25 DE AGOSTO DE 2023

27ª SESSÃO SOLENE PARA OUTORGA DO COLAR DE HONRA AO MÉRITO LEGISLATIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO AO DR. MARCO ANTÔNIO MARQUES DA SILVA

        

Presidência: HELINHO ZANATTA

        

RESUMO

        

1 - HELINHO ZANATTA

Assume a Presidência e abre a sessão. Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene para fazer a "Outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao Dr. Marco Antônio Marques da Silva", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Agradece a todos pela presença.

        

2 - EDSON SERBONCHINI

Mestre de cerimônias, nomeia autoridades presentes.

        

3 - ROQUE CARRAZZA

Professor emérito da PUC-SP, faz pronunciamento.

        

4 - RENATO AFONSO GONÇALVES

Presidente da Casa de Portugal, faz pronunciamento.

        

5 - JORGE LONGA MARQUES

Cônsul-geral adjunto de Portugal em São Paulo, faz pronunciamento.

        

6 - WANDERLEY FEDERIGHI

Presidente da Seção de Direito Público do TJ-SP, faz pronunciamento.

        

7 - GILBERTO NASCIMENTO

Deputado federal, faz pronunciamento.

        

8 - SILMAR FERNANDES

Vice-presidente do TRE-SP, faz pronunciamento.

        

9 - EDSON SERBONCHINI

Mestre de cerimônias, discorre sobre o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo. Anuncia a exibição de vídeo sobre o homenageado, o jurista Marco Antônio Marques da Silva, cujo currículo lê.

        

10 - PRESIDENTE HELINHO ZANATTA

Outorga o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao Dr. Marco Antônio Marques da Silva, professor titular da Faculdade de Direito da PUC-SP.

        

11 - MARCO ANTÔNIO MARQUES DA SILVA

Professor titular da Faculdade de Direito da PUC-SP, agradece pela homenagem recebida. Tece considerações sobre a importância de construir uma sociedade mais justa. Declara receber esta honraria em nome do Poder Judiciário, da academia e do povo paulista. Enaltece sua esposa, Evani Zambon Marques da Silva, também professora na PUC-SP.

        

12 - EDSON SERBONCHINI

Mestre de cerimônias, anuncia a entrega de homenagens a Walkíria Zanatta, esposa do deputado Helinho Zanatta, e a Evani Zambon Marques da Silva, esposa do Dr. Marco Antônio Marques da Silva.

        

13 - PRESIDENTE HELINHO ZANATTA

Destaca a justeza desta homenagem prestada ao jurista Marco Antônio Marques da Silva. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Helinho Zanatta.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Boa noite, senhoras e senhores, sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Esta sessão solene tem a finalidade de outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao Dr. Marco Antônio Marques da Silva. Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal da Alesp no Youtube.

Convido para compor a Mesa dos trabalhos o deputado estadual e terceiro vice-presidente desta Casa, deputado estadual Helinho Zanatta, por favor. (Palmas.) Convido ainda para compor a Mesa dos trabalhos desta noite o Dr. Marco Antônio Marques da Silva, o nosso homenageado. (Palmas.)

Convido também o deputado federal Gilberto Nascimento. (Palmas.) Convido o presidente da Seção de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, o desembargador Wanderley Federighi. (Palmas.)

Neste ato, representando o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, desembargador Ricardo Mair Anafe. (Palmas.) Convido também o desembargador Silmar Fernandes, vice-presidente do TRE-SP, por favor. (Palmas.)

Convido o cônsul-geral de Portugal em São Paulo, Jorge Longa Marques. (Palmas.) Convido o presidente da Casa de Portugal, Dr. Renato Afonso Gonçalves. (Palmas.) E convido o Prof. Emérito da PUC - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Dr. Roque Carrazza. (Palmas.)

Neste momento, passo a palavra ao nosso deputado estadual Helinho Zanatta.

 

O SR. PRESIDENTE - HELINHO ZANATTA - PSD - Sob a proteção de Deus, iniciamos os trabalhos nos termos regimentais. Esta Presidência dispensa qualquer leitura de Ata.

Senhoras, senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa de Leis, deputado André do Prado, atendendo a minha solicitação, com a finalidade de outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao Dr. Marco Antônio Marques da Silva.

Convido a todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional.

 

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- É reproduzido o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Obrigado a todos, podem se sentar, por favor. Agradecemos a nossa área de Audiofonia pelo Hino Nacional, obrigado.

Neste momento, registro e agradeço a presença de algumas personalidades e autoridades nesta Casa: coronel Rodolfo Guerra, assessor de Relações Institucionais, representando neste ato o general do Exército Amin Naves, do Comando Militar do Sudeste; André Luiz de Paula, secretário executivo, neste ato representando o secretário executivo da Habitação, Eli Corrêa Filho; Miguel Marques da Silva, desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Gilson Miguel Gomes da Silva, juiz de direito e diretor de Fórum da Comarca de Monte Alto; Fabrício Reali, diretor de Comunicações da Associação de Juízes; Renata Paccola, vice-presidente de finanças da UBT - União Brasileira de Trovadores; Margarete Barreto, delegada divisionária da Alesp.

Flavio Morbio, assessor parlamentar, neste ato representando o deputado estadual Itamar Borges; Dr. Douglas Gonzales, juiz representando a Justiça Federal; Dra. Rosicler Pereira Cabral, representando a OAB - Santo Amaro; Sr. Antônio Freixo, representando o presidente do Conselho da Comunidade Luso-brasileira.

Neste momento, eu passo a palavra ao deputado. Sr. Deputado, quer fazer alguns agradecimentos da vinda dos nossos convidados a esta Casa, deputado? Se não, eu poderia já passar direto para as formalidades da outorga.

 

O SR. PRESIDENTE - HELINHO ZANATTA - PSD - Primeiramente, agradecer, em nome desta Casa, em nome de todos os nossos colegas e amigos que estão aqui, a presença de cada um de vocês.

Agradecer este momento em que a Casa os recebe, e que a Casa sempre vai estar à disposição para dialogar, para conversar, para procurar, juntos, interagir com todos os pares, com a sociedade aqui representada por cada um de vocês que, com certeza, estão representando a nossa Justiça, o nosso estado de São Paulo. É isso que eu acho que é o nosso compromisso, o nosso dever, como aqui na Casa fazemos parte da Mesa, e estamos à disposição.

