12 DE ABRIL DE 2024
44ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI e EDUARDO SUPLICY
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h.
2 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência.
4 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
6 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Endossa o pronunciamento do deputado Eduardo Suplicy acerca do projeto de assistência aos servidores públicos vítimas de violência nas escolas.
8 - EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência.
9 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - GIL DINIZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - GIL DINIZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
12 - GIL DINIZ
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
13 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 15/04, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h38min.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Carlos Giannazi.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e de Srs. Deputados, sob a proteção de
Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata
da sessão anterior e recebe o expediente.
Dando início à lista de oradores
inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Ricardo Madalena.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis.
(Pausa.) Com a palavra a deputada Beth Sahão. (Pausa.) Com a palavra a deputada
Leci Brandão. (Pausa.) Com a palavra o deputado Enio Tatto. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Donato. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Caio França. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Felipe Franco. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rafael Saraiva.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Com a palavra o deputado Major Mecca.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Eduardo
Suplicy, que fará a utilização da tribuna por até cinco minutos.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, deputado Carlos Giannazi. Vim
aqui ler a carta que, juntamente com o deputado Paulo Fiorilo, estamos
encaminhando ao prezado Sr. André do Prado, presidente da Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo, tendo em conta o veto que o governador
Tarcísio de Freitas anunciou com respeito ao Projeto de lei nº 1473, de 2023,
que eu e o deputado Paulo Fiorilo apresentamos sobre o Disque-Denúncia das
Comunidades Terapêuticas.
Então, “Prezado
presidente André do Prado, ao cumprimentá-lo cordialmente, servimos-nos do
presente para solicitar que seja colocada em votação a derrubada do veto ao PL
1473/23, de nossa autoria, e que cria o Disque-Denúncia das Comunidades
Terapêuticas, aprovado por esta Casa em cinco de março deste ano, e por todos
os deputados. O Disque-Denúncia das Comunidades Terapêuticas visa lidar com
violações específicas que ocorrem nessas instituições, garantindo o atendimento
mais direcionado e sensível às necessidades das pessoas atendidas.
Pelas dimensões
do estado de São Paulo e sua importância, é fundamental que se possa ter um
mecanismo de recebimento de denúncias que deve, inclusive, ser articulado com o
Disque 100 para qualificar e refinar as denúncias recebidas.
O estado de São
Paulo tem a obrigação de se responsabilizar pelas denúncias recebidas e não
apenas deixar essa atribuição a cargo do governo federal pelo Disque 100, tendo
em vista que existem financiamentos públicos provindos das secretarias de Saúde
e de Desenvolvimento Social para esse serviço, seriam alternativas viáveis para
a regulamentação da lei.
Embora existam
serviços telefônicos semelhantes, a criação de um serviço específico para
comunidades terapêuticas permite uma resposta mais rápida e especializada,
evitando a burocracia e possíveis lacunas de atendimento, principalmente por
esse tipo de serviço ter sido considerado linha de tratamento prioritário pelo
governo do estado de São Paulo.
Em relação à
competência legislativa, o projeto de lei não invade a prerrogativa exclusiva
do Poder Executivo, pois sua finalidade é legislar sobre direitos humanos e
garantir o cumprimento da lei por parte das instituições.
Além disso, a
legislação brasileira permite a atuação legislativa em áreas que não conflitam
com a administração do executivo. É possível realizar uma estimativa de impacto
orçamentário financeiro para o projeto, demonstrando que as despesas
decorrentes da sua implementação são compatíveis com o orçamento vigente,
inclusive poderia ser composto a partir dos recursos utilizados nas
fiscalizações das comunidades terapêuticas.
Além disso,
seria possível estabelecer parcerias, termos de cooperação com universidades
estaduais para que os dados possam ser sistematizados. O veto do governador
Tarcísio de Freitas pode ser interpretado como uma falta de compromisso com a
proteção dos direitos humanos das pessoas em situação de vulnerabilidade nas
comunidades terapêuticas.
É importante
levar em consideração que a Revisão Periódica Universal citou, em sua
Recomendação nº 73, a necessidade de intensificar os esforços destinados a
combater e prevenir a tortura de outras formas de maus tratos. Essa
recomendação está associada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 16 da
ONU: Paz, Justiça e instituições eficazes.
