5 DE SETEMBRO DE 2023

96ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: ANDRÉ DO PRADO, ALEX MADUREIRA, CARLOS CEZAR e DR. EDUARDO NÓBREGA

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Abre a sessão. Convoca os Srs. Deputados para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 17 horas, ou dez minutos após o término desta sessão.

        

2 - EDUARDO SUPLICY

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

3 - ALEX MADUREIRA

Assume a Presidência. Solicita aos presentes que permaneçam em silêncio por um minuto em homenagem ao ex-ministro da Justiça José Gregori, em razão do seu falecimento.

        

4 - THAINARA FARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - CARLOS CEZAR

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - CARLOS CEZAR

Assume a Presidência.

        

10 - ALEX MADUREIRA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - PRESIDENTE CARLOS CEZAR

Parabeniza o deputado Alex Madureira pela aprovação de projeto de lei de sua autoria.

        

12 - PAULO MANSUR

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - PRESIDENTE CARLOS CEZAR

Cumprimenta o deputado Paulo Mansur por seu trabalho.

        

14 - VITÃO DO CACHORRÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - PRESIDENTE CARLOS CEZAR

Parabeniza o deputado Vitão do Cachorrão por sua atuação parlamentar.

        

GRANDE EXPEDIENTE

16 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

17 - DR. EDUARDO NÓBREGA

Assume a Presidência.

        

18 - DR. JORGE DO CARMO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

19 - LETÍCIA AGUIAR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

20 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

21 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

22 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

23 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

24 - PRESIDENTE DR. EDUARDO NÓBREGA

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 06/09, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 17 horas. Levanta a sessão.

 

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- Abre a sessão o Sr. André do Prado.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número regimental de Sras. e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Nos termos do Art. 100, inciso I do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 17 horas, ou 10 minutos após o término desta sessão, em cumprimento ao interstício mínimo previsto no § 3º do Art. 100 do Regimento Interno, com a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR - A Ordem do Dia para a 33a Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 06/09/2023.

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu gostaria de pedir que façamos uma homenagem expressando nosso sentimento de pesar por uma pessoa que foi deputado estadual e tanto se distinguiu na luta pela democracia, pela defesa dos Direitos Humanos e que, infelizmente, faleceu neste domingo, dia três, em São Paulo, aos 92 anos, o ex-ministro da Justiça, José Gregori.

Ele foi ministro da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso, secretário nacional dos Direitos Humanos, ele foi um dos fundadores da Comissão Arns, Rede de Juristas, Intelectuais e Ativistas em Defesa do Direitos Humanos.

Já quando eu era deputado estadual, em 1979, José Gregori foi um dos colaboradores principais da Comissão Teotônio Vilela, que Silvério Gomes havia organizado com a participação de Marilena Chauí, João Baptista Breda e outras pessoas.

Enfim, tanto colaborou com Paulo Sérgio Pinheiro que ele disse coisas muito bonitas “Com o desaparecimento do nosso José Gregori se fecha uma época marcada por um ecumenismo político militante - raríssimo nos dias que correm”.

O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que José Gregori sempre foi um grande defensor dos Direitos Humanos e do Estado Democrático de Direito no Brasil, principalmente nos momentos mais desafiadores da nossa democracia.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Alex Madureira.

 

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O ministro dos Direitos humanos, Silvio Almeida, afirmou que ele jamais será esquecido. Em 1977 foi um dos participantes do evento em que o jurista Gofredo da Silva Telles leu, nas arcadas, a sua carta aos brasileiros, na qual reivindicava o fim da ditadura. Belisário dos Santos Júnior, ex-secretário da Justiça, afirmou que a principal característica de Gregori era a sua generosidade ao longo de uma grande firmeza.

Sabe, presidente, eu, ontem, estava no velório conversando com as pessoas amigas, com as filhas de José Gregori, e, então, uma delas contou algo que eu achei tão especial, que ao visitar José Gregori no hospital, ele perguntou a essa moça qual era a mais importante invenção da história da humanidade.

E ela disse diversas coisas que o senhor poderia estar também estar mencionando. Daí ele falou: “não, é o beijo da mulher amada”. Eu achei isso tão simpático e humano, e muito característico da pessoa que foi José Gregori.

Então, Sr. Presidente, eu peço um minuto de silêncio em homenagem a esse extraordinário jurista e campeão da defesa da democracia.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Em respeito à homenagem do deputado Eduardo Suplicy à memória de José Gregori, faremos um minuto de silêncio.

 

* * *

 

- É feito um minuto de silêncio.

 

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O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Parabéns pela homenagem.

Seguindo aqui a ordem dos inscritos, eu quero chamar o deputado Rafael Saraiva. (Pausa.). Ausente. Deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Thainara Faria.

Deputada Thainara, tem o tempo regimental.

 

A SRA. THAINARA FARIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa tarde, Sr. Presidente Alex Madureira. Muito boa tarde, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, e aos policiais e servidores desta Casa. Muito boa tarde, São Paulo.

Estamos aqui em mais uma sessão plenária para conversar com vocês sobre o nosso trabalho. Primeiro eu quero fazer um resumo muito breve do que foi a nossa ida a Brasília na última semana. E para isso eu peço que a comunicação reproduza uma foto que eu trago para vocês enquanto faço a explanação do que nós fomos discutir em Brasília.

Primeiro, nós estivemos no Ministério da Educação, conversando sobre o aumento de bolsas para os estudantes dos institutos federais, das faculdades federais, das universidades, para dar mais condições para os alunos terem o acesso digno e permanência na educação. Vocês sabem que eu estou presidenta da Frente Parlamentar em Defesa da Permanência Estudantil, e esse tema é de suma importância para nós.

Além do aumento de bolsas, nós discutimos também como os alunos podem chegar a acessar as universidades, de modo a garantir o transporte em um acordo entre o governo federal, o governo estadual e o municipal, sempre visando o melhor para os alunos, o que é muito importante.

Também estivemos no Ministério da Saúde, onde nós dialogamos sobre algumas cidades que têm alguns convênios parados no governo federal, e estão precisando da liberação de recursos, liberação de carros, liberação de ambulâncias, para conseguir prestar o melhor serviço possível para a população.

Então é importante vocês saberem que também o presidente da República, pela terceira vez governando este País, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva me recebeu para que a gente também pudesse discutir as questões do povo brasileiro.

É dessa forma que Brasília tem sido um ambiente de portas abertas aos deputados estaduais e federais que queiram dialogar sobre a melhor condição de vida para o povo brasileiro. É o PIB aumentando, é a qualidade de vida, é o povo mais feliz, a aprovação do Lula subindo em São Paulo.

Então está aí a imagem para vocês do Presidente da República me recebendo para discutir as questões mais importantes do povo brasileiro. Agradeço imensamente o presidente, os ministros, coordenadores, gerentes que nos receberam para tratar aí do melhor para o nosso estado de São Paulo.

Ressaltar que, na ocasião, também estivemos no Ministério das Relações Institucionais, onde junto ao ministro Padilha, presidente da Caixa, nós assinamos convênio de 143 milhões de reais para a cidade de Araraquara, para uma reforma estrutural extremamente importante.

Tendo colocado isso, deputado Suplicy, deputado Vitão do Cachorrão, nós queremos falar de uma vitória, deputado Reis. A vitória foi a suspensão, por parte da Justiça, do material disponibilizado pela Secretaria da Educação, para as nossas escolas.

Aquele material que dizia o quê? Dizia que Dom Pedro II assinou a Lei Áurea, dizia então Jânio Quadros, quando prefeito de São Paulo, suspendeu o uso de biquínis e aí dando a entender que na nossa capital, aqui de São Paulo, nós tínhamos praias. E causando uma total desinformação, um total desserviço aos alunos da rede estadual.

Isso não é um erro básico. Dizer que Dom Pedro II assinou a Lei Áurea, algo que é tão importante para a nossa história, é uma desinformação muito grande. E por que é que nós temos que nos atentar a isso? Porque um povo que não conhece sua história, não sabe como repará-la de alguma forma.

O Brasil é um país que foi colonizado para ser explorado, tudo aqui foi levado, ouro, tudo que nós tínhamos de bom. E aí nós não fomos colonizados para sermos desenvolvidos, não tinha essa pretensão por parte dos colonizadores, que chegaram aqui, que assassinaram e estupraram índios, indígenas, enfim. E aí vem a escola do estado de São Paulo de Ensino Médio, trazer essa desinformação.

Ainda bem que a Justiça, em uma decisão acertada, suspendeu o uso desses materiais, mas quem será responsabilizado por essa desinformação? Qual é a preocupação e o compromisso do governador Tarcísio de Freitas com a Educação do povo do estado de São Paulo?

Nós sabemos que neste modelo falido, capitalista, o que se quer é produzir mão de obra barata, gente que não tem conhecimento, gente que vai aceitar qualquer serviço por qualquer miséria.

Mas nós queremos um estado de São Paulo forte e nós só faremos isso através de uma Educação de qualidade, comprometida com o desenvolvimento de ser humano aqui no Estado.

Então, à Justiça: parabéns pela decisão acertada, e eu espero que nós não tenhamos que surpreender novamente os professores, os alunos, com um material com tamanha desinformação, que traz então que Dom Pedro II assinou a Lei Áurea e dá a entender que o estado de São Paulo, não o estado de São Paulo, mas que a capital de São Paulo, que nós sabemos que não tem praias, teria então.

Muito obrigada pela oportunidade e até a próxima fala.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Obrigado, deputada Thainara Faria. Quero chamar o próximo orador inscrito, o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - Já estou na fila, presidente Alex Madureira.

Quero cumprimentar V. Exa. pela condução dos trabalhos na data de hoje; a deputada Thainara Faria; o deputado Vitão do Cachorrão; e o deputado Eduardo Suplicy.

Cumprimento o público presente, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Penal e da Polícia Técnico-Científica. Quero também cumprimentar todos os funcionários desta Casa e todos aqueles e aquelas que estão em suas residências e nos acompanham pela Rede Alesp.

Presidente, eu quero repercutir a data de hoje, dia cinco de setembro, que é o Dia da Amazônia. A Floresta Amazônica, que precisa ser preservada, ela tem sofrido muito com o desmatamento e vem se degradando com enorme rapidez há alguns anos.

