógico da Escola Estadual Felipe Cardoso.

Neste momento, passo a palavra à deputada Bebel. Bebel, se puder dar as boas-vindas... e depois nós começamos a abrir a palavra para a nossa professora doutora... por favor.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Bem, eu quero muito agradecer a todo o público presente. Aqui tem um público que tem professores, mas também o Movimento Moradia, que estava conosco na praça até o período da tarde de hoje, até agora no início da noite. Quero cumprimentar estudantes que estão presentes aqui entre nós. Enfim, todas as autoridades. Para mim, todos vocês são autoridades.

É dessa forma que nós, professores, vemos todos aqueles com quem nós temos relacionamento. Eu quero cumprimentar o Shiga, ele passou a fazer parte do meu clube de prediletos. Viu, Shiga? É aquela pessoa com quem eu... sempre que eu vou ao IFSP, e aí tem relação com a Estela Haddad.

O IFSP é senão... um dos Institutos Federais de Educação. É senão... eu diria que uma grande obra, de um dos... uma das pessoas... foi um dos melhores... foi o melhor ministro que este País já teve, que foi Fernando Haddad. Mas a Estela Haddad é a Estela Haddad, e o Fernando Haddad é o Fernando Haddad, eu tenho muito claro o potencial da Ana Estela. Por isso, ela está aqui entre nós. (Palmas.)

Eu vou cumprimentar o Fábio, ele é o presidente hoje da Apeoesp, e eu sou a segunda presidente. Aí eu já ouvi até piadas: “Ah, a Bebel quer dar um golpe no Fábio, ela não quer deixar...”. Não. A gente combina, não é, Fábio? E muito bem. (Palmas.) Nós hoje fizemos... nesse primeiro semestre, acho que foi a entidade que fez o maior ato de rua.

Nesse período... foi a Apeoesp que fez no dia de hoje, primeiro com os professores e depois com todo movimento social organizado e aqueles que não estavam organizados. Para defender o quê? A educação pública de qualidade. Aí eu tenho corte de classe, para os filhos e filhas da classe trabalhadora.

Então, para mim é muito satisfatório ter o Fábio aqui ao meu lado e, também, por óbvio, fazer esta homenagem aos professores comigo. Bom, Ana Estela Haddad, eu desde que a conheci... tanto eu era mais jovem quanto ela era mais jovem, mas a Ana Estela mais jovem era uma menininha perto de Fernando Haddad. Então, eu olhei e falei: “Mas é a filhinha dele? Quem é?”.

Aí eu olhei de novo e eu falei... e me falaram: “É a esposa dele”. E eu falei: “Mas olha...”. Aí foi em um primeiro momento, quando ele saiu candidato a prefeito, foi quando eu, assim mais proximamente, conheci a Ana Estela.

E a trajetória da Ana Estela é muito linda. Gente, o Fernando Haddad fez muita coisa, mas o Prouni... o presidente Lula fala toda hora: “O Prouni é um projeto da Ana Estela Haddad”. (Palmas.)

É claro que o Fernando Haddad - nosso ministro - era ministro, mas o Prouni é um projeto dela, não é? Então, muitos aqui, quando forem agradecer, agradeçam ao Fernando Haddad, mas à Ana Estela também, porque ela tem isso... não tem problema entre eles e ela sabe desse carinho que nunca eu deixei de ter com você, Ana Estela.

Agora fui à campanha, sempre muito, muito, muito essa pessoa linda fisicamente e a gente vê que por dentro também é uma pessoa muito linda. Que satisfação tê-la aqui comigo, viu? Muito grande. (Palmas.)

Quando me pediram assim: “Bebel, quem a gente chama?”. E eu falei: “Ana Estela Haddad. Eu quero a Ana Estela aqui conosco”.

Zenaide, você faz parte da trajetória da minha vida. Entre ventos e vendavais, hoje nós chegamos juntas. Hoje ela é secretária geral da Apeoesp, uma mulher negra, bonita, forte, está aí e vai ajudar a tocar a Apeoesp. Não é, Fábio? Junto a nós dois. Você e eu... daqui a pouco vou ter que ir pendurando as chuteiras, para que todos possam ir tendo o seu caminho.

E a Sheila? Por que eu quis a Sheila na Mesa? Porque a Sheila é de um bairro muito pobre da zona sul, e lá eles têm uma preocupação: o Morro do Ketchup. Isso é uma preocupação, Ana Estela, que é dar recuperação às crianças que não tiveram oportunidade na pandemia.

Isso é educação? Não tem relação com a educação? Claro que a moradia tem, e ela como mãe, como também líder do Movimento Moradia, está aqui conosco também para homenagear os professores. (Palmas.)

Eu não posso deixar de falar sobre o Guido, ele mora no meu coração de duas formas. Mora no meu coração, porque o Guido também é uma pessoa especial, não é, Fábio? Nós que convivemos com ele. E porque o Guido também é por osmose... ele era o protegido do Carlão Ramiro, o Carlos Ramiro de Castro, que foi presidente da Apeoesp antes de mim. Ele faleceu e o Guido cumpriu um papel de quase filho do Carlão, a gente falava que ele era o “filhinho do Carlão”.

E eu era ciumenta e falei... eu ficava naquelas cotoveladas com o Guido. Por quê? Porque era só o Guido. No fim, o Guido entrou no nosso circuito e nós hoje estamos aqui juntos também. Não é, Guido? (Palmas.)

E ele é o meu grande companheiro também, como é o Fábio e como é a Zenaide. Bom, ali tem alguém que eu...

 

O SR. - (Inaudível.)

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Ah, a professora Adriana. Que é da Escola Paraguai?

 

A SRA. ADRIANA - (Inaudível.)

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Ah, é a República do Panamá. Aqui agora eu vou falar sobre quem vocês querem que eu fale, a professora...

 

TODOS - Adriana. (Vozes sobrepostas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Ana... Adriana. (Vozes sobrepostas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Coordenadora pedagógica...

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Palmas para ela, pessoal. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Coordenadora pedagógica da República do Panamá, a escola. Parabéns, Adriana. (Palmas.)

 

TODOS - Adriana, Adriana, Adriana.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - E o Aquino, ele é outra pessoa especial também, que me ajuda muito aqui na Assembleia Legislativa e tem um trabalho fantástico na zona sul. (Palmas.) Vocês veem que eu estou roubando aí a turma da zona sul.

E tem gente de Piracicaba ainda, tem um ônibus de Piracicaba chegando, inclusive, a diretora da Apeoesp, a Leonor. (Palmas.)

Vou pedir para que as autoridades, por favor, façam um papelzinho para eu passar para o Cerimonial e o Cerimonial vai lendo todas as autoridades, porque a gente não vai se lembrar de todos que estão aqui.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - (Inaudível.)

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - O Ronaldo, mas o Ronaldo...

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - (Inaudível.)

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - É, se puder passar. Então, eu quero dizer para vocês que o dia 15 foi o dia nosso, o Dia dos Professores. Caiu no domingo, mas se caísse semanalmente... vejam bem, até antes da era Dória, 15 de outubro era feriado e depois deixou de ser.

Como ficou triste para nós, porque o sinal foi o seguinte: “Não tem importância nenhuma”. E tem. Neste ano caiu no domingo. Eu quero dizer que é mais um dia 15, mais um dia 15 em que a gente pode dizer: “Olhe, nós temos muito pouco o que comemorar”. Acho que a gente comemora mais os avanços que nós temos com os estudantes.

