5 DE DEZEMBRO DE 2023
57ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: ANDRÉ DO PRADO
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Abre a sessão. Coloca em discussão o PL 1501/23.
2 - PAULO FIORILO
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Acolhe a questão de ordem do deputado Paulo Fiorilo, para respondê-la oportunamente.
4 - GUILHERME CORTEZ
Discute o PL 1501/23.
5 - EDUARDO SUPLICY
Para comunicação, faz pronunciamento.
6 - MÁRCIA LIA
Para comunicação, faz pronunciamento.
7 - GUTO ZACARIAS
Discute o PL 1501/23.
8 - GIL DINIZ
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
9 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Informa que o deputado Guto Zacarias é o último inscrito para discutir o PL 1501/23.
10 - ALTAIR MORAES
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
11 - BETH SAHÃO
Para comunicação, faz pronunciamento.
12 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Afirma que o deputado Guto Zacarias não desrespeitou os presentes nas galerias.
13 - PROFESSORA BEBEL
Para comunicação, faz pronunciamento.
14 - PAULO FIORILO
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
15 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Tece considerações a respeito do protocolo de requerimentos nesta sessão.
16 - EDIANE MARIA
Discute o PL 1501/23.
17 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Para comunicação, faz pronunciamento.
18 - GIL DINIZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
19 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Coloca em votação o requerimento de encerramento da discussão do PL 1501/23.
20 - EMÍDIO DE SOUZA
Para comunicação, faz pronunciamento.
21 - GUTO ZACARIAS
Para comunicação, faz pronunciamento.
22 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Suspende a sessão às 22h41min, por conveniência da ordem, reabrindo-a às 22h41min. Suspende a sessão às 22h42min, por conveniência da ordem, reabrindo-a às 22h44min.
23 - CARLOS GIANNAZI
Encaminha a votação do requerimento de encerramento da discussão do PL 1501/23, em nome do PSOL.
24 - PAULO FIORILO
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
25 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Responde à questão de ordem do deputado Paulo Fiorilo.
26 - LEONARDO SIQUEIRA
Para comunicação, faz pronunciamento.
27 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Exibe o requerimento de encerramento da discussão do PL 1501/23 protocolado.
28 - PROFESSORA BEBEL
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
29 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Responde à questão de ordem acerca da presença dos policiais nas galerias.
30 - MAJOR MECCA
Para comunicação, faz pronunciamento.
31 - BETH SAHÃO
Encaminha a votação do requerimento de encerramento da discussão do PL 1501/23, em nome do PT.
32 - TEONILIO BARBA
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
33 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Tece considerações quanto à ética e ao decoro parlamentar.
34 - GIL DINIZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
35 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Para comunicação, faz pronunciamento.
36 - ANDRÉA WERNER
Encaminha a votação do requerimento de encerramento da discussão do PL 1501/23, em nome do PSB.
37 - BETH SAHÃO
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
38 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Acolhe a questão de ordem da deputada Beth Sahão, para respondê-la oportunamente.
39 - ENIO TATTO
Encaminha a votação do requerimento de encerramento da discussão do PL 1501/23, em nome da Minoria.
40 - MAURICI
Encaminha a votação do requerimento de encerramento da discussão do PL 1501/23, em nome da Minoria.
41 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de encerramento da discussão do PL 1501/23.
42 - PAULO FIORILO
Solicita a verificação de votação.
43 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feito o processo de verificação de votação, pelo sistema eletrônico.
44 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
45 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Informa que deve dar resposta em momento oportuno.
46 - LUCAS BOVE
Para comunicação, faz pronunciamento.
47 - PAULO FIORILO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
48 - VALDOMIRO LOPES
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSB.
49 - VINICIUS CAMARINHA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSDB Cidadania.
50 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSOL REDE.
51 - CARLOS CEZAR
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PL.
52 - RAFAEL SARAIVA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do União.
53 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Anuncia o resultado da verificação de votação, que confirma a deliberação anterior.
54 - PAULO FIORILO
Solicita a suspensão da sessão por cinco minutos, por acordo de lideranças.
55 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido e suspende a sessão às 23h57min, reabrindo-a às 00h04min. Convoca sessão extraordinária a realizar-se no dia 06/12, às 17 horas e 30 minutos; e segunda sessão extraordinária a realizar-se dez minutos após o término da primeira. Suspende a sessão às 00h06min, reabrindo-a às 00h06min.
56 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Para comunicação, faz pronunciamento.
57 - GUTO ZACARIAS
Para comunicação, faz pronunciamento.
58 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Encerra a sessão.
*
* *
-
Abre a sessão o Sr. André do Prado.
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* *
O SR. PRESIDENTE -
ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número
regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior.
Ordem
do Dia.
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* *
-
Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Discussão e
votação adiada do Projeto de lei nº 1501, de 2023, de autoria do Sr.
Governador.
Para discutir contra, o deputado
Guilherme Cortez.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem,
presidente. Questão de ordem.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra,
o deputado Paulo Fiorilo, para uma questão de ordem.
O
SR. PAULO FIORILO - PT -
PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, formulo a presente questão de ordem com
a finalidade de obter de V. Exa. esclarecimento acerca da aplicação do disposto
no Art. 135 do Regimento Interno.
O Regimento
Interno estabelece, em seu Art. 135, as situações que impedem a admissão das
proposições e, em que pese a ausência de menção expressa às proposituras não
instruídas de estudos técnicos realizados no âmbito da secretaria, o
dispositivo considera inadmissíveis as proposições que, aludindo a qualquer
dispositivo legal, não se façam acompanhar de sua transcrição.
A situação é
análoga, uma vez que a propositura está embasada em estudos técnicos realizados
pelas Secretarias de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística e de Parcerias
em Investimentos, conforme indicação na exposição de motivos encaminhada pelo
titular da pasta.
Os mencionados
estudos, que não instruem o referido processo legislativo, são mencionados como
motivação da manifestação das secretarias e a ausência deles pode representar
um prejuízo ao debate da propositura e impactos irreversíveis, caso sejam
aprovados sem o necessário conhecimento desta Casa de Leis.
Do teor da
exposição dos motivos, verifica-se que os estudos mencionados basearam a
manifestação das secretarias e formaram a convicção do Poder Executivo, como se
depreende. Mensagem A2, de 2023, e aí o Art. 35.
Presidente, a
ausência dos estudos a que se refere a exposição de motivos implica que o
Legislativo assine verdadeiro cheque em branco, tendo em vista que não foram
trazidos ao debate argumentos técnicos que demonstrem que a desestatização
promoverá vantagens, a modicidade tarifária, bem como a antecipação do
atingimento de metas da universalização do serviço.
A matéria é de
extrema relevância e requer maiores esclarecimentos por parte do Poder
Executivo, que podem ser obtidos pela disponibilização a esta Casa de Leis dos
estudos técnicos que embasaram a proposta. Deliberar a propositura sem
subsídios técnicos pode representar impactos não desejados por esta Casa de
Leis e implicar em situação irreversível em termos do interesse da população do
estado.
No exercício de
sua função legiferante, o Poder Legislativo não só pode, como deve exigir do
Poder Executivo o cumprimento de transparência das informações de que o
Executivo dispõe.
Sr. Presidente,
diante do exposto, requeremos que seja oficiado ao chefe do Poder Executivo
para que determine o envio a esta Casa de Leis dos estudos técnicos realizados
pelas Secretarias de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística e Parcerias
em Investimentos mencionados na
exposição dos motivos do Projeto de lei nº 1501, de 2023, sem os quais não será
possível concluir sua apreciação.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Recebo sua
questão de ordem, que será respondida oportunamente. Com a palavra, o deputado
Guilherme Cortez.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, presidente. Boa noite, deputados e
deputadas, servidores da Assembleia e público presente, que é muito bem-vindo
nesta que é - ou pelo menos deveria ser - a Casa do Povo. (Manifestação nas
galerias.)
Por isso, quero
começar me desculpando pela malcriação e pela indelicadeza de pessoas que,
depois que se elegem, viram as costas para as pessoas e só recorrem aos
eleitores e à população para pedir voto e, quando estão aqui, com um paletó, de
cima de uma tribuna, desrespeitam a população que vem democraticamente se
manifestar.
Mas não é para
as pessoas que estão aqui na tribuna que eu quero fazer essa fala, presidente.
Eu quero fazer esta fala para as pessoas que não tiveram a oportunidade de
serem consultadas para a privatização da Sabesp, para as pessoas que trabalham
todo dia para conseguir pagar sua conta no fim do mês, e que hoje estão tendo o
seu direito à água ameaçado, estão correndo o risco de daqui a alguns meses
estarem pagando uma conta de água mais cara.
Essas pessoas
que não puderam vir para a Assembleia Legislativa, muitas delas que moram no
interior do nosso estado, a muitos quilômetros de distância daqui, que vão ser
as pessoas que mais afetadas se a Sabesp for privatizada, e essas pessoas não
tiveram a oportunidade de dar sua opinião, porque esse governo se negou até
agora a fazer um plebiscito para discutir o projeto de privatização da Sabesp,
e para essas pessoas eu quero recapitular como a gente chegou até aqui.
No ano passado,
nas eleições, o então candidato ao governo Tarcísio não colocou no seu plano de
governo a proposta de privatização da Sabesp. Apesar disso, como nós da
esquerda já sabíamos do projeto desse governador, a gente passou a campanha
inteira alertando que se ele fosse eleito, uma pessoa que não conhece o estado
de São Paulo e que quer importar tudo de ruim do Rio de Janeiro para cá, ele
tentaria fazer a mesma coisa que aconteceu no Rio, e colocaria em risco a
privatização da Sabesp, colocaria em risco a continuidade dessa empresa.
Ele até tentou
disfarçar durante a campanha eleitoral para não perder voto, mas, quando ele
assumiu, a primeira coisa que ele fez foi encaminhar o projeto de privatização.
Ele nomeou, ele indicou para a presidência da Sabesp, essa empresa tão
importante, que este ano completa 50 anos, ele indicou um executivo que já
tinha presidido a Iguá Saneamento, não por coincidência, uma das empresas que
tem interesse em adquirir as ações da Sabesp se ela for privatizada.
Depois ele contratou
um estudo sem licitação, e o estudo, de forma muito estranha, possuía dois
valores. O governo pagaria oito milhões de reais para a consultoria, que,
aliás, é credora da Sabesp. O governo pagaria oito milhões de reais se o
resultado desse estudo fosse contrário à privatização, mas ele pagaria 45
milhões de reais se o estudo fosse favorável à privatização.
Vocês adivinham
qual foi o resultado do estudo? Era um estudo encomendado, um estudo comprado
para dar para o governador argumentos para privatizar, e nem isso o estudo foi
capaz de fazer, porque o governador queria que o estudo dissesse uma coisa, que
a privatização ia reduzir a tarifa, porque aí seria mais fácil para ele
argumentar.
O que o estudo
comprovou é que a privatização, como em qualquer outro lugar do mundo, vai
fazer a tarifa aumentar, a menos que o estado continue investindo, e, em um
verdadeiro desrespeito com a inteligência do povo do estado de São Paulo, o que
o governo propõe é privatizar a Sabesp, mas o estado ter que continuar investindo,
para impedir que a iniciativa privada aumente o valor da tarifa.
Esse é o
neoliberalismo de araque brasileiro, em que você privatiza os lucros de uma
empresa lucrativa, como é a Sabesp, mas você socializa os investimentos. O
estado tem que continuar pagando, mas a empresa privada pode ter todos os
lucros. Daí esse projeto chegou nesta Casa há menos de dois meses atrás, e ele
chegou como um projeto de lei ordinário, embora a privatização da Sabesp deva
passar por uma Proposta de Emenda à Constituição.
Esse é um
projeto inconstitucional, que, mesmo que seja aprovado aqui, vai ser derrubado
pela Justiça, e esse projeto tramitou nesta Casa durante dois meses em regime
de urgência, passando de maneira atropelada por três comissões ao mesmo tempo,
até chegar aqui.
E o governo faz
tudo isso de maneira apressada, afobada, atabalhoada, porque sabe que não tem
argumento racional para justificar a privatização. Não pode falar que a Sabesp
dá prejuízo porque a Sabesp é uma empresa lucrativa.
A Sabesp atende
375 cidades do estado de São Paulo, das quais 310 ela já conseguiu
universalizar o serviço de saneamento básico e das quais 350 não são sequer
lucrativas para a Sabesp.
São pequenas
cidades do interior do estado de São Paulo que só têm acesso à água tratada, à
coleta de esgoto porque tem uma empresa pública que faz isso, apesar de não ser
lucrativo, coisa que nenhuma empresa privada vai sonhar em fazer.
Não dá para
falar que a privatização deu certo em nenhum lugar do Brasil e nem do mundo,
porque mundo afora, até 2017, foram 267 lugares que reestatizaram as suas redes
de saneamento, em cidades como Nova York, Paris, Berlim, Frankfurt, Nova York.
Aqui no Brasil,
onde se privatizou o saneamento básico, como no Rio de Janeiro, a tarifa social
do Rio é o dobro da tarifa cobrada aqui em São Paulo. Em Manaus, onde se
privatizou, duas comissões parlamentares de inquérito já recomendaram a
reestatização.
No Tocantins,
onde se privatizou, a maior parte das cidades foi devolvida pela iniciativa privada
para que o estado tome conta, porque eram cidades que não eram lucrativas e a
gente não faz um mês que a gente viu quatro milhões de pessoas aqui no estado
de São Paulo ficarem sem acesso à energia elétrica por conta de uma empresa
privada chamada Enel.
E a gente se
pergunta: como que a Enel foi parar lá em condição de prejudicar tanta gente? A
Enel foi parar lá em discussões como essas aqui em que governos incompetentes,
porque demonstram a sua incapacidade de administrar o estado, a coisa pública,
optam por transferir esses serviços para a iniciativa privada com anuência de
parlamentares, muitos dos quais estão sendo comprados pelo governo estadual,
que destinou 713 milhões em emendas voluntárias.
Não foram só 73
milhões não, foram 713 milhões de reais que o Governo do Estado de São Paulo
aprovou emenda voluntária para tentar comprar o voto dos deputados desta Casa.
Alguns nem precisaram ser comprados, esses são os bolsonaristas.
Esses não
receberam nada do governo, mas como eles querem o mal do povo, como eles querem
que o povo seja prejudicado como eles já fizeram no governo federal, eles nem
cobraram nada.
Mas outros
deputados estão sendo pressionados, estão sendo chantageados e cobrados pelo
governo através de emendas para votar esse projeto. Mas saibam, deputados, que
nenhuma obra com esse dinheiro sujo dessas emendas vai ser suficiente para
livrar os senhores da indignação da população, dos eleitores, quando a conta de
água aumentar, quando as cidades do interior do estado de São Paulo tiverem o
seu acesso à água e saneamento ameaçados.
Não vai ter
obra de emenda, que o governo comprou a consciência e o voto dos senhores, que
vai redimir esse crime contra o estado de São Paulo. Eu tenho muito orgulho de
representar nesta Assembleia, junto com a deputada delegada Graciela, a região
de Franca, que me deu o orgulho de ser um dos seus representantes nesta
Assembleia.
E a deputada
Graciela sabe que Franca tem a nona melhor rede de saneamento básico do Brasil
graças ao serviço que é oferecido pela Sabesp. Porque na região de Franca,
deputado Giannazi, a Sabesp universalizou o saneamento não foi hoje não. Foi 20
anos atrás graças ao investimento de uma empresa pública.
Privatizar a
Sabesp é um crime contra o estado de São Paulo e, deputada Graciela, é um crime
contra a nossa região, que tem uma excelente rede de saneamento básico graças à
Sabesp e que essa rede vai ser colocada a perder, vai ser ameaçada pela
privatização.
Os interesses
da população que nos elegeu estão acima dos nossos partidos, estão acima da
nossa relação com o governo, e por isso tenho certeza, deputada, de que a gente
vai poder contar com seu voto também contra a privatização da Sabesp, porque o
oposto seria virar as costas para a população da nossa cidade e da nossa
região.
E eu quero
dizer e deixar registrado aqui, para que o povo do estado de São Paulo se
lembre, de que foram os partidos de esquerda, os sindicatos e os movimentos
sociais que lutaram desde o primeiro momento para que o direito à água e ao
saneamento básico no estado de São Paulo não fossem ameaçados.
Foi a esquerda,
que está lutando até o último momento para que a conta do cidadão do estado de
São Paulo não fique mais cara, e está lutando contra a direita, contra um
governo que quer acabar com o serviço público e com os direitos da população,
que quer que você pague mais caro na água, que quer que um empresário, um
acionista de fora do Brasil, decida se uma pequena cidade do interior de São
Paulo merece ter acesso à água tratada e coleta de esgoto ou não.
Eu venho do
interior do estado de São Paulo e, nos últimos meses, eu rodei por mais de uma
dezena de cidades, umas com cinco, dez, 15, 20 mil habitantes, cidades essas em
que não é lucrativo ter uma rede de saneamento básico, mas cidades em que a
população merece ter água tratada, merece ter coleta de esgoto, tanto quanto em
qualquer outro lugar desse estado.
Agora, se a
gente entregar o nosso sistema de saneamento básico para a iniciativa privada,
o abastecimento dessas cidades vai ser ameaçado, como foi ameaçado em todos os
lugares onde essa rede foi privatizada.
