30 DE AGOSTO DE 2023
32ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: ANDRÉ DO
PRADO, CARLOS CEZAR e BRUNO ZAMBELLI
Secretaria: DANI ALONSO, CARLOS CEZAR, BRUNO ZAMBELLI e LUCAS BOVE
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Abre a sessão.
2 - PAULO FIORILO
Solicita verificação de presença.
3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum. Coloca em discussão o PL 1084/23. Anuncia a presença de autoridades de Santa Branca.
4 - LUCAS BOVE
Discute o PL 1084/23 (aparteado pelo deputado Guto Zacarias).
5 - CARLOS CEZAR
Assume a Presidência.
6 - EDIANE MARIA
Discute o PL 1084/23.
7 - PAULO MANSUR
Para comunicação, faz pronunciamento.
8 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, faz pronunciamento.
9 - REIS
Discute o PL 1084/23.
10 - REIS
Para comunicação, faz pronunciamento.
11 - CAIO FRANÇA
Para comunicação, faz pronunciamento.
12 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Discute o PL 1084/23 (aparteada pelos deputados Paulo Fiorilo e Ediane Maria).
13 - PAULO FIORILO
Solicita verificação de presença.
14 - PRESIDENTE CARLOS CEZAR
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.
15 - PAULO FIORILO
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
16 - PRESIDENTE CARLOS CEZAR
Responde à questão de ordem do deputado Paulo Fiorilo.
17 - BRUNO ZAMBELLI
Assume a Presidência.
18 - GUTO ZACARIAS
Para comunicação, faz pronunciamento.
19 - BETH SAHÃO
Discute o PL 1084/23 (aparteada pelo deputado Lucas Bove).
20 - CARLOS CEZAR
Assume a Presidência.
21 - PAULO FIORILO
Discute o PL 1084/23.
22 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Assume a Presidência.
23 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Discute o PL 1084/23.
24 - BRUNO ZAMBELLI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
25 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Encerra a discussão do PL 1084/23. Dá conhecimento de resposta à questão de ordem elaborada pelo deputado Paulo Fiorilo na 91ª sessão ordinária, em 29/8. Solicita que a íntegra da réplica seja encaminhada ao parlamentar e publicada no Diário Oficial. Levanta a sessão.
*
* *
-
Abre a sessão o Sr. André do Prado.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o
número regimental das Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior.
Ordem
do Dia.
*
* *
-
Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Discussão e
votação adiada do Projeto de lei nº 1084, de 2023, de autoria do Sr.
Governador.
Pela ordem, deputado Paulo
Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, para
um debate tão importante como esse, era necessária a presença dos deputados e
das deputadas. Portanto, eu gostaria de pedir uma verificação de presença, para
que os deputados venham ao debate, porque eu quero continuar indagando o
governo sobre as questões desse projeto.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Antes de dar a
verificação de presença, eu queria saber se é regimental eu pedir o
encerramento da discussão desse projeto. Só saber se tem essa previsão
regimental, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Olha, primeiro
a gente já está pedindo a verificação de presença, que é regimental, do
deputado Paulo Fiorilo.
Então, convido V.Exa., deputada
Dani Alonso, para proceder a verificação de presença das Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, para início dessa sessão extraordinária.
*
* *
- Verificação de presença.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado
quórum regimental, em discussão o projeto. Passo a palavra para o deputado
Lucas Bove, para discutir a favor.
Enquanto o deputado se dirige à nossa
tribuna, gostaria aqui de anunciar e agradecer a presença do nosso
vice-prefeito Helcinho, da cidade de Santa Branca, e dos vereadores Nel e
Júnior Mineiro. Sejam bem-vindos a esta Casa, pessoal de Santa Branca.
(Palmas.)
Com a palavra, o deputado Lucas Bove.
O
SR. LUCAS BOVE - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, boa tarde a todos os
deputados e deputadas, a quem nos acompanha pela TV Alesp, a quem nos acompanha
aqui das galerias, aos servidores, aos policiais militares e civis, aos nossos
convidados, prefeitos e vereadores aqui.
Muito bem, hoje
nós estamos aqui para discutir um projeto que, mais uma vez, nem merecia
discussão. Porque é um projeto que me parece até razoável, óbvio que seja
colocado em prática.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Carlos Cezar.
* * *
É um consórcio
dos estados do sul e do sudeste, que visam se unir para defender os seus
interesses. Agora, o que acontece? A esquerda está preocupada. Porque o governo
atual só afunda, enquanto os governos estaduais, como o do governador Tarcísio,
o do governador Zema, o do governador Ratinho Júnior, dão uma verdadeira aula
de política, aula de economia. E por que eles estão tão preocupados e
assustados assim? Por que eles resolvem pegar o Zema para Cristo e falar tanto
do Zema?
Eu trouxe
alguns dados aqui para vocês. O Zema, por exemplo, na Educação, colocou a nota
do Ideb, passou de 3,6 para 4,0, a maior na história de Minas Gerais. O ensino
fundamental passou de 4,4 para quatro ponto seis.
Mais de quase
1.500 escolas reformadas, investimento 113 vezes maior na merenda escolar,
aumento de quase 40% no repasse aos municípios. Pela primeira vez no estado de
Minas Gerais em anos, o décimo-terceiro foi pago em dia, porque nas gestões
anteriores, do PT, o décimo-terceiro era pago parcelado. As pessoas não tinham
acesso nem aos seus recursos.
Então, a
discussão que está acontecendo aqui é pura e simplesmente política. Mais uma
vez, a esquerda traz um tema técnico, importante para o estado de São Paulo e
para os estados do sul e do sudeste, para o lado político; buscam politizar,
para enfraquecer o adversário.
Isso é
realmente algo muito triste, até para não dizer coisa pior. Porque, no final
das contas, essa coisa de norte contra sul, de pobre contra rico, é coisa da
esquerda mesmo.
Eles querem
colocar isso em voga; ninguém nunca colocou isso. A fala do governador Zema foi
totalmente retirada de contexto. E essa é a justificativa da esquerda para não
votar o Cosud, porque se os senhores perguntarem para os deputados aqui
presentes, como o Paulo Fiorilo, por exemplo, líder da bancada do PT, ele é a
favor do Cosud.
Ele não é
contra, ele está discutindo aqui porque ele quer atingir os seus adversários
políticos. Ele quer atingir o governador Zema, o governador Ratinho Júnior,
ameaças para o egresso presidente Lula, “descondenado”, que está vendo o seu
governo ruir no primeiro ano de gestão, enquanto os governos estaduais estão
brilhando.
Então, essa
discussão aqui nem deveria caber, não faz sentido a gente gastar dinheiro
público aqui, mobilizar essa estrutura toda da Alesp até altas horas da noite
para um projeto que vai ser aprovado e que visa beneficiar, sim, os estados do
sul e do sudeste.
Sim, porque nós
fomos eleitos aqui para defender os interesses do povo paulista. O povo
paulista que, inclusive, é composto por milhões de nordestinos e descendentes
de nordestinos.
Os nordestinos,
inclusive, nos ajudam a construir a Economia forte do estado de São Paulo. Nós
aqui nunca negamos isso; pelo contrário, o nosso problema não é com os
nordestinos, com as pessoas que moram no nordeste.
O nosso problema
é com os governantes do nordeste, que tomam o dinheiro aqui de São Paulo, levam
o dinheiro para lá e fazem de tudo, menos melhorar a vida da população que mais
precisa.
Aí eu pergunto:
de que partido são os governantes dos estados mais pobres do Brasil, os
governantes do nordeste? Então, o que nós estamos buscando aqui é uma união de
estados para que simplesmente a gente possa defender os nossos interesses, o
interesse do povo paulista. Ninguém está buscando separar nada.
Não há nenhuma
pessoa com o mínimo de massa encefálica disponível na sua mente que consiga
imaginar que nós estamos aqui, que há deputados aqui que defendem separar ricos
de pobres, pretos de brancos, nordestinos de sulistas. Isso é uma grande
falácia.
O que tem
acontecido é que os estados do sul e do sudeste produzem mais, geram mais
riqueza, mandam dinheiro para Brasília nesse sistema perverso que nós temos,
mandam dinheiro para Brasília, e esse dinheiro vai para o nordeste, e vai pra
qualquer lugar, para o bolso de algum prefeito, de algum governador, de algum
deputado, mas para a população não vai.
Porque, se
fosse, não estariam no nordeste os piores índices do Brasil, em todos os
sentidos. Crime, Educação, Saúde, Saneamento Básico. Pode falar. Reis fala aí,
do que você quer falar? De qual pasta? Qualquer pasta que a gente pegar aqui,
os índices no nordeste são piores do que os do sudeste.
Por quê? Porque
os governos de esquerda estão lá há décadas. Não são anos, são décadas que eles
estão lá mamando na teta. E quem paga essa conta? Os estados do sul e do sudeste.
Lá em Brasília
eles se unem, trabalham esse pacto federativo perverso que nós temos, que nos
prejudica, e a busca aqui é sim para que nós estejamos unidos, defendendo os
nossos interesses.
Eu sou
brasileiro, acima de tudo. Pra mim, o Brasil é um só. Porém eu fui eleito pelo
povo de São Paulo, e é pelo povo de São Paulo que eu estou aqui batalhando, e
que eu sou amplamente favorável ao projeto do Cosud.
O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Deputado Lucas, me permite um
aparte.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Claro, nobre deputado.
O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Eu
estou vendo a sua fala, que eu concordo 100% do que o senhor está dizendo na
tribuna neste momento.
E, basicamente,
o governo do estado de São Paulo, o governador Tarcísio quer fazer um consórcio
com os demais estados do Sudeste, com os estados do Sul, para fazer comércio
com esses estados, tal qual o Norte e Nordeste já têm há tempos, e o PT, a
bancada do PT, a bancada do PSOL, a bancada do Partido Comunista do Brasil são
contra.
Então queria
dar um conselho aos governadores dos demais estados do Sudeste e dos estados do
Sul. Transformem os estados de vocês em uma ditadura. Transformem os estados de
vocês em uma ditadura. Minas Gerais, quer o apoio do PT para negociar com
vocês? É só transformar Minas Gerais em uma ditadura. O Paraná quer o apoio do
PT, para ter apoio comercial com vocês? É só transformar o Paraná em uma
ditadura.
Nós vimos
recentemente, deputado Lucas Bove, que o Brasil, que o governo Lula está
apoiando a entrada de mais seis países, por exemplo, no Brics, para fazer
comércio, tal qual São Paulo quer fazer com os demais estados do Sul.
Então peguei
aqui os países que o PT topa negociar, já que não topa negociar com o Paraná,
com o Rio de Janeiro, com o Espírito Santo, com o Rio Grande do Sul.
Vamos lá,
primeiro lugar, Emirados Árabes Unidos, um país onde ser gay é crime. Não dá
para ser gay nos Emirados Árabes Unidos sem ser preso. Seguro país, Arábia
Saudita. Lá é um país de onde gays são jogados de prédios.
O PT topa
negociar com um país em que gays são jogados de prédio, mas não topa negociar
com o Paraná? Com Minas Gerais não pode negociar. Agora, se Minas Gerais jogar
gay de prédio, igual a Arábia Saudita faz, aí tá liberado negociar.
Vamos lá, Irã.
Dá para ser uma mulher no Irã? O que acontece com uma mulher que trai o marido
no Irã? Eu acho que esta Assembleia nem quer que esteja nas notas taquigráficas
o que acontece lá. Agora, se o Paraná fizesse isso com as mulheres, apedrejar a
mulher, aí o PT ia topar negociar.
Nós temos a
Etiópia, nós temos o Egito, que vive uma ditadura, e nós temos também a boa e
velha Argentina, com 100% de inflação, e mais de metade, quase metade dos
argentinos abaixo da linha da pobreza.
Esses são os
seis países que o PT topa negociar. Negociar com o Parará não pode. Negociar
com o Rio de Janeiro não pode. Negociar com Minas Gerais? O Zema virou
fascista. Agora, negociar com a Arábia Saudita, que joga gay de prédio, aí está
liberado.
Então, se, de
um lado, nós temos o governador do estado de São
Paulo e uma bancada
de direita que quer negociar com os demais estados produtivos deste país, eu
quero estar desse lado, e estar completamente diferente do lado que topa
negociar com países que jogam gay de prédio, que criminalizam a homofobia e que
acham bacana apedrejar mulheres.
Obrigado, Bove.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Eu que agradeço a sua
intervenção. Muito profícua, deputado Guto Zacarias. Como sempre, o senhor
bastante esclarecedor nos seus argumentos. E é exatamente isso, os governos de
esquerda não aprenderam nada. Né? Tomaram calote da Venezuela, e agora vão
tomar da Angola, de Cuba, e agora vão tomar do Egito, e assim por diante. É
assim que a banda toca do lado de lá.
Agora, nós não
podemos nos furtar a defender o estado de São Paulo. A cada um real que a gente
manda para Brasília, sabe quanto que volta para São Paulo? Sete centavos.
A cada um real
que o Amapá, por exemplo, manda para Brasília, sabe quanto volta? Três e 97,
quase quatro reais. Ou seja, está nítido que há um desequilíbrio. Está nítido
que há um desequilíbrio.
