5 DE JUNHO DE 2023

54ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI e REIS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão. Cumprimenta servidoras aposentadas, presentes nas galerias. Tece considerações acerca dos impactos da EC 103/19 nas aposentadorias e pensões de servidores públicos.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - REIS

Assume a Presidência.

        

4 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

        

7 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - REIS

Assume a Presidência.

        

9 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

11 - PRESIDENTE REIS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 06/06, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Dando início à lista de oradores inscritos, com a palavra o deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra o deputado Major Mecca. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rui Alves. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Simão Pedro. (Pausa.) Com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis, que fará uso regimental.

Enquanto V. Exa. se aproxima da tribuna, quero registrar aqui a honrosa presença das nossas colegas, servidoras aposentadas, Manoela e Fátima, que estão trazendo aqui a necessidade urgente da participação de todos os servidores do estado de São Paulo - os municipais, os estaduais, aposentados e pensionistas - no movimento para entrar no site do governo federal, que trata da questão do Brasil Participativo, de tal forma que a gente possa colocar em primeiro lugar a proposta da revogação do Art. 149, da Emenda Constitucional nº 103, que autoriza o confisco das aposentadorias e pensões, em todo o território nacional.

A nossa luta é para que esse artigo seja revogado, anulado, imediatamente. Então, é muito importante a participação nesse movimento.

Depois, nós vamos dar mais detalhes, logicamente, de como acessar o site, de como participar, porque é muito importante que haja participação na elaboração, uma participação popular, na participação do PPA, que é o Plano Plurianual do governo federal.

Então ele está abrindo para que a gente possa participar. Uma das lutas que nós travamos em São Paulo, é a derrubada do confisco em todos os estados. Mas nós temos que alterar a Constituição Federal. Nós temos um movimento forte, com a elaboração de uma emenda à Constituição, da deputada federal Luciene Cavalcante.

Então esse movimento é fundamental. Parabéns pela luta de vocês, que foi fundamental para que nós pudéssemos derrubar o confisco das aposentadorias aqui no Estado de São Paulo. E que tenho certeza de que terá êxito também para derrubar o confisco das aposentadorias aqui na Capital.

Com a palavra, o deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Saudar o presidente Carlos Giannazi, que conduz os trabalhos da mesa na data de hoje. Saudar os companheiros que estão fazendo parte do nosso Pequeno Expediente, que é uma luta que tem que realmente travar no País como um todo, por conta da Emenda 103.

Na Capital também, por conta dos servidores que ainda estão contribuindo com 14% dos seus ganhos. E para devolver também o dinheiro que foi confiscado e que tem que ser devolvido. Porque, se foi confiscado, e foi reconhecido que houve o confisco, tem que devolver para os servidores.

Sr. Presidente, na sexta-feira o governador Tarcísio de Freitas mandou, para esta Casa, o projeto que trata do abono para os servidores que tem que complementar os seus salários.

Mas o governador ainda está devedor das carreiras do funcionalismo público, porque ainda não chegou nesta Casa o projeto de lei para reajustar o salário dos profissionais da Educação, da Saúde, de todos os funcionários públicos.

Até agora, somente a Polícia Civil, a Polícia Militar, a qual nós votamos o projeto, e o salário mínimo regional de 1.550 reais. Mas as demais carreiras ainda estão aguardando.

Chegou então esse projeto, para que o bônus seja concedido, para que se complemente o salário dos servidores que ganham menos de um salário mínimo. Que é o caso dos oficiais administrativos, entre outros, que têm um salário de 490 reais.

Então a gente quer cobrar o Sr. Governador, para que ele faça isso o quanto antes. Porque esse mês de junho vai passar que nem um relâmpago. E várias matérias têm que ser votadas nesta Casa, inclusive a LDO.

E dizer para ele que, como todo pagamento, todo o sistema de reajuste do governador, é só para agosto. Começa 1º de julho, para pagamento em agosto. Então, que ele faça isso o quanto antes.