A gente tá
vivendo hoje a maior crise ambiental da história da humanidade. Enquanto a
gente tá aqui discutindo esse projeto retrógrado, lá em Dubai está acontecendo
uma conferência, a COP28, para discutir como o mundo vai enfrentar as mudanças
climáticas.
E, nesse
contexto de crise ambiental, de escassez dos nossos recursos mais fundamentais,
de avanço da emergência climática, é um absurdo que a Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo sequer cogite abrir mão do controle público e social sobre
um recurso sobre um bem, presidente, que é indispensável para a sobrevivência
humana, que é a nossa água, e cogite abrir mão de um serviço que é
indispensável para a saúde da população do estado de São Paulo, que é o
saneamento básico.
Água e
saneamento básico não são mercadoria, são direitos da população que precisam
ser assegurados pelo estado, pelo qual todos os deputados aqui se elegeram e
fizeram um juramento de que iriam defender, que esse governador devia estar
defendendo e não devia estar discutindo de abrir mão, entregar para empresários
que só se importam com seu próprio lucro.
Para terminar,
esta Assembleia tem uma comissão parlamentar da Enel desde o começo do ano. E o
temporal e o apagão que aconteceram no começo do mês passado comprovaram porque
que essa CPI é necessária.
A gente não
precisa privatizar a Sabesp hoje para, daqui a cinco, dez anos, ter que fazer
uma CPI da Sabesp privatizada para discutir por que a conta ficou mais cara,
para discutir por que o serviço piorou.
Vocês imaginam
se acontece uma calamidade, que nem aconteceu com a Enel, em alguma estação de
tratamento de água ou de esgoto no estado de São Paulo, e a gente ter que
recorrer a um empresário que só tá interessado no seu próprio lucro? A gente
não vai admitir, não vai tolerar, a privatização da Sabesp.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para concluir, deputado
Guilherme.
O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - A Sabesp é um patrimônio do
estado de São Paulo, porque a água é um direito da população, e a gente não vai
aceitar que esse direito seja ameaçado por pessoas gananciosas e corruptas.
Obrigado,
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para
discutir a favor, deputado Guto Zacarias.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Pela
ordem, Sr. Presidente, para uma breve informação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pois não,
deputado Eduardo Suplicy. Dois minutos tem Vossa Excelência.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PARA COMUNICAÇÃO -
Juntamente com a deputada Márcia Lia, nós estivemos no Palácio do Planalto para
tentar dialogar com o governador Tarcísio de Freitas a respeito da proposta de
plebiscito.
Conversamos com o secretário Gilberto
Kassab, das Relações Institucionais, depois com o secretário da Educação,
Renato Feder, depois com o secretário da Casa Civil, Arthur Lima.
E já eram 9 horas e 15 minutos da noite
quando Arthur Lima disse que seria muito difícil para o governador hoje nos
receber. Conversamos com ele, avaliamos como democrática seria a decisão se
pudesse passar por um plebiscito, mas ele disse que a audiência com o
governador teria que ser noutro dia que não hoje.
Mas nós realizamos um esforço.
Pedir à Márcia Lia para complementar
essa breve informação.
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Nós
estivemos no Palácio dos Bandeirantes. Infelizmente o governador perdeu uma
oportunidade de ouvir uma sugestão que nós fomos levar a ele na perspectiva de
que nós pudéssemos falar sobre um plebiscito, onde a população de São Paulo
iria dizer se quer ou não essa privatização.
Eu não tenho dúvida, porque, em abril
deste ano, o Instituto Datafolha fez uma pesquisa, em abril: 53%, naquela
oportunidade, de paulistas e paulistanos não queriam a privatização. Se nós
fizéssemos hoje, dia 5 de dezembro, uma pesquisa, eu não tenho dúvida,
presidente, de que mais de 70% do povo do estado de São Paulo não ia querer
essa privatização.
É uma pena.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o
deputado Guto Zacarias.
O
SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa noite a todos os presentes. Muito me honra ser o último
deputado dos deputados da base aliada, dos deputados da base de direita a falar
favorável à privatização...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Guto, um minutinho só.
(Manifestação nas galerias.)
Com a palavra Guto
Zacarias.
O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Como havia dito antes de ser
interrompido, presidente, muito me honra ser o último deputado... Está virando
de costas a galera aí, calma que vocês vão ficar mais bravos ao longo do
discurso, fiquem calmos.
Muito me honra
ser o último deputado dos deputados de direita a defender a privatização da
Sabesp, presidente, porque é uma pauta que eu defendo. É uma pauta que eu disse
na campanha, é uma pauta que vários parlamentares defenderam na campanha, e o
estudo encomendado pelo Banco Mundial é um grande estudo.
Ele diz que nós
vamos atingir a universalização do saneamento aqui no estado de São Paulo
quatro anos do previsto pelo bom marco do novo marco do saneamento básico. Novo
marco ele coloca em 2032, com a privatização nós vamos atingir a
universalização em 2029.
Eu acredito,
presidente, na diminuição da tarifa. Eu acredito, sim, no primeiro momento
usando o fundo e no segundo momento usando os dividendos. Eu acredito no
aumento da cobertura em mais de 10 milhões de paulistas atendidos por um dos
três serviços que a Sabesp faz. Um milhão a mais do previsto, também, no novo
marco do saneamento básico.
Eu acredito na
diminuição do cabide de emprego que acontece na Sabesp. Eu, como já disse,
assim como o deputado Lucas Bove disse, acredito que a Sabesp faz um serviço
ruim, tem um serviço ruim, de péssima qualidade, mas há parlamentares que
defendem que a Sabesp faz um bom serviço. Eu entendo, discordo, mas entendo. O
que não dá para discordar, em hipótese alguma, é que existe um cabide de
emprego.
A Arsesp,
Agência Reguladora, que regula evidentemente as estatais paulistas e a Sabesp,
evidentemente, diz que o cabide de emprego da Sabesp já está em 13 por cento.
Ou seja,
achando que faz um trabalho bom, ou achando que faz um trabalho ruim, o cabide
de emprego está em 13 por cento. A própria Arsesp diz isso, Agência Reguladora
estatal que regula.
Presidente,
além disso eu defendo também e acredito que com a privatização da Sabesp nós
vamos aumentar em 10 bilhões de reais o investimento no saneamento básico. Dez
bilhões de reais em saneamento básico, como todo sabe, equivale a 50 bilhões de
reais investidos em saúde.
Agora,
presidente, esses argumentos eu já disse, o deputado Léo já disse, o deputado
Bruno Zambelli já disse, vários parlamentares já disseram, inclusive a
secretária Natália, seja no lançamento da Frente Parlamentar em Apoia à
Privatização da Sabesp, do qual eu sou coordenador, seja aqui, na audiência
pública, onde ela falou por mais de meia hora, defendendo esses argumentos.
Só que assim,
pensando assim, tem um argumento que eu prefiro mais, tem um argumento de que
eu gosto mais. Eu quero privatizar a Sabesp [Expressão suprimida.]. Eu quero
privatizar a Sabesp [Expressão suprimida.], porque é isso que o PT fez com as
últimas estatais, da última vez que o PT governou o nosso País.
Eu quero
privatizar a Sabesp para não acontecer igual ao que o PT fez com a Petrobras,
por exemplo. Está aqui, [Expressão suprimida.] foi mais de seis bilhões de
reais. É isso que vocês fazem com estatal.
O [Expressão
suprimida.], não adianta gritar mentiroso, com a Eletrobras, foi de 186 bilhões
de reais. Quem está dizendo isso é a Polícia Federal, é o Ministério Público, é
a Operação Lava Jato, não é o deputado Guto Zacarias. Só da Eletrobras,
[Expressão suprimida.] 186 bilhões de reais. Da Petrobras, seis bilhões de
reais. Dos Correios, 13 bilhões de reais [Expressão suprimida.].
Esse é o
principal motivo por que eu defendo a privatização da Sabesp, para que, São
Paulo nunca votou no PT, não votou na última e, se depender de mim e dos
deputados de direita, não vai votar. E o principal motivo é para que vocês não
[Expressão suprimida.] as nossas
estatais como já [Expressão suprimida.]
outrora.
Então também
não adianta, por exemplo, dizer que isso é algo do passado, porque hoje em dia
o governo Lula está lá flexibilizando a Lei das Estatais. A pergunta que fica:
está flexibilizando para quê? É para [Expressão suprimida.]? Está
flexibilizando a Lei da Estatal para [Expressão suprimida.]? Porque [Expressão
suprimida.] da Petrobras, [Expressão suprimida.] da Eletrobras, [Expressão
suprimida.] dos Correios, há vários [Expressão suprimida.].
Então eu quero
que privatize a Sabesp para que vocês nunca tenham a oportunidade de [Expressão
suprimida.]. Para [Expressão suprimida.], [Expressão suprimida.], [Expressão
suprimida.], porque é isso que o Partido dos Trabalhadores fez. O que o PT tem
não é história, o que o PT tem é [Expressão suprimida.], principalmente do
[Expressão suprimida.], deixar claro.
Agora,
presidente, eu gostaria de dialogar aqui com dois deputados do Partido dos
Trabalhadores, porque eu sou o deputado mais jovem desta Casa, então minha
memória está bem fresca. E neste plenário, recentemente, teve... Neste
plenário, recentemente, tiveram duas promessas.
A primeira
promessa foi do atual líder do Partido dos Trabalhadores, o deputado Paulo
Fiorilo, por quem eu tenho grande respeito. Paulo Fiorilo, em dado momento, em
uma sessão, diz o seguinte: eu quero colocar um [Expressão suprimida.] aqui no
plenário da Assembleia Legislativa do nosso estado de São Paulo.
Eu
imediatamente corri ao microfone de aparte e solicitei a coautoria desse
projeto de lei para que tenha de fato um detector de metal, [Expressão
suprimida.], desculpe pelo ato falho, [Expressão suprimida.] aqui no plenário
da Assembleia Legislativa. Pedi para ser coautor e avisei: se colocar
[Expressão suprimida.], deputado Paulo Fiorilo, eu tenho certeza de que
[Expressão suprimida.], [Expressão suprimida.], [Expressão suprimida.].
A história vai
rolando, né? Os dias passaram, as semanas passaram, os meses passaram, as
votações passaram e o governo saiu vitorioso em quase todas essas votações,
aliás, apesar da oposição do Partido dos Trabalhadores e, evidentemente, o PL
do [Expressão suprimida.] nunca chegou. O PL nunca chegou.
Ontem, teve
outra promessa, de outro deputado aqui. Foi o deputado Luiz Claudio Marcolino,
de quem eu gosto muito de sempre citar a história que, na audiência pública,
recentemente, ele criticou o fato de o governador Tarcísio ter nascido no Rio
de Janeiro, mas ter disputado a eleição em São Paulo. Eu já ouvi essa crítica,
vocês devem ouvir essa crítica direto.
Agora, fazendo
uma pesquisa breve sobre a história do Luiz Claudio Marcolino, sabe quem também
nasceu no Rio de Janeiro? Ele! Ele também nasceu no Rio de Janeiro e também
disputa eleição em São Paulo, que é um estado extremamente acolhedor. Acolhe
carioca, acolhe nordestino. Duvido que o Partido dos Trabalhadores critique
isso.
Mas não é isso
que eu quero falar do Marcolino. Ontem, o Marco... O Mar... Mar... O deputado
Luiz Claudio Marcolino, perdão pelo erro, o deputado Luiz Claudio Marcolino fez
um convite a todos os deputados da base. (Manifestação nas galerias.)
Ele falou o
seguinte: a maioria dos deputados aqui na Assembleia... e fora? Aí não dá, aí
fora você tem que disputar a eleição também. Eu disputei, teve deputado do PT
que disputou, aí não dá.
Agora, ele
disse: a maioria dos deputados da base aliada, dos deputados de direita, ganhou
a eleição nos municípios governados pela Sabesp, então eu quero saber se esses
deputados têm a coragem de voltar a esses municípios e falar na cara do cidadão
que está votando pela privatização da Sabesp.
Eu
imediatamente liguei para minha equipe. Falei: gente, vamos bater a agenda com
o deputado do PT e ver quando ele pode, porque eu quero ir com ele. Eu quero ir
com ele e já trouxe, inclusive, uma lista de algumas cidades para a gente
começar.
Como São Paulo
tem vários municípios, a gente pode gastar tempo ali sabendo em qual município
a gente vai achar primeiro. Então eu já trouxe uma lista das cidades em que a
gente pode começar.
A gente pode
começar, por exemplo, com a cidade de Caieiras, que tem apenas 16% do seu
tratamento de esgoto. Eu estou louco para ir lá com você, deputado Marcolino,
ir lá com você e falar: vocês, de Caieiras, têm apenas 16% de tratamento de
esgoto, dados do CLP. Eu quero levar saneamento para o restante, o Marcolino
quer que sejam 16%, porque é a Sabesp. É Sabesp.
E depois de
Caieiras, a gente pode ir à cidade de Ibiúna: tem apenas 38% do seu tratamento
de esgoto, dado do CLP. Pode fazer um plebiscito na cidade de Caieiras, eu topo
ir. Eu topo ir, eu vou com você, a gente faz um plebiscito na cidade de
Caieiras. (Manifestação nas galerias.) E explica para a população que eles
estão sem saneamento básico porque... (Manifestação nas galerias.)
O SR. GIL DINIZ - PL - Questão de ordem, presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor, para o tempo do
deputado Guto.
O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Presidente, pode correr meu
tempo.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Já está preservado o tempo do
deputado Guto.
O SR. GIL DINIZ - PL - PARA QUESTÃO DE ORDEM -
Presidente, desde ontem, V. Exa. tem avisado, alertado aqui à galeria sobre a
previsão regimental de... (Manifestação
nas galerias.) Isso aqui é humilhante, presidente. Isso aqui é absurdo,
presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Gil, nós estamos fazendo
de forma democrática... (Vozes sobrepostas.)
O SR. GIL DINIZ - PL - Não, isso não é democrático,
presidente! O deputado não pode falar, presidente. Presidente, me recuso a
ficar neste plenário. (Manifestação nas galerias.)
Vossa
Excelência vai escolher respeitar o Regimento ou ter o voto desses deputados
aqui, presidente. Porque é inadmissível, deputado Carlão. Vossa Excelência já
foi presidente. O deputado não pode falar.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Gil, está sendo
finalizada a discussão. Faltam dez minutos, deputado Gil.
O SR. GIL DINIZ - PL - Presidente, é inadmissível o que
tem acontecido nestas sessões, presidente. (Vozes sobrepostas.)
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Faltam dez minutos para acabar a
sessão. Já estamos há seis horas aqui discutindo esse projeto.
O SR. GIL DINIZ - PL - E nós aguentando essa humilhação
aqui, Sr. Presidente. Por respeito a V. Exa., isso é inadmissível, presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Peço à plateia silêncio para
respeitar o deputado Guto Zacarias.
O SR. GIL DINIZ - PL - Então, tudo bem, presidente. Então
V. Exa. vai respeitar os manifestantes e não vai ter o nosso quórum e não vai
ter o nosso voto.
O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Continuando, presidente. Eu
gostaria também de ir com os deputados do PT à cidade de Guarulhos: tem apenas
10% do seu tratamento de esgoto. Eu estou louco para ir lá e falar: olha, eu
quero levar saneamento básico, água tratada, tratamento de esgoto para os 90%
de Guarulhos, segundo o CLP, que não têm tratamento de esgoto, que não têm
saneamento básico. Eu quero ir.
E assim: tem
muita gente, já vi um monte de placa dizendo, por exemplo, que a Sabesp é
deles. Eu quero saber se vocês têm a coragem de ir à cidade de Guarulhos, que é
uma cidade em que 90% da população não tem tratamento de esgoto, e perguntar:
“você acha que a Sabesp é sua de verdade?”. Para a cidade de Caieiras: 16% do
seu tratamento de esgoto, segundo o CLP. E você vai falar que eles têm algum
direito à água?
Tem direito à
água na cidade de Ibiúna, com menos de 40% da população com tratamento de
esgoto? Eu duvido que tenha. E presidente, mais uma vez o Partido dos
Trabalhadores, o PSOL, o PCdoB conseguem mobilizar bastante gente. Tem bastante
gente aí na galeria: um monte [Expressão suprimida.], [Expressão suprimida.] e
gente que não sabe o que está defendendo. Gente que não sabe o que está
defendendo. (Manifestação nas galerias.)
O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, aí é difícil. Nós
combinamos aqui uma questão, e o deputado está desrespeitando...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor, deputado Guto.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Aí não dá, né. Aí não quer ser
vaiado.
O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Não quero ser vaiado. Eu quero
ser...
O SR. PAULO FIORILO - PT - Não, mas não é para isso que nós
estamos aqui. É para fazer o debate.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Guto...
O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Presidente, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra.
O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Presidente, eu só não vou ofender
a plateia em hipótese alguma. Quem está ofendendo alguém aqui são os [Expressão
suprimida.].
O SR. PAULO FIORILO - PT - Chamar de [Expressão
suprimida.] é o quê?
O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Eu não usei a palavra [Expressão
suprimida.] em nenhum momento. Não usei essa palavra. Eu falei: [Expressão
suprimida.], [Expressão suprimida.], gente que não está defendendo...
(Manifestação nas galerias.)
O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, de novo.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor, preserva o tempo do
deputado Guto Zacarias. Para o tempo.
O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Deixe-me falar.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está preservado o deputado Guto. E
vou dar mais um minuto, ainda, para V. Exa. no final, para recompor o seu
tempo.