Essa degradação se intensificou e agravou na gestão do governo anterior, período em que o próprio ministro do Meio Ambiente esperava desregulamentar toda a legislação, por baixo do pano, como ele mesmo disse em reunião dos ministros com o presidente Bolsonaro, quando ele falou que tinha que mexer nas resoluções para que a “boiada pudesse passar”.

As matas amazônicas já foram um elemento de reversão da poluição do gás carbônico. Infelizmente, hoje temos queimadas e rarefação das florestas transformadas em passos para criação de gado. Nós temos no Brasil mais gado do que habitantes. O número de cabeças de boi é superior à população brasileira.

Parte da floresta já não consegue mais consumir o gás carbônico que nós produzimos no dia a dia. Isto é muito grave, porque se esse quadro não for revertido, no futuro os problemas ambientais que estamos sofrendo vão se agravar.

As tempestades, as secas, o calor e o frio intenso poderão ser a nossa rotina e poderemos ter perdas em todas as áreas, inclusive na produção agrícola, que alimenta o nosso povo e também é exportada, criando divisas para o nosso país.

Então, é muito importante que possamos preservar o nosso meio ambiente. É muito importante que nós possamos falar, na data de hoje, do Dia da Amazônia, Sr. Presidente.

E falar também da nossa cidade, da nossa região de Parelheiros que também hoje sofre um ataque, uma região que está sendo devastada, e os nossos órgãos de controle de fiscalização, a nossa Polícia Ambiental, a nossa Guarda Florestal, a nossa Polícia Florestal, a própria Prefeitura não têm feito o trabalho de fiscalização que precisa ser feito nessa região, principalmente em Parelheiros.

E quem anda por lá identifica isso, quem anda por lá, quem vai ali para a região de Marsilac, de Engenheiro Marsilac, da Barragem da Vargem Grande, no Jardim Herplin naquela região, vê que ela está sendo totalmente devastada e nós precisamos falar de preservar a Amazônia, mas precisamos também preservar a nossa Mata Atlântica, preservar o bioma da nossa cidade, porque também é muito importante para o nosso oxigênio, para as nossas condições ambientais.

Então, nós temos, sim, de fazer essa defesa da Floresta Amazônica e obviamente também defender que as nossas florestas aqui em São Paulo sejam preservadas.

Defendê-la, se não for pela preocupação com a floresta, os animais e todo aquele ecossistema, que seja pelo nosso interesse mais imediato, que é a preservação da nossa vida, a preservação dos mananciais.

A água que chega aqui e que nasce, na região do Guarapiranga, na região de Parelheiros, na região de Marsilac.

Então, nesse Dia da Amazônia vamos saudar, deputado Suplicy, o Dia da Amazônia, pedir pela preservação do nosso bioma, pela preservação da Floresta Amazônica, mas também pedir pela preservação das florestas de nossa cidade.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Obrigado, deputado Reis.

Chamar o próximo orador inscrito, deputado Carlos Giannazi. O deputado Giannazi tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia.

Sr. Presidente, a Educação do estado de São Paulo está vivendo um verdadeiro caos em todos os sentidos.

Eu quero destacar aqui, teve a tentativa do secretário dono da Multilaser, secretário da Educação Renato Feder, em retirar o livro didático da rede estadual de ensino e substituído o livro didático por esses slides com erros gravíssimos, dizendo que tem praia na cidade de São Paulo, dizendo que foi Dom Pedro II que assinou a Lei Áurea, que água contaminada dá Parkinson, dá Alzheimer e tantos erros grotescos.

Tem um que eu vi, uma foto do Geraldo Vandré dizendo que ele tinha sido o autor da música “É Proibido Proibir”, música do Caetano Veloso, um tropicalista, não tem nada a ver com o Geraldo Vandré.

Erros grosseiros gravíssimos que estão ocorrendo nesses slides, que ele queria substituir pelo livro didático. Isso é um absurdo total, e tantos outros.

A portaria Vigiar e Punir, agora um decreto e uma resolução, Sr. Presidente, retirando o professor na área da Educação Especial para atender crianças e adolescentes com necessidades especiais, com deficiência. É um absurdo.

Vai colocar agora, vai entregar isso para ONGs, vai terceirizar, e essas terceirizadas vão contratar pessoas sem habilitação para acompanhar alunos com deficiências. São várias as denúncias, o caos está instalado. Esse secretário não tem mais condições, Sr. Presidente, de ser o secretário da Educação.

Sem contar a máfia das plataformas digitais, que estão se apoderando da Secretaria da Educação. Nós estamos investigando com lupa todos os contratos dessas plataformas digitais, que estão tomando conta de tudo.

Hoje, o professor é controlado por plataforma digital, o aluno só aprende com plataforma digital, slide, não precisa de livro, é um absurdo o que está acontecendo. É um rebaixamento jamais visto da Educação do estado de São Paulo.

No meio de tudo isso, Sr. Presidente, até agora o secretário não cumpriu a sua promessa de encaminhar à Assembleia Legislativa o projeto de lei para flexibilizar a realização das APDs, as atividades pedagógicas diversificadas. Nós queremos que elas sejam feitas em local de livre escolha pelos professores e pelas professoras.

E a questão da revogação da falta-dia, ou seja, a volta da falta-aula, porque é uma afronta ao direito trabalhista o que vem acontecendo hoje, deputado Vitão. Hoje, um professor que tem cinco aulas de matemática, se ele faltar a última, acontecer alguma coisa, ele perde as outras que ele trabalhou. Isso é uma agressão, isso é inconstitucional, afronta o Direito Trabalhista. Não precisa ser advogado para saber disso, é óbvio, mas no estado de São Paulo isso existe.

Então, ele se comprometeu publicamente aqui, na Comissão de Educação, no fim do semestre passado, em uma reunião, depois, que eu tive com ele lá na Seduc, em uma audiência que eu solicitei, e agora, recentemente, com todo esse desgaste, ele fez um vídeo duas semanas atrás dizendo que estaria encaminhando esse projeto, mas até agora o projeto não foi protocolado. Hoje é dia cinco, terça-feira, cinco de setembro, e até agora nada foi feito nesse sentido.

Então aqui, da tribuna da Assembleia Legislativa, quero exigir que o secretário encaminhe em caráter de extrema urgência para a Assembleia Legislativa, que ele se articule com a Casa Civil, com o governo Tarcísio, do qual ele faz parte, para que o projeto venha para a Assembleia Legislativa e que venha com urgência, porque se não vier com urgência, a gente vai aprovar um requerimento de urgência. E nós vamos aprovar com urgência também esse projeto.

Eu tenho certeza de que ele será aprovado, para flexibilizar as APDs e para trazer de volta a falta-aula, retirar o que ele colocou, ele não, mas o governo passado, do PSDB, que é a falta-dia. Então é isso, Sr. Presidente, porque a rede já está sendo destruída por esse projeto deliberado de destruição.

Só pode ser isso, porque não é possível, isso não é incompetência administrativa, não é um erro. Não é porque ela é incompetente, é porque faz parte de um projeto, talvez, da extrema direita aqui em São Paulo.

O que o governo Bolsonaro não conseguiu fazer em nível nacional, o Tarcísio vai fazer aqui, na maior rede estadual de ensino da América Latina, vai tentar a destruição.

Inclusive ele anunciou, para concluir, Sr. Presidente, que vai retirar 5% do orçamento da Educação, vai apresentar um projeto de lei aqui na Alesp, uma PEC, na verdade, para reduzir, para mudar a Constituição Estadual e retirar quase 10 bilhões de reais por ano da Educação pública, mas nós não vamos permitir.

Muito obrigado, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Seguindo a ordem dos oradores, deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. 

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Prezado presidente Alex Madureira, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, quero aqui registrar o requerimento que estou apresentando na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais, para que possam o governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite, comparecerem para esclarecimentos acerca da Operação Escudo, que está em curso na Baixada Santista.

Em virtude das mortes ocorridas nos meses de julho a setembro na Baixada Santista, o relatório parcial do Conselho Nacional dos Direitos Humanos, além da visita in loco realizada em dois de agosto de 2023 para a escuta de familiares e amigos das vítimas da comunidade Sítio Conceiçãozinha, convido o governador do Estado e o secretário da Segurança para prestarem esclarecimentos sobre essa Operação Escudo em curso na Baixada Santista.

Não se desconhece a complexidade das medidas de enfrentamento à violência urbana no Brasil e no estado de São Paulo. Mas a reação de política de segurança pública, em situações como essa, há de ser realizada com investimento efetivo em políticas de prevenção, de inclusão social, reduzindo, assim, a enorme desigualdade social e o racismo estrutural, que estão na raiz do problema. Como toda política pública e gestão de segurança, deve ser realizada com base em evidências.

Evidências indicam a redução da letalidade policial no estado de São Paulo após a implantação do sistema de câmaras corporais nos uniformes dos policiais. Urge, portanto, que esta política seja imediatamente ampliada, assegurando que todos os batalhões de polícia, especialmente o Batalhão de Ações Especiais de Polícia, disponham desse material em perfeito estado de funcionamento durante os plantões dos policiais.

Em (inaudível) do Conselho Nacional de Direitos Humanos do estado de São Paulo, nos dias 27 de agosto e primeiro de setembro foram feitas diversas tentativas para dialogar a respeito da Operação Escudo com o Executivo, mas, infelizmente, os pedidos de audiência não foram atendidos pelo Governo do Estado. É por isso que apresento esse requerimento: o diálogo entre os diferentes órgãos se faz necessário para que a situação seja resolvida.

É fundamental que uma operação policial seja embasada por investigações completas antes de serem implementadas. Assinam também esse requerimento, como membros da Comissão de Direitos Humanos, a deputada Beth Sahão, bem como a deputada Paula da Bancada Feminista.

Eu também quero aqui registrar outro requerimento que encaminhei dia 28 de agosto ao secretário Carlos Bezerra Júnior, pois fui procurado por diversas pessoas em situação de rua, que estão acolhidas no Autonomia em Foco Armênia, que informaram que a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social transformará os dois equipamentos de Autonomia em Foco em Centros de Acolhidos Especial para Famílias, além do término da tipologia do Autonomia em Foco.

