21 DE MAIO DE 2024

23ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

        

Presidência: ANDRÉ DO PRADO

        

RESUMO

        

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Abre a sessão às 19h31min. Coloca em votação, englobadamente, as emendas ao PLC 9/24.

        

2 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Encaminha a votação das emendas, englobadamente, ao PLC 9/24, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.

        

3 - GILMACI SANTOS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

4 - DR. EDUARDO NÓBREGA

Encaminha a votação das emendas, englobadamente, ao PLC 9/24, em nome do Podemos.

        

5 - GUILHERME CORTEZ

Encaminha a votação das emendas, englobadamente, ao PLC 9/24, em nome da Federação PSOL REDE.

        

6 - PAULO FIORILO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

7 - TEONILIO BARBA

Encaminha a votação das emendas, englobadamente, ao PLC 9/24, em nome da Minoria.

        

8 - MAURICI

Encaminha a votação das emendas, englobadamente, ao PLC 9/24, em nome da Minoria.

        

9 - CONTE LOPES

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

10 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Coloca em votação e declara rejeitadas, englobadamente, as emendas ao PLC 9/24.

        

11 - PAULO FIORILO

Solicita verificação de votação.

        

12 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido. Determina que seja feito o processo de verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

        

13 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

14 - CARLOS GIANNAZI

Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSOL REDE.

        

15 - PAULO FIORILO

Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.

        

16 - VALDOMIRO LOPES

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSB.

        

17 - BARROS MUNHOZ

Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSDB Cidadania.

        

18 - CARLOS CEZAR

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PL.

        

19 - RUI ALVES

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Republicanos.

        

20 - RICARDO FRANÇA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Podemos.

        

21 - TEONILIO BARBA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

22 - CONTE LOPES

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

23 - OSEIAS DE MADUREIRA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSD.

        

24 - ITAMAR BORGES

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do MDB.

        

25 - MILTON LEITE FILHO

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do União.

        

26 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Registra as manifestações. Dá conhecimento do resultado da verificação de votação, que confirma a rejeição das emendas, englobadamente, ao PLC 9/24. Dá conhecimento de resposta à questão de ordem formulada pelo deputado Paulo Fiorilo na 55ª Sessão Ordinária, em 30/04. Solicita que a íntegra da réplica seja encaminhada ao parlamentar e publicada no Diário Oficial.

        

27 - TENENTE COIMBRA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

28 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

29 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Encerra a sessão às 20h23min.

        

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- Abre a sessão o Sr. André do Prado.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior. Votação do Projeto de lei Complementar nº 9, de 2024, de autoria de senhor governador.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, senhor presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, para encaminhar a votação das emendas, a Federação indica o deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental, porém, antes vou dar o comando para passar aos encaminhamentos. Em votação, as emendas englobadamente. Para encaminhar pela Federação PT/PCdoB/PV, com palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Saudações, Sr. Presidente; senhoras e senhores deputados; e funcionários da Assembleia Legislativa. Sr. Presidente, acabou há 10 minutos a votação da escola cívico-militar aqui na Assembleia Legislativa. Já na audiência pública, que nós tivemos aqui na Assembleia, já foi um desrespeito, nobre deputado Barba, que o secretário de educação não participou da audiência pública debatendo escola cívico-militar no estado de São Paulo.

Se é uma prioridade do governador Tarcísio... Sequer o secretário se dignou em vir à Assembleia Legislativa conversar com os deputados estaduais e com as deputadas estaduais. O meu secretário, deputado Barba... Porque quando veio o ministro Camilo, aqui no estado de São Paulo, apresentar o projeto “Pé de Meia”, o mesmo secretário também não compareceu. O único secretário no Brasil inteiro que não participou do lançamento do programa “Pé de Meia”, que é muito importante para os alunos do ensino médio do estado de São Paulo.

Mas o que mais me impressionam em relação a esse projeto é que o governador Tarcísio, das duas uma... Falei isso na semana passada, ou o governador está mentindo para a população, ou o governador Tarcísio está sendo enganado pelo secretário de Educação do estado de São Paulo.

O que o governador Tarcísio fala aqui no seu Twitter? Fui aluno do colégio militar e sei da importância de ensino de qualidade. E como é preciso que a escola transmita valores corretos para os nossos jovens.

Está aqui o @governosp, que vai editar um decreto para regular no seu próprio programa de escola cívico-militares e ampliar as unidades de ensino com esse formato em todo o estado de São Paulo. Temos aqui o Twitter do governador do estado de São Paulo, falando que ele estudou numa escola militar.

Qual a diferença, nobre deputado Suplicy, de uma escola militar e de uma escola cívico-militar? Em uma escola militar, os recursos ou são da Secretaria da Defesa, ou são recursos da Segurança Pública. O projeto que ora foi debatido, aqui na Assembleia Legislativa, e aprovado, nem não dá para falar ampla maioria e foram só 54 deputados estaduais da base do governo.

Só cinquenta e quatro. Muitos deputados da base do governo não votaram no projeto que o governador Tarcísio encaminhou para a Assembleia Legislativa. Apenas 54 deputados votaram “sim” no projeto do governador do estado de São Paulo e encaminhou para a Assembleia Legislativa. Só cinquenta e quatro. Na votação anterior, só cinquenta e três. Então, demonstra que a base do Governo, inclusive, não votou na totalidade no projeto ora apresentado.

E vou reafirmar: nós temos aqui, deputada Bebel, daqui a pouco, o debate em relação ao governador Tarcísio, que vai querer tirar dinheiro da Educação, alegando que vai passar para a Saúde. Mentira.

Vai mentir mais uma vez para a população do estado de São Paulo. Porque o recurso da escola cívico-militar vai sair da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, não vai sair da Secretaria de Segurança Pública.

Então, eu quero reforçar e deixar aqui consignado: ou o governador Tarcísio está mentindo para a população do estado de São Paulo ou o secretário de Educação está mentindo para o governador Tarcísio, porque o que está sendo debatido aqui não é uma escola militar, é uma escola cívico-militar; e o governador Tarcísio não estudou numa escola cívico-militar, como ele afirma no seu próprio Twitter.

Uma outra informação é em relação a onde já foi feita essa escola cívico-militar: no Rio Grande do Sul, no Paraná, em todos os lugares onde foi feita a escola cívico-militar, todas elas, todos os estados voltaram atrás.

E é importante reforçar que nós vimos aqui um monte de mentiras em relação à alegação do governo Lula quanto à escola cívico-militar e por que o MEC tomou uma decisão de acabar com a escola cívico-militar ou orientar o fim da escola cívico-militar no Brasil.

Porque o MEC fez o levantamento, depois de 2022, de quantas escolas cívico-militares de fato estavam funcionando no Brasil. E aí eu vi muitos deputados enchendo a boca para falar do Bolsonaro, para falar da escola cívico-militar, se Bolsonaro não fez, agora o Tarcísio vai fazer. Mas aqui no estado de São Paulo tinha apenas, em 2022, 16 escolas cívico-militares, durante a gestão do presidente Bolsonaro. Apenas dezesseis. Aí a gente olha as informações, e no Brasil eram 216 escolas.

