1 DE NOVEMBRO DE 2023
131ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI e DR.
JORGE DO CARMO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - DR. JORGE DO CARMO
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Endossa o pronunciamento do deputado Dr. Jorge do Carmo.
Critica o governo por não editar o projeto das Atividades Pedagógicas
Diversificadas - APDs.
4 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - DR. JORGE DO CARMO
Assume a Presidência.
6 - EDIANE MARIA
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
7 - PRESIDENTE DR. JORGE DO CARMO
Acolhe a questão de ordem da deputada Ediane Maria, para respondê-la
oportunamente.
8 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - PRESIDENTE DR. JORGE DO CARMO
Endossa o pronunciamento do deputado Reis, quanto ao valor
do auxílio-alimentação no serviço público estadual.
10 - MAJOR MECCA
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - PRESIDENTE DR. JORGE DO CARMO
Endossa o pronunciamento do deputado Carlos Giannazi.
13 - PAULO FIORILO
Por inscrição, faz pronunciamento.
14 - PRESIDENTE DR. JORGE DO CARMO
Tece considerações sobre o veto do governo ao projeto de sua
autoria, que trata da retirada humanizada de pessoas de áreas de risco de
enchentes.
15 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
16 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
17 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
18 - PRESIDENTE DR. JORGE DO CARMO
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do dia 06/11, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.
*
* *
O SR. PRESIDENTE -
CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número
regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
*
* *
-
Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando início à
lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado
Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Com a palavra o deputado Itamar
Borges. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra
a deputada Thainara Faria. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Dr. Jorge do
Carmo, que fará uso regimental da tribuna.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, deputado professor Carlos
Giannazi. Boa tarde, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente da
galeria, público da TV Alesp, os ilustres policiais aqui presentes, os
assessores.
Sr. Presidente,
eu venho a esta tribuna neste dia 1º de novembro, quando daqui a pouco já é o
final do ano; faltam dois meses para o final do ano legislativo de 2023. E vim,
Sr. Presidente, falar de uma demanda, de uma reivindicação que paira pela
sociedade no Brasil como um todo e, em especial, aqui no estado de São Paulo.
Inclusive hoje,
a partir do dia 1º de novembro, nós tivemos a determinação pelo prefeito de São
Caetano do Sul que iniciou lá o processo de tarifa zero. A tarifa zero é um
direito, é o direito de ir e vir. É o direito constitucional que a sociedade
tem de ir e vir. Muitas vezes não consegue ir ou vir porque não tem dinheiro,
porque não tem dinheiro para ir ao médico, para ir para a escola, tal.
Mas falando de
tarifa zero, eu apresentei um projeto de lei aqui a esta Casa, que é o Projeto
nº 1.540, de 2023, que versa sobre a possibilidade, a autorização desta Casa,
para que o governador do estado de São Paulo possa, nos dias de eleição,
conceder, por meio, evidentemente, do serviço de concessionárias do nosso
estado, a gratuidade do transporte coletivo, visto que essa determinação, já há
uma recomendação, ou melhor, uma determinação do Supremo Tribunal Federal.
Ouso aqui ler o
que disseram, o que falaram, os ministros. O Supremo Tribunal Federal, STF, por
unanimidade, decidiu que o poder público tem o dever de fornecer serviço
gratuito de transporte coletivo nos dias de eleições. A decisão foi tomada na
sessão desta quarta-feira, dia 18, no julgamento da arguição de descumprimento
de preceito fundamental, ADPF n.º 1.013.
Por isso, Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, achei por bem, entendo que é um
direito da sociedade paulista, em todas as regiões metropolitanas, no estado de
São Paulo como um todo, nos dias de eleição, o governador, o poder público
estadual e os poderes públicos municipais, evidentemente, adotarem o sistema
gratuito enquanto não temos a tarifa zero em todos os municípios, em todo o
estado de São Paulo, ao menos, por recomendação, por determinação, por se
tratar de um direito recomendado e determinado pelo Supremo Tribunal Federal.
Como aqui
mencionei, apresentei o Projeto n.º 1.540, que versa: “Fica o Poder Executivo
estadual autorizado a determinar as concessionárias e empresas de transporte
público urbano e interurbano, ferroviários, metroviário e rodoviário, sob
competência estadual, para que funcione com normalidade e gratuidade no dia das
eleições, de acordo com o calendário e horário de votação estabelecido pela Justiça
Eleitoral.”
Entendo que é
um projeto que tem por si só legalidade, uma vez que o Supremo Tribunal Federal
já determinou que esse direito seja cumprido para todas as pessoas, eleitores
ou não, que possam circular nos dias de eleições no estado de São Paulo. Por
isso, temos isso como um direito de ir e vir, e um direito para que as pessoas
possam se locomover e exercer o seu exercício de cidadania.
É importante
que nos dias de eleições tenha a tarifa zero. Ademais, acho por oportuno que o
estado de São Paulo, que as concessionárias, que o Governo de São Paulo e os
municípios do estado de São Paulo e do Brasil, mas em especial de São Paulo,
comecem a organizar. Temos hoje a 25.ª cidade do estado de São Paulo já com
tarifa zero. No Brasil, são mais de 80 municípios com tarifa zero.
Então vejo com
bons olhos, vejo que esse Projeto de lei pode prosperar, porque se trata de uma
autorização. Logo, não há vício de iniciativa, porque é uma autorização desta
Casa para que o poder público estadual, no caso o Governo do Estado de São
Paulo, possa determinar que as concessionárias de serviço público de transporte
coletivo no estado de São Paulo possam conceder a gratuidade nos dias de
eleições. Era isso, Sr. Presidente.
Muito obrigado
pela oportunidade, e aproveito para desejar um ótimo feriado para todas e todos
nós.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Parabéns,
deputado Jorge do Carmo, pela iniciativa desse projeto. Todo o nosso apoio.
Dando sequência à lista de oradores inscritos, tem a palavra o deputado Paulo
Fiorilo. (Pausa.) Tem a palavra o deputado Eduardo Suplicy.