Agradecer a cada um, através do Dr. Marco, que é o nosso homenageado e a pessoa por quem nós estamos fazendo este momento de alegria, de felicidade, de poder estarmos juntos, compartilhando com ele.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Neste momento, eu abro a palavra ao Prof. Emérito da PUC - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Dr. Roque Carrazza. Se tiver a vontade de fazer uso da palavra, doutor, por favor.

 

O SR. ROQUE CARRAZZA - Excelentíssimo Sr. Deputado Helinho Zanatta, digníssimo presidente desta Mesa; Excelentíssimo Sr. Deputado Federal Gilberto Nascimento, em cuja pessoa eu peço vênia para saudar todas as autoridades aqui presentes; meu querido homenageado, Prof. Dr. Marco Antônio Marques da Silva; minhas senhoras e meus senhores.

É com imensa satisfação que eu me associo a esta sessão solene em que está sendo outorgado o diploma, o título de menção honrosa do Legislativo da augusta Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo ao iminente Prof. Dr. Marco Antônio Marques da Silva, sem favor algum, um dos maiores juristas deste País.

Eu me sinto confortável para fazer essa afirmação, porque conheço o nosso ilustre homenageado desde 1982, quando foi meu aluno na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Na ocasião, depressa percebi que estava diante de um jovem inteligente, bem-educado, com vontade de aprender. Já sinalizava os altos voos que incitaria às mais altas cordilheiras do direito, e vejo que não me enganei.

O Prof. Marco Antônio é mestre, doutor e livre-docente em Direito Processual Penal e professor titular, por concurso, dessa disciplina na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Além disso, é autor de vários livros, entre os quais destaco o excepcional “Acesso à Justiça Penal no Estado Democrático de Direito”.

Também é coautor de diversas obras, de centenas de artigos e pareceres publicados nas mais prestigiosas revistas - seja do Brasil, seja do exterior. Conferencista brilhante, tem difundido as suas luzes intelectuais em congressos, simpósios, convênios, sempre engrandecendo o nome do Brasil.

Em resumo, Marco Antônio é um protagonista da maior das aventuras humanas, que sem dúvida é a aventura de pensar. É um homem de posições definidas, de caráter e, por isso, é por todos admirado. Ele, efetivamente, não tem as aflições da pressa, mas é dono de uma obra primorosa, por todos os títulos, admirável.

Neste meu improviso, só posso dizer que a homenagem é mais do que merecida, e eventos como este engrandecem não apenas o homenageado, como a própria instituição que os promove.

Muito obrigado.

Parabéns, Prof. Marco Antônio Marques da Silva. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CEREMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Obrigado pelas palavras, Dr. Roque Carrazza. Neste momento, convido para fazer uso da palavra o presidente da Casa de Portugal, Dr. Renato Afonso Gonçalves.

 

O SR. RENATO AFONSO GONÇALVES - Boa noite a todos os amigos, todas as amigas que, nesta sexta-feira, comungam conosco deste momento tão importante para a Assembleia Legislativa.

Quero cumprimentar o deputado Helinho Zanatta, parabenizá-lo pela iniciativa, e o deputado federal Gilberto Nascimento. Cumprimentar as demais autoridades aqui presentes, do Judiciário, da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Federal; as autoridades acadêmicas; e quero fazer, em nome do nosso cônsul-geral de Portugal, adjunto em São Paulo, Dr. Jorge Longa Marques, e em nome da Prof.ª Evani Marques da Silva, que é nossa mestra também, cumprimentar todas as amigas.

Eu estava ao lado do nosso professor emérito, Roque Carrazza, e ele disse assim: “Poxa, fui pego de surpresa”. Acho que todos nós fomos um pouco pegos de surpresa. Aqui eu vejo muitos professores da nossa PUC de São Paulo, amigos que foram e são meus professores até hoje. Nós contamos aqui com a presença de inúmeros magistrados e amigos da comunidade luso-brasileira de São Paulo.

O Prof. Marco, como disse o Prof. Roque Carrazza, é alguém que anda no 220. Nós, que somos amigos, alunos do Prof. Marco, sabemos disso. O Prof. Marco é inconformado com as coisas e faz da sua vida uma vocação, uma vocação pública, quando decidiu ser magistrado - e um grande magistrado, um dos maiores magistrados que este estado de São Paulo já produziu.

Quando ele resolveu enveredar pela carreira acadêmica, mais uma vez, como sempre fazendo bem-feito, alçou o posto máximo da carreira acadêmica, de professor titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade Europeia; e professor convidado da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

O Prof. Marco, ao longo dos seus 37 anos - se não me engano - de magistratura, mostrou a sua vocação pública, mostrou seu talento e sua vocação para a causa pública. Poderia guardar para si todo o conhecimento e toda essa experiência, mas, paralelamente a essa carreira, foi professor, é professor e ainda faz questão, depois de 40 anos de carreira, de lecionar na graduação das universidades onde atua, ou seja, acompanhando e partilhando seu vasto conhecimento, daqueles que estão ingressando na universidade até aqueles que estão em uma especialização, em um grau de pesquisa mais intenso.

Mas eu falo aqui na condição de aluno, evidentemente, na condição de amigo, mas com o dever de representar a Casa de Portugal de São Paulo. A Casa de Portugal, todos conhecem, é um patrimônio da nossa cidade, um patrimônio cultural, uma entidade que foi fundada em 1935 por imigrantes portugueses e que construiu, ao longo desse tempo, um patrimônio imenso e uma história maravilhosa.

Nós temos muito orgulho de poder contar, em nossa diretoria, com o Prof. Marco Antônio Marques da Silva, que também é conselheiro da Câmara de Comércio Portuguesa em São Paulo.

Então eu trago aqui, Prof. Marco, primeiro o abraço do nosso presidente emérito, comendador Antônio dos Ramos, e o abraço do nosso presidente da Câmara de Comércio Portuguesa, Nuno Rebelo de Souza. Dizer que V. Exa. é - e todos sabem -talvez, hoje, o cientista brasileiro com a maior produção neste intercâmbio entre Brasil e Portugal, entre as universidades brasileiras e as universidades portuguesas.

Vossa Excelência é portador de uma produção científica que é uma das mais brilhantes e maiores do País. Isso lhe rendeu também a função pública de integrar o Conselho Nacional de Educação durante o último período, de tal forma que, se há alguém que conhece a nossa comunidade portuguesa aqui no estado de São Paulo, esse alguém é o Prof. Marco, mas que, ao mesmo tempo, conhece profundamente as necessidades da comunidade brasileira e dos mais de 500 mil brasileiros que hoje vivem em Portugal.

