20 DE JUNHO DE 2023

17ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

        

Presidência: ANDRÉ DO PRADO

Secretaria: CARLA MORANDO, THIAGO AURICCHIO, PAULO CORREA JR e CARLOS CEZAR

        

RESUMO

        

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Abre a sessão. Coloca em discussão o PL 912/23.

        

2 - MÁRCIA LIA

Discute o PL 912/23.

        

3 - PROFESSORA BEBEL

Discute o PL 912/23.

        

4 - PROFESSORA BEBEL

Solicita verificação de presença.

        

5 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Indefere o pedido, ante a evidência de quórum.

        

6 - PROFESSORA BEBEL

Solicita verificação de presença.

        

7 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.

        

8 - DONATO

Discute o PL 912/23.

        

9 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Discute o PL 912/23.

        

10 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Solicita verificação de presença.

        

11 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.

        

12 - BETH SAHÃO

Discute o PL 912/23.

        

13 - PAULO MANSUR

Discute o PL 912/23 (aparteado pelo deputado Gilmaci Santos).

        

14 - PROFESSORA BEBEL

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

15 - EDIANE MARIA

Discute o PL 912/23 (aparteada pelo deputado Maurici).

        

16 - GIL DINIZ

Discute o PL 912/23.

        

17 - PROFESSORA BEBEL

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

18 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

19 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Discute o PL 912/23.

        

20 - LUCAS BOVE

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

21 - ENIO TATTO

Discute o PL 912/23 (aparteado pela deputada Ediane Maria).

        

22 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Encerra a discussão do PL 912/23.

        

23 - GILMACI SANTOS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

24 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Coloca em votação o PL 912/23, salvo emendas e subemenda. Convoca uma segunda sessão extraordinária, a realizar-se hoje, 10 minutos após o término desta sessão.

        

25 - ENIO TATTO

Encaminha a votação do PL 912/23, salvo emendas e subemenda, em nome do PT.

        

26 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Encaminha a votação do PL 912/23, salvo emendas e subemenda, em nome do PT.

        

27 - GILMACI SANTOS

Encaminha a votação do PL 912/23, salvo emendas e subemenda, em nome do Republicanos.

        

28 - DR. JORGE DO CARMO

Encaminha a votação do PL 912/23, salvo emendas e subemenda, em nome da Minoria.

        

29 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Lembra a segunda sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 19 horas e 52 minutos. Encerra a sessão.

        

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- Abre a sessão o Sr. André do Prado.

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Discussão e votação do Projeto de lei nº 912, de 2023, de autoria do Sr. Governador. Em discussão. Para discutir a favor, com a palavra a deputada Márcia Lia.

 

A SRA. MÁRCIA LIA - PT - Muito boa tarde a todos os deputados e deputadas, às pessoas que se encontram aqui no plenário, boa tarde a todos, boa tarde a todos os servidores da Casa. O que nos traz aqui no dia de hoje, Sr. Presidente, é a discussão do Projeto de lei nº 912, de 2023.

Não obstante isso, eu quero fazer algumas considerações. Sr. Presidente, eu gostaria de fazer algumas considerações sobre hoje, o que aconteceu na Comissão de Educação.

Nós recebemos o Sr. Secretário de Educação, mas o Sr. Secretário de Educação veio com pouquíssimo tempo disponível, e os deputados não puderam sequer indagá-lo a respeito das suas dúvidas e das suas questões.

Então, eu gostaria de que esta Casa pudesse, quando combinasse com os secretários que vêm prestar informações nesta Casa, que o secretário pudesse dispor de um tempo maior, porque todos nós sabemos que, com 94 deputados nesta Casa, uma hora e meia é absolutamente insuficiente, e foi exatamente esse o tempo que o Sr. Secretário nos disponibilizou.

Tem um outro detalhe, que a gente tentou no governo anterior agenda com o secretário de Educação. Não conseguimos. Nesta gestão, a gente tentou também agenda com o secretário de Educação. Não conseguimos, fomos recebidos pelo Vinicius Neiva, que é assessor.

É uma pessoa extremamente simpática, mas eu acho que o secretário - pelo menos é o que dispõem as normativas desta Casa - ele tem a obrigação de atender os secretários de estado, porque os secretários de estado têm essa prerrogativa.

Então, deixar aqui o meu descontentamento, deixar aqui a minha insatisfação, deixar aqui um apelo para que V. Exa. converse com o secretário de Educação e, da próxima vez que ele vier aqui, que ele, por favor, disponibilize tempo para ouvir os deputados, para ouvir as lideranças que estão aqui.

Nós estávamos com o plenarinho lá do Paulo Kobayashi lotado de gente. Muita gente foi embora insatisfeita. Pessoas que vieram lá na região Noroeste do estado de São Paulo, pessoas que viajaram seis, sete horas para chegar aqui nesta Casa, não tiveram a possibilidade de fazer uma pergunta que fosse ao Sr. Secretário.

Então, dito isso, eu vou passar aqui às considerações, rapidamente, a esse projeto de lei, que é o 912, de 2023, que vai alterar duas leis que nós votamos nesta Casa, a Lei nº 17.386, de 21 e a Lei nº 14.990, de 23, que são duas leis que se pretendem aí permitir ao governo de São Paulo que ele possa proceder à contratação de operações de crédito e oferecer contragarantias.

Nós analisamos aqui junto com a nossa assessoria da bancada os dois projetos de lei. Entendemos que as operações de crédito são necessárias, porque elas pretendem melhorar a mobilidade das cidades, para que as pessoas possam ter menos dispêndio de tempo, mas existem algumas considerações que são importantes, que a gente tem que fazer aqui, Sr. Presidente.

Nós autorizamos, através da Lei nº 14.999, de 2023, que o governo possa contratar um bilhão e 550 mil para a implantação do trem intercidades, e depois nós aprovamos uma nova lei, para que ele possa contratar mais cinco bilhões, o que totalizaria seis bilhões e meio. É muito recurso. Mas o que a nossa bancada identifica é que faltam informações na questão da transparência.

Como é que esses recursos serão efetivamente utilizados? Como é que o governo pretende aportar recursos para que esses dois projetos, e outros tantos que virão, porque é um projeto para a mobilidade urbana, mas ele tem aí uma série de situações que nós queremos perguntar aqui para o governo, o governo precisa esclarecer.

Nossa bancada apresentou emendas para que a gente possa ter um pouco mais de transparência para a melhor execução dessa situação que nós estamos autorizando ao Governo de São Paulo.

A bancada do PT vota favorável, mas inconformada com a falta de informações que nós não temos sobre pormenores tão importantes para que a gente possa fazer com que esse projeto de lei se constitua em um benefício para o povo paulista.

Dito isso, Sr. Presidente, eu quero agradecer aos meus pares, quero agradecer a todos aqueles que estão nos assistindo e dizer que nós continuamos à disposição para construir o que for melhor para o povo do estado de São Paulo, na perspectiva de que as obras, os programas, os projetos sejam sempre para melhorar a vida do povo paulista.

A Bebel vai utilizar o restante do meu tempo.

Bebel, por favor. 

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental. Deputada Márcia Lia compartilha seu tempo com a deputada Professora Bebel para o tempo de 8 minutos e 47 segundos.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, cumprimento a Mesa Diretora de trabalhos, assessores a minha esquerda, a minha direita, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, público presente, todos que nos assistem e ouvem através da Rede Alesp, eu, antes de entrar no tema em questão, quero falar da Comissão de Educação, comissão essa que eu presido.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Uma verificação de presença, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por enquanto há quórum regimental. Volta a palavra para a Professora Bebel. 

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Agora é verificação de presença, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Mais uma verificação de presença, todos se retiraram, então agora não temos quórum. Então solicito à deputada Carla Morando, juntamente com o deputado Thiago Auricchio, que façam a chamada nominal para uma verificação de presença. 

 

* * *

 

- Verificação de presença.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado o quórum regimental, devolvo a palavra à nobre deputada Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Bem, retornando a esta tribuna, quero, enquanto presidenta da Comissão de Educação, dizer que sim, não foi do jeito que nós queríamos, mas fazia muito tempo que um secretário da Educação não vinha a esta Casa.

Agora, de qualquer maneira, a gente saiu com um compromisso, um compromisso de ter uma audiência pública para que a gente possa, tanto os deputados como as deputadas, mas também as entidades representativas do Magistério, de funcionários públicos - não dá mais que cinco entidades - e mais as representativas da Educação, que são duas ou três, fazer questões, levantar questões, porque estamos em um momento bastante importante que diz respeito à reforma do ensino médio, diz respeito a tantas mudanças que precisam ser feitas.

A presença do secretário em uma audiência pública, não para prestação de contas, mas audiência pública, é importante.

Eu tenho saudades, presidente André do Prado, do tempo em que a gente pedia audiência pública e ela era feita aqui neste “plenarião”. Debatemos o Plano Estadual de Educação, debatemos tantas questões que eram importantes, que são importantes para a Educação no estado de São Paulo.

Então, estou falando como presidente da Comissão de Educação: por mais que não tenha sido a contento, já foi... Para trazer um secretário de Educação aqui era difícil. Trouxemos, saímos com o compromisso de ter uma audiência pública com ele, os deputados e as entidades de Educação e estudantis. Então, vamos fazer força agora para isso acontecer.

E contar com a ajuda do deputado André do Prado. Conversei com o deputado Mauro Bragato; ele se propõe a me ajudar nessa perspectiva porque a gente sabe, a gente trabalha de forma muito tranquila. Não tem crise para nós. A gente sabe, vai fazer, levantar os questionamentos. Se não estiver contente, vamos fazer projeto, vamos discutir proposta. Mas para falar deste PL 912, Sr. Presidente, eu quero dizer o seguinte: claro, há uma favorabilidade, eu diria que relativa, por conta...

Ela não pode ser absoluta, mas relativa, porque a gente sente muita falta de ter transparência, de ter um instrumento de transparência a esses empréstimos. Nós queremos saber, porque, veja bem: como é que eu posso ir contra a projeto de lei, a uma emenda, por exemplo, que vai dar mobilidade metropolitana e transporte intermunicipal?

Não tem como ser contra. Outra questão seria a questão digital também. Não tem como a gente se opor, mas a gente quer minimamente acompanhar um cronograma. Eu acredito que se tiver uma comissão de deputados e deputadas paritária das forças que compõem este Parlamento...

Claro que quando a gente fala em comissão, a gente tem que pensar numa comissão de uma forma mais factível: quantos da oposição, quantos do governo e a gente poder fazer esse acompanhamento e monitoramento das verbas que estão sendo utilizadas ou do empréstimo que está sendo destinado ou não para as questões que foram aqui apontadas. Porque a grande questão é a falta de transparência.

A gente entende que quanto mais transparência, é melhor para o governo, é melhor para a gente enquanto fiscalizadores, porque nós somos. É direito nosso saber, enfim, qual a atividade, se está indo para a atividade fim, se de fato está cumprindo um cronograma que tem que ser cumprido.

Isso tem que ser abraçado por todos os deputados e deputadas e ter isto na nossa opinião é muito importante. A bancada do Partido dos Trabalhadores tem um conjunto de emendas e que, se acordadas, - aliás, tem algumas acordadas ou uma acordada - eu acredito que vai ser para nós de suma importância.

Eu, por exemplo, tenho a Emenda nº 4, que vai no sentido de incluir a obrigação de aplicação dos recursos provenientes das operações de crédito aprovado pela lei também à economia solidária. Isso é desenvolvimento para o estado de São Paulo. Então por que não pensar dessa forma também, pensar como a gente também pode?

Também tem a emenda da Ediane Maria, do PSOL, tem a do Caio França, tem a do deputado líder da bancada, Paulo Fiorilo. Enfim, um conjunto de emendas que poderiam aprimorar o projeto.

Eu acho que tem um problema neste Parlamento e nesse governo que é o seguinte: se a gente fala “Sou governo, sou contra”, nós somos os complicados. Mas aqui, “sou oposição, sou contra” sem ler o mérito, deputada Ediane, e o mérito às vezes é muito bom. Na questão de mérito a gente aprimora, a gente acerta. Eu falo isso porque eu trabalho com a oposição. Sou situação no meu sindicato e tenho uma oposição aguerrida. E lá o que é de mérito a gente abraça. Onde não dá para abraçar, a gente faz o debate.

Eu acho que é isso que a gente tem que fazer. Esse deve ser o papel do Parlamento, e não só bater carimbo e rolo compressor, e contar garrafa. A Maioria massacra a Minoria? É isso? Não. A Maioria tem que saber ser Maioria. Não basta ter número, tem que ter hegemonia política.

Hegemonia política passa também por respeitar posições de Minoria. E que não somos tão minoritários assim, nós já somos mais de 30 por cento. Acho que eu teria muita dificuldade com uma oposição com 30%, eu já teria mais ouvidos para ouvir essa oposição, que já foi bem mais minoritária.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência à lista de oradores inscritos para discutir o projeto, tem a palavra para discutir contra o deputado Donato.

 

O SR. DONATO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, eu gostaria de ter ouvido aqui uma apresentação da liderança do Governo, um projeto que para o governo é muito importante.

São mais de seis bilhões de reais de empréstimos, um projeto que o governador disse que é prioridade dele e até agora ninguém da situação, quando eu me inscrevi, nem tinha se inscrito.

Mas já que vocês não falam do projeto de vocês, a gente é obrigado a falar e detalhar um pouco, até para colocar algumas questões que a gente acredita que são importantes. Eu queria pedir a apresentação que a gente preparou, para que a gente pudesse discutir um pouco a natureza do processo.

 

* * *

 

- É exibido o slide.

 

* * *

 

Aqui já foi bem explicado pela deputada Márcia Lia, pela deputada Bebel. Eram duas autorizações de operações de crédito que agora estão mais detalhadas para financiar o trem intercidades, e se agregou agora um financiamento para o túnel Santos-Guarujá, se eu entendi, em uma emenda aprovada no Congresso de Comissões. É isso? Parece-me que é isso. Mas eu vou me deter na questão do trem intercidades. Vamos para o próximo slide, para a gente ir para o que interessa.

