28 DE AGOSTO DE 2023
29ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AOS 55 ANOS DO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL DO CENTRO UNIVERSITÁRIO FMU
Presidência: DR. JORGE DO CARMO
RESUMO
1 - DR. JORGE DO CARMO
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - MIRTES
Mestre de cerimônias, nomeia a Mesa.
3 - PRESIDENTE DR. JORGE DO CARMO
Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene para "Comemoração dos 55 Anos do Curso de serviço social do Centro Universitário FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas". Convida o público para ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Tece considerações sobre a FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas.
4 - MIRTES
Mestre de cerimônias, anuncia apresentação musical dos alunos Paula Sampietri e Ronaldo Oliveira.
5 - PRESIDENTE DR. JORGE DO CARMO
Anuncia a presença de demais autoridades.
6 - MANUEL NABAIS DA FURRIELA
Vice-presidente do Centro Acadêmico da FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas, faz pronunciamento.
7 - ANTÔNIA MÁRCIA DE ARAÚJO GUERRA
Coordenadora do curso de serviço social da FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas, faz pronunciamento.
8 - ELOÍSA GABRIEL DOS SANTOS
Coordenadora do NERA (Núcleo de Estudos Étnicos-Raciais) da FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas, faz pronunciamento.
9 - MANUEL FABRICIO ALVES DE ANDRADE
Coordenador do Núcleo de Estudos de Gêneros e Sexualidade (NUGE), da FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas, faz pronunciamento.
10 - PATRÍCIA MARIA DA SILVA
Presidente do Conselho Regional de serviço social de São Paulo (CRESS-SP), faz pronunciamento.
11 - ANA PAULA NARDI
Representante de estudantes do curso de serviço social da FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas, faz pronunciamento.
12 - MIRTES
Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de vídeos com mensagens de professores.
13 - FRANCISCA RODRIGUES DE OLIVEIRA PINI
Professora da Universidade Federal de São Paulo - Campus Baixada Santista, faz pronunciamento.
14 - PRESIDENTE DR. JORGE DO CARMO
Parabeniza a FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas, pelos 55 anos do curso de serviço social. Tece considerações sobre a defesa de questões sociais. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.
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* *
- Assume a Presidência
e abre a sessão o Sr. Dr. Jorge do Carmo.
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* *
O SR.
PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Senhoras e
senhores, boa noite a todas, boa noite a todos. Sejam muito bem-vindos à
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a
finalidade de comemorar os 55 anos do curso de serviço social do Centro
Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU.
Comunicamos aos
presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pelo canal
Alesp no YouTube.
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Boa noite a todos e
todas, boa noite, deputado. Para abrilhantar esta nossa noite, eu vou chamar
aqui à nossa Mesa alguns convidados muito especiais.
Convido a
compor a Mesa o professor Manuel Nabais da Furriela, vice-presidente acadêmico
do Centro Universitário FMU. (Palmas.) Também convido para compor a Mesa o
professor Antonio de Olival Fernandes, diretor da Escola de Saúde e Bem-Estar
do Centro Universitário FMU. (Palmas.)
Convido agora,
também para compor a Mesa, a professora Dra. Antônia Márcia de Araújo Guerra,
coordenadora do curso de serviço social da FMU, que está completando 55 anos.
(Palmas.) Convido a professora Dra. Francisca Rodrigues de Oliveira Pini,
professora-titular da Universidade Federal de São Paulo na Baixada Santista.
(Palmas.)
Convido a professora
Dra. Eloísa Gabriel dos Santos, coordenadora do Núcleo de Estudos
Étnico-raciais, o Nera, da FMU. (Palmas.) Convido agora o professor Manuel Fabricio,
coordenador do Núcleo de Estudos de Gênero e Sexualidade, o Nuge, da FMU.
(Palmas.)
Convido também
a Sra. Patrícia Maria da Silva, presidenta do Conselho Regional do serviço
social de São Paulo. (Palmas.) E agora, convido a Sra. Ana Cláudia Nardi,
representante dos estudantes do curso de serviço social da FMU. É uma estudante
concluinte da turma do 1º semestre de 2023. (Palmas.)
Com a
composição da Mesa, agora passo a palavra ao Sr. Deputado estadual, o Sr. Jorge
do Carmo.
O SR.
PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Sob a proteção
de Deus, iniciamos os nossos trabalhos nos termos regimentais. Sras. Deputadas,
Srs. Deputados, senhoras e senhores, esta sessão solene atende a minha
solicitação, deputado Dr. Jorge do Carmo, com a finalidade de comemorar os 55
anos do curso de serviço social do Centro Universitário das Faculdades
Metropolitanas Unidas - FMU.
Convido a todas
e todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional
Brasileiro.
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* *
- É reproduzido
o Hino Nacional Brasileiro.
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* *
O SR.
PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Primeiro,
agradecer a todas e a todos, como já fiz inicialmente. Quero dizer da minha
alegria de estar nesta noite aqui com vocês. Apresentei nesta Casa um
requerimento para que seja registrado um voto de congratulação ao curso de serviço
social do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas, que
completa 55 anos de atividade universitária e acadêmica, formando milhares de
profissionais na Assistência Social a serviço da sociedade paulista e brasileira.
Criado em 1968,
o curso de assistência social da FMU é o terceiro curso da cidade de São Paulo
e do Brasil. Nestes 55 anos de atuação, construiu acúmulo teórico,
metodológico, pedagógico e ético, formando milhares de profissionais com
efetiva contribuição para a história da profissão no Brasil, que nasceu aos 30
anos do século passado e foi regulamentado pela Lei nº 8.662, de 1993.
Consagrada como
a principal área de atuação profissional, reunindo o maior contingente de
assistentes sociais, até o final dos anos 90. Na área de Saúde, recebe grande
absorção de assistente sociais pela política de assistência implementada no
Sistema Único de Assistência Social, o Suas, desde 2004, por meio da Política
Nacional de Assistência Social - PNAS.
A autonomia
acadêmica na construção de seu conhecimento, fator indispensável para a
formação de profissionais éticos aptos para atuar na qualidade do trabalho
social. Com uma graduação diferenciada e de qualidade, baseando-se em um
currículo moderno, que aproxima a prática da teoria, que oportuniza ao
estudante a aquisição de conhecimentos, habilidades e competências nas mais
variadas áreas de atuação.
Destaque também
para o Centro Acadêmico Carolina Maria de Jesus, organização estudantil que
garante uma gestão democrática e participativa realizada junto aos estudantes
do curso de serviço social da FMU, comprometidos com a necessidade de formar
profissionais dedicados às necessidades da população, promovendo a formação
humanista, crítica e reflexiva, com resgate e respeito à vida, considerando as
circunstâncias sociais, éticas e educacionais, recuperando a importância de
determinantes sociais para o processo de intervenção social.
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Dando seguimento à
nossa sessão solene, agora eu chamo os estudantes do curso de musicoterapia do
Centro Universitário FMU para cantar três músicas. Os estudantes são: Paula Sampietri
e Ronaldo Oliveira. A música é com vocês. (Palmas.)
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* *
- É feita a
apresentação musical.
*
* *
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Muito obrigada por este
evento musical, Paula e Ronaldo. Vocês abrilhantaram nossa noite, muito
obrigada. Agora eu volto a palavra para o deputado estadual Dr. Jorge do Carmo.
O SR.
PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado. Quero
também cumprimentar aqui as músicas maravilhosas que abrilhantaram este evento,
parabenizar aí e dizer da minha alegria de estar participando de momentos como
este.
Registro, com
muita alegria, as presenças das seguintes autoridades, das seguintes
personalidades aqui neste evento. Manuel Fabricio Alves de Andrade,
professor-coordenador do Nuge; Antônia Márcia de Araújo, coordenadora de serviço
social da FMU; Francisca Rodrigues de Oliveira, palestrante; Antonio de Olival
Fernandes, diretor da FMU; Ana Cláudia Nardi, representante de alunos da FMU,
formando.
Manuel Nabais,
vice-presidente da FMU; Claudilene de Souza, professora da FMU; Ricardo Vos, do
Cress; Eloísa Santos, coordenadora do Nera; Patrícia Maria da Silva,
representante do Cress; Flávia Pires, professora da FMU; e Rosilene Aparecida
dos Santos, professora da FMU.
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Obrigada, deputado.
Agora nós vamos chamar alguns componentes da Mesa para proferir algumas
palavras. E o primeiro convidado da noite é o professor Manuel Nabais Da
Furriela, vice-presidente do Centro Acadêmico das Faculdades Metropolitanas
Unidas.
Seja bem-vindo,
professor.
O SR. MANUEL
NABAIS DA FURRIELA - Boa noite. Queria
agradecer o convite. Primeiramente, saudar aqui as autoridades da Mesa, saudar
o deputado, que, além de exercer uma função importante na sociedade de São
Paulo - conduzindo projetos sociais relevantes, representando diversas
comunidades nesta Casa -, a gente acompanha e sabe bastante dessa atuação de
relevo e de importante para toda a sociedade de São Paulo.