Sr. Presidente, também quero falar hoje, deixar registrado aqui sobre o dia de luta, hoje é o dia de luta, dia 5 de junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente.

Depois da Câmara dos Deputados aprovar o Projeto de Lei nº 490, de 2007, que impõe o chamado marco temporal para a demarcação das terras indígenas, e do Senado ter diminuído a força dos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, o presidente Lula começa a retomar as rédeas da política nacional para o Meio Ambiente.

Hoje, 5 de junho, Dia do Meio Ambiente, às 15 horas, o presidente Lula e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, vão anunciar uma série de medidas para a proteção do Meio Ambiente, e dos chamados povos originários, ou seja, os indígenas.

Um dos anúncios a serem feitos pelo presidente é do novo Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal. Além da criação de novas unidades de conservação, que serão coordenadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

As medidas a serem anunciadas hoje são uma resposta à aprovação de propostas que visam enfraquecer e até acabar com a política do governo Lula.

É bom que o presidente Lula reaja, e demonstre fortemente que não admitirá a ação de nenhum novo Eduardo Cunha, e nenhuma pauta bomba para detonar o seu governo, e prejudicar programas pensados e planejados para beneficiar o povo. Especialmente os mais pobres, que só foram prejudicados pelas políticas irresponsáveis dos últimos governos.

A nossa interpretação é de que uma parte do Congresso quer impor ao governo eleito do presidente Lula o modelo de gestão do governo anterior. E isso não vai acontecer, porque o resultado que a urna nos deu foi a vitória, pelo voto limpo e democrático, e isso deve ser respeitado, Sr. Presidente.

Então, hoje, 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, é um dia de luta.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito obrigado, deputado Reis. Peço que V. Exa. continue aqui presidindo os trabalhos para que eu possa fazer uso da tribuna.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de oradores do Pequeno Expediente, deputado Leonardo Siqueira. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, deputado Suplicy, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, saudar novamente aqui a presença das nossas aposentadas, a Manuela e a Fátima, que representam um movimento importante de resistência e de luta contra o confisco das aposentadorias e pensões.

Estão trazendo uma proposta importante aqui, não só para o nosso mandato, mas eu quero estender a todos os mandatos, de tal forma que a gente possa divulgar a participação popular, sobretudo dos aposentados, pensionistas e servidores em geral, no site do governo federal, com contribuições para a construção do projeto plurianual, que está sendo construído agora coletivamente pela sociedade.

É muito importante que todos entrem ali, falando de uma questão gravíssima, que é o confisco das aposentadorias e pensões.

Em São Paulo, nós derrubamos, através de muita luta e resistência; os “tuitaços” foram fundamentais para que isso ocorresse.

Estamos em luta na Prefeitura de São Paulo para derrubar o confisco, o assalto, o roubo em curso, praticado pelo atual prefeito Ricardo Nunes. Lá, nós temos o PDL 92, do vereador Celso Giannazi, um instrumento legislativo importante de mobilização e de incentivo, também, ao debate desse tema na Câmara Municipal, para derrubar o confisco e o Sampaprev, eu diria que como um todo. Todo o Sampaprev, toda aquela reforma feita contra os servidores é perversa.

Em nível nacional, nós estamos com o movimento da deputada federal Luciene Cavalcante pela revogação do Art. 149, da Emenda no 103. Aqui em São Paulo, nossa luta é pela devolução do que foi roubado e assaltado pelo governo Doria/Rodrigo Garcia, tanto é que eu apresentei o Projeto de lei Complementar no 09, que cria as condições para que haja essa devolução.

Mas, além disso, eu também apresentei uma emenda à LDO, Lei de Diretrizes Orçamentárias do estado de São Paulo, que será votada agora, no final do mês. E é a Emenda no 01, inclusive; não tem como errar. A primeira emenda à LDO de 2023 é, Manuela e Fátima, a emenda para a devolução dos valores confiscados pelo governo estadual. Está lá.