É a delegação de serviços públicos de transporte ferroviário e de passageiros compreendendo a Linha 7 - Rubi, depois eu vou mostrar o mapinha, que vai da Barra Funda até Jundiaí, e o trecho 1 do trem intercidades, entre a cidade de São Paulo e Campinas. É uma concessão patrocinada, ou seja, tem um aporte de recursos do Tesouro, ou de empréstimos, no caso, como será aqui.

O investimento - e aí vamos começar a discutir números - o investimento é de 12 bi e 400, o prazo é de 30 anos com uma contraprestação de 458 milhões por ano. Ou seja, o Estado - eu vou detalhar depois - vai pagar todo ano 458 milhões, além dos seis bi, para a concessionária que vencer o certame operar esse sistema.

Espera-se transportar no trem expresso 61.200 passageiros por dia, e nos dois outros serviços, que é a Linha 7 e o trem que eles estão chamando de “trem intermunicipal”, que é o pinga-pinga de Campinas até Jundiaí, também se espera transportar 632 mil passageiros por dia. Vamos lá, próximo slide.

Aqui fica fácil de a gente entender o desenho. A parte que vai da Luz, Barra Funda, da Barra Funda até Jundiaí, é a Linha 7, já existente. De Jundiaí até Campinas, existe uma linha férrea, mas para transporte de cargas, que, parece, está concessionada para a Rumo.

E aí a gente vê, o trem expresso vai operar, não sei exatamente em qual desenho, de Campinas - a bolinha azul - com uma parada em Jundiaí e uma parada na Barra Funda, e também terá de Campinas novas estações de Valinhos, Vinhedo e Louveira. Então, esse é o investimento, e é isso que tem que ser construído e operado.

Vamos ao próximo slide: bom, além da construção dos trilhos e das obras de infraestrutura, do material rodante, os trens e tudo o mais, as estações, o valor estimado do contrato é de 12 bilhões e 472 milhões, e o prazo é 30 anos do início da operação da Linha 7.

Vamos lá: qual o critério de julgamento da licitação do edital que está na rua? É o desconto na contraprestação de 13 bilhões e 735, e eu vou seguir em seguida o que isso trata. Se houver empate, o critério de desempate é o maior desconto percentual sobre o aporte máximo, que são seis bilhões e 96 milhões.

Vamos lá, podemos ir para o próximo.

Bom, agora que eu queria aprofundar um pouquinho mais o que a gente está falando, de 30 anos do Estado pagando 458 milhões por ano de contraprestação. Isso dá 13 bilhões e 735 milhões.

Além disso, o Estado vai entrar com seis bilhões e 96 milhões em sete anos, porque é esse empréstimo que nós estamos aprovando aqui. Então, o Estado vai investir 20 bilhões, dinheiro do Estado, para um custo de infraestrutura de 12 bilhões. Nós vamos investir 20 para um custo de infraestrutura de doze.

Além disso, a receita, vamos lá, ali é interessante, não se pagará por passageiro. Além de tudo, o Estado vai pagar pelo que se chama lá remuneração por disponibilidade. Se o trem estiver vazio ou estiver cheio, ele vai receber o mesmo valor no que diz respeito ao trem intercidades.

Para variar, como nas concessões do Metrô em São Paulo se paga primeiro a concessionária, como na Linha 4, que se paga 6,42, depois paga a concessionária da Linha 5 e depois, o que sobrar, fica para o sistema da CPTM. E é o mesmo modelo aqui, vai se pagar primeiro a Linha 7, essa linha concessionada, e o que sobrar fica para o resto do sistema da CPTM.

Além disso, a tarifa do expresso, que tem como teto 64 reais entre Barra Funda e Campinas, será toda da concessionária. Pela estimativa ali de 21, não me lembro, 21 mil passageiros por mês, que acho que eu li no começo, isso dá em 30 anos mais de um bilhão e trezentos.

Então, eram 20 bilhões que o Estado vai dar, vai arrecadar mais a arrecadação da Linha 7 do trem intercidades e do trem expresso mais de um bilhão e 300, pelo menos, porque eu me baseei numa tarifa, mas você pode ver que tem 20% dos lugares para a primeira classe com a tarifa que a concessionária quiser.

Então, queria discutir menos o empréstimo, mas mais esse modelo. É um modelo sem risco nenhum, é o capitalismo sem risco brasileiro. Os nossos liberais clamam por menos estado, mais iniciativa privada, e aí a gente tem mais iniciativa privada com dinheiro do Estado, com 20 bilhões do Estado para um investimento de 12 bilhões. Então, queria discutir o modelo.

E a gente sabe, e a gente vai ter aqui na terça-feira que vem, está aqui o presidente da Comissão de Transportes, Comunicação, deputado Madalena, que foi firme e nos ajudou a aprovar que a ViaMobilidade esteja aqui na terça-feira, e a gente vê a situação da ViaMobilidade.

A gente participou de uma diligência da Câmara Federal na sexta-feira, eu, o deputado Maurici, deputado Marcolino, deputado Emídio, e outros deputados, deputada Ediane, deputada Paula, deputada Monica, deputado Reis participaram e vimos lá, vimos como havia mobilidade e está fazendo. E a gente vai perguntar para eles aqui.

O operador de trem, 12 horas de serviço direto. Nós fomos para o CCO aqui, no Brás. Tem acho que seis posições lá que são da CPTM e duas posições da ViaMobilidade. Na ViaMobilidade, turno de 12 horas; na CPTM, do lado, turno de seis horas.

Ou seja, você diminui custos às custas dos trabalhadores e do comprometimento da segurança do sistema, e você continua arrecadando, os passageiros sendo mal transportados, como são mal transportados na ViaMobilidade. Então a gente tem essa situação.

Além das receitas acessórias, que aí a concessionária pode vender publicidade, pode vender um monte de coisa nas estações, enfim, ela pode ter um monte de recursos extraordinários, que também entrarão como receitas acessórias. É isso, esse é o desenho dessa concessão.

Então eu não estou discutindo aqui um empréstimo, mas o empréstimo vai para uma concessão que já está com edital na rua. Nesse sentido, não é um cheque em branco, que a gente sempre reclama: “é um cheque em branco”.

Nesse caso, não é um cheque em branco, o cheque já está preenchido, só falta saber quem vai sacar, qual vai ser o privado que vai sacar ganhando essa concessão de 30 anos sem risco nenhum. Ele pode operar mal, que ele vai continuar recebendo 458 milhões por ano, além dos seis bilhões para os investimentos iniciais que nós vamos aprovar aqui.

Então queria fazer uma reflexão. Não é uma fala nem a favor, nem contra, é uma reflexão sobre se esse modelo, se esse é o papel da nossa Assembleia, só autorizar, “gastem o dinheiro”, e não discutir o modelo, não discutir como vai ser usado, não discutir qual vai ser o impacto nas populações da região e se vai ser um serviço bem prestado, porque a ViaMobilidade, que é a grande concessão da CPTM e do Metrô que nós temos, é um desastre.

É só ligar o “SPTV”, o “Bom Dia SP”, sete horas da manhã, para a gente ver o desastre que é. Eu moro ali, ao lado da Linha 5 do metrô, que vai do Capão Redondo até a Chácara Klabin, e todo dia, não falha, deputado Reis, que mora lá na região também, sabe, a gente sabe o que o povo sofre e o que a gente escuta todo dia das falhas da ViaMobilidade, que economiza para ter mais recurso, e não cumpre com os objetivos da concessão.

Eu não sou contra, por princípio, ter concessão. Sinceramente, eu acho que é um instrumento que pode ser utilizado, mas tem que ser bem fiscalizado, tem que ser bem normatizado, e não pode ser, assim, esse presente de Papai Noel. Não deve ter um investimento que renda isso, não deve ter.

Eu não sei quanto tempo eu tenho ainda. Tenho um pouco mais de dois minutos, então vamos para o próximo slide, deve ter mais alguma coisa interessante.

O Trem Intercidades tem sete anos para ser implantado, então não tem urgência, urgência, não é amanhã que ele vai acontecer.

Se ele for iniciado em 2024, ele vai ser entregue em 2031. E esse é o calendário de desembolso desses seis bilhões que nós estamos aprovando aqui hoje. Esse dinheiro que nós estamos aprovando vai ser o desembolso aí, isso tudo está no edital, não tirei de lugar nenhum, não estou inventando a roda, é só ir atrás do edital e pegar o que está escrito lá.

Vamos lá, próxima. Aí estão as fases de execução, tem detalhado. Depois, se alguém quiser com mais detalhes, a gente passa. Vamos para o próximo. De novo, a questão das tarifas, o expresso, porque a gente poderia ter uma modalidade de licitação que fosse por desconto na tarifa, e não só desconto no aporte, porque é importante o desconto na contraprestação, mas também conjugar com isso o desconto na tarifa, proteger o usuário.

Então, o trem vai custar até 64 reais no trecho Barra Funda/Campinas e nos outros trechos está lá detalhado. Na Linha 7, ou seja, de Barra Funda até Jundiaí, é o preço do sistema sobre trilhos.

E no chamado TIM, que é aquele “pinga-pinga” lá de Campinas até Jundiaí - as novas estações, Louveira, Valinhos e Vinhedo -, o poder concedente fixará o valor da tarifa para o trecho completo equivalente a, no mínimo, 50% do valor efetivamente definido pela concessionária para o serviço expresso. Ou seja, se o serviço expresso é 28 naquele trecho Jundiaí, Campinas, a tarifa será de 14 reais.

Então, prejudicando o trabalhador que usa esse trecho para se deslocar, para trabalhar, para estudar e para tudo mais, todas as questões de mobilidade que são associadas com esse uso.

Por último, já que me falta pouco tempo... Bom, aí é só um detalhe, a concessionária tem que pagar para o BID, 2 milhões e 400 de dólares, que foi o custo da modelagem do projeto. E os custos de desapropriação estão aí, 385 milhões que estarão embutidos nesses 12 bilhões.

Então, por isso que eu queria fazer essa reflexão aqui, porque a gente mereceria um debate maior sobre o trem intercidades, e sobre a modelagem dessa concessão, para ver se a gente não está pesando a mão a favor do privado, que vai arrecadar mais de 20 bilhões e vai investir 12 bilhões. São essas as minhas questões, está demonstrado aí.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência à lista de oradores inscritos para discutir a favor, com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, população que nos acompanha aqui pelas galerias da Alesp e na TV Assembleia, é importante, nobre deputado Donato, a reflexão que V. Exa. faz em relação à questão pública e à privada, porque a gente vêm desde o dia 15 de março ouvindo, por diversas vezes, aqui na Assembleia Legislativa que... Defendendo posições favoráveis a privatizações na Assembleia Legislativa.

Esse é o momento, nobre deputada Ediane, que os deputados e as deputadas, que tanto aqui falam que são defensores de uma política neoliberal do estado de São Paulo, virem aqui fazer uma reflexão, um debate em relação ao projeto ora apresentado.

A bancada do Partido dos Trabalhadores, e a gente olha aqui nos projetos, praticamente não teve... Acho que em nenhum momento da história da Assembleia Legislativa, nobre deputado Enio, que a bancada do PT votou contrária à concessão dos empréstimos contraídos pelo Governo do Estado de São Paulo por diversas fontes, porque nós sabemos a importância de recursos vindo de financiamentos para ajudar no desenvolvimento do estado de São Paulo.

Então, a bancada do Partido dos Trabalhadores nunca votou contrária, porque nós sabemos da importância que o estado tem para a indução da economia do nosso Estado.

Então, a defesa que nós fazemos aqui no estado de São Paulo, é a mesma defesa que nós fazemos no Brasil ou fazemos nos munícipios onde têm empresas públicas, têm investimentos ou empréstimos de diversas fontes para que você possa desenvolver e fortalecer o Estado nacional.

Então, essa sempre foi uma posição do Partido dos Trabalhadores. Nós defendemos que o Poder Público tem, por princípio, que ajudar na indução do desenvolvimento do Estado e da Nação.

E porque é importante, inclusive, esse debate da indução? Porque nós sabemos que a partir das empresas públicas, nobre deputado Dr. Jorge do Carmo... Como nós tivemos quando o presidente Lula assumiu a presidência do Brasil e fortaleceu a Petrobras - que até então seria a Petrobrax -, fortaleceu os Correios, fortaleceu o Banco do Brasil, fortaleceu a Caixa Econômica Federal, fortaleceu a Eletrobrás, investiu em infraestrutura no País, principalmente, organizando portos e aeroportos, estruturando, no Brasil afora, uma produção de energia, porque o Brasil não tinha capacidade de crescer e se desenvolver se não tivesse investimento na infraestrutura de energia no nosso País.

E o investimento que teve, nobre deputado Emídio, nesse processo, que possibilitou, a partir do Orçamento do Estado, que o governo pudesse fazer muitos programas sociais.

Foi o recurso do caixa do Tesouro, de 2003 até 2016, com os investimentos das empresas públicas, com o investimento no crescimento do País, que nós conseguimos fazer o Minha Casa Minha Vida, o Bolsa Família, o Luz para Todos, fazer programas como o Prouni, o Fies, o Samu, as UPAs, o Programa de Saúde da Família, a Farmácia Popular.

Tudo o que foi feito no Brasil, de 2003 até 2016, foi justamente a partir do investimento e do fortalecimento das empresas públicas no nosso País. Por isso que a nossa bancada, do Partido dos Trabalhadores, nós não somos contrários quando o Governo do Estado de São Paulo apresenta, aqui na Assembleia, solicitando recursos para que faça investimento em algumas áreas. Agora está correto.

Não adianta a gente aprovar aqui, que haja, por parte do Governo do Estado de São Paulo, abuso de recursos nacionais e internacionais, para investimento no estado de São Paulo, e que depois já tem data certa de passar essas empresas para o setor privado.