Acho que é a resistência de cada professor e professora nas escolas que tem feito esse papel, essa posição, do que propriamente as políticas educacionais oriundas de governos, sucessivos governos que não tiveram olhares para com os professores. Por isso, a gente fez muito esforço quando o nosso candidato a governador, Fernando Haddad...

A gente fez muito esforço para ele se eleger, porque a nossa... a gente tem a certeza de que o olhar para conosco iria ser totalmente diferente. E, Ana Estela, como presente do Dia dos Professores - isso me emociona - nós estamos ganhando os cortes das verbas para a Educação, de 30% para 25%.

Eu subi naquela tribuna e eu disse um dia: “Quando eu vou subir à tribuna para parabenizar um governador? Quando eu vou subir à tribuna para dizer: “Olhem, tivemos a honra de ser reconhecidos”?” Porque até agora, em quatro anos de mandato, foram quatro anos de enfrentamento, e isso é injusto.

Porque são quatro anos de enfrentamento da “era Dória”, que enxugou tudo o que poderia enxugar e, inclusive, acabou com a nossa carreira. Agora, assumindo um novo governo, a gente falou: “Bom, pode ser que tenha alguma diferença”. E não vai ter. Nós ganhamos de presente nesta semana... veio para esta Casa a redução das verbas para a Educação.

Vai significar menos dez bilhões de reais, mais do que o Bolsonaro queria fazer em termos de corte na educação, é o que o governo Tarcísio quer fazer aqui no estado de São Paulo.

Nós só temos que esperar do presidente Lula um olhar que já tem tido, porque ele já tem políticas para escolas de tempo integral com bolsas de estudos, muito diferente de como é aqui no estado de São Paulo, porque aqui é sem bolsas de estudos, então, o estudante tem que deixar a escola.

Uma escola com 3.000 estudantes acaba caindo para 1.500, uma escola com 1.500 cai para 750, porque os alunos são alunos trabalhadores e, se não tiver uma forma de eles ficarem na escola, como eles vão ficar? Eles vão trabalhar. E a forma como os professores têm sido tratados também é difícil.

Imagine você que se nós faltarmos duas horas-aulas para irmos ao médico, nós perdemos o dia todo, ainda que você vá dar aula. Então, como faz? Você fica em uma situação de dizer o seguinte: “Nós sofremos o assédio moral/verbal e sofremos o assédio moral através da Legislação”, porque não deixa de ser um assédio moral para conosco.

Mas eu quero falar sobre as alegrias, sobre a alegria de saber que uma pesquisa... é uma pesquisa de um instituto com o qual, enfim, a gente não tem tanta proximidade, que é a Fundação Lemann, e aponta que 92% dos alunos veem e tem confiabilidade em quem? Nos professores. (Palmas.) Que, no mais, 90% dos seus familiares, a confiabilidade está em quem? Nos professores.

Então, se é isso, deixem-nos ser aqueles que podem, sim, ter a capacidade de tocar o projeto político-pedagógico na escola e, enfim, fazer da educação a melhor educação que este estado precisa, porque muitos até acham que a gente é arrogante e que fala assim: “Ah, nós somos a mais importante profissão”.

 Eu tomo um certo cuidado para dizer. Eu costumo dizer que nós ajudamos a construir um estado e um país, e é verdade, porque nós formamos todas as profissões, o engenheiro, inclusive, que constrói a cidade. (Palmas.)

Com essas palavras, eu digo para vocês: muito obrigada pela presença de vocês aqui. Muito obrigada por atender o nosso convite. E dizer que, enquanto eu estiver aqui na Assembleia Legislativa, a minha missão será esta, como também até mais ampla.

Quando eu entrei aqui, achei que iria ser só defender a Educação, sabe? Quando eu vi, eu estava na moradia, estava na comunidade LGBTQIA+, estava dentro de tudo. Então, não é verdade e o deputado é isso mesmo, ele vai ter um papel mais amplo do que a área da qual ele é oriundo.

Mas se me perguntassem de novo sobre o que eu gostaria de ser se eu nascesse e tivesse que escolher uma profissão, eu novamente iria e afirmaria: “Novamente, com todas as dificuldades que nós passamos, eu quero ser professora, com muito orgulho”. (Palmas.)

Muito obrigada.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Obrigado, deputada Bebel, pelas palavras. Dando continuidade à sessão solene, registro a presença de Ronaldo Almeida, presidente da Armapir, a Associação de Religiosos de Matriz Africana de Piracicaba. (Palmas.)

Patrícia Plens, diretora da CUT de São Paulo. (Palmas.) Claumir Bento Rufini, diretor de comunicação (Inaudível.) de São Paulo. (Palmas.) Professora Leda Zinsly, diretora da Escola Estadual Eduir Scarpari. (Palmas.)

Neste momento, assistiremos à apresentação do Quarteto de Chorinho “Fora de Contexto”.

 

* * *

 

- É feita a apresentação musical.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Ok, muito obrigado. (Palmas.) Agradecemos a apresentação do grupo de chorinho “Fora de Contexto”, por abrilhantar esta homenagem ao Dia do Professor.

Neste momento, com participação virtual, a professora Dra. Nita Freire. Educadora, Ana Maria Araújo Freire ganhou o Prêmio Jabuti 2007, na categoria “biografia”, o mais importante da literatura brasileira, pela sua obra “Paulo Freire: Uma História de Vida”.

O livro conta a história de um dos maiores educadores e filósofos da educação no Brasil, o pernambucano Paulo Freire. Em 2006, também foi contemplada pelo Prêmio Jabuti como organizadora ao lado do marido na categoria “educação”, pelo livro dele “Pedagogia da Tolerância”, publicado pela editora Unesp.

Ana Maria, ou como prefere ser citada, Nita Freire, é educadora, mestra e doutora em educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - a PUC - cidade onde reside há cerca de 50 anos. É pernambucana, do Recife.

Vamos, neste momento, assistir ao vídeo.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Não, ela vai falar pelo Zoom.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Ok.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Está tudo certo?

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Está projetado já? Pronto? Ok.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Boa noite, professora Nita.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Seja bem-vinda.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Bem-vinda.

 

A SRA. NITA FREIRE - Muito obrigada. Boa noite a todas e todos que estão festejando o Dia do Professor. O Dia do Professor realmente, como disse a Bebel... Aliás, eu quero cumprimentar todos e todas através das minhas amigas. Bebel, a deputada Bebel, uma lutadora frente à Unesp... desculpem-me, da Apeoesp. (Palmas.)

E a minha Ana Estela também, a esposa de Fernando Haddad, um encanto de mulher pela sua beleza, pela sua paciência, pela sua docilidade e sua eficiência em tudo o que faz. (Palmas.)

Eu sou de uma família de professores, então, o Dia do Professor... falou em educação, é um motivo que me atinge profundamente, me toca profundamente.

Eu sou filha de Aluísio Araújo, que teve um colégio chamado Oswaldo Cruz - não tem ligação nenhuma com esse de São Paulo - que ofereceu bolsas de estudos a milhares e milhares de... milhares eu não sei, mas centenas e centenas de estudantes pobres que não poderiam pagar pela escola.

Era uma escola que toda a elite pernambucana frequentava, de outros estados, que vinham desde o Maranhão até Sergipe, iam estudar lá. O colégio era rodeado de pensionatos de rapazes, e depois até de moças também, porque o colégio tinha coeducação, quer dizer, meninas e meninos em uma mesma sala de aula, como deve ser.

