18 DE JUNHO DE 2024
87ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: ANDRÉ DO PRADO, VITÃO DO CACHORRÃO, ENIO TATTO, EDUARDO SUPLICY, CARLOS GIANNAZI, GIL DINIZ e OSEIAS DE MADUREIRA
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Abre a sessão às 14h05min. Convoca reuniões conjuntas das seguintes comissões: Constituição, Justiça e Redação, Administração Pública e Relações do Trabalho e Finanças, Orçamento e Planejamento; e Constituição, Justiça e Redação e Finanças, Orçamento e Planejamento, a serem realizadas hoje, às 16 horas.
2 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Cumprimenta a Sra. Regina, mãe do deputado Guilherme Cortez, presente no plenário.
4 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Convoca sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão.
6 - SIMÃO PEDRO
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - VITÃO DO CACHORRÃO
Assume a Presidência.
8 - LECI BRANDÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - PRESIDENTE VITÃO DO CACHORRÃO
Parabeniza a atuação do deputado Guilherme Cortez. Cumprimenta o vereador Diego Protetor, presente no plenário.
10 - GUILHERME CORTEZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - ENIO TATTO
Assume a Presidência.
12 - VITÃO DO CACHORRÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
13 - ANDRÉA WERNER
Por inscrição, faz pronunciamento.
14 - VITÃO DO CACHORRÃO
Para comunicação, faz pronunciamento.
15 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Para comunicação, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
16 - EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência.
17 - ENIO TATTO
Por inscrição, faz pronunciamento.
18 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Por inscrição, faz pronunciamento.
19 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
20 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
21 - GIL DINIZ
Assume a Presidência.
22 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
23 - OSEIAS DE MADUREIRA
Por inscrição, faz pronunciamento.
24 - OSEIAS DE MADUREIRA
Assume a Presidência.
25 - GIL DINIZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
26 - GIL DINIZ
Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.
27 - PRESIDENTE OSEIAS DE MADUREIRA
Defere o pedido e suspende a sessão às 15h50min.
ORDEM DO DIA
28 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h36min. Coloca em votação e declara aprovados, separadamente, os requerimentos de criação de comissão de representação dos deputados: Thiago Auricchio e Delegado Olim, com a finalidade de acompanhar os trabalhos do XII Fórum Jurídico de Lisboa, entre os dias 25 e 28/06, em Portugal; Andréa Werner, com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa de São Paulo, em audiência pública conjunta das comissões de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e comissão de Saúde da Câmara dos Deputados para debater os casos reiterados de cancelamentos unilaterais de planos de saúde de pessoas com deficiência e doenças graves pelas operadoras de planos privados de assistência à saúde, no dia 25/06, em Brasília; e André Bueno, com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa de São Paulo no Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política e na Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil, nos dias 24 e 25/06, em Brasília.
29 - MARINA HELOU
Para comunicação, faz pronunciamento.
30 - PAULO FIORILO
Para comunicação, faz pronunciamento.
31 - PAULO FIORILO
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
32 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 19/06, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 16 horas e 50 minutos. Levanta a sessão às 16h40min.
* * *
-
Abre a sessão o Sr. André do Prado.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Havendo número
regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus iniciamos
os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão
anterior e recebe o Expediente.
Antes de dar início ao Pequeno
Expediente, convoco as Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do disposto
no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento
Interno, para uma reunião conjunta das comissões de Constituição, Justiça e
Redação, Administração Pública e Relações do Trabalho, Finanças, Orçamento e
Planejamento, a realizar-se hoje, às 16 horas, no Salão Nobre Deputado Campos
Machado, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 389, de 2024, de
autoria do Sr. Governador.
Também convoco as Sras. Deputadas e
Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”,
combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, para uma reunião conjunta
das comissões de Constituição, Justiça e Redação, Finanças, Orçamento e
Planejamento, a realizar-se hoje, às 16 horas, no Salão Nobre Deputado Campos
Machado, com a finalidade de apreciar os seguintes projetos.
Item 1. Projeto de lei Complementar nº
32, de 2024, de autoria do Sr. Governador.
Item 2. Projeto de lei nº 390, de 2024,
de autoria também do Sr. Governador.
Dando início ao Pequeno Expediente,
pela lista de oradores inscritos, com a palavra, deputado Dr. Jorge do Carmo.
Ausente. Deputado Reis. Ausente. Deputado Donato. Ausente. Deputado Rui Alves.
Ausente. Deputado Gil Diniz. Ausente.
Deputado Carlos Giannazi, com a palavra
pelo tempo regimental no Pequeno Expediente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado André do Prado, Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia.
Sr. Presidente,
na sexta-feira passada o secretário da Educação, Renato Feder, fez uma live. E
ontem a Secretaria da Educação publicou praticamente três resoluções, versando
sobre a questão da contratação dos professores, sobre a recondução dos
professores categoria “O”. Falou também sobre esse processo seletivo
simplificado, simplificado seletivo.
Sr. Presidente,
eu queria dizer que é um absurdo o que nós ouvimos na live do secretário Renato
Feder. Primeiro, do que ele não disse também. Não fez nenhuma menção ao
pagamento do piso nacional do Magistério, que já foi reajustado pela portaria
do MEC em janeiro.
E até agora,
nós estamos já indo para o final de junho, e até agora o governo estadual não
fez o reajuste, não cumpriu a Lei nº 11.738, de 2008, lei federal que
estabelece o valor do piso nacional do Magistério.
Além disso, não
disse nada também sobre o reajuste dos profissionais da Educação, que estão com
salários arrochados e defasados em todos os níveis. Nada disso foi mencionado
nessa famigerada live do secretário da Educação. Ele fez apologia, novamente, à
ditadura e à máfia das plataformas digitais, que beneficiam apenas as empresas
que vendem para a Secretaria da Educação.
Essas
plataformas são vendidas por valores milionários. Tem plataforma que custa 70
milhões de reais, e por um tempo determinado, porque depois tem que renovar o
contrato com a plataforma. E são plataformas que retiram brutalmente a
autonomia pedagógica das professoras e professores.
Transformam o
Magistério, professores e professoras em apenas monitores, em robôs, Sr.
Presidente, dessas plataformas, de tutores na verdade, dessas plataformas. E
essas plataformas têm prejudicado a aprendizagem dos nossos alunos.
Mas, depois
continuou o show de horrores da live do secretário, quando, por exemplo, ele
falou sobre a recondução dos professores da categoria “O”, agora no final do
ano. Então, ele estabeleceu ali alguns critérios para que esse professor seja
reconduzido para trabalhar na mesma escola.
Um dos
requisitos é que esse professor tenha 95% de presença em sala de aula. Mesmo
que ele tenha uma doença, que ele tire uma licença médica, isso é descontado,
ele perde os 95 por cento. Se alguém de sua família morre e ele tira uma
licença nojo, por exemplo, ele já está fora desse requisito.
Então, com
todas essas faltas, esses afastamentos que, em geral, são por força maior, Sr.
Presidente, por conta, sobretudo, de doença, de afastamento com licença médica,
o professor já perdeu a possibilidade.
Tem os
critérios, tem que participar desse Programa Multiplica, tem que ter o registro
100% no seu diário de classe, mas ele depende da internet, do Wi-Fi, depende do
computador, para fazer isso. Depende das condições de internet, das condições
eletrônicas que, em geral, não são dadas a esse professor.
Mas mesmo que
ele atinja todos os requisitos, Sr. Presidente, Srs. Deputados e Deputadas, no
final, quem vai decidir se ele vai ser reconduzido ou não, vai ser o diretor ou
a diretora da escola. Olha só o absurdo, a chantagem, que o secretário está
fazendo com o Magistério Estadual. E nós não podemos aceitar, Sr. Presidente.
Ele ainda
ressuscita novamente a provinha, aquela famigerada provinha que nós já tínhamos
derrotada lá atrás - há alguns anos atrás -, para o ingresso dos professores da
categoria “O”; isso em detrimento da avaliação do tempo de serviço. Ele
resgata, novamente, Sr. Presidente, a videoaula, que prejudicou imensamente uma
boa parte das pessoas que prestaram o último concurso.
Por fim, Sr.
Presidente, nós estamos preocupados - para concluir -, com uma nova demissão em
massa de professores que terão os seus contratos vencidos, os contratos de
2021.
Eu apresentei
já, dois projetos de lei, o PLC nº 1, de 2024, que prorroga esses contratos de
2021 e o meu PLC nº 24, de 2015, este já pronto para votação em regime de
urgência, que acaba com a interrupção dos contratos, com a quarentena e com a
duzentena.
Então a
Assembleia Legislativa tem uma oportunidade importante de resolver essa questão
e colocar fim ao término desses contratos, Sr. Presidente, que tem prejudicado
imensamente os professores da categoria “O” e os nossos alunos. Por isso que
nós queremos exigir que o governo não cancele os contratos de 2021 e que faça
prorrogação.
Porque isso é
possível através da Assembleia Legislativa, ou aprovando os nossos projetos,
que já estão tramitando aqui na Assembleia Legislativa - eu mesmo tenho dois,
tem deputados que tem outros.
Ou que o
governo, que a Seduc, encaminhe um projeto de lei prorrogando esses contratos
de 2021 e chame todos os aprovados, Sr. Presidente, do concurso. E não fique
elaborando provinha seletiva para precarizar ainda mais a contratação de
professores.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos para o Pequeno Expediente, com a
palavra, o deputado Paulo Fiorilo, ausente. Com a palavra, deputado Enio Tatto,
ausente. Deputado Conte Lopes, ausente. Deputado Luiz Claudio Marcolino,
ausente. Deputado Major Mecca, ausente. Com a palavra, o deputado Eduardo
Suplicy.
Antes, porém, Dr. Eduardo Suplicy, que
se dirige à tribuna, quero dizer que está entre nós, com muita honra, a dona
Regina, que é mãe do nosso deputado Guilherme Cortez. Seja sempre bem-vinda,
dona Regina. (Palmas.)
Com a palavra, deputado Eduardo
Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Bem-vinda, Dra. Regina, tem um filho que tem sido um
ótimo deputado, com uma energia fantástica.
Prezado,
presidente André do Prado, Sras. Deputadas e Srs. Deputados. Na próxima
quinta-feira, a partir das 10 horas, a Frente Parlamentar da Cannabis Medicinal
e do Cânhamo Industrial da Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo, coordenada
pelo nosso querido Caio França, realizará a segunda audiência do ano no
Auditório Teotônio Vilela para discutir um tema de extrema importância para a
Saúde pública e para o bem estar da nossa sociedade: a cannabis medicinal e a
redução de danos, que é uma abordagem de Saúde pública que busca minimizar os
efeitos negativos associados ao uso das drogas, sem necessariamente exigir
abstinência completa.
A programação
contará com a presença de especialistas que desenvolvem pesquisas com pessoas
que fazem uso de substância psicoativas, além dos relatos de pessoas com uso
problemático de drogas que utilizam a cannabis como estratégia de redução de
danos e que tiveram suas vidas transformadas a partir do uso terapêutico da cannabis.
As pessoas
convidadas são a mestre e doutora pela Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo,
professora da Universidade de Brasília e coordenadora do Centro de Referência
sobre Drogas e Vulnerabilidades Associadas, Andrea Gallassi,
que fará a sua abordagem sobre o tratamento da dependência, especialmente do
crack, com o canabidiol.