O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - E o ponto principal...
(Manifestação nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor.
O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Pela ordem, presidente. Presidente,
por favor. Só uma questão de ordem. Sr. Presidente, a gente está aqui ouvindo
todos os deputados falarem, tanto de esquerda quanto de direita.
O senhor deixou
uma regra aqui muito clara: depois que o deputado acabar de falar, o senhor
permitiu que eles aplaudissem ou vaiassem. Isso é prerrogativa do senhor. Mas
eu exijo, presidente, que o Regimento seja cumprido. Não dá...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está sendo.
O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Não dá, presidente, para um
deputado ser interrompido toda hora em que está falando, presidente. É isso que
acontece com esse pessoal.
Nós endentemos
que é democrático, que é justo. Agora, o que não pode é interromper o deputado,
presidente. Isso está acontecendo na sessão toda. Então, a gente quer,
realmente, uma providência do senhor, presidente.
A SRA. BETH SAHÃO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada Beth Sahão.
A SRA. BETH SAHÃO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Apenas para
dizer ao deputado Altair Moraes que tudo bem quando ele se refere à questão de
que não pode ser interrompido o orador na tribuna.
Acontece que o
deputado que está na tribuna está ofendendo o pessoal que está nas galerias. (Manifestação
nas galerias.) Então é um direito que eles têm de reagir. É a lei da ação e da
reação. (Vozes sobrepostas.) É a lei da ação e da reação.
O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada Beth, o deputado Guto
Zacarias não se referiu à galeria, ele está colocando de forma simbólica o que
ele pensa.
O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Sr. Presidente. (Vozes
sobrepostas.)
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Guto, vamos dar
sequência. Por favor, deputado Altair, vamos dar sequência à nossa sessão.
Deputado Guto.
O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Sr. Presidente, só queria dizer
que eu não tenho nenhum problema em discursar sob vaias. Eu tenho certeza de
que esses partidos aí estão com foice e martelo, de gente que... Falou que eu
só falo [Expressão suprimida.], a deputada Paula aqui, gente. Só falo
[Expressão suprimida.]? Gente, aí não
dá, né?
Mas tudo bem,
eu estou acostumado com a vaia. O que eu queria mais colocar de uma maneira
assertiva não é nem [Expressão suprimida.] ou os [Expressão suprimida.].
Eu achava que
isso já estava pacificado. Eu queria colocar o terceiro ponto, que é gente que
está vindo militar por coisa que não sabe. E eu não estou falando, eu vou
provar para vocês.
Eu trouxe aqui
dois vídeos. O primeiro vídeo é do militante Rafael Macris, meu amigo, agora
coordenador do Movimento Brasil Livre, que é irmão do ex-deputado Cauê Macris e
filho do ex-deputado Vanderlei Macris.
Ele resolveu
fazer um vídeo aí na galeria perguntando para vocês se vocês sabem o motivo de
estarem lutando aqui pela privatização. Queria que a técnica da Alesp colocasse
esse vídeo, por favor. É o próximo vídeo.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Eu já coloco o
segundo vídeo, mas olha aí. O deputado Lucas
Bove, que é um deputado que eu tenho dois projetos de autoria, duas leis: o
Programa Jovem Capitalista e depois a Lei do Endereçamento Rural Digital.
O deputado Lucas Bove, ontem,
errou. Eu tenho uma crítica ao deputado Lucas Bove. Ele veio aqui e disse que
muita gente que está aqui veio por conta do pão com mortadela. Eu discordo do Lucas Bove. Ele
está desatualizado. A gente mostrou o vídeo aqui, não é pão com mortadela, é
[Expressão suprimida.].
O SR. LUCAS BOVE - PL - Obrigado pela correção, deputado.
Eu agradeço pela atualização.
O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Está aí o vídeo do militante. Aí o
militante foi falar... “Por que você está aqui?”. “Tio, não fala com eles.” É
porque não sabe. Lotaram a galeria de gente que não sabe.
Eu tenho um
segundo vídeo. O segundo vídeo é do coordenador do Movimento Brasil Livre, do
Renato Batista. Mostra o segundo vídeo aí para a gente, por favor, técnica da
Alesp.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Ou seja, está
claro o que rolou aqui, está claro o que rolou aqui. (Manifestação
nas galerias.) Pegaram as pessoas, colocaram no ônibus e mandaram gritar por
conta de [Expressão
suprimida.]. Está provado aí, não sabem o que é.
(Manifestação nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE -
ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor, por favor. Deputado Guto,
está preservado o seu tempo, e você vai ter mais ainda alguns segundos para
poder fazer sua explanação.
O SR. GUTO ZACARIAS -
UNIÃO - Obrigado, presidente. Para concluir, o
deputado Luiz Fernando, do PT, no
finalzinho - eu nem ia colocar isso neste discurso -, falou mais uma vez
do caso do ex-deputado Arthur do Val. Esse deputado tem uma certa fixação no
Arthur, assim. Depois do meu discurso, eu posso passar o telefone para ele, se
ele quiser ligar no Arthur, ter alguma coisa para tratar.
Mas assim, eu conheço o Arthur, é meu amigo, e o Arthur não
gosta de mordida. O deputado Luiz Fernando é [Expressão suprimida.] aqui
no plenário da Assembleia Legislativa.
Na última legislatura, [Expressão suprimida.] um deputado no
plenário da Assembleia, [Expressão
suprimida.] o ex-deputado Heni Ozi, [Expressão suprimida.]
esse deputado. Então, se ele quiser [Expressão suprimida.] no Arthur, depois eu
passo o telefone dele, espero que o Arthur não aceite.
Para concluir, eu tenho uma boa notícia, presidente. A boa
notícia é a seguinte: o PT
também lotou a galeria com as mesmas estratégias contra a Constituição do
Brasil. O PT também lotou galeria contra a Lei de Responsabilidade Fiscal.
O PT também
lotou galeria contra o Plano Real, lotou galeria contra o impeachment da Dilma,
contra a reforma da Previdência, contra a lei de liberdade econômica, contra a
lei das estatais. Lotou galeria e vai continuar lotando [Expressão suprimida.],
de [Expressão suprimida.] e de gente, como eu provei, que não sabe o que está
defendendo.
Mas eu tenho
uma boa notícia para o governador de São Paulo e para os deputados de direita
aqui desta Casa. Em todas essas lotações de galeria, vocês perderam e vão
perder de novo. Nós vamos privatizar a Sabesp para universalizar o saneamento
básico, para levar a água tratada para a gente mais pobre e principalmente para
que o PT [Expressão suprimida.].
Obrigado,
presidente.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Questão de ordem.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Não, não, é uma
comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Chamo a
deputada Ediane Maria para o tempo remanescente de seis minutos.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem. Pela
ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Professora Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Eu estou querendo uma
comunicação, pode ser?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Comunicação. Dois
minutos.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Eu quero, deputado Guto, com todo... O senhor sempre fala
assim, eu tenho muito respeito, eu também respeito inclusive o senhor que é
jovem e tem ideia divergente da minha.
Mas o senhor
vem com essa de todo respeito e desrespeita, por exemplo, as pessoas... Eu não
vou fazer apelação porque eu não estou querendo criar tumulto, a gente está
querendo fazer no mais alto nível, o bom nível do debate.
Mas eu quero
dizer para o senhor que aquelas pessoas que estão aqui, elas não foram
compradas, elas estão aqui... Os meninos vieram às 14 horas, portanto, já
tinham tido aulas, está certo? Nós viemos...
Nós temos uma
parte que, sim, está aposentada e outra parte que veio depois das aulas, porque
começou às sete horas. Então não pode desqualificar o público.
O público está
aí, tem que ser qualificado e eu não vou tecer, deputado, até para salvar o
senhor das críticas... Mas eu não acho errado V. Exa. permitir aplausos ou
vaias ao final.
Não está
errado, está certo, porque não se amordaça ninguém. O que nós temos que
combinar é em que hora nós fazemos isso. Isso a gente vai... É meio que um
pêndulo. Agora, não podemos desqualificar o público da forma como se
desqualifica.
É só isso.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada
Ediane Maria, para o tempo remanescente.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Uma questão de ordem,
Sr. Presidente. Uma questão de ordem.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Uma questão de
ordem, deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT -
PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, nós vamos concluir aqui as seis horas
de debate. E eu sei que o líder do governo vai apresentar um requerimento de
encerramento da discussão, mas há aqui uma questão de ordem a ser apresentada.
O ato do
presidente, o Ato nº 14, de março de 2023, fala sobre a questão dos documentos
que deverão ser protocolizados, e diz, no item 1, “junto ao setor competente da
Secretaria Geral Parlamentar, que, para esse fim, ficará instalado na entrada
do plenário Juscelino Kubitschek”.
Eu percebi aqui
que há uma questão a ser resolvida. A deputada Monica está aqui colocada para
protocolar um requerimento, e me parece, e aí é o que o senhor precisa
esclarecer, que já havia alguém ou algumas pessoas em uma fila.
Então eu queria
que o senhor pudesse esclarecer que fila é essa, há quanto tempo as pessoas
estão na fila, até para que a deputada Monica pudesse também colocar a sua
questão de protocolo no plenário.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado
Paulo, isso já está definido. Desde ontem o líder do Governo colocou pessoas na
fila. Vararam a noite. É regimental isso, como foi nas CPIs, como foi entrado
na Justiça, e esta Casa respondeu tudo à Justiça, e a Justiça acatou todas as
decisões desta Casa.
Então o roteiro que será protocolado
primeiro por essa Presidência vai ser o da liderança do Governo, que desde
ontem fez esse trabalho cumprindo o Regimento.
Com a palavra a deputada Ediane Maria,
para o tempo remanescente.
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. O deputado Guto
Zacarias, quando ele começou a sua fala, ele falou que ele seria o último a
fazer a discussão, na verdade a obstrução do projeto, desse projeto que é
genocida por si só. Só que, deputado, assim como na história do nosso país, e
assim como na história de toda nação, não só brasileira, hoje se iniciou com
uma mulher negra, grávida, a deputada Paula iniciou essa obstrução, e vai se
encerrar com uma mulher negra fazendo essa obstrução. (Manifestação nas
galerias.)
Porque nós
seremos as mais atingidas com esse retrocesso que o estado de São Paulo está em
curso. É lastimável e vergonhoso. Desde ontem nós estamos ouvindo horrores. Eu
posso falar com toda a firmeza: é um circo de horrores o que o governador
Tarcísio está colocando aqui no estado de São Paulo.
É um
retrocesso. Mas eu quero saudar cada guerreiro, cada guerreiro, cada deputado
aqui que é oposição do governo, que se posicionou, que se colocou, e que
mostrou claramente, nos dados, que esse projeto, por si só, é um projeto
falido. Mas eu quero saudar também os estudantes, que toda hora que foram
oprimidos, foram colocados, foram violentados aqui o tempo inteiro.
(Manifestação nas galerias.)
Eu quero saudar
todos os sindicatos que estiveram nessa empreitada. Eu quero saudar a sociedade
civil, que se mobilizou. Eu quero saudar todos os movimentos sociais, que se
organizaram e trouxeram o seu povo. Vergonhosamente, a gente viu um deputado
colocar aqui coisas absurdas, tentando descaracterizar novamente os movimentos
sociais.
Nós vimos
deputado aqui comendo pão com mortadela. Mas eu posso falar para vocês que
vocês estão votando na sede. Mas não é sede de privatização não, senhores.
Vocês estão votando na sede do povo, que não vai ver a água chegar em suas
casas. Vocês estão votando, e por isso me orgulho muito de falar da classe que
eu represento nesta Casa, que chegou muito tarde, na 20ª Legislatura do estado
de São Paulo.
Eu falo
enquanto empregada doméstica. Seremos nós que iremos sofrer. Quem vai sofrer
vão ser as mulheres negras. (Manifestação nas galerias.) Quem vai sofrer, vai
ser a periferia. Eu vi vários deputados falando que são empresários. É uma
pena, mais uma vez, que mostre o lucro acima da vida, senhores.
É lastimável
que vocês entreguem uma estatal que é a terceira maior do número. Não só em
arrecadação, mas que leva uma água de qualidade. É lastimável que vocês
enterrem. Eu vejo que não é nem por interesse de vocês.
Como vocês
falaram, não precisam. Talvez os Srs. Deputados irão dormir tranquilos. O Sr.
Governador Tarcísio vai dormir muito em paz, porque vai poder pagar uma água
muito mais cara.
Com certeza, a
sede e a água insalubre, que todos lá do Rio de Janeiro tomam, não é a mesma
que o governador toma. Com certeza, aquela água que não vai chegar lá no
fundão... Falaram muito de Guarulhos, falaram muito da Região Metropolitana. Eu
tenho muito orgulho de ser de Santo André. (Manifestação nas galerias.)
Eu tenho muito
orgulho de ser uma migrante nordestina. Eu tenho muito orgulho de falar que,
para mim, que carreguei lata d’água na cabeça, eu sei o que é chegar água na
torneira. Eu sei a violência que vocês estão fazendo. É com muita tristeza que
eu vejo a vergonha que o estado de São Paulo está fazendo, que o Tarcísio está
orquestrando. É lastimável e vergonhoso. Pode dar risada, deputado.
Deem risada.
Porque mais tarde vocês vão chorar com a própria base de vocês falando. Porque
eu tenho certeza de que a base de vocês não são os empresários que vocês
representam. (Manifestação nas galerias.)
Com certeza,
não são os empresários que os senhores representam. Eu tenho muito orgulho de
ser da periferia. Mas não o orgulho de achar que nós temos que permanecer nela.
Eu tenho
orgulho de falar que nós nos fortalecemos na luta coletiva dos movimentos
sociais. Vocês não vão acabar com a luta que nós estamos fazendo aqui hoje.
Tentaram jogar várias cortinas de fumaça.
Tentaram falar
de tudo. Só que, no fundo e no final do dia, vocês sabem que o que vocês querem
é somente as emendas. É somente dar gesto para o governador de vocês.
(Manifestação nas galerias.)
Deputados,
olhem para a base de vocês. Deputados, olhem que vocês estão fazendo mal para o
estado de São Paulo. Tentaram falar mal do PSOL aqui. Inclusive, usaram falas
horrorosas, falas deprimentes, colocando que, se o governador não sentou para
conversar conosco, é porque o nosso número de cinco deputados, não faz
diferença nenhuma na privatização da Sabesp.
Eu vou falar
para vocês: o PSOL elegeu uma bancada potente. O PSOL elegeu mulheres negras,
mulheres trans, mulheres indígenas. Elegeu sem-teto. Elegeu o que representa e
o que é a cara do nosso país, o que é a cara do estado de São Paulo. O PSOL
elegeu, sim, a primeira empregada doméstica e vai ter, sim, o prefeito da maior
capital da América do Sul, queiram vocês ou não.
É lastimável, é
triste, é vergonhoso. Não sei se me resta muito tempo, mas quero falar que tudo
o que colocaram aqui hoje só mostra o desespero e a falta de argumentos. Eu
poderia ficar um minuto aqui em silêncio e em respeito a todos que vão ficar
sem água, mas eu prefiro me manifestar, me colocar.
Se coloquem,
Srs. Deputados. Eu sei que nem os senhores estão acreditando nisso, eu sei que
nem os senhores estão acreditando no que vocês estão fazendo, e não acreditam,
ao ponto de que não vieram aqui se colocar para a sociedade. Se esconderam,
ficaram em silêncio, ficaram quietos, porque é assim que vocês atuam.
E que bom que
tem alguém como eu aqui dentro, porque, há um tempo, nós só ficávamos vendo
retrocesso, nós não entendíamos o que estava acontecendo. Por isso, que bom que
estamos vendo, que bom que vemos de onde sai todo o descaso com nossas vidas. E
tentam nos colocar o tempo inteiro como se fossemos as vítimas.
Nós lutamos,
senhores. Vocês, quando me perguntam de que lugar eu sou, qual é a minha base
social, eu vou falar um negócio para os senhores: na casa de cada deputado
desses aqui tem uma pessoa que é da minha classe social, que é da base que
represento, que está agora cuidando de crianças, que está agora limpando casas
para que os senhores estejam aqui lutando contra o retrocesso.
Essa mesma
pessoa que, o tempo inteiro, os senhores falam que é da família, que luta por
direito, por igualdade. Vocês lutam pelo retrocesso e ainda tentam nos colocar
como se estivéssemos nos vitimizando. Mas é muito contraditório, é lastimável.
Senhores, vocês
podem até dar risada hoje, mas, amanhã, o nome de vocês estará escrito no
retrocesso do estado de São Paulo. Eu quero muito que todos...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada Ediane, para concluir,
já há um requerimento sobre a mesa para o encerramento.
A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Eu quero muito que, neste último
minuto, vocês se arrependam do retrocesso que estão causando ao estado de São
Paulo. Senão, a história irá cobrar de todos vocês. Sou contrária! Não à
privatização da Sabesp! É uma vergonha, é lastimável esse retrocesso.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem,
Sr. Presidente. Para uma comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Dois minutos e aí vou colocar o requerimento em
discussão.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Rapidamente, Sr. Presidente. Vossa Excelência já me
acompanhou no mandato de 2011 a 2015 e no mandato de agora, a partir de 2023.
Sempre tive
como prioridade no Parlamento um debate de alto nível, um debate de qualidade.
