8 DE NOVEMBRO DE 2023

134ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: GILMACI SANTOS, ATILA JACOMUSSI, MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS, VITÃO DO CACHORRÃO, GUILHERME CORTEZ e ANDRÉ DO PRADO

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e abre a sessão. Convoca os Srs. Deputados para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos ou dez minutos após o término desta sessão.

        

2 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - ATILA JACOMUSSI

Assume a Presidência. Anuncia a presença de membros da Associação Flor da Vida no plenário.

        

4 - GUILHERME CORTEZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

5 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Assume a Presidência.

        

6 - EDUARDO SUPLICY

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

7 - PRESIDENTE MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Cumprimenta os membros da Associação Flor da Vida presentes no plenário.

        

8 - ATILA JACOMUSSI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - PRESIDENTE MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Rebate o pronunciamento do deputado Atila Jacomussi.

        

10 - ATILA JACOMUSSI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

11 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

12 - PRESIDENTE MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Tece comentários sobre o ato de racismo praticado contra a deputada Ediane Maria.

        

13 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

16 - VITÃO DO CACHORRÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

17 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

18 - VITÃO DO CACHORRÃO

Assume a Presidência.

        

GRANDE EXPEDIENTE

19 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

20 - PRESIDENTE VITÃO DO CACHORRÃO

Endossa o pronunciamento do deputado Guilherme Cortez em favor do fim da guerra entre Israel e Palestina.

        

21 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

22 - GUILHERME CORTEZ

Assume a Presidência. Anuncia a presença de professores nas galerias.

        

23 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

24 - DONATO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

25 - CARLOS GIANNAZI

Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

        

26 - PRESIDENTE GUILHERME CORTEZ

Defere o pedido e suspende a sessão às 15h47min.

        

ORDEM DO DIA

27 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h35min. Desconvoca a sessão extraordinária anteriormente convocada. Convoca reuniões conjuntas das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, de Infraestrutura e de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizarem-se hoje, às 19 horas e 30 minutos, e em segunda convocação às 19 horas e 50 minutos; e no dia 09/11, às 10 horas, e em segunda convocação às 10 horas e 20 minutos.

        

28 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

29 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 09/11, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

        

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente. 

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos ou dez minutos após o término da presente sessão, em cumprimento ao interstício mínimo previsto no § 3º, do Art. 100, do Regimento Interno, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

* * *

 

- NR - A Ordem do Dia para a 52a Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 09/11/2023.

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos iniciar o Pequeno Expediente, chamando para fazer o uso da palavra, o nobre deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.)  O nobre deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputada Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, enfim, cumprimento Atila Jacomussi, cumprimento também todos da Mesa diretora, assessores à minha esquerda, à minha direita, Sra. Deputada Monica, Sr. Deputado Giannazi, que aqui estão, enfim, todos que nos assistem através da Rede Alesp.

Minha fala hoje é um pouco focada, muito focada, aliás, no projeto de lei que entrou nesta Casa, que é o PLC nº 143, de 2023, que altera a Lei 1.374. Ainda não do jeito que nós queríamos, porque a gente defende que as Atividades Pedagógicas Diversificadas devem ser feitas em um local de livre escolha do professor.

Por isso, nós vamos, nosso mandato, assim como os mandatos da bancada da oposição, a bancada do PT, junto com a bancada da oposição, vamos reforçar a posição de que as APDs, os profissionais da Educação, os professores possam escolher o local onde devam estar.

Então nós vamos apor a emenda neste ponto do PLC. Agora, retira a palavra, deputado Giannazi, obrigatoriamente como era, porque antes estava lá na 1.374 que tinha que ser no próprio local de trabalho. Isso é um pouco fruto da nossa pressão, mas insuficiente ainda, porque nós queremos que os professores escolham onde devem estar.

Quem vai editar, hoje já em contato com a Secretaria de Educação, uma resolução é o secretário da Educação, que deve estar editando essa resolução ainda nesta semana.

Foi isso que me disseram, mas eu não vou me comprometer com nada, porque, olha, do tempo que eles me disseram que iam, na verdade, tratar dessa questão das APDs, ontem é que entrou, tarde da noite.

Bom, a falta-aula corrige, eu acho que contempla aquilo que nós queríamos, que o professor faltava, por exemplo, duas aulas e perdia o dia todo. Daí ele faz um levantamento, diz que cresceu o número de faltas. Óbvio, se eu vou perder duas aulas, e ele vai pôr falta o dia todo, eu não vou mais. Uai, eu vou ficar com falta.

Então eles fizeram um convite à falta, por isso aumentou. Isso está corrigido, como também diminuiu o desconto nessa fração de aulas que o professor perder. A questão da retirada da jornada como prioridade na atribuição de aulas não é do nosso sonho, por favor. A gente queria que fosse tempo de serviço, títulos e prova.

A gente conseguiu a lista única e conseguiu meio que pôr bem para baixo essa questão da jornada. Mas tem o quesito: assiduidade, deputado Ginnazi. Assiduidade, o professor já está penalizado, primeiro, quando falta, desconta e leva a falta, pois vai a falta para o prontuário. Depois, de novo, ele agora vai ter esse desconto por conta da assiduidade. Nós já estamos com a ação para tratar dessa questão.

A prorrogação do prazo para opção para a carreira do subsídio. Olha que engraçado, deputada Monica: era uma carreira brilhante, aí foram dois anos - lembra? - para fazer a escolha.

Agora eles ampliaram o espaço de dois anos. Sabem o que eu vou propor? Por favor, revogue a 1374, ninguém quer ir para essa carreira. Façam uma carreira decente e todos irão para a carreira.

Entendeu? Então eles abrem essa possibilidade de ter dois anos a mais agora. Então são quatro anos para migrar para outra carreira, ou seja, porque só tem 1,35.

Pontos mais relevantes: muda o nome no que diz respeito à função atual criada pela 1374, coordenação de organização escolar, para vice-diretor de escola; flexibiliza a questão de trilha de regência; modifica para os integrantes do Magistério que estão - vou terminar, deputado – portanto, submetidos a regime de dedicação exclusiva.

O PLC acrescenta que o regime de dedicação exclusiva pode ser caracterizado pela tutoria dos professores e tira aquela coisa de ser uma tutoria de um outro profissional.

O ponto mais polêmico, para terminar mesmo, Sr. Presidente, é o que trata do interesse dos diretores e supervisores. Isto aqui foi para matar. Nós vamos ter que fazer uma campanha, mas uma campanha mesmo, porque os especialistas vão ter uma avaliação, vão ter avaliação de desempenho para aferição de metas.

Meu Deus do céu, quem tem que fazer avaliação para aferição de metas... É olhar o Plano Estadual de Educação e ver quais metas foram cumpridas. Nenhuma, tá? Agora os diretores vão ser submetidos a uma avaliação e podem até sofrer algum tipo de penalidade.

Aliás, linkado com aquilo que eu falava ontem no Colégio de líderes, que é o submarino que está na PEC 9. Então nós vamos ter que fazer, deputado Guilherme, um grande movimento de novo pela categoria dos professores, mas, no geral, acredito eu, é um mal menor. Eu não gostaria disso. Eu, para mim, não posso contar com meia vitória. A gente tem que um dia ter vitória.

Muito obrigada.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Atila Jacomussi.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ATILA JACOMUSSI - SOLIDARIEDADE - Seguindo aqui a lista de oradores... Antes disso, quero informar que estamos recebendo aqui, deputado Guilherme, a associação Flor da Vida, que está abrilhantado aqui este dia durante a sessão ordinária na nossa Casa.

Seguindo a lista de oradores, deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Dirceu Dalben. (Pausa.)

Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Major Mecca. (Pausa.) Dr. Elton. (Pausa.) Vinicius Camarinha. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.)

Solicito aqui que a deputada Monica Seixas assuma os trabalhos para que eu possa explanar ao plenário.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem, presidente, para uma breve comunicação enquanto há a troca, por dois minutos?

 

O SR. PRESIDENTE - ATILA JACOMUSSI - SOLIDARIEDADE - Claro.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, quero agradecer a deferência de V. Exa. por registrar a presença dos nossos amigos da associação Flor da Vida, de Franca.

Eu tenho muito orgulho e muito carinho de ser da mesma cidade dessa associação, que é pioneira e tem se tornado uma referência não só para Franca, não só para o estado de São Paulo, mas para o Brasil inteiro, em uma área da Saúde que infelizmente ainda é tão estigmatizada, que é o tratamento medicinal a base de cannabis.

A Flor da Vida é uma associação fantástica, que atende milhares de pessoas, que salva a vida de pessoas que muitas vezes não conseguem acesso ao medicamento, por conta do preconceito, da estigmatização.

E eu fico muito feliz de ver a amplitude que o trabalho deles tem tomado, de poder recebê-los hoje aqui na tribuna de honra da Assembleia Legislativa, junto com o nosso querido amigo, deputado e sempre senador, Eduardo Suplicy, que também é um apoiador de primeira hora da Flor da Vida.

E anunciar, presidente, que hoje fiz questão de receber e trazer os nossos amigos, o Enor, o Bruno, a Carol, para estarem aqui para anunciar que nós estamos protocolando um projeto de lei para conferir o título de Utilidade Pública Estadual para a Associação Flor da Vida.

Que é mais um passo, ainda pequeno perto de tudo que eles merecem e necessitam, mas é mais um passo para que o estado de São Paulo reconheça a importância fundamental do trabalho que eles fazem para o direito humano do acesso à saúde de quem mais precisa.

E dessas milhares de famílias que têm a vida salva graças ao empenho da Flor da Vida e de outras associações e outros militantes, apesar de toda a estigmatização que a pauta da cannabis ainda carrega.

Então, só aproveitar para cumprimentá-los e dizer que eu espero que a Assembleia Legislativa se abra cada vez mais, para reconhecer, para aprender e para amplificar ainda mais o trabalho que vocês fazem.

Sejam muito bem-vindos e vida longa à Flor da Vida. (Palmas.)

 

* * *

 

- Assume a Presidência a Sra. Monica Seixas do Movimento Pretas.

 

* * *

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Pela ordem, Sra. Presidente, permita que eu complemente essas palavras de boas-vindas à Flor da Vida?