Portugal é a porta do Brasil para a Europa, é a porta do Brasil para a África, é a porta do Brasil para a Ásia, para o Oriente Médio, e falamos, nós, quase 400 milhões de pessoas no mundo, a mesma língua.

E nós temos muito orgulho, professor, de sermos seus amigos, de sermos seus alunos, no sentido de que um dos maiores juristas, certamente, do nosso tempo, fala português e é paulista.

Por isso esta homenagem engrandece a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, esta Casa tão importante para a democracia brasileira, esta Casa que não se furtou, nunca, a defender a democracia, ao nosso Poder Judiciário do Estado de São Paulo, que é o Poder Judiciário exemplo para o Brasil.

A nossa Justiça é a justiça exemplo para o Brasil em todos os sentidos, seja a qualidade da sua jurisprudência, seja a capacidade de produção dos nossos magistrados, de todos os operadores da Justiça, de tal forma, Prof. Marco, que é uma honra muito grande.

Eu queria aqui fazer uma pequena homenagem ao senhor, já que falamos da língua portuguesa e da língua como cidadania, trazendo um poema do Fernando Pessoa que expressa aquilo que o senhor é e o que o senhor transmite para todos: seja como pai, seja como avô, seja como amigo, hoje como advogado, como o magistrado que foi, como o professor que é, tendo a certeza de que o futuro lhe reserva ainda muitas, muitas, muitas tarefas em prol da sua comunidade - seja ela brasileira, seja ela a comunidade portuguesa.

Mas este poema do Fernando Pessoa acho que retrata quem é o Prof. Marco Antônio Marques da Silva. Diz assim Fernando Pessoa: “Sonhar, mesmo que seja impossível. Lutar, mesmo que o inimigo seja invencível.

Suportar a dor, mesmo que seja insuportável. Correr, mesmo onde o bravo não ouse ir. Transformar no bem o que é mal, mesmo que o caminho seja de mil milhas. Amar o puro e o inocente, mesmo que seja insistente. Persistir, mesmo quando o corpo não mais resista. E, afinal, tocar aquela estrela, mesmo que seja impossível”.

Obrigado, professor. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Obrigado pelas palavras, Dr. Renato Afonso Gonçalves. Neste momento, convido o cônsul-geral de Portugal em São Paulo, Jorge Longa Marques, por favor.

 

O SR. JORGE LONGA MARQUES - Muito boa noite a todas as pessoas presentes nesta sala hoje.

Quando eu conheci o Prof. Marco Antônio Marques da Silva, eu não tinha, naturalmente, conhecimento da extensa carreira acadêmica que ele tinha e que tem, e da sua importância para a jurisprudência brasileira e portuguesa, mas imediatamente simpatizei e fiz amizade com ele. Por sua inteligência, por sua sagacidade, pela energia que demonstra em tudo aquilo que faz, foi alguém com quem imediatamente empatizei.

Conheci-o na Casa de Portugal, como é natural, e imediatamente vi que estava à frente de uma pessoa especial. Quando, posteriormente, vim a conhecê-lo melhor, tudo aquilo que o Prof. Marco Antônio Marques da Silva fez e faz pelo Brasil e por Portugal, mais impressionado ainda fiquei. Mas a primeira impressão foi a mais importante: a da sua humanidade, da sua sensibilidade e da inteligência e sagacidade que já referi.

Eu sou um grande admirador do Hino Brasileiro, acho que é um dos hinos mais bonitos do mundo. Estou em pena por não poder cantar quando há uma sessão como esta, mas, como um diplomata estrangeiro, não ficaria muito bem, espero que compreendam.

Mas o Hino tem dois pontos que eu acho que se aplicam muito bem ao professor. Nomeadamente, quando se fala do “gigante pela própria natureza”, o senhor também é um gigante por sua própria natureza, por essa inteligência, por essa capacidade que demonstra, por sua honestidade intelectual e pessoal e por todo o empenho que coloca em todas as iniciativas em que participa.

É também, apesar de ter muito orgulho de poder estar aqui, por também ser português, mas é um filho deste solo. É um filho deste maravilhoso solo, que, como dizia Pero Vaz de Caminha, “em se plantando, tudo dá”: grandes pessoas, grandes individualidades também.

O Prof. Marco Antônio é uma pessoa que honra muito Portugal, obviamente, e é por esse motivo que me encontro aqui hoje, e também, em nome de Portugal, para o Sr. Marco Antônio, prestar a minha homenagem, que é justíssima, obviamente.

Uma pessoa que liga tão bem, que faz a ponte tão bem entre os nossos dois países, é uma pessoa que não renega as suas origens, antes as enaltece, e ao fazê-lo enaltece a sua própria origem brasileira e a sua brasilidade.

Uma pessoa que navega com toda a facilidade entre o meio acadêmico, o meio judicial - como é prova disso a presença aqui hoje de dezenas de pessoas, em uma sexta-feira chuvosa, para lhe prestar uma homenagem. Pessoas do mundo da Justiça, do mundo da academia, do direito, da sociedade civil, tudo em áreas em que o professor se destaca.

E neste exato destaque é alguém que nunca perdeu a humildade também. Essa humildade que caracteriza os grandes e que o Prof. Marco Antônio Marques da Silva sempre mostrou, quando podia facilmente cair na tentação da soberba, mas nunca cai. Nunca cai, é sempre alguém que mantém essa forma de estar: tranquila, mas energética ao mesmo tempo.

Professor, desde esse primeiro dia em que o conheci, na Casa de Portugal, eu sabia que, à minha frente, como eu disse, como sempre vou dizer, estava alguém especial, e hoje só posso reiterar essa opinião. A primeira opinião nem sempre é a mais correta, mas esta foi, claramente, a mais correta.

Professor Marco Antônio, por tudo que fez pelo o Brasil, por tudo que faz pelo Brasil, por tudo que fez por Portugal, por tudo que faz por Portugal, um muito obrigado. Em meu nome pessoal e, naturalmente, em nome do Consulado-Geral de Portugal em São Paulo e em nome da nação portuguesa, que muito honra, muito obrigado.

Peço-lhe apenas que continue a ser quem é, a fazer o que faz, da forma como faz, porque esse é um motivo de orgulho para todos os presentes, é um motivo que deve orgulhar-se certamente também, e esta homenagem é da mais inteira justiça.

Sr. Deputado, muito obrigado pela iniciativa, conte sempre conosco também e muito obrigado a todos os presentes.

