7 DE JUNHO DE 2023

56ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: GILMACI SANTOS e REIS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e abre a sessão. Dá conhecimento de resposta às questões de ordem formuladas pelos deputados Carlos Giannazi e Monica Seixas do Movimento Pretas, na 55ª Sessão Ordinária, em 06/06.

        

2 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

3 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Rebate o pronunciamento do deputado Carlos Giannazi.

        

4 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - REIS

Assume a Presidência.

        

8 - DIRCEU DALBEN

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

9 - PRESIDENTE REIS

Endossa o pronunciamento do deputado Dirceu Dalben.

        

10 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - LETÍCIA AGUIAR

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - PRESIDENTE REIS

Cumprimenta autoridades do Município de Luziânia, presentes em plenário.

        

13 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

16 - PRESIDENTE REIS

Tece comentários sobre os níveis de criminalidade e violência no país.

        

GRANDE EXPEDIENTE

17 - EDUARDO SUPLICY

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

18 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

19 - CONTE LOPES

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

20 - CONTE LOPES

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

21 - PRESIDENTE REIS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 12/06, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

        

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o Expediente.

Vamos iniciar o nosso Pequeno Expediente. Antes, porém, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, ontem, na sessão ordinária, na Ordem do Dia, a nobre deputada Monica Seixas fez um questionamento, que eu vou responder agora.

No momento em que o deputado Carlos Giannazi pediu uma questão de ordem, nós aqui solicitamos que ele dissesse para nós o artigo da qual ele falaria sobre a questão de ordem. A nobre deputada Monica, então, disse qual seria o artigo que diz que o deputado teria que falar o artigo para pedir uma questão de ordem, coisa que eu passo a fazer a partir de agora.

Art. 261 - As questões de ordem devem ser formuladas com clareza e com a indicação precisa das disposições que se pretendem elucidar.

§ 1º - Se a deputada ou o deputado não indicar, inicialmente, as disposições em que se assenta a questão de ordem, a Presidência não permitirá a sua continuação na tribuna e determinará a exclusão da Ata e do “Diário da Assembleia” as palavras pronunciadas.

Então está aqui, é bem claro o Art. 261, que diz que quando o deputado ou a deputada pede uma questão de ordem, antes de formular a questão de ordem, ela tem que dizer o dispositivo do artigo pelo qual deseja fazer a questão de ordem.

O nobre deputado Carlos Giannazi, que está aqui, na minha frente, com todo respeito, sei da sua qualidade, da sua vontade também, do seu trabalho aqui, nesta Assembleia, quando ele disse o dispositivo do artigo, ele falou 280, que o 280 fala sobre tumulto na galeria, tumulto na Assembleia. Então, deputado, respondendo à nobre deputada Monica Seixas, vamos lá, de novo.

Artigo 261. “As questões de ordem devem ser formuladas com clareza, e com indicação precisa das disposições que se pretende elucidar.

Parágrafo 1º. Se a deputada ou deputado não indicar inicialmente as disposições em que se assentam a questão de ordem, o presidente não permitirá a sua continuação.”

É só isso. Só para deixar claro, para a deputada Monica Seixas, que nós não estávamos fugindo do regimento.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação, para fazer um breve comentário sobre essa explicação, que V. Exa. deu.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Claro!

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sobre essa questão de ordem, que nós levantamos ontem. Com todo o respeito a V. Exa., eu quero repudiar veementemente essa posição que V. Exa. está assumindo, essa visão extremamente estreita e positivista do Regimento Interno.

Lembrando que nunca, na história do Parlamento paulista, nenhum presidente está se comportando como Vossa Excelência. A nossa sorte é que ele não é o presidente da Assembleia Legislativa. Porque seria um absurdo. Então eu quero repudiar. Respeito a vossa posição, V. Exa. tentando ajudar o governo a votar aquele projeto das custas judiciais, que iria penalizar a população.

Usou desse artificio, sendo mais realista do que o rei. Mas, olha, nunca, nenhum, que me lembro, desde 2007, que fui eleito... Vossa Excelência inclusive, também. Nenhum presidente da Assembleia Legislativa usou desse tipo de artificio regimental para ajudar o governo a aprovar um projeto contra o povo do estado de São Paulo.

Então V. Exa. tem o direito, está na Presidência agora, mas não é o presidente da Assembleia Legislativa. O presidente da Assembleia Legislativa, se eu não me engano, é o André do Prado. Não é isso, deputado Reis? Mas, enquanto V. Exa. estiver ocupando, infelizmente tomou essa posição.

Espero que V. Exa. respeite todos os artigos do Regimento, e não só esse. Mas nunca houve a exigência de que um deputado ou uma deputada, ao pedir uma questão de ordem, tivesse que citar um artigo. Essa é uma visão extremamente, na minha opinião, estreita, o que a gente chama “positivista”, da lei.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado Carlos Giannazi, antes de chamar o primeiro deputado inscrito, só para deixar claro para o senhor. Talvez o senhor, com todo o respeito, talvez a memória do senhor não está tão boa.

Porque, desde que estou aqui, todos os presidentes, em algum momento, em questão de ordem, solicitaram sim a indicação do artigo. Todos, e eu posso provar isso para você.

Então eu vou compreender que, V. Exa., talvez, a memória não esteja tão boa. O senhor está muito preocupado, realmente, em atacar o governo. A memória está um pouquinho fraca.

Nós chegamos juntos nesta Casa. Todos os presidentes sempre pediram, em algum momento, que o deputado, em uma questão de ordem, falasse o artigo referido. Só para deixar claro.

Primeiro deputado inscrito no Pequeno Expediente, deputado Thomé Abduch. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. Para falar no Pequeno Expediente, tem V. Exa. cinco minutos regimentais.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente. Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa.

Sr. Presidente, vou trazer hoje aqui um debate importante. No começo dessa semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou a medida provisória do setor automotivo. É um debate que já vinha acontecendo há algumas semanas. Mas no dia 5 agora foi apresentada a MP do setor automotivo.

Eu queria que colocasse uma transparência para mostrar um pouco do que é essa medida provisória. Na verdade, é um programa temporário de redução de preços de automóveis e de incentivos à renovação da frota de caminhões e ônibus com mais de 20 anos de uso.

No caso, tanto do ônibus como dos caminhões, e dos carros, a ideia é que você tenha um desconto direto, o trabalhador, já na aquisição do automóvel, ou dos ônibus, ou do caminhão, já na própria concessionária. O programa foi constituído a partir do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, combinado também com o Ministério da Fazenda.

Inicialmente, nobre deputado Reis, nós estamos falando de um investimento para esse setor, que é muito importante, que gera muitos empregos na cadeia produtiva, gerando muitos empregos no estado de São Paulo; em torno de 1,5 bilhão de recursos, sendo 500 milhões para os automóveis de passeio e um bilhão entre os ônibus e caminhões. E a ideia dos caminhões e dos ônibus é você trocar uma frota que tenha mais de 20 anos de uso Brasil afora.