Na mesma linha,
Janaina Rubio Gonçalves, doutora em Saúde Coletiva
pela Unifesp, coordenadora do Núcleo de Ensino e Pesquisa do Centro de
Convivência É de Lei, discutirá o uso de cannabis para pessoas que fazem uso de
crack e seus atravessamentos sociais.
O redutor de
danos pelo Centro de Convivência É de Lei e articulador social, Cleiton
Ferreira, compartilhará sua experiência com o uso do óleo do canabidiol para
vencer a dependência ao uso de outras substâncias.
A escritora
Priscila Santos e o coordenador do projeto Pão do Povo de Rua, Ricardo Mendes,
pessoas que estiveram em situação de rua e ex-usuários
de drogas, também contribuirão com seus relatos e experiências sobre como a
prática da redução de danos transformou as suas vidas. Então, avalio que isso
será muito significativo.
Sr.
Presidente,
gostaria aqui de assinalar algumas notícias que são de preocupação. Uma é que “um levantamento
feito pela Defensoria Pública de São Paulo a partir de audiências de custódia
mostrou que na metade das ocorrências os policiais militares do Estado não
acionaram câmeras corporais.
O
sistema atual de filmagem a partir do equipamento fixado na farda dos PMS grava
continuamente, porém, o som só é registrado caso o agente acione o equipamento,
o que deve ser feito em caso de ocorrência.
Foram
analisadas 96 audiências de custódia entre os dias dez de janeiro e três de
junho de 2024. Em 58% dos casos, totalizando 56 pedidos, os batalhões não
enviaram as imagens solicitadas à Defensoria. Ao todo, foram enviados pedidos a
29 batalhões da Polícia Militar.
Em
relação aos 40 casos em que houve resposta, foram identificadas oito situações
em que os policiais tiraram as câmeras dos uniformes e quatro em que os agentes
tentaram encobrir o equipamento, evitando o registro das ações.
Em
11 casos, a Defensoria avaliou que
houve violência durante as abordagens policiais. A reportagem da ‘Agência
Brasil’ entrou em contato com a Secretaria de Estado de Segurança sobre o
levantamento da Defensoria e aguarda resposta.”
Eu
avalio, Sr.
Presidente,
que é preciso ter um melhor cumprimento das ações relativas ao uso das máscaras
pela Polícia Militar.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra o deputado Jorge Wilson.
Ausente. Deputada Dani Alonso. Ausente. Deputado Dr. Olim. Ausente. Deputado
Rafael Saraiva. Ausente. Dr. Elton. Ausente. Deputado Rogério Santos. Ausente.
Deputada
Carla Morando. Ausente. Deputado Carlos
Cezar. Ausente. Deputada Maria Lúcia Amary. Ausente. Deputado Lucas Bove.
Ausente. Deputado Tomé Abduch. Ausente. Deputada Professora Bebel. Ausente. Deputado
Paulo Mansur. Ausente. Deputada Thainara Faria. Ausente. Deputado Caio França.
Ausente.
Passaremos
agora para a lista suplementar dos oradores inscritos para o Pequeno Expediente.
Deputado Jorge Wilson. Ausente. Deputado Luiz Claudio Marcolino. Ausente. Deputada
Professora Bebel. Ausente. Deputado Carlos Cezar. Ausente. Deputada Ediane
Maria. Ausente. Deputado Valdomiro Lopes. Ausente. Com a palavra o deputado
Simão Pedro.
Antes, porém
peço permissão ao deputado Simão Pedro para convocar as Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, nos termos Art. 100, Inciso I, do Regimento Interno, para uma sessão
extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término da presente sessão,
em cumprimento ao interstício mínimo previsto no § 3º do Art. 100 do Regimento
Interno, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:
*
* *
- NR - A Ordem do Dia para a 31ª Sessão Extraordinária foi
publicada no D.O. de 19/06/2024.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com
a palavra o deputado Simão Pedro.
O SR. SIMÃO PEDRO - PT
- SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sr. Presidente, André do Prado, Sras. Deputadas
e Srs. Deputados, público que nos acompanha pela TV
Alesp, pela internet, senhoras e senhores funcionários aqui da Casa que nos
acompanham.
Sr. Presidente, me inscrevi hoje para falar, embora não seja um assunto
estadual, mas é um assunto de grande repercussão nacional, que interessa todas
as pessoas e famílias, que é esse PL 1.904, de 2024, do deputado Sóstenes Cavalcante do PL do Rio de Janeiro, que ganhou o apelido,
ganhou o nome de “PL do Estupro”.
Esse
PL foi neste fim de semana repudiado com grandes manifestações no Brasil
inteiro, com destaque aqui para São Paulo, Avenida Paulista, mas no Rio de
Janeiro, Brasília, em outras capitais. É um projeto, deputada Leci Brandão...
Eu
já deixo clara aqui minha posição sobre isso. Sou contra o aborto. Tenho dois
filhos, minha mãe, nós somos em onze irmãos, minha mãe e meu pai tiveram 30
netos, ou seja, nós somos de uma família tradicional muito grande.
Mas
eu sou a favor do que hoje determina a nossa Constituição e as normas jurídicas
no Brasil, que permite a interrupção da gravidez em três casos: se a mulher
corre risco de vida, é uma decisão, assim, sensata; se a criança vai nascer anencefálica,
ou seja, sem cérebro, ou seja, não vai ter vida; e nos casos de estupro, uma
gravidez resultante de um caso de estupro, que é um crime hediondo, que nós
todos repudiamos.
Mas
esse projeto do Sóstenes Cavalcante, que é um
deputado ligado ao pastor Silas Malafaia - que promove essas grandes
manifestações a favor, inclusive, do Bolsonaro -, ele quer comparar quando a
mulher, a criança no caso, que recorre à interrupção da gravidez, no caso de
estupro, passou de 22 semanas, penalizá-la como se fosse um crime pior do que o
próprio estupro.
Então,
assim, uma coisa que foge à racionalidade da nossa civilização. É evidente que
nós sabemos que por trás dessa iniciativa do deputado, de forçar a barra para
que o projeto entre em votação, desta decisão do presidente Arthur Lira,
principalmente da Câmara dos Deputados, de pautar o projeto em regime de
urgência, ou seja, sem debater nas comissões, tem muito a ver com as
articulações ali para a eleição da Presidência da Mesa futura, que o mandato do
presidente termina em janeiro, tanto na Câmara, quanto no Senado.
Mas estão
usando as crianças que são estupradas no Brasil e são milhares de casos todos
os meses. É uma coisa assim, repugnante. Agora, comparar família, o médico que
ajudou essa criança, dentro do que permite a lei hoje, compará-la como se fosse
um crime de estupro é insensato.
Então estão
certas as mulheres, as famílias, as pessoas que estão se manifestando pela
retirada desse projeto, porque, veja bem, é muito raro acontecer no Brasil um
aborto fruto de estupro quando já passaram 22 semanas.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Vitão do Cachorrão.
* * *
É muito raro
acontecer, porque as mulheres que sofreram a agressão do estupro, adultas, elas
procuram rapidamente a polícia, e procuram rapidamente os médicos. Jamais elas
vão deixar chegar a 22 semanas para procurar o apoio médico para fazer a
interrupção da gravidez. Agora, no caso da criança, não. A criança, às vezes,
não sabe lidar com as mudanças no seu organismo. Elas têm vergonha de contar
para o pai e para a mãe.
Então é
evidente que em alguns casos se chega no caso do estupro contra a criança de passar
ou se aproximar desse tempo. Vamos ser sensatos e sinceros: só Deus sabe quando
começa a vida.
Eu não sei, o
deputado Malafaia não sabe, e esse deputado, Sóstenes
Cavalcante, também não sabe. Mas a lei determina que neste caso é permitida a
interrupção de gravidez, porque a criança, às vezes, olha o caso daquela
criança do Espírito Santo, com dez anos, estuprada por um tio.
Ou seja, ela
não tem estrutura física para suportar uma gravidez. Mas o que eles querem?
Determinar esse prazo de 22 semanas para depois começar com todas as ações
jurídicas, pressão sobre o hospital, etc., para que esse prazo supere, e
obrigando a criança a suportar uma gravidez.
Então é de uma
crueldade esse projeto. O que a gente pede é: deixem as mulheres e as crianças
estupradas fora dessas negociatas em função da eleição da Mesa Diretora da
Câmara dos Deputados e do Senado.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS
- Obrigado, deputado Simão Pedro. Seguindo a lista no Pequeno Expediente dos
oradores, deputada Leci Brandão. Tem o tempo regimental de cinco minutos.
A
SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta
Casa, sempre acreditei que política deve ser feita em qualquer lugar. Mas a
rua, onde o povo de expressa de forma direta, é o lugar onde a política assume
a sua forma mais legítima.
No último final
de semana, as ruas foram palco para manifestações importantíssimas das mulheres
deste País, que disseram com firmeza e convicção o que querem e o que pensam
desse projeto absurdo, violento e inescrupuloso, que é o PL nº 1904, de 2024,
conhecido como o PL do estupro. Inclusive, o deputado que me antecedeu,
deputado Simão Pedro, falou de uma forma muito verdadeira sobre tudo isso.
Esse projeto
propõe a criminalização da interrupção da gravidez quando acima de 22 semanas,
equiparando ao homicídio. É um atentado ao direito das mulheres e meninas. Nós
todos sabemos que uma gravidez que precisa ser interrompida tardiamente
refere-se a situações que acontecem especialmente com crianças e adolescentes
que foram abusados.
Portanto, quero
aqui manifestar todo o nosso apoio aos movimentos sociais e todas as mulheres
que foram, que permanecem nas ruas, para dizer em alto e bom som que criança
não é mãe e estuprador não é pai.
Também
quero usar o espaço desta tribuna para registrar que no último sábado, dia 15,
participamos de um encontro com um deputado federal e pré-candidato à Prefeitura
de São Paulo, Guilherme Boulos, do PSOL, diversos representantes de coletivos e
organizações do Movimento Negro.
Foi
muito bom ver as pessoas reunidas com disposição para construir uma São Paulo
mais acolhedora, com qualidade de vida para todos e principalmente sem racismo.
No
domingo, dia 16, estivemos com muito prazer na 22ª Festa do Rosário da Igreja
de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, lá na Penha, onde é realizada
uma missa campal e acontece o encontro das congadas. Parabéns a todas as congadas
que lá estiveram.
Quero
também aproveitar este momento aqui na tribuna para parabenizar a dona Regina,
que é a mãe do nosso querido amigo e deputado do PSOL Guilherme Cortez, que tem
tido nesta Casa aqui uma atuação fantástica.
Ele
que é um deputado jovem nesta Casa e que tem muita consciência e que tem um
respeito muito grande pelos outros parlamentares. Parabéns, viu, Guilherme? Parabéns
a sua mãe também. Agradeço a todos a acolhida que recebi de todas as pessoas
nesses dois encontros.
Muito
obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS -
Eu que agradeço, deputada Leci Brandão, grande amiga. Também dou os parabéns ao
meu amigo Guilherme Cortez, um jovem de primeiro mandato que tem feito um excelente
trabalho. Guilherme Cortez, eu também deixo os meus parabéns.