Preocupa-me como tem sido feito o processo de transferência das pessoas desse equipamento para outros, já que foi informado que os prédios passarão por reforma. Relembro que as duas unidades de Autonomia em Foco foram criadas em 2014, durante o governo de Fernando Haddad.

São equipamentos muito procurados por pessoas em situação de rua justamente por terem quartos individualizados e pelas pessoas terem mais liberdade e autonomia, principalmente pela possibilidade de cozinhar o próprio alimento na cozinha compartilhada.

Na unidade da Liberdade, os quartos são suítes, então o banheiro é individualizado. Enfim, considero importante que sejam respondidas as informações, porque a Smads pretende extinguir a tipologia Autonomia em Foco.

Quando ocorrer o fechamento de cada unidade, as pessoas serão transferidas para qual lugar? Se com quartos individualizados. Se as pessoas que possuem autonomia serão transferidas para equipamentos com cozinha compartilhada. O Comas foi consultado sobre a possibilidade de extinção da Autonomia em Foco? E se o Comitê PopRua foi consultado ou não a respeito.

Assim, Sr. Presidente, espero que o secretário municipal Carlos Bezerra possa, o quanto antes, responder a essas questões.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Chamando o próximo orador inscrito, deputado Carlos Cezar. Se dirigindo à tribuna... Deputado Carlos Cezar tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Alex Madureira, que preside esta sessão, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público que nos acompanha pela Rede Alesp e aqueles que também ocupam as galerias da Assembleia. Dizer, Sr. Presidente, da alegria de nós estarmos aqui hoje, em mais um dia de trabalho, em que iremos apreciar, deputado Suplicy, vários projetos importantes.

Mas dentre eles, devo destacar, deputado Vitão do Cachorrão, o projeto do Tribunal de Justiça, que nós devemos votar hoje, na primeira extraordinária. E eu falo isso com muita tranquilidade, como advogado que sou, militante, Dr. Jorge. Com muito orgulho, com muita alegria, reconheço a atividade da advocacia e luto pela advocacia. Luto pela categoria, porque entendo que sem advocacia, sem advogado, não há justiça. E isso é o que nós temos em comum.

Agora, nós precisamos entender que os nossos posicionamentos aqui sempre vão fazer uma escolha; e quando nós dizemos “sim” para um lado, nós estamos dizendo “não” para o outro.

E o lado a que eu vou dizer “sim” sempre será o lado da minoria, principalmente daqueles que mais precisam e daqueles que me confiaram o seu voto. E aqui eu estou falando daqueles que sonham com uma Saúde digna, em que as pessoas não fiquem meses na fila de espera para fazer uma cirurgia eletiva.

Aqui eu estou falando daquelas pessoas que precisam do medicamento e muitas vezes têm que entrar na Justiça para que aquele medicamento, aquele exame, aquele tratamento possa efetivamente acontecer.

E por isso eu entendo que esse projeto pode contribuir muito, porque se é um projeto que, no mínimo, segundo estudos, vai desafogar o estado em cerca de 300 milhões, esses recursos, é claro, deixarão de ser investidos no Poder Judiciário para ser investidos naqueles que mais precisam, seja na Saúde, seja na Segurança Pública, seja na Educação.

É nisso que eu acredito. E entendo que quando nós usamos o serviço nós precisamos arcar com as consequências dele. E quem litiga deve arcar com as custas, isso é fato. Agora, deputado Vitão, o que eu lamento é que as pessoas querem elencar um projeto como esse como aquele que vai dificultar o acesso à Justiça. E isso é uma falácia, porque existem dois institutos que não guardam relação: o primeiro é da assistência judiciária gratuita e o outro é da Justiça gratuita.

Um não guarda relação com o outro. E é importante que se faça essa distinção. A assistência judiciária gratuita, deputado Alex Madureira, fala de todos terem direito a um defensor, de todos terem direito a um advogado que os defenda.

E é aí que, aqui no estado de São Paulo, em 2006, nós criamos a Lei da Defensoria. E temos os defensores públicos, que prestam um grande trabalho à sociedade. Reconheço. Mas nós perto de 600 a 700 defensores.

Fora os defensores, nós temos o convênio com a OAB - seção São Paulo, com a advocacia, que presta esse trabalho. E só para que os senhores saibam, no último ano, 37 mil, mais de 37 mil, perto de quase 38 mil, perto de 40 mil advogados, se inscreveram no convênio da Ordem com a Defensoria, e esses recursos advêm do fundo.

Esse fundo é formado pelas despesas cartorárias e as despesas-custas. Desse fundo sai aquele recurso para manter a Defensoria e os quase 40 mil advogados que prestam esse serviço da assistência judiciária gratuita.

Deputado, grande parte desses advogados, desses quase 40 mil, sobrevivem apenas da justiça, da assistência judiciária gratuita, apenas do convênio da Ordem com a Defensoria.

Agora, os valores da tabela são ínfimos. Advogados que prestam esse trabalho não apenas estão cumprindo a Constituição, o seu dever, mas eles estão prestando sobretudo um serviço social, um serviço à sociedade, garantindo o direito da defesa de todos.

Eu tenho um projeto aqui, Projeto n.º 13, de 2021, que fala da melhoria para atender justamente esses advogados. É um projeto que cuida desses 40 mil advogados que prestam serviço para mais de um milhão e meio de jurisdicionados, de pessoas que utilizam o convênio.

O meu Projeto n.º 13, de 2021, fala de transferir um pouco desse recurso, pegar um pouco desse recurso, que antigamente, lá atrás, quem cuidava desse recurso do fundo era a Secretaria de Justiça do Estado.

Hoje, depois da criação da Defensoria, foi para a Defensoria. O que o meu projeto fala? De dar a esses advogados pelo menos o benefício de poderem ser isentos da sua anuidade. Todos nós pagamos quase mil reais, está perto de 900 reais, por ano, a anuidade da Ordem dos Advogados seção São Paulo. O meu projeto fala de garantir para esses advogados que eles fiquem isentos dessa taxa.

Isso será um benefício, um ganho para a advocacia, para a Ordem dos Advogados do Brasil, porque a inadimplência é grande, e isso vai diminuir muito a inadimplência e vai contribuir para esses advogados, que prestam um relevante trabalho.

Então quero lamentar que nunca fomos procurados para que efetivamente esse projeto seja votado aqui na Casa, seja colocado na Ordem do Dia. Mas vou continuar lutando para que ele em breve - ele já está pronto para a Ordem do Dia - seja votado.

Apenas isso, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Obrigado, deputado Carlos Cezar. Seguindo a ordem dos inscritos, deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.)

Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputada Marina Helou. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. Gostaria de pedir ao deputado Carlos Cezar que viesse presidir, para eu poder usar a tribuna.

Obrigado, deputado.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Carlos Cezar.

 

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O SR. ALEX MADUREIRA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta Casa, um dia de muita alegria para mim, na 25.ª sessão extraordinária eu tive um Projeto de lei aprovado nesta Casa, um projeto que classifica o município de Piracicaba como Município de Interesse Turístico, como MIT, uma cidade que tem uma vocação para o Turismo, mas que infelizmente não estava classificada entre os Municípios de Interesse Turístico do estado de São Paulo.

Nós aprovamos o Projeto de lei nº 39, de 2023, e tivemos a grata satisfação de, na manhã deste dia 5 de setembro, lermos o “Diário Oficial” do dia 4, e foi publicada no “Diário Oficial” a sanção desse projeto de lei.

Minha gratidão aqui ao governador Tarcísio, à Secretaria do Governo do Estado, que entendeu que esse projeto é de suma importância para o nosso município, que tem essa vocação turística, mas não estava classificado ainda como município de interesse turístico, e nós tivemos esse projeto de lei aprovado nesta Casa.

Esse projeto teve a coparticipação minha e da deputada Professora Bebel, foi um projeto construído politicamente para ser aprovado na Assembleia. Nós tínhamos o mesmo interesse em fazer com que a nossa cidade fosse classificada como MIT e aprovamos esse projeto na 25ª Sessão Extraordinária desta Casa, e hoje tivemos a sanção desse projeto, se tornando a Lei 17.740, de 2023, que torna o município de Piracicaba, classifica-o como município de interesse turístico.

É uma cidade vocacionada para o turismo, uma cidade de oportunidades. É uma cidade em que todo mundo conhece, deputado Eduardo Suplicy, a Rua do Porto, que é conhecidíssima de todos pelo peixinho, deputado Jorge, que você pode comer na beira do Rio Piracicaba.

O peixe não é pescado ali mais já há um bom tempo, mas tem um peixinho muito bom ali. Inclusive, quero convidar os nobres colegas a estarem conosco ali um dia e saborear esse peixe da tradicional Rua do Porto.

Mas na nossa cidade, além da Rua do Porto, nós temos outros pontos turísticos importantes, como se tornou hoje o bairro Monte Alegre, que é um bairro onde tinha uma usina de açúcar e que, das ruínas dessa usina, tornou-se um bairro gastronômico.

Hoje, nós temos restaurantes, Vitão, você que gosta de uma gastronomia especializada, ali em Sorocaba, do cachorro-quente, nós temos restaurantes italianos, temos restaurantes de frutos do mar, temos casas de carnes ali especializadas. Então, tornou-se um bairro gastronômico ali.

Tudo isso traz turistas da região, turistas de outros estados e também de outros países para conhecer esses pontos importantes da nossa cidade. Mais do que isso, tornar Piracicaba um município de interesse turístico faz com que nós possamos ainda mais aproveitar a vocação que nós temos, mas também pensar à frente, em cada vez mais podermos preparar mais pontos turísticos, investir no turismo e fazer também com que o comércio, os serviços possam cada vez mais se preparar para isso de forma profissional, para atender todos aqueles que vêm para conhecer e para estar na cidade de Piracicaba.

Então, quero agradecer ao governador Tarcísio pela oportunidade de ter mais um projeto de lei sancionado, mais uma lei aprovada aqui no estado de São Paulo. Eu estou muito feliz, porque esta é uma realidade que se torna uma busca já de muitos anos de Piracicaba, sua classificação como município de interesse turístico.