 

A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Uma comunicação, deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Eu também quero aqui dar o meu testemunho. Eu estive ali visitando o Guilherme Cortez em Franca... Essa extraordinária instituição, que tem lá três áreas diferentes, tem uma área que é o lugar onde são atendidas as pessoas, sejam elas crianças de alguns meses de idade, até pessoas idosas.

E, querida presidente, eu fiquei ali emocionado de ver, por exemplo, como que as mães, os pais deram o seu testemunho, na hora que estavam sendo atendidas as crianças, de como elas haviam melhorado extraordinariamente a sua qualidade de vida.

Por exemplo, crianças com autismo que, algumas vezes, os pais estavam sem esperanças de que elas poderiam melhorar, melhoraram graças ao tratamento ali.

Agora eles recebem um número extraordinário de pessoas e sem fins lucrativos. É uma instituição que merece todo o nosso apoio. Então quero também estar, se me permite o deputado Guilherme Cortez, eu gostaria de assinar com você que possa ser considerada de utilidade pública a Flor da Vida, está bem?

Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Obrigada, deputado. Saudar também os membros da Flor da Vida que estão aqui presentes, é uma honra para nossa Casa. Sejam bem-vindos. Com a palavra o deputado Atila Jacomussi.

 

O SR. ATILA JACOMUSSI - SOLIDARIEDADE - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidenta Monica Seixas, que está presidindo a sessão neste exato momento, também deputado Cachorrão, meu grande amigo, grande deputado da região de Sorocaba, que realizam um grande trabalho.

Mas eu quero usar a tribuna neste dia, Giannazi, até porque ontem fui pego de surpresa, chegando a esta Casa, estava em diligências aqui, pela luta das bandeiras que tanto trabalho aqui pelo nosso estado.

Acabei adentrando e acabei tomando conhecimento de um fato que ocorreu, até porque eu só tomo conhecimento daquilo que eu vejo, de um ato. Que a nossa querida deputada Ediane Maria possa ter sofrido um ato de racismo, deputado.

Acabei tendo conhecimento logo depois do fato, quase 40 minutos, quando adentrei no plenário, logo que tomei conhecimento. Lógico que me solidarizei com a deputada Ediane Maria, porque não compactuo, deputada Monica Seixas, com nenhum ato de racismo e de preconceito de cor, raça, em nenhum sentido.

Logo depois, também tomei conhecimento de que a deputada citou o meu nome, que essa pessoa que possa ter, realmente, cometido este ato de racismo, poderia ter se escondido no meu gabinete.

Primeiro, tomei conhecimento disso, fui apurar e isto não é verdade. Não é verdade. Ele não passou pelo meu gabinete ontem, deputado Cachorrão. Essa pessoa que pode ter cometido o ato de racismo.

Inclusive, essa pessoa foi levada até a delegacia da Polícia Civil desta Casa, e foi apurado que ele não passou pelo meu gabinete. Poderia ter passado em outros gabinetes, até porque, um senhor de 80 anos, que há mais de 35 anos ele sempre está aqui, é frequentador assíduo desta Casa. E passa em vários gabinetes. Não passou ontem pelo meu gabinete.

Pedi para que as câmeras pudessem demonstrar isso e as câmeras da Casa já demonstraram que ele não passou pelo meu gabinete ontem, passou pelo gabinete de vários deputados, inclusive de lideranças aqui, de partidos políticos, mas não adentrou no meu gabinete oficial.

E a deputada, lógico, tendo sofrido qualquer ato de racimo, infelizmente, naquele momento, eu acho que no calor da emoção, quero entender que seja isso, que a deputada no calor da emoção, ela mencionou o meu nome aqui, na tribuna.

Eu quero pedir para que a deputada se retrate e retire o meu nome sobre qualquer tipo de comentário racista, ou que eu possa ter escondido, porque isso não é verdade.

Até porque, deputada Monica Seixas, eu fui prefeito em Mauá, e quero dizer uma coisa para a senhora e para todos os deputados aqui. Eu fui o primeiro prefeito do estado de São Paulo que garantiu a quota de raças para pessoas negras, na questão da realização de concurso público.

Tenho muito orgulho que o meu avô, por parte de mãe, era negro. Agora, não posso compactuar com uma afirmação que não é verdadeira, que essa pessoa possa ter passado pelo meu gabinete.

Não passou pelo meu gabinete oficial. Não passou. E se as câmeras dizem... E também tomei conhecimento da Polícia Civil, onde a deputada Edvânia, no momento da declaração, da realização do B.O, em nenhum momento ela citou o meu nome na realização do B.O.

Então, se tivesse passado no meu gabinete, que ela tivesse mencionado isso no Boletim de Ocorrência à polícia. 

Agora, peguei aqui através das redes sociais da deputada, ela menciona lá que essa pessoa pode ter se escondido no meu gabinete - isso não é verdade. Eu peço aqui, para a deputada, deputada Monica Seixas, que ela se retrate. É o mínimo que ela pode dizer, se retrate sobre esse fato, que eu lamento, não compactuo com isso.

Mas que ela se retrate, até porque ela é minha vizinha de cidade, ali de Santo André, e eu não quero crer que isso possa amanhã ou depois servir como narrativa política de disputas eleitorais em 2024. Porque, provavelmente, serei candidato a prefeito na cidade de Mauá.

E sabemos que o PSOL tem uma boa aproximação com o PT, e não quero que o meu nome seja envolvido. Primeiro, com um fato que não ocorreu. Segundo, para que possa servir de narrativas políticas usadas nas próximas eleições de 2024.

Não vou aceitar, estou, agora, registrando um Boletim de Ocorrência junto à delegacia desta Casa, para que a deputada se retrate, se retrate. E para que ela possa corrigir esse fato, que ela mencionou o meu nome, não mencionou na Polícia Civil, mas mencionou nas redes sociais, isso acaba causando um desgaste para a Casa. Até porque sou um deputado que defendo a questão da igualdade, seja de cor, raça, (Inaudível.) e gênero.

Eu quero dizer aqui, quero deixar o meu repúdio, e dizer que vamos estar registrando o Boletim de Ocorrência para que a deputada se retrate e, mais do que isso, vou levar ao conhecimento desta Casa, à Comissão de Ética. Porque nome de deputado não pode ser citado se você não tem a comprovação deste fato relacionado com o deputado.

Já ocorreram outros fatos aqui que...

 

A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Para concluir.

 

O SR. ATILA JACOMUSSI - SOLIDARIEDADE - Acabaram causando... só um minutinho, deixa só eu terminar, acabaram causando alguns desgastes para deputados, e muitas vezes é verdade e outras vezes não é verdade.

E esse fato não é verdade, não é verdade, não vou aceitar isso, para que depois esse fato possa servir de narrativa política nas eleições municipais em 2024.

Quero deixar registrada a minha fala e dizer aqui que combato qualquer tipo de preconceito e racismo neste Estado e neste País.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sra. Deputada.

 

A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Eu vou te dar pela ordem já, deputado Carlos Giannazi. Mas, se o senhor me permite, antes, na qualidade de presidente da sessão, mas na qualidade de líder da bancada do PSOL, sou extremamente solidária ao que aconteceu com a deputada Ediane, o nome dela é Ediane, nossa colega aqui na Casa. Extremamente solidária.

E, assistindo o que aconteceu, primeiro é preciso entender que quando a gente combate o racismo e quando a gente é solidária a uma violência, a gente primeiro acolhe a dor e a violência da vítima. Quem disse fui eu. Mostrei as imagens para o senhor e disse ao senhor que, pelas imagens...

 

O SR. ATILA JACOMUSSI - SOLIDARIEDADE - Me permite, deputada, só um aparte?

 

A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Deixa eu só concluir, deputado. Eu disse que, pelas imagens, parecia que, e disse também a cabo que me atendeu, muito solidariamente, disse “pelas imagens, parece que ele entrou no gabinete do deputado Atila”.

Eu disse isso para dar insumos para que a polícia o procurasse. Eu disse isso para dar insumos para dizer “ele está na Casa”, botando fé, inclusive, que as câmeras de segurança iam localizá-lo. Ninguém o acusou de dar guarida ao senhor. Ele poderia ter entrado no gabinete de qualquer um.

 

O SR. ATILA JACOMUSSI - SOLIDARIEDADE - Deputada, deputada!

 

A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Para concluir, eu ainda não usei os meus dois minutos. Ele poderia ter entrado no gabinete de qualquer um, enquanto estava xingando a Ediane Maria, e ela virou a câmera para filmá-lo. Ele poderia entrar no gabinete de qualquer um para se proteger das imagens.

A postura de uma pessoa antirracista, como eu confundi com um outro deputado, antes de procurar o senhor, ele falou assim: “Vou ligar no meu gabinete agora. Se ele estiver lá, eu vou avisar a polícia”. Todos se colocaram. Se ele tivesse entrado no meu gabinete, eu teria feito a mesma coisa.

O PSOL e a deputada Ediane não estão acusando de nada. Mas o senhor está agredindo e violentando a deputada Ediane por se defender. Em nenhum momento nós dissemos, e o senhor tem, da minha boca, que foi quem citou o seu gabinete ontem, no calor do momento, em nenhum momento a gente está acusando o senhor de nada.

A gente viu uma imagem, e avisou a polícia. “Parece que esse é o gabinete do deputado Atila, que ele entrou para se esconder”. Em nenhum momento dissemos que o senhor deu guarida.

 

O SR. ATILA JACOMUSSI - SOLIDARIEDADE - PARA COMUNICAÇÃO - Deputada, deputada! Já que você citou o meu nome mais uma vez, quero fazer uso dessa fala. Não compactuo com nenhum ato de racismo. Inclusive, me solidarizei quando cheguei a esta Casa, ao plenário.

Quando a senhora disse que a senhora mostrou as imagens para mim, a senhora está faltando com a verdade. Porque a senhora não mostrou a imagem. A senhora falou “parece que é seu gabinete”. Mas em nenhum momento a senhora me mostrou as imagens. Quero deixar isso muito claro para a senhora.