Também temos
aqui diversas autoridades da nossa instituição. Professor Olival, que é o nosso
diretor da área da saúde. Temos a professora Antônia Márcia, que é a
coordenadora do curso de serviço social e hoje a autoridade máxima, na verdade,
aqui no evento. É o curso dela que completa 55 anos.
Temos também
nossos professores que coordenam o Nuge, o Nera e todos os outros núcleos
transversais que também exercem várias atividades da nossa instituição para discutir
temas importante como diversidade, questões étnico-raciais, questões de gênero
e sexualidade, questões de meio ambiente. Então, realmente, atuações muito
representativas para toda a sociedade de São Paulo.
Temos as nossas
professoras e professores do curso homenageado hoje, alunos, alunas e outros
representantes também aqui da sociedade civil. O conselho aqui representado
também nos honra muito.
Então, são 55
anos não somente do curso de serviço social, é interessante, mas de toda a FMU.
A FMU foi fundada em 1968, ano importante para a sociedade brasileira, para os
movimentos sociais estudantis realizados no simbólico ano de 1968. Naquele
contexto, surgiu a FMU com seus primeiros cursos: direito, administração, curso
de educação na época - que depois se tornou pedagogia - e o curso de serviço social.
Então ele foi
fundado já no primeiro portfólio, na primeira lista de cursos da nossa
instituição. Vejam só o quão importante é o curso de serviço social para a
cidade de São Paulo, mas para a própria história da FMU. Então, toda vez que a
gente fala dos 55 anos, que a gente também comemora agora da nossa instituição,
não tem como não falar do curso de serviço social.
Então,
realmente é uma jornada muito importante. E não é à toa. O curso de serviço
social... nós somos um dos mais antigos do País, conforme foi mencionado aqui,
é um dos mais importantes, não só porque o Brasil ainda tem muitos desafios
relacionados à desigualdade a serem superados - melhoraram, a gente sabe que
historicamente a gente teve momentos muito importantes.
A gente tem um
governo muito preocupado também com execução de projetos nesse sentido, de
melhoria dessa condição histórica do Brasil, assim como em outros momentos
executou projetos que melhoraram visivelmente a condição das pessoas menos
favorecidas da sociedade.
Mas o curso de serviço
social, independentemente de qualquer situação, sempre está atuando aí a favor
dessa camada da sociedade. E é um curso também que eu gosto bastante, e por
isso que a gente conversa bastante com a professora Antônia Márcia, porque em
outras trajetórias da minha carreira - eu completo 22 anos na FMU - eu conduzi
projetos em conjunto mesmo quando eu ocupava outros cargos.
Anteriormente,
eu fui coordenador do curso de relações internacionais e eu atuava a favor dos
refugiados. Presidia a comissão da OAB aqui do estado que atua especificamente
nessa área, e, veja só, o curso de relações internacionais foi procurar
projetos em conjunto com o de serviço social, para a gente atender essas
pessoas que fogem de guerras, de perseguição religiosa, perseguição política e
sexual e procuram o Brasil para se proteger.
Curso de serviço
social novamente lá conosco mostrando sua importância. É uma gama de atuações
no qual está inserido o serviço social no Brasil, que é impressionante. Ele é
demandado, ele é procurado para atender muitas situações, mesmo na esfera
internacional. Então, vejam a importância da área do serviço social no Brasil.
E depois,
quando eu assumi a reitoria, a professora Antônia Márcia - falo muito dela, porque
ela conduz o curso lá para a gente - e eu novamente pudemos falar sobre o curso,
trabalhando em conjunto com muitos outros. Por isso, também que é com alegria
que vejo que os nossos núcleos foram convidados, justamente porque o serviço
social trabalha e transita com todos eles.
Então, hoje é
um momento de júbilo, é um momento de comemoração, de celebração, não só do
nosso curso de serviço social - a gente tem bastante orgulho dele, falei muito
disso. Passou por nós Luiza Erundina, foi professora nossa lá, por exemplo,
amiga até hoje.
A gente convida
sempre. Ela gosta, porque vai lá, dá palestras, o conhecimento técnico incrível
que ela tem, mas principalmente ela fala com muito carinho do curso. Então a
gente a chama com dupla vontade, pelo conhecimento e porque ela vai lá... Tenho
excelentes lembranças.
Tem muito
orgulho da FMU, e a gente dela. Houve uma gestão na prefeitura marcantemente
positiva, e agora no Parlamento também. Luiza Erundina é uma personalidade
incrível, e a gente teve orgulho de ela ter trabalhado conosco e ter sido
professora nossa.
Mas este
momento, então, é de júbilo e comemoração não só do curso, mas eu acho que é
realmente um dos momentos de grande reconhecimento dessa importante área do
conhecimento, que é do serviço da Assistência Social no País.
Uma salva de
palmas para a área e para o curso. (Palmas.)
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Agradeço as palavras
do professor Manuel Nabais da Furriela e essa comemoração dupla, do Centro
Universitário FMU e do serviço social.
E aí para dar
seguimento a esta comemoração, eu chamo a professora Dra. Antônia Márcia de
Araújo Guerra, coordenadora do curso de serviço social da FMU. (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - E podem usar a
tribuna todos os demais se quiserem, está bem?
A SRA. ANTÔNIA
MÁRCIA DE ARAÚJO GUERRA - Boa noite. É um prazer
estar com vocês, estudantes do curso de serviço social, egressos. Quantas
autoridades estão aqui. Então, eu quero dizer que as minhas palavras, do
começo, meio e fim, serão de agradecimento. Agradecimento, porque eu tenho, ao
longo da minha história, apenas 53 anos de vida. E há 55 anos esse curso existe
na sociedade paulista.
Então, assim eu
começo agradecendo ao deputado Dr. Jorge do Carmo, que vai para além desta
sessão, viu, Dr. Jorge do Carmo? Esta sessão tão incrível que é a Sessão Solene
de Comemoração dos 55 anos do curso de serviço social da FMU.
Para quem não
conhece, quero dizer que ele é um grande militante de direitos humanos, um
político, um militante que vai e que representa os vários segmentos sociais e
os vários territórios que nós temos neste município, nesta cidade, que é tão continental.
Então, eu quero
dizer que o serviço social alia-se ao senhor nessa luta, na luta para que a voz
daqueles que estão silenciados nas diversas periferias - que são os cidadãos e
as cidadãs desta cidade - que ecoam, do ponto de vista das lutas sociais e da
ampliação urgente por políticas públicas, como sendo o chão social da
implementação dos direitos humanos.
Aproveito
também, deputado, para agradecer, de forma muito carinhosa, à sua equipe. Uma
equipe de gabinete extremamente comprometida, uma equipa linda, que nos
atendeu, que nos ajudou em tudo nessa preparação, que aqui nós estamos fazendo.
Mas eu quero
agradecer em especial, deputado, ao Dr. Rildo Marques de Oliveira, que hoje faz
parte do seu gabinete, mas junto comigo e com a professora Francisca Pini, já
fizemos tantas lutas neste País do ponto de vista dos direitos humanos - ele,
que, assim como nós, também coordenou o Fórum Mundial de Direitos Humanos.
Então eu quero
deixar, de forma muito especial, o meu agradecimento à extensão de todo o seu
gabinete, que representa conosco justamente a longa caminhada de direitos
humanos neste País.
Quero agradecer
também a todos nós que estamos aqui comemorando estes 55 anos de curso de serviço
social. Faço isso, então, agradecendo ao professor Manuel Nabais da Furriela,
que é o nosso vice-presidente acadêmico da FMU.
O colegiado de serviço
social e muitos estudantes que têm acesso a mim, que conversam comigo, sabem do
carinho que nós temos do serviço social pelo professor Furriela. Um homem que
marca sua trajetória nos cargos de poder dentro da FMU, mas sempre fortalecendo
o curso de serviço social, garantindo, em muitos momentos dos diálogos
institucionais, os princípios e as diretrizes do nosso conjunto - CFES, Creas e
Enesso - na realização do curso de serviço social.
Eu agradeço de
forma muito sincera, professor. Nós estamos passando por momentos bem severos
dentro desse sistema capitalista, e a educação não está alheia a essa grande
disputa.
Eu aproveito
também para agradecer ao Dr. Antonio de Olival Fernandes, o nosso diretor da
Escola de Saúde e Bem-Estar, que tem na sua prática de gestão um olhar
garantidor às ditas reivindicações do curso de serviço social. Como ele bem
diz, ele aprende em casa a importância que tem essa profissão, tendo em vista
que tem em sua família assistentes sociais comprometidas e que lutam por um
outro mundo possível.
Eu quero
aproveitar também e agradecer a presença da professora Dra. Francisca de
Oliveira Pini. Ela que, brilhantemente, é uma professora da Universidade
Federal de São Paulo, da Baixada Santista, mas que vai para além da academia.
Eu conheço a
Francisca há 30 anos. Ela, juntamente com a Dra. Stela Graciani, da PUC de São
Paulo, convidou-me a participar do Movimento de Crianças e Adolescentes.