Enquanto o deputado se dirige à
tribuna, eu gostaria de registrar que hoje é dia primeiro de novembro,
quarta-feira, praticamente 14 horas e nove minutos, e até agora, até este exato
momento, o Governo do Estado, governo Tarcísio, por meio do seu secretário
Renato Feder, não protocolou ainda o Projeto de lei Complementar que trata da
questão da flexibilização das APDs, das atividades pedagógicas diversificadas,
que vêm prejudicando imensamente o magistério estadual.
Então aqui da Alesp nós exigimos que o
governo cumpra a sua promessa. O Renato Feder, secretário da Educação, dono da
Multilaser, já prometeu três vezes: uma aqui na Assembleia Legislativa, no
primeiro semestre, em uma reunião que teve comigo em seu próprio gabinete, e
agora, recentemente, através de uma “live” no início do semestre. Mas hoje é
dia primeiro de novembro, quarta-feira, 14 horas, e até agora, nada.
E o projeto é importante, deputado
Jorge do Carmo. Esse projeto tem que ser encaminhado com rapidez, com
agilidade, para que a gente possa resolver essa situação, resolver a questão da
volta da falta-aula, a questão da atribuição de aulas também, sobretudo para os
professores da categoria “O”.
Com a palavra o deputado Eduardo
Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Carlos, eu quero, primeiro,
fazer um comentário aqui sobre como o economista Ricardo Paes de Barros, um dos
responsáveis pelos problemas sociais brasileiros, quando ele diz que o desenho
do Bolsa Família atual precisa ser melhorado.
Ele disse: “O Cadastro Único piorou na gestão anterior e está
desatualizado. É um grave problema, porque isso é fundamental para dar o
benefício a quem realmente precisa”.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Dr. Jorge do Carmo.
* * *
O ministro
Wellington Dias tem feito enorme esforço para melhorar a qualidade do Cadastro,
o que é bem-vindo, eu estou de acordo com isso. Na avaliação do economista, o
pagamento de 600 reais para a regra atual, que contempla somente famílias com renda
per capita até 218 reais mensais, não é o melhor modelo a ser seguido. Ele
sugere que o valor do benefício seja aumentado ou reduzido conforme a renda
individual de cada família.
Diz ele,
abrindo aspas: “A focalização deveria funcionar da mesma maneira que os
impostos, precisa ser gradual. Evita-se quinas, as mudanças ficam suaves. Seria
estabelecer uma rampa ao invés de uma linha de corte para a família parar de
receber. Essa família, à medida que fica menos pobre, passa a receber menos,
mas não é deixar de receber, assim do nada”, afirmou o professor Ricardo Paes
de Barros.
Daí a coluna do
“Estadão” registra que: “Recentemente, o deputado estadual Eduardo Suplicy
apresentou ao governo Lula uma proposta para discutir a transição do Programa
Bolsa Família para a Renda Básica de Cidadania”.
Diz a coluna do
“Estadão” que a ideia foi rechaçada por Paes de Barros: “Por que transferir
renda para quem não é pobre? Não tem como fazer um programa de cesta básica
para quem não precisa de alimento”, criticou. “Para que a Renda Básica para
quem já tem muito dinheiro? A justificativa para se fazer universal seria se
não soubéssemos quem são os pobres. Só se dá remédio para quem tem doença”.
Ora, querido
Ricardo Paes de Barros, com todo respeito, carinho, amizade, eu quero
recomendar a você que esteja lendo melhor a opinião de economistas como
Philippe Van Parijs e Yannick Vanderborght, que, em “Renda Básica, uma proposta
radical para uma sociedade livre e economia sã”, é exatamente a Renda Básica
Universal.
É claro que
vamos pagar para todos, mas qual é a vantagem? Ao se pagar para todos, não há
mais qualquer burocracia envolvida em se ter que saber quanto cada um ganha no
mercado formal ou no mercado informal, na carteira de trabalho assinada ou em
qualquer atividade pela qual recebemos uma remuneração, sem eventual registro.
Se uma mãe toma
conta das crianças da vizinha, recebe um trocado no dia seguinte, não precisa
declarar, mas qual é a boa justificativa disso? Não é que os que têm mais vão
receber também, como os que têm menos?
Só que os que
temos mais, eu incluído, nós iremos contribuir para que nós mesmos e todos os
demais venham a receber. Eu estranho que Ricardo Paes de Barros, e mesmo a
coluna do “Estadão”, não tenham colocado isso como um argumento tão importante.
Eu espero que a
Roseann Kennedy, o quanto antes, venha a esclarecer que, para se cuidar bem das
coisas, os que temos mais vamos colaborar para que os mais ricos venham também
a receber e contribuir muito mais para que todos venhamos a receber.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado,
deputado, sempre senador, Eduardo Matarazzo Suplicy.
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para apresentar uma questão de ordem.
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Pela ordem,
nobre deputada Ediane Maria. Com a palavra, Vossa Excelência.
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL -
PARA QUESTÃO DE ORDEM - Muito obrigada, Sr. Presidente. Estou aqui para
apresentar o meu requerimento, e eu acho muito importante a gente colocar nesta
Casa, apresentar um pouquinho. Vou só colocar a conclusão do meu pedido.
Considerando
não ter sido apresentada fundamentação para o ato que acatou o pedido
apresentado pelo Sr. Governador do Estado de São Paulo requerendo tramitação em
regime de urgência do PL nº 1.501, de 2023, e em atenção ao Art. 135, Art. 141
e ao Art. 143 do Regimento Interno desta Casa, indaga-se qual a fundamentação
para que o referido projeto de lei ordinária seja recebido em trâmite de
urgência.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
Boa tarde a
todos.
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado,
deputada. Será recepcionada a vossa questão de ordem e respondida
oportunamente. Obrigado pela oportunidade.
Seguindo a lista de oradores inscritos,
com a palavra o deputado Alex Madureira. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Com a
palavra a deputada Dani Alonso. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis. Tem V.
