4 DE DEZEMBRO DE 2023
55ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: ANDRÉ DO PRADO
Secretaria: CARLOS CEZAR e TENENTE
COIMBRA
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Abre a sessão. Coloca em discussão o PL 1501/23.
2 - PAULO FIORILO
Solicita verificação de presença.
3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de
verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.
4 - PAULO FIORILO
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
5 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Acolhe a questão de ordem do deputado Paulo Fiorilo, para
respondê-la oportunamente.
6 - PROFESSORA BEBEL
Discute o PL 1501/23.
7 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Discute o PL 1501/23.
8 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Solicita comportamento regimental ao público presente nas
galerias.
9 - GIL DINIZ
Discute o PL 1501/23 (aparteado pelos deputados Lucas Bove,
Monica Seixas do Movimento Pretas e Paulo Mansur).
10 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Solicita à plateia comportamento regimental.
11 - TENENTE COIMBRA
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
12 - PROFESSORA BEBEL
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
13 - CARLOS CEZAR
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
14 - PAULO FIORILO
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
15 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Responde às questões de ordem. Solicita à plateia
comportamento regimental.
16 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Para comunicação, faz pronunciamento.
17 - EMÍDIO DE SOUZA
Discute o PL 1501/23.
18 - REIS
Para comunicação, faz pronunciamento.
19 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Solicita comportamento regimental ao público presente nas
galerias.
20 - LUCAS BOVE
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
21 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Pede à plateia que respeite os oradores na tribuna.
22 - LUCAS BOVE
Discute o PL 1501/23 (aparteado pelos deputados Monica
Seixas do Movimento Pretas, Gil Diniz e Paulo Fiorilo).
23 - PROFESSORA BEBEL
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
24 - SIMÃO PEDRO
Discute o PL 1501/23.
25 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Convoca os Srs. Deputados para duas sessões extraordinárias,
a serem realizadas no dia 05/12: a primeira, às 19 horas; e a segunda, dez
minutos após o término da primeira sessão extraordinária.
26 - PAULO FIORILO
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
27 - PAULO MANSUR
Discute o PL 1501/23 (aparteado pelos deputados Tomé Abduch,
Paulo Fiorilo, Major Mecca e Lucas Bove).
28 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Solicita à plateia comportamento regimental.
29 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Para comunicação, faz pronunciamento.
30 - THAINARA FARIA
Discute o PL 1501/23 (aparteada pelos deputados Eduardo
Suplicy, Luiz Claudio Marcolino, Teonilio Barba e Paulo Fiorilo).
31 - LUCAS BOVE
Para comunicação, faz pronunciamento.
32 - PROFESSORA BEBEL
Para comunicação, faz pronunciamento.
33 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Encerra a sessão.
*
* *
-
Abre a sessão o Sr. André do Prado.
*
* *
O SR. PRESIDENTE -
ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número
regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior.
Ordem
do Dia.
*
* *
-
Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Discussão e
votação adiada do Projeto de lei no 1.501, de 2023, de autoria do
Sr. Governador.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Presidente,
como nós vamos começar de novo o debate na segunda sessão extra, eu gostaria de
pedir uma verificação de presença.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Solicito ao deputado Carlos Cezar, juntamente com o
deputado Tenente Coimbra, que façam a verificação de presença.
*
* *
- Verificação de presença.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado
quórum regimental, devolvo a palavra ao deputado Luiz Claudio Marcolino, pelo tempo remanescente de 9 minutos e
44 segundos.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Só para
fazer uma correção, quem vai fazer uso da palavra primeiro vai ser a Professora
Bebel e depois o deputado Luiz Claudio, mas antes eu tenho uma questão de
ordem.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL
- Então com a palavra
a deputada Professora Bebel.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Posso ler a minha questão de ordem,
Sr. Presidente?
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL
- É regimental. Tem V.
Exa. três minutos.
O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, com fundamento no Art. 260 e seguintes
do Regimento Interno, apresentamos a presente questão de ordem a fim de
submeter a V. Exa. dúvida quanto à interpretação do Regimento Interno acerca da
publicação do Art. 261.
Trata a presente questão de ordem de indagação a esta
Presidência sobre o disposto no § 3º do Art. 261, que define que, durante a
Ordem do Dia, somente poderão ser formuladas questões de ordem ligadas à
matéria que no momento esteja sendo discutida ou votada.
Em resposta às questões de ordem formuladas anteriormente,
especialmente aquelas que questionam a aplicação do Art. 18 2B do Regimento
Interno, a Presidência vem se manifestando no sentido de que as questões de
ordem que versem sobre o processo legislativo desde a admissão da propositura e
forem formuladas no momento da discussão em plenário estariam prejudicadas por
decurso do momento processual.
Considerando que não há que se falar na precursão do direito
de questionamento quanto ao exame de admissibilidade, uma vez que se trata de
vício que macula todo o processo legislativo, já que não foi observada a
adequação da propositura à Constituição do estado, portanto é direito do
parlamentar indagar à Presidência sobre o exame quanto à constitucionalidade.
No que diz respeito à tramitação, o Exmo. Sr. Governador
remeteu à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo projeto de lei que
autoriza o Poder Executivo do estado a promover medidas para a desestatização
da Companhia de Saneamento Básico, a Sabesp, que recebeu o número legislativo
1501/2023 e é objeto do Processo 31.646 de 2023 do sistema Alesp sem Papel.
O projeto foi publicado em 18/10/2023. Nos termos da
mensagem, foi requerida a apreciação da matéria em regime de urgência, o que
implica haver prazo de apenas 45 dias de tramitação - é, Sr. Presidente, aqui
está faltando uma página - da propositura, nos termos do Art. 26 da
Constituição do Estado de São Paulo, sob pena da inclusão da matéria na Ordem
do Dia, independente da manifestação de quaisquer comissões.
Importante ressaltar que o requerimento de urgência foi
apresentado sem nenhuma motivação específica sobre a necessidade de abreviação
do rito legislativo, como é possível observar na leitura atenta da mensagem do
governador enviada no projeto.
Isto é, não é encontrado fator (Inaudível.) que motive ou
justifique a abreviação do processo legislativo das prerrogativas dos
parlamentares, lembrando que nós, da bancada do PCdoB e do PV, fizemos uma
questão de ordem que ainda não foi respondida.
Portanto, Sr. Presidente, diante do exposto, indago a esta
Presidência se é possível formular questão de ordem sobre a admissibilidade da
propositura durante a discussão de propositura em plenário quando estiver
pendente de resposta questão de ordem formulada no início da tramitação sobre a
aplicação do Art. 18 2B do Regimento Interno.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL
- Esta
Presidência acolhe o pedido, recebe essa questão de ordem de Vossa Excelência.
Responderemos em um momento oportuno.
Com
a palavra a deputada Professora Bebel, pelo tempo remanescente de 9 minutos e
44 segundos.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, Sr. Presidente. Cumprimento a Mesa
diretora de trabalhos, os assessores da minha esquerda, minha direita, Srs.
Deputados e Sras. Deputadas, enfim, todo o público presente que está aqui firme
e forte contra a privatização, contra mais essa excrescência no estado de São
Paulo.
Eu só vou
colocar algumas questões em ordem, Sr. Presidente, talvez o deputado Paulo
Fiorilo não viu na lista, mas eu sou a próxima inscrita, eu deverei passar
depois parte do meu tempo para o deputado Luiz Claudio Marcolino, esse é o
nosso acordo.
Eu começo essa
discussão, Sr. Presidente, eu vou dizer que eu tenho um mandato, comecei na
legislatura passada, deputado Marcolino, mas eu nunca experimentei nesta Casa,
em nenhum momento, um momento que a gente tivesse projetos polêmicos e que nós
pudéssemos debater com a tranquilidade que devesse ser.
Vossa
Excelência, Sr. Presidente, pode dizer, “Não, a senhora não pode falar isso,
teve uma audiência pública.”. Uma audiência pública, com três minutos, ainda
assim mesmo, para que mais pessoas falassem, um minuto e meio para cada um.
Isso não
deveria ser assim. O método está errado, do ponto de vista... Quando a gente
tem uma matéria polêmica como esta, ela é polêmica, por que se trata do quê? De
mexer, aliás, privatizar uma empresa que é a terceira maior rentável no mundo,
no mundo.
Nós não estamos
falando do estado de São Paulo, ela é no mundo. Ela traz lucros aqui para o
estado de São Paulo, ela investe em questões sociais, em questões ambientais,
em um momento em que se debatem as questões ambientais.
E a gente vai
assistir à privatização desse bem, que ele é público, e jamais deveria ser
pensado em privatizar. Talvez até o direito de pensar o governador tenha, mas
jamais colocar em prática, num momento em que se exigem dos governos pactos
para a gente poder enfrentar a luta pelo meio ambiente, pela garantia de vidas
até, que estão morrendo pessoas, exatamente porque o homem - estou falando o
homem na universalidade - não soube fazer o bom uso da natureza.
Ele, sim, o
homem, é culpado de tanta gana, deputado Emídio, de tanta loucura pelo
dinheiro. A questão passa até por cima de vidas. É isso que a gente viu em
Mariana, é isso que a gente está vendo na Braskem, é isso que a gente vai
continuar vendo aqui, em estados em que os governadores têm este viés privatista
totalmente voltado para o lucro da forma como está. Então, debater, e olha, nós
somos professores e professoras.
Em uma
segunda-feira, eles vieram para cá, você fala: “Mas eles vieram por conta da
PEC, que vai tirar dez bilhões.”. Também, mas não só. Nós sabíamos que tínhamos
que vir para este plenário, porque nos interessa esse tema.
Esse tema nos
atacará como cidadãos e cidadãs, mas os filhos e filhas da classe trabalhadora,
que estarão nas escolas públicas estaduais, e lá nós vamos sentir o impacto
dessa privatização.
Aliás, não
precisa nem ser visionário, deputado Marcolino. É acontecer e ver. As tarifas
vão subir. Ao contrário do que se está dizendo aqui, elas não terão o preço
baixo. Elas vão subir. Não vai atender aquilo que a secretária disse, a
secretária Natália disse ali, ela disse o seguinte. “Nós vamos tornar visível
ou invisível? Quem está invisível, torna-se visível.”
Oras bolas, mas
se não é visível, e eu estou na contramão do que eu disse a “Folha de S. Paulo”
hoje. Porque, o que ela diz, é aquele número de pessoas que não têm esgoto,
para convencer que privatizar é bom.
Não. A Folha
traz um número que, na verdade, a Sabesp tem condições de garantir Saneamento,
água potável e de qualidade. Como tem nos cerca de 307 municípios que ela já
praticamente universalizou Saneamento e água. Portanto, se o governo tem essa
sanha tão grande de oferecer serviço de qualidade, por favor, faz o seguinte:
invista!
Não precisa
investir. Deixe a Sabesp gerir, o que ela faz muito bem. Agora, vendê-la, vender
depois de investir tanto? Porque, vejam bem, eu vejo as concessões que fazem
nas estradas. Eu pego o trecho Águas de São Pedro a Piracicaba. Aquilo teve um
alto investimento.
E foi de mão
dada, de mão beijada para as concessionárias cobrarem pedágios caros da
população. Então essa é a lógica que eiva no governo Tarcísio, e que,
lamentavelmente, eivou também outros governos. Mas que continuou com esse
governador. Como muitos disseram aqui, ele disse o seguinte. “Ah, mas a
população aprovou esse projeto.”
Não! Ele chegou
a mencionar, e não foi corajoso o suficiente para ir até o final do debate,
dizendo que ele ia privatizar. Não foi. Ele ganhou a eleição, e deu um pé nas
costas de toda a população do estado de São Paulo. Foi isso que eles fizeram.
(Manifestação nas galerias.)
Então nós...
Pessoal, pessoal, pessoal, pessoal, esqueçam, vocês são maioria, por favor. Por
favor, esqueçam. Aqui nós somos minoria. Aí vocês são maioria, de boa.
(Manifestação nas galerias.) Então eu quero dizer para vocês o seguinte. Que
nós temos, na verdade, que fazer essa conversa.
Vocês viram,
alguém viu alguma sessão, ao longo desse ano todo, numa segunda-feira? Não. Foi
a toque de caixa. Chamou hoje, como também tinha chamado a Comissão de
Constituição, Justiça e Redação. Chamou de novo amanhã.
Amanhã eu já
estou aqui. Amanhã, todo mundo aqui. Porque a Comissão de Constituição, Justiça
e Redação está chamada, como está chamada para quarta-feira. Mas nós vamos
estar aqui também pela Sabesp. (Manifestação nas galerias.)
Porque nós
sabemos que a Sabesp é um bem nosso, é público, e é da população. É meio que o
slogan do petróleo, para não dá para defender da forma como se defendia, porque
hoje a gente trabalha como transição ecológica. Mas “O Petróleo é Nosso” foi
uma grande bandeira, e se venceu.
Eu quero crer,
Srs. Deputados e Sras. Deputadas que, talvez, aliás, eu tenho certeza, esse é
um outro erro que esta Casa está cometendo. Como vai cometer reduzindo as
verbas para a Educação. Como cometeu conosco, o tempo todo, na era Doria.
A gente subia
nesta tribuna, e o que a gente ouvia, quando eu falei em desaposentação? “Ah,
imagina que vai acontecer!” Precisou ter o confisco para todo mundo sentir o
que foi o confisco, na cobrança da vida de cada um dos deputados e deputadas
que estavam aí. Ainda bem que nós mesmos...
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Professora
Bebel. O tempo encerrou. Porém, a senhora é a próxima oradora inscrita.
Então continua o tempo já na discussão.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Depois, o restante eu passo para o deputado Marcolino.
Eu quero dizer
para vocês o seguinte: a gente tem pessoas muito experientes aqui. A gente tem
o relator da matéria, uma pessoa que nós sabemos da sensibilidade dele. E a
gente espera ainda, deputado Barros Munhoz...
Vossa
Excelência, com toda a habilidade que tem, acolha ou peça um tempo maior para o
governador, para que a gente ainda possa debater mais. Eu sou daquelas que
lutam até o último momento. Vocês acompanharam e acompanham.
Eu acho que pôr
a digital em uma perda tão grande que será para o povo paulista, para a
população paulista, aquela que a secretária disse que não é visível, porque
quem está visível, está visível, mas aquela não está visível, é aquela que está
lá e que precisa de um grande esforço para a água potável ir até ela, para ter
saneamento, para ter esgoto, para que aí se invista menos em saúde, porque eles
vão ter mais saúde.
Se a gente tem
um bom saneamento básico, você vai, com certeza, diminuir as doenças também.
Então, isso tudo tem uma lógica. Uma coisa não anda sem a outra. Então, é
necessário refletir.
E também eu
acredito que o próprio instrumento utilizado, deputado Marcolino... Olha, um PL
para mexer em uma questão tão profunda quanto essa, desculpe, é muita pressa. E
disso eu desconfio. Quando tem muita pressa, eu tenho desconfiança.
E quando gera
desconfiança, pode ter certeza: eu não tenho dúvidas de que a gente vai fazer
muito levante por esse estado de São Paulo por conta dessa privatização maluca
da Sabesp, que não mostra para nós qual é o impacto disso aí. (Manifestação nas
galerias.) E a falta de transparência, deputado Marcolino? Ausência total de
transparência.
Então, quero
dizer para vocês o seguinte: nós estamos aqui com os professores, nós estamos
aqui com os trabalhadores da Sabesp, nós estamos com os movimentos populares.
Tem a UP ali, (Inaudível.), enfim, são todos aqueles que, na verdade, estão na
luta, e mais a sociedade, que eles dizem que são invisíveis, mas que estão
visíveis em qualquer ponto do estado de São Paulo. E nós temos que fazer essa
votação com muita responsabilidade.
E pedir, até o
dia de amanhã, para cada deputado e deputada que reflita sobre o seu voto. Dê
uma chance para o povo do estado de São Paulo. Faça com que a gente pare de
sofrer, porque a gente não aguenta mais, sabe? É muita coisa sobre a cabeça de
um povo.
