27 DE NOVEMBRO DE 2023
144ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CONTE LOPES e EDUARDO SUPLICY
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CONTE LOPES
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência.
4 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - CONTE LOPES
Assume a Presidência.
7 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - LUCAS BOVE
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - LUCAS BOVE
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
11 - PRESIDENTE CONTE LOPES
Defere o pedido. Faz aditamento à Ordem do Dia. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 28/11, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Conte Lopes.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
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* *
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Relação de deputados inscritos no
Pequeno Expediente. Nobre deputada Marta Costa. (Pausa.) Nobre deputado
Delegado Olim (Pausa.) Nobre deputado Rui Alves. (Pausa.) Nobre deputado Dr.
Jorge do Carmo. (Pausa.) Nobre deputado Lucas Bove. (Pausa.) Nobre deputado
Donato. (Pausa.) Nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Nobre deputado Carlos
Giannazi. (Pausa.) Nobre deputado Reis. (Pausa.) Nobre deputado Sebastião
Santos. (Pausa.)
Com a palavra o nobre deputado, e
sempre senador, Eduardo Suplicy, V. Exa. tem o prazo regimental de cinco
minutos.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente, deputado Conte Lopes, eu gostaria de
convidar V. Exa. e todos os 94 deputados estaduais e deputadas para hoje à
tarde, às 18 horas, aqui no plenário Dom Pedro I, vai haver o lançamento da
Frente Parlamentar em Defesa da Renda Básica de Cidadania.
Eu, como
coordenador, e a deputada Marina Helou, como vice-coordenadora dessa frente,
estamos convidando a todas as deputadas estaduais, deputados estaduais e o
público interessado para estar presente na instalação dessa Frente Parlamentar.
Mais e mais,
nos mais... Em todos os quadrantes do mundo, nos mais diversos continentes e
países têm sido realizadas experiências positivas da renda básica universal. O
exemplo mais significativo, e que já dura mais de 40 anos, é o do Alasca que,
desde o início dos anos 80, distribui a toda sua população ali residente há um
ano ou mais.
E hoje são mais
de 732 mil habitantes no Alasca, que anualmente recebem uma renda fruto dos
dividendos advindos do Fundo Permanente do Alasca, que significa a aplicação de
25% dos royalties da exploração do petróleo na baía de Prudhoe.
E que, conforme
a visão e determinação do então governador, em 1976, Jay Hammond, ele disse aos
seus concidadãos: “Nós precisamos pensar, não apenas na geração presente, mas
na vindoura. Que tal nós separarmos 25% dos royalties decorrentes da exploração
dos recursos naturais, para instituir um fundo que a todos pertencerá?”
Houve então uma
consulta democrática, um plebiscito. E 76 mil disseram “sim”, 38 mil “não”,
dois para um, venceu. Desde então, todos os habitantes do Alasca, de um ano ou
mais, recebem. Nos primeiros anos, em 1980, foi algo de 300, 400, 500 dólares
anuais. No ano passado, 3 mil e 284 dólares por pessoa.
Eu estive no
Alasca, ao final dos anos 90, e pude verificar como a população considera muito
positivo este sistema. Constitui suicídio político, para qualquer liderança do
Alasca, propor o fim desse sistema. Eis que o Alasca, que era, em 1980, o mais
desigual dos 50 estados norte-americanos, hoje é o mais igualitário dos 50
estados, juntamente com outro estado, o de Utah. Ambos são os mais
igualitários.
É importante
dizer que as experiencias têm sido realizadas na Namíbia, que eu fui visitar
pessoalmente, na vila de Otchivero, onde mil pessoas receberam, por um período,
uma renda básica igual para todos.
No Quênia,
também fui visitar, no ano 2019, em janeiro, onde, nas vilas rurais pobres do
Quênia, todos os adultos, de 18 anos ou mais, recebem 22 dólares por mês. Então
os resultados têm sido muito positivos.
