7 DE NOVEMBRO DE 2023
133ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: GILMACI SANTOS e ANDRÉ DO PRADO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência e abre a sessão. Convoca os Srs. Deputados para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos, ou dez minutos após o término da presente sessão.
2 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
4 - SOLANGE FREITAS
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - THAINARA FARIA
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Cumprimenta o ex-deputado estadual e atual prefeito de Carapicuíba, Marcos Neves, presente no plenário.
8 - PROFESSORA BEBEL
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - PAULO MANSUR
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - SIMÃO PEDRO
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - MAJOR MECCA
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - VITÃO DO CACHORRÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
13 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Por inscrição, faz pronunciamento.
14 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
15 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
16 - ALEX MADUREIRA
Para comunicação, faz pronunciamento.
17 - GUILHERME CORTEZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
18 - GUTO ZACARIAS
Para comunicação, faz pronunciamento.
19 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Solicita à plateia comportamento regimental.
20 - EDUARDO SUPLICY
Para comunicação, faz pronunciamento.
21 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Cumprimenta o vereador Eduardo Sallum e os alunos do Conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos, de Tatuí, presentes nas galerias.
22 - PROFESSORA BEBEL
Por inscrição, faz pronunciamento.
23 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Para comunicação, faz pronunciamento.
24 - GUTO ZACARIAS
Para comunicação, faz pronunciamento.
25 - PROFESSORA BEBEL
Para comunicação, faz pronunciamento.
26 - EDIANE MARIA
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
27 - GUTO ZACARIAS
Para comunicação, faz pronunciamento.
28 - LUCAS BOVE
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
29 - PROFESSORA BEBEL
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
30 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Suspende a sessão, por conveniência da ordem, às 16h29min, reabrindo-a às 16h42min.
ORDEM DO DIA
31 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Coloca em votação requerimento para constituição de comissão de representação, do deputado Carlos Cezar, com a finalidade de participar de sessão solene, na Câmara dos Deputados, em homenagem ao aniversário da Igreja do Evangelho Quadrangular, ao completar 100 anos no mundo e 72 anos de atividades no Brasil, a realizar-se em 08/11, em Brasília-DF.
32 - CARLOS CEZAR
Encaminha a votação do requerimento para constituição de comissão de representação de sua autoria, em nome do PL.
33 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Assume a Presidência.
34 - EMÍDIO DE SOUZA
Encaminha a votação do requerimento para constituição de comissão de representação de autoria do deputado Carlos Cezar, em nome do PT.
35 - CARLOS CEZAR
Para comunicação, faz pronunciamento.
36 - GIL DINIZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
37 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Solicita comportamento regimental aos presentes nas galerias.
38 - BETH SAHÃO
Para comunicação, faz pronunciamento.
39 - EDUARDO SUPLICY
Encaminha a votação do requerimento para constituição de comissão de representação de autoria do deputado Carlos Cezar, em nome da Minoria.
40 - CARLOS CEZAR
Para comunicação, faz pronunciamento.
41 - GIL DINIZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
42 - BETH SAHÃO
Para comunicação, faz pronunciamento.
43 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Encaminha a votação do requerimento para constituição de comissão de representação de autoria do deputado Carlos Cezar, em nome do PSOL.
44 - GILMACI SANTOS
Para comunicação, faz pronunciamento.
45 - ALTAIR MORAES
Encaminha a votação do requerimento para constituição de comissão de representação de autoria do deputado Carlos Cezar, em nome do Republicanos.
46 - EMÍDIO DE SOUZA
Para comunicação, faz pronunciamento.
47 - ALTAIR MORAES
Para comunicação, faz pronunciamento.
48 - EDIANE MARIA
Para comunicação, faz pronunciamento.
49 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Informa que serão tomadas providências cabíveis para investigar caso de racismo contra a deputada Ediane Maria.
50 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Para comunicação, faz pronunciamento.
51 - PAULO FIORILO
Para comunicação, faz pronunciamento.
52 - GIL DINIZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
53 - BETH SAHÃO
Para comunicação, faz pronunciamento.
54 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Responde ao pronunciamento da deputada Beth Sahão.
55 - EDNA MACEDO
Para comunicação, faz pronunciamento.
56 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de constituição de comissão de representação de autoria do deputado Carlos Cezar.
57 - CARLOS CEZAR
Para comunicação, faz pronunciamento.
58 - TOMÉ ABDUCH
Para comunicação, faz pronunciamento.
59 - ALTAIR MORAES
Para comunicação, faz pronunciamento.
60 - TEONILIO BARBA
Para comunicação, faz pronunciamento.
61 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Tece comentários acerca da cartilha comportamental elaborada nesta Casa.
62 - PAULO MANSUR
Para comunicação, faz pronunciamento.
63 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Solidariza-se à deputada Ediane Maria pelo ato racista do qual foi vítima.
64 - EDUARDO SUPLICY
Para comunicação, faz pronunciamento.
65 - SIMÃO PEDRO
Para comunicação, faz pronunciamento.
66 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Tece comentários a respeito da investigação do caso de racismo praticado contra a deputada Ediane Maria.
67 - ALEX MADUREIRA
Para comunicação, faz pronunciamento.
68 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Para comunicação, faz pronunciamento.
69 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Tece comentários a respeito da investigação do caso de racismo praticado contra a deputada Ediane Maria.
70 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR
Para comunicação, faz pronunciamento.
71 - MAJOR MECCA
Para comunicação, faz pronunciamento.
72 - LUCAS BOVE
Para comunicação, faz pronunciamento.
73 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Coloca em votação requerimento de constituição de comissão de representação, da deputada Márcia Lia, com a finalidade de participar de reunião com ministros do governo federal, nos dias 06 e 07/11, em Brasília-DF.
74 - TEONILIO BARBA
Encaminha a votação do requerimento de constituição de comissão de representação de autoria da deputada Márcia Lia, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
75 - CARLOS GIANNAZI
Encaminha a votação do requerimento de constituição de comissão de representação de autoria da deputada Márcia Lia, em nome da Federação PSOL REDE.
76 - ATILA JACOMUSSI
Para comunicação, faz pronunciamento.
77 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Para comunicação, faz pronunciamento.
78 - ENIO TATTO
Encaminha a votação do requerimento de constituição de comissão de representação de autoria da deputada Márcia Lia, em nome da Minoria.
79 - SIMÃO PEDRO
Encaminha a votação do requerimento de constituição de comissão de representação de autoria da deputada Márcia Lia, em nome da Minoria.
80 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de constituição de comissão de representação de autoria da deputada Márcia Lia.
81 - CARLOS CEZAR
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
82 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Anota o pedido.
83 - BARROS MUNHOZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
84 - PAULO FIORILO
Para comunicação, faz pronunciamento.
85 - BARROS MUNHOZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
86 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido do deputado Carlos Cezar. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 08/11, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas e 03 minutos. Levanta a sessão.
*
* *
- Assume
a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS -
REPUBLICANOS - Presente o número
regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Convocação: Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V.
Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas e 30
minutos, ou dez minutos após o término da presente sessão, em cumprimento ao
interstício mínimo previsto no § 3º do Art. 100, do Regimento Interno, com a
finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:
*
* *
- NR - A Ordem do Dia para a 51ª Sessão
Extraordinária foi publicada no D.O. de 08/11/2023.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS -
REPUBLICANOS - Iniciamos neste
momento o nosso Pequeno Expediente, chamando para fazer uso da palavra a nobre
deputada Leci Brandão. (Pausa.)
O nobre deputado Paulo Fiorilo.
(Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada
Feminista. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputada Letícia Aguiar.
(Pausa.)
Deputado Capitão Telhada. (Pausa.)
Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Major
Mecca. (Pausa.) Deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson
Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge
do Carmo. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Reis.
O
SR. REIS - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar o presidente Gilmaci Santos, o nosso
“candidate designated”, ou “candidato designado”. Cumprimentar todos os
funcionários desta Casa, a deputada Thainara, o deputado Suplicy, o deputado
Giannazi. Cumprimentar os integrantes da Polícia Penal, da Polícia Civil, da
Polícia Técnico-Científica, da Polícia Militar, e todos aqueles e aquelas que
nos acompanham pela Rede Alesp. Também cumprimentar o público presente.
Eu, hoje, recebi uma
reclamação do presidente do Sindicato dos Policiais Penais por conta de que, na
minha fala anterior, eu não tinha mencionado que, naquela reunião que nós
tivemos na sexta-feira passada - na Procuradoria, ou no Ministério Público -
com o procurador-geral de Justiça, também estava presente ali o Sr. Fábio Jabá,
que é presidente do Sindicato dos Policiais Penais.
Fiquei muito contente
com o resultado, porque o Ministério Público agiu muito rápido com relação ao
Art. 12, § 2º da Lei nº 354, e já notificou o presidente desta Casa, o
presidente da Assembleia Legislativa, notificou o governador do estado de São
Paulo e a Procuradoria-Geral do Estado para prestar esclarecimentos sobre a
inconstitucionalidade desse
dispositivo, em face da Constituição Estadual e também em face da Constituição
Federal, que é o dispositivo que obriga hoje, na aposentadoria, os policiais
civis, os policiais penais e todos aqueles funcionários que têm nível em sua
carreira a, não tendo cinco anos, voltar para a classe ou para o nível
anterior, que é um dispositivo inconstitucional.
A outra
reclamação, Sr. Presidente, é que o Ministério da Justiça e Segurança Pública
abriu um convênio com os estados para cursos na área da Segurança Pública, para
as polícias de todo o País e o único estado que não aderiu foi o estado de São
Paulo.
Foram 135.520
inscrições, uma bolsa de R$ 900,00 para cada inscrito, que se deu via convênio,
ou que se dará via convênio com os estados. E o estado de São Paulo não aderiu.
É um prejuízo para o estado de São Paulo, porque cursos de qualificação para os
policiais sempre são bem-vindos. E, lamentavelmente, São Paulo acabou não
aderindo.
Vários
policiais, inclusive os policiais penais, os policiais civis, vários reclamaram,
mandaram no meu e-mail, “por que São Paulo não aderiu a esse convênio, a esses
cursos de formação, de qualificação?” Eu julgo serem muito importantes nas
carreiras policiais.
Outra coisa
também que eu quero dizer, presidente, é que ainda temos 200 mil famílias, ou
200 mil residências, aguardando a ligação da energia elétrica da Enel. Nós
ainda estamos vivendo várias ilhas escuras na cidade de São Paulo, e a empresa
com muito blá, blá, blá, mostrando a sua incompetência para solucionar esses
problemas. Fala muito e faz pouco.
E me surpreendeu
muito ontem o prefeito de São Paulo, que já está sendo chamado de “Ricartaxa”
porque ele está propondo uma taxa para enterrar a fiação em São Paulo, quando
já deveria ter sido uma obrigação dessa empresa, que ganha bilhões em nosso
País. Ganha bilhões, e leva esses lucros para o seu país, Itália, onde é sua
sede.
Enquanto isso,
enquanto ela se enche, se locupleta de muito dinheiro, de muito recurso, a
população está sofrendo. Muitos empresários, donos de bares, pequenos
restaurantes, padarias, perderam tudo aquilo que eles compraram, porque sem
energia elétrica acabam esses produtos, que são perecíveis, apodrecendo. Então
perderam, tiveram que jogar.
Eu entendo que
essas pessoas devem, sim, procurar os seus direitos, procurar indenização. Essa
empresa tem que indenizar essas pessoas que sofreram tanto prejuízo por conta
de uma definição simples. Podemos definir essa empresa, Enel, traduzi-la como
ineficiente.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra o
deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Conte
Lopes. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Gilmaci Santos, Sras. Deputadas,
Srs. Deputados, público aqui presente e telespectador da TV Assembleia. Sr.
Presidente, ontem o governador parece que assinou o projeto das APDs. A
Secretaria da Educação soltou uma nota na sua rede social dizendo que o projeto
estava sendo encaminhado para a Assembleia Legislativa.
Eu me refiro ao
projeto que nós estamos cobrando já desde o início do ano, o projeto que
garante que as atividades pedagógicas diversificadas da rede estadual, do
Magistério estadual, sejam realizadas em local de livre escolha.
No entanto,
mesmo com o anúncio do governo, mesmo com as redes sociais da Seduc alardeando
que o projeto teria sido enviado ontem à Assembleia Legislativa. Olha, hoje é
terça-feira, 14 horas e dez minutos, e até agora o projeto não foi protocolado
aqui na Assembleia Legislativa.
Essa é uma
reinvindicação importante da rede estadual, como também para resolver a questão
da falta-aula, a questão da atribuição de aulas, a questão da prorrogação dos
contratos dos professores da categoria “O” - contratos de 2018, 2019, 2020,
2021 também, que vai vencer agora -, a questão do concurso público, a questão
dos recursos da videoaula; Sr. Presidente, nada disso ainda foi, praticamente,
resolvido.