A ideia dessa medida provisória, primeiro, é aquecer o mercado automotivo, gerar empregos diretos e indiretos. Os carros que têm uma eficiência energética maior vão ter um percentual de desconto maior. Porque a ideia do presidente Lula, primeiro, é dialogar com a cadeia... Hoje, quando a gente fala dos carros, trabalhar com a descarbonização e potencializar tecnologicamente matrizes sustentáveis, como o etanol; pensar mecanismos de carros elétricos e também de carros híbridos.

E no caso dos caminhões, como eu falei, a ideia é que os ônibus e caminhões venham a poluir 98% menos do que poluem hoje no nosso país. Quando a gente pensa na proposta apresentada, nós estamos falando que o desconto será direto ao consumidor e vai variar, para os carros, de dois a oito mil reais.

No caso dos caminhões, de 33,6 mil a 99,4 mil reais. Quanto a esses valores, é importante frisar que, no caso dos automóveis, nós estamos falando de carros até 120 mil reais. Isso representa em torno de 45% dos carros que circulam no nosso país ou que estão nas revendas; atingiria 45% dos carros que atualmente estão sendo vendidos.

Mas a ideia é que, com essa política, a gente possa efetivamente diminuir também os valores médios dos carros que hoje estão sendo vendidos pelas concessionárias. Então, quais vão ser os parâmetros? A questão do limite de 120 mil reais...

A ideia é gerar mais empregos e você fazer um processo da diminuição, hoje, dos carros populares, que praticamente desapareceram das concessionárias Brasil afora. Vai gerar emprego, vai criar eficiência energética. E também a ideia é ir diminuindo o preço a cada dia.

Inicialmente, essa medida provisória vale por 15 dias, mas a ideia é que seja prorrogada por 60 dias ao longo do próximo período. Em relação aos caminhões e ônibus, o que é importante frisar aqui? Como eu já tinha dito, a ideia é pegar os ônibus e caminhões com mais de 20 anos.

Podem ser adquiridos tanto modelos leves, semileves, médios, semipesados e pesados; e ônibus urbanos e rodoviários. Para participar desse programa, a pessoa ou empresa interessada terá que entregar para a sucata um caminhão ou ônibus com mais de 20 anos.

A expectativa é de que cerca de 15 mil veículos nessa faixa de idade sejam retirados das ruas. A entrega dos veículos, tanto os velhos quanto as sucatas, deverá trazer ganhos adicionais para a indústria, entre eles a queda de preços da matéria-prima usada para as fundições.

Como no caso dos carros, aqui também haverá um período exclusivo de vendas com desconto para pessoas físicas, limitado também a duas semanas, podendo ser prorrogado até 60 dias.

Então, é uma medida importante que foi anunciada pelo presidente Lula no início desta semana, na segunda-feira. Com isso, vai voltar a aquecer a indústria automobilística no nosso país, gerando mais empregos, potencializando a industrialização, mas principalmente dialogando com o Meio Ambiente do nosso país.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela oportunidade, Sr. Presidente. Não está aparecendo aqui o cronômetro.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Sim, nós já estamos providenciando a resolução do problema, deputado.

Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Quero cumprimentar todos os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas, o público presente, os integrantes da Polícia Militar, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica, todos os funcionários desta Casa e todos aqueles e aquelas que nos acompanham pela Rede Alesp.

Bom, Srs. Deputados, eu fico muito feliz de hoje, nesta quarta-feira, V. Exas. estarem aqui presentes. Eu fico muito triste quando vejo esta Casa vazia. É muito importante que os deputados possam estar aqui debatendo as questões da nossa população. Seria muito importante que, pelo menos uma vez a cada 15 dias, nós pudéssemos votar os projetos, que já são centenas.

Esta Legislatura é uma das que mais está produzindo projetos para a nossa população, mas nós temos que votá-los. Mesmo que seja para que o governador vete, nós temos que demonstrar o nosso papel, o nosso trabalho e o nosso compromisso com aqueles que foram às urnas e nos escolheram.

Eu tenho vários assuntos para tratar, mas um assunto que está me chamando a atenção é que o governador Tarcísio de Freitas quer vender mais de 36 mil imóveis do Estado.

Espero que seja venda, viu, deputado Marcolino, porque tem muitas coisas aí que estão sendo doadas, não é? Com isso, ele quer arrecadar 320 milhões. Pretende-se, com a venda desses imóveis, arrecadar 320 milhões de reais.

Pretende o governador mudar a sede do Palácio dos Bandeirantes para a região dos Campos Elíseos, onde, já no passado, era o Palácio do Governo, e levar um investimento para a região central de mais de 500 milhões.

Eu fiz uma indicação na data de hoje, presidente Gilmaci. Eu fiz uma indicação ao Sr. Governador para que ele, em vez de vender o Palácio dos Bandeirantes, que já faz parte da história de São Paulo, institua ali um campus da Universidade de São Paulo.

Diante da intenção demonstrada pelo governador de transferir a sede do Governo do Estado para a região central, conforme amplamente está sendo divulgado, inclusive na sua campanha eleitoral, eu quero dizer que o Palácio dos Bandeirantes, o histórico Palácio dos Bandeirantes foi construído para outra finalidade. Ele não foi construído para ser palácio.

No início da década de 50, o conde Francisco Matarazzo Júnior, que inclusive é parente muito próximo do nosso sempre senador, vereador, deputado estadual Suplicy, Eduardo Matarazzo Suplicy...

Olhem que tem o mesmo nome do Francisco Matarazzo. Então o conde Francisco Matarazzo construiu... (Voz fora do microfone.) Olhem só, o governador Tarcísio está sendo beneficiário de um empreendimento a que a família do Suplicy é que deu início na região do Morumbi.

Ele construiu o edifício para abrigar uma universidade de economia e administração de empresas. Criou-se, assim, A Fundação Conde Francisco Matarazzo. A obra, todavia, não foi completada porque no meio do caminho, em razão de problemas financeiros, interrompeu-se a construção, até que, em 1964, o imóvel foi desapropriado pelo Governo do Estado de São Paulo. O governador da época, Ademar de Barros, decidiu transferir a sede do governo para o palácio ainda em construção, que posteriormente recebeu a denominação de Bandeirantes.

Assim, considerando que a obra originalmente tinha o objetivo de figurar como o campus de uma universidade, com a saída da administração pública direta daquele local, nada mais coerente do que o imóvel ser posto à disposição da Educação paulista.

Por isso, indica-se que o Palácio dos Bandeirantes deixe de figurar como a sede do governo paulista e seja transformado em um campus da nossa querida Universidade de São Paulo, a USP, com vistas a proporcionar um novo ambiente acadêmico para os estudantes dos cursos de graduação e pós-graduação.

Então, eu acho que não é bom ficar dilapidando o Patrimônio público, aquilo que já foi pago, que foi construído com muito sofrimento do povo paulista.

E dar, já que o governador quer mudar para o centro, eu acho legal, eu acho que o governador não precisa de Palácio. Basta um escritório governamental. Nós já estamos muito, assim, avançados no tempo para ainda viver em torno de palácios, e olha que aquele Palácio, só de policiais militares lá, Suplicy, são 558, porque eu pedi, via Lei de Informação.

Quinhentos e cinquenta e oito policiais militares para tomar conta do Palácio dos Bandeirantes. Então, que ali seja, sim, um campus da Universidade de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Reis. Com a palavra deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista.