Uma salva de palmas, por favor, para o Prof. Marco Antônio Marques da Silva. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Obrigado pelas palavras, Sr. Jorge Longa Marques. Neste momento, convido o presidente da Seção de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Wanderley Federighi, neste ato representando o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, desembargador Ricardo Mair Anafe.

 

O SR. WANDERLEY FEDERIGHI - Boa noite a todos. Eu, inicialmente, gostaria de saudar os membros aqui da Mesa: deputado Helinho Zanatta, que teve essa excelente iniciativa de fazer esta merecidíssima homenagem ao nosso caríssimo amigo e irmão Marco Antônio Marques da Silva; deputado federal Gilberto Nascimento; meu caríssimo amigo desembargador Silmar Fernandes também, vice-presidente, corregedor do Tribunal Regional Eleitoral.

Dr. Jorge Longa Marques, cônsul-geral de Portugal em São Paulo; Dr. Renato Afonso Gonçalves, presidente da Casa de Portugal; Dr. Roque Antônio Carrazza, professor emérito da PUC, que também já nos brindou com as suas palavras; e, evidentemente, o meu caro amigo Marco Antônio Marques da Silva, nosso homenageado de hoje.

Eu estou em uma posição difícil agora, porque, depois de tudo o que foi dito a respeito do Marco Antônio, o que é que eu posso dizer? O que eu posso acrescentar a respeito disso?

O que eu posso dizer, meu caro Marco Antônio, é o seguinte. Eu conheço o nosso homenageado há muitos anos, desde cerca de 1984, quando o Marco Antônio entrou na carreira. Eu já era um grande veterano da magistratura, tinha um ano de magistratura, e conheci o Marco Antônio e passei a admirá-lo rapidamente.

Marco Antônio é uma pessoa que brilha com facilidade em qualquer ambiente, uma pessoa de uma cultura invejável, de uma energia que eu invejo muito - gostaria de ter metade da sua energia, viu? - e que tem uma simpatia muito grande.

Realmente, é facílimo para o Marco Antônio fazer amigos, impressionar as pessoas que estão à volta dele, e realmente, com isso, ele conquistou mundos, conquistou tantas pessoas.

Uma pessoa que brilhou na magistratura, brilha no meio acadêmico e tenho certeza de que irá brilhar, em breve, em outros meios, alçando voos ainda mais altos. Marco Antônio, agora que está aposentado da magistratura, está na advocacia, também já mostrando um talento invejável para essa área. E tenho certeza, caríssimo homenageado, Marco Antônio, que esta homenagem é merecidíssima.

Fica aqui a minha homenagem, o meu coração e minha amizade por você. Minha admiração é muito grande por tudo que você faz e por tudo que representa.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Obrigado pelas palavras, desembargador Wanderley Federighi. Neste momento, convido o deputado federal Gilberto Nascimento para fazer uso de sua palavra.

 

O SR. GILBERTO NASCIMENTO - Boa noite, senhoras e senhores, permitam-me ler aqui o nome dos... Quero cumprimentar o meu amigo desembargador Silmar Fernandes, vice-presidente do nosso TRE, que se faz acompanhado aqui da nossa querida Gislene hoje - sua esposa, Gi -, seja muito bem-vinda a esta Casa. Cumprimentando a Gi, quero cumprimentar todas as mulheres presentes também neste evento.

Cumprimentar aqui o Dr. Jorge Longa Marques; cumprimentar aqui também... Olha, gente, vocês vão me perdoar, eu estou com dificuldade de ler aqui o resumo, então, cumprimentando os senhores, estou cumprimento os demais membros da Mesa, ok?

Quero cumprimentar meu amigo Helinho Zanatta. Primeiro, parabenizar, deputado Helinho, pela grande iniciativa que V. Exa. teve ao homenagear esta figura tão importante que é o Dr. Marco Antônio Marques da Silva.

O Dr. Marco e eu, nós temos a mesma idade. Por aí, deputado Helinho, é um comparativo que nós poderíamos fazer. Eu, logicamente, aparentando muito mais idade. Isso é uma demonstração de que o Legislativo envelhece as pessoas e o Judiciário renova as pessoas, não é?

Vejo aqui tantos desembargadores, tantos juízes... aqui, a minha homenagem aos nossos queridos magistrados, aqueles que ajudam a fazer justiça neste País, um país às vezes tão carente de justiça, mas os senhores têm feito o melhor.

E eu quero aqui, como deputado federal, membro da Mesa Diretora da Câmara Federal, deixar as minhas homenagens a todos os senhores, porque realmente a Justiça de São Paulo realmente é uma justiça ímpar.

É uma Justiça que se torna um referencial para todos os outros tribunais deste País. Um Tribunal com tantos milhões de processos, mas que tem agido com muita tranquilidade, com muita serenidade e com muita velocidade.

Cumprimentar também os nossos membros da nossa Polícia Militar, os quais vejo alguns aqui; a nossa Polícia Civil, Dra. Margarete também, que tão bem representa como delegada nesta Casa; e também os colegas da Polícia Federal. Parabenizar, enfim, todos aqueles que estão aqui.

Dr. Marco Antônio, eu estava aqui olhando o seu currículo. É invejável. Um currículo que, provavelmente, mesmo o doutor dizendo que aqui já falaram tudo sobre ele, mas que logicamente nós teríamos muito a falar.

Aquele que começa em 1982, quando eu também comecei na vida pública. Graças a Deus, estou ainda nesta caminhada, sou um dos mais longevos aqui do estado. Dr. Silmar, estamos aí nesta caminhada.

Já tive a felicidade de receber da sua mão o meu décimo diploma, não é? Então, é uma honra muito grande poder falar em um momento deste, com tamanha responsabilidade.

Dr. Marco Antônio, a Bíblia diz, em um determinado versículo, que “os passos de um homem bom são confirmados pelo seu Deus”. Vossa Excelência é um homem bom. Vossa Excelência é um homem que tem um currículo invejável.

Vossa Excelência é um homem que tem feito a diferença neste País. E, quando o Brasil já era pequeno para as suas teses, o senhor realmente foi à terra dos nossos irmãos portugueses, para também lá brilhar na sua caminhada.

Quero, portanto, desejar muito sucesso ao senhor. O senhor é um homem feliz, porque esta Assembleia Legislativa, que representa todo o estado de São Paulo, através dos seus 94 deputados estaduais, se reuniu para render esta homenagem a Vossa Excelência.

