28 DE AGOSTO DE 2023

29ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AOS 55 ANOS DO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL DO CENTRO UNIVERSITÁRIO FMU

        

Presidência: DR. JORGE DO CARMO

        

RESUMO

        

1 - DR. JORGE DO CARMO

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - MIRTES

Mestre de cerimônias, nomeia a Mesa.

        

3 - PRESIDENTE DR. JORGE DO CARMO

Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene para "Comemoração dos 55 Anos do Curso de serviço social do Centro Universitário FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas". Convida o público para ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Tece considerações sobre a FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas.

        

4 - MIRTES

Mestre de cerimônias, anuncia apresentação musical dos alunos Paula Sampietri e Ronaldo Oliveira.

        

5 - PRESIDENTE DR. JORGE DO CARMO

Anuncia a presença de demais autoridades.

        

6 - MANUEL NABAIS DA FURRIELA

Vice-presidente do Centro Acadêmico da FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas, faz pronunciamento.

        

7 - ANTÔNIA MÁRCIA DE ARAÚJO GUERRA

Coordenadora do curso de serviço social da FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas, faz pronunciamento.

        

8 - ELOÍSA GABRIEL DOS SANTOS

Coordenadora do NERA (Núcleo de Estudos Étnicos-Raciais) da FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas, faz pronunciamento.

        

9 - MANUEL FABRICIO ALVES DE ANDRADE

Coordenador do Núcleo de Estudos de Gêneros e Sexualidade (NUGE), da FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas, faz pronunciamento.

        

10 - PATRÍCIA MARIA DA SILVA

Presidente do Conselho Regional de serviço social de São Paulo (CRESS-SP), faz pronunciamento.

        

11 - ANA PAULA NARDI

Representante de estudantes do curso de serviço social da FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas, faz pronunciamento.

        

12 - MIRTES

Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de vídeos com mensagens de professores.

        

13 - FRANCISCA RODRIGUES DE OLIVEIRA PINI

Professora da Universidade Federal de São Paulo - Campus Baixada Santista, faz pronunciamento.

        

14 - PRESIDENTE DR. JORGE DO CARMO

Parabeniza a FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas, pelos 55 anos do curso de serviço social. Tece considerações sobre a defesa de questões sociais. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

                 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Dr. Jorge do Carmo.

 

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O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Senhoras e senhores, boa noite a todas, boa noite a todos. Sejam muito bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de comemorar os 55 anos do curso de serviço social do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU.

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pelo canal Alesp no YouTube.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Boa noite a todos e todas, boa noite, deputado. Para abrilhantar esta nossa noite, eu vou chamar aqui à nossa Mesa alguns convidados muito especiais.

Convido a compor a Mesa o professor Manuel Nabais da Furriela, vice-presidente acadêmico do Centro Universitário FMU. (Palmas.) Também convido para compor a Mesa o professor Antonio de Olival Fernandes, diretor da Escola de Saúde e Bem-Estar do Centro Universitário FMU. (Palmas.)

Convido agora, também para compor a Mesa, a professora Dra. Antônia Márcia de Araújo Guerra, coordenadora do curso de serviço social da FMU, que está completando 55 anos. (Palmas.) Convido a professora Dra. Francisca Rodrigues de Oliveira Pini, professora-titular da Universidade Federal de São Paulo na Baixada Santista. (Palmas.)

Convido a professora Dra. Eloísa Gabriel dos Santos, coordenadora do Núcleo de Estudos Étnico-raciais, o Nera, da FMU. (Palmas.) Convido agora o professor Manuel Fabricio, coordenador do Núcleo de Estudos de Gênero e Sexualidade, o Nuge, da FMU. (Palmas.)

Convido também a Sra. Patrícia Maria da Silva, presidenta do Conselho Regional do serviço social de São Paulo. (Palmas.) E agora, convido a Sra. Ana Cláudia Nardi, representante dos estudantes do curso de serviço social da FMU. É uma estudante concluinte da turma do 1º semestre de 2023. (Palmas.)

Com a composição da Mesa, agora passo a palavra ao Sr. Deputado estadual, o Sr. Jorge do Carmo.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos nos termos regimentais. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, senhoras e senhores, esta sessão solene atende a minha solicitação, deputado Dr. Jorge do Carmo, com a finalidade de comemorar os 55 anos do curso de serviço social do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU.

Convido a todas e todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro.

 

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- É reproduzido o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Primeiro, agradecer a todas e a todos, como já fiz inicialmente. Quero dizer da minha alegria de estar nesta noite aqui com vocês. Apresentei nesta Casa um requerimento para que seja registrado um voto de congratulação ao curso de serviço social do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas, que completa 55 anos de atividade universitária e acadêmica, formando milhares de profissionais na Assistência Social a serviço da sociedade paulista e brasileira.

Criado em 1968, o curso de assistência social da FMU é o terceiro curso da cidade de São Paulo e do Brasil. Nestes 55 anos de atuação, construiu acúmulo teórico, metodológico, pedagógico e ético, formando milhares de profissionais com efetiva contribuição para a história da profissão no Brasil, que nasceu aos 30 anos do século passado e foi regulamentado pela Lei nº 8.662, de 1993.

Consagrada como a principal área de atuação profissional, reunindo o maior contingente de assistentes sociais, até o final dos anos 90. Na área de Saúde, recebe grande absorção de assistente sociais pela política de assistência implementada no Sistema Único de Assistência Social, o Suas, desde 2004, por meio da Política Nacional de Assistência Social - PNAS.

A autonomia acadêmica na construção de seu conhecimento, fator indispensável para a formação de profissionais éticos aptos para atuar na qualidade do trabalho social. Com uma graduação diferenciada e de qualidade, baseando-se em um currículo moderno, que aproxima a prática da teoria, que oportuniza ao estudante a aquisição de conhecimentos, habilidades e competências nas mais variadas áreas de atuação.

Destaque também para o Centro Acadêmico Carolina Maria de Jesus, organização estudantil que garante uma gestão democrática e participativa realizada junto aos estudantes do curso de serviço social da FMU, comprometidos com a necessidade de formar profissionais dedicados às necessidades da população, promovendo a formação humanista, crítica e reflexiva, com resgate e respeito à vida, considerando as circunstâncias sociais, éticas e educacionais, recuperando a importância de determinantes sociais para o processo de intervenção social.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Dando seguimento à nossa sessão solene, agora eu chamo os estudantes do curso de musicoterapia do Centro Universitário FMU para cantar três músicas. Os estudantes são: Paula Sampietri e Ronaldo Oliveira. A música é com vocês. (Palmas.)

 

* * *

 

- É feita a apresentação musical.

 

* * *

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Muito obrigada por este evento musical, Paula e Ronaldo. Vocês abrilhantaram nossa noite, muito obrigada. Agora eu volto a palavra para o deputado estadual Dr. Jorge do Carmo.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado. Quero também cumprimentar aqui as músicas maravilhosas que abrilhantaram este evento, parabenizar aí e dizer da minha alegria de estar participando de momentos como este.

Registro, com muita alegria, as presenças das seguintes autoridades, das seguintes personalidades aqui neste evento. Manuel Fabricio Alves de Andrade, professor-coordenador do Nuge; Antônia Márcia de Araújo, coordenadora de serviço social da FMU; Francisca Rodrigues de Oliveira, palestrante; Antonio de Olival Fernandes, diretor da FMU; Ana Cláudia Nardi, representante de alunos da FMU, formando.

Manuel Nabais, vice-presidente da FMU; Claudilene de Souza, professora da FMU; Ricardo Vos, do Cress; Eloísa Santos, coordenadora do Nera; Patrícia Maria da Silva, representante do Cress; Flávia Pires, professora da FMU; e Rosilene Aparecida dos Santos, professora da FMU.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Obrigada, deputado. Agora nós vamos chamar alguns componentes da Mesa para proferir algumas palavras. E o primeiro convidado da noite é o professor Manuel Nabais Da Furriela, vice-presidente do Centro Acadêmico das Faculdades Metropolitanas Unidas.

Seja bem-vindo, professor.

 

O SR. MANUEL NABAIS DA FURRIELA - Boa noite. Queria agradecer o convite. Primeiramente, saudar aqui as autoridades da Mesa, saudar o deputado, que, além de exercer uma função importante na sociedade de São Paulo - conduzindo projetos sociais relevantes, representando diversas comunidades nesta Casa -, a gente acompanha e sabe bastante dessa atuação de relevo e de importante para toda a sociedade de São Paulo.