Eu tenho a
convicção de que, na medida em que o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo
Alckmin, os seus ministros, Wellington Dias, Fernando Haddad, e os demais
relacionados às áreas sociais, venham a implementar, ainda durante este
governo.
Então o Brasil
caminhará a passos firmes e largos, para atender o que está como objetivo
fundamental da República Federativa do Brasil, que é promover o desenvolvimento
com efetiva maior erradicação da pobreza e da fome, maior igualdade entre todos
nós, e a construção de uma nação justa, civilizada e harmoniosa.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
Vossa
Excelência está especialmente convidado para estar presente no lançamento da
Rede Brasileira da Renda Básica, hoje às 18 horas, no plenário Dom Pedro I.
Um abraço.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Obrigado,
deputado. Nós agradecemos o convite. Vossa Excelência vai assumir a
Presidência? Para que eu possa usar o tempo.
*
* *
-
Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Continuando a
lista de oradores, tem a palavra a deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado
Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.)
Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. Tem a palavra pelo
tempo regimental.
O
SR. CONTE LOPES - PL -
Sr. Presidente, deputado Eduardo Suplicy, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu
acho um absurdo o que acontece às vezes na mídia, no Brasil. Cobra-se muito da
polícia por mais segurança e se soltam bandidos na primeira audiência de
custódia.
Ou às vezes até
grandes bandidos são soltos no Supremo Tribunal Federal em um belo sábado, como
o André do Rap. Em uma canetada, o ministro manda o André do Rap embora e
depois, quando se fala que ele é o maior traficante do mundo, o próprio
ministro fala: “Prenda-se”.
Eu até coloco
isso porque hoje assisti, na Rede Globo de Televisão, o jornalista César Tralli
apresentar uma ocorrência no Morumbi ocorrida ontem à tarde, quando um cidadão,
com sua esposa, chega ao seu apartamento, em um prédio de apartamentos, de
moto, é atacado por três bandidos e acaba sendo baleado.
Em seguida,
chega um policial militar, que não sei o nome, ninguém falou até agora, que é
um herói, no meu modo de ver. E é. Vê a cena, o policial militar troca tiros
com os três bandidos, acerta dois e um foge. Dois vieram a morrer. Mas a
colocação do jornalista César Tralli, da Globo, é engraçada para mim, que sou
policial há mais de 50 anos, quando ele fala que três pessoas morreram em um
assalto no Morumbi.
Como três
pessoas? Existe uma vítima e dois ladrões, dois bandidos, dois criminosos. A
vítima, coitada, estava com a mulher. Estava passeando de moto, estava voltando
para casa. Ele não provocou nada. Os bandidos, os assassinos, os criminosos
provocaram a situação e acabaram morrendo.
Agora, juntar a
vítima com os dois bandidos mortos, como três pessoas que morreram, aí também é
duro para gente, como policial, engolir. Quer dizer que é igual? Você ser morto
por um bandido e um bandido que morre em seguida em um tiroteio com a polícia é
igual a você, que morreu? São mortos em uma ocorrência?
Então, essa é
uma inversão de valores que faz a bandidagem crescer. Infelizmente é o que a
gente observa, o crime crescendo.
Mas felizmente
esse policial, herói, na sua hora de folga, que poderia ir para casa
tranquilamente e ninguém iria saber quem ele era, mas não, o policial vai lá,
expõe a sua vida, enfrenta os três bandidos armados matando uma vítima, baleia
dois, que acabam morrendo, põe o outro para correr, e agora a gente sabe que
ele vai responder, provavelmente, criminalmente por isso. Vai ter que pagar
advogado.
E quem sabe
aparece um promotor jovem, um promotor que queira fazer fama, e denuncia o
policial: “Oh, mas por que você foi fazer aquilo? Não é sua função, você estava
de folga, foi defender a pessoa por quê?” - esquecendo que a gente jura
defender a sociedade com o sacrifício da própria vida em qualquer hora do dia e
da noite, ao contrário daquela policial militar, que avisa lá no Carandiru, no metrô,
que estava de folga, fardada e estava de folga. “Eu estou de folga.”