Então, tem dois instrumentos concretos aqui, do ponto de vista legislativo: a Emenda no 01 à LDO e o projeto de lei complementar. São duas iniciativas aqui do Legislativo, iniciativas concretas, para que a gente possa colocar em prática a devolução dos dois anos de confisco, de roubo e de assalto das aposentadorias e pensões.

É muito importante que a Assembleia Legislativa, como fez em relação à derrubada do confisco, no ano passado, faça o mesmo agora com a devolução, votando na nossa emenda, a Emenda nº 1, e no nosso PLC nº 9, Projeto de lei nº 9.

Quero ainda, Sr. Presidente, aproveitar o Pequeno Expediente, nesta parte do meu pronunciamento, para fazer aqui uma exigência à Secretaria Estadual de Educação para que faça a nomeação, em caráter de extrema urgência, das pessoas aprovadas no concurso de 2018 ainda, para o cargo de agente de organização escolar.

As pessoas foram aprovadas em 2018, houve a nomeação dessas pessoas, a escolha, desculpa, a escolha das vagas no ano passado. Exatamente, Sr. Presidente, eu tenho aqui os dados: as escolhas foram feitas no dia 17 de novembro de 2022, e até agora elas não foram nomeadas nesses cargos de agente de organização escolar, mesmo com tudo o que aconteceu, com a violência nas escolas, com as mortes, e nós sabemos muito bem que uma das causas é a falta de servidores, é o déficit, principalmente, de agentes de organização escolar.

Quase todas as escolas do estado de São Paulo estão com o seu quadro incompleto, com o módulo incompleto de agentes de organização escolar. Eu denunciei na escola Thomazia Montoro, quando houve a morte da professora, nossa colega da rede estadual, Elisabeth.

Eu fui lá logo que aconteceu o crime. Às 11 horas eu estava lá, as professoras me ligaram. Eu constatei algo gravíssimo. É uma escola PEI, de período integral, deputado Reis, e só tinha três agentes de organização escolar.

Não é possível que isso esteja acontecendo, mas está acontecendo em toda a Rede Estadual de Ensino. No entanto, essas pessoas foram aprovadas, passaram, escolheram, já fizeram o exame médico e não foram chamadas até agora. Olha o absurdo, Sr. Presidente. Então, aqui da tribuna da Assembleia Legislativa, eu quero exigir, Sr. Presidente, que o governo cumpra a legislação.

As pessoas escolheram antes do fim do concurso, que venceu no mês 12 de 2022, porém as pessoas que escolheram devem ser nomeadas imediatamente, porque as escolas estão precisando dos agentes de organização escolar.

O mesmo vale para os supervisores de ensino, que estão na mesma situação: foram aprovados no concurso e, desde o ano passado, estão esperando também a nomeação. Já escolheram suas vagas, já fizeram o exame médico, mas há quase seis meses estão esperando a nomeação.

São cargos vagos, há um déficit enorme na rede estadual de professores, de agentes de organização escolar, de diretores. Há mais de dois mil cargos vagos para direção de escola na rede estadual. No entanto, o governo não realiza concurso público e, quando realiza, não faz a chamada e, quando faz a chamada, não faz a nomeação. Então são várias lutas que nós travamos aqui ao mesmo tempo.

Peço, Sr. Presidente, para que esta parte do meu pronunciamento seja encaminhada ao secretário estadual de Educação e também ao governador Tarcísio de Freitas, e que a nomeação dos agentes de organização escolar seja feita em caráter de extrema urgência, das pessoas aprovadas para o cargo, e também dos aprovados para o cargo de supervisor de ensino.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Defiro o pedido de V. Exa. para que as notas taquigráficas sejam encaminhadas à Secretaria de Educação.

Seguindo a lista de oradores, a próxima oradora é a deputada Marta Costa. (Pausa.)