Nunca nenhum de V. Exas. me viu fazer uma contraposição a qualquer argumento ou
a qualquer discussão aqui dos deputados, mas quero responder ao deputado Guto
Zacarias.
Primeiro, eu
nasci no Rio de Janeiro e vim para o estado de São Paulo com nove meses. Com
nove meses vindo para cá, dos 16 aos 18 anos, fui do movimento estudantil no
Colégio Alberto Conte, em Santo Amaro. Aos 19 anos, já coordenava a
microrregião de Interlagos, coordenando 73 bairros na zona sul de São Paulo.
Fui presidente
do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, com muito orgulho, de
2004 a 2010. Durante o período em que estava na presidência do sindicato dos
bancários, tive a honra e o prazer de lutar contra a privatização do Banespa.
Fui o presidente do sindicato responsável por
fazer a articulação para garantir que o Banco do Brasil comprasse a Nossa
Caixa, que não fosse privatizada e vendida ao Banco Itaú.
O SR. GIL DINIZ - PL -
E perderam,
como sempre.
O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Eu vim do Banco Itaú. Fui diretor
de sindicato pelo Banco Itaú. Hoje estou no Parlamento com muito orgulho. Vim
do Rio de Janeiro para São Paulo, vim com nove meses de idade, mas eu não vim
para o estado de São Paulo para privatizar a Sabesp, como o governador
Tarcísio. Essa é a diferença.
Eu vim para o
estado de São Paulo, e tenho muito orgulho pelo desenvolvimento do nosso
estado, e vim para o estado de São Paulo, como muitos nordestinos, muitos
sulistas vieram para São Paulo para desenvolver o estado. Não vim para
privatizar a Sabesp, como o Tarcísio está fazendo agora.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma breve
comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Vou dar mais
uma comunicação, deputado Gil Diniz, e vou encerrar a discussão.
O
SR. GIL DINIZ - PL - PARA
COMUNICAÇÃO - Presidente, assim como
a deputada Ediane, eu sou pernambucano também, nós nascemos em cidades muito
próximas. Sou do sertão de Pernambuco. Vim muito pequeno para São Paulo, mas
sofri com a seca em Serra Talhada, Pernambuco. Também fui buscar água em carro
pipa, a quilômetros de casa.
Viemos para São
Paulo tentar a vida aqui presidente. Morei na periferia de São Paulo, na favela
da Vila Flávia por vários anos. Minha mãe, diarista, como a deputada Ediane é.
Eu tenho muito orgulho, presidente da minha trajetória de vida, da minha
família, dos calos da minha mãe.
Eu tenho muito
orgulho do meu povo e do povo paulista também, estado que me acolheu, que me
recebeu e que recebeu milhares, milhões de nordestinos. E eu tenho orgulho,
presidente, de estar aqui defendendo a privatização da Sabesp, ao lado do
governador Tarcísio e de toda a base aqui aliada.
Não tem vendido
aqui não. Têm homens e mulheres que tiveram voto na urna, e nós vamos sim
representar esses milhões de nordestinos, milhões de pernambucanos que estão em
São Paulo e que querem a privação da Sabesp, presidente.
Não é só o lado
de lá que tem negro defendendo a não privatização. Tem negro aqui de direita,
tem nordestino de direita. Presidente, São Paulo reúne todo o povo brasileiro,
inclusive com um governador do Rio de Janeiro, assim como o deputado Marcolino.
São Paulo é a
essência do que é o Brasil, e nós vamos, presidente, fazer história. A vanguarda do atraso aqui não vai
vencer. Eles vão perder mais uma vez, e nós vamos privatizar a Sabesp,
presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Há sobre a mesa requerimento de
encerramento de discussão do Projeto de lei nº 1501, de 2.023, com o número
regimental de assinaturas, nos termos do Art. 194, Parágrafo Único, do
Regimento Interno.
Em votação. As Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados...
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para encaminhar pela
liderança do PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Tem o tempo regimental.
O
SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Pela ordem,
presidente. Posso falar por uma comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado. Dois minutos tem Vossa Excelência.
O
SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Não, queria falar
só presidente, que é assim. Essa discussão da Sabesp, infelizmente, ela
descambou para uma coisa de agressão gratuita, de achar que ficar usando a
tribuna, na falta de argumentos, ficar tentando justificar.
Queria dizer a
V. Exa. que o MBL é o [Expressão suprimida.]
que a política brasileira já criou. [Expressão suprimida.]. Não chega a
ser um partido. Não chega a ser um partido. Não chega a ser um partido, porque
a vez que elegeu um deputado aqui foi aquele que foi agredir e seduzir mulheres
na guerra da Ucrânia, o vagabundo do Mamãe Falei.
Esse que é o
MBL. O MBL [Expressão suprimida.], [Expressão suprimida.], [Expressão
suprimida.], [Expressão suprimida.]. Fica botando banquinha na Avenida Paulista
para fazer [Expressão suprimida.], porque não tem argumento para discutir
projeto algum aqui nesta Casa.
É um partido
que não se constituiu ainda. Vive abrigado dentro de outros, mas é o [Expressão
suprimida.] político que vocês já criaram. Você, deputado Guto Zacarias, você
serve esse [Expressão suprimida.]
político. É a [Expressão suprimida.]. Você se permite. É [Expressão
suprimida.] da política. É [Expressão suprimida.] da política.
O SR. GIL DINIZ - PL - Questão de ordem, presidente.
O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Eu estou no meu tempo, deputado.
Respeite.
O SR. GIL DINIZ - PL - Olha as palavras que o deputado está utilizando, presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Gil Diniz.
O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - É o [Expressão suprimida.] mesmo.
O SR. GIL DINIZ - PL - Eu sou o último nesse plenário a
defender o MBL, presidente, mas as palavras que o deputado está usando,
presidente. Lamentável a postura do deputado Emídio.
O SR. PRESIDENTE -
ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado
Emídio, infelizmente o tom como V. Exa. se dirigiu ao deputado Guto Zacarias.
O SR. GIL DINIZ - PL - É lamentável. Retire, presidente, das notas taquigráficas, essas
palavras aqui. Absurdo, presidente.
O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Eu não me dirigi a ele.
Presidente, eu falei que o [Expressão suprimida.]... Então o senhor peça para
ele tirar o PT de [Expressão suprimida.]
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não é pertinente e eu peço que
retire das notas taquigráficas. Eu peço que retire e passo a palavra para o
deputado Carlos Giannazi, para dar início ao encaminhamento.
O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Pode tirar o PT de [Expressão
suprimida.], porque ele colocou, ele
chamou o PT de [Expressão suprimida.]. O senhor tem que tirar do mesmo jeito.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por isso eu peço para o deputado
Giannazi dar sequência.
O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Então o senhor peça para tirar o
PT de [Expressão suprimida.] que esse [Expressão suprimida.] colocou.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Guto Zacarias, como deu
o tempo do deputado Emídio, V. Exa. tem dois minutos também pelo tempo regimental.
O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - O senhor quer provocar. É
[Expressão suprimida.].
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor, por favor. Amanhã nós
teremos votação de projeto.
O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Presidente, gostaria de que
restabelecesse o tempo da minha comunicação.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dois minutos tem V. Exa., está
restabelecido.
O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - PARA COMUNICAÇÃO - Deputado
Emídio, com todo o respeito ainda em V. Exa., eu me referi ao deputado Paulo
Fiorilo sem em nenhum momento criticá-lo. Eu me referi ao deputado Marcolino
sem em nenhum momento ofendê-lo. O senhor... Não sou eu que chamei o PT de
[Expressão suprimida.], Márcia Lia. A Justiça chamou o PT de [Expressão
suprimida.].
O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Não chamou não, senhor. Eu não
chamei você de [Expressão suprimida.]. [Expressão suprimida.] é...
O
SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Presidente, o que é
isso aí?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está suspensa
a sessão para ser restabelecida a ordem.
*
* *
- Suspensa às 22 horas e 41 minutos, a
sessão é reaberta às 22 horas e 41 minutos, sob a Presidência do Sr. André do
Prado.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra
o deputado Carlos Giannazi. O tempo já está correndo, deputado Carlos Giannazi.
Eles vão se entender, Carlos Giannazi. Mais uma vez está suspensa a sessão para
questão de ordem.
*
* *
- Suspensa às 22 horas e 42 minutos, a
sessão é reaberta às 22 horas e 44 minutos, sob a Presidência do Sr. André do
Prado.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Peço silêncio
da plateia. Se vocês quiserem, amanhã, estar presentes, silêncio agora, e com a
palavra o deputado Carlos Giannazi, para encaminhar pela bancada do PSOL.
E peço à televisão, à TV Alesp, que
volte para a sua transmissão.
E, a partir de agora, não terá mais
comunicação também.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, tem
que descontar meu tempo, porque a TV vai começar agora.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Restabeleça o
tempo do deputado Carlos Giannazi. Com a palavra o deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
público aqui presente, na verdade, eu quero cumprimentar todos os estudantes,
professores, trabalhadores da Sabesp, movimentos sociais, porque vocês são os
donos aqui da Assembleia Legislativa. Vocês são os donos da Alesp. Nós,
deputados e deputadas, somos inquilinos. Estamos aqui de passagem. Os mandatos
que nós exercemos têm prazo de validade de apenas 4 anos.
Então, é muito
importante a presença de vocês aqui nessa luta, em defesa da cidadania, contra
a privatização da água da Sabesp, que é um patrimônio de todo o estado de São
Paulo.
Quero dizer que
nós já apresentamos milhares de argumentos contra a privatização da Sabesp, a
privatização da água. O que está sendo aprovado hoje aqui na Assembleia
Legislativa, pela base do governo, pela base bolsotucana, que é a nova
designação desse governo, que é uma mistura de bolsonarismo com o tucanistão, é
o aumento das tarifas. A água vai aumentar.
Você, que está
assistindo à sessão pela TV Assembleia, saiba que o seu deputado da base
governista está votando no aumento da conta de água que você vai ter que pagar
a partir da aprovação desse projeto de lei, e também da piora dos serviços de
fornecimento de água e de tratamento de esgoto. É disso que se trata.
Essa é a
aprovação de hoje. A Assembleia Legislativa, por meio da base do governo, vai
atender os interesses dos operadores do mercado financeiro, sobretudo da Faria
Lima, porque esses operadores já estão circulando nos corredores da Assembleia
Legislativa, todos estão vendo, a serviço de grandes grupos econômicos. Por
isso que a Assembleia Legislativa, por meio da base do Governo, está querendo
votar esse projeto ainda no dia de hoje.
Eu quero ainda
dizer que, infelizmente, nós estamos tendo a reprodução do que aconteceu em
2020, aqui na Assembleia Legislativa, quando o ex-governador Doria votou aquele
famigerado PL nº 529, que extinguiu a Sucen, que extinguiu os institutos de
pesquisa.
E olha só, a
Sucen foi extinta pela Assembleia Legislativa, Sr. Presidente. Sr. Presidente,
pode congelar o meu tempo para eu poder voltar?
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Já restabeleceu a ordem,
Giannazi. Pode continuar o senhor falando.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Agora, quem está atrapalhando
aqui são os deputados e deputadas aqui, Sr. Presidente. Então, a Assembleia
Legislativa votou o PL nº 529, Sr. Presidente, extinguindo a Sucen, os
institutos de pesquisa, como o Instituto Florestal, o Instituto Geológico, o
Instituto de Botânica, que nós lutamos para serem recriados.
E olha só, a
dengue voltou no estado de São Paulo, a febre amarela, a malária. Nós temos o
crescimento dessas endemias, e vai acontecer a mesma coisa. Na verdade, o
governo do Tarcísio dá continuidade à privataria tucana. Essa é a verdade, Sr.
Presidente.
E eu queria
dizer que nós já desmontamos, na verdade, toda a farsa desse projeto de
privatização. Tem várias farsas, na verdade, envolvendo esse projeto. Tem a
farsa da universalização do saneamento básico.
Todo mundo sabe
que uma empresa privada não tem essa preocupação com a universalização do
saneamento básico, sobretudo no estado de São Paulo, que já está
universalizado.
Nós vamos ter
um retrocesso na universalização, como já foi demonstrado aqui por vários
deputados. As cidades pequenas, as cidades que não têm condições econômicas,
serão as mais prejudicadas. Nós temos também a farsa das rurais, né? Das
unidades regionais.
O governador
está cooptando prefeitos em todo o interior e aqui na Capital também.
Inclusive, na Capital, já cooptou o Ricardo Nunes, o prefeito da cidade de São
Paulo, talvez com a promessa de que dê apoio eleitoral a ele.
E o prefeito
Ricardo Nunes traiu a cidade de São Paulo, porque a cidade de São Paulo é
contra a privatização. Mesmo assim ele entrou na unidade regional e concorda
com a privatização da Sabesp. Ele que vende para a população que é contra a
Enel, na verdade aqui ele defende a privatização da Sabesp.
E tem várias
farsas. Tem a farsa também do próprio processo legislativo. O governo, com medo
de não aprovar o projeto, ao invés de apresentar uma PEC, uma proposta de
emenda à Constituição, como fica muito claro no Art. 216, que diz que o estado
tem que ter o controle acionário da empresa de fornecimento de água e tratamento
de esgoto.
Está lá muito
claro. E ele apresentou um PL, porque um PL é mais fácil de ser votado, o
governo só precisa de 48 votos. Uma PEC o governo vai precisar 57, 58 votos.
Então, o
projeto já começa como uma verdadeira farsa, a farsa do estudo, que é uma das
mais escandalosas. Um estudo comprado por 45 milhões de reais, pago com o
dinheiro público, com o dinheiro dos nossos impostos. Um relatório que foi
produzido, um estudo com apenas 70 páginas que custou 48 milhões de reais, 45
milhões de reais. São várias...
A farsa da
diminuição das tarifas, que já foi desmontada aqui. O governo dizer que vai
reduzir as tarifas privatizando? Em nenhum lugar do mundo onde houve
privatização do sistema de fornecimento de água, houve a diminuição das
tarifas. Nós vamos ter o aumento das tarifas.
Aí o governo
diz que vai utilizar uma parte da venda da Sabesp para diminuir por um tempo,
logicamente para enganar a população, para ludibriar a população de que
diminuiu a tarifa de água no estado de São Paulo. Mas ele vai queimar o próprio
dinheiro da privatização.
É como se uma
pessoa vendesse a sua própria casa e depois, com o dinheiro da venda, ela
começaria pagar aluguel na sua própria casa para a pessoa que comprou. É isso
que vai acontecer aqui no estado de São Paulo. Então, não haverá diminuição das
tarifas.
E, no mais, o
mundo inteiro onde houve privatização da água, há um retorno. Nós estamos
assistindo a uma reestatização das empresas que privatizaram: em Berlim, em
Nova York, em Buenos Aires, em Paris. Só na França mais de 100 cidades já
retornaram ao serviço público de fornecimento de água.
Nós não
precisamos ir longe. Aqui mesmo no Brasil, aqui mesmo em São Paulo, o caso de
Itu que a deputada Monica Seixas conhece, denunciou. Lembro da deputada Monica
aqui denunciando em 2016 o que estava acontecendo em Itu, em Tocantins, em
Campo Grande, em Manaus, no Rio de Janeiro.
Então, nós
conhecemos várias experiências malsucedidas onde a população pagou, e pagou
caro, houve aumento das tarifas e a piora dos serviços prestados por elas.
E esse projeto
vem junto com outros, com a redução do orçamento da Educação, a famigerada e
criminosa PEC nº 9 que vai reduzir o orçamento da Educação; a proposta de
privatização da Fundação Casa, a proposta de privatização da CPTM, do Metrô,
das escolas estaduais.
O governo já
anunciou a construção de 33 escolas, e ele vai entregar a gestão administrativa
das escolas estaduais para essas empresas. Então, é uma privataria bolso-tucana
que nós estamos enfrentando aqui no estado de São Paulo.
Esse é o
primeiro projeto. É o pior de todos juntamente com o da Educação, que tem uma
rede estadual sucateada, degradada, uma rede que paga um dos piores salários
para os professores, para os agentes de organização escolar, para os gestores.
Esse projeto,
se for aprovado da redução do orçamento, vai prejudicar toda a Educação, ensino
fundamental, ensino médio, ensino superior, ensino técnico e tecnológico.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para concluir, deputado.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Por isso, Sr. Presidente, que nós
somos contra o encerramento da discussão. Nós queremos continuar debatendo esse
projeto para convencer a base do Governo a não trair os seus eleitores.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está
encerrado, deputado Carlos Giannazi, o seu tempo. Deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT -
PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, três questões. A primeira, o relógio
que protocola os requerimentos está funcionando? (Palmas.) Porque me parece que
não teve protocolo ainda, e mesmo assim já foi encaminhado. Então a primeira
questão para o senhor responder.
Segunda
questão, eu solicito que se retirem todas as expressões chulas, inapropriadas
dos discursos que foram feitos aqui, em especial pelo deputado Guto.
O SR. GIL DINIZ - PL - Dos dois lados.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Posso terminar? Vai continuar
desse jeito, o desrespeito?
O SR. GIL DINIZ - PL - Tem que ser dos dois lados, não
só...
O SR. PAULO FIORILO -
PT - Vai continuar
o desrespeito? Eu estou falando. Terceiro, Sr. Presidente, eu não estou
entendendo o que está acontecendo nas galerias, porque ali, o pessoal que veio,
veio para dizer “não” à privatização. E eu não estou entendendo a questão da
ostensividade do policiamento lá em cima agora. (Palmas.)
