30 DE OUTUBRO DE 2023

129ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: LUCAS BOVE e REIS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - LUCAS BOVE

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - REIS

Assume a Presidência.

        

4 - LUCAS BOVE

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - PRESIDENTE REIS

Defende a prerrogativa dos parlamentares em exercerem seus mandatos com liberdade.

        

8 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - GIL DINIZ

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

11 - PRESIDENTE REIS

Defere o pedido. Defende a aposentadoria dos policiais penais na mesma classe da ativa. Faz aditamento à Ordem do Dia. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 31/10, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Lucas Bove.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Dando início à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Nobre deputado Reis, tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar o presidente, deputado Lucas Bove, todos os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Técnico-Científica, da Polícia Penal, o público presente, todos os funcionários desta Casa e todos aqueles e aquelas que nos acompanham pela Rede Alesp.

Presidente Lucas Bove, eu quero repercutir aqui um e-mail que eu recebi do Consulado Geral da República Popular da China em São Paulo. Eu recebi esse e-mail e eles estão questionando uma frente parlamentar que foi instaurada ou aprovada nesta Casa que trata da Frente Parlamentar São Paulo & República da China (Taiwan).

O e-mail do Consulado Geral da República Popular da China fala que certos deputados estaduais ignoraram a posição firme da China e forçaram a fundação dessa frente.

Então eu quero dizer, respondendo aqui a esse e-mail que eu recebi, que em primeiro lugar os deputados têm toda a liberdade, em seus mandatos, de apresentar propostas e, dentre elas, de formação de frente parlamentar.

Aqui, cada deputado trabalha em um tema, então nós temos vários temas tramitando aqui nesta Casa, tanto do ponto de vista de projetos como também de frentes parlamentares.

Eu mesmo estou coordenando três frentes, Sr. Presidente: a Frente em Defesa da Polícia Civil, a Frente em Defesa da Polícia Penal e a Frente em Defesa do Hospital do Servidor Público e do Iamsp.

Agora, não cabe a nenhum organismo internacional vir aqui questionar o papel dos deputados. Nós temos que entender que os deputados têm aqui um Regimento para seguir, têm a sua imunidade. Inclusive a Constituição do Estado diz: “Os deputados são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”, é o Art. 14 da Constituição do Estado.

Então me surpreendi com esse e-mail, que veio assinado pelo cônsul-geral da China, Consulado Geral da China em São Paulo. Eles falam que essa frente vai prejudicar a base política das relações sino-brasileiras, assim como uma atmosfera favorável para a cooperação entre a China e o estado de São Paulo. A Frente Parlamentar São Paulo & República da China - Taiwan usou os termos de República da China ou Taiwan? Trata-se de duas ... criação flagrante.

Então é um protesto que eles fazem, cobrando que, por exemplo, eu não deveria ter assinado. Inclusive, pediram para eu tirar a assinatura, e eu falei que, quando eu faço as coisas, dificilmente eu desfaço, presidente.

Eu falei: “Eu assinei. É um direito do parlamentar defender o seu mandato aqui nesta Casa. E, se dentro do seu mandato tem essas teses políticas, eu sou contra dificultar a vida dos parlamentares.”

Eu até vejo que, aqui nesta Casa... o que não é a minha experiência lá na Câmara de São Paulo, porque lá a gente não dificultava a vida dos deputados, a gente não punha óbice nos projetos dos deputados. E aqui, geralmente, quando se vai colocar um projeto para ser votado, aí têm partidos que colocam óbice, que às vezes dificultam a tramitação daquele projeto, e eu sou contrário a isso.

Eu acho que todos os parlamentares têm as suas prerrogativas, que têm que ser respeitadas. Não cabe a nenhum país estrangeiro, nenhum organismo internacional, questionar aquilo que é prerrogativa parlamentar, aquilo que está na Constituição Federal, que está na constituição do estado, que está no regimento desta Casa.

Não podemos aceitar de forma alguma que país estrangeiro queira obstar a liberdade que tem o parlamentar dos seus votos, das suas opiniões, dos seus debates. Nós jamais poderemos apoiar - por isso é que eu fiz questão de vir aqui falar - uma situação dessa.

Dizer para o Consulado Geral da República Popular da China que, lamentavelmente, eles não deveriam ter mandado esse e-mail para mim. Eu lamento que eles tenham feito isso, mas que não se pode violar a liberdade que tem o parlamentar pelas suas opiniões, pelo seu trabalho, pela sua defesa dos seus projetos do dia a dia.

E, quero reafirmar aqui, eu sou contra que se dificulte o trabalho dos deputados, dos parlamentares, que se obste os projetos dos parlamentares. Muitas vezes eu vejo isso aqui nesta Casa.