Entrando na Lista Suplementar, deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. presidente, deputado Carlos Giannazi, deputado Reis, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, daqui a pouco, às 15 horas, eu serei recebido pelo governador Tarcísio de Freitas em uma audiência aqui, onde ele estará acompanhado de alguns secretários, como os da Segurança, da Habitação, e outros, para dialogarmos a respeito de objetivos importantes, de como fazer com que São Paulo se torne uma cidade mais solidária, fraterna, justa, em todas as suas ações.

Embora eleito pelo Partido dos Trabalhadores, portanto na oposição, eu quero ter um diálogo muito construtivo e respeitoso com o governador o Tarcísio de Freitas, sobre os mais diversos temas, entre os quais um que resultou de ação havida ontem na aldeia Guarani, ali no Pico do Jaraguá, onde eu pude presenciar, juntamente com outras deputadas estaduais aqui, como a Monica, como a Luana, e outras, porque estávamos bastante preocupados com aquela manifestação que foi reprimida de uma maneira muito inadequada por parte das forças da Polícia Militar, no último dia trinta.

Aconteceu então que propusemos que houvesse um diálogo dos responsáveis pela Polícia Militar ali na Zona Oeste de São Paulo, e então o comandante da PM da Zona Oeste, mais o capitão João Antônio, ambos se dirigiram à Casa de Reza dos índios guaranis, e ali, por quase duas horas, uma hora e meia pelo menos, eles puderam ouvir o testemunho das lideranças indígenas, e inclusive de muitas mães que tiveram grande preocupação com a violência que aconteceu para tentar retirar e reprimir aquela manifestação do dia trinta.

Após um diálogo bastante respeitoso e construtivo, eis que a própria liderança indígena, o Tiago, disse que os indígenas, e mais aqueles que, como nós, estávamos apoiando o seu ato, iríamos fazer uma caminhada até o Pico do Jaraguá. E assim se procedeu, portanto, a caminhada de apoio, para que não seja aprovada lá no Congresso Nacional, agora no Senado Federal, aquela norma que permite que aquelas áreas que não haviam sido ocupadas antes da Constituição de 1988...

Quer dizer, a legislação, o projeto que se quer aprovar, quer impedir que os índios possam ter acesso a suas áreas, mesmo não havendo a posse antes da Constituição de 88, e isso é muito importante para todos os povos indígenas no Brasil, e aqui expressamos o nosso apoio aos guaranis, tanto do Morro do Jaraguá quanto de Parelheiros, e nas outras regiões do Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos na Lista Suplementar, com a palavra o deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Voltando a esta tribuna, cumprimento os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que devem estar em seus gabinetes, nos acompanhando pela Rede Alesp.

Cumprimento os integrantes da Polícia Civil, os integrantes da Polícia Militar, os integrantes da Polícia Penal, os integrantes da Polícia Técnico-Científica, cumprimento o público presente, cumprimento todos aqueles senhores e aquelas senhoras que nos acompanham em suas residências pela Rede Alesp.

Sr. Presidente, eu volto à tribuna para falar sobre a anistia que o Congresso Nacional está propondo aos partidos que não cumpriram as cotas, que não cumpriram a destinação de recursos, na eleição passada, às cotas raciais e também ao mínimo que deveria ser estabelecido para as cotas de mulheres, não é?

São mais de 741 milhões, segundo os dados oficiais do TSE, que deixaram de ser aplicados às candidaturas negras e mais de 139 milhões para as mulheres, as candidatas mulheres.

E eles agora querem dar essa anistia, que nós temos que repudiar, porque os partidos não cumprem o seu papel e, como são eles que aprovam as leis, eles vão lá e legislam em benefício próprio.

Então nós não podemos concordar de forma alguma que aqueles recursos que foram destinados às cotas raciais, às candidaturas negras e às candidaturas femininas sejam, simplesmente, por um ato, pelo poder que tem o Congresso, anistiados.

Segundo o texto, serão anistiadas legendas que descumpriram a cota mínima de recursos para as candidaturas femininas até as eleições de 2022 ou por irregularidades na prestação de contas anteriores a 5 de abril do ano passado, data em que o Congresso aprovou a Emenda Constitucional nº 117, que destinava o mínimo de 30% dos recursos do fundo partidário para o estímulo às legendas para que houvessem mais candidatas.