As pessoas
precisam saber se existem violações de direitos humanos nesse serviço, pois é
fundamental que o número utilizado para fazer denúncias seja afixado em
diferentes serviços de saúde que atendem à população usuária de drogas.
O projeto de
lei visa garantir que as famílias e as pessoas mais vulnerabilizadas pelo uso
abusivo do álcool e drogas tenham acesso a mecanismos de denúncias e ao rápido
acolhimento diante de práticas violadoras de direitos humanos.
Fazemos aqui o
nosso apelo para que possamos debater a derrubada do veto a este importante
projeto de lei para o estado de São Paulo. Atenciosamente deputados Eduardo
Matarazzo Suplicy e Paulo Fiorilo”.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado,
deputado. Chamo V. Exa. para continuar presidindo esta sessão. Com a palavra,
deputado Gil Diniz. (Pausa.) Com a palavra, deputado Conte Lopes. (Pausa.) Com
a palavra, o deputado Marcos Damásio. (Pausa.) Com a palavra, o deputado André
Bueno. (Pausa.) com a palavra, o deputado Luís Fernando Teixeira Ferreira.
(Pausa.)
Entrando agora na lista suplementar
onde eu passo aqui a condução da sessão para o deputado Eduardo Suplicy, que
acabou fazendo um importante pronunciamento aqui na tribuna da Assembleia
Legislativa.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Eduardo
Suplicy.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Passamos a
lista suplementares. Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor.
(Pausa.) Deputado Carlos Giannazi, tem a palavra pelo tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Senhor presidente, deputado Eduardo Suplicy, público
aqui presente, telespectador da TV Assembleia. Senhor presidente, eu quero aqui
da tribuna da Assembleia Legislativa, que está transmitindo essa sessão pela TV
Alesp, manifestar o nosso total apoio à greve dos servidores e servidoras do
município de Praia Grande. Servidores estão numa manifestação importante.
Tentaram várias
vezes através do sindicato negociar com a prefeita, mas não tiveram êxito. Não
foram recebidos pela prefeita desde o ano passado, Sr. Presidente, então chegou
a esse movimento, que é um instrumento para a greve.
É um
instrumento importante da classe trabalhadora, uma conquista histórica dos
trabalhadores, que nós escrevemos inclusive como um direito constitucional da
nossa Carta Magna de 1988. Os servidores estão nesse
movimento desde terça-feira e têm todo o nosso apoio.
Eu
tenho acompanhado a luta dos servidores de Praia Grande, sobretudo os
servidores e servidoras da Educação. Estou com a pauta aqui, Sr. Presidente,
uma pauta importante que tem que ser atendida. Eu faço um apelo, prefeita, para
que atenda o sindicato, atenda as reivindicações que estão aqui na pauta. Não é
difícil de serem atendidas.
Tenho
aqui, inclusive, Sr. Presidente, as fotos do movimento. “Prédios bonitos não
fazem uma Educação de qualidade”. Não adianta só investir em prédio, tem que
investir na professora, na servidora, tem que enquadrar as educadoras de
educação infantil na carreira do Magistério, que é uma pauta que eu acompanho
bastante, Sr. Presidente.
Tem
que ver a questão do vale-alimentação. Muitos segmentos do funcionalismo
municipal de Praia Grande não têm direito ao vale-alimentação ou, se têm
direito, é um valor extremamente reduzido. Nós temos a pauta aqui da questão
das faltas abonadas, que está nessa pauta, que é importante, Sr. Presidente.
Tem
outra questão que eu tenho acompanhado também na Praia Grande, que é a retomada
do cartão dos aposentados e pensionistas. Tem que ser criada uma nova lei, com
amparo jurídico, para a retomada de concessão do cartão alimentação aos
aposentados e pensionistas.
É
uma pauta importante, Sr. Presidente, a conversão em pecúnia da licença-prêmio,
como já existe no estado, por exemplo. Por que o município de Praia Grande não
pode fazer também essa transformação?
Plano
de carreira, implantação do plano de carreira para as categorias que ainda não
possuem o plano de carreira, ou seja, tem categorias que não tem plano de
carreira em Praia Grande, o reconhecimento da função docente, que é o que eu
disse aqui, que eu acompanho bastante. Já participei, inclusive, de reuniões e
de audiências públicas na Câmara municipal em defesa desse reconhecimento,
desse enquadramento na carreira do Magistério.