Então a professora
Francisca Pini, para além desse currículo, que daqui a pouco falarão de forma
tão calorosa, de quem vai falar, que é a Dra. Francisca... mas eu quero dizer sobre
o que foi construir muitos processos de educação e direitos humanos neste
estado junto com essa doutora.
E de forma
especial nós construímos e elaboramos o Plano Estadual de Educação e Direitos
Humanos. Estivemos nesta Casa e, para quem não sabe, muitas vezes fomos até
vaiados, porque lutávamos por direitos humanos. Mas nossa boca nunca foi
silenciada, porque do nosso lado estavam os movimentos sociais e aqueles que
lutavam e colocavam suas vidas em prol dos direitos humanos. É assim que eu
quero agradecer a presença tão incrível da professora Dra. Francisca Rodrigues
Pini.
E, para eu
finalizar falando da professora, dizer, assim como o deputado, ela também é uma
nordestina - uma cearense, assim como eu. Então, é assim que eu apresento, de
forma diferente, a professora e agradeço.
Quero agradecer
à professora Eloísa Gabriel dos Santos, que já foi a nossa ex-presidente do
Cress, uma militante do movimento dos direitos humanos e atualmente professora
da FMU, do curso de serviço social da FMU. Ela é do nosso NDE, do nosso Núcleo
de Desenvolvimento Docente de Educação e de Ensino do curso de serviço social
da FMU.
Mas eu quero
dizer, professora Eloísa Gabriel - também nordestina, assim como nós -, da
minha alegria quando eu fiquei sabendo que ela era também coordenadora do Nera,
porque neste momento, além de ser coordenadora, ela representa uma mulher
incrível, uma mulher que faz a diferença naquela FMU, do ponto de vista de
trazer o debate para romper a questão do racismo estrutural que essa sociedade
tem, que também é a professora Maria Lúcia da Silva. Então, muito obrigada,
professora Eloísa Gabriel.
Quero agradecer
também ao professor Manuel Fabricio, coordenador no Nuge, que é o Núcleo de
Estudos de Gênero e Sexualidade da FMU. Esses núcleos, como bem o professor
Furriela falou, são estruturais para que a gente forme não só novos assistentes
sociais, mas novos enfermeiros, novos advogados, novos pedagogos, cientistas
sociais, sabendo o que são os direitos humanos e o que a gente tem ainda para
enfrentar de mazela na nossa prática profissional.
Quero também
agradecer, de forma muito especial, à nossa colega de profissão, a Patrícia
Maria da Silva, que representa o Cress, que é o nosso Conselho Regional de Serviço
Social. E aqui, junto a ela, nós, como bem o deputado já registrou, o nosso
querido Ricardo Vos, que é um grande assistente social militante de direitos
humanos.
Eu quero falar
algo especial para vocês dois. A Bárbara também estaria aqui, então isso também
vai para a nossa querida egressa, que hoje está na direção do Cress. Quero
dizer da importância que vocês têm na constituição dessa profissão, na luta que
é literalmente serem conselheiros do Cress.
Então, muito
obrigada não só pela presença de vocês, mas, de forma especial, pelas vidas e
pelos momentos que vocês dedicam à construção e ao fortalecimento da nossa
profissão, em especial para a gente enfrentar aí essa questão que nós estamos
vivendo não só neste País, mas no mundo, que é a desigualdade social, que são
as torturas que nós vivemos devido à disputa de classes sociais.
Então, nós
ficamos muito felizes não só com a presença de vocês, viu, Patrícia? Mas pela
luta que vocês têm, cada um lutando no espaço, mas de forma integrada, para a
gente fortalecer o nosso projeto ético-político-profissional nesta Nação.
Eu quero
agradecer também... Eu falei que a minha fala seria só de agradecimento. Estou
quase concluindo, mas eu vou continuar agradecendo. Quero agradecer à Ana
Cláudia Nardi. Ela representa neste momento os estudantes de serviço social da
FMU.
Ela, que é da
turma de concluintes, que daqui a pouco estará conosco, assim como a Áurea, que
falará, lá no dia da colação de grau, da importância que tem a formação em
serviço social neste País.
E aí, Ana, eu
quero falar para ti e quero falar para o Centro Carolina Maria de Jesus. Neste
momento, o Centro Carolina Maria de Jesus passa por uma articulação para uma
nova eleição, porque aqueles que estavam na direção estão concluindo o curso.
Mas dizer que esse núcleo é fundamental, porque, como bem diz o professor
Furriela, nós fomos criados junto da FMU.
Para quem não
se lembra, a FMU e o serviço social da FMU foram criados no maior aperto que
nós passamos neste Estado brasileiro, que foi o AI-5, em 1968. Em 1968, estava
lá a Luiza Erundina, literalmente constituindo um serviço social junto a outras
professoras e professores. Um serviço social sério, um serviço social que
marchava rumo à democracia, para colocar abaixo literalmente aquele ato tão
infeliz, que foi o AI-5 em 1968.
É assim que o serviço
social e a FMU aparecem, constituem-se nesse cenário brasileiro. Então, neste
sentido, eu sempre disse e eu quero firmar, como uma coordenadora acadêmica do
curso de serviço social, que a democracia acadêmica sempre falará nessa gestão,
porque os estudantes de serviço social são altamente críticos, mas, ao mesmo
tempo, altamente propositivos, dialógicos.
Então, neste
momento... E eu não estou finalizando, estou pedindo uma salva de palmas aos
estudantes de serviço social da FMU. (Palmas.) Fortaleçam as suas articulações,
porque nós sabemos que quanto mais diálogo nós tivermos, mais vamos poder ter
uma formação de qualidade.
Eu quero também
aqui agradecer ao colegiado do curso de serviço social. Quando a gente fala de
colegiado de curso de serviço social, nós estamos falando de professores que
são muito bem avaliados, professores e professoras que dedicam a sua vida à
construção de novos assistentes sociais.
A professora Eloísa
Gabriel, uma professora doutora em serviço social, como bem vocês já viram aqui
a apresentação. A professora Eloísa Gabriel dos Santos faz a diferença na sua
construção dentro da FMU. Eloísa, é um prazer, minha querida, praticamente
todos os dias estar com você dentro da FMU.
Eu quero
agradecer também à professora Claudilene Pereira de Souza. Levante-se,
professora Claudilene Pereira de Souza. (Palmas.) A professora Claudilene
Pereira de Souza, que é uma socióloga, ao mesmo tempo também mestre em
movimentos sociais. Uma professora, como todos vocês sabem, tem toda uma
trajetória na formação de educação social.
Quantas vezes
já ajudou o MST, por exemplo, nas suas formações? Professora, as suas aulas são
fantásticas do ponto de vista da formação sócio-histórica brasileira. Quantas
vezes eu mesma me sentei junto aos estudantes para aprender com você?
Quero também
agradecer à mestre de cerimônia que está aqui, ela é do nosso NDE. Ela é uma
parceira do curso de serviço social. Ela coordena os estágios dentro da nossa
Escola de Saúde e Bem-Estar. A Mirtes, em todos os momentos, está conosco.
(Palmas.)
Professora
Mirtes, neste momento em que nós passamos pelo MEC, ela foi uma dupla junto de
mim em todos os momentos. Então, muito obrigada e receba o meu carinho como
coordenadora do curso de serviço social da FMU.
Quero agradecer
também à professora Flávia Pires. Levante-se, professora Flávia Pires.
(Palmas.) A professora Flávia Pires também é assistente social, mestre e
doutora pela PUC de São Paulo. Uma professora que tem toda uma discussão nos
indicadores sociais e uma professora que trata de gestão e planejamento do
ponto de vista da nossa formação.
Professora,
assim como eu falei da Eloísa e da Claudilene, também falo contigo que é um
prazer sempre estar com você. De um tempo para cá, eu apresento também como mãe
da Sofia. (Palmas.)
Quero agradecer
também à professora Rosilene dos Santos, levante-se, professora Rosilene dos
Santos. (Palmas.) A professora Rosilene dos Santos, assistente social, mestre e
doutoranda agora, uma professora incrível. Inclusive, o pessoal do Cress... uma
vez eu fiz uma importante entrevista para o Cress falando da importância da
dimensão socioambiental, e foi essa professora, mesmo sem eu ser do serviço
social da FMU, que me procurou e pediu para que eu contribuísse nesse sentido.
Professora,
muito obrigada pela tese que você está desenvolvendo que vai falar das questões
socioambientais, que são tão caras para nós dos direitos humanos. E também
discutiu território como sendo vivido, como a nossa querida Dirce Koga sempre
nos ensinou. Então, muito obrigada, e é um prazer estar com você também
praticamente todos os dias na FMU.
Vocês não são
apenas profissionais, mas vocês são queridas amigas que compartilham comigo
essa formação acadêmica que nós fazemos com muito apreço, não para os
estudantes de serviço social, mas com os estudantes de serviço social. Muito
obrigada, viu, minha querida? (Palmas.)