O governo federal tinha, para executar de orçamento durante o ano de 2022, o valor de 98 milhões. Noventa e oito milhões era o orçamento do governo federal para utilizar nas escolas cívico-militares durante o governo Bolsonaro. E usou apenas 245 mil reais.

Foi por isso, nobres deputados, que o MEC orientou o fim da escola cívico-militar, porque demonstrou que tinha ali uma estrutura em que não se gastou sequer o que tinha sido disponibilizado. Projeto que não deu certo no Brasil e é um projeto que não vai dar certo no estado de São Paulo, porque no Rio Grande do Sul não deu, no Paraná não deu.

Então, temos aqui algumas informações: na Bahia, tem uma única escola agora, uma única escola na Bahia agora mantida como escola cívico-militar. Aí a gente olha aqui algumas informações, como na “Isto É”: “PM da reserva ameaça matar aluno em colégio cívico-militar no Paraná, diz Procuradoria”. Jornal “Tribuna”: “Escândalo: denúncias de abusos sexuais contra alunos de colégio cívico-militar vira caso de polícia”. Jornal “Brasil de Fato”: “Aluna com cabelo pintado é ameaçada por direção da escola cívico-militar no Paraná”. “G1”, também no Paraná: “Ministério Público do Paraná investiga a suspeita de assédio sexual contra alunos em colégio cívico-militar”. Doutrinação ideológica. Tem aqui uma foto mostrando, inclusive: “Escola cívico-militar é acusada de promover nazismo em atividade em plena sala de aula numa escola do Paraná”. E é isso que nós vimos Brasil afora, no Paraná, no Rio Grande do Sul, e é o que estaremos vendo aqui no estado de São Paulo.

É uma pena que o governador Tarcísio tenha mentido para a população, falando que estudou em escola cívico-militar, para tentar convencer os deputados a que votassem da mesma forma.

Para a gente, é uma pena que 54 deputados estaduais da Assembleia Legislativa tenham aprovado um projeto que, daqui a alguns meses, daqui a alguns anos, nós vamos ver o problema que vai ser instaurado dentro das escolas do estado de São Paulo, naquelas escolas em que eles dizem que vai ter que ter escolha.

E aqueles municípios que têm uma única escola estadual no estado de São Paulo? E tem muitos municípios no estado de São Paulo que têm uma única escola. Qual vai ser a opção? Não tem opção.

Nós estamos vendo a escola deteriorada. Eu disse isso aqui na semana passada: quer discutir a Segurança Pública no estado de São Paulo em relação às escolas? O governo federal, no ano passado... E nós tivemos problemas de assassinatos de alunos em escolas.

O governo federal do governo Lula colocou à disposição recursos para ronda escolar. Será que o governador Tarcísio, a par desse problema, foi lá e se habilitou para receber a ronda escolar? O governador Tarcísio tem essa opção. Vamos trabalhar com ronda escolar no entorno das escolas.

Nós tivemos um projeto muito importante aqui na Assembleia Legislativa que foi aprovado, que era para ter psicólogos nas escolas. Depois da pandemia, a gente tem percebido a necessidade de ter um atendimento direcionado para os alunos e alunas do estado de São Paulo.

Aqui tem as matérias, tanto do Terra como da “Hora do Povo”: “Tarcísio veta projeto para contratação de psicólogos para escolas estaduais”; “Tarcísio veta contratação de psicólogos e assistentes sociais para as escolas públicas do estado de São Paulo”.

São matérias que saíram já no governo Tarcísio, demonstrando que quer colocar policial reformado nas escolas estaduais, mas não aprovou e não autorizou psicólogos, que poderiam ajudar muito mais no reforço e no apoio das escolas do nosso Estado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

É por isso que somos contra - mais uma vez, reafirmando - o projeto de escola cívico-militar e somos favoráveis às emendas do Partido dos Trabalhadores e da bancada de oposição.

 

O SR. DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Pela ordem, Sr. Presidente. Para encaminhar como líder do Podemos.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Tem dez minutos pelo tempo regimental.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Enquanto ele se encaminha, posso fazer uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Sim. Vossa Excelência tem dois minutos.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO -Ouvindo toda essa discussão no dia de hoje, eu acho superinteressante. Nós estamos no lugar certo para discutir, debater. A oposição na dela, sempre contra.

Está tudo dentro dos conformes, como se diz, mas temos que lembrar àqueles que são contra, que falam do Tarcísio, que são contra o Tarcísio em tudo que ele faz, lembrar o seguinte, que tudo o que está acontecendo aqui - a Sabesp, a escola cívico-militar - fez parte de um plano de governo em que o governador disse que iria fazer, que iria realizar esses projetos que estão sendo debatidos e aprovados aqui nesta Casa.

A população do estado de São Paulo escolheu esse projeto. Tinha outro projeto também disputando com o Tarcísio, mas a população escolheu esse projeto do Tarcísio. Então, tudo isso que está acontecendo aqui não tem nada de anormal.

É claro que a oposição está na dela, em debater, em ser contra, mas não existem aqui as mentiras, como alguns insistem em dizer que o Tarcísio é. Não, pelo contrário, é um grande governador e está fazendo exatamente aquilo que prometeu que faria se eleito fosse.

A população entendeu, aceitou, votou e o Tarcísio venceu. Então, agora está certo ele vir aqui e mandar esses projetos para cá, para que esta Assembleia debata e aprove, sim ou não. Aqui, como a maioria dos deputados, nós, deputados, fazíamos parte desse projeto, fazemos parte desse projeto, aprovamos aqui sempre com maioria ampla.

Mas queria dizer também, presidente... Queria agradecer à deputada Monica Seixas, que, a partir de agora, a partir de hoje, ela decidiu que é a nossa professora de português aqui dentro da Assembleia Legislativa.

Então, a gente fica muito feliz com isso, que a partir de agora todos os deputados vão passar a falar direitinho, com concordância, porque temos aqui a professora Monica Seixas. Eu queria até pedir: Monica, será que eu falei correto aqui no microfone agora? Teve algum erro de concordância? Depois a senhora dá minha nota, professora.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra, o deputado Dr. Eduardo Nóbrega.

 

O SR. DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobres colegas deputados e deputadas, quero me dirigir a esta tribuna como líder do Podemos para justificar a votação do nosso partido, mas antes, presidente, peço licença para desejar aqui ao meu primogênito Tiago, que completa hoje 21 anos de idade, todas as sortes de benção. É um filho que tem um futuro promissor.

Sr. Presidente, trata-se de um projeto do governador Tarcísio que visa a implementação do programa escola cívico-militar nas escolas do estado de São Paulo. Recebi diversas manifestações em meu celular durante o dia, de pessoas a favor e pessoas contra a implementação desse programa e formei a minha convicção, ao lado dos companheiros do Podemos, a favor do projeto, pelas razões que apresento neste momento.

