22 DE SETEMBRO DE 2023
107ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI e LECI BRANDÃO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão. Informa que o projeto sobre as atividades pedagógicas diversificadas não foi protocolado pelo Governo, até o presente momento.
2 - LECI BRANDÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Endossa o pronunciamento da deputada Leci Brandão.
4 - LECI BRANDÃO
Assume a Presidência.
5 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO
Cumprimenta o deputado Eduardo Suplicy pelo pronunciamento.
8 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO
Tece comentários quanto a possível candidatura à Presidência da Assembleia Legislativa.
11 - EDUARDO SUPLICY
Para comunicação, faz pronunciamento.
12 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
13 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
14 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 25/09, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.
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* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Dando início à lista de oradores
inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Luiz Claudio
Marcolino. (Pausa.) Com a palavra, o Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a
palavra, o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Capitão
Telhada. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Enio Tatto. (Pausa.) Com a palavra,
o deputado Donato. (Pausa.)
Com a palavra, a deputada Beth Sahão.
(Pausa.) Com a palavra, o deputado Simão Pedro. (Pausa.) Com a palavra, a
deputada Dani Alonso. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Com a palavra, a deputada Leci Brandão, que fará o uso regimental da
tribuna.
Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna eu
gostaria de fazer um esclarecimento. Muitas pessoas ligando, entrando em
contato aqui com o meu mandato e com o de outros parlamentares também sobre uma
informação que foi dada de que o PLC sobre as APDs, as Atividades Pedagógicas
Diversificadas, já tivesse sido protocolado na data de ontem, no dia 21.
Então, eu quero informar que até este
exato momento, deputada Leci Brandão, 14 horas e 15 minutos, hoje é dia 22,
sexta-feira, ontem foi dia 21, quinta-feira, mas até o presente momento em que
estou aqui, 14 horas e 16 minutos, o projeto não foi protocolado ainda. Acabei
de conversar com a SGP, nossa assessoria está acompanhando pelo sistema.
Inclusive, ontem, daqui mesmo, da
presidência, eu fiz uma cobrança e tenho feito constantemente, vários deputados
estão cobrando o envio imediato e urgente, pelo governo, do projeto para
flexibilizar as APDs e também a falta-aula, que desapareceu - um verdadeiro
absurdo.
Então, é isso que eu queria informar,
tanto é que não tem o texto do projeto, ele não aparece em lugar nenhum e nem o
número do PLC, porque ele não foi protocolado até hoje.
Eu repito: hoje, dia 22, sexta-feira,
estou vendo o relógio aqui, deputada Leci Brandão, 14 horas e 16 minutos,
espero que o secretário mande, que o governo, na verdade, que a Casa Civil
encaminhe o projeto em caráter de extrema urgência.
Como o secretário, Renato Feder, dono
da Multilaser, deputada Leci, já prometeu inúmeras vezes na Comissão de
Educação, em uma audiência que eu tive com ele no gabinete, em julho, e depois,
mais recentemente, através de uma live, mas até este momento o projeto não deu
entrada aqui. Nós vamos continuar cobrando que ele venha em caráter de extrema
urgência.
Com a palavra, a nobre deputada Leci
Brandão.
A
SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente, deputado Giannazi, antes de
fazer o meu pequeno pronunciamento, queria dizer que V. Exa. sempre...
Não me
surpreende mais, eu já espero de V. Exa. sempre uma fala em favor, em defesa da
Educação, dos professores. A gente sabe que o senhor é um guerreiro, sempre
foi, entendeu? Parabéns e que Deus o abençoe sempre por isso. Educação é
fundamental.
Sr. Presidente,
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, público que nos
assiste pela nossa querida TV Alesp, aconteceu mais um caso de intolerância
religiosa e racismo.
Eu fico até
constrangida porque todas as vezes que eu venho a esta tribuna eu tenho que
tratar de assuntos delicados, falar de coisas que não são tão boas, mas
infelizmente isso acontece no estado de São Paulo, e a gente tem que se
pronunciar.
Desta vez os
criminosos vandalizaram o Centro Espírita Recanto dos Orixás, que fica lá em
São Carlos, interior de São Paulo. Os bandidos deixaram ainda uma carta
ameaçando os membros da casa caso não a fechassem, o que reforça a arrogância
dessa gente em pensar que eles têm o direito de dizer como as pessoas devem
praticar a sua fé.