Mal sai um
governo... Eu não acho que... Muitos tiveram esperança, acho que a votação do
Fernando Haddad também deixou uma marca que não foi qualquer marca. Ele teve 47
milhões de votos aqui, está certo? E ganhou as eleições na Capital, é bom que
se diga. A Capital vai se levantar, pode ter certeza. Não pense que a vida vai
ser fácil, porque não vai, não.
A gente
costuma, às vezes... Aparentemente, a gente perde uma batalha... Eu não estou
dando como perdida. Eu tenho certeza de que, até o dia de amanhã, muitos vão
refletir e vão repensar em muita coisa, porque não é fácil a população sofrer
tanto ataque como tem sofrido.
Eu estou
dialogando com meus pares, com todo o respeito que eu tenho. E se votar, o que
eu vou fazer? Vou respeitar, porque é democrático. Votou, mas quero dizer que
paguem depois o preço daquilo que os senhores e as senhoras puseram a sua
digiltalzinha.
Porque nós
estamos do lado certo. Este é o lado certo, “não à privatização”. Esse é o lado
certo. Esse é o lado que a população espera de vocês. Quando eles votaram em
vocês, votaram para vocês fazerem política pública para eles, não para
empresários, não para o Tarcísio. Para eles.
Então, com
essas palavras, eu quero passar um pouco do meu tempo para o deputado Luiz
Claudio Marcolino, e dizer para vocês o seguinte: vamos para a luta, moçada.
Um corpo a corpo,
uma conversa pode ainda virar. Dois, três, quatro, cinco votos que a gente
vira, a gente vira o jogo, e leva essa conversa para a gente debater melhor.
Não é, deputado Emídio? Ninguém está fechado para o debate. Nós tão somente não
queremos algo apressado, açodado da forma como está esse processo.
Muito obrigada,
e não à privatização.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o
deputado Luiz Claudio Marcolino, para o tempo remanescente. (Manifestação nas
galerias.)
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Agradecer a Professora Bebel pela
cessão do tempo, e a deputada Leci Brandão, porque é importante, Sr. Presidente, porque nós temos aqui,
deputada Bebel, uma parcela da vontade popular.
Como vocês aqui
no plenário têm gritado por diversas vezes “não à privatização”, nós sabemos
que nos 376 municípios em que a Sabesp faz a gestão da água está todo mundo
acompanhando. Todo mundo está acompanhando essa discussão no dia de hoje.
Então, esse
recado que vocês estão dando hoje aqui no plenário é o que a população do
estado de São Paulo dará aos parlamentares que votarem favoravelmente à venda
da Sabesp. Quando a deputada Bebel faz aqui um apelo a cada deputado, a cada
deputada, que na votação de amanhã se siga a vontade popular.
Nós estivemos,
deputada Bebel, na cidade de Lins. A cidade de Lins tem uma superintendência da
Sabesp, e lá têm 85 municípios na região de Lins. Deputado Barros Munhoz, na
cidade de Lins são 15 vereadores. Dos 15 vereadores, 14 vereadores se posicionaram
contrários à privatização da Sabesp.
Por que as
cidades de Lins e região se colocaram contrariamente? Porque eles sabem que
hoje a maior parte do lucro da Sabesp vem da grande São Paulo. São Paulo,
Guarulhos, a região de Taboão, Osasco, na grande São Paulo, no ABC, no Alto
Tietê, e nós sabemos que essas cidades hoje, que já tem 100% de água tratada,
de esgoto coletado, de esgoto tratado, na hora que a Sabesp virar uma empresa
de capital aberto...
Porque hoje a
Sabesp já é uma empresa de capital aberto. Quarenta e nove por cento das ações
hoje já são negociadas dentro da Bolsa de Valores. Só que a gestão hoje da
Sabesp é do estado de São Paulo.
A gestão da
Sabesp é nossa, é do povo paulista. Na hora que você abrir o capital da Sabesp
além do que ela já está, e deixar de ser uma empresa pública do estado de São
Paulo, o lucro que hoje fica para investimento, o lucro que fica para atender a
cidade de Lins e região, não vai ser mais interessante para o novo controlador
da Sabesp, se ela vier a ser privatizada no dia de amanhã.
Esse é o risco,
das cidades do estado de São Paulo, das 375 cidades do estado de São Paulo em
que se a Sabesp for privatizada, essas cidades que vão estar em risco.
E nós sabemos o
quanto o estado de São Paulo, o governador, não tem essa preocupação. Porque
quando a secretária esteve aqui na Assembleia Legislativa, ela falou que a
redução da tarifa é matemática. Mas se a gente olhar o estudo que ela
apresentou, a fala da secretária, ela não apresentou dados de redução da tarifa
no estado de São Paulo.
Ela colocou
que: “Vamos pegar os recursos da privatização e fazer ainda mais investimento”.
O que está no projeto, deputado Emídio, ela coloca que retira dinheiro da
Sabesp para fazer o reinvestimento, coisa que hoje não é feito. O recurso da
Sabesp é para reinvestimento.
Nós não
colocamos dinheiro hoje da população, do cidadão, do imposto, na Sabesp. É
feito pelo próprio reinvestimento da própria Sabesp hoje. Se tiver a
privatização nós vamos começar a tirar, deputada Bebel, dinheiro do Estado, do
Tesouro do Estado para colocar na Sabesp, coisa que nós não colocamos há muitos
anos. A secretária, em relação ao fundo e ao conselho, vai garantir
transparência no processo.
Não vai, porque
no processo apresentado pela secretária e pelo projeto de lei não existe
participação nesse conselho. Não tem o consumidor e não tem os sindicatos, não
tem o cidadão participando da estrutura do conselho. Ela fala: “Estamos
conversando com prefeitos um por um”.
O UOL fez um
levantamento no dia em que a secretária esteve aqui: 25 prefeitos e 61 Câmaras
de Vereadores já se manifestaram contrários à privatização da Sabesp.
Levantamento naquele momento que o UOL fez no dia, deputado Emídio, em que ela
esteve aqui na audiência pública.
Hoje, se
levantar, tem muito mais, porque os prefeitos estão percebendo que o governador
mentiu mais uma vez e tem mentido de forma permanente aqui na Assembleia
Legislativa em projetos de lei.
E quando ele
fala que ouviria os prefeitos, ouviria só no mês de fevereiro do ano que vem e
já colocou o projeto da privatização da Sabesp agora no mês de novembro. Ele
tinha feito um acordo e um compromisso com os prefeitos que ia ser só 2024 que
ele encaminharia um diálogo com os prefeitos após o processo da conclusão do
estudo, que ficaria pronto só em fevereiro do ano que vem.
Então estou
colocando aqui e os deputados que conhecem os prefeitos no estado de São Paulo,
vereadores, sabem que a maioria dos vereadores e prefeito são contrário à
privatização como a maioria da população é contrária à privatização. Agora,
qual que é o interesse do governador em querer colocar esse projeto de forma
açodada, de forma rápida, como diz a Professora Bebel, numa segunda-feira?
Há quanto tempo
que não tem uma sessão de votação e discussão na Assembleia Legislativa? Faz
muito tempo que não tem uma discussão de um projeto tão importante numa
segunda-feira, deputada Bebel. Demonstra o desespero do governador e nós
perguntamos: o compromisso do governador é com quem se não é com a população,
se não é com o trabalhador, se não é com os prefeitos, se não é com os
vereadores?
Com quem é o
compromisso que o governador Tarcísio tem para colocar esse processo de forma
açodada e querer votar a toque de caixa sem discutir com a sociedade?
Por isso que é
importante essa discussão aqui no dia de hoje e nós não aceitamos a
privatização no estado de São Paulo. E é importante que o governador Tarcísio
venha a público e diga a quem interessa a privatização no estado de São Paulo.
Como eu disse,
os prefeitos estão se posicionando contrários, vereadores se colocando
contrários, população se colocando contrária. E apenas o Tarcísio e uma parcela
dos deputados da Assembleia têm se colocado favoravelmente.
Então é
importante que esse debate, Sr. Presidente, continue. Nós sabemos que tem a
questão regimental de seis horas. Hoje discute uma parte, amanhã discute uma
outra parte, mas uma empresa como a Sabesp não pode ser vendida a toque de caixa
como quer o Sr. Governador.
Então um apelo
que nós fazemos ao governador, um apelo que nós fazemos aos deputados estaduais
e com os 645 municípios que temos no estado de São Paulo e temos 376 cidades
que hoje a Sabesp faz gestão da água e os senhores e as senhoras dialogam com
as cidades.
Então, nosso pedido, nosso apelo... E nós
fazemos aqui, Sr. Presidente, um apelo aos deputados, um apelo ao governador
que retire esse projeto de pauta, que possamos debater com mais tranquilidade,
fazer o debate no ano que vem e com isso garantir que a empresa Sabesp, uma
empresa importantíssima para o estado de São Paulo, não seja privatizada.
Então, esse movimento que acontece aqui
vai acontecer no estado inteiro contra a privatização no estado de São Paulo da
Sabesp, que é um patrimônio, uma empresa importante para o povo paulista.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Manifestação nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO -
PL - Com a palavra o deputado Gil Diniz, para discutir a
favor.
Com a palavra o deputado Gil Diniz.
Peço
antes, porém, peço silêncio, deputado Gil Diniz na tribuna. Com a palavra,
deputado Gil.
O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, nobre
presidente André do Prado. Inscrevi-me aqui para falar favorável à privatização
da Sabesp. Como sempre me coloquei...
Agora, presidente, eu não consigo, eu não
consigo entender a crítica, a crítica aqui da plateia quando todos os deputados
do PT, presidente André, indicaram emendas voluntárias ao governador e estão
sendo atendidos.
Eu não consigo entender, porque a base do
Partido dos Trabalhadores tem tido acenos do nosso governador, tem emendas
voluntárias sendo pagas, tem ido ao Palácio dos Bandeirantes assinar convênios
para os prefeitos dentro do Palácio e não tem a mínima crítica de vocês.
Mentira? Eu coloco o vídeo aqui, a
deputada Thainara pode me desmentir. Essa semana assinando um convênio de meio
milhão de reais dentro do Palácio dos Bandeirantes.
Presidente, o senhor me garante o tempo?
(Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor, por favor, com a palavra o
deputado Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Presidente,
este deputado que está aqui na tribuna não recebeu até este momento um centavo
de nenhuma emenda voluntária. Agora, eu gostaria de que os deputados do PT
subissem aqui e dissessem: “Olha, eu indiquei cinco milhões de reais ao
Tarcísio e ele já pagou 500 mil, um milhão, dois milhões.” Eu gostaria de
entender.
Presidente, eu gostaria de entender por
que a plateia aqui... Hoje eu prometo não chamá-los de pelegos, hoje eu prometo
não chamá-los de pelegos. Tudo bem? Está acordado?
Presidente, eu gostaria de saber qual a
crítica aqui que eles estão fazendo ao secretário Kassab, que fechou questão
dentro do Senado Federal para votar em Flávio Dino, STF, ministro do STF que
vai ser apoiado pelo Kassab, secretário de Relações Governamentais de Tarcísio,
PSD, que tem cargos, tem no mínimo três ministérios no governo federal. Eu não
consigo entender. O grito de vocês aqui é contraditório, senhores.
Senhoras e senhores, está aqui um deputado
que fez oposição ao governador João Doria. Está aqui um deputado que dá a cara
a tapa e coloca aqui as suas posições. Agora, vocês precisam cobrar os
deputados que vocês apoiam sobre essas demandas que eu falo aqui.
Vocês não conseguem entender o que
acontece neste momento e usam, são usados por massa de manobra, por aqueles que
dizem defender vocês. (Manifestação nas galerias.)
O SR. LUCAS BOVE - PL - Deputado, o senhor me permite um
aparte?
O SR. GIL DINIZ - PL - O presidente só precisa garantir
meu tempo e o meu lugar de fala na tribuna. (Manifestação nas galerias.)
O SR. LUCAS BOVE - PL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Gil
Diniz, pare. Gil Diniz, pare. Gil Diniz, o senhor não está ouvindo o clamor? O
senhor vai acabar com o cabide de emprego dessa turma. Pare, Gil Diniz.
De onde vai vir
a verba? (Manifestação nas galerias.) Gil Diniz, de onde vai vir a verba do pão
com mortadela para essa turma se nós privatizarmos? O senhor é louco, Gil
Diniz? (Manifestação nas galerias.)
Milhões, é
plural. Milhões, Paulo Freire, milhões. Milhões. Sr. Presidente, o tempo do
orador. (Manifestação nas galerias.) Gil Diniz, quem vai pagar o pão com
mortadela dessa turma se você acabar com cabide de empregos? Você quer
saneamento para o estado de São Paulo, Gil Diniz? Você é louco, Gil Diniz? Você quer água tratada e
esgoto tratado para o estado de São Paulo?
Você quer uma empresa mais
eficiente? Você quer uma conta de luz subsidiada pelo governo? Você quer acabar
com o cabide de emprego? Você quer acabar com o desvio de dinheiro público?
Você é louco, Gil Diniz? Você
é um vendido, Gil
Diniz. Setenta e três “milhão”. Setenta e três “milhão”.
O SR. GIL DINIZ - PL - Deputado Lucas, e é engraçado...
O SR. LUCAS BOVE - PL - O senhor vai acabar com o pão com
mortadela dessa turma, Gil
Diniz. Veja quantos pais de família trabalhadores, Gil Diniz. Veja quantos pais
de família trabalhadores estão aqui hoje. Você vai acabar com o emprego dessa
turma, Gil Diniz. O que será dos presidentes de sindicatos, Gil Diniz?
(Manifestação nas galerias.)
O SR. GIL DINIZ - PL - Sr. Presidente, pare o meu tempo
aqui, presidente. (Manifestação nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Paralise o tempo. (Manifestação
nas galerias.)
O SR. GIL DINIZ - PL - Pedir para devolver o meu tempo
aqui, presidente. (Manifestação nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está paralisado, deputado Gil Diniz. (Manifestação nas galerias.) Com a palavra
o deputado Gil Diniz.
O SR. LUCAS BOVE - PL - É um absurdo, Gil Diniz, você acabar com o cabide de emprego dessa
turma. O senhor é sem coração, Sr. Gil Diniz.
O SR. GIL DINIZ - PL - Obrigado, presidente. Presidente,
tem aqui uma reportagem de hoje do “Metrópoles” dizendo: “Emendas extras liberadas
por partido pelo governador Tarcísio na Alesp”.
Está aqui: PT e
PCdoB, 10,9 milhões de reais, emendas voluntárias; PSB, dois milhões de reais.
Tem aqui, presidente, quase 13 milhões. É um número simbólico, deputado Paulo
Mansur, 13 milhões de reais liberados para a oposição, e eles nos acusam de
vendidos.
Eu não consigo
entender qual é a lógica de vocês. Vocês precisam decidir quem está se
vendendo. (Manifestação nas galerias.) Presidente, o tempo está rolando aqui,
presidente.
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Deputado, o senhor me dá uma
comunicação? Só um breve aparte?
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não é pertinente, deputada
Monica, neste momento. Com a palavra o deputado Gil Diniz.
O SR. GIL DINIZ - PL - Presidente, até agora não
consegui fazer aqui a minha fala, porque não querem ouvir o que é público, o
que tem no site do governo. (Manifestação nas galerias.) Vocês não querem ouvir
a verdade, não estou aqui mentindo para vocês. É a realidade. Façam vocês o
juízo de valor.
Eu, deputado
Gil Diniz, até este momento não recebi um centavo de verbas voluntárias,
diferente da bancada do Partido dos Trabalhadores. Vocês precisam decidir o que
vocês querem.
Eu defendo uma
Sabesp privatizada, eu defendo o enxugamento do Estado, eu defendo a reforma
administrativa, eu defendo o governador Tarcísio de Freitas, este governo.
Eu defendo este
governo que foi eleito no último pleito eleitoral. E nós aqui da base do
governador temos o respaldo do nosso eleitor para votar com essa independência.
Agora, quem engana vocês não somos nós, quem fala uma coisa para vocês e faz
outra não somos nós. (Manifestação nas galerias.)
Presidente...
Presidente. (Manifestação nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Paralisa o tempo do deputado Gil
Diniz.