É isso que nós não podemos aceitar. Que você tenha recursos advindos de diversas fontes, como a Caixa Econômica Federal, como o BNDES, como empresas importantes, o próprio BID, que são recursos estrangeiros, que entrarão nos cofres do estado de São Paulo, e que o destino certo, praticamente, desses empréstimos, seja para que você possa privatizar depois os serviços e a estrutura do estado de São Paulo.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, esse é um debate muito importante. Eu vejo que o plenário está esvaziando. Eu queria solicitar uma verificação de presença nesse momento.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Então eu solicito ao deputado Paulo Correa Jr, juntamente com o deputado Carlos Cezar, que faça a verificação de presença das Sras. Deputadas e Srs. Deputados.

 

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- Verificação de presença.

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado quórum regimental, devolvo a palavra ao nobre deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Dando continuidade na minha intervenção, Sr. Presidente. Nós estamos falando de alguns projetos para o estado de São Paulo, como o projeto de recuperação do rio Tietê, à montante da barragem da Penha; projeto de implantação do reservatório de amortecimento Jaboticabal; o projeto Tamoios; o projeto que se apresenta, em relação ao Mais Digital.

Mas, corroborando com uma outra preocupação, do nobre deputado Donato... Quando a gente olha, entre os projetos apresentados, e a gente ouve... Daí temos ouvido, por diversas vezes, o governador Tarcísio apontar, ou pelo menos levantar a possibilidade de fazer estudos em relação à privatização da Sabesp no estado de São Paulo.

Quando a gente olha aqui os projetos que são apresentados pelo governador do estado de São Paulo, ele coloca a Sabesp como um dos itens, também, que vão receber esses recursos, esse investimento ora negociado e acertado entre os diversos agentes financeiros do nosso país, e principalmente agentes financeiros como o BID - Banco Internacional de Desenvolvimento.

Então, a gente olha aqui, no material apresentado pela nossa bancada, e vê que tem um recurso de cinco bilhões de reais, cujos recursos serão aplicados obrigatoriamente na execução total ou parcial de projetos relacionados às áreas a seguir nomeadas aqui: tem a parte que visa à regularização e vazão das águas drenadas e eliminação de enchentes, com vistas ao desenvolvimento de políticas públicas de sustentabilidade no estado de São Paulo.

Aí a gente olha, nobre deputada Bebel, essas recomendações que aqui ora apresenta, mas sem essa questão da Sabesp, que vem aqui: prestar contragarantias à garantia oferecida pela União em operação de crédito externa, a ser celebrada entre a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - Sabesp - e o New Development Bank, a serem obrigatoriamente aplicadas na execução do Programa de Apoio ao Plano de Investimentos Sabesp, o Papis, até o valor equivalente de 300 milhões de dólares norteamericanos.

Então, da mesma forma como o nobre deputado Donato apresenta aqui essa execução que nós teremos da Linha 7-Rubi - em que o governo já aponta que será feita uma privatização da linha da CPTM que liga São Paulo até Jundiaí -, com a Sabesp não é diferente.

Então, nós fomos olhando: há pelo menos duas empresas públicas, hoje, apontadas pelo governador do estado de São Paulo, tanto a CPTM, a Linha 7, como a Sabesp, que o governador vem, de tempos em tempos, colocando que há estudos para privatizar empresas públicas importantes para o nosso estado.

Então, é importante que a nossa bancada, como eu disse, nunca tenha votado contrário a um empréstimo solicitado pelo Governo do Estado de São Paulo. Mas é importante que façamos aqui esta reflexão: nós estamos garantindo empréstimos que serão concedidos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento - BNDES; operações de crédito do Metrô, Linha 6-Laranja, ligando Brasilândia-São Joaquim ao Paraíso; uma outra operação ligando a Linha 5-Lilás do Metrô, Largo Treze a Chácara Klabin; duas operações de crédito para a extensão da Linha 13-Jade, do aeroporto até Guarulhos.

Aqui também um empréstimo junto à Caixa Econômica Federal, que seria uma operação de crédito para a implantação do corredor metropolitano da EMTU, que liga Itapevi a São Paulo.

Há mais de 20 anos, nobre deputada Márcia Lia, que a gente ouve esse debate aqui na Assembleia Legislativa, de fazer o corredor ligando Itapevi a São Paulo. São mais de 20 anos para a execução dessa obra, e não se conclui. E aqui também, junto à Corporação Andina de Fomento - CAF -, uma operação de crédito para a expansão e aquisição de trens da Linha 2-Verde, do Metrô.

Então, é muito recurso para algumas obras importantes para o estado de São Paulo, mas é importante que os deputados, ou as lideranças dos partidos que apoiam o governador Tarcísio aqui na Assembleia Legislativa, também venham a esta tribuna e coloquem a importância que tem esse investimento aqui no estado de São Paulo, o que a bancada do PT tem feito.

Porque nós defendemos a indução do Estado, nós defendemos um Estado forte; nós não defendemos um Estado neoliberal, nós não defendemos o Estado mínimo.

E nós estamos vindo aqui defender que haja esses empréstimos, para fortalecer o estado de São Paulo. E nós somos contrários à privatização da Sabesp, somos contrários à privatização da CPTM, somos contrários a entregar agora a Linha 7 para que seja feito o Trem Intercidades.

Mas é importante ouvir aqui também, das bancadas que defendem o governador Tarcísio, que defendem o Estado mínimo aqui na Assembleia Legislativa, que defendem uma política neoliberal para o estado de São Paulo, qual é a posição em relação aos empréstimos que estão sendo debatidos neste momento.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra a professora Bebel. Está inscrita. Abre mão? Professora Bebel abre mão.

Próximo orador inscrito, deputado Paulo Mansur. Desculpe, deputado Paulo Mansur, antes, porém, a deputada Beth Sahão já estava inscrita. Peço desculpas a Vossa Excelência. Então com a palavra a deputada Beth Sahão para discutir a favor.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, cá estou eu. Estava inscrita à frente do deputado Paulo Mansur. Peço vênia a V. Exa. para ocupar aqui, já que o presidente está respeitando a lista.

Queria dizer que este projeto... Aqui nesta Casa a gente já fez tantas liberações de empréstimos para o Governo do Estado - o deputado Enio que está aqui também no mesmo período que eu estou, com idas e vindas, evidentemente - mas às vezes a gente pensava que, quando o PSDB deixasse o governo, a gente deixaria de estar aprovando empréstimos dessa monta, e para essas finalidades.

E, de repente, a gente vê que a toada segue do mesmo jeito e o governo atual também está apresentando aqui para esta Casa mais um empréstimo, e com um problema ainda maior, a gente não sabe o volume de dívida relacionada aos empréstimos que o Governo do Estado faz.

É uma caixa preta isso. É escuro, a gente não sabe, a gente não consegue identificar, porque o governo não manda, porque não tem transparência. Porque, quando o governo envia para esta Casa um projeto de empréstimo, paralelamente a isso, simultaneamente a isso, ele teria obrigação de enviar também qual é o montante da dívida do Estado contraída para essas finalidades e, no entanto, isso não vem.

Aliás, transparência é um problema para esse governo, e para os anteriores também, e a gente sempre insistiu, inclusive nas nossas emendas, é aquilo que a gente mais insiste.

O representante do governo, o líder do Governo aqui na Casa neste momento diz que vai acatar a sugestão da nossa bancada de colocar nesse projeto uma maior transparência, para que nós possamos acompanhar o encaminhamento, não só da fase de empréstimos, mas também da fase da realização da obra, caso esse projeto venha a ser aprovado aqui pela Assembleia Legislativa.

E essa proposta, sempre, de transparência, via de regra, ela vem sendo apresentada, não só pelo PT, mas pelos partidos de oposição aqui na Assembleia. O governo já devia fazer isso. Já sabe que isso deveria ser uma obrigação do Executivo. Todo projeto precisa ter transparência.

A gente precisa saber, e não só nós, parlamentares, mas a população de uma forma geral precisa acompanhar onde estão sendo aplicados e investidos os seus recursos, e todos sabemos que isso nada mais é do que a privatização do Estado.

Às vezes as pessoas falam assim: “não, mas o Estado tem que fazer isso, o Estado tem que fazer aquilo”. Na verdade, eles invertem tudo isso, e estão privatizando o Estado. Por quê? Porque o governo coloca o dinheiro, que é seu, para financiar uma obra que depois vai ser entregue para o setor privado. Isso é um problema. Isso vale para tudo.

O deputado Donato fez uma belíssima apresentação aqui, com dados importantes, mostrando o volume total de recursos que serão disponibilizados pelo Estado, em uma obra que poderia, às vezes, ser aplicada. Não que nós sejamos contra. Claro que a gente é a favor da melhoria da mobilidade urbana. Não tenha dúvida. Urbana e interurbana, já que uma parte desses recursos serão destinados para fazer uma linha, a melhoria até Jundiaí, e depois de Jundiaí até Campinas, levando passageiros.

Mas os trens da CPTM precisam também transportar os trabalhadores com muito mais dignidade do que é feito atualmente.

Todos os dias, e você foi muito feliz, deputado Donato, em dizer isso, todos os dias tem denúncias nos meios de comunicação. Recentemente, o programa Fantástico trouxe uma matéria muito bem elaborada, mostrando os problemas da CPTM, mostrando inclusive os problemas nas linhas que já foram privatizadas.

Nem sempre, aliás, a gente não é dinossauro aqui. Alguma coisa pode até ser concedida, pode até haver concessão, mas tem muitas coisas em que a concessão é muito pior do que o estado, a não ser que o estado seja muito ineficiente.

E o estado de São Paulo, que é o estado que tem a maior arrecadação do País, deveria dar um exemplo de como se faz um transporte público com recursos públicos, sem ser necessário passar para o setor privado. Esse é o grande debate que teria que ser feito aqui.

E mais do que isso, o Governo do Estado também não respeita esta Casa na medida em que não houve nenhuma audiência pública para poder esclarecer, ponto a ponto, esse empréstimo.

Não é um empréstimo de 100, 200 mil reais, é um empréstimo que pode totalizar 12 bilhões de reais. É isso, deputado Donato, 6 ou 12 bilhões de reais. Hoje são seis, mas somado a outro vão totalizar, no fim das contas, 12 bilhões de reais. É bastante dinheiro, 12 bilhões de reais.

Então, esses recursos precisam ser pormenorizadamente, detalhados e apreendidos, não só por esta Casa, mas por todos aqueles que se interessam com a forma como o dinheiro público é gasto.

Então, nós vamos acompanhar essa votação, a nossa bancada, vamos ver se o governo vai conseguir trazer os seus 48 votantes aqui, neste final de tarde, começo de noite deste dia de hoje, para ver se o governo, de fato, consegue os 48 votos para aprovar esse projeto.

E eu queria emendar essa minha fala aqui, Sr. Presidente, com uma preocupação. Eu sou da Comissão de Saúde, dentre outras comissões de que eu faço parte, e hoje o secretário Eleuses, aliás, foi muito gentil em ter comparecido à Comissão de Saúde, trouxe lá um balanço do seu quadrimestre à frente da secretaria.

Apresentou vários dados, mas nós precisamos estabelecer uma regra aqui, e aqui está o líder do Governo, não só em relação à Comissão de Saúde, mas os secretários têm vindo às comissões e têm tomado um tempo muito grande nas suas apresentações, dificultando a intervenção de deputadas e de deputados.

Hoje mesmo a gente mal conseguiu gastar, vamos dizer assim, os dez minutos a que nós temos direito, nós tivemos que reduzir a nossa intervenção para cinco minutos na Comissão de Saúde, com muitos questionamentos.

Todos sabemos que a Saúde é um problema muito sério, a população coloca sempre a Saúde como sua principal preocupação e a gente, quando tem a oportunidade de estar junto ao secretário, de questioná-lo sobre os diferentes procedimentos que são utilizados pela secretaria, temos que restringir o nosso tempo, porque a apresentação é muito grande.

Então a gente precisa tomar uma medida, Sr. Presidente. Ou dividir essa vinda de secretários em duas vezes, talvez seja essa uma medida, ou reduzir a apresentação do secretário.

Talvez uma vinda dos secretários em duas vezes, em duas reuniões, possa ser melhor, porque assim ele não deixa de trazer nada do que ele gostaria de apresentar. Ou ela, evidentemente, depende da secretaria, e nós também não deixamos de trazer as nossas preocupações e os nossos questionamentos.

A gente queria falar sobre muitas coisas ali, como, por exemplo, os mais de 20 bilhões de déficit que as Santas Casas e hospitais filantrópicos apresentaram no último ano e como a Secretaria Estadual de Saúde vai fazer para ajudar a resolver esses problemas, já que elas são instituições importantíssimas, sobretudo no atendimento de média complexidade.

A gente queria questioná-lo também sobre programas específicos, como por exemplo, o programa de saúde da mulher, a gente queria saber como está a preocupação da secretaria diante dessa febre maculosa que está acontecendo na cidade de Campinas; se isso está circunscrito à cidade de Campinas ou se é uma preocupação que a secretaria vai ter que ter e adotar, inclusive, medidas preventivas para todo o estado de São Paulo.

A gente tem que lembrar que tínhamos a Sucen, que era uma autarquia do estado, um braço importante no combate a essas epidemias e a todos esses problemas. A Sucen, infelizmente, no governo anterior, do governador Doria, foi extinta.

Foi transformada em um departamento da Secretaria Estadual de Saúde. Isso acaba prejudicando quando acontece esse tipo de problema que preocupa toda a nossa gente, a nossa população. Fazem falta os técnicos tão experientes da Sucen, que ajudavam os municípios no combate e no enfrentamento a essas doenças.

Então, tem uma série de questões que a gente gostaria muito de poder apresentar ao secretário e ouvir as suas respostas, mas a gente não consegue.

Por acaso, passei na Comissão de Educação presidida pela deputada Bebel. Estava muito cheia. Parabéns, deputada Bebel, pela forma como a senhora conduziu a reunião com a presença do secretário da Educação.

Também me parece que teve esse problema. Embora tenha ficado um pouco só, eu senti também que a apresentação dele foi muito extensa, o que acaba cerceando o direito regimental de deputadas e deputados se manifestarem.