Aliás, agora, uma coisa é a gente não compactuar, a gente, veementemente, combater o racismo. A deputada, se ela sofreu qualquer tipo, tem que ser combatido. Eu não estava no momento aqui. A senhora viu que eu adentrei. Se ela sofreu, tem que ser combatido. E eu combato. Inclusive, fiz uma fala em solidariedade à deputada.

Agora, a deputada insiste em colocar nas suas redes sociais, no Twitter, que esse indivíduo adentrou o meu gabinete. Ela afirmou na rede social dela, no Twitter. Então, o que eu peço, para ela, você, como líder da bancada do PSOL, que ela se retrate, que ela retire. Porque ela não pode fazer uma acusação no Twitter dela. Ela disse que ele adentrou no meu gabinete.

Isso não é verdade. Isso pode passar uma imagem, para a sociedade, que eu dei guarida. E eu não dei, e nunca vou dar guarida para ninguém que cometa o ato de racismo. Mas eu tenho que deixar registrado que esse fato não ocorreu. O que eu peço para a deputada que sofreu esse ato, é simplesmente isso.

Por favor, retire o meu nome, corrija esse fato. E daqui, juntos, a gente pode combater o racismo. Agora, o que a gente não pode, é admitir qualquer fato desse, e colocar o nosso nome e a nossa reputação em jogo. E que acaba transparecendo, amanhã ou depois. Não por parte da deputada, nem por parte de você, deputada Monica, que eu tenho um grande respeito.

Alguém pode estar usando nas eleições de 2024, usando uma narrativa mentirosa. Então a gente tem que coibir e corrigir. É muito mais bonito, quando a gente erra, a gente corrigir.

Eu acho isso muito mais importante.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem.

 

A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Claro. Com a palavra, o deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Uma rápida comunicação. Primeiramente, me associar ao que disse V. Exa., deputada Monica Seixas e dizer ao deputado Atila, que está muito claro para todos nós que V. Exa. não tem nada a ver com esse episódio.

Houve ontem aqui um gravíssimo caso de racismo dentro da Assembleia Legislativa, que foi repudiado por todos os parlamentares, por todas as pessoas que estavam aqui, inclusive por Vossa Excelência.

Em nenhum momento V. Exa. foi acusado de ter feito parte disso. A pessoa que cometeu o ato de racismo poderia ter entrado em qualquer gabinete, até no meu, no do Cortez, do Suplicy, do Vitão, da Monica Seixas. Então, não cabe nem retratação sobre isso.

Acho que V. Exa. tem que entender que seu nome não está associado e para todos nós isso está muito claro, para a opinião pública. Então, eu vejo, deputado Atila, que não há necessidade de retratação alguma, porque seu nome não está envolvido. As declarações da deputada Ediane foram claras, e da deputada Monica Seixas também.

Em nenhum momento V. Exa. foi associado a esse tristíssimo episódio que tem que ser combatido exaustivamente aqui na Assembleia Legislativa.

Era isso.

 

A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Seguindo a lista dos oradores inscritos, deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.

Enquanto o deputado Carlos Giannazi se dirige à tribuna, eu gostaria mais uma vez de usar uma comunicação por dois minutos: embora eu entenda a preocupação do deputado Atila de que isso seja usado com motivos políticos contra ele, mais uma vez a gente reitera que a citação foi para dar a localização para a polícia de onde a gente acha que viu o indivíduo, porque identificar um indivíduo em caso de racismo quando ele ainda está presente na Casa é extremamente importante.

A localização poderia ser em frente à sala da Presidência, poderia ser em frente ao gabinete da deputada Monica, mas a localização que se verificou naquele momento foi aquela.

Eu acho ruim uma pessoa que acabou de sofrer um episódio como esse, que teve a dificuldade que enfrentou ontem, ser ameaçada de ir ao Conselho de Ética para falar sobre isso. Gostaria de perguntar se o senhor já procurou a deputada Ediane para se solidarizar com ela, se já colocou para ela como o senhor se sentiu com essa citação pública.

Agora, vir aqui e dizer que vai colocar no Conselho de Ética uma vítima de racismo? Isso eu acho que tem que ser retirado, me desculpa falar, mas constantemente as vítimas de racismo são revitimizadas, porque toda sua palavra é revista, é exposta, violentada, e isso eu acho muito triste.

Com a palavra, o deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, deputada Monica Seixas, que preside esta sessão, é uma honra tê-la nessa cadeira. Um dia, nós do PSOL, Cortez, estaremos lá.

Eu quero aqui falar do PLC 143, que foi protocolado ontem à noite. Nós já estávamos esperando esse protocolo. Já há muito tempo o secretário da Educação tinha prometido protocolar esse projeto, desde o final do semestre passado, em uma reunião que tive com ele em seu próprio gabinete, e depois em uma live que ele fez no mês de agosto.

Várias promessas foram feitas e só agora, no final do ano, praticamente, no final do quarto bimestre, que ele apresenta o projeto sobre as APDs e a famosa falta-aula.

Eu queria destacar que ele só apresentou isso porque houve uma grande pressão do Magistério estadual. Mesmo assim, o governo apresenta um projeto com muitas falhas, que vamos ter que corrigir através de emendas que vamos apresentar. Meu mandato vai apresentar e outros mandatos também vão apresentar.

Nós temos que aprovar essas emendas, porque esse projeto trata de vários temas, mas o primeiro deles é a questão mesmo da grande reivindicação do Magistério estadual, de que as APDs, a Atividades Pedagógicas Diversificadas, sejam feitas em local de livre escolha dos professores. Essa é a principal reivindicação aqui do projeto, juntamente com a questão da falta-aula.

E aí o que ele fez? No §1º, do Art. 1º, o que diz o projeto? “O tempo de trabalho destinado às atividades pedagógicas sem interação com os educandos será cumprido em local - aí que está - definido por ato do secretário da Educação”.

Ou seja, nós vamos ficar reféns, o Magistério Estadual vai ficar refém exatamente dos secretários de plantão, que vão depois publicar resoluções determinando onde serão feitas essas APDs.

Ou seja, o secretário pode dizer: “Olha, professor, você vai fazer na sua casa, mas você vai ter que estar conectado com os outros professores na internet”, então não vai adiantar nada.

Dependendo de cada secretário, você vai ter um tipo de resolução. O Magistério vai ficar refém dos governos de plantão, dos secretários de plantão, porque os secretários mudam, eles são inquilinos, eles passam pela Secretaria da Educação, então é um absurdo isso daqui. Nós vamos corrigir, apresentar emenda corrigindo.

É o professor que vai escolher, essa é reivindicação do Magistério, não vai ser o secretário que vai escolher, porque ele pode escolher um local que não é adequado para a realização das atividades pedagógicas diversificadas.

Então esse é o primeiro ponto, mas nós vamos corrigir, nós vamos apresentar emendas. Eu faço um apelo para que os 94 deputados e deputadas aprovem as nossas emendas para corrigir o PL nº 143.

Tem aqui o Art. 5º, que é um absurdo, Sra. Presidente, Srs. Deputados, que fala sobre a questão da adesão à nova carreira, que já venceu o prazo. O projeto original, o projeto que foi aprovado deu um prazo de dois anos para as pessoas aderirem à nova carreira, segundo a nefasta Lei nº 1.374.

Como quase ninguém aderiu, porque a carreira é tão ruim que pouquíssimas pessoas aderiram... Tanto é que numa reunião com o próprio secretário, Renato Feder, ele mesmo disse que ninguém estava aderindo. Não aderem porque a carreira é ruim, essa nova carreira criada pela Lei nº 1.374.

Então ele prorroga para mais 24 meses, por mais dois anos, isso é desnecessário. Quem não aderiu é porque não quis aderir e nem vai aderir, porque a carreira é muito ruim, a pessoa já teve o prazo necessário para isso. A nossa meta é a revogação de toda essa lei, essa lei é péssima.

Tem uma outra questão gravíssima aqui também, que é o ataque aos gestores, às diretoras e diretores das escolas estaduais. Esse projeto aumenta o controle do governo, da Secretária da Educação em cima dos diretores.

Isso vai propiciar mais assédio, mais perseguição às diretoras e aos diretores, tira a autonomia dos diretores com uma suposta avaliação. Então nós temos que alterar esse projeto, através de emendas que nós vamos encaminhar durante a sua tramitação aqui na Assembleia Legislativa.

Uma vitória parcial, lógico, veio o projeto, a gente pode fazer emendas, melhorar o projeto. Tem a questão da falta-aula também que é um avanço importante. A questão da atribuição de aulas que está longe de ser perfeita, nós temos que fazer alterações também porque nós somos contra, por exemplo, à instituição do critério de assiduidade na pontuação, isso é um absurdo.

Professor fica doente, tem licença médica, isso haverá prejuízo para ele no processo de atribuição de aulas, tem que mudar isso. O que nós queremos é que o tempo de serviço seja o único critério para o processo de atribuição de aulas.

Então, voltarei a comentar o projeto, Sra. Presidente, mas em tese é isso. Vamos aprovar as emendas, corrigir, aperfeiçoar e melhorar o PLC nº 143, que trata das APDs e das faltas aulas.

Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Seguindo a lista dos oradores, a próxima seria eu, mas abro mão. Deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Perdão, deputado Eduardo Suplicy com a palavra.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Eu estava subindo aí para dar um abraço em vocês da Flor da Vida, mas ganhei o direito de falar aqui. Quero continuar a expor um pouco das observações relacionadas ao que eu vi, e com muito entusiasmo percebi que vocês têm uma entidade ali que recebe as pessoas que têm algum problema. O outro (Inaudível.) tudo o que acontece, e a outra é onde está havendo a plantação da Cannabis medicinal, com uma área bastante grande.

Gostaria de dizer, eu acho que vocês estão prestando um serviço aos brasileiros e às brasileiras formidável, e que, na medida em que estão contribuindo para que seja elevada a qualidade de vida, desde crianças de um mês de idade, até pessoas que atingem mais de 100 anos de idade. Então, as crianças, que às vezes tem o autismo, a Doença de Dravet, ou os idosos que têm Alzheimer ou o próprio Parkinson.

Então, eu acho formidável que vocês tenham iniciado esse trabalho, e já tem lá essa instituição, e pelo que eu me lembro, que o Enor me contou, mais de três anos já, e eu vou revelar algo aqui, se você me permite, Guilherme Cortez.