Eu fico feliz, porque são oportunidades tanto para aqueles que já trabalham no turismo, mas também para os jovens que estão buscando o primeiro emprego, possam se qualificar, nós possamos buscar formas de qualificação desses jovens para incluí-los, inclusive, no trabalho do turismo.

É uma terra de oportunidades, mas que precisa ser lapidada, precisa ser trabalhada. Precisamos preparar as pessoas para o futuro, para o primeiro emprego, e é isso que nós queremos fazer. Agora, com o município de interesse turístico aprovado, vamos buscar a qualificação dessas pessoas para o trabalho especificamente na área do Turismo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Parabéns, deputado Alex Madureira, pelo justo reconhecimento da cidade de Piracicaba, uma cidade maravilhosa que merecia esse título.

Continuando a lista de inscrição para os oradores no Pequeno Expediente, eu chamo agora para falar o deputado Paulo Mansur. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos para falar pelo Pequeno Expediente, deputado Paulo Mansur, da Grande Campinas, Santos, adjacências, e todo o estado de São Paulo, o nosso deputado midiático.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente Carlos Cezar, quero te agradecer as palavras. Parabenizar o Alex Madureira, esse projeto maravilhoso, que ele conseguiu tornar a cidade de Piracicaba uma cidade turística, e é uma cidade que...

Eu transmito o meu programa no SBT há 11 anos, então a gente acaba falando muito sobre a cidade de Piracicaba, e a gente fica muito feliz do governador olhar aqui para a gente na Assembleia Legislativa e passar esse projeto.

Bom, ontem eu estive com o governador, nós da bancada do partido, do PL, e outras bancadas também estiveram, e a gente conversou sobre diversos assuntos, mas em particular com ele, no final da reunião, eu acabei falando sobre as palafitas da Baixada Santista. E, inclusive, a gente teve uma informação, uma triste informação, que no Caminho São José, na Vila Gilda, na cidade de Santos, cerca de 100 casas foram completamente destruídas pelo fogo.

Então, a gente sofre na Baixada Santista com aquelas casas em cima de rio há muitos anos, e é uma moradia que chega a ser algo que a gente não vê no Brasil, e a gente tem uma cidade como Santos, que é uma das principais cidades do Brasil, em termos econômicos, tanto Santos quanto outras cidades da Baixada, e a gente tem esse problema lá que irradia por muitos anos.

Tem umas imagens que eu vou mostrar para vocês agora, que é de uma construção na China, que é uma construção pré-moldada, é uma construção que é feita rapidamente, e ela na China, como a gente pode mostrar, ela é feita em 24 horas, esse prédio que eu vou mostrar agora para vocês, e essa é uma solução que eu falo lá na Baixada Santista, que deveria ser feita para a gente eliminar essa moradia que as pessoas sofrem tanto lá na Baixada Santista, e colocar eles em um lugar digno para morar.

Inclusive, eu defendo até essa transferência de moradia, para eles ficarem dez anos subsidiados pelo governo, sem pagar a luz, sem pagar IPTU, sem pagar condomínio, para ele se restabelecer na sociedade, porque as pessoas que saem da palafita e acabam vindo para uma moradia, elas acabam vendendo o apartamento que elas sabem que na palafita elas não vão ter custo. Então, esse é um grande problema que nós temos lá na Baixada Santista.

Eu acho que a gente não conseguiu pôr o vídeo. Tem algum problema, vocês conseguiram achar? Se der para segurar um pouco a minha fala nesse tempo, Carlos Cezar, por favor.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Essa construção foi feita, esse prédio foi feito em 24 horas. Como que a gente vai tirar 15 mil pessoas que estão na palafita para fazer prédios que vão demorar quatro, cinco, seis anos, e as pessoas continuarem lá? A gente tem que usar a tecnologia, a tecnologia está na nossa cara, e a gente tem que usar.

O governador Tarcísio usou dessa tecnologia para o litoral norte, e eu falei para ele que é muito importante, que é algo que eu defendo já há muitos anos. São cerca de sete anos defendendo esse projeto, e o governador Tarcísio conseguiu colocar ele em pauta.

E tem projetos que eu tenho falado aqui na Casa que o governador Tarcísio tem colocado em pauta.

Agora, no TJ foi aprovada a tornozeleira eletrônica, e eu vou falar aqui para vocês. Janeiro deste ano, Judiciário, cerca de 25 mil audiências de custódia na Capital. Audiências de custódia, quando a pessoa é presa, vai lá para a Justiça e acaba sendo liberada.

Dessas 25 mil audiências, 31% foram acusados de violência doméstica. Essas pessoas foram soltas, sendo acusadas de violência doméstica. Eu já falei muito também sobre prisão que falta no nosso estado de São Paulo, mas vamos lá, não vamos entrar nesse tema.

A gente teve aqui o Tribunal de Justiça pedindo, há muito tempo, para o governador Tarcísio fazer o monitoramento dessas pessoas que acabam cometendo crime contra as mulheres.

Eu protocolei um projeto de lei aqui nesta Casa justamente para isso, para virar lei, para as pessoas que acabam sendo condenadas para pagarem por um crime de abuso sexual, aquelas que cometem pedofilia, que paguem as penas delas inteiras.

Se ele recebeu uma pena de 30 anos e sai em um regime de bom comportamento, que nesses próximos 20 anos ele seja monitorado pelo estado de São Paulo com tornozeleira eletrônica, já que em nosso país a gente não tem a castração química.

Então, é muito importante a sanção do projeto de lei que coloquei em pauta, da tornozeleira eletrônica para essas pessoas que cometem crimes sexuais no nosso estado de São Paulo.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Parabéns, deputado Paulo Mansur. Continuo seguindo a lista dos oradores inscritos. Chamo para falar no Pequeno Expediente o deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Nobre deputado Vitão do Cachorrão.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos, boa tarde, meu amigo e presidente Carlos Cezar, parabéns pelo excelente trabalho, meu amigo da mesma cidade, de Sorocaba, mas que trabalha por todo o estado de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Obrigado, deputado.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Grande parceiro.

Quero aqui cumprimentar a todos os funcionários da Alesp, mas cumprimentar também, em nome de todos os trabalhadores... Muitas vezes a gente não lembra: todos os garis do estado de São Paulo e os coletores de lixo. Muitas vezes a gente só dá importância para esse povo quando estão em greve. Eles são importantes todos os dias da nossa vida.

Quero agradecer as visitas dos vereadores que vêm ao nosso gabinete, as lideranças, que sempre vêm buscar recursos pelas cidades. Às vezes falta uma ambulância de UTI para salvar vidas, às vezes falta o programa “Melhor Caminho”. Os vereadores de Ribeirão Branco, Tuca Teixeira, Alessandro Luiz, Adriano Ditão, e o secretário Flávio, da Agricultura.

Eu já protocolei o pedido do “Melhor Caminho” para melhorar as condições da estrada na terra RB-011, a partir do quilômetro 6 da Rodovia José do Espírito Santo, com início no bairro do Pêssego, sentido ao bairro Batista da Usina.

O programa “Melhor Caminho” está tendo lá em Sorocaba no bairro Caguaçu. Jorge do Carmo, V. Exa., que também é povão, deputados que estão aqui, o “Melhor Caminho” às vezes salva vidas, porque consegue chegar uma ambulância quando precisa de socorro em um bairro rural. É um patrolamento digno, com brita, que passa o rolo compactador, deixa a estrada em boas condições, mesmo após a chuva.

Então, eu já protocolei esse pedido aqui para a cidade de Ribeirão Branco. Eu sei que o secretário Antonio Júlio Junqueira de Queiroz vai dar uma atenção, porque falei com ele, protocolei e foi imediatamente para Sorocaba. A gente está aqui, às vezes a gente critica, a gente cobra, mas quando tem a solução, deputado, a gente tem que agradecer.

Em Sorocaba, uma vez, no Ipanema das Pedras, uma criança engasgou e a estrada não estava em boas condições. Não chegou a tempo e - a gente que é pai - essa criança chegou a falecer. Então, a importância do “Melhor Caminho”!

“Ah, você é deputado para fazer pedido do ‘Melhor Caminho’”? Sou. Sou também deputado para fazer esses pedidos, que parecem, às vezes, para quem mora no centro, para quem tem um bom asfalto, que não pensa na importância para a pessoa que mora lá na roça, no agricultor. Então, precisa de “Melhor Caminho” em várias partes de todo o Estado.

A gente também pediu para o mesmo município o “castramóvel” e eu, conversando com a secretária Natália Rezende, muita gente não tem dinheiro para castrar o cão e o gato.

Eu entrei com um pedido para que, em cidades com menos de 20.000 habitantes, o estado tenha políticas públicas para fazer essa castração, porque a pessoa não tem nem dinheiro para comer, compra em remédio, compra em fralda, compra em cesta básica, come sem mistura e tem o animal, o cãozinho que essa pessoa gosta.

Então, o nosso Governo do Estado, Carlos Cezar, tem que ter esse programa do “castramóvel” gratuito. Eu vou ajudar com as minhas emendas, só que não vence as minhas emendas, as do Carlos Cezar, dos colegas. Vamos fazer castração em massa, levar o “castramóvel” para o Estado.

Eu ia falar de Laranjal, mas eu falo em uma próxima sessão, porque o tempo já acabou.

Obrigado, um abraço aí no Carlos Cezar, que ficou muito bem de presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Abraço grande, Vitão do Cachorrão. Parabéns pela sua luta incansável em favor da nossa cidade, principalmente Sorocaba e região. Parabéns pelo trabalho que desenvolve.

Encerrado o tempo do Pequeno Expediente, nós então vamos agora abrir o Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Pela lista de oradores inscritos para o Grande Expediente, eu chamo para falar da tribuna, por permuta de tempo, o deputado Reis, no lugar do deputado Emídio de Souza. Tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos para falar no Grande Expediente. 

 

O SR. REIS - PT - Deputado Carlos Cezar, eu retorno a esta tribuna na data de hoje e quero continuar o debate que eu iniciei, ontem, sobre a Segurança Pública.