A primeira é o que está disposto no § 2º do Art. 1º, que estabelece o seguinte: “O programa é complementar às políticas de melhoria da qualidade da Educação básica em âmbito estadual e municipal, e não implicará o encerramento ou substituição de outros programas.”

Essa é a primeira razão que levou a bancada do Podemos à aprovação desse projeto. Nós não estamos impondo no estado de São Paulo um modelo único. É mais uma opção, e uma opção que já foi experimentada em outros estados da Federação e aprovada pela população. O que nós não podemos, Marcolino, é impedir que aqueles paulistas, paulistanos, que queiram matricular seu filho em uma escola que tenha esse programa, que ele não tenha essa opção.

Por isso, é a primeira razão que levou os deputados do Podemos a votar favoravelmente ao programa. A segunda, Sr. Presidente, está no Art. 8º do projeto. Para que ele possa ser implementado, dentre outros critérios, Balas, nós temos a necessidade de aprovação da comunidade escolar por meio de consulta pública.

Desse modo, não há nada, ao nosso ver, mais democrático do que consultar a própria população, se vai querer a conversão ou não de uma unidade escolar que já existe, ou a criação de uma escola nova nesse modelo, com o programa cívico-militar.

Isso é democracia, meu líder, Carlos Cezar. Não há como se discutir. Eu creio que falta de pluralidade e falta de discussão é não permitir que o estado de São Paulo, Mecca, tenha o modelo escolar da escola do programa da escola cívico-militar.

Por fim, Sr. Presidente, um fator muito importante, debatido com a Clarice, com o Gerson, com o Ricardo, é que a questão que a gestão pedagógica e administrativa será do núcleo civil, e a organização e a segurança escolar ficarão a cargo do núcleo militar.

Portanto, diante de todos esses argumentos, a bancada do Podemos decidiu por votar favoravelmente ao projeto, e neste momento encaminhar contrário às emendas apresentadas.

E para terminar, Sr. Presidente, discordar, com todo o respeito aqui, da nobre deputada Monica, ao dizer que o governador Tarcísio é contra os policiais militares e a Polícia Civil do Estado de São Paulo.

Eu estou no primeiro mandato como deputado estadual, presidente, e no primeiro ano de mandato o governador, corajoso, encaminhou a esta Casa de Leis um projeto para aumentar e começar uma política pública salarial de recuperação da Polícia Militar e da Polícia Civil do Estado de São Paulo, uma política que não existiu nos últimos anos.

Não é possível se admitir essa crítica ao governador Tarcísio, e que ele continue nesse processo de recuperação da política pública salarial, não só dos policiais, das forças de Segurança, mas de todo funcionalismo público do estado de São Paulo.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para indicar o deputado Guilherme Cortez para encaminhar pela liderança do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Carlos Giannazi. O deputado Guilherme Cortez fará o encaminhamento então pela bancada do PSOL REDE.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, presidente. Boa noite a todos os deputados presentes, deputadas, os servidores desta Casa, lamentavelmente agora com as galerias vazias.

Presidente, eu quero dizer que já está virando costume... À exceção de um colega ali que é muito bem-vindo aqui na galeria. Quero dizer, presidente, que já está virando costume nesta Assembleia esse “modus operandi”, a forma de fazer democracia do governo Tarcísio.

Reprimir quem está aqui se manifestando, e a gente votar um projeto nocivo, um retrocesso para a população do estado de São Paulo, com a Casa praticamente vazia, com pessoas sendo presas, depois de uma truculência desproporcional.

Essa é a forma de fazer política, de dialogar, de fazer democracia do governador Tarcísio. Esse projeto, que lamentavelmente foi aprovado nesta noite, presidente, ele não tem nada a ver com Educação, e nem com melhorar a condição da rede estadual de ensino de São Paulo.

Não à toa, as pessoas que estavam daquele lado, fazendo torcida organizada pela aprovação do projeto, estavam cantando: “Volta, Bolsonaro”. Estavam com bandeira do Bolsonaro. Teve deputado que subiu aqui para defender o projeto falando slogan do Bolsonaro.

Ou seja, não tem nada a ver com Educação. Não tem nada a ver com melhorar a rede estadual de ensino, a escola pública. Tem a ver com uma ideologia, a ideologia do nacionalismo, do conservadorismo, que esses deputados, que as pessoas parecem defender de qualquer maneira.

Tanto é que esse projeto não diz respeito à melhoria da rede estadual de ensino, que o projeto foi aprovado aqui prevê pagar mais para os militares do que pagar para os professores.

E eu digo para vocês: o problema da rede estadual de ensino, para mim que estudou em escola pública e universidade pública e que toda semana estou visitando uma escola ou uma universidade, não é falta de autoritarismo, de repressão, de militarismo, deputado Fiorilo.

O problema da rede estadual de São Paulo é falta de recurso, de investimento. Eu não sei por quais escolas ou por quais quartéis os deputados da direita estão andando, mas quem visita uma escola estadual vai testemunhar que o que falta para a nossa escola não é militar.

O que falta para a escola pública em São Paulo é livro, porque tem muita escola que agora a gente está no mês de maio, quase entrando em junho, que ainda não recebeu o material didático. O que falta para a rede estadual de ensino é pagar melhor os nossos professores, porque sem o professor remunerado adequadamente a gente não vai ter um ensino de qualidade.

Mas esse não é um governo que tem compromisso com a Educação, tanto é que quer substituir os professores pelo ChatGPT e que propõe um projeto de escola cívico-militar enquanto está em pauta nesta Assembleia uma proposta de emenda à Constituição desse mesmo governo para cortar o investimento mínimo obrigatório na rede estadual a 5% menos que o mínimo.

São dez bilhões de reais de prejuízo que o governador Tarcísio quer impor para a rede estadual. E vejam bem, este projeto das escolas cívico-militares que acabou de ser aprovado não vem com a contrapartida de mais investimento para pagar essas escolas.

Eles mantêm o mesmo investimento para a educação estadual para que as escolas cívico-militares disputem o recurso, o investimento da rede estadual das escolas regulares, para sobrar ainda menos dinheiro para infraestrutura, para compra de material de limpeza, para compra de material didático para as nossas escolas.

Esses deputados e esse governo que diz aqui que vai defender uma escola sem doutrinação, uma escola sem partido, na verdade, é o mesmo governo que está colocando no material da rede estadual de ensino, no material digital, conteúdo do MBL e conteúdo do Brasil Paralelo, que é aquele canal conspiracionista da extrema direita e que agora a rede estadual de ensino está usando esses conteúdos para aí sim doutrinar os alunos da rede estadual de ensino de São Paulo.

Esses deputados que dizem defender a escola sem partido, na verdade, querem uma escola de partido único, de partido imposto. O que eles não querem é que a escola seja um espaço livre e democrático para que o estudante possa aprender e possa questionar sim, porque o papel da escola não é formar gente para obedecer. De gente que está aí para obedecer, a gente já tem muito.