Seguindo a
lista dos oradores, deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Itamar Borges.
(Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Capitão
Telhada. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista.
(Pausa.) E deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.)
Só uma pequena
correção. Deputado Guilherme Cortez, foi feita uma troca aqui com autorização.
Ele que errou aqui na lista, isso acontece. Quero antes das palavras do
deputado Guilherme Cortez, de ele usar o seu tempo, agradecer aqui a presença,
Guilherme Cortez, do vereador Diego Protetor.
Trabalha muito
na causa animal e eu também estou junto com ele aí em todo o estado fazendo a
castração gratuita com o castramóvel de cães e gatos com microchipagem
e medicamento gratuito, Andréa Werner, para o povo.
O povo não tem
condições de ir até o Estado. Tem que melhorar e levar o castramóvel também nos
municípios. Parabéns, Diego Protetor. Guilherme Cortez, meu grande amigo, tem o
tempo regimental de cinco minutos.
O SR. GUILHERME CORTEZ
- PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, presidente, grande amigo deputado Vitão
do Cachorrão, todos os deputados que estão aqui presentes, servidores desta Casa,
quem nos assiste da galeria, da rede Alesp e daqui da galeria de honra, nosso
vereador, amigo, muito bem acompanhado pelo deputado Vitão e minha mãe, que
hoje está dando a honra de estar aqui no plenário acompanhando esta sessão.
Presidente,
lamentavelmente me cabe o papel de vir aqui denunciar mais um caso de violência
contra uma pessoa LGBT, um assassinato motivado pelo ódio, pela intolerância no
nosso País.
Toda
vez que eu tenho que fazer essa função de cima desta tribuna eu faço com o
coração partido, porque desde que eu estou no mandato, eu canso de repetir que
o Brasil é o País mais violento contra a população LGBT no mundo e é revoltante
que a gente, prestes a completar um ano e meio de mandato, pouco esta
Assembleia tem avançado para mudar essa realidade.
Na
semana passada, mais um jovem gay foi assassinado com requintes de brutalidade
numa emboscada, depois de marcar um encontro através de um desses aplicativos
de relacionamento.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Enio Tatto.
* * *
O
nome desse jovem era Leonardo Rodrigues Nunes, conhecido pelos seus familiares
e amigos como Léo. Na semana passada, após ele fazer algo que a maioria das
pessoas faz de maneira despretensiosa e que não deveria representar nenhum
risco para qualquer pessoa, que é marcar um encontro através de um desses
aplicativos que hoje muita gente usa... Mas, quando você é uma pessoa gay,
quando você é LGBT, você não está seguro em nenhuma atividade, nem quando você
está procurando uma relação.
Lamentavelmente,
o Léo foi vítima de uma emboscada, e esse caso não é o primeiro que a gente tem
com essas características. Na verdade, a gente já tem registro de vários casos
semelhantes contra homens gays que marcam esses encontros e que são vítimas de
emboscadas, são roubados, desaparecem ou são assassinados.
A vítima da vez
foi o Léo, o que deveria partir o coração e colocar em estado de alarme não só
a mim ou aos deputados que são LGBT nesta Casa ou que são solidários, que
apoiam a luta do movimento LGBT, deputado Vitão, mas qualquer deputado deveria se
sensibilizar como se fosse seu filho, como se fosse um amigo, como se fosse
alguém que conhecia.
Deveria pensar
o que esta Assembleia pode fazer para que mais Léos não precisem morrer, para que as pessoas gays,
lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais possam ter o mesmo direito
assegurado de viver a sua vida plenamente, de usar o transporte público, de
utilizar o sistema público de saúde, de educação, de marcar um encontro através
de uma rede social sem ter medo de sofrer com a violência, com o ódio, e
desaparecer ou ser assassinado.
Infelizmente,
essa é a realidade a qual é relegada à população LGBT do Brasil. Infelizmente,
o Léo não foi o primeiro caso. Se nada mudar, ele não vai ser o último, porque
outras pessoas como ele vão ter que ficar inseguros e vão ser vítimas de
violências semelhantes.
De imediato,
quando a gente soube dessa notícia, eu oficiei a Secretaria de Segurança
Pública, o secretário Guilherme Derrite, e também denunciei ao Ministério
Público exigindo celeridade nas investigações sobre esse caso, mas também sobre
os outros casos semelhantes, porque a gente precisa saber se existe uma
quadrilha que se articula para cometer esse crime de forma reincidente com
outras pessoas e deter a ação desses grupos.
Eu estou
protocolando, hoje, uma Comissão Parlamentar de Inquérito aqui nesta Assembleia
para que a gente possa investigar, porque a Assembleia Legislativa não pode
ficar silente, não pode ficar em silêncio.
A gente tem
grupos de ódio, tem gangues organizadas com o objetivo de emboscar e assassinar
pessoas, sejam quem essas pessoas forem. Muito menos motivado pelo ódio, pela
intolerância, a gente não pode permitir que o nosso País, que o nosso Estado,
chegue a esse ponto.
Por isso, eu
quero contar com a colaboração de todos os parlamentares desta Casa para que
possam assinar o nosso pedido de CPI e para que esta Casa possa cumprir o seu
papel de investigar a reincidência desses crimes, mas, sobretudo, quais políticas
públicas o estado de São Paulo precisa criar para proteger a população LGBT.
A gente também
está enviando um requerimento de informação para a Secretaria de Segurança
Pública cobrando informações sobre os boletins de ocorrência que foram
lavrados, sobre as informações que se tem até hoje sobre o caso do assassinato
do Léo, mas também os outros casos semelhantes, e estamos oficiando todos esses
aplicativos de relacionamento que a gente tem para que eles prestem informações
sobre quais são os mecanismos de segurança, porque se eles são empresas que
prestam serviço para os consumidores, para os usuários, eles também não podem
lavar as mãos e deixar as pessoas que utilizam os seus serviços à deriva, em
situação de total insegurança.
É necessário
que esses aplicativos também sejam responsabilizados e também sejam cobrados na
responsabilidade para ter políticas de segurança, para garantir a proteção
dessas pessoas. Mas quero utilizar esta tribuna para fazer um apelo que tomou
as redes sociais ao longo dos últimos dias, de justiça para Leonardo.
Para o
Leonardo, para todas as vítimas da homofobia, da LGBTfobia neste País tão
violento contra a nossa população, e que a gente não tenha mais nenhum caso
como esse. Que outros Leonardos não precisem ser
perdidos, deixar os seus amigos, deixar os seus familiares vítimas da
violência, da indiferença, da intolerância e do ódio.
Mas isso só vai
acontecer quando as pessoas que tiverem nas posições de poder, no Poder
Público, em lugares como nós estamos agora, na Assembleia Legislativa de São
Paulo, cumprirem todas o seu papel de legislar, de criar políticas públicas, de
efetivar as leis que a gente tem no nosso País e no nosso Estado, porque o
Poder Público não pode ser negligente com uma situação de intolerância, de discriminação,
de violência, muito menos com um grupo organizado para perseguir e para
assassinar pessoas por conta da sua orientação sexual.
Chamo todos os
deputados a assinarem essa CPI, mas, acima de tudo, para que a gente possa sair
dessa legislatura podendo dizer que a gente avançou nas políticas públicas e
nos mecanismos para proteger a população LGBT.
Justiça para
Léo. Parem de nos matar. E que a gente possa colocar um fim nessa onda de ódio
e de intolerância que a gente tem no estado de São Paulo e proteger a vida das
pessoas LGBTs, porque as nossas vidas também importam.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ENIO TATTO - PT - Obrigado,
nobre deputado Guilherme Cortez. Dando prosseguimento aos oradores do Pequeno
Expediente, nobre deputado Vitão do Cachorrão. Tem V. Exa. o tempo regimental
de cinco minutos.
O
SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente. Que Deus
abençoe a todos. Agradecer primeiro a Deus por mais um dia de saúde, mais um
dia em que Deus deu condições de a gente estar aqui trabalhando. Independente
da religião, sem Deus a gente não é nada.
Tenho certeza
de que a mãe do Guilherme Cortez ficou muito feliz, teve muito orgulho de ver
um menino tão jovem, que trabalha tanto aqui pelo povo, que tem uma excelente
oratória.
Como é bacana!
É tão difícil chegar aqui. Toda autoridade é constituída por Deus, não é mesmo,
deputados? Sua mãezinha está aqui, dei um abraço, tive o prazer de dar um
abraço na sua mãe. Que Deus continue abençoando muito a sua família.
Quero agradecer
aqui o secretário Leodir Ribeiro, que é
diretor-executivo da Agência Metropolitana de Sorocaba. Fui falar com ele, ele
me mostrou o projeto, colocou o mapa sobre o Trem Intercidades.
A gente está
cobrando. O governador tem falado de Campinas a São Paulo e tem falado também
de Sorocaba também a São Paulo. Só que a gente está oficializando. Sorocaba
implora e não está esquecida.
Conversando com
o Leodir, esse é um veículo leve e moderno, elétrico,
não poluente, que prevê investimento de um bilhão e meio na primeira fase,
gerando empregos e renda. Também estou lutando ali, além de Sorocaba a São
Paulo, para que vá até Salto, até Votorantim, até Itu, até Iperó.
Esse projeto
estava parado desde 2013. Resumindo: entrava um governo... Aliás, infelizmente
ficou 28 anos o mesmo governo, e não saía do papel. Já foi feita uma
verificação da área, os engenheiros já estão trabalhando, já foi dado o pontapé
inicial e, em breve, Sorocaba e muitas cidades do interior vão ter o trem de Sorocaba
a São Paulo, que vai ajudar muito o trabalhador.
Quero aqui
também falar em nome de todos os servidores, que são muito especiais.
Desconta-se da folha do pagamento deles. Eu recebi alguns servidores lá no
escritório em Sorocaba. Ontem eu atendi o dia todo, bem no Mercado Municipal,
onde é nosso escritório. Atendemos mais de 100 atendimentos presenciais. E o
que aconteceu?
Quero agradecer
à Maria das Graças, que é do Iamspe. Me recebeu muito bem. Já tivemos uma
reunião sobre a cidade Itapetininga. Vou falar, porque é da região de Sorocaba.
A gente já pediu para que fizesse não só...
Que marcasse só
o agendamento, mas também o que está acontecendo é que eles não estão marcando
consulta. Como é que pode você ter a consulta agendada, mas você precisa passar
pelo médico para você saber o que você precisa?
Então, está
descontando do servidor, do professor, do profissional de saúde. Quem é
servidor é obrigado a ter o Iamspe e ele não está tendo o tratamento. Só no
interior, lá em Itapetininga, atendem mais de 50 mil pessoas, 10 mil pessoas ao
mês, fora as outras cidades, Itapeva, Itararé. E eles fizeram um apelo pedindo.
Eu tenho a
certeza... Fui bem recebido pela Maria das Graças. Prometeu também, já estava
em andamento que atendesse o Iamspe na Santa Casa de São Roque e até agora não
começou. Então, é legal, é bacana ter uma reunião, a gente está aqui para
ajudar o governo, para ouvir.