Bem, nesse colégio foi onde Paulo Freire estudou, e eu conheci Paulo Freire, então, quando eu tinha quatro ou cinco anos, pelos corredores do COC, como a gente falava.

Ele também foi uma pessoa que recebeu - e recebeu com muita gratidão - esses estudos que o possibilitaram chegar aonde ele chegou, fora o esforço próprio, uma inteligência fabulosa, um carisma extraordinário, uma postura de divindade pouco vista em qualquer homem, sobretudo em educadores.

Paulo Freire é hoje o patrono da educação brasileira. Sobre isso, eu queria chamar a atenção de vocês para o seguinte: existe atualmente na Câmara Federal três pedidos de mudança do nome, mudança da pessoa homenageada como patrono da educação. São três movimentos que estão a toda para impedir que homenageemos Paulo Freire.

Nosso mestre de cerimônias diz que Paulo... desculpem-me... era um dos maiores educadores e filósofos do Brasil. Eu vou dizer, desculpe-me te fazer esse adendo, Paulo é o maior educador do Brasil e um dos maiores do mundo, é um filósofo... é um filósofo da educação que é homenageado pelo mundo todo como tal. (Palmas.)

Depois da teoria de Paulo, nada veio que pudesse derrubar os seus conceitos, os seus preceitos e os seus ensinamentos para com... desculpem-me, eu estou com essa... muito ruim por causa da secura. Vamos ver se eu consigo falar mais algumas coisas sem incomodar tanto com essa tosse, com esse pigarro.

Então, o que a gente vê é que, na época do Bolsonaro, ele tentou isso, mas nos juntamos aqui em São Paulo à Luiza Erundina e ao Coletivo Paulo Freire, lutamos e conseguimos que se revertesse esse quadro e a extinção do nome de Paulo como patrono.

Agora, com esta nova legislatura, Bolsonaro não está mais no poder, mas existe na Câmara Federal um número enorme de pessoas que só pensam em si, nos ganhos para si e para os seus familiares, não são aqueles que querem o bem-comum e que querem construir uma Pátria mais justa e democrática.

Então, esses estão se arvorando agora para colocar nomes quaisquer. Já sugeriram o nome de uma professora que morreu em um incêndio, salvando um índio. Ora, se a gente for pensar nisso, Paulo salvou milhões e milhões de pessoas, não de incêndios, mas salvou da ignorância da... (Palmas.)

É um homem que se empenhou. Eu conheci Paulo, como eu já disse, aos quatro anos. Acompanhei a vida dele em Recife, com ele entrando no Sesi, depois no método de alfabetização dele. Depois eu me casei pela primeira vez e vim para São Paulo, aliás, nunca mais voltei.

Ele continuou lutando e lutando, a sua vida toda, para que o Brasil fosse um país mais justo, mais solidário e mais tolerante. Então, eu acho que eu... vale a pena... ele dizia: “Eu não posso admitir um professor que não tenha qualidades positivas como coerência, humildade, tolerância...”. (Palmas.)  E outras tantas mais, que agora, não sei o porquê, não me vieram à cabeça.

Sobre a tolerância, hoje nós estamos vivendo no Brasil essa intolerância que eu acabei de citar, por parte dos políticos da direita, por essa gente do centrão - que de centro não tem nada. Eles se vendem por qualquer dinheiro para fazer vencer a direita.

E sobre a intolerância mundial, a guerra que está acontecendo entre Israel e a Palestina é uma guerra de intolerância, uma guerra que já dura 2.000 anos ou mais. De toda a terra Palestina, ficou, depois de 1947, dividida uma parte para Israel, e Israel vem se apoderando de várias partes do território palestino.

Chegou a hora de interferirmos, porque estão, com a menor descerimônia, matando famílias inteiras, matando a sociedade palestina. Temos que lutar e nos engajar como professoras, porque nós professoras somos políticas, nós temos ações políticas.

Eu posso trabalhar na escola a favor só da direita, do nazismo, da perseguição. Eu posso trabalhar na escola a favor da liberdade, dos homens, para os homens de esquerda terem a sabedoria de governar o nosso País.

Então, nós somos sempre... temos que dividir, não há neutralidade, não existe neutralidade. Nós temos que nos definir pela direita ou pela esquerda. E professores, para serem bons professores, penso eu, acredito eu que tem que ser pessoas da esquerda, tolerantes, solidárias, fiéis, ouvindo sempre o seu aluno, ajudando nas dificuldades específicas de cada um.

É isso que eu peço, que passemos a praticar as nossas virtudes, essas que caracterizam um ser professor, um homem ou uma mulher professora, porque quem não ama aquilo que faz também não pode fazer isso.

Então, temos que amar o nosso ofício, temos que amar esse ofício que pode ajudar na transformação da sociedade brasileira.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Obrigado pelas palavras.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Caiu? A palavra... Ela já caiu? Acho que a Nita... a Nita já...

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Pode ser que ela esteja...

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Ah, não... ela está...

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Isso.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Nita...

 

A SRA. NITA FREIRE - Sim?

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - Dra. Nita, quero agradecer e dizer que as suas palavras são muito importantes para nós, é um aprendizado. Tudo o que...

Enfim, a senhora tem um legado, que é o legado não só porque foi esposa de Paulo Freire, mas porque conhece profundamente todo o trabalho que ele desenvolveu em prol de todos nós e da formação de professores. E isso, tenho certeza, persiste, é isso que nos torna ainda bastante resistentes.

Muito obrigada pela participação.

Um beijo. (Palmas.)

 

A SRA. NITA FREIRE - Muito obrigada, Bebel. Eu quero dizer o seguinte: eu estou fazendo 90 anos daqui alguns dias e escrevi alguns artigos, alguns ensaios em torno de Paulo, da teoria dele.

Não estou reproduzindo, eu não estou dizendo o que Paulo dizia, eu estou interpretando, eu digo, nos meus dizeres e meus fazeres em torno de Paulo Freire. Então, é isso que interessa a mim, cada vez mais difundir a obra de Paulo, que é de uma genialidade fora do comum.

Muito obrigada, Bebel, e todos aí que me aplaudiram. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Obrigado pelas palavras, professora Dra. Nita Freire. Neste momento, registro a presença de mais algumas autoridades: Telma Victor, secretária de informação da CUT; Sheila Matos Hussar, diretora da Escola Estadual Felipe Cardoso. (Palmas.)

Carlos Roberto do Santos, diretor estadual da Apeoesp; Graziela Banzatto, supervisora de ensino; Simone Pessutti, supervisora de ensino; Beatriz Bragaia, supervisora de ensino; Iara Moraes, supervisora de ensino; Daniela Guion, supervisora de ensino; Claudia Sanches, supervisora de ensino.

E agora algumas diretoras e um diretor: Márcia Lima, Walter Benatti, Sebastiana Silveira, Luciana Cândido, Flávia Módulo, Cilmara Calderon, Marcelo Rezende, Nádia Saruji, Silmara Romani, Valmir Azevedo, Miriam Andrade, Maria Eliseia. (Palmas.)

Obrigado por estarem fazendo parte desta sessão solene.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - Eu vou só solicitar que a supervisora Iara venha, porque... enfim, é importante o olhar de um supervisor de ensino e também dos diretores de escola.

Eu sei que tem a... Ah, não, a Adriana é professora. Mas um diretor de escola também é importante, ele faz parte de toda equipe pedagógica da escola. É importante estar aqui, está bem? E vou passar, então, a palavra...