Então, não,
policial agiu. Ele podia... Acaba respondendo, vai ser ouvido na delegacia, vai
ser ouvido no quartel, na corregedoria, um monte de gente vai analisar os tiros
que ele deu, muitos vão criticar, essa é a grande verdade da vida de um
policial. Mas para mim esse policial é um herói, se expôs, enfrentou os
bandidos, salvou pelo menos a mulher da vítima que acabou falecendo.
A gente vê
claramente que o bandido atira primeiro na vítima antes do policial chegar, o
que é comum nas ruas de São Paulo. Isso é comum nas ruas de São
Paulo. Então meus
cumprimentos ao policial pela ação.
A Rede Globo
que me perdoe, mas são três pessoas que morreram ou dois bandidos criminosos
que mataram um cidadão que estava passeando de moto num domingo à tarde com a
esposa, e que depois morreu enfrentando um policial herói?
Obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Obrigado, deputado
Conte Lopes, pela relevância da história que contou. Passo a palavra agora ao
deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente
deputado Suplicy, deputado Conte Lopes e deputado Reis. Primeiramente, eu quero
aqui registrar a honrosa presença do advogado Dr. Sérgio Guimarães, acompanhado
do Rick Santos. Eles estão aqui hoje visitando a Assembleia Legislativa, conversando com os parlamentares.
Sr. Presidente,
eu quero hoje divulgar a manifestação que vai acontecer amanhã aqui na frente
da Assembleia Legislativa e, ao
mesmo tempo, convocar toda a população para que venha participar da defesa do
patrimônio público, na defesa dos serviços públicos de qualidade.
Porque amanhã
nós estaremos aqui nos manifestando, Sr.
Presidente, contra a privatização da Sabesp, contra a redução do
orçamento da Educação, contra as privatizações também da CPTM, do Metrô, da
Fundação Casa, das escolas - porque o Governo anunciou que vai construir
escolas através de PPPs e vai entregar as zeladorias e a administração para
essas empresas, olha só o absurdo -, contra a instalação de mais pedágios no
estado de São Paulo.
Ou seja, contra
essa “privataria” Bolsotucana que está em curso no estado de São
Paulo, contra o
desmonte das instituições públicas que fornecem serviços públicos para a nossa
população. São Paulo está fazendo mobilização, a
população não aceita, por exemplo, privatizar a água, que é um bem essencial
humano. É um absurdo, é um crime privatizar a água.
Nesse momento,
ainda de crise climática, crise hídrica, o mundo inteiro está reestatizando,
voltando atrás. Várias cidades do Planeta que privatizaram perceberam o erro e
estão voltando atrás: Berlim, Buenos Aires, Paris, mais de 100 cidades na
França estão reestatizando.
Teve aqui no
Brasil mesmo, aqui em Itu, do nosso lado. Itu privatizou, foi um caos, foi um
desespero total, a população quase morreu sem água, agora a prefeitura
reestatizou a água no município de Itu.
Nós tivemos
experiências péssimas, estamos tendo ainda, com a privatização da água no Rio
de Janeiro, em Manaus, em Tocantins, em Campo Grande, houve um aumento absurdo
das tarifas, houve a queda da qualidade dos serviços.
É isso que
acontece com a privatização. Sem contar o que houve agora, recentemente, com a
energia elétrica no estado de São Paulo. A empresa privatizada, a Enel,
quase deixou o estado na escuridão... Deixou, na verdade, e poderia ter sido
muito pior.
Sr. Presidente,
então não dá para querer que a Sabesp seja a Enel de amanhã, o que aconteceu
com a luz, com a eletricidade, aconteça também amanhã com a água, com a
privatização da Sabesp.
Então os
sinais já estão todos dados, não é possível, e nós sabemos que por detrás dessa
privatização têm os interesses dos grandes grupos econômicos, dos grandes
investidores, que só querem abocanhar esse fundo, esse orçamento de
fornecimento de água e de saneamento.