Saiu uma
resolução, a Resolução nº 47/23, que foi publicada ontem, mas também ela está
muito aquém de resolver os gravíssimos problemas que o Magistério está
enfrentando, sobretudo na questão da atribuição de aulas. Houve ali um avanço
na questão do tempo de serviço, que vai ter 45% da contagem de tempo, mas ainda
é pouco, Sr. Presidente.
Tem a questão
lá da assiduidade, que é grave, que é uma medida extremamente punitiva, que vai
punir vários professores, sobretudo aqueles professores que adoeceram, tiveram
licença médica, enfim, falta médica.
Esses
professores que já foram prejudicados pela doença - doenças normalmente
adquiridas no local de trabalho, com salas superlotadas, a questão da violência
nas escolas - perdem na bonificação e vão perder, também, no processo de
atribuição de aulas.
Mas nada disso
ainda foi, praticamente, resolvido. Então queria aqui alertar a rede estadual
de ensino, os nossos colegas e as nossas colegas do Magistério estadual, que
até agora, hoje, terça-feira, 14 horas e 12 minutos, o projeto não foi
protocolado. Agora tem que ser protocolado imediatamente e votado em caráter de
extrema urgência, para que nós possamos resolver, definitivamente, essa
questão, Sr. Presidente.
Essas APDs, do
jeito que foram instituídas pela Lei n° 1.374, a famosa “lei da farsa da nova
carreira”, ela... Essa APD vem prejudicando imensamente o Magistério estadual.
Ela significa,
hoje, um verdadeiro terrorismo contra o Magistério. Está adoecendo ainda mais o
Magistério e inviabilizando, de fato, o trabalho pedagógico, além de já ter
prejudicado muitos professores e professoras que perderam o acúmulo de cargo.
Então por isso
que é urgente o protocolo desse projeto aqui. O governo não tem que ficar
falando mais, ele tem que protocolar o projeto na Assembleia Legislativa. Ele
alardeou ontem, o dia todo, que o projeto tinha sido entregue à Assembleia
Legislativa protocolado. Nós acompanhamos ontem até tarde da noite e agora, até
esse horário - repito, 14 horas e 13 minutos -, o projeto não foi protocolado.
Quando ele
chegar, nós temos que votar em caráter de extrema urgência, porque o governo é
engraçado: quando lhe interessa, ele encaminha projetos do mal, como o projeto
que vai retirar, a PEC 9, que vai retirar dez bilhões da Educação; o projeto
que vai privatizar a água, vai encarecer a tarifa de água no estado de São
Paulo, que é a privatização da Sabesp.
Todo mundo está
acompanhando o que a Enel está fazendo aqui. Então a Sabesp é a Enel amanhã se
ela for privatizada. Todos nós sabemos que, sempre que tem privataria aqui no
estado de São Paulo, quem paga a conta é o povo, é a população, que paga mais
caro a tarifa.
Pioram os
serviços e a população fica totalmente abandonada, sem ao menos comunicação com
a empresa. É o que acontece com a Enel. Nem deputados conseguem falar com a
Enel, imagine a população.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado,
deputado. Com a palavra a deputada Solange Freitas.
A
SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. O governador Tarcísio fez duas
reuniões com os deputados da base para falar sobre o projeto de privatização da
Sabesp, explicou vários pontos do projeto, falou da importância da proposta
para se ter mais investimentos em menos tempos, redução da tarifa, benefícios
para a população mais carente e, também, para garantir os investimentos nas
cidades, de acordo com a necessidade de cada município.
A proposta que
foi falada pelo governador é muito boa. Mas, quando eu li o projeto de lei, eu
percebi que seria importante inserir nesse projeto as informações apresentadas
pelo governador Tarcísio no próprio texto da lei, tanto para garantir que essas
propostas sejam cumpridas por quem quer que venha assumir a Sabesp - caso a
privatização realmente ocorra -, quanto para garantir também os benefícios
desse projeto.
Até porque nós
temos diversos exemplos de privatizações mundo afora. Alguns casos que deram
certo e outros que deram errado. Então, eu apresentei nove emendas ao projeto
de privatização da Sabesp e gostaria de colocar aqui rapidamente para vocês
entenderem as minhas preocupações e o que eu proponho para tentar garantir
todos os benefícios para a população caso realmente a Sabesp seja privatizada.
A primeira emenda
é: caso tudo dê errado, se as metas não forem atingidas, que seja permitida a
reestatização da Sabesp, da mesma forma que ela for privatizada.
A segunda
emenda é que tenha um controle anual para acompanhar se as metas do Marco Legal
do Saneamento Básico vão ser realmente cumpridas, indicando ano a ano a
necessidade de investimento nos anos seguintes para poder atingir aquela meta.
A emenda número
14 prevê a estabilidade dos funcionários concursados da Sabesp por dois anos. O
ideal seria que eles ficassem mesmo sendo privatizada, que eles permanecessem.
Afinal, eles fizeram concurso público com a garantia de que eles iriam ficar
eternamente ali, digamos assim, na empresa.
Mas, como não
tem nada falando sobre isso no projeto de lei, eu acho temeroso não deixar
nada, então eu fiz a emenda 14, que prevê a estabilidade dos funcionários
concursados da Sabesp por dois anos.
O que é muito
importante não só para os funcionários que fizeram concurso nessa expectativa
de permanecer na empresa, de ter estabilidade, quanto para a população, para
evitar falhas nos serviços da Sabesp, que podem ser causadas, por exemplo, por
demissões excessivas - que geralmente ocorrem após a privatização.
As emendas 15,
19 e 20 adicionam alguns tópicos para proteção com a Golden Share, que é uma
ferramenta especial do estado para impedir alterações bruscas na Sabesp com a
privatização, que podem ser perigosas tanto para a população quanto para o
patrimônio público. Então, fiz algumas alterações ali para garantir essa
proteção.
A emenda 16 é
para impedir que a próxima gestão da Sabesp utilize operações financeiras para
diminuir a participação do estado após a desestatização, isso é também para
proteger o patrimônio público.
A emenda 17
inclui, no contrato social da Sabesp, uma cláusula de investimento mínimo
obrigatório em relação ao faturamento da empresa para que essa nova gestão
mantenha todos os ativos em condições ótimas de operação.
E a emenda 18
inclui um artigo que cria um limite para o exercício do voto. Para quê? Para
evitar que um grupo tome o controle da empresa.
Tudo isso é
para garantir que o estado ainda continue tendo voz e que a população seja
beneficiada caso esta Casa aprove a privatização da Sabesp.
Nós estamos
vendo o que está acontecendo com a Enel na cidade de São Paulo, e é no mínimo
estranho quando aqui em São Paulo a gente tira do governo o controle da energia
elétrica e quem assumiu foi uma empresa controlada por outro governo, já que a
Enel é controlada pelo governo italiano.
Então, nós não
sabemos quem vai assumir a Sabesp caso a privatização ocorra. Então, nós
queremos garantias de que a proposta vai mesmo beneficiar a população com
redução de tarifa e com investimentos, principalmente para os mais carentes.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com
a palavra o deputado Guilherme Cortez. (Pausa.)
Deputado Eduardo Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Prezado presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados,
eu hoje, aqui, registro uma triste reportagem assinada por Pedro Lopes,
publicada no UOL: “’Curam doença na porrada’: clínica de SP é investigada por
tortura e mortes”.
“Onezio Ribeiro
Pereira Júnior, 38, morreu em 25 de setembro de 2023, horas após dar entrada em
uma clínica de recuperação de dependentes químicos da rede Kairós, em
Embu-Guaçu, região metropolitana de São Paulo. O corpo tinha marcas de
espancamento e estrangulamento.
A morte de
Onezio não foi um caso isolado. A Kairós já era investigada por homicídio desde
março, quando um interno de 27 anos morreu com marcas no pescoço.
Outras clínicas
da rede são alvos de denúncias e estão sendo investigadas pela Polícia Civil
por suspeitas de tortura, lesão corporal, desaparecimento e pelo menos mais
duas mortes.
Ueder Santos de
Melo, proprietário da Kairós, foi preso no mês passado, na investigação sobre
as mortes. O UOL entrou em contato com seu advogado Jean Braz: ele confirmou
que representa Ueder nas investigações, disse que enviaria uma resposta, mas
não o fez até a publicação dessa reportagem.
O UOL teve
acesso às investigações e entrevistou ex-internos e familiares. Os relatos
constroem um cenário de terror nas unidades da Kairós, com internações
involuntárias, espancamentos e dopagem de internos.
‘Fui espancado,
torturado duas vezes. Era ateu, mas comecei a rezar para um dia sair dali’,
disse ao UOL um ex-paciente de 35 anos, que pediu anonimato.
Vídeo obtido
pela reportagem mostra o momento em que um ex-interno é retirado de uma
ambulância e agredido com chutes e um pedaço de madeira por outras cinco
pessoas.
O contrato de
prestação de serviços da Kairós diz que, ‘em caso de óbito (...) do acolhido, o
contrato deixa de ter validade em todos os aspectos, isentando ambas as partes
de quaisquer responsabilidades’.
A Kairós se
apresenta como uma comunidade terapêutica. As comunidades terapêuticas são
entidades privadas que se espalharam pelo país nos últimos 20 anos, destinadas
ao acolhimento de pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou
dependência de substâncias psicoativas.
A rede opera
por meio de seis CNPJs diferentes e tem unidades em Juquitiba, Embu-Guaçu,
Itapecerica da Serra e São Lourenço da Serra, todas em São Paulo.
Ueder Santos de
Melo fundou a primeira unidade da Kairós em 2017. Três anos antes havia sido
condenado por assalto a mão armada no Paraná e cumpria pena em regime aberto.
Em outubro, foi preso novamente, agora na investigação sobre a morte de Onezio.
Outros oito
funcionários da clínica também estão presos temporariamente.
Depoimentos de
ex-internos, colhidos pelo UOL, colocam Ueder no centro das violências
cometidas nas clínicas. Todas as fontes ouvidas pela reportagem descrevem
visitas do proprietário às várias unidades - por vezes armado - e participação
ordenando agressões e punições de internos.
Ele também
participaria das chamadas ‘remoções’, operações para resgatar pessoas em suas
casas para internação involuntária. A própria clínica fornece um laudo médico
justificando a internação.
Pela legislação
brasileira, a autorização de um familiar imediato acompanhada de laudo médico é
suficiente para internação involuntária de dependentes químicos. As clínicas,
porém, são obrigadas a notificar o Ministério Público, justificando a
internação, em até 72 horas.
O UOL
questiona, desde 18 de outubro, o órgão sobre as notificações de internações
recebidas da Kairós, mas não obteve respostas até a publicação da reportagem,
que também tentou entrar em contato com os telefones das clínicas Kairós por
diversas vezes, mas não foi atendido.”
Tendo em conta
casos como estes, Sr. Presidente, é que eu apresentei um projeto de lei para
prevenção, que em todo o estado de São Paulo haja os serviços disque-denúncia
das comunidades terapêuticas, e que diz que fica instituído no estado de São
Paulo o serviço Disque-Denúncia das Comunidades Terapêuticas.
O serviço será
criado para a proteção das pessoas acolhidas em comunidades terapêuticas.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para conclusão, deputado.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Assim, eu gostaria, Sr.
Presidente, de solicitar que este meu pronunciamento, inclusive, com a parte
que eu não tive tempo de ler, seja encaminhado tanto ao secretário estadual da
Saúde quando ao secretário da Segurança Pública.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Será
feito da forma regimental, nobre deputado. Com a palavra, deputado Lucas Bove.
(Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)
Deputado Rui Alves. (Pausa.)
Passamos, então, à Lista Suplementar,
convidando para fazer uso da palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino.
(Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.)
Deputada Thainara Faria.
A
SRA. THAINARA FARIA - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Muitíssimo obrigada, Sr. Presidente Gilmaci. Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, ao público que nos acompanha, servidores,
assessores, policiais, muito boa tarde, São Paulo.
Eu estou aqui,
hoje, para conversar com vocês e poder ser a voz de milhares e milhares de paulistas
que gostariam de estar aqui conversando com os deputados, falando com as
autoridades e demonstrando a indignação do que continua acontecendo, não só na
capital paulista, mas também em mais de 40 cidades do estado de São Paulo
despois das fortes chuvas.
Eu vou dizer
uma coisa para os senhores e para as senhoras que me acompanham, quando eu fiz
a opção por estar na Comissão de Infraestrutura, foi exatamente para que nós,
deputados, pudéssemos pensar sobre desastres naturais antes deles ocorrerem.
Os biólogos vêm
nos alertando sobre várias questões climáticas há muitos anos, e quais medidas
vêm sendo tomadas em relação a isso? A gente não pode mais chamar um temporal,
uma cheia, uma ventania, de surpresa, porque tudo isso é bola cantada por
biólogos e por estudiosos há muito tempo.