A gente quer uma escola que forme cidadãos e cidadãs com senso crítico que possam questionar e que possam resolver os problemas da nossa sociedade e do Estado. Mas vai ver, presidente, que é isso que os deputados da extrema à direita tanto temem, porque se a gente tiver um ensino melhor, se a gente ensinar os nossos alunos a pensarem, a criticarem, a ter senso crítico, aí as próximas gerações vão acreditar menos em fake news, vão acreditar menos em negacionismo, vão acreditar menos nas mentiras que alguns desses deputados e alguns desses políticos e esse governo falam para ganhar voto.

Aí a gente entende qual que é a preocupação dos deputados da extrema direita, dos bolsonaristas, e por que que agora eles querem impor as escolas cívico-militares. O que a Educação do estado de São Paulo precisa é mais recurso, é mais investimento.

Então eu quero cobrar coerência de todo deputado da direita que veio aqui defender esse projeto em defesa das nossas escolas que também venha aqui e também dê o seu voto contra a PEC que vai tirar 5% do recurso mínimo da rede estadual, que vai tirar dez bilhões de reais da nossa rede.

Se eles estão tão preocupados com a realidade da rede estadual de ensino eu espero a coerência deles para votarem contra o corte de investimento na nossa Educação, porque o que falta para a escola pública do estado de São Paulo é investimento, é valorização, é respeito.

Não é com truculência, não é com autoritarismo que a gente cria um ambiente de discussão, um ambiente de aprendizado, porque a imposição, porque o medo, porque a violência não ensina ninguém. Não é assim que a gente se forma, não é assim que a gente conscientiza, não é assim que a gente aprende. A gente aprende quando a escola é um ambiente em que os professores e os alunos se respeitem.

E eles se respeitem não pela autoridade hierárquica, não por conta da punição, não por conta da vigilância, mas porque eles entendam o valor do seu professor, e que o professor entenda a importância do estudante, para, como dizia o Paulo Freire, o professor aprender enquanto ensina e o aluno ensinar enquanto aprende, e dessa troca os dois poderem sair mais formados, mais conscientes, mais críticos, de dentro da sala de aula.

Para terminar, presidente, lamentar, mais uma vez, que debaixo de violência, de truculência, de autoritarismo, de repressão, tenha sido aprovado pelos deputados da base do governo um projeto ruim para o estado de São Paulo, que vai representar menos dinheiro para a rede estadual de ensino, porque as escolas cívico-militares vão roubar uma parte desse dinheiro, que as nossas escolas vão continuar defasadas, sem livros, nós, professores, sem motivação, sem valorização para as suas carreiras.

E dizer que eu não entendo mesmo, porque chega a parecer, deputado Marcolino, um fetiche que algumas pessoas têm com o negócio da militarização, porque, para eles, o estado bom é privatizar tudo e, o que não conseguir privatizar, é militarizar.

São só essas duas coisas que eles sabem falar, é acabar com o estado, entregar tudo para o privado, e o que continuar público, você tornar militarizado, você restringir, para você restringir o acesso da população.

Lamentavelmente não é isso que nenhum lugar que desenvolveu a sua educação, a sua rede de ensino, fez, e agora o estado de São Paulo vai na contramão. Por isso, quero orientar pela bancada do PSOL o voto favorável às emendas que foram apresentadas, para tentar diminuir o retrocesso que esse projeto vai representar para a Educação do estado de São Paulo. Escola não é quartel, escola é um lugar de democracia, de aprendizado e de senso crítico. A gente tem que valorizar o nosso professor.

A gente tem que valorizar os militares para fazer o seu trabalho na Segurança Pública e dentro dos quartéis. Na escola, quem tem que cuidar é o professor, é o aluno e é a comunidade escolar.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, para uma breve comunicação, que eu tentei na outra, mas o deputado Olim, achei que ele fosse falar, eu acabei não falando.

 

A SRA. THAINARA FARIA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Gostaria de indicar o nosso deputado Barba para encaminhar pela Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental. O deputado Teonilio Barba fará encaminhamento pela Minoria. Enquanto isso, deputado Paulo Fiorilo, dois minutos para uma comunicação.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, Sr. Presidente. Sr. Presidente, eu acompanhei ao longo da tarde o debate sobre a aprovação da escola cívico-militar, e eu ouvi vários argumentos. Mas eu fiquei pensando: o Estado tem mais de cinco mil escolas distribuídas nos municípios. O secretário veio aqui e disse que a ideia inicial é entre 50 e cem.

Estive falando com o deputado Tenente Coimbra, é impressionante, porque a gente está fazendo um debate de 50 escolas que não vão resolver o problema da Educação, até porque não se está investindo. Ao contrário, a PEC n.º 9 propõe tirar dez bilhões. Parece-me que o deputado Gilmaci, com todo o seu conhecimento, disse aqui: “Quem ganhou as eleições foi esse projeto. Portanto, não tem nada de anormal.”

Eu fiquei curioso, fui checar o projeto do governador. Era bom lembrar o deputado Gilmaci que, por exemplo, o governador não disse que privatizaria a Sabesp. Depois que ganhou, privatizou.

Agora, ele não escreveu uma linha sobre escola cívico-militar. Então eu queria pedir para o deputado Gilmaci que ele pudesse ler o programa do governador, que ganhou a eleição, mas que não colocou uma linha sobre escola cívico-militar.

Então o governador está enganando todo mundo, ou todo mundo está querendo ser enganado. Eu nem vou ler aqui as propostas, eu vou deixar que o Gilmaci leia, para poder se informar sobre o que realmente o governador propôs para a Educação. Nenhuma vírgula.

Sabe por que ele mudou? Porque tinha interesse em dialogar com setores bolsonaristas desta Casa que estavam irritados com o governador porque ele está fazendo muito gesto, não para os bolsonaristas. Então realmente o deputado Gilmaci trouxe uma contribuição importante: lembrar aqui que não tem uma vírgula sobre escola cívico-militar.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o deputado Teonilio Barba.

 

A SRA. THAINARA FARIA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Só para dizer que o deputado Teonilio Barba vai dividir o tempo com o deputado Maurici.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental.

 

O SR. TEONILIO BARBA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente André do Prado, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta Casa, tem um deputado aqui que eu respeito muito, que eu chamo de “um dos nossos decanos”, que uma semana atrás disse que agradeceu ao pai e à mãe por terem-no colocado em uma escola que tinha um regime parecido com regime militar.

Deputado Barros Munhoz, grande deputado, amigo, mas também eu quero agradecer ao meu pai e minha mãe, em memória, porque meu pai e minha mãe, apesar de serem analfabetos, trabalhadores da lavoura, da roça, explorados pelos grandes fazendeiros, pelos grandes latifundiários, deputado Conte Lopes, graças a Deus não me colocaram numa escola cívico-militar.