Não, eu não
estou querendo separar nada, deputado Reis, eu não estou querendo separar nada.
Eu estou querendo defender os nossos interesses, e é assim que nós temos que
trabalhar aqui. Nós somos a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, e
temos que defender o estado de São Paulo, porque se o nordeste tem essas
condições que eles têm...
Eu entendo que
nós temos que compartilhar o pão com nossos irmãos, só que não podemos deixar
faltar aqui. Quem está passando fome no estado de São Paulo, quem está morrendo
de frio nessas noites frias no estado de São Paulo, quem está dormindo sem
saber onde vai dormir no dia seguinte, se vai ter segurança, quem está
desempregado, quem vê o filho passar fome aqui no estado de São Paulo,
principalmente na Capital, majoritariamente, são nossos irmãos nordestinos e
descendentes de nordestinos.
Isso é
estatística. Ou vocês vão negar a ciência agora? Agora não convém usar ciência?
Então, os mais prejudicados com todo esse absurdo que ocorre no Brasil são os
nordestinos, mas são os nordestinos que vivem no estado de São Paulo, que vivem
na capital mais populosa do país.
Então, é um
disparate a gente querer vir com esse discurso, ou ter que ouvir esse discurso
da esquerda dizendo: “Não, vocês são fascistas”. Porque o fascismo é bastante
relativo, porque eu acho que vocês deveriam estudar um pouco mais. “Vocês são
fascistas, vocês são não sei o quê, vocês são separatistas.” Pelo amor de Deus.
Vocês sabem do que estamos falando aqui.
Então, eu
gostaria de finalizar a minha fala somente fazendo um apelo a vocês: sejam
honestos com os seus eleitores. Sejam honestos com o povo paulista. Isso aqui é
para o bem de São Paulo, é para a gente criar um ambiente de negócios mais
favorável, que vai beneficiar, no final, o nosso Estado.
Nós
infelizmente não temos aqui nesta Assembleia competência para discutir o pacto
federativo. Então, quanto mais a gente produzir aqui no Estado, mais dinheiro
vai para o nordeste, no final das contas, porque o dinheiro do nosso imposto
aqui, ele vai para lá. Então, quanto mais dinheiro a gente tiver aqui, mais
arrecadação a gente tiver aqui, mais o povo do nordeste vai ser beneficiado.
Vamos parar com
a falácia, vamos parar com a oposição burra, com todo o respeito a vocês aqui.
Vamos parar com esse tipo de situação onde a gente vai trazer temas que são
importantes para a sociedade paulista e inclusive para os nordestinos, como
acabei de explicar aqui, para um ambiente político.
Vocês têm
alguma coisa contra o Zema? Vai para a urna, de preferência auditável, mas vai
para a urna disputar com ele. Vocês perderam duas vezes lá. Por quê? Porque
vocês foram incompetentes. O nordeste tem os piores índices do Brasil. Por quê?
Porque os governos de vocês são incompetentes.
Então, deixa
quem quer trabalhar, trabalhar. É só isso que estamos pedindo aqui. O Cosud não
atrapalha em nada a vida de ninguém, ele só ajuda a vida de quem quer produzir,
de quem quer trabalhar.
O que o
governador Zema disse é fato e eu assino embaixo: o melhor programa de
distribuição de renda é a geração de emprego. Nisso nós aqui damos aula, graças
a Deus.
Então, vamos
criar esse ambiente de negócios favorável aqui para nós, vamos avançar com a
pauta do Cosud, vamos deixar os nossos servidores, os nossos policiais irem
para casa descansar mais cedo, vamos parar de gastar dinheiro do contribuinte
discutindo o que não precisa ser discutido.
Tem assuntos em
que vocês têm a sua razão, têm o seu mérito. Este não é um deles. Este é um
assunto que precisa ser resolvido. Nós estamos aqui querendo criar um ambiente
de negócios favorável que, no final das contas, na ponta, vai favorecer a todos
os estados brasileiros, principalmente aqueles como o Amapá, que a cada um real
que manda para Brasília, arrecada quatro, enquanto volto a repetir: nós aqui em
São Paulo mandamos um real para Brasília e voltam sete centavos. É um
disparate, é uma vergonha.
Eu peço, rogo
aos deputados da esquerda que não gastem dinheiro público com o que não precisa
ser gasto, não politizem o que não deve ser politizado, e mais: respeitem os
paulistas de nascimento ou de coração, inclusive aqueles que vêm do nordeste,
que moram aqui, que têm o seu domicílio eleitoral aqui e que votaram nos
senhores para defender o povo paulista.
É isso, Sr.
Presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Obrigado,
deputado Lucas Bove. Continuando a discussão, para falar contra, chamo a
deputada Ediane Maria. Tem V. Exa. o tempo regimental de 15 minutos para
discursar.
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Primeiro, boa tarde a todos e todas. E todes! Quero
saudar a todos os funcionários desta Casa, as lideranças partidárias, quero
saudar a todos que estão acompanhando aqui também neste plenário, quero saudar
a todos os servidores, todos os trabalhadores desta Casa.
Eu fiquei
ouvindo o deputado que me antecedeu e achei bem interessante a sua fala, porque
é impressionante. É impressionante como todos nós aqui estamos realmente com
muita pressa para ir embora, inclusive os trabalhadores, que ficam aqui o dia
inteiro fazendo a segurança do espaço.
Então, gente,
eu quero falar um pouco por que eu sou contra esse projeto e por que tentam
passar para a gente como se fosse uma coisa natural, que é a esquerda que está
colocando o empecilho para o desenvolvimento do sudeste.
Gente, isso é
uma vergonha. A gente está aqui, inclusive o Zema deu luz a um assunto que é
muito importante, que não podemos silenciar diante disso tudo. Porque quando
ele coloca que o norte e nordeste, que a gente não produz, a gente não gira,
não fomenta a economia, a gente está falando de uma vergonha inclusive do Zema.
E a gente vê
deputados sendo usados como isca para ficar defendendo, debatendo aí em cima.
Acho que precisamos de projetos em que as pessoas pretas de fato se preocupem
com a desigualdade do nosso País.
Bom, vamos lá,
eu, como migrante nordestina, com muito orgulho, cheguei ao estado de São
Paulo, porque todo mundo sabe que no processo de industrialização do estado de
São Paulo nós fomos os que viemos para fomentar a economia.
E hoje é
colocado como a economia, o estado mais rico da América do Sul. Então, quem
produz? Quem faz isso? Quem está lá na empresa? Quem está trabalhando? Quem
está colocando a mão na massa, construindo, levantando arranha-céu, produzindo
a economia?
Eu queria que
os senhores falassem aqui, eu queria que vocês, mais uma vez, acho que o
ex-presidente... Inclusive é importante enfatizar que na história ele foi o
primeiro a não ser reeleito. Ele não foi reeleito e está sofrendo um grande
processo de investigação.
Cuidado com
suas joias, gente. Tomem muito cuidado, porque é esse tipo de governo que a
gente vivenciou pós-golpe da nossa eterna presidente Dilma. Eu tenho muito
orgulho de falar dessa mulher que, de fato, nos honrou, honrou a cada
trabalhador e a cada trabalhadora.
E olho aqui
para o estado de São Paulo, olho para Minas Gerais, estamos olhando o Estado
que é construído por nossas mãos. Aqui é um polo de imigração, todos que
atravessaram, que fizeram essa grande travessia, assim como eu fiz em 2002,
vim, sim, aqui para São Paulo. Como diz o Luiz Gonzaga, meu conterrâneo, São
Paulo tem muito ouro, correm pratas pelo chão, mas o dinheiro corre tanto, que
eu não posso pegar não.
A gente está
falando de todo o descaso, de toda a miséria a que somos colocados na
sociedade. Nós somos colocados na miséria, na vulnerabilidade, e é uma
vergonha, porque eu sei que temos deputados aqui eleitos, inclusive, com o voto
de migrantes nordestinos que constroem este Estado.
Então é
necessário ter clareza e falar a verdade, porque a gente está cansado dessa
falácia, essa falácia que a gente sabe muito bem que vem tão bonita, que vem
sempre tão bonita, mas que, no fundo, é sempre para retirar o direito dos
trabalhadores.
Então, olhem
hoje, a gente viu, o País inteiro viu como foi a divisão do bolsonarismo, do
Bolsonaro enfatizando que tinha que dividir o nordeste, que o nordeste não
tinha que participar das eleições.
Todo mundo
acompanhou, porque foi uma vergonha, uma tentativa, na verdade, que a gente viu
muito bem e que, mais uma vez, quando o governador Zema... Vou fazer um pouco
de silêncio que vou esperar os deputados conversarem.
Muito obrigada,
Srs. Deputados.
Aqui virou a
feira do rolo.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Srs. Deputados, respeitem a
oradora na tribuna, por favor.
Está garantida
a palavra de V. Exa., deputada Ediane.
A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - É para ver a preocupação com o
consórcio.
Bom, vamos lá,
gente. Então, olhando hoje, quando colocam essa normalização: “Mas o coitadinho
do Zema, o governador, estava só citando que a gente não tem nenhuma
interferência na economia, que a gente não gera nada, que a gente é aquela
vaquinha sem leite, aquela que é fraquinha”, mas na verdade é só olhar para
quem constrói este Estado.
Hoje, se vocês
chegarem na casa de vocês, inclusive eu tenho muito orgulho, porque eu achei
que eu estava aqui sozinha quando eu cheguei, porque eu senti muita falta desse
lugar, desse espaço de fala em que as pessoas não se orgulhavam de gritar,
sabe? De enfatizar de onde vem.
Eu tenho muito
orgulho de falar que sou nordestina, que sou do sertão do Pernambuco, de uma
área onde, sabe como eles colocam na imagem? Que a nossa imagem é a daquelas
pessoas que vivem sofrendo muito da fome, muito da miséria, porque só colocam o
lado da vulnerabilidade do nosso estado. Só que eu vim passar fome, senhores,
aqui no estado de São Paulo.
Aqui no estado
de São Paulo eu passei muita fome, muita fome. Então está falando de aluguéis
caríssimos. A gente está falando de pessoas que constroem as casas, os
arranha-céus, em que a gente não pode morar.
Sabe onde a
gente vai morar? Na periferia, bem longe, sabe? São duas ou três conduções, duas
horas de condução, para quem tem dinheiro para condução. A gente está falando
de várias violências nas quais somos colocados.
A gente está
aqui para reivindicar que nós queremos, sim, ter dignidade; nós queremos, sim,
que tenha transparência de para onde vai esse dinheiro, qual é a política
social que vai ser feita, que vai ser revertido. Já que a gente sabe muito bem
que ao longo do processo, será mesmo que vai ser revertido esse dinheiro?
Vocês acham
mesmo, senhores, que vai ser por uma política para que venham mais trabalhos?
Será que vai ser mesmo essa política que combata a violência doméstica? Será
que esse dinheiro vai ser mesmo investido para uma política de Habitação? Será
que esse dinheiro, que tanto a gente fala?
É por isso que
eu falo, é só dar um cheque sem fundo. É só dar um cheque sem fundo. Vai
dinheiro, vai dinheiro, e que a gente sabe realmente que tem dinheiro no estado
de São Paulo. A gente sabe muito bem quem movimenta essa economia. Então é uma
vergonha, inclusive, é uma falácia colocar como se nós não movimentássemos.
No bojo da
economia, nós, trabalhadoras domésticas, diaristas, faxineiros, pintores,
porteiros, a gente gira a economia, senhores. A gente come, a gente muitas
vezes não tem direito a um salário mínimo, inclusive salário mínimo esse que
muita gente estava gritando e aplaudindo, que a gente sabe muito bem que a
gente segurou. Sabe por quê?
Porque sabemos,
colocamos inclusive, que a maioria vai continuar - sabe como, deputado Guto
Zacarias? Na informalidade. Na informalidade. Vários de nós não vão receber
aqueles 1.550 reais. Vários de nós não vão receber, gente.
A gente está
falando de várias violências e de vários silenciamentos, que é necessário a
gente colocar aqui neste espaço, que é um espaço de disputa, sim, é um espaço,
sim, em que muita gente fala o que não vive, muita gente quer debater, falar da
fome, falar da falta de moradia, sem nunca nem saber o que é isso.
O retrato que
existe na sociedade dos sem-teto é aquele que está na extrema vulnerabilidade,
que é aquele que está morando debaixo da ponte, é aquele que está debaixo do
viaduto.
É a única
imagem que eles enxergam dos sem-teto, eles não enxergam quem está em situação
de vulnerabilidade. Somos mais de 51 mil pessoas que estão hoje em situação de
rua. E olhar hoje para os sem-teto do estado de São Paulo, olha só, gente, é o
que mais tem no País inteiro.
O que mais tem
é gente em situação de rua. Por que será? Aluguéis caríssimos. É olhar que hoje
a maioria das pessoas que moram no centro de São Paulo pagam aluguel. Essas
pessoas, automaticamente, se ficarem desempregadas, se não tiver uma política
de fato de aquecimento da economia, a gente sabe muito bem que no final do dia,
no final do mês, vai ser essa pessoa que não vai conseguir pagar aluguel, e vai
ser essa pessoa que vai estar na estatística. É essa pessoa que vai ficar
lutando por uma política de Habitação.