Também temos aqui diversas autoridades da nossa instituição. Professor Olival, que é o nosso diretor da área da saúde. Temos a professora Antônia Márcia, que é a coordenadora do curso de serviço social e hoje a autoridade máxima, na verdade, aqui no evento. É o curso dela que completa 55 anos.

Temos também nossos professores que coordenam o Nuge, o Nera e todos os outros núcleos transversais que também exercem várias atividades da nossa instituição para discutir temas importante como diversidade, questões étnico-raciais, questões de gênero e sexualidade, questões de meio ambiente. Então, realmente, atuações muito representativas para toda a sociedade de São Paulo.

Temos as nossas professoras e professores do curso homenageado hoje, alunos, alunas e outros representantes também aqui da sociedade civil. O conselho aqui representado também nos honra muito.

Então, são 55 anos não somente do curso de serviço social, é interessante, mas de toda a FMU. A FMU foi fundada em 1968, ano importante para a sociedade brasileira, para os movimentos sociais estudantis realizados no simbólico ano de 1968. Naquele contexto, surgiu a FMU com seus primeiros cursos: direito, administração, curso de educação na época - que depois se tornou pedagogia - e o curso de serviço social.

Então ele foi fundado já no primeiro portfólio, na primeira lista de cursos da nossa instituição. Vejam só o quão importante é o curso de serviço social para a cidade de São Paulo, mas para a própria história da FMU. Então, toda vez que a gente fala dos 55 anos, que a gente também comemora agora da nossa instituição, não tem como não falar do curso de serviço social.

Então, realmente é uma jornada muito importante. E não é à toa. O curso de serviço social... nós somos um dos mais antigos do País, conforme foi mencionado aqui, é um dos mais importantes, não só porque o Brasil ainda tem muitos desafios relacionados à desigualdade a serem superados - melhoraram, a gente sabe que historicamente a gente teve momentos muito importantes.

A gente tem um governo muito preocupado também com execução de projetos nesse sentido, de melhoria dessa condição histórica do Brasil, assim como em outros momentos executou projetos que melhoraram visivelmente a condição das pessoas menos favorecidas da sociedade.

Mas o curso de serviço social, independentemente de qualquer situação, sempre está atuando aí a favor dessa camada da sociedade. E é um curso também que eu gosto bastante, e por isso que a gente conversa bastante com a professora Antônia Márcia, porque em outras trajetórias da minha carreira - eu completo 22 anos na FMU - eu conduzi projetos em conjunto mesmo quando eu ocupava outros cargos.

Anteriormente, eu fui coordenador do curso de relações internacionais e eu atuava a favor dos refugiados. Presidia a comissão da OAB aqui do estado que atua especificamente nessa área, e, veja só, o curso de relações internacionais foi procurar projetos em conjunto com o de serviço social, para a gente atender essas pessoas que fogem de guerras, de perseguição religiosa, perseguição política e sexual e procuram o Brasil para se proteger.

Curso de serviço social novamente lá conosco mostrando sua importância. É uma gama de atuações no qual está inserido o serviço social no Brasil, que é impressionante. Ele é demandado, ele é procurado para atender muitas situações, mesmo na esfera internacional. Então, vejam a importância da área do serviço social no Brasil.

E depois, quando eu assumi a reitoria, a professora Antônia Márcia - falo muito dela, porque ela conduz o curso lá para a gente - e eu novamente pudemos falar sobre o curso, trabalhando em conjunto com muitos outros. Por isso, também que é com alegria que vejo que os nossos núcleos foram convidados, justamente porque o serviço social trabalha e transita com todos eles.

Então, hoje é um momento de júbilo, é um momento de comemoração, de celebração, não só do nosso curso de serviço social - a gente tem bastante orgulho dele, falei muito disso. Passou por nós Luiza Erundina, foi professora nossa lá, por exemplo, amiga até hoje.

A gente convida sempre. Ela gosta, porque vai lá, dá palestras, o conhecimento técnico incrível que ela tem, mas principalmente ela fala com muito carinho do curso. Então a gente a chama com dupla vontade, pelo conhecimento e porque ela vai lá... Tenho excelentes lembranças.

Tem muito orgulho da FMU, e a gente dela. Houve uma gestão na prefeitura marcantemente positiva, e agora no Parlamento também. Luiza Erundina é uma personalidade incrível, e a gente teve orgulho de ela ter trabalhado conosco e ter sido professora nossa.

Mas este momento, então, é de júbilo e comemoração não só do curso, mas eu acho que é realmente um dos momentos de grande reconhecimento dessa importante área do conhecimento, que é do serviço da Assistência Social no País.

Uma salva de palmas para a área e para o curso. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Agradeço as palavras do professor Manuel Nabais da Furriela e essa comemoração dupla, do Centro Universitário FMU e do serviço social.

E aí para dar seguimento a esta comemoração, eu chamo a professora Dra. Antônia Márcia de Araújo Guerra, coordenadora do curso de serviço social da FMU. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - E podem usar a tribuna todos os demais se quiserem, está bem?

 

A SRA. ANTÔNIA MÁRCIA DE ARAÚJO GUERRA - Boa noite. É um prazer estar com vocês, estudantes do curso de serviço social, egressos. Quantas autoridades estão aqui. Então, eu quero dizer que as minhas palavras, do começo, meio e fim, serão de agradecimento. Agradecimento, porque eu tenho, ao longo da minha história, apenas 53 anos de vida. E há 55 anos esse curso existe na sociedade paulista.

Então, assim eu começo agradecendo ao deputado Dr. Jorge do Carmo, que vai para além desta sessão, viu, Dr. Jorge do Carmo? Esta sessão tão incrível que é a Sessão Solene de Comemoração dos 55 anos do curso de serviço social da FMU.

Para quem não conhece, quero dizer que ele é um grande militante de direitos humanos, um político, um militante que vai e que representa os vários segmentos sociais e os vários territórios que nós temos neste município, nesta cidade, que é tão continental.

Então, eu quero dizer que o serviço social alia-se ao senhor nessa luta, na luta para que a voz daqueles que estão silenciados nas diversas periferias - que são os cidadãos e as cidadãs desta cidade - que ecoam, do ponto de vista das lutas sociais e da ampliação urgente por políticas públicas, como sendo o chão social da implementação dos direitos humanos.

Aproveito também, deputado, para agradecer, de forma muito carinhosa, à sua equipe. Uma equipe de gabinete extremamente comprometida, uma equipa linda, que nos atendeu, que nos ajudou em tudo nessa preparação, que aqui nós estamos fazendo.

Mas eu quero agradecer em especial, deputado, ao Dr. Rildo Marques de Oliveira, que hoje faz parte do seu gabinete, mas junto comigo e com a professora Francisca Pini, já fizemos tantas lutas neste País do ponto de vista dos direitos humanos - ele, que, assim como nós, também coordenou o Fórum Mundial de Direitos Humanos.

Então eu quero deixar, de forma muito especial, o meu agradecimento à extensão de todo o seu gabinete, que representa conosco justamente a longa caminhada de direitos humanos neste País.

Quero agradecer também a todos nós que estamos aqui comemorando estes 55 anos de curso de serviço social. Faço isso, então, agradecendo ao professor Manuel Nabais da Furriela, que é o nosso vice-presidente acadêmico da FMU.

O colegiado de serviço social e muitos estudantes que têm acesso a mim, que conversam comigo, sabem do carinho que nós temos do serviço social pelo professor Furriela. Um homem que marca sua trajetória nos cargos de poder dentro da FMU, mas sempre fortalecendo o curso de serviço social, garantindo, em muitos momentos dos diálogos institucionais, os princípios e as diretrizes do nosso conjunto - CFES, Creas e Enesso - na realização do curso de serviço social.

Eu agradeço de forma muito sincera, professor. Nós estamos passando por momentos bem severos dentro desse sistema capitalista, e a educação não está alheia a essa grande disputa.

Eu aproveito também para agradecer ao Dr. Antonio de Olival Fernandes, o nosso diretor da Escola de Saúde e Bem-Estar, que tem na sua prática de gestão um olhar garantidor às ditas reivindicações do curso de serviço social. Como ele bem diz, ele aprende em casa a importância que tem essa profissão, tendo em vista que tem em sua família assistentes sociais comprometidas e que lutam por um outro mundo possível.

Eu quero aproveitar também e agradecer a presença da professora Dra. Francisca de Oliveira Pini. Ela que, brilhantemente, é uma professora da Universidade Federal de São Paulo, da Baixada Santista, mas que vai para além da academia.

Eu conheço a Francisca há 30 anos. Ela, juntamente com a Dra. Stela Graciani, da PUC de São Paulo, convidou-me a participar do Movimento de Crianças e Adolescentes.