Então, precisamos encontrar uma alternativa para isso. Eu falo pelas comissões de que participo. A gente precisa ter oportunidade também, já que é raro. Nem sempre a gente consegue as audiências nas secretarias, nem sempre a gente consegue a presença de secretárias e secretários aqui na Casa.

Portanto, quando eles vêm, é obrigação deles falarem sobre suas realizações e é nossa obrigação questioná-los, indagá-los naquilo que consideramos que seja importante para o interesse de toda a população paulista.

Por ora é só, Sr. Presidente.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, agora, sim, com a palavra o deputado Paulo Mansur.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento o senhor, presidente, e todos os deputados aqui presentes.

Quero falar que tenho uma empresa na cidade de Campinas, tenho uma empresa na cidade de Santos, conheço muito bem essas cidades. Os meus assessores, a maioria deles, são de Campinas e do litoral paulista.

Eu vejo a dificuldade que é vir de Campinas até São Paulo. Eles vêm diariamente ao meu gabinete, de lá, muitas vezes ficando duas horas no trânsito e gastando 30 reais somente de pedágio, fora a gasolina.

Então, o que o governador Tarcísio está propondo, o trem intercidades, é um sonho do campineiro. Esse sonho, ele está colocando agora para se tornar realidade nossa. Isso vai mudar totalmente a situação das pessoas que moram no interior do estado. A gente sabe que ele não vai parar só em Campinas, mas em diversas outras cidades em volta.

Então, isso vai gerar emprego, vai gerar facilidade para as pessoas que moram em Campinas virem para São Paulo, para trabalhar, como os meus assessores que vêm diariamente, vai gerar turismo no futuro.

Não é no primeiro momento que a gente está pensando em turismo; agora é um momento em que a gente está pensando em mobilidade, porque você vai vir de Campinas para São Paulo em uma hora e vai pagar cerca de 60 reais nesse trajeto.

A gente vai ter ali um investimento do poder público gerando o quê? Gerando emprego, que são mais de 10 mil empregos gerados, você vai ter uma diminuição do CO2 com os carros.

Você tem uma rapidez nos transportes, gerando uma série de eficiências. Você tem também uma ligação de Campinas-São Paulo, que são duas metrópoles, e realmente isso é um sonho do campineiro e do paulista.

Até porque lá em Campinas você tem muitas empresas, muitas indústrias na cidade e isso com certeza vai alavancar diversos outros negócios. A gente tem também a ligação seca Santos-Guarujá e quem é de lá sabe: as pessoas quando passam um final de semana no Guarujá, para saírem da cidade demoram duas horas no trânsito.

Essa ligação seca é falada desde a época de quando o governo era do Maluf, que existia, e agora o Tarcísio está fazendo esse sonho para a pessoa que mora na Baixada Santista, para o santista, realidade.

É isso que a gente quer, um governo que faça, e o governador está pondo essa diferença para o estado de São Paulo. Ele arregaçou as mangas e está fazendo. Eu conversei com o Rafael Benini na Secretaria de Investimento para perguntar como que isso daí sairia do papel, porque o empresário tem medo de investir. Ele tem medo de investir por garantia.

Como é que o empresário vai fazer uma PPP, vai fazer qualquer investimento dentro do estado pensando que daqui a quatro anos muda o governo e ele não vai receber esse dinheiro? São 30 anos de contrato.

Então é preciso ter garantia para o empresário investir e com isso que a gente está fazendo vai dar conforto para os empresários virem em novembro para disputarem a licitação.

E esse investimento do Governo do Estado é para a infraestrutura em volta do trem intercidades. Ou a gente não vai precisar de infraestrutura? A gente vai deixar toda essa passagem de trem ao deus-dará?

E é engraçado que a esquerda fala como que querendo colocar pelo em ovo mesmo, sabe? Querendo trazer uma situação aqui que realmente não existe. Ainda nem entrou, ainda nem teve a licitação.

Então tem muita água para rolar, mas o importante é a gente pensar na população, porque quando a gente faz uma parceria público-privada, precisa ser bom para o estado, precisa ser bom para o empresário e precisa principalmente atender a nossa população que está ali na ponta, que está sofrendo diariamente, querendo não passar duas horas e meia para chegar até São Paulo e com esse metrô rapidamente chegar até aqui em uma hora pagando um preço justo.

É isso que está para sair do papel aí há 30 anos sendo falado e não sai. E agora que o governador Tarcísio coloca em pauta querendo trazer garantias para os empresários para trazer eles para cá, a gente vai começar essa discussão de querer falar mal de algo que nem chegou ainda.

Vamos deixar andar, vamos deixar as coisas acontecerem, porque é isso que o nosso estado de São Paulo precisa. E o que é o mais legal de tudo isso é que eu converso com o Rafael Benini e eu vejo como ele é uma pessoa técnica, como ele sabe o que ele está fazendo realmente. E é isso, é buscar empresas para o nosso estado de São Paulo para gerar riqueza, para gerar renda.

Ou não vai gerar riqueza para o nosso interior do estado de São Paulo o trem intercidades? É claro que vai gerar riqueza. Então eu fico aqui trazendo esse lado do governo Tarcísio que tem sim se preocupado com a população, querendo tirar obras do papel, querendo buscar parcerias público-privada, que é isso que a gente precisa no nosso estado de São Paulo.

Obrigado.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O senhor me dá um aparte?

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - Dou uma palavra, dou um aparte.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Um apartezinho V. Exa. me concede?

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - Sim.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Parabenizar pelo seu discurso, a fala, mas eu queria aqui também... Só um pequeno detalhe quando V. Exa. fala de Campinas, ser um funcionário que mora em Campinas.

Eu também moro em Campinas e esse final de semana aconteceu um fato meio triste e desagradável quando o presidente da República lá num estado do norte, fez uma fala muito ruim contra o prefeito de Campinas.

Em outras palavras, ele até dizia que o prefeito não era humano, porque passaram uma informação equivocada para o presidente, eu não o culpo, porque com certeza a informação que chegou para ele foi uma informação errada, equivocada, dizendo que o prefeito de Campinas estava construindo casas de 15m² para a população de Campinas.

E o presidente da República, lá na sua fala, até no lançamento do “Minha Casa Minha Vida”, se não me engano foi no Pará, Maranhão, ou algo assim, ele falou uma crítica muito contundente, e no final, ele dizia: “Esse prefeito não é humano”, sem saber a verdadeira história.

Então, só para deixar clara a verdadeira história aqui: essa população nesse bairro é uma área ocupada, em que houve reintegração de posse, que tiveram que sair; o prefeito, junto com o Ministério Público, Tribunal de Justiça, associação de moradores, arrumou um outro terreno.

A princípio, era para dar terrenos para essas pessoas construírem. Foi doado pela Prefeitura, a Prefeitura, além do mais, colocou água, luz, asfalto, no local, e a própria associação de moradores pediu para eles fazerem o começo, para dar o start para eles poderem construir.

A associação de moradores que pediu para que fossem feitos, construídos, aqueles 15 metros apenas para eles começarem. Então aquilo não é programa de governo, não é programa de habitação da Prefeitura de Campinas; aquilo é um acordo com a associação, Ministério Público, Tribunal de Justiça e todos os envolvidos.

Então, infelizmente, a fala do presidente Lula foi muito infeliz. Mas eu quero dizer, não vou culpá-lo porque acredito que ele é mal assessorado e a assessoria dele passou a informação errada.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - Obrigado, Gilmaci. Realmente, a gente tem a esquerda às vezes querendo desconstruir fatos. A gente não pode deixar o trem intercidades um elefante branco.

A gente precisa que ele dure realmente 30 anos. Então a concessão pública, ela precisa ser estudada, ela não pode do nada ir lá, fazer a licitação, “olha, entregamos a obra, entregamos o trem intercidades e está bom, está bonito, votem em mim”. Não é assim.

Não é assim que funciona, a gente precisa pensar em um futuro para a população. Para ter esse futuro, é preciso planejamento. Dentro desse planejamento, tem tudo isso que é organizado para não fazer termos um elefante branco que seja o trem intercidades que ninguém use daqui a três ou quatro anos.

Então realmente é preciso ter investimento do governo. Mas ele sabe, sim, que isso é algo que vai gerar receita, vai gerar renda, vai gerar riqueza, vai gerar turismo, e é por isso que tem essa preocupação do governador Tarcísio de fazer realmente o trem intercidades ligando, nesse primeiro momento, Campinas a São Paulo, depois São Paulo à Baixada Santista, num futuro, São Paulo a São José dos Campos. Então é algo que a gente precisa fazer dentro do nosso Estado e que vai virar um case para todos os estados do Brasil.

Isso que é importante: a gente trazer esse apoio ao nosso governador Tarcísio e a toda a base dele, ao Rafael Benini e a todos os nossos secretários de investimento, também à nossa supersecretária do Meio Ambiente, com quem eu até estive conversando, e ela expôs o sentimento do governo, que é a preocupação de trazer realmente os investimentos para o Governo do Estado de São Paulo, para trazer os empresários com garantia para cá.

É isso que o nosso governador está fazendo ao trazer esse projeto para a nossa Assembleia Legislativa.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, tem a palavra a nobre deputada Ediane Maria.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma pequena comunicação.

 

O SR PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental. Tem dois minutos Vossa Excelência, enquanto a deputada Ediane Maria se dirige à tribuna.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada, Sr. Presidente. Eu tenho muito respeito pelo deputado Gilmaci, assim como tenho respeito às diversas posições políticas que esta Casa tem.

Agora, eu quero dizer, deputado Gilmaci, que não foi o presidente Lula o negacionista, por exemplo, de doenças, de vacinas, enfim, da ciência nesse País, não é?

Acho importante a gente também refletir o que não foi certo em outro governo, porque simplesmente vir no microfone e “olha, ele foi mal assessorado porque disse isso e isso”. Nós ouvimos por quatro anos tantas coisas que foram ruins de serem ouvidas, mas a gente resolveu isso nas urnas.

Quem sabe daqui a dois anos os senhores resolvam nas urnas e não vir aqui toda hora no microfone meio que só apontando um lado, e o outro lado por quatro anos, ou mais até, nós ouvimos tanta coisa triste da boca de um presidente, não é, deputada Ediane? Tanto negacionismo, tanto desrespeito com as pessoas.

Então, é bom refletir também sobre isso, deputado Gilmaci, com todo o respeito que eu tenho por Vossa Excelência.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra a nobre deputada Ediane Maria.

 

 A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Boa tarde a todos os funcionários desta Casa. Boa tarde, Srs. Deputados, Sras. Deputadas.

Hoje a gente está aqui falando de mais aquelas coisas que vêm para nós como uma pressa, é sempre muita urgência. A gente acabou, em cima de um debate que nós iríamos falar sobre um projeto, falando de vários assuntos.

Eu gostaria muito, inclusive, de viver esse mundo e esse universo... Eu acho que todos nós aqui que somos militantes, que lutamos há tantos anos para que de fato os trabalhadores tenham os direitos assegurados, quando a gente escuta alguns deputados falando a gente fica até imaginando, primeiro, em que mundo que vivem. Não sei se está andando na periferia, não sei se está conversando com os movimentos, não sei qual é a realidade.

Mas, pois bem, a gente viu aqui o deputado Paulo Mansur, vou até tocar no seu nome deputado, me desculpe, mil perdões. A gente viu o senhor falar de tantas coisas e o mundo seria muito mais belo, creio eu, se a gente tivesse, se todos tivessem as condições que o senhor tem, inclusive para estar atuando politicamente.

Então, eu vou ler aqui: Em 2013 - olha, 2013! - a Alesp aprovou o projeto de lei que previa a autorização para a realização de empréstimo no valor de até - é até difícil falar esse número, viu gente?

Dá até um apagão assim na cabeça porque eu nunca vi isso - um bilhão e 550 milhões de reais para a obra destinada para o projeto do trem regional São Paulo-Campinas.

E nós estávamos na última sexta-feira, alguns deputados desta Casa, junto com o deputado federal Guilherme Boulos. Fomos acompanhar esse projeto, essa concessão de uso da ViaMobilidade, onde nós encontramos várias falhas.

Quando o deputado Donato colocou aquele slide... Eu adoro slide, porque não é aquele slide do Dallagnol que a gente acompanhou, que era um slide de fake news e história.

Eu acho que ele vivia num mundo perturbado de que não tinha noção do que estava falando. Então, eu gosto dos slides que vêm com conteúdo, com pesquisadores, que escutam a população. Esses slides me interessam.

Então, vamos lá. Lá em 2013, houve esse pedido, essa liberação de um bilhão e meio. Agora em 2021, lógico, com muita pressa do governador do estado de São Paulo, Sr. Tarcísio, vem mais um pedido de cinco bilhões que iria juntar com esse um bilhão e meio. Ou seja, um total de seis bilhões e meio.

Você imagina: “Não, acho que agora finalmente, pela pressa da Casa, pela pressa do governador, vai sair do papel e de fato vai chegar esse trem, que assim desenhando por alguns deputados vai vir de Campinas para São Paulo em uma hora e meia, uma hora.”

Gente, vamos voltar para a realidade: Para quem mora em Santo André, Região Metropolitana de São Paulo, demora duas horas, quase três horas para chegar aqui no Ibirapuera. Então, é bem demorado, é bem longe. Esse seria o mundo que a gente sonha, que desenhamos e lutamos todos os dias.

Então, quando a gente coloca nossas emendas para que de fato tenha transparência, para que nós consigamos acompanhar, para que a sociedade consiga acompanhar para onde está indo todo esse dinheiro.  E você imagina o seguinte: “O estado de São Paulo é rico, mas ele quer fazer os empréstimos da vida.” Não, é?

Vamos imaginar um empréstimo: Eu, como mãe solo de quatro filhos, que tive que trabalhar a vida inteira como doméstica, você imagina, primeiro que o banco nunca nem sequer liberou, viu deputado Gil, nunca nem sequer liberou nenhum empréstimo para mim, nunca nem tive esse direito.