Cada um tem o
seu credo, cada um segue a religião que quiser. Não é o caso de reproduzir aqui
exatamente o que eles escreveram, porque muitos desses criminosos
fundamentalistas procuram isto mesmo: a visibilidade e a fama, o que é muito
ruim. Mas a gente não vai dar isso para que eles possam estar ocupando aí as
páginas dos jornais e enfim, fazendo coisas que são muito ruins, muito cruéis.
Eu tenho muita
fé em Deus, tenho muita fé nos nossos orixás, tenho certeza que Xangô - presta
atenção, hein? Xangô - é o orixá da justiça. Ele vai fazer com que essa gente
possa responder com todo o rigor da lei, sabe? Porque nós trabalhamos muito
para que a Justiça brasileira se dê conta de que os ataques às nossas tradições
são uma coisa constante.
Essa violência
precisa ser punida com respostas fortes e duras. O fascismo que tem tomado
conta do nosso país vai recuar e será superado. Mas precisamos que a Justiça e
os demais poderes se movimentem de verdade para que isso aconteça. Eu expresso
aqui toda a minha solidariedade à Fabiane, que é presidenta do centro, e a
todas as filhas e filhos da casa. A gente imagina a revolta e a tristeza que
essas pessoas estão passando.
Elas estão
sofrendo. A revolta de vocês é a nossa também. Recebam o nosso abraço, a nossa
solidariedade. E saibam que podem contar conosco. O “Quilombo da Diversidade”
está sempre presente para resolver as questões das pessoas. Aliás, de qualquer
religião.
Mas, graças a
Deus, aos nossos ancestrais, nem tudo é tristeza nesse mundo. Temos muitas
alegrias e conquistas também. Essa semana, a nossa mestra da literatura, a
nossa querida preta brasileira, Conceição Evaristo, recebeu mais um
reconhecimento merecidíssimo pelo seu trabalho.
Competência e
genialidade são coisas que Conceição Evaristo tem. Com sua escrita poderosa e
sua trajetória inspiradora, ela se tornou a primeira mulher negra a receber o
troféu Juca Pato de intelectual do ano. Esse reconhecimento é mais um orgulho e
impulso para todas as mulheres negras.
Eu queria
aproveitar a presença do sempre senador, nosso querido amigo e deputado,
Suplicy, que nós nos manifestamos também sobre toda a questão da sua saúde.
Fiquei contente de saber que V. Exa. está se tratando. A cannabis não é
problema para V. Exa., que sempre teve uma cabeça de liberdade, uma cabeça de
respeito a todas as pessoas, a todos os segmentos.
Eu espero em
Deus que V. Exa. se recupere rapidamente. Vossa Excelência sabe que eu sempre
fui uma pessoa de muita admiração pelo seu trabalho. Tive muita honra de
participar de suas campanhas. Quando podia haver shows políticos, a gente
sempre estava lá. Mas eu tenho certeza que tudo passa, vai ficar tudo bem. Eu
lhe desejo muita saúde e muita felicidade.
Sr. Presidente,
quero agradecer pelo tempo disponível. E dizer que vai acontecer também aqui na
Casa uma solenidade do SOS Racismo, para premiar e reconhecer algumas pessoas
ligadas à religião de matriz africana. É uma iniciativa que a gente sabe que
tem o apoio do nosso querido e amigo deputado Teonilio Barba.
Parabéns,
deputado, pela iniciativa do Dia da Consciência Negra, que agora será feriado
no estado de São Paulo. E também pela sua iniciativa de abrir um espaço para o
SOS Racismo.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Gostaria de
chamar V. Exa., deputada Leci Brandão, para continuar presidindo a sessão.
E já quero hipotecar o meu total apoio
à luta que V. Exa. tem travado, aqui no estado de São Paulo e no Brasil, em
defesa das religiões de matriz afro-brasileira, dos Direitos Humanos, das
comunidades quilombolas, indígenas, da comunidade LGBT. Vossa Excelência tem
cumprido um papel fundamental hoje no estado de São Paulo, nessas áreas e em
tantas outras.
*
* *
-
Assume a Presidência a Sra. Leci Brandão.