A Segurança Pública que, hoje, na cidade de São Paulo, é uma questão que preocupa, em primeiro lugar, os paulistanos. Desde 2014, quando são feitas as pesquisas, esse tema de Segurança Pública não figurava em primeiro lugar. Nós tínhamos a questão da Saúde como um problema e todas as vezes que as pessoas respondiam pesquisas, o tema aflorava em primeiro lugar.

As questões do transporte público, do trabalho, do emprego vinham em seguida. Mas, hoje, o grande problema que vem assustando os paulistanos, que está trazendo pânico aos paulistanos, que está trazendo traumas, é o quesito Segurança Pública.

Conforme eu disse na data de ontem, a situação está piorando mês a mês. Mesmo que as pessoas falem: “não, mas o governador só está há há nove meses, entramos no nono mês agora. O governador Tarcísio chegou ontem, isso é um problema do governo anterior”, o problema é que a situação está degringolando com o passar do tempo, não é? Então, não dá para ficar culpando governos anteriores.

Está aqui, saiu na “Folha de S. Paulo”: “violência se torna a maior preocupação na cidade de São Paulo”, “citações ao tema cresceram dez pontos”, “avaliação da Saúde na Capital melhorou e a Segurança piorou”.

Eu também falei, semana passada, sobre as cracolândias. O próprio governo Tarcísio de Freitas reconhece que hoje existem 143 cracolândias em São Paulo, deputado Conte Lopes. O próprio governo reconhece isso: são 143 cracolândias.

A pesquisa que mede a segurança pública traz que metade dos paulistanos afirmam que há cracolândias em seus bairros, ou seja, o governo reconhece que há muitas cracolândias e a própria população revela que em seus bairros existem cracolândias. Cinquenta e três por cento dos paulistanos afirmam existir pontos de cenas abertas, conforme reconhece o próprio governador de São Paulo. Cena aberta é como o governador denomina uma cracolândia. Então, é um novo nome com que se batizou ou o  nome que se deu à Cracolândia. São as cenas, as cenas abertas de uso de drogas nos bairros.

A percepção da presença de cracolândias foi mais recorrente entre habitantes da zona leste, 61%, seguidos pelos que moram na região central, 59%; na zona sul 50%, na zona norte 48% e na zona oeste 46 por cento.

Na zona sul da capital paulista, a proporção de quem considera que existe uma cracolândia também é maior entre evangélicos e entre católicos. Entre quem se declara branco, essa taxa vai a 47%, índice que sobe para 56 entre pardos e 65 entre negros.

Então, está aí a questão das cracolândias, que estava presente já no governo anterior, o governo do João Agripino Doria, desde quando ele foi prefeito de São Paulo. Quando ele foi prefeito, fez aquela cena de acompanhar a Tropa de Choque, jogando bombas de gás lacrimogêneo, jogando bombas de efeito moral, ocasião em que ele declarou que havia acabado ali a Cracolândia: “Não existe mais Cracolândia”. E agora vem essa notícia trazendo que a população percebe cracolândias em seus bairros.

Isso quer dizer o seguinte: aquela dispersão que foi executada na época e, também essa que vem sendo feita, vão causando a formação de novas cracolândias. Então, o cidadão vai andando no bairro, na periferia, e vai constatando que onde não tinha cracolândia, passou a ter.

Isso também é um desenho da insegurança, porque à medida que o governo não consegue resolver e que a metodologia que ele criou de dispersar as cracolândias cria novas concentrações, mostra para a população que o governo não está acertando.

A receita do governo é uma receita falida, é uma receita falida! Isso tem impacto na pesquisa, isso tem um impacto quando o cidadão vê que realmente não há segurança.

Ontem eu falei lá da região do Parque Santo Antônio, do Jardim São Luís e do Portal do Morumbi, onde as pessoas saem de manhã e são assaltadas no ponto de ônibus.

Vem um motoqueiro com alguém na garupa, leva a bolsa daquela senhora que está indo para o serviço, sai de madrugada para ir trabalhar e ali, esperando o ônibus e é surpreendida. Esses casos estão se multiplicando na cidade.

Isso quer dizer o seguinte: não estão ocorrendo as rondas necessárias, a prevenção para garantir que a população que sai de madrugada para o seu serviço, não seja vítima de perder os seus bens, de perder a sua bolsa e documentos. Depois é um trabalho para tirar os documentos, depois é um transtorno.

Então, o governo e o governador precisam realmente ter um plano de trabalho; o que me parece é que falta um plano de trabalho. Ele tem que ter um plano de trabalho para coibir essas práticas, porque se as pessoas estão falando que de madrugada está acontecendo isso, cinco horas da manhã, seis horas da manhã, quatro horas da manhã, é porque está acontecendo isso.

Então, o governo tinha que ter uma visão de ter uma ronda circulando e ter policiais à paisana no ponto de ônibus também. Quando passasse o motociclista com outra pessoa na garupa, os dois que levam os celulares, levam as bolsas das pessoas, fazendo um arrastão, de imediato os policiais, então, poderiam fazer as prisões.

É muito pânico que a gente está vendo na população. As audiências que nós temos feito na periferia, eu tenho participado de “n” reuniões em associações, em comunidades, e esse problema está aflorando muito forte.

O problema da insegurança está muito forte. Por isso que a pesquisa mostra isso que eu já vinha identificando há algum temp. A falta de segurança estava se acentuando.

Eu inclusive, ontem, pedi que as notas taquigráficas fossem encaminhadas ao comandante-geral da Polícia Militar, porque é ele quem cuida das rondas, para que lá, no Parque Santo Antônio, nas ruas que eu, inclusive, nominei ontem: Joaquim José Gonçalves, Raquel Alves Moreira, Avenida Agostinho Rubi, Maria Amélia Gouveia André, Canuto Luiz Nascimento, que sejam intensificadas as rondas, porque os moradores estão reclamando que, quando saem para ir ao serviço, eles estão perdendo os seus bens, perdendo o celular, documentos, eles estão levando tudo. São arrastões que estão acontecendo ali, na região do Parque Santo Antônio.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Dr. Eduardo Nóbrega.

 

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E no Portal do Morumbi também. Eu trouxe inclusive um fato, um caso que estava acontecendo. Vinha um jovem com a sua bolsa e com os seus pertences, quando parou o motociclista com alguém na garupa, levando tudo o ele tinha.

Esses casos também na região do Jabaquara, na audiência em que eu participei na região do Jabaquara, Santa Catarina. Então, são “n” reclamações que corroboram com essa pesquisa que foi feita pelo “Datafolha”, em que o grande problema hoje pesquisado na cidade de São Paulo é a falta de segurança pública.

Muito obrigado, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Obrigado, deputado Reis. Chamo agora, na ordem de inscrição, o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Leonardo Siqueira. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Por permuta com o deputado Paulo Fiorilo, o Sr. Deputado Dr. Jorge do Carmo. Vossa Excelência dispõe de dez minutos no Grande Expediente. 

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR -Obrigado, Sr. Presidente, querido deputado Dr. Eduardo Nóbrega, amigo que eu conheci há pouco tempo, mas suficiente para apreciar e saber do seu trabalho brilhante aqui na Casa, lá em Taboão da Serra e região, no estado de São Paulo como um todo, mas em especial naquela cidade que eu tanto gosto e do prefeito que eu tanto gosto, que é o ex-deputado, nosso prefeito Aprígio, meu conterrâneo. Veio lá das Alagoas para batalhar e tentar vida melhor aqui, em São Paulo.

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público da TV Alesp, policiais aqui presentes, assessoria, nobres colegas advogadas e advogados que já estão ocupando as galerias deste plenário, hoje, mais uma vez, nós vamos fazer aqui uma nova batalha. É aquela batalha de insistir, persistir contra a injustiça. (Palmas.)

Falava há pouco aqui que Justiça cara é injustiça disfarçada. Então nós vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance, a nossa bancada, as bancadas de esquerda, outras pessoas também, outros deputados e deputadas que são de outras bancadas, não de esquerda, mas que também são contrários à aprovação do PL 752. Então não tenham dúvida de que nós vamos fazer aqui o bom combate e esperamos ser vitoriosos ainda hoje. Sejam muito bem-vindos à nossa Casa.

Sr. Presidente, eu quero falar hoje também de outro assunto, que é a saga do governador Thorcísio - é isso, deputado Reis? - em privatizar, em vender o patrimônio paulista, ou melhor, doar. Ele tem um compromisso de campanha, provavelmente, que é doar o patrimônio paulista para a iniciativa privada.

Eu quero falar da Sabesp, a maior empresa de saneamento básico, de abastecimento do nosso Estado está numa saga do governador para que ela seja vendida, entregue aos investidores da bolsa de valores, à iniciativa privada.

E acho que ontem o governador lançou aí o guia de desestatização. Olha que palavra bonita, né; olha que palavrão grande, mas que tem um significado perverso, que é exatamente entregar o patrimônio paulista para a iniciativa privada, que todas as vezes em que assumiu... E nós temos o caso, agora, da Via “Imobilidade”, que está administrando duas linhas que eram da CPTM, e a gente está vendo o desastre que é a eficiência dessa privatização ou concessão.

Mas quero pedir aqui aos nossos técnicos para passar um videozinho. Todo dia, está sendo pauta nos telejornais a privatização da Sabesp e suas consequências, principalmente para as eleições municipais de 2024.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Pois é, a própria matéria já traz alguns dados, alguns números que são importantíssimos para a nossa reflexão. A Sabesp teve lucro, no primeiro trimestre deste ano, de 743 milhões só neste ano.

Só para São Paulo, a cada 7,5% significa - como também foi mencionado - mais de 500 milhões de reais. Vejam bem, está lá na cláusula contratual, cláusula 35: “a Sabesp deverá investir e destinar trimestralmente 7,5%”, que são os 500 milhões. Treze por cento, também, será investido no município de São Paulo; estou falando só de São Paulo.

O governo fala em abaixar as tarifas de imediato. Por que não reduz agora, se tem lucro? Pergunta que fica no ar. Outra pergunta: por que, dado o lucro, pretendido abaixar a tarifa... Por que não abaixa agora, como já falei? Qual é o gato que tem nessa história?

Qual é o interesse obscuro que a gente vê? Se a iniciativa privada pode abaixar a tarifa, por que, com esse lucro, já não abaixa? Por que prometer vantagens para o município somente após a privatização.