Eu me tornei um amigo do Nabor Moraes, e daí as pessoas do PT ali em Franca sugeriram a ele, por causa da repercussão tão positiva do trabalho dele: “quem sabe você possa ser um vereador, ou até prefeito de Franca?”.

E ele então veio trocar ideias comigo. E sabe que, pelo que eu vi na entidade Flor da Vida, uma associação terapêutica, os benefícios que vêm resultando para a comunidade, e de muitos outros lugares do Brasil que interagem com a Flor da Vida, até para serem medicados.

Eu disse a ele: “olha, será compatível ser, ao mesmo tempo, prefeito de Franca e ser presidente da Associação Terapêutica Flor da Vida? O seu trabalho como presidente da Flor da Vida tem uma tal relevância que seria interessante que você possa continuar, porque, afinal de contas, é relativamente moço”.

E eis que, poucos dias depois, ele se encontrou com uma pessoa jovem também, agora meu colega aqui, o Guilherme Cortez, deputado, e que está se dispondo a ser candidato a prefeito em Franca, e eis que então eu percebi que há como que uma associação, uma união de propósitos entre vocês, e eu quero aqui lhes transmitir, eu tenho toda vontade de apoiá-los, apoiar a causa da Flor da Vida, o quanto vocês puderem renovar a gestão em Franca, para ser uma gestão efetivamente democrática, como eu próprio tive, já ao longo da história do PT, a oportunidade de testemunhar em Franca, quando o prefeito Gilmar Dominici, do PT, foi um ótimo prefeito lá em Franca, está bem?

Então sejam muito bem-vindos.

Estou feliz em encontrá-los aqui.

 

A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Seguindo a lista de oradores inscritos, Solange Freitas. (Pausa.) Caio França. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Deputada Monica, que preside esta sessão, todos os deputados que estão aqui, quem nos acompanha, os servidores desta Casa e quem nos assiste através da Rede Alesp.

Eu estava me preparando, deputada Monica, para falar de um tema que é muito caro para mim, que é a guerra contra a Palestina, mas pretendo fazer isso no Grande Expediente.

Depois dessa fala tão bonita e reveladora do deputado Suplicy, eu queria aproveitar para reforçar mais uma vez o carinho que eu tenho pelas pessoas que eu tenho a honra de trazer, de receber hoje aqui neste plenário, que são os nossos colegas da Associação Flor da Vida.

Mas mais do que reivindicar o trabalho excepcional que eles fazem, que eu tenho o grande orgulho de conhecer, de apoiar já há muito tempo lá na cidade de Franca, que eu acho que tem todas as condições e que deveria apostar, deputado Vitão...

Se eu fosse prefeito de uma cidade, já que o deputado Suplicy colocou isso no debate, teria o maior orgulho de administrar uma cidade que tem uma associação com o porte da Flor da Vida, que está rodando o Brasil inteiro e que está se tornando uma referência nacional numa área da saúde que é fundamental, mas que, infelizmente, ainda é tão restrita.

E é restrita porque a gente tem uma estigmatização, deputado Vitão, contra uma folha, contra uma planta, que durante séculos da nossa história foi criminalizada, foi estigmatizada e que chega ao seu maior absurdo quando até o acesso a um tratamento médico é negado para as pessoas por conta desse mesmo estigma.

Uma coisa que eu aprendi com o Enor, que eu aprendi com todos os colegas da Flor da Vida, deputada Monica, é que a vida não pode esperar. Quem precisa de um tratamento, uma mãe que tem uma criança que necessita de um tratamento, mas não consegue pagar ou não consegue encontrar um tratamento que solucione a questão do seu filho, ela não pode esperar um, dois, três, quatro anos nessa situação, porque algumas pessoas insistem no preconceito, insistem na ignorância.

As propriedades medicinais da cannabis já são mais do que comprovadas, tanto é que temos aqui na Assembleia Legislativa uma frente parlamentar coordenada brilhantemente pelo deputado Caio França.

Tivemos aqui na Assembleia Legislativa a aprovação de um projeto de lei importantíssimo para fornecer esses medicamentos à base de cannabis de maneira gratuita no Sistema Único de Saúde, que foi sancionado pelo governador Tarcísio de Freitas. Mas, deputado Vitão, ainda hoje a gente já está terminando esse primeiro ano de mandato do governador e ainda não saiu do papel.

Agora, cada semana, cada mês, deputado Suplicy, que a regulamentação dessa lei não sai do papel, que essa lei não se torna efetiva, são quantas pessoas? São quantas crianças? São quantos idosos? São quantas famílias que esperam por esse tratamento e não têm esse tratamento?

E quando a gente tem militantes, profissionais, ativistas, cientistas como é a Flor da Vida e como são outras entidades e outros movimentos e outras associações que vão abrindo caminho nesse debate, infelizmente, essas associações ainda têm que sofrer com represálias.

Eu lembro há alguns anos atrás, em Franca, quando a Flor da Vida chegou a ser interditada, chegou a ser lacrada durante poucos dias por conta de uma atuação inconsequente, na minha visão, do Ministério Público, que felizmente foi revertido, e que felizmente este ano foi aprovado na Câmara Municipal de Franca um título de utilidade pública municipal para a Flor da Vida, que eu tenho dito que é o primeiro e mais elementar reconhecimento possível de uma coisa que só não existe esse reconhecimento jurídico ainda, deputado Vitão, porque a Flor da Vida realiza uma utilidade pública municipal, estadual e nacional.

Agora, a gente sabe a importância que esse reconhecimento tem para proteger, para incentivar e para indicar para o Poder Público, para o Judiciário, para a Anvisa, para o Governo do Estado de São Paulo e para a Prefeitura de Franca que esse trabalho precisa ser reconhecido, e, mais do que reconhecido, precisa ser apoiado, porque o que associações como a Flor da Vida fazem é o que o Poder Público deveria fazer, é o que o governo de São Paulo deveria fazer.

Eles oferecem um tratamento médico qualificado que o próprio Poder Público ainda teima, insiste, em restringir, deixando pessoas que precisam de um tratamento esperando. Mas a vida não pode esperar. A ignorância dos homens, dos seres humanos, não pode fazer outras pessoas, que não têm nada a ver com isso, com a falta de conhecimento, com o preconceito, com a estigmatização, perderem a oportunidade de ter um tratamento.

Então fico muito feliz, mais uma vez, de receber os nossos colegas da Flor da Vida, e espero que a Assembleia Legislativa seja cada vez mais aberta para reconhecer o trabalho de vocês, mas, acima de tudo, para aprender com vocês, para que a gente possa avançar ainda mais na legislação e nas políticas públicas para garantir o acesso à saúde para toda a população que precisa, sem preconceitos, sem estigma, sem criminalização.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Seguindo a lista dos oradores, deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.)

Entrando na Lista Suplementar, deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Monica Seixas, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta Casa, boa tarde, Flor da Vida, que Deus continue abençoando o futuro prefeito, Guilherme Cortez, o rei da oratória, um menino que chegou esse ano na Casa, mas se comunica muito bem e trabalha pelo povo junto ao rei dos votos, deputado Eduardo Suplicy.

Cumprimento todos os trabalhadores da Casa, em especial, o pessoal da limpeza, o pessoal que faz o trabalho de limpar o banheiro. Às vezes, muita gente não pensa nessas pessoas, não se lembra desse povo tão importante.

Também cumprimento a imprensa, o câmera, os repórteres da Casa, para mim é uma honra estar aqui, agradeço a Deus por chegar aqui, seguro, e Deus estar guardando as estradas, onde a gente tem viajado muito. Só eu mesmo, visitando o interior, visitando prefeitos e vereadores, já viajei quase 30 mil quilômetros, desde março, Guilherme Cortez.

Então o nosso trabalho é pelo povo. Eu, como pai da Ana Júlia e da Paola, que eu tenho duas filhas, quero agradecer imensamente, e pedir ajuda para a Vânia França. Ela entrou em contato com o gabinete do povo, o gabinete do Vitão do Cachorrão, creio que de muitos deputados também, Giannazi, V. Exa., que luta pelo servidor e pelo povo, é para atender a todos: é para atender prefeito, vereador, secretário.

Mas se entrar lá uma pessoa, que, que nem do bairro de onde eu vim, que pega papelão, reciclagem, de chinelo de dedo, vai ser bem atendido, vai ser bem atendida.

E a Vânia França - eu como pai - ela perdeu um menino, que no dia do aniversário, o Kauan, perdeu, não, desapareceu, Guilherme Cortez, no dia do aniversário do Kauan. Ela é de Registro, do Vale do Ribeira, entrou em contato aqui, com o gabinete do povo. Ela é mãe, dona Edna Cristina.

Quero mostrar aqui. A mãe é Edna Cristina, estava em uma postagem da Vânia França. Perdeu o menino Kauan. E ela pede ajuda da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, que é muito competente.

No dia 29 de outubro, ela pedindo oração. “Boa noite, estou precisando de ajuda, de oração. Hoje eu e meu filho Kauê, que é irmão do Kauan” - olha só que dor para quem tem um filho. Eu sou pai de duas meninas, a nossa maior joia são os nossos filhos, a nossa família que Deus deixou para nós.

E ela está pedindo alguma pista, “saímos em busca de alguma pista do meu filho Kauan e conseguimos as câmeras de uma senhora bondosa, que nos permitiu visualizar as imagens através do celular dela, no Alay Correa, rua Ruy Prado de Mendonça, e conseguimos ver meu filho Kauan indo em direção ao local onde fica uma antiga trilha de trem, às 4:15 da tarde.” Não deu tempo de visualizar mais nada. Ele foi em direção a um antigo Sesc, onde tem um lago.

Então, eu vou colocar depois o telefone da mãe nas minhas redes sociais, a foto do menino também, que está aqui. No dia do aniversário, esse menino desapareceu. Eu aqui como parlamentar, como pai, peço que outros deputados, se puderem compartilhar, porque tem muitos deputados aqui que têm milhões de seguidores.

A gente está aqui junto para fazer o bem. Então eu faço um apelo aqui, em nome da mãe, a dona Edna Cristina, que o filho desapareceu no dia do seu aniversário, no dia do aniversário do filho.