O argumento que embasa a proposta é que muitos partidos tiveram dificuldade em se adaptar à nova regra eleitoral uma vez que não existia outra norma que apresentasse uma melhor definição sobre a distribuição de cotas.

Muitos partidos, agindo de boa-fé e com o maior esforço para que as regras fossem cumpridas, se viram inadequados após o período eleitoral em virtude de muitas alterações de registro de candidatura em todo o País, detalha a PEC.

A possibilidade de a proposta ser aprovada é motivo para desagrado do “conselhão”, o conselho que foi formado agora, os conselhos de participação social e desenvolvimento econômico social sustentável do governo federal, com atuação da base governista.

Antes da votação, na terça-feira, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, foram acionados por um grupo de 50 membros do “conselhão” para que a proposta fosse rejeitada sob o argumento de que a aprovação seria um retrocesso.

O movimento negro está fazendo a sua manifestação, o seu movimento em todo o País, contra a aprovação dessa PEC, que passou pela Comissão de Constituição e Justiça.

E olhem aqui, o PL, que tem 13 deputados, os 13 votaram “sim”: Capitão Augusto, Carlos Jordy, Coronel Fernanda, Delegado Éder Mauro, Delegado Ramagem, Jorge Goetten, Julia Zanatta, Pastor Marco Feliciano, Robinson Faria, Rosângela Reis, Yury do Paredão.

A coligação, a Federação do PT/PCdoB/PV teve nove votos “sim”: Alencar Santana, Bacelar, Flávio Nogueira, Helder Salomão, Rubens Pereira, Rui Falcão.

O União Brasil teve um voto “sim”, apenas um voto “sim”, do Delegado Marcelo.

O PP teve cinco votos “sim”: Aguinaldo Ribeiro, Covatti Filho, Gerlen Diniz, Tião Medeiros... Desculpe, o Gerlen Diniz votou “não”. Tião Medeiros votou “sim”, Julio Arcoverde votou “sim”, Lázaro Botelho votou “sim”.

O MDB com três votos “sim”: Cobalchini, Juarez Costa, Renilce Nicodemos.

O PSD, cinco votos “sim”: Delegada Katarina, Diego Coronel, Paulo Magalhães, Waldemar Oliveira, Zé Haroldo Cathedral.

O Republicanos, cinco votos “sim”: Lafayette de Andrada, Marcelo Crivella, Murilo Galdino, Roberto Duarte, Silvio Costa Filho.

O PSDB Cidadania não teve nenhum voto “sim”.

O Patriota teve um voto “sim”: Fausto Santos.

O PDT, nenhum voto “sim”.

O Podemos, um voto “sim”: Victor Linhalis.

O PSB, um voto “sim”: Gervásio Maia.

O Avante teve um voto “sim”, que é o Janones.

O Solidariedade, com a Marília Arraes, também um voto “sim”.

Eu peço a esses deputados e aos deputados federais que lutem pela rejeição dessa PEC nº 9, de 2023, que rejeitem essa PEC. Não dá para anistiar as irregularidades praticadas pelos partidos nas eleições anteriores. Os partidos que praticaram irregularidades têm que pagar pelos seus erros.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Chamo V. Exa. para continuar presidindo a nossa sessão.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de oradores, na Lista Suplementar, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, de volta à tribuna no dia de hoje, eu gostaria de, primeiro, dizer que a Secretaria da Educação, a Seduc, está dando um golpe dentro do golpe em relação ao pagamento do Adicional de Local de Exercício.

No mês de maio, houve a publicação de um decreto, o Decreto nº 17.691/23, dando um golpe em todos os servidores da Educação, em todas as escolas da rede estadual, porque esse decreto do governador Tarcísio de Freitas, editado pela Secretaria da Educação, pelo secretário, empresário, dono da Multilaser, secretário da Educação, Renato Feder, adiou o reajuste do ALE para 2024, violando a própria legislação do estado, que já impunha e impõe, na verdade, o reajuste para janeiro de 2023.