Então é
necessário olhar para esse Cosud, e é necessário olhar também para toda essa
política de divisão, sim, de país, que é uma política fomentada, sim, pelo
bolsonarismo. É necessário colocar que é uma política fomentada.
Quando colocam
que a gente não sabe, não tem uma consciência política, é só olhar por que teve
uma grande preocupação, gente, lá na época da eleição. Por que será que ano
passado a gente viu a Polícia Federal inclusive proibindo, proibindo as pessoas
de irem votar.
Teve, eu tenho
muito orgulho, repito aqui mais uma vez, de falar que teve gente que andou
cinco quilômetros, andou vinte quilômetros, e foi votar, sim, foi a pé, mas foi
votar. Foi votar sabe para quê? Para derrotar o fascismo nas urnas.
Foi, sim, votar
para derrotar essa política do retrocesso, porque só quem precisou de políticas
sociais sabe muito bem o quanto a gente viveu de atraso nesses últimos seis
anos, que foram seis anos de retrocesso, foram seis anos em que a gente viu o
presidente fascista, porque eu tenho muito orgulho em falar que eu não votei,
eu tenho muito orgulho de falar que o meu nordeste não votou; inclusive, foi,
sim, às urnas para derrotar esses fascistas.
Inclusive, são
essas pessoas que têm consciência política. Consciência política. E se não
pisaram o pé no nordeste, eu aconselho, vão lá, pisem o pé no nordeste. Pisem o
pé no nordeste e conversem com o povo: vocês vão ver como a gente tem
consciência. A gente vê uma insistência de vários de nós que vêm para o estado
de São Paulo que se distanciam da política. Vários de nós não têm tempo.
Sabe por quê? O
nosso tempo é colocado para pegar o transporte público aí de péssima qualidade.
De péssima qualidade o transporte esse, inclusive, que está sendo cedido a uma
concessão de uso, que nada mais é que uma privatização de um direito que é
nosso, mas que a gente vê sendo entregue, sendo entregue aí pelo governador
Tarcísio.
Então, gente, é
necessário reverter essa política do retrocesso. É necessário olhar, sim, para
o estado de São Paulo e reconhecer, mas mais que reconhecer é garantir
direitos, não é só falar que: “Ai, olha, os nordestinos constroem, olha como
eles são importantes.”
E por trás
dessa cortina de fumaça é a velha cortina de fumaça, a velha cortina de fumaça
que é: “Olha como vocês são incríveis”, mas aí para manter realmente essa
manutenção do poder e manter quem já está aí tendo seus direitos continuar
mantendo esses direitos.
Então, é
retirada de direitos, gente. Nós estamos aqui para falar assim: “Coloque a luz
a um debate que é necessário, que é necessário que a gente debata.” Tem gente
que vem aqui só para fazer o corte da rede social.
É o corte da
rede social porque falo que fake news é crime, inclusive, mas várias pessoas
usam da fake news para crescer nas redes sociais, para falar: “Olha como eu sou
legal, olha, gente, como eu estou falando.” Então, gente, vamos parar de usar
política como esse meio, esse meio é um retrocesso, de fato.
É retrocesso,
sabe por quê? Tem gente que vive na prática, tem gente que vai lhe acompanhando
e vivendo e sentindo na pele inclusive o que é hoje São Paulo. A gente tanto
fala do dinheiro, do ouro a gente vê como é triste andar no centro de São Paulo
e ver pessoas que olham para esses arranha-céus e fala: “Eu construí, eu
ajudei, só que eu estou aqui hoje em situação de rua.”
Olha só, gente,
ninguém olha, ninguém olha para essas pessoas que estão em situação de rua,
porque é mais fácil criminalizar quem está em situação de rua. É mais fácil
olhar e punir mais uma vez, falando que essa pessoa não se levantou cedo, que
essa pessoa não correu para estudar, que essa pessoa não se esforçou o
suficiente, por isso que ela não conseguiu atingir, por isso que ela não
conseguiu avançar.
Então,
senhores, contra a falácia, a verdade. A gente tem que colocar aqui a verdade,
a realidade desse Cosud. É necessário colocar uma política higienista,
inclusive, do governador Zema, o governador Zema que está lutando ali inclusive
para nos expulsar, para nos tirar.
Mas será mesmo
que o estado de São Paulo, será mesmo que Minas Gerais consegue se enxergar sem
os nordestinos, sem as nossas mãos construindo? Será mesmo que eles conseguem?
Será que vocês conseguem enxergar... é igual olhar para o nosso país e enxergar
o Brasil sem os negros. É a mesma coisa que tentar enxergar o Brasil sem os
povos indígenas. Não irão conseguir ver, porque nunca na história aconteceu.
Nós somos
aqueles que muito pelo contrário, nunca tivemos direitos, inclusive para chegar
a essa Casa aqui para fazer a denúncia necessária, para falar pela voz da grande
maioria, a gente precisou ocupar essa Casa para que eles pudessem falar, para
que as vozes dos oprimidos fossem escutadas aqui, porque a gente não aguenta
mais. Na verdade, nós estamos reconstruindo uma sociedade onde as nossas vozes,
nossas lutas importam, sim.
E não adianta
querer falar do PT, “ai, que nós estamos numa política atrasada”, porque vocês
já perderam nas urnas, senhores. Não adianta, já perderam nas urnas. Então, é
necessário entender.
Inclusive eu
achei que vocês iriam gritar mais nesse processo de investigação aí do
presidente de vocês. Achei que vocês iam gritar mais, iam se espernear mais
aqui no plenário, mas eu vi que o que houve foi um silêncio ensurdecedor.
Sabe por quê?
Quando é para atacar e colocar aí as coisas fakes das redes todo mundo sobe
para fazer uma fala, mas para falar a verdade ninguém sobe para falar,
senhores. Sabe o que eu tenho orgulho de ver? Que a carne baixou, de ver que a
gente está conseguindo comer, sim, carne, de que o povo está indo em
supermercado.
Eu tenho muito
orgulho porque muita gente, deputado Reis, começou a subir aqui na plenária
para falar: “Olha, o Lula prometeu carne e está dando abóbora, olha.” E a gente
vê hoje a carne baixando, o povo tendo acesso, sim, à comida. Está baixando,
viu? Então, são esses olhares que são necessários colocar.
É necessário
colocar que esse Cosud nada mais é que uma política, na verdade, que o Zema
colocou inclusive que é de dividir, dividir. Então, contra-argumento, meu amor,
contra-argumento, há fatos, e a gente está aqui para debater, e ainda bem.
Muito obrigada.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Questão de ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Questão de
ordem.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - PARA QUESTÃO DE ORDEM
- Com todo o respeito à deputada que eu respeito muito, ela e a sua luta, eu
gostaria de solicitar que fosse retirado das notas taquigráficas a palavra
“todes”, pois ela não consta na Língua Portuguesa.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - É regimental.
Esta Presidência vai avaliar e levará ao presidente da Casa.
O
SR. PAULO MANSUR - PL -
PARA COMUNICAÇÃO - A deputada do PSOL,
Ediane, é engraçado que ela vem aqui e toda hora ela chora. Ela vem, faz o
discurso dela, começa a chorar, colocando uma hipocrisia de que o Lula fez
tudo, que o Lula, que a carne agora diminuiu. Mas, deputada, não é assim que as
coisas funcionam.
Existia a máfia
do carro pipa no nordeste há anos assim. E o seu presidente, que é o pai
dos pobres, nunca fez nada. Quem levou água para o nordeste? Foi o presidente
Bolsonaro. Quem levou água para o nordeste foi o presidente Bolsonaro, até
porque a corrupção do PT não conseguiu levar água para o nordeste.
Então quando
você vem aqui colocar uma indignação sua, que você fala a palavra dos
pobres e que você chora por eles, e você sai rindo do plenário, deputada, não é
assim que funciona. As pessoas estão sofrendo lá.
O presidente
Lula, quando chegou e tomou o poder, a primeira coisa que ele fez foi
querer mexer no que o presidente Bolsonaro fez para levar água para o
nordeste, para voltar a máfia dos carros pipas. Você sabe disso.
Então quando
você vem aqui, sobe nesta tribuna, fala esse monte de mentira na TV Alesp, isso
acaba repercutindo por telespectadores, e não é a verdade. Então você tem
que colocar a verdade aqui, nos fatos, até porque a carne aumentou, a picanha
está mais cara. A gente sabia que a picanha ia ser mais cara, porque o
presidente Lula fez o marketing para ganhar a eleição.
Depois que
ganhou, a primeira coisa: aumentou a carne, e fica tudo bem.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Encerrado o
tempo de comunicação de Vossa Excelência.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Um minuto só,
deputado. Eu quero chamar o próximo orador à tribuna. Para falar contra,
deputado Eduardo Suplicy. Ausente. Deputado Reis. Por favor, V. Exa. se dirija
à tribuna. Nós vamos estipular o seguinte, deputado Reis, Vossa Excelência... O
senhor tem uma comunicação, deputado Carlos Giannazi?
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Isso, uma
comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Deputado Reis,
o senhor cede para o deputado Carlos Giannazi fazer a comunicação antes de V.
Exa. usar a tribuna? Então V. Exa. tem, mas vamos combinar o seguinte, depois
de V. Exa. nós teremos já a fala do orador, senão nós vamos ficar aqui em
um debate ampliado. Tem V. Exa. dois minutos para comunicação.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, deputado Carlos Cezar,
presidente. Eu queria só dizer que eu achei de uma indelicadeza, um desrespeito
do deputado Mansur criticar a deputada Ediane, porque ela faz pronunciamentos
emocionantes e ela chora porque ela é sensível, deputado.
Talvez V. Exa.
não seja, porque ela tem uma conexão com o povo, com os movimentos sociais. Ela
é uma pessoa que chegou aqui e foi eleita através da sua luta em
movimentos populares, movimento de moradia e tantos outros movimentos.
Agora, V. Exa.
criticar uma pessoa, uma parlamentar combativa, uma mulher que faz um
pronunciamento e chora, V. Exa. está tendo uma posição extremamente
machista, que eu quero, aqui em público, repudiar.
E dizer que V.
Exa. também exala fake news o tempo todo, quando vai para o microfone.
Falar que foi o Bolsonaro que levou a água para o nordeste. O tempo todo V.
Exa. tem propagado fake news, coisa da extrema direita.
O bolsonarismo
é isso, é mentira, é fake news, é machismo, é homofobia, é racismo, é bem a
tática do bolsonarismo, da extrema-direita nazifascista. E V. Exa. ataca
uma deputada combativa.
Então toda a
nossa solidariedade. Você está certo, Vossa Excelência. Porque V. Exa. ainda a
trata de “você”, ela é uma deputada e V. Exa. a trate como “Vossa Excelência”.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Deputado Carlos
Giannazi, a comunicação sempre é feita no microfone de aparte, em direção à
Presidência.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, quer
pautar a minha postura? O que é isso, deputado?
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem a palavra o
deputado Reis.
O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sr.
Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, eu, particularmente, não tenho
procuração da deputada Ediane Maria para defendê-la. Mas eu quero dizer que a
tribuna, a fala do deputado é um direito dele, não cabe a nenhum outro deputado
censurá-lo. Se ele chora, cada um, se se emociona, é um direito. Assim como eu
acho que o deputado Paulo Mansur deve ter muito cuidado também quando ele se
exalta ali, porque ainda agora o sangue dele estava subindo, como se enche uma
garrafa; ele pode ter um piripaque e cair duro aqui.
Então, V. Exa.
cuide bem, porque coração só tem um, não tem dois. E nós temos que respeitar,
sim, o direito de cada parlamentar vir aqui e se expor. Já pensou se eu começo
a censurar o que V. Exa. fala? Não dá, não é possível isso.
Então, eu
entendo, respeito V. Exa., respeito a deputada Ediane, que é, sim, uma deputada
combativa, uma deputada defensora de todos, mas principalmente daqueles que
estão lá na periferia e que precisam de política pública.
Bom, eu estou
aprendendo muito aqui, presidente Carlos Cezar, porque aqui eu vejo o Governo
obstruindo o Governo. Talvez seja porque a base do Governo não está muito bem
consolidada, e isso se demonstrou na votação de ontem, em que o Governo não
consegue manter 48 deputados aqui. A obrigação de votar o projeto, a obrigação
de aprovar o projeto é do Governo. A oposição não foi eleita para dizer “amém”
para o Governo.
A oposição está
aqui para bater no Governo, para fiscalizar o Governo, para cobrar o Governo. A
oposição não tem o tratamento que o Governo dá para os Srs. Deputados, emendas
parlamentares, cargos em secretarias; a oposição não tem nada disso. Os
deputados do Governo vão lá, se sentam em reunião, se sentam em reunião com
secretários. A oposição não é nem recebida pelos secretários.
Então, cabe à
situação, àqueles que participaram do partido do governante, do governador,
seguir as regras do Governo, e não questionar se a oposição vai votar “sim” ou
“não”. Não é papel do Governo questionar a oposição.
A oposição tem
que vir aqui e fazer o debate. Se o Governo vai gostar ou não, problema dele.
Se nós vamos ficar aqui duas horas, quatro horas, 10 horas, o ano todo
debatendo, é papel nosso.