É disso
que se trata essa proposta. O governador está desmontando o estado e entregando
as empresas exatamente para os grandes grupos econômicos e para os
investidores. Então, a água não é mercadoria.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Conte Lopes.
* * *
E também
em relação - Sr. Presidente,
aqui para concluir -, à Educação. A Educação do estado de São Paulo está
sucateada, degradada, abandonada. E o estado de São Paulo é o estado que paga
um dos piores salários do Brasil para os seus profissionais da Educação.
Escolas de lata, escolas em quadras, escolas sem
equipamentos, e, no entanto, o governador pretende reduzir o orçamento da
Educação. Um estado que nem paga o Piso Nacional do Magistério corretamente, Sr. Presidente.
Então por isso que amanhã a população vai gritar,
vai fazer a grande mobilização aqui na frente da Assembleia Legislativa, a partir das 15 horas, para convencer os
deputados da base do governo a se colocar contrariamente a todos esses projetos
que eu citei aqui: privatização da Sabesp, redução do orçamento da Educação,
privatização da Fundação Casa, da Educação, das escolas estaduais, do Metrô, da
CPTM, mais pedágios.
É disso que se trata amanhã a grande manifestação
que ocorrerá na frente da Assembleia Legislativa.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES
- PL - Agradeço as palavras do deputado Giannazi. Continuado com a
Lista Suplementar aqui, o nobre deputado Reis. Deputado Reis, V. Exa. vai fazer
uso da palavra por cinco minutos regimentais?
O SR. REIS - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Atendendo o
convite de Vossa Excelência, poderia não fazer uso da palavra presidente, Conte
Lopes. Cumprimentar também o deputado Suplicy, o público presente, o deputado
Carlos Giannazi, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da
Polícia Técnico-Científica, da Polícia Penal, todos os funcionários desta Casa
e todos aqueles e aquelas que nos acompanham pela Rede Alesp.
Presidente Conte Lopes, eu vou fazer uso deste
curto espaço de tempo para cobrar do governador Tarcísio de Freitas melhorias
no policiamento, na Segurança Pública nesse período de final de ano, porque
todos nós sabemos que aos finais de ano a violência aumenta, e muito.
Eu estou acompanhando as várias regiões
periféricas, e ontem recebi várias reclamações ali da região da Avenida Santa
Catarina, Rua Palacete das Águias, Palestina. Eu até anotei aqui. Rua Derval,
Maratona, Jovina. Inclusive, teve um rapaz que foi alvejado, ontem, na Rua
Jovina.
Quando vem aqui o secretário Guilherme Derrite,
secretário da Segurança Pública, ele mostra um painel de que parece que São
Paulo não tem problema nenhum de Segurança Pública, de que está tudo resolvido,
de que há uma eficiência tamanha, e que a sociedade pode se tranquilizar, que
não tem nada acontecendo, presidente Conte Lopes.
Mas, à medida que a gente vai participando de
reuniões nas comunidades, de reuniões em associações de moradores, inclusive,
de Consegs, de conselhos comunitários de Segurança Pública, vem essa grande
quantidade, essa avalanche de reivindicações, e narrativas de problemas que
acontecem nesses bairros e, na verdade, não é aquilo que a gente ouve na
Comissão de Segurança Pública.
Porque quando o secretário Derrite esteve na
Comissão de Segurança Pública, e ele veio no primeiro semestre, veio no segundo
semestre, ele narrou uma história de que os furtos estão caindo, os roubos
estão caindo, o estelionato está caindo, e não é verdade isso, porque o que a
gente tem é muita subnotificação, né?
Uma vez que as
delegacias, nem todas elas estão abertas, funcionando 24 horas por falta de
funcionários, não tem funcionários, aí eles fecham as delegacias à noite, aos
sábados, aos domingos, aos feriados e, obviamente, a população vai lá para
registrar uma ocorrência, encontra a porta fechada. “Ah, tem que ir para a
central de flagrante, ou tem que fazer pela internet, pela Delegacia
Eletrônica.”