Só que não pode
ficar, deputado, descontando da sua folha, e a sua mãe precisar de um socorro
na cidade, não ter uma UTI no interior e a sua mãe ter que vir para São Paulo
passar com um médico. Isso não existe.
Todas as áreas
têm ajustes que estão sendo feitos. Amanhã uma equipe será marcada para
conversar lá no Iamspe. Vamos ver o que vai acontecer depois dessa reunião. Tenho
uma reunião amanhã.
Eu falo em
nome, também, do pessoal da Intelimed. Eles fazem
esse serviço em Itapetininga. Itapetininga é 70 quilômetros - tenho certeza de
que os deputados já foram lá -, de Sorocaba.
Agora,
resumindo, mais de 50 mil servidores que estão descontando do pagamento deles e
não estão marcando consultas para eles desde janeiro. Como fica essa situação?
Se eles não passarem por especialistas, eles não ver ter a cura?
Só para
encerrar aqui também, peço e imploro para a Maria das Graças tomar providências
no Iamspe, governador e secretário de Saúde. O servidor não pode ficar sem ter
atendimento e descontando do seu bolso, tendo que vir para São Paulo.
Agradecer aqui,
mais uma vez, para encerrar. Diego Protetor faz um excelente trabalho com
muitas famílias ali, usa suas emendas, faz os pedidos e os requerimentos. Na
Secretaria de Saúde tem a castração gratuita de cães e gatos em Tremembé, mas
ele trabalha por toda região.
A gente está
junto com a castração, com o “Castramóvel”, em todo o estado: castração
gratuita, microchipagem e também medicamento. Mas, o
estado tem que fazer a parte dele, colocar o “Castramóvel” no interior, porque
muita gente não tem condições. O animal é o amor acima de tudo.
Que Deus
abençoe a todos.
O
SR. PRESIDENTE - ENIO TATTO - PT - Obrigado,
nobre deputado Vitão do Cachorrão. Seja bem-vindo Diego Protetor a esta Casa.
Dando continuidade aos oradores inscritos no Pequeno Expediente, nobre deputada
Andréa Werner. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos
A
SRA. ANDRÉA WERNER - PSB
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos e todas colegas. Hoje, dia 18 de
junho, é o dia em que a gente comemora o Orgulho Autista. É uma celebração
mundial.
Em abril,
estive aqui para falar de conscientização, porque o dia 2 de abril é o Dia
Mundial de Conscientização sobre o Autismo, que é diferente, para a gente falar
ainda que autistas existem e o que ainda precisa.
Agora, a gente
está aqui para falar de conquistas e dos espaços que a gente está ocupando. Eu
apresentei o Projeto de lei nº 435, de 2024, que vai ao encontro disso. Muitas
pessoas como eu, que são adultos autistas, ainda vivem dificuldades na
faculdade, no trabalho, no dia a dia.
E autistas
adultos têm uma taxa de suicídios mais alta, em comparação com a população que
não é autista. Esse projeto de lei vai criar grupos de apoio e acampamento para
adultos autistas em equipamentos de saúde mental do estado, uma coisa que anda
faltando demais.
Por meio desse
programa, a gente vai organizar reuniões que vão dar espaço para que essas
pessoas troquem experiências, construam redes de apoio com os seus pares,
tenham acesso a psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais. Também serão espaços
para oferecer informações sobre direitos, serviços e formas de autocuidado. Eu
espero muito, muito mesmo ver esse projeto caminhando aqui, na Casa.
Quando a gente
fala de orgulho, temos que deixar claro que vem como resultado de muita luta
sempre. Eu tenho muito orgulho dos mais de dez anos como ativista ao lado de
muitas mulheres como eu, que são autistas, mães de autistas.
Eu tenho muito
orgulho de cada batalha e, olhe, foi suado e tem sido, contra os planos de
saúde, contra as escolas que negam matrículas para pessoas com deficiência,
contra políticas públicas que invisibilizam pessoas
autistas que precisam de maior suporte.
Eu tenho
orgulho de fazer parte de um grupo de pessoas que é muito diverso. Nesses dez
anos, eu entendi no dia a dia, na prática, nos eventos e nos protestos que,
quando a gente fala autista, a gente está falando de um universo.
Tem gente como
eu, como minha chefe do jurídico, mulheres, mães, tem autista com TDAH, tem
gente que é tipo o meu chefe de comunicação, que é o Thomás,
que é autista, é gay, e jura que não tem TDAH - só ele jura -, tem a Carol
Souza.
Eu queria até
pedir para colocar aqui a arte que eu trouxe, de algumas pessoas autistas que
valem a pena vocês seguirem: a Carol Souza, que tem esse Instagram “autistando”, que ela fala através da comunicação
alternativa, ela é formada em Pedagogia; tem o Tio Faso, que é pai de autista,
autista e designer de software; tem a Livon, que é
cantora e compositora; o Nicolas Brito Sales, que é fotógrafo e escritor; o Lucas
Atípico, que é psicólogo; o William Chimura, que é
professor da Academia do Autismo, é programador, é palestrante; a Tamires Cipriani, que, além de ser mãe de autista, também é autista
e é assistente terapêutica. Enfim, gente, são pessoas muito diversas. Todas essas
pessoas estão no Instagram, nas redes sociais.
Sigam
criadores de conteúdo autistas e sempre questionem quando alguém aparecer
dizendo “Eu represento os autistas”, “A minha entidade representa os autistas”,
porque somos muitos e somos muito diferentes - advogados, médicos, professores.
Somos um em cada 36 pessoas, de acordo com a estatística americana.
Para
quem está assistindo aí em casa agora, você provavelmente estudou com uma
pessoa autista, você trabalha com uma pessoa autista, porque há muito autista
por aí, e há muito mais diversidade aí.
O
meu filho é autista, tem 16 anos. Ele não fala, tem deficiência intelectual.
Ele começou a ser alfabetizado só há três anos. Ele sofre mais com o calor,
porque tem muita sensibilidade sensorial. Ele precisa de bem mais suporte do
que eu, mas isso não quer dizer que ele é muito mais autista do que eu. Não é
uma escala que vai de 1 até 10, e é sempre importante a gente reforçar que o
que uma pessoa faz ou deixa de fazer não quer dizer que ela tem mais valor ou
menos valor.
O
valor de ninguém está condicionado ao tanto de autonomia ou de independência
que tem e muito menos ao que consegue ou não fazer. Isso é uma noção
capitalista demais para mim.
O
fato de ele precisar de mais ajuda nas tarefas do dia a dia, o meu filho, de
demorar mais para aprender alguma coisa, não quer dizer que ele é muito mais
autista do que os outros, nem que eu sou menos autista do que ele. Não quer
dizer que alguém tem o direito de olhar para ele e dizer que ele não precisa de
suporte só porque há autistas tipo eu, que não precisam do mesmo tipo de
suporte.
A
mesma coisa com a Carol. Ela também precisa de suporte, usa comunicação
alternativa, mas isso não quer dizer que é só pegar o que funcionou para a
Carol e aplicar para o Teo e vice-versa. Nós,
autistas, temos orgulho de sermos únicos, e a nossa luta é para que a gente
seja visto assim.
O
Dia de Orgulho Autista é um momento para a gente mostrar que não somos uma
massa uniforme atrás de um rótulo. Não vamos aceitar abordagens que ignoram que
somos indivíduos. A gente vai continuar lutando para que a escola para as
crianças e adolescentes tenha a acessibilidade adequada às necessidades de cada
um, como está previsto em lei, que inclusive no Brasil, é a Constituição.
O
Art. 2 da Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência é claro. O desenho
universal não excluirá as ajudas técnicas para grupos específicos de pessoas
com deficiência quando necessário.
Ele
não elimina as adaptações razoáveis. E a gente complementa com o Art. 5, que
diz: “Medidas específicas que forem necessárias para acelerar ou alcançar a
efetiva igualdade das pessoas com deficiência não serão consideradas
discriminatórias”.
Esse
texto tem status de emenda constitucional aqui no nosso País, mas tem gente por
aí dizendo que dar suporte para autista exclui. Se o
aluno não precisa de nada, beleza.
Se
o aluno precisa de um acompanhante especializado que o acompanhe o tempo
inteiro na aula, beleza também. Pode ser que só precise de uma ajuda para comer
ou ir ao banheiro, aí o AVE vai resolver. Pode ser que o suporte no contraturno
já baste.
Para
encerrar, o mesmo vale para todos os espaços. Eu tenho orgulho de dizer que não
há luta difícil demais para mim e para quem está lutando comigo. Eu costumo
dizer que eu não sou incansável, mas eu sou “indesistível”.
Eu tenho orgulho de dizer que a luta só acaba quando os nossos direitos estiverem
garantidos.
Muito
obrigada.
O SR. PRESIDENTE - ENIO TATTO - PT - Obrigado, Deputada
Andréa Werner.
O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Uma
comunicação, presidente? É só uma correção.
O SR. PRESIDENTE - ENIO TATTO - PT - Só anunciando o
próximo orador inscrito, deputado Luiz Claudio Marcolino. Tem V. Exa. o tempo
para uma breve comunicação.
O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Vai ser breve, viu, deputado
Marcolino? É uma correção sobre o Iamspe na região de Itapetininga. Consultas estão
sendo marcadas, só que, desde fevereiro, exames não.
Então mais de
50 mil pessoas de Itapetininga e região estão sem fazer exames, mas eu tenho
certeza de que a Maria das Graças e o pessoal do Iamspe vão resolver essa
situação. Eu imploro por todos.
Muito obrigado,
presidente.
O SR. PRESIDENTE - ENIO TATTO - PT - Obrigado. Tem V.
Exa., por cinco minutos, a palavra, deputado Marcolino.
O SR. LUIZ CLAUDIO
MARCOLINO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Nobre deputado Enio Tatto, presidente desta sessão, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
funcionários e funcionárias desta Assembleia Legislativa, hoje eu estive na
Paulista com dois atos.
O
primeiro ato foi em frente ao Banco Central, justamente questionando a questão
da taxa de juros, que continua prejudicando tanto o setor produtivo como os
trabalhadores e as trabalhadoras do nosso País.
Ao
mesmo tempo, a categoria bancária lança no dia de hoje a sua Campanha Nacional Unificada,
uma campanha salarial, inclusive aproveitando esse ato do Banco Central, e
lançou aqui a sua campanha salarial deste ano.
E o importante
é que os bancários é a única categoria no Brasil hoje que nós temos
praticamente o mesmo acordo coletivo, a mesma convenção coletiva que vale para
os bancários do Rio Grande do Sul até os bancários do Acre.
Eu fui
presidente do Sindicato dos Bancários São Paulo, Osasco e região, de 2004 a
2010. Então, a categoria hoje é muito organizada em todo o País, uma categoria
que tem representações de praticamente quase todas as centrais sindicais: temos
a Central Única dos Trabalhadores, a Intersindical, a CTB, a OGT. Então, é uma
categoria que congrega também uma diversidade de centrais sindicais no País que
nos garante não só uma hegemonia nas relações dos bancários no País, como
também uma categoria organizada.