Tem
a questão da progressão na carreira da Guarda Civil, da Guarda Metropolitana,
da Guarda municipal de Praia Grande. Enfim, a prefeita já tem essa pauta,
logicamente. Agora ela tem que debater com o sindicato de uma forma
democrática, aberta, recepcionando os servidores.
Então
todo o nosso apoio, Sr. Presidente, a esse importante movimento. Tenho as fotos
também das manifestações, que são manifestações numerosas. Tem outras fotos que
eu queria colocar aqui no telão. Olha, estão fazendo grandes movimentações na
cidade, e com o apoio da população.
A
população que é atendida pelas professoras, pelas enfermeiras, pela Segurança
Pública municipal, pelas assistentes sociais, pelas servidoras da saúde em
geral reconhece a importância do movimento. O movimento é aplaudido pelo povo
de Praia Grande, e é um movimento numeroso, Sr. Presidente.
Então,
mais uma vez, eu manifesto o meu total apoio a esse importantíssimo movimento
das trabalhadoras e dos trabalhadores de Praia Grande. Daqui da Assembleia
Legislativa, nós fazemos um apelo para que a prefeita da cidade abra negociação
e atenda essas importantes reivindicações, inclusive a reposição das perdas
inflacionárias, porque esses servidores estão há muitos anos com os salários
arrochados e defasados, Sr. Presidente.
Então
fica aqui o nosso apelo e o nosso apoio a essa greve e a esse movimento da
servidoras e servidores de Praia Grande.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Deputado Carlos Giannazi, parabéns pelo
seu pronunciamento. Agradeço se puderem presidir mais uma vez, para que eu
possa fazer um pronunciamento a respeito de um projeto do deputado Carlos
Giannazi.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Giannazi.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando prosseguimento à lista de
oradores inscritos no Pequeno Expediente, mas já agora na Lista Suplementar,
eu gostaria de chamar o deputado Eduardo Suplicy para utilizar a tribuna por
até cinco minutos.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Carlos Giannazi, “O governador Tarcísio de
Freitas vetou um programa que criava uma série de ações de apoio psicológico e
financeiro para professores e funcionários vítimas de violência escolar. O
projeto de lei havia sido aprovado no fim de fevereiro por unanimidade na
Alesp”, um projeto de autoria do deputado Carlos Ginnazi.
“O Programa de
Proteção e Apoio ao Profissional da Educação Vítima de Violência tem como
objetivo assegurar direitos aos servidores, como afastamento temporário das
atividades escolares, atendimento psicológico continuado, fornecimento de
medicamentos e a garantia de irredutibilidade dos salários em caso de
afastamento médico.
O governador
Tarcísio de Freitas e o secretário de Educação, Renato Feder, em frente à escola
estadual Sapopemba no dia em que a unidade sofreu um ataque, que deixou uma
aluna morta.” Danilo Verpa é o fotógrafo que flagrou esse episódio. “De autoria
do deputado Carlos Giannazi, do PSOL, o programa previa o suporte a todos os
profissionais da educação, independentemente da forma de contratação.
Ou seja, seria
válido para professores efetivos e temporários e também para funcionários
terceirizados. O governador justificou o veto argumentando que o Estado já
possui programas com a mesma finalidade: o Conviva e o Psicólogos na Escola.
‘Registro,
inicialmente, que a mesma ordem de preocupações tem orientado a política
adotada pelo governo do estado com relação ao sensível assunto em pauta [...]
cito, o programa Conviva, implementado pela Secretaria de Educação, para
transformar todas as escolas em um ambiente de aprendizagem solidário,
colaborativo, acolhedor e seguro’, diz o documento assinado por Tarcísio e
encaminhado à Alesp.
Apesar da
justificativa do governador, nenhum dos dois programas existentes prevê amparo
financeiro ou garante o afastamento sem prejuízos aos professores vítimas de
violência. A Folha mostrou que, um ano após o ataque à escola Thomazia Montoro,
duas professoras feridas ficaram sem emprego, não receberam atendimento
psicológico nem apoio para comprar medicamentos para os transtornos que
desenvolveram após o episódio de violência.
Ana Célia da
Rosa, de 59 anos, foi atingida por 17 facadas dentro de sala de aula. Ela não
recebeu indenização pela violência sofrida e ficou sem emprego no início desse
ano, porque é contratada de forma temporária.