Exa. o tempo regimental do Pequeno Expediente.
O
SR. REIS - PT –
Quero saudar o presidente, deputado Dr. Jorge do Carmo, também o deputado
Suplicy, o deputado Carlos Giannazi, a deputada Ediane Maria, o deputado Major
Mecca, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Penal,
da Polícia Técnico-Científica, todos os funcionários desta Casa, o público
presente e todos aqueles e aquelas que nos acompanham pela Rede Alesp.
Presidente Jorge
do Carmo, eu quero continuar cobrando do governador o reajuste do tíquete dos
funcionários públicos, porque, à medida que nós circulamos pelo estado, os
funcionários públicos têm nos cobrado. Eles têm nos cobrado porque não é
possível um tíquete de 12 reais. É inaceitável, é uma agressão ao funcionário
público.
Ontem - se eu
não me engano, ontem ou antes de ontem -, eu perguntei para o deputado Vitão do
Cachorrão. O deputado Vitão, deputado Mecca, tem um hot dog. Esse nome, “Vitão
do Cachorrão”, veio do cachorro-quente que ele vende lá em Sorocaba, que é
muito famoso.
Aliás, quando
vocês visitarem Sorocaba, procurem lá o bar em que é vendido esse cachorro-quente
do Vitão. É muito famoso o cachorro-quente do Vitão do Cachorrão.
Eu perguntei
para ele: “deputado, quanto custa um suco e um cachorro-quente?” Ele falou: “18
reais”. Doze reais um pão com salsicha, que ele falou que não é o top, é o
inicial, é a entrada. Um pão com salsicha e um suco, 18 reais.
Então, 12 reais
é inaceitável. E há muitos anos que é esse valor de 12 reais. Não é de agora. E
nós, quando fizemos aqui o debate do reajuste dos 6% do funcionalismo público,
para que a votação transcorresse tranquilamente, o líder do Governo fez um acordo
de que o vale-refeição dos funcionários seria reajustado.
Eu, inclusive,
apresentei uma emenda, deputado Jorge do Carmo, para que fosse pelo menos no
valor de uma unidade fiscal, que está em cerca de 34 reais. Pelo menos. Ainda é
insuficiente, ainda é praticamente a metade do que a Assembleia paga para os
seus assessores. Mas devia ser pelo menos uma unidade fiscal.
Pedi também
para que houvesse isonomia, deputado Major Meca que defende as carreiras
policiais, que houvesse isonomia entre os policiais militares e os demais
policiais. Porque para os policiais militares fixou-se um teto de 228 unidades
fiscais, que representam cerca de 7.811 reais, e para os demais policiais, os
policiais civis, penais, técnico-científicos, fixou-se um teto de cerca de
5.400 reais, ou 156 unidades fiscais.
Então, já que o
governador não quer levar essa isonomia para todo o funcionalismo, que
houvesse, pelo menos dentro das carreiras policiais, essa isonomia, que fosse
igualado pelo teto e não por baixo, para que todos tivessem esse mesmo valor.
Os policiais penais continuam reclamando que o projeto deles não chega nesta
Casa. É a regulamentação da Polícia Penal que não chega a esta Casa.
Inclusive,
ontem, o presidente André do Prado nos recebeu, agradeço ao presidente desta
Casa, que, de imediato, quando eu falei que as carreiras policiais queriam vir
à Assembleia Legislativa ter uma reunião com ele, para tratar da pauta dos
policiais civis, dos policiais penais, dos policiais técnico-científicos, ele
de imediato se pôs a recebê-los.
E, novamente,
aflorou essa questão da regulamentação da Polícia Penal. Inclusive, o sindicato
até colocou um novo nome no governador. Passou a chama-lo de “Tarcinóquio”. O
que seria o “Tarcinóquio, deputado Jorge do Carmo? O que seria o “Tarcinóquio”,
nome que a Polícia Penal está colocando no governador Tarcísio de Freitas?
Ele não precisava
desse apelido. Desnecessário. Desnecessário ele levar esse apelido,
“Tarcinóquio”, uma mistura de Tarcísio com Pinóquio, porque prometeu até 15 de
agosto entregar aqui a regulamentação da Polícia Penal, prometeu que a
diferença do reajuste que os demais policiais tiveram e a Polícia Penal não
teve, que seria encaminhado para esta Casa, e isso não aconteceu.
Então, são
questões de prazos, de datas que não são cumpridas e que levou a essa
frustração dos integrantes da Polícia Penal. E acabaram por carimbar o
governador com mais esse título, o título de “Tarcinóquio”. Eu achei
desnecessário.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado,
deputado Reis. Vossa Excelência tem toda razão, não é possível que em um estado
como São Paulo um ticket de refeição tenha o valor irrisório de apenas 12
reais, o que não dá para comer um cachorro-quente, por mais simples que seja,
como V. Exa. aqui mencionou.
Seguindo a ordem da lista dos oradores
inscritos, com a palavra o deputado Caio França. (Pausa.) Com a palavra a
deputada Márcia Lia. (Pausa.) Com a palavra o deputado Donato. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Major Mecca. Tem V. Exa. o tempo regimental do Pequeno
Expediente.
O
SR. MAJOR MECCA - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Dr. Jorge, todos os
deputados, deputadas, todos os que nos acompanham pela TV Alesp. Tem nosso
apoio nessa cobrança ao governo, deputado Reis, em relação a esses tickets.
Isso aí é um
trabalho árduo que nós fazemos desde a legislatura passada, que foi o meu
primeiro mandato. Nós também levamos não só ao governador, como aos secretários
de estado, a importância e a necessidade de celeridade em muitas medidas em
relação aos policiais do estado de São Paulo, aos funcionários públicos e em
todas as áreas.
Porque o
governador Tarcísio pegou um estado de São Paulo, vamos dizer assim, em
frangalhos. Porque, com 30 anos de desconstrução da polícia, 30 anos de
desconstrução de Educação, Saúde, Infraestrutura, Saneamento Básico, não é da noite
para o dia que as coisas mudarão de cenário, como é a expectativa de todos os
paulistas. E nós temos essa esperança, temos a expectativa e estamos
trabalhando junto com o governador Tarcísio nessa reconstrução.