Então, eu
queria deixar aqui algumas das imagens das atividades de hoje. Nós estivemos
junto aos bancários de São Paulo, todos os trabalhadores também vinculados à
Fetec, bancários de Jundiaí, bancários de Araraquara, de Mogi, bancários de Limeira,
bancários de Taubaté, bancários da cidade de Guarulhos, bancários da cidade do
Vale do Ribeira.
Tivemos
bancários de Assis, bancários de Presidente Prudente, bancários da cidade de
Atibaia. Então, nós tivemos aqui, hoje, uma representação de praticamente quase
todos os bancários do estado de São Paulo, mostrando a unidade na nossa
campanha salarial de 2024.
E a pauta dos
bancários este ano, além da garantia de emprego - que tem sido um debate
permanente entre os bancários -, temos debates sobre saúde mental, participação
dos lucros/resultado, uma proposta de aumento real de 5% para este ano,
valorização dos vales alimentação e refeição - já parabenizando a nossa
presidente do Sindicato dos Bancários, a presidenta Neiva.
Temos também a
Aline Molina, que é a presidente da Fetec, da Federação dos Bancários do Estado
de São Paulo, e a presidente da Contraf, a Juvandia,
três mulheres qualificadíssimas e hoje combativas que estão conduzindo os
bancários nas negociações do estado de São Paulo, dos bancários de São Paulo e
dos bancários do Brasil.
Ainda na pauta,
temos igualdade salarial entre homens e mulheres, manutenção dos direitos,
diversidade, inclusão, um combate ao assédio moral, fim das (Inaudível.) abusivas,
contra a terceirização, por uma jornada de quatro dias.
Hoje os
bancários pertencem a uma categoria que tem aumentado a cada dia mais a
produtividade, com os investimentos que tem em tecnologia, aumentando a
produtividade. E os bancos continuam cobrando tarifas, altos juros dos clientes.
Essa é uma
pauta colocada, a redução das tarifas, a diminuição dos juros hoje para o setor
produtivo, para os trabalhadores e trabalhadoras de todas as categorias. Melhoria
das condições de trabalho, (Inaudível.) do sistema financeiro e ampla defesa
dos bancos públicos.
Então, essas
são algumas das pautas colocadas pela categoria bancária. Lançou-se a campanha
salarial na Avenida Paulista hoje, combinando com o movimento pela redução da
taxa de juros em frente ao Banco Central. Foi encaminhada a pauta de
reivindicação, o comando já senta com a Fenaban.
Sentou hoje com a Fenaban para entregar a pauta de
negociação, e começa a campanha salarial dos bancários.
Os banqueiros é
um setor que ganha muito com as altas tarifas, com juros altos, então é um
setor que pode pagar as reivindicações que os bancários estão apresentando.
Vamos acompanhar a campanha dos bancários durante os próximos meses, e com
certeza esperamos que seja como foi nas campanhas salariais anteriores,
campanhas salariais vitoriosas.
Então, contem aqui
com o meu apoio, do deputado estadual Luiz Claudio Marcolino. Já fui presidente
dessa entidade, sei da importância de ter uma representação dos bancários aqui
no Parlamento Estadual.
E quero
aproveitar também, Sr. Presidente, hoje uma outra categoria importante aqui no
estado de São Paulo, a categoria dos trabalhadores, servidores da Saúde do
estado de São Paulo. O Sindsaúde tem hoje a presidenta, que é a Cleo.
Temos o
Gervásio, a Célia, que são as lideranças que hoje conduzem o sindicato do Sindsaúde
no estado de São Paulo, combinado com os demais dirigentes que estão em todo o
estado de São Paulo.
O Sindsaúde,
que é um sindicato hoje muito importante, completa 35 anos. É um sindicato
ainda novo, um sindicato recente no estado de São Paulo, mas um sindicato muito
combativo. Então, quero deixar aqui os meus parabéns a essa categoria de luta,
essa categoria organizada, a qual eu me identifiquei desde 2.010 quando
construí uma relação aqui no meu primeiro mandato, e tenho sido um deputado que
acompanha o Sindsaúde desde então.
Então,
parabenizar o Sindsaúde, parabenizar todos os trabalhadores e trabalhadoras, servidoras
da Saúde. Estamos com vocês nessa luta. São 35 anos de luta, mas teremos ainda
muitos anos de história para comemorar o Sindsaúde-SP.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ENIO TATTO - PT - Obrigado,
nobre deputado Luiz Claudio Marcolino.
Encerramos o Pequeno Expediente e
entramos agora no Grande Expediente.
* * *
- Passa-se ao
GRANDE EXPEDIENTE
* * *
Nobre deputado Rui Alves. (Pausa.) Nobre
deputado André Bueno. (Pausa.) Nobre deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Por
permuta com a deputada Leci Brandão, deputado Enio Tatto. Peço que o nobre
senador, deputado Suplicy, assuma os trabalhos aqui.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.
* * *
O SR.
PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Tem a palavra,
pelo tempo regimental, o deputado Enio Tatto.
ENIO TATTO - PT - Obrigado, nobre deputado Suplicy. Agradeço à deputada Leci Brandão pela permuta do tempo. Cumprimento a deputada Paula, que está aqui, todos aqueles que fizeram uso da palavra e, também, os funcionários.
Sr. Presidente, no dia de hoje, na Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, estava prevista a vinda do secretário da Fazenda, Sr. Samuel Kinoshita, para falar sobre o Art. 52, que é sobre o quadrimestre da execução orçamentária do estado de São Paulo. Pois bem, o secretário esteve presente na comissão, porém, a comissão não deu quórum, e não deu quórum de uma forma muito estranha.
Nessa comissão, deputado Suplicy, deputada Paula, existem dois deputados da oposição, eu e o deputado Luiz Claudio Marcolino, que fez uso da palavra. Nós estávamos presentes. E, da base do governo, apenas um deputado, o presidente da comissão, deputado Gilmaci. O deputado Camarinha estava presente, mas não é da comissão.
Portanto, é estranho que um secretário da Fazenda venha aqui expor sobre a execução orçamentária de um quadrimestre seja boicotado, seja esvaziada a reunião, não deu quórum a Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento. Obviamente, eu e o deputado Luiz Claudio Marcolino pedimos que ele voltasse em uma próxima oportunidade, é o que diz o Regimento. Você não pode ouvir um secretário, pelo Art. 52, não tendo quórum.
Pois bem, foi encaminhado da seguinte forma, que iríamos ouvir o secretário Samuel Kinoshita de forma informal, e ele voltaria em um outro momento. Um grande desrespeito da comissão não dar quórum para ouvir um secretário dessa importância. Ou então há alguma coisa estranha na base do governo, que eu acho que é isso que está acontecendo.
Aí correram, procuraram dois, três deputados para ir lá ouvir o secretário Kinoshita de forma informal. Um secretário da Fazenda de um estado como São Paulo, em que o orçamento do ano que vem vai chegar a 350 bilhões, se prestar a ficar uma hora e meia na Assembleia Legislativa falando em uma comissão sem quórum, não oficial, é um absurdo.
Nós exigimos que ele volte a conversar, a vir fazer a prestação de contas regimental na Comissão de Finanças e Orçamento. Por quê? Porque a gente quer discutir o que está acontecendo no estado de São Paulo. A gente quer discutir o problema que o Vitão do Cachorrão colocou aqui sobre o Iamspe.
Porque o Governo do Estado de São Paulo não está repassando para o Iamspe a sua parte? É descontado do funcionário, no holerite, e o governo não está colocando a sua parte. Aí existe essa precariedade no atendimento do Iamspe ao funcionalismo público em todo o estado de São Paulo, o não repasse às Santas Casas que têm convênio, hospitais filantrópicos, às entidades.
A gente quer discutir por que uma secretaria, como a Secretaria da Mulher, que cuida, ou deveria cuidar de todas as necessidades das mulheres, não tem orçamento; foi criada e não colocaram o dinheiro.
E de quem a gente tem que cobrar? Tem que cobrar do governo e do secretário que estava hoje na Comissão de Finanças e Orçamento, mas de forma oficial, com quórum. Esses questionamentos, a gente queria colocar.
A gente queria discutir e cobrar uma reclamação que a gente ouviu em todas as audiências públicas que nós fizemos no estado de São Paulo para discutir Orçamento, nas 25 audiências públicas que a comissão fez, que é o pouco investimento na Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.
Deputado Suplicy, a Secretaria da Cultura, tão importante para toda a população, mas de forma muito especial para a nossa juventude, não tem 0,5% do Orçamento do Estado. Tem apenas 0,37%, assim como a Secretaria de Esporte tem 0,09%.
Se você somar Esporte e Cultura no estado de São Paulo, não chega a 0,5%. E é por isso que a gente está perdendo nossos adolescentes, nossos jovens para o crime organizado, para as drogas.
A grande tristeza de uma família, de um pai, de uma mãe é quando o filho pega esse mau caminho. Mas, com esse investimento no Esporte, que mexe com a vida da pessoa, com a saúde da pessoa; e na Cultura, que mexe com a mente, com a história de um povo, com esse investimento, é óbvio que a gente está perdendo essa guerra.
Então, a gente queria ouvir do secretário, hoje, sobre esses assuntos. A gente queria ouvir, por exemplo, do secretário, por que a Secretaria do Desenvolvimento Social, que cuida dos moradores em situação de rua, que cuida das Apaes, que cuida dos convênios com as entidades, com as prefeituras, também não tem 0,5% do Orçamento do estado de São Paulo.
Tem apenas 0,35% do Orçamento. Um detalhe: no governo anterior, que a gente criticava, tinha 0,48 por cento. O governo Tarcísio diminuiu mais ainda, baixou para 0,35 por cento. Não tem meio por cento.
Como que uma secretaria que cuida das primeiras necessidades de uma família quando é despejada, quando perde o emprego, quando tem catástrofe, como no Rio Grande do Sul, como teve em São Sebastião, não tem dinheiro, não tem 0,5% do seu Orçamento?
As prefeituras não podem ter um programa adequado; as entidades não podem ter um programa adequado. Por quê? Porque falta Orçamento. E, como eu tenho falado em todas as audiências públicas, uma outra área importantíssima que também não tem 0,5% do Orçamento - e a gente queria questionar o secretário da Fazenda no dia de hoje -, é a Secretaria da Agricultura e Abastecimento. Apenas 0,32% do Orçamento.
Aí todo mundo vai falar: “mas a Agricultura é pujante no estado de São Paulo; a gente exporta, traz divisas”. Isso é o agronegócio. Porque a Secretaria que cuida do pequeno produtor, a secretaria que cuida da agricultura familiar, dos assentados, daquelas pessoas que produzem o alimento que a gente come, que chega à mesa todos os dias, o arroz, o feijão, a batata, a mandioca, as verduras, as frutas; essa secretaria não tem 0,5% do Orçamento do estado de São Paulo.
O agronegócio tem um poder, tem lobby, pode ligar para o secretário, pode ligar para o governador, para o presidente da República, para o ministro da Agricultura. Consegue financiamentos no Banco Mundial, no BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica.
Agora, o pequeno agricultor, muitas vezes, não consegue escoar aquilo que produz, por falta de estradas, por falta de equipamento para você levar ou para a Ceagesp ou para o Ceasa.
Então, a gente queria questionar, dialogar com o secretário Samuel Kinoshita, mas infelizmente eu não sei o que aconteceu. A base do Governo não compareceu a uma reunião da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento. Não entendi.