Agora, a
situação se inscrever para obstruir o Governo é que eu não entendo, nunca vi
isso. Pelo mesmo período em que eu fiquei na Câmara, nunca tinha visto isso,
estou vendo aqui. É uma novidade. Talvez por isso mesmo: porque não são todos
os governistas que estão bem atendidos no Governo.
E as votações
estão mostrando isso, porque o Governo não consegue colocar a sua base aqui. O
Governo não consegue. Talvez o Governo não esteja conseguindo dialogar com
todos; dialoga com alguns, mas não dialoga com todos. Então, isso seria um
registro.
A oposição não
tem nenhuma preocupação... “Ah, que a população, a oposição está preocupada por
causa de comércio”. Comércio entre os estados sempre existiu e sempre vai
existir. Não é agora essa invencionice que se criou, de 2019 para cá, que vai
reativar ou que vai fazer comércio.
O comércio já
existe: São Paulo compra de outros estados, outros estados compram de São
Paulo. É livre, no nosso país é livre a circulação de mercadoria. É um país
bastante liberal, bastante livre.
Então, não é
esse projeto que o Governo traz a esta Casa que vai melhorar... “Ah, isso agora
vai dar um boom no comércio”. Pelo que a situação falou aqui, eu fiquei
preocupado, porque há um desentendimento do tamanho do que é realmente o nosso
País. O projeto vai criar cargos, vai criar 10 cargos. Não sei quem de V. Exas.
vai indicar esses cargos, mas vai ter um secretário executivo, nove assessores.
Esse Cosud já
vem se reunindo desde 2019. E não foi esse governador que inventou isso; não é
o Tarcísio, ou o Thorcísio, o privatizador, o vendedor, que inventou isso. Isso
já vem da gestão do João Agripino Doria.
É uma
invencionice de lá atrás, é uma invencionice do João Doria, do João enganador,
e que o atual governo abraçou. E a gente tem matérias... Eu, hoje mesmo, estava
lendo aqui: “Polícia Militar participa do oitavo encontro de integração do
Cosud em Belo Horizonte”.
Então as
polícias, inclusive, já fizeram operação em nome do Cosud. Não sei se vocês
sabem disso, as polícias dos sete estados já fizeram operação, inclusive aqui
em São Paulo, em nome do Cosud, então... E isso vem...
O comandante
geral da Polícia Militar de Santa Catarina, o coronel Aurélio Pelozato da Rosa,
participou do 8º Encontro do Consórcio da Integração Sul e Sudeste, Cosud, que
reuniu os governadores dos sete estados nas regiões de BH, na sexta-feira.
“Os
participantes do encontro consolidaram o objetivo de estruturar a inteligência
regional, visando aumentar a sensação de segurança à qualidade de vida. Um
prazo de até seis meses foi estabelecido para implementação desta estrutura,
que será conduzido na governança colegiada.”
Então, aqui
eles estão falando de governança colegiada, vamos ter um governador desse
consórcio, uma governança colegiada por meio de um termo de cooperação técnica
e a organização para a captação de recursos, inclusive falam de captação de
recurso.
Então, esse
Cosud, que foi inventado lá atrás, ele, sim, já vem com várias atividades, vem
desenvolvendo várias atividades, não é uma coisa de agora. Eu fiz uma somatória
da quantidade de policiais civis e militares que nós temos nos sete estados:
nós temos 52.290 policiais civis nos estados do Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo e
temos 240.541 policiais militares.
Nós temos um
exército aí. Já pensou se então nós déssemos trela para fomentar esse
separatismo que o Zema propõe? Porque o Zema, sim. O discurso dele é um
discurso separatista.
Então, nós
estamos falando aí de 292.831 policiais só nesses sete estados que, vamos
dizer, está muito próximo. Então, Lucas Bove, você veio aqui, falou, falou, e
eu respeitei, então eu vou falar, falar e falar, você por favor respeite, tá
bom?
As forças armadas
no Brasil chegam a 400 - elas chegam, não quer dizer que elas têm - vão de 392
mil a 440.814 homens, ou seja, esses sete estados têm quase próximo, muito
próximo, 70% do que é ou do que são as forças armadas, né? Para deixar bem
claro.
Nós temos que
entender então que, quando vem um discurso separatista, a gente tem que saber
que nessa... Por isso que se chama de fascista, porque o separatismo é, sim, de
direita, é uma ideologia de direita, é separatista e é uma ideologia fascista,
é uma ideologia fascista.
Então, nós
temos que entender o que está por trás dessa lógica, do porquê. Nós poderíamos
ter um consórcio dos estados do sudeste, nós poderíamos ter um consórcio do
sul, mas não, nós agora estamos debatendo aqui um projeto de lei que trata do
consórcio que reúne tanto os estados do sudeste como os estados do sul. É uma
divisão tamanha, é uma divisão tamanha, né?
Nós temos que
entender que o que o Zema falou é realmente... Ele contaminou a discussão desse
projeto. Por mais que as pessoas não queiram entender, não queiram aceitar, não
queriam avaliar, mas houve uma contaminação por conta da fala dele.
O PL nº 1084,
enviado pelo Poder Executivo, tem como objetivo ratificar o protocolo de
intenções entre sete estados do sul e sudeste - Espírito Santo, Minas Gerais,
Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo - em que
pesa o projeto de lei que ratifica a adesão do nosso Estado ao denominado Cosud
ter sido enviado à Assembleia Legislativa somente no final de junho deste ano,
o grupo foi constituído em março de 2019.
Então, quando
foi constituído esse grupo, não era o governador atual, era, conforme eu já
disse aqui anteriormente, o João Agripino Doria. O que preocupa em verdade são
supostas intenções de alguns governadores em desvirtuar o consórcio com
intuitos político-partidários e criar tensão entre os estados da Federação.
As recentes
falas do governador do estado de Minas Gerais, Romeu Zema, preocupam a
população brasileira, em especial, a população paulista.
Dentre outras,
cito a mais preocupante, “Outras regiões do Brasil, com estados muito menores
em termos de economia e população, unem-se e conseguem votar e aprovar uma
série de projetos em Brasília.
E nós, que
representamos 56% dos brasileiros, mas que sempre ficamos cada um por si,
olhando só o seu quintal, perdemos. Ficou claro, nesta reforma tributária, que
já começamos mostrar o nosso peso”.
Então, é um
discurso de mostrar o tamanho, de mostrar a força, de mostrar que nós que vamos
mandar, que nós queremos mostrar. Resta nítido em tais afirmações, o caráter
segregador que será criado sob o enfoque equivocado, diga-se
político-partidário e segregacionista.
Esse nunca foi
e nunca poderá ser o foco do consórcio ou dos consórcios públicos, cujo
objetivo, nos termos da Lei nº 11.107, de seis de abril de 2005, é de promover
medidas de interesse comum.
A Lei nº 11.107
foi sancionada pelo presidente Lula e foi regulamentada pelo presidente Lula.
Então, ter consórcios, buscar integrar os estados não há problema, não há
problema. O problema, a contaminação é o discurso do governador de Minas
Gerais.
“O governador
de Minas está fazendo isso e aquilo”, conforme já foi dito aqui, não é isso que
está em debate, não é essa questão que está em debate, está em debate essa
questão do separatismo.
Nós já tivemos
vários movimentos separatistas no Brasil. Aliás, São
Paulo, não sei se
vocês sabem, já foi império. São Paulo já teve um imperador. Eu estava
até levantando na história, sobre os movimentos separatistas no Brasil e eu
descobri que nós já tivemos aqui o Amador Bueno como rei da Província de São
Paulo.
Olha, que no
período colonial, depois no período imperial, nós tivemos a Conspiração dos
Suassunas, nós tivemos a Revolução Pernambucana, nós tivemos a Confederação do
Equador, a Revolução Praieira. Nós tivemos a Guerra do Contestado, Guerra dos
Farrapos, a Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana, a Federação dos
Guanais, a Revolta dos Malês, a Sabinada, a Conjuração Fluminense. E hoje nós
ainda temos vários movimentos separatistas.
Olha, ter
movimento separatista, no campo das ideias, não é problema. Você ter movimento
separatista desde que não constitua crime, desde que não sejam organizações
armadas, você ficar no campo das ideias não é proibido. Então, nós temos
movimentos separatistas.
Aliança
Nacional: aliança política de movimento separatista no Brasil, formada para ser
um embrião de partido político. Eles defendem a reforma da Constituição, e
assim por diante; o Espírito Santo tem um grupo que se chama: “O Espírito Santo
é meu país”; Grupo de Estudo e Avaliação de Pernambuco Independente; O Rio é
meu país; Roraima é meu País; São Paulo Livre.
Então,
existe... Movimento República de São Paulo; Movimento São
Paulo para os
paulistas; O Sul é o meu país; Movimento Amazônia independente. Então existe,
sim, movimento separatista. Até hoje existe movimento separatista e a liberdade
de expressão permite que você possa se colocar em determinadas questões como
separatista.
O que não dá
para aceitar é você propor uma organização de estado com um discurso
separatista, porque nós estamos falando de uma organização que, diz o projeto,
trata-se de uma governança regional, uma governança política, onde vai envolver
sete estados. Aí está o perigo, aí está o perigo da fala do Sr. Zema.
A título de
exemplo também, desde 2019, existe o Consórcio Nordeste, em nenhum momento
houve...
Já acabou, Sr. Presidente?
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Encerrado o tempo de Vossa
Excelência.
O SR. REIS - PT - Eu posso ter dois minutos de comunicação, só para eu
terminar? Só para eu terminar?
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Dois minutos de comunicação é
regimental.
O SR. REIS - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - A
título de exemplo também, desde 2019, existe o Consórcio do Nordeste. Em nenhum
momento houve quaisquer falas por parte dos seus membros sobre eventuais
intenções de tentar privilegiar seus estados em detrimento de outros do País;
pelo contrário, as ações são planejadas com o objetivo de melhorias aos
interesses daquela região e do povo que ali vive, sem prejuízo aos demais.
Então eu vou encerrar por aqui, Sr. Presidente. Quero deixar
bem claro aqui que a obrigação de votar esse projeto é da base do governo. O
governo que coloque os seus 48 votos aqui e aprove. Nós, depois que virmos os
48 votos, vamos ver se decidimos ficar em obstrução, se votamos “não”. Aí é uma
coisa que a liderança do nosso partido vai decidir.
Mas não cabe à situação vir questionar a oposição na
condição de que não está deixando aprovar. Quem tem que construir as condições
para aprovar o projeto é a base governista, é o governo, é o líder do Governo,
não é a oposição.
Muito obrigado.
O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Pela ordem, presidente.
O SR.
PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Para discutir contra, eu quero chamar à
tribuna a deputada Paula da Bancada Feminista. Tem pela ordem, deputado,
enquanto a deputada se dirige à tribuna.
O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Para uma comunicação, se possível, com
a autorização da oradora.
O SR.
PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Com a autorização da oradora, para uma
comunicação de dois minutos, tem a palavra Vossa Excelência.
O SR. CAIO FRANÇA - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado,
serei bem rápido, presidente. Apenas para anunciar e agradecer aqui a presença
do vereador Kinho, de Itapecerica da Serra, juntamente com o ex-vereador Zé
Helio e com o presidente do PSB da cidade, Caíque. Eles vieram aqui para poder
fazer uma solicitação no nosso gabinete. Nós temos ajudado a cidade ao longo do
tempo, e eu queria enaltecer aqui a disposição deles em virem aqui solicitar
recursos para uma cidade que precisa muito.
Para concluir o meu
tempo de comunicação, quero apenas reforçar que hoje cedo tivemos uma reunião
da Frente Parlamentar da Cannabis e do Cânhamo Industrial. Estiveram presentes
aqui diversos médicos, inclusive o médico responsável pela medicina
endocanabinoide do Hospital Sírio Libanês, que deu uma aula aqui em relação à
importância dos medicamentos à base da Cannabis para os autistas.
Além disso, estiveram
aqui representantes da associação Flor da Vida, que hoje é a maior associação
canábica do estado de São Paulo, fornecendo medicamentos para sete mil
famílias, sendo que, dessas sete mil, três mil famílias de forma gratuita.
Então quero aqui enaltecer o trabalho da Flor da Vida.
Em breve teremos uma sessão em homenagem a essa entidade,
que fica na cidade de Franca. Eu tive a honra de poder visitá-los e faço
questão de poder enaltecê-los aqui do plenário desta Casa.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Obrigado, deputado Caio França. Tem a
palavra a deputada Paula da Bancada Feminista.
A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA -
PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todes. Infelizmente o deputado Lucas não está mais
aqui, mas quero desejar boa tarde a todes, a todos, a todas que estão aqui
presentes, os deputados, as deputadas, as pessoas que estão acompanhando o
nosso debate pela galeria, os trabalhadores desta Casa e todos os que nos
acompanham também pela Rede Alesp.
Quero começar, Sr. Presidente, enaltecendo a minha
companheira Ediane Maria. A Ediane Maria é uma mulher que, desde a campanha
eleitoral... Eu a conheço há muitos anos mas, na campanha eleitoral de 2022, me
ensinou muito. Eu fiz não uma, não duas, não dez atividades durante a campanha
eleitoral com a Ediane e ouvi também, mais de uma vez, a Ediane contar a
história de vida dela.