Então a professora Francisca Pini, para além desse currículo, que daqui a pouco falarão de forma tão calorosa, de quem vai falar, que é a Dra. Francisca... mas eu quero dizer sobre o que foi construir muitos processos de educação e direitos humanos neste estado junto com essa doutora.

E de forma especial nós construímos e elaboramos o Plano Estadual de Educação e Direitos Humanos. Estivemos nesta Casa e, para quem não sabe, muitas vezes fomos até vaiados, porque lutávamos por direitos humanos. Mas nossa boca nunca foi silenciada, porque do nosso lado estavam os movimentos sociais e aqueles que lutavam e colocavam suas vidas em prol dos direitos humanos. É assim que eu quero agradecer a presença tão incrível da professora Dra. Francisca Rodrigues Pini.

E, para eu finalizar falando da professora, dizer, assim como o deputado, ela também é uma nordestina - uma cearense, assim como eu. Então, é assim que eu apresento, de forma diferente, a professora e agradeço.

Quero agradecer à professora Eloísa Gabriel dos Santos, que já foi a nossa ex-presidente do Cress, uma militante do movimento dos direitos humanos e atualmente professora da FMU, do curso de serviço social da FMU. Ela é do nosso NDE, do nosso Núcleo de Desenvolvimento Docente de Educação e de Ensino do curso de serviço social da FMU.

Mas eu quero dizer, professora Eloísa Gabriel - também nordestina, assim como nós -, da minha alegria quando eu fiquei sabendo que ela era também coordenadora do Nera, porque neste momento, além de ser coordenadora, ela representa uma mulher incrível, uma mulher que faz a diferença naquela FMU, do ponto de vista de trazer o debate para romper a questão do racismo estrutural que essa sociedade tem, que também é a professora Maria Lúcia da Silva. Então, muito obrigada, professora Eloísa Gabriel.

Quero agradecer também ao professor Manuel Fabricio, coordenador no Nuge, que é o Núcleo de Estudos de Gênero e Sexualidade da FMU. Esses núcleos, como bem o professor Furriela falou, são estruturais para que a gente forme não só novos assistentes sociais, mas novos enfermeiros, novos advogados, novos pedagogos, cientistas sociais, sabendo o que são os direitos humanos e o que a gente tem ainda para enfrentar de mazela na nossa prática profissional.

Quero também agradecer, de forma muito especial, à nossa colega de profissão, a Patrícia Maria da Silva, que representa o Cress, que é o nosso Conselho Regional de Serviço Social. E aqui, junto a ela, nós, como bem o deputado já registrou, o nosso querido Ricardo Vos, que é um grande assistente social militante de direitos humanos.

Eu quero falar algo especial para vocês dois. A Bárbara também estaria aqui, então isso também vai para a nossa querida egressa, que hoje está na direção do Cress. Quero dizer da importância que vocês têm na constituição dessa profissão, na luta que é literalmente serem conselheiros do Cress.

Então, muito obrigada não só pela presença de vocês, mas, de forma especial, pelas vidas e pelos momentos que vocês dedicam à construção e ao fortalecimento da nossa profissão, em especial para a gente enfrentar aí essa questão que nós estamos vivendo não só neste País, mas no mundo, que é a desigualdade social, que são as torturas que nós vivemos devido à disputa de classes sociais.

Então, nós ficamos muito felizes não só com a presença de vocês, viu, Patrícia? Mas pela luta que vocês têm, cada um lutando no espaço, mas de forma integrada, para a gente fortalecer o nosso projeto ético-político-profissional nesta Nação.

Eu quero agradecer também... Eu falei que a minha fala seria só de agradecimento. Estou quase concluindo, mas eu vou continuar agradecendo. Quero agradecer à Ana Cláudia Nardi. Ela representa neste momento os estudantes de serviço social da FMU.

Ela, que é da turma de concluintes, que daqui a pouco estará conosco, assim como a Áurea, que falará, lá no dia da colação de grau, da importância que tem a formação em serviço social neste País.

E aí, Ana, eu quero falar para ti e quero falar para o Centro Carolina Maria de Jesus. Neste momento, o Centro Carolina Maria de Jesus passa por uma articulação para uma nova eleição, porque aqueles que estavam na direção estão concluindo o curso. Mas dizer que esse núcleo é fundamental, porque, como bem diz o professor Furriela, nós fomos criados junto da FMU.

Para quem não se lembra, a FMU e o serviço social da FMU foram criados no maior aperto que nós passamos neste Estado brasileiro, que foi o AI-5, em 1968. Em 1968, estava lá a Luiza Erundina, literalmente constituindo um serviço social junto a outras professoras e professores. Um serviço social sério, um serviço social que marchava rumo à democracia, para colocar abaixo literalmente aquele ato tão infeliz, que foi o AI-5 em 1968.

É assim que o serviço social e a FMU aparecem, constituem-se nesse cenário brasileiro. Então, neste sentido, eu sempre disse e eu quero firmar, como uma coordenadora acadêmica do curso de serviço social, que a democracia acadêmica sempre falará nessa gestão, porque os estudantes de serviço social são altamente críticos, mas, ao mesmo tempo, altamente propositivos, dialógicos.

Então, neste momento... E eu não estou finalizando, estou pedindo uma salva de palmas aos estudantes de serviço social da FMU. (Palmas.) Fortaleçam as suas articulações, porque nós sabemos que quanto mais diálogo nós tivermos, mais vamos poder ter uma formação de qualidade.

Eu quero também aqui agradecer ao colegiado do curso de serviço social. Quando a gente fala de colegiado de curso de serviço social, nós estamos falando de professores que são muito bem avaliados, professores e professoras que dedicam a sua vida à construção de novos assistentes sociais.

A professora Eloísa Gabriel, uma professora doutora em serviço social, como bem vocês já viram aqui a apresentação. A professora Eloísa Gabriel dos Santos faz a diferença na sua construção dentro da FMU. Eloísa, é um prazer, minha querida, praticamente todos os dias estar com você dentro da FMU.

Eu quero agradecer também à professora Claudilene Pereira de Souza. Levante-se, professora Claudilene Pereira de Souza. (Palmas.) A professora Claudilene Pereira de Souza, que é uma socióloga, ao mesmo tempo também mestre em movimentos sociais. Uma professora, como todos vocês sabem, tem toda uma trajetória na formação de educação social.

Quantas vezes já ajudou o MST, por exemplo, nas suas formações? Professora, as suas aulas são fantásticas do ponto de vista da formação sócio-histórica brasileira. Quantas vezes eu mesma me sentei junto aos estudantes para aprender com você?

Quero também agradecer à mestre de cerimônia que está aqui, ela é do nosso NDE. Ela é uma parceira do curso de serviço social. Ela coordena os estágios dentro da nossa Escola de Saúde e Bem-Estar. A Mirtes, em todos os momentos, está conosco. (Palmas.)

Professora Mirtes, neste momento em que nós passamos pelo MEC, ela foi uma dupla junto de mim em todos os momentos. Então, muito obrigada e receba o meu carinho como coordenadora do curso de serviço social da FMU.

Quero agradecer também à professora Flávia Pires. Levante-se, professora Flávia Pires. (Palmas.) A professora Flávia Pires também é assistente social, mestre e doutora pela PUC de São Paulo. Uma professora que tem toda uma discussão nos indicadores sociais e uma professora que trata de gestão e planejamento do ponto de vista da nossa formação.

Professora, assim como eu falei da Eloísa e da Claudilene, também falo contigo que é um prazer sempre estar com você. De um tempo para cá, eu apresento também como mãe da Sofia. (Palmas.)

Quero agradecer também à professora Rosilene dos Santos, levante-se, professora Rosilene dos Santos. (Palmas.) A professora Rosilene dos Santos, assistente social, mestre e doutoranda agora, uma professora incrível. Inclusive, o pessoal do Cress... uma vez eu fiz uma importante entrevista para o Cress falando da importância da dimensão socioambiental, e foi essa professora, mesmo sem eu ser do serviço social da FMU, que me procurou e pediu para que eu contribuísse nesse sentido.

Professora, muito obrigada pela tese que você está desenvolvendo que vai falar das questões socioambientais, que são tão caras para nós dos direitos humanos. E também discutiu território como sendo vivido, como a nossa querida Dirce Koga sempre nos ensinou. Então, muito obrigada, e é um prazer estar com você também praticamente todos os dias na FMU.

Vocês não são apenas profissionais, mas vocês são queridas amigas que compartilham comigo essa formação acadêmica que nós fazemos com muito apreço, não para os estudantes de serviço social, mas com os estudantes de serviço social. Muito obrigada, viu, minha querida? (Palmas.)