Nós temos
também no nosso colegiado a nossa querida Gabriela Manduca Ferreira. Ela não
está presente aqui, mas ela é uma professora incrível. Eu quero registrar a
presença dessa professora, que se desdobra para fazer o melhor na pesquisa em
serviço social.
Eu convido
todos vocês para que, em todo semestre, participem da Jornada de Pesquisa em Serviço
Social, coordenada por ela e por esse colegiado tão maravilhoso, que é composto
por essas professoras.
E ainda, para
eu concluir a presença dos nossos professores do serviço social, eu também
registro que nós temos Alexandre Claro, que é das ciências sociais e que tem
vindo nos ajudar discutindo políticas sociais. Recentemente...
E eu sei o
tanto que vocês têm amado também a professora Dra. Elizabeth Baroni, que está
discutindo junto a vocês serviço e seguridade social. Então vocês têm dito do
prazer que é ter aula com esses professores. Então, esse é o nosso colegiado de
serviço social.
Eu quero
agradecer, embora - viu, professora Furriela - ela não esteja aqui, mas a alma
dela esteve e ela nos ajudou muito, porque é uma professora linda da musicoterapia,
uma professora incrível.
O nome dela é
Ana Caramujo, da musicoterapia. Ela nos alegrou com a presença da Paula e do
Ronaldo. Foi incrível a apresentação deles. Então, eu agradeço à professora Ana
Caramujo, que nos ajudou nessa articulação.
Já estou
terminando, viu, deputado? Pode ter aquele apito. Mas eu já estou terminando,
prometo. Não tem como eu estar aqui se não agradecer, de forma especial, tantas
pessoas que já passaram, inclusive pela coordenação do curso de serviço social
da FMU. Nestes 55 anos de serviço social, muitas pessoas construíram este
curso. Este curso foi construído a muitas mãos. Como eu já falei, eu tenho 53
anos, e ele tem 55 anos.
Então uma das
fundadoras desse curso na FMU, como bem o professor Manuel Nabais da Furriela
falou, a nossa querida Luiza Erundina, que sempre está conosco na FMU.
Inclusive, já tem uma agenda confirmada para outubro.
Uma outra
coordenadora do serviço social que também será homenageada por nós da FMU, pelo
curso de serviço social - é em momento oportuno ainda nessas comemorações -, é
a professora doutora Maria Lúcia Martinelli, da PUC de São Paulo, que é um
ícone na formação de todos nós que somos mestres e doutores em serviço social
neste País.
Em memória
também, eu gostaria de citar e de dizer da importância da professora Dra.
Andreia Torres, que, em memória, nós estamos lembrando a presença dela. Ela fez
muita diferença no curso de serviço social como coordenadora. Também, citar e
registrar a coordenadora Maria Eliza, que foi a coordenadora do serviço social.
Um outro, que
já, já vocês vão ouvir aqui, é o professor Marcelo Gallo, que também foi
coordenador. E a professora Gilcimar, que também foi coordenadora; e a Tatiana
Domingues. Muitas outras pessoas passaram pela FMU, não dá para citar todas
elas, mas as Roses, as Marias, as Fernandas, a Elza, Tânia, Leandro, a Maíra,
Rodrigo, Roberta, Paulo, Sandra, Camila, Damaris, Fátima, Ana e tantas outras
pessoas construíram o serviço social.
Como eu falei,
vou finalizar agradecendo a todos nós que estamos neste momento, mas em
especial pessoas que, embora não estejam mais aqui fisicamente, debruçaram-se
do ponto de vista intelectual e político-social para fazer a trajetória do serviço
social.
Eu peço uma
salva de palmas a todo o serviço social da FMU. (Palmas.)
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Agradeço a fala da
professora Antônia Márcia. E agora eu chamo a professora Dra. Eloísa Gabriel
dos Santos, coordenadora junto da professora Maria Lúcia, do Núcleo de Estudos
Étnico-Raciais da FMU, o Nera.
A SRA. ELOÍSA
GABRIEL DOS SANTOS - Boa noite a todas e a
todos. Eu quero primeiramente também agradecer ao deputado por esta importante
contribuição para o serviço social da FMU e para o serviço social no estado de
São Paulo e no Brasil, porque o estado de São Paulo é o estado com maior número
de profissionais assistentes sociais e também com bastantes profissionais que
são daqui e que residem e trabalham em outros estados do País.
O serviço
social de São Paulo tem uma importância muito grande para a categoria em âmbito
nacional e internacional também. Na pessoa também da presidenta Patrícia,
agradeço muito esta importante contribuição para o curso. Agradeço ao nosso
vice-reitor Furriela, ao professor Antônio, à professora Márcia, à professora
Francisca Pini, ao professor Manuel, à professora Mirtes e aos demais colegas e
alunos aqui presentes.
Eu serei bem
breve e é muito mais uma apresentação do Núcleo de Estudos Étnico-Raciais em
agradecimento à professora Maria Lúcia, que gentil e carinhosamente fez essa
apresentação breve e ela não pôde estar conosco hoje, porque tinha uma agenda
já agendada anteriormente com bastante antecedência, então não deu para estar.
Eu me sinto
muito honrada. Sou bem recente no núcleo, recente porque também sou recente,
digamos, na FMU, porque estou desde o segundo semestre de 2019. Também temos o
professor Jean, que coordena o Nera.
E o Nera tem
uma importância muito grande do ponto de vista da FMU, que também completa 55
anos e, para esse curso, um curso que eu digo sem medo de errar, até porque já
passei pela gestão da categoria, é majoritariamente feminino e majoritariamente
afrodescendente. Isso tem um diferencial muito grande.
E o núcleo, com
a contribuição para a instituição - porque não é só para o serviço social -,
agregando todos os cursos que têm alunos na representação desse núcleo e
cumprimento a Lei nº 10.639, de 2003, e a Lei nº 11.645, não só do ponto de
vista institucional, mas do ponto de vista profissional e da vida dessas
pessoas de vários cursos que passam pelo Nera.
Então, os
grupos de leituras, as lives, as oficinas, é superbacana ter o retorno dos
alunos quando dizem que na vida profissional eles fazem a diferença nos seus
locais de trabalho por terem passado pelo Nera. Então, desde aquele que tem seu
lugar de fala a aquele que tem a solidariedade.
Eu digo isso
sempre, porque as pessoas brancas são solidárias, isso é fato. Só quem sente o
racismo, o preconceito e trabalha isso em nosso País é quem de fato, ali no dia
a dia, vai discutir isso do ponto de vista do seu lugar. Então, quando o aluno
nos traz esse retorno, seja já em uma atuação de estágio, seja na atuação da
vida profissional, isso não é só gratificante, é de extrema importância.
Eu vou pedir
para passar. Pode passar o próximo. E o próximo. O Núcleo de Estudos
Étnico-Raciais, o Nera, foi órgão para desenvolvimento dos trabalhos de
pesquisa e ensino, reconhecimento de sua consciência com sua missão da
universidade, com o discurso do Plano Nacional de Implementação das Diretrizes
Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de Cultura
Afro-brasileira e Africana.
Esse é o seu
compromisso central. E isso com várias ramificações. Ramificações no âmbito da
política pública, no âmbito do mercado de trabalho. Neste ano, no primeiro
semestre, fizemos várias lives com pessoas da estrutura da gestão, por exemplo,
da plataforma LinkedIn, para essa discussão de uma apresentação de currículo,
de inserção no mercado de trabalho, como também do ponto de vista da discussão
de pesquisa de autoras tão importantes e relevantes para a nossa sociedade,
como a Sueli Carneiro, como Beatriz Nascimento. Então, esse espaço do núcleo
são espaços que só nos engrandece.
Então eu me
sinto muito honrada e agradecida por representar aqui, na pessoa da professora
Maria Lúcia e do professor Jean, esse trio que hoje a gente coordena o núcleo.
Muito obrigada.
(Palmas.)
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Agradeço a fala da
professora doutora Eloísa Gabriel. E chamo agora o professor doutor Manuel Fabricio
Alves de Andrade, coordenador do Núcleo de Estudos de Gênero e Sexualidade, o
Nuge, da FMU.
O SR. MANUEL FABRICIO
ALVES DE ANDRADE - Boa noite. Bom, em
primeiro lugar, eu quero agradecer o convite por estar aqui, agradeço o convite
à professora-coordenadora Antônia, agradeço às demais componentes da Mesa e
agradeço a presença de vocês e, também, quero agradecer a todas aquelas e todos
aqueles que abriram o caminho para que estivéssemos aqui. Então, a todos
aqueles e aquelas que vieram antes de nós e nos permitiram estarmos aqui.
Meu cumprimento
a todas, todos e vou colocar aqui também a todes, para atender às pessoas
não-binárias. Então, esse é o meu papel dentro do Núcleo de Estudos de Gênero e
Sexualidade da FMU - Fiam/Faam -, que é poder promover uma maior compreensão do
que vêm a ser as pautas levantadas, por exemplo, pela comunidade LGBTQIAP+.