O SR. GIL DINIZ - PL - Quem não deve não teme,
presidente.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Queria pedir ao senhor...
O SR. LUCAS BOVE - PL - Pela ordem, presidente.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Eu não acabei. Eu queria pedir ao
senhor, Sr. Presidente, eu queria pedir ao senhor que pudesse restabelecer o
que tinha lá, porque não tem absolutamente nenhuma necessidade do que está
sendo feito.
Muito obrigado.
E queria
encaminhar a deputada Beth para fazer o encaminhamento depois que protocolar.
Depois que protocolar.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada Beth, pela liderança do
PT, falará.
Foi protocolado
pela liderança do Governo o requerimento de encerramento.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Protocolou no relógio?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Protocolou.
Protocolou no relógio. Está protocolado. Está protocolado. E, por isso, a
deputada Beth agora tem a palavra para encaminhar pela bancada do PT.
O SR. LEONARDO
SIQUEIRA - NOVO - PARA
COMUNICAÇÃO - Pela ordem, presidente. Uma comunicação.
Só para responder o deputado Paulo Fiorilo. Eu entendo por que tem o
policiamento ali ostensivo, porque, não sei se você sabe, mas durante a tarde
eu estava passando ali e alguns manifestantes, e eu tenho vídeo, é claro,
falaram que me agredi. Eu tenho vídeo. (Manifestação nas galerias.)
Então eu entendo o porquê do
policiamento. Não adianta falar agora que é só de um lado e só do outro, tá?
Então eu entendo o policiamento, porque teve um manifestante que ameaçou um
deputado desta Casa. Então você deveria prezar pela integridade dos deputados,
e não querer jogar para a torcida.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Questão de ordem,
presidente. Questão de ordem, presidente. (Manifestação nas galerias.) Questão
de ordem, presidente. Questão de ordem.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Só para
responder à questão de ordem. A deputada Márcia Lia, representando a bancada do
PT, veio conferir aqui o protocolo e está aqui para V. Exas., todos verem o
protocolo feito pela liderança do Governo de um requerimento de encerramento de
discussão.
Com a palavra a deputada Beth Sahão.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Questão de ordem.
O
SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Questão
de ordem, Sr. Presidente.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Eu pedi primeiro.
Desculpe, presidente. Eu sei que ele é o líder do Governo, mas se ele puder...
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada, pode
fazer a questão de ordem. Deputada Professora Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA
QUESTÃO DE ORDEM - A minha questão de
ordem é a seguinte, restabelecer o que foi aqui colocado pelo líder Paulo
Fiorilo.
Com todo o respeito, não sei o que eu
vou usar como termo mais, porque a gente fala em respeito, e vira taparia aqui,
não lá no plenário. Eu não estou vendo taparia lá. Então a questão de ordem que
eu peço é a seguinte. O policiamento estava lá em cima, porque quando começou o
policiamento formou uma fila ali, entendeu?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada
Professora Bebel, o policiamento está aqui para dar segurança. Não tem problema
algum eles estarem lá ou não estarem. Não muda nada. (Falas sobrepostas.) Eles
não vão fazer nada contra ninguém. Só estão aqui para manter a ordem, só isso.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Não é verdade.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É verdade,
sim. Estão se comportando muito bem o tempo inteiro, ouvindo, tentando
minimizar os problemas. Isso tem sido feito o tempo inteiro. (Falas
sobrepostas.) E nada que, se eles estão se posicionando ali naquela postura,
não é para inibir ninguém.
O SR. MAJOR
MECCA - PL - Pela ordem.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É simplesmente
para manter a ordem. Pela ordem, continua.
O SR. MAJOR
MECCA - PL - Sr. Presidente...
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem. Por
favor, deputado. Os senhores são maioria, mas respeitem também o Regimento que
ora é garantido por nós. O mínimo que nós temos aqui é uma questão de ordem,
pela ordem, fazer isso. Quando a gente pega a palavra, não vem querer calar a
gente, que calado a gente é obrigado até a ficar diante das atrocidades que a
gente vê aqui. (Palmas.)
Então, o que eu peço para o senhor é o
seguinte, se até agora não foi feita essa fileira, deixe onde eles estavam.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É porque os
ânimos ficaram mais alterados...
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Aqui, não lá...
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Lá também
ficaram.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Isso que é engraçado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Daqui debaixo
eu vi que ficaram alterados os ânimos lá também.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Não ficaram.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - E eles estão
lá para garantir a ordem. E mais ainda, Professora Bebel: se eu fosse
antidemocrático, eu teria já esvaziado essa galeria. E eu não fiz isso, não
fiz.
Mesmo eles interrompendo os oradores o
tempo inteiro na tribuna. Então, não é o policiamento - que está mantendo a
nossa segurança aqui nesta Casa, e a deles também, a segurança física deles -
que vai atrapalhar a nossa sessão.
Por isso, eu passo a palavra à deputada
Beth Sahão, para encaminhar pelo PT.
O
SR. MAJOR MECCA - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Major Mecca.
O
SR. MAJOR MECCA - PL - Só fazer uma
observação, que nós agradecemos aqui a presença da Polícia Militar...
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Vou atrapalhá-lo um
pouco também.
O
SR. MAJOR MECCA - PL - ... e em todo e qualquer lugar desta Casa
a presença da polícia é muito bem-vinda. Parabéns, muito obrigado aos nossos
policiais.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra,
a deputada Beth Sahão para encaminhar pela liderança do PT.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Está vendo, o Governo
pode falar inteirinho o que ele quer. Não é cortado, está vendo só.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tempo da Beth
Sahão.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Primeiramente, eu queria cumprimentar a galeria. (Manifestação nas galerias.)
Os estudantes, que são conscientes...
O
SR. TEONILIO BARBA - PT - Questão de ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de
ordem, deputado Teonilio Barba.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - Volta, volta meu
tempo!
O
SR. TEONILIO BARBA - PT - Para o tempo dela.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para, com certeza.
O
SR. TEONILIO BARBA - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM
- Presidente, vamos ter que combinar entre nós aqui... Eu vou me dirigir
especificamente a dois deputados, a quem eu trato muito bem aqui. Eu trato bem
a todos os deputados. Vou me dirigir a dois ou três, até que durante a minha fala
ficaram o tempo todinho ali... Eu na tribuna - ou eles interrompiam aqui no
microfone ou interrompiam lá.
Então, nós precisamos ter um acerto
entre nós de que quando um deputado estiver na tribuna, se alguém vier aqui
pedir um aparte e o deputado não der, o outro tem que parar.
Não dá para continuar. Se o deputado
Gil Diniz estiver na tribuna e eu vier aqui pedir um aparte, e ele falar “não
dou, deputado”, acabou. Eu não posso falar mais nada. Mas não é falar mais nada
no microfone... (Fala fora do microfone.)
Porque senão isso aqui não anda. Uma
hora acaba acontecendo o que eu falei: acaba saindo porrada entre nós aqui.
Acaba saindo porrada. Então, eu estou fazendo aqui um contrato com vocês. Um
contrato de questão de ordem...
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Caso saia
porrada, deputado Barba, o Conselho de Ética está aqui presente nesta Casa para
avaliar a ética de cada deputado. E isso vai ser feito, as imagens estão todas
gravadas.
O
SR. TEONILIO BARBA - PT - Exatamente,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - E isso, cada
um é responsável pelas suas atitudes aqui nesta Casa.
O
SR. TEONILIO BARBA - PT - Eu estou pedindo a
todos...
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra,
a deputada Beth...
O
SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. TEONILIO BARBA - PT - Gil, só terminar. O
que eu estou pedindo é o seguinte: é um acerto entre nós, aqui embaixo no
plenário, para nós não chegarmos aqui um agredindo o outro nem nada, para que
respeite. “Eu peço um aparte”, não deu; acabou.
O outro está fazendo questão de ordem,
espera o outro terminar. Quer fazer questão de ordem, vai lá e faz a questão de
ordem, mas não interrompe a questão de ordem do outro. Porque isso...
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para finalizar,
Teonilio Barba.
O
SR. TEONILIO BARBA - PT - ... só vai... Não,
estou dentro do tempo. Estou fazendo a questão de ordem para ser um tratado de
paz, para a gente funcionar aqui embaixo. Eu não estou propondo nada de absurdo
aqui. O que eu estou propondo é o seguinte: vocês são Maioria, nós somos
Minoria... (Vozes fora do microfone.)
Não, não estamos falando lá para eles,
estou fazendo um trato aqui, deputado Paulo Mansur, só para você entender: nós
aqui, a gente consegue, deputado, responder ao outro no microfone. Eles não
conseguem. A única alternativa deles é quando vaia a gente. Eles não estão aqui
na tribuna. Nós aqui, se eu for aqui ofender, destratar o Olim, o Olim vem ao
microfone e responde. Eles não têm essa chance.
Então, o que eu estou propondo é um
tratado de paz aqui embaixo, para o andamento dos bons trabalhos aqui. Eu acho
que isso é uma questão de bom senso. O Mecca me chamou a atenção aqui, eu
ouvi... O Mecca fez a fala dele todinha, não o interrompi uma vez. Também isso
tem que ser um procedimento de quem está aqui embaixo. (Vozes sobrepostas.)
Só isso que eu estou encaminhando,
presidente, como uma questão de ordem, para que haja um contrato e um acordo
entre nós aqui, para que, quando estiver fazendo, o outro aguarde. (Vozes
sobrepostas.)
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para finalizar,
Barba.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Gil.
O
SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO -
Presidente, rapidamente: o que o deputado Barba está falando teria fundamento,
presidente, se os deputados que hoje são Minoria, os deputados de direita que
sobem à tribuna, fossem respeitados pela galeria. Nós não estamos sendo respeitados,
presidente, desde ontem. Nós não conseguimos subir à tribuna e encerrar o nosso
tempo regimental dos 15 minutos.
A gente não consegue colocar um
argumento sem ser interrompido, estou sendo interrompido, inclusive, neste
momento, presidente. Então, fica difícil a gente conseguir trabalhar aqui,
sendo que os deputados trouxeram aqui à galeria e a todo instante eles
interrompem aqui os nossos parlamentares que estão a discursar.
E agora estão atacando, presidente, a
Polícia Militar aqui da Assembleia Legislativa. Eu já sinalizei para Vossa
Excelência. Olhe aqui, presidente. Isso não existe, presidente, não é
regimental. Olhe só o que eles estão fazendo.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Gil,
as medidas serão tomadas. Continue, por favor.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Presidente, eu peço a
V. Exa., mais uma vez, se os parlamentares... O mandato do deputado é
inviolável, presidente. Se não for respeitado o Regimento, que V. Exa. feche a
galeria. Tenha, tenha... O senhor tem o nosso respaldo aqui, presidente, isto é
regimental. Eles não podem tratar os deputados como os deputados estão sendo
tratados.
Se há obstrução, não é por parte destes
deputados aqui, que querem só fazer o debate e a discussão da privatização da
Sabesp, que nós estamos com V. Exa. e com o governador para privatizar essa
empresa.
Então, esse apelo que eu faço a V.
Exa., não, não caia no jogo aqui da esquerda e feche essa galeria se não tiver
esse acordo, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra a
deputada Beth Sahão para...
O
SR. TEONILIO BARBA - PT - Questão de ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não, não vou
dar mais questão de ordem. Com a palavra agora, para encaminhar pela bancada do
PT, Beth Sahão. (Vozes sobrepostas.) Não, não terão mais questão de ordem,
porque estão abusando de todos os lados.
O
SR. TEONILIO BARBA - PT - A questão de ordem é
soberana, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não, falei
todas as vezes... (Vozes sobrepostas.) Dei todas as questões de ordem, pela
ordem, para comunicação. Depois da deputada Beth Sahão, eu abro mais questão de
ordem.
O
SR. TEONILIO BARBA - PT - Eu fiz um pedido ao
senhor e um encaminhamento à Mesa, contatando aqui, tentando contatar com todos
os líderes.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Já entendi,
deputado Barba, já passou o seu recado, deputado Gil já passou o dele. (Vozes
sobrepostas.) Deputada Beth Sahão, para encaminhar pela bancada do PT.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Bem, então vamos lá. Eu quero, primeiramente, saudar as
galerias e quero dizer que eles estão disciplinados. Eu não vi nenhuma atitude
agressiva deles desde o momento em que eu cheguei aqui. Eles estão apenas
exercendo o seu legítimo direito de se manifestar. É um direito legítimo deles.
E eu queria aqui contestar algo, que aqui tem sindicalistas que representam as
trabalhadoras e os trabalhadores deste estado, as trabalhadoras e os
trabalhadores dos serviços públicos, que estão sendo sucateados por esse
governo insensível.
Estão aqui
estudantes que defendem esse futuro deste estado, que defendem a água como um
bem natural, esse maravilhoso bem natural que nós temos e que precisa ser
preservado.
E sabe por que
nós queremos preservar a Sabesp? E sabe por que nós não queremos vender a
Sabesp? Primeiro, para proteger, como disse a deputada Ediane, para proteger a
população mais pobre. Sr. Presidente, eu gostaria de pedir aos deputados que
estão ali em pé, conversando em alto tom, para que eles pudessem cessar a
conversa e respeitar a oradora que está na tribuna.
Sr. Presidente,
estou falando com V. Exa. Sr. Presidente. Sr. Presidente André do Prado, estou
falando com Vossa Excelência. Gostaria de que V. Exa. pedisse, gentilmente, que
os deputados, principalmente homens, estão ali na sua tradicional postura de
interromper uma mulher quando essa mulher está na tribuna. Por favor. Então,
gostaria de que eles fizessem silêncio. Voltando à nossa questão...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Barba, deputado Gil...
A SRA. BETH SAHÃO - PT - Por favor.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor, manter o silêncio para
a deputada Beth...
A SRA. BETH SAHÃO - PT - Por favor.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Fazer as suas palavras.
A SRA. BETH SAHÃO - PT - Por favor. Deputado Gil...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O deputado Barba estava trocando
uma ideia com o deputado Gil.
A SRA. BETH SAHÃO - PT - Por favor. E eu queria dizer uma
coisa. Teve um deputado que me antecedeu aqui, que disse que nós queremos
vender a Sabesp porque o PT...
Não queremos
vender a Sabesp, porque o PT é um partido que está acostumado a fazer coisas
muito ruins, que eu não vou repetir aqui a deselegância dele quando se referiu ao
nosso partido. Eu quero dizer para ele que nós vamos defender a Sabesp, sabe
por quê? Para preservar os 12 mil empregos que nós temos na Sabesp.
Nós não
queremos privatizar a Sabesp, porque os três bilhões de faturamento e de lucro
que ela tem, anual, ela pode reinvestir no próprio setor, melhorando a
distribuição de água, melhorando a coleta de esgoto, melhorando o tratamento de
esgoto.
É por isso que
nós queremos manter a Sabesp. Nós queremos manter a Sabesp, sabe por quê?
Porque os exemplos que nós temos de privatização, nesse estado, foram caóticos.
Forma horrorosos. Haja vista do que nós na CPTM, haja vista do que nós temos no
Metrô. Ou na Enel, essa maravilha que teve agora, que colocou uma crise enorme
na energia de São Paulo.
Como disse o
deputado Luiz Fernando, uma empresa que foi privatizada desde 1998, e até agora
não conseguiu fazer aquilo que deveria fazer. Não fez a lição de casa, como
todas as empresas públicas que foram privatizadas neste estado.
É só observar
os pedágios, as concessões de estradas, o valor abusivo que é cobrado nos
pedágios, nas estradas paulistas. Isso também vai acontecer em relação à
Sabesp.
É mentira do
governo e da sua base, que diz que a Sabesp não terá tarifa majorada. Claro que
terá! Como aconteceu no Rio de Janeiro, como aconteceu em Manaus, como
aconteceu em Campo Grande, onde os serviços de água e esgoto foram
privatizados. Quem pagou o pato, quem pagou a conta, foi a população.
Especialmente a população que mais precisa, especialmente a população mais
vulnerável.
A pergunta que
não quer calar, sabe qual é? Por que o governo quer vender? Qual a razão? Para
onde vai esse dinheiro da venda da Sabesp? Sabe para onde vai? Vai depois para
fazer as campanhas eleitoreiras, obras eleitoreiras às vésperas da eleição, como
eles fazem todas as vezes. É só ver o que nós temos de privatização neste
estado, e ver esses recursos, vamos acompanhar.
Digamos que o
governo seja bem-sucedido e consiga vender a Sabesp. Acompanhem o que será
feito com o dinheiro que vai entrar no caixa do governo. Sabe o que será feito
em benefício do povo, daquilo que as pessoas realmente necessitam?
Nada. O que o
governo quer fazer é pegar esse dinheiro para fazer obras que possam dar o
mínimo de visibilidade para ele. Para que ele possa, ou se candidatar à
reeleição, ou se candidatar à Presidência da República. Porque é essa a
intenção. O governador Tarcísio, na verdade, está governando para isso.
É uma vergonha.
Eu vou dizer muito, com toda a sinceridade, para as deputadas e deputados da
base do Governo. É constrangedor trocar um voto pela jorrada de emendas que
foram concedidas lá no Palácio dos Bandeirantes. (Manifestação nas galerias.)