Aí você imagina, se você pega um empréstimo você sabe para onde você vai investir. Se a gente não tem clareza para onde vai esse empréstimo, por que nós iremos assinar? Por que nós iremos autorizar, se esse trem, se for de fato investido, essa verba, esse dinheiro se for investido de fato, viu Gil? Se for investido de fato, vai demorar sete anos para que esse trem chegue. Olha, sete anos, hein?

Então, por que a pressa tão grande, sendo que a gente viu que no projeto existem várias coisas que vão ser destinadas para Habitação, para Saúde, para moradia.

Então, nós queremos que pelo menos esse um bilhão e meio de fato vá para o trem, que de fato a gente consiga acessar. Meu sonho é poder entrar num trem aqui e chegar ao interior de São Paulo.

Olha que esse trem não chegou nem sequer em Diadema, esse trem não chegou em São Bernardo, esse trem não chegou em vários lugares, e nós estamos vendo essa concessão de uso, entregando tudo para a ViaMobilidade.

ViaMobilidade essa que a gente vê que dia sim, dia também, nós vemos trem descarrilhando, falhas direto, trabalhadores tendo que justificar todos os dias. Vocês imaginam todos os dias ter que justificar que chegou atrasado porque deu uma falha, deu um problema no trem?

As Linhas 8 e 9 estão assim entregues na mão da ViaMobilidade. Então, olha hoje, entendendo que não deu certo, que não dará certo, nós estamos aqui para fazer essa denúncia, para dizer que quando várias vezes a gente é: “Ó, estão correndo, não querem votar, votem.”

A gente não quer votar, porque a gente sabe que os trabalhadores serão prejudicados. A gente sabe muito bem que votar a favor desse projeto é estar simplesmente fazendo com que os trabalhadores não tenham direito, e que de fato mais uma vez a gente está ajudando para que eles escondam a realidade do povo.

Então, nós queremos que tenha, sim, uma fiscalização para onde está indo esse dinheiro, onde está sendo investido, porque cada centavo, cada trabalhador que está em casa nesse momento a gente recebe o salário mínimo, a primeira coisa é: para onde vai o salário?

Vou pagar aqui meu aluguel, vou aqui comprar alguma coisinha para comer, vou pagar minha água, vou pagar minha luz. Tudo isso está ali bem escrito, porque nós não podemos nunca esquecer que se a gente esquece de pagar o aluguel automaticamente vamos parar no meio da rua.

Então, são esses olhares que são necessários. Então às vezes a gente tem que passar assim um bê-a-bá, sabe? Sabe, Rômulo? A gente tem que pegar e desenhar, Monica Seixas, desenhar para eles, e falar assim: “Ó, vamos lá, gente, não é assim, nós não somos um cheque em branco”.

Nós queremos a realidade, nós queremos saber para onde está indo esse dinheiro, para onde vai e como isso vai ser investido, quem vai pegar esse cheque. Então, são esses olhares e são essas as nossas preocupações.

Muito obrigada. Está vendo, Professora Bebel? A gente chama o secretário de Educação e ele vem e não deixa nem a juventude falar? Que é isso? Em que sociedade a gente vive que a gente não pode sequer se manifestar e fazer uma pergunta?

Ou seja, a gente está recebendo aqui, pedindo às comissões da Assembleia fazerem os convites para os secretários virem, secretária da Mulher, da (Inaudível.) Educação, e aí quando eles vêm aqui eles fazem um slide de fake news, porque a maioria, esse mundo que a gente sonha, que eles interpretam, ali quase uma hora de fala para que a gente não consiga fazer nossas perguntas, nem deputados, nem as pessoas que estão acompanhando.

Então, uma vergonha mais uma vez.

Um aparte? Pode, pode fazer.

 

O SR. MAURICI - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - O aparte é só para dizer o seguinte: eu ouvi agora há pouco o deputado Gilmaci vir aqui no microfone de apartes, e depois de falado o belíssimo projeto habitacional que a Prefeitura de Campinas está fazendo, que é entregar uma unidade de 15 metros quadrados para uma família de sete, oito pessoas habitarem, ele encheu a boca para falar que o presidente Lula é mal assessorado.

Bom, primeiro o deputado Gilmaci não falou... Ah, falou, sim, falou que a prefeitura vai asfaltar, vai colocar água, luz. Ele só não disse que tudo isso vai ser cobrado da pessoa que vai ocupar a casa. Isso ele não disse.

Agora, com relação a ser mal assessorado, eu fico me perguntando: nós estamos aqui falando do empréstimo que é fundamental para o Governo do Estado. Não é isso? Será que a assessoria do governador, sua bancada de sustentação vai conseguir colocar 48 deputados e deputadas aqui para votar esse projeto?

O que diria o deputado Gilmaci da qualidade dessa assessoria e dessa sustentação, se ele estendesse um pouquinho mais a fala dele? Então, como o deputado Gilmaci é um cristão, eu quero lembrar uma passagem da Bíblia que diz o seguinte, tira primeiro a trave do teu olho para depois tirar a trave do olho do teu irmão.

Só isso. 

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra, para discutir contra, o deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente, nobre deputado André do Prado. Cumprimento os deputados presentes nesta sessão.

Presidente, eu me inscrevi para falar contrário, porém, usei mais uma vez o que nós aprendemos com as bancadas de esquerda, utilizar o Regimento para fazer o uso da palavra. Mas eu peço aqui o voto, a colaboração dos nobres deputados, assim como o Partido dos Trabalhadores vai fazer também, como sempre fez, de votar a favor de empréstimos.

Eu nunca vi o PT, pelo menos nos quatro anos que eu estou aqui, votar contrariamente a um empréstimo. E eu acredito que hoje não será diferente, então, já de antemão, eu agradeço aqui aos nobres deputados do Partido dos Trabalhadores esse voto de confiança, mais um voto de confiança no Governo de Tarcísio Gomes de Freitas.

É interessante a fala do deputado Maurici, citando inclusive a Bíblia sagrada - é muito importante que ela sempre seja citada aqui, neste plenário -, mas para refutar o deputado Gilmaci.

Olha, nós temos problemas aqui em São Paulo? Sem dúvida nenhuma. Agora, o que nós estamos vendo no governo federal é, diria, não um terremoto, mas uma catástrofe sem fim.

Dizem agora que a esposa do presidente tem poder de veto no Governo. Tem poder de veto, deputado Gilmaci. Ela está mandando ali em ministro, ela está dizendo o que pode e o que não pode ser dito nas comunicações do governo federal. E isso tem jornalista de esquerda ou de extrema esquerda denunciando nas suas redes sociais. É um desgoverno absoluto.

Outro dia vi o deputado federal Guilherme Boulos, o PT está falando agora desse empréstimo aqui, que é para esse Trem Intercidades, vi o deputado federal Guilherme Boulos nos trens aqui, na Região Metropolitana de São Paulo, tomando um pito de um usuário.

O nobre deputado Guilherme Boulos, candidato do PT à Prefeitura de São Paulo. Pela primeira vez, desde que eu me entendo por gente, o PT não lançará candidato na cidade de São Paulo e será um puxadinho do PSOL. Com toda certeza, a bancada do PSOL agradece a colaboração.

O deputado Guilherme Boulos dizia o seguinte, ele não está muito afeito a pegar um trem. Convenhamos, burguesia paulista, alta burguesia paulista, filho de papai, foi alimentado no Danoninho, jogava bolinha de gude no carpete da vovó, os pais “uspianos”, professores.

Ele chega no trem, “olha, hoje está maquiado isso aqui, hoje tem vários trens da linha, não está lotado”. Que bom, não é? Que bom que tinha vários trens atuando ali, que a população não estava apertada.

O cidadão naquele trem diz para ele: “Olha, o trem aqui está funcionando, mas o senhor poderia ir a Guaianazes, lá em Guaianazes é que o bicho está pegando, que o pau está torando. O que o senhor está fazendo aqui?”

Aí o Boulos chama a pelegada, chama o pelego dele, que está ali no meio, “vem cá, vem cá”. O pelego entra no meio, corta a fala do cidadão, só que, senhores, estava sendo filmado o pito que o Boulos tomou em um trem aqui, em São Paulo.

E é esse pessoal que quer tomar conta da nossa cidade. É esse pessoal que vem criticar agora projetos como do governador Tarcísio. Olha, o presidente Lula, com a sua base aliada no Congresso Nacional, está difícil. E aqui em São Paulo, a sua base aliada aqui em São Paulo, na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal, vai ter que se dobrar também às vontades de Guilherme Boulos. Olha, quem diria!

Quem diria, senhores, que o PT não lançará um candidato, e apoiará a sua costela, o PSOL. A gente precisa lembrar que o PSOL é uma costela do Partido dos Trabalhadores.

Então é uma união umbilical, desde a sua origem. Mas não quero tomar muito mais tempo aqui. Mais uma vez, reforço. Peço aos deputados que votem favoravelmente a esse projeto, que deem o quórum regimental.

Provavelmente o Partido dos Trabalhadores vai pedir verificação de presença. Por mais que votem favorável a nós, vai pedir a verificação de presença. Então nós precisamos, nesse momento, colocar a nossa digital. E, nesse projeto, que é um bom projeto para o estado de São Paulo, nós precisamos, Barros Munhoz, nosso decano, aprová-lo.

Por fim, também é importante só deixar claro ao plenário. Foi muito citada aqui a visita do secretário de Educação, Feder. Veja, não foi convocado. Ele fez, até onde entendi... A deputada Bebel pode me corrigir. A deputada Bebel, presidente da Apeoesp, presidente da Comissão da Educação, fez um convite ao secretário, que ele aceitou.

Ele, de antemão, vem, diz que ele pode permanecer, por vários compromissos, aqui na Assembleia Legislativa, por 1 hora e 30 minutos. Então faria a sua explanação. Inclusive, enxugando a sua explanação. Usaria muito mais tempo do que utilizou. E que conversaria, falaria, sim, com os deputados.

Então precisa ficar ao plenário que hoje o secretário não veio a uma audiência pública, discutir, debater com as entidades, com os estudantes. Ele veio prestar esclarecimentos a esta Casa. Prestar esclarecimentos da pasta que ele conduz, no Executivo paulista. E assim o fez. Ao final da sua fala, ele abriu para os deputados. E alguns deputados colocaram as suas posições.

Deputada Bebel falou. Deputado Giannazi falou. Este deputado falou também, usando o tempo regimental do colega Bragato, a quem eu agradeço muito. Deputado Lucas Bove falou também. O secretário, gentilmente, disse que ficaria 1 hora e 30. Ficou praticamente duas horas. O combinado não sai caro. Nós combinamos isso de antemão.

Havia vários deputados que queriam fazer uso da palavra também, e não fizeram. Os deputados que usaram a palavra poderiam ter dividido o seu tempo. Em vez de falar 10 minutos, falado dois minutos, e passado a palavra para os outros deputados. Não: os membros titulares da comissão usaram o tempo regimental de 10 minutos. Praticamente 40 minutos, desses quatro deputados falando.

Daria para dividir para os outros também. Não foi feito dessa maneira. E ao final, quando nós iríamos encerar a sessão da Comissão de Educação, com o secretário respondendo os questionamentos dos parlamentares, e já se colocando à disposição, para, aí sim, fazer uma audiência pública, alguns estudantes pediram a palavra. Queriam falar ao secretário.

Senhores, vocês conhecem, vocês sabem como funciona. Novamente, nós cumprimos todo o acordado. Nós cumprimos tudo aquilo que fora dito anteriormente à reunião da Comissão de Educação. Vocês conhecem este deputado. Obviamente, outros deputados também. Deputado Lucas Bove estava lá, deputado Gilmaci, outros deputados estavam presentes ali.

Nós não permitimos que a palavra fosse aberta a aqueles estudantes. Alguns estudantes que inclusive bateram na mesa, querendo usar a palavra. Não era uma audiência pública, Bebel.

O secretário veio, fez o que tinha que ser feito - esclarecer sobre a pasta, como ele combinou conosco. E ao final, aqueles estudantes, fora do Regimento, da norma regimental, queriam, senhores, utilizar a palavra.

Nós não permitimos. O secretário se colocou à disposição para, num próximo momento, vir aqui à Assembleia... Foi assim mesmo, Bebel; foi dessa maneira que eu estou narrando. E os deputados... Presidente, está me interrompendo aqui no microfone de aparte.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra, o deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Obrigado, deputado, nosso presidente André do Prado. Nós fizemos aquilo que foi combinado. Olha: quatro deputados falaram por 10 minutos. Poderiam ser, deputado Barros, oito deputados falando por cinco minutos. Daria tempo. E vejam: depois do alvoroço, digamos assim, o secretário, deputado Rafael, ficou na comissão e respondeu aos deputados. Não levantou e saiu andando. E poderia ter feito isso, deputado Conte Lopes, porque o tempo combinado nesse momento fora cumprido. Não o fez; ficou muito mais tempo.

Então, a gente deixa registrado aqui, porque os deputados estão colocando como se o secretário tivesse vindo aqui à Assembleia, falado o que quis falar, usado ali as suas projeções ao léu, levantado e ido embora.

E não foi isso o que aconteceu. Eu sei que vários deputados aqui têm várias críticas; têm os seus pedidos, as suas solicitações. Mas nós precisamos ser justos, neste momento, com o que aconteceu nessa tarde.

E foi justamente isso que aconteceu nessa reunião. Inclusive, deputada Bebel, a senhora é prova de que tentei fazer a minha inscrição; fiz a minha inscrição. E, no momento em que eu iria utilizar a palavra, abri mão do meu tempo para que os membros titulares da comissão assim falassem.

Porque eu não sou membro titular; estava lá como deputado. É regimental também: nós temos cinco minutos; os titulares têm 10 minutos. Abri mão e, ao final do tempo, pedi gentilmente ao deputado Bragato que desse um aparte do seu tempo para que eu pudesse fazer ali as colocações.