Eu ouvi também, mais de uma vez, a Ediane se emocionar da
história de vida dela, falando, por exemplo, que a filha dela foi a primeira
pessoa da família a entrar na universidade, e que a Ediane tinha, como
empregada doméstica, lavado muitos banheiros para chegar aonde ela tinha
chegado: como uma liderança de um dos maiores movimentos da América Latina e
que precisa ser respeitado, o MTST, e que, ao chegar nesse lugar, ela tinha
também adquirido a consciência política da importância de lutar no coletivo.
E é por isso que Ediane queria, e não só queria como se
tornou, com muitos votos, com 175 mil votos, a primeira empregada doméstica
eleita deputada estadual aqui no estado de São Paulo.
Para alguns parlamentares, pode ser pouco, mas atualmente
eu, com a Bancada Feminista; a Monica, com as Pretas; a Ediane; a Leci e a
Thainara somos as únicas cinco mulheres negras deputadas nesta Casa
Legislativa.
Até a nossa entrada, só quatro mulheres negras tinham sido,
na história da Alesp, das 20 legislaturas que a Alesp tem, tinham sido
deputadas estaduais, mulheres negras: Theodosina, Leci Brandão, Erica
Malunguinho e a Monica. Então,
Ediane, por mais que alguns não queiram, nós estamos fazendo história aqui, e
eu sinto muito orgulho disso.
E sinto também
dizer que esta Casa deveria, mais do que estar preocupada com parlamentares que
se emocionaram, choram ou não no plenário, com outras coisas mais graves que a
gente tem que se preocupar, por exemplo, com o fato de parlamentares serem
identificados usando giroflex no carro oficial, sem dar nenhuma resposta
plausível pra isso.
A gente devia
estar preocupado com esse tipo de coisa, e não com deputadas que vêm aqui, que
se emocionaram contando a sua história, e falando sobre a importância política
da sua luta aqui nesta tribuna.
Bom, nós
estamos debatendo aqui o Cosud...
O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Sr. Presidente, a deputada Paula vai
iniciar um debate importante sobre o Cosud. Eu quero pedir verificação, porque
eu acho justo e necessário que os deputados da base possam ouvi-la.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - É regimental o pedido de Vossa
Excelência. Eu quero solicitar ao deputado Bruno Zambelli e ao deputado Lucas
Bove para que façam a verificação de presença.
* * *
- Verificação de presença.
* * *
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Constatado quórum regimental,
devolvo a palavra à deputada Paula da Bancada Feminista. Se ela não está
presente, passo a palavra à deputada...
O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Antes
que a deputada possa falar, eu quero...
A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Estou aqui.
O SR. PAULO FIORILO - PT – QUESTÃO DE ORDEM - Quero fazer
uma questão ao senhor. O senhor considerou presente um deputado que não está
presente segundo o Regimento: “A deputada ou deputado que descumprir a
exigência deste artigo não poderá permanecer no Plenário”.
Um deles é que
o deputado se traje adequadamente. O senhor contou deputado que está sem
gravata. Eu queria saber qual é a posição do senhor. (Fala fora do microfone.)
Sem gravata? Eu queria que o senhor registrasse isso, porque assim, ou a gente
cumpre o Regimento...
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Gostaria de pedir ao deputado que
colocasse a gravata para cumprir o Regimento.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Ou a gente rasga o Regimento. O
senhor não vai fazer isso.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Não, não vamos fazer. Gostaria de
pedir ao deputado que estiver sem gravata que se vista da forma prevista no
Regimento.
O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem orador na tribuna. Eu
gostaria de respeitar a oradora na tribuna. Foi falado já, já foi comunicado.
O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Só para contar os parlamentares
todos com gravata, temos 24 aqui tranquilamente.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Três estavam sem. Vamos ver se
todos puseram.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Agora, deputada, está garantida a
palavra a Vossa Excelência.
A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Muito obrigada, presidente.
Bom, voltando
ao debate importante que estamos fazendo aqui, o debate sobre o Cosud, o
Consórcio do Sudeste e do Sul, nossa bancada apresentou voto contrário, um
parecer, um voto em separado no congresso de comissões, justamente levantando
algumas discussões que foram feitas aqui e que é importante reiterar.
A principal
delas diz respeito ao momento político em que este consórcio, ou melhor, em que
esse projeto de lei sobre o consórcio está sendo discutido.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Bruno Zambelli.
* * *
Não é menor
falar sobre e dar peso político para as declarações que foram feitas
recentemente pelo governador Romeu Zema, de Minas Gerais. Alguns deputados já
falaram aqui sobre as declarações que foram feitas pelo governador sobre o
Cosud em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, mas eu quero falar também
que essas declarações não são deslocalizadas do que de fato pensa o governador
de Minas Gerais sobre o próprio consórcio, afinal, essas não foram declarações,
declarações desse tipo, dessa espécie, não foram declarações que surgiram
apenas no contexto da entrevista.
Por exemplo, na
abertura da última reunião, do oitavo encontro do consórcio, que aconteceu em
junho deste ano, Zema disse expressamente: “Sul e sudeste têm mais
trabalhadores do que gente recebendo auxílio”.
Mais uma vez,
para além da entrevista que Zema deu para o jornal “O Estado de S. Paulo”,
comparando as vaquinhas que produzem muito às vaquinhas que produzem pouco,
dessa vez, em oportunidade anterior, na abertura do 8º Encontro do Cosud, em
junho deste ano, Zema declarou que o sul e o sudeste têm mais trabalhadores do
que gente recebendo auxílio.
Ao dizer isso,
e isso foi, inclusive, defendido pelo Consórcio do Nordeste, a reunião dos
governadores do nordeste, que declararam publicamente, emitiram uma nota
importante em que dizem que não só o Cosud, a existência dele, mas, na verdade,
o posicionamento político do governador Romeu Zema é um posicionamento que
acelera, que aprofunda as desigualdades e a separação entre regiões no nosso
País.
E isso, Srs.
Deputados, é bastante preocupante. O que nós estamos fazendo aqui não é, como
disseram alguns deputados, deixar de defender o estado para o qual legislamos,
o estado no qual fomos eleitos, muito longe disso.
O que estamos
fazendo aqui é uma análise global do que é o Brasil, do motivo pelo qual o
Consórcio do Nordeste existe, por exemplo. E o motivo pelo qual o Cosud existe.
E, na nossa
opinião, não existe razão política para apostar, neste momento, na aprovação de
um projeto de lei que vai contribuir para a divisão entre regiões
importantíssimas do nosso País.
E cada vez que
um governador, e como eu disse, não foi uma vez só, mais de uma, de um dos
estados que é membro do Cosud se manifesta falando dessa forma, ele está
aprofundando essa diferença, aprofundando essa desigualdade, e isso é algo que
muito nos preocupa.
Então, o debate
aqui é um debate justamente para que a gente evite esse aprofundamento e o
aprofundamento das desigualdades.
O SR. PAULO FIORILO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Um
aparte, deputada Paula.
A senhora
trouxe elementos importantes para este debate, até para se contrapor a algumas
falas feitas aqui na sessão de hoje defendendo esse projeto. Tanto a senhora,
como o deputado Reis, a deputada Ediane, trouxeram questões importantes para
que a gente evite a polarização, a discriminação de povos, e para que a gente
possa fortalecer consórcios. Consórcios são fundamentais.
Para se
contrapor, na minha opinião, nobre deputada, às inverdades, a gente precisa
trazer a verdade. Eu queria trazer pelo menos duas, porque eu acho que são
importantes. Eu ouvi aqui, estarrecido, deputado afirmar que o Lula assumiu e a
picanha aumentou de preço. Eu confesso à senhora que eu fiquei abismado.
Eu sou
comprador de carne, não sou um consumidor de carne contumaz, mas eu fui dar uma
olhada, presidente Bruno Zambelli, reparem só, ano passado uma peça de picanha
estava 119 reais, hoje, na Avenida Portugal nº 450, no Brooklyn, na Rede
Tennessee, o valor é de 69,90.
Sr. Presidente,
eu confesso que eu estou maluco, porque a fake news, deputada, é uma meia
verdade que vira uma mentira. A carne reduziu, mas o cara vem aqui e diz assim:
“O Lula tomou posse e a carne aumentou”.
Bom, deve ter
alguma coisa aí, vou sugerir inclusive que a gente publique no Diário Oficial
os endereços para comprar carne para os deputados, quem sabe melhora. Pão de
Açúcar, 59,90. Aliás, acho que o deputado Carlos Cezar podia fazer isso,
comprar picanha e distribuir para a base, para poder saber que diminuiu, isso
ajudaria.
Vamos à segunda
fake news, que eu fiquei impressionado: o governo Lula não levou água para o
nordeste. Vamos parar porque está difícil. A gente foi lá e foi olhar, em 2018,
90% das obras estavam prontas, 90 por cento.
Então, tudo
bem, quer defender o Bolsonaro, quer defender o governo que ele apoiou, que ele
gritou, que ele disse que era patriota, que ele fez sei lá o que, agora, mentir
no microfone não, Sr. Presidente.
Deputada Paula,
eu vou propor um projeto de lei, quem sabe a senhora assina comigo, as bancadas
do PSOL, do PT, que é colocar neste microfone aqui detector de mentira, porque
o que a gente tem que ouvir aqui e ficar calado é inadmissível. Vou por um
detector aqui e o painel lá vai mostrando: “mentiu”. E aí é fácil, Conselho de
Ética, representação. Nós não podemos permitir isso.
E, deputada,
nós temos que fazer isso com todos os deputados, nós não temos problema.
Detector de mentira acaba com essa bagunça de ficar fazendo discurso inflamado
para gravar, para mostrar sei lá para quem. Nós precisamos parar com isso. Eu
falo de todos.
Por isso que a
gente resolveria um problema grave aqui, para não ficar divulgando mentiras.
Deixo esses dois exemplos. Eu podia continuar aqui, podia avançar. A gente
podia falar, por exemplo, das joias do Bolsonaro, que esses caras aqui ficam
defendendo. Vamos dar transparência, isso é fundamental.
Acho até que a
gente deveria discutir o governo Tarcísio, também, que propôs esse projeto
junto com o Zema - não defende o Zema - para discutir uma coisa que eu vou levar
à tribuna, que são os cargos remunerados: um cargo de quase 20 mil e os outros
de 15 mil.
Eu vou propor
um currículo. Quem sabe o senhor, da base, não indique ao governador um
excelente currículo. Eu vou ler o currículo aqui e vou pedir apoio da base.
Muito obrigado,
deputada, pelo aparte. Espero que o presidente reconheça aqui esse apelo e a
gente instale aqui um detector de mentiras.
A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Muito obrigada, deputado Paulo.
Inclusive, é fundamental o que o senhor coloca, porque nós somos aqueles e
aquelas que defendemos que não exista nenhum tipo de mentira na política.
Inclusive, nós
defendemos com força o Projeto de lei contra as fake news que tramita no
Congresso Nacional, porque nós entendemos que fazer política na base da mentira
é um erro, e que nos últimos anos muito disso foi feito.
Outra coisa que
foi falada aqui também, deputado Paulo, já que a gente está falando,
contestando o que foi dito pelos deputados aqui, é que é importante, sobre as
amizades do governo Lula, com quem o governo Lula topa ou não topa negociar.
Mas o que
ninguém disse aqui é que amigo da Arábia Saudita de verdade é o governo
Bolsonaro, que trouxe joia para o Brasil sem nenhuma explicação. Então, além de
querer, como o deputado Conte aqui pediu, não é, presidente Bruno Zambelli - se
a gente puder pedir silêncio também no plenário, para que os deputados se
atentem ao debate - quero falar que amigo da Arábia Saudita de verdade é
governo que traz joia para o Brasil sem nenhuma explicação.
A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Aparte. Eu queria responder aqui, Sr. Presidente, eu acho muito importante,
porque meu nome foi citado aqui algumas vezes, e eu queria falar para o
deputado Paulo Mansur que além de chorar e sorrir, eu ainda sou uma mulher que
fui vítima da escravização moderna. Eu acho que ele não acompanhou um pouco da
minha história. Mas sabe qual história ele vê minha? É bom que ele veja, que
vai ter mais outras.
Eu também
danço, eu também canto, eu também crio meus filhos sozinha, eu também sou
aquela que é a primeira da família que coloquei minha filha na universidade,
graças à política de cotas. Ele vai ver várias faces da mesma mulher. Sabe por
quê?
Eu, com 14
anos, comecei a ajudar minha mãe na faxina. Eu comecei a trabalhar, e a grande
maioria de mulheres que vêm trabalhar aqui no estado de São Paulo, nós
começamos crianças. Nós começamos pré-adolescentes a trabalhar limpando casa,
cuidando de crianças, sem muitas vezes nem sequer ter casa.
Então ele vai
se acostumar. Agora que a sociedade nos vê, vai ver que a gente canta, que a
gente dança. Não é só aquela imagem daquela mulher que sai quando é resgatada
em trabalho análogo à escravidão, que a gente sai, deputada Paula, com a cara
de arrasada, porque a gente oferece afeto. Aquela imagem é a imagem de uma
mulher que dedicou sua vida, sua infância, sua adolescência e sua velhice
cuidando de outros.