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Posso...

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - Pode.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Ler um currículo? Da Ana Estela Haddad. Foi assessora do Ministério da Educação, de 2003 a 2005, tendo sido uma das idealizadoras e participado da implementação do Programa Universidade Para Todos, o Prouni.

Nesse período, atuou também nos trabalhos relacionados à promulgação da Lei 10.861, de 2004, que criou o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, o Sinaes, e a Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior. (Palmas.)

É atualmente membro do Comitê Assessor da Rede Universitária de Telemedicina, convidada pela ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Tornou-se em 2023 a secretária de Informação e Saúde Digital. Linhas de pesquisa nas quais atua: educação superior na Saúde, educação permanente na Saúde, força de trabalho em Saúde, políticas públicas de educação e de saúde, primeira infância, telesaúde, teleodontologia.

Convido para fazer uso da palavra a nossa Ana Estela Haddad. (Palmas.)

O microfone também está à disposição, se quiser participar desse lado também.

 

A SRA. ANA ESTELA HADDAD - Bem, muito boa noite a todas e todos, professoras, professores e estudantes, à esta Mesa tão importante aqui, tão significativas todas as representações já nominadas.

Eu queria cumprimentar, parabenizar e agradecer muito à Exma. Deputada Bebel, que eu admiro muito também, desde que a conheci, pela sua liderança, pela sua trajetória, pelos ideais que defende, por muito.

E mais recentemente... Assim, uma gratidão imensa por tudo o que ela trabalhou na campanha do ano passado. Foi uma campanha difícil, foi uma campanha muito importante e, embora a gente não tenha tido a vitória no estado de São Paulo, as informações mostraram os levantamentos das pesquisas.

Depois das eleições, mostraram o quantitativo de votos que a gente alcançou no estado de São Paulo, que é o maior colégio eleitoral, e foi muito importante para a vitória do presidente Lula. (Palmas.) Então, eu queria aqui aproveitar este momento para deixar o meu reconhecimento e a minha gratidão à deputada Bebel.

E, assim, eu tenho lembranças de todos os momentos desde que a conhecemos, tanto à frente da Apeoesp, sempre defendendo os direitos dos professores e das professoras, quanto na época em que o Fernando foi prefeito de São Paulo também.

Ela sempre ao lado dos professores, mas sempre muito combativa, muito presente e muito forte. Então, eu tenho uma admiração muito grande pela Bebel e fiquei muito feliz e muito honrada com convite para estar aqui hoje.

Então, eu te agradeço demais. Eu não sei se a professora Nita Freire ainda está conosco, mas eu não quero deixar de dizer da imensa admiração que eu tenho por ela, como... por ela mesma e certamente pela defesa que faz e pela formulação que tem em cima do legado de Paulo Freire.

Aí, ao homenageá-la, eu queria trazer uma frase. Dividir com vocês uma frase que eu gosto muito do Paulo Freire e que até em um dos meus trabalhos científicos, eu terminei o trabalho com essa lembrança desse pensamento dele que diz assim... e que eu acho que vai dizer muito para todos que estão aqui e que são docentes também.

Ele diz: “Não nasci marcado para ser professor assim como sou, vim me tornando desta forma, no corpo das tramas, na reflexão sobre a ação, na observação atenta de outras práticas, na leitura persistente e crítica. Ninguém nasce feito, vamos nos fazendo aos poucos, na prática social da qual tomamos parte”. Então, eu acho que é isso.

O professor está... a gente está sempre tentando aprender, não é? E, quando a gente aprende, a gente está dividindo conhecimento e aprendendo juntos. Então, esse termo da “ensinagem” também vem muito daí.

Então, eu queria deixar, assim, esta homenagem muito grande à Nita Freire e ao nosso patrono da educação, porque ter Paulo Freire é ter mais grandeza no nosso País. (Palmas.)

Paulo Freire é ensinado em universidades internacionais das mais importantes, como Harvard, então... além de ter todos os Prêmios Eméritos que ele tem. E queria também, enfim, deixar uma homenagem a todos vocês que estão aqui - aos que não estão também - por essa... vamos dizer, por esse ofício tão importante.

E queria lembrar... Eu sentada aqui me lembro também da deputada Leci Brandão, da deputada e sambista Leci Brandão. E ela tem uma música, não sei quem conhece, que se chama “Anjos da Guarda”.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - (Inaudível.)

 

A SRA. ANA ESTELA HADDAD - Ah, é?

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - (Inaudível.)

 

A SRA. ANA ESTELA HADDAD - Ela tem essa música que se chama “Anjos da Guarda” e que diz assim... só um pedacinho do refrão, porque eu acho muito bonito, que diz assim: “Na sala de aula é que se forma o cidadão. Na sala de aula é que se muda uma nação”. (Palmas.) É muito bonito, não é?

E parabenizar e agradecer muito ao Quarteto de Chorinho “Fora de Contexto”. Não sei se eles já foram, mas como alegraram esta noite e deixaram também significativa esta cerimônia.

Deputada Bebel, muito obrigada pela honra de estar aqui ao seu lado hoje.

Parabéns por esta homenagem às professoras e aos professores, uma coisa tão merecida.

  E, para terminar, eu queria deixar também uma lembrança para mim muito forte, que é a primeira pessoa que me influenciou para seguir e escolher a carreira de docente, que foi a minha mãe. A minha mãe era professora do ensino fundamental, em São Paulo, e foi uma professora...

Ela usava o mimeógrafo, eu a via corrigindo provas, preparando aulas, fazendo relaxamento com os alunos, enfim.

Então, eu queria deixar esse reconhecimento a ela também.

Muito obrigada, Bebel. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Obrigado pelas palavras de Ana Estela Haddad.

Registro neste momento mais algumas personalidades: Suzy da Silva, diretora da Escola Major Fraga, de Bauru, e diretora da Apeoesp; (Palmas.) professor Amarildo Pessoa, coordenador da subsérie CUT de São José do Rio Preto; (Palmas.) Izabel Barbosa, secretária de mulheres da CUT de Bauru. (Palmas.)

E, neste momento, a pedido da nossa deputada Bebel, convido a Sra. Iara Moraes, supervisora de ensino, para fazer uso da palavra. (Palmas.)

 

A SRA. IARA MORAES - Boa noite. Eu fiquei um pouco surpresa com isso. Eu quero agradecer a Bebel pela referência, eu acho que aqui teriam pessoas mais representativas e importantes.

Porém, eu tenho que agradecer a todos os professores, é um dia importantíssimo para nós estar aqui na Alesp, na Casa onde se discutem as leis, a política pública e poder estar participando deste momento de homenagem aos professores, que têm tido tantos desafios, com uma vida que, antes de existir, resiste.

Então, desculpem-me, eu não tenho palavras, estou até um pouco emocionada com isso, mas eu tenho uma vida ao longo do tempo no magistério e por essas... todas as ações e todas as coisas pelas quais a gente passa.

Às vezes, com falta de materiais; às vezes, com falta de valorização, mas quando a gente vê uma plateia de alunos assim, em uma sexta-feira à noite, aqui para homenagear os professores, a gente vê que valeu a pena. (Palmas.)

Que a Nita... Eu também há 33 anos acredito que é na sala de aula que se muda e se melhora um país.

Eu agradeço a todos.

Obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - Muito obrigada, Iara. É sempre uma satisfação estar com você, receber o seu WhatsApp me colocando a par de tudo o que estão fazendo, dando-me um toque, porque você sabe que o supervisor primeiro pega a informação e ele passa para a gente imediatamente.

Então, muito obrigada, Iara, pela presença sua aqui.

 

 O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Neste momento, convido para fazer uso da palavra o Sr. Fábio de Moraes, o presidente da Apeoesp, biênio 2023/2026.

 

O SR. FÁBIO DE MORAES - Muito obrigado. Boa noite. Quero saudar a nossa deputada, a professora Bebel, que é proponente desta homenagem tão significativa para todos os professores, não só para nós que estamos aqui, mas para todos os professores do estado de São Paulo, todos.

Saudar a Ana Estela Haddad e dizer: que alegria de estar nesta Mesa com vocês, com todos os componentes, com todos vocês aqui do plenário, professores e professores-diretores, porque todos são professores. Professores-diretores, como a minha querida amiga Leda. Para quem não sabe, ela foi a minha diretora.

É uma alegria e uma honra para os diretores-supervisores, para os funcionários de escola, que são educadores, que ensinam junto a nós nas escolas, e para os estudantes, com muito carinho, porque toda a razão são os estudantes, toda. (Palmas.) Eu falo...

A Patrícia estava comigo, um outro dia - não é, Patrícia? -, em uma gravação que eu disse o seguinte: “A professora...” - e todos nós, homens, nos sintamos dentro, porque...

“A professora é a maioria. Então, a professora, no estado de São Paulo, é aquela profissional que sai de casa às seis horas, porque a professora trabalha duas jornadas, três jornadas”. Nós somos uma das únicas profissões que tem que trabalhar 70 horas por semana para sobreviver.

Então, ela sai; deixa o filho dormindo; deixa todos os problemas; deixa a conta bancária que está no vermelho; a prestação do carro, às vezes, que está atrasada; às vezes, a alimentação que não deu tempo de fazer à noite, porque já chegou muito tarde. Ela pega duas conduções, ela chega à escola e, quando ela entra na sala de aula, tem 44 alunos, sendo que era para ter 20. Não é, Bebel?

Ela olha e ela diz: “Eu vou transformar, porque eu acredito em vocês”. E porque nós aprendemos com o Paulo Freire que educação não transforma a sociedade, a educação transforma as pessoas, e as pessoas vão transformar a sociedade.

Então, essa professora e esse professor, evidentemente, merecem todas as homenagens da sociedade, todas. Todos os aplausos da sociedade, todos.

Infelizmente, nós temos governantes - e aqui em São Paulo especialmente - que não reconhecem e que não valorizam os professores como merecem. Nós queremos valorização social, nós queremos valorização financeira, nós queremos... Uma vez teve alguém que falou: “Olhe, tem que ser feliz”.

Não, felizes nós somos, mas nós queremos ser felizes dando aula, nós queremos ser felizes viajando, nós queremos felizes cuidando da nossa família, tendo tempo, tendo dignidade, porque nós somos uma profissão extremamente importante, como nós queremos para todas.

Então, que este Dia do Professor e que esta homenagem, que a nossa deputada, que com muita honra para todos nós... é a segunda presidente da Apeoesp, sirva de reflexão para todos eles.

Olhem para os professores com carinho, mas olhem para os professores com respeito. Enquanto não formos valorizados como nós merecemos, vai acontecer o que aconteceu hoje, porque nós não nos curvamos para ninguém e não nos curvaremos.

Por isso, hoje nós estávamos onde nós demos uma aula de cidadania para a sociedade paulista, que é na Praça da República, com muito orgulho defendendo a educação.

Parabéns, professor.

Parabéns, professora. (Palmas.)

 É uma honra ser dessa categoria tão importante. Eu estou aqui como o presidente com muito orgulho, mas sou professor de história da educação pública de São Paulo.

Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Obrigado pelas palavras, Fábio de Moraes.

Neste momento, abro a palavra para Alberto Shiga.

 

O SR. ALBERTO SHIGA - Boa noite a todos e a todas. Minha amiga Bebel, já que ela falou que eu estou em um grupo seleto, que responsabilidade.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - (Inaudível.)

 

O SR. ALBERTO SHIGA - Muito obrigado, Bebel.

Obrigado, Ana Estela, também, principalmente por estar aqui compondo esta Mesa neste momento muito importante.

Bebel, eu trago aqui um pouco do que eu vivi enquanto aluno, do que eu vivo como professor e, neste momento, como dirigente de uma escola.

Sei que tem muitos colegas aqui professores e professoras, diretores e diretoras, que com certeza a gente faz milagres neste momento. Eu tenho fé, com certeza, que nessa luta que a gente está tendo neste momento, nós mudaremos com Paulo Freire a Nação. Tenho muita fé nesse sentido, porque tive a oportunidade de fazer algumas visitas fora do Brasil, e a gente percebe o quanto o professor é valorizado.

Não precisa ter cartões de visitas, não precisa ter roupas bonitas, não é uma gravata. Se você falar que é professor, nossa, a tratativa é diferente. Tenho fé que nós teremos isso aqui no Brasil.

Eu estou aqui hoje porque, em um dia lá atrás, eu tive uma professora de matemática, a professora Gislene, que me incentivou a querer estudar e a querer aprender.

Eu ouvi falando agora que o professor educa. Na verdade, a gente educa e aprende junto, porque a cada um desafio, a cada momento de fala ou um aprendizado novo, nós vamos lá estudar novamente.

Então, somos alunos e professores ao mesmo tempo. É uma profissão nobre isso, porque eu quis ser professor para não ficar em uma empresa fazendo aquilo ao mesmo tempo.

Eu falei: “Não, eu quero estar no meio dos jovens e conseguir passar os meus conhecimentos”. Aí eu descobri que tinha que aprender mais, estudar mais e, neste momento, a gente vê como essa profissão é importante.

Bebel, eu agradeço primeiro por estar aqui compondo esta Mesa, por poder estar falando sobre um pouquinho dessa experiência para vocês, porque eu tenho a certeza de que aqui todos vocês já sentiram isso. Se não sentiram, coloquem essa vibração.

Quando eu faço a formatura dos meus alunos, eu falo assim: “Um dia vocês voltam, como eu voltei a ser professor e diretor de uma escola onde eu me tornei o que eu sou hoje”. (Palmas.)

Então, aos alunos que estão aqui assistindo, seja na plenária, seja nas transmissões, desejo isso para todos vocês. Tenho a experiência de vários alunos que, com certeza, já fizeram isso.

Aí eu falo assim: “Como a nossa profissão é importante e a gente sente que precisa ser valorizada”.

Então, essa luta, Bebel... essa luta, Paulo, Ana, é importantíssima.

Contem com a gente. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - Muito obrigada, Shiga. Aproveitar... Cadê o Clayton? Meu beijo para você, Clayton. Esse é um... Você é jovem ainda?

 

O SR. CLAYTON - (Inaudível.)

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - Mas ele faz toda uma luta em defesa dos estudantes nos IFSP e faz toda a interlocução entre o meu mandato e os IFSP também.

Então, você tem uma importância também, viu? Saiba disso.

Muito obrigado pela presença. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Muito obrigado pelas presenças e pelas palavras de Alberto Shiga, representando o Instituto Federal de São Paulo.

Neste momento, abro a palavra à Zenaide Honório, secretária geral da Apeoesp.