Também vítima
do ataque, Rita Reis, 68, não conseguiu mais voltar para a sala de aula devido
a problemas psicológicos que desenvolveu após a agressão. Ainda assim, ela não
pôde se aposentar ou trocar de cargo.
‘Esse veto
mostra o desprezo com as professoras esfaqueadas nas escolas que ficaram
doentes, tiveram gastos com médicos, psicólogos, remédios e ainda perderam os
seus empregos’”, disse o nosso autor, companheiro Carlos Giannazi, que quer
mobilizar os deputados para derrubar o veto do governador e para isso conta com
meu apoio, deputado Carlos Giannazi.
“O programa,
vetado por Tarcísio, assegurava aos professores o direito de se afastarem das
atividades escolares enquanto estivessem sob tratamento pelo dano emocional ou
físico provocado pela violência, também assegurava que pudesse impedir a
transferência de cargo. Caso o projeto já existisse, Ana Célia e Rita poderiam
receber esses apoios e não ficariam sem emprego.
Outra
justificativa usada por Tarcísio para vetar o programa é de que a proposta
busca disciplinar temas atinentes a servidor público, o que não seria de
competência do Poder Legislativo.
A proposta
contém dispositivos que estabelecem comandos específicos destinados à administração
pública, determinando ao administrador o que fazer e como fazer, acabando por
interferir no domínio exclusivo do Poder Executivo.
Ora, me parece
que se trata de uma sugestão de muito bom senso o que está previsto no projeto
de Carlos Giannazi.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito obrigado,
deputado Suplicy, por V. Exa. ter votado favoravelmente ao projeto, aliás, os
94 deputados e deputadas votaram a favor do projeto, e pelo seu apoio agora à
derrubada do veto. Nós temos que derrubar esse veto imediatamente para garantir
assistência médica, psicológica, financeira para todos os professores, todos os
servidores da Educação vítimas da violência contra as escolas.
Chamo V. Exa. para conduzir aqui esta
sessão.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Eduardo
Suplicy.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Tem
a palavra o deputado Carlos Giannazi, líder do PSOL nesta Assembleia
Legislativa.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR -Presidente, deputado Suplicy, agora parece que a
privataria tucana chegou mesmo, de fato e concretamente, na Educação do estado
de São Paulo. A “privataria bolsotucana”, na verdade, que é uma mistura de
bolsonarismo com tucanistão.
Nós estamos
denunciando exaustivamente, enfrentando essas privatizações, a privatização da
Sabesp, os anúncios já feitos de privatização da CPTM, do Metrô, da Fundação
Casa, das rodovias, agora da Emae e de tantos outros equipamentos, a venda dos
equipamentos públicos, dos imóveis. Eu denunciei aqui o site do governo que
colocava vários imóveis públicos do estado de São Paulo à venda.
Mas agora, Sr.
Presidente, chegou realmente a notícia sobre os leilões que serão realizados
até o final do ano pelo governador Tarcísio de Freitas, leiloando a Emae,
leiloando rodovias e leiloando também, Sr. Presidente, dentro desses leilões,
escolas estaduais. Haverá um leilão, uma privatização de escola no estado de
São Paulo.
Inclusive, eu
quero colocar aqui uma matéria que saiu ontem na imprensa, Sr. Presidente, “não
à privatização”. “Empresas privadas poderão administrar escolas de São Paulo. O
governo deve fazer o leilão até novembro”. Olha o absurdo, querem leiloar
escolas estaduais.
E tem também
uma matéria, um vídeo, eu vou colocar rapidamente, Sr. Presidente, para
ilustrar aqui o que eu quero denunciar.
* * *
- É exibido
vídeo.
* * *
Na verdade, Sr.
Presidente, só para concluir, não tem nada... A matéria é um pouco tendenciosa,
no sentido de tentar livrar a cara da “privataria bolsotucana” aqui em São
Paulo, achando algo positivo.
O fato é que o
governador Tarcísio vai leiloar escolas estaduais, entregando para a iniciativa
privada explorar os serviços das escolas estaduais, como cantina, segurança,
limpeza; essas empresas vão receber dinheiro público, Sr. Presidente.
Já vão receber
agora, para construir, porque as construções serão feitas através de PPIs, ou
seja, a privataria avança em várias áreas e agora ela chegou à Educação
Pública, às escolas estaduais.