Então, se os
senhores e as senhoras abrirem agora mesmo o aplicativo da “Folha de S. Paulo”,
vocês vão ver o seguinte: “Mortes por temporal chegam a oito em São Paulo, e
ainda tem 200 mil famílias às escuras, 200 mil imóveis.”.
Depois disso,
vem uma série de subtítulos dizendo: “‘Não é para nos desculparmos, não, o
vento foi absurdo’, diz a Enel.”. Diga isso para as famílias que perderam essas
oito pessoas.
Outra questão
que está aqui colocada também: “Italiana Enel dobrou o lucro e reduziu
funcionários em 35% desde que assumiu a distribuição.”. É neste ponto que quero
tocar com os senhores, com as senhoras que nos acompanham, porque a
privatização prevê, sim, o lucro.
Para ter lucro,
a primeira coisa que eles fazem é cortar pessoal e mandar pessoas embora. Essas
pessoas que, normalmente, desempenham funções primordiais para o bom trabalho,
para o bom desempenho de um trabalho para a população. Ainda diz assim, que:
“‘A empresa tem o dever de restabelecer energia sem demora, mesmo com o
temporal’, dizem especialistas.”.
Tudo bem,
especialistas, mas o que a gente vai falar para as famílias que estão no quinto
dia do apagão, sem internet para se comunicar com as pessoas e sem energia para
tomar um banho quente?
Idosos e
pessoas com mobilidade reduzida, muitas vezes, sem terem condições de ter um
elevador nos seus prédios para chegar até as suas casas. Nós estamos ilhando as
pessoas.
Nós perdemos
vidas. Quem vai se responsabilizar pelos danos causados àquele trabalhador,
àquela trabalhadora que juntou um dinheirinho e comprou um eletrodoméstico que
queimou com a falta de energia. Quem se responsabiliza pelos alimentos que
foram perdidos das famílias que não tiveram onde guardar?
Nós não estamos
na idade da pedra, não se guarda carne mais no meio do sal. Nós precisamos de
energia elétrica para guardar na geladeira, no freezer. Então, o que eu quero
alertar ao estado de São Paulo é que nós não podemos tratar essa questão como
isolada.
A privatização
nunca é boa para a população; é sempre boa para o bolso de poucas pessoas. Nós
estamos aqui para defender que todas as pessoas no estado de São Paulo tenham
condições de ter uma vida digna e cidadã. E ter a água encanada de qualidade e
energia elétrica disponível é um pressuposto para isso.
Então, nós
vamos trabalhar muito, vamos lutar muito para que isso não ocorra novamente, e
para que a Enel se responsabilize por todos os danos causados a partir da falta
de energia.
E seguimos aqui
cobrando. Quinto dia de apagão para mais de 200 mil famílias. Enel, cadê vocês?
Vamos responder à população e vamos restabelecer a energia elétrica de quem
precisa.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputada Thainara Faria. Com a palavra, a deputada Professora Bebel.
Tem V. Exa. o tempo regimental.
E também queria agradecer aqui a
presença do nosso ex-deputado e prefeito da nossa querida cidade de
Carapicuíba. No dia nove, estaremos ali recebendo o título de cidadão carapicuibano.
Obrigado, prefeito Marcos Neves.
Obrigado, Marquinho.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Cumprimento a Mesa de
trabalhos, assessores à minha esquerda, à minha direita, Srs. e Sras.
Deputadas, público presente; enfim, todos os que nos acompanham através da Rede
Alesp.
Eu subo a esta
tribuna, primeiro consternada e incomodada com um debate que eiva a nossa vida,
que é a privatização da Sabesp. E isso está mais claro do que nunca que não dá
certo; está aí a Enel, demonstrando a incapacidade de gerir no estado de São
Paulo. E se estendeu também, não é só na capital, o interior também teve
problema com falta de energia elétrica.
E eu assistia
ontem, muito atentamente, à GloboNews, que não costuma, viu, deputada Monica,
ser favorável às nossas posições. Mas me chamou a atenção o link que foi feito
entre a privatização da Sabesp e a Enel. E a fala daquele jornalista, o
Demétrio Magnoli, é uma fala que reforça e legitima por que não privatizar a
Sabesp. Porque causa uma insegurança nas pessoas.
As pessoas não
têm clareza do que pode acontecer, como o que aconteceu com essa chuva, e a
ventania que aconteceu no estado de São Paulo, e a falta de luz elétrica e as
pessoas que perderam sua alimentação que estava na geladeira; enfim, alguns
remédios se perdem, e por aí vai. Então, eu acho que tem uma perda, um saldo
muito negativo.
Eu acho que
esta Casa, se votar favorável... Veja bem, população que nos acompanha: esta
Casa está com uma posição favorável - eu falo da ala do Governo - à
privatização da Sabesp.
Olhe bem a cara
dos Srs. e Sras. Deputadas que votarem favorável, porque votar favorável é
votar contra o povo do estado de São Paulo. Eu acredito que não precisa de
muita argumentação; eu acho que está aí visível.
Até ontem ainda
tinha 300 mil casas, deputada Monica, onde não tinha voltado a luz. Isso não é
pouca coisa; não é uma conta pequena, é uma conta de gigante. Então, nós não
podemos aceitar.
Mas eu subo a
esta tribuna para dizer o seguinte: nós, o Sindicato dos Professores,
conseguimos a duras
penas uma audiência para que saísse publicada a resolução de atribuição de
aulas. É ainda insuficiente, mas - é triste falar isso - menos ruim do que a do
ano passado.
Então você que é
professor ou professora, por favor, siga-nos, siga-me, porque a gente fomentará
sobre essa questão da atribuição de aulas, porque a gente arrancou a reunião no
dia primeiro, na quarta-feira, com muita dificuldade nós tiramos essa reunião.
Ao mesmo tempo, está
anunciado que as APDs finalmente chegam para esta Casa. Desde ontem até o
presente momento, não entrou na Casa, não entrou. Nós queremos ver o
compromisso, porque o secretário se comprometeu conosco no dia primeiro, e até
agora, neca. Então nós estamos aí acompanhando.
Ontem deu em tudo
quanto é rede que o governador tinha mandado para cá esse e aquele que corrige
aquela vergonha, que é o professor perder duas aulas porque vai ao médico e
depois tem descontado o dia todo.
É um absurdo, é um
convite a não comparecer às aulas, desculpe-me. Ou corrige que vai descontar os
dois dias ou dá o direito, que é o mais correto, do professor poder ir ao
médico, meu Deus do céu.
Sabe, como é que eu
vou prever que eu vou ficar doente? Como assim? É uma visão escravagista de
como gerir uma categoria e o funcionalismo público do estado de São Paulo.
Eu tenho mais coisas
para falar, mas depois volto para me inscrever no Grande Expediente. Eu estou inscrita
para o Grande Expediente, Sr. Presidente, e aí vou colocar mais algumas
questões contra a posição do governo que, enfim, vamos ter que enfrentar nesta Casa.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado,
deputada. Com a palavra o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Sebastião
Santos. (Pausa.) Deputado Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur.
O
SR. PAULO MANSUR - PL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Uma boa tarde a todos, uma boa tarde a quem nos acompanha pela
TV Alesp, cumprimentar o presidente aqui da Casa e falar a todos vocês que é
fácil comparar a administração do governador Tarcísio com a administração, por
exemplo, do governo Lula. Então a gente, por exemplo, olha as narrativas em
2019.
No ano de 2019, o
presidente Bolsonaro foi massacrado, falavam que ele desmatava a Amazônia,
fizeram um caos na vida dele, colocando foto dele no mundo, demonstrando que
ele estava devastando o pulmão do mundo, que era a Floresta Amazônica. Então,
são narrativas que são colocadas, que a gente não sabe se os artistas da época
fizeram isso por uma ideologia, por um partido ou pelo voto deles.
Porque o que a gente
vê dos artistas, por exemplo, Anitta, Gisele Bündchen, Leonardo DiCaprio, entre
outros famosos que têm uma rede social fortíssima e influenciam as pessoas no
mundo, não só no Brasil, eles estão calados neste momento. Isso me chama
atenção porque, em outubro deste ano de 2023, a gente teve o maior desmatamento
dos últimos 25 anos no Brasil.
Ninguém fala nada,
tem um silêncio total, e esses influenciadores estão calados. Isso me incomoda,
porque eles realmente falaram para o mundo que o Bolsonaro era um genocida, que
o Bolsonaro estava devastando o pulmão da Amazônia.
Só que não só isso,
Major Meca. Eu recebi uma informação de que o governo Lula diminuiu em 30% o
orçamento do Ibama, órgão que cuida da Floresta Amazônica.
Ou seja, de 1.500
fiscais que o presidente Bolsonaro deixou para cuidar
e averiguar as queimadas na Amazônia passou para mil fiscais. Então diminuiu o
investimento de fiscais na Amazônia, diminuiu em 30% o orçamento do Ibama, e o silêncio
da mídia geral em cima da maior queimada da história da Amazônia.
E um detalhe: ficavam falando que a maior
queimada da Floresta Amazônica era em 2019, e foi em 2009. A maior queimada que
teve até hoje na floresta amazônica foi no governo Lula, e agora ele repetindo
em 2023 essa vergonha para o Brasil, e ninguém fala nada.
É um verdadeiro absurdo que a gente passa
no País. É uma vergonha ter artistas do porte da Bruna Marquezine e de pessoas
tão famosas, que falam nas redes sociais para milhares de pessoas, em silêncio.
Ou seja, elas defendiam claramente um
governo, elas não defendiam o Brasil, porque, se elas defendessem o Brasil,
esses artistas estariam agora como aquele DJ que mostrou e colocou na rede
social dele que é um absurdo que está acontecendo em Manaus, que é um absurdo
que está acontecendo na floresta amazônica.
O Alok se posicionou, colocou. Ou seja,
tudo bem se você quer se posicionar a favor de um governo, mas, quando acontece
pior em outro governo, é necessário que os artistas se posicionem. Perante isso,
eu vim aqui para explicar o que vem acontecendo no nosso Brasil.
Muito obrigado a todos vocês.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS -
REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Com a palavra o deputado
Simão Pedro.
Em especial, queria cumprimentar as minhas
queridas amigas professoras lá da região da Mogiana de Pirassununga, Iara e
demais companheiras, que eu vou logo mais receber lá no gabinete. Muito
obrigado pela presença de vocês aqui.
Sr.
Presidente, é lógico que esse assunto da Aneel nos preocupa muito. Eu ontem
tive a oportunidade de me pronunciar sobre esse assunto aqui, exigindo um plano
de indenização aos consumidores lesados por essa leniência da empresa
concessionária, que cortou 36% dos seus funcionários quando aumentou a abrangência
do serviço. Então por isso é que levou a esse colapso que ainda a gente vive
aqui.
Provavelmente a CPI da Enel vai convocar o
presidente da empresa para dar explicações aqui, acho que o presidente da Arsesp
tem que vir aqui também. Acho que tem que vir o presidente da Aneel nacional,
que faz o contrato de fiscalização, porque nós não podemos viver assim, à mercê
de ficar sem energia.
Deputado Cachorrão, Vitão do Cachorrão,
perdão, eu era pequeno, morava no Paraná, e até os nove anos não tinha eletricidade,
a gente usava lamparina. Hoje não se vive sem eletricidade, é o caos, né?
Mas eu queria chamar a atenção, Sr.
Presidente, para outro assunto que foi objeto de uma audiência lá na cidade de
São João da Boa Vista, na sexta-feira, com a presença do ministro Paulo
Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar, que é a
situação dos produtores de leite do estado de São Paulo.
O senhor sabe que o estado de São Paulo
tem vários territórios onde a produção de leite é intensa. A grande maioria,
90% dos produtores de leite, são pequenos e médios, são assentados, são
pequenos proprietários que têm 20, 30 vaquinhas e vivem disso. O leite é um
alimento fundamental, fundamental. Tem países, como a França, que subsidiam os
produtores, para não faltar. É um tema fundamental da segurança alimentar.
Só que o Brasil, com negociações na Câmara,
etc., dentro do âmbito do Mercosul, tirou alíquotas de importação, e houve um
volume muito grande de produtos importados do Uruguai, da Argentina, da
Austrália, da Nova Zelândia, que entraram no Brasil, e isso prejudicou a
produção de leite no Brasil, porque fez cair os preços internos.
De maneira que hoje, olhando a situação, o
produtor vai ter que abandonar essa função importante, essa produção
importante, porque está ficando maior o custo da produção do que o preço que
ele consegue receber pelos seus produtos. Estive no Vale do Paraíba na sexta e
sábado e pude constatar esse problema, tem gente que está deixando de
comercializar o leite para investir somente no....
Mas assim, a boa notícia, também, é que o
governo Lula já tomou providências no sentido de restabelecer a alíquota
anterior. Isso é muito importante, o ministro deu essa informação para os
produtores da região de São João da Boa Vista. Insisto que não é só lá, é em
Promissão, é em Andradina, no Portal do Paranapanema, é no Vale do Paraíba.