O importante é que esses projetos tramitem, que eles possam ser aprovados e, obviamente, que se o governo não concordar, ele veta, como tem vetado vários projetos nesta Casa. Mas não cabe a um parlamentar ficar dificultando a vida do outro.

E por isso que, dentro dessa lógica, é que eu assinei essa frente, porque o parlamentar tem o direito dele de fazer o seu trabalho, e não é o meu mandato que vai obstar, que vai provocar essa dificuldade.

Sr. Presidente, muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, deputada Professora Bebel. (Pausa) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa) Deputado Tomé Abduch. (Pausa) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa) Deputada Thainara Faria. (Pausa) Deputado Delegado Olim. (Pausa) Deputado Donato. (Pausa) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa) Deputado Lucas Bove.

Passo, portanto, a Presidência ao meu nobre colega, deputado Reis, para fazer o uso da tribuna então.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Assumindo a Presidência. O próximo orador, deputado Lucas Bove, vai fazer uso da tribuna no tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos, militares e civis, servidores desta Casa, ao público que nos assiste pela TV Alesp, aos meus nobres colegas, ao deputado Reis - presidindo esta sessão.

Antes de iniciar minha fala sobre o assunto específico, eu queria aqui fazer coro às falas do deputado Reis, que é um deputado que, apesar de pensar de maneira diferente da minha na maioria dos conceitos, da visão de mundo que tem, é um deputado que, reconheço aqui, faz uma oposição responsável, faz uma oposição que agrega.

E sempre que ele confia e acredita nos projetos da base, ele acaba também nas comissões aí, votando de maneira favorável, e deixando de fato os deputados fazerem o seu trabalho. É um absurdo o que a Embaixada da China, o que o governo chinês está tentando fazer com esta Casa.

A Alesp é uma Casa de Leis independente e democrática. Os chineses não estão acostumados com democracia, mas o Brasil ainda é uma democracia e, aqui, ninguém vai dizer o que deputado pode ou não pode fazer, o que deputado deve ou não deve fazer. O limite dos deputados, tantos estaduais aqui de São Paulo quanto federais ou das outras casas Brasil afora, é a lei brasileira, apenas a lei brasileira.

Então, parabenizo o nobre deputado Reis, presidente desta sessão, pela brilhante colocação que fez aqui e pela forma contundente, firme, como se posicionou em não abrir mão do seu direito de legislar como melhor entender. É senhor do seu mandato, teve votação expressiva e aqui está para representar a população que o escolheu e não qualquer outro governo, principalmente, ditadores mundo afora.

Então deputado Reis, ainda que eu saiba que o seu partido tem um certo alinhamento com as políticas que os chineses pregam, ou com o Partido Comunista Chinês, eu gostaria aqui de parabenizá-lo pela sua posição firme.

Mas, eu subo a esta tribuna hoje para tratar de um outro tema, um tema que também é muito vergonhoso, muito triste e, também, tem a ver com democracia, assim como esse triste caso da China. Para quem não sabe, está ocorrendo a votação para os delegados da Conferência Nacional da Juventude, que será realizada em Brasília, salvo engano, ao longo do mês de dezembro.

Serão eleitos delegados de 15 a 29 anos, portanto, jovens. Todo brasileiro pode votar, basta ter o cadastro no site do governo federal. Com o seu CPF você só pode votar uma vez em um candidato, mas você pode dar um voto para vários candidatos. Eu estou apoiando a candidata Letícia Perfeito, que tem uma proposta muito interessante do ICMS educacional, o que já ocorre aqui no estado de São Paulo.

É uma proposta que não vai trazer nenhum, repito, nenhum aumento de imposto para a população, só vai alterar a forma como o ICMS é repassado aos munícipios. Ele será repassado com base nas notas, com base nos critérios adotados para que seja medida a eficiência da Educação naquele município.

Portanto, é um projeto ótimo, que aqui em São Paulo já é empregado. Munícipios que têm uma Educação melhor são incentivados. A gente sabe que o prefeito vai buscar recursos de ICMS. Então, nada melhor do que incentivá-lo a cuidar da Educação.

Até aí, tudo bem, tudo certo. Temos candidatos, estamos votando e escolhendo aquele que melhor nos representa. Esses lugares, essas localidades, são, geralmente, dominadas por membros da esquerda. A esquerda está sempre lá, os conselhos nacionais, enfim, essa é a Conferencia Nacional da Juventude.