Então, essas
denúncias que nós já fizemos, sobre o site, sobre a tentativa... A tentativa
não, o anúncio: o governo vai leiloar agora 30 terrenos no centro da cidade,
terrenos do Estado, mais o prédio do Iamspe, o prédio da administração, um
prédio enorme, numa área de alta especulação imobiliária.
E o Afif
Domingos falou que vai vender por 350 milhões, mas no site, que o governo tirou
do ar agora, Sr. Presidente, vale quase um bilhão de reais. Mas nós já pedimos
a convocação do secretário Afif Domingos para depor aqui na Assembleia
Legislativa e nós vamos tomar todas as providências necessárias para que não
haja, Sr. Presidente, privataria nas escolas da rede estadual. Porque Educação
não é mercadoria.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Agora vamos
chamar o próximo inscrito na Lista Suplementar, deputado Gil Diniz. Tem a
palavra pelo tempo regimental.
O
SR. GIL DINIZ - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, nobre deputado Eduardo Suplicy.
Boa tarde, deputado Carlos Giannazi, que acabou de sair daqui do plenário, boa
tarde aos nossos assessores, policiais militares e civis, público na galeria e
que nos assiste pela Rede Alesp. Presidente, confesso que eu peguei o discurso
do nobre deputado Carlos Giannazi no final, vi o vídeo que ele passou aqui no
telão e, pelo que eu entendi, ele estava fazendo propaganda para o governador do
estado de São Paulo.
A matéria
termina dizendo, senhores e senhoras, que o governador, em um ano e meio, já
reformou mais de 900 escolas. Aí eu acredito que ele não tenha visto o vídeo
que ele ou a assessoria escolheu, e tentou aqui consertar ao final.
A verdade,
senhoras e senhores, é que a cada dois dias; melhor, a cada dia que se passa
nessa administração, o governo de São Paulo entrega duas obras na questão da
Educação.
Não é dito aqui
desta tribuna. Eu me arrisco agora, deputado Suplicy, nessa seara da pasta da
Educação, que não é a minha praia... Muito embora já tenha sido categoria “O”
no estado de São Paulo, professor contratado, aluno de último ano, e consegui
ali pegar algumas aulas de professores que se afastavam; de, porventura, aulas
que estavam ali abertas.
Os meninos, os
jovens e adolescentes no estado de São Paulo, hoje, senhoras e senhores, podem
fazer intercâmbio nos Estados Unidos, na Inglaterra, em outros países, graças
ao governador Tarcísio e ao secretário Renato Feder. É uma realidade aqui no
estado de São Paulo.
Nós temos o FDE
diariamente, praticamente toda semana eu recebo convites do Jean Pierre,
presidente do FDE... Aqui eu deixo os parabéns ao Jean Pierre e à sua equipe.
Toda semana, uma entrega, uma reforma concluída. Eu me lembro aqui de semanas
atrás, um mês atrás, uma escola em uma aldeia indígena.
Então,
senhores, parece que é o caos na Educação em São Paulo, caos esse que nós não
criamos. E por que eu digo que o deputado Carlos Giannazi parece... Na verdade,
fez campanha pró-Tarcísio.
Porque eu
pergunto a você, que está em casa, responda sinceramente: quando ele diz que a
iniciativa privada pode fazer a gestão de algumas escolas públicas em São
Paulo, você, Sr. José, dona Maria, que tem um filho na escola pública, você
fica feliz ou fica triste?
Olha, estudei
em escola pública a minha vida inteira, aqui em São Paulo, Escola Estadual Dom
Camilo Maria Cavalheiro, Leste 4, zona leste. Não tive a oportunidade de
estudar em colégio privado.
Hoje, um dos
meus filhos estuda no Colégio Militar de São Paulo, gestão feita pelo Exército
Brasileiro. Ele fez um vestibulinho, fez um concurso muito concorrido e passou.
O meu outro filho, o Davi, o mais novo, estuda em um colégio privado. Eu
gostaria que todas as crianças do estado de São Paulo, todos os adolescentes,
tivessem a qualidade desse tipo de ensino.
Nós recebemos
aqui nesta Assembleia Legislativa um projeto de lei para criar um programa em
São Paulo e a meta para este ano e o próximo ano são 100 escolas
cívico-militares. Você que está em casa gostaria do seu filho em uma escola
cívico-militar? O deputado Carlos Giannazi não. A deputada Bebel, presidente da
Apeoesp, não.