Por que não aumentar as vantagens desde já para ser atrativo para os municípios? E foi também falado aqui: por que privatizar a empresa que está entre as cinco maiores do mundo no ramo? Dos 375 municípios também mencionados na matéria, 309 já têm a universalização do serviço.

Então é falácia dizer que a privatização vai antecipar ou vai garantir a universalização. Trezentos e nove dos trezentos e setenta e cinco. Do ponto de vista técnico-financeiro, qual interesse a empresa privada tem em chegar a universalizar as áreas mais pobres: favelas, ocupações, loteamentos clandestinos, entre outros, que ainda não possuem o serviço de universalização?

Vocês acham mesmo... Sr. Governador, o senhor acha mesmo que a iniciativa privada vai gastar dinheiro com investimento, com saneamento básico? A iniciativa privada quer lucro. Ela não quer fazer investimento.

Então é falácia dizer que a iniciativa privada vai garantir a universalização da Sabesp. E, para concluir esse ponto, a Sabesp é um patrimônio do povo paulista. Governador Tarcísio, tira a mão do patrimônio do povo. Esse não é o objetivo de a gente melhorar o serviço público.

Em um monte de outros lugares, de outros países, já foi reestatizado, já foi estatizado, melhor dizendo. A gente viu que foi privatizado e depois voltou para o patrimônio, porque foi sucateado. Sucateia, explora, e depois devolve para o patrimônio público. Então é isso que nós não queremos para a Sabesp, que é uma empresa de saúde financeira exemplar.

Para concluir, Sr. Presidente, quero falar da minha alegria de ter participado, no último sábado, do ato em defesa da universidade pública federal da minha querida zona leste.

Eu, que moro na Cidade Tiradentes, na zona leste, há 35 anos, nós vamos ter, pela primeira vez, a universidade pública federal lá na Av. Jacu-Pêssego, ali na ligação entre a região leste e o ABC, para a construção onde era a Gazarra antigamente, a Metalúrgica Gazarra, nós vamos ter a primeira universidade pública da zona leste, que foi o terreno, à época do prefeito Fernando Haddad, desapropriado para esse fim.

Mas ficou todo esse tempo parado, e agora - o presidente Lula anunciou - virá em breve para determinar quando será construída. E, ainda nessa gestão, até 2026, será construída a primeira universidade pública federal para o povo da zona leste, para o estado de São Paulo e para a cidade de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Obrigado, deputado Jorge do Carmo.

 

A SRA. LETÍCIA AGUIAR - PP - Pela ordem, Sr. Presidente. Uma comunicação, por gentileza.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Vou correr a lista. Luiz Fernando. Não está. Caio França. (Pausa.) Leci Brandão. (Pausa.) Rodrigo Moraes. (Pausa.) Beth Sahão. (Pausa.) Eduardo Suplicy. (Pausa.) Vinícius Camarinha. (Pausa.) Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Márcia Lia. (Pausa.)

Deputado Jorge do Carmo, em permuta com Paulo Fiorilo. Não está presente. Deputado Luiz Claudio Marcolino. Enquanto o deputado Luiz Claudio Marcolino se dirige à tribuna, concedo a comunicação de liderança à deputada Letícia Aguiar.

 

A SRA. LETÍCIA AGUIAR - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada. Sr. Presidente, venho a este microfone para fazer uma saudação. Eu, como parlamentar, como mulher, agradecer ao governador Tarcísio pelo importante gesto que ele realizou nessa segunda-feira, dia 4, no Palácio do Governo, junto com a Secretaria de Segurança Pública, junto com o Tribunal de Justiça, onde foi assinado um termo de cooperação para que a gente possa reprimir, inibir agressores de mulheres de continuarem a cometer crimes contra as suas vítimas.

É importante destacar que essa ação das tornozeleiras eletrônicas para monitorar os agressores de mulheres é de fundamental importância para que a gente possa coibir a prática criminosa. Mas, além disso, quero parabenizar mais uma vez o governador Tarcísio, mas reforçar que em 2019, agora, dia 18 de setembro, inclusive, essa lei federal sancionada à época pelo nosso querido presidente Jair Bolsonaro, aquele misógino que falava que não gostava de mulheres, etc., fez uma alteração na Lei Maria da Penha onde os custos com as vítimas, com o sistema de saúde, monitoramento, botão de pânico, tornozeleiras eletrônicas, desses agressores de mulheres fossem ressarcidos ao Estado.

Ou seja, além desses agressores terem a penalidade que eles merecem, também devem ressarcir os cofres públicos pelos danos, pelos gastos que as vítimas têm com o sistema de saúde, e também com esse monitoramento, utilizando aí a tecnologia a favor do combate à violência contra a mulher.

Então, além da tornozeleira eletrônica, além de utilizar a tecnologia para a proteção da mulher, fica aqui o meu pedido também à Secretaria de Segurança Pública, ao governador Tarcísio, que utilize a lei sancionada pelo nosso presidente Jair Bolsonaro, a favor das mulheres, para que os agressores, também, sejam obrigados a ressarcir - porque isso já é lei - os custos ao Estado com essas vítimas.

Muito obrigada, senhor presidente.

 

O SR. PRESIDENTE – DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Obrigado, deputada Letícia. Concedo a palavra por dez minutos ao deputado Luiz Cláudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, vocês que nos acompanham no plenário aqui da Assembleia.

Sr. Presidente, hoje, às 18:00 as centrais sindicais, CUT, Intersindical, o pessoal do Conlutas, os sindicatos, Sintaema, bancários, metroviários, farão hoje o lançamento de um plebiscito contra o processo de privatização das empresas públicas no estado de São Paulo. É a partir das 18 horas, na Rua Tabatinguera, na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.

Esse ato hoje, esse lançamento do plebiscito, ele é muito importante, porque tem algumas empresas que já foram colocados na mira da privatização do governo Tarcísio no estado de São Paulo, como a CPTM, o Metrô e a própria Sabesp. E no dia de hoje, nobre deputada Bebel, o governo Tarcísio lança aqui um guia informativo de desestatização da Sabesp; setembro de 2023.

Olha a pachorra que o governador tem, de fazer um guia para desestatização da Sabesp no estado de São Paulo. Porque muitas vezes o governo até anuncia, como forma de bravata, para tentar, em tese, de alguma forma dialogar que está buscando apoio popular, dialogar com a parte da população que é contrária às empresas públicas.

E a gente olha aqui a Sabesp. A Sabesp, hoje, ela está em 375 municípios, e eu quero trabalhar, inclusive, com os dados do governo. Está aqui.

A Sabesp hoje está em 375 municípios de 645 municípios no estado de São Paulo. Então, nós estamos falando que é uma empresa de Saneamento Básico, hoje, que está praticamente em boa parte dos municípios do estado de São Paulo.

Quando a gente olha a base da proposta que a Sabesp tem para o estado de São Paulo, a Sabesp é a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo que tem como missão a prestação de serviços de saneamento, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente, além de buscar a universalização dos serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto.

Essa é a missão da Sabesp, hoje, no estado de São Paulo. E a Sabesp já foi, ao longo do tempo, tendo um processo de desmonte. Hoje, ela já está qualificada como economia mista, de capital aberto.

O estado detém 50,3% do capital, enquanto os 49,7% já são negociados no mercado de capitais norte americano e brasileiro. Então, a Sabesp, parte dela já foi desmontada, já está hoje com a iniciativa privada, que faz parte também da gestão da Sabesp.

Estão, a Sabes, hoje, o lucro que ela detém, vai muito mais para o acionista do que efetivamente para o Estado. Então, (Inaudível.) no investimento da Sabesp quem faz é o estado, e quem fica com o lucro do resultado da Sabesp acaba sendo esse acionista, que é quase 50% da estrutura da Sabesp.

E aí a gente pergunta. Se é uma empresa que dá lucro...? E eu vou mostrar para vocês aqui, porque uma empresa pública - o papel dela não é dar lucro - até o lucro que ela dá, ele tem que ser investido.

Mas a Sabesp, até pelos dados que o próprio governador Tarcísio apresenta, em 2022, teve um resultado de 3,12 bilhões de reais; de novo, 3,12 bilhões de reais. No segundo trimestre de 2023, mais quase um bilhão, 743 milhões de reais; quando você compara com 2022, no mesmo período, teve um crescimento de 76% de crescimento, pegando o trimestre do ano passado.

Agora, se o empresário tem uma empresa que dá um bom resultado, que dá um bom lucro, por que um empresário venderia uma empresa que é rentável, que dá lucro, que a cada ano cresce o seu resultado, o seu patrimônio?

Então, a gente percebe que o movimento que o governador Tarcísio tem feito agora em relação à Sabesp tem muito mais uma cara de estruturar um caixa de estado do que de efetivamente estar preocupado com a população.

Eu vou voltar de novo aqui à missão da Sabesp: “A Sabesp é a companhia de saneamento básico do estado de São Paulo, que tem como missão a prestação de serviço de saneamento, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente, além de buscar a universalização do serviço de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto”.

Agora, se a Sabesp for privatizada, hoje já com metade do seu capital, praticamente, de capital aberto, a gente percebe que o papel da Sabesp já é um trabalho...

No caso da Capital, principalmente na Grande São Paulo, principalmente no centro expandido, a gente vê que, muitas vezes, quando tem falta de água nos bairros mais distantes, quando tem que fazer uma ligação em uma comunidade, se demora muito. Às vezes tem vazamento em um bairro, demora às vezes três, quatro, cinco dias para que aquele vazamento seja resolvido.

Agora, vamos imaginar se a Sabesp for 100% privada e ela não tiver mais esse papel social que ela tem, de garantir o tratamento da água, o saneamento básico. Hoje, para fazer um projeto habitacional em uma cidade, se não tiver uma estrutura de saneamento básico naquele bairro, naquela cidade, não pode ter projeto habitacional. Sabemos que hoje tem muitas empresas no estado de São Paulo que só montam sua empresa, sua indústria, naquela cidade em virtude da qualidade da água.

Então, a Sabesp é muito importante para o desenvolvimento do estado de São Paulo e para o bom atendimento da população. Se for uma empresa privada, essa garantia de ter um bom atendimento vai deixar de existir.