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, boa tarde aos nobres deputados que nos acompanham, aos funcionários desta Casa e também a todos que nos acompanham pela Rede Alesp.

Eu queria pedir, Sr. Presidente, começar transmitindo um vídeo. Faço um alerta de que é um vídeo bastante pesado, que eu não gostaria de transmitir aqui neste plenário, mas é de extrema importância.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Pode tirar, Machado. É suficiente. Bom, eu queria lamentar profundamente esse episódio. Esse episódio aconteceu na noite de domingo para segunda-feira. Foi um episódio que aconteceu na UPA da Vila Mariana, por uma pessoa em situação de rua.

Esse vídeo, por si só, já seria escandaloso, porque isso não pode acontecer com uma pessoa que cometa nenhum tipo de delito, mas especialmente esse caso me chama a atenção porque essa pessoa que foi torturada pelas forças policiais nesse domingo, que estava amarrada, como vocês puderam ver no vídeo, nas mãos e nos pés por uma corda, e carregado na UPA da Vila Mariana até uma viatura de Polícia, essa pessoa, com outras duas, foram presas em flagrante, enquanto supostamente elas tentavam assaltar um mercado, vejam só, pra furtar comida, em um domingo à noite, e esse foi o atendimento que essa pessoa teve.

Esse tipo de tratamento por parte das forças policiais é um tratamento que, infelizmente, nos remete a uma das épocas, a um dos períodos mais nefastos da história do Brasil, que foi a escravidão.

Não tem nada na minha cabeça que me faça crer que essa abolição da escravidão é uma abolição que tem alguma validade plena, enquanto pessoas negras, seja em situação de rua, seja sem situação de rua, sejam tratadas dessa forma.

Amarradas com corda nas mãos e nos pés e arrastadas dentro de uma UPA que, vejam só, é um equipamento público, ainda mais quando acusadas por furto conhecido como furto famélico, furto de comida, muitas vezes, inclusive, ignorado pelo Supremo Tribunal de Justiça, por ser uma condição de existência, uma condição existencial.

Eu tive um pouco de alegria hoje quando eu acordei e, diante da repercussão desse vídeo, eu vi um anúncio na imprensa, que eu espero que seja verdade, de que a Secretaria de Segurança Pública afastou esses policiais responsáveis por esse crime, que é o nome, crime de tortura.

Mas quero dizer que o nosso mandato encaminhou hoje um requerimento de informação à Secretaria de Segurança Pública e ao governador do Estado, perguntando: quais crimes foram registrados nessa ocorrência; se, de fato, esse foi um furto famélico, e o que justifica, então, que, diante de um furto famélico, algo desse tipo tenha acontecido, pessoas acusadas de furtar comida tenham esse tipo de tratamento por parte da Polícia Militar; por que o homem vítima dessa violência foi encaminhado à UPA Vila Mariana; se o procedimento operacional da Polícia Militar, o POP, prevê que pessoas sejam amarradas nas mãos e nos pés, de forma comum, durante uma abordagem policial; se é comum a utilização de cordas, ou de outros instrumentos semelhantes, para a imobilização de pessoas durante abordagens policiais; o nome dos agentes públicos responsáveis.

Eu quero lembrar que ontem, durante a sessão extraordinária, um deputado achou de bom tom expor uma foto de uma pessoa acusada de um crime e lá constava nome completo, endereço, CPF, RG, telefone, todos os dados pessoais e privados de uma pessoa acusada de um crime.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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Então nós também queremos saber o nome dos agentes públicos responsáveis por isso, o envio da imagem das câmeras de segurança, as “body cam” utilizadas pelos policiais militares, e o encaminhamento dessas imagens para a ouvidoria das polícias, para o núcleo de direitos humanos da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, para o Ministério Público do Estado de São Paulo, e que seja aberto um procedimento na corregedoria da Polícia Militar para apuração desses fatos.

É fundamental a discussão, e eu encerro com isso, fazendo um coro e um pedido aos deputados da Segurança Pública desta Casa para que nós tenhamos também a responsabilidade de discutir as abordagens policiais aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

A gente sempre consegue reunir forças para discutir aumento salarial dos policiais, e que bom que a gente consegue reunir forças, a gente consegue reunir forças para falar sobre a importância do aumento de direitos dos agentes da Segurança Pública, mas eu também acho que é nossa responsabilidade, de todos os parlamentares, inclusive daqueles parlamentares da Segurança Pública, que nós nos dediquemos aqui a discutir as abordagens policiais, o procedimento dessas abordagens e, inclusive, que nós possamos somar força para reunir informações necessárias, inclusive para a punição dos agentes que cometem condutas que não são condizentes com seus cargos.

Muito obrigada. 

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de oradores, deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. 

 

O SR. DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Sr. Presidente, uma breve comunicação enquanto o orador se dirige. 

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental, tem V. Exa. dois minutos para uma comunicação.

 

O SR. DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, nobres colegas, deputadas, deputados, uso esse espaço da comunicação para registrar aqui, parabenizar o nosso presidente da Casa, deputado André do Prado, pelo seu aniversário.

Um jovem político, respeitado por todos e aqui ocupando a Presidência da Mesa Diretora, a Presidência da Casa. Quero aqui desejar a ele felicidades, muitos anos de vida e que Deus continue abençoando a sua vida, a sua vida profissional, a sua vida enquanto homem público, a sua vida pessoal, a sua família com muitos anos de vida e felicidade.

Que Deus o abençoe sempre.

É isso por ora, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, então parabéns ao presidente André do Prado. Deputado Suplicy, tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos. 

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Gostaria de cumprimentar o presidente pelo seu aniversário e desejar que possa conduzir muito bem os trabalhos da nossa Assembleia Legislativa de São Paulo.

Hoje, em todo o Brasil, ocorrem atos contra o marco temporal, que pode ter seu julgamento retomado nesta tarde. Aqui em São Paulo, nas escadarias do teatro municipal, inúmeras lideranças indígenas, ativistas, organizações e artistas como Zélia Duncan e Daniela Mercury marcaram posição contra essa tese do marco temporal e as demarcações das terras indígenas.

Esse marco temporal estabelece que os povos só têm direito à demarcação das terras que estivessem sob sua posse até cinco de outubro de 88, data de promulgação da Constituição, ou que naquela data estivessem sob disputa física ou judicial comprovada.

As terras indígenas demarcadas e as unidades de conservação são as regiões com maior preservação dos biomas brasileiros, consequentemente, de nossa rica biodiversidade, os povos indígenas são os principais guardiões. É a saúde do nosso País e de nosso planeta que está em jogo.

É importantíssimo debatermos essa questão e aqui darmos visibilidade para essa agenda fundamental, especialmente nessa semana mundial do meio ambiente. Neste domingo estive na cerimônia (Inaudível.) indígenas Guarani, Jaraguá, inclusive com a deputada Paula, com a deputada Monica.

Um ato religioso contra o marco temporal, esse ato de domingo aconteceu pois em tentativa de manifestação anterior, no dia 30, os indígenas foram violentamente reprimidos. Os guaranis têm o direito de se manifestar e de defender seus direitos. Precisamos fortalecer essa luta contra a tese do marco temporal e torço para que o bom senso prevaleça na votação dos ministros e ministras do Supremo Tribunal.