*
* *
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Continuando a
lista de oradores inscritos. Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Reis.
(Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.)
Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Major Mecca.
(Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Tenha V. Exa. o uso da palavra pelo tempo
regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente deputada Leci Brandão, deputado
Suplicy.
Eu gostaria de,
além de fazer um apelo ao secretário da Educação, para que ele encaminhe o
projeto de lei, o PLC das APDs, e também da falta-aula e da atribuição de aulas
também, mudando os critérios, tem que mudar muita coisa, na carreira do
Magistério. Ela foi atacada ferozmente pelo ex-governador Doria, e também pelo
ex-governador Rodrigo Garcia e pelo ex-secretário Rossieli.
Mas eu estou
muito preocupado, deputado Suplicy, deputada Leci Brandão, com a questão do
clima aqui em São Paulo, no Brasil, mas nós estamos
vivendo uma crise climática sem precedentes.
No estado de São
Paulo a situação é
muito grave. Eu tenho acompanhado as nossas escolas, tenho ido em escolas,
conversado com os professores, tenho recebido muitas ligações de escolas, de
professores, de professoras, servidores em geral do interior paulista, da Baixada
Santista, mesmo aqui de São Paulo. A situação é muito grave com
esse calor, vai chegar a 40º graus, deputada Leci Brandão e as nossas escolas
não foram aparelhadas, não estão preparadas para esse calor.
Para começar
que a rede estadual, deputado Suplicy, deputada Leci Brandão, tem mais de 100
escolas de lata, aquelas escolas de container ainda, que não foram
substituídas, deputado Suplicy, por escolas de alvenaria.
Os alunos estão
queimando nessas escolas com os professores. Mais de 100 escolas que não foram
ainda reconstruídas em alvenaria e o governador pensando em reduzir o orçamento
da Educação.
Existem
centenas, talvez milhares de escolas da rede estadual sem cobertura das quadras
para as aulas de educação física, que nós estamos já há anos denunciando e
cobrando a FDE. Escolas com superlotação de salas, sem arejamento, sem
ventilação mesmo após a pandemia.
Nós fizemos um
esforço imenso exigindo que a Secretaria fizesse uma reestruturação das escolas
da rede estadual para garantir o arejamento e a ventilação por conta da
pandemia, mas nada foi feito, as reformas não foram efetivadas. Sem contar que
as nossas escolas também não têm ar condicionado, mal têm ventiladores, não têm
climatizadores, não têm água mineral para os nossos alunos, é um verdadeiro
caos.
Então eu quero,
deputada Leci Brandão, que preside essa sessão, daqui da tribuna da Assembleia Legislativa fazer um apelo
ao governador Tarcísio, à Secretaria da Educação para que tomem as devidas
providências para colocar ar condicionado nas escolas da rede estadual,
sobretudo, no interior e na Baixada Santista, que é onde o calor é mais
intenso.
Que haja
também, sobretudo, a diminuição dos turnos nesse momento, dos períodos das
aulas. Por exemplo, numa escola PEI, que o aluno fica oito horas dentro de uma
escola. Dessas, tem escola PEI que é escola de lata, o aluno não tem a mínima
condição, nem o professor e nem o funcionário, o agente de organização escolar.
Então é preciso
reduzir urgentemente os horários de todas as escolas da rede estadual, das
redes municipais também. Aí fica o apelo aos prefeitos, aos secretários
municipais de Educação dos 645 municípios, mas aqui a minha prerrogativa é mais
em relação ao Estado, à rede estadual.
Nós aqui
queremos apelar, rogar ao governo estadual para que tome essas providências,
reduzindo o horário das aulas para que os alunos não fiquem tanto tempo dentro
dessas escolas superlotadas, sem arejamento, sem ventilação, sem ar
condicionado, sem ventiladores, em escolas de lata, quadras sem cobertura, que
impossibilita, num momento como esse, as aulas de educação física.
Então o governo
tem que tomar as medidas e garantir água potável, de fato, água mineral nas
escolas. O governo tem dinheiro, a Secretaria da Educação tem quase 50 bilhões
de reais no orçamento, deputada Leci Brandão, dinheiro é o que não falta.