Nós já mudamos a cara dos conselhos tutelares aqui no estado de São Paulo, elegendo bastante gente de direita. Agora, estamos avançando. A Letícia Perfeito, a minha candidata, estava em primeiro lugar ontem na votação. Hoje, acordamos, e qual não foi a nossa surpresa que o candidato que estava liderando as pesquisas... Enfim, tinham candidatos ali à frente, candidatos ligados a partidos de esquerda.

Agora, o pior de tudo, Sr. Presidente, e aí, de fato, é uma vergonha para a democracia...Tem um ditado que a turma do agro diz, que o fruto não cai longe do pé. A turma da esquerda está oferecendo camiseta em troco de voto. Eu não estou dizendo isso da minha cabeça não, eu vi prints de listas de WhatsApp: “Cumpra a sua missão. Vote, mande o comprovante da sua votação e receba em casa uma camiseta.”.

Gente do céu. Em 2023, jovens de 15 a 29 anos, que estão se candidatando para a Conferência Nacional da Juventude, visando discutir políticas públicas para melhorar o nosso País, estão começando as suas campanhas oferecendo camiseta em troca de voto. Ou seja, deputado Gil Diniz, os candidatos de esquerda estão comprando votos para serem eleitos delegados da Conferência Nacional da Juventude.

É isso mesmo? É isso mesmo que eu estou ouvindo? Será que essa é a nova política que nós vamos ter no nosso País? Será que é assim que os jovens que estão ingressando agora na política querem iniciar suas carreiras?

Então, eu faço aqui um apelo aos senhores líderes dos partidos, aos senhores presidentes dos diretórios, que instruam esses jovens a jogar dentro das quatro linhas da Constituição e respeitando as regras do jogo.

É inimaginável, em 2023, jovens de 15 a 29 anos estarem oferecendo brindes em troca de votos. Isso não é nada mais, nada menos do que aquelas políticas antigas, retrógadas, de coronéis, de esquerdistas Brasil adentro, que compravam votos, encabrestavam os seus eleitores. Nós não vamos admitir, tomaremos todas as medidas legais cabíveis.

E aqui, para encerrar minha fala, Sr. Presidente, eu reitero: vote, para delegada da Conferência Nacional da Juventude, Letícia Perfeito, que tem a proposta do ICMS educacional para todo o Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de oradores, vamos chamar, para fazer uso da palavra, a deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos. 

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Querido presidente Reis, eu primeiro quero registrar aqui a importância da decisão da prefeitura de desistir de reintegrar a sede da Coopamare, após a pressão de catadores.

“O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis informou, nesta quinta-feira, 27, que a prefeitura cedeu às pressões populares e desistiu de tentar retirar a Cooperativa de Catadores Autônomos de Papel, Papelão, Aparas e Materiais Reaproveitáveis, Coopamare, do bairro de Pinheiros, zona oeste da cidade, cuja sede está debaixo do Viaduto Paulo VI, onde passa a Avenida Sumaré.

A prefeitura prometeu fazer a regularização judicial do terreno de forma definitiva, e a proposta da Coopamare, aceita pelo poder público, foi pela permanência da sede sob o viaduto, assim como a concessão de um novo terreno para ampliar a atividade e diminuir o volume de material armazenado no local alvo do litígio.

As negociações foram mediadas, principalmente, pelo deputado estadual Eduardo Suplicy e pela vereadora Luna Zarattini, que acaba de promover uma reunião plenária da comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, tendo me convidado, assim como também à deputada Marina Helou.”

E ali ficamos muito satisfeitos com essa notícia que acabo de registrar. 

Mas, Sr. Presidente, eu quero aqui fazer uma homenagem muito especial, porque faleceu, neste domingo, o sociólogo, filósofo e ex-seminarista Danilo Santos de Miranda, aos 80 anos. Ao longo das quatro décadas em que dirigiu o braço paulista do Sesc, se tornou a figura mais longeva e relevante da Cultura de São Paulo.

Visto como uma mistura de mecenas com ministro da Cultura, era prestigiado e reverenciado como tal. Miranda estava internado desde o início do mês no Albert Einstein de São Paulo. A causa da morte ainda não foi informada. Seu velório está se dando no Sesc Pompeia. E a cremação será às 17 horas, no Horto da Paz, em Itapecerica da Serra. 

Danilo Miranda foi um extraordinário brasileiro, um ser humano de extraordinária capacidade de interação com todo o meio artístico - e eu sou testemunha disso -, assim como também um patrocinador de peças de teatro formidáveis, tanto no conjunto dos teatros do Sesc, na cidade de São Paulo, como pelo interior. E eu, diversas vezes, interagi com ele.