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - O senhor me dá um aparte,
deputado?
O SR. GIL DINIZ - PL - Um aparte à deputada Monica
Seixas.
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - É
verdade que o senhor não pegou as emendas, que não são 73 milhões, são 712
milhões atualizados hoje pela liderança do PSOL.
O SR. GIL DINIZ - PL - E para o PT? Quanto foi para o PT?
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Liberado na última semana. Ganha
em triplo quem é da base do Governo. O PSOL não pegou. E eu posso distribuir o
valor dos 712 milhões liberados nessa última semana.
O SR. GIL DINIZ - PL - Quanto foi para a Federação
PT/PCdoB? Qual o seu dado, Monica? PT/PCdoB, quanto já recebeu?
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Deputado, pelo que a gente ficou
sabendo pelos corredores... O senhor pode me ajudar. O senhor está bravo porque
não recebeu nenhum centavo, contou para a “Folha de S. Paulo”. (Manifestação
nas galerias.) O senhor pode me ajudar.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Ué, se eu... Mas espera,
deputado. Você me permite um aparte?
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Gil Diniz, permite um aparte
do deputado Lucas Bove?
O SR. GIL DINIZ - PL - Um aparte do deputado Lucas Bove.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Lucas Bove.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Agora, o seguinte, duas coisas. A
democracia é linda, né. Ninguém quer ouvir, só quer gritar. Duas coisas:
precisam decidir - eu estou bravo porque eu não recebi ou eu sou vendido? A
primeira coisa.
O SR. GIL DINIZ - PL - Exatamente.
O SR. LUCAS BOVE - PL - A segunda, eu vou explicar: o PSOL
não recebeu porque é insignificante. Por isso não recebeu. Tem quatro votos.
Ninguém precisa do PSOL para nada.
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - O Kassab me ofereceu, eu disse que
era compra de votos.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Ninguém ofereceu. Se oferecesse...
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - O governo ofereceu, mas eu
recusei, porque é compra de votos.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Quer falar de corrupção, deputada,
eu posso trazer dados do PSOL aqui. Agora, eu quero ver a senhora falar de mim.
Eu posso falar de corrupção no PSOL também.
O SR. GIL DINIZ - PL - Deputado Lucas...
O SR. LUCAS BOVE - PL - Seus colegas não vão gostar. (Fala
fora do microfone.)
O SR. GIL DINIZ - PL - Deputado Lucas, é interessante,
porque se nós somos vendidos e estamos dizendo aqui que vamos votar
favoravelmente, e até este momento não recebemos absolutamente nada, como que
nos acusam... (Manifestação nas galerias.) A deputada Monica acabou de afirmar
que o deputado Lucas não recebeu absolutamente nada. E mesmo assim o deputado
defende a privatização.
Eu estou
afirmando aqui: até este momento, deputado Gilmaci, não tenho nenhuma emenda
voluntária liberada. O PT tem. O Partido dos Trabalhadores tem. A deputada
Thainara assinou convênio esta semana dentro do Palácio dos Bandeirantes. Só a
realidade, deputado Gilmaci; está na rede social dos deputados do PT, é só
procurar.
Está nos
jornais. Agora, eu sempre digo: lealdade não é para qualquer um,
principalmente, deputado Paulo Mansur, lealdade a princípios, lealdade a
pautas. Lealdade e gratidão são para poucos. (Manifestação nas galerias.)
O SR. PAULO MANSUR - PL - Você me permite um aparte?
O SR. GIL DINIZ - PL - Tem um aparte, deputado Paulo
Mansur.
O SR. PAULO MANSUR - PL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Olha, é por isso que a direita
conservadora vota pelo que o Brasil precisa, ela não vota por emenda.
Ela vota pelo
que o Brasil precisa. (Manifestação nas galerias.) Então, a gente precisa da
privatização da Sabesp, porque vai ter um milhão de pessoas... Não, um milhão
de casas com saneamento básico, um milhão de pessoas que vão poder tomar água
potável.
E o que a gente
olha aqui são pessoas da esquerda, que falam que são defensores do povo, mas
não sabem da urgência que aquelas pessoas precisam de ter água potável na sua
casa, no seu lar, dando banho pro seu filho, podendo tomar uma água. E isso é
pra ontem, Gil Diniz. Deputado Gil, isso é pra ontem. E a votação que a gente
vê aqui deles, não é essa.
A gente, eles
questionam da Enel, que foi uma privatização feita em 1998, e a gente está
fazendo uma privatização agora, em 2023, de saneamento básico, para melhorar a
vida das pessoas.
O SR. GIL DINIZ - PL - Deputado, nós, na eleição,
defendemos essa pauta, nós vencemos as eleições e nós vamos privatizar a
Sabesp. (Manifestação nas galerias.)
O SR. PAULO MANSUR - PL - E sem rabo preso.
O SR. GIL DINIZ - PL - Nós não temos medo, deputado
Guto, e nem vergonha, deputado Coimbra, de falar em privatização. Nós vamos
vencer esse plenário. Nós vamos privatizar a Sabesp e trazer mais saneamento
básico aqui ao nosso povo. (Manifestação nas galerias.)
Para o meu
tempo aqui, presidente, por favor.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor, preserve o tempo do
deputado Gil Diniz, um minuto e vinte e nove. (Manifestação nas galerias.) Só
quero comunicar a todos vocês que nós temos ainda mais muitas horas de
discussão. E se amanhã eu perceber que não teremos ordem nesta Casa,
infelizmente a galeria estará fechada.
O SR. TENENTE COIMBRA - PL - Presidente. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então, eu quero vocês conosco,
mas vocês não estão respeitando o Regimento desta Casa.
O SR. TENENTE COIMBRA - PL - Presidente, questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o deputado Gil
Diniz.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Questão de ordem, presidente.
Questão de ordem.
O SR. TENENTE COIMBRA - PL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Questão
de ordem. A Casa está sendo desmoralizada. Peço para o policial militar
identificar a pessoa que faltou com respeito com o nosso presidente.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Não, questão de ordem aqui
também, por favor. Por favor.
O SR. TENENTE COIMBRA - PL - Eu peço, inclusive, se
continuar, que as outras sessões sejam fechadas para o público, porque esta
Casa tem Regimento.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Não, questão de ordem. Questão
de ordem.
O SR. TENENTE COIMBRA - PL - O Regimento tem que ser
seguido. E as pessoas que vêm aqui à Casa do povo, elas têm que ter o mínimo de
educação.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o deputado Gil
Diniz.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Questão de ordem, questão de
ordem, Sr. Presidente.
O SR. GIL DINIZ - PL - Obrigado, presidente.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Sr. Presidente, questão de
ordem.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pois não, deputada Bebel. Uma
questão de ordem.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Olha,
eu... Eu vou ponderar com meus pares, que estão ali, tem parte que são os
professores, mas eu quero dizer para o senhor o seguinte, o senhor não pode
ameaçar fechar a Casa.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Eu não estou ameaçando,
professora Bebel.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Entendeu? Eu só... Deixe eu
terminar.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Eu simplesmente quero que o
Art. 280 do Regimento Interno, que toda esta Casa conheça. Quando está dentro
desta Casa, tem que respeitar.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Deixa eu terminar a minha
questão de ordem. Deixe eu terminar a minha questão de ordem, presidente.
Presidente, só a minha questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pois não, Professora. Achei só
que tinha terminado já a sua questão de ordem.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Não, não terminei. Porque o
senhor interferiu na minha palavra.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pois não, termine a sua questão
de ordem.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - O senhor é sempre muito
educado, por isso que eu me assustei.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com certeza.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Então, eu quero dizer o
seguinte. É, porque até o microfone está baixo. Não é por causa dele. Se você
me permitir, eu falo. Beleza.
Olha, esta Casa
é pautada pela soberania também popular. Não quero... Por favor, gente. Nós
vamos fazer o seguinte. A cada fala, vamos aplaudir ou vaiar? Isso não é, sabe?
Não tem problema.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Isso não tem problema. Mas
durante o orador na tribuna...
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Agora, não pode ter provocação
também.
O SR. GIL DINIZ - PL - Qual provocação?
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - A gente viu.
O SR. GIL DINIZ - PL - Qual foi a provocação?
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Ah, por favor. Então, vamos
fazer o seguinte. A cada fala, aplaude ou vaia.
O SR. GIL DINIZ - PL - Qual foi a provocação?
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pronto. Isso é direito.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com certeza.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Por favor.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o deputado Gil
Diniz, para encerrar a sua discussão.
O SR. GIL DINIZ - PL - Obrigado, presidente.
Para encerrar,
presidente, essa minha fala, como eu dizia, sou favorável, defendi isso na
minha campanha. Fui carteiro, deputado Carlos César, líder do PL. Fui carteiro
na (Manifestação nas galerias.) Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
O SR. CARLOS CEZAR - PL - Questão de ordem, Sr.
Presidente. Questão de ordem, Sr. Presidente.
O SR. GIL DINIZ - PL - Presidente, o tempo está rolando
aqui.
O SR. CARLOS CEZAR - PL - Questão de ordem, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Fecha, para o tempo.
O SR. CARLOS CEZAR - PL - Questão de ordem, Sr.
Presidente. (Vozes fora do microfone.) Questão de ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de ordem, deputado
Carlos Cesar.
O SR. CARLOS CEZAR - PL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr.
Presidente, nada pode ser maior do que o que o Regimento Interno prevê. Vossa
Excelência leu, no começo da sessão, o Art. 280, quando falou que “os
espectadores não poderão estar armados e deverão guardar silêncio, não lhes
sendo lícito aplaudir ou reprovar o que se passar no plenário.
§1º: pela
infração do disposto neste artigo, poderá o presidente fazer evacuar o local
destinado ao público ou retirar determinada pessoa do edifício da Assembleia,
inclusive empregando força, se para tanto for necessário. §2º: não sendo
suficientes as medidas previstas no parágrafo anterior, poderá o presidente
suspender ou encerrar a sessão.”
Eu peco essa
questão de ordem para que se cumpra o Regimento, e as pessoas possam respeitar
o orador na tribuna, Sr. Presidente. Apenas isso. (Manifestação nas galerias.)
O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, tem a palavra Paulo
Fiorilo.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Questão de ordem, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de ordem, deputado Paulo
Fiorilo.
O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Qual é,
agora você virou bedel? Sr. Presidente, ou o deputado Bove se contém, ou é melhor
parar de interromper os outros.
Sr. Presidente,
nós viemos até aqui sem nenhum problema. A deputada Bebel trouxe uma questão
importante, que é a provocação. Quando o orador provoca...
O SR. GIL DINIZ - PL - Não teve provocação, não teve
provocação, não teve provocação.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, a minha questão
de ordem é simples. Que a gente possa manter o nível do debate. Se o deputado
Bove quer provocar, se o deputado Gil quer provocar, acabou, porque é
impossível. Mas não pode tomar uma atitude dura se houver provocação no
plenário. Esse é o grande problema.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Esta Presidência vai ficar
analisando a conduta de todos. Eu não quero esvaziar galeria. Eu não quero
proibir a entrada de ninguém nesta Casa. Porém, eu já disse: nós temos um
Regimento Interno a ser cumprido, Art. 280. Vocês não podem se manifestar
quando orador estiver na tribuna.
A gente até
releva, como a Professora Bebel colocou, quando termina a fala de um orador,
aplaudir, vaiar. Tudo bem. Mas vocês têm que entender que nós estamos dentro de
um plenário, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, que tem um
Regimento a ser cumprido.
Estou relevando
há um bom tempo, e eu quero continuar relevando. Eu devolvo a palavra ao
deputado Gil Diniz. E peço aos Srs. Deputados também, que se atentem ao debate
do tema, ao plenário, não à galeria.
O SR. GIL DINIZ - PL - Obrigado, presidente. Para
finalizar, fui carteiro na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, e
defendi a privatização dos Correios. Assim como eu defendo a privatização da
Sabesp.
Assim como eu
defendo a eliminação dos 5 mil cargos que nós vamos retirar da máquina pública,
na Reforma Administrativa. E sim, o governador foi corajoso de pautar esse
projeto aqui na Assembleia Legislativa. E graças a V. Exa., nós trouxemos essa
discussão.
São dias, são
os primeiros dias, as horas, os minutos, para privatizar a Sabesp, que é um
clamor da população e dos verdadeiros trabalhadores do estado de São Paulo.
Presidente privatiza já a Sabesp.
Muito obrigado,
senhoras e senhores. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para discutir
contra, tem a palavra o deputado Emidio de Souza.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Pela ordem,
Sr. Presidente. Posso fazer uma comunicação enquanto o orador se dirige à
tribuna?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem dois
minutos Vossa Excelência.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada. Presidente, eu queria dizer
que eu acho curioso demais quando deputados vêm aqui dizer que o PSOL é um
partido insignificante. Não só porque o PSOL tem parte dos deputados mais
votados nesta Casa, mas também porque o PSOL tem hoje o pré-candidato à
Prefeitura de São Paulo, que está em primeiro lugar nas pesquisas.
Eu acho muito
curioso, na verdade, que esse debate seja feito aqui, dizendo que o PSOL é
insignificante. Porque, na verdade, isso é resultado do fato de que os
bolsonaristas estão mordidos com o fato de que Guilherme Boulos é primeiro
lugar nas pesquisas para intenção de voto, na cidade de São Paulo.
Eles estão
mordidos porque sabem que vão ter que fazer campanha para o pré-candidato que
eles não querem, que é o Ricardo Nunes. Daí vêm aqui descontar isso na gente,
vêm aqui dizer que o PSOL é um partido insignificante. Quando, na verdade, o
PSOL tem chance de ter, com uma grande frente que está se construindo, o
pré-candidato que é primeiro lugar nas pesquisas.
Então eu acho
que os deputados bolsonaristas podem ficar menos mordidos, podem fazer a sua
luta interna, nos seus partidos, pra ter um candidato puro-sangue bolsonarista,
e não precisar fazer campanha para o Ricardo Nunes. Mas não é o que vai
acontecer, provavelmente.
Então os
deputados estão mordidos, estão muito feridos com isso, e vêm aqui ofender os
deputados, os parlamentares do PSOL, que são contra a privatização da Sabesp de
forma ideológica e vêm aqui fazer esse debate por isso.
Agora, não
venham nos dizer que somos insignificantes, simplesmente porque ano que vem a
gente vai ter o prefeito de São Paulo.
Obrigada,
presidente. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra,
o deputado Emídio de Souza.
O
SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, queria cumprimentar
também o público que nos assiste tanto nas galerias quanto pela TV Assembleia e
pelas redes sociais.
Queria me
dirigir à população das 365 cidades hoje abastecidas pela Sabesp. Quero falar
também com aqueles operadores do mercado financeiro que, neste momento, nos
seus escritórios, estão assistindo para ver quanto tempo vai demorar para eles
botarem a mão nessa empresa pública.
Quero dizer a
vocês que é impressionante. Algo em torno de 10 ou 15 deputados da esquerda já
falaram aqui desde as quatro e meia da tarde. Não houve uma provocação, não
houve um desrespeito.
Bastou o
primeiro deputado da direita subir a esta tribuna, o deputado Gil Diniz, para a
vergonha e a baixaria começarem. (Manifestação nas galerias.) É verdade,
deputado. É verdade. Porque você veio aqui e você não debateu nada sobre a
Sabesp.
O SR. GIL DINIZ - PL - Permite um aparte?
O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Você não debateu nada sobre a
Sabesp. Você não falou das razões da privatização da Sabesp. Você ficou aqui
agredindo as pessoas. Aí veio o teu colega Lucas Bove agredir também.
O SR. GIL DINIZ - PL - Não é verdade, deputado.
O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Então, se tem artigo destinado a
garantir que o público ouça em silêncio, é preciso ter artigo para garantir que
deputado não agrida a população que vem aqui também, porque não é possível
conduzir uma discussão dessa forma.
Eu queria
voltar ao que interessa, ao alto nível do debate. (Manifestação nas galerias.)
Para o tempo, por favor, presidente. Presidente, meu tempo, por favor.
(Manifestação nas galerias.).
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Preserve o tempo do deputado
Emídio. Devolvo a palavra ao deputado Emídio.