Nós citamos
aqui o exemplo da recomposição salarial da Polícia Militar, Civil,
Técnico-Científica. Ainda estamos aguardando e estamos cobrando; cobrei do
secretário de Administração Penitenciária o envio desse projeto, que já está
tardio.
Os policiais
penais são uma categoria extremamente sofrida na atividade que exerce, e esses
entraves burocráticos precisam ser superados, porque quando nós falamos de
polícia, nós falamos de vida.
E para que nós
possamos combater o criminoso, nós temos que ter a preocupação com a vida do
operador de Segurança Pública, que é o policial, que é o patrulheiro.
Nós precisamos
estar atentos às legislações relativas ao combate ao criminoso, ao bandido, que
tem que estar na cadeia. Ontem, na Câmara dos Deputados, foi aprovado um
projeto de lei importante, Projeto de lei no 3.780, de 2023, que
aumenta as penas de roubo, de latrocínio, de furto, de receptação.
Essa lei,
agora, segue para o Senado. E a todos vocês que nos acompanham pela TV Alesp,
quando nós falamos de todas essas pautas de Segurança Pública, de Saúde, de
Educação, saibam que é um trabalho conjunto de esferas federal, estadual,
municipal, para que você, cidadão, possa colher os frutos de boas políticas.
Essa que eu cito agora, esse PL 3.780, nós acompanhamos, conversamos com os
deputados federais, apoiando-os em relação à necessidade desse aumento de pena.
Porque o
bandido tem que estar na cadeia, bandido não pode estar na rua, matando,
estuprando, matando jovem, mulher, por conta de um aparelho celular e de uma
bolsa.
E nos causou
muita estranheza ontem, viu Dr. Jorge, a obstrução ferrenha que o PT e o PSOL
fizeram para que esse projeto não fosse aprovado. Bandido tem que estar na
cadeia. Aqui na Casa, em relação às emendas à Lei Orçamentária Anual.
As nossas emendas são no sentido de que o
governo invista em compra de tornozeleira para manutenção e acompanhamento de
bandido, e não para investir em câmera corporal para prejudicar a vida do
policial, que está na rua para defender o cidadão, que já trabalha com uma
intensa insegurança jurídica por conta de legislações do Código Penal, Processo
Penal, Lei de Execuções Penais e por aí vai, que afaga bandido e prejudica
polícia.
Então hoje nós estamos aqui para dizer que
nós estamos acompanhando junto ao Governo do Estado de São Paulo todas essas
medidas, seja em âmbito de Segurança Pública, seja em âmbito da Educação,
Saúde, para que São Paulo possa mudar e nós possamos sair desse ostracismo em
que uma criança entra dentro de uma escola e se sente insegura.
Contem com o nosso trabalho. Ao longo
deste ano de 2023, é uma honra a todos os integrantes do meu gabinete, do
gabinete do deputado Major Mecca, nós sermos o deputado que mais enviou recurso
para a Polícia Militar, para as polícias do estado de São Paulo, sempre no
sentido de melhorar as condições desses homens e mulheres que se sacrificam
para salvar a vida dos cidadãos de bem do nosso estado.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado, Deputado
Major Mecca. Seguindo a lista de oradores inscritos, com a palavra o deputado
Luiz Fernando Teixeira. (Pausa.) Com a palavra o deputado Simão Pedro. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Atila
Jacomussi. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rui Alves. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rogério
Santos. (Pausa.)
Com
a palavra o deputado professor Carlos Giannazi. Tem V. Exa. o tempo regimental
do Pequeno Expediente.
O SR. CARLOS GIANNAZI -
PSOL - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sr. Presidente, deputado Dr.
Jorge do Carmo, deputado Reis, telespectador da TV Assembleia, eu quero,
aqui da tribuna da Assembleia Legislativa, mais uma vez manifestar o meu total
apoio à luta dos trabalhadores, dos servidores da USP que trabalham nos navios
do Instituto Oceanográfico.
Esses trabalhadores estão contratados há
mais de 20 anos, 20, 30 anos trabalhando nesses navios - dois deles em Santos,
tem navio em Cananeia, em Ubatuba. Eles estão sendo, Sr. Presidente, agora
descartados de uma forma perversa, sendo vítimas de uma verdadeira agressão, de
uma verdadeira afronta à dignidade humana e aos direitos trabalhistas.
Eles foram contratados pela Universidade
de São Paulo e sempre prestaram um trabalho muito importante de apoio ao ensino
e à pesquisa nesses navios, dando suporte aos pesquisadores, aos alunos da
graduação, da pós, do mestrado, do doutorado, do pós-doutorado, ajudando na
elaboração e no trabalho de pesquisa desse importante Instituto Oceanográfico
da Universidade de São Paulo.
No entanto, agora, do dia para a noite, a
universidade descobriu que ela cometeu um erro na contratação, um erro entre
aspas, porque ela não realizou concurso público. Na época, quando esses
contratos foram feitos, há 20, 30 anos atrás, ela contratou esses servidores
através de uma empresa intermediária.
Agora que ela descobriu isso, do dia para
a noite, ela está descartando, eliminando esses importantes servidores, trabalhadores
que têm família, Sr. Presidente. É um absurdo o que a universidade está
fazendo.
Eu estive lá recentemente, alguns meses
atrás. Conheci o trabalho deles, inclusive tenho as fotos aqui. Quero mostrar,
Sr. Presidente, que aqui está a professora Michele, que é a presidente da
Adusp. Ela está agora, neste momento, lá, prestando apoio e solidariedade aos
trabalhadores que estão sendo descartados.
A USP quer que eles saiam, porque ela
contratou uma empresa terceirizada. Ela quer colocar no lugar desses
trabalhadores, que são históricos, que têm experiência e trajetória, uma
empresa terceirizada. Está tentando retirar à força os trabalhadores.