Nem todos têm
condições de fazer pela internet, de fazer pela Delegacia Eletrônica, né? Nem
todo mundo tem essas condições de ter um computador em casa, de ter um celular
com banda larga, né, para fazer, para registrar a sua ocorrência.
E aquela
ocorrência, deixando de ser registrada, ela aconteceu, mas ela não foi notificada,
né? Então, o fato de nós termos esse modelo onde somente 27 delegacias
funcionam na cidade de São Paulo diuturnamente, das 93 delegacias existentes na
capital, são 93, somente 27 funcionam 24 horas.
E você tem uma
delegacia cobrindo território de três, quatro delegacias; uma delegacia para
cobrir o território de mais de um milhão de pessoas. Então, as pessoas vão à
delegacia e tem aquele monte de ocorrência lá, porque lá estão fazendo os
flagrantes, essas delegacias que funcionam 24 horas estão abarrotadas de
flagrantes, às vezes leva quatro, cinco, seis horas para fazer um registro e a
pessoa acaba desistindo, e ela volta para casa. E aquela ocorrência, não sendo
registrada, é como se não tivesse acontecido o delito. É como se não tivesse
acontecido o roubo, o furto.
Então nós temos
cobrado o governo, né, que reabra as delegacias, que coloque as delegacias para
funcionar, que contrate funcionários, que faça concursos. Mas o governo é
lento.
O governo não é
um governo que tem resposta para ontem, a resposta dele é para daqui a um ano,
dois, três, ou, talvez, pelo período da eleição. Quando chega lá o ano
eleitoral, os três meses antes das eleições, as coisas começam a se arrumar.
Você começa a ver a melhoria da segurança pública e, depois que passa esse
período, vem o relaxamento, vem o desleixo novamente.
Então, a
população periférica cobra muito. Ela tem reclamado muito. E essa região ali do
Jabaquara, da Santa Catarina, esses dias que eu passei por lá, em várias
reuniões, eu ouvi das pessoas essas reclamações, e elas requerem, pedem que o
governo, que a Secretaria de Segurança Pública possa reforçar a segurança
pública nessa região da Santa Catarina, da Cidade Ademar, do Jabaquara.
Peço, requeiro
de V. Exa. providências para que este meu discurso seja encaminhado ao
secretário de Segurança Pública, ao comandante da Polícia Militar, ao
delegado-geral, para que providências sejam tomadas, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Agradeço,
nobre deputado Reis. A requisição de V. Exa. será providenciada. Com a palavra
o nobre deputado Eduardo Suplicy, nosso senador, por mais cinco minutos
regimentais.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Conte Lopes, Srs. Deputados,
Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria,
funcionários desta Casa, gostaria ainda de acrescentar que por ocasião do
lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Renda Básica, hoje, serão
lançados alguns livros: “Transferência de Renda no Brasil”, “Entre a Herança
Recebida e a Direção Prometida”, de Aldaíza Sposati, Paulo de Tarso Meira, e
também o livro “Renda Básica e Economia Solidária - O Exemplo de Maricá”, cujos
autores são o professor Fabio Waltenberg, da Universidade Federal Fluminense, e
Paul Katz, que é da Jain Family Institute. Ambos os livros publicados pela
Cortez Editora.
Então, acho que
será uma oportunidade também para um encontro e reflexão, promovida pela Rede
Brasileira de Renda Básica, cujo presidente Leandro Ferreira estará presente,
assim como Diego Zeidan, vice-prefeito de Maricá. É um dos responsáveis pela
instituição da moeda social Mumbuca e pela instituição da renda básica de
cidadania.
Haverá também a
presença de outros pesquisadores e políticos envolvidos com esse tema. Eu
gostaria também de comentar aqui que Paul Katz tem uma reportagem hoje, no
“Valor Econômico”, a respeito de como a moeda social Mumbuca tem sido utilizada
em Maricá de uma maneira muito inovadora e fazendo com que haja maior
eficiência na instituição da renda básica de cidadania e em promover maior
desenvolvimento econômico e social na cidade.