O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados,
não é a primeira vez... (Manifestação nas galerias.) Pela ordem, presidente,
por favor. Tempo. (Manifestação nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Vocês estão atrapalhando o
deputado Emídio de Souza. É ele que está na tribuna agora.
O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados,
não é a primeira vez que esta Assembleia se reúne para discutir privatização. O
decano da Casa e, por acaso, o relator desta matéria, o deputado Barros Munhoz,
há 25 anos já estava aqui debatendo privatização de Eletropaulo, privatização
de Banespa, de tudo quanto é empresa pública que já foi privatizada aqui. E
sempre foi a mesma discussão. Sempre é para ganhar eficiência, sempre é para
levar serviço para quem não tem, e nada disso, em tempo algum, se realizou.
A verdade,
deputado, é que estamos falando de uma empresa... E aqui eu queria debater isso
com sinceridade: o que é a Sabesp? Tem muita gente aqui que veio... Até um
deputado, da última vez, falou que a Sabesp só fazia serviço porco.
Eu queria dizer
para esse deputado e para os demais: o que era o estado de São Paulo em termos
de saneamento básico no início dos anos 70, quando a Sabesp foi constituída, em
1973?
Deputado Barros
Munhoz, a Sabesp, naquele período, ela era uma empresa... A mortalidade
infantil naquela época chegava a quase 90 crianças que morriam antes de
completarem um ano de idade. Quase 90. Sabe quanto é hoje, deputados? Nove,
nove e pouco, no estado de São Paulo.
No início dos
anos 70, deputado Barros Munhoz, apenas 58% dos domicílios do estado de São
Paulo eram servidos com rede pública de água. Água! E apenas 23% dos domicílios
eram servidos com sistema de esgoto. Isso causava mortalidade infantil de mais
de 90 crianças a cada mil que nasciam vivas.
Os primeiros
anos da Sabesp, nos anos 70, foram exatamente para garantir a expansão da rede
de água. Se puxar pela memória, muitos aqui, deputados inclusive, como eu, já
moraram em casa que tinha que tirar água do poço, porque não tinha água
encanada.
Essa era a
realidade da Grande São Paulo nos anos 70, e foi a empresa pública Sabesp que
transformou essa realidade aqui. Queria dizer, deputado, que exatamente por
isso, isso não nasceu de graça.
A Sabesp, para
chegar a esse ponto, deputado Barros Munhoz, ela teve que investir pesadamente,
pesadamente, deputado, em infraestrutura, para garantir que a água tratada
chegasse nos lares das pessoas e chegasse o esgoto também.
Deputado, devo
dizer a V. Exa. que a Sabesp que está sendo privatizada é uma empresa que tem -
e eu peço atenção para esses números - dez milhões de ligações de domicílios no
estado de São Paulo. É uma empresa que tem oito milhões e 600 mil domicílios
ligados em rede de esgoto. É uma empresa que tem 91 mil quilômetros de
tubulações e encanamentos enterrados no solo do estado de São Paulo.
Sabe quanto
disso foi feito pela iniciativa privada? Zero. Foi tudo pela Sabesp pública,
deputada Márcia Lia. (Manifestação nas galerias.) São Paulo tem também 61 mil
quilômetros de rede de esgoto implantado embaixo do solo deste estado.
Sabe quanto foi
feito pela iniciativa privada? Zero, deputado Paulo Fiorilo. Zero. São Paulo
tem hoje 237 estações de tratamento de água, deputada Márcia Lia. Sabe quantas
a iniciativa privada construiu? Nenhuma.
São Paulo tem
também 581 estações de tratamento de esgoto. Sabe quantas feitas pela
iniciativa privada, deputado Marcolino? Nenhuma. O processo de privatização em
São Paulo tem obedecido uma regra, que é essa. Pegar tudo o que está pronto,
fazer uma maquiagem e cobrar em cima daquilo.
Essa foi a
verdade com as estradas concedidas no estado de São Paulo, feitas com todo
recurso público para depois serem entregues para elas explorarem pedágios. Essa
é a realidade que se pretende com a Sabesp.
Usar toda essa
estrutura para garantir lucro para o mercado que assiste à nossa sessão neste
momento, ávido por oportunidade de ganhar dinheiro fácil, como é próprio do
mercado, deputado Tenente Coimbra.
Eu queria
debater com todo mundo. Eu queria debater, por exemplo, com o deputado Gerson
Pessoa, que é da minha cidade, e eu queria ver o que que ele tem, quais os
argumentos que ele tem para apoiar a privatização da Sabesp. Eu queria debater
sinceramente com aqueles que perceberam o que aconteceu no estado de São Paulo
com as outras privatizações, e agora emprestam de novo o seu apoio a esta
privatização.
Deputado
Barros, devo dizer a V. Exa. que na gestão passada o governador João Doria
mandou uma série de projetos de privatização. Todo mundo imagina que quando um
governador envia para a Casa um projeto de privatização de uma determinada
empresa, ele fez um estudo aprofundado sobre aquilo, as consequências, as
medidas, os prejuízos, os riscos. Mas, que nada, deputado.
Veja que o
Doria mandou para esta Casa projeto para privatizar a CDHU. Depois a Casa
aprovou. Depois ele concluiu que não dava para privatizar a CDHU. Ele mandou
projeto para privatizar a EMTU, deputado Reis.
Ele concluiu,
depois, que não dava para privatizar a EMTU. Ele mandou projeto para vender o
Ginásio do Ibirapuera. Depois concluiu que não dava para vender o Ginásio do
Ibirapuera.
E novamente nós
estamos diante de um estudo frágil, de um estudo mequetrefe, contratado a peso
de ouro, de uma consultoria americana, subcontratado pela Faria Lima, para
garantir que o melhor e o maior patrimônio público de São Paulo vá para as mãos
da iniciativa privada.
A secretária
esteve aqui outro dia e disse assim: “ah, mas não vai mudar o nome da Sabesp”.
É claro que não vai. Qual é a empresa que quer vender uma marca vitoriosa como
a da Sabesp? Nenhuma! A Sabesp não vai mudar de nome, a Sabesp vai mudar de
dono e isso que é o pior, a pior notícia que tem.
A Sabesp, no
projeto de lei, ele tem a cara de pau de criar uma situação dizendo que as ETs,
as estações de tratamento, a infraestrutura que a Sabesp construiu durante
anos, permanecerá em mãos do estado. É claro, porque se a privada tivesse que
indenizar ou comprar as estações, as 500, mais de mil estações entre água e
esgoto, o valor seria incalculável.
Ela vai usar
toda essa estrutura sem pagar por isso. Isso aqui se chama capitalismo sem
risco, que é o que o Tarcísio está fazendo em São Paulo. Eu queria dizer a V.
Exa. que, infelizmente, o que vem acontecendo com todas as privatizações no
estado de São Paulo é exatamente a mesma coisa.
O destino que
se traça para a Sabesp agora não é outro e eu quero falar isso porque aqui eu
queria começar corrigindo uma coisa de uma palavra de ordem que a plateia está
cantando: 73 milhões. Esqueça os 73 milhões. Aqui cada deputado que votar a
favor vai levar 20 milhões de reais.
Multiplique 20
pela quantidade de votos que tem aqui que você verá quanto vai custar a
privatização da Sabesp. Se forem 50 votos, é um bilhão de reais que vai sair
dos cofres de São Paulo para garantir que a Sabesp vá parar no lugar dos
outros. Nada de falar, não há o que se falar em universalização do serviço
público porque, veja bem, ele está dizendo o seguinte: “Vamos privatizar para
universalizar”.
Aí você vai no
outro artigo da lei, o que que ele diz? Que vai criar um fundo de saneamento
para o estado de São Paulo e esse fundo servirá para a universalização. Ou
seja, é dinheiro público que continuará bancando a universalização como foi até
hoje. Empresa privada nunca fez nada em lugar nenhum.
São Paulo
atingiu o melhor índice nacional de mortalidade infantil graças ao trabalho que
a Sabesp fez e que hoje é jogado na lata do lixo por quem aprovar essa vergonha
no estado de São Paulo. É uma pena que aqui as pessoas não queiram discutir o
que é real, não queiram discutir o que é o mérito da questão.
Gastam seu
tempo falando de emenda, gastam seu tempo falando até de nomeação do ministro
do Supremo Tribunal Federal, mas nenhuma palavra sobre o que é real, a vergonha
que é essa negociata que foi tramada nos porões do Palácio dos Bandeirantes.
O Tarcísio não
veio aqui para outra coisa. Ele veio aqui para entregar o patrimônio público de
São Paulo. Infelizmente, muita gente... Ele não faria isso se ele não contasse
com mais de 50 deputados nesta Casa. Então está nas mãos de V. Exas. a decisão
sobre entregar ou não entregar esse patrimônio.
Não há 20
milhões em emendas que compensem o crime que vai ser cometido contra a
população de São Paulo. Não há porque onde se privatizou o serviço já está dito
o que aconteceu. Nós já temos experiências concretas. Não há o que se falar em
desconhecimento, em surpresa.
A surpresa será
o reajuste das contas de água que virá após a privatização porque o dinheiro
público não será suficiente para bancar por tempo longo essa privatização. O
que o mercado quer é sempre isso: aproveitar o patrimônio público construído,
dar a tintura dele e botar lucro em cima.
E eu vou falar
qual vai ser a primeira vítima. As primeiras vítimas da privatização, meu
eterno senador Eduardo Suplicy, serão as pequenas cidades pela simples e boa
razão, meu caro relator, de que a empresa... Hoje, como V. Exa. sabe, das 375
cidades, menos de 50 dão lucro para a Sabesp. O que sustenta ela é o chamado
subsídio cruzado.
Ganha nas
grandes cidades, sustenta as pequenas. Pois bem, a primeira coisa que essas
empresas vão fazer, deputada Monica, é botar esses pequenos municípios para
fora porque eles não dão lucro.
Vão botar eles,
jogar eles na iniciativa privada para a Sabesp privatizada ficar apenas com 15
ou 20 ou 30 municípios, esses, sim, altamente lucrativos já hoje e sem ter que
sustentar os pequenos, ainda mais lucrativa.
Essa é a razão
e é por essa razão, essa razão cristalina que eu peço que os deputados aos
quais resta um mínimo de consciência, aqueles que não se vendem, aqueles que
votam com a consciência que digam "não" à privatização da Sabesp,
essa negociata a olho nu que está sendo feita aqui no estado de São Paulo.
A Assembleia
não forjou esse projeto, mas sem ela ele não vai em frente. Portanto, quem
votar a favor está assinando, junto com o Tarcísio, essa vergonha que se criou
em São Paulo.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para discutir a
favor deputado Lucas Bove.
O
SR. REIS - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dois minutos
para Vossa Excelência. (Manifestação nas galerias.)
Respeito ao deputado Reis que vai fazer
uma comunicação.
Deputado Reis, o tempo está correndo.
O
SR. REIS - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, eu
quero informar para V.Exa. que eu protocolei... (Manifestação nas galerias.)
Fica difícil, presidente. Congele meu
tempo, por favor.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está preservado
o tempo.
Pessoal...
Com a palavra o deputado Reis.
O
SR. REIS - PT - Presidente, eu quero informar para
V.Exa. que eu protocolei na data de hoje... (Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Infelizmente.
Deputado Reis.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Questão de ordem, Sr.
Presidente. Questão de ordem, Sr. Presidente. Questão de ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Reis.
Você tem a comunicação, já devolvo a palavra.
Questão de ordem, deputado...
O
SR. REIS - PT - Eu posso terminar minha
comunicação?
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Questão de ordem,
questão de ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de
ordem prevalece, deputado Reis.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - A galeria está
ameaçando os deputados.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Qual a questão
de ordem, deputado.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Estamos sendo
ameaçados pela galeria, dizendo que vão tirar o nosso sossego.
O
SR. REIS - PT - Qual artigo?
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Eu não preciso citar o
artigo, nem o Regimento. (Falas paralelas.)
O
SR. REIS - PT - Questão de ordem precisa, sim.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Não precisa, não.
O
SR. REIS - PT - Precisa, está no Regimento.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Infelizmente eu
terei que tomar uma atitude hoje. Não quero tomar essa atitude e amanhã,
infelizmente, tenho que tomar outra atitude que não gostaria.
Infelizmente amanhã, vocês que querem
participar amanhã, vocês estão comprometendo amanhã vocês estarem nesse mesmo
local para continuar a discussão. E eu não estou ameaçando, eu vou cumprir o
que está no Regimento.
Pela última vez, pela última vez eu
estou avisando.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Chamaram o senhor de
fascista, presidente. O senhor ouviu?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Reis,
comunicação.
O
SR. REIS - PT - Presidente, eu quero informar...
(Manifestação nas galerias.)
Não dá, presidente.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Presidente, precisamos
de uma atitude, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Infelizmente
amanhã a galeria ficará esvaziada.
Deputado Reis, a palavra.
O
SR. REIS - PT - Eu quero informar para V.Exa. que
eu protocolei na data de hoje um projeto de resolução para que todas as
quartas-feiras, todas as segundas quartas-feiras do mês sejam um dia dedicado
exclusivamente a votar os projetos dos Srs. Deputados em prol do povo.
Ou seja, durante o ano legislativo nós
pegaríamos a segunda quarta-feira do mês e esse dia seria dedicado
exclusivamente a votar projetos de interesse da sociedade, uma vez que eu
entendo que esse ano foi uma baixa produtividade em votação de projetos dos
Srs. Deputados e das Sras. Deputadas.
Esta Casa precisa produzir mais, ela
precisa ser mais povo e menos governo. Durante esse período, o que se deu aqui
nesta Casa foi pouca participação popular, pouca discussão de projetos em
defesa da nossa população e muitos projetos que foram votados aqui, o Sr.
Governador vetou. Dos 134 projetos votados, ele vetou 99 totalmente, veto
total, e 34 foram vetos parciais. Então nós precisamos votar mais projetos em
benefício da nossa população.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra
o deputado Lucas Bove, para discutir a favor. Peço ao deputado Lucas Bove: na
discussão em plenário, não se dirija à plateia.
E, plateia, pela última vez vou
comunicar a vocês: se não respeitarem o orador na tribuna, infelizmente amanhã
terei que tomar atitudes que não gostaria, com toda certeza, porque eu acredito
no sistema democrático e eu acredito que todos vocês que estão aqui, estão
lutando por aquilo que acreditam, mas tem o Regimento Interno da Casa, que tem
que ser seguido.
Com a palavra o deputado Lucas Bove.
O
SR. LUCAS BOVE - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente. Boa noite. Em respeito ao
Regimento Interno, eu gostaria de iniciar minha fala dizendo que se tiver um
pio da turma da mortadela eu vou parar de falar e pedir para preservar...
(Manifestação nas galerias.) Presidente!
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Seu tempo está correndo, deputado
Lucas Bove, eu não vou parar. Eu falei para a V. Exa. não se dirigir à plateia.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Eu não me dirigi à plateia.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Se dirigiu, sim, senhor. Se
atenha ao tema Sabesp. Se atenha ao tema Sabesp, senão não vai continuar.
(Vozes sobrepostas.)
A SRA. MÁRCIA LIA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Sr. Presidente. Virou bagunça, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Começou a bagunça com você se
dirigindo à plateia, à galeria. (Vozes sobrepostas.) Um minutinho, deputado
Lucas Bove. Um minuto. Pela ordem.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Questão de ordem. Eu quero...
Pessoal, deixe eu me dirigir a vocês.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Sr. Presidente, a Professora
Bebel está pedindo à plateia... (Vozes sobrepostas.)
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pare o tempo. Uma questão de
ordem que ela fez.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Para se dirigir à plateia, Sr.
Presidente?
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Mas qual é o problema?
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Ela está pedindo para as pessoas
respeitarem.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Eu estou ajudando...
O SR. LUCAS BOVE - PL - Mas não é regimental, Sr.
Presidente. Ela não pode fazer isso, o tempo é meu.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deixe que ela faça a questão de
ordem, deputado Lucas Bove.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Mas o tempo é meu. Que democracia
é essa? O tempo é meu.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Lucas Bove, esta
Presidência deu a palavra à Professora Bebel. (Vozes sobrepostas.)