Peço, por favor, que acesse a rede social, o meu Facebook, o meu Instagram é Vitão do Cachorrão mesmo. Eu, quando era vereador, mantive o meu nome, Vitão do Cachorrão, porque vendedor de hot dog em Sorocaba, comerciante com muito orgulho e hoje deputado.

Então acesse que eu vou deixar um contato. Peço ajuda, na região de Registro, do Vale do Ribeira, da Polícia Militar e também da Polícia Civil, de todos, para que achem esse adolescente.

E vou falar aqui em breve, tenho mais um pouquinho de tempo, Monica Seixas, mesmo sendo da base do Governo e trabalhando aqui, não posso ficar calado. Eu não vim aqui para ficar quieto, ficar como fantoche. E eu já pedi a carreta de mamografia, que é o diagnóstico precoce - já vou encerrar - e o tratamento precoce para quem tem câncer.

O câncer, todos sabem, não escolhe a criança, não escolhe o adulto, não escolhe o rico, não escolhe o milionário, não escolhe o pobre. O que precisa é de um diagnóstico precoce, de um tratamento precoce. E eu já solicitei, Monica Seixas, para 18 municípios que me procuraram, e até agora não tive a resposta.

Então eu peço aqui para o secretário de Saúde, mesmo sendo da bancada do Republicanos, e tenho certeza de que meus colegas também estão pedindo, para que tenha essa carreta da mamografia, mas que só tem uma, para um estado de 650 e poucos municípios, só uma carreta é muito pouco.

Então, pensando na mulher e no diagnóstico precoce, eu imploro por essa carreta da mamografia para que tenha um tratamento de câncer urgente em todo o nosso estado.

Também, a gente está pedindo, Guilherme Cortez, para encerrar, muita gente reclamando e procurando o gabinete do povo, cirurgia de hérnia. Tem duas mil pessoas na frente.

Então a gente tem aqui que fiscalizar e ficar em cima dessa vaga Cross, porque não é justo um trabalhador ficar esperando dois, três anos, e às vezes, quando chega uma ligação na casa do trabalhador de que ele vai ser operado, o trabalhador já faleceu. A gente não vai admitir isso não.

Que Deus abençoe a todos.

 

A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Amém. Próximo orador inscrito, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR -Sra. Deputada, deputada presidenta Monica Seixas, de volta à tribuna no dia de hoje, eu quero fazer uma gravíssima denúncia contra o prefeito e contra a Prefeitura de Carapicuíba.

Inclusive, o prefeito de lá já foi deputado estadual aqui na Assembleia Legislativa, a denúncia se refere a um processo de perseguição, de assédio, de constrangimento, de tentativa de inibir, de impedir a mobilização dos profissionais da Educação da rede municipal.

Eu me refiro aqui a uma publicação feita agora no Diário Oficial punindo 48 professoras que foram a uma manifestação, que foram a uma atividade na Câmara Municipal, Sra. Presidente, para reivindicar a melhoria das condições de trabalho, o pagamento do piso nacional do Magistério, a melhoria funcional, enfim, salarial, algo que acontece em várias prefeituras onde os servidores se mobilizam para pleitear, para reivindicar melhores condições salariais, funcionais e melhores condições de trabalho.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Vitão do Cachorrão.

 

* * *

 

E essas professoras e professores estão sendo punidos, agora através de um processo administrativo, e foram todos já condenados à suspensão, eles tiveram uma suspensão, cada um teve uma suspensão, teve professor que teve a suspensão de um dia, outra teve de cinco dias, mas isso é grave, porque isso é uma afronta ao direito de manifestação, de organização, sobretudo sindical.

Eu, inclusive, estive nessa manifestação, na verdade seria a realização de uma votação ou de uma audiência pública dentro da Câmara Municipal, no Parlamento Municipal, na Casa do povo, e as professoras estão sendo perseguidas e punidas por isso.

Nós vamos tomar providências em relação a esse gravíssimo caso, porque lutar não é crime, e a Prefeitura, o prefeito está utilizando do mecanismo, do processo administrativo disciplinar, para perseguir, para tentar impedir a mobilização, a luta por direitos.

A prefeitura não estava pagando exatamente o piso nacional do Magistério estadual, não está enquadrando as educadoras de educação infantil na carreira do Magistério municipal.

A prefeitura tem uma dívida com as professoras, com o Magistério da cidade e, em vez de pagar essa dívida, de resolver a situação fazendo uma gestão democrática, a prefeitura prefere perseguir, inibir e tentar impedir a mobilização da luta pelos direitos básicos de uma categoria fundamental para o desenvolvimento da cidade.

Quero ainda aproveitar, Sr. Presidente Vitão do Cachorrão, que agora substitui a deputada Monica Seixas, também para cobrar mais uma vez da Secretaria da Educação, da Seduc, que faça a nomeação imediata de todos os aprovados nos concursos de agente de organização escolar.

Já houve esse concurso, as pessoas aprovadas já fizeram a escolha, já fizeram o exame médico, isso no final do ano passado, e, até agora, elas não foram nomeadas, não assumiram os seus respectivos cargos, e a rede estadual está precisando desses importantes profissionais nas nossas escolas, que estão sem o módulo completo.

E também o mesmo com o concurso de supervisão, que também ocorreu a escolha no final do ano passado, e, no entanto, até agora, ou seja, quase um ano, e não houve ainda a nomeação desses supervisores e dessas supervisoras, que estão esperando, já fizeram o exame médico, o exame médico já nem está valendo mais, porque tem um prazo de validade.

O fato é que a Seduc está cometendo improbidade administrativa, porque esses concursos foram aprovados aqui na Assembleia Legislativa, com dotação orçamentária, as pessoas foram chamadas, foram aprovadas, escolheram já as vagas - olha só que situação - e, no entanto, não houve ainda a nomeação, porque parece que o governo não quer efetivar ninguém, esse governo quer manter a precarização das contratações.

Então, Sr. Presidente, nós também vamos tomar providências em relação a isso, acionando o Ministério Público Estadual mais uma vez, porque já fiz isso, no sentido de que o governo, que a Seduc seja responsabilizada por improbidade administrativa, por não fazer a nomeação de pessoas que foram aprovadas, de cargos importantes, estratégicos para a Educação estadual, para os agentes de organização escolar e para os supervisores de ensino.

Então, nós estamos hoje, novamente, acionando, não só o Ministério Público Estadual, mas o Tribunal de Contas também. A Seduc, a Secretaria da Educação, está cometendo improbidade administrativa e tem que ser punida por isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Giannazi. Sempre lutando pelo servidor. Encerrado já o tempo do Pequeno Expediente, vamos entrar no Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Emídio de Souza. (Pausa.) Deputado Altair Moraes. (Pausa.)

Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Tenente Coimbra. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.  

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presidente, eu estou fazendo uma permuta agora com o deputado Guilherme Cortez.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - É regimental. Com a palavra, deputado Guilherme Cortez.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR -Boa tarde, novamente, presidente. Eu quero aproveitar esse tempo no Grande Expediente para falar de um tema que muito me entristece, atormenta-me e que eu acho que devia fazer o mesmo com a consciência de todos os deputados.

Quando a gente está na escola... Eu sempre fui um aluno que gostava muito das aulas de histórias e quis ser professor de história - é um sonho que ainda tenho. Quando a gente estuda as grandes barbáries, as grandes tragédias que já aconteceram na história da humanidade, a gente sempre se pergunta o que as pessoas daquela época estavam fazendo. Por que elas deixaram essas coisas acontecerem?

Eu já pensei isso. A gente sempre se pergunta: por que a sociedade tolerou que uma coisa tão brutal pudesse acontecer? Às vezes, no nosso próprio tempo histórico, a gente tem a oportunidade de nos deparar com um desses acontecimentos, e resta a nós, a nossa consciência, a reflexão: o que nós estamos fazendo em relação a essa barbárie?

Nós estamos vivendo hoje o primeiro caso, deputado Vitão, de genocídio televisionado da história da humanidade. Faz um mês que um conflito brutal tem sacrificado milhares de vidas civis e inocentes no Oriente Médio, mas, mais especificamente, na Faixa de Gaza.

Eu já estive nesta tribuna para falar sobre isso, desde o começo desse conflito, porque esse conflito não é inesperado. Ele não começou hoje, ele não começou há um mês atrás, deputado Vitão.

Na verdade, o que acontece na Palestina é uma guerra que já dura 75 anos, desde quando, em 1948, o Estado da Palestina foi dividido. Desde quando, em 1948, mais de 700 mil palestinos foram expulsos das suas casas, no que eles chamam de Nakba, ou tragédia, catástrofe.

Você imagina, deputado Vitão, de um dia para o outro, você, a sua família, são expulsos da sua casa, da sua cidade, da sua terra, e são obrigados a se mudarem. Até hoje, deputado, ainda existem famílias que guardam as chaves das suas casas, as chaves das suas terras, na esperança de que um dia vão poder retornar. Então, essa guerra que a gente está vendo não deveria surpreender ninguém, porque ela não começou hoje. Ela já está acontecendo há 75 anos.

Nós lamentamos os sequestros, o derramamento de sangue inocente, porque, como eu disse em outra ocasião, deputado Vitão, eu não tenho a capacidade, que algumas pessoas têm, até alguns deputados parecem ter, de me importar só com meia vida ou de me importar só com as vidas daqueles com quem eu simpatizo e ser indiferente com as vidas das outras pessoas.

Eu acho que toda vida tem o mesmo valor, toda gota de sangue tem o mesmo valor, toda criança, toda mãe, toda família que é despedaçada tinha que chocar a gente da mesma maneira.

Agora, me parece que para alguns parlamentares, e para uma parte da nossa sociedade, da mídia, também, as vidas das pessoas palestinas não importam. Porque eu vi deputados virem aqui com bandeira, eu vi deputados falarem todo tipo de coisa.

Agora, hoje nós temos pelo menos dez mil pessoas palestinas que foram assassinadas na Faixa de Gaza; são as coisas mais odiosas e hediondas possíveis, deputado. São hospitais que são bombardeados.