Nós temos também no nosso colegiado a nossa querida Gabriela Manduca Ferreira. Ela não está presente aqui, mas ela é uma professora incrível. Eu quero registrar a presença dessa professora, que se desdobra para fazer o melhor na pesquisa em serviço social.

Eu convido todos vocês para que, em todo semestre, participem da Jornada de Pesquisa em Serviço Social, coordenada por ela e por esse colegiado tão maravilhoso, que é composto por essas professoras.

E ainda, para eu concluir a presença dos nossos professores do serviço social, eu também registro que nós temos Alexandre Claro, que é das ciências sociais e que tem vindo nos ajudar discutindo políticas sociais. Recentemente...

E eu sei o tanto que vocês têm amado também a professora Dra. Elizabeth Baroni, que está discutindo junto a vocês serviço e seguridade social. Então vocês têm dito do prazer que é ter aula com esses professores. Então, esse é o nosso colegiado de serviço social.

Eu quero agradecer, embora - viu, professora Furriela - ela não esteja aqui, mas a alma dela esteve e ela nos ajudou muito, porque é uma professora linda da musicoterapia, uma professora incrível.

O nome dela é Ana Caramujo, da musicoterapia. Ela nos alegrou com a presença da Paula e do Ronaldo. Foi incrível a apresentação deles. Então, eu agradeço à professora Ana Caramujo, que nos ajudou nessa articulação.

Já estou terminando, viu, deputado? Pode ter aquele apito. Mas eu já estou terminando, prometo. Não tem como eu estar aqui se não agradecer, de forma especial, tantas pessoas que já passaram, inclusive pela coordenação do curso de serviço social da FMU. Nestes 55 anos de serviço social, muitas pessoas construíram este curso. Este curso foi construído a muitas mãos. Como eu já falei, eu tenho 53 anos, e ele tem 55 anos.

Então uma das fundadoras desse curso na FMU, como bem o professor Manuel Nabais da Furriela falou, a nossa querida Luiza Erundina, que sempre está conosco na FMU. Inclusive, já tem uma agenda confirmada para outubro.

Uma outra coordenadora do serviço social que também será homenageada por nós da FMU, pelo curso de serviço social - é em momento oportuno ainda nessas comemorações -, é a professora doutora Maria Lúcia Martinelli, da PUC de São Paulo, que é um ícone na formação de todos nós que somos mestres e doutores em serviço social neste País.

Em memória também, eu gostaria de citar e de dizer da importância da professora Dra. Andreia Torres, que, em memória, nós estamos lembrando a presença dela. Ela fez muita diferença no curso de serviço social como coordenadora. Também, citar e registrar a coordenadora Maria Eliza, que foi a coordenadora do serviço social.

Um outro, que já, já vocês vão ouvir aqui, é o professor Marcelo Gallo, que também foi coordenador. E a professora Gilcimar, que também foi coordenadora; e a Tatiana Domingues. Muitas outras pessoas passaram pela FMU, não dá para citar todas elas, mas as Roses, as Marias, as Fernandas, a Elza, Tânia, Leandro, a Maíra, Rodrigo, Roberta, Paulo, Sandra, Camila, Damaris, Fátima, Ana e tantas outras pessoas construíram o serviço social.

Como eu falei, vou finalizar agradecendo a todos nós que estamos neste momento, mas em especial pessoas que, embora não estejam mais aqui fisicamente, debruçaram-se do ponto de vista intelectual e político-social para fazer a trajetória do serviço social.

Eu peço uma salva de palmas a todo o serviço social da FMU. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Agradeço a fala da professora Antônia Márcia. E agora eu chamo a professora Dra. Eloísa Gabriel dos Santos, coordenadora junto da professora Maria Lúcia, do Núcleo de Estudos Étnico-Raciais da FMU, o Nera.

 

A SRA. ELOÍSA GABRIEL DOS SANTOS - Boa noite a todas e a todos. Eu quero primeiramente também agradecer ao deputado por esta importante contribuição para o serviço social da FMU e para o serviço social no estado de São Paulo e no Brasil, porque o estado de São Paulo é o estado com maior número de profissionais assistentes sociais e também com bastantes profissionais que são daqui e que residem e trabalham em outros estados do País.

O serviço social de São Paulo tem uma importância muito grande para a categoria em âmbito nacional e internacional também. Na pessoa também da presidenta Patrícia, agradeço muito esta importante contribuição para o curso. Agradeço ao nosso vice-reitor Furriela, ao professor Antônio, à professora Márcia, à professora Francisca Pini, ao professor Manuel, à professora Mirtes e aos demais colegas e alunos aqui presentes.

Eu serei bem breve e é muito mais uma apresentação do Núcleo de Estudos Étnico-Raciais em agradecimento à professora Maria Lúcia, que gentil e carinhosamente fez essa apresentação breve e ela não pôde estar conosco hoje, porque tinha uma agenda já agendada anteriormente com bastante antecedência, então não deu para estar.

Eu me sinto muito honrada. Sou bem recente no núcleo, recente porque também sou recente, digamos, na FMU, porque estou desde o segundo semestre de 2019. Também temos o professor Jean, que coordena o Nera.

E o Nera tem uma importância muito grande do ponto de vista da FMU, que também completa 55 anos e, para esse curso, um curso que eu digo sem medo de errar, até porque já passei pela gestão da categoria, é majoritariamente feminino e majoritariamente afrodescendente. Isso tem um diferencial muito grande.

E o núcleo, com a contribuição para a instituição - porque não é só para o serviço social -, agregando todos os cursos que têm alunos na representação desse núcleo e cumprimento a Lei nº 10.639, de 2003, e a Lei nº 11.645, não só do ponto de vista institucional, mas do ponto de vista profissional e da vida dessas pessoas de vários cursos que passam pelo Nera.

Então, os grupos de leituras, as lives, as oficinas, é superbacana ter o retorno dos alunos quando dizem que na vida profissional eles fazem a diferença nos seus locais de trabalho por terem passado pelo Nera. Então, desde aquele que tem seu lugar de fala a aquele que tem a solidariedade.

Eu digo isso sempre, porque as pessoas brancas são solidárias, isso é fato. Só quem sente o racismo, o preconceito e trabalha isso em nosso País é quem de fato, ali no dia a dia, vai discutir isso do ponto de vista do seu lugar. Então, quando o aluno nos traz esse retorno, seja já em uma atuação de estágio, seja na atuação da vida profissional, isso não é só gratificante, é de extrema importância.

Eu vou pedir para passar. Pode passar o próximo. E o próximo. O Núcleo de Estudos Étnico-Raciais, o Nera, foi órgão para desenvolvimento dos trabalhos de pesquisa e ensino, reconhecimento de sua consciência com sua missão da universidade, com o discurso do Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de Cultura Afro-brasileira e Africana.

Esse é o seu compromisso central. E isso com várias ramificações. Ramificações no âmbito da política pública, no âmbito do mercado de trabalho. Neste ano, no primeiro semestre, fizemos várias lives com pessoas da estrutura da gestão, por exemplo, da plataforma LinkedIn, para essa discussão de uma apresentação de currículo, de inserção no mercado de trabalho, como também do ponto de vista da discussão de pesquisa de autoras tão importantes e relevantes para a nossa sociedade, como a Sueli Carneiro, como Beatriz Nascimento. Então, esse espaço do núcleo são espaços que só nos engrandece.

Então eu me sinto muito honrada e agradecida por representar aqui, na pessoa da professora Maria Lúcia e do professor Jean, esse trio que hoje a gente coordena o núcleo.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Agradeço a fala da professora doutora Eloísa Gabriel. E chamo agora o professor doutor Manuel Fabricio Alves de Andrade, coordenador do Núcleo de Estudos de Gênero e Sexualidade, o Nuge, da FMU.

 

O SR. MANUEL FABRICIO ALVES DE ANDRADE - Boa noite. Bom, em primeiro lugar, eu quero agradecer o convite por estar aqui, agradeço o convite à professora-coordenadora Antônia, agradeço às demais componentes da Mesa e agradeço a presença de vocês e, também, quero agradecer a todas aquelas e todos aqueles que abriram o caminho para que estivéssemos aqui. Então, a todos aqueles e aquelas que vieram antes de nós e nos permitiram estarmos aqui.

Meu cumprimento a todas, todos e vou colocar aqui também a todes, para atender às pessoas não-binárias. Então, esse é o meu papel dentro do Núcleo de Estudos de Gênero e Sexualidade da FMU - Fiam/Faam -, que é poder promover uma maior compreensão do que vêm a ser as pautas levantadas, por exemplo, pela comunidade LGBTQIAP+.