No entanto, isso não foi feito até agora. Entramos no mês de junho, esse reajuste não foi feito e o governo, dando um golpe dentro do golpe, através do decreto, tentou adiar para o ano que vem. No entanto, nós apresentamos, eu apresentei imediatamente um PDL, houve uma pressão e o governo recuou.

Ele mesmo, tamanha era a gravidade da situação que o próprio governo estadual revogou o seu próprio decreto. Nem precisou aprovar o meu PDL aqui, porque o governo reagiu imediatamente à pressão que nós fizemos, dizendo que faria uma folha complementar.

Mas não teve folha complementar, Sr. Presidente. Os servidores da Educação estão reclamando que até agora não houve o reajuste, não houve folha suplementar no pagamento dos nossos servidores.

Então, da tribuna da Assembleia Legislativa, quero exigir que o governador tome providências e faça a folha suplementar dando o reajuste imediato do ALE, do Adicional de Local de Exercício, para todos os profissionais, estendendo também esse benefício a todas as escolas. Porque tem casos absurdos de escolas vizinhas que são separadas por um muro onde uma tem o ALE e a outra não tem.

Então isso mostra que não há nenhum tipo de organização nem de justiça. Então para que isso não ocorra é importante que todos tenham esse direito, uma forma de complementar os baixíssimos salários do Magistério e dos servidores em geral da Educação. São Paulo tem um dos piores salários para os seus servidores - e sobretudo os servidores da Educação - do Brasil.

Nem o Piso Nacional do Magistério é pago corretamente pelo estado, que utiliza aqui o truque, a artimanha, do abono complementar, que é proibido por lei.

Quero, Sr. Presidente, destacar aqui a nossa luta em defesa sobretudo dos servidores do Judiciário. Nós estamos vendo toda uma movimentação agora da base do governo para aprovar o Projeto de lei nº 752, de 2020.

O projeto está parado aqui. Um projeto que aumenta as custas judiciais, que vai penalizar a população mais pobre de acessar a Justiça. Um projeto do TJ que até então era só do Tribunal de Justiça. Apenas o presidente do tribunal vinha fazendo um esforço para que ele fosse aprovado, mas agora o governo entrou também nessa luta para que o projeto seja aprovado.

O governo está mobilizando a sua base de sustentação para que o projeto seja aprovado imediatamente. Inclusive amanhã, terça-feira, a base do governo tentará aprovar um requerimento de urgência do deputado Carlos Cezar, que nós estamos obstruindo, logicamente, porque nós somos radicalmente contra esse projeto de lei.

E amanhã haverá uma movimentação aqui na Casa e nós vamos obstruir a votação para que ela não ocorra. Por quê, Sr. Presidente? Porque o governo estadual tem que transferir os recursos para o Tribunal de Justiça. Quando o Tribunal de Justiça está com dificuldade, o Executivo transfere, faz uma suplementação orçamentária que ele pode fazer a qualquer momento.

Até porque quando o TJ encaminha o seu orçamento para a Casa Civil, ele encaminha num valor, mas a Casa Civil, o governo, corta quase que pela metade desse orçamento. O que chega aqui é a metade do que o TJ diz precisar. Então o governo tem que suplementar minimamente as deficiências orçamentárias, sobretudo aquelas relacionadas ao pagamento dos servidores, que estão com os seus salários defasados e arrochados há muitos anos.

Tanto é que o TJ vai dar apenas, está sinalizando com apenas 6% de reajuste, Sr. Presidente. Isso não é nada; não repõe nem as perdas inflacionárias.

Então eu quero aqui pedir, fazer um apelo à base do governo. Já que a base do governo está tão preocupada assim com o Tribunal de Justiça, que vote então nos projetos que já estão em regime de urgência do próprio Tribunal de Justiça.