Mas quero, Sr. Presidente, saudar uma das mais belas festas de matrimônio, de casamento, a que já assisti: ontem à noite, no Teatro Oficina, quando José Celso Martinez Corrêa celebrou o seu casamento com Marcelo Drummond, um dos principais atores do Teatro Oficina.

Aconteceu que a Justiça de São Paulo proibiu o dramaturgo Zé Celso de plantar uma árvore no terreno ao lado do Teatro Oficina, na região central de São Paulo. A decisão, em caráter liminar, atendeu a um pedido do Grupo Silvio Santos, que é proprietário da área ao lado. Zé Celso recebeu a intimação judicial nesta terça-feira, dia do seu casamento com Marcelo Drummond.

Justamente, desde 1980, a área no entorno do teatro tem sido objeto de uma disputa entre Silvio Santos e a empresa da qual é sócio, imobiliária, porque eles gostariam de construir ali um empreendimento imobiliário de três torres de até cem metros de altura. Muito melhor será se ali for construído e criado o Parque do Rio Bixiga.

Aquele ipê é uma árvore doada por Fernanda Montenegro e Fernanda Torres, mãe e filha, extraordinárias atrizes, que, não podendo comparecer à cerimônia, encaminharam esse presente. Zé Celso havia anunciado que iria plantar a árvore que é alvo de todo o imbróglio, dizendo que o ipê iria praticamente abrir o parque.

Mas eis que... Ao invés de Silvio Santos, que foi convidado para o casamento, ontem, no Teatro Oficina, eis que a juíza Juliana Koga Guimarães, da 39ª Vara Cível do Foro Central, concedeu a liminar e determinou multa de 200 mil para qualquer ato praticado por Zé Celso que possa prejudicar a posse do terreno.

Acredito que seria de muito melhor bom senso uma decisão, da qual eu tenho há tempos falado com Silvio Santos, de ele proceder à doação daquele terreno para que seja criado o Parque do Rio Bixiga, conforme projeto de inúmeros vereadores, inclusive de minha autoria, que está para ser votado definitivamente pelo plenário da Câmara Municipal de São Paulo. Então, será muito importante que possam, Zé Celso e Silvio Santos, chegar ao melhor entendimento possível.

Finalmente, quero também expressar a minha concordância e solidariedade com respeito ao rapaz de 30 e poucos anos que foi severamente torturado na noite de domingo para segunda-feira, conforme o vídeo que a deputada Paula mostrou aqui, pois não é um procedimento adequado por parte dos policiais agirem daquela maneira.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo na lista de oradores, a próxima oradora é a deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputada Letícia Aguiar.

 

A SRA. LETÍCIA AGUIAR - PP - Boa tarde, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa., cumprimento os meus colegas parlamentares e cumprimento de forma especial, nossos visitantes que moram no meu coração da cidade de Luiziânia.

Estão hoje acompanhando esta sessão conosco. Fiz questão de trazê-los aqui no plenário para que eles possam conhecer de perto o plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo, este Parlamento tão importante que também representa Luiziânia, uma cidade na qual fui muito bem acolhida.

Quero cumprimentar, aqui presente o prefeito Rogério Barreto. Quero cumprimentar meu querido amigo, parceiro de trabalho em Luiziânia, o Diego. Que através dele que nós conhecemos a cidade e conseguimos atender o seu pedido e ajudamos o lar de idosos São José, do município de Luiziânia

Então essa ponte com os municípios, especialmente aqueles municípios mais carentes, menores, é muito importante para que a gente tenha um mandato muito produtivo, muito profícuo. E eu tenho certeza que uma pessoa como o Diego faz toda a diferença em Luiziânia.

Diego, muito obrigada pela sua presença, pela sua parceria de trabalho aqui com esta deputada e a gente está junto nessa missão com Luiziânia. Quero também cumprimentar os vereadores de Luiziânia que estão também nos visitando hoje aqui: o José Marques Sampaio, a Silmara Antônia de Jesus - mais uma mulher aí na política, fazendo também a sua parte, contribuindo nessa missão.

Nós, que temos um desafio muito grande de trazer à política não apenas a sensibilidade feminina, mas também a força, o encorajamento, que foram dons de Deus dados para nós.

Além de cumprimentar os meus amigos de Luiziânia, Sr. Presidente, também venho a esta tribuna hoje para dizer a respeito de uma reunião muito produtiva que tive hoje com o secretário executivo de Educação, o Vinícius Mendonça.

E nessa conversa, nessa reunião, nós tratamos de diversos temas: a preocupação que nós temos com o jovem, com a formação profissional do nosso jovem, da qualidade de ensino público do estado de São Paulo. Isso já está nos programas da Secretarias de Educação, um trabalho muito forte na formação e qualificação da nossa juventude.

Mas eu trouxe para ele também outros dois assuntos que são de extrema relevância do nosso trabalho: o “homeschooling”, que é um projeto de minha autoria em conjunto com outros deputados aqui para que a gente possa regulamentar, para que as famílias educadoras tenham dentro da lei, dentro da legalidade, o direito de ensinar os seus filhos em casa.

Então em breve nós teremos inclusive um encontro aqui na Assembleia Legislativa para que a gente possa discutir o tema, debater o tema, em conjunto com o secretário de Educação para que a gente possa achar um caminho para que o “homeschooling” possa ser adotado no estado de São Paulo de maneira regular, sem prejudicar as famílias e, acima de tudo, sem prejudicar os alunos, as crianças, os filhos dessas famílias educadoras.

Então a todos do “homeschooling” que acompanham o nosso trabalho aqui, vocês podem ter certeza que a gente segue nessa missão. E em breve esse encontro que acontecerá aqui na Assembleia e todos os deputados estarão convidados para que também conheçam mais a respeito deste importante tema.

Também tratei com o secretário executivo de Educação a respeito de uma pauta que é fundamental que eu acho que esta Casa abraça de todas as formas, que é a inclusão social dentro do ambiente escolar.

Na sexta-feira, recebi em meu gabinete, uma denúncia através de pais de um aluno de São José dos Campos, relatando que o filho estava sofrendo problemas de tratamento dentro do ambiente escolar por uma professora por conta de ter o espectro do autismo.

A gente sabe que o autismo é uma doença que não tem cura, é um espectro, e a gente precisa entender que dentro do ambiente escolar essa criança tem que estar protegida e respeitada, e que a família tem que ter a tranquilidade que no ambiente escolar o seu filho está sendo tratado com amor, com respeito, da forma como ele merece.

Então nós recebemos essa denúncia. Já encaminhamos para a Diretoria de Ensino. Estive hoje com o secretário de Educação também pedindo que ele avaliasse o comportamento dessa escola para entender, porque a gente não vai aceitar criança ser discriminada dentro da escola, ainda mais uma criança com autismo.

Então essa briga também é nossa aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, e também é do nosso governador Tarcísio.

Levamos até ele essa demanda e, inclusive pedimos e soubemos ali conversando com o secretário, que já existe um projeto dentro da Secretaria de Educação para que a gente possa aumentar a inclusão social dentro do ambiente escolar.