Que pautas são essas? Que questões são essas? Que questões sociais são essas para serem compreendidas, para serem investigadas e para que a gente possa produzir conhecimento a partir de nós mesmos, nós mesmes, nós mesmas, como pesquisadoras e pesquisadores de um universo que, ao longo de muito tempo, ao longo da história das ciências, teve como protagonistas pesquisadores e pessoas que estavam com o poder de poder produzir conhecimento nos tratando como objetos de pesquisa? E agora nós temos a oportunidade de podermos ser protagonistas dessas pesquisas e dessas investigações.

Então, como coordenador de um núcleo extensionista, eu me sinto muito feliz de poder ocupar esse lugar, de imaginar que aquela criança que, lá no banco escolar, sofreu enormemente por ser “bicha” dentro da sala de aula e sofreu horrores. Então, além de dar conta de aprender, além de dar conta de render dentro da sala de aula, eu também tive que sobreviver. Tive que sobreviver à homofobia.

A homofobia está em todos os ambientes. A homofobia permeia classe, permeia racialidade, permeia uma série de fatores e é um tipo de violência que se impõe como algo que nos invisibiliza ou não nos permite ter acesso.

Então, dentro da universidade, nós temos o ensino, a pesquisa e a extensão. Poder estar coordenando o núcleo extensionista e, no caso da extensão, poder estar formando cidadãos e cidadãs que de fato compreendem qual é o seu papel no mundo, qual é o seu papel a partir do que se formaram, a partir do que conheceram ali na universidade, é permitir que mais crianças, assim como eu, possam acessar lugares de poder. Olhem a importância de estar aqui, hoje, falando dentro desta Assembleia.

E poder representar um grupo de pessoas que precisa protagonizar suas próprias histórias. E eu acredito muito no poder da educação, eu acredito muito que ao falarmos sobre nós, darmos voz a essas existências, nós estamos promovendo conhecimento, mobilidade social, estamos permitindo que as pessoas de fato assumam o poder das suas vidas e assumam os lugares de poder na vida, não é?

Então, eu espero que um dia, por exemplo, possamos ter professoras trans, professores trans, que possam estar aqui ocupando o meu lugar. Então, é isso que estou fazendo aqui: abrindo portas. E espero poder ser sempre visto com bons olhos em relação a isso e poder me empenhar ao máximo para que isso aconteça, para que eu possa abrir portas e mais pessoas possam estar aqui ocupando esse lugar de poder.

Então, quero agradecer a audiência de vocês e agradecer mais uma vez o convite por poder estar aqui e celebrar os 55 anos do curso de serviço social.

Parabéns. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Agradeço, professor doutor Manuel Fabricio. E agora eu chamo Patrícia Maria da Silva, presidenta do Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo.

 

A SRA. PATRÍCIA MARIA DA SILVA - Oi, boa noite. Eu me chamo Patrícia Maria da Silva, eu estou na Presidência do Cress São Paulo Nona Região, o maior Cress da América Latina. Gostaria de agradecer o convite, parabenizar a Mesa, cumprimentá-la na pessoa do deputado Dr. Jorge. Agradecer a todas vocês, a todos vocês, a todes que estão aqui na plenária, que estão nos acompanhando também pelo YouTube da Alesp.

Dizer da satisfação, da alegria e da felicidade que nós, do Cress São Paulo... a nossa atual gestão, que se chama “Nossas histórias vêm de longe para que o amanhã não seja só o ontem”.

Tomamos posse recentemente, em maio de 2023, em um ano de datas simbólicas, de números simbólicos para toda a nossa profissão: 55 anos do curso de serviço social da FMU, 60 anos do Cress São Paulo e 30 anos da lei de regulamentação da profissão.

Nós somos sobreviventes. E por que eu falo que nós somos sobreviventes? Sobrevivemos aos últimos três anos de uma pandemia mundial que ceifou muitas vidas, que limitou os nossos espaços de convivência.

Contudo, nós, do serviço social, não paramos: todas nós e todos nós, que estamos aqui e que somos assistentes sociais, fomos convocadas, convocados e convocades nesse período de pandemia a atuar na linha de frente do combate à Covid-19.

Por que eu estou falando isso a partir do Conselho Regional de Serviço Social? Porque também nós não paramos dentro das nossas funções precípuas de orientação, de fiscalização, de diálogo com a categoria profissional. E nesse momento que tem sido possível retomarmos as nossas atividades de maneira presencial, tem sido possível celebrar. Celebrar as nossas instituições tão fortes, tão potentes.

E eu quero falar aqui, e também não vou me alongar, para todas as profissionais e todas as estudantes, que somos colegas de profissão. Estamos em diferentes estágios e em diferentes níveis de atuação profissional. Estou formada há 15 anos, atuo na Prefeitura de São Paulo, além de estar no Conselho Regional de Serviço Social. cotidiana e diuturnamente somos convocadas a gerir as políticas sociais.

E o nosso curso, o curso de serviço social, nos dá todo o embasamento teórico, prático e político de uma atuação profissional que faça a diferença. Nós fazemos diferença na vida das pessoas que atendemos. Contudo, essa diferença só se dá a partir do momento em que a gente compreende que a gente absorve o nosso projeto ético-político.

E não de uma maneira abstrata, não de uma maneira para dizer que... eu fico brincando que a gente tem a carteirinha do clube de assistentes sociais críticos. Não. A partir do momento que a gente incide na vida das pessoas que nós atendemos e também nas políticas sociais para as quais nós somos convocadas para atuar.

Para vocês, estudantes, que estão aqui, que estão nos assistindo também pela TV Alesp, sejam bem-vindas, bem-vindos e bem-vindes nessa atuação profissional, que seja de verdade. E aí eu fico muito feliz e muito satisfeita em perceber que a atuação antirracista, anti-LGBTfóbica, antissexista e antimachista também se faz presente no curso de serviço social da FMU.

Para nós, que seguimos e estamos atuando e acreditamos, de fato, em um outro mundo melhor para todos nós, isso só será possível quando a gente romper, acabar e destruir com todas essas formas de violência, de opressão e de discriminação. E a construção de uma outra ordem societária passa-se também pela nossa atuação profissional.

Parabéns, FMU, pelos 55 anos. Parabéns a vocês que estão aqui, que estão entrando no curso, que estão no meio ou finalizando. Não desistam, vale a pena, e contem conosco do Cress São Paulo, não só para orientação e para fiscalização, mas para atuação junto a vocês e junto aos movimentos sociais.

Muito obrigada e boa noite. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Agradeço a fala da mestre Patrícia Maria. E agora eu chamo a Ana Cláudia Nardi, representante dos estudantes do curso de serviço social.

 

A SRA. ANA CLÁUDIA NARDI - Boa noite. Eu não fiz cola na prova, viu, Flávia? Mas hoje eu trouxe, está bem? Boa noite a todos, boa noite à Mesa, ao deputado que abriu este espaço para a gente, que o serviço social nos ensina que nós, assistentes sociais, temos que ocupar todos os espaços, não é? Muito obrigada por esta homenagem que o senhor está fazendo ao nosso curso, que é tão especial para cada um. E eu tenho certeza de que, pelo fato de o senhor ter feito isso, nos mostra o quão importante o senhor é, tão bem como um ser humano, como um ser que quer fazer a diferença. Muito obrigada.

Eu não vou falar o nome de todos na Mesa, porque vocês estão, assim, mais do que falados. Então, eu vou me dirigir às pessoas que estão aqui, aos nossos convidados, aos nossos alunos e às pessoas que estão nos ouvindo pelo canal do YouTube.

Agradecer a toda a equipe que está podendo fazer isso, que é tão sair só deste espaço aqui, hoje a gente tem a oportunidade de ir além. Então, muito obrigado pela equipe também que está fazendo isso, está bem?

Então, vamos lá. É uma grande honra e alegria estarmos reunidos aqui hoje para comemorar um marco tão significativo: o 55º aniversário do curso de serviço social da faculdade FMU. Este é um momento de reflexão, celebração e reconhecimento, no qual podemos olhar para trás com orgulho e para a frente com esperança.

O curso de serviço social da FMU está firmemente alinhado com o projeto ético-político-profissional do serviço social brasileiro. Presidenta, nós estamos firmes lá, viu? Eu sou prova disso.

Esse projeto estabelece diretrizes claras quanto às prerrogativas, compromissos, atribuições e competências, refletindo os princípios do Código de Ética Profissional de 1993. Ele reconhece a liberdade como um valor central e promove autonomia e emancipação dos sujeitos.