Os produtores,
não é primeira vez, também, que sofrem. Eu me lembro que eu ajudei a fundar uma
associação de pequenos e médios produtores de leite no estado de São Paulo, no
ano de 2001. Fundamos essa associação lá em São Carlos, deputada Thainara, ela
funcionou por determinado tempo, mas é muito difícil os pequenos se organizarem
para dar conta.
Mas as
reivindicações que o ministro levou, eu quero parabenizar o ministro Paulo
Teixeira pela capacidade rápida de marcar audiência, de ouvir, de se colocar à
disposição, de já tomar as providências no âmbito do governo federal, junto com
o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas as reivindicações vão além.
Os produtores,
na linha do que é a economia solidária, do que é o cooperativismo, muitos são
produtores cooperativados. Vou dar um exemplo, na Coapar em Andradina, são 900
pequenos produtores associados. Eles têm um laticínio, deputado Vitão do
Cachorrão.
Então, eles
precisam de crédito, precisam de apoio para comercialização, precisam de apoio
para infraestrutura, precisam de linhas especiais, subsídios, porque o leite é
um item importantíssimo da cadeia alimentar, e os produtores não podem ficar
nessa situação.
Chamo a atenção
para que o governo Tarcísio, Secretaria da Agricultura deem, também, a sua
contribuição. Não podem ficar só olhando o grande agronegócio, os grandes, como
a história da Secretaria da Agricultura, e passem a olhar os pequenos e médios.
Eles precisam de apoio, precisam de linha de crédito, precisam de....
Por exemplo:
por que não o Governo do Estado restabelecer a compra do leite para distribuir
para a população carente? Temos muita gente passando fome nas periferias, nas
grandes cidades, e esse era um programa bom que o estado tinha e ainda tem, mas
hoje bastante limitado.
É isso, Sr.
Presidente, muito obrigado e parabéns aos pequenos produtores de leite pela sua
mobilização, pelo encaminhamento das reivindicações, pelas vitórias que já
conseguiram, e espero que eles tenham mais vitórias a curto e médio prazo para
que a cadeia do leite, principalmente para o pequeno e médio, possa ser
plenamente restabelecida.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com
a palavra, deputado Major Mecca. (Pausa.).
O
SR. MAJOR MECCA - PL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
a todos que nos acompanham pela TV Alesp.
Hoje, dia 07 de
novembro, eu estive no 1º Batalhão de Polícia de Choque, na Rota. Pude
participar de uma solenidade de valorização dos policias militares pertencentes
àquela unidade. Os nossos irmãos de Rota... Atividade tão difícil no nosso
estado de São Paulo, em todo o Brasil, ser policial.
Não é fácil,
presidente, trabalhar sob condições sem legislação, sem segurança jurídica,
Vitão. Para complicar ainda mais, colocam no peito de um policial uma câmera
para que as imagens sejam utilizadas contra ele, não a favor dele.
Mesmo ele
estando correto, utilizam-se dessas imagens para prejudicá-los. Mas nós
estivemos hoje lá na Rota, para levar o nosso cumprimento, o nosso abraço, a
esses homens valorosos das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar. Saindo de lá, eu
estive no 2º Batalhão de Choque, que foi onde eu iniciei a minha carreira.
Participei de
um evento, um aniversário da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas, a
Rocam. Essa atividade de patrulhamento, que nasceu em 1982, também lá no 1º de
Choque, na Rota. A Rocam, em 82, era uma companhia da Rota. Em 1986, passou
para o 2º Batalhão de Choque, onde está até hoje.
Eu tive a
satisfação de cumprimentar e abraçar inúmeros irmãos de Rocam, com quem eu
aprendi a fazer polícia, aprendi a defender o povo do nosso estado. Então eu
gostaria de registrar aqui os 41 anos.
Filma aqui, ó,
a TV da Assembleia Legislativa, os 41 anos da Rondas Ostensivas com Apoio de
Motocicletas, a Rocam, unidade gloriosa, onde eu aprendi a ser policial.
Onde eu
aprendi, com soldados, cabos, sargentos, oficiais, a defender o povo do nosso
estado. Trocamos muitos tiros juntos na rua. Derrubamos bandido que subjugava a
população, trabalhador inocente, que resolveu enfrentar o policial militar.
Resolveu
enfrentar o patrulheiro de Rocam. Escolheu para aonde queria ir, foi para o
cemitério. Se tivesse se entregado, tinha ido para a cadeia, porque nós
respeitamos a vida e a dignidade da pessoa humana.
Parabéns,
nobres integrantes da Rocam, do 2º Batalhão de Polícia de Choque. Tenho um
enorme orgulho em ter envergado a mesma farda que os senhores. Hoje eu estou
aqui para defendê-los e brigar por todos vocês.
Grandes homens,
grandes mulheres, que defendem verdadeiramente o povo do estado de São Paulo, o
cidadão de bem.
Parabéns a
todos vocês.
Muito orgulho e
a minha melhor continência a todos.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Com a palavra o deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi.
(Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão.
O
SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Boa tarde
presidente e amigo de partido, Gilmaci. Cumprimentar a Polícia Militar, a
Polícia Civil. Cumprimentar os trabalhadores da limpeza, o pessoal da TV Alesp,
o pessoal que trabalha comigo.
Sem a nossa
equipe, a gente não é nada. Guilherme Cortez, meu amigo. Cumprimentar a todos
os deputados. Deputada Thainara, deputado Reis, deputado Marcolino, deputada
Monica Seixas, trabalhando por São Paulo e por Itu também.
Eu quero também
usar a minha palavra aqui em nome do povo, daqueles que mais precisam e
sofreram. Só em Sorocaba, com esse vendaval, foram 500 casas sem energia. E
ainda continua, pessoas que perderam tudo. Comerciantes desesperados, que me
ligaram.
Mais de 40
horas sem energia, perderam tudo o que tinham para vender. Praticamente
faliram. E muita gente também, trabalhador que recebeu, no dia 30, que juntou o
dinheirinho da aposentadoria, e o dinheiro que ele recebeu, o mês todo,
trabalhando dando um duro, e perdeu tudo na sua geladeira.
E o pobre, o
trabalhador, eu tenho orgulho de onde eu vim. Eu me lembro do meu pai, que era
pedreiro, comprava a mistura, comprava verdura com o dinheiro do pagamento.
Como é que vai
ficar isso agora? Por isso, eu já fiz... Eu sei que tem aqui uma CPI. Respeitando
a CPI, eu já fiz dois requerimentos para o comparecimento, a convocação do
presidente da Enel, para que ele apareça aqui e dê explicações, o Sr. Max
Xavier Lins.
E também, como
em Sorocaba e em boa parte da região, onde uma senhora desesperada de Salto de
Pirapora... É por isso que falo a região, Thainara. Graças a Deus a gente tem
um teto bom para morar, deputado Marcolino, mas, com esse vendaval, a telha
Eternit, a casa sem reboque perdeu tudo, o seu telhado, perdeu todos os seus
móveis, todos os alimentos.
Também fiz aqui
a convocação, um requerimento que está aqui nas minhas mãos, para que ele
apareça aqui, que seja convocado o presidente da CPFL, o Dr. Gustavo Estrella
também.
E coloquei aqui
algumas perguntas que a gente vai fazer para o presidente, porque tem que dar
explicação. Foi um desastre natural? Foi um desastre natural, ok, mas o que não
pode é o povão ficar 48 horas, 60 horas sem energia.
E o que
acontece em Sorocaba? Eu fui vereador no município e é proibido por lei, no
sábado ou no domingo, ou na sexta-feira após as 17 horas, cortar energia de
quem está devendo, porque ela tem que ter o dia útil para pagar, de segunda a
sexta. E eles vão lá, quando é para cortar energia, a CPFL vai e corta, e deixa
a pessoa... Em Sorocaba, se perdeu...
A gente falou
aqui. A deputada Thainara e alguns deputados resumiram muito bem, Gilmaci.
Perderam muitas vacinas, vacinas de Covid, vacinas de crianças, aquelas
primeiras vacinas. Isso aconteceu em Sorocaba. Quinhentas casas sem energia.
Caíram 510 árvores.
E o que
acontece? Às vezes, a prefeitura - a gente sabe que os prefeitos sofrem - não
faz a poda de árvores, porque não tem a competência. Deputada Thainara, já que
eles recebem um contrato, a Enel e também a CPFL, que é um braço, recebem um contrato
milionário, quem tem que fazer essa poda de árvore, então, que tenha capacidade
de desligar a energia, é a própria Enel, é a própria CPFL.
Aí não poda
árvore. Caiu em cima de carro, já caiu em cima de criança. Aconteceu esse
desastre de muitas árvores lá, o povo sem energia, perderam tudo. O que eu fiz
também em Sorocaba?
Entrei no Ministério
Público, para que tenha um ponto de atendimento agora para as pessoas que
perderam tudo, desde a pessoa que perdeu a mistura, perdeu a carne...
Uma vez por mês
a pessoa tem condições de comprar a mistura, o frango. Então, eles vão ter que
atender e ressarcir um possível... Vão ter que ressarcir essa pessoa. Muitas
pessoas tiraram a geladeira em 36 meses.
Deputada
Thainara, para concluir aqui, Monica Seixas, o pobre é assim. Ele paga
certinho, mas ele compra em 36 meses. Com esse apagão - estou terminando aqui, Sr.
Presidente -, ele perdeu eletrodoméstico, a geladeira.
Então, eles são
obrigados... Eu fiz aqui e vi que o governador também fez, que tenha um ponto
de atendimento para que essa pessoa que perdeu tudo, ela seja ressarcida,
porque o trabalhador que paga imposto merece respeito.
Deus abençoe a
todos.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputado Vitão. Neste momento, não há mais tempo para o Pequeno
Expediente.
*
* *
-
Passa-se ao
GRANDE EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Entramos no Grande
Expediente chamando para fazer uso da palavra o nobre deputado Donato. (Pausa.)
Por cessão de tempo da deputada Ediane Maria, com a palavra a deputada Monica
Seixas.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Boa tarde a todos, boa tarde aos que nos visitam.
Sejam bem-vindos, é um prazer ter vocês com a gente acompanhando o trabalho do
Poder Legislativo.
Bom, eu estou na CPI da Enel. Ela foi instalada desde
o início do ano e acho que já nasceu uma CPI com o relatório pronto, porque
desde o início me parece consenso, um dos poucos consensos que tem nesta Casa,
de que a Enel presta um serviço de péssima qualidade, em um monopólio. As
pessoas não têm condições de optar por outra prestadora de serviços, está obrigado a ter o serviço da
Enel.
O que a gente
escuta na CPI... A gente já ouviu o Procon, a gente já ouviu a Defensoria
Pública, a gente já ouviu usuários e a gente vai convocar - eu e outros tantos
deputados já protocolamos esse requerimento - a direção da Enel.
Mas o que a
gente escuta é que a Enel é recorde de reclamação do consumidor em todas as
cidades em que ela está presente, não só por não entregar o seu principal
produto, cortes no fornecimento de energia são recorrentes. Dois, três dias
antes do grande vendaval, o Butantã, aqui na Capital, estava sem energia,
Taboão da Serra estava sem energia. Isso acontece recorrentemente.
Mas os maiores
problemas da Enel são outros dois, que eu considero que se agravaram e
agudizaram a situação da empresa depois do vendaval dessa semana, porque a
gente teve cortes de energia e quedas de árvore no estado inteiro. A nossa
região - Vitão, estava falando - a CPFL também está sendo duramente cobrada
para atender.
Mas qual é o
agravante da Enel? O agravante da Enel é que ela nunca ofereceu um canal
estável de atendimento ao consumidor. Você tenta o site, não funciona. Você
tenta ligação, não funciona. Você tenta o SMS, não funciona. Você não é
atendido pela Enel. E o segundo? Cobranças arbitrárias.
Há corte na
energia recorrentemente em toda a Região Metropolitana, e em toda a Região
Metropolitana as pessoas dizem que as contas são constantemente cobradas com
custos extras, acima do valor médio, contas que chegam sem valor, chega só a
conta em branco e você é surpreendido - leilão, não é? Loteria - na hora do
caixa, na hora de pagar, chega duas contas no mesmo mês, eu mesma no mês
passado fui cobrada duas vezes, chegaram duas contas na minha casa aqui em São
Paulo.
Então a Enel
gosta do privilégio do monopólio, da população ser refém do atendimento, e
presta um serviço de péssima qualidade, deixa as pessoas desassistidas. Por
isso, eu considero que a CPI da Enel já nasceu com resultado, desde o primeiro
dia.
Todos os
membros da CPI da Enel, em consenso, dizem: “A Enel não cumpre o contrato. A
Enel não pode ficar. O contrato com a Enel foi ruim, foi uma péssima ideia
passar a gestão da energia para essa empresa.” E eu considero que não tem outro
rumo se não a Assembleia Legislativa apontar pelo rompimento de
contrato com a Enel aqui na Região Metropolitana.