Só vou dar um exemplo aqui, deputados Reis e Gil, porque era o ano 2000 quando o grupo de jovens de teatro de Heliópolis resolveu me convidar para fazer a apresentação introdutória da peça de teatro que queriam fazer sobre A Queda para o Alto, a História de Sandra Mara Herzer ou Anderson Herzer, a primeira biografia que foi lançada no Brasil sobre a história de uma pessoa Trans.

Eis que essa moça, que havia nascido em Rolândia, no Paraná, teve uma série de percalços na vida. Ficou detida por três anos e meio na Febem, dos 14 aos 17 anos e meio, quando então eu a convidei para estar trabalhando comigo aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo, pois o juiz de menores disse que, como ela não tinha cometido qualquer crime, se alguém se responsabilizasse por ela, ela seria liberada, conforme disse Lia Junqueira, presidente do Movimento em Defesa do Menor.

Quando eu a conheci, sugeri de ela escrever um livro dela com seus poemas maravilhosos. Eis que a peça de teatro foi apresentada ali em um teatro no Ipiranga e, como teve grande sucesso, foi reapresentada ali na sede da Unas em Heliópolis. Eu convidei, para assistir, José Celso Martinez Corrêa que, entusiasmado, resolveu convidá-las para apresentarem a peça no Teatro Oficina.

Foi tal o sucesso da peça que Danilo Santos de Miranda convidou o grupo jovem de teatro de Heliópolis para apresentar a peça em aproximadamente dez teatros, inclusive de Ribeirão Preto, de Araraquara e de Santos. Eu acompanhei tanto nos sete teatros do Sesc, aqui na cidade de São Paulo, quanto nas cidades do interior.

Só para dar um exemplo da sensibilidade e da extraordinária contribuição que Danilo Miranda deu para todos nós paulistanos e brasileiros. Não é à toa que, lá no Sesc Pompéia, na Rua Clélia, a essa hora, inclusive encontrei ali o Carlos Giannazi, que pediu que também, em seu nome, eu transmitisse aqui esse pronunciamento breve, que sirva de homenagem a Danilo Santos de Miranda, que foi responsável por transformar a entidade ligada ao setor do comércio na maior potência cultural do país.

Seu espírito empreendedor e sua visão humanista da cultura, aliados ao orçamento bilionário da instituição, fizeram dele o principal gestor cultural do Brasil ou, como brincavam amigos e colegas, a entidade dentro da entidade.

Então, meus parabéns, Danilo Santos de Miranda, e meus sentimentos à sua esposa, às suas filhas e às suas netas, que eu acabei de encontrar ali, no Sesc Pompeia.

Muito obrigado, presidente Reis.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado Suplicy. Seguindo a lista de oradores, eu chamo para fazer uso da palavra o deputado Carlos Giannazi. (Pausa.)

Terminando a lista e entrando na Lista Suplementar, chamo para fazer uso da palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, nobre deputado Reis. Boa tarde aos deputados presentes aqui no Pequeno Expediente, deputado Lucas Bove, deputado Suplicy. Boa tarde aos nossos assessores, aos policiais militares e civis, ao público aqui na galeria e a quem nos assiste pela Rede Alesp.

Presidente, venho aqui a esta tribuna na tarde de hoje primeiro agradecer por vossas palavras e do deputado Lucas Bove também. Faço minhas as palavras do deputado Lucas Bove quando elogia o vosso posicionamento.

Nós temos várias visões, ideias divergentes e discutimos aqui no Parlamento Paulista, na Casa do Povo de São Paulo, deputado Lucas Bove, sempre em um tom respeitoso, sempre tentando chegar aqui aos consensos.

Quando, de repente, passamos dos limites, depois conversamos, nos desculpamos e temos aqui um bom convívio. Presidente, eu digo isso porque a nossa atuação parlamentar, os constituintes de 88 limitaram bastante.

A atuação de um deputado estadual é muito limitada, digamos assim, mas, no que nos tange aqui a representar os nossos eleitores - e eu digo isso como um deputado reeleito -, o Regimento nos permite criarmos aqui frentes parlamentares.

Este deputado criou, nos últimos dias, a Frente Parlamentar São Paulo & República da China (Taiwan), São Paulo, Taiwan. Eu recebi, presidente, e vários outros deputados receberam, V. Exa. recebeu, um e-mail do Consulado Chinês, uma carta que eu diria com um ataque brutal a esta Casa Legislativa. Em última instância, Sr. Presidente, um ataque brutal talvez jamais visto pelo povo de São Paulo, pelo Consulado Chinês.