A professora
Michelle, que é do Fórum das Seis, que é a presidenta da Adusp, está lá
manifestando o apoio da comunidade acadêmica, sobretudo dos professores e dos
alunos aos trabalhadores, Sr. Presidente.
Eu já pedi a
convocação do reitor, para que ele venha depor na Assembleia Legislativa, para
que ele cesse esse processo de perseguição, para que todos esses trabalhadores
tenham a sua situação resolvida, do ponto de vista trabalhista.
É uma agressão,
Sr. Presidente, ao direito do trabalhador, e querem demitir sem nenhum direito,
não querem pagar as verbas rescisórias, Sr. Presidente. É um absurdo isso.
Olha, nós
estamos chocados com esse comportamento autoritário da Universidade de São
Paulo, na verdade, da reitoria. A maior universidade do Brasil. Isso não
combina com a reitoria da Universidade de São Paulo, com o nome da USP.
Então, nós
exigimos que eles sejam todos reintegrados, que a universidade, através da sua
procuradoria, através do sindicato, busque uma saída. O sindicato já
apresentou, Sr. Presidente, saídas. O sindicato tem negociado – Sintusp - mas a
reitoria está intransigente com os servidores, com essa situação. Os
trabalhadores lá esperando uma negociação, Sr. Presidente.
Então, nós
exigimos que a solução seja dada imediatamente, que nenhum trabalhador seja
demitido. É grave a situação, Sr. Presidente.
Eu já fiz
contato com a reitoria, mas até agora nada, Sr. Presidente, a reitoria não
sinaliza. Isso é desumano, é ilegal o que está acontecendo. A USP tem a
responsabilidade de resolver porque foi ela que errou.
O trabalho
desses trabalhadores é um trabalho lícito, não é ilícito, eles trabalharam e
continuam trabalhando nos navios. Agora estão sendo substituídos do dia para a
noite, por uma empresa terceirizada.
Ou seja, a USP
nem se prontificou a fazer um acordo, talvez com essa empresa terceirada para
contratar esses trabalhadores, que já estão lá e têm experiência. Nada disso
foi feito.
Então, todo o
nosso apoio aos trabalhadores que estão nos navios da USP, lá em Santos, às
pessoas que estão lá , agora, nesse momento, Sr. Presidente, e que a reitoria
abra uma negociação com o Sintusp, com o advogado dos trabalhadores, que é um
grande advogado, que é o Luiz Eduardo Greenhalgh, que está também nesta causa,
Sr. Presidente.
Então, todo o
nosso apoio e solidariedade à luta dos trabalhadores dos navios da USP. E nós
estamos tomando medidas, Sr. Presidente, convocando o reitor para que ele venha
depor aqui na Assembleia Legislativa e explicar esse ataque à dignidade humana
de todos esses trabalhadores.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado,
deputado professor Carlos Giannazi. Todo o nosso apoio, também, aos
trabalhadores da USP, porque não combina mesmo, uma instituição renomada,
conceituada como a USP, São Paulo, não combina qualquer forma de perseguição.
Seguindo a lista dos oradores
inscritos, com a palavra a deputada Solange Freitas. (Pausa.) Com a palavra o
Dr. Elton. (Pausa.) Com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a
palavra a deputada Professora Bebel. (Pausa.) Com a palavra a deputada Fabiana
Bolsonaro. (Pausa.) Com a palavra o deputado Conte Lopes. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Marcos Damasio. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Guilherme
Cortez. (Pausa.) Com a palavra a deputada Beth Sahão. (Pausa.) Com a palavra a
deputada Andréa Werner. (Pausa.) Com a palavra a deputada Marta Costa. (Pausa.)
Com a palavra, o deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Com a palavra a deputada
Paula da Bancada Feminista. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Valdomiro
Lopes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Enio Tatto. (Pausa.) Com a palavra a deputada Valéria
Bolsonaro. (Pausa.) Com a palavra a deputada Ana Perugini. (Pausa.)
Seguindo agora aqui a Lista Suplementar
do Pequeno Expediente, com a palavra, o deputado Enio Tatto. (Pausa.) Com a
palavra a deputada Márcia Lia. (Pausa.) Com a palavra o deputado Sebastião
Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com
a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra o deputado Gil
Diniz. (Pausa.) Com a palavra o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor.
(Pausa.)
Com a palavra o deputado Paulo Mansur.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Simão Pedro. (Pausa.) Com a palavra o deputado Conte Lopes. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Lucas Bove. (Pausa.) Com a palavra o líder da
Federação, deputado Paulo Fiorilo, Federação PT/ PCdoB/PV.
O
SR. PAULO FIORILO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
deputado Gilmaci, que preside a comissão (Inaudível.) designado, Deputado Reis,
que é um daqueles deputados, assim como o deputado Giannazi, assíduos nesse
debate.
Eu queria
aproveitar o Pequeno Expediente para fazer um registro triste de uma região que
tem sofrido muito aqui no estado de São Paulo, com as chuvas. Acompanhei de
perto a situação na cidade de Ribeira, em que o rio Ribeira de Iguape
transbordou, assim como em Itaoca, que sofreu menos, mas que também teve muita
chuva. E as cidades do Baixo Vale, como Eldorado, Sete Barras, o quilombo de
Ivaporunduva, que tem famílias que perderam as suas casas.
Eu vi que o
governador esteve lá em Ribeira. Agora, acho que é importante, para além da ida
do governador, que o estado pudesse estar preparado para enfrentar as
consequências da mudança climática. A gente está vendo isso no Brasil. É só
olhar o que está acontecendo no Sul, mas agora no Vale do Ribeira. E o que está
acontecendo no norte do País, com a seca nos nossos rios.
É importante e
necessário que o estado tome providências. O MST está com uma proposta
interessante, que tem a ver com a discussão das terras devolutas. Tanto o PT e
o PSOL também participam de uma ação em Brasília, no Supremo, que vai ser
julgada agora no início de novembro, já tem a data marcada.