Então a cada professor, a cada escola que sabe respeitar aquele aluno especial, que sabe tratar, que sabe que existe uma legislação que você não pode proibir nenhum aluno com nenhum tipo de deficiência, com nenhum tipo de qualquer problema, que seja, como eles encaram dessa forma, não pode ser proibido de estar em sala de aula, de estar acompanhando a educação como uma criança normal.

Então vamos, sim, acompanhar todo esse caso, junto à escola e à diretoria de ensino, para que atitudes como essa não voltem a acontecer. A gente precisa das nossas crianças resguardadas, protegidas, e que as escolas, privadas ou públicas, saibam da importância da legislação que existe, de proteção aos direitos humanos da criança, especialmente aquela criança especial, que mais precisa da escola, que é também o caso das crianças com autismo.

Então estaremos seguindo nesse trabalho, nessa missão, em conjunto com todas as famílias que assim nos procurarem para que a gente possa, juntos, encontrar uma solução dentro do ambiente escolar, para que essas crianças sejam muito bem-atendidas.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Reafirmar aqui as boas-vindas ao prefeito Rogélio Barreto, de Luiziânia, seja bem-vindo; o Sr. Diego de Souza, do Lar de Idoso São José; o vereador José Marques Sampaio dos Santos e a vereadora Silmara Antonia de Jesus, que acompanham a deputada Letícia Aguiar. Sejam bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Seguindo na lista de oradores, o próximo orador, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, Srs. Deputados e Deputadas, público presente, telespectador da TV Assembleia, quero em primeiro lugar manifestar nosso total apoio à luta das servidoras e servidores do município de Embu das Artes, que estão hoje em estado de greve e entram em greve exatamente no próximo dia 12 de junho, na próxima segunda-feira, servidoras e servidores que estão com os salários arrochados e defasados, estão mobilizados, e se articulando numa mobilização, numa greve, dentro da lei, dentro da Constituição Federal.

Lembrando que a greve é um direito garantido pela nossa Constituição. Como as reivindicações básicas dos servidores não estão sendo atendidas, eles anunciaram uma greve a partir de segunda-feira. Então todo o nosso apoio, sobretudo aos servidores e servidoras da Educação, mais ainda da Educação infantil. Nós acompanhamos a luta lá das servidoras em Embu das Artes.

Eu falei que a greve está inscrita na Constituição Federal, foi uma conquista histórica da classe trabalhadora, e também dos servidores públicos, a partir, sobretudo, de 1988.

Quero repudiar qualquer tentativa de punição, de perseguição, de assédio aos servidores e servidoras que estiverem no movimento fazendo a greve, porque eu recebi várias informações, várias denúncias, de que já há ameaças, inclusive por meio de um comunicado da própria Prefeitura. Tenho até uma cópia, eu gostaria de colocar, Machado, por favor.

 

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- É exibida a imagem.

 

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Só mostrando um trecho de um comunicado da prefeitura sobre a greve, fazendo uma espécie de uma ameaça, falando até em sanções administrativas, fazendo ali uma ameaça, na verdade, um assédio, dizendo que na prática o funcionário público que fizer greve pode responder processo administrativo.

Isso não é possível, Sr. Presidente, porque a greve é um direito garantido pela Constituição Federal, não pode haver nenhum tipo de punição para uma trabalhadora ou um trabalhador, seja da iniciativa privada, seja dos serviços públicos.

Eu quero repudiar veementemente essa tentativa de ameaça e de impor o medo e o terror no funcionalismo público e de tentar também dizer à população que a greve não é justa. A greve é justa, ela é importante e ela é um instrumento da classe trabalhadora. Então, todo nosso apoio a essa importante greve que será realizada, essa mobilização.

Espero que a Prefeitura atenda as reivindicações até lá porque daí não haverá a greve, mas caso isso não ocorra nós vamos apoiar essa greve, Sr. Presidente. Quero ainda aproveitar para dizer que nós estamos acompanhando e apoiando também a campanha salarial dos servidores do Judiciário. Eu já acompanho há muitos anos, Sr. Presidente.

E infelizmente o Tribunal de Justiça está oferecendo apenas 6% de reajuste salarial para os servidores, que não repõe nem as perdas inflacionárias. No entanto, o próprio Tribunal de Justiça tenta aprovar um projeto aqui na Alesp, o nº 752, que nós somos contra logicamente.

Ontem, a OAB, os advogados e advogadas do estado de São Paulo fizeram uma ampla mobilização e conseguiram derrotar o projeto, logicamente com a ajuda aqui da oposição.

Agora, o que nós queremos pautar aqui não é o nº 752, Sr. Presidente, nós precisamos pautar um projeto que já está aprovado em todas as comissões, um projeto que já tem regime de urgência aprovado e um projeto que foi encaminhado pelo próprio Tribunal de Justiça.

O próprio presidente do Tribunal de Justiça apresentou o projeto na época, reconhecendo uma dívida salarial de uma reposição que não foi dada no passado e dizendo que tinha que pagar. No entanto, a Assembleia Legislativa não aprovou esse projeto até hoje. Eu pedi um regime de urgência, o meu pedido foi aprovado, consegui que o projeto fosse aprovado em todas as comissões e, no entanto...

O PLC é o Projeto de lei Complementar nº 30, de 2013, está na pauta, Sr. Presidente, pode ser votado a qualquer momento. Esse é o projeto que nós podemos e queremos votar aqui na Assembleia Legislativa, ele paga uma dívida histórica com os trabalhadores, com as trabalhadoras do Tribunal de Justiça de 10,55 por cento.

É uma dívida, Sr. Presidente, reconhecida pela chancela do Tribunal de Justiça, foi o próprio presidente que apresentou, não fui eu. Eu ajudei a aprovar nas comissões e a aprovei também o regime de urgência, agora o projeto é do Tribunal de Justiça. Esse tem que ser aprovado.

E caso o Tribunal de Justiça não tenha recursos, ele tem que exigir que o Executivo faça a suplementação orçamentária, para que haja o pagamento dessa dívida e do reajuste salarial, porque tem que ser mais, Sr. Presidente, isso é um absurdo, 6% não repõe minimamente o período da inflação.

Então, todo o nosso apoio à campanha salarial dos servidores do Judiciário e à aprovação já do PLC nº 30, de 2013, que garante uma reposição, o pagamento de uma dívida do Tribunal de Justiça de 10,55% para todos os servidores do Tribunal de Justiça.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, todos os meus colegas deputados, todos os servidores da Casa, os jovens e o público que nos acompanha aqui na Assembleia hoje e quem nos acompanha através do trabalho que a Rede Alesp faz.

Quero me solidarizar com os trabalhadores da Rede Alesp que cumprem um serviço fundamental aqui para todos os parlamentares, para o bom andamento dessa Assembleia, de divulgar, de forma brilhante e em tempo real, tudo o que acontece aqui com muita qualidade. Estão mais uma vez enfrentando problemas em relação aos seus salários e por isso têm todo nosso apoio aqui.