É só a gente olhar a privatização da CPTM, é só a gente olhar a privatização da própria Eletropaulo, que hoje é Enel, que faz a gestão na Grande São Paulo, o quanto caiu a qualidade de atendimento da população depois que essas empresas foram privatizadas.

A gente conversa com muita gente no estado de São Paulo. Não houve redução da tarifa de energia no caso da Eletropaulo depois que foi feita a privatização; muito pelo contrário, a gente vê reclamações permanentes, inclusive na CPI da Enel, que estamos acompanhando aqui na Assembleia Legislativa. Todos os órgãos de defesa do consumidor...

Agora vamos ouvir também as associações e entidades, todas elas sempre falam que aumentou o custo da energia elétrica, seja para o consumidor individual ou seja também para as empresas.

Aí o governo apresenta que a ideia de privatizar a Sabesp é para ampliar em 66 bilhões o investimento da Sabesp até 2029. Aí vou pegar aquela parte que, hoje, já é do mercado de capitais, da Sabesp.

Hoje já tem metade da Sabesp que, em tese, já é do setor privado. E não tem investimento, nobre deputada Bebel. Quando tem investimento, recai a partir do cofre do Estado, do Governo do Estado de São Paulo.

Aí o governo apresenta que vai ter 66 bilhões de investimento, antecipando a universalização até 2029. Aí traz algumas informações na perspectiva de tentar enganar a população como se fosse bom, fala que vai melhorar o investimento focado nos mais vulneráveis, que vai ter modernização da infraestrutura, aceleração do programa de integração do Tietê, a despoluição do Rio Tietê, a renovação da rede de ativos, que vai reduzir o valor da tarifa da água no estado de São Paulo.

Então, estamos percebendo que o que o governador apresenta hoje no mês de setembro, que é o Guia Informativo Setembro/2023 para desestatizar a Sabesp, é para tentar mostrar para o investidor, em tese, algo que já vimos em relação à CPTM, que já vimos em relação à questão da Eletropaulo, hoje Enel, e que, na verdade, prejudicou e piorou a relação com a população no nosso Estado.

Aí vai muito mais ainda, nobre deputada Bebel, quando faz uma comparação... Nós, que somos representantes dos trabalhadores, V. Exa. dos servidores da Educação, eu que venho também da categoria dos bancários, olha a proposta deles: como ficam os funcionários da Sabesp? Em tese depois de um processo de privatização que nós vamos trabalhar muito para não deixar esse projeto ser aprovado aqui na Assembleia Legislativa.

Plano de carreira consolidado, oportunidade de desenvolvimento a partir da expansão do mercado, mais competitividade no mercado de trabalho, ampliar as práticas de governança e “compliance”, mostrando que vai ser bom para os funcionários da Sabesp uma eventual privatização.

Então, já quero deixar claro aqui ao governador Tarcísio: ele lança esse projeto no dia de hoje e a nossa bancada do Partido dos Trabalhadores votará e fará de tudo junto com o movimento social, a população e os prefeitos para não deixar vender uma empresa tão importante como a Sabesp no estado de São Paulo.

Então, lançou no dia de hoje. Estamos aqui repercutindo esse programa apresentado hoje pelo governador Tarcísio, colocando o nosso posicionamento.

E, para aproveitar também, hoje nós teremos o projeto da taxa do Judiciário, já colocamos para os servidores, para os funcionários, os advogados, o pessoal das OABs de várias regiões do estado de São Paulo, que a nossa bancada do Partido dos Trabalhadores já tem um posicionamento contrário a esse projeto de lei. Já fizemos todo o processo de obstrução e no dia de hoje vamos votar contrário. 

 

O SR. PRESIDENTE - DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Obrigado, deputado Luiz Claudio Marcolino. Eu vou seguir a lista do Grande Expediente. Agora, na ordem, deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Pelo custo de telepatia que eu fiz, não sei se a deputada Bebel vai pedir com o líder do partido ou... Porque no Grande Expediente V. Exa. não... Então chego em Vossa Excelência.

Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Deputado Emídio de Souza. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.)

Deputada Professora Bebel, por 10 minutos no Grande Expediente. 

 

A SRA. PREFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, cumprimento a mesa de trabalho, os assessores da minha esquerda, da minha direita, Srs. Deputados, público presente, guerreiros que estão desde a semana passada aqui para garantir que não tenha aumento nas taxas judiciais, porque é uma grande injustiça, de novo, para a população.

E como volta para a pauta hoje, - lamentavelmente o governo não se convence, fica o tempo todo colocando - a nossa posição, como foi dito aqui pelo deputado Luiz Claudio Marcolino, é exatamente a de nos mantermos ao lado de vocês, ou seja, contra. E a nossa obstrução também será veemente, da mesma forma que foi na semana passada. Então podem contar com nosso sincero acordo.

Eu quero começar falando sobre uma questão que, pelo amor de Deus, eu não sei o que tem acontecido na Secretaria do Estado da Educação. Chegamos onde era o ponto que eu, mais ou menos, tinha um sentimento, deputado Marcolino, que era exatamente o que nós passamos em 2008, com a então secretária Maria Helena Guimarães de Castro, que, naquela época, também produziu uma apostila para entregar para o aluno.

Primeiro tirou o estado de São Paulo do livro didático, do Plano Nacional do Livro Didático, e criou as apostilas. E nessas apostilas chegou a ter dois Paraguais no mapa, não é? E aí tiveram que ser retiradas e foi uma parafernália.

E agora, novamente, o Estado incorre no mesmo erro de ter erros. Eu não costumo tripudiar em cima de erros, porque, para mim, errar é humano. Persistir no erro é que é a grande questão. Essa é a grande questão para mim.

Então o que eu espero é que o governador cumpra o que a liminar está dizendo, que não recorra, porque, pelo amor de Deus, como é que vai recorrer se uma magistrada está dizendo que tem erros e tem que cumprir o que são diretrizes da base nacional curricular, do ministério, e não pode ser distribuído e tem que ser recolhido.

Isso minimamente tem que ser respeitado. Então a nossa liminar logrou êxito, e mesmo que o governador recorra, fica muito ruim. E aí eu quero pedir bom senso para o governador, para o secretário da Educação, que não recorram de uma liminar que está dizendo que as cartilhas têm erros, só porque a liminar é de alguém que não professa a mesma coroação partidária. Nós estamos falando de estudantes, nós estamos falando de qualidade de ensino. Então é muito importante que a gente tenha cuidado nessa questão educacional.

Mas eu também não posso deixar de falar de outra pauta muito importante, que é sobre a federalização da Universidade Metodista de Piracicaba. Nós lançamos um movimento no Cecut - que é o Congresso Estadual da Central Única dos Trabalhadores -, um movimento no nosso congresso nos dias um, dois e três. Mas, antes disso, outros movimentos também.

Estive em Brasília com o ministro Camilo e com o próprio presidente Lula para pedir que tornem federal a Universidade Metodista de Piracicaba. Por quê? Piracicaba é sede de região metropolitana. Ao seu redor tem 22 municípios. E nós não podemos deixar a juventude ficar sem universidade. Eu fui formada lá.

Por exemplo, eu estive na Catterpillar. O presidente da Catterpillar me disse o quê? “Deputada, aqui os engenheiros, na sua maioria, são formados na Universidade Metodista de Piracicaba. E como é que nós vamos fazer? Porque esses se aposentarão. E os demais? E a mão de obra que vem depois? E a formação que é necessária?”

Mesmo a formação de professores. Fui formada lá. Setenta e cinco por cento dos professores da região foram formados na Universidade Metodista de Piracicaba. Caiu em falência financeira.

Bom, se caiu em falência financeira, tem uma saída. A gente quer que o governo federal injete recursos lá. Por quê? Porque tem um prédio que vale mais que os 300 milhões de dívida. Por isso é importante.

Porque federalizar significa tornar federal por conta... E, por isso, na verdade, a gente pode perfeitamente garantir, sim, que a região metropolitana usufrua, mas que o Brasil usufrua, porque é federal. Você não está falando... Quem passar no Enem, sei lá, no Piauí. Tem vaga em Piracicaba, quer ir? Vai pra lá. Entendeu? Então nós estamos falando em abertura, em expansão.

Então eu estou dizendo isso e estou muito feliz porque a Comissão de Educação e Cultura aprovou um requerimento meu solicitando uma audiência pública lá para Piracicaba, para que abrace essa causa, para a gente cobrar do governo federal. É interessante porque naturalmente a gente faria isso entre nós. Mas eu não acho.

Eu acho que é uma pauta para além de partidos. Ela é uma pauta para além de quem é de Piracicaba. É uma pauta para quem quer também ter o direito de estudar em uma universidade pública de qualidade. A Unimep cumpriu muito bem o papel, mas a gente... Entendo, caiu em falência financeira. A gente também não pode deixar para lá.

Nós temos que fazer a luta. Então a nossa esperança é essa.

E a outra questão, e aí, é claro, eu posso ter minhas divergências, mas também eu não sou daquelas que... Hoje pela manhã, eu tive notícias de que Piracicaba finalmente, deputado Marcolino, por um PL meu, coloquei como coautoria o deputado Alex Madureira, nós dois somos de Piracicaba, partidos diferentes, mas eu tive o cuidado de colocá-lo exatamente porque não há que ter uma marca de um ou de outro, o importante é que Piracicaba se transforme em um município de interesse turístico e que para lá vá recursos, porque lá é uma cidade em que nós temos uma pujança cultural, turística.

Tem um setor hoteleiro que dá conta, tem, para além disso, espaços para convencionais, tanto que a Apeoesp, ela levou o seu congresso para lá e eu pude comprovar. São quase dois mil professores lá em Piracicaba. Então, para nós é de suma importância.

Agora o passo seguinte é reclassificar Piracicaba e os critérios para essa reclassificação, que a minha assessoria já está assentando para a gente ver, para colocar Piracicaba dentro daquelas que tenham, sim, prioridade. Por quê?

A gente entende que Piracicaba, veja bem, quem vai lá se encanta, eu vi os professores esse fim de semana, não é? Ficaram encantados. O Giannazi estava lá. É lindo aquilo lá e a gente estava em um local de resistência, que era o Engenho Central.