Já leio aqui essa carta, já peço até vênia a V. Exa., porque vou me estender um pouco aqui no tempo. Eles justificam, presidente, essa carta, que eu diria injuriosa, malcriada, ressentida, porque este deputado criou a frente parlamentar, um grupo de trabalho entre os deputados aqui.

A maioria, presidente, são deputados que são apoiadores da frente parlamentar, que querem ajudar o parlamentar a realizar os seus trabalhos. Muitos talvez nem participarão da frente, mas um sempre apoia o outro.

Eu digo isso porque eu já recebi várias assinaturas de deputados de oposição, como eu já assinei frentes parlamentares de deputados de oposição também, que eu discordo, e isso faz parte.

Eu vou ler aqui, deputado Suplicy, o e-mail que eu recebi do consulado chinês. Já deixo claro que eu faço parte da Comissão de Relações Internacionais e dessa comissão sou o vice-presidente. Eu e os outros deputados recebemos, no dia 20 de outubro, estas palavras aqui.

“O Consulado Geral da China em São Paulo cumprimenta atenciosamente a Alesp e gostaria de comunicar o seguinte: segundo o site da Alesp, o Sr. Presidente da Alesp assinou o Ato nº 212 no dia 28 de setembro oficializando a fundação da Frente Parlamentar República da China, Taiwan, São Paulo, a que 20 deputados estaduais aderiram como apoiadores.

Já no dia 18 de setembro, o Consulado Geral da China tinha manifestado a sua posição sobre a iniciativa dessa frente à Comissão de Relações Internacionais da Alesp. No entanto, certos deputados estaduais - olhem os termos que o consulado chinês atribui aqui aos deputados -, certos deputados estaduais ignoraram a oposição firme da China e forçaram a fundação dessa frente.

O ato sobre a fundação dessa frente foi assinado pelo presidente da Alesp. Sobre isso, a China manifesta forte insatisfação e oposição. O princípio de uma só China é a base política e pré-condição fundamental do desenvolvimento das relações diplomáticas entre a China e o Brasil, assim como com o resto do mundo, uma linha vermelha intransponível. Existe no mundo apenas uma China.

Os dois lados estreitos de Taiwan pertencem a uma só China. Taiwan é uma parte inalienável do território da China. A República Popular da China - a China comunista - é reconhecida pela Resolução nº 2.758 da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1961, como o único governo legítimo que representa toda a China. O princípio de uma só China é um consenso geral da comunidade internacional e uma norma básica das relações internacionais.”

Isso aqui é o consulado chinês palestrando aos deputados.

“Em 1974, a China estabeleceu relações diplomáticas com o Brasil, baseada no princípio de uma só China e desenvolve relações com os governos e as Assembleias a nível federal e subnacional, do Brasil.

A Alesp, como um órgão legislativo oficial importante, violou gravemente o princípio de uma só China, que os governos e órgãos de poderes federais subnacionais vêm aderindo.

São Paulo, como um estado importante e uma janela para o desenvolvimento das relações do Brasil com a China, tem sido uma vanguarda na sua cooperação com a China. A fundação dessa organização irá criar um mau precedente para os outros estados do Brasil. Certamente, vai prejudicar a base política das relações sino-brasileiras, assim como uma atmosfera favorável para a cooperação entre a China e o estado de São Paulo.

A Frente Parlamentar São Paulo & República da China (Taiwan), usou os termos de República da China ou Taiwan. Trata-se de uma criação flagrante de uma China e um Taiwan, ou duas Chinas, uma provocação flagrante à integridade de território e de soberania da China, magoa o sentimento do povo chinês, e impede e danifica gravemente os laços entre a China e São Paulo - a qual a China manifesta forte condenação e oposição.

Anteriormente, certo deputado estadual - aí eles falam de mim aqui - da Comissão das Relações Internacionais da Alesp, visitou a região de Taiwan da China, e fez declarações abertas para apoiar secessionistas de independência de Taiwan, ameaçando severamente a saúde e estabilidade das relações sino-brasileiras.

A Comissão das Relações Internacionais, como um órgão oficial, deveria trabalhar para beneficiar as relações bilaterais e as relações entre estado de São Paulo e a China, e não o contrário. Exortamos à ALESP, à Comissão das Relações Internacionais, a priorizar a amizade China-Brasil e não defender qualquer das formas ou os secessionistas da independência de Taiwan.

Esperamos que os deputados estaduais relacionados parem de oferecer quaisquer plataformas e apoios aos atos secessionistas de independência de Taiwan, voltando aos trilhos corretos...”. “Corretos, presidente” - olhe que ousadia!