Eu me refiro aqui, Sr. Presidente, rapidamente, ao PLC 30/13, que trata de uma dívida reconhecida pelo TJ, porque o projeto é do Tribunal de Justiça, que foi encaminhado em 2013; foi aprovado em todas as comissões da Alesp. Eu consegui aprovar um requerimento de urgência.

O projeto está em urgência para fazer essa reposição de uma dívida histórica reconhecida de 10,55% com todos os servidores do TJ. Não é um projeto meu nem de nenhum deputado. Não é do Executivo; é do TJ. O próprio presidente do Tribunal de Justiça à época encaminhou o projeto de lei para a Assembleia Legislativa e até hoje o projeto não foi votado. E nós queremos votar esse projeto em regime de urgência.

Queremos votar também, se é para ajudar o Judiciário, Sr. Presidente, um outro projeto também que vai beneficiar os servidores, os escreventes técnicos do Judiciário. Um projeto que eu apresentei em 2018, que é o PLC 3/18, que autoriza o Tribunal de Justiça a instituir o nível universitário para os escreventes técnicos do Tribunal de Justiça, como fizemos em relação aos nossos colegas oficiais de Justiça alguns anos atrás. É a mesma reivindicação. A reivindicação é a mesma, o teor do projeto é o mesmo.

O projeto que eu encaminhei já foi aprovado em todas as comissões e está com o requerimento de Urgência aprovado. Então nós podemos aprovar dois projetos para ajudar de fato o Tribunal de Justiça, Sr. Presidente.

Agora, aprovar o 752 não dá. Peço ainda aos deputados que querem ajudar de fato o Judiciário que votem também no nosso PDL, o PDL que eu apresentei, o PDL nº 21, de 2023, que revoga o Decreto n.º 67.520, de 2023, Sr. Presidente.

Tenho feito essa denúncia exaustivamente, que é o Decreto que dá isenção fiscal para o setor de embalagens metálicas. É um decreto do Tarcísio de Freitas agora, recente, um decreto estranho, que vai reduzir drasticamente o ICMS de 18 para 3% para esse setor. Vamos perder mais de 345 milhões de reais por ano.

Ao mesmo tempo que eu apresentei o PDL, eu também já ajuizei uma ação popular no próprio Tribunal de Justiça. Espero que se a nossa ação vingar, e o Decreto for derrubado, ou pela Justiça, ou pela Assembleia Legislativa, nós vamos ter, Sr. Presidente, 345 milhões de reais a mais no Orçamento.

Então isso é importante, porque vai ajudar os servidores no reajuste. Eu peguei só um setor que está sendo beneficiado. Tem muitos outros, que nós vamos também acionar a Justiça e a própria Alesp para revogar isenções fiscais que beneficiam apenas grandes grupos econômicos, sem que o estado ganhe um único centavo.

Esse dinheiro da renúncia fiscal faz falta para a Educação, para o SUS, para a Assistência Social, faz falta para o reajuste dos servidores públicos. Então nós não vamos votar nesse projeto, no 752.

Nós queremos votar o PLC nº 30, de 2013, da dívida com os servidores do Judiciário, de 10,55; nós queremos votar o nosso PLC nº 3, de 2018, que trata da implantação do nível universitário para os escreventes técnicos do estado de São Paulo; nós queremos votar o nosso PDL nº 21, de 2023, para acabar com essa isenção fiscal desnecessária ao setor de embalagens metálicas.

É isso, Sr. Presidente, e que o Tribunal de Justiça dê um reajuste digno para os servidores do Judiciário. E que o Judiciário peça, que o presidente do Tribunal de Justiça peça, a complementação que ele está dizendo que falta para o governo Tarcísio, que tem o maior orçamento da sua história. São mais de 317 bilhões de reais. Está sobrando dinheiro hoje no cofre estadual.

A questão é a disputa por esses valores e por esse orçamento.

Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças e não havendo mais nenhum orador, eu solicito o levantamento desta sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da última quarta-feira.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 43 minutos.

 

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