Aquilo lá tem história, aquele espaço tem história porque ali teve trabalho escravo, enfim, eu entendi que era ali que tinha que ser o nosso congresso, um espaço de resistência.

Poderia ter ido para um belo centro de convenções, mas não achei que deveria. Já que a gente quer valorizar espaços culturais, que o façamos com as nossas ações e atividades nesses locais, porque são locais que demarcam história e fortalecem também a nossa luta.

Então, ter a sanção desse Projeto de lei de minha autoria, em coautoria com o Alex Madureira, foi importante. Importante para Piracicaba e não me interessa se eu ganho ou perco, se ele ganha ou perde, interessa que a cidade de Piracicaba, o munícipe de Piracicaba, o empresário, mas eu não quero falar sob essa ótica, a cultura, o turismo, vai ganhar podendo receber recursos do MIT.

Um forte abraço, muito obrigada, um abração para os guerreiros e guerreiras, fiquem firmes, que nós estamos com vocês.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Obrigado, Professora Bebel. Vou seguir a lista aqui do Grande Expediente, deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi, V. Exa. dispõe de dez minutos, no Grande Expediente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Senhor Presidente deputado Nóbrega, deputados e deputadas, advogados e advogadas.

Primeiro, eu quero parabenizar a deputada Bebel pela sanção desse importante Projeto de lei, que agora é lei, na verdade, transformando a cidade de Piracicaba em instância turística, porque é uma cidade turística, aquele rio maravilhoso, rio de Piracicaba que está eternizado, inclusive, em uma música que a gente canta bastante, deputada Bebel.

E também pela sua iniciativa em federalizar uma universidade importante, também da mesma cidade, que tem todo o nosso apoio, queremos nos irmanar nessa luta, porque a nossa luta é em defesa da universidade pública, gratuita para todas as pessoas do estado de São Paulo.

Nós queremos mais campi da USP, da Unicamp, da Unesp e das federais de São Paulo, e a sua iniciativa é muito importante, nesse sentido. Conte com o nosso apoio, deputada Bebel.

Quero saudar aqui todos os advogados e advogadas em luta contra o aumento das custas judiciais e dizer que é um verdadeiro absurdo, Sr. Presidente, nós estarmos aqui debatendo esse PL nº 752, quando, na verdade, nós temos outras prioridades no campo do Judiciário.

Nós temos aqui os projetos que não foram votados ainda. Eu me refiro aqui ao PLC, ao Projeto de lei Complementar nº 30, de 2013, que já foi aprovado em todas as comissões da Assembleia Legislativa. Nós aprovamos já um regime de urgência, esse projeto está na Ordem do Dia, pronto para ser votado a qualquer momento, e é um projeto do Tribunal de Justiça.

Esse projeto foi encaminhado à Assembleia Legislativa, pelo presidente do Tribunal de Justiça, reconhecendo uma dívida salarial com seus próprios servidores, não com a Magistratura, mas com os servidores que estão lá na ponta, escreventes, oficiais de Justiça, todos os servidores que são os que dão sustentação, que carregam, na verdade, o Poder Judiciário nas costas, na sustentação ao funcionamento dessa grande máquina. E tem uma dívida que o TJ reconheceu, encaminhou o projeto, nós aprovamos em todas as comissões, e esse projeto está pronto para ser votado a qualquer momento.

Esse é o projeto do TJ importante que nós queremos votar, que paga uma dívida salarial com os servidores e servidoras do TJ de 10,15%, isso ainda parcelado, Sr. Presidente, em cinco anos.

Vai dar 2%, 1,5% por ano. Isso não é nada para o TJ, mas pode significar um certo alívio para os servidores do Judiciário, que tiveram apenas 6% de reajuste salarial agora na data-base de março.

Temos também um outro projeto na mesma situação. Refiro-me aqui ao PLC nº 3, de 2018, também aprovado nas comissões em regime de urgência, pronto para ser votado a qualquer momento, que cria o nível universitário para os escreventes técnicos do Judiciário, como nós fizemos com os oficiais de Justiça, em 2014.

Aprovamos o mesmo projeto aqui na Assembleia Legislativa, que é uma forma de valorização também salarial e funcional dos servidores do Judiciário, no caso aqui dos escreventes técnicos do Judiciário. Então, esses dois projetos nós queremos votar e eles já estão em regime de urgência.

Agora, o 752, Sr. Presidente, é um projeto que vai aumentar impostos, vai prejudicar, na verdade, toda a população do estado de São Paulo. E que essa questão orçamentária pode ser resolvida facilmente, Sr. Presidente. Eu já apresentei aqui vários dados, porque esse debate já é feito desde 2021, quando o projeto foi apresentado aqui na Assembleia Legislativa.

Nós realizamos várias audiências públicas, de 2021 até agora. Teve uma que foi uma das melhores, que foi a última, com a presença da OAB, dos advogados e advogadas.

Nas outras, também nós tivemos, mas essa foi uma das mais importantes, porque mostrou claramente o óbvio, que esse projeto é inviável, que ele torna a Justiça do estado do Estado de São Paulo mais cara.

No entanto, o valor, se esse projeto for aprovado, vai canalizar talvez 300, 400 milhões, no máximo, para o Tribunal de Justiça. Eu tenho colocado claramente que esse valor pode ser transferido para o Tribunal de Justiça através do Executivo Estadual, que já vem cortando historicamente os orçamentos do Tribunal, do Poder Judiciário. Então, uma transferência de 400 milhões não significa nada para o governo estadual, que tem hoje o maior orçamento da sua história.

Eu quero demonstrar isso, Sr. Presidente, com dados, porque eu não sou palanqueiro, nem quero fazer demagogia aqui, nem populismo barato. Tudo que eu falo, eu provo aqui com dados.

Eu ingressei, recentemente, com uma ação popular, no Tribunal de Justiça. Acionei o MP também, o Tribunal de Contas, mas ingressei com uma ação popular no Tribunal de Justiça, Sr. Presidente, justamente que tem a ver com esse debate, uma ação popular para revogar um decreto recente do governador Tarcísio de Freitas. Eu me refiro aqui ao Decreto 67.526, de 2023.

Eu queria colocar aqui o quadro para as pessoas entenderem um pouco melhor. Esse é o Decreto 67.526, que foi publicado recentemente pelo governador Tarcísio, dando isenção fiscal, reduzindo de 18 para 3% a isenção fiscal para empresas de embalagens metálicas do estado de São Paulo.

Hoje elas contribuem com 18% do ICMS. O governador, sem nenhuma justificativa para a Assembleia Legislativa, para o Tribunal de Contas, para ninguém, publicou esse decreto no início do ano, já dando isenção, fazendo uma redução drástica de 18 para 3 por cento.

Então, olha, nós temos aqui alguns dados interessantes. A arrecadação do ICMS em 2021 para esse setor foi de 414 milhões, mais ou menos o que o 752 vai transferir para o Tribunal de Justiça. Mais ou menos isso.

O que acontece? Ele deu uma isenção que vai reduzir esse valor para 69 milhões, olha só o absurdo. Ou seja, nós vamos perder 345 milhões por ano por conta dessa isenção fiscal.

São Paulo não vai ganhar absolutamente nada com isso, porque nós temos poucas empresas e elas já estão todas consolidadas no estado de São Paulo, elas não vão sair daqui, não há nenhuma ameaça nesse sentido. Uma das maiores empresas desse ramo é a metalúrgica Prada, que fica inclusive em Santo Amaro.

Quero saudar a nossa subseção lá de Santo Amaro. Eu moro em Santo Amaro, sou santo-amarense também. Então, quem é de Santo Amaro conhece a Prada, não é? Está lá, a empresa não vai embora, é uma empresa histórica na região de Santo Amaro, mas ela será uma das beneficiadas com essa redução.

São Paulo está deixando já de arrecadar 345 milhões, no mínimo. É mais do que isso, eu estou jogando por baixo para a gente não cometer aqui nenhum erro, nenhuma injustiça contábil. Vejam só, se fosse o único caso, tudo bem, mas tem vários casos como esse, de isenções fiscais.

A gasolina, o querosene, na verdade, o combustível de avião também tem uma redução drástica aqui no estado de São Paulo com o decreto do Doria. Doria liberou as empresas aéreas, dizendo que as passagens ficariam mais baratas em São Paulo. Não ficou. Então tem vários setores econômicos como esse. Esse é só um exemplo, entre tantos outros.

Agora faço um desafio ao Tribunal de Justiça. Tenho uma ação popular com pedido de liminar na mesa do juiz, esperando, ele não deliberou ainda, esperando uma resolução, porque se o TJ não der, nós estaremos perdendo 342 milhões de reais por ano.

Agora, pasmem V. Exas. que estão aqui: nós temos no orçamento de 2023 uma isenção fiscal de quase 80 bilhões de reais - não milhões, bilhões de reais - para grupos econômicos como esse, grandes frigoríficos, empresas aéreas, empresas do agronegócio, sem que haja transparência.

Nem o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo consegue acessar os dados, tanto é que, quando tem o julgamento das contas, tem ressalva nessa questão. O próprio Tribunal de Contas tem denunciado o Poder Executivo em relação a essas isenções fiscais.

Então, por tudo isso, eu peço, vou continuar fazendo esse debate ainda hoje, que a base do governo pense e repense esse voto ao 752, para que o projeto seja derrotado hoje, Sr. Presidente, que a gente possa enterrar esse projeto, porque ele está incomodando bastante não só os advogados, mas toda a população. A população vai ser prejudicada. (Palmas.)

Para concluir, Sr. Presidente, eu quero parabenizar mais uma vez a OAB, que tem cumprido um papel fundamental aqui na defesa do povo do estado de São Paulo, não só da advocacia, mas vocês estão cumprindo um papel histórico importante no estado de São Paulo. A OAB nunca faltou nas grandes lutas do povo brasileiro e não está faltando nesta luta importante. Parabéns, OAB.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, não havendo mais nenhum orador presente, eu solicito o levantamento desta sessão. 

 

O SR. PRESIDENTE - DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - É regimental. Havendo acordo entre lideranças, antes de dar por levantada a sessão, convoco V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os ainda da sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 17 horas.

Saudando todos os advogados presentes, está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas.

 

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