Está em toda a
imprensa. Não adianta dizer que isso não é verdade, porque é verdade: são
milhões. Eu estava fazendo as contas com o deputado Emídio. Se a gente
multiplicar 20 milhões, que cada deputado e deputada da base do Governo teve
direito, para votar favoravelmente nesse projeto vergonhoso, da dilapidação do
patrimônio público, passa de 1 bilhão aquilo que vai ser gasto, pelo governo.
Para poder garantir a privatização dessa empresa, que é considerada entre as
três empresas mais bem-sucedidas de Saneamento, do mundo. É a Sabesp.
No entanto, o
governo quer passar nos cobres, de uma forma açodada, desrespeitando o
Regimento, rasgando a Constituição do Estado. Não teve discussão decente nesta
Casa, infelizmente.
Esse projeto
teria que passar por cinco comissões. Comissão de Meio Ambiente, Comissão de
Infraestrutura, Comissão de Administração Pública, Comissão de Finanças e
Orçamento, Comissão de Constituição e Justiça.
No entanto,
sabe o que eles fizeram? Juntaram tudo isso e deram um nome, que se chama
Congresso de Comissões. Antes eles faziam uma relatoria especial, que era para
o projeto correr na Casa. A deputada Ana se lembra disso, da relatoria
especial. Eles pararam de nomear a relatoria especial, porque a gente pediu
para que isso não acontecesse mais.
No entanto,
eles fazem o Congresso de Comissões. E o Congresso de Comissões é exatamente
para atropelar a oposição nesta Casa. Para poder passar por cima, e chegar a
esse dia que nós estamos chegando hoje. É um dia fatídico, um dia que a
história irá dizer que quem está do lado certo somos nós.
Porque, daqui a
alguns anos, nós veremos o desastre que vai ser a privatização da Sabesp, o que
isso vai significar.
Da mesma forma
que hoje a Enel não consegue dar conta dos compromissos contratuais que fez
quando assumiu a energia de São Paulo, a Sabesp, se for vendida, vai ser a
mesma coisa, porque os contratos são muito bonitos na hora em que eles assinam,
só que infelizmente eles não são cumpridos nas suas devidas etapas. E aí as
empresas privadas não fazem aquilo que têm que fazer.
A empresa de
energia deveria enterrar os fios de São Paulo; eu não digo na sua totalidade,
mas uma parcela, porque isso foi contratado. Sabem quanto ela enterrou até
hoje? De 1998 até 2023, 0,3% da totalidade dos fios da cidade.
E isso vai
acontecer com a Sabesp também. Certamente a Sabesp, se vendida, não vai
conseguir, quem comprar, realizar os compromissos e as responsabilidades que
são decorrentes de uma empresa que, mesmo privatizada, teria a obrigação e a
responsabilidade de prestar um bom serviço para a população.
Há cidades
importantes do estado que não privatizam os seus serviços de água. Eu poderia
citar aqui a cidade de Ribeirão Preto, que tem uma autarquia municipal e cuja
população jamais quer que vendam essa autarquia.
A cidade de São
José do Rio Preto. Está aqui o deputado Valdomiro, que é da cidade de Rio Preto
e sabe que o Semae é uma importante autarquia que presta um excelente serviço
para a população. A cidade de Campinas, que tem a Sanasa, uma autarquia
municipal que também é excelente. Há anos é uma empresa lucrativa e que devolve
esses lucros...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para concluir, deputada Beth
Sahão.
A SRA. BETH SAHÃO - PT - Vou concluir. Para prestar bons
serviços para a população. De modo, Sr. Presidente, que é constrangedora essa
votação dessa privatização. Eu lamento muito, da mesma forma que lamento e
tenho que deixar registrado aqui...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para concluir, deputada Beth. Já
passaram 21 segundos.
A SRA. BETH SAHÃO - PT - Vou concluir. Todo mundo passou
um pouquinho, eu posso passar um pouquinho também.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não. Já passaram mais de 20
segundos, deputada Beth. Conclusão.
A SRA. BETH SAHÃO - PT - Vou concluir. Da mesma forma
também, Sr. Presidente, quero dizer para o senhor que é preciso ser mais
democrático nesta Casa. É preciso entender que esta Casa é a Casa do Povo e que
as pessoas têm que estar aqui...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está finalizado o tempo da
deputada Beth.
A SRA. BETH SAHÃO - PT - ...para participar, para
acompanhar e para se manifestar.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Valdomiro Lopes.
A SRA. BETH SAHÃO - PT - E finalizo dizendo o seguinte...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É sua a palavra.
A SRA. BETH SAHÃO - PT - Não à privatização, ela é
vergonhosa.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Valdomiro, o senhor quer
fazer o encaminhamento?
A SRA. BETH SAHÃO - PT - Ela coloca esta Casa em uma
posição muito frágil e muito sensível.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. VALDOMIRO LOPES - PSB - Sr. Presidente, a
pedido, a deputada Andréa Werner vai encaminhar, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada
Andréa Werner para encaminhar pela bancada do PSB.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Pela ordem,
Sr. Presidente. Posso fazer uma comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada Dra.
Paula, não vou liberar a comunicação, senão a gente vai entrar em um debate
agora aqui de comunicação de um lado e do outro. Por isso, não terá comunicação
neste momento. Com a palavra, a deputada Andréa Werner.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - O senhor disse
que iria liberar depois que a deputada Beth Sahão falasse. Eu fiquei aqui
esperando no microfone por isso, inclusive.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Vamos lá,
deputada Dra. Paula. Dois minutos para Vossa Excelência.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada, presidente. Eu só queria
dizer, presidente, que eu acho que o que aconteceu hoje neste plenário é uma
vergonha para esta Casa Legislativa. O senhor já disse aqui que as coisas vão
ser encaminhadas pelo nosso Conselho de Ética, mas eu acho, na verdade, que essa
situação é maior do que isso.
O que aconteceu
aqui... A gente não pode, de forma alguma, naturalizar a violência no fazer
político. Tem imprensa aqui e, com certeza, o que vai sair nas manchetes dos
jornais amanhã é que a discussão da Sabesp aconteceu com empurra-empurra de
deputados no plenário e com ameaça de fechamento da galeria.
Enquanto a
gente naturaliza a violência aqui, o que acontece é que as 25 deputadas
mulheres que tem nesta Casa... Nós somos muito poucas, infelizmente, mas as 25
deputadas mulheres que existem nesta Casa com certeza se sentem excluídas do
fazer político, porque essa nunca vai ser a nossa forma de fazer política. A
gente nunca vai fazer empurra-empurra, empurrão, sair empurrando deputado por
aí, porque isso é um grande absurdo.
E quando a
gente fala em naturalizar a violência, deputados que dizem aqui que inclusive
foram ameaçados e etc., eu quero lembrar, presidente, de uma denúncia que eu
fiz e publicizei, de que o meu gabinete teve uma tentativa de invasão por
homens na última semana e que isso foi um absurdo completo e aconteceu dentro
desta Casa Legislativa.
Então, quando a
naturalização da violência acontece aqui dentro do plenário, quando inclusive
isso acontece entre deputados, a gente pode acabar também naturalizando que a
violência contra deputados, que a violência contra as pessoas aconteça da porta
para fora do plenário, e isso não pode acontecer.
Então, eu quero
reiterar o que alguns deputados já disseram aqui, que aqui dentro, sim,
aconteceu, infelizmente, um caso de violência, mas que na galeria nada disso
aconteceu, e que não faz sentido que as pessoas sejam tratadas dessa forma, ou
chamadas de vagabundo, porque imunidade parlamentar não permite que os
deputados digam o que quiserem aqui, que ofendam pessoas.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra a
deputada Andréa Werner.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Pela ordem, presidente. Uma breve comunicação.
Trinta segundos, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Lucas
Bove, depois do final da fala da deputada Andréa Werner, eu concedo o tempo
para Vossa Excelência.
A
SRA. ANDRÉA WERNER - PSB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa noite,
deputados e deputadas, boa noite todo mundo que está na galeria, trabalhadores
e trabalhadoras.
Eu já ouvi
falar que inteligência é a gente aprender com os nossos erros, mas eu ouvi uma
coisa melhor ainda. Inteligência é a gente aprender com os erros dos outros. E
esta Casa não está usando esse provérbio da melhor forma, porque a gente vê aí
tantos países que voltaram atrás em seus processos de privatização de empresas
de saneamento, e a gente está indo justamente no sentido oposto.
A gente não
está aprendendo com os erros dos outros. A gente vai ter que passar por isso,
provavelmente, se esse cenário se concretizar aqui, e daqui a alguns anos, quem
sabe, a gente vai estar aqui debatendo a reestatização da Sabesp. Eu espero
estar enganada.
É um projeto
que diz que quer reduzir as tarefas e aumentar o acesso. Se realmente a gente
quer acreditar que os empresários, que empresas privadas vão estar sentados,
gastando noites discutindo como que eles vão melhorar a vida do cidadão e
aumentar o acesso ao saneamento básico, eu acho que a gente pode colocar um
nariz de palhaço.
Muitas pessoas
aqui já trabalharam em empresas privadas, inclusive eu, que também não sou
paulista de nascimento. Eu sou mineira, meu sotaque entrega, mas eu moro aqui
há mais de 20 anos. Então eu me sinto meio paulista. Constituí família aqui.
Vim para cá justamente para trabalhar em uma grande multinacional, então eu
conheço bem como que funciona a cabeça de grandes empresários.
Então ninguém
me convence de que os grandes empresários vão passar a noite pensando em como
estender o saneamento básico para a população. Não, isso não me convence.
Me deixa
decepcionada e preocupada ver que mesmo com discussões e falas que trazem
pontos válidos, na prática a gente está em um jogo de tudo ou nada, que quase
saiu no tapa, aqui, inclusive, agora há pouco.
Não está em
debate se tem um formato de privatização ideal, e como que o povo paulista pode
ganhar, ou pelo menos perder menos. Está na esteira um projeto que é
monolítico, que é imutável, que não foi criado com diálogo com a população, e
também não foi criado com diálogo com essa Casa. Vamos ser muito honestos aqui.
Teve aqui uma
audiência pública, mais de 900 mil pessoas se manifestaram contra esse projeto,
veículos de imprensa, especialistas, sem falar vários deputados eleitos por
esta Casa, e o projeto vai passar como ele está, se continuar dessa forma.
A gente está
falando de redução de tarifa aqui. Como que a gente vai falar de redução de
tarifas, se o próprio texto não deixa isso claro? Como que essa redução de
tarifa vai ser feita, com essa coisa desse fundo que vai subsidiar essas
tarifas?
Que também é um
fundo que não faz sentido, você vender e você usar o dinheiro da venda para
subsidiar a tarifa. Isso não é garantia, principalmente a longo prazo.
E eu volto à
minha pergunta inicial aqui. Eu não quero ver nenhum deputado aqui que vai ser candidato
a prefeito indo na sua cidade, bater no peito e falar: “eu vou votar pela
privatização da Sabesp”. Eu quero ver olhar na cara do seu eleitor e falar: “a
tarifa não vai subir, e eu te garanto isso”. Isso é você ter coragem. Eu quero
saber quem aqui tem essa coragem.
Os recursos
obtidos com a venda, que poderiam ser usados para melhorar os serviços ou
investir no estado vão voltar para quem comprou. É o cashback do governo de São
Paulo. Isso é maravilhoso, mas eu estou sendo irônica.
Vou lembrar todos
aqui que para o ano que vem o governo alocou menos de um milhão de reais para
reformas de acessibilidade nas escolas públicas. Menos de um milhão para todas
as escolas estaduais do estado. Não dá nem pra pintar corrimão isso, gente.
E aqui eu
queria falar mais sobre a inclusão escolar no estado, que está uma vergonha. Eu
fui matricular o meu filho na escola estadual, porque, sim, eu sou uma fazedora
de política pública que usa a política pública. Meu filho está matriculado na
escola pública.
Fui matricular
na escola estadual e fui perguntar que tipo de acompanhamento que ele ia ter no
ano que vem. Ele é um autista de alto grau de suporte. Me falaram, que teria
que solicitar na DRE de Campinas. Se mandarem alguém, pode ser desde um
estudante do ensino médio até um professor de Geografia.
Eu adoro
Geografia, mas o coitado do professor de Geografia sem uma formação específica
como que vai ajudar um autista de alto grau de suporte dentro da sala de aula?
Não está se investindo na inclusão escolar e a gente vai fazer “cashback” para
empresário, devolver dinheiro que foi dado na venda da Sabesp.
Você venderia
uma empresa que te dá bilhões de lucros? Que ideia é essa? Por um acaso a
Sabesp está dando prejuízo? A Sabesp é mal avaliada? Quando a gente fala em universalização
a Sabesp tem um projeto de universalização e muito grande inclusive. Por que
que a gente está fingindo que isso não existe, que a gente precisa da
iniciativa privada para que isso aconteça?
Que bonzinho é
o empresário que vai fazer isso acontecer. A Cedae neste exato momento está
dizendo que tem gente que pode ficar até 72 horas sem água lá no Rio de
Janeiro. Saiu isso na mídia hoje, nesse calor. Vocês têm filhos, pais idosos,
pessoas com deficiência no domicílio? Como que é ficar sem água por 72 horas?
Falaram que é manutenção preventiva.
Se é preventiva
tem que avisar. As pessoas têm que poder se preparar para isso, mas não, foi de
surpresa. Está na matéria do “Extra” de hoje: “Em Belford Roxo, Duque de
Caxias, Mesquita, Nova Iguaçu, Nilópolis, Queimados, São João de Meriti, a
concessionária Águas do Rio decidiu antecipar para as 22 horas dessa segunda o
período de início da suspensão do fornecimento de água”. Olhe que delícia, você
nem sabia que ia ficar sem banho.
Como assim
decidiu antecipar? Vamos ser sinceros. Votar “sim” ou “não” vai ter um impacto
na população enorme e não precisa nem falar na Enel, a gente já falou bastante
aqui. Em Embu das Artes, teve gente que ficou oito dias sem luz. Oito dias sem
luz! “Mas dessa vez vai ser diferente”, tem muita gente aqui falando. Você
garante para o seu eleitor?
De novo eu vou
perguntar: você garante para o seu eleitor que a tarifa não vai subir? Tem que
falar sério. Eu espero que seja, mas eu não posso simplesmente contar com isso,
porque quem vai pagar essa conta é o cidadão. A Sabesp é uma das empresas de
saneamento básico mais bem avaliadas.
Tem um plano de
universalização de 56 bilhões de reais, 900 mil pessoas se manifestaram contra
essa privatização e não estão sendo ouvidas. Quando a gente fala de
privatização pode até dar certo como foi com as teles, desde que haja
competição, o que não é o caso desse mercado.
A gente está
falando de dar um monopólio de um produto que vai se tornar escasso, que é a
água, para uma empresa que vai fazer disso um negócio. Quando a água começar a
se tornar escassa vocês acham mesmo que o preço não vai subir? O que que o
mercado faz com um produto que está ficando escasso?
A gente está
vendo o que está acontecendo com a Braskem lá em Maceió por causa do lucro. É
uma empresa privada, tem um bairro inteiro afundando. Hoje colocaram uma multa
ridícula de 76 milhões de reais. E eu digo ridícula porque é uma empresa que
lucra bilhões. Esse dinheiro é dinheiro de pinga para essa empresa. Não vai
fazer a menor diferença para eles.
Aconteceu a
mesma coisa com a Samarco, aconteceu a mesma coisa com a Vale. Lucro não é
pecado desde que haja o entendimento de que serviços essenciais não ficam em
segundo lugar depois da margem de lucro e do acionista feliz. Tem coisa do erro
contábil, né? Eu acho engraçado porque a empresa privada aqui é tida como o
exemplo de que não tem corrupção, de que tudo dá certo.
Todo mundo
esquece do que aconteceu nas Americanas. “Ai, foi um erro contábil”. Nossa, um
erro muito pequeno de 800 bilhões. Um erro muito pequeno. Chama a Lu no
WhatsApp para explicar também esse erro aí que teve. Aliás, não, nas Americanas
foram 20 bilhões; agora teve um no Magalu de 800 bilhões.
Eu e várias
pessoas no meu gabinete também trabalhamos na iniciativa privada e a gente viu
sim bons exemplos de gestão, mas a gente também viu o suficiente para afirmar
enfaticamente que ser privado não é garantia de qualidade, ética ou eficiência.
Então
suponhamos que para essa desestatização, que é um nome mais bonito que
privatização, a gente tenha aí um contrato mais severo, mais rígido que... Não,
eu não estou vendo isso, mas vamos supor, ok, mas a gente ainda não pode
garantir a redução das tarifas.
Ninguém me
respondeu essas perguntas aqui neste espaço de discussão. Há garantias reais de
qual será essa redução e por quanto tempo que ela vai ser mantida? Não.
O preço pelo
qual a Sabesp está sendo vendida foi de fato estudado de acordo com o lucro que
a Sabesp dá todo ano? Esse preço faz sentido de acordo com o valor da
companhia? Não, não temos essa resposta.
Essa tarifa,
essa redução de tarifa, é sustentável a longo prazo? Principalmente
considerando que a água vai acabar. A água vai começar a acabar. Não. Não é
sustentável, ou não temos resposta.
E se não for,
como fica o plano de expansão desse serviço? Ninguém sabe responder. Mas muita
gente parece que também não se importa, porque essa conta não vai doer no bolso
de muitos de nós, e essa que é a questão.
O cidadão vai
subsidiar a operação de uma empresa que visa o lucro privado. Os acionistas...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para concluir, deputada Andréa.