Eles me colocaram numa escola chamada Grupo Escolar Professor Yolanda Noronha do Nascimento. Aliás, era a única escola que tinha para atender vários bairros, por isso que era chamada Grupo Escolar.

E foi ali que eu fiz, naquela época, a gente estudava do primeiro ao quarto ano, depois fazia admissão, depois do primeiro ao quarto ano ginasial, depois do primeiro ao terceiro ano colegial. Bem, e acho que as pessoas estão fazendo uma confusão.

Eu ouvi deputados dizerem aqui desta tribuna que, na escola cívico-militar, é bom porque as mulheres têm que entrar com o cabelo preso. A deputada Ediane Maria tem que prender o cabelo para entrar em uma escola cívico-militar. Os homens têm que andar com o cabelo cortado bem baixinho.

Ora, eu admiro os estudantes que estavam aqui hoje porque eu cresci na rebeldia, eu cresci lutando contra a ditadura militar, eu cresci lutando contra todo tipo de repressão. Vou fazer 66 anos, dia 8 de julho, e eu cresci lutando.

Eu vi deputado aqui desta tribuna atacando o movimento sindical. Sabe por que ataca o movimento sindical? Porque tem ojeriza de trabalhadores. E nós, do movimento sindical, deputado Marcolino, defendemos a classe trabalhadora.

O presidente Lula, quando constrói a primeira greve no ABC, que começa na fábrica da Scania, ele começa uma greve lutando por salários que o Delfim Neto estava escondendo naquela época, escondendo da inflação.

O deputado Conte Lopes nos acompanhou muito no ABC, deu muita porrada na gente lá. Nós corremos dele, outras vezes demos trabalho, mas faz parte. A luta pela democracia é assim. E eu admiro a resistência à rebeldia.

Eu não quero que alguém diga qual é o modelo de cabelo que a minha filha tem que usar. Minha filha tem a liberdade de escolher se ela quer usar um cabelo solto ou cabelo afro, ela escolhe do jeito que ela quiser. E a escola cívico-militar não vai deixar as crianças, adolescentes e jovens escolher da maneira que eles gostam e da maneira que eles pensam.

Não tenho nenhum problema. Aliás, vou aqui pedir a ajuda do deputado Conte Lopes, do Capitão Telhada, do Tenente Coimbra. Eu não tenho nenhum problema com escola cívico-militar para os filhos dos militares, para a família dos militares. E não tenho nenhum problema com os colégios para formar militares.

Aliás, nesta tribuna aqui eu já defendi que a nossa Força Armada Brasileira tem escola importante para formar militares, embora tenha formado um de mau caráter, tenha formado um capitão de mau caráter. Mas não tenho problema com isso, nós temos uma escola das Forças Armadas que foi importante para a formação das nossas Forças Armadas no País.

Mas, por exemplo, na minha rua, que moro há 51 anos, tem um rapaz que é cabo da polícia, Maurici, mais novo do que eu, nasceu na mesma cidade. Eu nunca o vi sair da casa dele com a farda da polícia. E a grande maioria dos policiais, sejam homens ou mulheres que trabalham aqui, a grande maioria, que é o soldado, que é o recruta, a grande maioria mora em periferias, mora em vilas.

Você não vê nenhum governo que construa uma vila militar para que esses soldados, que são recrutas, que são soldados, morarem, e morarem com tranquilidade, poder sair daquele bairro, da sua vila militar, com a sua farda, de maneira tranquila e com segurança.

Uma boa parte deles mora na periferia, mora nos condomínios mais pobres e sai de casa com a farda na mochila para não ser corrompido, para não se corromper, para não ser morto ou ter alguém da família morto, ou para não matar alguém, às vezes, em um susto, porque pode, a função é periculosa e apresenta isso.

Então é um projeto que nós tínhamos que defender nesta Casa, que o Governo do Estado tinha que construir, dar condições para toda a Polícia Militar do Estado de São Paulo e toda a Polícia Civil, criando vilas de policiais militares para que eles possam morar, para que eles tenham os clubes que possam frequentar de uma maneira bastante tranquila.

Agora, projeto que diz a maneira como eu tenho que usar meu cabelo, a maneira como eu tenho que construir as coisas é projeto de militarização das crianças na escola. Por isso, nós recomendamos o voto contra. Vamos judicializar esse projeto, não tem moleza.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para compartilhar o tempo, deputado Maurici.

 

O SR. MAURICI - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu fui aluno de um colégio religioso. Morava em Franco da Rocha, era uma cidade pequena e pobre, a oferta de ensino público era rarefeita e a escola pública não me aceitava porque eu era muito novo.

Meu pai me disse assim: “Quer continuar estudando? Você já viu que eu não tenho dinheiro para pagar escola privada, e a escola pública não vai te aceitar. Se você quiser continuar estudando, eu vou te levar para conversar com o padre.

Ele vai fazer um monte de pergunta, você responda do jeito que quiser. Ele vai perguntar se você quer ser padre, você fala que quer, está bom?”. Eu fiz isso e fui para um colégio religioso, salesiano.

Lá, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, eu cantava o Hino Nacional, a gente tinha que fazer fila para isso, para aquilo, ficava em silêncio na hora de comer, ficava em silêncio na hora de dormir, ficava em silêncio na hora que lavava a louça, limpava o chão, ficava em silêncio na hora em que carpia a roça. Era disciplina, mas a gente tinha ensino de qualidade. Tive iniciação a latim, grego, italiano, francês, tivemos filosofia, tivemos cultura humanística, um ensino de qualidade.

Hoje eu olho para os grupos dos ex-alunos lá e eu me considero uma pessoa de pensamento de esquerda, Sr. Presidente, mas a maioria dos meninos - meninos, porque era só masculino -, que saíram da mesma escola que eu, têm o pensamento de direita. Vários defendem, como alguns aqui, a maioria, talvez, o ex-presidente Bolsonaro.

Estou falando isso para dizer que o deputado Paulo Fiorilo falou da mentira. Eu acho, deputado Paulo Fiorilo, que esse projeto é uma mentira, é uma fake news, é uma mistificação, é enganação, porque se o governador estivesse mesmo interessado em formar uma juventude, uma geração de direita, ele teria oferecido um ensino de qualidade, e esse projeto não propõe isso, muito pelo contrário. Ou cantar Hino Nacional e fazer fila por acaso é exercício de civismo? Tenha paciência.

Agora, por outro lado, eu acho que em uma coisa a deputada Monica tem que ser enaltecida aqui, é basicamente destruir a Educação, destruir o professorado. Professor não é, por natureza, alguém de esquerda, o professor é, por natureza, alguém mal pago pelo Governo do Estado.

Se o governo quisesse, de fato, formar consciências, pagava melhor os professores, oferecia carreira, melhor condição de ensino para os alunos, melhores escolas. Aí, sim, teria uma chance de, dentro de uma visão crítica, formar alunos de esquerda, de centro, de direita que pensassem na sociedade.