Que pautas são
essas? Que questões são essas? Que questões sociais são essas para serem
compreendidas, para serem investigadas e para que a gente possa produzir
conhecimento a partir de nós mesmos, nós mesmes, nós mesmas, como pesquisadoras
e pesquisadores de um universo que, ao longo de muito tempo, ao longo da
história das ciências, teve como protagonistas pesquisadores e pessoas que
estavam com o poder de poder produzir conhecimento nos tratando como objetos de
pesquisa? E agora nós temos a oportunidade de podermos ser protagonistas dessas
pesquisas e dessas investigações.
Então, como
coordenador de um núcleo extensionista, eu me sinto muito feliz de poder ocupar
esse lugar, de imaginar que aquela criança que, lá no banco escolar, sofreu
enormemente por ser “bicha” dentro da sala de aula e sofreu horrores. Então,
além de dar conta de aprender, além de dar conta de render dentro da sala de
aula, eu também tive que sobreviver. Tive que sobreviver à homofobia.
A homofobia
está em todos os ambientes. A homofobia permeia classe, permeia racialidade,
permeia uma série de fatores e é um tipo de violência que se impõe como algo
que nos invisibiliza ou não nos permite ter acesso.
Então, dentro
da universidade, nós temos o ensino, a pesquisa e a extensão. Poder estar
coordenando o núcleo extensionista e, no caso da extensão, poder estar formando
cidadãos e cidadãs que de fato compreendem qual é o seu papel no mundo, qual é
o seu papel a partir do que se formaram, a partir do que conheceram ali na
universidade, é permitir que mais crianças, assim como eu, possam acessar
lugares de poder. Olhem a importância de estar aqui, hoje, falando dentro desta
Assembleia.
E poder
representar um grupo de pessoas que precisa protagonizar suas próprias
histórias. E eu acredito muito no poder da educação, eu acredito muito que ao
falarmos sobre nós, darmos voz a essas existências, nós estamos promovendo
conhecimento, mobilidade social, estamos permitindo que as pessoas de fato
assumam o poder das suas vidas e assumam os lugares de poder na vida, não é?
Então, eu
espero que um dia, por exemplo, possamos ter professoras trans, professores
trans, que possam estar aqui ocupando o meu lugar. Então, é isso que estou
fazendo aqui: abrindo portas. E espero poder ser sempre visto com bons olhos em
relação a isso e poder me empenhar ao máximo para que isso aconteça, para que
eu possa abrir portas e mais pessoas possam estar aqui ocupando esse lugar de
poder.
Então, quero
agradecer a audiência de vocês e agradecer mais uma vez o convite por poder
estar aqui e celebrar os 55 anos do curso de serviço social.
Parabéns.
(Palmas.)
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Agradeço, professor
doutor Manuel Fabricio. E agora eu chamo Patrícia Maria da Silva, presidenta do
Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo.
A SRA. PATRÍCIA
MARIA DA SILVA - Oi, boa noite. Eu me chamo
Patrícia Maria da Silva, eu estou na Presidência do Cress São Paulo Nona
Região, o maior Cress da América Latina. Gostaria de agradecer o convite,
parabenizar a Mesa, cumprimentá-la na pessoa do deputado Dr. Jorge. Agradecer a
todas vocês, a todos vocês, a todes que estão aqui na plenária, que estão nos
acompanhando também pelo YouTube da Alesp.
Dizer da
satisfação, da alegria e da felicidade que nós, do Cress São Paulo... a nossa
atual gestão, que se chama “Nossas histórias vêm de longe para que o amanhã não
seja só o ontem”.
Tomamos posse
recentemente, em maio de 2023, em um ano de datas simbólicas, de números
simbólicos para toda a nossa profissão: 55 anos do curso de serviço social da
FMU, 60 anos do Cress São Paulo e 30 anos da lei de regulamentação da
profissão.
Nós somos
sobreviventes. E por que eu falo que nós somos sobreviventes? Sobrevivemos aos
últimos três anos de uma pandemia mundial que ceifou muitas vidas, que limitou
os nossos espaços de convivência.
Contudo, nós, do
serviço social, não paramos: todas nós e todos nós, que estamos aqui e que
somos assistentes sociais, fomos convocadas, convocados e convocades nesse
período de pandemia a atuar na linha de frente do combate à Covid-19.
Por que eu
estou falando isso a partir do Conselho Regional de Serviço Social? Porque
também nós não paramos dentro das nossas funções precípuas de orientação, de
fiscalização, de diálogo com a categoria profissional. E nesse momento que tem
sido possível retomarmos as nossas atividades de maneira presencial, tem sido
possível celebrar. Celebrar as nossas instituições tão fortes, tão potentes.
E eu quero
falar aqui, e também não vou me alongar, para todas as profissionais e todas as
estudantes, que somos colegas de profissão. Estamos em diferentes estágios e em
diferentes níveis de atuação profissional. Estou formada há 15 anos, atuo na
Prefeitura de São Paulo, além de estar no Conselho Regional de Serviço Social.
cotidiana e diuturnamente somos convocadas a gerir as políticas sociais.
E o nosso
curso, o curso de serviço social, nos dá todo o embasamento teórico, prático e
político de uma atuação profissional que faça a diferença. Nós fazemos
diferença na vida das pessoas que atendemos. Contudo, essa diferença só se dá a
partir do momento em que a gente compreende que a gente absorve o nosso projeto
ético-político.
E não de uma
maneira abstrata, não de uma maneira para dizer que... eu fico brincando que a
gente tem a carteirinha do clube de assistentes sociais críticos. Não. A partir
do momento que a gente incide na vida das pessoas que nós atendemos e também
nas políticas sociais para as quais nós somos convocadas para atuar.
Para vocês,
estudantes, que estão aqui, que estão nos assistindo também pela TV Alesp,
sejam bem-vindas, bem-vindos e bem-vindes nessa atuação profissional, que seja
de verdade. E aí eu fico muito feliz e muito satisfeita em perceber que a
atuação antirracista, anti-LGBTfóbica, antissexista e antimachista também se
faz presente no curso de serviço social da FMU.
Para nós, que
seguimos e estamos atuando e acreditamos, de fato, em um outro mundo melhor
para todos nós, isso só será possível quando a gente romper, acabar e destruir
com todas essas formas de violência, de opressão e de discriminação. E a
construção de uma outra ordem societária passa-se também pela nossa atuação
profissional.
Parabéns, FMU,
pelos 55 anos. Parabéns a vocês que estão aqui, que estão entrando no curso,
que estão no meio ou finalizando. Não desistam, vale a pena, e contem conosco
do Cress São Paulo, não só para orientação e para fiscalização, mas para
atuação junto a vocês e junto aos movimentos sociais.
Muito obrigada
e boa noite. (Palmas.)
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Agradeço a fala da mestre
Patrícia Maria. E agora eu chamo a Ana Cláudia Nardi, representante dos
estudantes do curso de serviço social.
A SRA. ANA
CLÁUDIA NARDI - Boa noite. Eu não fiz cola na
prova, viu, Flávia? Mas hoje eu trouxe, está bem? Boa noite a todos, boa noite
à Mesa, ao deputado que abriu este espaço para a gente, que o serviço social
nos ensina que nós, assistentes sociais, temos que ocupar todos os espaços, não
é? Muito obrigada por esta homenagem que o senhor está fazendo ao nosso curso,
que é tão especial para cada um. E eu tenho certeza de que, pelo fato de o
senhor ter feito isso, nos mostra o quão importante o senhor é, tão bem como um
ser humano, como um ser que quer fazer a diferença. Muito obrigada.
Eu não vou
falar o nome de todos na Mesa, porque vocês estão, assim, mais do que falados.
Então, eu vou me dirigir às pessoas que estão aqui, aos nossos convidados, aos
nossos alunos e às pessoas que estão nos ouvindo pelo canal do YouTube.
Agradecer a
toda a equipe que está podendo fazer isso, que é tão sair só deste espaço aqui,
hoje a gente tem a oportunidade de ir além. Então, muito obrigado pela equipe
também que está fazendo isso, está bem?
Então, vamos
lá. É uma grande honra e alegria estarmos reunidos aqui hoje para comemorar um
marco tão significativo: o 55º aniversário do curso de serviço social da
faculdade FMU. Este é um momento de reflexão, celebração e reconhecimento, no
qual podemos olhar para trás com orgulho e para a frente com esperança.
O curso de serviço
social da FMU está firmemente alinhado com o projeto ético-político-profissional
do serviço social brasileiro. Presidenta, nós estamos firmes lá, viu? Eu sou
prova disso.
Esse projeto
estabelece diretrizes claras quanto às prerrogativas, compromissos, atribuições
e competências, refletindo os princípios do Código de Ética Profissional de
1993. Ele reconhece a liberdade como um valor central e promove autonomia e
emancipação dos sujeitos.
Ele também
reforça a defesa intransigente dos direitos humanos e sociais, assim como
cumpre o compromisso na erradicação de todas as formas de preconceito.
Adicionalmente, o código enfatiza a importância do pluralismo e o compromisso
com o conteúdo, essenciais para a formação e atuação profissional.