A SRA. ANDRÉA WERNER - PSB - Os acionistas com certeza ficam
felizes, mas e quando o fundo acabar? A minha fidelidade, para encerrar,
presidente, são as milhares de pessoas vulneráveis que me colocaram aqui, não é
acionista de lugar nenhum. Então se eu não posso prometer para elas que a
tarifa não vai se manter baixa, eu não posso votar “sim” nesse projeto.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação.
O
SR. ENIO TATTO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente, para encaminhar pela liderança da Minoria.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental
o pedido de Vossa Excelência.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - Para uma Questão de
Ordem, Sr. Presidente. Questão de Ordem.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Três
minutos.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT
- PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, formulo presente Questão de Ordem com
a finalidade de obter de V. Exa. esclarecimentos acerca da aplicação do Art.
135 do Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, que
não está sendo seguido neste momento em que se discute o PL nº 1501, de 2023,
de autoria de S. Exa., o governador do Estado de São Paulo. Passo a explicar e
desenvolver o questionamento que ora formulo.
O Art. 135 do
Regimento Interno vai assim redigido: “Artigo 135. Não se admitirão
proposições, primeiro, manifestadamente inconstitucionais.” Veja-se ainda
outras disposições regimentais. O Regimento trata como os projetos de lei, que
é justamente o caso do PL nº 1501, de 2023, que é manifestadamente
inconstitucional.
Sobre o papel
de V. Exa. nessa questão, para que não reste qualquer dúvida, há que se invocar
o Art. 18, § 2º-B, do mesmo
Regimento Interno da Alesp, e assim diz o Art. 18: “São atribuições do
presidente, além de outras, expressas neste Regimento, ou que decoram da
natureza de suas funções ou prerrogativas, quanto às proposições, ‘B’, deixar
de aceitar qualquer proposição, denúncia ou representação que não atenda às
exigências regimentais ou constitucionais, cabendo recurso à Comissão de
Constituição, Justiça e Redação.”
É então nítido
que o primeiro juízo de admissibilidade das proposituras cabe a V. Exa., Sr.
Presidente, que deve recusar qualquer uma que seja inconstitucional, como é
justamente o PL nº 1501, de 2023, que fere de morte as Constituições Federal e
do Estado de São Paulo, além de afrontar leis federais, porque a propositura
ataca de morte o princípio constitucional do bem-estar social.
A
constitucionalidade da propositura tem que ser verificada quando de sua
apresentação à Casa legislativa, a uma, porque isso é óbvio demais para haver
necessidade de ser comentado. O próprio Regimento estabelece que V. Exa., Sr.
Presidente, tem que deixar de aceitar, ou seja, não pode permitir o trâmite,
qualquer propositura inconstitucional.
Dessa forma, o
estado de São Paulo diz apresentar programa que melhor fará a gestão da questão
do saneamento em nosso estado, o que evidentemente piora o estado do bem-estar
social, dado o fato de que o olhar mercantil certamente não é o mesmo do olhar
público para essa mesma questão.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para concluir, deputada Beth.
Qual é a Questão de Ordem?
A SRA. BETH SAHÃO - PT - Faltam três parágrafos. Posso
finalizar?
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Eu recebo a Questão de Ordem de
V. Exa., e responderei oportunamente, deputada Beth. Três minutos.
A SRA. BETH SAHÃO - PT - Então V. Exa. está sugerindo
que eu interrompa a leitura?
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O tempo regimental é de três
minutos, deputada Beth.
A SRA. BETH SAHÃO - PT - Só ler o último parágrafo. Face
a tudo o que se narrou, considerando que a tramitação do PL 1501/2023, está se
dando com franca inobservância do Art. 135 do Regimento Interno da Assembleia
Legislativa do Estado. Com base nos Arts. 260 e seguintes do mesmo diploma
legal, sucinto a presente questão - aí vem a questão:
Questão de
Ordem, indagando a V.Exa. sobre a necessidade da aplicação do dispositivo
regimental contido no Art. 2-B com a suspensão do trâmite da propositura sobre
qual se deita a presente questão de ordem para garantir que não seja...
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Já recebi,
deputada Beth. Já passou seu tempo.
Com a palavra o deputado Enio Tatto,
para encaminhar pela Minoria.
Não darei mais questão de ordem, nem
comunicação.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Questão
de ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Depois do
encaminhamento do deputado Enio Tatto passarei a questão de ordem de Vossa
Excelência.
Deputado Enio Tatto com a palavra.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - (acho que é ele, não tem a imagem de quem
fala no Youtube) Eu quero 30
segundos, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Depois do
encaminhamento do deputado Enio Tatto, eu dou 30 segundos a Vossa Excelência.
Deputado Enio Tatto com a palavra.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Presidente,
(Inaudível.) deputado Lucas Bove.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor, por
favor, é o último encaminhamento e nós entraremos no processo de votação e
darei comunicação para V.Exa. com o maior prazer, deputado Lucas Bove.
Deputado Enio Tatto com a palavra.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - São dois pesos e duas
medidas nesse plenário. Nós somos maioria.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Enio
Tatto com a palavra, 10 minutos, tempo regimental.
O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, 10 minutos?
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados e público que nos
assiste. Nós já estamos no encaminhamento do encerramento das discussões. Foram
seis horas. Infelizmente tinha mais 10 inscritos e não foi possível ouvi-los, e
fizemos apenas uma audiência pública.
Eu só queria dizer - e deu para perceber nos pronunciamentos aqui, a
maioria da oposição, poucos da situação - que esse debate ficou claro inclusive
nas discussões quando da eleição para o governo do estado de São Paulo. À época
o nosso candidato ao governo, Fernando Haddad, puxou essa discussão, provocou
essa discussão. Ele tinha posição a respeito da privatização da Sabesp, ele era
contrário.
E o governador Tarcísio, naquele momento, recuou. Por quê? Porque ele
tinha conhecimento que a grande maioria da população do estado de São Paulo era
contra, tanto é que em nenhum momento ele colocou no plano de governo dele,
como colocou muito bem aqui o deputado Donato.
Para todos os parlamentares aqui, eu estou no sexto mandato. Eu queria
falar bem claro para vocês, principalmente para os novos: o eleitor é
implacável. Tem algumas votações aqui na Assembleia Legislativa que ele não
esquece, e essa é uma votação que o eleitor não vai esquecer, vocês podem ter
certeza. Ele vai se lembrar o ano que vem na eleição...
Sr. Presidente, por favor. Dá para voltar meus 10 segundos?
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Enio Tatto, com a palavra.
O SR. ENIO TATTO - PT - O eleitor vai se lembrar o ano que vem na eleição
de vereadores, de prefeitos. Tem muitos deputados aqui que vão concorrer a
prefeituras, ou têm parentes, ou têm amigos e vão apoiar alguém. E lá vocês
podem ter certeza de que eles vão verificar essa votação. Vão verificar e vão
querer saber como cada deputado votou.
É só verificar na eleição, na última que nós concorremos, e pegar a
votação das bancadas de oposição que foram contra a muitos projetos aqui que o
Doria mandou para cá e o Rodrigo Garcia mandou para cá, principalmente
prejudicando o funcionalismo público e verificar quem voltou para cá.
A oposição, cresceu a bancada, elegeu mais deputados, dobrou,
praticamente. A situação, a base hoje tem uma quantidade de deputados que uma
grande parte foi eleita pelo Bolsonaro, os bolsonaristas que também eram contra
o Doria e o Rodrigo.
Então, vai ficar muito claro isso na hora da votação ano que vem. Em
2026, quando é a renovação do mandato da maioria dos deputados, é só olhar, dar
um Google lá procurar, e eles vão procurar a votação da privatização da
Sabesp.
Podem ter certeza. E a renovação, normalmente, de 40, 50%, vocês vão
verificar quem é que não vai voltar para a Assembleia Legislativa de São Paulo.
Com certeza é quem vai votar a favor da privatização da Sabesp.
Como eu vou dividir meu tempo com o deputado Maurici, eu queria só
responder o deputado do MBL. O último deputado aqui foi cassado por
unanimidade, como já foi falado hoje. Não teve um deputado que defendeu o
deputado do MBL. Por quê?
Porque ele foi fazer turismo sexual na Ucrânia. E falava um monte aqui,
provocava a plateia, provocava a galeria, os sindicalistas, as lideranças
sindicais, as lideranças estudantis, como no dia de hoje, ele vinha aqui e
provocava. Arrumou uma confusão, arrumou uma briga. No final, terminou o
mandato dele sem nenhum deputado o defendendo, nem votando favorável.
Então, aqui, no Parlamento Paulista, aliás, em todos os parlamentos,
pau-mandado, deputado que sobe na tribuna como pau-mandado, utilizado para
criar confusão, fazer deboche, provocar, não tem futuro. Uma hora chega a hora
dele, uma hora vai chegar a hora dele. (Palmas.)
Quem faz isso provavelmente nunca votou em um governo que tem o que
mostrar. E eu vou colocar três itens que nós, da esquerda, da base do Lula, que
defendemos o Lula, contra as privatizações, nós temos o que falar, já que o
deputado sobe aqui e não tem o que falar.
Mais médicos e saúde. O novo programa “Mais Médicos”, do governo Lula,
chegará a 28 mil profissionais em campo até o final do ano. Num ano, 28 mil
médicos novos e vocês sabem onde esses médicos vão trabalhar, vocês sabem muito
bem.
Combate à fome. Em outubro, o “Bolsa Família” chegou à marca de 21,4
milhões de famílias atendidas, com investimento de mais de 14 bilhões. Desde o
seu relançamento, em março deste ano, o programa incluiu mais de 2 milhões e
390 mil famílias.
Portanto, para não tomar o tempo do deputado Maurici, deputado Guto
Zacarias, quando você tiver algum argumento de quem você votou, de quem você
apoiou, você vai mudar o seu discurso aqui no plenário. Por isso, “não” à
privatização da Sabesp. (Palmas.)
Passo o restante do tempo para o deputado Maurici.
O
SR. MAURICI - PT -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu já tive em outras
oportunidades a chance de falar da minha preocupação com a questão da segurança
hídrica, de que privatizar reservatórios, produção de água é um problema, é
entregar um setor estratégico para a iniciativa privada.
Já tive a
oportunidade de falar que gênero de primeira necessidade não pode ser negócio,
que a água, se nos países ricos se reverteu de empresa privatizada para
reestatização, foi porque não é possível garantir tarifa baixa com investimento
nas empresas, ou o contrário, a não ser que haja subsídio dos estados.
Mas eu queria
hoje falar de um outro aspecto, queria dialogar com os argumentos que foram
esgrimidos aqui de quem tem preocupação com o zelo pelo dinheiro público e com
a boa técnica administrativa e de gestão.
O BNDES
contratou, por licitação pública, empresas para dar consultoria sobre a
conveniência de privatizar empresas públicas ou de estatizar empresas de
saneamento, como as de Minas Gerais, as de Sergipe, e o fez por licitação
pública.
O Governo de
Estado resolveu contratar por notória especialização, por inexigibilidade, o
IFC para fazer o mesmo estudo. O Governo de Estado também contratou o mesmo IFC
para outras duas consultorias sem licitação, o trecho oeste do Rodoanel e a
consultoria sobre a privatização, a concessão do Metrô. Muito bem.
O Governo de
Estado contratou em três fases, 20% pagos na primeira fase, como já foi dito
aqui por vários deputados e deputadas, justamente a fase que deveria dizer da
conveniência e do benefício para o serviço público da privatização da Sabesp.
A segunda fase,
que custaria 60%, investiria 60% do recurso, caso a primeira fase, a fase zero
indicasse pelo seguimento, ela na prática... A feitura do edital. E a última
fase, a mais longa, que era a negociação com municípios e com acionistas e com
eventuais compradores, representa o restante do contrato, que na prática
significa um pagamento adiantado ao IFC.
Muito bem. A
minha questão é a seguinte: por que o Governo do Estado fez isso com tanta
pressa? Por que o Governo do Estado não licitou como deveria licitar? Não é
estranho tanta concentração de tantos recursos na mão de uma única empresa, por
inexigibilidade de licitação?
E por fim: quem
contrata por inexigibilidade contrata por notória especialização. Por que o IFC
terceirizou a execução dessa consultoria?
E por fim, Sr.
Presidente, o relatório que foi entregue pelo IFC fala de oportunidades de
mercado, fala de negócios. Nenhuma linha se refere aos benefícios que a
sociedade ou o estado terá com a privatização da empresa. Na verdade, o que nós
estamos fazendo é um negócio de pai para filho, tirando da sociedade para
entregar para o privado.
Muito obrigado,
Sr. Presidente, Srs. Deputados.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Questão de ordem. (Vozes sobrepostas.)
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação. As
Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se
encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Solicito votação
nominal.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Votação nominal
do projeto.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Pela ordem,
presidente. Para uma breve comunicação.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Eu tenho uma questão de ordem...
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Só vou ler,
deputada Monica, muita calma, e deputado Lucas Bove. Passarei a palavra a
Vossas Excelências.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Obrigado, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Eu só vou fazer
aqui a comunicação às Sras. Deputadas e Srs. Deputados de que nós vamos
proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico.
A partir deste momento, estamos fazendo
soar o sinal intermitente por quatro minutos, para que as Sras. e Srs.
Deputados que não se encontrem em plenário tomem conhecimento da votação que se
realizará.
Com a palavra, a deputada Monica
Seixas.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Pela ordem,
presidente. Estou na fila já há bastante tempo aqui, assim como....
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É que ela tem
uma questão de ordem. Depois, uma comunicação para Vossa Excelência.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Muito bem, presidente.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PARA QUESTÃO DE ORDEM -
Presidente, no Ato da Mesa no 14, de março de 2021, quando o senhor
versa sobre protocolos de propositura na retomada dessa legislatura depois da
interrupção do protocolo pelo Alesp Sem Papel, o senhor diz que a partir do dia
28 de março o protocolo de proposituras voltará a seguir o Ato da Mesa no
02, de fevereiro de 2023.
E no Ato da
Mesa no 02, a partir do 28, está dizendo que “dar-se-á
exclusivamente em plenário, em via impressa, devidamente subscrita pelos
autores, o protocolo de requerimentos de preferência, de método de votação e de
destaque”.
Repito:
“dar-se-á exclusivamente em plenário, em via impressa, devidamente subscrita
pelos autores, o protocolo de requerimentos de preferência, de método de
votação e de destaque”.
No Ato no
02, de fevereiro de 2023, não tem as regras do Ato no 14, em que
excepcionalmente o senhor falava sobre a fila. Levando em consideração que, a
partir do dia 28 de março, ficou extinto o seu Ato no 14, e voltou a
valer o ato de fevereiro, que fala que é exclusivamente em plenário, sem regra
da fila, sem regra de onde está o relógio - está dizendo “plenário” -, e que eu
estava dentro do plenário, na fila, às nove e quarenta, por que eu não vou
poder protocolar o meu método de votação como primeiro da fila? É uma pergunta.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Questão de ordem, presidente.
Monica, desculpa. O tempo da deputada não está contando... Desculpa, Monica. Me
perdoe, é que o seu tempo não está contando.
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Mas eu estou terminando de fazer a
minha formulação.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Volta 54 segundos.
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - A minha pergunta é objetivamente
essa: o ato de fevereiro não fala sobre fila, não fala sobre relógio, e diz
“plenário”.
E eu estava no
plenário antes de todo mundo. Por que o Jorge Wilson está mandando a Mesa não
receber o meu método de votação? Essa é a questão de ordem. (Manifestação nas
galerias.)
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada Monica, é pertinente o
que a senhora está tentando fazer aqui, que é um método de obstrução. Mas esta
Presidência está muito tranquila em deferir o método de votação feito pelo
líder do Governo, que ontem à noite - ontem à tarde, aliás - já colocou sua
equipe na fila, vararam a noite.
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Onde é a fila?
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - No dia de hoje, para não
atrapalhar aqui o nosso saguão, eu solicitei para que ficasse aqui no hall,
sentado do nosso lado, para protocolar.
Então eu estou
muito tranquilo, e o método que vai ser protocolado primeiro vai ser o da
liderança de Governo.
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - O Regimento diz plenário,
presidente.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem
agora o deputado Lucas Bove. (Vozes sobrepostas.) Mesmo assim eu recebo sua
questão de ordem e vou responder detalhadamente, oportunamente. Com a palavra o
deputado Lucas Bove.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Para uma breve comunicação, presidente. Eu só
queria agradecer à deputada Paula da Bancada Feminista, a qual eu respeito
muito, por vir aqui prestar sua solidariedade
pela agressão que eu sofri hoje e reconhecer que houve uma agressão em
plenário. (Manifestação
nas galerias.)
Então eu gostaria de agradecer à
deputada e dizer que, se necessário for, quando apresentado no Conselho de
Ética, eu pedirei o testemunho dela, além das provas das câmeras que já
solicitei à secretaria competente.
Então muito obrigado, Sra. Deputada, e
muito obrigado a todos pela solidariedade. E informar que eu estou bem
fisicamente, graças a Deus.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tendo
transcorrido quatro minutos, o sistema eletrônico ficará aberto para que as
Sras. Deputadas e Srs. Deputados votem “sim”, “não” ou registrem “abstenção”
nos terminais dispostos em suas mesas.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Agora eu não
posso dar a palavra, deputada Dra. Paula. Estamos em processo de votação.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Mas eu tinha
pedido pela ordem antes de o senhor fazer isso, porque eu fui citada.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não, eu já
tinha feito o comunicado. Depois, finalizando, eu dou dois minutos de
comunicação para Vossa Excelência.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Então está
bom, eu vou esperar. Eu vou esperar.