Todas as vezes
que nós colocamos para a comunidade escolar em votação, se os pais querem
tornar aquela escola, geralmente uma escola de periferia, geralmente uma escola
onde os índices educacionais estão lá embaixo, se querem mudar a sua gestão e
passar a ser cívico-militar, a resposta da comunidade escolar é avassaladora. E
isso eles não querem. Queremos mudar um pouco aqui em São Paulo.
Queremos, sim,
e defendemos, sim, que a iniciativa privada possa gerir não todo o sistema, mas
parte dele. Queremos um modelo de gestão cívico-militar sim. Aqui em São Paulo.
Eu, por
exemplo, defendo o modelo confessional de escola, escolas que têm alguma
entidade religiosa gerindo. Escola evangélica, católica ou de qualquer outra
denominação. Não para todo modelo da gestão do ensino público em São Paulo,
mas, senhores, para dar opção a esses pais. Opção!
Já ouviram
falar em voucher? Entregar para o pai ali... Imagina só uma empregada doméstica
ter um voucher e poder matricular o seu filho lá na periferia em uma escola
privada, em uma escola da educação infantil ou de ensino fundamental.
Seria uma
maravilha para essa dona de casa. E isso, senhores, não é favor nenhum que o
governo faz para essas famílias. É um dever. E é aquilo que nós prometemos em
campanha e vencemos.
Então, deixo
aqui registrados os meus parabéns ao deputado Carlos Giannazi, que hoje fez
propaganda gratuita ao governador do estado de São Paulo e ao seu secretário de
Educação.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Presidente, se houver
acordo entre as lideranças, levantar a presente sessão.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Mas antes,
presidente, posso fazer uma breve comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Pois não.
O
SR. GIL DINIZ - PL -
PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, venho aqui, chego aqui na Assembleia, estou
vindo do Tribunal Militar de São Paulo na posse do novo desembargador,
coronel Juhás. Ele assume hoje o cargo de desembargador no TJM. Eu conheci o
coronel Juhás em 2009, quando fui soldado temporário ali na Marginal Tietê.
Fiz questão de
estar na posse dele, não tenho muito contato com ele ou com a família, mas a
lembrança que tenho quando soldado PM temporário era do bom trato, da
gentileza, do respeito que o então capitão, hoje coronel e desembargador do
TJM, Juhás nos tratava, principalmente com os mais subalternos, nós soldados
temporários. Então, fiz questão de estar presente, representar a Assembleia Legislativa. Deputado
Felipe Franco estava lá conosco também e fico muito feliz.
Escola Superior
de Sargentos, como eu disse, ali na Marginal Tietê. Presidente, eu me lembro
que a minha primeira missão na escola era justamente, verificar... Eu
trabalhava nos serviços gerais.
Então, era
botar meu macacão, me apresentar ao meu superior e verificar se na caixa d’água
tinha água suficiente para o dia letivo dos formandos, dos sargentos formandos.
Se não tivesse água, não tinha aula e era minha responsabilidade.
Para quem
conhece a região, em frente ao dormitório dos oficiais tem o acesso à Dutra. Eu
subia ali todos os dias e olhava para Dutra, rodovia que me viu chegar aqui em São
Paulo, sou
Pernambucano, em meados de 95, e ficava perguntando ao Senhor: “Senhor, qual é
o projeto para a minha vida?”.
Eu olhava ali
para o lado e tinha o CDP, presidente, tinha o domicílio dos cadeeiros ali na
Marginal. Eu falava: “Senhor, me livra disso”. Ficava me perguntando e fazia a
minha oração para iniciar o meu dia.
Graças a Deus,
hoje estou aqui na Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo e pude estar presente na posse
desse coronel, hoje desembargador no TJM. Tenho muita saudade desse tempo,
soldado PM temporário, e o meu maior respeito à Polícia Militar do Estado de São
Paulo.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Havendo acordo,
levantar a presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Havendo acordo
de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantado os trabalhos,
convoca V. Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental,
sem Ordem do Dia.
Meus cumprimentos por ser um dos deputados que costuma estar presente
aqui no Pequeno e no Grande Expediente.
Um abraço.
Está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às l4 horas e 38
minutos.
*
* *