Mas eu quero falar hoje, presidente, que essa semana é a semana do meio ambiente. Segunda-feira foi o dia mundial do meio ambiente. Uma data muito importante e, infelizmente, não uma data de comemoração, de festa porque hoje a gente não tem nada a comemorar quando a gente vai falar do meio ambiente.

Pelo contrário, a gente está atravessando uma crise socioambiental e climática histórica. A gente está completando mais de três meses do desastre de São Sebastião. Nas últimas semanas a gente recebeu aqui os atingidos, e o que a gente viu em São Sebastião é só uma amostra do potencial destruidor que essa crise ambiental pode levar à nossa humanidade.

Agora, o Dia Mundial do Meio Ambiente é uma data para a gente refletir, sobretudo nós, como representantes públicos, as autoridades eleitas, sobre quais medidas podem ser tomadas para a gente fortalecer a política ambiental, fortalecer a preservação.

Mas lamentavelmente isso não foi intuito do governador do estado de São Paulo, Tarcísio, que aproveitou essa data tão simbólica, tão significativa do Dia do Meio Ambiente para anunciar algumas medidas supostamente para preservar o nosso ecossistema aqui no estado de São Paulo.

Mas o que a gente viu foi que, dentro das medidas, estava a tentativa de se privatizar quatro parques públicos aqui no estado de São Paulo, uma medida que o governador Doria já vinha implementando ao longo do seu mandato, que foi muito ruim, privatizando vários parques e equipamentos públicos.

E agora o governador Tarcísio quer fazer isso com o Parque Ecológico do Tietê, o Parque Estadual da Juventude, o Parque Estadual do Belém e o Parque Jequitibá, incluindo esses instrumentos públicos, esses espaços públicos no seu programa de parcerias e investimentos. A gente sabe que o governador Tarcísio é realmente obstinado em vender o patrimônio público do estado de São Paulo.

Quem diz isso é ele mesmo, não eu. Ele disse que o que ele mais sentia falta era de dar aquelas marteladas no leilão, e quando ele foi fazer isso no leilão do Rodoanel Norte ele se excedeu, protagonizou aquela cena exagerada.

E agora a gente está vendo que a sanha privatista do governador Tarcísio não perdoa nem a preservação ambiental, não perdoa nem o patrimônio ecológico do estado de São Paulo e quer se estender até os nossos parques públicos, nossos parques estaduais aqui em São Paulo.

Isso é um absurdo, porque é responsabilidade, é dever do Governo do Estado, do Poder Público acompanhar a nossa política ambiental e se responsabilizar pela preservação do nosso ecossistema, inclusive dos nossos parques públicos. E a gente vê essa medida de entregar esses equipamentos para a iniciativa privada.

É uma grande preocupação que a gente traz aqui, esse modelo que o Doria vinha adotando e que a bancada do PSOL e tantos parlamentares aqui tanto criticaram na última legislatura, agora tendo sequência com governador Tarcísio.

Esse não é o caminho que a gente deveria seguir para fortalecer o controle público, uma política pública socioambiental no estado de São Paulo, e vem na sequência de toda uma lógica de desmonte do sistema socioambiental paulista que a gente tem discutido aqui.

Mas no tempo que me falta, presidente, eu quero mais uma vez falar sobre um evento muito importante que vai acontecer em São Paulo nos próximos dias. Nós estamos no mês de junho, um mês simbólico para a luta do movimento LGBT, que não é o único mês em que o movimento LGBT sai às ruas, faz a sua luta, porque isso é feito todos os dias pela nossa comunidade, pela nossa população.

Mas o mês de junho é um mês muito significativo porque no dia 28 de junho aconteceu um marco nos Estados Unidos, que foi a Revolta de Stonewall, que foi um marco, é um símbolo da luta do movimento LGBT moderno, e a cidade de São Paulo vai receber no próximo domingo a maior Parada do Orgulho LGBT do mundo, que é a Parada de São Paulo.

E eu, como um dos parlamentares que tem muito orgulho de ser LGBT, e mais do que ser, ter muito orgulho de ser um militante do movimento LGBT, que hoje ocupa um mandato aqui nessa Assembleia e coordeno a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da população LGBT+, que o deputado Reis é um dos signatários, assim como o deputado Suplicy e o deputado Marcolino.

Eu queria muito registrar essa data e a importância da parada, porque a parada é um momento de festa, a parada é um momento de descontração e tem que ser mesmo, porque é um dos poucos momentos em que a nossa população se sente segura em ir para a rua e manifestar todo seu orgulho, sem medo de ser discriminado, mas a parada é acima de tudo uma manifestação política muito importante de resistência e muito necessária num país que é conhecido como o que mais mata pessoas por conta da sua orientação sexual ou da sua identidade de gênero, no mundo inteiro.

Então, a parada de São Paulo é mais do que importante, mais do que necessária. E para marcar esse momento, eu fiquei muito feliz hoje com toda a equipe do nosso mandato de ter trazido um pouco de cor para esse prédio aqui, que tem tanto mármore, que tem tanto ferro, que tem tanto concreto, e a gente fez uma ação na entrada da Assembleia hoje estendendo a nossa bandeira e trazendo um pouco de cor para marcar de maneira simbólica que a Assembleia Legislativa também é um espaço para a população LGBT e tem que ser cada vez mais.

E que nós, parlamentares que hoje ocupamos esse espaço não vamos mais permitir que se fale sobre nós, que se fale sobre as nossas vidas, que se fale sobre os nossos direitos sem a nossa participação dentro desses debates.

Tenho muito orgulho de ocupar esse papel hoje. Vou, com muito orgulho, pela primeira vez como deputado estadual eleito pelo povo do estado de São Paulo, participar da Parada do Orgulho LGBT, da Caminhada de Lésbicas e Bissexuais, da Marcha do Orgulho Trans e de toda a programação que vai acontecer nos próximos dias aqui na Capital de São Paulo.

Que esses eventos sejam um recado e cumpram o seu papel como manifestações políticas de dar um recado para a Assembleia, para o Governo do Estado e para todos que acham que a gente vai voltar para o armário, para todos que acham que a gente vai retroceder.

Isso não vai acontecer, o nosso orgulho não vai parar e a gente vai estar ocupando cada vez mais espaço com as nossas cores, com a nossa diversidade, com a nossa resistência.

Muito obrigado, deputado Reis.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem. Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. Tem V. Exa. o tempo remanescente do Pequeno Expediente.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, Sr. Deputado Reis, a gente faz as colocações aqui porque é o local em que o deputado fala. Não é uma crítica ao Governo, à política de Segurança.

Vossa Excelência estava até na primeira reunião da Comissão de Segurança Pública, deputado Reis, que preside os trabalhos, quando o capitão Derrite, secretário, esteve aqui. Eu cheguei a falar a respeito do crime organizado e falei a respeito do que está acontecendo na Baixada Santista, a morte de policiais, que estão sendo executados.

Ontem, inclusive, o Capitão Telhada apresentou aqui - o deputado Capitão Telhada - um vídeo, uma parte foi cortada, mas a primeira parte com os bandidos andando armados no Guarujá. Guarujá, terra de Silvio Santos, de Pelé e outros milionários que viviam ali, e que não podem mais ir ao Guarujá.