Mas, por falar nisso, eu queria falar de outra privatização
e outra empresa cara, também um monopólio, também uma situação em que ninguém
vai ter a opção de usar esse ou outro serviço, só tem esse serviço, e todo mundo
aqui no estado, mesmo que não seja atendido por essa empresa, mais cedo ou mais
tarde precisa dela.
Hoje o presidente da Assembleia disse que está com pressa,
que vai começar a tramitar, possivelmente em congresso de comissões, a
privatização da Sabesp.
Ainda sem hora, mas possivelmente hoje, deixando a gente
aqui em estado de alerta, deixando todo mundo aqui alvoroçado, porque é um
absurdo que ao mesmo tempo a gente esteja assistindo uma privatização mal feita
deixar milhares de pessoas reféns, outra privatização de um serviço essencial,
e também de um monopólio que não vai ter concorrência, seja apressada,
impedindo que as pessoas tenham condições de discutir.
Eu venho aqui, Thainara, hoje para lembrar um pouco da minha
história. Acho que eu nunca contei o que fez de mim deputada estadual, o que
fez de mim uma figura pública.
Eu sou de Itu, vizinha do Vitão do Cachorrão, de Sorocaba.
Duas cidades que convivem muito, Sorocaba é grande, Itu é pequenininha. A gente
vai muito para Sorocaba para estudar, para ir a restaurantes e etc.
Em 2007, Itu foi uma das cidades pelo mundo que optou por
privatizar o seu serviço de água e esgoto. No contrato, estava escrito que a
empresa vencedora da licitação ia ampliar o serviço de abastecimento e a oferta
de saneamento básico na cidade. Tinha ali, no mínimo, 47 milhões de obrigação
de investimento a fazer.
Pois bem, assumiu a empresa Águas de Itu. Sete anos depois,
em 2014, São Paulo
enfrentava uma crise hídrica, estava seco, mas Itu não tinha uma gota de água.
Itu não tinha uma gota de água.
Aí você vai
falar: “Monica, o estado inteiro enfrentou o racionamento, foi uma seca, foi
coisa do clima”. Como a Enel fala agora que as pessoas desassistidas, sem uma
resposta de quando é que vai religar, “é coisa do clima”. O que que faz com que
no estado inteiro todo mundo esteja enfrentando rodízios, mas em Itu a gente
tenha passado um ano sem receber uma gota de água na torneira?
Itu não era
rodízio. Não era de madrugada chega água e você passa o dia sem. Não era final
de semana vem a água, você passa cinco dias sem. Não é que vem caminhão pipa e
abastece dois litros de água por dia, que é o mínimo que a ONU diz que garante
a dignidade humana. É nada. Um ano sem nada de água na torneira.
E a mesma coisa,
a empresa Águas de Itu bancou a Enel antes da Enel. Você ligava, não atendia.
Você ia ao posto de atendimento e não tinha ninguém para atender. Você
procurava uma resposta, não achava ninguém. Imagine o cenário de você ser pessoa
acamada, dona de casa sem lavar a louça, sem cozinhar. Imagine o cenário de a
gente não conseguir tomar banho.
Em 2014, o
senhor me perdoe a palavra, presidente, mas Itu inteiro defecava em uma sacola
plástica e jogava no lixo, porque dar descarga dentro de casa era uma coisa impossível.
A cidade fedia.
Fedia. Grandes mobilizações e revoltas populares tomaram a rua. Meia cidade
quebrada. Senhorinhas de 85 anos, para mais, armadas de ovos, atacando
políticos na rua, pedindo pelo amor de Deus uma resposta.
Vocês conseguem
imaginar o que é viver um ano sem receber água e não ter perspectiva de volta,
você não saber o que que vai acontecer? Você vende sua casa e vai embora?
Padarias fecharam, lava-jatos fecharam, escolas fecharam, hospitais tiveram
dificuldades de funcionar. Foi horrível.
E aí eu vim muito
à Assembleia Legislativa, o deputado Carlos Giannazi fez diversas audiências
aqui sobre a situação da água de Itu, e uma solução que se encontrou era óbvia,
receber socorro humanitário das cidades vizinhas. Porque a água está conectada.
Se Itu não tinha
mais capacidade, pedisse ajuda para a Sabesp. Só que aí o Governo do Estado
colocou outro imbróglio político. “Eu trato a água, eu recolho a água, eu
garanto segurança hídrica para os paulistanos. Eu vou entregar água para a Águas
de Itu, que é uma empresa privada, lucrar?”.
Esse imbróglio
jurídico e político arrastou o nosso sofrimento por um ano, até que houve a
derrubada da Águas de Itu. Esse processo de remunicipalização dos serviços de
água e esgoto de Itu, que foi o primeiro do Brasil, mas faz parte de um círculo
de mais de 300 cidades que reestatizaram o serviço de água e esgoto pelo mundo
mostra que nós vamos enfrentar fenômenos climáticos gravíssimos no próximo
período.
Todo mundo sabe
disso. Não falar disso é negacionismo. Tem dia que vai chover tanto que pessoas
vão morrer debaixo d’água, e vai ter período que vai ser tão seco que a gente
não vai ter água para dar descarga dentro de casa. Dividir a pouca água que a
gente tem no estado de São Paulo vai ser cada vez mais difícil tarefa política.
Difícil tarefa
política. E sabe quem administra a maior parte da água do estado de São Paulo,
se não, quase toda, porque todos os rios se encontram no sistema Guarapiranga,
no sistema Cantareira? A Sabesp.
Não importa em
que canto do estado você esteja, mais cedo ou mais tarde você vai precisar da
água da Sabesp, e é nesse cenário que a Assembleia Legislativa quer privatizar
às pressas a Sabesp. Durante a luta pela Águas de Itu, eu surgi como uma
liderança pela proteção dos rios, pela proteção da água.
Isso me trouxe
aqui. Infelizmente, eu não esperava que na minha jornada política eu não
tivesse só que defender a água pública em Itu, mas a organização da água
pública na maior parte do estado de São Paulo porque toda a água do estado de
São Paulo passa pela administração da Sabesp.
Obrigada, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputada. Com a palavra o deputado Conte Lopes. (Pausa.) Com a
palavra aqui o deputado Luiz Claudio Marcolino, por permuta com o deputado
Paulo Fiorilo.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários
e funcionárias da Assembleia Legislativa, servidores e servidoras da Educação
que nos acompanham hoje aqui no plenário da Assembleia Legislativa, ontem falei
bastante aqui em relação à privatização da Sabesp, inclusive com a suspensão da
audiência pública, mas hoje vou falar um pouco também sobre o impacto da
privatização da Enel aqui na Grande São Paulo.
A deputada Monica
Seixas acabou de trazer diversas informações. Deputada Monica, de fato o
impacto da privatização da energia no estado de São Paulo pós-venda da
Eletropaulo é no estado inteiro.
Mas a Enel tem
um ingrediente a mais, que nesses dois últimos anos, além de não ter com quem o
consumidor possa dialogar com a empresa, não tem tratado com respeito a
população quando se trata da questão de corte de energia, da manutenção da rede
da estrutura energética na Grande São Paulo.
Mas
principalmente quando você tem alguma crise, a Enel é especialista em jogar para
terceiros a responsabilidade e nunca chamar para ela. Nós vimos um levantamento
na CPI da qual a deputada Monica Seixas também faz parte, a qual também
acompanho, indicado pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.
E nós fizemos,
inclusive, um questionamento ao presidente da Enel na última audiência da CPI, na
qual o presidente mundial da Enel que assumiu no final agora do primeiro
semestre, começo do segundo semestre, apresenta um dado que 75% do investimento
da Enel para 2024 será feito na Europa, na Itália e nos países da Europa nos
quais a Enel também é gestora da energia elétrica naqueles países.
Então não tem
recursos, não tem previsão de investimento para o estado de São Paulo e para os
estados onde a Enel faz a gestão da energia. Então trouxe aqui alguns dados -
se puder Machado colocar aqui algumas informações - em relação a italiana Enel.
Então hoje
muitas vezes o pessoal acha: “Quando privatiza uma empresa, como o governo quer
privatizar a Sabesp, a gente não sabe quem é que vai comprar”. Hoje quem
administra a Enel no estado de São Paulo é uma empresa italiana.
Ela já tem nos
últimos anos gestado a nossa energia e ela dobrou, ela reduziu aqui o número de
funcionários em 35 por cento. Nós tínhamos 23,8 mil funcionários; caiu para
15,3 mil especialistas. Então quando uma empresa é privatizada, o que acaba
acontecendo?
Aqueles
servidores mais antigos que tinham uma experiência, um diálogo com a população,
tinham ali uma relação com os municípios. A hora que você privatiza, as pessoas
que acabam assumindo o novo posto de trabalho da Enel aqui na cidade e na Grande
São Paulo, o que acaba acontecendo?
São pessoas que
tinham um acúmulo, tinham uma tecnologia do trabalho e a gente perdeu aqueles
especialistas na área de Energia no estado de São Paulo.
Então
reduziram, em 2019, de 23 mil para 15 mil funcionários, em 2022, e teve uma
redução aqui de 35% da mão de obra. Uma outra informação é que no Brasil a Enel
lidera o ranking das maiores distribuidoras de energia, com concessões em São
Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.
São três
estados hoje que a Enel acaba fazendo a gestão da energia no nosso País e no
estado de Goiás, ao qual a Enel também prestava um péssimo serviço, lá o governador
já botou a Enel para correr. Então, esperamos que aqui no estado de São Paulo a
gente consiga fazer a mesma coisa suspendendo o contrato da Enel, porque não
consegue fazer uma boa gestão no nosso estado.
Só para ter uma
informação, a Enel quando acabou assumindo o serviço da antiga Eletropaulo, em
2018, em operação ela valia 5,5 bilhões de reais na época. Com a aquisição, a
empresa cresceu em mais de sete milhões de consumidores a sua carteira. Desde
então, vem conseguindo melhorar o resultado financeiro.
O lucro da Enel
era de 777 milhões, em 2019, e foi para 1,4 bilhão ao término de 2022. Quer
dizer, dobrou praticamente em um ano e meio o lucro que a Enel tinha aqui no
estado de São Paulo. A margem obtida indica que (inaudível) foi de 16% para 22%
no mesmo período.
Quero trazer
algumas informações da Enel, que saíram na “Folha de S.Paulo” no dia de ontem,
que é um raio X da Enel. Um grupo com sede na Itália, atua em 30 países na
Europa, Ásia, África e América Latina, norte e sul das Américas, teve um
faturamento em 2022 de 1,68 bilhões de euros.
Estamos falando
que é um lucro que superou quando compara a 22, em que o dólar estava em torno
de sete, quase, mais de dez bilhões de reais, aqui fazendo uma conversão em
2022, 1,4 bilhões de faturamento da Enel só em São Paulo.
Os principais
acionistas hoje são 23% do Ministério de Economia e Finanças, 56% de
investidores institucionais, 19% de investimento no varejo, 43 acionistas da
América do Norte, 27,3 na Europa, 14% no Reino Unido, 8,7% no resto do mundo e
7,3 na Itália.
Então é
importante trazer essas informações também, porque quando se privatiza uma
empresa, como foi a Enel, ou mesmo a Sabesp, que eles querem fazer, nobre
deputado Reis, você não sabe mais quem é dono. O dono pulveriza de tal forma
que você não sabe mais com quem falar, você não sabe mais a quem se dirigir.
É por isso que
quando a gente olha a crise que tem na Enel na Grande São Paulo, o cliente
consumidor não tem com quem falar. O 0800 fica praticamente quase uma hora
tentando falar com alguém da operadora, e não consegue, e a resposta é sempre
uma resposta padrão.
Por isso que é
importante que a gente entenda que esse impacto que hoje a Enel tem gerado de
forma negativa para o estado de São Paulo não pode ser repassado agora também
para a Sabesp. Hoje temos em torno de 15 milhões de clientes residenciais,
comerciais, industriais e rurais, o setor público.
Tenho aqui
agora mais uma informação: ontem o deputado Reis colocou aqui algumas imagens,
alguns vídeos em relação à queda da energia no estado de São Paulo, mas olha
aqui, um protesto de moradores da Av. do Estado, no bairro da Vila Califórnia,
que estão sem energia até domingo.
Também na
esquina da R. Alegre com a R. Piratininga, no bairro de São Caetano do Sul,
ficaram sem energia. E tem muitos bairros da Grande São Paulo, não só aqui na
cidade de São Paulo, tem na cidade de Mauá, tem na cidade de Embu das Artes,
tem em São Caetano. Então tem muitas cidades e bairros ainda sem energia na
cidade.