Neste contexto,
o curso de serviço social da FMU assume um compromisso de formar profissionais
que compreendam e incorporem plenamente esses valores e princípios em sua
prática.
O curso não
apenas transmite conhecimentos teóricos e técnicos, mas também cultiva uma
consciência crítica e um engajamento ativo na promoção da justiça social,
igualdade e respeito pelos direitos humanos.
Os alunos são
incentivados a explorar a autonomia e a criatividade em sua abordagem aos
desafios sociais, capacitando-se para se tornarem agentes ativos em suas
próprias vidas. Além disso, o compromisso com a eliminação do preconceito e a
promoção do pluralismo refletem-se na ênfase em perspectivas interculturais e
multidisciplinares ao longo do curso.
Assim, o curso
de serviço social da FMU não apenas se apoia no projeto ético-político no
Código de Ética Profissional, mas ele o internaliza em sua própria estrutura e
abordagem.
Esse
compromisso é o que nos guia na formação de profissionais, que não possuem
apenas habilidades técnicas possíveis, mas também a paixão pela ética e pelo
comprometimento necessários para fazer a diferença na vida das pessoas e nas
estruturas sociais.
Nossa
comemoração dos 55 anos do serviço social não é apenas uma homenagem ao
passado, mas também uma afirmação ao nosso compromisso contínuo com esses
valores fundamentais. Que continuemos trilhando esse caminho de dedicação e
justiça social e os princípios éticos que sustentam nossa profissão.
Hoje, à medida
que celebramos com gratidão o 55º aniversário do curso de serviço social na
faculdade FMU, queria também uma oportunidade para prestar uma homenagem
merecida às professoras do curso.
Então eu, assim
como aluna recém-formada, tenho que agradecer à professora Roberta, que não
está mais aqui, mas está morando em outro estado, está bem, gente? A professora
Eloísa, a professora Dra. Flávia, A Rosilene, a Claudilene, a Gabriela e a
coordenadora Márcia.
Gratidão,
assim, nós temos todos, porque vocês se esforçaram ao máximo, principalmente
nesse período de pandemia, para que nós não desistíssemos. Vocês foram heroínas
nesse período, e eu agradeço muito, muito mesmo.
Aproveitando esta
oportunidade, eu realizo esta homenagem resgatando uma figura notável que
desempenhou um papel fundamental no enriquecimento e no crescimento desse
curso, que hoje está travando uma batalha contra a vida e uma luta que eu sei,
nós sabemos, que será mais uma vitória na vida dela.
Queremos honrar
a professora Mauricleia dos Santos Soares... (Palmas.) E reconhecer a sua
trajetória inspiradora no campo do serviço social, a qual lembro a todos o
poder, a paixão e a dedicação na transformação da sociedade.
Ela foi
graduada em serviço social na Universidade Federal do Rio Grande do Norte em
83. Seu compromisso com a justiça social e os direitos humanos manifestou-se
desde cedo.
Ela trilhou um
caminho de aprendizado constante e uma atuação incansável. A década de 80
marcou o início de sua militância estudantil e política, com um período de
efervescência que a voz dos jovens buscar reconstruir a UNE e desafiar a
ditadura militar. “Clei”, como é carinhosamente conhecida, não apenas ingressou
na universidade, mas também mergulhou de cabeça em movimentos sociais,
mobilizando seu curso e envolvendo-se em lutas estudantis.
Participou com
fervor do movimento “Mulher em Luta”, no Rio Grande do Norte, e como uma líder
nata ela fez parte da chapa “Reconstrução”, que venceu a direção do Diretório
Central dos Estudantes, em 82.
Após concluir a
sua graduação, seu comprometimento levou-a a contribuir com a Secretaria
Estadual da Educação e a Secretaria Municipal da Saúde, dando início à sua
jornada no movimento sindical e contribuindo para a formação do sindicato e
para a construção da CUT. Estou vendo que ela faz muitas coisas, viu, Patri?
Mauricleia
também conquistou um mestrado em serviço social pela Pontífice Universidade
Católica de São Paulo, em 2006. Com o mesmo espírito engajado e incansável, ela
ingressou na Secretaria da Habitação, em Diadema, estado de São Paulo, onde
exerceu a sua função com excelência, envolvendo-se na luta por moradia nessa
cidade.
Seu compromisso
com a categoria do serviço social também foi notável com uma atuação marcante
no Cress - presidindo-o de 2014 a 2017 - e desempenhou funções cruciais no
CFESS, que é o Conselho Federal do Serviço Social, trabalhando incansavelmente
para elevar a profissão aos seus valores. Nas duas gestões em que foi
conselheira no CFESS, de 2017 até 2020, seu escopo abrange questões nacionais,
atuando em campanhas de combate ao racismo e à discriminação.
Ela contribuiu
significativamente na criação de resoluções e materiais que abordassem questões
étnico-raciais. Seu compromisso promove debates, construindo-os em várias
partes do Brasil, ampliando a conscientização e a luta pela igualdade racial.
Mauricleia dos
Santos é a professora profissional, líder e uma inspiração. Sua trajetória é um
testemunho de como a paixão, a perseverança e o compromisso com a justiça podem
gerar mudanças significativas. Seu legado é uma lembrança constante de que o serviço
social é muito mais do que uma profissão: é uma ferramenta para a transformação
social.
Neste
aniversário do curso de serviço social na FMU, prestamos homenagem à professora
Mauricleia. Agradecemos pela a sua dedicação, sua paixão e sua contribuição
singular. Seu exemplo continuará a inspirar gerações futuras de assistentes
sociais a seguirem seus passos e a lutar por um mundo mais justo e igualitário.
Muito obrigada,
Mauricleia, minha professora querida, por sua trajetória notável e por ser uma
luz no meu caminho e de tantos outros alunos seus que passaram isso para os
seus amigos.
Parabéns pelos
55 anos do curso, e eu convido a todos para uma salva de palmas para a
professora Mauricleia. (Palmas.)
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Agradeço a fala da
representante dos estudantes, Ana Cláudia. E, neste momento, assistiremos a
alguns vídeos com mensagens gravadas por professores ilustres do serviço social
brasileiro em homenagem aos 55 anos do curso de serviço social da FMU.
O primeiro
vídeo será do professor Dr. Marcelo Gallo, professor-titular da Unesp de Franca
e ex-coordenador do curso de serviço social da FMU.
*
* *
- É exibido o
vídeo.
*
* *
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - MIRTES - O próximo vídeo será
da professora Dra. Alessandra Genu Pacheco, professora da Universidade Federal
Fluminense, na unidade acadêmica de Campos dos Goytacazes.
*
* *
- É exibido o
vídeo.
*
* *
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - MIRTES - O nosso próximo e último vídeo é da professora Janice Ferreira Gusmão de
Andrade, professora do curso de mestrado em Políticas Públicas e
Desenvolvimento Local na Escola Superior de Ciências da Santa Casa de
Misericórdia de Vitória, Espírito Santo.
*
* *
- É exibido o
vídeo.
*
* *
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Agradeço a palavra de
todos os componentes de nossa Mesa e também dos professores que proferiram
esses vídeos.
E agora eu
chamo a professora Dra. Francisca Rodrigues de Oliveira Pini, professora da
Universidade Federal de São Paulo do campus Baixada Santista, para proferir
algumas palavras.
A SRA.
FRANCISCA RODRIGUES DE OLIVEIRA PINI - Enfim, boa
noite. Eu falo “enfim” porque eu sou a última fala, geralmente é o deputado que
é a última fala, e aí ficou para eu fazer a última fala. Então, eu quero
agradecer o convite desta noite primeiramente a vocês, essa plateia plural, ao
deputado - que eu acabei de conhecer e estou amando conhecê-lo - primeiramente
por colocar-nos aqui novamente.
Há quatro anos
eu não entrava na Alesp, primeiro pela pandemia e, segundo, porque a gente
acaba ficando tanto lá na Baixada Santista, as pautas mais amplas, e a gente
acaba não vindo para cá em um espaço tão necessário.
Agradecer aqui
aos meus colegas de Mesa: a professora Eloísa Gabriel, que coordena o Núcleo de
Relações Étnico-Raciais; o professor Manuel, da Diversidade Sexual; a Patrícia,
do Cress São Paulo; aos dirigentes da FMU; à representante estudantil e,
sobretudo, à nossa amiga amada Márcia Guerra.
Realmente é uma
noite de muita celebração, e é com muita alegria que eu subi a serra nessa
chuva e neblina para estar aqui com vocês.
A FMU já nasceu
resistente, porque nascer em 1968 é nascer na resistência. Ela nasceu no ano
mais duro da ditadura civil-militar, que foi de 1964 a 1985. Eu também nasci em
1968, então, como a FMU, eu vou completar 55 anos. Então, como canta Chico
Buarque: “Pai, afasta de mim esse cálice, afasta de mim a mordaça”.