Ele também reforça a defesa intransigente dos direitos humanos e sociais, assim como cumpre o compromisso na erradicação de todas as formas de preconceito. Adicionalmente, o código enfatiza a importância do pluralismo e o compromisso com o conteúdo, essenciais para a formação e atuação profissional.

Neste contexto, o curso de serviço social da FMU assume um compromisso de formar profissionais que compreendam e incorporem plenamente esses valores e princípios em sua prática.

O curso não apenas transmite conhecimentos teóricos e técnicos, mas também cultiva uma consciência crítica e um engajamento ativo na promoção da justiça social, igualdade e respeito pelos direitos humanos.

Os alunos são incentivados a explorar a autonomia e a criatividade em sua abordagem aos desafios sociais, capacitando-se para se tornarem agentes ativos em suas próprias vidas. Além disso, o compromisso com a eliminação do preconceito e a promoção do pluralismo refletem-se na ênfase em perspectivas interculturais e multidisciplinares ao longo do curso.

Assim, o curso de serviço social da FMU não apenas se apoia no projeto ético-político no Código de Ética Profissional, mas ele o internaliza em sua própria estrutura e abordagem.

Esse compromisso é o que nos guia na formação de profissionais, que não possuem apenas habilidades técnicas possíveis, mas também a paixão pela ética e pelo comprometimento necessários para fazer a diferença na vida das pessoas e nas estruturas sociais.

Nossa comemoração dos 55 anos do serviço social não é apenas uma homenagem ao passado, mas também uma afirmação ao nosso compromisso contínuo com esses valores fundamentais. Que continuemos trilhando esse caminho de dedicação e justiça social e os princípios éticos que sustentam nossa profissão.

Hoje, à medida que celebramos com gratidão o 55º aniversário do curso de serviço social na faculdade FMU, queria também uma oportunidade para prestar uma homenagem merecida às professoras do curso.

Então eu, assim como aluna recém-formada, tenho que agradecer à professora Roberta, que não está mais aqui, mas está morando em outro estado, está bem, gente? A professora Eloísa, a professora Dra. Flávia, A Rosilene, a Claudilene, a Gabriela e a coordenadora Márcia.

Gratidão, assim, nós temos todos, porque vocês se esforçaram ao máximo, principalmente nesse período de pandemia, para que nós não desistíssemos. Vocês foram heroínas nesse período, e eu agradeço muito, muito mesmo.

Aproveitando esta oportunidade, eu realizo esta homenagem resgatando uma figura notável que desempenhou um papel fundamental no enriquecimento e no crescimento desse curso, que hoje está travando uma batalha contra a vida e uma luta que eu sei, nós sabemos, que será mais uma vitória na vida dela.

Queremos honrar a professora Mauricleia dos Santos Soares... (Palmas.) E reconhecer a sua trajetória inspiradora no campo do serviço social, a qual lembro a todos o poder, a paixão e a dedicação na transformação da sociedade.

Ela foi graduada em serviço social na Universidade Federal do Rio Grande do Norte em 83. Seu compromisso com a justiça social e os direitos humanos manifestou-se desde cedo.

Ela trilhou um caminho de aprendizado constante e uma atuação incansável. A década de 80 marcou o início de sua militância estudantil e política, com um período de efervescência que a voz dos jovens buscar reconstruir a UNE e desafiar a ditadura militar. “Clei”, como é carinhosamente conhecida, não apenas ingressou na universidade, mas também mergulhou de cabeça em movimentos sociais, mobilizando seu curso e envolvendo-se em lutas estudantis.

Participou com fervor do movimento “Mulher em Luta”, no Rio Grande do Norte, e como uma líder nata ela fez parte da chapa “Reconstrução”, que venceu a direção do Diretório Central dos Estudantes, em 82.

Após concluir a sua graduação, seu comprometimento levou-a a contribuir com a Secretaria Estadual da Educação e a Secretaria Municipal da Saúde, dando início à sua jornada no movimento sindical e contribuindo para a formação do sindicato e para a construção da CUT. Estou vendo que ela faz muitas coisas, viu, Patri?

Mauricleia também conquistou um mestrado em serviço social pela Pontífice Universidade Católica de São Paulo, em 2006. Com o mesmo espírito engajado e incansável, ela ingressou na Secretaria da Habitação, em Diadema, estado de São Paulo, onde exerceu a sua função com excelência, envolvendo-se na luta por moradia nessa cidade.

Seu compromisso com a categoria do serviço social também foi notável com uma atuação marcante no Cress - presidindo-o de 2014 a 2017 - e desempenhou funções cruciais no CFESS, que é o Conselho Federal do Serviço Social, trabalhando incansavelmente para elevar a profissão aos seus valores. Nas duas gestões em que foi conselheira no CFESS, de 2017 até 2020, seu escopo abrange questões nacionais, atuando em campanhas de combate ao racismo e à discriminação.

Ela contribuiu significativamente na criação de resoluções e materiais que abordassem questões étnico-raciais. Seu compromisso promove debates, construindo-os em várias partes do Brasil, ampliando a conscientização e a luta pela igualdade racial.

Mauricleia dos Santos é a professora profissional, líder e uma inspiração. Sua trajetória é um testemunho de como a paixão, a perseverança e o compromisso com a justiça podem gerar mudanças significativas. Seu legado é uma lembrança constante de que o serviço social é muito mais do que uma profissão: é uma ferramenta para a transformação social.

Neste aniversário do curso de serviço social na FMU, prestamos homenagem à professora Mauricleia. Agradecemos pela a sua dedicação, sua paixão e sua contribuição singular. Seu exemplo continuará a inspirar gerações futuras de assistentes sociais a seguirem seus passos e a lutar por um mundo mais justo e igualitário.

Muito obrigada, Mauricleia, minha professora querida, por sua trajetória notável e por ser uma luz no meu caminho e de tantos outros alunos seus que passaram isso para os seus amigos.

Parabéns pelos 55 anos do curso, e eu convido a todos para uma salva de palmas para a professora Mauricleia. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Agradeço a fala da representante dos estudantes, Ana Cláudia. E, neste momento, assistiremos a alguns vídeos com mensagens gravadas por professores ilustres do serviço social brasileiro em homenagem aos 55 anos do curso de serviço social da FMU.

O primeiro vídeo será do professor Dr. Marcelo Gallo, professor-titular da Unesp de Franca e ex-coordenador do curso de serviço social da FMU.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MIRTES - O próximo vídeo será da professora Dra. Alessandra Genu Pacheco, professora da Universidade Federal Fluminense, na unidade acadêmica de Campos dos Goytacazes.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MIRTES - O nosso próximo e último vídeo é da professora Janice Ferreira Gusmão de Andrade, professora do curso de mestrado em Políticas Públicas e Desenvolvimento Local na Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, Espírito Santo.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Agradeço a palavra de todos os componentes de nossa Mesa e também dos professores que proferiram esses vídeos.

E agora eu chamo a professora Dra. Francisca Rodrigues de Oliveira Pini, professora da Universidade Federal de São Paulo do campus Baixada Santista, para proferir algumas palavras.

 

A SRA. FRANCISCA RODRIGUES DE OLIVEIRA PINI - Enfim, boa noite. Eu falo “enfim” porque eu sou a última fala, geralmente é o deputado que é a última fala, e aí ficou para eu fazer a última fala. Então, eu quero agradecer o convite desta noite primeiramente a vocês, essa plateia plural, ao deputado - que eu acabei de conhecer e estou amando conhecê-lo - primeiramente por colocar-nos aqui novamente.

Há quatro anos eu não entrava na Alesp, primeiro pela pandemia e, segundo, porque a gente acaba ficando tanto lá na Baixada Santista, as pautas mais amplas, e a gente acaba não vindo para cá em um espaço tão necessário.

Agradecer aqui aos meus colegas de Mesa: a professora Eloísa Gabriel, que coordena o Núcleo de Relações Étnico-Raciais; o professor Manuel, da Diversidade Sexual; a Patrícia, do Cress São Paulo; aos dirigentes da FMU; à representante estudantil e, sobretudo, à nossa amiga amada Márcia Guerra.

Realmente é uma noite de muita celebração, e é com muita alegria que eu subi a serra nessa chuva e neblina para estar aqui com vocês.

A FMU já nasceu resistente, porque nascer em 1968 é nascer na resistência. Ela nasceu no ano mais duro da ditadura civil-militar, que foi de 1964 a 1985. Eu também nasci em 1968, então, como a FMU, eu vou completar 55 anos. Então, como canta Chico Buarque: “Pai, afasta de mim esse cálice, afasta de mim a mordaça”.