E diz respeito
à lei, aprovada nesta Casa, que possibilitou, ao Governo do Estado, entregar as
terras devolutas aos fazendeiros, grileiros, que ocuparam essas áreas de forma
irregular.
A proposta do
MST é que a gente use essas áreas, assim que a lei for - e espero que seja -
anulada pelo Supremo, para a plantação de árvores, para que a gente faça um
grande reflorestamento. Poderemos criar, inclusive, a figura do cuidador de
floresta. Isso mudaria muito a situação do estado de São Paulo.
Quem conhece a
região do Pontal do Paranapanema, como o deputado Reis, que viaja muito para
aquela região, deputado Giannazi, sabe que lá tem um parque, que restou de toda
aquela área, que é um parque importante para aquela região.
Agora, tem
muita área que pode ser utilizada para reflorestamento. Se o governo tiver a
sensibilidade, poderia começar a mudar essa política.
E, quem sabe,
nós não teremos que enfrentar - deputado Dr. Jorge, que preside esta sessão -
situações como a gente está vendo agora no Vale do Ribeira. E possivelmente a
gente vai viver em São Paulo. Nós, que moramos aqui e atuamos na cidade,
sabemos o que significam as enchentes de janeiro, fevereiro, março.
Infelizmente,
se não houver, por parte dos governos estaduais e também do governo federal,
que está preocupado, a ministra Marina tem pautado este debate do
reflorestamento, dos cuidadores da mata, nós vamos continuar enfrentando
situações difíceis.
Então eu queria
deixar aqui, primeiro, a minha solidariedade ao povo do Vale do Ribeira, em
especial das cidades que foram mais atingidas com a cheia do rio Ribeira de
Iguape.
Segundo,
cobrar, do Governo do Estado, uma rede de proteção, urgente, para essas
famílias que estão desabrigadas. Terceiro, que o governo pudesse ter, de fato,
um plano de reflorestamento, para além da questão das terras devolutas.
O MST propunha
inclusive que se reflorestassem os eixos das rodovias. Algumas regiões do
estado já fizeram isso, plantando inclusive árvores frutíferas. Na região oeste
do estado, a gente tem várias cidades em que você, antes de chegar à cidade,
encontra árvores frutíferas produzindo; é o caso das mangueiras e outras
árvores. Então, é possível, é factível e a gente daria um exemplo para o país,
para os outros estados e para o mundo.
Peço, Sr.
Presidente, que encaminhe meu discurso aos prefeitos da região, das cidades de
Ribeira, Itaoca, Apiaí, Eldorado e também da cidade de Sete Barras. Foram as
cidades mais atingidas.
Aliás, Sete
Barras é uma cidade que já foi atingida no início do ano por fortes chuvas, o
que fez com que várias plantações de bananeiras fossem atingidas por essas
chuvas e o prejuízo fosse muito grande.
Então, peço que
encaminhe a esses prefeitos, aos prefeitos do Vale do Ribeira e ao Governo do
Estado.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado,
deputado Paulo Fiorilo, nosso líder da nossa federação. Será encaminhado o
vosso discurso.
Quero aproveitar a oportunidade para
dizer que é assim mesmo, né? Nós aprovamos aqui nesta Casa um projeto de lei de
minha autoria, que é o Projeto nº 82, de 2022, exatamente que autorizava o
governador a criar um programa de remoção protetiva segura e humanizada para as
vítimas das enchentes, porque as enchentes acontecem todo ano. Infelizmente o
governador vetou o projeto. Vetou, porque certamente não tem nenhum compromisso
com essas famílias, com as pessoas que sofrem todos os anos com a questão das
enchentes em nosso estado.
Seguindo a lista de oradores inscritos
na lista suplementar, com a palavra o deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.)
Com a palavra, o deputado Paulo Reis.
Tem V. Exa. novamente o tempo regimental.
O
SR. REIS - PT -
Presidente Jorge do Carmo, eu volto à tribuna porque agora quero falar, quero
repercutir um procedimento de controle de constitucionalidade que foi
instaurado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, pelo Sr.
Procurador-Geral de Justiça.
O fato de esse
controle, esse procedimento ter sido instaurado começa com um projeto de minha
autoria, o Projeto de lei Complementar nº 61, de 2023, que foi aprovado aqui
por todos os meus pares e, quando levado então ao Sr. Governador do estado de
São Paulo, ele vetou. Tanto que ele ganhou o título de “vetador-geral do
estado”.
“Vetador-geral
do estado”, porque, inclusive, a imprensa levantou que ele, em menos de um ano,
vetou mais projetos do que o governador Rodrigo Garcia e o governador João
Agripino Doria em dois anos.
Em menos de um
ano, ele vetou mais do que dois governadores em dois anos. Por isso que ele
então recebeu esse título de “vetador-geral do estado”. Inclusive criamos o
“Dia do Veto”, dia 28 de setembro, para ser considerado o “Dia do Veto”.
Nós, então,
fomos até o procurador-geral de Justiça, agendamos uma reunião com ele. Os
representantes das classes policiais civis se fizeram presentes, vários
sindicatos, os sindicatos dos escrivães, dos delegados, dos investigadores, dos
agentes de telecomunicação. Em suma, o procurador recebeu a todos.
E nós, ali,
fizemos uma representação em face de uma lei que tem um dispositivo
inconstitucional, em desacordo com a Constituição do Estado.
Hoje, eu fiquei
muito contente, porque o meu assessor, o Ícaro, recebeu um email do Ministério
Público com um despacho do Ministério Público instaurando esse procedimento de
controle de constitucionalidade.
Ele mandou aqui
o número do processo. Objeto: “análise da constitucionalidade da expressão
‘nível ou classe’, constante no Art. 12, § 2º, da Lei Estadual nº 1.354, de
06.03.2020, que dispõe sobre as aposentadorias e pensões do regime próprio de
Previdência dos servidores públicos ocupantes de cargo de provimento efetivo,
nos termos do Art. 126 da Constituição do Estado de São Paulo, e dá outras
providências”.