Tem que comprar
água mineral, abastecer as escolas. A situação é grave, a questão climática, o
calor intenso. Os nossos alunos estão sofrendo, os professores, os servidores
do quadro de apoio escolar também, e providências devem ser tomadas
imediatamente.
Então daqui da
tribuna, mais uma vez, nós apelamos e exigimos que o governador Tarcísio tome
providências em relação à rede estadual de ensino e também converse com os
prefeitos, para que eles também façam o mesmo com as redes municipais.
Impossível
manter as aulas nesse momento sem que haja uma redução dos horários e da
permanência dos professores, funcionários e alunos até que o clima fique um
pouco mais ameno.
Era isso,
deputada Leci Brandão, e aproveito para pedir que cópias do meu pronunciamento
sejam encaminhadas em caráter de extrema urgência ao governador do estado,
Tarcísio de Freitas, e ao secretário estadual de Educação, Renato Feder.
Muito obrigado,
deputada Leci Brandão.
A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO -
PCdoB - Deputado, é regimental. A gente vai encaminhar a sua
solicitação.
Seguindo
a ordem de oradores inscritos, deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputada
Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Eduardo
Suplicy. Tem V. Exa. o uso da palavra pelo tempo regimental.
O SR. EDUARDO SUPLICY -
PT - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Querida presidente Leci Brandão, agradeço muito a sua menção à
minha pessoa, a sua torcida. Em seu
pronunciamento, V. Exa. mencionou o quanto espera de Deus, dos Orixás, e eu
tenho procurado transmitir às pessoas que tenho pedido a Deus e aos Orixás que
me deem uma boa saúde suficiente para, ao longo de minha vida, ainda ver a
implantação da renda básica de cidadania. Então tenho muita comunhão com os
seus propósitos.
Deputado Carlos Giannazi, Srs. Deputados,
Sras. Deputadas, em primeiro lugar gostaria de comemorar junto com os povos
indígenas o que aconteceu ontem, pois tivemos uma importante vitória: a
rejeição da tese do marco temporal pelo Supremo Tribunal Federal.
A tese do marco temporal estabelece que os
povos só têm direito à demarcação das terras que estivessem sob a sua posse no
dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que
naquela data estivessem sob disputa física ou judicial comprovada.
Com
o placar de nove votos a dois, a corte entendeu que o direito dos povos
originários a territórios tradicionalmente ocupados não depende da presença dos
indígenas no local antes de 1988.
Diversos territórios indígenas que foram
tradicionalmente ocupados e com os quais os povos possuem vínculos não estavam
sob o controle dos indígenas ou em disputa na data da aprovação do texto
constitucional, mas foram reocupados pelos povos originários em anos seguintes.
O ministro Luís Roberto Barroso, em seu
voto, afirmou que “não existe um marco temporal fixo e inexorável para a
ocupação dos territórios indígenas”. E continua: “a ocupação tradicional também
pode ser demonstrada pela persistência na reivindicação de permanência na área
por mecanismos diversos”.
Após a decisão da corte, o líder do povo
Xokleng, Tucun Gakran, comemorou: “É a maior vitória dos povos indígenas desde
quando o não indígena tomou as terras dos povos indígenas. É preciso fazer
justiça com os povos indígenas que foram expulsos e dizimados ao longo dos
séculos”.
A
ministra Cármen Lúcia, em seu voto, brilhantemente afirmou: “Estamos a cuidar
da dignidade étnica de um povo que foi dizimado, oprimido durante cinco séculos
de história. Todos os que cuidaram da matéria posta neste recurso reconheceram
a impagável dívida que a sociedade brasileira tem com os povos originários”.
Porém, apesar da vitória de ontem, a
ameaça de essa tese ser aprovada por legislação no Congresso Nacional ainda
existe. Hoje mesmo a bancada ruralista já protocolou uma PEC sobre o tema e
promete obstruções nas votações como resposta ao resultado da votação do
Supremo Tribunal Federal. Portanto é muito importante que venhamos a continuar
atentos e mobilizados.
As terras indígenas demarcadas e as
unidades de conservação são as regiões com maior preservação dos biomas
brasileiros - isso é muito importante - e, consequentemente, de nossa rica
biodiversidade. Os povos indígenas são os seus principais guardiões. É a saúde
do nosso país e de nosso planeta que está em jogo.