Elogiei a vossa condução. Elogiei a plateia que estava lá - vários professores, coordenadores, estudantes. Disse ali da postura deles em querer, deputado Barros, ouvir o secretário.

Pela primeira vez, eu participei de uma comissão como essa, com o secretário falando ali e o pessoal lotando o plenário, ouvindo, com disposição a ouvir o secretário. E olha que tem um pessoal que é do barulho. Então, no final, nós estávamos nos encaminhando, deputado Bragato, para o final, e houve ali aquele alvoroço.

O secretário se colocou, mais uma vez, à disposição deste Parlamento. Disse - se comprometeu com a deputada Bebel - que virá aqui, numa próxima oportunidade, para uma audiência pública.

Aí sim as entidades vão falar, aí sim os estudantes falarão também. Mas a postura daquela estudante, naquele momento, foi uma falta de respeito, inclusive - a meu ver, obviamente - com a condução da Professora Bebel, que conduziu muito bem aquela reunião.

Era o momento de o secretário responder aos questionamentos dos deputados e, fora do Regimento, a estudante tentou utilizar da palavra. E estes deputados, cumprindo, presidente, o Regimento, não permitiram. Foi exatamente isso o que aconteceu.

Muito obrigado pela tolerância, presidente.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputada Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Eu quero uma comunicação. Eu quero dizer, deputado Gil, que a gente teve, tanto eu como o deputado Lucas Bove, o pleno controle daquela reunião. Nós tivemos o pleno controle. É natural que um estudante...

Como eu estou acostumada com movimento social, eles se levantam... Mas se não tivesse também tanto “não vai falar, não vai não sei o que, não vai isso, não vai aquilo”... Isso leva o estudante - a gente sabe, todo mundo sabe como estudante é - a querer fazer o enfrentamento.

Mas, de forma tranquila, nós conseguimos dizer para eles que não, que haveria um outro momento de uma audiência. O secretário se comprometeu, sim, a fazer uma audiência com as entidades do Magistério, mais as entidades estudantis e os deputados, para debater a questão que não era um objeto do olhar dele, mas do olhar de cada um que ali estava.

 Então quero dizer que não tem esse caráter tão negativo que o deputado Gil Diniz está falando, pelo contrário: teve começo, meio e fim, inclusive com encaminhamento. O encaminhamento é este que estou relatando para Vossa Excelência.

No mais, acho que tudo esteve sob controle, e as pessoas puderam ouvir e entender inclusive os questionamentos que eu fiz, o questionamento que o deputado Giannazi fez, o questionamento que o deputado Lucas Bove fez, enfim, e o próprio Gil Diniz.

Então eu acredito que nós demos conta, a Comissão de Educação e Cultura deu conta, sim, de tocar aquela reunião, quer dizer, audiência, que era por força do Art. 52-A, e ele esteve presente.

É isso, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra, para discutir a favor, a deputada Monica Seixas.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, Sr. Presidente, para uma questão de 10 segundos, só para registrar aqui.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para uma comunicação, V. Exa. tem a palavra.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu acabei esquecendo de citar aqui a fidalguia do deputado Carlos Giannazi, que parecia um lorde inglês hoje na Comissão de Educação, tratou com muito decoro e com muito respeito o nobre secretário Feder na comissão.

Então quero deixar registrado, porque eu acabei esquecendo de citá-lo na minha fala na tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está registrado. Com a palavra agora a deputada Monica Seixas, para discutir a favor.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - O deputado Carlos Giannazi é mesmo um deputado muito educado, gentil e preparado, que nos orgulha muitíssimo, inclusive, mas, quando tem que fazer as batalhas, faz, assim como vários outros aqui.

Gil, quando você furou a fila se inscrevendo contrário embora seja favorável, eu não estava reclamando de o senhor furar a fila. É legítimo, é regimental, precisa falar antes.

Eu estava dizendo que o senhor comeu metade da minha fala, porque eu ia começar dizendo que tem que valorizar muito o Paulo Mansur, porque me parece que ele é o único que tem coragem de subir aqui para defender o governo. O único, o único.

Eu estava conversando aqui com os colegas, e me parece que o governo, se não contar com a nossa boa disposição, não consegue aprovar a matéria aqui. Então a gente votou favoravelmente, porque como que vai ser contra reajuste de servidor, como é que vai ser contra o salário mínimo paulista?

A gente vai batalhando aqui pelas reduções de danos, mas, se contassem só com o lado de lá, o governo Tarcísio estava ferrado, essa é que é a verdade, porque o único que tem tido coragem de levantar e vir aqui fazer alguma batalha em nome do governo Tarcísio é o deputado Paulo Mansur. Ainda que eu discorde veementemente de tudo, a gente está falando de política, e saúdo o senhor.

Tem uma questão sobre identidade ideológica que o senhor conhece muito bem. Eu sei que o senhor é bastante ideológico também. Identidade ideológica, nos confundem no campo progressista porque a gente tem acordo que moradia digna, com dignidade, é um direito básico prioritário; a gente tem acordo na defesa da Educação pública, gratuita e de qualidade; a gente tem acordo na defesa dos LGBTs e a gente tem acordo de discutir, às vezes abrindo mão de interesses individuais, pelo bem dos interesses coletivos.

Não tem problema confundir o PT com o PSOL quando a gente faz as mesmas defesas aqui. Não tem problema para a gente, mas, se você quer dizer que a gente nasceu da costela do PT, eu preciso dizer que o senhor nasceu da minha. Estou aqui gastando a tribuna para a gente aprender junto este Regimento.

Saúdo a sua coragem de vir aqui provocar a esquerda para não sair batido que o governo, a base do governo nem se mexe para defender o governo Tarcísio. Saúdo a sua evolução regimental, mas só cuidado com as fake news, porque o senhor fala uma coisa, a sua base repete, e aí a gente passa por vergonhas do tipo confundir dispositivo com artigo. É vergonhoso.

Dispositivo pode ser o Código Penal, dispositivo pode ser o ECA, dispositivo pode ser o Estatuto do Idoso, que o Suplicy já usou aqui para pedir questão de ordem, ou pode ser até uma falha técnica.

Eu posso pedir uma questão de ordem para dizer que o meu microfone não está funcionando, ou para perguntar para o André do Prado, como outras vezes eu falei: “presidente, qual é o entendimento quando a liderança não concorda sobre o levantamento da sessão?

Eu posso gritar sobre qualquer lugar do plenário?”. E ele me respondeu: “não, do microfone”. “Mas e se eu não conseguir chegar?”. É do meu entendimento que quem pede tem que dar um tempo para que os líderes cheguem ao microfone, manifestar-se de longe quem tem desacordo, que possam se expressar.

Então, dispositivo, que é o que está escrito no Regimento, não quer dizer artigo. Então, só tome cuidado aí no avanço. Porque te seguem, entendeu? O senhor fala aí fica todo mundo repetindo, repetindo, repetindo, repetindo o seu erro. Mas vamos à matéria.

Nós somos favoráveis que o governo pegue crédito, ou que use todos os dispositivos possíveis para investir no bem-estar público. Nós somos favoráveis. Nós estamos sinalizando isso. Nós nos inscrevemos favoravelmente. Vai construir um trem - olha que sonho - de São Paulo a Campinas. Cara, que legal. Mas a questão técnica aqui é: eu aprovei isso ano passado.

Eu aprovei isso ano passado, aí me veio outro projeto, que muda não só essa, mas outras leis, um compilado de empréstimos que a gente está alterando, e está alterando a tomada em real para crédito em dólar, para buscar financiamento internacional, e está mudando o objeto, do trem para “mobilidade urbana”, em aberto.

Aí, eu não sou da iniciativa privada, mas se eu fosse, e alguém chegasse assim: “Monica, autoriza o empréstimo aí no seu nome”, eu ia perguntar primeiro: “para quê?”. Acho que todo mundo aqui vai se fazer essa pergunta quando se fala de empréstimo.

Para quê? É para construção de trem de São Paulo a Campinas. Que legal, aprovei isso ano passado. “Estou alterando o projeto de lei, tirando Barra Funda/Campinas, e estou colocando ‘mobilidade urbana’”.

Mas aí pode ser qualquer coisa, pode ser para a ViaMobilidade, pode ser para a Linha 2, para a Linha 12, pode ser para construir um trem para a porta da minha casa.

Então, o mínimo que a gente fez aqui, e, Barros, ouvi falar muito bem da atuação do senhor no campo democrático quando o senhor era líder do Governo, quando o senhor foi líder do governo Geraldo Alckmin aqui nesta Casa.

Porque eu fico procurando os mais velhos para entender. Assim, eu acho que essa falta de senso democrático, do projeto chegar na Assembleia Legislativa e tratar quase como um crime tentar melhorar a proposta.

Porque é assim que eu me sinto aqui na oposição. É um crime querer melhorar a proposta. Acho isso muito antidemocrático, e eu acho que isso passa um atestado de nulidade da Assembleia Legislativa.

Tem quase gente aqui militando, Barros, para que eu guarde a minha carteirinha de eleita no meu bolso, e não use para nada, que eu me conforme quando o Tarcísio resolve ou não pagar a minha emenda parlamentar destinada, e a minha emenda parlamentar destinada, assim, não é isso que me elege.

A minha região é muito bem agraciada pela parceria que o próprio presidente André do Prado tem com a minha região. Não é sobre isso. Nem destino emenda para lá. Eu destino emenda para as regiões do estado com mais vulnerabilidade social, onde nem tem gente para voto, para eleger um parlamentar.

Não é esse critério. Eu quero melhorar a proposta do Governo do Estado de São Paulo. E aí a gente estará alterando pelo menos umas quatro leis de empréstimos já aprovadas anteriormente, a primeira de 2013 e a última do ano passado, a do ano passado que, inclusive, eu votei contra, estamos alterando aqui e estamos tirando o projeto.

Aí todo mundo do mercado, eu vou perguntar: “é legítimo que eu pergunte para que o estado está pegando empréstimo?”. É um crime eu querer que esteja, no texto da lei: “para quê”?

É um crime a gente querer que o estado coloque no texto da lei que vai ter transparência do recurso tomado? Porque que vai pagar juros, já que vai pegar o empréstimo? É um crime perguntar se tem dinheiro em caixa? Por que da opção de tomar crédito? Porque, se vai tomar crédito, vai pagar juros. Se vai pagar juros, vai aumentar o custo da operação.

É justo fazer essas perguntas, essas perguntas que a gente está fazendo? Feitas essas perguntas, e dada a batalha, a gente conquistou que entrasse no projeto de lei: “se não está no texto da lei, para que vai usar?”. Porque “mobilidade urbana”, eu repito, é muita coisa.

A gente conquistou que vai entrar no texto de lei que, posterior à tomada de empréstimo, haja transparência detalhada, eu também acho justo dizer, olha, acabou a boa vontade.

A gente fica de deboche de quem faz, de quem faz, de quem faz, de quem faz, está na hora de a base do governo ser a base do governo, então hoje a gente vai verificar e todo mundo coloca a sua consciência aqui, votando favorável ou contrário, já adiantando que a gente é favorável a todo e qualquer investimento no bem-estar da população, inclusive empréstimos, quando for necessário. Só que precisa ter transparência, só que precisa justificar e só que precisa se comprometer com a obra que vai executar.

E é essa a batalha, muito tecnicamente, tranquilamente, que a gente fez aqui ao longo do dia e não vejo o porquê do tumulto, porque o tumulto seria dizer para mim: “Deputadas e deputados eleitos, guardem a sua carteirinha, confiem cegamente em toda e qualquer proposta que vier, o Poder Legislativo não serve para nada e vamos aprovar, deixar passar aqui tudo o que vier do governo”.

Considero, base do governo, que a gente melhorou o projeto, inclusive que a gente está garantindo alguma segurança jurídica para o governo desapercebido, que inclusive já tinha tomado empréstimo fora da legalidade, porque tomou em dólar dessas leis aprovadas no passado, quando não podia.

Agora está corrigindo e é uma coisa importante, porque, se não a gente, a Justiça uma hora pega. Por isso nós vamos verificar a votação, por isso celebramos poder contribuir mais uma vez para o governo Tarcísio ter um projeto de lei melhor do que entregou para a Assembleia Legislativa quando chegou e por isso a gente está dizendo que está na hora de a base do governo ser base do governo mesmo, porque ainda que o deputado Paulo Mansur venha aqui demonstrar sua fidelidade ao governo Tarcísio, não basta.

Está na hora de a gente começar a ler matéria, está na hora de a gente discutir o texto, está na hora de a gente verificar o que o governador está fazendo de fato.

Obrigada, presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra o deputado Enio Tatto, para discutir a favor. 

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - Pela ordem, Sr. Presidente, para uma breve comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de V. Exa., tem dois minutos.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Interessante a fala dos deputados de esquerda, que estão preocupados com a base do governo, é uma preocupação, mas no final sempre votam junto com o governo aqui, porque eu concordo com a deputada, não tem como votar contra os projetos do governador Tarcísio.

Realmente deve estar sendo muito difícil ser oposição e tentar construir narrativas aqui, como um deputado que não está presente, portanto não vou citar o nome, que tentou colocar aqui que a base havia sido enquadrada pelo governador. É porque nós estamos acostumados com isso, com diálogo, com convencimento.

O governador nos explicou, o governador demonstrou naquele projeto referido qual era a conta, qual era o cálculo e qual era o plano de governo, porque aqui no estado, diferentemente da União, existe um plano de governo a ser cumprido. Existe um planejamento, o plano não é vingança, o plano não é revanchismo, o plano é colocar São Paulo, onde ele merece estar.

Eu também acho muito curioso, mas entendo a preocupação com o financiamento internacional, mas aqui não é para mandar dinheiro com charuto em garantia.

Aqui é para trazer dinheiro, para ir trazer investimento para melhorar o transporte intermunicipal, para melhorar a qualidade de vida dos paulistas, que precisam, de fato, que um projeto como esse, há anos e anos no papel, seja agora colocado em prática. Não é trem para a Copa do Mundo que não sabemos para qual Copa do Mundo foi prometido. É, sim, um projeto que vai sair do papel.