O pior, nobre
deputado Reis, que aí o prefeito de São Paulo, para tentar se livrar de uma
responsabilidade que é conjunta entre eles e a Enel, faz uma fala muito ruim no
dia de ontem. Quero passar rapidamente o vídeo em relação ao prefeito Ricardo
Nunes no dia de ontem.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Imaginem só,
nobre deputado Reis, nobre deputada Monica Seixas, falarem: “Esse quarteirão
vai ser aterrado, esse quarteirão, não. Esse quarteirão vai ser aterrado, esse
quarteirão, não.” Olha a proposta que o prefeito faz em relação à crise da
energia no dia de ontem.
O que nós
esperamos agora: a CPI amanhã vai se reunir, nós vamos aprovar aqui a
convocação novamente do presidente da Enel, vamos chamar aqui a Arsesp, a
Agência Reguladora de Energia no Estado de São Paulo, vamos chamar a Aneel, mas
queremos que nos próximos 30 a 60 dias os consumidores que foram prejudicados
em relação à Enel neste final de semana sejam ressarcidos, pessoas físicas e
pessoas jurídicas.
Nós não podemos
aceitar que essa privatização que aconteceu na Enel, que aconteceu em toda a
estrutura de energia no estado de São Paulo, também ocorra na Sabesp.
Aproveitando
também, para concluir, são três debates importantíssimos que nós faremos nos
próximos dias aqui, na Assembleia Legislativa. Serão dias quentes, dias com
muita movimentação, com muita mobilização. Nós faremos de tudo para não deixar
privatizar a Sabesp.
Faremos de tudo
também para não deixar que o Governo do Estado de São Paulo, o governador
Tarcísio, tire recursos da Educação para colocar em outras áreas do estado de
São Paulo, porque a Educação é tão importante como qualquer outra área do estado
de São Paulo.
Estaremos
juntos com todos os educadores do estado de São Paulo. Nós não deixaremos o
governo retirar os recursos da Educação, como está propondo na PEC da Educação.
Muito obrigado,
Sr. Presidente. Estamos à disposição. Haverá muita luta nos próximos dias.
Obrigado.
(Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra o
deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado
Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Reis.
O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente
Gilmaci Santos, nosso candidato designado – no PT também nós temos um candidato
designado, que é o deputado Luiz Claudio Marcolino. Algum cargo no futuro.
Presidente, eu
vejo essa questão da Sabesp, da privatização da Sabesp, e eu fico imaginando os
deputados da base do Tarcísio de Freitas, que ele já recebeu vários nomes aqui,
viu, deputada Monica Seixas. Recebeu o nome, por exemplo, de Privatizador, Vendedor,
Thorcísio, por causa do martelo, Thorcísio.
A Polícia Penal
deu um título para ele, agora, de Tarcinóquio, que seria uma mistura de
Tarcísio com Pinóquio, porque, segundo eles, ele prometeu um projeto para
regulamentar a Polícia Penal, e, até hoje, esse projeto não chegou no tempo que
o governador se comprometeu, que foi a data de 15 de agosto.
Então, eu
imagino esse processo todo de privatização da Sabesp, esse projeto
inconstitucional que aqui está, como se dará aos deputados que apoiam o
Tarcísio. Parece-me que eles estão indo para o sacrifício, porque muitos desses
que vão votar pela privatização - alguns estão bem estabelecidos, estão muito
bem enraizados em prefeituras, mas não todos - não voltarão.
Não voltarão,
como nesta legislatura muitos da legislatura anterior não voltaram. Então eles
não voltarão. E é um sacrifício mesmo, porque eles viraram governistas, viraram
empregados do governador, serviçais do governador, e aí têm que seguir tudo o
que o governo manda.
Quer dizer,
eles não têm a autonomia deles para dizer “não, eu não concordo com isso”. Muitos
vão votar mesmo sem concordar, vão votar por conta da ordem unida. E muitos
deles sem muita participação no governo, que eu fico observando a participação
dos partidos no governo.
Tem partido que
está vivendo de promessas futuras, promessas que não aconteceram ainda, mas
eles vivem disso, porque toda vez que eles ameaçam se rebelar contra o governo,
o governador os chama, bota um cafezinho lá, passa a mão na cabeça deles, aí
eles voltam todos cordeirinhos aqui, fazendo o que o governo determina para
eles.
Mas o que eu
achei bem interessante foi a matéria que saiu na “Folha de S. Paulo”, na coluna
da Mônica Bergamo. “Bolsonaristas vão ao STF contra a privatização de Tarcísio”.
A colunista diz que um grupo de economistas e advogados das bases de Jair
Bolsonaro vai tentar barrar a privatização da Sabesp na Justiça.
Então eu fico
imaginando aqui que nós temos o partido do governo, que sustenta o governo, o
PL, um partido de sustentação do governo, e ele é dividido em dois PL, o PL do
V e o PL do B. O PL do V é o partido do Valdemar Costa Neto e o PL do B é o PL
do Jair Bolsonaro. O PL do B tem mais deputados do que o PL do V.
E parece que 11
deputados bolsonaristas, inclusive íntimos do Bolsonaro, porque andam até na
garupa. Na motociata, eles estavam na garupa do Bolsonaro, então são pessoas próximas
do Bolsonaro, porque para uma pessoa levar alguém na garupa, primeiro o
garupeiro tem que confiar no piloto.
Muita gente não
sobe numa garupa de motociclista porque não confia, “não, eu tenho medo de cair”.
Para ele subir na garupa é porque ele confia no piloto. E para o piloto levar o
garupeiro é porque também tem uma proximidade, porque o piloto não vai levar
qualquer um em sua garupa porque, de repente, o desequilíbrio pode ir para o
chão.
Então, eu quero
saber, esses que se elegeram nessa onda bolsonarista e que dependem do
Bolsonaro para sua sobrevivência, como eles vão se comportar diante desse
debate da privatização da Sabesp, quando pessoas próximas ao Bolsonaro estão,
inclusive, buscando influenciar no STF contra a privatização.
Segundo a
coluna, o grupo vai procurar o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal
Federal, para abastecê-lo sobre o prejuízo que a venda da participação do
governo na estatal poderia causar aos cofres de São Paulo. O PT e o PSOL também
entraram com a ação contra a privatização.
Fabio Wajngarten,
que ocupa a Secretaria de Comunicação, ou que ocupou a Secretaria de
Comunicação do governo Bolsonaro, declarou que existe uma direita preocupada
com a soberania do Brasil. E a Sabesp é um ativo estratégico do País, é uma das
maiores empresas do mundo na distribuição de água e também na área do
saneamento básico.
Isso quem está
dizendo é um bolsonarista, que ocupou a Secretaria de Comunicação do Bolsonaro.
Não podemos deixar a população refém de grupos empresariais que mal conhecemos.
O bolsonarista Wajngarten usou o apagão no estado de São Paulo como exemplo do
que pode acontecer se a Sabesp for privatizada.
Então, ele usou
o exemplo dos péssimos serviços que são ofertados pela dona Enel. A dona Enel,
uma empresa ineficiente, uma empresa que não consegue dar respostas para os
seus consumidores em tempo hábil.
E muitas
pessoas ainda prejudicadas, mais de 200 mil pessoas, mais de 200 mil famílias
prejudicadas, que são residências que ainda não têm, ainda não tiveram a sua
energia restabelecida.
E ele está
dizendo isso, que é complicado esse negócio de privatizar a Sabesp porque, em
um dado momento, poderá não ter água na sua casa. Em um dado momento os bairros
nobres que temos aqui em São Paulo, Chácara Flora, e aí essa elite paulistana
também está preocupada.
Chácara Flora,
Alto do Morumbi, Jardins, Jardim Europa - Pois não, deputado? Ah, tá - Jardim
Europa, Jardim Paulista estão preocupados, porque, além de ter essa possibilidade
de a água não chegar em suas torneiras, imagina a pessoa que mora em um prédio
que tem 40 andares, está lá no 40º andar, sem energia ele já tem que subir uma
escadaria imensa, tem que estar muito bem preparado para subir essas
escadarias.
Imagina depois
que ele subir 40 andares, chegar lá e também a dona Sabesp não estar ali pronta
para fornecer água para ele, não ter água para tomar banho, não ter água para
cozinhar.
Não é uma coisa
fácil, é preocupante essa história de privatizar a Sabesp. “Pequenos
comerciantes, restaurantes, mercearias, pizzarias e padarias viram seus
estoques apodrecerem em geladeiras que não funcionavam. Chefes de família que
vendem no almoço para pagar a janta foram impedidos de trabalhar”, disse ele.
Além dessas
declarações à coluna de Mônica Bergamo, Wajngarten também escreveu no Twitter,
segundo ele, que agora é “EX”, não é mais Twitter, é “EX”, ou X, como queiram.
Segundo ele, “Em
teoria a privatização é maravilhosa. Bairros de São Paulo estão no escuro há
mais de 30 horas” - quando ele publicou a entrevista, que agora está dando mais
de 50 horas sem energia elétrica - “Se com energia elétrica o transtorno é
enorme, imaginem se a companhia de água cair nas mãos de grupos tão
incompetentes quanto os de energia”.
Então, ele chama
aqui também, como vários deputados aqui chamaram, a gestão da Enel de uma
gestão incompetente, uma empresa incompetente. E a incompetência não está só na
Enel, está também na Prefeitura de São Paulo, porque não consegue, em tempo
hábil, fazer as remoções de árvores. Nós temos ainda, em várias ruas, árvores
atravessando as avenidas. Isso é muito ruim.
Com relação ao
projeto que o governador mandou para cá, é de se estranhar: o projeto de lei
que ele mandou e a firmeza que tem esta Casa de tramitar esse projeto - porque
foi questionada a constitucionalidade do projeto - foi questionada, e não houve
resposta ainda sobre isso. E eu tenho para mim aqui a experiência com relação
ao projeto que o governador vetou, que hoje a Lei no 354 tem seu
artigo inconstitucional.
E o governador
recebeu aqui alguns deputados que já o chamaram de forasteiro. Nada contra; ele
é do Rio de Janeiro, veio para cá. Então, esse forasteiro, presidente, está
pegando aí no dia a dia na periferia.
Mas ele não
pode ser um forasteiro fora da lei. Então, quando ele manda um projeto que está
em desacordo com a Constituição do Estado, ele também passa a trabalhar nesse
campo fora da lei.
Muito obrigado,
Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com
a palavra, o deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.)
Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Simão
Pedro. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.)
Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputado
Guilherme Cortez.
O
SR. ALEX MADUREIRA - PL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela
ordem, deputado.
O
SR. ALEX MADUREIRA - PL - Podia fazer uma breve
comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Enquanto
o deputado se dirige à tribuna, tem V. Exa. a palavra.
O
SR. ALEX MADUREIRA - PL - PARA
COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, não respondendo ao nobre deputado Reis, mas já
respondendo, nós estamos no âmbito da Assembleia Legislativa de São Paulo, no
âmbito de São Paulo. Ele está dizendo que tem o PL de Valdemar Costa Neto e o
PL de Bolsonaro.
Eu não sei onde
ele está vendo isso, porque aqui na Assembleia a gente não vê isso. É só você
olhar os espelhos das últimas votações. O PL tem entregue 18 dos 19 votos,
porque o presidente não vota, o presidente André do Prado não vota.
Então, todos os
votos têm sido iguais, idênticos, em todas as votações. Nós estamos, Sr.
Presidente... Se tivesse que dar um elogio aqui a alguém do partido do deputado
Reis, pela forma como eles tratam seus assuntos internamente, mas vêm unidos
aqui para o plenário, para obstruir, para defender seu posicionamento, para
votação...
Nós estamos
fazendo da mesma forma: se existem divergências, essas divergências são
tratadas internamente. E nós viemos aqui - e eu posso dizer isso como
vice-líder do partido - unidos no mesmo pensamento.
Então, deputado
Reis, em São Paulo não existe isso; não existe PL de Valdemar Costa Neto e PL
de Bolsonaro. Aqui é PL, Partido Liberal, 22. Esse é o maior partido da
Assembleia Legislativa de São Paulo.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com
a palavra, o deputado Guilherme Cortez.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente. Boa tarde a todos os deputados e
deputadas que estão aqui, aos servidores desta Casa, mas especialmente ao
público que nos acompanha hoje aqui da galeria, professores da rede estadual,
que estão exercendo a sua cidadania, numa missão muito importante, que é
impedir, presidente, que esta Assembleia chancele um dos absurdos do governador
Tarcísio, que é cortar até 10 bilhões de reais da rede estadual de ensino.
(Manifestação nas galerias.)
É inacreditável
que depois de tudo o que a gente discutiu este ano, deputado Suplicy, depois de
todos os episódios de violência contra a escola, depois de todas as trapalhadas
que o governo Tarcísio e que o secretário de Educação fizeram com a rede
estadual, a gente ainda tenha que discutir que é impensável cortar 5% do
investimento da Educação. Mas, se depender dos professores, se depender dos
estudantes que também estão aqui, isso não vai acontecer. E se depender da
gente.