Vamos ao vídeo dos homens armados.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Então veja bem a situação. Nesse local foi morto um sargento ontem, da Polícia Militar, aposentado, como eu e outros aqui. Semana passada, mais dois sargentos foram mortos também, aposentados. O cara passa caçando os policiais aposentados. E eu cobrei isso do secretário.

Então, veja bem, não é uma crítica destrutiva a ninguém, é uma necessidade de se fazer alguma coisa, deputado Reis, V. Exa. que é policial, é da área. Está aí o Capitão Telhada também. Cadê a Rota? Cadê os policiais? Agora o secretário falou que está esperando formar alguns policiais para mandar para lá.

Pera aí, então tem que avisar a gente. Eu, por exemplo, sou meio velho, meio idiota e costumo andar de bicicleta na praia. Não posso andar mais na praia? Então manda me avisar, aí eu não vou mais. Como está o Guarujá, que as pessoas não vão mais para lá, com medo, têm um terror do Guarujá, é necessário que se faça alguma coisa.

A gente não fala da boca para fora não, a gente fala da realidade. A minha vida inteira, mais de 50 anos na polícia combatendo o crime pesado, combatendo criminosos. Então está na hora de se fazer alguma coisa, não dá para ficar se caçando policial, o coitado aposentado sendo morto como se fosse tiro ao pombo, e tudo bem.

“Ah, foi a Rota”. E aí, cadê as prisões dos que estão matando? Agora, se o cara vem de fuzil, metralhadora, canhão, você faz o quê? Só pode morrer mesmo, ou então que se baixe uma determinação, “a partir de agora nós somos proibidos de descer à praia”. E quem mora na praia, os policiais, vão embora, sumam de lá, porque se não há condição de dar segurança para quem trabalha ali, e volto a dizer, cobrei isso do secretário Capitão Derrite no primeiro dia que ele esteve aqui, V. Exa. é testemunha disso.

Então, não é uma crítica destrutiva a ninguém. É uma realidade do que está acontecendo. Se eles não estão conseguindo... Além de atacar os policiais... O cara está de serviço, ele tem armamento, tem rádio para pedir apoio. Agora, o coitado aposentado faz o quê? O que ele faz?

Primeiro, ele não é mais policial. Ele, simplesmente, está lá passeando, andando em uma praia com a sua família, quando é fuzilado por vários e vários bandidos. Então, fica essa colocação.

Acho que está na hora de, realmente, fazer alguma coisa de concreto. Ficar só no discurso falando que está tudo bem nas pesquisas, não, como que é, nobre deputado? Que os caras põem lá.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Nas estatísticas.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Na estatística. A estatística, por exemplo, se eu tomar dez tiros e for assassinado em uma praia, eu posso ser, simplesmente, não... Um encontro de cadáver. É só pôr na estatística, “Conte Lopes foi encontrado morto”. Não vão falar dos dez tiros que eu tomei.

Então, estatística é estatística. Agora, o que está acontecendo na Baixada é o fim da picada.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Pela ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É isso, deputado Conte Lopes. É morte a esclarecer, morte suspeita. Aí foge da estatística. Mas, realmente, os jornais estão trazendo que a violência está aumentando cada vez mais e eu não sei até aonde vai. Como pode, deputado Conte Lopes, aquele monte de pessoas armadas andando na rua como se fosse um fato, assim, normal, uma coisa muito comum.

É a ausência de Estado. Por um lado, aconteceu o caso do rapaz que foi carregado, amarrado, de forma irregular. Amarrado como se tivesse em um pau de arara, por conta de um furto famélico. Então, são coisas que a Secretaria de Segurança vai ter que dosar. Vai ter que dosar.

Primeiro, vai ter que garantir que haja, realmente, um combate à violência e, depois, garantir que a polícia não pratique violência. Está encerrado o Pequeno Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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Pela ordem, deputado Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Gostaria, Sr. Presidente, se for possível, falar pela liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pelo Art. 82, é regimental.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Tem, V. Exa., cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PELO ART. 82 - Prezado deputado Reis, presidente, eu venho aqui registrar uma carta que encaminhei ao secretário Fernando Padula, cumprimentando cordialmente, se ele não me deu presente, para encaminhar o ofício que eu recebi da Sr. Liana Muller Borges, da Associação Criança Brasil.

Conforme relato, o CEI Recanto da Alegria, localizado na rua Francisco Rebolo, 6, no Jardim Panorama, atende 120 crianças de até três anos de idade, em parceria com a Secretaria Municipal da Educação, desde 89. Teve seu terreno adquirido em 87 pela associação, sendo o único espaço educacional existente na comunidade Jardim Panorama, por atender famílias em situação de extrema vulnerabilidade.

Recentemente, a construtora JHSF adquiriu o terreno para a construção do Shopping Cidade Jardim. O espaço do CEI consta dentro da área e passou a pertencer à empresa, mas nada foi comunicado à associação, sendo pedido, inclusive, que a mesma assine o comodato.

Diante disso, do teor da correspondência anexa, submeto o assunto a sua análise, visando a possibilidade de buscarmos uma solução para o caso, como também, a prestação de informações que subsidiem resposta interessada.

Eu anexo nesta carta a própria solicitação feita pela Sr. Liana Muller Borges, em que ela pede uma reunião junto ao presidente da JHSF, a Associação Criança Brasil, através da sua fundadora, Liana Muller Borges, a pedido do gabinete deste deputado, vem por meio desta, solicitar uma reunião com o presidente da JHSF, Thiago Alonso de Oliveira, para expor essa situação pela qual a referida entidade está passando.

E solicitar a colaboração para a resolução do problema. Pois a Associação Criança Brasil mantém parcerias com a prefeitura desde 1989, tanto para CEIs quanto para CCAs. Mas a nossa preocupação no momento é o CEI Recanto da Alegria, do Jardim Panorama, que, desde 14 de outubro de 1989, coopera com a Secretaria Municipal de Educação.

O terreno utilizado pelo referido espaço educacional foi adquirido em 1987, pela Associação Criança Brasil, com documentos comprobatórios e com direito de posse, que se situa dentro da favela do Jardim Panorama.

Ao adquirir outros terrenos para a construção do Shopping Cidade Jardim, a JHSF incorporou o terreno utilizado pelo CEI Recando da Alegria, inclusive com o pagamento do IPTU, sem consultar a associação a respeito, para que se estudasse, conjuntamente, uma solução para esta situação.

O CEI Recanto da Alegria I é o único espaço educacional existente na comunidade Jardim Panorama e atende crianças de famílias que vivem em situação de extrema vulnerabilidade. Assim, venho solicitar uma reunião para estudar e buscar uma solução para o problema em questão, conforme diz a senhora Liana Muller Borges.

Quero transmitir que, na manhã de hoje, 7 de junho, eu estive na manifestação das catadoras e catadores de materiais recicláveis, ali na praça Roosevelt, onde denunciaram a situação de precariedade que vive essa categoria profissional, que amarga, todo dia, a queda nos preços para a venda dos materiais recicláveis.

Cerca de 90% dos resíduos reciclados no Brasil hoje são coletados por catadores de materiais recicláveis. Por isso, são os grandes responsáveis em fornecer, para a cadeia produtiva, insumos para movimentar a economia circular, evitando a extração de recursos naturais para a fabricação de novos produtos.