E aí, só para finalizar aqui, eu não tenho procuração para defender o deputado Gil Diniz, mas foi colocada aqui uma questão de vergonha sobre talvez ele ter errado um termo ou outro dentro da complexidade da linguagem aqui desta Casa, a qual eu estou me habituando também.

Vergonha é mensalão, vergonha é petrolão, vergonha é empréstimo internacional com charuto em garantia, vergonha é invadir propriedade privada. Então, deputado Gil Diniz, ainda que o senhor tenha se sentido envergonhado, o que eu acredito que não, não se envergonhe de errar um termo ou outro, isso é perfeitamente entendível, principalmente na linguagem aqui.

A vergonha, ela vem de invadir propriedade, de mensalão, de petrolão, errar um termo ou outro não é vergonha para ninguém.

Muito obrigado, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esse projeto... (Vozes fora do microfone.) 

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Peço silêncio aos nobres deputados. Temos um orador na tribuna e temos que respeitá-lo.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Subir à tribuna para defender o projeto do governo Tarcísio, eles não sobem. Aí começam a fazer acusações, como se não tivessem telhado de vidro.

Sr. Presidente, esse projeto aqui - é bom fazer essa discussão -, o 913, de 2023, primeiro que ele não trata de empréstimos. Não tem nenhum empréstimo envolvido neste projeto. 

Aqui é simplesmente uma adaptação de nomenclatura de secretarias que mudaram com o novo governo, que cuidam de algumas obras. Está mudando. 

E isso é uma exigência da Secretaria da Fazenda nacional, do governo federal, do nosso governo, e de algumas exigências de organismos internacionais, como o BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento. 

Então, quanto ao projeto, não vejo tanto problema, tanto é que todos os deputados do Partido dos Trabalhadores e também da oposição se inscreveram falando que vão votar “sim”, para discutir favorável. 

O problema todo - e nós fizemos essa discussão no Colégio de Líderes, todo mundo discutiu e ouviu o secretário Samuel - é a questão da transparência. Aí nós já demos a nossa contribuição, como foi dito aqui, que foi corrigido, foi feita uma emenda que diz o seguinte: “O Poder Executivo deverá publicar no ‘Diário Oficial’, de forma detalhada, os valores das operações de crédito contratadas e as negociações decorrentes das autorizações contidas na Lei nº 17.386, de 14 de julho de 2021”.

 A gente precisa de transparência. É isso que a gente exige. A gente já deu a contribuição a este projeto, tanto é que, a partir dessa emenda, nós não obstruímos no congresso de comissões, nós não lemos o nosso voto em separado, tudo para facilitar, para fazer o debate no plenário. 

Por quê? Porque tem uma emenda aqui que o governo tem que se comprometer com a transparência. Então, a nossa parte a gente já fez. De agora em diante, é vocês colocarem 48 deputados aqui para aprovar. 

Tendo 48 deputados, vamos votar “sim”, como sempre votamos a todos os empréstimos para desenvolver e para obras importantes no estado de São Paulo. 

O que eu queria dizer para vocês, que talvez muitos deputados não saibam, principalmente os novos, é que, de 2008 a 2022, nós aprovamos aqui na Assembleia Legislativa, sempre com voto favorável, inclusive, da bancada do Partido dos Trabalhadores, como foi feito, autorizações para contrair 93 bilhões de empréstimos, tanto do governo federal quanto empréstimos internacionais. 

O que a gente questiona - e eu questionei hoje ao secretário da Fazenda - é por que a gente aprovou 93 bilhões e até hoje só foram viabilizados 41 bilhões, menos de 50 por cento. 

Aí entra aquilo que muitos levantaram aqui. Começaram a falar sobre o trem intercidades. É verdade, nós somos favoráveis ao trem de Campinas até São Paulo, de São Paulo até São José dos Campos, Sorocaba e tantos outros ramais. Quem é contra? 

Mas aqui tem empréstimos aprovados nesse período para terminar a Linha 5-Lilás do Metrô, e para fazer mais duas estações no Jardim Ângela e no hospital do M’Boi Mirim, na Menininha, chegando até a Ocupação Palestina. Faz 15 anos, 20 anos, e não foi viabilizado. 

Nesses empréstimos que aprovamos aqui e que até agora não foram viabilizados, tem dinheiro para terminar as obras da Linha 9-Esmeralda, para chegar até o Varginha, mais duas estações. Faz 15 anos e não chega até o Varginha, Parelheiros, a CPTM. E aqui dentro estão embutidos empréstimos nesse sentido. 

Nesses empréstimos que nós aprovamos aqui que não foram viabilizados, tem dinheiro que dava para concluir as obras do Monotrilho para chegar até Congonhas, que é uma vergonha para o estado de São Paulo que já se passaram tantos governos e não conseguiram viabilizar. 

A linha da Brasilândia, das universidades, que ficou parada um tempão e eu lembro que aqui foi aprovada a obtenção de empréstimos para fazer aquela linha. O Monotrilho chegando até a zona leste, diversos trechos e que não foi viabilizado. A linha que chega até Mogi das Cruzes para melhorias, para reformas da CPTM, está nesses empréstimos aqui. 

Tem empréstimo, deputado Maurici, para o DER duplicar a Estrada do M'Boi Mirim que a gente vai fazer uma audiência pública pedida pelo deputado Donato, que o superintendente do DER, coronel Sérgio Codelo, já se prontificou em ir lá. Foi feita uma festa lá e anunciado que iam começar as obras de 2019, uma obra de 218 milhões e não foi colocado um metro de ferro ou um metro de areia nessa obra; não começou. 

Depois foi refeito o novo contrato e foi prometido em 2021 depois de uma grande festa de lançamento do governador e tantas autoridades políticas que hoje são base do governo. 

Já com 100 milhões a mais foi para 318 milhões e a duplicação da Estrada do M'Boi Mirim não saiu do papel até hoje e não era para a Copa. Então um pouco é incompetência, é falta de planejamento, falta de transparência. 

Se você chegar em qualquer lugar do mundo e falar: “Olhe, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo autorizou o Governo do Estado de São Paulo a contrair 93 bilhões de empréstimos, só que no decorrer dos anos - aqui vai chegar em 20 anos - não foi viabilizado nem 50% desses empréstimos”... 

E aí agora o governo manda um monte de correções que são simplesmente de frases, de secretarias, de nomenclaturas, para poder dar continuidade a esses empréstimos. 

Isso já não estava posto, esses problemas? Por que que não foi corrigido para dar celeridade nessas obras tão importantes como o Rodoanel? Aqui tem empréstimo aprovado pela Assembleia Legislativa para dinheiro do Rodoanel também que não saiu e a obra está parada há tanto tempo. 

Então é isso que a gente questiona. É a falta de transparência de falar para a população a verdade e não mentir como mentiram na Estrada do M'Boi Mirim. Estou pegando um caso pontual da minha região porque ali é emblemático o tanto que mentiram e o tanto de obras paradas que tem no estado de São Paulo com empréstimos aprovados aqui pela Assembleia Legislativa. 

É isso que a gente não quer mais. Espero que o novo governo seja mais transparente depois inclusive dessa emenda que a gente está exigindo transparência. 

No mais, quando o deputado Gilmaci chegou aqui e falou das casinhas de Campinas eu fiquei impressionado. 

E questionar o Lula, falar que não tem assessores, deputados Maurici. Uma casinha de 15 metros quadrados! Talvez a cela que o Nelson Mandela ficou preso durante tantos anos tivesse 15 metros quadrados lá na África do Sul. Estou falando isso porque o movimento lá de Campinas é a ocupação Nelson Mandela, tem o nome do Nelson Mandela, em homenagem a esse grande lutador. 

Então é isso que a gente está questionando, é a questão da transparência. E no mais, nós fizemos a nossa parte, nós ajudamos o projeto chegar até o plenário. Agora é colocar os 48 votos e depois a gente vai votar “sim”. Isso é a base do governo que tem que colocar aqui. 

Agora, tem deputado aí que está torcendo para não dar quórum, para não conseguir os 48. Não sei, tenho alguma dúvida aí com o Governo do Estado. Vários. É só a gente conversar, ver o zum-zum-zum, tem gente aqui que vai votar “sim”, mas torcendo para não dar quórum, porque querem conversar mais com o governo Tarcísio. 

Não estão contentes. Então hoje é o dia de a gente verificar o tamanho da base do governo. O deputado Gilmaci, que depois que aprova vem aqui e fala que o governo tinha gente para aprovar, hoje é o dia de ele tirar essa dúvida, para ver se o governo realmente tem. 

Então hoje todo mundo vai ter que colocar a sua digital ou votar no microfone. Assim que tiver os 48 votos, tenho certeza de que a Bancada do PT, acho que a oposição como um todo, também vai votar “sim”; mas, governo, você tem que mostrar a sua cara. Líder, tem que colocar os 48 votos. 

Não tem problema maior neste projeto. Agora, tem que mostrar serviço, tem que trabalhar. Se uma base de 70 deputados não consegue colocar 48 votos, não é a oposição que vai ajudar no quórum. É isso, Sr. Presidente.

Eu concedo ainda um aparte, tem um resto de tempo, à nobre deputada.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem a palavra a deputada Ediane.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente. Eu queria fazer uma comunicação rapidinho, até porque, assim como as fake news, existe uma distorção da realidade. 

A gente sempre se pergunta, deputado: que realidade de fato eles vivem? Até porque o deputado Gil Diniz coloca o seguinte, que nós estávamos, você imagina, Sr. Presidente, você imagine só estar na Estação Santo Amaro sete horas da manhã, horário de pico, a gente sabe muito bem que foi entregue para a ViaMobilidade, que são a Linha 7, a Linha 8 e a Linha 9, aí você imagina pessoas, porque o que aconteceu, vou aqui esclarecer para todos o que aconteceu. 

Fizemos uma diligência para ouvir o que de fato está acontecendo com o descarrilamento de trem, atrasos, trabalhadores que todos os dias têm que justificar para o seu patrão que mais uma vez houve um atraso, que mais uma vez ocorreu algum problema ali no trem.

Aí, V. Exa. vira e fala o seguinte, o Donato estava lá inclusive, aí você olha e aparece um trem vazio no meio daquele horário de pico, apareceu um trem vazio. Nós queríamos igual os trabalhadores vão todos os dias, sendo humilhados todos os dias. 

Pessoas que estavam ali desde às seis horas da manhã, que não conseguiam entrar no trem. Mulheres que todos os dias têm que justificar para os patrões o porquê de estarem chegando atrasadas. 

Então, assim como várias vezes neste plenário, deputado Tatto, várias vezes estive aí convidando o governador, convidando os Srs. Deputados desta Casa, para que fôssemos no horário de pico, para mostrar que a ViaMobilidade não deu certo, não dá certo. A gente viu trabalhadores que estão hoje nos trens. A gente está falando da CPTM e os que estão entregues pela ViaMobilidade.

A gente viu trabalhadores que inclusive o Donato, o deputado Donato, mostrou aqui o slide falando a diferença da privatização e de quem está hoje ainda trabalhando pela CPTM. Uns trabalham de um lado, é o mesmo galpão, imagine isso aqui. 

Deste lado está a ViaMobilidade. Trabalhadores que eram da CPTM e que hoje estão fazendo 12 horas por dia. Aí, do outro lado aqui, aqui, olha, não tem parede que divide, do outro lado, eles fazem seis horas de trabalho. 

Então qual será a diferença para quem trabalha 12 horas operando os trens para um que trabalha seis horas? Existe alguma diferença, Srs. Deputados? Ou será que é preciso desenhar e fazer um slide? Ou então ir lá, pegar o trem? 

Mas que a ViaMobilidade não mande, Sr. Presidente, um trem vazio para entrarmos lá, para mostrar que não existe uma deficiência, porque as pessoas que entraram ali falaram que nunca, depois que foi privatizado, nunca entraram e sentaram, nem quando elas vão trabalhar. 

Elas têm que esperar que algum trem passe mais ou menos vago, em que ela consiga entrar, ou ser empurrada. E aí até nos aplaudiram e falaram: “gente, muito obrigado, porque a gente nunca pôde se sentar. Nós vamos chegar atrasados? Vamos, porque esperamos aqui mais de seis trens passarem porque a gente não conseguia entrar.” 

Então eu tenho muito orgulho de caminhar ao lado do meu companheiro Guilherme Boulos. Eu tenho muito orgulho. Um homem que abriu mão realmente dos seus privilégios para lutar com os sem-teto. Está lutando há 20 anos ao lado dos sem-teto. 

Quero saudar também o MTST, que fez 25 anos de muita luta, muita resistência, fazendo essas denúncias. Inclusive, olhar hoje para a Ocupação Mandela, uma ocupação que é feita pelas brigadas populares e que vão receber essas casas, que são de 15 metros, que a gente mostra desumanização novamente por mais que haja, querer que a gente mude nosso discurso...

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para concluir, deputada Ediane.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Mas é essa a nossa realidade, até porque o “Minha Casa, Minha Vida” entrega apartamentos de 42 metros quadrados. Então, a gente está falando que existe uma grande diferença. Não precisa nem sequer olhar os gráficos, é só pesquisar um pouco do programa.

Então, quero saudar, e falar que São Paulo merece, merece, sim, um prefeito, porque nós estamos, de fato, largados. A cidade de São Paulo está abandonada...

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para concluir, deputada Ediane. 

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Já vou concluir, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor, está saindo do tema, por favor.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - A gente precisa, de fato, que a gente avance.

E olhe, o Guilherme Boulos é assim: quanto mais bate, mais cresce.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não havendo mais oradores inscritos está encerrada a discussão.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Só comunicação rapidamente, presidente? Só para parabenizar o nosso querido deputado Tomé Abduch, de maneira atrasada, que ontem foi o aniversário dele, e por coincidência também o aniversário do nosso governador.

Tomé Abduch nasceu no mesmo dia, no mesmo ano do nosso governador Tarcísio de Freitas. Então, parabenizar V.Exa., embora atrasado. Receba aqui os parabéns desta Assembleia. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação o projeto, salvo emendas...