Obrigada, Chico
Buarque, por ter sido a voz do povo nos anos de chumbo, porque sem a arte -
como nós vimos nesta abertura de hoje, a música e o músico que cantaram para
nós três músicas belíssimas -, sem a poesia, sem a música e todas as pessoas
que lutaram e resistiram - e alguns tiveram suas vidas ceifadas -, não
estaríamos aqui hoje celebrando os 55 anos do curso de serviço social da FMU.
Essa profissão
vai se configurando em uma perspectiva mais organizativa a partir dos anos 70.
A articulação dos profissionais propunha a constituição de uma metodologia
alternativa em relação às abordagens funcionalistas, assistencialistas e
benemerentes.
Vocês sabem que
essa profissão nasceu desta tríade: funcionalista, assistencialista e
benemerente. E aí, buscando integrar a teoria à ação profissional, porque até
aqui havia uma cisão entre teoria e prática. Então, foi nesse início da década
de 70 que a profissão busca articular teoria e ação profissional.
A profissão
acompanha o movimento da história. Em face à forte organização da classe
trabalhadora, por meio de um sindicato combativo, como já existiram organismos
da profissão, conforme Bia Abramides - tanto que regulava o trabalho
profissional quanto a formação - em 1979, foi feito o 3º CBAS - Congresso Brasileiro
de Assistentes Sociais -, e nele o “Congresso da Virada” assim ficou conhecido.
Ele foi
realizado entre os dias 23 e 27 de setembro de 1979, no Centro de Convenções do
Anhembi, na cidade de São Paulo. Conforme Bia Abramides, irrompe marcado pela
luta de classes ascendente no País.
Em 1978, houve
o primeiro encontro de entidades sindicais e pré-sindicais. Naquele encontro,
em BH, deliberavam por retomar a organização sindical dos assistentes sociais
no País. Realizaram uma pesquisa nacional sobre salário, condições de trabalho
e carga horária dos assistentes sociais, para mobilizar os profissionais a
partir de seus locais de trabalho para a luta sindical.
Então, em 1978,
houve uma forte articulação de trabalhadoras e trabalhadores que nós,
assistentes sociais, participamos e, em 1979, no “Congresso da Virada”, as
dirigentes sindicais de assistentes sociais tiveram o CBAS, organizaram-se
pelas plenárias simultâneas por áreas de atuação e, desde o primeiro momento,
sentiram a insatisfação dos congressistas.
Chamaram a
categoria para uma assembleia que se transformou em assembleia de área, que
interferiu e virou congresso com as críticas necessárias. Isso culminou com a
destituição da comissão de honra, sendo que no encerramento foram convidados
representantes de movimentos sociais combatidos como referência de lutas.
Ou seja, virou,
e a partir dessa virada, para nós, assistentes sociais, isso foi um divisor de
águas, porque naquele momento, em 1979, até hoje nós estamos com esse legado, nos
reconhecemos como classe trabalhadora inserida nessa divisão social do trabalho
e assumimos o compromisso, de 1979 para cá, de fazer a defesa e a luta
intransigentemente dos direitos humanos e da classe trabalhadora.
Esse legado do
congresso reverbera até os dias de hoje, considerando que a partir dessa
participação efetiva de nós, assistentes sociais, na organização da luta por
direitos, a profissão passa a se reconhecer como trabalhador assalariado, como
qualquer outro trabalhador, que, para se reproduzir na sociedade capitalista,
vende sua força de trabalho. E a FMU lá estava, como universidade na luta de
uma profissão aliada na defesa intransigentemente dos direitos da classe
trabalhadora.
Foram muitos
processos de construção da nossa frágil democracia, como o processo
constituinte de 1985 a 1987, que contou com os movimentos sociais e
intelectuais, para garantir, a um nível da Carta Constitucional, os nossos
direitos fundamentais, como o direito à participação e às políticas sociais. E,
assim, podemos cantar: “Apesar de você, amanhã há de ser outro dia”. E aqui
estamos.
Conquistamos,
no texto constitucional, um marco legal que até o momento não conseguimos
efetivação, primeiro porque o Estado neoliberal não nos permitiu, na década de
90, implementar. E as crises cíclicas do capitalismo, que afetaram centralmente
o conjunto da classe trabalhadora.
Na convenção
geral da nossa Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social -
que era a Abess e agora é a ABEPSS - em 1993, indica a necessidade de uma
revisão no currículo de 1982 como resultado do avanço teórico crítico
construído pela categoria naquele período. Com base na compreensão de uma
revisão curricular, suponho uma profunda avaliação do processo de formação
profissional face às exigências contemporâneas.
Então, de 1994
a 1996, ocorreram diversos movimentos coletivos envolvendo a comunidade
acadêmica de toda a categoria profissional em um amplo e democrático debate
sobre as diretrizes curriculares.
Segundo
documento da Abess, de 1996, foram 200 oficinas locais em 67 unidades de
formação acadêmica filiadas à Abess, em que a FMU também participava, 25
oficinas regionais e duas nacionais.
A proposta de
diretrizes curriculares aponta para a formação de um perfil profissional com
capacitação teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa para
apreensão teórico-crítica do processo histórico com totalidade, considerando a
apreensão das particularidades da constituição e desenvolvimento do capitalismo
e do serviço social na realidade brasileira.
Além da
percepção das demandas e da compreensão do significado social da profissão e o
desvelamento das possibilidades de ações contidas na realidade e no exercício
profissional.
E aí eu fui
consultar como a FMU está articulada com o tal chamado “projeto ético-político”
e a FMU coloca: “O objetivo do curso de serviço social é formar profissionais
assistentes sociais com domínio crítico da questão social, competência
teórico-metodológica e ético-política como requisito fundamental para o
exercício de atividades técnico-operativas com vista à compreensão do
significado social da profissão e de seu desenvolvimento sócio-histórico nos
cenários internacional e nacional, desvelando as possibilidades de ação
contidas na realidade, identificando demandas presentes na sociedade, visando a
formular respostas profissionais para o enfrentamento da questão social e
articulada com a lei de regulamentação da profissão”.
Ou seja, é um
curso que na atualidade - século XXI, 2023 - está articuladíssimo com as
diretrizes nacionais formuladas e construídas pela ABEPSS, que é a Associação
Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social, e com o nosso código de
ética, que foi aprovado em 1993.
Neste ano, nós
completamos 30 anos de código de ética, o que significa que nós recusamos o
autoritarismo, que nós lutamos contra qualquer forma de preconceito e nós
lutamos pelo direito à informação fidedigna à população e, sobretudo, uma
defesa intransigente dos direitos humanos.
O debate da
questão do projeto ético-político do serviço social brasileiro é recente, o que
contribui para a relevância científica e teórica dessa obra, uma vez que
expressa a renovação e o amadurecimento teórico e político do serviço social e
evidencia, mediante o diálogo com o pensamento marxista, o compromisso ético e
político assumido pela categoria.
Neste ano dos
30 anos do código de ética, seus fundamentos de ética são sociais e históricos.
Só o ser social age eticamente, uma vez que só ele é capaz de agir com
consciência e liberdade. Para agir teleologicamente, o profissional cria
alternativas de valor e escolhe entre elas, incorporando suas finalidades.
Poderíamos nos
perguntar: o que é o serviço social? Podemos dizer que é uma profissão,
conforme Yamamoto, que atua com as manifestações da questão social, as quais se
expressam no cotidiano do conjunto da população, pressionando os trabalhadores
e as trabalhadoras a formular respostas a essas questões no processo
sócio-histórico, econômico e político do País, compreendendo que a questão
social não é apenas explicitação entre ricos e pobres, mas como os sujeitos se
expressam com lutas, conformismos, obediência, insurgências e rebeldias.
Neste sentido,
é impensável a profissão sem uma base de organização considerando o contexto
contraditório de sua inserção: o processo de acumulação de produção e
reprodução do trabalho na sociedade capitalista.
Deste modo,
finalizo a minha intervenção parabenizando todo o corpo docente, porque sem
vocês esse projeto ético-político com os discentes não seria possível chegar
até aqui, porque a gente sabe das contradições que estão presentes nesse
processo.
Então, parabéns
ao corpo docente por todo o trabalho, pelo pensamento crítico, pelas
possibilidades de reflexões dentro da FMU. E nos espaços - eu tenho acompanhado
vocês nas redes sociais - em que vocês oportunizam os estudantes a irem a
outros espaços, a socializarem com outros grupos, para que a gente se fortaleça
enquanto uma profissão que é inserida no trabalho coletivo.
E uma questão
que o diretor na fala inicial nos trouxe, que o serviço social na Caps é uma
área de conhecimento. Então, nestes 30 anos, o serviço social conseguiu
alcançar, a um nível de pesquisa, esse lugar de área de conhecimento.
Então, nós
somos uma profissão que produz ciência, nós fazemos ciência e somos contra o
obscurantismo que vivenciamos nos últimos quatro anos. O serviço social
conseguiu se manter firme e forme, como a presidente do Cress que me antecedeu
disse, porque estivemos nas trincheiras mais difíceis durante o período
pandêmico.