Hoje, está representado aqui pelo deputado Helinho Zanatta, mas eu tenho certeza de que o povo de São Paulo lhe aplaude, o povo de São Paulo, Dr. Marco Antônio Marques da Silva, lhe admira, porque todos conhecem a sua caminhada, a sua trajetória e a sua inteligência ímpar.

Que Deus o ilumine, que Deus o abençoe. E, se Deus quiser, nas próximas homenagens, e antes de o senhor completar os seus 100 anos de idade, eu quero estar ao seu lado para continuar lhe aplaudindo. Deus abençoe o senhor, muito sucesso e felicidades.

Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Obrigado ao deputado Gilberto Nascimento. Neste momento, convido para fazer uso da palavra o desembargador Silmar Fernandes, vice-presidente do TRE - São Paulo. Por favor.

 

O SR. SILMAR FERNANDES - Muito obrigado, meu boa-noite a todos e a todas. Eu não estava programado para falar, mas aí, como o Marco Antônio é uma pessoa muito querida, eu não poderia deixar de falar. Eu não vou falar nada daquilo que já foi dito e repetido, nem vou, inclusive, reiterar o protocolo do cerimonial, porque são tantas autoridades...

Então, eu vou condensar apenas na pessoa do deputado, que é o autor desta justa e merecida homenagem, o deputado Helinho Zanatta, e na pessoa dele eu cumprimento todas as autoridades do Poder Judiciário, do Poder Legislativo, do Poder Executivo.

Cumprimento o nosso cônsul em especial, que é um prazer também encontrá-lo aqui, eu que também sou um cidadão naturalizado português, e é uma honra tê-lo aqui presente também, conhecê-lo.

Todo mundo já disse o que já era sabido por todos: foi um grande magistrado, é um grande professor, tem uma vida acadêmica exemplar, é um bom pai, bom marido, espero que eu não esteja exagerando, não é, Evani? É um bom marido, um bom pai. Tudo isso já foi dito. Então, eu vou dizer só uma única coisa, que é um detalhe: eu não vim aqui representando o Tribunal Regional Eleitoral. Por quê? Não vim.

Mas, primeiro, estou na Casa das Leis, isso muito me envaidece. Daqui saem as leis. Um País democrático, um estado democrático precisa das suas leis, e lá no Tribunal Regional Eleitoral nós procuramos cumpri-las da mais perfeita forma, justamente zelando por essa democracia. Mas eu não quero falar nada disso. Eu quero falar só uma coisa, uma coisa que não foi destacada, foi destacada “en passant”, mas não de forma específica.

A principal qualidade que eu vejo no Marco Antônio - que, para mim, eu chamo de Marquito, Marquinho, tenho essa liberdade... o Marquinho tem uma qualidade que é, em letras garrafais: AMIGO. É um amigo leal, sincero. Ele tira a camisa para entregar a um amigo, eu tenho certeza disso.

A lealdade do professor, doutor - tanto título, como foi dito pelo deputado Gilberto... Se for ler o currículo do Marquinho, nós não sairemos daqui hoje, nós vamos varar a madrugada. Mas, dentro das suas principais qualidades, a de amigo.

E é nessa qualidade de amigo que eu lhe cumprimento, Marco, mais uma vez. Sou testemunha, mais uma vez, de uma justa homenagem que lhe é feita, agora, aqui na Alesp.

E continue assim. Eu sei que agora você está na advocacia e, quem sabe, terá outros planos futuros, mas continue sendo amigo, continue sendo fiel... Eu prometi que ia ser breve e estou sendo breve.

Parabéns por mais esta homenagem. E aquilo que eu mais gosto: que você é meu amigo e, por favor, continue sendo.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Obrigado pelas palavras, Dr. Silmar Fernandes. Neste momento, vamos dar a iniciativa às formalidades de outorga, além do seguinte texto.

O Colar de Honra ao Mérito Legislativo é a mais alta honraria conferida pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Foi criado em 2015 e é concedido às pessoas naturais ou jurídicas, brasileiras ou estrangeiras, civis ou militares que tenham atuado de maneira a contribuir para o desenvolvimento social, cultural, econômico de nosso estado, como forma de prestar-lhes, pública e solenemente, uma justa homenagem.

Esta sessão solene homenageia com a entrega do Colar de Honra ao Mérito Legislativo, a mais alta honraria da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, ao Sr. Dr. Marco Antônio Marques da Silva.

Neste momento, solicito à nossa área de Audiofonia que possa soltar um vídeo de fotos do nosso homenageado, e farei uma leitura do currículo do nosso homenageado, ok?

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O Dr. Marco Antônio Marques da Silva é um advogado renomado e professor de direito com uma carreira distinta e uma ampla experiência no campo jurídico. É membro da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de São Paulo desde 2019.

Desde 1982, ocupa o cargo de professor titular da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde se dedica ao ensino do Direito Processual Penal, com ênfase em temas como prisão e liberdade provisória. Sua trajetória como docente exemplar tem sido marcada por sua dedicação incansável e por seu conhecimento aprofundado na área, além de sua atuação na academia.

O Dr. Marco Antônio possui uma carreira destacada como magistrado durante mais de três décadas. De 1983 a 2019, atuou como desembargador no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, sendo membro da 6ª Câmara Criminal.

Sua influência e conhecimento jurídico foram reconhecidos tanto nacionalmente quanto internacionalmente. Ele foi nomeado juiz convocado no Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília, e no Tribunal de Alçada Criminal do Estado de São Paulo.

O reconhecimento do Dr. Marco Antônio vai além das fronteiras do Brasil. É reconhecido internacionalmente como professor em instituições renomadas, como a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em Portugal; a Faculdade de Direito da Universidade de Camerino, na Itália; e pós-doutorado da Faculdade de Direito Las Palmas, na Gran Canária, Espanha.

Foi nomeado conselheiro do Conselho Nacional de Educação, na Câmara de Educação Superior, pelo ex-presidente Michel Temer. Além disso, atua como conselheiro da Câmara de Comércio Portuguesa em São Paulo.

Atualmente, é o presidente da Academia Brasileira de Direito Criminal e Direito Cultural da Casa de Portugal em São Paulo. Também ocupa o cargo de presidente da Cátedra Sérgio Vieira de Mello, uma parceria entre a PUC-SP e Acnur - ONU; é diretor da Academia de Jurisprudentes de Língua Portuguesa, sediada em Lisboa.