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Questão de ordem sobrepõe...
O SR. LUCAS BOVE - PL - Qual é a questão de ordem,
professora?
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT – PARA QUESTÃO DE ORDEM - Pode deixar. A questão de ordem é a
seguinte: eu quero me dirigir ao Sr. Presidente, à plateia, com a seguinte
ponderação.
Nós queremos, e
eu acho que é importante que eles estejam aqui amanhã, porque nós queremos, nós
vamos respeitar que quando... Primeiro, não entrar na provocação de quem está
na tribuna. Esse é o ponto um. Ponto dois é: vaie na hora que tiver acabado a
fala. Essa é a questão. Ou aplauda. Pronto. Essa é a minha questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o deputado Lucas
Bove para dar início à discussão.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Parabéns pela questão de ordem,
Professora Bebel. Realmente muito bem colocado aí. Vamos então torcer para que
a turma cumpra as suas ordens. Eu gostaria de iniciar minha fala falando sobre
um assunto que foi muito debatido aqui, mas eu confesso que não tenho
experiência para tratá-lo. Vou tentar.
Emendas. Para
aprovação da reforma tributária, o PT liberou cinco bilhões em emendas a nível
federal. Então, se for para falarmos de emendas, se for para falarmos de compra
de votos dentro de Casas de Leis, nós não temos que falar de São Paulo, porque
se assim o fosse...
Meu tempo, Sr.
Presidente, por favor. Eu não provoquei ninguém.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Preservem o tempo do deputado
Lucas Bove.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Eu queria que restabelecesse o meu
tempo. Perdi trinta segundos já.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não foram trinta segundos, mas
terá mais cinco segundos. Com a palavra o deputado Lucas Bove.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Não estão em silêncio ainda,
presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O tempo de V. Exa. está correndo,
deputado Lucas Bove.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Pois bem. Não vamos respeitar o
Regimento, então tudo bem.
Cinco bilhões
em emendas no governo Lula. Se aqui nós estivéssemos trabalhando por emendas,
nós teríamos então que pôr no mesmo balaio - justiça seja feita, o PSOL de fato
não recebeu emendas - os outros 89 deputados. E este que vos fala está aqui
defendendo a Sabesp desde o início sem ter um real de emendas pagas. Um real de
emendas pagas. Um real de emendas pagas.
Quem recebeu
emenda, e basta quem quiser bradar, falar contra e acusar alguém, pegar o seu
celular, que tenho certeza que todos têm, entrar na internet, buscar o portal
da transparência do governo e ver quanto cada deputado recebeu. Ver quanto
deputado bolsonarista recebeu e quanto os deputados do PT receberam.
Então não há
que se falar aqui em compra de votos pela Sabesp. Este deputado que, com
respeito aos demais, talvez seja um dos mais ferrenhos em defesa da
privatização da Sabesp e de tudo o que for público no estado de São Paulo.
Tudo, no que depender deste deputado, será privatizado nos próximos três anos.
Nós vamos
privatizar o Metrô, nós vamos privatizar a CPTM, nós vamos privatizar a Emae,
nós vamos privatizar a Fundação Casa, nós vamos privatizar tudo nesse governo,
se Deus quiser, porque o plebiscito... (Manifestação nas galerias.) Meu tempo,
por gentileza. Tudo, porque o plebiscito maior que está sendo solicitado já foi
realizado, em outubro do ano passado.
E, assim como a
nível federal ganhou um projeto que hoje leva um comunista ao STF, aqui em São
Paulo... Nós precisamos respeitar, não é isso a democracia? Nós aqui em São
Paulo ganhamos sob uma bandeira liberal e privatista. E é assim que vai ser,
quer queiram, quer não. Nós vamos, na quarta-feira, encerrar o processo de
privatização da Sabesp nesta Casa. Eu garanto a vocês.
Se nós já
falamos de emenda, vamos então falar de Saneamento Básico, que é o que foi
pedido aqui nesta tribuna. Eu vou citar um município; sei lá, Osasco, por
acaso. Osasco tem menos de 60% da sua população com acesso a tratamento de
água. Falamos de Osasco; por acaso, eu citei Osasco aqui. Líder do Governo,
qual é o seu município? Guarulhos. Vamos falar de Guarulhos.
Guarulhos tem
menos de 20% da população com acesso a água, coleta e tratamento de esgoto. A
cidade que tem o maior aeroporto da América Latina, a segunda cidade do estado
tem menos de 20 por cento.
Por que nós
temos aqui o líder do Governo tão imbuído, tão combativo e trabalhando tanto
pela privatização da Sabesp? Será que é porque ele recebeu emenda, igual o PT
recebeu, ou é porque ele se preocupa com o município de Guarulhos, o qual ele
foi eleito para representar nesta Casa?
Nós estamos
aqui em busca de um melhor serviço para a população. (Manifestação nas
galerias.) Vocês, a esquerda, a centro-esquerda domina o estado de São Paulo,
domina o Brasil há décadas. Nós tivemos quatro anos de graça, de respiro, com
um presidente de direita.
Mas a esquerda
e a centro-esquerda dominam o cenário político nacional e estadual. E nós temos
os piores índices de Educação do mundo, nós temos os piores índices de
Saneamento Básico do mundo.
São fatos, é
ciência, ou será que os senhores são negacionistas, vão negar os fatos, vão
negar os números? O Saneamento do estado de São Paulo é uma porcaria. Quais
foram as palavras que o senhor usou, deputado Guto, outro dia, para definir o
Saneamento do estado de São Paulo? Um lixo, uma porcaria, e outras palavras que
eu não posso usar nesta tribuna, porque, ao contrário de alguns, eu respeito o
Regimento.
Então, nós
estamos aqui para defender o melhor serviço público. Vocês acham mesmo que os
deputados aqui estão vendendo a Sabesp por conta... (Manifestação nas
galerias.)
Quando eu falo
sobre, quando Pedro fala sobre Paulo, ele fala mais sobre Pedro do que Paulo.
Não nos meçam com a régua da esquerda, nós não estamos aqui em troca de emenda,
nós não estamos aqui em troca de cargo.
Os deputados
bolsonaristas não têm uma indicação no governo Tarcísio, um secretário indicado
por nós. Desafio qualquer deputado aqui a provar qual secretário foi indicado
pelo bloco bolsonarista ou pela base nossa aqui.
As indicações
são políticas e técnicas, assim como a esquerda também, exceto o PSOL, por
algum motivo que prefiro não comentar aqui nos microfones, mas exceto o PSOL...
Porque o PSOL é nanico, não é representativo, deputada. É nanico.
Não, mas tudo
bem, podemos discutir se a senhora quiser. Se a senhora quiser um aparte, pode
vir, não tem problema nenhum. Vou lhe dar 30 segundos, não tem problema nenhum,
deputada. Pode falar. Trinta segundos.
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - É
que, na condição de nanico estamos, no caso, eu e o senhor, porque o governo
desprezou as indicações que o senhor fez. O senhor indicou os 11 milhões, mas
não foram pagos. Então, na condição de nanico, para o Tarcísio, estamos o PSOL
e o senhor. (Manifestação nas galerias.)
O SR. LUCAS BOVE - PL - Não é verdade. Obrigado,
deputada, pela sua contribuição, mas não é verdade. O governo simplesmente não
processou as minhas emendas porque sabe que não depende das minhas emendas, não
depende de pagar emenda ou de me ceder cargos para que eu vote. Ao contrário do
PSOL lá em Brasília, que é base do governo, e que lá em Brasília recebe emenda
e tem cargo.
Se for para
falarmos de PSOL, se for para falarmos de “toma lá, dá cá”, podemos falar
também. Ou o Guilherme Boulos não tem nenhum espaço no governo federal?
Ou o Guilherme
Boulos está sendo apoiado pelo PT, que se tornou um puxadinho do PSOL aqui em
São Paulo, pelo amor? “O amor venceu.” Um ano depois, vocês acham que nós vamos
acreditar em “o amor venceu”?
Agora nós
estamos aqui provando os fatos. As estatais, sob o governo Bolsonaro, deram
lucro, pararam de sangrar, pararam de financiar... (Manifestação
nas galerias.)
É, são fatos.
Vocês podem
gritar, espernear, mas são fatos, não tem problema. Pararam de sangrar, pararam
de financiar ditaduras, porque, caros senhores, sinto informar: se este governo
fosse um governo como o da Venezuela, como o da Coreia do Norte, como o da
Rússia, como o de Cuba, os senhores não poderiam estar aqui protestando.
O SR. GIL DINIZ - PL - O senhor me permite um aparte?
O SR. LUCAS BOVE - PL - O presidente nem ao menos teria
dado essa colher de chá para vocês. Aliás, parabenizo o presidente aqui pela
democracia - até em excesso, na minha opinião -, porque não tem conversa com vagabundo,
entendeu? Quando as pessoas entram e dizem: “Não vamos dar sossego para vocês
se vocês privatizarem”, eu, como deputado, me sinto ameaçado nesta Casa.
Quando as
pessoas fazem esse tipo de ilação, em que o presidente está falando e alguém
grita “fascista”, é uma afronta a todo o Parlamento e aos 44 milhões de
eleitores que votaram em todos aqui.
Então significa
que, se amanhã um petista por acaso for contra um projeto que a pelegada gosta,
eles vão acabar com o sossego da esquerda também? É a isto que nós estamos
assistindo aqui, cidadãos ameaçando outros cidadãos que foram eleitos
democraticamente?
Sr. Gil Diniz,
o senhor tem o aparte.
O SR. GIL DINIZ
- PL - Obrigado, deputado Lucas Bove. (Manifestação
nas galerias.)
O SR. LUCAS BOVE - PL - Preservar meu tempo, presidente,
por gentileza. (Manifestação nas galerias.)
O SR. GIL DINIZ
- PL - COM
ASSENTIMENTO DO ORADOR - Vossa
Excelência podia perguntar aqui para a plateia se os deputados do
Partido dos Trabalhadores que receberam emendas voluntárias se venderam ao
governo, sim ou não, já que eles estão aqui tão dedicados a esse apoio. Eu
repito aqui: os deputados do Partido dos Trabalhadores receberam, sim, emendas
voluntárias.
Além disso,
deputado Lucas Bove, não só isso, vários acenos do nosso governador. Os
deputados aqui ligados ao MST tiveram o privilégio de estar dentro do Parque da
Água Branca fazendo a sua manifestação. Nem João Doria permitiu.
Olha o deputado
Teonilio Barba: nunca teve um projeto sancionado nesta Casa e teve o Dia da
Consciência Negra sancionado pelo governador Tarcísio de Freitas. São vários
gestos a esses deputados. Já disse do Parque da Água Branca, já disse do feriado,
deputado Lucas Bove, da Consciência Negra.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Para acabar com a indústria.
O SR. GIL DINIZ
- PL - Mais cinco milhões em emendas voluntárias que eles estão recebendo, não
renegaram, e eles não são chamados de vendidos ao governador do estado de São
Paulo.
É uma
dissonância cognitiva, é um peso e duas medidas que nós não conseguimos
entender se não há luta política. Faz parte do jogo, nós estamos aqui
defendendo o nosso ponto e nós vamos, sim, deputado Lucas Bove, com o seu voto,
com o meu, privatizar a Sabesp no estado de São Paulo. Obrigado.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Lógico que vamos.
O SR. PAULO FIORILO -
PT - Deputado Bove, me concede um aparte?
O SR. LUCAS BOVE - PL
- A chance de nós não privatizarmos a Sabesp aqui na quarta-feira é a mesma
chance de o Palmeiras perder o título na quarta-feira, é zero. Seremos campeões
e privatizaremos a Sabesp.
Então é uma
pena que se valham de subterfúgios tão baixos de fato, porque, enquanto o governador,
que foi eleito sob uma bandeira liberal e conservadora, faz acenos à esquerda,
é assim que eles agem.
O governador,
em gesto até contrário a alguns deputados daqui, foi a Brasília apoiar o Sr.
Haddad na reforma tributária e foi fundamental para a aprovação da reforma
tributária.
Agora eles aqui
preferem nos chamar de fascistas, de antidemocráticos, de racistas, falar que
nós recebemos emendas, sendo que eu recebi zero e o senhor também, e o petista
recebeu cinco milhões cada um. Veja o contrassenso. É o contrassenso da
esquerda, é o mesmo contrassenso de sempre. Eles falam uma coisa e fazem
outras.
Um minuto, Sr.
Fiorilo. Tem o aparte.
O SR. PAULO FIORILO -
PT - Muito obrigado,
deputado.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Quarenta e cinco segundos.
O SR. PAULO FIORILO -
PT - COM
ASSENTIMENTO DO ORADOR - Quarenta e
cinco? É só para ajudar. Talvez o senhor
tenha perdido uma parte do debate, até porque estava ocupado em uma reunião com
o governador, que durou cinco horas. Parece que o governador convenceu os quatro
bolsonaristas a votarem favoráveis...
O SR. LUCAS BOVE - PL - Acabou o seu aparte, deputado
Fiorilo.
O SR. PAULO FIORILO -
PT - Não, o senhor deu 45 segundos.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Mas agora eu mudei, dei vinte. O
tempo é meu, mudei, mudei, mudei.
O SR. PAULO FIORILO -
PT - Só
para acabar.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Eu vou explicar para o senhor,
porque eu já entendi. (Vozes sobrepostas.)
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Fiorilo, não tem mais um
aparte, devolvo a palavra ao deputado Lucas Bove. (Vozes sobrepostas.)
O SR. LUCAS BOVE - PL - Eu vou explicar para o senhor
uma coisa de novo. Homens de direita, cidadãos de direita, mulheres de direita,
votam por convicção. (Vozes sobrepostas.) O senhor não nos... (Manifestação nas
galerias.) O senhor... O senhor... O senhor...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Paralisa o tempo.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Deputado, eu vou... Era para
concluir.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Não, não, não.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Você vai entender. Você vai
entender.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Lucas Bove, com a palavra.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Você vai entender.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Daqui a pouco, daqui a pouco...
O SR. PAULO FIORILO - PT - Depois que acabar.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Então é o seguinte, não nos
meça... (Manifestação nas galerias.) Não nos meça... (Vozes sobrepostas.) Não
nos meça pela sua régua. Quem vota em troca de cargo e emenda é a sua turma lá
de Brasília.
Nós... Eu fui
eleito dizendo que privatizaria a Sabesp. O senhor acha que eu votaria
contrário se o governador não me pagasse? Aliás, não me pagou nenhuma emenda, e
eu estou aqui defendendo. Nada mudou. Nada mudou.
Eu tenho a mesma
condição... Eu tenho a mesma condição que eu tinha quando eleito. Zero cargo,
zero emenda. Aprendam plural e singular. Milhões, emenda. Zero cargo, zero
emenda.
E a mesma
convicção de sempre. A mesma convicção que eu tinha na época da eleição, eu
tenho agora. Nós não trocamos cargos e emendas por votos. Se o governador... O
governador, aliás, que aventou... O senhor quer saber o que aconteceu na
reunião hoje? Eu vou te contar.
Na reunião
hoje, nós falamos sobre a proposta de aumento de imposto de ICMS, que os
senhores estavam loucos para votar aqui. Loucos para votar o aumento de ICMS
igual o Lula está fazendo lá em Brasília, aumentando o imposto. Então, não diga
que não.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Mas você não deixa eu falar.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Nós fomos lá, os de direita, os
de direita foram lá e pressionaram. (Vozes sobrepostas.) Sabe qual foi o
resultado da reunião? Ele não vai mandar a proposta de aumento de imposto. Foi
isso que eu fui discutir lá. E sabe o que eu teria dito?
O SR. PAULO FIORILO - PT - Muito bem.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Se ele tivesse oferecido os
mesmos cinco milhões que o senhor recebeu dele...
O SR. PAULO FIORILO - PT - Vinte. Vinte.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Sabe quanto?
O SR. PAULO FIORILO - PT - Vinte.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Presidente. Sabe o que eu teria
dito? Se eu tivesse recebido os mesmos cinco milhões que o senhor recebeu?