Parabéns aos
ministros e às ministras que votaram contra o marco temporal, e parabéns a
todos e todas que se mobilizaram nesta causa. A vitória é de vocês. O marco
temporal é inconstitucional. Nosso território é ancestral.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Cumprimento V.
Exa. pelo pronunciamento, e quero seguir aqui a lista de oradores inscritos.
Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Rui Alves.
(Pausa.) Deputada Fabiana Barroso. (Pausa.) Deputada Marta Costa.
Agora seguindo a lista suplementar.
Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Delegado Olim. (Pausa.) Major Mecca.
(Pausa.) Deputado Carlos Giannazi, tem V. Exa. o tempo regimental para uso da
palavra.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra.
presidente, deputada Leci Brandão, de volta à tribuna no dia de hoje, gostaria
aqui de fazer uma gravíssima denúncia que eu estou recebendo das professoras da
cidade de Carapicuíba, da rede municipal.
Elas estão
fazendo uma denúncia extremamente preocupante, que o Tribunal de Contas tem que
investigar, o Ministério Público também, referente à construção de escolas do
município, que estão sendo entregues para um instituto chamado Instituto de
Integração Social de Barueri.
Olha só, a
escola, primeiro que ela vai ser terceirizada. O governo municipal constrói uma
escola e entrega para uma organização, um instituto de integração social de
Barueri, de outra cidade.
Mas o que me chamou muito a atenção é que na
porta dessa escola, que vai ser inaugurada agora, no dia 25 de setembro, às
9:30 da manhã, essa EMEI, Escola Municipal de Educação Infantil Josefa Maria
Ferreira Araújo, tem essa placa: “estamos contratando pedagogos, estagiários,
merendeiras, auxiliares de limpeza, diretora, vice-diretora, auxiliar
administrativo, porteiro”.
Olha só que
estranho. Porque nós defendemos que os profissionais da Educação devem ser
admitidos através do concurso público de provas e títulos, como garante, como
exige a nossa Constituição Federal, no capítulo da Educação, a nossa LDB.
Toda a
legislação educacional do Brasil obriga, sobretudo no Magistério, que a entrada
no Magistério, o ingresso no Magistério Público deve ser feito através do
concurso público de provas e títulos.
Mas aqui nós
estamos assistindo o quê? Um instituto de outra cidade tomando conta, fazendo a
gestão de um equipamento público, construído com o dinheiro da população. Essa
escola, por exemplo, EMEI Josefa Maria Ferreira Araújo, deveria, deputada Leci
Brandão, ela deveria ser administrada pela cidade de Carapicuíba, e não por um
instituto de outra cidade.
E o que mais
deixa o Magistério indignado é que houve um concurso público. Eu tenho aqui o
edital. A gente pode colocar aqui também o edital desse concurso para professor
de Educação básica. Cinquenta e duas vagas foram abertas.
É o Edital nº
2, de 2021, e esse concurso ainda é vigente, e, ao invés da prefeitura chamar
as professoras aprovadas nesse concurso, não, ela entrega para uma organização
social de caráter privado, não respeita o próprio edital do concurso e não
chama as professoras aprovadas no concurso.
Isso é muito
grave, porque a prefeitura vai se desresponsabilizando com o processo
educacional da cidade, entregando, lavando as mãos e entregando as escolas para
esses institutos, OSs, Ongs, enfim. É sério, porque é uma escola da educação
básica, uma Emei, uma Escola Municipal de Educação Infantil, que deveria estar
na rede própria; mas não, o prefeito está terceirizando.
Tenho
informações de que outras escolas estão na mesma situação. Por isso, é muito
importante que o Tribunal de Contas investigue com lupa o que está acontecendo
em Carapicuíba. Isso é inadmissível para nós que defendemos a gestão direta das
escolas públicas, o concurso público.
Tem um edital.
O edital foi feito e está sendo desrespeitado. Colocam uma placa na porta da
escola para contratar? Se tem concurso aberto para contratação de professores?
Agora, esse instituto não vai chamar essas professoras, ele vai contratar
professoras. É uma terceirização da obrigação, da prerrogativa da prefeitura
com o processo educacional.