O fato é que a
Lei nº 1.354 traz essa inconstitucionalidade, em desacordo com a Constituição
do Estado e em face da Constituição Federal, e que nós, com o nosso projeto,
tentamos corrigir isso e o governador vetou. Mas, ciente da inconstitucionalidade,
o governador poderia ter mandado um projeto dele, como ele mandou, no que se
refere à questão dos pets, do deputado Rafael Saraiva.
Ele mandou um
projeto. Quer dizer, ele viu que aquela questão dos pets tinha que ter um
projeto dele e ele mandou. Mas no que se refere aos policiais, ele não mandou.
No que se refere aos policiais civis, ele se calou. Ele se omitiu.
Então, além
desse título que ele ganhou aí de “Tarcinóquio”, ele também recebeu o título de
omisso. Ele se omitiu. Ele tomou conhecimento da ilegalidade, da
inconstitucionalidade, e ficou silente.
Nós não tivemos
outra questão a não ser ir até o procurador e falar: “olha, esse dispositivo é
inconstitucional. O governador está sabendo disso e não tomou providências”.
E o dispositivo
aqui, que foi instaurado lá, notifica: “De ordem, determina-se a realização das
seguintes diligências: notificar o presidente da Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo para que apresente manifestação sobre a constitucionalidade
dos atos normativos indicados no objeto acima; informações sobre as
providências que serão tomadas; informações sobre sua vigência e eventuais
alterações e remessa do seu texto e cópia do seu processo legislativo;
notificar o governador do estado para que apresente manifestação sobre a
constitucionalidade dos atos normativos indicados no objeto acima; informações
sobre as providências que serão tomadas; notificar a Procuradoria Geral do
Estado para manifestação. Prazo: 15 dias corridos”.
Então, eu
fiquei muito contente, porque a nossa visita ao procurador-geral de Justiça, o
Dr. Mário Sarrubbo, no Ministério Público, já produziu resultados. Foi
instaurado esse procedimento para averiguar essa agressão aos policiais civis e
aos policiais penais. O governador tomou ciência e não tomou nenhuma
providência.
Ele ficou
quieto, deputado Giannazi. Ele vetou o projeto e ficou por isso mesmo.
Então, é fato
que tanto a Emenda nº 49, que foi aprovada aqui, que tratou da reforma da
Constituição Estadual, quanto a Emenda nº 103, que tratou da reforma da
Previdência na Constituição Federal, falou de cargo.
Ela não falou
de classe, de nível. “Classe e nível” foram colocados pelo governador João
Agripino Doria, provavelmente a pedido da SPprev, porque com isso a SPprev,
presidente Jorge do Carmo, ela acaba se locupletando do direito dos policiais
de se aposentarem no cargo em que sua carreira terminou.
Imagine, você
leva 25 anos para mudar da segunda classe, para você chegar, entrar na terceira
classe, segunda classe, chegar à primeira classe por antiguidade, são 25 anos.
Aí quando você
chega lá, você averbou algum tempo, não deu cinco anos na classe, você está na
primeira classe, e volta para a segunda. Um flagrante inconstitucional frente
ao qual o governo se calou, o governo Tarcísio, o “Tarcinóquio”, se omitiu.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado
deputado Paulo Reis. Com a palavra como último inscrito aqui do Pequeno
Expediente, da lista suplementar, deputado professor Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Jorge do Carmo, deputado Reis,
telespectador da TV Assembleia, de volta à tribuna no dia de hoje, eu quero
aqui manifestar nosso total apoio à população do município de São Bento do
Sapucaí, Sr. Presidente, que está em luta hoje para reverter um gravíssimo erro
que foi cometido pela prefeitura e pela Câmara Municipal, mas que pode ser
corrigido através da aprovação do Projeto de lei nº 12, de 2023, do vereador
Renato Barros, que institui, na cidade de São Bento, o Portal de Boas-Vindas da
Estância Climática de São Bento do Sapucaí.
Por quê, Sr.
Presidente? Porque a lei aprovada anteriormente instituiu o Portal Plínio
Salgado. Plínio Salgado, que foi o ideólogo, o líder do Movimento Integralista
no Brasil.
O Integralismo
no Brasil foi a cópia do fascismo italiano. Ele trouxe para cá esse movimento,
criou esse movimento fascista no Brasil e isso não combina com a cidade, que
tem o portal da cidade, Sr. Presidente.
Inclusive eu
quero registrar que a Assembleia Legislativa aprovou já no passado uma lei
instituindo também, criando a Estância Climática de São Bento do Sapucaí, que
está em consonância inclusive com a proposta do PL 12/23, que cria o Portal de
Boas-Vindas da Estância Climática de São Bento.
É isso que diz
o projeto. Então o projeto já foi aprovado aqui, isso há muitos anos atrás,
ainda quando o governador do estado de São Paulo era o Laudo Natel. Isso foi em
1967. Essa lei depois foi consolidada pela Lei nº 17.469; é disso que se trata.
A cidade não pode ficar com essa mácula.
É uma cidade
extremamente acolhedora, receptiva, que não tem nada a ver com o fascismo, Sr.
Presidente. Nós não podemos apoiar nenhum tipo de movimento que prega o ódio, a
intolerância, a perseguição, a misoginia, o machismo, o racismo, a homofobia.
É disso que se
trata o fascismo no mundo inteiro e foi isso que representou o fascismo, que
desembocou depois no nazismo, o nazifascismo, que matou milhões e milhões de
pessoas no continente, sobretudo na Europa. Então isso não combina com a
cidade.
Então é por
isso que nós queremos manifestar o nosso total apoio e que os vereadores possam
corrigir esse gravíssimo erro para que a cidade não fique com essa marca
negativa, com essa mácula de ter um portal...
Já pensou a
pessoa chegando lá, deputado Jorge do Carmo, V. Exa. chegando numa cidade com
um Portal Plínio Salgado, um fascista brasileiro sumido que organizou inclusive
um movimento com milhares de pessoas, mas que representa na prática o quê?