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Paulo Fiorilo, respeito
ao orador na tribuna.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Não vou votar aumento de imposto
nem por cinco, nem por dez, nem por 20, porque, ao contrário da esquerda, que é
folha morta e caminha conforme o vento, nós temos convicção e a Sabesp será
privatizada.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para discutir
contra, deputado Maurici. (Pausa.) Ausente. Para discutir contra, com a palavra
o deputado Simão Pedro. (Manifestação nas galerias.) Por favor. Por favor.
Deputado Simão Pedro na tribuna.
Com a palavra, deputado Simão Pedro.
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas e
público que nos acompanha aqui, queria cumprimentar os profissionais da
imprensa também e principalmente os cidadãos que estão nos acompanhando pelo
Youtube, pela TV Assembleia, pelas redes sociais.
Sr. Presidente,
eu creio que, sobre a Sabesp, eu devo ter subido a esta tribuna umas quatro ou
cinco vezes para discursar, tentando construir e passar alguns argumentos para
os deputados desta Casa.
Não os
deputados do PT, do PSOL, do PSB, do PCdoB, que, por convicção, são contra a
privatização da Sabesp, mas para os demais, alguns que estão em dúvidas e
aqueles que não se manifestam, vão votar a favor.
No congresso de
comissões, eu devo ter me manifestado mais umas duas, três vezes. E esta deve
ser a oitava vez que subo aqui para falar. Mas quantas vezes forem necessárias,
nós viremos aqui, iremos em audiências públicas, nos municípios, como nós
fizemos.
Sr. Presidente,
a primeira coisa que eu queria refletir aqui, mais uma vez, para que a
população que nos acompanha entenda o que está em jogo, é a questão do
conteúdo. Água não é mercadoria.
Água é uma
questão vital para o ser humano, para a nossa vida, para a produção de
alimentos, para a vida animal. Água é um bem que nos foi dado e não pode ser
transformado em uma mera mercadoria.
Outro dia eu
disse aqui, a água não é que nem a Coca-Cola. Se eu quiser beber e comprar, eu
vou lá no mercado, vou na padaria, vou na mercearia, e compro, e bebo.
Água, não.
Água, o ser humano não vive sem água. Água é um bem. Por isso que os nossos
constituintes, em 88, quando fizeram e votaram a Constituição, colocaram que a
água, a prestação de serviço de garantir a água para toda a população, o
esgotamento sanitário, tem que ser feito por uma empresa pública e não pelo
mercado. E a empresa pública que existia naquela época era a Sabesp.
Está no Art.
216 da nossa Constituição. Então essa é uma primeira coisa: a água é um bem
essencial. Nós estamos entrando num período que eu confesso para vocês, quando
eu cheguei em São Paulo, ainda garoto, com nove anos de idade, vindo do Paraná,
eu imaginava que o Brasil tinha tanta abundancia de água, de florestas que, por
mais que a indústria crescesse, por mais que se desmatasse, nunca ia acabar.
Depois, com o
tempo, fui pensando: o desmatamento está tão acelerado, a poluição dos rios
está tão acelerada, a destruição ambiental está tão acelerada, que
infelizmente, os meus filhos, provavelmente os meus netos, vão sofrer as
consequências. Mas não. Nós estamos vivendo uma crise climática, e esta geração
já está sentindo os seus efeitos.
Olha as ondas
de calor extremo, chuvas localizadas destruindo cidades, secas afetando a
economia. Então, privatizar a Sabesp, privatizar a água, num momento desse, é
uma questão de desinteligência, burrice. Não é estratégico, para aqueles que
têm o mínimo de responsabilidade com a sociedade, com a população.
Outra coisa.
Nós não estamos falando só da venda da água. Nós estamos falando da produção de
água. Nós temos o Sistema Cantareira, o Sistema Cotia, que produzem,
diariamente, trilhões de litros de água. Vamos entregar tudo isso para a
iniciativa privada, para uma empresa com monopólio privado.
No Rio de
Janeiro, cuja privatização foi feita - a Cedae, desastrosa, porque aumentou as
tarifas, o serviço não melhorou - lá não foi privatizada a produção da água. Lá
foi separado. Privatização foi somente da distribuição, a comercialização da
água. Até lá souberam dividir. Aqui não: estamos entregando tudo.
Nós estamos
entregando tudo construído há mais de 50 anos, todo um sistema que garantiu que
a maioria da população pudesse ter água potável. Então é uma burrice, um
descompromisso com a sociedade, com o nosso futuro, com as nossas cidades, com
a nossa população. Eu queria chamar a atenção disso.
Outra coisa.
Está claro que vai aumentar a tarifa. Porque, todas as privatizações feitas as
tarifas aumentaram, os serviços ficaram mais caros para a população. “Ah, Simão
Pedro.
Por exemplo,
privatizaram as estradas, mas melhoraram muito.” Mas olha a que custo! Daqui a
Campinas, 90 quilômetros, dois pedágios na Anhanguera-Bandeirantes. Gasta-se
mais de 50 reais para ir e voltar.
Outro dia, eu
estava conversando com um prefeito do interior, Santa Rita do Passa Quatro.
O prefeito me
disse: “Simão Pedro, nossa cidade tem um potencial turístico fenomenal. Ajude a
divulgar a nossa cidade. Ajude a fazer com que o cidadão de São Paulo venha
visitar a nossa cidade”.
Eu falei:
“Prefeito, mas com esse preço dos pedágios, o preço das viagens, fica
impossível”.
A privatização
das rodovias prejudicou o turismo, prejudicou a economia local. Por exemplo, eu
fui professor, tenho uma atuação, tive muito voto na região da Mogiana, São
João da Boa Vista, Vargem Grande do Sul, Tambaú. O que aconteceu, por exemplo,
com o setor ceramista de lá? Perdeu mercado para as cerâmicas aqui de Itu e
Campinas, para a Grande São Paulo.
Então a
privatização é prejudicial à sociedade, à nossa economia. Poderíamos estar em
uma situação muito melhor de desenvolvimento, desenvolvimento econômico,
inclusão, geração de emprego, mas não, a privatização é isso.
Fora o que já
falamos em relação à privatização da CPTM, à privatização do Metrô. “Ah, mas a
Linha 4 e a 5 são boas.” Mas a que custo? A custo do sucateamento das demais
linhas, que não recebem os investimentos.
Esta semana, o
Governo do Estado anunciou que vai pagar para a CCR 686 milhões por conta da
perda de passageiros durante a Covid. Olha que capitalismo fácil, né? Fora que
já se pagou, para a CCR, em 2021, um bilhão de reais, que serviu para a CCR
comprar a concessão das Linhas 8 e 9. Nós já falamos aqui. Então, é um custo
para a sociedade exagerado.
Mas assim, em
relação à Sabesp, é o próprio relatório mequetrefe, como já falou aqui o deputado
Emídio, que foi contratado por 40 e tantos milhões, que aponta que vai ter
aumento da tarifa, a não ser que o estado subsidie a manutenção das tarifas
como são hoje. Ora, a Sabesp pode, sim, com o potencial que ela tem, diminuir o
preço das taxas. Não é proibido.
Então, eu
queria alertar isso em relação à privatização. Não é boa para a sociedade, não
vai melhorar a economia; só vai gerar lucros, que é o que aqueles que estão
ávidos para comprar as ações querem da privatização da Sabesp.
A outra coisa
que já foi falada aqui: vai prejudicar os municípios pequenos, os mais de 300
que têm contrato. Quem comprar a Sabesp vai querer potencializar os seus
lucros, vai querer ficar com o serviço somente nas 50 cidades que hoje permitem
o maior lucro.
Os pequenos que
hoje têm atendimento, o prefeito e o vereador que têm acesso para discutir uma
melhoria em investimento não vão ter mais isso. Então, eu queria alertar sobre
isso.
E os municípios
que estão sendo enganados pelo governador. O governador está dizendo: “Olha,
autoriza aí, assina as Uraes, entra no sistema aí desse decreto ilegal que o
governador fez, inconstitucional, que vocês vão receber melhorias, obras”.
Então, é um
governo que passa mel na boca dos prefeitos achando que eles vão ter
investimentos, que vai melhorar a situação econômica. A situação dos municípios
vai piorar.
Outro ponto,
Sr. Presidente, que eu já falei aqui, mas vou repetir, é em relação à forma.
Então, o conteúdo, nós já temos dezenas de argumentos para mostrar que a
privatização da Sabesp vai ser prejudicial à sociedade, mas eu queria chamar
atenção em relação à forma também.
O governador,
que na campanha se esquivou de dizer que iria privatizar, que na campanha disse
que “ah, não, se aumentar a tarifa... Vou fazer um estudo, mas se aumentar
tarifa eu não vou privatizar”. Ele se esquivou, não colocou no programa. Por
isso, acho que esse argumento de dizer que ele ganhou a eleição e ele pode tudo
não é verdade.
A Constituição
mesmo estabelece consultas à população, plebiscitos, permite consultar a
população em uma situação dessas. No limite, tem as pesquisas de opinião, que
já disseram que a população é contra. A maioria. Então, não me venha com esse
tipo de argumento.
Mas eu queria
dizer que o governador, com medo de mandar um Projeto de Emenda à Constituição,
que deveria ser a forma que, se ele quisesse privatizar a Sabesp, como ele está
fazendo, por exemplo, com a Educação, da qual ele quer tirar cinco por cento,
dizendo que precisa colocar dinheiro na Saúde... Mas tinha que ser uma PEC.
Não, com medo
de não ter os 58 votos necessários para aprovar uma PEC, ele arrisca mandar um
“PLzinho”. Esse PL deveria ter sido rejeitado por esta Casa, mas ele prefere
criar um fato consumado e tentar ganhar na Justiça, porque eles entendem que a
Justiça é muito mais favorável.
Então, atropela
a Constituição, atropela este Parlamento, atropela as prerrogativas dos
deputados e deputadas e atropela a vontade da população. Eu acho um absurdo, um
crime.
Nós estamos,
evidentemente, judicializando essa questão, porque nós entendemos... O primeiro
juiz não deu, mas nós vamos seguir no Tribunal de Justiça. Depois nós vamos
seguir para o Superior Tribunal de Justiça, e depois nós vamos para o Supremo,
porque a Constituição está sendo aviltada.
É uma vergonha
esta Casa aceitar esse projeto de lei. Não deveríamos estar aqui discutindo, a
não ser que fosse de outra forma, mas, com medo de não conseguir ter o apoio de
todos, da maioria dos deputados, ele prefere um projeto desse, porque com menos
deputados ele consegue aprovar.
Então, assim,
ele corre esse risco, mas aí ele vai dizer: “bom, eu já fiz, já vendi as ações,
já criei o fato consumado, e dane-se a justiça, dane-se a Constituição”. É isso
que está acontecendo.
Agora, pessoal,
eu queria, encerrando este meu discurso, dizer assim, é impressionante a
insensibilidade dos deputados da base. Não adianta a gente... Esse é um debate
que, infelizmente, a gente conversa com vocês que estão aí, conversamos entre
nós, conversamos com a sociedade, porque todos os argumentos aqui são
ignorados, ou por uma questão ideológica, para dizer: “eu sou da direita, eu
sou conservador, portanto sou privatista, então, por princípio, eu aceito a
privatização”.
Agora, muitos
deputados aqui estão pensando o seguinte. “Ah, mas se der tudo errado,
privatizou e deu tudo errado, talvez eu nem esteja aqui quando der a tragédia,
quando der tudo errado, quando aumentar as tarifas, quando faltar água em
muitos municípios.
Porque aí já
passaram três anos, quatro anos, eu acho que eu já sou deputado federal, ou eu
vou ser prefeito, ou eu vou ser... Né? O povo já esqueceu. Ninguém vai falar
mais. Ninguém vai mais se lembrar”.
Mas eu queria
alertar vocês. O povo vai se lembrar, porque faltar energia você até segura
quatro, cinco dias, seis dias, sete dias, como aconteceu aqui em São Paulo, na
Grande São Paulo, em muitos municípios. Mas faltar água, como faltou lá em Itu,
quando privatizaram a empresa de água lá, deputada Monica.
Vossa
Excelência se lembra disso, porque vivenciou isso, quando a população tinha que
passar o dia com cinco litros de água, recolhidos em filas no caminhão pipa.
Mas quando
começar a faltar água esse povo vai lembrar de quem votou a favor da venda, da
entrega do nosso patrimônio, desse crime que estamos prestes a cometer aqui
neste Parlamento, o que eu lamento muito.
Então eu acho
que há tempo. Nós estamos discutindo o tema até amanhã. Quem sabe temos até
quarta, quem sabe temos até a semana que vem para rever essa posição de vocês,
se juntarem conosco para dizer: “governador, isso não vai dar”.
Chega. Não à
privatização. Não, não, não, à privatização. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o
deputado Paulo Mansur, para discutir a favor.
Antes, porém, nos termos do Art. 100,
Inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária
a realizar manhã, às 19 horas, ou dez minutos após o término da sessão
ordinária, caso esta atinja seu tempo limite, com a finalidade de ser apreciada
a seguinte Ordem do Dia:
*
* *
- NR - A
Ordem do Dia para a 56ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de
05/12/2023.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Também nos
termos do Art. 100, Inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma
segunda sessão extraordinária, a realizar-se amanhã, dez minutos após o término
da primeira sessão extraordinária, com a finalidade de ser apreciada a seguinte
Ordem do Dia:
*
* *
- NR - A
Ordem do Dia para a 57ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de
05/12/2023.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o
deputado Paulo Mansur.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Questão de ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de
ordem, deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, eu entendo que hoje a Casa passou por uns picos de
energia e o ar-condicionado deixou de funcionar, mas o Regimento Interno é
muito claro. No plenário, o deputado precisa usar o paletó.
Eu queria que o senhor pudesse orientar
os deputados, mesmo com o calor, que pudessem usar o paletó. Nada contra nenhum
deputado, apenas defendendo o Regimento.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o
deputado Paulo Mansur.
O
SR. PAULO MANSUR - PL - Olha, o deputado Simão
Pedro...
O
SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - Você me daria
um aparte?
O
SR. PAULO MANSUR - PL - Eu já dou um aparte.
Um minutinho só. É rápido?
O
SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - COM
ASSENTIMENTO DO ORADOR - É um segundo. Eu achei de extrema importância ter
parado a sessão para colocar o meu paletó, mas eu estou à disposição. Estou com
ele, e é vermelho ainda por dentro, se for lhe agradar.
A gente não só
é a favor da privatização, mas a gente é a favor da baixa de impostos. A gente
é a favor do não empréstimo para outros países dos nossos impostos que são
geridos pelo BNDES.
A gente é a
favor de diminuir a máquina pública; a gente é a favor de uma gestão privatizada
no Brasil. Então a direita conservadora não só é a favor da privatização. A
direita conservadora é a favor de uma economia liberal. Ela é a favor de
incentivar indústrias a virem para o estado de São Paulo para empregar pessoas,
para a gente gerar emprego para vocês.
E é importante
a gente falar aqui no Parlamento que a Sabesp é privatizada em 2023 agora,
sendo mais privatizada, porque ela já é privatizada: 45% da Sabesp já é
privatizada.
Então quando o
deputado Simão Pedro, do PT, fala aqui sobre por que estamos discutindo aqui,
eu também pergunto: por que estamos discutindo aqui se a empresa já é
privatizada? 45% dela está no mercado aberto e 2% só depois do governo tem uma
maioria da Sabesp, que só tem dois por cento.
Ou seja, o
governo hoje detém 55% da empresa, quer vender 30% gerando 65 bilhões em caixa
que vão ser investidos no Saneamento Básico e esse investimento vai deixar mais
de um milhão de casas no estado de São Paulo com saneamento básico.
Coitada da
pessoa que mora no Guarujá, em Vicente de Carvalho, na zona noroeste, em
Santos, lá também em Campinas, no Pucamp, aqui em São Paulo, na zona leste, em
diversos lugares, sem saneamento básico.
Tem muitas
pessoas hoje que não têm uma descarga em casa. Tomam banho com água amarela e a
gente vai colocar essas pessoas para terem um saneamento básico mais rápido.