O secretário da Fazenda se dirigir até a Assembleia Legislativa, e ser boicotada, ser esvaziada a reunião. Depois, quiseram consertar ouvindo de forma informal. É óbvio que a gente não vai aceitar, porque a gente quer trabalhar dentro do Regimento, que é com quórum, para a gente poder fazer os questionamentos.
Portanto, Sr. Presidente, eu deixo aqui registrado que nós não aceitamos ouvi-lo de forma informal. E espero que o presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, deputado Gilmaci, marque uma outra reunião em breve, ainda nesse semestre, para a gente ouvir o secretário da Fazenda, Samuel Kinoshita, para atender aquilo que é regimento, que está na lei, de ouvir um secretário a cada quatro meses.
Era isso, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Cumprimentos
ao deputado Ênio Tatto. Agora tem a palavra o deputado Guilherme Cortez, pelo
tempo regimental de 10 min. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado
Caio França. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada
Feminista.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde Sr. Presidente Eduardo
Suplicy, demais deputados aqui presentes, funcionários e funcionárias desta
Casa e todos que nos acompanham pela galeria e também pela rede Alesp.
Eu gostaria de
começar, Sr. Presidente, saudando as manifestações, mobilizações que
aconteceram nos últimos dias em todo o País, nas ruas e nas redes sociais,
demonstrando indignação com a tramitação do PL 1.904, de 2024, no Congresso
Nacional, e deixando nítida uma frase que foi muito dita nos últimos dias:
Criança não é mãe.
O PL 1904 tem
como finalidade equiparar ao homicídio os casos de aborto praticados a partir
da 22ª semana de gestação. É importante dizer a todas as pessoas que nos
acompanham que o aborto é crime no Brasil.
Mas ele não é
apenado em três casos. Nos casos em que há risco de vida para a gestante ou
para o feto; quando o feto é anencéfalo - isso por força de decisão do STF -, e
quando a gestação é decorrente de violência sexual.
Veja-se: essas
três hipóteses são exceções à regra geral do ordenamento jurídico brasileiro,
que é a criminalização do aborto. Esses casos são, portanto, excepcionais. Só
que a realidade que a análise abstrata da lei esconde, no entanto, é quem são
as vítimas de violência sexual no Brasil. De acordo com os dados do Anuário
Brasileiro de Segurança Pública, 74 mil 930 pessoas foram estupradas no Brasil
no ano de 2022.
Dessas pessoas,
88,7% das vítimas eram do sexo feminino, e seis em cada 10 tinham no máximo 13
anos de idade. Além disso de acordo com o Datasus, em
2019, cerca de 72 gestações foram interrompidas legalmente em crianças e
adolescentes menores de 14 anos.
Mais do que
isso: a cada ano, aqui no Brasil, mais de 20 mil meninas dão à luz. Dessas,
mais de 70 % são meninas negras. Fica nítido, portanto quem esse PL pretende
atingir. A ideia do PL é atingir meninas de até 14 anos. A maioria delas,
negras que são vítimas de violência sexual, e deixam de lado a sua infância e a
sua adolescência para viver a maternidade.
E aí, para além
do absurdo que é proibir meninas de interromper gestações que são fruto de
violência sexual, outro ponto merece ser destacado aqui quando a gente fala sobre
esse projeto de lei.
Que, ainda que
não sejam a maioria das vítimas de violência sexual, as mulheres adultas também
não devem ser obrigadas a levar adiante uma gestação que é fruto de violência.
Vocês sabem que
eu acabei de me tornar mãe. Essa é a maior alegria da minha vida até aqui. Só
que a minha maternidade foi planejada e desejada por mim. A maternidade não
pode ser compulsória.
Ainda mais uma
maternidade fruto de violência, o que só vai causar mais sofrimento à vítima
dessa violência, e sem dúvida também à criança que vai nascer como fruto dessa
gestação que foi causada por uma violência.
É importante
destacar também, nobres colegas, que a interrupção de gestações com mais de 22
semanas é uma exceção. Existem apenas três hospitais no Brasil que realizam
esse procedimento.
Quem procura um
serviço médico com uma gestação tão avançada assim, muitas vezes faz isso, seja
por desconhecimento de uma gestação que aconteceu. Porque famílias não sabiam
de violências praticadas dentro de sua própria casa, muitas vezes por pais, por
padrastos, por tios ou familiares próximos, ou então por desconhecimento do
próprio corpo dessas meninas.
Muitas
gestações são descobertas pelas famílias após o aumento do volume abdominal, o
que só acontece próximo das 20 semanas. Nos casos de anencefalia, em que o
aborto também é autorizado aqui no Brasil por decisão do STF, existem casos de
diagnóstico tardio de malformação fetal em mulheres que vivem em situação de
extrema vulnerabilidade.
Vocês
imaginam só a tortura que é obrigar uma mulher que descobre que o feto tem
anencefalia a manter uma gestação para que, logo em seguida ao parto, ela tenha
que comprar um caixão para enterrar seu filho. Por obrigação, não por escolha.
Para
finalizar, Sr. Presidente, eu quero falar sobre outro ponto que também é importante
destacar nesse debate. Ainda que a lei brasileira preveja casos de aborto
legal, o acesso ao aborto legal no Brasil está cada vez mais difícil. Não é
exagerado dizer que, infelizmente, as prefeituras, os governos dos estados e os
serviços de Saúde não cumprem a lei como deveriam cumprir, e com isso deixam de
garantir, às pessoas que gestam, um direito que é legalmente previsto.
Não
é demais lembrar do caso da menina de dez anos, violentada pelo tio desde os
seis anos no Espírito Santo, e que precisou viajar até Pernambuco para ter
direito ao aborto legal, mesmo com radicais berrando “assassinos” na porta da
clínica.
Esse
caso ganhou ainda mais destaque quando houve interferência direta da
ex-ministra da Mulher e dos Direitos Humanos, Damares Alves, no governo do
Bolsonaro, para impedir a realização do procedimento.
Na
cidade de São Paulo, o Hospital Pérola Byington felizmente é uma referência na
realização do aborto legal com respeito e com um bom atendimento às vítimas de
violência.
Mas,
frequentemente, esse direito é ameaçado por acampamentos de fanáticos
religiosos que querem impedir o bom funcionamento do serviço prestado pelo
hospital.
O
serviço de aborto legal no Hospital Nova Cachoeirinha, que é gerido pela
Prefeitura de São Paulo, foi fechado no final do ano passado pelo prefeito
Ricardo Nunes, o que também, infelizmente, enfraqueceu bastante esse direito
aqui na cidade de São Paulo.
Mas
vejam, nobres colegas, as mulheres estão dando um recado nos últimos dias em
todo o País. O recado é: “não tentem retirar os nossos direitos, não tentem nos
impedir de proteger a vida das nossas meninas”. Nós vamos até o fim nessa luta,
e eu tenho certeza que nós sairemos vitoriosos dela. Não ao PL 1.904. Criança
não é mãe.
Obrigada,
Sr.
Presidente.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Carlos Giannazi.
* * *
O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL -
Dando sequência a lista de oradores escritos no Grande Expediente, com a
palavra o deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Com a palavra o deputado Atila
Jacomussi. (Pausa.) Com a palavra o deputado Emídio de Souza. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Simão Pedro. (Pausa.) Com a palavra o deputado Donato.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Com a palavra
deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Com a palavra a deputada Professora
Bebel. (Pausa.)
Com a palavra
deputada Ana Perugini. (Pausa.) Com a palavra o deputado Alex Madureira.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Mauro
Bragato. (Pausa.) Com a palavra a deputada Beth Sahão. (Pausa.)
Com a palavra o
deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra o deputado Jorge do Carmo.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Com a palavra a
deputada Márcia Lia. (Pausa.) Com a palavra o deputado Carlos Cezar. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Eduardo Suplicy, que fará uso regimental da tribuna.
O SR. EDUARDO SUPLICY
- PT - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sr. Presidente, deputado Carlos Giannazi, hoje
de manhã houve uma audiência pública, inclusive com a participação do
Ministério da Justiça e Segurança Pública, do Conselho Nacional de Política
Criminal e Penitenciária, do grupo de trabalho sobre política de drogas e
encarceramento.
O
tema foi sobre as guerras às drogas e ao encarceramento em massa de jovens
negros. Nesta ocasião, eu ali me pronunciei avaliando que é grande a
responsabilidade que tenho ao participar desta mesa de abertura da audiência
pública sobre guerra às drogas e o encarceramento em massa de jovens negros,
pois é urgente problematizar o alto índice de encarceramento que assola o
Brasil, onde políticas repressivas e punitivistas têm
resultado em verdadeira tragédia social.
Com o
crescimento exponencial de pessoas privadas de liberdade nas últimas décadas, o
Brasil ocupa hoje a terceira posição entre os países que mais encarceram no
mundo, passando de 79 presos por 100 mil habitantes em 1993 para 319 por 100
mil em 2023.
Observa-se
assim um encarceramento desproporcional de jovens negros, que são também os
principais alvos da guerra às drogas. A política proibicionista
tem falhado em seu propósito, alimentando um ciclo perverso de marginalização,
discriminação e exclusão social.
Da mesma forma,
as desigualdades sociais e raciais marcam as vítimas de violência letal no
Brasil. Segundo os dados do Atlas da Violência, de 2023, apenas no ano de 2021,
a população negra respondeu por 77,1% das vítimas de mortes violentas. A
história nos ensina que a criminalização das drogas não tem sido eficaz. Ela
não apenas não reduz o consumo, como alimenta o ciclo de violência e o
encarceramento desproporcional das comunidades marginalizadas, principalmente
pessoas negras e pobres.
Além disso, a
abordagem repressiva afasta as pessoas que mais precisam de apoio e de
tratamento, tornando ainda mais difícil o acesso ao serviço de saúde e de
redução de danos.
Com a distinção
entre uso e tráfico prevista na atual Lei de Drogas, houve uma redução
expressiva no número de pessoas enquadradas como usuários, ao mesmo tempo em
que houve aumento do percentual do crime de tráfico em relação ao total da
população carcerária, causando grande impacto na política prisional brasileira,
com enorme desigualdade na tipificação penal, porte para uso ou tráfico, a
partir de um viés sociorracial que reproduz a
seletividade do sistema de justiça criminal brasileira.
A
descriminalização do porte e consumo de drogas é uma medida crucial. Quando
propostas de emenda constitucional, como a PEC n.º 45, vão na contramão dessa
perspectiva, o País se arrisca a perpetuar um sistema que não só falha em
reduzir o consumo e o tráfico, mas também agrava o problema ao conduzir de
maneira discriminatória jovens negros e periféricos para o encarceramento com
todas as suas consequências perversas.
O alto
comissionado dos direitos humanos na ONU, Zahed Mahmoud, tem defendido que políticas sobre drogas devem ser
pautadas no respeito à dignidade humana e na promoção da saúde pública. Ao
adotarmos uma postura mais humanizada e menos repressiva, poderemos reduzir o
impacto negativo da atual política de drogas em nossa sociedade e começar a
pensar numa política de desencarceramento. Reitero que é imperativo abraçar uma
abordagem baseada em evidências e direitos humanos.