Obrigada, Chico Buarque, por ter sido a voz do povo nos anos de chumbo, porque sem a arte - como nós vimos nesta abertura de hoje, a música e o músico que cantaram para nós três músicas belíssimas -, sem a poesia, sem a música e todas as pessoas que lutaram e resistiram - e alguns tiveram suas vidas ceifadas -, não estaríamos aqui hoje celebrando os 55 anos do curso de serviço social da FMU.

Essa profissão vai se configurando em uma perspectiva mais organizativa a partir dos anos 70. A articulação dos profissionais propunha a constituição de uma metodologia alternativa em relação às abordagens funcionalistas, assistencialistas e benemerentes.

Vocês sabem que essa profissão nasceu desta tríade: funcionalista, assistencialista e benemerente. E aí, buscando integrar a teoria à ação profissional, porque até aqui havia uma cisão entre teoria e prática. Então, foi nesse início da década de 70 que a profissão busca articular teoria e ação profissional.

A profissão acompanha o movimento da história. Em face à forte organização da classe trabalhadora, por meio de um sindicato combativo, como já existiram organismos da profissão, conforme Bia Abramides - tanto que regulava o trabalho profissional quanto a formação - em 1979, foi feito o 3º CBAS - Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais -, e nele o “Congresso da Virada” assim ficou conhecido.

Ele foi realizado entre os dias 23 e 27 de setembro de 1979, no Centro de Convenções do Anhembi, na cidade de São Paulo. Conforme Bia Abramides, irrompe marcado pela luta de classes ascendente no País.

Em 1978, houve o primeiro encontro de entidades sindicais e pré-sindicais. Naquele encontro, em BH, deliberavam por retomar a organização sindical dos assistentes sociais no País. Realizaram uma pesquisa nacional sobre salário, condições de trabalho e carga horária dos assistentes sociais, para mobilizar os profissionais a partir de seus locais de trabalho para a luta sindical.

Então, em 1978, houve uma forte articulação de trabalhadoras e trabalhadores que nós, assistentes sociais, participamos e, em 1979, no “Congresso da Virada”, as dirigentes sindicais de assistentes sociais tiveram o CBAS, organizaram-se pelas plenárias simultâneas por áreas de atuação e, desde o primeiro momento, sentiram a insatisfação dos congressistas.

Chamaram a categoria para uma assembleia que se transformou em assembleia de área, que interferiu e virou congresso com as críticas necessárias. Isso culminou com a destituição da comissão de honra, sendo que no encerramento foram convidados representantes de movimentos sociais combatidos como referência de lutas.

Ou seja, virou, e a partir dessa virada, para nós, assistentes sociais, isso foi um divisor de águas, porque naquele momento, em 1979, até hoje nós estamos com esse legado, nos reconhecemos como classe trabalhadora inserida nessa divisão social do trabalho e assumimos o compromisso, de 1979 para cá, de fazer a defesa e a luta intransigentemente dos direitos humanos e da classe trabalhadora.

Esse legado do congresso reverbera até os dias de hoje, considerando que a partir dessa participação efetiva de nós, assistentes sociais, na organização da luta por direitos, a profissão passa a se reconhecer como trabalhador assalariado, como qualquer outro trabalhador, que, para se reproduzir na sociedade capitalista, vende sua força de trabalho. E a FMU lá estava, como universidade na luta de uma profissão aliada na defesa intransigentemente dos direitos da classe trabalhadora.

Foram muitos processos de construção da nossa frágil democracia, como o processo constituinte de 1985 a 1987, que contou com os movimentos sociais e intelectuais, para garantir, a um nível da Carta Constitucional, os nossos direitos fundamentais, como o direito à participação e às políticas sociais. E, assim, podemos cantar: “Apesar de você, amanhã há de ser outro dia”. E aqui estamos.

Conquistamos, no texto constitucional, um marco legal que até o momento não conseguimos efetivação, primeiro porque o Estado neoliberal não nos permitiu, na década de 90, implementar. E as crises cíclicas do capitalismo, que afetaram centralmente o conjunto da classe trabalhadora.

Na convenção geral da nossa Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social - que era a Abess e agora é a ABEPSS - em 1993, indica a necessidade de uma revisão no currículo de 1982 como resultado do avanço teórico crítico construído pela categoria naquele período. Com base na compreensão de uma revisão curricular, suponho uma profunda avaliação do processo de formação profissional face às exigências contemporâneas.

Então, de 1994 a 1996, ocorreram diversos movimentos coletivos envolvendo a comunidade acadêmica de toda a categoria profissional em um amplo e democrático debate sobre as diretrizes curriculares.

Segundo documento da Abess, de 1996, foram 200 oficinas locais em 67 unidades de formação acadêmica filiadas à Abess, em que a FMU também participava, 25 oficinas regionais e duas nacionais.

A proposta de diretrizes curriculares aponta para a formação de um perfil profissional com capacitação teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa para apreensão teórico-crítica do processo histórico com totalidade, considerando a apreensão das particularidades da constituição e desenvolvimento do capitalismo e do serviço social na realidade brasileira.

Além da percepção das demandas e da compreensão do significado social da profissão e o desvelamento das possibilidades de ações contidas na realidade e no exercício profissional.

E aí eu fui consultar como a FMU está articulada com o tal chamado “projeto ético-político” e a FMU coloca: “O objetivo do curso de serviço social é formar profissionais assistentes sociais com domínio crítico da questão social, competência teórico-metodológica e ético-política como requisito fundamental para o exercício de atividades técnico-operativas com vista à compreensão do significado social da profissão e de seu desenvolvimento sócio-histórico nos cenários internacional e nacional, desvelando as possibilidades de ação contidas na realidade, identificando demandas presentes na sociedade, visando a formular respostas profissionais para o enfrentamento da questão social e articulada com a lei de regulamentação da profissão”.

Ou seja, é um curso que na atualidade - século XXI, 2023 - está articuladíssimo com as diretrizes nacionais formuladas e construídas pela ABEPSS, que é a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social, e com o nosso código de ética, que foi aprovado em 1993.

Neste ano, nós completamos 30 anos de código de ética, o que significa que nós recusamos o autoritarismo, que nós lutamos contra qualquer forma de preconceito e nós lutamos pelo direito à informação fidedigna à população e, sobretudo, uma defesa intransigente dos direitos humanos.

O debate da questão do projeto ético-político do serviço social brasileiro é recente, o que contribui para a relevância científica e teórica dessa obra, uma vez que expressa a renovação e o amadurecimento teórico e político do serviço social e evidencia, mediante o diálogo com o pensamento marxista, o compromisso ético e político assumido pela categoria.

Neste ano dos 30 anos do código de ética, seus fundamentos de ética são sociais e históricos. Só o ser social age eticamente, uma vez que só ele é capaz de agir com consciência e liberdade. Para agir teleologicamente, o profissional cria alternativas de valor e escolhe entre elas, incorporando suas finalidades.

Poderíamos nos perguntar: o que é o serviço social? Podemos dizer que é uma profissão, conforme Yamamoto, que atua com as manifestações da questão social, as quais se expressam no cotidiano do conjunto da população, pressionando os trabalhadores e as trabalhadoras a formular respostas a essas questões no processo sócio-histórico, econômico e político do País, compreendendo que a questão social não é apenas explicitação entre ricos e pobres, mas como os sujeitos se expressam com lutas, conformismos, obediência, insurgências e rebeldias.

Neste sentido, é impensável a profissão sem uma base de organização considerando o contexto contraditório de sua inserção: o processo de acumulação de produção e reprodução do trabalho na sociedade capitalista.

Deste modo, finalizo a minha intervenção parabenizando todo o corpo docente, porque sem vocês esse projeto ético-político com os discentes não seria possível chegar até aqui, porque a gente sabe das contradições que estão presentes nesse processo.

Então, parabéns ao corpo docente por todo o trabalho, pelo pensamento crítico, pelas possibilidades de reflexões dentro da FMU. E nos espaços - eu tenho acompanhado vocês nas redes sociais - em que vocês oportunizam os estudantes a irem a outros espaços, a socializarem com outros grupos, para que a gente se fortaleça enquanto uma profissão que é inserida no trabalho coletivo.

E uma questão que o diretor na fala inicial nos trouxe, que o serviço social na Caps é uma área de conhecimento. Então, nestes 30 anos, o serviço social conseguiu alcançar, a um nível de pesquisa, esse lugar de área de conhecimento.

Então, nós somos uma profissão que produz ciência, nós fazemos ciência e somos contra o obscurantismo que vivenciamos nos últimos quatro anos. O serviço social conseguiu se manter firme e forme, como a presidente do Cress que me antecedeu disse, porque estivemos nas trincheiras mais difíceis durante o período pandêmico.