Agora, se o governo não está pensando na Educação, também não está pensando na Segurança, com todo o respeito. O policial precisa de carreira, precisa de salário, precisa de condição de trabalho. O grupo de policiais militares e civis é o grupo social com maior índice de suicídio. Ou eu estou mentindo aqui?

E qual é o trabalho que o Governo do Estado faz para apoiar esses jovens que vão para a Polícia Militar, que vão para a Polícia Civil e entram em um conflito, porque têm que brigar, têm que disputar espaço com gente da mesma classe social de onde ele é oriundo?

O Governo do Estado não está preocupado, e a população já percebeu isso, tanto que a Segurança Pública do governo Tarcísio, segundo as pesquisas mais recentes, é muito mais mal avaliada do que dos governos anteriores.

Então, Sr. Presidente, esse projeto não é nada, devia ser processado por crime eleitoral, porque é um mero aceno para o eleitorado de direita.

Muito obrigado.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Para uma reclamação, comunicação, que eu fui citado pelo deputado Barba.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem dois minutos Vossa Excelência.

 

O SR. CONTE LOPES – PL – PARA COMUNICAÇÃO -Sr. Presidente, primeiramente, o deputado Barba, que era comandado pelo Lula, que era o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, jovem, ele já jogava “miguelito”, que é um preguinho que eles montavam lá, que de qualquer jeito que o prego cai, ele fura o pneu da viatura, eles caem sempre pra cima. Bolinhas de gude, que atiravam na viatura. Bombas molotov...

E digo mais: a primeira vez que eu tive contato com o Lula, presidente hoje, foi em 78, na porta da Volkswagen e ele já era espaçoso, o Lula, ele chegou pra mim lá dando uma dura, porque começou a greve, e alguns queriam trabalhar e outros não queriam trabalhar.

E ele já chegou...ele já era espaçoso: “Oh, tenente, eu falei com o governador, que você está fazendo aqui, poxa, veio polícia...”. Eu falei: “Então você volta a falar lá, porque me mandaram para cá. Quem quiser trabalhar, vai trabalhar...”. Então desde lá... então saía porrada para os dois lados...

Eu estava... No dia que a mãe do Lula foi enterrada, eu estava lá; que Lula chegou preso pela Polícia Federal na época com o Tuma... E o povo todo lá cantou o Hino Nacional. Eu até cheguei a comentar com meus policiais, sei lá, estão criando um “Beatle” e um líder.

Então a verdade é essa, então não é bem como o deputado Barba falou. Eles jogavam pedras, eles jogavam... Atiravam contra a gente, jogavam o molotov. Então era pau dos dois lados também. Então não é só ele que é santo, não. E eu má pessoa.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação, as emendas englobadamente. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados, que forem contrários, queiram continuar como se encontram. Rejeitadas.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Solicito verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos proceder a verificação de votação pelo sistema eletrônico. A partir desse momento, estamos fazendo sinal de sinal intermitente por quatro minutos para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados, que não se encontrem em plenário, tome o conhecimento da votação que se realizará.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Jorge Wilson.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Para pedir a todos os deputados e deputadas da base aliada para votar “não”.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para colocar a bancada do PSOL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSOL em obstrução.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Colocar a Federação PT/PCdoB/PV em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação PT/PCdoB/PV em obstrução.

 

O SR. VALDOMIRO LOPES - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Valdomiro Lopes.

 

O SR. VALDOMIRO LOPES - PSB - Para colocar o PSB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSB em obstrução.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Barros Munhoz.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Colocar a Federação PSDB Cidadania em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação PSDB Cidadania em obstrução.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Carlos Cezar.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Colocar o Partido Liberal em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Partido Liberal em obstrução.

 

O SR. RUI ALVES - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. RICARDO FRANÇA - PODE - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Ricardo França.

 

O SR. RUI ALVES - REPUBLICANOS - Colocar o Republicanos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Rui Alves coloca o Republicanos em obstrução. Pela ordem, deputado Ricardo França.

 

O SR. RICARDO FRANÇA - PODE - Podemos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Podemos também em obstrução.

 

O SR. TEONILIO BARBA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Teonilio Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Só para responder meu amigo, Conte Lopes, que é um deputado que eu respeito muito e o Conte sabe do carinho, que eu tenho por ele, e ele por mim.

O Conte foi um dos grandes deputados aqui junto comigo, junto com Major Mecca, junto com o próprio Capitão Telhada, que no debate aqui da reforma da Previdência se mantiveram firmes em defesa dos funcionários públicos.

Em outros debates, como o voto na questão dos precatórios, do projeto administrativo do João Dória. Vários projetos nós tivemos junto aqui. Não, é o Coronel Telhada. Coronel Telhada. Não era o Capitão. O Capitão não estava aqui ainda. Mas o só para te responder, Conte, que o Lula é tão espaçoso, tão espaçoso, que ele não cabia no sindicato, só cabe na Presidência da República.

Então, foi uma, duas, três e estamos a caminho da quarta, viu? Vocês podem se preparar, porque nós estamos a caminho da quarta. O presidente Lula tem as características, essa capacidade... Então só para responder meu amigo, Conte Lopes, que a gente às vezes brinca aqui nos debates dos microfones, mas com muito respeito, e o Conte sabe do respeito que eu tenho por ele.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - PARA COMUNICAÇÃO - O deputado Mecca falou: “vocês estão velhos pra caramba”. É bom colocar que nessa época nem o PT existia, né, em 68.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - A partir deste momento, estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos, para que as Sras. Deputadas e Srs. Deputados... Me desculpa. Já falei.

Tendo transcorrido os quatro minutos, o sistema eletrônico agora ficará aberto para que as Sras. Deputadas e Srs. Deputados votem “sim”, “não” ou registrem “abstenção” nos terminais dispostos em suas mesas.

 

O SR. OSEIAS DE MADUREIRA - PSD - Pela ordem, Sr. Presidente. Para colocar o PSD em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSD em obstrução.

 

O SR. ITAMAR BORGES - MDB - Pela ordem, Sr. Presidente. Colocar o MDB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - MDB em obstrução.

Não havendo mais deputados que queiram fazer seu voto pelo sistema eletrônico, abriremos os microfones de aparte, agora, para que as Sras. Deputadas e Srs. Deputados possam assim fazê-lo.

 

O SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - União em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - União em obstrução também.

Como vota o deputado Valdomiro Lopes?

 

O SR. VALDOMIRO LOPES - PSB - Olha, eu tenho que votar a favor de uma emenda importante que eu fiz nesse projeto, que é para priorizar os bairros periféricos das grandes cidades, inclusive da minha, São José do Rio Preto, onde uma escola cívico-militar seria muito bem-vinda, em especial lá no Parque Residencial Nova Esperança.

Então, eu vou votar a favor da minha emenda. E...

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Vota “sim”?