Além de todas essas inspiradas, é autor de diversos livros de destaque, incluindo “Dignidade Humana no Contexto Penal - Reflexões Sobre o Direito Penal”. Seu trabalho acadêmico e seu compromisso com a Justiça e a Educação têm sido fundamentais para promover um sistema jurídico mais justo e humano.

Então, neste momento, convido a vir à frente o Sr. Marco Antônio Marques da Silva, para que lhe seja outorgado o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo, por favor, ao nosso homenageado.

Convido o nosso deputado, por favor. Se o deputado também quiser convidar mais algumas autoridades da Mesa, eu posso chamar o deputado, por favor. As nossas autoridades da Mesa, se quiserem descer, por favor, para outorgar ao nosso homenageado, fiquem à vontade, por favor.

A mais alta honraria do Legislativo do Estado de São Paulo ao Dr. Marco Antônio Marques da Silva.

 

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- É feita a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

 

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Convido também as outras autoridades, por favor, a ficarem ao lado do nosso homenageado, do deputado, para uma foto, por favor. Ok, senhores.

Por favor, convido para que retornem a nossa mesa e já convido o nosso homenageado, Sr. Marco Antônio Marques da Silva, a fazer uso da sua palavra.

 

O SR. MARCO ANTÔNIO MARQUES DA SILVA - Senhoras e senhores; autoridades presentes; Exmo. Sr. Deputado Estadual Helinho Zanatta, terceiro vice-presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e autor da proposta desta homenagem de hoje; Exmo. deputado federal Gilberto Nascimento, um dos exemplos parlamentares no Brasil; desembargador Silmar Fernandes, vice-presidente e corregedor-geral do Tribunal Regional Eleitoral de São de Paulo, meu amigo.

O vice-presidente, melhor, o presidente da Seção de Direito Público, meu amigo estimado de décadas, desembargador Wanderley Federighi, minhas homenagens, meus respeitos; S. Exa. Dr. Jorge Longa Marques, o cônsul-geral adjunto de Portugal em São Paulo, que muito me honra não só com a presença, mas com a vossa amizade.

O professor emérito e meu eterno professor Roque Antônio Carrazza, professor emérito da PUC - São Paulo e professor de todos nós, eu diria não apenas do Direito, mas das virtudes, da fidalguia e do conhecimento; e, como eu sempre digo, meu presidente, Dr. Renato Afonso Gonçalves, presidente da Casa de Portugal, aquela que nós consideramos a entidade mãe da comunidade portuguesa, não só em São Paulo, mas no Brasil.

Minhas senhoras e meus senhores, eu vou pedir licença para cumprimentar as mulheres na pessoa da minha querida e amada esposa, Evani Zambon Marques da Silva, e também da minha filha, da minha primogênita, Natália Zambon Marques da Silva Mazza Melfi.

Aquelas ironias do destino... Eu me lembro, aliás, como sempre são os discursos do Prof. Roque Carrazza, quarta-feira ele recebeu da Pontifícia Universidade Católica, das mãos da reitora, um importantíssimo título de professor emérito, daqueles que se destacam de forma invulgar, como é o caso dele. Ele disse que costumava falar de improviso, mas, para não ser traído pelo momento, ele levou algo preparado.

E eu também assim o fiz, mas quis o destino que, quando estávamos saindo de casa - eu e a minha esposa -, por duas vezes faltasse energia elétrica aqui no bairro de Moema, com a chuva que Deus mandava. Paramos no elevador, no escuro, eu com a minha mulher. Voltou - a história de ter hoje em dia gerador no prédio -, e descemos.

Aí minha mulher falou: “Você pegou o discurso?”. Eu falei: “N

ão”. Aí nós ficamos naquela dúvida invencível: corremos o risco de pegar o elevador - moramos no 13º andar - e ter, aspas, “uma falha” de energia elétrica pela terceira vez, às sete e dez da noite, às 19 horas e 10 minutos, ou vínhamos para cá? E assim o fizemos.

Eu disse para minha mulher, quando eu vinha para cá... e aproveito para fazer uma saudação ao grande amigo que se justificou, ministro Paulo Dias de Moura Ribeiro, que falávamos ao telefone, e eu falei, entre outros assuntos: “Paulo, eu esqueci”. Como o Silmar: “Marquinho, o Marquinho tudo esquece”.

E eu fiquei a pensar: o que devo eu falar depois de que tudo foi falado? Aí eu pensei: com tantos amigos, com tantas bondades, certamente irão aproveitar mais um pouquinho da bondade para me perdoar, para me desculpar.

Como dizia na música o grande Roberto Carlos, que falava das mal traçadas linhas de uma carta, eu vou dizer do mal lembrar das palavras que agora passo a dizer.

Uma honraria dessa envergadura só poderia vir de uma Casa de legisladores, como aqui foi dito, de Leis, que é um baluarte da nossa democracia, como é a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Então, eu diria que esses momentos são perenes na vida da gente.

Alguns dizem que a gente não deveria agradecer, porque parece um vitupério, um elogio em boca própria, algo, como se diz em Portugal, um orgulho balofo, algo que... Mas não, eu agradeço. Agradeço, porque eu acho que tudo que acontece na nossa vida é uma experiência. É uma experiência de estar vivo, de poder ter amigos.

Eu uso sempre uma expressão - sem nenhum proselitismo, atenção. Eu gosto muito da expressão “comunhão”. Comunhão de ideias, de esforços, de bem-querer, para que a gente realmente caminhe para um mundo mais humano, mais justo, mais solidário; para que as pessoas possam se enxergar verdadeiramente como irmãos, verdadeiramente como uma corrente do bem, corrente do bem cujos elos são fortes; para que a gente possa distribuir o amor, o pão, a solidariedade a todos.

E é essa solidariedade que aqui nos traz, pela bondade, pelas mãos do deputado estadual Helinho Zanatta, a quem eu rendo minhas homenagens, meus agradecimentos. Mas não poderia fazê-lo, porque os amigos que aqui estão irmanados vieram comigo, vieram aqui para que pudéssemos, não, no meu sentir, agradecer em nome pessoal.

Eu recebo isto em nome do Poder Judiciário do Estado de São Paulo; em nome da academia, em especial, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, que este ano eu tive a honra de completar 40 anos de magistério; e em nome do povo paulista, porque, se a gente não dividir aquilo que a gente recebe, a gente nunca poderá dizer obrigado. Nada é nosso, tudo que nós temos ou onde nós estamos é passageiro.