“Voltando aos trilhos corretos da política de uma só China e salvaguardando com os seus próprios esforços o desenvolvimento saudável e estável das relações China-Brasil e promovendo o aprofundamento da cooperação entre o estado de São Paulo e a China. O Consulado da China em São Paulo aproveita a oportunidade para renovar à Alesp os protestos de elevada consideração...”.

Ainda bem que eles têm elevada consideração conosco, presidente, e me perdoe passar do meu tempo limite. Mas que essa carta aqui é gravíssima, é um tapa na cara dos parlamentares.

É uma crítica direta ao presidente André do Prado, que assinou a resolução e criou, deputado Lucas Bove, a Frente Parlamentar São Paulo e Taiwan, São Paulo República da China, Taiwan.

Eles não estão incomodados, presidente, com a frente parlamentar. Eles já vieram aqui, na comissão, me censurar por ter me sentado à mesa com as autoridades de Taiwan. São brutais, são autoritários. Eles não sabem o que é democracia e querem impor as suas vontades, o seu regime para nós. Não vão conseguir.

Hoje, quatro deputados, infelizmente, já retiraram a assinatura da frente parlamentar. É direito do deputado. Mas eu insto os deputados, os outros deputados, que têm independência nos seus mandatos, a assinarem essa frente parlamentar, porque da mesma maneira que os representantes chineses vieram a este Parlamento obrigar, impor a este deputado que não se sentasse à mesa com as autoridades de Taiwan, imaginem o que eles não fazem lá fora, imaginem o que eles não impõem a outras autoridades.

Nós sabemos a brutalidade que é a diplomacia chinesa. Isso aqui está caracterizado, está documentado com esse ofício aos nossos parlamentares.

Da outra vez, presidente, eu assumi o compromisso de ir à Festa da Independência Chinesa, junto às autoridades de Taiwan, e fui censurado, também, com um e-mail. Subi a esta tribuna, critiquei o regime chinês, obviamente, via seus diplomatas, e fiz o que vou fazer com essa carta, nesta tribuna.

Isso aqui, senhores, não vale nada para este deputado. Ameacem outros, ameacem os que têm medo de vocês. Este deputado, enquanto o povo de São Paulo lhe confiar o voto, a representação, estará aqui, defendendo não só o povo de Taiwan, que tem uma presidente à frente de Taiwan. Mas irá defender aqui a autodeterminação dos povos. E, se há uma China, há uma Taiwan.

Então eu defendo sim o princípio de uma só China, como eu defendo o princípio de uma Taiwan. E não vão intimidar este deputado e esta Assembleia Legislativa do povo de São Paulo.

Olha só: tomem vergonha. Lá na China, vocês são autoritários, impõem um regime autocrático ao seu povo. Aqui em São Paulo é diferente. Não aceito ameaça, não aceito chantagem desses diplomatas chineses aqui em São Paulo.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Chamamos para fazer uso da palavra o deputado Eduardo Suplicy. É isso que a gente precisa defender: o direito dos parlamentares se posicionar, o uso da tribuna.

Que seus mantados possam, realmente, ser aquilo que eles, durante o processo eleitoral, se colocaram. Nós não podemos aceitar imposição de países estrangeiros, órgãos internacionais, com o trabalho parlamentar. Jamais vamos aceitar isso.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, primeiro, uma breve observação sobre as palavras do deputado Gil Diniz. Eu queria dizer que eu tenho uma vontade muito grande de ver, um dia, Taiwan e a República Popular da China unidos. Unidos, com princípios os mais democráticos possíveis. E inclusive digo que possa haver a interação e unificação dos esforços de produção econômica.

Porque, hoje, tanto Taiwan quanto a República Popular da China têm sido muito admirados pelo progresso tecnológico. E ainda há poucos dias uma pessoa, que visitou a China, me disse: “Eu fiquei impressionado porque, em Pequim, que é uma cidade com uma população mais de vezes a de São Paulo, por exemplo, hoje, não tem praticamente qualquer morador em situação de rua.”

Eu até gostaria de ver, porque acho que é alguma coisa importante para nós, paulistanos, que um dia a gente tenha a nossa cidade sem os moradores em situação de rua. Mas eu quero dizer que avalio como muito importante o objetivo de, um dia, vermos Taiwan e a República Popular da China unidos por um bom entendimento entre as partes.

Assim como também, eu vou falar mais disso proximamente, mas eu tenho conversado com algumas pessoas que gostariam muito de ver que Israel e a Palestina venham a formar um único Estado.