A descriminalização
e a reformulação de nossas políticas são passos fundamentais para reverter esse
cenário, proteger nossos jovens e construir uma sociedade mais justa e segura
para todos.
Obrigado, Sr.
Presidente.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Gil Diniz.
* * *
O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL -
Obrigado, nobre deputado Eduardo Suplicy. Convido a fazer uso da tribuna o
nobre deputado Carlos Giannazi, por cessão de tempo com o nobre deputado Major
Mecca. Vossa Excelência tem o tempo regimental de dez minutos.
O SR. CARLOS GIANNAZI
- PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Gil Diniz, deputado Oseias,
telespectador da TV Assembleia, de volta à tribuna no dia de hoje eu quero aqui
dizer que a Secretaria da Educação, a Seduc, continua a sua militância trevosa
contra a Educação.
Continua
pressionando as escolas a fechar salas, a instituir na marra - atropelando a
gestão democrática das escolas -, o Programa de Educação Integral, que hoje, na
prática, é um projeto extremamente excludente que exclui aluno e professores e
profissionais da Educação.
Sr.
Presidente, eu quero aqui citar o caso que eu estou acompanhando já há um tempo
da Escola Estadual Professora Yolanda Noronha do Nascimento, que fica em São
Bernardo do Campo, lá no Jardim Silvina.
Essa
escola, Sr. Presidente, está sendo vítima de uma perseguição, de uma tentativa
de implantação a toque de caixa desse famigerado Programa PEI. Tanto é que
haverá um ato agora - trouxe até o convite -, ato público, 29 de junho, às 9 horas,
lá na frente da Escola Yolanda Noronha, contra a Escola PEI, a exclusão dos
alunos da nossa região e pela criação do Ensino Médio e EJA.
O
que está acontecendo? Eles querem introduzir na marra, compulsoriamente, Sr.
Presidente, desrespeitando a vontade da comunidade escolar da escola PEI. E com
isso haverá a transferência de 40% desses alunos, que serão retirados dessa
escola, serão retirados da comunidade escolar.
Porque
uma escola quando vira PEI essa escola, Sr. Presidente, tem 605 alunos. Se ela
vira PEI, ela vai fazer uma redução drástica desses alunos, porque ela não
consegue atender os 600 num único turno. Normalmente cai pela metade. Então o
que que acontece?
Acontece
a exclusão dos alunos. Eles são afastados daquela comunidade escolar, daquela
escola, sendo que essa escola, Sr. Presidente, já vem resistindo há muito tempo.
Ela passou pela resistência da reorganização quando lá atrás o Alckmin tentou
fechar escolas estaduais aqui no estado de São Paulo. Ela já teve o fechamento de
EJA. Essa escola tinha Educação de Jovens e Adultos, tinha o Ensino Médio e
esses cursos foram fechados.
Então
é um desmonte da escola, Sr. Presidente, e redução do número de vagas a partir
do momento que a escola vira uma escola PEI. Então nesse sentido, Sr. Presidente,
eu quero aqui exigir que a Secretaria da Educação recue, pare de pressionar a
escola para que ela seja PEI porque a comunidade escolar é contra. Inclusive
haverá agora uma eleição do conselho de escola, mas já é claro que a comunidade
não quer.
A
comunidade quer EJA, Educação de Jovens e Adultos, no período noturno, quer a volta
do Ensino Médio que foi... O Ensino Médio foi retirado, Sr. Presidente. Olhe só
que absurdo. Então essa é a situação dessa escola hoje.
Quero
manifestar nosso total apoio à luta de toda a comunidade escolar contra a
implantação compulsória e autoritária da PEI excludente na Escola Estadual
Professor Yolanda Noronha do Nascimento.
E,
também, quero aqui manifestar nosso apoio e exigir que a Secretaria da Educação
através da Diretoria de Ensino de São Bernardo do Campo autorize a abertura
imediata das matrículas, das inscrições para o Ensino Médio para recepcionar os
alunos dessa faixa etária e também da Educação de Jovens e Adultos, Sr. Presidente,
que é fundamental que a escola faça essa atendimento, porque esse é o desejo,
essa é a vontade de toda a comunidade escolar.
Ainda na mesma
toada, no mesmo diapasão desses ataques que são cometidos pela Secretaria da Educação
no sentido de fechar salas, quero também aqui citar a Escola Estadual Salim
Farah Maluf.
Já estive lá
recentemente e já denunciei aqui na tribuna a tentativa de implantação
autoritária nessa escola. A escola resistiu, fez a eleição do conselho de
escola, participou da consulta pública e derrotou democraticamente esse projeto
autoritário e excludente de implantação da escola PEI.
No entanto, Sr.
Presidente, estou recebendo várias denúncias da comunidade escolar de que a Secretaria
da Educação, através da Diretoria de Ensino, quer fechar o período noturno da
escola, uma escola que tem uma tradição de atendimento na área do ensino médio.
Eles querem fechar. É uma escola importante naquela região de Itaquera, quase
ali na fronteira com Guaianases, uma escola de periferia.
Vejam só, a Secretaria
da Educação está orientando a escola a não efetuar matrículas no período
noturno. Parece-me que esse governo tem uma fixação em destruir o ensino médio
noturno, porque está fazendo essa orientação em várias regiões do estado.
Tenho recebido
várias denúncias e reclamações desse boicote, dessa sabotagem da Secretaria da Educação
em não permitir abertura de salas no período noturno, do ensino médio,
prejudicando milhares e milhares de alunos e alunas que trabalham durante o dia
ou que estão fazendo cursos profissionalizantes durante o dia em outras
escolas.
Então, eles são
impedidos de estudar à noite no ensino médio. Isso é grave.
Sem contar a
Educação de Jovens e Adultos, que está sendo sabotada e inviabilizada em várias
diretorias de ensino e em várias escolas do estado de São Paulo. Isso é um
atentado criminoso contra o direito à Educação de adolescentes, de jovens e de
adultos que precisam estudar no período noturno.
Eu já acionei o
Ministério Público estadual para que haja uma investigação desse tipo de
orientação, desse tipo de sabotagem, e o Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo também, porque queremos que o aluno tenha o direito de estudar no período
noturno, no ensino médio e em Educação de Jovens e Adultos.
Então, estamos
denunciando isso, os dois casos aqui, o caso da Escola Estadual Prof. Yolanda
Noronha do Nascimento e também o caso da Escola Estadual Salim Farah Maluf, que
fica em Itaquera, fronteira com Guaianases. Não vamos permitir que o período
noturno dessa escola, da Salim Farah Maluf, seja fechado. Isso é um crime.
O Ministério
Público vai ter que atuar e responsabilizar criminalmente esse ataque ao
direito fundamental à Educação Básica. É disso que se trata, de inviabilizar o
acesso de alunos, de jovens, de adolescentes e de adultos à Educação Básica,
seja educação infantil, seja ensino fundamental ou ensino médio, ou mesmo na
modalidade de Educação de Jovens e Adultos. É crime. Esse crime tem que ser
punido com todo o rigor da lei.
Então, estamos
aqui pedindo ao Ministério Público estadual para que faça uma intervenção, uma
investigação rigorosa no que vem acontecendo com essa orientação, com essa
decisão da Secretaria da Educação em não permitir, em fazer a sabotagem da
abertura de cursos no período noturno.
Era isso, Sr.
Presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Obrigado,
nobre deputado Carlos Giannazi. Convido a fazer uso da tribuna o nobre deputado
Oseias de Madureira, por sessão de tempo com este deputado. Vossa Excelência
tem o tempo regimental.
O
SR. OSEIAS DE MADUREIRA - PSD -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobres deputadas, deputados, em um dia
marcado por júbilo e gratidão, celebramos hoje, dia 18 de junho, os 113 anos da
Igreja Assembleia de Deus no Brasil, uma história grandiosa entrelaçada com fé,
esperança e a transformação através do Evangelho em milhões de vidas.
Desde a sua
fundação, em 1910, a Assembleia de Deus tem se destacado como um farol
incandescente do Evangelho, direcionando os caminhos embasados na palavra de
Deus em incontáveis corações, lares por todo o Brasil.
Ao longo dessa
jornada inspiradora, presenciamos o crescimento e o fortalecimento de uma
igreja vibrante, unida pela fé inabalável em Deus. O compromisso da Igreja
Assembleia de Deus com a pregação do Evangelho, com o discipulado e o serviço
ao próximo se traduz em ações concretas que refletem o amor de Deus e a
veracidade do Evangelho.
A Igreja
Assembleia de Deus, que hoje comemora os seus 113 anos, vive na sua essência,
em cada canto do Brasil, o poder transformador do Evangelho, inclusive com
ações sociais que alcançam centenas de milhares de pessoas todos os meses com
aquilo que conhecemos como a Campanha do Quilo em todas as igrejas, alcançando
famílias carentes.
Neste dia de
celebração, eu quero render profunda gratidão a Deus, àqueles que dedicaram a
sua vida na construção dessa história gloriosa, a todos os seus membros,
líderes, pastores e obreiros.
Em minha
homenagem, hoje, eu destaco o nosso líder, bispo Primaz Manoel Ferreira, pelos
seus exemplos e relevantes trabalhos prestados à Igreja Assembleia de Deus.
Mas também meu
total reconhecimento e profunda gratidão aos meus líderes, bispo Samuel
Ferreira e bispa Keila Ferreira, que têm conduzido a igreja com tanta eficácia,
propagando o reino de Deus aqui na Terra.
Tenho orgulho, Sr.
Presidente, em ter nascido nessa igreja, pertencer a esta igreja, servir a esta
igreja e, no dia de hoje, na igreja em que nasci, casei-me, meus filhos
nasceram e se batizaram, a Igreja Assembleia de Deus. Eu quero parabenizar todos
os assembleianos de toda a nação Madureira de todo o Brasil. Nos mais
longínquos bairros, nas mais distantes cidades, nos lugares mais inacessíveis
ali está a Igreja Evangélica Assembleia de Deus.
Eu termino as
minhas palavras, Sr. Presidente, fazendo uso daquilo que é a nossa regra de fé,
a Bíblia Sagrada, em um texto que diz, no livro de Salmo 118 e o Versículo 23:
“Foi o Senhor que fez isto, e é maravilhoso aos nossos olhos.”
Parabéns a toda
a Assembleia de Deus, parabéns aos assembleianos.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Obrigado, nobre
deputado Oseias de Madureira.
Convido aqui a assumir os trabalhos
nessa Presidência para que este deputado possa fazer uso da palavra.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Oseias de
Madureira.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - OSEIAS DE MADUREIRA - PSD - Eu quero
agradecer ao nobre deputado Gil Diniz por nos fazer a concessão de tempo, minha
palavra de profunda gratidão.
Franqueio a palavra, neste momento,
para o tempo regimental, ao nobre deputado Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - PL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente, nobre deputado Oseias de Madureira,
cumprimentá-lo, cumprimentar os nossos assessores, policiais militares e civis,
público aqui na galeria, quem nos assiste pela Rede de Alesp.
Presidente, dar
parabéns pelo aniversário da Assembleia de Deus. Vossa Excelência aqui bem
representa esse segmento do nosso povo paulista aqui nesse Parlamento. Então,
deixo consignado aqui os meus parabéns.