E eu me lembro aqui que o grande desembargador, que foi presidente do Tribunal de Justiça, José Alberto Weiss de Andrade, que eu tive a honra de ser juiz e assessor dele na Escola Paulista de Magistratura, na Corregedoria-Geral de Justiça, na Vice-Presidência e na Presidência do Tribunal.

Ele sempre me dizia: “Marco Antônio, o poder é passageiro, é efêmero. Tudo que a gente recebe - todas as honrarias, os tratamentos - não é para gente, é para o cargo, é para o momento”. Por isso eu digo: eu recebo, agradeço, mas em nome do valoroso, inestimável Poder Judiciário de São Paulo, que me ensinou a justiça, a igualdade, a temperança; à academia, que me ensinou olhar e ver, e que, para ensinar, a gente tem que aprender.

E a gente aprende todos os dias, a gente passa a vida estudando, aprendendo. Acredito, hoje, que a gente morre sem saber nada, porque o conhecimento é algo que a gente busca.

Edgar Morin, grande pensador e filosofo francês, diz que o conhecimento é um oceano de... Eu não diria de desigualdade, mas eu me lembro que ele diz de dúvida. É um oceano de dúvidas, salpicado por arquipélagos de conhecimento.

Talvez essa seja a nossa vida, a gente vive em um grande oceano de dúvidas. Talvez haja alguns momentos de tormenta, mas salpicados de arquipélagos, de ilhas, de ilhotas de amizade, de fraternidade, de amor e de companheirismo. É isso que nós estamos vendo aqui hoje.

E eu, mais uma vez, sem nenhum proselitismo, queria agradecer a cada um, às senhoras e aos senhores presentes, a todos os amigos aqui. Para eu não me trair pela memória, pelo momento que estou vivendo, eu gostaria de agradecer a cada um. Sintam-se realmente, sentimentalmente abraçados. A minha gratidão.

Eu costumo dizer... O Silmar, um amigo querido de décadas, fez uma observação; o nosso cônsul-geral, Dr. Jorge, também. A história da amizade. Eu sempre costumo dizer que eu não sei se eu tenho qualidades e realmente tenho dúvidas, mas uma qualidade eu sei que eu tenho: amizade, fidelidade, gratidão. Talvez seja isso que mova a gente à vida.

Na vida, a gente na verdade vive um ideal, porque ideal é algo que a gente vai perseguir sempre. Eu vou viver no real, no concreto, mas vou ter o ideal para perseguir, para melhorar, para querer um mundo mais justo, mais humano, mais fraterno.

Lembro do grande poeta, compositor, maestro Heitor Villa-Lobos. Ele dizia que escrevia as obras dele como quem faz uma carta para a posteridade, sem esperar resposta. Eu acho que é isso que a gente tem que fazer. Já foi dito: “Caminhante, não há caminho”. Vamos à frente. É isso que nós fazemos.

Eu vou pedir licença a cada um dos amigos e amigas aqui presentes, às autoridades, para fazer sempre um pleito de gratidão, de reconhecimento à minha querida esposa Evani. Nestes 39 anos nossos de casamento, 41 anos de convivência... Tem uma música que diz, que o autor dizia: “Acho que mereço ganhar o Prêmio Nobel da Paz”. A Evani deveria ganhar, certamente.

Vinicius de Moraes dizia que a gente, às vezes, gosta tanto que a gente não quer dividir, e isso faz parte do nosso bem-querer, quase que imorredouro. Um dos frutos desse nosso amor eterno, inabalável, Evani, aqui está: a Natália, nossa filha, com o nosso genro Carlos, que também é juiz em São Bernardo do Campo.

E nós temos os nossos netos Enrico, que completa agora, dia 31, cinco anos; Manuela, dois de novembro, dois anos; e a Mia, filha da Amanda, que é médica em Londres, com o marido Giovani, que em 13 de fevereiro completará dois anos.

É o sentido da nossa vida, da nossa existência, da nossa continuidade. Eu só tenho a agradecer a Deus, aos amigos, a todos, tudo que nós temos e tudo que nós possamos um dia vir a ter, mas eu acho que um momento como este vai se eternizar na minha lembrança, no meu reconhecimento, Sr. Deputado, senhoras e senhores, meus amigos presentes aqui, para que a gente possa dizer, como dizia Pablo Neruda, que valeu a pena ter vivido.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Acompanhando este momento de alegria, eu convido a vir aqui à nossa frente, dona Walkíria Zanatta e dona Evani Zambon Marques da Silva, por favor. E convido os maridos, para que possam descer aqui, para fazer uma homenagem a suas esposas.

 

 

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- É entregue a homenagem.

 

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Por favor, convido para a foto também a filha, que já se encontra aqui. Por favor, a filha do nosso homenageado. O nosso genro, por favor. Obrigado. Obrigado, senhores.

Gostaria de registrar alguns agradecimentos às autoridades que nos encaminharam ofícios se desculpando pela ausência. Exmo. Sr. Governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas; Exmo. Sr. Vice-Governador do Estado de São Paulo, Felicio Ramuth; deputada estadual Carla Morando; Sr. Desembargador do Estado de São Paulo, Artur César Beretta da Silveira; vice-presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Sr. Guilherme Gonçalves; Gilberto Kassab, secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo; cônsul-honorário do Cazaquistão, José Horácio Halfeld.

Neste momento, convido o deputado Helinho Zanatta para fazer uso da sua palavra, por favor.

 

O SR. PRESIDENTE - HELINHO ZANATTA - PSD - Boa noite a todos. Gostaria de pedir licença, cumprimentando a Mesa através do nosso amigo querido, Dr. Marco Antônio e, através dele, estender o cumprimento a sua esposa Evani, obrigado por estar aqui com a gente.

Cumprimentar o sempre amigo e mestre na política deste País, deputado Gilberto Nascimento, meu professor. Cumprimentar o desembargador Wanderley Federighi, presidente da Seção de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, neste ato representando o nosso desembargador Ricardo Mair Anafe; desembargador Silmar Fernandes, o vice-presidente do nosso Tribunal Regional Eleitoral, do qual nós tivemos a honra de tê-lo aqui, na nossa posse, na presença desta legislatura, muito obrigado; Jorge Longa Marques, consultor-geral adjunto do Consulado de Portugal; Dr. Renato Afonso Gonçalves, presidente da Casa de Portugal; Dr. Roque Carrazza, professor emérito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC.