Então o governador teve a coragem de privatizar a Sabesp e isso é muito
importante: ter coragem.
Um detalhe que
chama atenção aqui é que o Simão Pedro também falou, eu anotei, é que o
governador se esquivou da privatização. Como ele se esquivou da privatização se
na época da campanha dele ele falou que ia privatizar a Sabesp e foi eleito?
Ele ganhou do
Haddad falando que ia privatizar a Sabesp. Como que ele se esquiva da privatização?
Olhe só esses números. Em recente pesquisa realizada pelo Datafolha, 77% dos
paulistas disseram que estradas privatizadas do estado de São Paulo são
superiores às rodovias públicas. Um estudo também feito pela Confederação
Nacional de Transportes constatou que 22 das 25 melhores rodovias do Brasil
estão sob administração privada.
A CPFL é
privada, a Enel foi privatizada em 1998 e não foram colocadas algumas coisas no
contrato. Agora o Tarcísio está colocando no contrato da privatização - é
importante - a garantia do emprego de vocês. Ele está colocando na privatização
a garantia do emprego de vocês.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Me cede um aparte, deputado?
O SR. PAULO MANSUR - PL - Pode falar, deputado, 50
segundos, um minuto.
O SR. PAULO FIORILO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Obrigado, eu vou ser breve. Eu acho que o debate da privatização é importante até para poder esclarecer as lacunas do
projeto, mas é importante um outro debate que o deputado Bove me permitiu e eu
vou concluir.
Que aqui a discussão
que se fazia não era de emendas dos 11 milhões ou dos cinco milhões, mas eram
emendas de 20 milhões para aqueles não como o senhor, como o Bove ou como o
Gil, mas para outros que possivelmente tenham dialogado.
Então eu queria
deixar claro isso porque é preciso que as pessoas entendam. Tem uma parte que
pode ter dialogado, tem uma parte que não dialogou. Então quando o deputado
fala das emendas de cinco, de 11, não consegue discernir ou diferenciar a
proposta de 20, que é o que foi pautado e que está sendo discutido.
O Sr. PAULO MANSUR - PL - Olha, eu não vivo da política, eu
sou empresário, (Manifestação nas galerias.) mas... e o empresário é quem
emprega pessoas. Não é verdade? Então, eu não ligo para emenda parlamentar, mas
é engraçado saber que, como o deputado Bove falou aqui, foram destinados cinco
bilhões de reais para deputados federais e senadores que fazem parte do governo
Lula. Esses que votam a favor, tirando a sua ideologia da frente, tirando voto
que foi colocado para eles estarem ali representando vocês.
Então, eu estou
votando aqui pelo que eu acredito. Eu acredito que a privatização da Sabesp vai
melhorar a vida da população paulista.
O SR. MAJOR MECCA - PL - Deputado Paulo Mansur.
O Sr. PAULO MANSUR - PL - É por isso que eu estou votando
"sim", não por emenda.
Dou aparte para
o deputado.
O SR. MAJOR MECCA - PL – COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Deputado, só para que nós possamos complementar o raciocínio do senhor.
O senhor sabe
que no estado de São Paulo são 645 cidades. Dessas 645 cidades do nosso estado
somente 66 cidades, deputado Paulo Fiorilo, têm a universalização, a sua
população tem acesso a água e esgoto.
Das 645 cidades
somente sessenta e seis. A Sabesp hoje atende 375 municípios no estado de São
Paulo, um atendimento que é uma negação. Eu digo que esse atendimento é uma
negação porque, quando nós percorremos as periferias do estado de São Paulo, o
nosso povo não tem saneamento básico.
O povo tem, tem
saneamento básico em São Paulo. Em São Paulo tem saneamento básico.
Deputado Paulo,
deputado Paulo, é importante que nós discutamos o projeto de forma a trazer
melhorias para o povo de São Paulo. Essa é a questão. Você pega a cidade de São
Paulo, a cidade de São Paulo foi governada por quem nos últimos 30 anos? Por
quem?
O estado de São
Paulo foi governado por quem nos últimos 30 anos? Não foi pela direita, não
foi. Não foi pela direita. PSDB nunca foi um partido de direita, pelo
contrário. No governo passado aqui nós combatemos incessantemente o governo do
PSDB, da mesma forma como nós fazemos hoje lutando para melhorar São Paulo com
o governador Tarcísio de Freitas.
O trabalho aqui
tem que ser suprapartidário, tem que estar acima de partidos porque a população
precisa ter prioridade no estado de São Paulo. A população precisa, sim, ter
prioridade, seja no saneamento básico, seja na educação, seja na saúde, seja na
segurança pública. A secretária Natália veio a uma audiência aqui, discorreu
sobre o projeto e mostrou que haverá diminuição das tarifas. Demonstrou que será
antecipada a universalização do fornecimento de águas para o povo do estado de
São Paulo. (Manifestação nas galerias.)
Nós
acreditamos, sim, que o governador Tarcísio de Freitas vai revolucionar o
estado de São Paulo, fará um grande governo, assim como fez no Brasil o
presidente Jair Bolsonaro, que, infelizmente, foi vítima de um sistema que
controla o Brasil há décadas. Há décadas. (Manifestação nas galerias.)
O SR. PAULO MANSUR - PL - Presidente...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor, pare o tempo do
deputado Paulo Mansur. (Manifestação nas galerias.) Por favor. Por favor. Com a
palavra o deputado Major
Mecca, que tem o tempo
de discussão aceito pelo Paulo Mansur.
O SR. MAJOR MECCA - PL - Só para concluir, deputado Paulo. Não se preocupem, que o inelegível
pode voltar. O presidente Jair Bolsonaro ainda está forte como nunca.
E nós apoiamos,
sim, a privatização da Sabesp, porque esse é o melhor caminho para que o povo
do estado de São Paulo tenha melhores serviços no fornecimento de água, esgoto,
saneamento e daí por diante. O povo de São Paulo merece um tratamento digno.
Muito obrigado pela cessão do tempo, deputado Paulo.
O SR. PAULO MANSUR - PL - Obrigado, deputado Meca. Esse é o
nosso país. Um presidente, por falar, por se posicionar, está inelegível.
(Manifestação nas galerias.) Presidente...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está preservado o tempo de V.
Exa., Paulo Mansur.
Pessoal, por
favor. Por favor. Eu estou pedindo para vocês.
O SR. PAULO MANSUR - PL - Quem foi preso foi o Lula, que
ficou na cadeia dois anos, e deveria ter ficado a vida inteira. Agora,
candidato, na segunda instância ainda, conseguiu ser candidato. Só neste País,
que a Justiça é do PT. É isso o que acontece.
E vocês
defendem a corrupção. É um absurdo vocês estarem aqui fazendo isso. Agora, para
complementar, foram 25 anos, sim, de PSDB, com aquela trocazinha do Alckmin,
que hoje está lá na vice-Presidência, que é um homem de esquerda, um
parlamentar de esquerda, Geraldo Alckmin.
Então eu coloco
uma frase aqui: insanidade é continuar sempre fazendo a mesma coisa, e esperar
resultados diferentes. Essa frase é do Albert Einstein, mas qualquer pessoa
entende. Porque é insanidade, Bove, a gente continuar o mesmo sistema há anos,
e ver que nada muda.
É necessária a
privatização para a gente acelerar o estado de São Paulo e entregar o que o
governador Tarcísio quer rapidamente para os paulistas.
O SR. LUCAS BOVE - PL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - O
senhor me permite uma parte, deputado Mansur? Eu queria aproveitar um pouquinho
do seu tempo, se me permite, que eu falei pouco na minha vez, faltou só fazer
um adendo aqui. Agradeço o silêncio de todos, o respeito, acho que é muito
importante.
É o seguinte, a
água é, obviamente, uma mercadoria. E a Sabesp comercializa. (Manifestação nas
galerias.) A Sabesp, a Sabesp... (Manifestação nas galerias.) Presidente.
O SR. PAULO MANSUR - PL - Segura um pouquinho, presidente,
para o Bove. Parlamentar.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor. Com a palavra o
deputado Lucas Bove.
O SR. LUCAS BOVE - PL - A Sabesp comercializa, ou alguém
recebe água em casa de graça? A Sabesp comercializa. Então é isso. E eu queria
só complementar sua brilhante fala, lembrando a todos que o estado não gera um
real de riqueza. Todo dinheiro do estado vem do pagador de imposto.
Então eu queria
aproveitar o seu tempo, parabenizá-lo como... (Manifestação nas galerias.)
Presidente, o tempo, presidente. Presidente, o tempo, presidente. Parabenizá-lo
como representante dos empresários, que são quem geram emprego e renda neste
País.
Se não fossem
os empresários, não tinha imposto. Se não fossem os empresários, não tinha
sindicato. Então, parabéns ao senhor, como um grande empresário da comunicação
que é, por representar essa classe que carrega o País nas costas, sob a maior
alíquota tributária do mundo. Parabéns, deputado.
O SR. PAULO MANSUR - PL - A esquerda tem a mania da
facilidade: quer aumentar imposto, aumentar imposto. Essa é a facilidade de
vocês. (Manifestação nas galerias.) Está ali, vamos aumentar imposto.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para concluir.
Com a palavra, a deputada Thainara Faria, para discutir contra.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Monica.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Posso
ter uma comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pode. Dois
minutos.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
PARA COMUNICAÇÃO - Presidente... (Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor,
pessoal. Deputada Monica Seixas está no microfone, precisa fazer uma
comunicação. Por favor. Vocês, amanhã, serão nossos convidados, ou não.
Deputada Monica Seixas.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Uma comunicação para me solidarizar com os policiais do estado de São Paulo,
que desde o dia primeiro de dezembro tiveram a gratuidade de ônibus extinta
pelo governo do estado de São Paulo.
E, aproveitando a passagem da dupla
“privatiza tudo e defendo os policiais com limite na vida do trabalhador”,
quero lembrar a horrorosa foto que circula, do final de semana, de policiais
pedindo carona na beira de estrada para ir trabalhar, fruto do resultado de um
governo que faz populismo com o serviço público e despreza a vida do
trabalhador, que foi utilizado como massa de manobra durante a campanha, mas
infelizmente está na beira de estrada pedindo carona para servir à população do
estado de São Paulo.
Nós também estamos brigando pelos
direitos desses trabalhadores, infelizmente, para que possam ir trabalhar,
porque não têm nem auxílio-transporte, e agora foi extinto o direito à
gratuidade nos ônibus. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada
Thainara, para discutir contra.
A
SRA. THAINARA FARIA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Uma boa-noite às Sras. Deputadas,
aos Srs. Deputados, ao povo que nos acompanha na galeria.
Primeiro dizer,
Sr. Presidente, que eu estou imensamente feliz em saber que tem alguns
deputados visitando assiduamente as minhas redes sociais para aprender a
trabalhar. Isso é muito legal, porque eu percebo que alguns deputados querem
dar, inclusive, mais visibilidade ao meu trabalho, compartilhando vídeos meus
de conquistas para a população.
Então, eu quero
agradecer. Agradecer por tentarem ser minimamente como eu, que defendo, desde que
pisei aqui, os interesses do povo. E ao contrário de uns e outros, eu faço
política grande, política de gente grande. E meninos mimados, quando a bola da
partida não é da cor que eles querem, não entram para o jogo.
E a gente está
aqui para defender realmente os interesses da população, porque quando um grupo
de pessoas, eleitas deputadas, querem fazer com que a gente acredite que a
grande obsessão do investidor é acordar pensando em como vai levar água de
qualidade para a população, estão chamando a gente de palhaço. E palhaço a
gente não é. Então, se vocês dizem, deputados da base, que foi o projeto eleito
nas urnas...
Chamem o
plebiscito, se estão tão seguros assim. (Manifestação nas galerias.) Se os
senhores estão tão seguros... (Manifestação nas galerias.) E eu não vou cortar
a fala da população, porque ao contrário de uns e outros, eu estou aqui para
dar voz à população, não para fazer calar quem está aqui. (Manifestação nas
galerias.)
O SR. LUCAS BOVE - PL - Você me dá um aparte?
A SRA. THAINARA FARIA - PT - Não, Sr. Deputado. O senhor já
teve a sua palavra.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Quinze segundos.
A SRA. THAINARA FARIA - PT - O senhor já teve a sua palavra.
Depois, o senhor pega mais um tempinho dos seus deputados. E aí então,
presidente, eu quero que o senhor saiba que, ao contrário de uns e outros, eu
não defendi o governador Tarcísio para estar no governo, mas eu entro de cabeça
erguida no Palácio dos Bandeirantes para defender os interesses da população. E
se alguns deputados não sabem os trâmites das indicações voluntárias, se não
conhecem o funcionamento de uma prefeitura, eu conheço.
Eu fui por duas
vezes vereadora na minha cidade, e existe um trâmite. Se os senhores não
conseguem nem articular o suficiente para que suas emendas, para que suas
indicações impositivas possam ser de fato efetivadas, eu sinto muito.
Continuem
visitando minhas redes sociais para aprender a trabalhar, e aí os senhores vão
saber, então, como é ser atendida respeitosamente, porque eu fui eleita, assim
como os senhores. Então, não menosprezem o meu trabalho. Muito obrigada.
(Manifestação nas galerias.)
E aí, Sr.
Presidente, eu quero dividir a minha fala com as palavras de duas figuras,
porque eu já falei muito sobre a privatização da Sabesp nas comissões e em outros
espaços, tanto com o professor titular da USP, Pedro Luiz Côrtes, quanto também
do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto, o Faggian.
Trazer alguns dados para os senhores aqui.
A Sabesp não
precisa de privatização para universalizar o serviço, ao contrário do que a
base do governo insiste em dizer, como se, por ideologias, eles se
preocupassem, de fato, com os serviços básicos. Além de um argumento falso, ele
também é hipócrita.
A companhia tem
mais de 3,12 bilhões de resultados, dos quais 75% são reinvestidos em
saneamento básico no estado de São Paulo. De acordo com o novo Marco Legal do
Saneamento Básico, os municípios e estados devem garantir que 98% da população
conte com o serviço de abastecimento de água e 90 tem que ter coleta e
tratamento de esgoto. Mantendo o atual nível de investimentos da Sabesp, essa
meta será atendida antes do prazo exigido pela lei, em 2029.
A terceira
maior empresa de saneamento do mundo, a Sabesp, atende 375 municípios do estado
de São Paulo, o que representa 70% dos paulistas e 30 milhões de pessoas.
Agora, vocês
querem me fazer acreditar que privatizando, que abrindo para o investidor,
assim que aqueles vulneráveis, aqueles que são beneficiários da tarifa social,
não conseguirem pagar suas tarifas, os senhores vão garantir água de qualidade
encanada para a mãe, ao final do dia, dar banho no seu filho, para o pai de
família cozinhar.
Vocês não vão
garantir isso, porque não é o interesse dos senhores. Quem sobe aqui e bate no peito que é empresário,
quem sobe aqui e bate no peito que não é política, tudo é política, inclusive
votar contra a população. Isso ficará marcado na história.
A Sabesp ainda
é responsável por um terço de todo o investimento em saneamento do país.
Investiu cinco bilhões na rede, nos últimos anos. A companhia já fez o
planejamento para universalizar os serviços no estado, e que, diante do volume
de investimentos que a empresa de economia mista faz, a meta do novo marco do
saneamento será atingida sem precisar vendê-la.
Não é
necessário vender a Sabesp para atingir as metas do marco. Mais que eficiente,
a Sabesp é também lucrativa. Apenas em 2022, a companhia rendeu 3,12 bilhões,
dos quais 25% dos dividendos foram distribuídos aos acionistas, conforme
determinação da Comissão de Valores Mobiliários; os outros 75%, a Sabesp
reinveste, o que permite que ela tenha um nível de excelência, o que observa
também o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Água, Esgoto e Meio
Ambiente.
Manter a
companhia sob a gestão do Poder Público ainda permite que a empresa pratique
tarifas mais baixas e inclusivas, e aqui valem parênteses (quando os senhores
falam que vai ser feito um fundo para garantir que as tarifas sejam baixas,
vocês estão assumindo que a privatização vai aumentar a tarifa no bolso do
trabalhador). A Sabesp tem ainda as tarifas social e vulnerável, então só na
cidade de São Paulo temos 4,6 milhões de ligações de água.