Então,
senhores, vocês vão ter que se acostumar. O estado de São Paulo inclusive já
entendeu que nós somos aquelas que construímos e que bebemos, que damos risada,
que dançamos, porque nós criamos nossos filhos sozinhas. Então vão ter que se
acostumar com que nós estamos aqui e não vamos sair desta Casa.
Agora é essa
revolução, vamos construir este espaço para que as próximas venham, e que essas
falas preconceituosas, machistas, misóginas, essas falas não nos atravessam;
muito pelo contrário, nos dão força para que a gente continue.
Então tenho
muito orgulho de poder ser essa mulher. Inclusive, essa mulher que o estado de
São Paulo elegeu com mais de 175 mil votos, elegendo a primeira empregada
doméstica, sim, para o estado de São Paulo, e eu tenho muito orgulho de falar
desse lugar.
É por isso que
vocês vão me ver chorando, mas também sorrindo. Sabem por quê? Vão ter que se
adaptar. Nós somos as mães também dos advogados. Nós também somos as mães dos
deputados. Nós também somos as mães dos que produzem a riqueza. Vão se
acostumando.
É
um tapa na cara da sociedade, daqueles que querem nos ver trancado no quarto de
empregada, daqueles que querem nos ver sem poder falar, e que a imagem que tem
na sociedade, a imagem é aquela mulher que é resgatada em trabalho análogo a
escravidão, vão ter que engolir.
O
SR. PRESIDENTE - BRUNO ZAMBELLI - PL - Deputada Paula,
quer concluir?
Tudo bem.
Dando consequência, enquanto a
deputada Beth Sahão se encaminha à tribuna, eu vou dar um aparte para o
deputado Guto.
O
SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Para uma breve
comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - BRUNO ZAMBELLI - PL - Aparte, não, só
comunicação.
Deputada...
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - Se não for para
descontar do meu tempo, pode ser.
O
SR. PRESIDENTE - BRUNO ZAMBELLI - PL - Não, não,
exatamente.
O SR. GUTO ZACARIAS – UNIÃO - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente,
quarta-feira, 30 de agosto de 2023, o incrível dia que o líder do Partido dos
Trabalhadores vai até o microfone da Assembleia Legislativa para pedir um
detector de mentiras.
Quero
saber em que tipo de país a gente está vivendo, em que tipo de estado de São
Paulo nós estamos vivendo que um filiado ao Partido dos Trabalhadores quer
cobrar que político não possa mentir. Líder do PT, presidente, o partido do
Mensalão, líder do Petrolão, o partido do Petrolão, líder do PT, o partido do
Petrolão.
Aí
vem outra deputada, a deputada Paula da Bancada Feminista, que eu quero ver
aonde do Regimento a gente pode falar sobre mandatos coletivos, eu adoraria
ver, pode ser que eu não tenha lido o suficiente, gostaria de ver aonde fala de
mandatos coletivos, e ela fala sobre amizades.
Filiada
ao PSOL, que tem entre seu site um famoso título: “Venezuela não é uma
ditadura”, defendendo que a Venezuela é uma democracia. Cita a Arábia Saudita e
diz que o PT não é aliado da Arábia Saudita. Basta ver o BRICS. Dos seis países
que o PT acaba de aceitar que esteja no BRICS, cinco são ditaduras, quatro
são...
Eu
não tenho nada a ver com o Bolsonaro, deputada Beth. Isso não dá para dizer.
Isso nem a bancada bolsonarista consegue dizer. Desculpa, desculpa. Agora, quer
que se investigue a corrupção de políticos?
Estarei
junto com vocês, mas pode ser todos os políticos ou só alguns políticos?
Cuidado, Fiorilo, que aí a gente sabe que o que o PT tem não é currículo, é
ficha corrida, porque os amigos de vocês não têm currículo, eles têm ficha
política, têm ficha corrida.
Dos
países que vão entrar no BRICS, presidente Bruno Zambelli, cinco são ditaduras,
e não é qualquer uma não, é Irã, que joga gay de prédio. É Arábia Saudita onde
ser gay é crime. Esses são os países aliados do Partido dos Trabalhadores, e é
esse mesmo Partido dos Trabalhadores que não aceita negociar com o Paraná, com
o Rio de Janeiro, com o Espírito Santo, com o Rio Grande do Sul.
Esses
não podem; a Arábia Saudita, que joga gay de prédio, está liberada. Irã, que
criminaliza gente gay, aí está liberado. País que joga pedra em mulher, aí está
liberado. Falar com o Paraná não pode.
Então,
o Fiorilo disse que vai colocar um detector de mentiras, eu quero assinar esse
projeto, mas tenho certeza de que o que sai desse partido investigado Mensalão
e Petrolão boa parte vai apitar nesse detector, Fiorilo.
O
SR. PRESIDENTE - BRUNO ZAMBELLI - PL - Dando
sequência, deputada Beth Sahão.
A SRA. BETH SAHÃO - PT - Sr. Presidente, eu pediria que
zerasse o cronômetro.
O SR. PRESIDENTE -
BRUNO ZAMBELLI - PL - Vai
zerar.
A SRA. BETH SAHÃO - PT
- Obrigada.
O SR. PRESIDENTE -
BRUNO ZAMBELLI - PL - Vai
iniciar ainda o tempo da senhora.
A SRA. BETH SAHÃO - PT
- Sr. Presidente,
só para aqui contestar um pouco, porque a Arábia Saudita foi o país das joias,
não é, salvo engano, das joias tão famosas, tão grandes aí, tão sendo
comentadas, tão investigadas pela Polícia Federal, pelo Supremo, por todos
aqueles que hoje primam pela ética, pela decência em nosso País, coisa que o
ex-presidente não primou.
Mas
eu queria falar do Cosud. Consórcios, normalmente, são interessantes desde que
sejam feitos de maneira democrática, desde que sejam elaborados à luz de algo
que a gente sempre primou, que é a questão republicana.
Quando
um governador da estirpe do Zema, lá de Minas Gerais, faz falas tão desastrosas
a respeito do norte, do nordeste, olha, sinceramente se eu fosse os outros
governadores, se eu estivesse no papel, Sr. Presidente, agora o presidente
Carlos Cezar, se eu estivesse no papel dos outros governadores, eu desistiria
desse consórcio, porque quando um governador segrega outra região do país, e
faz isso de uma forma grosseira.
Quando
ele compara, por exemplo, vou só citar aqui um parágrafo que o governador
mineiro fez uma comparação e disse que a situação lembra a do produtor rural,
que dá um bom tratamento para as vacas que produzem pouco e deixa de lado as
que estão produzindo muito, uma comparação para lá de infeliz, uma comparação
para lá de grosseira. Aliás, o preconceito foi o que norteou essa fala do
governador Zema. E ele diz ainda que o sul e o sudeste têm que ter um
protagonismo, em detrimento do nordeste.
Mas um país
jamais pode deixar de lado as suas regiões mais pobres. Como o estado de São
Paulo também não pode deixar de lado as suas regiões mais pobres aqui no
estado, como o fundo do Pontal do Paranapanema, como o Alto Vale do Ribeira,
que são regiões onde o IDH é muito baixo, ou cidades como Carapicuíba,
como Ferraz de Vasconcelos, como Itaquaquecetuba, onde o IDH também é muito
baixo.
Imagina se o
Governo do Estado tivesse essa postura segregacionista. “Não, nós não
podemos tirar daqueles que têm mais e passar para os que têm menos”. Meu
Deus, onde está essa relação humanitária que um governo tem que ter? Um
governo, obrigatoriamente, precisa ter isso.
Então esse
consórcio é uma falácia. Esse consórcio, na verdade, quer ter um poder do sul e
do sudeste em relação ao norte e ao nordeste.
Bem disse aqui
a deputada Paula da Bancada Feminista. Eu gostei de uma frase sua, em que você
fala o seguinte: nós não estamos aqui sendo contra o nosso Estado; muito
pelo contrário, nós queremos que São Paulo cresça, que São Paulo se desenvolva,
que São Paulo seja um estado inclusivo, que São Paulo volte a ser um
estado industrializado, algo que nós perdemos há bastante tempo.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Carlos Cezar.
* * *
Essa
desindustrialização do estado de São Paulo, essas alíquotas elevadíssimas
de produtos aqui no nosso Estado fazem com que muitos setores migrem do estado
de São Paulo para outros estados. Isso sim é possível, isso é legítimo.
Você pode fazer
essa competição, desde que essa competição não afete o modo de vida e a
qualidade de vida dos outros estados, sobretudo no que diz respeito à população
mais vulnerável.
Porque essa população
é que precisa do braço do estado, é essa população que precisa dos
investimentos nas políticas de Saúde, nas políticas sociais, nas políticas
públicas. Eu quero saber o que é esse protagonismo que esse governador
fascista, posso dizer assim, vem dizer.
É um governador
que, eu vou dizer uma coisa para você, como um governador que prega o
segregacionismo, o que você espera dele, deputado Lucas Bove? O que você
espera dele? O que você espera do governador Zema quando ele prega essa
separação?
Não, um minuto.
Já te dou. Eu não vou deixar de dar esse espaço para você. Mas isso me
arrepiou, eu fiquei indignada. Ainda bem que eu tive esta oportunidade
hoje de vir aqui para discutir, porque eu ainda não tinha discutido sobre esse
projeto, para trazer aqui toda essa minha indignação e dizer que não dá
para votar em um projeto a despeito de, ele pode até ter coisas que são
importantes, mas diante de uma fala dessa fica difícil.
Pois não,
pode... Não vá ocupar muito o meu tempo.
O SR. LUCAS BOVE - PL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Não,
não, 30 segundos, só para pedir que a senhora, eu não quero aqui cercear a sua
liberdade de expressão, longe de mim, mas chamar o governador Zema de
fascista acho que é um pouco demais. A fala dele foi tirada de contexto. Não sei
se a senhora teve a oportunidade de ver a fala toda.
O que está
querendo ser feito aqui é criar um ambiente de negócio, que propicie um aumento
de receita. Com isso, o Brasil todo ganha, porque o sul, o sudeste são, de
fato, do ponto de vista econômico, quem sustenta o País, inclusive os programas
sociais tão importantes para o povo nordestino. Os programas sociais, no
início, quando era o “Bolsa Escola”, lá na década de 90, o PT era contra
quando era oposição.
Então não quero
aqui polemizar o assunto, mas concordo com essa sua última fala, é um
assunto importante, que não merece o tratamento que está tendo por parte de
vocês por uma simples fala tirada de contexto do governador Zema.
Acho que chamar
o governador de Minas Gerais de fascista é um pouquinho exagerado, deputada.
Mas agradeço o espaço que a senhora me deu. Prossiga a sua fala.
Muito obrigado.
A SRA. BETH SAHÃO - PT - Pois não. Mas eu devo dizer a V.
Exa. que não foi tirada de contexto. Na verdade, é realmente isso que o
governador pensa. Ele pensa assim.
Ele só recuou
porque a repercussão da fala dele foi muito ruim, deputado Marcolino. Por isso,
ele voltou atrás e disse que não queria, que não foi essa a intenção dele, que
não foi esse o sentido das palavras dele. Foram sim, foi exatamente isso que
ele quis dizer, a supremacia do sul e sudeste em relação ao norte e nordeste.
O sul e o
sudeste, de fato, têm uma arrecadação melhor, de fato, têm uma receita melhor,
mas o nordeste tem muito valor. Aliás, as férias, normalmente, o pessoal aqui do
sul e do sudeste, migram, vão lá para Salvador, vão para Bahia, vão para
Pernambuco, vão para o Ceará, vão passear nas praias maravilhosas e fazer o
turismo nos estados nordestinos.
Aliás, a
população é tão bem recebida quando chega lá. Eu mesma já fui diversas vezes e
continuarei indo naquele lugar tão aprazível, tão maravilhoso que são os
estados do nordeste.
Portanto, essa
fala foi bem infeliz, e a gente aqui vai sim, como disse o deputado Paulo
Fiorilo, acho que foi, nós vamos obstruir, não, foi o deputado Reis, o deputado
Reis, né? Errei de deputado.
Nós vamos
obstruir, vamos mostrar o nosso descontentamento e a nossa insatisfação em
relação a um projeto desse tipo, aliás, que não deveria nem estar sendo
colocado aqui na Assembleia. Mas eu queria, também, Sr. Presidente, trazer uma
notícia - como foi falado muito do governo Lula, do governo federal.
O governo Lula
estabeleceu uma medida provisória esses dias que há muito estávamos precisando,
que é a taxação dos super-ricos. Isso provocou uma celeuma, como se essa
taxação dos super-ricos fosse algo que tirasse o ar dessas pessoas. Sabe o que
isso representa, deputada Andréa Werner?
Essa taxação
dos super-ricos, através de fundos exclusivos, representa 0,001% dos
brasileiros, ou significa 2.500 pessoas que serão taxadas através dessa medida
provisória.
Agora, essa
medida provisória, deputado Conte Lopes, em 2024, só por essa mínima taxação,
ela vai representar para o governo federal 13 bilhões de reais. O que pode
significar 30% dos investimentos em um dos programas mais importantes que esse
governo tem, que é o “Minha Casa Minha Vida”. Trinta por cento dos
investimentos poderão vir dessa taxação dos super-ricos.