Eu gostaria de
assinalar também uma reportagem de ontem, do “Fantástico”, sobre as agressões,
torturas e até assassinatos, crimes por trás das comunidades terapêuticas da
Grande São Paulo.
O “Fantástico”
mostrou denúncias de agressões. Sem saber o que fazer com os dependentes de
drogas, muitas famílias têm recorrido a internações nas comunidades
terapêuticas.
Em teoria,
deveriam funcionar como casas de apoio, mas muitas não têm licença para
funcionar nem estrutura de acolhimento. Uma investigação jornalística de sete
meses revela que vários desses lugares na Grande São Paulo são semelhantes aos
antigos manicômios e que outros são ainda piores. Há agressões, tortura e até
denúncia de assassinato.
Em uma das
unidades da Comunidade Terapêutica Kairós, por exemplo, imagens mostram um
homem sendo agredido por sete pessoas. Em outra unidade, este ano, dois
internos morreram.
Uma paciente
falou ao “Fantástico” sobre a violência que sofreu na Kairós e como foi
enganada à primeira vista: “Eu estava com dependência de medicação, e a minha
prima procurou uma pela internet, porque a Kairós é realmente muito bonita
pelas fotos”, disse a mulher, que preferiu não se identificar.
Entre dezembro
e março deste ano, ela ficou na unidade feminina da Kairós, em Juquitiba,
contra a própria vontade. As comunidades terapêuticas são entidades privadas
que oferecem acolhimento para dependentes de drogas. Muitas cobram pelo
serviço. “Do portão para dentro, as coisas mudam. Lá é um sistema de cadeia.”
A paciente
contou sobre um local na unidade conhecido como “buraco”, que serve para deixar
as meninas de castigo. Há um outro tipo de castigo, que é a “parede”: tem que
ficar o tempo todo olhando para a parede. Além disso, há violência física e
agressões psicológicas também constantes.
Relacionado a
isso, Sr. Presidente, quero dizer que protocolei, em cinco de outubro, um
projeto de lei que institui no estado de São Paulo o serviço disque-denúncia
das comunidades terapêuticas e outras providências. O serviço a ser criado visa
à proteção das pessoas acolhidas nas comunidades terapêuticas.
Portanto,
atos passíveis de denúncia poderão ser feitos por meio do disque-denúncia a ser
criado por essa presente lei. Eu vou requerer, Sr. Presidente, que o projeto de
lei e essa reportagem sejam transcritos nos Anais dessa sessão.
Muito obrigado,
deputado Conte Lopes.
O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL
- (Inaudível) deputado, e a solicitação de V. Exa. será providenciada. Próximo
orador inscrito, nobre deputado Lucas Bove. Vossa Excelência tem o prazo
regimental de cinco minutos.
O
SR. LUCAS BOVE - PL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, professor deputado Conte
Lopes. Boa tarde aos demais deputados aqui presentes, em especial, ao senador
Suplicy, que sempre nos honra com brilhantes discursos aqui. Boa tarde a todos
os servidores aqui presentes, civis e militares.
Hoje, eu início
a minha fala com muito pesar, porque nós perdemos um grande homem, que foi o
senhor Edésio Chequer. O Edésio Chequer cursou teologia pelo Seminário
Presbiteriano do Recife e começou, subsequentemente, o seu ministério.
Depois, ocupou
cargos e exerceu funções na Igreja Presbiteriana do Brasil, chegando à
presidência do Supremo Concílio por dois mandatos, período no qual a Igreja
Presbiteriana do Brasil experimentou a sua fase de maior crescimento em toda a
sua história até então. Além disso, foi chanceler do Mackenzie.
Na última
semana, esse evangelista, que trabalhou incansavelmente pelo fortalecimento da
família, reverendo Chequer, nos deixou, mas o seu legado, trabalho e amor serão
lembrados sempre por toda a comunidade da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Que Deus o
abençoe e guarde a sua alma. Portanto, aqueles que puderem ficar em pé, em
posição de respeito, eu gostaria de utilizar o meu tempo e solicitar um minuto
de silêncio.