Desse número,
11% são as tarifas vulneráveis, 510 mil famílias, só no município de São Paulo,
atendidas pela tarifa vulnerável, que é de 15 reais para que a família tenha
água e esgoto, 15 reais.
Uma empresa
privada jamais manteria esse benefício, diz então Faggian. Também tenho aqui
alguns dos relatos do professor da USP que, infelizmente, eu não vou conseguir
relatar todos para vocês, mas eu quero dizer que, primeiro, eu gostaria muito
de que os senhores pudessem dormir de cabeça fria, tranquila, mas eu quero que
os senhores durmam com o barulho da população, que não aceita ser feita de
palhaça.
Vocês precisam
abrir os olhos, abrir os ouvidos para o povo, parar de dar as costas para a
população que pede plebiscito, que pede não à privatização, e dignificassem, ao
invés de atender aos interesses próprios, atendessem, sim, aos interesses da
população. Não à privatização.
Obrigada, Sr.
Presidente. (Manifestação nas galerias.)
Reserva do meu
tempo para falar depois.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra. (Vozes
sobrepostas.) Próximo orador inscrito. Com a palavra, deputada Dra. Paula da
Bancada.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Queria fazer um brevíssimo
aparte.
A SRA. THAINARA FARIA - PT - Um brevíssimo aparte para o Sr.
Suplicy.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - O
seu pronunciamento merece, deputada Thainara Faria...
A SRA. THAINARA FARIA - PT - Mantendo o tempo aí. (Vozes
sobrepostas.)
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Só para dizer que o seu
pronunciamento merece nota dez, com louvor.
A SRA. THAINARA FARIA - PT - Muito obrigada. Muito obrigada,
deputado Suplicy.
O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Um aparte, deputada Thainara.
A SRA. THAINARA FARIA - PT - Um aparte, deputado Marcolino.
O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - É
importante, deputada Thainara, acho que todo o debate hoje, colocaram diversos
deputados, sejam do PT, do PSOL, do PCdoB, nós trouxemos vários elementos
contrários à privatização da Sabesp no estado de São Paulo, mas tem um elemento
que até então não foi colocado. O direito...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Luiz Claudio Marcolino.
Infelizmente, 21 e 30, nosso prazo... 21 e 40, me desculpe, tem prazo
regimental. Me perdoe, que eu estava na cabeça que era 9 e 30, mas é 9 e 40.
O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Está ótimo. Isso aí é para
tentar quebrar o raciocínio. É isso, presidente?
A SRA. THAINARA FARIA - PT - Sr. Deputado Marcolino tem o
tempo que precisar.
O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Só para ajudar, deputada
Thainara. Tem um debate que não foi feito hoje, durante os debates com os
oradores. O direito da gestão da água, da concessão da água, é do município.
São os prefeitos que são responsáveis pela gestão da água. Tanto é que nós
temos hoje 375 municípios que têm convênio com a Sabesp.
Mas a
titularidade, quem é titular da gestão da água, é o prefeito. Tanto que todas
as cidades, para passar para a Sabesp fazer a gestão da água, têm que ter um
convênio. Uma coisa que talvez os investidores estão ávidos a querer comprar a
Sabesp, aqui no estado de São Paulo, não perceberam esse item.
Tem o contrato
da Sabesp com Diadema, com Mauá, com Guarulhos. Com 375 municípios do estado de
São Paulo, tem uma cláusula no contrato que foi feito entre a Sabesp e as
prefeituras. Se a Sabesp deixar de ser uma empresa pública, a gestão da água é
devolvida para os municípios.
Todas as
cidades que fizeram, passaram a gestão da água, teve que passar por uma lei
aprovada primeiro, para a cidade deixar de ter uma empresa própria de gestão da
água e, numa lei, você passa depois um convênio a gestão para a Sabesp. Então
isso é obrigatório a ser feito.
Então, se o
governador do estado de São Paulo, se os deputados estaduais que vão votar pela
privatização da Sabesp, acham que resolve isso amanhã ou depois, não resolve.
Porque vai
voltar para os municípios se a Sabesp deixar de ser uma empresa pública.
Porque, até agora, é uma empresa de capital misto. Só que o controle acionário
hoje é público, é do estado de São Paulo.
Quem faz a
indicação dos superintendentes, quem faz a gestão da Sabesp é o Governo do
Estado de São Paulo. A hora que abrir, vender mais ações, e deixar de ter o
controle acionário, todos os munícipios que têm esse convênio assinado,
inclusive a cidade de São Paulo, a cidade de Guarulhos, a cidade de Diadema e a
cidade de Mauá e tantas outras cidades têm esse convênio. Se a Sabesp deixar de
ser uma empresa pública, a água é devolvida para cada um desses municípios.
Então eu queria
trazer esse elemento, que não foi colocado até então. É um debate muito
importante. Se os deputados querem privatizar, que eles saibam que, depois, vão
enfrentar ainda o debate das prefeituras. Tem muitos deputados aqui na
Assembleia Legislativa que são candidatos a prefeitos no ano que vem. Então
eles vão enfrentar a câmara municipal das suas cidades.
Se não têm
coragem de vir aqui fazer o debate favorável à privatização, nas cidades deles,
eles vão ter que enfrentar os vereadores, que lá eles serão questionados por
que venderam uma empresa tão importante como a Sabesp. Obrigado pelo aparte,
deputada.
A SRA. THAINARA FARIA - PT - Eu que agradeço, deputado
Marcolino. Deputado Barba.
O SR. TEONILIO BARBA - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Obrigado, deputada Thainara. Primeiro, cumprimentar o presidente, e parabenizar
pela condução dos trabalhos, pela serenidade e tranquilidade, e por chamar a
atenção dos deputados.
Que nós,
deputados, podemos fazer a disputa interna entre nós, mas não podemos ofender
quem está na galeria. Quem está na galeria, tem que ser extremamente
respeitado.
Eu pedi para
fazer um aparte. Porque estou inscrito para debater, e amanhã eu vou debater, e
quero desmontar a fala de três deputados bolsonaristas, e mais algum que fez
aparte. Porque eles acham o seguinte.
Amanhã eu vou
dizer o nome de todos. Fiquem tranquilos. Amanhã eu vou dizer, porque eu vou
ter 15 minutos para debater. É diferente os deputados que vão votar a favor
para receber 20 milhões de emenda.
Isso é
diferente da tarefa parlamentar. Os deputados que falaram da senhora, que a
senhora conseguiu levar 500 mil reais para Araraquara, parecem que não conhecem
o papel do parlamentar. É papel de qualquer parlamentar dialogar com qualquer
governo.
O prefeito da
minha cidade, eu sou oposição a ele, o Orlando Morando. Tudo bem que não vai
precisar pedir para mim, porque tem a deputada Carla Morando aqui, que é
deputada, mas, se ele pedir para eu tentar negociar com o governador alguma
emenda para São Bernardo, é tarefa do parlamentar fazer isso.
É que os caras
querem defender a privatização. Subiram aqui para defender a privatização, são
mal informados e aí não tiveram coragem... Precisam e ficam falando mentiras. É
tarefa de qualquer parlamentar aqui discutir para levar emenda para as
prefeituras das suas cidades, da sua região, independentemente de coloração
partidária.
Nós ouvimos
tantas besteiras aqui hoje. Por exemplo, um outro deputado dizer: “Olha, nós,
conservadores de direita, não vamos deixar o BNDES fazer empréstimo para outros
países”.
Eu quero ver o
debate do deputado Léo Oliveira, que é um cara que está estudando doutorado em
economia, que conhece economia e o papel dos bancos de desenvolvimento na
Europa, nos americanos, na Ásia.
É construir
exatamente acordos internacionais e financiar produção para fora, financiar
conhecimento científico, financiar engenharia, financiar tudo aquilo que for
possível.
Obrigado,
deputada Thainara.
A SRA. THAINARA FARIA - PT - Por nada, deputado Barba. Eu
sinto muito se alguns deputados da base “direitosa” vão voltar para casa para
assistir, em posição fetal, o vídeo do inelegível, saudosos do tempo em que um
inominável governava este país. (Manifestação nas galerias.)
Isso não vai
voltar a acontecer. Eu sinto muito. Tem lenços nos banheiros da Alesp. Levem e
chorem à vontade.
Por favor,
deputado Paulo Fiorilo.
O SR. PAULO FIORILO - PT - COM ASSENTIMENDO DO ORADOR -
Deputada Thainara, primeiro parabenizo a senhora pelo pronunciamento, por
trazer questões importantes para o debate. E dizer que, este debate, a gente
vai continuar com ele amanhã.
O deputado
Barba já anunciou aqui que tem interesse de aprofundar essa discussão,
inclusive fazendo contraponto com alguns deputados e deputadas, o que vai
possibilitar a gente avançar nessa discussão e, quem sabe, ainda aproveitar
para esclarecer à sociedade o que significa entregar uma empresa lucrativa para
a iniciativa privada.
Muito obrigado,
deputada.
A SRA. THAINARA FARIA - PT - Por nada, deputado Paulo Fiorilo.
Eu respeito muito os trabalhadores e as trabalhadoras que estão se manifestando
hoje na galeria. E àqueles que estão chorando porque o Lula é presidente,
também tem lencinho no banheiro, viu? O inelegível continua inelegível.
Boa noite a
todos. (Manifestação nas galerias.).
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Presidente, pela
ordem, uma breve comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dois minutos,
tem Vossa Excelência. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Presidente...
Presidente. (Manifestação nas galerias.)
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem.
(Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de
ordem, Professora Bebel. Qual é a questão de ordem? (Manifestação nas
galerias.) Deputado Lucas Bove vai fazer comunicação?
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Gostaria, se
possível.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada
Professora Bebel?
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Sim, também uma
comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então,
deputado Lucas Bove para uma comunicação.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - PARA COMUNICAÇÃO -
Não vou gastar meus dois minutos. Obrigado, Professora. Só para dizer que na
mesma posição fetal pode ficar a esquerda a partir de quarta-feira, quando nós
privatizaremos a Sabesp nesta Casa, quer vocês queiram, quer não. Contra o
estado inchado, contra o estado pesado, contra o estado corrupto, nós privatizaremos,
sem dúvida nenhuma, a Sabesp, na quarta-feira.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
Professora Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO -
Bom, a minha comunicação vai na perspectiva... (Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pessoal, é a
Professora Bebel que está fazendo uma comunicação. Professora Bebel.
(Manifestação nas galerias.)
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Ah, não, provocação
assim, não.
Bom, agora vamos lá. A comunicação que
quero fazer, a comunicação tem a ver com o senhor, deputado Lucas Bove. É que
quero fazer o seguinte: toda vez que falam de emenda, dá a impressão de que
pegamos a emenda e botamos no bolso. E não é. Nós indicamos para as Santas
Casas, nós indicamos para escolas, nós indicamos até para lugares que o
governador deveria ter um olhar e não tem, entendeu?
Então, quando tem que fazer o debate de
emenda, faça de forma tranquila. Eu não entro nesse debate exatamente porque
não tenho como ficar com dinheiro público. Deputado não pode ficar com dinheiro
público.
Então, por essa razão, eu acho que é
importante a gente começar a comunicar, senão eles podem pegar a emenda, e nós
não. Por que não?
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Professora
Bebel, encerrado o tempo da presente sessão, está encerrada a sessão.
*
* *
- Encerra-se a sessão às 21 horas e 40 minutos.
*
* *
- É inserida questão de ordem não lida
em plenário.
*
* *
QUESTÃO DE ORDEM
Senhor Presidente,
Com fundamento no artigo 260 e
seguintes do Regimento Interno, apresentamos a presente questão de ordem, a fim
de submeter a Vossa Excelência a dúvida quanto à interpretação do Regimento
Interno acerca da aplicação do artigo 261, § 3.º.
Trata a
presente questão de ordem de indagação a esta Presidência sobre o disposto no
§3.º do artigo 261 que define que durante a ordem do dia somente poderão ser
formuladas questões de ordem ligadas à matéria que no momento esteja sendo
discutida ou votada.
Em respostas às questões de ordem
formuladas anteriormente, especialmente aquelas que questionam a aplicação do
artigo 18, II, b do Regimento Interno, a Presidência vem se manifestando no
sentido de que as questões de ordem que versarem sobre o processo legislativo,
desde a admissão da propositura e forem formuladas no momento da discussão em
plenário estariam prejudicadas por decurso do momento processual.
Considerando que não há que se falar na
preclusão do direito de questionamento quanto ao exame de admissibilidade, uma
vez que se trata de vício que macula todo o processo legislativo, já que não
foi observada a adequação da propositura à Constituição do Estado.
Portanto, é direito do Parlamentar
indagar a Presidência sobre o exame da constitucionalidade.
No que diz respeito à tramitação, o Excelentíssimo Senhor
Governador remeteu à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo - ALESP
projeto de lei que autoriza o Poder Executivo do Estado de São Paulo a promover
medidas de desestatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo – SABESP, que recebeu o número legislativo 1.501, de 2023, e é objeto do
processo 31.646/2023 no Sistema Alesp Sem Papel.
O projeto foi publicado em 18/10/2023. Nos termos da mensagem, foi
requerida a apreciação da matéria em regime de urgência – o que implica haver
prazo de apenas 45 (quarenta e cinco) dias para tramitação da propositura, nos
termos do art. 26 da Constituição do Estado de São Paulo, sob pena de inclusão
da matéria na ordem do dia, independentemente da manifestação de quaisquer
comissões.
Importa ressaltar que o requerimento de urgência foi apresentado
sem nenhuma motivação específica sobre a necessidade de abreviação do rito
legislativo, como é possível observar da leitura atenta da mensagem do
governador enviada no projeto. Isto é, não é encontrado fato notório
que motive e justifique a abreviação do processo legislativo e das prerrogativas
dos parlamentares de apreciar tão séria proposta com a devida profundidade.
Na data em que fora recebido, o projeto foi objeto de despacho
para publicação e inclusão em pauta – para receber emendas de parlamentares –
período em que recebeu nada menos do que 173 (cento e setenta e três) emendas
parlamentares, além de quatro substitutivos, sendo que um deles foi retirado de
pauta, a pedido do autor.
Em decorrência da identificação de que o conteúdo da proposta é
manifestamente contrário à Constituição Estadual, a liderança da Federação PT,
PCdoB e PV apresentou representação ao Nobre Presidente da Assembleia, Deputado
André do Prado, com o pleito de restituição do projeto de lei ao Executivo.
Diante da ausência de resposta à representação, foi apresentada questão
de ordem, nos termos regimentais, para indagar sobre a decisão do Presidente da
Casa sobre representação anterior. Também não houve resposta.
Na sequência, o Presidente da Casa despachou o processo
legislativo às Comissões de Constituição, Justiça e Redação, de Infraestrutura
e de Finanças, Orçamento e Planejamento, sem apresentar nenhuma fundamentação
em relação à flagrante inconstitucionalidade.
No caso do Projeto de lei n.º 1501 de
2023, a questão de ordem formulada no início do processo legislativo, ainda não
foi respondida e portanto, poderá ocorrer quando não houver mais a
possibilidade de sanar os vícios que maculam de inconstitucionalidade.
Ora, Presidente, temos de um lado uma
questão de ordem formulada e ainda não respondida que poderá não surtir o
efeito de manifestação da Presidência a tempo de corrigir os vícios apontados e
outra questão de ordem formulada no curso da discussão em plenário que não será
acolhida por estar fora do momento processual.
Assim, caso o Presidente tão somente responda
no prazo regimental, na prática estaria ofertando uma negação tácita ao
questionamento formulado, em razão da conclusão do processo legislativo e a
perda do objeto da questão de ordem.
Diante do exposto, indago a esta
Presidência se é possível formular questão de ordem sobre a admissibilidade da
propositura durante a discussão de propositura em plenário, quando estiver
pendente de resposta questão de ordem formulada no início da tramitação sobre a
aplicação do artigo 18, II, b do Regimento Interno?
Sala das Sessões, em
Deputado Paulo Fiorilo
*
* *