E venho aqui à
tribuna, obviamente, não digo, presidente, rebater aqui os deputados, mas
colocar um ponto contraditório. O deputado Simão Pedro hoje se manifestou sobre
o PL 1904, de 2024, do deputado federal Sóstenes
Cavalcante, vi que a deputada Paula também, a deputada Leci Brandão e outros
deputados que pensam de maneira semelhante. Obviamente, não concordo com a
argumentação deles quando tentam nos imputar algum tipo de crime.
E trago aqui,
presidente, a esta tribuna a nota feita pela CNBB, que representa a Comissão Nacional
dos Bispos do Brasil, que se posicionou sobre esse PL que está na Ordem do Dia.
A CNBB começa dizendo aqui, eis a íntegra da nota da CNBB sobre o PL 1904:
diante de vós, entre aspas, a vida e a morte, escolha a vida. (cf. DT 30,19)
“A Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil, CNBB, diante do debate no Congresso Nacional e na
sociedade brasileira sobre o PL 1904, de 2024, vem a público reafirmar o seu
posicionamento de defesa e proteção da vida em todas as suas etapas, da
concepção à morte natural. No contexto do debate sobre o aborto, empenha-se na
defesa das duas vidas, a da mãe e a do bebê.
A CNBB não se
insere na politização e ideologização deste debate, contudo, adentra-o por ser
profundamente ético e humano, são a dignidade intrínseca e o direito mais
fundamental, que é o direito à vida, que estão sob ameaça.
A discussão
sobre o PL 1904, de 2024, traz à tona a cruel prática de assistolia fetal em
bebês a partir de 22 semanas de gestação, proibida pelo Conselho Federal de
Medicina, CFM, e, no momento, liberada por liminar no STF. Este PL cumpre o
papel de coibir a morte provocada do bebê, previamente, ao término da gravidez.
Cabe ressaltar
que as 22 semanas não correspondem a um marco arbitrário. A partir dessa idade
gestacional, realizado o parto, muitos bebês sobrevivem. Então por que
matá-los? Por que esse desejo de morte? Por que não evitar o trauma do aborto
e, no desaguar do nascimento, se a mãe assim o desejar, entregar legalmente a
criança ao amor e aos cuidados de uma família adotiva? Permitamos viver a
mulher e o bebê.
Diante do crime
hediondo do estupro, que os agressores sejam identificados e que a legislação
seja rigorosa e eficaz na punição. É ilusão pensar que matar o bebê seja uma
solução. O aborto também traz para a gestante grande sofrimento físico, mental
e espiritual, algumas vezes até a morte.
Por isso, a
Igreja Católica, neste momento, considera importante a aprovação do PL 1904/2024,
mas continua no aguardo da tramitação de outros projetos de lei que garantem
todos os direitos do nascituro e da gestante.
Mais uma vez,
reitero a sua posição em defesa da integralidade, inviabilidade e dignidade da
vida humana, desde a sua concepção até a morte natural. Que Nossa Senhora
Aparecida interceda por todas as nossas famílias, proteja a vida de nossas
gestantes e de todas as crianças que estão no ventre materno, para que todos
tenham vida e vida em abundância. (cf. Jo 10,10) Diante
da escolha entre a vida e a morte, escolhamos a vida, a da mulher e a do bebê.”
Esta,
presidente, é a nota oficial da CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil. E, presidente, tenho me posicionado nas redes sociais, aqui neste
plenário, justamente combatendo os argumentos de que alguns deputados aqui
querem proteger pedófilos, estupradores. Nada mais mentiroso, deputada Dani
Alonso, do que isso. Nós defendemos a vida humana desde a sua concepção.
Agora, nós
precisamos discutir de maneira séria e correta, presidente, a questão da assistolia
fetal. Os deputados que sobem aqui à tribuna para se dizer contrários ao
projeto não citam, presidente, que a assistolia fetal é uma injeção mortal,
letal no coração daquele ser humano em formação, um ser humano, presidente, de
22 semanas. Olha que crueldade, meu Deus. Esse ser humano em formação no útero
dessa mulher já possui, em muitos casos, a viabilidade de ter a sua vida
preservada fora do útero.
Presidente,
após essa injeção letal - e este dado está sendo sonegado do debate público e
da nossa sociedade -, esse ser humano em formação terá que ser retirado do
útero dessa mulher.
Vai
ter que ter um parto induzido, vai ter que ter, presidente, muitas vezes, uma
cesárea, ou vão cortar ali esse bebê e vão ter que produzir esse crime cruel
contra essa vida ali, que, presidente, é uma vida inocente, não cometeu crime
nenhum. Então, venho aqui a esta tribuna reafirmar essa minha posição. Não
negocio um centímetro dela, um milímetro dela.
E
hoje, para piorar ainda mais a situação, o presidente Lula, um canalha, um
bandido, presidente, compara essa vida humana a um monstro. Ele pergunta: “Que
monstro que vai nascer dessa gestação?”.
Mas,
meu Deus, quantas mulheres, presidente, escolheram não abortar, ainda que
violadas. Esse crime, nós repudiamos veementemente. Eu já disse aqui aos
deputados: venham aqui aos microfones de aparte e defendam a pena capital para
o estuprador, para o pedófilo. Eles não têm coragem disso, porque eles não
defendem. Eles defendem, deputado Tomé, a ressocialização desse tipo de
criminoso.
Então,
deixo aqui consignado o meu repúdio ao presidente Lula. Vou fazer aqui por
escrito, mandar para a Comissão de Direitos Humanos; espero que seja pautado e
aprovado esse repúdio. Porque esse ser humano, presidente, não é um monstro;
esse ser humano tem, sim, direito à vida.
A
vida humana é o primeiro direito, é o direito mais básico que nós temos. E não
é Luiz Inácio, não é a sua quadrilha, não são esses que o apoiam que vão dizer
que esses seres humanos não merecem nascer, que esses seres humanos não merecem
a vida. Esses seres humanos, Luiz Inácio, não são monstros.
Fale
com uma mulher, converse com uma mulher que escolheu a vida, que escolheu ter o
seu filho. E digo a vocês aqui neste plenário: mulheres de garra, mulheres de
valor.
Não
estão muito longe de nós, não, Tomé. Aqui nesta Assembleia, elas existem, só
que não dão voz a elas. Só escutam as feministas, deputada Dani Alonso, só
escutam as abortistas, só escutam aquelas que querem - e olha só, com argumento
emocional - convencer as pessoas de que esse ser humano não merece a vida.
Só
que essas pessoas, deputado Oseias de Madureira, defendem o aborto até os nove
meses. Só que usam esses argumentos aqui, usam politicamente esses casos, essas
crianças, esses abusos como uma narrativa, como um cavalo de batalha para, ao
final de tudo, liberar o aborto a torto e a direito.
Nós
aqui não vamos permitir, nós aqui defendemos as duas vidas: a da mulher e a
desse ser humano em formação, desse bebê que está por nascer.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR. GIL
DINIZ - PL -
Presidente, se houver aqui o acordo entre os
líderes, suspender essa sessão até as 16 horas e 30 minutos.
O
SR. PRESIDENTE - OSEIAS DE MADUREIRA - PSD - Havendo
acordo entre as lideranças, está suspensa a sessão até as 16 horas e 30
minutos.
* * *
-
Suspensa às 15 horas e 50 minutos, a sessão é reaberta às 16
horas e 36 minutos, sob a Presidência do Sr. André do Prado.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Ordem do Dia.
* * *
- Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Há sobre a
mesa requerimento dos nobres deputados Thiago
Auricchio e deputado Olim, com número regimental de assinaturas nos
termos do Art. 35º Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de
representação, com a finalidade de acompanhar os trabalhos do 12º Fórum Jurídico
de Lisboa, a realizar-se no período de 24 a 28 de junho do corrente ano, em
Portugal, sem ônus para este Poder.
Em votação. As Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado.
Há sobre a mesa requerimento da nobre deputada
Andréa Werner, com número
regimental de assinaturas nos termos do Art. 35º Regimento Interno, para a
constituição de uma comissão de representação com a finalidade de participar de
audiência pública na Câmara dos Deputados para debater os casos reiterados de
cancelamentos unilaterais de plano de saúde de pessoas com deficiência e
doenças graves pelas operadoras e planos privados de assistência à Saúde, a
realizar-se no dia 25 de junho do corrente ano em Brasília, a ser custeada via
verba de gabinete parlamentar.
Em votação. As Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa também o requerimento
do nome do deputado André Bueno, com número regimental de assinaturas nos
termos do Art. 35º Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de
representação com a finalidade de participar do Fórum Evangélico Nacional de Ação
Social e Política e da Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil, a
realizar-se nos dias 24 e 25 de junho do corrente ano, em Brasília, a ser
custeada via verba de gabinete parlamentar.
Em votação. As Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
A
SRA. MARINA HELOU - REDE - Pela ordem,
presidente, para um comunicado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputada
Marina Helou. É regimental, tem dois minutos Vossa Excelência.
A
SRA. MARINA HELOU - REDE - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, eu gostaria de fazer
um comunicado nesta Assembleia hoje para prestar minha solidariedade à vereadora
Janete Pietá, de Guarulhos, que acabou de sofrer violência política de gênero
dentro da Câmara de Guarulhos.
A Janete é uma
mulher com anos de experiência e dezenas de milhares de votos, com um trabalho
extremamente sério e reconhecido junto à população na pauta da Habitação, na
pauta da Saúde, na pauta da Educação e da Cultura, das crianças, na defesa
intransigente das mulheres e tem que escutar de um deputado que ela só está lá
por conta do marido.
A gente está em
2024, isso não cabe mais. Não tem espaço na política para que a gente continue
a ter pronunciamentos como esse, desrespeitosos com uma mulher tão importante
na política e na história do nosso Estado.
Uma mulher
negra, combatente, vereadora Janete Pietá. Então eu quero deixar aqui
registrado nesta Casa o meu repúdio à violência política de gênero e a falas
como essa e meu apoio à vereadora Janete hoje e sempre.
Obrigada,
presidente.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado
Paulo Fiorilo.
O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr.
Presidente, eu quero aqui reiterar
as palavras da deputada Marina Helou diante do ocorrido na Câmara de Guarulhos.
A companheira Janete é vereadora, já foi deputada pelo PT, e nós não podemos
permitir que isso ocorra em nenhuma das Câmaras.
Aliás a gente tem visto isso em vários
outros lugares, não só em Guarulhos. A deputada Marina deve acompanhar no
interior o que tem ocorrido com as vereadoras de oposição, que têm sido
pressionadas, têm sido violentadas no seu direito de exercer o mandato.
Então, eu queria também fazer coro
com a deputada Marina, e eu acho que a gente podia construir aqui uma moção de
solidariedade à vereadora Janete Pietá.
A
SRA. MARINA HELOU - REDE - Conte comigo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, havendo
acordo entre os líderes, eu solicito o levantamento da sessão.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Havendo acordo
entre as lideranças, esta Presidência dá por levantados os trabalhos.
Convoco V.Exas. para a sessão
ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os
ainda da sessão extraordinária a realizar-se hoje 10 minutos após o término desta
sessão.
Está levantada a sessão.
* * *
- Levanta-se a sessão às 16 horas
e 40 minutos.
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