E eu pergunto qual é o motivo militar de você bombardear um hospital, os feridos de um hospital? Campos de refugiados - qual é o motivo militar de você bombardear um campo de refugiado, um lugar onde, por essência, as pessoas já são obrigadas a viver, porque estão em conflito, estão sendo deslocadas, estão sendo perseguidas? Isso é de uma barbaridade que deveria chocar todo mundo.

Uma guerra não é uma partida de Fla-Flu, em que você escolhe em qual torcida você quer ficar, e em que uma coisa justifica a outra. Nada justifica matar dez mil pessoas inocentes; nada.

As pessoas, as crianças que estão sendo assassinadas na Faixa de Gaza não têm nada a ver com esse conflito, sequer têm idade para tomar parte em qualquer coisa. Isso deveria chocar todo mundo, presidente.

Me embrulha o estômago essa espécie de indignação seletiva que a gente parece ver, de a gente escolher com quais vidas a gente prefere se importar ou não. Todas as vidas importam.

Eu acho que o governo brasileiro, assim como toda a comunidade internacional, devia repudiar, de maneira veemente, deputado, o genocídio que está sendo cometido hoje na Faixa de Gaza.

A Bolívia fez isso, a Colômbia fez isso, vários governos ao longo do mundo estão repudiando, de maneira firme, de maneira veemente, e dizendo: “nós não podemos consentir com a continuidade de um genocídio, de um regime de violência”.

Então, endurecendo as suas críticas contra esse conflito... Eu espero que o governo brasileiro faça a mesma coisa, porque não é compatível com a nossa Constituição, não é compatível com os princípios que regem o nosso país, ou que deveriam reger o nosso país, presidente, a tolerância com esse tipo de violência.

E concluo, presidente, porque algumas pessoas - algumas de forma má intencionada, outras, acredito que seja por dúvida, por confusão mesmo, e por isso eu uso esse tempo para falar - me perguntam se não existe alguma contradição entre eu ser um militante da causa LGBT, assumidamente, e eu defender o povo palestino.

Para mim, nisso não tem contradição nenhuma. O Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTs no mundo; não é nenhum país do Oriente Médio, é o Brasil.

Este país aqui é o que mais mata pessoas LGBTs, não é nenhum país do Oriente Médio, não é a Palestina. E nem por conta disso eu defendo um genocídio no Brasil, obviamente; uma coisa não se paga com outra, oras.

Para que as pessoas possam viver, possam se expressar livremente, como eu defendo, a sua sexualidade, a sua identidade de gênero, elas têm que estar vivas. Ninguém pode ser LGBT nem ser não-LGBT debaixo de escombro. O mínimo é a gente defender as vidas das pessoas.

É intolerável que a gente esteja convivendo, em pleno 2023, com esse tipo de violência, que tudo isso esteja sendo televisionado, exibido nos jornais, e que nada aconteça.

Se a gente não é capaz de, em 2023, frear um genocídio, frear o assassinato de crianças, no mínimo fazer um cessar-fogo, para que as vidas civis possam ser salvas, para que a ajuda humanitária possa chegar, para interromper o bombardeio de hospital, para interromper o bombardeio de prédios, de cidades.

Imagina se fosse no Brasil. Nós nascemos no Brasil, mas isso foi um fato do acaso. Nenhum de nós escolheu onde a gente ia nascer. Imagina, deputado Vitão, se, ao invés de nascer no Brasil, a gente nasce do outro lado do mundo, em um lugar onde a nossa vida vai ser atravessada por um conflito como esse, por uma violência como essa, por uma selvageria injustificada como essa.

Nada justifica bombardear um hospital. Nada justifica bombardear um campo de refugiados. Nada justifica bombardear escolas, como a escola da ONU. É lamentável que, passado um mês, ainda existam vidas de brasileiros, que estão na Faixa de Gaza, que faz um mês, mais de um mês, que o governo federal tem empreendido todos os esforços para conseguir repatriar esses brasileiros, e isso ainda não tenha sido concedido pelo Estado de Israel.

Ele permitiu alguns estrangeiros de sair do país, mas escolheu quais que não sairiam. E escolheu manter até hoje os brasileiros. Por quê? São perguntas que têm que ser respondidas. E são lacunas que têm que ser solucionadas, presidente.

Daqui a uns anos, as próximas gerações vão olhar para nós, e vão perguntar: “Como vocês puderam tolerar uma coisa dessa? O que vocês estavam fazendo enquanto isso aconteceu, enquanto tinham crianças, do outro lado do mundo, sendo assassinadas sem motivo nenhum?” Porque não existe nada que justifique você assassinar qualquer pessoa, muito menos uma criança.

E fica a reflexão, de cada um de nós, o que nós fizemos. Eu acho que o estado de São Paulo, a Assembleia Legislativa, o governo brasileiro, o nosso País, tinha que assumir uma posição firme e taxativa para repudiar o que está acontecendo hoje.

E para exigir a imediata interrupção dessas atrocidades, desse derramamento de sangue inocente. Um imediato cessar-fogo e o fim dessa guerra, que não começou há um mês.

Começou há 75 anos atrás. Essa guerra também não vai terminar enquanto o povo da Palestina não puder ser livre, não puder ter o seu estado, e não deixar de ser submetido a um regime de violência estatal e de apartheid. Esses são os votos que eu faço aqui.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Parabéns, deputado Guilherme Cortez. Na guerra, ninguém ganha. São mais de 2 mil crianças assassinadas de maneira brutal. A gente pede, urgente, um cessar-fogo, o fim dessa guerra, e a misericórdia de Deus.

É bombardeio em hospitais, é bombardeio em creche e escola, e estão morrendo muitos inocentes. Crianças que não têm nem como optar pelo lado “a” ou lado “b”, como V. Exa. disse. Que Deus abençoe e cesse logo essa guerra. E que os brasileiros também consigam retornar para casa.

Seguindo a lista dos oradores inscritos no Grande Expediente, deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Vitão do Cachorrão, prezados deputados, prezadas deputadas.

No dia em que, por iniciativa do deputado Barros Munhoz, a Assembleia Legislativa me prestou uma homenagem, eu fiz a leitura de uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva; ao vice-presidente, Geraldo Alckmin; ao ministro Fernando Haddad, da Fazenda; Simone Tebet, do Planejamento; do Desenvolvimento Social, Wellington Dias; das Relações Institucionais, Alexandre Padilha; da Casa Civil, Rui Costa; do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho; do Meio Ambiente, Marina Silva, dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida.

Como ainda não recebi a resposta a respeito, eu venho reiterar o conteúdo desta carta que contém uma sugestão que avalio de bom senso e muito relevante para a gestão do querido presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Conforme minha mensagem de 25 de setembro passado, venho reiterar meus cumprimentos pela promulgação da Lei nº 14.161, de 2023, que extingue o Auxílio-Brasil e reinstitui o Bolsa Família, afirmando que constitui etapa do processo gradual e progressivo de implementação da universalização da renda básica de cidadania, na forma estabelecida no parágrafo único, do Art. 6º, da Constituição e no caput do § 1º do Art. 1º, da Lei nº 10.835, de 8 de janeiro de 2004.

Desta maneira, o governo obedece a decisão do Supremo Tribunal Federal, de 26 de abril de 2021, de que deve cumprir a referida lei. Venho agora propor a V. Exa. a formação de um grupo de trabalho composto por economistas, filósofos, sociólogos, assistentes sociais, cientistas sociais, políticos e humanistas que mais contribuíram para os debates sobre as mais diversas formas de garantia de renda com vistas à erradicação da fome e da pobreza, à promoção de maior igualdade, à realização de justiça social em nosso país e em outros países do mundo ao longo das últimas décadas.

Trata-se apenas de uma sugestão. Obviamente poderão convidar a todas essas pessoas que, conforme conversei com elas, estão inteiramente dispostas a colaborar com esse propósito para que o governo brasileiro venha a ser o primeiro país do mundo a instituir para valer a renda básica universal como um direito inalienável de todos participarmos da riqueza de nossa nação.

Podem notar que, nessa relação, estão os nomes daqueles que, pioneiramente, propuseram a garantia de uma renda mínima, como Edmar Lisboa Bacha e Roberto Mangabeira Unger, em “Participação, Salário e Voto: um projeto de democracia para o Brasil”, em 78.

Alguns dos principais defensores da garantia de renda ao longo da história, como Josué de Castro, Celso Furtado, Antonio Maria da Silveira, Ana Maria Medeiros da Fonseca e Paul Singer não estão na lista porque já faleceram, mas seu legado se encontra presente no conhecimento dessas pessoas que compõem a lista de nomes aqui apresentada.

Por sinal, foi o professor Paul Singer que, em 2013, sugeriu esse grupo de trabalho, mencionando que tinha expectativa de participar do mesmo. Obviamente, poderão adicionar outros nomes que tenham também se destacado no debate sobre o tema.

Eis a lista dos nomes, por ordem alfabética: Aldaíza Sposati, Aloízio Mercadante Oliva, Ana Lúcia Lobato, Andersom Lopes Miranda, André Janones, André Lara Resende, André Mountian, Andrea Gama, Antonio Corrêa de Lacerda, Barbara Cobo, Bernard Appy, Bruna Cristina Neves Carnelossi, Camila Jara, Carolina Requena Justos, Celia Lessa Kerstenetsky, Ciro Gomes, Clóvis Roberto Zimmermann, Darcy Costa, Diego Zeidan, Ed Fuloni, Edmar Lisboa Bacha, Eduardo Braga,

Eduardo Matarazzo Suplicy, Eutália Barbosa, Fabiano Horta, Fabio Domingues Waltenberg, Fernando José Gomes Freitas, Frei Betto, Georgio Endrigo, Geyze Diniz, Guilherme Mello, Gustavo Zortea, Jéssica Maldonado, Jimmy Medeiros, João Henrique Campos, João Joaquim de Mello, João Saboya, Jorge Abrahão, José Márcio Camargo, José Ricardo Bezerra Nogueira, José Whellinson dos Santos, Josué Pereira da Silva, Leandro Teodoro Ferreira, Júlio Lancellotti, Ladislau Dowbor, Lena Lavinas,

Leonardo Boff, Letícia Bartolo, Luciana Costa, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Luiz Gonzaga Mello Belluzzo, Luiz Guilherme Schimura Oliveira, Luiza Erundina, Mani Tebet, Marcelo Lessa, Márcia Helena Carvalho Lopes, Margareth Alvez Dallaruvera, Maria Ozanira Silva e Silva, Marília Gabriela dos Santos Silva, Márcio Pochmann, Marcelo Neri, Marilena Chaui, Nelson Marconi, Oded Gragew, Paola Loureiro Carvalho, Paul Ryan Katz, Paulo de Tarso Hebling Meira,

Paulo Jannuzzi, Paulo Paim, Pedro Rossi, Pedro Herculano, Pérsio Arida, Randolfe Rodrigues, Raquel Costa, Renata Mirandola Bichir, Ricardo Henriques, Ricardo Paes de Barros, Roberta Mendes, Roberto Mangabeira Unger, Robson Mendonça, Rodrigo Orair, Rogério Carvalho, Rozane Bezerra de Siqueira, Samir Cury, Serguei Suares Dillon Soares, Sergio Luiz de Moraes Pinto,

Sidarta Ribeiro, Sidia Balakrishnan, Shirley Samico, Tábata Amaral, Tatiana Roque, Teresa Campello, Thiago Rocha dos Santos, Vicente Faleiros, Vinicius Amaral, Walquíria Leão Rego, Washington Quaquá, Claus Offe, Guy Standing, Karl Widerquist, Peter Knight, Plilippe Van Parijis, Sarath Davala, Yannick Vanderborght.