Tem mais, as
taxações das offshores, algo que, até hoje, ninguém teve coragem de fazer, que
são os investimentos de brasileiros em países estrangeiros. Aliás, nem sei
porque eles pegam dinheiro daqui e vão investir em outros países. Aqui nós
temos tantos lugares para se investir, seria tão importante que os
investimentos fossem feitos aqui.
Eles poderiam
gerar emprego, eles poderiam aumentar a produção, eles poderiam melhorar o
nosso desenvolvimento, eles poderiam levar esse desenvolvimento para regiões
que precisam disso, como, por exemplo, os estados nordestinos que precisam
tanto de investimento, que precisam tanto de desenvolvimento.
Essas offshores
têm um investimento que somam mais de um trilhão de reais - um trilhão -, e
tudo isso será taxado. Sabe como que esses recursos serão devolvidos para a
população?
Através da
valorização do salário mínimo. Sabe o que significa a valorização do salário
mínimo? Quando você valoriza o salário mínimo, quando aumenta o salário mínimo
acima da inflação, com um aumento real, é uma das melhores e mais efetivas
distribuição de renda que existe.
Aliás, isso
acaba melhorando e reduzindo as nossas desigualdades sociais. O Brasil é um dos
países do mundo onde a desigualdade socioeconômica é a mais profunda que nós
temos. Há um fosso existente, um fosso quase instransponível entre os mais
ricos e os mais pobres.
Portanto, essa
iniciativa do governo federal, através de uma medida do governo Lula, através
de uma medida provisória, é muito bem-vinda, é pra lá de bem-vinda, porque ela
vai permitir iniciar um processo que eu espero que tenha consequências e
desdobramentos, inclusive na taxação das grandes fortunas.
Mas quando a
gente fala em grandes fortunas, a gente não está falando do sujeito que tem 10,
15, 20 milhões, não. A gente está falando dos grupos e das famílias que têm
milhões e bilhões em dinheiro, que nunca foram taxadas, como bem colocou o
presidente Lula. Tem que colocar um imposto de renda para os mais ricos. E os
mais pobres precisam se beneficiar disso.
Quem paga
imposto de renda no nosso país, hoje, são os trabalhadores, que têm o seu
desconto na fonte. São essas pessoas que pagam o imposto de renda; os mais
ricos não pagam.
Primeiro porque
muitos sonegam, e a gente já mostrou aqui, em diversas ocasiões, a sonegação de
grandes grupos econômicos. Grandes grupos financeiros e grandes grupos econômicos
também, que acabam deixando de recolher impostos e depois vão discutir isso na
Justiça. E essa discussão fica 10 anos, 20 anos, 30 anos.
Eu só queria,
Sr. Presidente, dizer o seguinte: quando tem um orador ou, no caso, uma oradora
na tribuna, a gente podia pedir um pouquinho de silêncio, porque a gente também
fica quietinha ali sentada na cadeira quando alguém está falando. A gente
gostaria de que os nossos pares, alguns deles, pudessem também fazer o mesmo.
Eu não sei se
isso é um problema porque tem uma mulher na tribuna ou se é uma prática comum.
Eu acho que a gente precisa dar uma melhorada nisso. Não que as pessoas tenham
que ficar caladas, mas acho que nós poderíamos melhorar um pouco essa nossa
relação de civilidade aqui no interior do plenário.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Gostaria de pedir ao plenário...
É justa a reivindicação de Vossa Excelência. Eu gostaria de pedir ao plenário
que respeitasse a oradora na tribuna.
A SRA. BETH SAHÃO - PT - Então, Sr. Presidente, eu quero
aqui, para finalizar a minha fala, dizer para V. Exa. que a bancada do Partido
dos Trabalhadores vai se manter irredutível em relação a esse projeto do Cosud
que, na verdade, deveria ser “Consud”, né, porque é consórcio do sul e sudeste.
E vamos buscar aquilo que é o melhor para a população, e o melhor para a
população é você olhar o País como um todo.
O melhor para a
população é você fazer uma distribuição equilibrada, equitativa dos recursos
públicos, mas preferencialmente você utilizar esses recursos para aqueles que
mais precisam e para os setores mais vulneráveis da população. Por ora é só,
Sr. Presidente.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Obrigado,
deputada Beth Sahão. Para falar contra, eu chamo à tribuna a deputada Andréa
Werner. Tem V. Exa. o tempo regimental de 15 minutos para discursar.
A
SRA. ANDRÉA WERNER - PSB - Presidente, eu
gostaria de passar o meu tempo ao deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - É regimental.
Tem o deputado Paulo Fiorilo, então, o tempo de 15 minutos cedidos pela
deputada Andréa Werner.
O
SR. PAULO FIORILO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, só vou dividir o meu tempo com o
deputado Luiz Claudio. Então, eu falo sete, ele fala oito.
Sr. Presidente,
eu não vou entrar aqui em todos os aspectos que já foram trazidos pelos
deputados e deputadas com relação ao Cosud. Mas antes eu quero fazer um
registro aqui: encontra-se entre nós - eu não sei se ele já teve o registro
público - o sempre deputado Frederico d’Avila, com quem aqui, desta tribuna, eu
tive muitos debates importantes e necessários. Embates, eu não diria; mas
muitos debates aqui, até pelas posições, que são antagônicas e divergentes.
(Palmas.)
Quero fazer o
registro aqui de solidariedade à deputada Ediane. Eu acho inadmissível o
desrespeito aos deputados. Portanto, mesmo a Ediane não estando, eu quero
deixar registrado, junto à Paula, a minha solidariedade e a solidariedade da
bancada da Federação PT-PCdoB-PV.
Eu propus, Sr. Presidente,
um projeto de lei aqui para que a gente possa fazer um bom debate, que é para
criar a possibilidade de ter detectores de mentira nos microfones. Talvez a
gente pudesse mudar o nome, né, porque isso incomodou alguns deputados: um
detector da verdade.
A gente põe ali
no telão o gráfico, para a gente perceber como é que andam as fake news
produzidas. Serve para os deputados da direita, da esquerda, do centro, de quem
o senhor quiser. Mas a gente acaba com esse tipo de coisa. Porque não é
possível mais.
Mas eu quero
voltar ao projeto. O deputado Reis levantou um aspecto importante: esse projeto
do Cosud, para além das divergências que nós temos com a fala do Zema, nós
temos uma, que foi a ausência da fala do governador para negar o que o Zema
disse. Isso é um problema gravíssimo, porque se fosse sério, o governador já
teria rejeitado a postura do Zema.
Agora, esse
projeto cria dez cargos. Ele cria um cargo de secretário executivo, no valor de
remuneração de R$ 19.500,00 e nove de R$ 15.550,00 e aí, eu não sou da base,
mas eu queria sugerir aqui um currículo.
Espero que o
deputado Bove, Valeria Bolsonaro, Bruno Zambelli, os deputados da base possam
avaliar esse currículo e, quem sabe, indicar ao governador, caso vocês consigam
aprovar, porque está difícil. Aprovar projeto aqui do governo este semestre,
nem chorando está conseguindo aprovar.
Mas fiz lá o
currículo, que eu queria sugerir, deputada Valeria, que de forma muito atenta
acompanha o meu debate. Advogado, pós-graduado em Direito Público pela Escola
Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo, a ESMP, bacharel em
Ciências Contábeis, também tem licenciatura plena em Educação Física e Técnicas
Desportivas.
Foi substituto
de conselheiro do Tribunal de Consta do Estado de São Paulo, TCE, indicação
feita pela Assembleia Legislativa; Decreto Legislativo nº 769, de 03.11.2007.
Exerceu o cargo
de conselheiro em diversas oportunidades no período de 2007 a 2012, em
substituição aos conselheiros Eduardo Bittencourt Carvalho e Edgard Camargo Rodrigues.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. André do Prado.
*
* *
Foi chefe de
gabinete da Presidência do Tribunal de Contas do Estado, no período 2008,
assessor técnico, procurador à disposição do gabinete do conselheiro Eduardo
Bittencourt Carvalho, de 2020 a 2012, atuando como chefe de seu gabinete de
2001 a 2012.
Trabalhou como
assessor do conselheiro decano do TCE, Antonio Roque Citadini, de 2019 a 2022.
É servidor efetivo do Tribunal de Contas, agente de fiscalização desde 95,
quando ingressou na Corte de Contas por concurso público. Atuou como chefe de
gabinete do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo de
2013 a 2015, e como chefe da assessoria institucional da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento, de 2015 a 2019. É oficial R/2 do Exército. Turma
de 1988 do CPOR-SP I, tenente de armas da Cavalaria. Serviu na EsPCEx, de 1990
a 1994.
Tenho certeza
de que esse currículo jamais seria rejeitado pelo governo. Qual é o problema? É
esse servidor que foi exonerado da Secretaria de Agricultura.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Um aparte. Você me concede um
aparte?
O SR. PAULO FIORILO - PT - Infelizmente, eu não vou
conseguir, por conta do meu tempo.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Democracia, Fiorilo.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Democracia, mas meu tempo é
exímio, e eu queria continuar porque o senhor vai entender o meu raciocínio. O
senhor vai entender.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Trinta segundos, deputado.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Eu não consigo. Sr. Presidente, eu não consigo ser
interrompido e perder o raciocínio, Sr.
Presidente, eu não sei se o deputado não quer que eu continue aqui
cobrando. Eu vou pedir pro senhor desligar o microfone.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Lucas Bove, sem anuência do nosso orador, não pode ser aparteado.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Não dá, não dá. Não dá porque tem
o Marcolino ali na fila. Eu não consigo. Sr. Presidente, vai repor o meu tempo, Sr. Presidente? Mas não dá.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Termine a sua fala. Estamos
esgotando a sessão.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Senão eu não consigo. Bom, o que
nós fizemos, deputado Bove, depois o senhor vai poder se inscrever para falar,
porque esta sessão vai até as 19 horas, se o senhor quiser falar, o senhor
fala.
Eu não vou
falar, porque eu cumpro acordo. Meu acordo aqui era uma hora e meia, mas se o
senhor quiser falar, o senhor está liberado. O senhor se inscreve.
Como está
terminando o meu tempo, nós fizemos um RI, um Requerimento de Informação. Tem
algumas perguntas básicas:
Como se dará a
continuidade das ações desenvolvidas pelo grupo de trabalho sobre o programa
“Cidadania no Campo - Rotas Rurais”, para tratar os dos problemas contratuais
relativos ao programa “Cidadania no Campo - Rotas Rurais”, do outro secretário
de Agricultura e Abastecimento?
Como fica o
trabalho de racionalização, unificação e controle e dos procedimentos de
gestão, em razão das irregularidades identificadas nos processos de contratos
referentes ao programa citado?
Quais são as
motivações técnicas para a substituição do secretário executivo da Secretaria
de Agricultura e Abastecimento, visto que aparentemente é servidor público,
atuava intensamente no combate às irregularidades na gestão passada, em ações
de governo que podem ainda estar em curso, com possíveis prejuízos ao Erário
Público?
Quais são os
documentos que o senhor, então secretário executivo da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento, Sr. Marcos Renato Böttcher, encaminhou ao Tribunal
de Contas do Estado? Gostaríamos de ter cópias, tanto do TCE, como também do
MP.
Quais as
demandas dos órgãos internos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, e de
que órgãos externos de controle, quanto à solução de irregularidades referentes
a esse programa?
Aqui a base se
cala, e rejeitam um currículo, deputado Carlos Cezar, que poderia ser utilizado
em qualquer lugar desse governo. Agora o governo resolveu passar a mão e
demitir um servidor com prestação de serviço ilibada para o governo do estado.
Passo o meu
tempo ao deputado Luiz Claudio Marcolino.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra
o deputado Luiz Claudio Marcolino pelo tempo restante.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - O senhor me dá um
aparte, deputado Marcolino, antes de iniciar a sua fala? Também não?
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Na sequência, Sr. Presidente, da fala da deputada Beth,
quero fazer referência à sua fala, deputada, que foi muito importante quando
caracteriza o risco de esse consórcio que está sendo constituído entre sul e
sudeste, com uma clarividência da separação, da segregação do sul e do sudeste
com o nordeste.
Fiz aqui um
levantamento, fiz questão de levantar a caracterização do estado de São Paulo.
Hoje, nós temos nove regiões metropolitanas. Dentro dessas nove regiões
metropolitanas, temos 39 municípios na Região Metropolitana da Grande São
Paulo; 39 municípios no Vale do Paraíba e Litoral Norte; 34 na região de
Ribeirão Preto; nove na Baixada Santista; 27 na região de Sorocaba; 20 na de
Campinas; 24 em Piracicaba; sete em Jundiaí; 37 em São José do Rio Preto,
somando 236 municípios que representam as nossas nove regiões metropolitanas do
estado de São Paulo.
Se por acaso se
criasse um consórcio dessas regiões metropolitanas, das nove, nós iríamos
totalizar 236 municípios, totalizando 36 milhões e 900 mil habitantes nessas
nove regiões. Se a gente olhar essas regiões metropolitanas, que vão
representar 80% da população paulista, imaginem ser constituído um consórcio ou
uma organização das nove regiões metropolitanas do estado de São Paulo em uma
perspectiva de debater o desenvolvimento do estado. Nós temos 645 municípios no
estado de São Paulo e teríamos apenas 236 municípios estruturados nessas
regiões metropolitanas.