Assim é fácil
administrar. O prefeito vai transferindo, terceiriza tudo, terceiriza a
Educação infantil, a cultura, a assistência social. Assim não vale. Então não
precisa de prefeito. Não precisa. Vamos terceirizar a prefeitura também, o
gabinete do prefeito e o prefeito. Se é essa lógica privatista...
Então, eu
gostaria... Vou até tomar providências em relação a esse caso, acionando o
Tribunal de Contas e o Ministério Público para que façam uma investigação sobre
esse gravíssimo caso: edital aberto, o edital do concurso está aqui, olha, o
Edital nº 2, de 2021, Concurso para Professor da Educação Básica nº 1, e tem
uma placa.
Vou só
finalizar com a placa na porta da escola, uma escola que está sendo entregue,
uma Emei da rede municipal de Carapicuíba, sendo terceirizada. Olha que
escândalo. Estão falando da inauguração. Vão inaugurar. A prefeitura construiu
o prédio - não foi o instituto de Barueri ou de outra cidade que construiu - e
a escola será entregue para esse instituto e esse instituto está contratando sem
concurso público. É a segunda placa.
Só para
terminar, quero colocar a placa da contratação. Aqui: “Estamos contratando”.
Olha só: o Instituto de Integração Social de Barueri contratando para
Carapicuíba. É muito estranho, no mínimo, mas vamos tomar providências,
acionando o Tribunal de Contas e o Ministério Público.
Muito obrigado,
deputada Leci Brandão, que fica muito bem como nossa presidenta. Seria uma
verdadeira honra tê-la, no próximo ano, na próxima legislatura, como nossa
presidenta.
Muito obrigado.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Obrigada,
deputado. Seguindo a lista de oradores, deputado Eduardo Suplicy. Tem V. Exa. o
uso da palavra pelo tempo regimental.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Querida presidenta Leci Brandão, na verdade, V. Exa.
poderá ser eleita quando terminar o mandato de dois anos do deputado André do
Prado. Eu, como o Carlos Giannazi também, ficaria muito feliz com a sua eleição
para presidenta. Vamos colaborar para estimular todos os deputados a fazerem
essa escolha que muito nos honrará e nos deixará felizes.
Eu estive hoje
de manhã na Humanitas360, onde tive um diálogo muito interessante com a Sra.
Presidenta Patrícia Villela Marino e também com a vice-presidente Viviane
Sedola.
Eis que, ao
dialogarmos sobre a questão da legalização da cannabis medicinal, tendo em
vista uma observação colocada em “post” nas suas redes sociais pelo deputado
Osmar Terra, elas fizeram uma nota de agradecimento ao deputado Osmar Terra no
seguinte sentido: “Os eleitores do deputado federal Osmar Terra, que o elegeram
por seu conservadorismo, devem estar muito bravos.
Afinal, ele
acaba de prestar um inestimável serviço àqueles que, como nós, defendem a
liberação e regulamentação do uso medicinal da cannabis e de substâncias
psicodélicas, como os cogumelos Psilocybe em nosso País.”
Em 'post' em
suas redes sociais publicado ontem, compartilhando notícia do portal G1, Osmar
Terra confunde o medicamento controlado fentanil com drogas como a cannabis e
psicodélicos medicinais.
Assim, o
deputado referenda o ponto central da proposta que Viviane Sedola e Patrícia
Villela Marino fizeram no Conselhão do presidente Lula e que resultou na
criação do grupo de trabalho Política Nacional de Substâncias Psicoativas deste
conselho a de que não há lógica em proibir substâncias pouco perigosas para a
saúde como a cannabis e os cogumelos Psilocybe e liberar outros altamente
danosos como o álcool, o tabaco, opiáceos como o fentanil, que, segundo a
notícia do 'G1', matou um bebê em Nova York.
Nos últimos 12
meses, mais de 60 mil norte-americanos morreram de overdose por medicamentos
como esse, o fentanil, que simula a molécula do ópio. É 50 vezes mais poderoso
que a heroína. É um produto farmacêutico que pode ser receitado por médicos
para tratar dores intensas. Apesar de sua prescrição e uso serem estritamente
regulamentados, se transformou no maior problema de saúde pública dos Estados
Unidos.