Acredito que essa lista de nomes, e a proposição do grupo de trabalho pode ser objeto de reflexão da próxima reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Social e de Sustentabilidade.

Coloquei-me à disposição do ministro Alexandre Padilha para, perante o “Conselhão”, fazer uma palestra sobre a renda básica universal, para debatermos sobre o tema, de que forma a renda básica universal vai ao encontro das ações propostas pelo “Conselhão”.

Valer ressaltar um exemplo prático e pioneiro no mundo, de um dividendo pago a todos seus habitantes residentes no Alasca há um ano ou mais. Desde o início dos anos 80, 25% dos royalties decorrentes da exploração do petróleo são investidos no fundo permanente do Alasca, em títulos de renda fixa, ações de empresas do Alasca, dos Estados Unidos e internacionais, inclusive brasileiras e empreendimentos imobiliários.

O fundo passou de um bilhão de dólares, no início dos anos 80, para hoje em torno de 80 bilhões de dólares. Cada residente no Alasca há um ano ou mais passou a receber um dividendo anual, que variou de cerca de 300 dólares, no início dos anos 80, para 3.284 dólares em 2022, e o Alasca passou do mais desigual dos 50 estados norte-americanos para hoje ser um dos dois estados mais igualitários, e constitui suicídio político para qualquer liderança propor o fim desse sistema.

De 80 para 2022, a renda per capita do Alasca evoluiu de 15.507 dólares para 68.635, enquanto que a dos Estados Unidos evoluiu de 10.180 para 65.423 dólares, um pouco mais rápida para o país, mas ambos hoje têm um alto padrão de vida.

Outro exemplo importante, com resultados positivos, é o de Macau, que desde 2008 passou a pagar um “Wealth Partaking Scheme” a cada um de cerca de 700 mil habitantes permanentes, decorrentes de 6% dos recursos arrecadados por seus cassinos, hotéis e restaurantes.

A esses exemplos, soma-se a experiência notável de Maricá, que, através de uma política local de renda básica de cidadania, já paga agora, a partir de novembro, a cerca de 93 mil cidadãos, o equivalente a 230 reais por mês, e o programa está agora alcançando 93 mil beneficiários, tornando-se um dos mais importantes exemplos de renda básica no mundo.

E eu gostaria de solicitar, Sra. Presidente, que seja esta carta publicada na íntegra, uma vez que está concluído meu prazo de oração desta tribuna.

Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Guilherme Cortez.

 

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O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito obrigado, deputado Suplicy. A solicitação de V. Exa. será encaminhada nos termos regimentais. Quero chamar agora o deputado Rui Alves. (Pausa.) Quero chamar o deputado Carlos Giannazi, em permuta com o deputado Luiz Claudio Marcolino.

E aproveitar para cumprimentar e saudar a presença dos professores da rede estadual de ensino de São Paulo e da Apeoesp, que estão participando. Com certeza esta Assembleia recebe vocês muito bem e tem muito a aprender com quem trabalha no chão da escola pública.

Com a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Guilherme Cortez, servidores da Educação aqui em luta contra o ataque à Educação, o corte no orçamento da Educação.

De volta à tribuna no dia de hoje, primeiramente, quero me associar ao que V. Exa. disse, deputado Cortez, aqui em relação ao genocídio, ao que nós estamos assistindo praticado pelo governo de extrema-direita contra o povo palestino na Faixa de Gaza.

Parabéns pelo seu pronunciamento. Eu queria, Sr. Presidente, primeiramente, aqui dizer que nós tivemos uma vitória muito importante - duas vitórias eu quero divulgar hoje. A primeira foi aqui na CPI da Enel.

Eu protocolei um requerimento convocando, pedindo a convocação dos representantes da Aneel, que é a Agência Nacional de Energia Elétrica, e também da Arsesp, que é a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo, que regula e que fiscaliza exatamente as empresas de eletricidade e de gás do estado de São Paulo.

E o meu requerimento foi aprovado, então em algum momento a Aneel estará presente aqui e a Arsesp também. O objetivo central é no sentido de perguntar a essas duas agências por que elas não fiscalizaram a Enel durante todo esse tempo, as demissões em massa feita pela empresa italiana; 36% dos servidores foram retirados, foram demitidos. Houve também e todos sabem disso...

Aliás, houve não, há ainda muitas reclamações. A Enel é a empresa que tem o maior número de reclamações no Procon e também na Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor. Então o que que essas duas agências estavam fazendo durante todo esse tempo?

Não houve fiscalização, elas foram omissas e responsáveis também por tudo que está acontecendo aqui no nosso estado. Então por isso que elas estão sendo convocadas e nós vamos cobrar.

E cobrar também que haja uma punição exemplar à empresa Enel, que ela seja multada com a multa bilionária e fiscalizada com todo o rigor para que não ocorra mais o que aconteceu.

E quero também, Sr. Presidente, aqui manifestar o meu protesto e a minha indignação com essa tentativa de atropelar o debate sobre a privatização da Sabesp. Agora está sendo realizado um congresso de comissões com as três comissões responsáveis pelo projeto de lei que vai privatizar a água no estado de São Paulo.

Em plena crise climática, crise hídrica, no estado de São Paulo, o governador Tarcísio vai entregar a Sabesp, que é uma empresa rentável, autossustentável, estratégica para o estado de São Paulo para a iniciativa privada, para os grandes grupos econômicos.

É disso que se trata, para que esses grupos tenham lucro em cima da exploração de serviço de água e saneamento. Então está tendo agora esse congresso de comissões. Saindo daqui eu vou para lá porque nós vamos obstruir o congresso de comissões, que é uma tentativa de acelerar o processo de privatização.

É importante que todos deputados estejam lá obstruindo. Todo deputado tem direito de fazer uma fala pelo menos de cinco minutos, que é um instrumento de obstrução.

Lembrando que foi marcada uma audiência para o dia 16 ainda. Como você realiza um congresso de comissões se a audiência pública ainda nem foi realizada? Então isso mostra o desespero do governo, da base do governo, em tentar aprovar a qualquer custo a privatização da água da Sabesp aqui no estado de São Paulo. Mas vai haver resistência e luta aqui na Alesp e também na sociedade.

Por fim, Sr. Presidente, quero divulgar uma vitória importante que tivemos hoje lá na Câmara dos Deputados, na Comissão de Finanças e Tributação, onde foi debatido o PLP, o Projeto de lei n.º 21, de 2023, da deputada federal Professora Luciene Cavalcante, que trata do descongelamento dos quinquênios, da sexta parte, da licença prêmio, dos anuênios, dos triênios, dos servidores públicos de todo o Brasil.

Esse projeto já tinha sido aprovado na Comissão de Administração e agora o projeto foi aprovado, por meio do relatório do deputado Guilherme Boulos, na Comissão de Finanças e Tributação.

Então acabou de ser aprovado agora, teve muita obstrução, logicamente. Os deputados de extrema direita, um deputado da extrema direita, bolsonarista, pediu vista, mas a deputada Luciene Cavalcante conseguiu convencê-lo a devolver, e o projeto foi votado, e ele segue agora para a última e definitiva comissão, que é a Comissão Constituição e Justiça, para que depois ele vá ao plenário, que é uma luta importante de todo o funcionalismo público nacional, mas que tem muita força aqui no estado de São Paulo.

O projeto sai daqui, porque a deputada Luciene Cavalcante é de São Paulo e da Educação. Ela é supervisora de ensino, foi diretora de escola, professora da rede municipal, da rede estadual.

É uma pessoa que vem do chão da escola. Mas eu vou deixar aqui, mostrar só um vídeo que ela fez, em que anuncia essa vitória importante para todo o funcionalismo público de São Paulo e do Brasil.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Lembrando, deputado Cortez, Donato, deputado Suplicy, que nós temos também uma frente de luta aqui em São Paulo, que infelizmente foi interrompida pelo governador Tarcísio de Freitas, porque nós conseguimos que o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo aprovasse um parecer interpretando um dos artigos da famigerada Lei Complementar nº 173, que congelou esse tempo de serviço dos servidores durante a pandemia, e liberasse o congelamento em todo o estado de São Paulo praticamente, para os municípios, para os servidores do estado, para os servidores do Tribunal de Justiça, do Ministério Público, da Defensoria Pública, do próprio Tribunal de Contas.

Porém, essa liberação durou apenas uma semana, porque o governador Tarcísio entrou com uma reclamação no Supremo Tribunal Federal e conseguiu uma liminar suspendendo essa decisão.

Mas nesse pouco tempo em que foi validado o parecer, alguns municípios liberaram o congelamento. Araçatuba, por exemplo, liberou o congelamento, descongelou os quinquênios, o tempo de serviço para a evolução dos servidores, mas aí o Tarcísio de Freitas prejudicou não só os servidores estaduais, mas prejudicou os servidores dos 644 municípios do estado de São Paulo. Foi isso o que ele fez.