Nas circunstâncias presentes, de uma terrível guerra entre Israel e a Palestina, que volta e meia se agrava, e a cada dia tem se agravado, com a morte de centenas de crianças e de pessoas idosas que, de maneira alguma cometeram qualquer crime, para estarem agora sendo sujeitas a este bombardeio, em forma de explosão de residências, de edifícios, de tudo, eu vou tentar conversar com as pessoas que têm argumentado em favor da união de Israel com a Palestina.

Eu, por exemplo, gostaria de ver que... Aliás, quando eu visitei, a certa altura, quando era senador, fui convidado por ambas as partes para conversar e ali inclusive para assistir na Palestina à missa de Natal que ocorre com a presença das principais autoridades palestinas.

Na oportunidade, assim como também transmiti às autoridades de Israel, eu, por exemplo, ponderei que gostaria de ver, um dia, que pudesse haver o bom relacionamento e a paz entre os dois lados. Quando eu estava lá, eu disse: “Olha, quem sabe vocês possam convidar um dia a seleção brasileira de futebol para fazer um jogo entre o Brasil e a seleção mista de Palestina e Israel, em ambas as capitais”.

Além disso, que pudessem chegar a um entendimento, porque ambos os países, Israel e Palestina, têm uma grande fonte de renda por todos os visitantes que ali visitam por razões religiosas, e poderiam até criar um fundo decorrente para criar, para toda a Palestina e todo o Israel, uma renda básica universal para todos os seus habitantes.

Quem sabe isso seria uma proposta que pudesse, um dia, estar vigorando tanto em Israel e na Palestina, como também na República Popular da China e em Taiwan.

Muito obrigado, presidente Reis.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - O próximo orador é o deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, presidente. Motivado pelas palavras do sempre senador Eduardo Suplicy, eu sempre digo que nós buscamos a paz entre Israel e Palestina, deputado Suplicy.

Tem as resoluções das Nações Unidas para a criação dos dois estados e nós defendemos isso. O que hoje estamos defendendo é justamente uma Palestina livre do Hamas, um grupo jihadista, um grupo terrorista que barbarizou agora o povo de Israel. Sem dúvida nenhuma, nós pregamos pela paz no Oriente Médio e pela criação desses dois estados.

Deputado Suplicy, eu preciso falar novamente dessa questão chinesa, porque esse ataque do consulado chinês às prerrogativas parlamentares, a meu ver, foi brutal, talvez nunca antes visto aqui na Assembleia de São Paulo.

E olha que o cônsul acabou de chegar, deputado Reis. Acabou de assumir a troca de cônsules; essa missiva aqui à Alesp, como eu disse, é brutal. Esse tipo de diplomacia dificilmente você vê por aí.

É difícil, deputado Suplicy, ter uma união entre Taiwan e República Popular da China, a China continental, a China comunista, porque os valores que unem a população de Taiwan são muito divergentes dos valores do partido que está no poder na China Popular, na República Popular da China, na China continental.

Em Taiwan há eleições livres. Como eu disse, há uma mulher hoje, a presidente Tsai, no Poder.

Inclusive, deputado Reis, quando este deputado... Usando as palavras do cônsul, quando certo deputado, eu, dei parabéns no Twitter para a presidente reeleita em Taiwan, eu fui censurado também, recebi uma cartinha também. A Casa, o presidente aqui da Casa, na época o deputado Carlão Pignatari, recebeu uma cartinha também.

Então não é por conta da criação da frente parlamentar, é porque eles não querem qualquer contato com as autoridades de Taiwan. Aqui eu preciso parabenizar o Sr. Luis Fong, representante, presidente, diretor do - eu chamo de consulado, não é consulado porque o Brasil infelizmente não reconhece ainda Taiwan como país independente - do escritório político-cultural aqui.

Nós precisamos discutir seriamente na Comissão de Direitos Humanos, deputado Suplicy, na Comissão de Relações Internacionais, os direitos humanos também desse que é o maior parceiro comercial do Brasil, desse que é um dos principais parceiros comerciais do estado de São Paulo.

Nós recebemos aqui, dias atrás, o primeiro ministro no exílio do Tibete, o Sr. (Inaudível.). Ele tinha uma reunião num país da América Latina no dia subsequente a reunião conosco aqui na Assembleia, e os diplomatas chineses ligaram para as autoridades desse país, deputado Reis, e cancelaram essa reunião.

Você, que não está em casa talvez não saiba, mas o Tibete hoje está ocupado - Tibete, aquele país do Dalai-lama, dos monges budistas - militarmente pelos chineses, desde a década de cinquenta. Você já ouviu falar dos uigures, uma minoria religiosa, muçulmanos - eu sou cristão - são perseguidos na China também. Procure aí, procure sobre eles.