 

O SR. VALDOMIRO LOPES - PSB - “Sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Mais algum dos Srs. Deputados e Sras. Deputadas gostaria de fazer seu voto nos microfones de aparte?

 

* * *

 

- Verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não havendo mais deputados interessados em fazer o seu voto pelos microfones de aparte, consulto as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados se gostariam de alterar o seu voto.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Presidente, para retificar: “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada Monica Seixas muda o voto de “não” para “sim”.

Mais algum dos Srs. Deputados e Sras. Deputadas gostaria de alterar o seu voto? Não havendo deputados interessados em alterar os seus votos, passaremos então à proclamação do resultado.

Votaram “sim” 14 deputados, “não” 50 deputados, mais este presidente, total de 65 votos, quórum que rejeita as emendas englobadamente.

Antes de dar por encerrada a sessão, Senhoras Deputadas e Senhores Deputados: COMUNICO ao Plenário que, nesta Sessão, estou respondendo à questão de ordem formulada pelo nobre Deputado PAULO FIORILO no último dia 30 de abril, acerca da tramitação do Projeto de lei Complementar nº 9, de 2024.

Em prol do dinamismo dos trabalhos do Plenário, não farei a leitura da resposta.  

Para dar a ela a devida publicidade, DETERMINO:

1º) que seja prontamente encaminhada ao nobre autor da questão de ordem; e

2º) que seja transcrita nas notas taquigráficas desta sessão.

 

O SR. TENENTE COIMBRA - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Uma rápida comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Tenente Coimbra.

 

O SR. TENENTE COIMBRA - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, agradecer a todos os parlamentares pela aprovação desse importantíssimo projeto. São seis anos de luta pela implementação das escolas cívico-militares em um programa próprio aqui do estado de São Paulo.

Agradecer a todas as lideranças municipais que fizeram mais de 200 mil assinaturas, mostrando que todo o estado de São Paulo quer escola cívico-militar e agradecer principalmente ao nosso governador, que cumpriu um compromisso de campanha, que, quando teve a descontinuidade do programa no governo federal, se posicionou aqui dentro do Governo do Estado colocando que teríamos um modelo próprio ao estado de São Paulo e assim o fez, assim cumpriu.

Então, parabéns a todos os envolvidos. Parabéns a V. Exa. por ter conduzido. A gente sabe que uma sessão tumultuada é sempre mais difícil, mas V. Exa. conduziu, como sempre, com maestria, com parcimônia, com tranquilidade. Parabéns, presidente. Teremos 100 escolas cívico-militares dentro da gestão Tarcísio.

Muito obrigado a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado, deputado Coimbra.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Jorge Wilson, líder do Governo.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, parabenizar V. Exa., parabenizar e agradecer todos os deputados e deputadas da base aliada por mais um projeto importante para o avanço do estado de São Paulo, avanço na Educação.

O governo Tarcísio de Freitas fazendo a diferença, dando a opção para aquela família que quer colocar o seu filho em uma escola cívico-militar, para que a partir dali ele possa entender seus direitos e seus deveres, o verdadeiro e pleno exercício da cidadania. Isso é fantástico, isso é importantíssimo para o estado de São Paulo.

Mais uma vez, Sr. Presidente, o maior Parlamento da América Latina, com os deputados debatendo, discutindo e votando pautas importantes. Parabéns, Sr. Presidente, pela condução dos trabalhos. Quero também parabenizar toda a assessoria desta Casa. Vitória para o estado de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Esgotado o objeto da presente sessão, está encerrada a sessão.

 

* * *

 

- Encerra-se a sessão às 20 horas e 23 minutos.

           

* * *

 

- É inserida íntegra de resposta da Presidência, não lida em plenário, a Questão de Ordem.

 

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RESPOSTA À QUESTÃO DE ORDEM APRESENTADA PELO NOBRE DEPUTADO PAULO FIORILO NA 55ª (Quinquagésima Quinta) SESSÃO ORDINÁRIA, REALIZADA EM 30 DE ABRIL DE 2024

 

I. No curso da 55ª Sessão Ordinária, realizada em 30 de abril de 2024, o nobre Deputado Paulo Fiorilo dirigiu a esta Presidência questão de ordem alusiva à tramitação do Projeto de Lei Complementar nº 9, de 2024, de autoria do Sr. Governador do Estado, que “institui o Programa Escola Cívico-Militar no Estado de São Paulo e dá providências correlatas”.

Depois de transcrever o disposto no artigo 54, “caput”, do Regimento Interno, asseverou o ilustre Líder da Federação PT/PCdoB/PV que, no âmbito da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), “não houve a designação de relator em tempo hábil”. Assinalou, ademais, que, passada uma semana da designação, a propositura foi devolvida pelo Relator sem apresentação de voto. Anotou, ainda, que a não emissão de parecer pela CCJR acabou por implicar a impossibilidade de exame da matéria pelas demais Comissões às quais foi distribuída.

No fecho da questão de ordem, indagou-se “se (1) o ato de designar, imediatamente, relator para as matérias em regime de urgência está sujeita à discricionariedade do Presidente da Comissão; (2) se houve descumprimento do Regimento Interno pelo Sr. Presidente da CCJR; (3) se (...) há nulidade no processo legislativo”, e requereu “a suspensão dos trabalhos até que sejam respondidas às perguntas desta questão de ordem, assim como as demais representações e questões de ordem que foram tempestiva e oportunamente apresentadas em relação ao PLC 9/2024”.

Eis a matéria trazida à apreciação da Presidência. Passa-se à resposta.

II. Cumpre esclarecer, desde logo, que o Sr. Governador do Estado, ao encaminhar para a Assembleia Legislativa, por meio da Mensagem A-nº 003/2024, o projeto de lei complementar que, nesta Casa, tomou o nº 09/2024, solicitou que a apreciação da propositura se fizesse em caráter de urgência, nos termos do artigo 26 da Constituição do Estado.

É certo, portanto, que a tramitação do referido PLC submete-se, desde o momento inaugural, ao regime da chamada “urgência constitucional”, e foi exatamente em razão disso que em 22/04/2024 esta Presidência determinou que referido projeto fosse aditado à Ordem do Dia, em observância ao mandamento do artigo 26, parágrafo único, da Constituição Paulista (“se a Assembleia Legislativa não deliberar em até quarenta e cinco dias, o projeto será incluído na ordem do dia até que se ultime sua votação”), e ao do artigo 150, § 2º, do Regimento Interno.

Naquela altura da tramitação, pendia de apreciação, pela douta Comissão de Constituição, Justiça e Redação, voto apresentado em 17/04/2024 pelo nobre Deputado Carlos Cezar, na qualidade de Relator.

Merece registro, a propósito, que o digno Presidente da CCJR (i) ante a devolução do projeto sem voto pelo Relator que, por primeiro, havia sido designado para relatá-lo, designou, em 17/04/2024, outro Relator — o nobre Deputado Carlos Cezar —, e (ii) ante a apresentação, por este último, ainda em 17 de abril, da manifestação acima referida, prontamente convocou reunião extraordinária da Comissão, para o próprio dia 17, a fim de que a matéria pudesse ser apreciada (reunião essa que deixou de se realizar por falta de quórum).