* * *
- É feito um
minuto de silêncio.
* * *
Muito obrigado
a todos por partilharem esse momento de respeito comigo. Agradeço de coração.
Farei mais dois breves comunicados aqui, no meu tempo remanescente, Sr.
Presidente.
O primeiro
deles, para agradecer, também, a todos os deputados desta Casa, porque na
última sexta-feira realizamos um evento no Palácio dos Bandeirantes, onde foi
sancionado o meu projeto de lei, aprovado em plenário desta Casa de Leis, que
versa sobre as rotas rurais, o endereçamento rural digital.
Foi um evento
lindo no Palácio. Diversas outras ações em prol do agronegócio - esse vetor da
economia paulista e brasileira - foram tomadas e foram divulgadas naquela data.
Fica o
agradecimento, portanto, a todos aqui que contribuíram com o sucesso desse
projeto, que agora é lei, ao secretário Piai, que vem fazendo excelente
trabalho, ao secretário Derrite, ao governador Tarcísio, mas, em especial, ao
secretário da Casa Civil, Arthur, que me auxiliou, que viabilizou a realização
daquele evento, com um auditório lotado, para mais de mil pessoas.
Realmente uma
grande festa, na sexta-feira última, para coroar o primeiro ano de trabalho
nosso, aqui do Legislativo e do Executivo, em prol do agronegócio.
Então, muito obrigado, secretário Arthur;
muito obrigado a todos que participaram desse brilhante evento, desde a
concepção da lei e dos demais programas, até a execução do evento em si.
Eu gostaria, se
possível, que essa mensagem fosse encaminhada ao Executivo, ao governador e ao
secretário Arthur. Por fim, gostaria de aproveitar o meu último minuto para
saudar e parabenizar os brasileiros de bem que saíram às ruas, no último
domingo, para se manifestarem a favor da nossa Constituição, a favor do estado
democrático de direito e a favor dos Direitos Humanos.
Ao contrário do
que noticiou a extrema de imprensa, que disse que havia cerca de mil pessoas na
Paulista, existia dezenas, talvez centenas de milhares de pessoas. A Paulista
foi novamente pintada de verde e amarelo, foi novamente lotada por patriotas
que não desejam o mal de ninguém, que não querem a cabeça de ninguém,
obviamente no sentido figurado, mas que querem apenas que a sua Constituição
seja respeitada, que o estado democrático seja respeitado e que direitos
humanos para humanos direitos sejam concedidos.
É inimaginável,
deputado Suplicy, o senhor, que é um homem que lutou a vida toda por direitos
humanos, imaginarmos que uma pessoa, seja ela a que tenha cometido o pior crime,
o crime mais terrível que possa se passar pelas nossas cabeças, ou aquele mais
simples, que essa pessoa pereça na prisão, porque o sistema prisional é incapaz
de cuidar daqueles que estão ali encarcerados que, em que pese, em alguns
momentos ou alguns deles terem cometido crimes, não faz sentido a sua saúde
seja prejudicada.
Ainda mais se
falarmos de patriotas, que podem ter cometido algum excesso, mas que, de
maneira injustificável e arbitrária, foram presos, e são mantidos muitos deles
até hoje presos, em condições terríveis e sem que haja um julgamento no foro
correto e de forma justa.
Então, fica
aqui, ao mesmo tempo, o meu protesto e os meus parabéns a todos os bravos
brasileiros corajosos que ontem estiveram conosco na Avenida Paulista.
É isso, Sr.
Presidente.
Muito obrigado,
uma semana abençoada a todos nós.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Havendo acordo de
lideranças, eu gostaria de solicitar o levantamento da sessão.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - É regimental a
solicitação de Vossa Excelência. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta
Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita à Ordem do Dia com o
Projeto de lei nº 545, de 2023, vetado. Convoca ainda V. Exas. para a sessão
ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de
quarta-feira última, com o aditamento ora anunciado.
Está levantada a presente sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 14 horas
e 53 minutos.
*
* *