Quando nós
vamos olhando as regiões do estado, pensando no desenvolvimento e nessa
comparação, as nove regiões metropolitanas, 236 municípios, 80% da população do
estado de São Paulo. Somos 645 municípios. Imaginem um consórcio, uma
organização das nove regiões.
O que seria dos
demais municípios do estado de São Paulo se houvesse um consórcio como esse no
estado de São Paulo? Segregação. É isso que hoje o atual governador e o
governador de Minas estão propondo em relação ao Consórcio Sul e Sudeste.
Levantando mais
algumas informações... É importante para os deputados que circulam em todo o
estado de São Paulo. Comparando a Região Metropolitana da Grande São Paulo, a
gente olha aqui baseado no orçamento per capita por município: enquanto
Carapicuíba tem um orçamento per capita de 1.969 reais, Barueri tem 14.115
reais per capita.
Na Baixada
Santista, enquanto São Vicente tem 4.460 reais per capita, Bertioga tem 12.300.
Na região de Piracicaba, enquanto Conchal é 3.625, Águas de São Pedro é 14.262.
Na região de
Jundiaí, enquanto Várzea Paulista tem uma renda per capita de 3.700, Louveira
tem uma renda per capita de 12.795. Na região de Campinas, enquanto Sumaré tem
uma renda per capita de 3.743, Paulínia tem uma renda per capita de 17.763.
Na região de
Ribeirão Preto, enquanto Serrana tem uma renda per capita de 4.039, Santa Cruz
da Esperança tem uma renda per capita de 11.729. No Vale do Paraíba, e que pega
Litoral Norte, enquanto Cachoeira Paulista tem uma renda per capita de 3.841,
Ilhabela tem uma renda per capita de 33.735.
Então, estou
trazendo aqui alguns dados e é importante que a gente compare, cada deputado e
cada deputada, inclusive São José do Rio Preto, que temos vários deputados e
deputadas da região: enquanto em Planalto a renda per capita é de 1.862, em
União Paulista é de 15.192 reais.
Então, é isso
que nós estamos discutindo nesta Assembleia Legislativa no dia de hoje, quando
se debate o Cosud. A grande preocupação que o governador do estado de São
Paulo, Tarcísio, deveria ter é pensar uma forma de desenvolver as regiões
metropolitanas, desenvolver os aglomerados urbanos, diminuir essas
desigualdades regionais que têm entre as regiões metropolitanas do estado de
São Paulo.
Citei aqui a
renda per capita maior e a menor de cada região metropolitana. Temos aqui
também a densidade populacional por quilômetro rodado em cada cidade,
demonstrando que é possível pensar em um projeto de desenvolvimento para o
estado de São Paulo a partir dessa leitura, mas a proposta do governador do
estado de São Paulo, junto com o governador Zema, de Minas Gerais, é fazer uma
proposta separando a região sul e sudeste do nosso País da região nordeste.
Só que, se
fosse, de fato, uma proposta de adequar o desenvolvimento do Brasil, mas não é
essa a perspectiva, não é essa a preocupação. O Zema, por diversas vezes,
colocou que o projeto do sul e sudeste, do Cosud, é criar um processo de
contraponto ao governo federal, é criar um processo de questionar não só a
arrecadação, mas o processo de potencializar a discriminação entre o sul e o
nordeste. Isso nós não podemos aceitar.
O nosso
partido, o Partido dos Trabalhadores, sempre foi um partido preocupado com o
desenvolvimento regional. Nós defendemos a organização e a articulação dos
estados, dos municípios estruturados em consórcios.
Durante o
governo do presidente Lula fizemos vários (Inaudível.) da cidadania no estado
de São Paulo em uma perspectiva geral do desenvolvimento também pra o estado de
São Paulo.
Quando o
governo propõe o PAC Mobilidade e estrutura o Brasil inteiro em ferrovias,
hidrovias, investimentos nos aeroportos, isso é uma forma de você potencializar
o desenvolvimento do País em sua totalidade.
Então, eu
trouxe aqui muitos dados que o governador Tarcísio deveria pegar junto com toda
a sua base do secretariado e fazer esse levantamento, 80% hoje da população do
estado de São Paulo está nas nove regiões metropolitanas do estado de São
Paulo, representam 236 municípios essas nove regiões metropolitanas. Quatro
delas ainda não estão regulamentadas, quatro delas ainda não saíram do papel.
É importante
pegar essas informações, a distorção que tem entre a renda per capita dos municípios
dentro das regiões metropolitanas, e criar um projeto de desenvolvimento para o
estado de São Paulo.
É isso que nós
esperamos do governador, que faça um debate para desenvolver o nosso estado de
São Paulo, que crie uma política industrial, desenvolva o turismo, a
agricultura do estado de São Paulo, não trazer uma proposta como essa, que é de
segregação do sul e sudeste para se contrapor à política econômica do governo
federal, para se contrapor à política do nosso País.
Tanto o Zema
como o Tarcísio foram eleitos governadores do estado de São Paulo e de Minas
Gerais, como o Lula foi eleito presidente do Brasil. O que nós queremos é
respeito a quem foi eleito, tanto no estado de São Paulo, como no Brasil.
Queremos políticas de desenvolvimento, de integração, não de segregacionismo no
nosso País.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. BRUNO ZAMBELLI - PL - Pela ordem,
presidente. Havendo acordo entre as lideranças, peço para levantar a sessão.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não havendo
mais oradores inscritos, está encerrada a discussão.
Antes, porém, de levantar a presente
sessão, comunico às Sras. Deputadas e aos Srs. Deputados que nesta sessão estou
respondendo à Questão de Ordem apresentada pelo nobre deputado Paulo Fiorilo,
na 91ª Sessão Ordinária, realizada em 29 de agosto, referente ao processo de
escolha de conselheiros para o Tribunal de Contas do Estado.
Em prol do dinamismo dos trabalhos, não
lerei neste momento a íntegra da resposta, contudo determino a sua publicação
no Diário Oficial da Assembleia Legislativa de amanhã, 31 de agosto, para
ciência do autor e dos demais membros desta Casa de Leis.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Nada mais
havendo a se tratar, está levantada a sessão.
* * *
- Levanta-se a
sessão às 18 horas e 38 minutos.
* * *
- É inserida íntegra de resposta da
Presidência, não lida em plenário, a Questão de Ordem.
* * *
RESPOSTA À QUESTÃO DE ORDEM FORMULADA
PELO NOBRE DEPUTADO PAULO FIORILO NA NONAGÉSIMA PRIMEIRA (91ª) SESSÃO ORDINÁRIA, REALIZADA EM 29 DE
AGOSTO DE 2023
1.
Em 29 de agosto de 2023, no curso da Nonagésima Primeira (91ª) Sessão
Ordinária, o nobre Deputado PAULO FIORILO dirigiu à Presidência Questão de
Ordem a fim de esclarecer o processo de escolha dos Conselheiros do Tribunal de
Contas do Estado.
Indaga o nobre autor:
“1. Tendo em vista que não há previsão
regimental de procedimento para a escolha de Conselheiro do Tribunal de Contas
nas vagas indicadas pela Assembleia Legislativa, qual o procedimento será
adotado por esta Presidência?
2. Face à lacuna apontada, será
apresentado um Projeto de Resolução para alteração do regimento interno,
visando a regulamentação do processo de escolha para vaga ou vagas reservadas à
Assembleia Legislativa?
3. Os parlamentares com assento nesta
Casa, individualmente, por meio da liderança ou bloco parlamentar, poderão
formular projeto de decreto legislativo com a indicação de nome para serem
submetidos ao processo de discussão e votação do plenário? Neste caso, serão
pautados, na mesma sessão, todos os projetos de decreto legislativo com
indicação de nomes para compor o Tribunal de Contas?”
Sintetizados os aspectos essenciais da
questão de ordem, a Presidência passa a respondê-la.
2.
A ordem constitucional anterior a 1988 conferia ao Chefe do Poder Executivo,
com exclusividade, a indicação de membros do Tribunal de Contas, Ministros e
Conselheiros, mediante aprovação do Poder Legislativo.
Já as Constituições Federal de 1988 e a
Estadual de 1989, promoveram uma ampla remodelação no sistema ao partilhar a
prerrogativa da indicação entre os Poderes Legislativo e Executivo.
O atual modelo constitucional supera,
assim, a fase anterior a 1988, em que a composição pertencia à seara de livre
disposição do Chefe do Poder Executivo, ainda que subordinada à deliberação do
Parlamento. Contudo, as disposições do nosso Regimento Interno, disciplinando a
matéria, remontam à década de 1970 e, por isso, contemplam apenas a indicação
do Governador.
No entanto, a ausência de norma
regimental específica não impede que a Assembleia Legislativa exerça o
poder-dever de agir, mediante recurso à analogia e interpretação, porque tanto
a Constituição como o nosso Regimento Interno contêm normas que preenchem esta
lacuna.
Assim, com relação à vaga de
Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, por indicação de nome levado a
efeito pela Assembleia Legislativa, além das normas constitucionais, a matéria
encontra respaldo nos precedentes desta Casa de Leis e no próprio Regimento
Interno, que subsidiaram todas as oito indicações ocorridas após a nova ordem
constitucional (cf. Projetos de Decreto Legislativo nº s 8/90, 01/91, 01/93,
06/93, 16/97, 1/12, 4/12 e 8/12).
A primeira indicação se deu com o nome
do Senhor Eduardo Bittencourt, com a aprovação do PDL nº 8, de 1990.
Posteriormente, a Assembleia procedeu a
mais seis indicações por sua iniciativa, a saber: Senhores Edgard Camargo
Rodrigues, Fúlvio Julião Biazzi, Cláudio Ferraz De Alvarenga, Robson Riedel
Marinho, Dimas Eduardo Ramalho e Sidney Estanislau Beraldo - lembrando que a
indicação do Senhor Antônio Roque Citadini se deu em 25 de março de 1988, pelo
Senhor Governador, na sistemática anterior à Constituição de 89, a do Senhor
Renato Martins Costa pelo Decreto Legislativo n. 218, de 19 de abril de 1994,
também por indicação do Governador, e a Senhora Cristiana de Castro Moraes
proveniente de lista tríplice de auditores transmitida ao Governador.
E frise-se: todas as indicações
seguiram o mesmo rito fixado para o primeiro Projeto de Decreto Legislativo, o
de nº 8, de 1990.
Verifica-se, assim, ser desnecessário a
apresentação de projeto de resolução para alterar o Regimento Interno com
vistas a regulamentar o processo de escolha para as vagas de Conselheiro do
Tribunal de Contas reservadas à Assembleia Legislativa.
Adicionalmente, a prerrogativa de Poder
da indicação decorre de norma constitucional de eficácia plena, sendo a
composição e a forma de escolha dos Conselheiros do Tribunal de Contas matéria
de estatura constitucional.
3.
De outra sorte, diante de recebimento de ofício do Tribunal de Contas
informando a abertura da vaga para o cargo de Conselheiro, e sendo certo que a
vaga deve ser preenchida por nome indicado pela Assembleia Legislativa, a
indicação de nome para ocupar a vaga permite que as Senhoras Deputadas e os
Senhores Deputados possam dela participar, mediante a observância das regras já
adotadas anteriormente para o processo de indicação:
a.
Esta Presidência receberá as
indicações de nomes, para ocupar o cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas,
até 3 (três) dias úteis após a publicação do referido ofício;
b.
A Mesa consubstanciará em projeto de
decreto legislativo a indicação do nome que obtiver o maior número de
apoiamento das Senhoras Deputadas e dos Senhores Deputados, observados os
requisitos constitucionais;
c.
Será realizada arguição pública no
Plenário da Assembleia Legislativa, em sessão pública, antes de se iniciar a
discussão e votação do PDL, dando cumprimento ao disposto no artigo 20, inciso
XI, da Constituição Paulista, ou seja, desta arguição poderão participar todos
os membros deste Parlamento.
d.
Por força dos precedentes até então
adotados, aplicando-se por analogia o rito previsto nos artigos 249 e 250 do
Regimento Interno, o PDL não figura em Pauta. Portanto, não recebe emendas, não
há audiência de Comissão e será incluído na Ordem do Dia dentre as proposições
em regime de prioridade para efeito de discussão e votação;
e.
E, finalmente, será o Plenário que
vai deliberar, aprovando ou rejeitando o projeto de decreto legislativo, por
maioria simples de votos, presentes, no mínimo, 48 Senhores Parlamentares. O
voto será público, como determina o § 2º do artigo 10 da Constituição do
Estado.
Aprovado o projeto de decreto
legislativo e promulgado o Decreto Legislativo, o Presidente da Assembleia
oficiará ao Governador para que proceda à nomeação do indicado. Rejeitado o
projeto, a Presidência abrirá novo prazo para apresentação de novas indicações.
Fica respondida, nestes termos, a
questão de ordem apresentada pelo nobre Deputado PAULO FIORILO.
ANDRÉ
DO PRADO
Presidente
* * *