 

A SRA. ZENAIDE HONÓRIO - Boa noite a todos, boa noite a todas. Quero cumprimentar, em especial, a Mesa, os nossos componentes que aqui estão, dizer que hoje nós tivemos um dia bastante agitado e bastante frutífero, Ana. Mas, assim, não poderíamos deixar de estar aqui hoje.

Uma homenagem que a Bebel, nossa segunda presidente, nossa deputada estadual... que a gente tem a honra de tê-la nesta Casa para nos defender, para defender os interesses do magistério público, aí também da comunidade escolar.

Porque quando a gente vem aqui para defender mais recursos para a Educação - não ao corte da Educação -, nós estamos preocupados com que os estudantes tenham lá na sua região, na sua periferia, uma quadra de futebol ou um ginásio poliesportivo para que eles possam praticar as suas atividades.

Que eles tenham uma sala de aula climatizada, que o professor tenha o material didático pedagógico, que ele possa trabalhar. E que ele possa fazer com que os nossos alunos possam sonhar neste País e que possam sair daquela escola, porque é muito gostoso quando você termina o ano e você é paraninfo da sua turma, você vê a juventude crescendo, cada um...

Daqui uns anos você encontra a turma na cidade, nas ruas, nos bairros. Aí você também tem o professor, você tem o motorista, você tem o médico. Eu tenho alunos da escola que são doutores hoje, isso para mim é muito... Assim, é uma alegria muito grande, é uma satisfação enquanto professora saber que eu estou no caminho certo.

Saber que em 1991, quando eu entrei pela primeira vez em uma sala de aula, eu não dizia que era o “primeiro ano”, porque, assim, eu tinha receio de que os meus alunos não fossem me respeitar. Mas, no final do ano, para a festa... Quem eles convidaram para a festa de final de ano fui eu.

Então, assim, aquilo foi muito gratificante. Hoje a gente consegue se reunir, a gente faz churrasco, a gente se diverte e a gente também chora, porque a vida não é só de alegrias. A gente também tem uns tropeços.

Então, eu quero falar com a juventude que está aí. Respeitem os seus professores, porque eles saem... Como o Fábio disse, quando a gente sai de casa, a gente se esquece de todos os nossos problemas.

A gente se esquece que o governo manda projetos para cá para cortar as verbas, a gente se esquece que a polícia vai lá dar sacolejo na molecada na periferia e nos desrespeita, mas aí é para vocês que a gente sai de casa, é por vocês que a gente está nessa educação.

Aí, Ana Estela, você tem a noção do bem que você fez para essa juventude toda neste País? Você e o Fernando Haddad? Você tem noção disso? (Palmas.) Isso é muito gratificante, isso é muito bom.

Então, um grande abraço a todos. Eu fico emocionada mesmo, gente, porque eu sou de uma periferia do interior do estado de São Paulo e, para eu estudar, eu tive que ralar muito.

A educação me emancipou, porque eu entrei na educação como auxiliar de serviços. Passei no concurso, fui super... Como eu digo? Fui de auxiliar para inspetora de alunos, depois fui para escriturária e, nesse período, eu consegui pagar a minha faculdade. De nove irmãos, eu sou a única que fez faculdade na minha família.

Então, isso para mim é muito gratificante, e eu honro muito esse diploma que eu tenho. Hoje eu tenho um cargo de professora e um cargo de diretora de escola, mas foi graças ao meu trabalho, graças ao apoio que eu tive da minha família e graças ao apoio que eu tive também dos estudantes, porque isso é muito importante na comunidade escolar.

Então, um grande abraço a todos.

Feliz Dia dos Professores para nós, porque a gente luta, a gente educa, mas a gente também tem que comemorar.

Então, Bebel, parabéns por essa atividade que nós estamos tendo aqui hoje, porque também professor tem que festejar. (Palmas.)

Obrigada a todos.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Obrigado pelas palavras, Zenaide Honório, secretária geral da Apeoesp.

Abro a palavra ao Sr. Roberto Guido, secretário de finanças da Apeoesp. Por favor, pode se utilizar do microfone aqui, por favor.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - Enquanto o Guido vai para lá, Ana Estela, só avisar que o Suplicy fez uma aparição aqui, cantou Bob Dylan - a gente cantou com ele -, já homenageou os meninos e teve que ir mais cedo para casa. Deixou um beijo.

 

A SRA. ANA ESTELA HADDAD - (Inaudível.)

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - (Inaudível.)

 

O SR. ROBERTO GUIDO - Boa noite a todos, boa noite a todas. Bebel, você sabe do orgulho que eu tenho. Não é porque você é deputada estadual, não, é pela garra e pela luta que você demonstra e imprime nas pessoas, essa garra para lutar.

E eu acho que uma audiência desta, em um dia como este, em uma semana como esta, é de um carinho, mas é também de um momento crucial para a nossa reflexão.

Quero cumprimentar todos os integrantes da Mesa. Eu digo isso porque é o seguinte: contraditoriamente, nesse mesmo lugar onde muitos estão sentados, alguns parlamentares vão estar debatendo... Alguns não, todos vão estar debatendo nos próximos dias, pasmem, sobre a redução dos investimentos em Educação.

Quando um Parlamento se debruça sobre um tema para debater esse tipo de coisa, é porque, de fato, nós precisamos mudar todo o Parlamento.

Acho que, nos momentos de eleição, todos, principalmente os estudantes que estão aqui, que estão vindo aqui e estão conhecendo como funciona... é importante que vocês saibam como as coisas funcionam, para que vocês possam ajudar a sociedade a melhorar a representação política. Não há saída que não seja na política. Não dá para negar o Parlamento, não dá para negar a democracia. (Palmas.)

Nós vivemos momentos muitos tristes nos últimos anos. Setores da sociedade defendem o fechamento dos parlamentos. Ora, o que nós precisamos é melhorar a qualidade do debate, melhorar a qualidade do Parlamento. Ter mais deputadas como a Bebel, mais deputados envolvidos como este, que respeitam a sociedade.

Eu acho que a Zenaide... o meu percurso é um pouco parecido com o da Zenaide também. Eu acho que ela expressou muito o que eu sinto também em uma semana como esta, e isso nos emociona.

Então, eu queria agradecer esta oportunidade de estar falando, agradecer a todos que estão aqui, a todos que nos assistem e dizer que a semana do professor é esta, mas a luta dos professores é permanente, seja para que nossos estudantes saiam das escolas cidadãos, seja para que a educação de fato seja valorizada.

Um abraço a todos e todas, meus companheiros da Apeoesp: Aquino, Adriana, que são professores que trouxeram esta galera tão bonita aqui.

E parabéns para todos nós.

Parabéns, Bebel.

Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Obrigado pelas palavras, Roberto Guido, secretário de Finanças da Apeoesp.

Neste momento, abro a palavra para Sheila Nobre, representando a UMM São Paulo - União dos Movimentos de Moradia de São Paulo - e Secretaria de Favelas e Cortiços.

 

A SRA. SHEILA NOBRE - E ocupações também.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Por favor. E ocupações também. (Vozes sobrepostas.)

 

A SRA. SHEILA NOBRE - (Vozes sobrepostas.) Boa noite a todos e todas. Cumprimento a Mesa e tenho a honra, Ana Haddad, e gratidão imensa, porque graças ao seu projeto, o Prouni, aos 35 anos eu entrei em uma universidade e sou formada pelo Prouni 100%. (Palmas.)

E jovens, vocês têm que continuar estudando para que vocês também conquistem isso, porque o Prouni está aí, é de graça, é 100% - é só estudar, hein?