Por isso que o Tarcísio é inimigo, Sr. Presidente, Srs. Deputados, dos servidores públicos. E é por isso que ele mandou também, enviou o projeto de lei da reforma administrativa, que já está tramitando aqui dentro, foi protocolado junto com a PEC nº 9, que trata do corte do orçamento da Educação, o PL que está sendo debatido hoje no congresso de comissões, da privatização da Sabesp, e esse projeto da reforma administrativa, que é uma preparação para uma outra reforma que ele pretende encaminhar à Assembleia Legislativa, prejudicando os servidores de carreira, sobretudo, tenho certeza, os da Educação.

Mas, como eu digo, haverá luta, resistência aqui e também junto com os professores, junto com todos os servidores do estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito obrigado, deputado Carlos Giannazi. Quero chamar agora o deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Donato, por sessão do tempo do deputado Reis. Vossa Excelência tem o tempo regimental para o uso da tribuna.

Queria convidar o deputado Carlos Giannazi para me substituir na Presidência da sessão.

 

O SR. DONATO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, todos que nos acompanham aqui nas galerias, aqueles que nos acompanham pela Rede Alesp, eu queria trazer, presidente, aqui um tema que eu reputo muito importante, que estou investigando já há alguns meses e cheguei a uma conclusão com informações trágicas da própria Secretaria Estadual de Saúde.

Eu, visitando o Hospital do Campo Limpo, um hospital municipal aqui de São Paulo, bastante importante na zona sul de São Paulo, fiquei sabendo, através de um dos diretores, que existiam muitas vagas de hospitais estaduais na cidade de São Paulo fechadas. E, a partir dessa informação - ele não sabia precisar quantas, como e onde - eu comecei a fazer requerimentos de informações, Lei de Acesso à Informação.

Aliás, é curioso, presidente, às vezes é mais fácil você conseguir uma informação via Lei de Acesso à Informação do que de um requerimento como parlamentar.

Nada contra a gente ter acesso, todo cidadão ter acesso através da Lei de Acesso à Informação, mas as nossas prerrogativas são ignoradas pelo Governo do Estado e mal respondem os nossos requerimentos.

Mas, enfim, depois de muitas idas e vindas, de dados vindo errados, a gente conseguiu uma lista da própria Secretaria Estadual de Saúde que é escandalosa e eu queria projetá-la aqui. É escandalosa, deputado Gil Diniz. Evidente, ela não é algo dessa gestão, ela se acumula há várias gestões, mas agora essa gestão tem que responder sobre esse problema.

Essa tabela é a tabela original que a Secretaria do Estado da Saúde me mandou, com, como vocês podem ver, leitos existentes e leitos disponíveis. E aí tem todos os hospitais do estado de São Paulo sob responsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde. Todos os hospitais do estado com os leitos existentes, tem a última coluna, junho de 2023 e leitos disponíveis também em junho de 2023.

Para melhor visualização, a gente resumiu essa planilha, que é a planilha oficial, em uma planilha mais simples, sem tantas colunas. Eu queria que fosse projetada aqui, porque os números são escandalosos. É a planilha da Secretaria Estadual de Saúde. Não foi inventada, não foi catada aleatoriamente, foi informada oficialmente pela Secretaria Estadual de Saúde.

E a gente tem, a gente está vendo ali, a gente simplificou o município, eu fiz uma planilha especial só para a cidade de São Paulo, depois tem os números gerais. Podemos ir para o fim, para a gente ter os números gerais do estado.

No estado, nós temos 31.081 leitos existentes, sob responsabilidade da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. Leitos disponíveis: 24.203, dado oficial da Secretaria Estadual de Saúde. Leitos fechados: 6.078 leitos fechados. Um hospital, um pelo outro, um hospital grande, em média, tem 200 leitos. Nós temos 30 hospitais fechados.

E isso me chamou a atenção, deputado Suplicy, eu estive também no Hospital das Clínicas recentemente, e o Hospital das Clínicas, que é o melhor hospital, de mais alta complexidade da América Latina, tem 311 leitos fechados, 311 leitos fechados. Tem a cama, tem o leito, tem o oxigênio, tem os aparelhos, mas não tem pessoal. Não tem médico, não tem enfermeiro, não tem o agente administrativo, e por isso se fecham leitos.

Só no Hospital das Clínicas, são 311 leitos fechados. Outro dia eu estive no Hospital Universitário, lá no Butantã, da USP, mais de 100 leitos fechados. É escandalosa essa situação.

Se a gente continuar com a planilha, a gente pode ver que na cidade de São Paulo, ali em azul, 11.403 leitos disponíveis. Existentes: 8.133 disponíveis, 3.270 fechados. Mais de 15 hospitais.

A rede municipal de saúde deve ter, tinha 11 hospitais, depois abriram alguns na pandemia, deve ter 16, 17 hospitais. Quinze hospitais fechados. E o que acontece com isso? Sobrecarrega os municípios, sobrecarrega a rede municipal de Saúde de São Paulo, sobrecarrega os vários municípios, por exemplo, da Grande São Paulo e de outros municípios.

Eu estava aqui, como estava aqui o Vitão do Cachorrão, eu tinha até visto aqui o Hospital de Sorocaba, tem quase 100 leitos fechados. Quase 100 leitos fechados.

Então a gente vê que a situação da Saúde é bastante grave e precisa de uma estratégia de reabertura desses leitos, que passa naturalmente pela contratação de médicos, de enfermeiros, auxiliares de enfermagem e toda a equipe de apoio, nutricionistas, fisioterapeutas, que envolve abrir um leito hospitalar.

Então a gente não pode admitir que a gente tenha a infraestrutura existente e falta de pessoal para abrir esses leitos. Ou seja, já teve investimento do Estado, investimento público grande para construir esse hospital, para colocar todo o equipamento, e falta pessoal. E a gente tem essa situação de desamparo da nossa população na área da Saúde.

Evidente que isso não tem nada a ver com tirar dinheiro da Educação, porque tanto a Saúde quanto a Educação são estratégicas, são importantes. Então não me venha usar esses dados para fortalecer um discurso que não tem o menor sentido, o de tirar os 5% da Educação, que a gente é completamente contra.

E a gente não pode cair nessa armadilha de jogar Educação contra Saúde, Saúde contra Educação. Muito pelo contrário, a gente tem que ir para cima dos grandes devedores do Estado, tem que ir para cima daqueles que se beneficiam da sua força junto aos governos.

Agora mesmo, na Comissão de Transportes, a gente estava discutindo a isenção de ICMS, a diminuição de 25% do ICMS para 12% para o querosene de aviação para beneficiar as grandes empresas aéreas do estado de São Paulo, feita no governo Doria.

Mas esse é um assunto que eu queria colocar, mas eu tenho uma outra denúncia para fazer, agora em relação à prefeitura de São Paulo, eu queria que projetasse aqui. A gente viveu esse apagão, a gente viveu essa crise, está vivendo ainda, porque vários bairros ainda continuam sem energia, na zona sul, no Capão Redondo, em vários locais lá ainda tenho notícias de bairros sem energia elétrica, de pessoas, de famílias sem energia elétrica, e uma das causas apontadas pelo governador foi a queda de árvores.

E curiosamente está tendo um pregão para a contratação de equipes de poda de árvore, de manejo arbóreo, como chamam, manejo de árvores, é a segunda tabela ali, tem também uma licitação de conservação de áreas verdes, e a gente não pode deixar de fazer uma denúncia que também é escandalosa aqui.

Em 2017, o último contrato dessas equipes de poda de árvore, uma equipe custava 104 mil reais.

E agora, nesse pregão que está para acontecer esses dias - e a gente está acionando o Tribunal de Contas do Município para impedir esse absurdo -, ela vai para 310 mil reais. O que é uma equipe?

É o engenheiro agrônomo, quatro ajudantes de jardinagem - que até diminuíram, eram cinco -, três operadores de motosserra, materiais, equipamentos. Ali não explica aquele salto em equipamentos. E o chamado BDI, que vai de 20% para 32%, inexplicável.

O que é BDI? É Benefício e Despesas Indiretas. Aí estão os impostos... Bom, não tem por que aumentar, porque não aumentou imposto. E está o lucro da empresa. Então, você está dando uma margem de lucro muito maior para fazer o mesmo serviço, e cobrando quase 200% a mais.

É inadmissível que a Prefeitura de São Paulo, que o prefeito Ricardo Nunes leve à frente um pregão com esses valores. Isso é um escândalo. E a gente está aqui hoje para denunciar esse escândalo.

É um levantamento que a gente também fez, a partir de uma nota de jornal que falava desse valor de 310 mil reais, e eu falei: “muito estranho esse valor”. E começamos a pesquisar e fomos ver o valor original das equipes que estão em andamento hoje, que foram licitadas em 2017: 104 mil para 310 mil reais, para ter um caminhão, quatro jardineiros, uma motosserra e uma escadinha para subir na árvore.

Bom, eu não vou usar adjetivos mais duros, mas é um escândalo, e o Tribunal de Contas tem que suspender esse pregão, porque ele atenta contra a moralidade e contra a proteção do dinheiro público.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Donato.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presidente, havendo acordo entre as lideranças, eu solicito a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito bem. Havendo acordo, está suspensa a sessão até as 16 horas e 30 minutos.

 

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- Suspensa às 15 horas e 47 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 35 minutos, sob a Presidência do Sr. André do Prado.

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a sessão. Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Esta Presidência desconvoca a sessão extraordinária às 19 horas, com o primeiro item, e convoca as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, para uma reunião conjunta das comissões de Constituição, Justiça e Redação, Infraestrutura, Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 19 horas e 30 minutos, e, em segunda convocação, às 19 horas e 50 minutos, no Plenário Dom Pedro I, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 1.501, de 2023, de autoria do Sr. Governador.

Também, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco também uma reunião conjunta das comissões de Constituição, Justiça e Redação, Infraestrutura, Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se amanhã, às 10 horas da manhã, e, em segunda convocação, às 10 horas e 20 minutos, no Plenário José Bonifácio, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 1.501, de 2023, de autoria do Sr. Governador.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Havendo acordo entre as lideranças, peço o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Havendo acordo entre as lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 37 minutos.

 

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