Um retrocesso,
um ataque ao Estado Democrático de Direito, Sr. Presidente. O fascismo é contra
praticamente a democracia, contra o processo civilizatório. Então nós não
podemos aceitar isso. O fascismo prega a intolerância, prega a violência, Sr.
Presidente, e não respeita a democracia.
Então o Brasil
é um País democrático. A cidade de São Bento do Sapucaí é uma cidade
extremamente democrática, repito, acolhedora, agradável. Uma população que não
tem nada a ver com o fascismo. Agora, homenagear uma pessoa só porque ela
nasceu lá foi um erro terrível que a Câmara cometeu aprovando e a prefeitura, a
prefeita da cidade, sancionando.
Mas eu acho que
a população não aceitou isso e hoje, quarta-feira, provavelmente agora à tarde
haverá a votação do PL e nós aqui apelamos e pedimos para que, em nome da
democracia, em nome do Estado Democrático de Direito, a Câmara Municipal vote
favoravelmente ao PL 12/23, que daí sim aprova o Portal de Boas-Vindas da
Estância Climática de São Bento do Sapucaí, retirando esse nome nefasto de
Portal Plínio Salgado.
Era isso, Sr.
Presidente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo entre
as lideranças, eu solicito o levantamento desta sessão.
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Muito
obrigado, deputado professor Carlos Giannazi. É regimental. Havendo acordo de
lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca
V. Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem
do Dia. Quero desejar a todas e todos um ótimo feriado, aos servidores da Alesp
e à sociedade paulista.
Está levantada a presente sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 15 horas.
*
* *
- É inserida questão de ordem não lida
em plenário.
*
* *
QUESTÃO DE ORDEM
Senhor Presidente, formulo a presente questão de ordem, com
fundamento no artigo 260 do Regimento Interno, com a finalidade de obter de
Vossa Excelência os esclarecimentos abaixo requeridos.
Pretendo questionar, por meio desta, os fundamentos que
sustentam o ato administrativo que recebe pedido
apresentado pelo Sr. Governador do Estado de São Paulo, requerendo tramitação
em regime de urgência do PL 1501/2023, em face dos art. 135, art. 141 e art.
143 do Regimento Interno desta Casa.
Nos termos do
dispositivo 141, IV do Regimento Interno da ALESP, é prerrogativa do Governador
do Estado de São Paulo requerer a modalidade de
tramitação de urgência de seus projetos. Tal prerrogativa, contudo, demanda o
cumprimento de requisitos específicos, quais sejam, possibilidade material e
pedido (art. 143 do RI), e ser apresentado pedido fundamentado mediante
Mensagem enviada pelo Poder Executivo:
Artigo 141 -
Tramitarão em regime de urgência:
IV – matéria, objeto
de Mensagem do Poder Executivo, com o prazo de 45 dias para apreciação pela
Assembleia;
No presente
caso, contudo, ambos os requisitos não foram atendidos.
Como se pode
verificar do texto da Mensagem A-nº 152/2023, que justifica o referido projeto
de lei, abaixo reproduzida, o Senhor Governador não invocou quaisquer motivos
ou fundamentações que sustentem a solicitação para apreciação da propositura em
caráter de urgência.
Ainda,
tratando-se de Projeto de Lei que versa sobre o sistema de tratamento e
distribuição de água potável e coleta de esgoto, qualquer discussão sobre o
tema impacta, necessariamente, as condições de saúde, moradia, alimentação e
segurança dos cidadãos - direitos gravados no art. 6º da Carta Maior como
direitos sociais constitucionais.
No âmbito
Estadual, o sistema de saneamento básico alcança tamanha importância para a
administração pública que a Constituição Estadual disciplina, expressamente, as
condições de uso dos recursos hídricos do Estado (arts.205 e ss), a
responsabilidade pública pelo saneamento básico, assim como procedimentos
especiais para legislar sobre o tema.
Também na
Constituição do Estado de São Paulo, o art. 182 alça à condição de regra
constitucional a obrigatoriedade de que Estados e Municípios promovam melhoria
das condições de saneamento e, de forma a disciplinar a produção legislativa
sobre o tema, o art. 23 da CE de SP disciplina que estão submetidos à
necessidade de emenda constitucional por Lei Complementar, dentre outros, os
temas de saúde, educação e saneamento básico:
Artigo 23 - As leis complementares serão
aprovadas pela maioria absoluta dos membros da Assembleia Legislativa,
observados os demais termos da votação das leis ordinárias.
Parágrafo único - Para os fins deste artigo,
consideram-se complementares: 13 - o Código de Saneamento Básico;
Exatamente por
razão dessa determinação constitucional, a disposição sobre os serviços
públicos de saneamento básico do Estado de São Paulo são alvo de Lei
Complementar, e constam da Lei Complementar nº 1.025/20074, que regulamenta as
formas de prestação de serviço, a atuação do poder público e os limites para
intervenção privada (art. 2º, IV).
Portanto,
qualquer projeto de lei que preveja procedimentos de desestatização de empresa
responsável por saneamento básico demanda a alteração desse diploma,
formalmente reconhecido como Código de Saneamento Básico, o que só poderia ser
realizado mediante Projeto de Lei Complementar, cuja tramitação em regime de
urgência está vedada pela CE (art. 235 ) e pelo Regimento Interno da ALESP (RI,
art. 143):
Artigo 143 - Serão de
tramitação ordinária as proposições não abrangidas pelo disposto nos artigos
anteriores, bem como os projetos de codificação, ainda que de iniciativa do
Governador.
Conclusão: Considerando não ter sido apresentada
fundamentação para o ato que acatou pedido apresentado
pelo Sr. Governador do Estado de São Paulo requerendo tramitação em regime de
urgência do PL 1501/2023, e em atenção aos 135, art. 141 e art. 143 do
Regimento Interno desta Casa, indaga-se
qual a fundamentação para que o referido Projeto de Lei Ordinária seja recebido
em trâmite de urgência.
EDIANE MARIA
Deputada Estadual – PSOL
*
* *