A cannabis, os
cogumelos Psilocybe, ao contrário do fentanil, não matam ninguém mesmo nas
doses mais elevadas. Centenas de estudos científicos provam seu potencial
terapêutico em diversas condições médicas, incluindo Alzheimer, epilepsia,
depressão, estresse pós-traumático, até o sofrimento existencial de pacientes
terminais de câncer e outras doenças.
Por isso, em
diversos países têm sido liberados para uso medicinal. Assim, comparar o
fentanil à cannabis e às drogas como os cogumelos Psilocybe, como fez o
deputado, é exatamente o que propomos para deixar claro que as substâncias
extremamente perigosas são comercializadas em nosso País, inclusive para uso
recreativo, enquanto outras, com enorme potencial curativo, continuam
prescritas por puro preconceito e desinformação.
Para finalizar
este agradecimento instamos o deputado Osmar Terra a cumprir o juramento de
Hipócrates que fez ao concluir seu curso de Medicina: “Prometo que ao exercer a
arte de curar mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da
caridade e da Ciência”.
Muito obrigado,
querida presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Muito obrigada,
deputado. Eu queria apenas registrar que não é da minha pretensão a Presidência
da Assembleia Legislativa.
Eu acho que a gente pode ter aqui o
apoio dos outros companheiros e companheiras, mas a gente já presta um serviço
de muita Ciência, de muita coisa que é importante para o povo de São Paulo, e a
gente está muito agradecido a Deus por estar na posição que estamos.
Muito obrigada, viu?
Continuando aqui a lista...
Pois não, V. Exa. quer falar mais
alguma coisa?
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT –
PARA COMUNICAÇÃO - Eu quero muito pedir a Deus e aos orixás que possam lhe dar
a boa saúde, até para ser considerada e votada como nossa presidenta ao final
do ano próximo.
Mas gostaria
também, se me permite, registrar que o Supremo Tribunal Federal formou maioria
para manter os direitos políticos da presidenta Dilma Rousseff após o
impeachment.
O STF formou
maioria nesta quinta-feira, 21, para manter os direitos políticos da
ex-presidente Dilma Rousseff após o processo de impeachment, quando houve a
separação da votação entre a cassação e a manutenção da possibilidade de
exercer cargos públicos, por seis a zero. Todos os ministros devem inserir seus
votos até 23:49 desta sexta-feira.
Além de Rosa
Weber, já votaram a favor de Dilma: Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Edson
Fachin, Dias Toffoli e Cristiano Zanin. Então Rosa Weber afirmou, em relatório
das interpelações jogadas em bloco, que não caberia ao Supremo alterar o
formato de votação do impeachment da ex-presidente, já que o processo possui
caráter político, não devendo haver interferência da decisão do Senado.
Em 2023 a
ex-presidente assumiu a chefia do banco dos Brics, após boa articulação do
governo Lula e ela ficará no cargo até 2025, quando acabará o mandato
brasileiro, uma vez que o banco é liderado de forma rotativa entre os estados
membros.
Meus
cumprimentos e tudo de bom para a nossa querida presidenta Dilma Rousseff.
A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB -
Seguinte a lista suplementar, chamo o deputado Carlos Giannazi, para ocupar a
tribuna.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - De volta à tribuna, deputada Leci Brandão, hoje é uma honra
tê-la como presidente desta sessão. Estar aqui ao lado do Suplicy e de V. Exa.,
dois grandes patrimônios éticos da política brasileira, Leci Brandão e Suplicy.
Vossa
Excelência é nossa candidata à presidência da Alesp, do Suplicy e minha também.
E o Suplicy é o nosso pré-candidato também, que eu defendo, da chapa da
pré-candidatura do Boulos à prefeitura de São Paulo.
Então, se
depender de mim, é o Suplicy. Espero que o PT analise com carinho essa
possibilidade, deputado Suplicy. Não tenho como interferir lá, mas fica aqui o
nosso desejo, o nosso pedido ao diretório do PT.
Eu quero,
deputada Leci Brandão, deputado Suplicy, mostrar a situação de mais uma escola
pública estadual, a escola estadual indígena Krukutu, que fica na região de
Parelheiros, lá no bairro da Barragem, no extremo sul, quase na Serra do Mar.