São trabalhadoras e trabalhadores que contribuem para evitar impactos ambientais e a emissão de gases de efeito estufa. Eu gostaria de solicitar, à Prefeitura Municipal, que venha a tratar os catadores e catadoras de materiais recicláveis com toda a atenção e respeito.

Ainda mais, percebendo que esses trabalhadores realizam um trabalho muito importante do ponto de vista da limpeza da cidade e direcionamento do material aproveitado para a transformação dos resíduos do lixo em móveis, objetos os mais diversos, e tantas coisas importantes para a qualidade de vida de todos nós.

Muito obrigado.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para falar pelo Art. 82, pela bancada do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental. Tem V. Exa. cinco minutos.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. E Sras. Deputadas, funcionárias e funcionários da Assembleia, a população que nos acompanha pelas galerias, quem nos acompanha pela TV Assembleia.

Sr. Presidente, essa semana eu protocolei uma CPI, a partir da audiência pública que fizemos uns 10 dias atrás, para dialogar sobre a situação dos alunos da Santa Casa aqui do estado de São Paulo. Um dos compromissos que nós tiramos, com os alunos e professores, que inclusive estavam em greve há pouco tempo...

Quando a gente fala na Santa Casa, nós estamos falando dos alunos de enfermagem, de radiologia, de fisioterapia, de sistema biomédicos, de fonoaudiologia, dos profissionais da medicina.

E o atual curador, que é o Tonico Ramos, que cuida do Conselho Curador da Santa Casa, hoje, no estado de São Paulo, primeiro quer transformar o curso de enfermagem em online, EAD; quer acabar com o curso de fisioterapia e reduzir o curso de medicina.

E um dos nossos compromissos... Eu queria passar o vídeo, agora, das falas que houve durante a audiência pública. Nós vamos tratando disso aqui nos próximos dias, até que, efetivamente, a gente possa ter as 32 assinaturas coletadas pelos deputados e deputadas na Assembleia, para que a gente possa ter essa CPI em funcionamento aqui na Casa.

Então, podia passar aqui o vídeo. Nesse vídeo, quem está falando é Melina Houlis, que é presidenta do Centro Acadêmico Manoel de Abreu, do curso de medicina dos alunos da Santa Casa de São Paulo. Então, queria passar o vídeo da fala dela na nossa audiência pública.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Sr. Presidente, concluindo, então, aqui, durante os próximos dias, vou trazer aqui vários depoimentos que ocorreram durante a audiência pública. Já estamos coletando assinaturas, as 32 necessárias para uma CPI, para que a gente possa apresentar aqui na Assembleia, para que possa ser feita toda uma investigação em relação à atual fundação.

Nós não podemos deixar que uma faculdade tão importante, com a formação de médicos, fisioterapeutas e enfermeiros no estado de São Paulo, que é a Santa Casa, seja eliminada por má gestão. São mais de 60 anos da cidade São Paulo.

Nós não podemos deixar que essa faculdade desapareça da nossa cidade. Então faremos aqui a coleta de assinaturas, e cada dia vou trazer aqui um depoimento, para que, efetivamente, possa uma CPI ser instalada nesta Casa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem, deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Para falar pelo 82, pelo PL.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, deputado Reis, que preside os nossos trabalhos, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, volto a esta tribuna para falar a respeito das colocações do presidente em exercício, o deputado Reis.

É evidente que a gente não apoia erro de policiais, não resta a menor dúvida. O policial tem que usar a força necessária para dominar alguém, e o policial realmente tem algemas, para algemar, quando necessário for, e tem que ter apoio dos seus comandantes, para poder agir.

Não é coerente, veja bem, que um policial, seja para dominar um bandido, ele tenha a sua arma tomada, como aconteceu na zona leste, e a partir daí ele recebe um tiro no rosto, onde ele perde língua, dente.

Bom, a minha cara não foi feita para tomar tiro de bandido, deputado Reis, nem a de Vossa Excelência. Não foi feita para isso. Eu prefiro ser julgado por sete do que ser carregado por seis. Isso eu sempre ensinei meus homens, quando eu comandava a Rota. Viúvo é quem morre, porque quem fica casa de novo.

Então, o policial tem que estar pronto para estar vivo, nem se for necessário ele usar, dentro da legítima defesa, a sua arma. É direito dele. Nós não apoiamos abuso nenhum.

Nunca falamos sobre isso. Agora, nós não podemos aceitar o que está acontecendo em São Paulo, essa caça a policiais. O policial não pode ser morto na frente da mulher, dos filhos, simplesmente porque é policial. E o pior de tudo, ninguém vai atrás. Fica só no discurso.

Nessa ocorrência da zona leste, que o policial toma uma arma, que um bandido que pegou a saidinha, não voltou para a cadeia... Quer dizer, juiz soltou, apoiaram a saída do bandido.

Ele pega, toma a arma do policial e baleia os dois. O policial também devia ter algemado o bandido. Tirava a sua arma, põe a mão na cabeça e vira de costas para a parede. Porque é assim que se aborda. Ou então, não aborda.

Se eu vou abordar alguém, como policial, deputado Reis, é porque eu acho que aquela pessoa é bandida, senão eu não vou abordar. O cara é o padre. Eu vou abordar o padre? Não vou.

Agora, eu vejo um carro, suspeito do carro, tem quatro homens e uma mulher no carro. Se eu suspeitar daquilo, evidentemente, eu vou mandar todo mundo descer do carro com a mão na cabeça, para saber o que está acontecendo. “Ah, não tem nada”. Não tem nada, obrigado, boa sorte, como a Rota sempre fez.

Agora, quantas ocorrência nós pegamos isso aí? Um casal sendo sequestrado. Lembro até na Favela do Caixote em Pé, que a filha de um delegado de Polícia estava com o noivo dentro de um Opala, sendo sequestrada por três bandidos.

Houve um tiroteio, os três bandidos morreram, e a mulher estava inclusive dentro do porta malas com o namorado quando os bandidos morreram, quatro ou cinco bandidos que morreram.

Então, veja, é a abordagem normal da Polícia. Agora, hoje a Polícia tem medo de tudo. Estou falando de combater bandido, combater o crime, combater marginais. É sobre isso que estou falando.

O cara não pode matar um policial, não pode matar um pai de família, uma dona de casa, os bandidos estão à vontade. O cidadão está chegando, um marido e a mulher, em casa, eles chegam de moto e enquadram. Como a gente fazia com os bandidos, eles estão enquadrando a população. E estão achando que está uma maravilha, eu não estou entendendo.

O cara não consegue chegar em casa que é abordado por bandidos. É abordado na porta de casa, dentro de casa. Eu estou falando da população, de segurança para a população. A função é essa. A polícia tem que dar segurança para o povo, não é para mim. Tem que dar para o povo e a gente não vê isso.

Passou em todas as televisões a abordagem, os bandidos à vontade, agindo à vontade. Então essa é a minha colocação. Bandido deve ser tratado como bandido e cidadão como cidadão.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Havendo acordo de lideranças, solicito o levantamento dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão. Tenham todos uma boa tarde.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 21 minutos.

 

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