Claro está, portanto, que a circunstância de o projeto em tela não ter recebido parecer da CCJR não decorreu, absolutamente, de inércia do Sr. Presidente da Comissão, que adotou as medidas necessárias para propiciar que o Órgão Técnico se pronunciasse sobre a proposição.

III. No que diz respeito ao artigo 54, “caput”, do Regimento Interno, segundo o qual “para as matérias submetidas às Comissões deverão ser nomeados Relatores dentro de 48 horas, exceto para as em regime de urgência, quando a nomeação será imediata”, trata-se de preceito que não deve ser interpretado/aplicado isoladamente — o que, por evidente, constituiria equívoco hermenêutico —, mas de forma integrada com as disposições de outros artigos da Seção IX (“Dos Trabalhos”) do Capítulo II (“Das Comissões”) do Título II (“Dos Órgãos da Assembleia”) do Regimento Interno. 

Nessa perspectiva, imperioso se faz considerar que o artigo 53 (isto é, o imediatamente precedente àquele em que se contém a regra cuja suposta inobservância é apontada na questão de ordem) ordena que, para as matérias em regime de urgência, as Comissões terão dois dias para emissão de parecer; e que, a seu turno, o artigo 61, no “caput” e no § 1º, estatui:

“Artigo 61 - Esgotados, sem parecer, os prazos concedidos à Comissão, o Presidente da Assembleia designará Relator Especial para dar parecer em substituição ao da Comissão, fixando-lhe prazo de acordo com o regime de tramitação da proposição.

§ 1º - A designação será feita obrigatoriamente, de ofício, dentro das 24 horas seguintes ao término do prazo, nos casos em regime de urgência ou de prioridade.” (grifou-se)

É indubitável que o exame do ponto suscitado pelo nobre Deputado Paulo Fiorilo deve ser feito enfocando-se as disposições regimentais dos artigos 53, inciso I, 54, “caput”, e 61, “caput” e § 1º, de forma conjunta, dadas as implicações recíprocas que têm entre si, derivadas do indissociável liame lógico e sistemático que as une.

Se as regras postas na letra do Regimento Interno estabelecem em dois dias o prazo de que cada Comissão dispõe para emitir parecer para matérias em regime de urgência, após os quais, se este não tiver sido exarado, deve o Presidente da Casa designar Relator Especial para tais matérias (o que significa, como se sabe, retirá-las da Comissão), faz todo o sentido que, no plano da elaboração normativa, o legislador tenha cuidado de, no artigo 54, estabelecer o caráter imediato da distribuição dessas matérias, excepcionando-se a regra geral que confere ao Presidente de cada Comissão quarenta e oito horas para proceder à designação de Relator.

Ocorre, porém, que há um relevantíssimo aspecto a ser considerado, que reside na notória circunstância de que, na presente Legislatura (como, de modo geral, se fez também nas duas precedentes), a Presidência da Casa, embora continue a dispor da prerrogativa regimental de designar, de ofício, Relatores Especiais para as matérias em regime de urgência com prazo esgotado nas Comissões, dela só tem lançado mão excepcionalissimamente, disso decorrendo que tais matérias têm permanecido nas correspondentes Comissões para além do prazo de dois dias, possibilitando a emissão de parecer pelos Colegiados, ainda que com extrapolação desse prazo.

Veja-se o específico caso do PLC nº 09/2024, que ingressou na Comissão de Constituição, Justiça e Redação em 14/03/2024, uma quinta-feira. Segundo a literalidade dos artigos 53, inciso I, e 61, § 1º, na segunda-feira subsequente (18/03/2024) já estaria esgotado o prazo da Comissão, disso resultando o inexorável acionamento, pela Presidência da Casa, da prerrogativa de designar Relator Especial para a matéria.

Assim, todavia, não fez este Presidente, propiciando a permanência da matéria na CCJR, o que possibilitou que o Presidente daquele Órgão Técnico viesse a designar Parlamentares para a relatoria da matéria (v. detalhamento já feito no tópico precedente).

Ora, as práticas adotadas pela Presidência — sempre, registre-se, no intuito de prestigiar o princípio da colegialidade —, ao deixar de proceder à rotineira designação de Relatores Especiais, criam cenário fático que não guarda correspondência com o traçado na literalidade das disposições regimentais.

E esse cenário — já consagrado na rotina de nossos trabalhos, em que, frise-se uma vez mais, a designação de Relatores Especiais tem sido excepcionalíssima, como é do conhecimento de todas as Senhoras Deputadas e Senhores Deputados — não pode e não deve ser desconsiderado quando se faz uma avaliação da aplicação da regra do artigo 54, “caput”, do RI, quanto às matérias que tramitam em regime de urgência, sendo possível afirmar que, na prática, tal cenário acabou por produzir uma mitigação da mesma (e é de todo razoável que assim tenha ocorrido).

E é por isso mesmo que, no sentir desta Presidência, enquanto a matéria permanecer no âmbito da Comissão, seu Presidente está autorizado a proceder à designação de Relator, ainda que em momento temporal que se situe fora das quarenta e oito horas iniciais dessa permanência — e foi precisamente o que se verificou no caso do PLC nº 9/2024.

IV. Por todo o exposto, é certo que não houve e não há, na tramitação do PLC nº 9/2024, nenhum vício a ser sanado; e, especificamente quanto à inclusão na Ordem do Dia, não é demais repetir que se operou em estrita obediência a norma de extração constitucional (CE, artigo 26, parágrafo único).

V. Por fim, quanto à pretendida suspensão dos trabalhos ou de prazos em razão da eventual pendência de resposta/decisão a questões de ordem e/ou representações, esta Presidência já teve oportunidade de consignar — e ora reitera — que “(...) a circunstância de ter sido formulada questão de ordem a respeito da tramitação de determinado projeto não tem o condão de interferir na fluência dos prazos regimentais relativos ao processo legislativo. Inexiste, no Regimento Interno, previsão de suspensão ou interrupção dos prazos nessa hipótese” (cf. resposta proferida em 6 de dezembro de 2023, na 58ª Sessão Extraordinária da 1ª Sessão Legislativa, a questão de ordem suscitada pela nobre Deputada Professora BEBEL em 4 de dezembro de 2023, na 54ª Sessão Extraordinária da 1ª Sessão Legislativa – publ. no Diário da Assembleia Legislativa de 21/12/2023, p. 19).

VI. São estas as considerações que cabia à Presidência fazer, em resposta à questão de ordem suscitada pelo eminente Líder da Federação PT/PCdoB/PV na 55ª Sessão Ordinária, realizada em 30 de abril de 2024.

Sala das Sessões, em 21 de maio de 2024.

ANDRÉ DO PRADO

Presidente

 

 * * *