A China é um dos países que investem em mais Segurança interna que Segurança externa, e olha que investem muito em Segurança externa, porque há vários protestos, manifestações, rebeliões no seu país.

É um país, como a velha esquerda dizia, imperialista, que conquista o poder pela arma. E quando não pela arma, pela capacidade econômica que tem, tentando isolar parlamentares como eu.

Como eu disse aqui e repito, não tenho medo desse tipo de diplomacia e de nenhuma outra, mas principalmente do Consulado e da Embaixada chinesa aqui no País. Já disse aqui nessa tribuna e não vejo problema nenhum, se eu for caçado pelos valores que eu defendo, ótimo, glória a Deus.

Se eu for preso por aquilo que eu defendo, por esses valores que eu defendo, não tem problema nenhum. Minha família sentirá falta de mim, mas eu tenho certeza que eles saberão os motivos.

E se, por ventura, deputado Reis, tirarem a minha vida, me matarem por isso, não quero ser mártir, não. Não tenho sina, não tenho vocação para mártir não, mas adiantarão o meu encontro com nosso Sr. Jesus Cristo e isso eles não podem me tirar. Então, senhores, mais cuidado com esse tipo de diplomacia aqui que V. Exas. fazem porque só me motivam a continuar.

E deixo um recado aqui ao cônsul chinês que mandou essa missiva para a Assembleia de São Paulo: já estou em contato com outras Assembleias Legislativas, com outros deputados estaduais, que neste momento buscam assinaturas para começarem frentes parlamentares nas suas Assembleias Legislativas. Frente Parlamentar República da China Taiwan São Paulo, porque é esse trabalho que nós fazemos e vocês querem inviabilizar.

Não tem mais como voltar. Nós vamos representar os nossos eleitores e os interesses do povo de Taiwan, que são democráticos, que elegem mulheres à presidência e que são nossos parceiros, queiram os diplomatas chineses ou não, presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Se houver acordo entre os líderes, levantar a presente sessão, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o requerimento de Vossa Excelência. Mas, antes de levantar a sessão, eu queria deixar registrado que na sexta-feira, dia 27, eu, juntamente a várias entidades de classe da Polícia Civil fomos recebidos pelo procurador geral de Justiça, o Dr. Mario Sarubbo, onde entregamos para ele uma representação em decorrência da inconstitucionalidade do Art. 12, § 2º, da Lei 1.354, que nós tentamos arrumar aqui com um projeto de lei de minha autoria, que o governador acabou vetando, para que os policiais penais possam se aposentar no cargo e classe em que estiver, porque hoje eles estão voltando no tempo.

Então, se está na classe especial, volta para a primeira classe. Está na primeira classe, volta para a segunda. Então, só para deixar registrado, deputado Suplicy, deputado Gil Diniz, dessa importante recepção que nós tivemos lá no Ministério Público. Fomos muito bem recebidos, ficou muito bem explicado a inconstitucionalidade.

O procurador disse que vai fazer uma análise e se entender que realmente há essa inconstitucionalidade, ele vai ajuizar uma Adin no Tribunal de Justiça, porque é uma inconstitucionalidade de uma lei estadual em face da Constituição Estadual.

A lei foi posterior à Emenda nº 49, que foi aprovada nesta Casa na gestão do João Agripino Doria, do governador João Agripino Doria, e ela trouxe essa inconstitucionalidade porque tanto a Constituição Federal, como a própria Constituição do Estado estabeleceu que o servidor público tem que ter cinco anos no cargo, e foi legislado para mais.

Além do cargo, foram colocados classe e nível. Porque o cargo continua o mesmo, cargo não muda. Então, é delegado de primeira classe, delegado de classe especial, mas o cargo é delegado de Polícia. Então, deixar registrado que nós fomos muito bem recebidos e protocolamos a representação.

Estiveram presentes com a gente os sindicatos da categoria, sindicatos dos delegados, escrivães, investigadores, dos policiais penais, dos agentes de telecomunicação. Então, foi uma reunião bastante produtiva, e a gente espera agora, no tempo, que possa haver sim, essa Adin, e resolver essa demanda que hoje prejudica bastante os nossos policiais.

Muito obrigado, deputado Gil Diniz.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita a Ordem do Dia com os seguintes projetos vetados: Projetos de lei Complementar nº 61, de 2023. Inclusive, é esse projeto que foi vetado, que trata dessa questão. Projetos de lei nºs 725 e 871, de 2023.

Havendo acordo de líderes, antes de dar por levantados os trabalhos, convoco V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma ordem do dia de quarta-feira última, com os aditamentos ora anunciados.

Está levantada a sessão. Tenham todos uma excelente tarde.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 57 minutos.

 

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