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Para encaminhar pela bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Deputado Luiz Claudio Marcolino fará o encaminhamento pela bancada do Partido dos Trabalhadores.

Porém, antes de passar a palavra ao deputado Luiz Claudio Marcolino, nos termos do Art. 100, Inciso I do Regimento Interno, convoco V.Exas. para uma segunda sessão extraordinária a realizar-se hoje 10 minutos após o término da primeira sessão extraordinária, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

* * *

 

- NR - A Ordem do Dia para a 18ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 21 de junho de 2023.

 

* * *

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, queria só um aparte, um minuto do encaminhamento do deputado Marcolino.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - No encaminhamento não cabe aparte. Porém, o deputado ainda não começou, uma comunicação...

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Ele está dividindo o encaminhamento comigo.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então, eu solto o tempo do deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, eu estava na tribuna, V.Exa. não ouviu um pedido meu.

Sr. Presidente, só lamento que a gente perceba que a pressa de aprovar esse projeto aqui não é para resolver o problema da mobilidade, da população que sai às 3 horas da manhã, pega trem lotado da CPTM todo dia, trem que quebra todo dia, ônibus lotados todos os dias, que a gente precisa resolver o problema da mobilidade. 

Aliás, a gente tem que aprofundar a tarifa zero, defender que tenhamos a tarifa zero, que o transporte é um direito do cidadão. Eu não espero agilidade para esse projeto aqui para viabilizar esses empréstimos, deputado Marcolino, para construir e depois privatizar, entregar para a iniciativa privada. Essa é a sede do governo Tarcísio, porque não muda nada em relação aos governos anteriores do PSDB. Então, o problema é todo esse. 

E para o deputado Gilmaci, que defendeu aqui as construções de 15 metros quadrados lá em Campinas, falar que o Lula no “Minha Casa, Minha Vida” não tem nenhuma casa que ele construiu, que ele vai construir milhões de casas, que tenha menos que 42 metros quadrados. 

São casas dignas para uma população. Se alguém defender a casa de 15 metros quadrados, eu pediria que pegasse a sua esposa, seus filhos e fosse lá morar numa casa de 15 metros quadrados durante uma semana para sentir a realidade do que é morar numa casa com 15 metros quadrados, para não falar bobagem aqui na Assembleia Legislativa.

Obrigado, deputado Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Dando sequência em relação ao encaminhamento, Sr. Presidente, eu falei, deputado Barros Munhoz, conversando com a deputada Monica, do período de 11 a 15 que V.Exa. conduzia aqui a Presidência da Casa, com o deputado, hoje presidente, André do Prado também éramos deputados juntos nesta Casa, aprovar os projetos que a gente conseguiu fazer adequações e melhoria.

Lembro aqui do Trecho Norte do Rodoanel. Na época, eram quatro bilhões do governo federal, dois bilhões do BNDES, dois bilhões do PAC e dois bilhões do Governo do Estado de São Paulo.

E ali debatendo nesta Casa e em várias audiências públicas com a Dersa, a gente conseguiu garantir uma adequação para os moradores (Inaudível.), desapropriar duas mil casas, foram 600 casas só que foram desapropriadas.

Na época, o Governo pagou fundo de comércio, garantiu reassentamento quando tivesse mais do que uma casa, mais do que uma família no mesmo terreno, o reassentamento de acordo com a quantidade de famílias que ali moravam. Foi garantido no traçado norte do Rodoanel que já garantisse as barreiras acústicas nos bairros onde havia as moradias.

Estou dando aqui só um exemplo de uma das ações que a Assembleia Legislativa, a partir de um debate muito parecido como esse, de empréstimos, conseguiu fazer adequação.

O outro projeto adequado aqui em relação à CPTM, na época, tinha uma discussão de você fazer uma modernização da CPTM, fazer um processo de acessibilidade da CPTM a partir de um debate de empréstimo como esse, muitas estações da CPTM debatidas aqui, nesta Casa, conseguimos adequar, fazer acessibilidade em várias estações da CPTM.

O próprio debate, quando se discutiu o processo na ligação que teria de Itapevi até São Paulo, até a Lapa, esta Casa fez adequação no projeto, na época, a partir de um debate dos empréstimos.

Então esta Casa já fez aqui várias adequações nos projetos que foram apresentados para melhorar a vida da população da Grande São Paulo, do estado de São Paulo.

Agora, o que é muito ruim em uma condição de debate como essa, nós demos oportunidade para que a bancada governista viesse aqui a este plenário defender, de fato, a necessidade ou intenção do Governo de fazer o desenvolvimento do estado de São Paulo, e a bancada governista mantém a mesma linha desde o começo dessa gestão, apenas ataques, sem fazer um aprofundamento nas pautas que aqui estão colocadas para fazer um aperfeiçoamento dos projetos apresentados.

É importante que V. Exas. comecem a analisar qual é o nosso papel nesta Casa de Leis. Não tem um projeto que veio desde o dia 15 de março para esta Casa que nós não tentamos e trabalhamos para aperfeiçoá-lo, para criar condição de os projetos do governador serem melhores aprovados por esta Casa. Só que a gente vê que não é esse o mesmo interesse, o mesmo desejo da bancada governista na Assembleia Legislativa.

Nesta Casa já teve mandatos importantes, que ajudaram muito na construção desta Casa de Leis. Eu gostaria que, a partir da votação de hoje, a gente pudesse melhorar a qualidade das nossas intervenções. Ataques pessoais, ataques vazios, sem debater efetivamente os projetos ora apresentados não ajudam. Nos últimos projetos, nós ajudamos todos para que tivessem os 48 necessários para aprovar os projetos.

Depois, a nossa ação, o nosso movimento vira chacota por parte dos governistas, cobrando que não precisaria da oposição para aprovar os projetos do Governo do Estado de São Paulo.

Então eu quero que vocês façam uma avaliação, que nós estamos dando uma chance, duas chances, três chances, muitos gestos, só que chega uma hora em que a gente cansa também de fazer gestos, a gente não vê esse mesmo movimento pela base dos deputados da base governista.

Então eu não ia fazer o encaminhamento, mas fiz questão de fazer esse encaminhamento para me posicionar, a nossa bancada de oposição faz questão de aprovar projetos de interesses importantes para o estado de São Paulo.

Todos que foram até agora, que eram projetos do Governo, nós ajudamos na aprovação, mas no dia de hoje V. Exas. terão que colocar os 48 deputados necessários para a aprovação do projeto, porque não dá mais que, a todo momento, cada projeto aprovado depois vire chacota por parte da base governista.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. RUI ALVES - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, nobre deputado Rui Alves.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Ainda para dar continuidade, o deputado Jorge do Carmo vai dar continuidade ao meu tempo restante de três...

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Já passou, deputado Luiz Claudio.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tinham 3 e 37 ainda.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Eu já tinha dado a palavra para o deputado Rui Alves.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Eu tinha 3 e 37 ainda, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Você tinha, mas você tinha finalizado, encerrou, eu passei a palavra para o deputado Rui Alves.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Então eu vou encaminhar pela Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Faça uma comunicação, a gente abre para o deputado Dr. Jorge do Carmo fazer uma comunicação e resolvemos a situação.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Questão de Ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Primeiramente o deputado...

 

O SR. RUI ALVES - REPUBLICANOS - Quero encaminhar o deputado Gilmaci pelo Republicanos.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Enquanto o deputado Gilmaci encaminha pela bancada do Republicanos, com a palavra o deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Só para anunciar que, em seguida, o deputado Dr. Jorge vai falar pela liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Ok, então o deputado Dr. Jorge do Carmo falará pela liderança da Minoria. 

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu queria, primeiro, agradecer ao meu vice-líder, deputado Rui Alves, por me dar esta oportunidade de vir a esta tribuna apenas para tentar esclarecer aqui algumas coisas.

Em primeiro lugar, eu sempre, todas as vezes que eu vim à tribuna para falar sobre a votação, eu nunca vim com chacota, eu vim sempre para agradecer à bancada do PT e da oposição por ajudar a aprovar os projetos.

A chacota geralmente é pelo líder, que vai tentar tripudiar em cima da base, todas as vezes que é aprovado um projeto aqui. Então eu jamais vou vir à tribuna, ou ao microfone de aparte, com chacotas devido à aprovação de um projeto. Pelo contrário. Todas as vezes eu vim, realmente, para agradecer aos deputados por aprovarem sem verificação.

Em relação ao projeto “Minha Casa”, do Conjunto Habitacional Nelson Mandela, deixar clara uma coisa. O que nós falamos é o seguinte. Que, o presidente Lula... devem ter sido pessoas que informaram, de maneira equivocada, para ele, o que acontece ali.

Uma invasão que havia uma reintegração de posse. Que houve um acordo com a população, com a associação de moradores daquela habitação Nelson Mandela. E que fizeram um acordo com a Prefeitura.

Foram doados os lotes limpos para os moradores. A prefeitura foi lá, colocou toda a infraestrutura, água, luz, asfalto. Está no site deles. Está nas redes sociais da associação.

O senhor conhece, todos conhecem a associação do Mandela, de Campinas. Então, quando os senhores vierem falar aqui, os senhores sabem exatamente o que está acontecendo. Ali, os próprios moradores pediram ao prefeito que fizesse o embrião, para que eles começassem, para que eles não pegassem o lote vazio.

A ideia era só o lote vazio, para que a população pegasse do zero, e começasse a construir. A própria associação veio e pediu para que a prefeitura os ajudasse com esse embrião de 15 metros, para que eles dessem sequência às obras, à construção que vem sendo feita.

Então, quando eu digo isso, que o presidente Lula está mal informado, ele está mesmo. Para ele chegar lá, e dizer que o prefeito Dário não é um ser humano, não é humano, ele está equivocado. Acho que ele não conhece exatamente a história do que está acontecendo lá, o que foi feito, o acordo.

A própria população... Entra agora no Facebook, no site da associação. Você vai ver que não tem ninguém reclamando. Pelo contrário: só elogiando a ação que foi feita ali, em conjunto e a pedido dos moradores. Então, só para ficar claro isso.

Vim aqui para defender o governador Tarcísio, porque eu acho que, a bancada da base, não há necessidade de vir defender. Porque as ações do Tarcísio, do governador Tarcísio, por si só, já dizem tudo. Não precisa de defesa.

As ações que ele tem feito pelo estado de São Paulo, em todas as áreas, têm mostrado a sua competência, a sua qualidade. Para que ele veio? Para, realmente, como ele sempre diz, para fazer a diferença.

Então é perda de tempo a base vir aqui para defender o Tarcísio. As ações do Tarcísio, por si só, já o defendem.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - A bancada da Minoria quer encaminhar o deputado Jorge do Carmo.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado está anunciado, mas tem que fazer no momento do encaminhamento. (Vozes sobrepostas.) Mas tem V. Exa. o encaminhamento pela bancada da Minoria.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Nós não entendemos o que aconteceu agora, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não entendi.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - A gente não entendeu o que aconteceu nesse momento no plenário.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Que o deputado Jorge do Carmo vai encaminhar pela Minoria. É que o deputado Enio Tatto já tinha anunciado o encaminhamento pela Minoria. Porém, é necessário fazer o encaminhamento no momento como foi feito agora.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - O deputado Gil Diniz está correto. Eu indico o deputado Jorge do Carmo para encaminhar pela Minoria.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Obrigado, presidente. Obrigado, deputado Enio Tatto.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Estabelecido então o pedido do deputado Gil Diniz, deputado Jorge do Carmo tem a palavra.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado, Sr. Presidente. Obrigado, deputado Enio Tatto, líder da Minoria. Sr. Presidente, certamente deve estar terminando a sessão daqui a pouco. Mas vou me organizar e continuarei...

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Jorge do Carmo. Vou ter três minutos, V. Exa. vai ter. Depois, o tempo remanescente, na segunda sessão extraordinária, será dado o seu direito de terminar o tempo remanescente.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente. Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, assessores, pessoal que está na galeria, público da TV Alesp.

Sr. Presidente, hoje nós estamos aqui atentamente discutindo o melhor para São Paulo, o que nós queremos para São Paulo. O governador quer fazer esse trem, como disse aqui a deputada Ediane Maria, quer fazer... Nós não somos contra o desenvolvimento; muito pelo contrário. Nós somos a favor do desenvolvimento.

Duvido que alguma deputada ou algum deputado venha a esta tribuna ou queira se eleger para dizer que é contra o desenvolvimento do nosso Estado. Muito pelo contrário: nós somos favoráveis.

E é por isso que os nossos líderes - deputados que falaram aqui, que me antecederam - já disseram, já anunciaram que nós iremos votar a favor desse projeto. Porque esse empréstimo há havia sido aprovado aqui. Agora nós estamos fazendo ajustes.

Ajustes aqui, inclusive, como foi falado, de nomenclaturas, de situações de secretarias. E é por isso que nós, aproveitando essa oportunidade - e fizemos esse debate hoje lá no Colégio de Líderes -, falamos com o líder do Governo, deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. “Nós queremos só melhorar o projeto; nós queremos transparência”. Porque vejam bem como estava escrito, presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados.

Estava escrito lá, no Art. 4º: “O Poder Executivo deverá publicar no Diário Oficial, de forma agregada, os valores das operações de crédito contratados em negociações decorrentes de autorização contidas na Lei no 17.386, de 14 de junho de 2021”.

Nós queremos que seja de forma detalhada. Foi por isso que nós conversamos com o líder do Governo, porque é o mínimo que se espera de um governador que disse, às pessoas que vieram aqui, da base governista, falar...

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Jorge do Carmo, infelizmente tenho que encerrar a fala....

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Sem problema, presidente. Continuarei na segunda sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Encerramos a nossa primeira sessão extraordinária. O tempo remanescente de sete minutos e 17 segundos será garantido a V. Exa. na abertura da segunda sessão extraordinária.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então, nada mais havendo, está levantada a sessão neste momento.

 

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- Encerra-se a sessão às 19 horas e 42 minutos.

 

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