É uma escola
que eu conheço, sou daquela região, Grajaú, Parelheiros, Capela do Socorro,
lecionei já em Parelheiros, lecionei no Grajaú, na Capela do Socorro, essa é a
situação da escola indígena Krukutu.
Tenho as fotos
aqui, olhe, deputada Leci Brandão, a gravidade da situação, a falta de
investimento na Educação, sobretudo na escola indígena. Olhe só o abandono
governamental, a falta de investimento.
É de um
descaso, de uma irresponsabilidade sem precedentes. É uma escola na cidade de
São Paulo, a maior cidade da América Latina, a cidade mais rica do Brasil, o
Estado mais rico do Brasil mantém uma escola indígena na região de Parelheiros
dessa maneira.
Minha
assessoria foi até a escola, fez uma visita e constatou que os banheiros não
têm descarga, deputada Leci Brandão, na escola indígena Krukutu, escola
estadual que pertence à Diretoria de Ensino Sul 1.
Olhem só a
situação. Estou dizendo isso porque o governador disse que vai cortar recursos
da Educação, o governador dizendo, deputado Suplicy, que tem muito dinheiro na
Educação, está sobrando dinheiro na Educação.
Tem dinheiro
demais na Educação e não precisa de dinheiro, mas olha a situação da rede
estadual de ensino, aqui perto, extremo sul, cidade de São Paulo, capital. Eu
sei que as escolas indígenas estão na mesma situação, abandonadas e sem investimento.
E agora o
governo estadual criou uma coordenadoria indígena, vinculada à Secretaria da
Justiça e Cidadania. Então espero que essa coordenadoria visite a Escola
Krukutu, escola estadual lá da Diretoria Sul 3, região de Parelheiros, bairro
da Barragem, e pressione o próprio governo a fazer investimento, fazer uma
reforma na escola, levando infraestrutura para uma escola importante, uma
escola indígena.
E, por
coincidência, deputado Suplicy, V. Exa. colocou muito bem aqui, no primeiro
pronunciamento, a questão do marco temporal. Nós vencemos o Supremo Tribunal.
Foram nove a dois, não é? Nove votos contra essa excrescência jurídica.
Não tem marco
temporal na Constituição Federal, isso não existe. Isso é invenção dos
desmatadores, de quem quer destruir o meio ambiente e as comunidades indígenas,
do “ogronegócio”. São esses grupos destruidores, desmatadores do meio ambiente
que levantaram essa tese que não existe e foi derrotada.
Só dois
ministros, negacionistas, ligados ao Bolsonaro, os indicados pelo Bolsonaro,
que votaram a favor do marco temporal. Eles foram coerentes com o negacionismo
e com a indicação do próprio Bolsonaro, que sempre odiou as comunidades
indígenas.
Mas o que eu
quero dizer é que nós estamos em São Paulo. O governo tem que investir. É um
absurdo o abandono dessa escola que atende as crianças, que atende os
adolescentes, que atende os adultos da região dessa comunidade indígena aqui na
região de Parelheiros. Então eu tinha que fazer essa denúncia, porque é grave a
situação.
Ao mesmo tempo,
quero dizer que o governador Tarcísio não pode reduzir o orçamento da Educação,
porque olha a situação da rede. Se já com 30% ele não resolve, imagine,
deputada Leci Brandão, deputado Suplicy, reduzindo para 25%, daí não vai
resolver mesmo.
Então gostaria
também, sem querer abusar de V. Exa., que cópias deste meu pronunciamento
fossem endereçadas ao governador Tarcísio de Freitas e ao secretário estadual
da Educação, que parece que pensa muito nos aplicativos, nos aparelhos
eletrônicos, nos slides, mas não resolve uma questão básica como essa de
infraestrutura escolar.
Que ele vá
visitar as escolas. Talvez ele, conhecendo melhor o cotidiano escolar da rede
estadual, mas não em escolas que são preparadas para ele visitar, nessas
escolas que eu estou denunciando exaustivamente, quase que diariamente, na
tribuna da Assembleia Legislativa, escolas abandonadas, sucateadas, degradadas
e sem investimento da própria Secretaria de Educação e da FDE.
Muito obrigado,
deputada Leci Brandão.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo entre
as lideranças, eu solicito o levantamento desta sessão.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência,
antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão
ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Está levantada
a presente sessão.
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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 58
minutos.
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