E quando eu entrei na universidade, as pessoas diziam: “O que você fez?”. Eu falei: “Estudem. O estudo é muito importante”. E tem uma prima minha que falava, e eu vou repetir uma frase dela: “Podem te roubar a roupa do corpo, tudo, mas o seu saber e o seu conhecimento, que os mestres e professores nos ensinam, isso ninguém vai te roubar”. (Palmas.)

Gostaria de fazer uma colocação, porque hoje eu atuo em algumas comunidades na zona sul, no extremo, e dizer que infelizmente nós, que estamos no fundão, não usufruímos da cidade de forma igualitária.

Nós hoje temos escolas de lata, a merenda escolar é precária lá no fundão, e entre outras coisas que infelizmente a gente vem passando. Nós fizemos aí a denúncia nas reuniões junto à Bebel.

Agradecer muito à Bebel a honra de estar aqui com vocês, fiquei surpresa. Mas assim, são bons esses espaços para a gente poder falar um pouco desse povo que está lá no fundão, que é esquecido.

O que os nossos alunos sofrem, que eu falei até para a Bebel... nós tivemos a morte de uma menina de 13 anos, porque ela estava sofrendo bullying em uma roda de alunos que estavam fazendo bullying com ela. Ela foi fugir do bullying, a moto pegou, e essa menina veio a falecer. Eu queria muito ter o conhecimento dos pais para poder trazer em um ato, Bebel, mas não consegui o contato.

E assim eu, como mãe, 90% das lideranças de movimentos são mulheres - avós, mães -, e eu, como mãe de uma aluna de escola, minha filha sofreu bullying. E o bullying, quando não mata, deixa cicatrizes profundas, e isso minha filha carrega.

E muitas mães carregam isso. Eu tive relatos de mães, principalmente na pandemia, de filhos que se suicidaram.

Você não sabe a dimensão dessa pós-pandemia, o que causou nos nossos filhos, porque eles ficaram isolados, não tiveram o respaldo que tinham que ter da escola, porque muitas vezes eles davam o tablet para essas crianças, mas e o sinal com o chip? E quando a mãe muitas vezes dividia o celular com quantos filhos - cinco, seis filhos -, como ela fazia?

Então a pressão psicológica, principalmente dessas mães, que moram dentro das ocupações, que sofrem com reintegração de posse, o abalo psicológico que essa mãe já tem de não ter comida para dar para os seus filhos, de saber que amanhã ela não vai estar naquele espaço...

Então, é muito abalo psicológico. Uma mãe dessa, os filhos no mínimo tinham que ter dentro da escola um psicólogo para acompanhar essas crianças, infelizmente, não é, Bebel?

Agradeço a todos e todas, obrigada. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Obrigado pelas palavras, Sheila Nobre. Neste momento, registro a presença de Jussara Morales Marciano, supervisora de ensino aposentada e representante da Secretaria Municipal de Educação de Piracicaba, do secretário Bruno Rosa.

Neste momento, convido o professor Aquino para fazer uso da palavra, por favor. (Palmas.)

 

O SR. AQUINO - Pessoal, boa noite.

 

TODOS - Boa noite.

 

O SR. AQUINO - Ah, está fraco, gente. A gente veio na solenidade. Boa noite.

 

TODOS - Boa noite.

 

O SR. AQUINO - Ah, isso. Pessoal, eu quero dar boa noite à Mesa, na pessoa da Professora Bebel, do professor Fábio, 1º presidente da Apeoesp.

 Quero parabenizar a Professora Bebel pela atitude desta solenidade para homenagear nós, professores. E dizer que hoje é um dia importante para todos nós, professores e alunos. Por quê? Hoje teve um ato na Praça da República em que nós estamos reivindicando os direitos que nos foram roubados.

Então, é muito importante que o aluno conheça qual é a nossa trajetória, por que nós estamos lá na Praça da República, então nós fizemos esse ato. E hoje, porque aqui estamos na solenidade para parabenizar o professor, mas também eu trouxe os alunos para eles verem que nós precisamos deles como eles precisam de nós. (Palmas.)

Fugindo aqui só do protocolo, Bebel, quero pedir só um espacinho para agradecer aos professores: (Inaudível), Rita, Cristina, Elton, Junior, Eliana, Ariana, Lino, Alex, Raí e Ana Paula - que é inspetora de alunos - a Cris, que é do Vianello. (Palmas.)

Muito obrigado.

Quero cumprimentar meus companheiros aqui da Apeoesp, todos os professores que estão presentes. E não vou me alongar muito, porque a Adriana vai vir aí. O que eu quero que vocês entendam, gente, é que é muito importante essa nossa profissão perante a sociedade.

Mas eu também quero agradecer a uma pessoa importante, que é o Douglas. Ele não pôde vir, Bebel, por uma situação particular, mas liberou a Escola Vianello para estar aqui para representar os alunos do Vianello, ok? (Palmas.)

E só dizer, como foi citado aqui pelo professor Guido, algumas semanas para a frente - não sei qual é a data específica -, estas cadeiras, gente, alunos, todas essas cadeiras que vocês estão vendo aqui são ocupadas por deputados, que vão decidir sobre a Educação.

Essa diminuição sobre a verba da Educação é muito importante. E neste momento eu quero dizer para a Professora Bebel que quando ela precisar, o Vianello e o Panamá estarão aqui para lutar pela Educação.

Obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Muito obrigada, Aquino.

Aproveitar, tem a minha assessoria, tem a Martinha, que está aqui entre nós, a Ana Estela... Você não quer falar? Acho melhor você falar, que eu vou falar depois.

 

A SRA. ANA ESTELA HADDAD - Não, imagina. Era só para mandar um beijo e falar: que bom que Martinha está aqui conosco, que luta muito pelas mulheres e que é professora também. (Palmas.)

 

 A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - E também a Beth, que está ao lado dela também - viu, Beth, muito obrigada.

Depois eu vou agradecer a toda assessoria, mas aí, claro, como aqui está lotado de mulher, é natural que a gente faça menção a quem representa as mulheres. Está aqui a Suely também, secretária de Mulheres da Apeoesp. É muito importante que a gente fortaleça quem assume essa bandeira.

Muito obrigada pela presença. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Obrigado, Bebel.

Neste momento, convido a professora Leda Zinsly, diretora da Escola Estadual Eduir Scarpari, para fazer uso da palavra. (Palmas.)

 

A SRA. LEDA ZINSLY - Boa noite a todos. São duas surpresas, não é? A viagem para cá foi uma agradável surpresa.

Nós viemos em uma turma de diretores, supervisores, alunos, e em algum momento ali começou uma música. E eu tive a oportunidade, nessa hora, de sentir o tempo voltar e uma sensação gostosa, porque às vezes a gente perde no dia a dia de viver a alegria de estar junto, de compartilhar, de sorrir sem preocupação com o olhar de um ou com o olhar do outro, com os pensamentos.

Era um monte de educadores, um monte de alunos vindo atrás de um sonho, de uma comemoração que nos é muito devida. Ser professor e ser educador não é fácil nos dias de hoje. Talvez nunca tenha sido.

Também tenho uma família de educadores. Meus pais, meus avós, e eu, que estou na educação há 40 anos. Quando o Fábio fala assim: “Ela foi minha diretora”, eu fui dele e de muitos que eu estou olhando aqui... participaram comigo na gestão, na direção.