E aí não poderia ser diferente: uma profissão que está na trincheira da resistência da luta tem que assumir a tarefa de continuar construindo história. Então, no dia 30 de setembro, tem uma oficina na PUC de São Paulo para a gente continuar discutindo a profissão, construindo estágio, a educação antirracista.

Então convido vocês, como uma integrante da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social, a ABEPSS, para que vocês venham compor na oficina, construir essa oficina e dizer: “Como tem sido a contribuição da FMU e do curso de serviço social na pauta da educação antirracista, anti-LGBTfóbica, anticapacitista, enfim, na luta por direitos humanos?”.

Então, parabéns, FMU. E, como a colega no vídeo disse, por mais 55 anos.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Agradeço a fala potente da Dra. Francisca. E chamo agora o deputado Jorge do Carmo para seguir com o fechamento desta sessão solene.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Muito bem. Muito obrigada a todas e todos os palestrantes e as pessoas que exibiram os vídeos sobre a história e a trajetória dessa faculdade importantíssima para a nossa sociedade, que é a FMU. Fiquei muito honrado de estar aqui e participar deste evento, desta sessão solene tão importante para a sociedade paulista.

Antes de encaminharmos aqui para o encerramento desta magnífica sessão, eu quero aproveitar a oportunidade para parabenizar aqui a faculdade de serviço social da FMU, que muito tem contribuído para o desenvolvimento acadêmico, cultural e social do Brasil e de São Paulo, formando milhares de alunos e alunas com vista a fazer do Brasil um país justo, igual e democrático. Sem o serviço social, seria impossível acabar com a desigualdade e promover os direitos humanos como assim gere a nossa Constituição Cidadã, a Constituição de 1988.

Quero agradecer a toda a comunidade acadêmica da FMU na pessoa da querida professora Márcia Guerra, uma mulher e profissional exemplar, educadora por opção, militante das causas de direitos humanos desde a sua contribuição com o Movimento Nacional dos Direitos Humanos.

Uma nordestina que nem eu, que veio lá do nordeste, certamente para tentar a vida aqui em São Paulo, e que hoje devolve para os outros tudo que aprendeu, fazendo como ensinou o educador Paulo Freire: ensinando aos comprometidos com as lutas sociais, para tecer uma grande rede de promotores de direitos humanos com saberes diversos, ensinando e aprendendo a ensinar para continuar a aprender. Quero muito parabenizá-la, e uma salva de palmas para ela. (Palmas.)

Quero agradecer aqui ao reitor, ao vice-reitor, a todas as pessoas que palestraram, aos presentes. Olha como é lindo ver vocês aqui neste Parlamento. Cotidianamente, estamos aí sentados ou em pé, usando o microfone de aparte, usando a tribuna, para a gente falar sobre nossa sociedade paulista, sobre a defesa e a garantia de direitos, sobre os direitos humanos, sobre a falta deles.

A gente questionando aqui neste Parlamento exatamente as lutas sociais que nós travamos ao longo dessa caminhada. Eu, que sou nordestino também, que vim lá da minha querida Alagoas para tentar a vida aqui em São Paulo, tenho muito orgulho de poder ter chegado até aqui.

E o nosso mandato - professora Márcia, todas vocês que estão aqui presentes - é um mandato popular, é um mandato que foi construído pela força política, pela vontade, por acreditar que é possível a gente construir uma sociedade melhor.

Imaginem vocês, eu que saí de Alagoas lá na década de 80 e vim para São Paulo, não tinha nenhuma expectativa de estar deputado. Formei-me em direito, sou advogado, mas sempre atuei na área social.

Por isso, eu tenho uma relação estreita com o curso de serviço social, com as assistentes e com os assistentes sociais, por entender que é uma profissão que muito me honra estar junto a vocês e saber o trabalho magnífico que cada um e cada uma de vocês fazem, seja ele em qualquer área de atuação, porque o serviço social está sempre voltado para qualquer área que você pode escolher.

Tenho sempre valorizadas as assistentes sociais. Já tive a oportunidade de trabalhar na Prefeitura de São Paulo, e quando eu tinha, sabe, muita aproximação com assistentes sociais que faziam um trabalho muito bonito e muito forte. Então, ter essa oportunidade...

A Luiza Erundina, que vocês tanto mencionam aqui, pensem vocês, eu comecei minha trajetória política quando a Luiza Erundina se elegeu prefeita de São Paulo, em 1988. E eu lembrava que ela era prefeita, e o nosso bairro, onde eu moro até hoje - a Cidade Tiradentes, na zona leste da cidade -, a gente teve a oportunidade de organizar o nosso bairro, de ajudar o nosso bairro.

E através de um governo democrático, que foi o governo da Luiza Erundina, do Partido dos Trabalhadores, através dessa organização, dessa participação e desse envolvimento, eu tomei gosto pela política e pela defesa das causas nobres, das causas sociais.

E hoje aqui estou, como advogado que sou, mas como deputado que estou, defendendo as causas das periferias, defendendo as causas das pessoas que mais precisam de um parlamentar que está sempre ao lado ou procura sempre fazer tudo que está ao seu alcance para diminuir a desigualdade social. Esse é o espírito do nosso mandato.

Eu quero dizer para vocês que estou muito honrado de poder proporcionar, de poder presidir e estar junto com vocês para comemorar estes 55 anos do curso de serviço social da FMU. Isso para mim é um orgulho, isso faz com que o nosso mandato cresça cada vez mais e tenha cada vez mais aproximação com as causas sociais que são tão nobres.

Nossa luta sempre foi e sempre será defendendo aqueles que mais precisam, aqueles que são violados em seus direitos, aqueles que não têm oportunidade, aqueles que muitas vezes são privados daquilo que é o básico, que é o mínimo necessário.

Por isso que nosso mandato sempre teve como pauta essas questões sociais, e por isso a gente tem a alegria de estar juntos de vocês e de proporcionar essa oportunidade, para que juntos possamos construir uma sociedade mais justa e menos desigual.

Eu vi também que a FMU foi formada e constituída em 1968, o ano mais duro, como também foi mencionado aqui, da ditadura militar. O ano que teve o AI-5, que foi o Ato Institucional nº 5, aquele que fechou o Congresso, aquele que privou as pessoas de seus direitos e da democracia, que já não era democrático, porque estava em um período de ditadura, mas 1968 foi o ano mais duro e mais difícil para a nossa sociedade.

Graças a Deus, isso é passado. Graças a Deus, desde 1985, nós resgatamos, restituímos a democracia e vamos sempre preservá-la e defendê-la, porque é tão bom ser democrático, é tão bom a gente ter essas oportunidades, que se fossem em 1968, em outros anos obscuros, infelizmente, não poderíamos fazer o que estamos fazendo hoje.

Então, com essas palavras, quero dizer da minha satisfação e da minha alegria de colocar o nosso mandato, professora, professores, à disposição para ajudar; para fortalecer; para encaminhar, para receber demandas; para vocês poderem trazer demandas para a gente formular projetos de lei; para a gente fazer frentes parlamentares; para fazermos requerimentos nesta Casa; para a gente fazer aquilo que é papel do parlamentar.

Além de apresentar projetos de lei, além de fiscalizar o Poder Executivo, aprovar o Orçamento e fiscalizar sua execução, também representar a sociedade, que é uma coisa que eu gosto muito de fazer.

Então, esse é o papel do parlamentar, esse é o papel de nos colocar à disposição para fortalecer essa luta do serviço social, das assistentes sociais, dos assistentes sociais e de todas as profissões. Mas parabenizar vocês por essa faculdade tão importante que é a FMU e que tem esse curso tão relevante, e que vocês hoje estão aqui comemorando estes 55 anos. E, como alguém falou aqui, que venham mais 55, para que possamos estar comemorando, fortalecendo, prestigiando e estarmos juntos nessa luta de vocês.

Que Deus abençoe cada um e cada uma de vocês aqui.

Obrigado por terem me proporcionado esta oportunidade.

E encaminhando para o final, eu quero dizer que, esgotado aqui o tempo e o objeto desta presente sessão, antes de encerrar, eu quero agradecer aqui às autoridades presentes, à minha equipe do nosso mandato, do nosso gabinete, os funcionários do serviço de som, da taquigrafia, da fotografia, do serviço de atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da imprensa da Casa, da TV Alesp e das assessorias policiais Militar e Civil, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o pleno êxito desta solenidade.

Muito obrigado a todas, muito obrigado a todos.

Nada mais havendo a tratar, está encerrada esta sessão solene. (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 05 minutos.

 

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