Presidente, eu
tenho vários temas para falar aqui hoje. Em primeiro lugar, que o governo
parece que colocou em marcha o seu projeto de privatização a jato da Sabesp. Eu
sou, todos os deputados sabem, assim como toda a bancada do PSOL, contrário à
privatização da Sabesp.
E eu quero ter
tempo, oportunidade, para discutir esse projeto na Assembleia. E quero que a
população tenha tempo de discutir esse projeto aqui na Assembleia. Mas, na
contramão disso, o que os deputados da base do Governo querem fazer é apressar
o projeto e o processo da privatização da Sabesp. Sequer foi realizada audiência
pública aqui na Assembleia.
Porque a
audiência pública, que tinha sido marcada, sem ter tempo hábil para a população
ser informada, ser convocada, e participar da audiência, foi suspensa pela
Justiça. E agora, no Colégio de Líderes de hoje, o presidente da Assembleia
anunciou os congressos de comissões.
Primeiro, que
uma matéria tão sensível quanto a privatização da Sabesp não deveria ser
discutida em congresso de comissões. Deveria passar individualmente por cada
uma das comissões, para que haja tempo para que os deputados possam se
aprofundar na matéria.
Em segundo
lugar, que a própria escolha das comissões exclui comissões que são
fundamentais para apreciar esse projeto. A Comissão de Administração Pública e
Relações do Trabalho não foi escolhida para o trâmite da privatização. A Comissão
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável foi outra comissão excluída
desse processo.
Como que a
gente vai discutir um projeto tão importante, que vai impactar tanto a vida dos
paulistas - porque a Sabesp é uma empresa essencial aqui no estado, que atende
375 cidades, que atende mais de 28 milhões de pessoas no nosso estado - sem
sequer discutir em comissões que são tão essenciais?
Então não é
segredo que o nosso mandato impetrou um mandado de segurança, no Tribunal de
Justiça, para que, se a Presidência da Assembleia Legislativa não está disposta
a fazer um debate democrático, aqui na Assembleia, pelo menos a Justiça garanta
que isso possa acontecer.
A gente não
pode admitir a privatização da Sabesp. Muito menos, sem tempo hábil para a
população poder se inteirar e poder debater. Em segundo lugar, quero falar de
dois temas que aconteceram na minha região, em Franca, que nos deixam muito
preocupados.
O primeiro
deles, saudar os colegas de Franca que estão aqui. Estou vendo o Máximo, estou
vendo a Mariana, estou vendo toda a representação das subsedes de Franca, que
eu tenho muito carinho. Mas dizer que, no dia de ontem, a gente recebeu a
notícia de um ginásio de um espaço histórico, de um patrimônio histórico da
nossa cidade, que é o Clube dos Bagres.
Que, aliás, é o
clube onde o Franca Basquete, que hoje é considerado o maior time de basquete
do Brasil, que esse ano ganhou o campeonato intercontinental, no Clube dos
Bagres foi onde o Franca Basquete começou a treinar, começou a sua trajetória.
Mas,
lamentavelmente, em mais uma manifestação da negligência, da Prefeitura
Municipal e do Governo do Estado de São Paulo, com o patrimônio histórico e
cultural da nossa cidade, no dia de ontem, o ginásio do Clube dos Bagres
desabou. Esse, infelizmente, não é um caso isolado.
A gente, desde
que o nosso mandato começou, temos denunciado e buscado saídas para resolver a
situação do prédio histórico da Unesp, que é um dos poucos prédios preservados,
tombados como patrimônio histórico na nossa cidade, e que hoje está numa
situação de absoluta precariedade. Falta pouco ponto para acontecer uma
tragédia, um desabamento, ou alguma coisa pior.
Isso representa
a total negligência das autoridades, da Prefeitura, do Governo do Estado, com
um patrimônio público, um patrimônio histórico da nossa cidade, que a gente não
pode aceitar.
É a mesma
situação do Colégio Champagnat, a mesma situação do Museu Municipal da cidade
de Franca. São todos espaços que preservam a memória e a história da nossa
cidade, e estão sendo abandonados, até que tragédias como essa, um desabamento,
um incêndio, um furto, um roubo, coloquem tudo a perder.
Então, fazer
esse repúdio, evidentemente, mas dizer que o nosso mandato vai seguir buscando,
por parte do Governo do Estado, por parte dos órgãos de conservação do
patrimônio histórico, saídas para a gente poder manter a história e o
patrimônio da nossa cidade.
Em segundo
lugar, porque a gente teve mais uma notícia de denúncia de trabalho análogo à
escravidão na nossa região, na cidade de Itirapuã.
Também não é um
caso isolado. Muito recentemente a gente teve um caso muito semelhante também
em uma plantação de laranjas. Trabalhadores, em sua maioria vindos do Nordeste,
são aliciados para virem para São Paulo com promessas de melhoras na sua
condição de vida, mas quando chegam aqui são submetidos às situações mais
bárbaras e desumanas de trabalho.
Nesse caso,
foram três trabalhadores que denunciaram: eles tinham dois quartos e um
banheiro que eram divididos com outros dez homens, deputada Ediane. Eles
trabalhavam mais de oito horas por dia e não tinham sequer pausa para almoço.
Eles só tinham direito a uma refeição, que era feita às cinco horas da manhã,
uma pequena marmita que não dava para nada.
É lamentável
que hoje, em 2023, a gente ainda tenha que lidar e tenha que discutir a
persistência da escravidão, que o Brasil já deveria ter abolido, mas que é
presente tanto no meio urbano, deputada Ediane, com as trabalhadoras
domésticas, quanto no meio rural, em fazendas, como essas que exploram essa mão
de obra vinda de outras regiões e oferecem todo tipo de arbítrio e de
violência.
Então, também
queremos repudiar esse ato e dizer que vamos procurar o Ministério Público do
Trabalho junto com as frentes parlamentares que a gente tem aqui na Assembleia
Legislativa para pensar em como a gente pode atuar uma política pública de
combate ao trabalho escravo, ao trabalho análogo à escravidão aqui no estado de
São Paulo, sobretudo na região de Franca, que tenho muito orgulho e muita
responsabilidade de representar.
E dizer, presidente,
que nos preocupa muito o que está acontecendo aqui na Assembleia neste final de
ano. O governo enviou para cá vários projetos de lei que são muito sensíveis e
a que eu, pessoalmente, me oponho: a reforma administrativa, a PEC que corta 5%
do investimento da Educação, a privatização da Sabesp.
Aliás, tem até
bolsonarista, tem até apoiador do governo Tarcísio que também está se opondo à
privatização da Sabesp, porque contra fatos não há argumentos. A gente acabou
de ter cinco dias em que a população do estado de São Paulo está sem acesso à
luz por conta de uma empresa privatizada, que é a Enel, que detém o controle
sobre as atividades de energia elétrica aqui na região metropolitana.
Eu pergunto,
deputados e deputadas, por que nós queremos pagar para ver a Sabesp, que é uma
empresa fundamental, que este ano está completando 50 anos de uma história
muito bonita, que atende 28 milhões de paulistas, que atende 375 cidades do estado
de São Paulo, a maioria delas que não são sequer lucrativas para a Sabesp e que
só têm acesso ao saneamento básico porque a gente tem uma empresa pública que é
obrigada a oferecer serviços independente de sua lucratividade...
Essa é a lógica
do serviço público. O serviço público tem um monte de problemas e, por isso, a
gente tem que discutir, tem que melhorar, e a gente trava essa luta aqui na Assembleia
Legislativa. Agora, o serviço público tem como seu propósito atender os
direitos da população.
Através do
serviço público, a gente pode cobrar, a gente pode utilizar o poder
legislativo, a gente pode utilizar as agências reguladoras para cobrar a
qualidade do serviço.
Com a
iniciativa privada, a gente não tem isso, deputada Ediane, porque, se a
iniciativa privada tiver que escolher entre melhorar o serviço, entre atender
melhor os seus usuários ou economizar para que tenha mais lucratividade, ela
vai escolher a sua lucratividade, porque essa é a lógica da iniciativa privada.
A gente vê isso
na Enel, a gente vê isso na ViaMobilidade e a gente não precisa pagar para ver
isso também no acesso à água e ao saneamento básico do estado de São Paulo.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputado.
O
SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Pela ordem também.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Deputado Guto Zacarias, pela ordem.
O
SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Posso fazer uma
comunicação breve?
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Tem V. Exa. o tempo regimental. Enquanto isso, deixa eu chamar o próximo orador
também; depois tem o pela ordem do deputado também.
Deputada Fabiana Barroso. (Pausa.) Deputado
Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputada Thainara
Faria. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo.
(Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputada
Márcia Lia. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputada
Letícia Aguiar. (Pausa.)
Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado
Gil Diniz. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. Não vai falar. Deputada Valeria
Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Lucas Bove.
(Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.)
A senhora vai falar? A senhora disse
que não ia falar.
Então, desculpe, deputada Professora Bebel.
Pela ordem, deputado Guto Zacarias.
O
SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO -
PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, foi
com muita surpresa que, na tarde desta terça-feira, eu vejo um deputado do PSOL,
que é aliado ao Partido dos Trabalhadores, falando em corte na Educação. Eu
acabo de receber, inclusive, várias mentiras sobre a proposta do governador
Tarcísio de Freitas, que fala principalmente ali sobre a questão do manejo da
Educação e Saúde no estado de São Paulo.
O que o
governador Tarcísio quer fazer não é cortar verba da Educação. O que o governador
Tarcísio quer fazer é simplesmente flexibilizar. (Manifestação nas galerias.) Não
adianta vaiar.
É flexibilizar
5% do investimento em Educação do nosso estado de São Paulo. Hoje, a
Constituição prevê 20%, e o estado de São Paulo é obrigado a gastar 25%, a investir
25% na nossa Educação.
O que o
governador quer fazer, o que essa proposta quer fazer é deixar flexíveis para,
em um dado momento, se precisar passar esse investimento para a Saúde, que seja
na Saúde. Se não precisar, que fique na Educação.
Agora, eu acho
muito curioso deputados do PT, deputados do PSOL virem aqui para falar sobre
corte na Educação. Em 2023, o governo Lula acabou de bloquear 332 milhões de
reais do Ministério da Educação, e não teve nenhum deputado do PT, nenhum
deputado do PSOL falando disso.
O governo
Dilma, no seu finalzinho, antes que nós, da direita, derrubamos esse governo, o
governo Dilma no seu finalzinho cortou um bilhão de reais do Ministério da
Educação, depois de ter cortado milhares de vagas da Capes, principalmente na
pesquisa científica.
Ou seja, cadê
os deputados do PT? Cadê os deputados do PSOL, para falar quando o Lula corta
da Educação? Cadê os militantes que estão me vaiando aqui, para falar quando a
Dilma corta um bilhão de reais do MEC? Cadê os militantes que agora estão me
vaiando aqui, para falar quando a Dilma corta vagas da Capes?
Então, o recado
é muito simples. Não dá para deputado do PT, não dá para deputado do PSOL vir
aqui falar em defesa da Educação, porque eu já disse, e repito, vocês
destruíram a Educação do nosso País.
Ficaram nas
últimas vagas ali no ranking em Pisa, em Ciência, nas últimas vagas em
Matemática, nas últimas vagas em leitura. Destruíram a Educação do nosso País,
e eu não vou deixar destruir a Educação do nosso estado de São Paulo.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Pela ordem, deputado Eduardo Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Prezado presidente, Gilmaci
Santos. Eu quero saudar aqui a presença...
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Senhoras e senhores, só para
ouvir o nobre deputado Eduardo Suplicy. As senhoras e os senhores são sempre
bem-vindos aqui nesta Casa, mas eu acho que os senhores, como educadores,
poderiam observar, realmente, e a minha mãe ensinou que quando um fala, o outro
fica de boca fechada.
Então, nós
temos oradores aqui.
Por favor, isso
não mostra os educadores que os senhores são.
Muito obrigado.
Deputado
Eduardo Suplicy, com a palavra.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Quero transmitir aos professores
e estudantes que, daqui em instantes, a professora Bebel vai esclarecer melhor
as observações relativas às verbas para a Educação e para a Saúde.
Eu queria
saudar a presença junto aqui ao deputado Luiz Claudio Marcolino, do presidente
da Câmara Municipal de Tatuí, Eduardo Dade Sallum, que nos trouxe uma
informação muito importante a respeito de decisão da Secretaria da Cultura estadual,
que, no último dia 27 de outubro, chegou a anunciar a concessão de um auxílio
moradia para os alunos do Conservatório de Tatuí, no valor de 450 reais, sendo
que lá estão 200 alunos, estudantes que ali obtém, além da moradia, o acesso à
água, luz, gás e internet, utensílios domésticos e salas de estudos com dois
pianos.
Em sua maioria,
são de outros municípios, que, se efetivamente acontecer essa decisão, não
terão mais condições de prosseguir em seus estudos, podendo causar inclusive um
processo de evasão e extinção de cursos.