Então eu acho que fazer a educação hoje é um processo. Um processo de muito sonho, só que a gente não pode desistir nunca, em momento nenhum. E o Fábio me lembrou, assim, de Limeira, na Castelo Branco, uma escola imensa com um grêmio grande, com um noturno grande e que lutavam ali pela continuidade das suas coisas, dos seus sonhos.

E aí eu vou lá para o Eduir, que é a minha escola, onde a gente luta também por uma ampliação, para ter vaga para todos. São dez anos de luta, dez anos pedindo: “Essa escola precisa ser ampliada, as coisas precisam ser melhoradas”.

E aí a gente vai vendo no dia a dia dos nossos trabalhos, dos nossos professores, e aí, assim, não consigo dizer o nome de todos, mas eu posso dizer de alguns que a gente chora ali, grita, briga, batalha por uma conquista.

E a Sheila é uma das minhas companheiras, que a gente está sempre reclamando, pedindo, implorando. (Palmas). “Olhem para a gente com cuidado. A escola pode ser de periferia, mas é uma escola como qualquer outra que merece a mesma atenção e o mesmo cuidado”.

Aí a gente começa a olhar... O Valmir está por aí? Ele fala: “Ai, Leda, vai sair a minha reforma, que tem quase um dedo na parede e parece que ainda não saiu”. Flávia e outros mais, a gente está sempre assim, buscando um espaço para que melhore a educação.

Logicamente que o prédio não é tudo, precisamos de seres humanos sim. Mas nós precisamos de um espaço que permita que a gente possa aprender com tranquilidade, aprender com paz, aprender sem quase derreter nas salas de tão quentes de são. Nossa cidade é muito quente, quem está lá sabe disso. E a gente briga, briga e fica aí.

Mas eu acho que, para finalizar e para dizer que a cada momento que eu vejo os cartazes erguendo ali, o pessoal vibrando com as falas, eu sinto que a educação está cada vez mais viva.

Foram dois anos de pandemia que parece que nós perdemos o chão, perdemos o espaço. E aí essa vinda no ônibus, aquela alegria, aquele canto, aquela vibração, aquela coisa gostosa, e chegar aqui e ver todo mundo entusiasmado, ainda vibrando, dizendo que hoje é o nosso dia de comemoração.

Comemoração pelos professores, pelo diretor, comemoração pela supervisão, mas, mais ainda, eu acho que é a comemoração de todo mundo que acredita que a educação é capaz de fazer a diferença e que não desiste, não abandona o barco.

Mesmo quando ele está afundando, você dá um jeito lá de (Inaudível.), de arrumar e tocar para frente, não é?

Bebel, eu agradeço imensamente a oportunidade de estar aqui hoje e de compartilhar este momento de riqueza, que faz com que eu me sinta renovada para eu voltar para a escola segunda-feira e dizer ao pessoal: vamos. Vamos, porque ainda é possível.

Obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Muito obrigada, Leda, satisfação ter você aqui comigo.

Quero mencionar a Sheila Hussar. Fui até a escola. Lá a comunidade ajuda você a cuidar da escola, não é, Sheila? Acabei de dizer, isso é um sonho nosso, que não tenha grade, que não tenha nada, tudo aberto. Esse é o sonho de consumo nosso.

Mas nós vamos chegar lá, está bem?

Parabéns. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Obrigado pelas palavras da professora Leda Zinsly.

Neste momento, convido para fazer uso da palavra Adriana, da Escola República do Panamá. (Palmas.)

 

A SRA. ADRIANA - Pessoal, boa noite. Obrigada pelo carinho.

Em primeiro lugar, agradecer à Professora Bebel e ao professor Aquino por nos convidar para participar. Já tiveram outros, mas este momento tão importante de hoje.

Foram faladas aqui várias coisas. A última é que a gente nunca pode deixar a peteca cair. A gente estava ali pensando, todo mundo falando, a gente acaba pensando: o que é que a gente vai acrescentar? Acrescentar é difícil, de tantas coisas que foram ditas aqui. A gente não pode ficar repetindo também a mesma coisa.

Mas como foi dito lá no comecinho, o professor é o único capaz de formar todos aqueles profissionais. Primeiro o professor, aí vão as carreiras. (Palmas.)

Pessoal, gratidão por este momento, estou muito feliz por estar aqui.

Obrigada, gente. (Palmas.)

 

TODOS - Uh, Adriana. Uh, Adriana. Uh, Adriana.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - É isso aí, olha, esta é a maior demonstração de reconhecimento e coloca a gente para cima. Muito para cima.

Agora, neste momento então, eu vou fazer uma homenagem, que é uma homenagem singela aos professores e às professoras aqui presentes. Nós vamos passar uma rosa que vai estar na entrada - é isso? Cadê a minha assessoria? É isso.

Assim como também um diplominha, que é o que nós podemos fazer, porque o professor é marcado por isso: a gente ou ganha uma rosa ou ganha um diploma. Então, é a forma de a gente contemplar.

Mas, ao mesmo tempo, agradecer, do fundo do meu coração, a presença de todos e todas nesta homenagem. Eu quero dizer que, estando sentada aqui, eu repensei. No ano que vem, eu vou me sentar com a minha assessoria, diante desse momento da Adriana, enfim, por que não fazer uma semana de exposição das escolas com os trabalhos que se desenvolvem? (Palmas.)

Transformar essa semana de educação e mostrar concretamente: “Olhem por que nós temos que ser valorizados, está aqui uma amostra, uma amostra mesmo, dos trabalhos”.

Quando eu comecei a ver assim, a gente vai desenhando - assim é a cabeça da gente - uma proposta. A gente vai fazer um projeto. Eu quero ver se na Comissão de Educação e Cultura, a gente aprova, como aprovou o Prêmio Inezita Barroso.

Eu não acho que tenha que se trabalhar com a ideia de prêmio, mas que aprove a semana da educação como institucional da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

E eu tenho certeza de que não terei dificuldades de aprovar com um calendário para a gente poder cumprir, porque vai ser gratificante saber o que as escolas fazem, o que os mestres fazem, o que os diretores fazem, o que os supervisores fazem e que não é visível.

Quando a gente fizer essa mostra, eu tenho certeza de que muita gente, muitos órgãos de imprensa vão querer cobrir, porque mostra que a gente faz muita coisa nas escolas públicas, que fica escondido e que a gente quer mostrar. Fica esse compromisso.

Então, agora eu vou para o encerramento final, que é chato, mas é formal, e eu tenho que cumprir formalidade. Já que eu vim para uma Casa de Leis, eu vim me comportar como tal, entendeu?

Esgotado o objeto da presente sessão, eu agradeço às autoridades, à minha equipe, aos funcionários do serviço de som, da taquigrafia, da fotografia, do serviço de atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da imprensa da Casa - saibam que a Rede Alesp passa reprise por todo o estado de São Paulo, então esta audiência está sendo apresentada para todo o estado de São Paulo (Palmas.) -, das assessorias policiais Militar e Civil, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o pleno êxito desta solenidade.

Está encerrada a solenidade. Convido-os e convido-as para um singelo coquetel na sala do...

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Salão dos Espelhos.

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Salão dos Espelhos. Eu ia falar “Sala dos Espelhos”, é Salão dos Espelhos. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Pessoal, só um momentinho. Quem está na galeria, vocês podem descer no andar “M”. No elevador, tem o andar “M”, ok?

 

A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Ou desce um lance só da escada, eles são jovens.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 52 minutos.

 

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