E aí não
poderia ser diferente: uma profissão que está na trincheira da resistência da
luta tem que assumir a tarefa de continuar construindo história. Então, no dia
30 de setembro, tem uma oficina na PUC de São Paulo para a gente continuar
discutindo a profissão, construindo estágio, a educação antirracista.
Então convido
vocês, como uma integrante da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço
Social, a ABEPSS, para que vocês venham compor na oficina, construir essa
oficina e dizer: “Como tem sido a contribuição da FMU e do curso de serviço
social na pauta da educação antirracista, anti-LGBTfóbica, anticapacitista,
enfim, na luta por direitos humanos?”.
Então,
parabéns, FMU. E, como a colega no vídeo disse, por mais 55 anos.
Muito obrigada.
(Palmas.)
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - MIRTES - Agradeço a fala
potente da Dra. Francisca. E chamo agora o deputado Jorge do Carmo para seguir
com o fechamento desta sessão solene.
O SR. PRESIDENTE
- DR. JORGE DO CARMO - PT - Muito bem. Muito
obrigada a todas e todos os palestrantes e as pessoas que exibiram os vídeos
sobre a história e a trajetória dessa faculdade importantíssima para a nossa
sociedade, que é a FMU. Fiquei muito honrado de estar aqui e participar deste
evento, desta sessão solene tão importante para a sociedade paulista.
Antes de
encaminharmos aqui para o encerramento desta magnífica sessão, eu quero
aproveitar a oportunidade para parabenizar aqui a faculdade de serviço social da
FMU, que muito tem contribuído para o desenvolvimento acadêmico, cultural e
social do Brasil e de São Paulo, formando milhares de alunos e alunas com vista
a fazer do Brasil um país justo, igual e democrático. Sem o serviço social,
seria impossível acabar com a desigualdade e promover os direitos humanos como
assim gere a nossa Constituição Cidadã, a Constituição de 1988.
Quero agradecer
a toda a comunidade acadêmica da FMU na pessoa da querida professora Márcia
Guerra, uma mulher e profissional exemplar, educadora por opção, militante das
causas de direitos humanos desde a sua contribuição com o Movimento Nacional
dos Direitos Humanos.
Uma nordestina
que nem eu, que veio lá do nordeste, certamente para tentar a vida aqui em São
Paulo, e que hoje devolve para os outros tudo que aprendeu, fazendo como
ensinou o educador Paulo Freire: ensinando aos comprometidos com as lutas
sociais, para tecer uma grande rede de promotores de direitos humanos com
saberes diversos, ensinando e aprendendo a ensinar para continuar a aprender.
Quero muito parabenizá-la, e uma salva de palmas para ela. (Palmas.)
Quero agradecer
aqui ao reitor, ao vice-reitor, a todas as pessoas que palestraram, aos
presentes. Olha como é lindo ver vocês aqui neste Parlamento. Cotidianamente,
estamos aí sentados ou em pé, usando o microfone de aparte, usando a tribuna,
para a gente falar sobre nossa sociedade paulista, sobre a defesa e a garantia
de direitos, sobre os direitos humanos, sobre a falta deles.
A gente
questionando aqui neste Parlamento exatamente as lutas sociais que nós travamos
ao longo dessa caminhada. Eu, que sou nordestino também, que vim lá da minha
querida Alagoas para tentar a vida aqui em São Paulo, tenho muito orgulho de
poder ter chegado até aqui.
E o nosso
mandato - professora Márcia, todas vocês que estão aqui presentes - é um
mandato popular, é um mandato que foi construído pela força política, pela
vontade, por acreditar que é possível a gente construir uma sociedade melhor.
Imaginem vocês,
eu que saí de Alagoas lá na década de 80 e vim para São Paulo, não tinha
nenhuma expectativa de estar deputado. Formei-me em direito, sou advogado, mas
sempre atuei na área social.
Por isso, eu
tenho uma relação estreita com o curso de serviço social, com as assistentes e
com os assistentes sociais, por entender que é uma profissão que muito me honra
estar junto a vocês e saber o trabalho magnífico que cada um e cada uma de
vocês fazem, seja ele em qualquer área de atuação, porque o serviço social está
sempre voltado para qualquer área que você pode escolher.
Tenho sempre
valorizadas as assistentes sociais. Já tive a oportunidade de trabalhar na
Prefeitura de São Paulo, e quando eu tinha, sabe, muita aproximação com
assistentes sociais que faziam um trabalho muito bonito e muito forte. Então,
ter essa oportunidade...
A Luiza
Erundina, que vocês tanto mencionam aqui, pensem vocês, eu comecei minha
trajetória política quando a Luiza Erundina se elegeu prefeita de São Paulo, em
1988. E eu lembrava que ela era prefeita, e o nosso bairro, onde eu moro até
hoje - a Cidade Tiradentes, na zona leste da cidade -, a gente teve a
oportunidade de organizar o nosso bairro, de ajudar o nosso bairro.
E através de um
governo democrático, que foi o governo da Luiza Erundina, do Partido dos
Trabalhadores, através dessa organização, dessa participação e desse
envolvimento, eu tomei gosto pela política e pela defesa das causas nobres, das
causas sociais.
E hoje aqui
estou, como advogado que sou, mas como deputado que estou, defendendo as causas
das periferias, defendendo as causas das pessoas que mais precisam de um
parlamentar que está sempre ao lado ou procura sempre fazer tudo que está ao
seu alcance para diminuir a desigualdade social. Esse é o espírito do nosso
mandato.
Eu quero dizer
para vocês que estou muito honrado de poder proporcionar, de poder presidir e
estar junto com vocês para comemorar estes 55 anos do curso de serviço social
da FMU. Isso para mim é um orgulho, isso faz com que o nosso mandato cresça
cada vez mais e tenha cada vez mais aproximação com as causas sociais que são
tão nobres.
Nossa luta
sempre foi e sempre será defendendo aqueles que mais precisam, aqueles que são
violados em seus direitos, aqueles que não têm oportunidade, aqueles que muitas
vezes são privados daquilo que é o básico, que é o mínimo necessário.
Por isso que
nosso mandato sempre teve como pauta essas questões sociais, e por isso a gente
tem a alegria de estar juntos de vocês e de proporcionar essa oportunidade,
para que juntos possamos construir uma sociedade mais justa e menos desigual.
Eu vi também
que a FMU foi formada e constituída em 1968, o ano mais duro, como também foi
mencionado aqui, da ditadura militar. O ano que teve o AI-5, que foi o Ato
Institucional nº 5, aquele que fechou o Congresso, aquele que privou as pessoas
de seus direitos e da democracia, que já não era democrático, porque estava em
um período de ditadura, mas 1968 foi o ano mais duro e mais difícil para a
nossa sociedade.
Graças a Deus,
isso é passado. Graças a Deus, desde 1985, nós resgatamos, restituímos a
democracia e vamos sempre preservá-la e defendê-la, porque é tão bom ser
democrático, é tão bom a gente ter essas oportunidades, que se fossem em 1968,
em outros anos obscuros, infelizmente, não poderíamos fazer o que estamos
fazendo hoje.
Então, com
essas palavras, quero dizer da minha satisfação e da minha alegria de colocar o
nosso mandato, professora, professores, à disposição para ajudar; para
fortalecer; para encaminhar, para receber demandas; para vocês poderem trazer
demandas para a gente formular projetos de lei; para a gente fazer frentes
parlamentares; para fazermos requerimentos nesta Casa; para a gente fazer
aquilo que é papel do parlamentar.
Além de
apresentar projetos de lei, além de fiscalizar o Poder Executivo, aprovar o
Orçamento e fiscalizar sua execução, também representar a sociedade, que é uma
coisa que eu gosto muito de fazer.
Então, esse é o
papel do parlamentar, esse é o papel de nos colocar à disposição para
fortalecer essa luta do serviço social, das assistentes sociais, dos
assistentes sociais e de todas as profissões. Mas parabenizar vocês por essa
faculdade tão importante que é a FMU e que tem esse curso tão relevante, e que
vocês hoje estão aqui comemorando estes 55 anos. E, como alguém falou aqui, que
venham mais 55, para que possamos estar comemorando, fortalecendo, prestigiando
e estarmos juntos nessa luta de vocês.
Que Deus
abençoe cada um e cada uma de vocês aqui.
Obrigado por
terem me proporcionado esta oportunidade.
E encaminhando
para o final, eu quero dizer que, esgotado aqui o tempo e o objeto desta
presente sessão, antes de encerrar, eu quero agradecer aqui às autoridades
presentes, à minha equipe do nosso mandato, do nosso gabinete, os funcionários
do serviço de som, da taquigrafia, da fotografia, do serviço de atas, do
Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da imprensa da Casa, da TV Alesp e
das assessorias policiais Militar e Civil, bem como a todos que, com suas
presenças, colaboraram para o pleno êxito desta solenidade.
Muito obrigado
a todas, muito obrigado a todos.
Nada mais
havendo a tratar, está encerrada esta sessão solene. (Palmas.)
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- Encerra-se a
sessão às 22 horas e 05 minutos.
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