Senhoras e senhores, o Dr. Marco, de tudo o que nós ouvimos... Eu acho que, de tudo que foi falado, penso que se expressou aqui nesta noite e penso que através de cada um de vocês, porque vocês estão presentes aqui. Poderiam ter escolhido outros momentos, mas estão aqui presentes.

Então, através desse acontecimento, de cada um dos senhores, das senhoras, de vocês que estão aqui, pela honraria que o Dr. Marco está recebendo desta Casa. Uma honraria que eu diria, com a seguinte colocação: uma honraria da Casa de Leis, desta Assembleia Legislativa, onde, Dr. Marco, eu tive a grata satisfação de poder, através desta honra grande, estar aqui fazendo-a, em nome dos 94 demais deputados e através dos 48 milhões de paulistas que esta Casa representa. Neste momento, coube a mim esta oportunidade, e eu falo que é uma oportunidade.

Dizer que, quando nós tivemos a oportunidade de nos conhecer, foi por um acaso. A vida é dos acasos, é dos acontecimentos que muitas vezes a gente não coloca, não prevê e muitas vezes a gente até pensa em fazê-los, mas aqueles melhores momentos são do acaso. E, quando nos conhecemos, no acaso, eu pude ter a oportunidade de conhecer, de entender, de saber quem era o Dr. Marco Antônio.

E aí foi quando eu falei: “Doutor, eu me sentiria orgulhoso, pela Casa, se o senhor aceitasse, e eu propusesse na Casa, essa honraria, esse Colar”. Ele ficou muito feliz, com certeza. Falou: “Oh, que bom! Não, fico honrado se a Casa permitir que o senhor possa fazer...”.

Só que deixa eu falar uma coisa para o doutor. Eu sou lá do interior, lá de Piracicaba. Acho que a voz dá pra perceber quem é do interior, principalmente de Piracicaba, porque é um dialeto próprio, não tem jeito.

Pode vir, mudar aqui, que piracicabano você reconhece a distância. Só que a gente é lá do interior, pessoas simples, pessoas que vieram do campo, minha família vem da roça. Hoje é bonito o agro, mas era da roça.

Então, a gente veio aí galgando, e não pela vida pública. Nós viemos pelo trabalho e tal, a vida pública surgiu como missão. Só estou aqui por conta desse homem chamado Gilberto Nascimento, que disse assim: “Olha, eu quero que você venha ser candidato a deputado estadual”.

Falei: “Não é para mim, deputado, eu sou de duas cidades do interior, pequenininha. Fui prefeito lá, cinco mandatos, três em uma cidade. Depois, o povo é meio maluco também e votou na outra cidade, mas é o limite. Está bom demais e tal”.

Mas aí o Gilberto é o nosso mentor e ele disse assim: “Então venha que eu tenho certeza que Deus quer e vai preparar uma oportunidade de poder estar”. E hoje nós estamos aqui, nesta homenagem que eu posso dizer que nos orgulha, nos rende muito de ter uma pessoa da capacidade, do tamanho e da grandeza do conhecimento, e a gente, humildemente, vindo lá do interior, poder conceder através dos demais pares, dos demais colegas.

Então, Dr. Marco, aí vem assim aquilo que foi colocado com muita vontade, com muita expressão, com muito carinho, que é essa humildade que o senhor tem. O senhor consegue fazer com que as pessoas se aproximem, e é difícil, até por conta do grau de conhecimento, de sabedoria que o senhor tem, que Deus lhe deu, mas o senhor conquistou junto.

Então, a importância é de a gente estar neste momento. A Casa sente-se honrada e, mais ainda, eu me sinto honrado de poder fazer este momento do Colar, que é uma honraria maior da Casa, que é um momento em que a Assembleia Legislativa pode, exatamente, patrocinar.

E aqui estão os amigos, as pessoas que, como muito foi dito aqui, dentro da carreira, dentro da tua vida, dentro de tudo que o senhor passou, de toda a história, porque cada um tem uma história, cada um constrói uma história; muitos constroem a história, mas poucos constroem a história e chegam através de um ponto da história como amigos da vida, pessoas que são lembradas, pessoas queridas. E hoje a gente vê isso aqui.

É uma honra muito grande, doutor. Parabéns pela Casa Paulista. Falo em nome da Assembleia, falo em nome do presidente André do Prado, falo em nome aqui de todos os membros da Mesa e de cada um dos colegas. Justa homenagem. Merecedor. De uma pessoa simples.

Então, isso nos dá muita honra e que o senhor seja feliz, como sempre, pela família, pelos amigos, e a esperança de quem sabe poder estar mais à frente. A gente torce muito e trabalha muito para que o senhor consiga continuar conquistando, porque quando um amigo... quando cada um conquista alguma coisa, nós temos que celebrar.

Este mundo, às vezes, é muito individualista, muito personalista, aí nós temos que pensar um pouquinho diferente, falar: “Espera um pouquinho, as coisas acontecem, então nós vamos ter que melhorar”, e é isso que o Dr. Marco sempre pregou, e é isso que nos admirou, e é isso que nos aproximou tanto na vida e aproximou a cada um de vocês.

Esta Casa fica muito honrada. Que Deus o abençoe, ilumine, sabedoria, paz e que, eu tenho certeza, o senhor caminhou muito, mas tem um longo caminho pela frente para ajudar o nosso País.

Forte abraço a todos e muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Obrigado ao nosso deputado estadual, Helinho Zanatta.

Um pedido muito especial aqui do nosso homenageado, Sr. Marco. Vou citar aqui mais alguns desembargadores que se encontram aqui, colegas dele e ele está aí apreensivo.

Doutor desembargador Nelson Jorge Jr.; desembargador Dr. Luiz Antônio Cardoso; desembargador Dr. Miguel Marques e Silva; desembargador Dr. Carlos Renato Ferreira; desembargador Dr. Fernando Maia da Cunha; desembargador Dr. Adalberto Martins e desembargador Dr. Rui Cavalheiro.

Neste momento, passo a palavra ao deputado, para as considerações finais e o fechamento, por favor.

 

O SR. PRESIDENTE - HELINHO ZANATTA - PSD - Esgotado o objetivo da presente sessão, eu agradeço a todas as autoridades, à minha equipe, aos funcionários desta Casa, do serviço de som, da taquigrafia, da fotografia, do serviço das atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da imprensa, da TV Alesp, das assessorias policiais Militar e Civil, bem como de todos que, com as suas presenças, colaboraram para o pleno êxito desta solenidade.

Declaro encerrada esta sessão solene. Muito obrigado. (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 51 minutos.

 

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