Muito obrigada.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Para colocar a Federação PT/PCdoB/PV em
obstrução.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL
- Federação
PT/PCdoB/ PV em obstrução. (Manifestação nas galerias.)
O SR. VALDOMIRO LOPES - PSB - Presidente, para colocar a bancada do
PSB em obstrução.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL
- É
regimental, deputado Valdomiro Lopes.
PSB em obstrução.
O SR. VINICIUS CAMARINHA - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL
- Pela
ordem, deputado Vinicius Camarinha.
O SR. VINICIUS CAMARINHA - PSDB - Federação PSDB Cidadania em obstrução.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL
- Federação PSDB Cidadania em obstrução.
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO
PRETAS - PSOL - Pela
ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL
- Pela
ordem, deputada Monica Seixas.
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO
PRETAS - PSOL - Federação
PSOL REDE em obstrução.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL
- Federação
PSOL REDE em obstrução.
O SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL
- Pela
ordem, deputado Carlos Cezar.
O SR. CARLOS CEZAR - PL - Colocar o PL em obstrução.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL
- Partido
Liberal em obstrução.
O SR. RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Pela ordem, presidente. União Brasil
em obstrução.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL
- Pela
ordem, deputado Rafael Saraiva,
colocando o União Brasil em obstrução.
Transcorrido o tempo, abro agora os microfones de
aparte para as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não conseguiram fazer a
votação no sistema eletrônico possam fazer isso no microfone de aparte.
O
SR. TEONILIO BARBA - PT - Contra a traição do povo paulista,
eu voto “não”.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Teonilio Barba vota
“não”.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - Contra o atropelo de
uma votação tão importante, voto “não”.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada
Beth Sahão vota “não”.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - Não deveria ter sido
encerrada essa discussão.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem,
presidente. A base do governo quer
encerrar a discussão porque não tem argumentos...
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Como vota, deputado
Guilherme Cortez?
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Porque sabe que vai
prejudicar a população. Eu obviamente voto contra...
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado
Guilherme Cortez vota “não”.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - O encerramento da
discussão.
O
SR. ENIO TATTO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. “Não” ao final da
discussão e “não” à privatização
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado
Enio Tatto vota “não”.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Mais alguma
das Sras. Deputadas e dos Srs. Deputados gostaria de registrar o seu voto nos
microfones de aparte?
*
* *
- Verificação de votação pelo sistema
eletrônico.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não havendo
mais deputados querendo fazer seu voto, passo agora e pergunto aos Srs.
Deputados, algum dos Srs. Deputados e Sras. Deputadas gostaria de alterar o seu
voto? (Pausa.)
Não havendo deputados interessados em
alterar o seu voto, passaremos agora à proclamação do resultado. Votaram “sim”,
58 deputados, “não”, 20 deputados, mais este presidente, total de 79 votos,
quórum que aprova o requerimento de encerramento da discussão.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Vitória do povo de São
Paulo, presidente.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Presidente. Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Havendo acordo dos
líderes, eu queria solicitar ao senhor cinco minutos de suspensão.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental
o pedido de V. Exa., cinco minutos para nós podermos discutir. Cinco minutos de
suspensão dos trabalhos.
*
* *
- Suspensa às 23 horas e 57 minutos, a
sessão é reaberta a zero hora e 04 minutos, sob a Presidência do Sr. André do
Prado.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL -
Reaberta a sessão. Há sobre a mesa dois métodos de votação: um do deputado
Jorge Wilson, líder do Governo, e um da deputada Monica Seixas, da bancada do
PSOL.
Convocação. Nos termos do Art. 100,
inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária
a realizar-se amanhã, às 17 horas e 30 minutos, após o término da sessão
ordinária, em cumprimento ao interstício mínimo previsto no § 3º, do Art. 100,
do Regimento Interno, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do
Dia:
*
* *
-
NR - A Ordem do Dia para a 58a Sessão Extraordinária foi publicada
no D.O. de 06/12/2023.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Também nos
termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. também
para uma segunda sessão extraordinária a realizar-se amanhã, dez minutos após o
término da primeira sessão extraordinária, também com a finalidade de ser
apreciada a seguinte Ordem do Dia:
*
* *
-
NR - A Ordem do Dia para a 59a Sessão Extraordinária foi publicada
no D.O. de 07/12/2023.
*
* *
O
SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Suspendo a
sessão por um minuto, só para definir e a gente reafirmar a nossa convocação.
*
* *
- Suspensa a zero hora e 06 minutos, a
sessão é reaberta a zero hora e 06 minutos, sob a Presidência do Sr. André do
Prado.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Peço para
reabrir a sessão novamente. Então, está convocada para as 17 horas e 30 minutos
a primeira sessão extraordinária e, logo após o final da primeira sessão, dez
minutos após, começaremos a segunda sessão.
O
SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Pela ordem, presidente.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada
Paula, vou passar a palavra para a senhora e para o deputado Guto Zacarias. O
deputado Guto já havia pedido anteriormente e eu fiquei adiando o pedido dele,
mas, como o deputado Guto é um “gentleman”, ele vai abrir mão para V. Exa.
começar a sua comunicação.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada, presidente. Eu vou falar
rapidamente. Só quero dizer... O deputado Lucas veio aqui e ele não precisa
fazer o teatrinho dele, ainda mais a esta hora da noite, porque todo mundo
sabe, presidente, isso nunca é novidade, de onde e de que lado parte realmente
a violência em momentos como os que aconteceram aqui.
Então, só
queria deixar nítido que o deputado não precisa me convocar para ser testemunha
de nada, porque todo mundo aqui foi testemunha de tudo, de onde parte a
violência, de onde sempre parte a violência.
Por isso, o que
eu fiz aqui - o deputado não precisa tentar reverter isso para o lado dele -
foi questionar e dizer que, cada vez que o método da violência é utilizado
dentro da política, isso afasta mulheres, isso afasta mulheres grávidas de oito
meses, como eu, isso afasta cada uma das 25 deputadas que estão aqui nesta
Casa, e o deputado não precisa tentar puxar essa discussão para o lado dele.
Obrigada,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para uma
comunicação, o deputado Guto Zacarias.
O
SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO -
PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, coisas muito ruins aconteceram na noite de hoje.
Eu gostaria de elencar uma, principalmente quando a gente vai começar a tratar
sobre violência na política.
Primeiro, o
deputado Teonilio Barba dizendo que, se as pessoas não concordassem com a
questão de ordem dele, poderia sair porrada no plenário. A gente está em um
ambiente democrático, eu espero. Há parlamentares que defendem a democracia;
porrada, eu espero que nunca seja o método da nossa discussão aqui.
Tivemos também
o deputado Emídio de Souza me chamando de lixo. Isso está gravado. E chamando o
movimento de que participo de lixo. Nós temos agora uma galeria - vou repetir
mais uma vez - de estudantes que não estudam, de grevistas e sindicalistas que
não trabalham e de gente que, como eu provei, não sabe o que está dizendo.
Mostrei aí, muita gente estava aqui (Inaudível.) do pão com linguiça. Já deve
ter horário de eles jantarem pão com linguiça mais uma vez.
Eu vou
responder ao deputado Emídio que eu nunca o chamei de lixo e não vou chamar.
Critiquei o deputado Paulo Fiorilo, a quem respeito. Não acho que seja um lixo.
Não acho que o deputado Marcolino seja um lixo e também não acho que o deputado
Emídio de Souza, mesmo me chamando de lixo, também não acho que ele seja um
lixo. Tenho certeza de que ele não é um lixo.
Agora,
presidente, uma coisa tem que ser dita. Ele também citou o caso do meu vídeo na
Avenida Paulista, que é o “Change My Mind”, que várias pessoas assistem e,
aparentemente, ele também. Tenho dois recados. Amanhã, às dez da manhã, sai
vídeo novo.
E domingo,
neste domingo, na Avenida Paulista, vai ter “Change My Mind” de novo e está aí
o convite para o deputado Emídio ir participar também. Já que ele acha que eu
encontro pessoas despreparadas, se ele se julga alguém preparado, domingo é só
ir lá. É só marcar um debate na TV Assembleia também.
Agora, não acho
o deputado Emídio um lixo. Não acho o deputado Paulo Fiorilo um lixo. Não acho.
Não acho o deputado Marcolino um lixo. Não acho. Agora, eu acho que há
políticos corruptos no Partido dos Trabalhadores. A deputada Márcia Lia ficou
muito bravinha...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Guto, infelizmente acabou
a nossa sessão. Meia noite e dez. Não posso mais...
O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Posso concluir apenas?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não, acabou a
sessão. Eu não posso deixar de encerrar, deputado Guto. Amanhã estaremos de
volta ao plenário e V. Exa. terá o tempo regimental.
Não havendo mais nada a tratar, está
encerrada a sessão.
*
* *
- Encerra-se a sessão as zero hora e 10 minutos.
*
* *
- São
inseridas, na íntegra, Questões de Ordem não lidas em plenário.
*
* *
QUESTÃO DE
ORDEM
Senhor
Presidente, formulo a presente questão de ordem, com a finalidade de obter de
Vossa Excelência esclarecimentos acerca da aplicação do disposto no artigo 135
do Regimento Interno.
O Regimento
Interno estabelece em seu artigo 135 as situações que impedem a admissão das
proposições e em que pese à ausência de menção expressa às proposituras não
instruídas de estudos técnicos realizados no âmbito da Secretaria, o
dispositivo considera inadmissíveis as proposições que "aludindo a
qualquer dispositivo legal, não se façam acompanhar de sua transcrição
A situação é
análoga, uma vez que a propositura está embasada em "estudos técnicos
realizados pelas Secretarias de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística e de
Parcerias em Investimentos, conforme indicado na Exposição de
Motivos
encaminhada pelo Titular da Pasta."
os mencionados
estudos QUE NÃO INSTRUEM O REFERIDO PROCESSO LEGISLATIVO, são mencionados como
motivação da manifestação das Secretarias, e a ausência deles pode representar
um prejuízo ao debate da propositura e impactos irreversíveis, caso seja
aprovado sem o necessário conhecimento desta Casa das Leis.
Do teor da exposição de motivos, verifica-se
que os estudos mencionados basearam a manifestação das secretarias e formaram a
convicção do Poder
Executivo, como
se depreende:
Mensagem A no
/2023 Senhor Presidente
Artigo 135 -
Não se admitirão proposições:
I
manifestamente
inconstitucionais;
II
- antirregimentais;
III
- que, aludindo a
qualquer dispositivo legal, não se façam acompanhar de sua transcrição; IV
quando redigidas de modo que não se saiba, à simples leitura, qual a
providência objetivada;
V
- que, fazendo menção
a contratos ou concessões, não os transcrevam por extenso;
VI
- que contenham
expressões ofensivas a quem quer que seja;
VII
- quando, em se
tratando de substitutivo, emenda ou subemenda, não guardem direta relação com a
proposição principal;
VIII
- quando não
devidamente redigidas.
§ 1 0 -A
Mesa não admitirá, também, projeto de resolução que objetive a concessão de
título honorífico a pessoa viva.
§ 20 -
O autor de proposição dada como inconstitucional ou antirregimental poderá
requerer ao Presidente audiência da Comissão de Constituição, Justiça e
Redação, que, se discordar da decisão, restituirá a proposição para o trâmite
regimental.
Presidente, a
ausência dos estudos a que se refere a exposição de motivos implica em que o
Legislativo assine verdadeiro "cheque em branco", tendo em vista que
não foram trazidos ao debate argumentos técnicos que demonstrem que a
desestatização promoverá vantagens à modicidade tarifária bem como a
antecipação do atingimento de metas de universalização dos serviços.
A matéria é de
extrema relevância e requer maiores esclarecimentos por parte do Poder
Executivo, que podem ser obtidos, pela disponibilização a esta Casa de Leis dos
estudos técnicos que embasaram a proposta.
Deliberar a
propositura sem subsídios técnicos pode representar impactos não desejados por
esta Casa de Leis, e implicar em situação irreversível em termos do interesse
da população do Estado.
No exercício de
sua função legiferante, o Poder Legislativo não só pode como deve exigir do
Poder Executivo o cumprimento de transparência das informações que o Executivo
dispõe, imprescindíveis ao debate da propositura e a devida instrução do
processo legislativo, evitando legislar sem os elementos de conhecimento
intrínsecos à proposta.
Importante consignar,
que faço esta questão de ordem neste momento do processo legislativo, em
virtude do disposto no artigo 261, § 3.0 do Regimento Interno, cujo
rigor desta Presidência nos tem impedido de apresentar em momento diverso.
Tendo em vista
a urgência que o fato se reveste, requeremos a resposta a esta questão de ordem
com a máxima brevidade.
Senhor
Presidente, diante do exposto, requeremos seja oficiado ao Chefe do Poder
Executivo para que determine o envio a esta Casa de Leis dos estudos técnicos
realizados pelas Secretaria Secretarias de Meio Ambiente, Infraestrutura e
Logística e de Parcerias em Investimentos, mencionados na exposição de motivos
do Projeto de 0 1501, de 2023, sem os quais não nos será possível
Sala das
Sessões,
Deputado Paulo
Fiorilo
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* *
QUESTÃO
DE ORDEM
Senhor Presidente, formulo a presente questão de ordem
com a finalidade de obter de V. Exa. esclarecimentos acerca da aplicação do
artigo 135, I, do Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo, que não está sendo seguido neste momento em que se discute o PL
1.501/2023, de autoria de S. Exa., o Governador do Estado de São Paulo.
Passo a explicar e desenvolver o questionamento que
ora formulo:
O artigo 135, I do Regimento Interno vai assim
redigido:
“Artigo 135 – Não se admitirão proposições:
I- Manifestamente inconstitucionais”
Veja-se, ainda, outras
disposições regimentais:
O regimento trata como os
projetos de lei, que é justamente o caso do PL 1.501/2023, que é manifestamente inconstitucional.
Sobre o papel de V. Exa.,
nesta questão, para que não reste qualquer dúvida, há que se invocar o artigo
18, II “b” do mesmo regimento interno da ALESP.
“Artigo 18 – São atribuições do Presidente,
além de outras expressas neste Regimento, ou que decorram da natureza de suas
funções ou prerrogativas:
(...)
II – quanto às proposições:
(...)
b) deixar de aceitar qualquer proposição,
denúncia ou representação que não atenda às exigências regimentais ou
constitucionais, cabendo recurso à Comissão de Constituição, Justiça e Redação;”
É então nítido, que o
primeiro juízo de admissibilidade das proposituras cabe à V. Exa., Sr.
Presidente, que deve recusar qualquer uma que seja inconstitucional, como é,
justamente, o PL 1.501/2023, que fere de morte as
Constituições Federal e do Estado de São Paulo, além de afrontar Leis Federais,
porque a propositura ataca de morte o princípio constitucional do bem-estar
social.
A constitucionalidade da
propositura tem que ser verificada quando de sua apresentação à Casa
Legislativa, a uma, porque isso é óbvio demais para haver necessidade de ser
comentado. O próprio regimento estabelece que V. Exa., Sr. Presidente, tem que
deixar de aceitar (ou seja, não pode permitir o trâmite) qualquer propositura
inconstitucional.
V. Exa., Sr. Presidente,
está permitindo que PL 1.501/2023 tramite normalmente na
ALESP, ainda que seja flagrantemente inconstitucional, e que fira ditame
sagrado, que é o de que ao Estado, ao legislar, tem que observar o princípio do
bem-estar social, matéria constitucional.
Os princípios e objetivos
constitucionais brasileiros se estabelecem na realização da justiça social e do
desenvolvimento, este compreendido sob uma perspectiva social de proteção à
pessoa humana.
Dessa forma, o Estado de
São Paulo, diz apresentar programa que melhor fará gestão da questão do
saneamento em nosso estado, o que, evidentemente piora o estado de bem-estar
social, dado o fato de que o olhar mercantil, certamente, não é o mesmo do
olhar público para essa mesma questão.
A doutrina democrática do
Estado de Bem-Estar Social não se satisfaz com abstrações, Excelência!
Não podemos retroagir a
um comportamento humano voltado à satisfação pessoal em detrimento à satisfação
e construção de um bem-estar social, que é o desejo expresso na Constituição
Paulista.
Dessa forma, resta
cristalino o descompasso entre o PL 1.501/2023 em relação às regras
constitucionais e infraconstitucionais que deveria obedecer.
Face a tudo o que se
narrou, considerando que a tramitação do PL 1.501/2023 está se dando com franca inobservância do artigo 135, I do Regimento
Interno da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, com base nos artigos
260 e seguintes do mesmo diploma legal, suscito a presente Questão de Ordem,
indagando a Vossa Excelência sobre a necessidade da aplicação do dispositivo
regimental contido no artigo 18, II, “b”, com a suspensão do trâmite da
propositura sobre a qual se deita a presente questão de ordem, para garantir
que não seja nulo todo o esforço da Assembleia até o momento, porque a lei que
advier do PL 1.501/2023, na improvável hipótese de ser aprovada, será
no todo inconstitucional, porque em sua gênese não observou o regimento da
casa.
Sala das Sessões,
Deputada Beth Sahão
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