Então, juntamente
com o deputado Marcolino, com a deputada Bebel e toda a nossa bancada, nós
estaremos encaminhando uma carta, um ofício ao governador Tarcísio de Freitas e
à secretária da Cultura para que permaneça este Conservatório de Tatuí, que foi
um dia objeto de um presente de concessão de uma pessoa que vive em Tatuí que
depois se tornou o prefeito e que hoje atende mais de 200 estudantes, alguns
dos quais estão aqui representados.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para conclusão, deputado.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT – Então, nós queremos informar que iremos,
sim, apoiar inteiramente esta causa em favor da continuidade do Conservatório
de Tatuí.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Esta Presidência também agradece e saúda a presença do vereador Eduardo Sallum e
dos alunos aqui do Conservatório de Tatuí.
Com a palavra a deputada Professora
Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT –
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, que retorno a esta tribuna.
Cumprimento a Mesa Diretora de trabalhos, os assessores à minha esquerda, à
minha direita, enfim, Srs. Deputados, Sras. Deputadas.
Cumprimento o
vereador presidente Eduardo Sallum, também os estudantes do conservatório.
Aliás, Eduardo, a gente conseguiu uma verba significativa no ano retrasado,
quatro milhões, exatamente por ação até do nosso mandato.
E também
através do nosso mandato eu fui procurada por um professor do conservatório, professor
Murilo, de Capivari. Ele me procurou para tratar desta questão do conservatório.
Eu até achei
estranho, falei: “Por que o Sallum não me procurou?”. Não se trata de ciúmes,
mas é que eu sempre agi diante das necessidades da população. Mas em todo caso
a gente deu o encaminhamento.
E o nosso
encaminhamento foi o de entrar com um mandado de segurança, por quê? Porque são
alunos que são do Brasil, mas também são para o resto do mundo. Esse
conservatório tem uma história. Mais que uma história, é um patrimônio de suma
importância para o estado de São Paulo, o Brasil e o mundo.
Portanto, nós
temos que defender o Conservatório de Tatuí, seja porque entramos com mandado
de segurança, seja porque também fizemos um requerimento pedindo justificativas
para a Sra. Deputada.
Se assim o for,
como presidenta da Comissão de Educação e Cultura que sou, por isso fui
procurada pelo professor, e também pela causa que eu sempre arrastei até
recentemente contra os editais que a secretária Marília Marton cortou em termos
da viabilidade para a Cultura lá na ponta e não trazer a Cultura somente para
os grandes centros culturais.
Então a gente
fez também esse embate através de audiência pública com a nossa presença lá na Secretaria
de Cultura. Também podemos articular uma reunião. Se quiser fazer pelo
Marcolino beleza, mas o meu mandato também está à disposição ou os dois
mandatos à disposição, a bancada, o próprio nosso querido Suplicy para tocar
essa questão. Mas é isso que tenho para falar com relação à questão do conservatório,
meu querido senador.
Eu quero me
dirigir ao público presente. Dizer para vocês que é muito importante sim ocupar
esta Casa para enfrentar a redução/flexibilização, deputado Guto, porque é isso
exatamente o que vai acontecer.
E o governo
Lula - o senhor não está lendo nada - está ampliando universidades, está
ampliando escolas em tempo integral, enquanto V. Exa. vem falar falácias aqui
no microfone.
Quem quis
cortar verbas da Educação foi o ex-presidente da República, o Sr. Jair Messias Bolsonaro,
que, aliás, era metade do que quer o Tarcísio aqui no estado de São Paulo e nós
fomos para as ruas com os estudantes e professores, e barramos aquele corte.
Portanto, se
prepare, deputado Guto, porque nós não vamos sair da Casa enquanto os senhores
não criarem juízo na cabeça e parar de ficar mexendo com uma pasta de suma
importância, que é a Educação. Aliás, que feio foi a postura da Bancada
Governista na Comissão de Educação e Cultura na última semana.
Foi uma posição
horrível quem esteve lá, a ponto de eu, em determinado momento, desatar a rir,
porque só sobrava para mim o deputado Carlos Giannazi, está lá para poder
minimamente acompanhar, porque os senhores foram lá brigar por vírgulas, por
tantas coisas, e derrubaram, deputada Monica, três projetos de suma
importância: um de V. Exa., um da deputada Leci e um meu, sob todas as
alegações possíveis, menos que eles estavam sendo ideológicos.
Ser ideológico,
para mim, não é problema. O problema é ser extremista. Esse é o problema,
porque Educação e Saúde são duas pastas que não podem ter lado. O lado tem que
ser sempre daquele que é usuário, que são os estudantes e também os
trabalhadores, que são os professores. No caso da Saúde, é a mesma coisa, e
vocês fazem disputazinhas, como se fosse assim: “Ganhei. Perdi.” Não existe
isso.
Temos que
ganhar mentes e corações, companheirada, porque o rolo compressor pode vir,
poderá vir. Eles vão precisar de 57 votos, e vão conseguir os 57 votos à custa
do que nós sabemos: a emenda pix já está à disposição dos Srs. Deputados e
Sras. Deputadas. Depois vão falar que é mentira minha, e é verdade. E aí vem
cortar a verba da Educação? (Voz fora do microfone.)
Quer cortar,
deputado Guto. Nós temos 30%; nós temos um Paraguai de alunos. O senhor sabe
quantos alunos tem o estado de São Paulo? Não, não sabe me dizer. Tem três
milhões e 500 mil alunos, 5.600 escolas. O senhor não sabe disso. O senhor não
sabe. Cortar significa ficar a porcaria da escola que aí está, que não é o
governo do PT.
O PT nunca
governou o estado de São Paulo, nunca governou. Quem queria acabar, há pouco
tempo, com o livro didático, quem foi? Foi o governo do PT ou foi o governador
Tarcísio?
Quem foi? E nós
tivemos que tirar isso da pauta, fazê-lo curvar para dizer: “Eu fico com o
livro didático”, porque nós fizemos um ato lá na frente da Secretaria, porque a
luta garante vitórias.
Então o senhor
tem que pegar o microfone com todo o respeito que eu lhe tenho. Mas, por favor,
nos respeitem. Não falem coisas que não são verídicas, porque, tenho certeza,
mas certeza absoluta, de que o governo do presidente Lula tem um compromisso
central com a Educação, porque entende que a Educação é estratégica para o
desenvolvimento do município, do estado e do País. Não tem desenvolvimento se
não tiver Educação.
Quero chamar a
atenção para o seguinte, meus queridos e minhas queridas. Eu estou muito
contente. Estou contente porque nós fizemos as nossas metas, nós lançamos um
projeto de lei de iniciativa popular.
Não é da
deputada Monica, não é meu, não é de ninguém, mas é do povo, para entrar nesta
Casa. Vocês vão garantir isso, tenho certeza absoluta de que vamos ter as
trezentas deputadas, nós vamos precisar de carriola? Vamos. Vai ser
emblemático.
Mas vamos dar o
troco que tem que dar, mostrar que 300 mil eleitores no estado de São Paulo não
querem que mexa com a verba da Educação. Por que se mexer com a verba da
Educação? Redução, sim, porque a Saúde precisa de verbas; mas não precisa mexer
com a Educação. Sabe o que tem que fazer, deputado Guto?
Mexer com quem
eles não querem. O governador não quer mexer. Não quer mexer com empresário,
não quer acabar com a isenção fiscal de 54 bilhões já previstos para este ano.
E nós vamos perder 10 bilhões de reais. Então, mexe lá, mexe com a isenção
fiscal, que estão deixando de pagar. Aí dá para aplicar, senador Suplicy.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputada Professora Bebel.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Quarenta e quatro segundos eu
tenho.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputada Professora Bebel, é que
o tempo do Grande Expediente terminou.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - O senhor vai segurar o meu
tempinho.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Não, por isso estou conversando
com V. Exa., para avisar que o tempo do Grande Expediente encerrou. Mas vou
deixar a senhora concluir os 44 segundos.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Então está bom. O senhor quebrou
o meu raciocínio. Mas, em todo caso, como eu sou boa de memória, não tem
problema. O que acaba acontecendo é que nós vamos lotar esta Casa. Dia 28,
paguem para ver e verão.
Vocês vão ver a
grande paralização que vai ter no estado de São Paulo. Nós da Educação, todos
os servidores públicos, setores populares estarão aqui. Nós vamos, sim, vir
para cá, porque aqui é o nosso local e aqui é o local que nós temos que ocupar,
quando as leis e quando as que nos favorecerem, também... Mas aqui é o local do
povo e para o povo.
Muito obrigada,
Sr. Presidente. (Palmas.)
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Neste momento nós estamos encerrando também o Grande Expediente.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
PARA COMUNICAÇÃO - Eu queria indicar para usar pelo Art. 82, pela liderança do
PSOL REDE, a deputada Ediane Maria.
Mas uma breve comunicação. Um minuto
para saudar o pessoal do Conservatório Tatuí que está aqui com a gente em luta
pela permanência dos estudantes no alojamento. Contem com a bancada do PSOL
também, nós estamos juntos nessa luta.
O
SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Com a palavra a deputada Ediane Maria, pelo Art. 82, pela liderança do PSOL.
Pela ordem, deputado Guto Zacarias.
O
SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Enquanto a deputada
Ediane Maria se dirige à tribuna, posso fazer mais uma comunicação, presidente?
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem
V. Exa. o tempo regimental.
O
SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO -
PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, a deputada Professora Bebel acabou de me
perguntar onde eu estava quando o ex-presidente Bolsonaro cortou verba da
Educação.
Muito simples:
eu estava criticando o presidente Bolsonaro por cortar da Educação. (Manifestações
nas galerias.) É só vocês voltarem aí nas memórias, eu estava criticando
Bolsonaro por ter cortado verba da Educação, não tenho problema nenhum. Meu
problema é cortar verba da Educação.
Agora, eu
devolvo a pergunta à deputada Bebel: onde ela estava quando o Orçamento de 2023
do governo Lula cortou 332 milhões de reais da Educação? Quando Bolsonaro corta
da Educação, eu critico. Quando Lula corta da Educação, eu critico. Quando
Bolsonaro corta da Educação, o PT critica. E quando o Lula corta da Educação?
Onde estavam a
Professora Bebel e os militantes que há pouco estavam me vaiando quando o Lula
cortou mais de 100 milhões de reais da Capes? Estavam na rua? Eles estão aqui
me vaiando agora.
Acabou de
cortar 100 milhões de reais da Capes. Dilma Rousseff, em 2015, cortou 1 bilhão
de reais do Ministério da Educação, mais milhões de reais da Capes, pesquisa
científica.
Onde estavam os
deputados do PT e do PSOL? Porque, quando o Bolsonaro cortou, eu estava
criticando. E quando o Lula corta? E quando a Dilma corta? Onde estavam vocês?
Eu não tenho o
rabo preso com nenhum partido político. Eu não tenho o rabo preso com nenhum
político que corta vaga da Educação, que, como vocês falaram, é muito
importante, por isso eu quero que não corte.
Outra coisa:
também disse que, na Comissão de Educação - eu, que estava lá presente, sou
membro da Comissão de Educação -, cortei vários projetos que vieram do PT e do
PSOL.
Cortei mesmo.
Derrubei mesmo e quero derrubar de novo. (Manifestações nas galerias.) Se a
base estava presente e a oposição não estava presente, não é problema da base.
Se só estava um
deputado do PT e um deputado do PSOL, a culpa não é minha. Era só chamar
deputados dos outros partidos de oposição. A função da base, a função dos deputados
de direita é fazer o que fizemos na Comissão de Educação: derrubar projeto ruim
de um partido que já destruiu a Educação do nosso País e agora quer destruir a
Educação do nosso estado. (Manifestações nas galerias.)
E, para
concluir, presidente, quero dizer também que a Professora Bebel disse que o PT
nunca governou o estado de São Paulo. Nunca governou, e, se depender dos
paulistas de bem, nunca vai governar, presidente. (Manifestações nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com
a palavra, a deputada Ediane Maria.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Com anuência da oradora, o senhor não me dá uma comunicação? Porque
não dá, é muita provocação, eu não vou entrar na dele. Eu quero...
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Tem o tempo regimental. Dois minutos.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada, Sr. Presidente. Bom, eu quero dizer o seguinte,
deputado Guto: a presidenta Dilma caiu porque investiu na Educação. É. Você sabia
que tinha 75% dos royalties do pré-sal para a Educação, com mais 25% para a
Saúde? Você sabia disso? Você não sabia disso.
Você não sabia
disso, por isso ela caiu, por isso vocês a derrubaram. Mas não tem nada contra
a presidenta Dilma, não tem nada. Ela está isenta de tudo, vocês não foram
capazes de cassar a elegibilidade dela. Ela nunca foi inelegível, apesar de
vocês a tirarem e darem um golpe como fizeram.
Mas ela está
por cima, não é mesmo? Ela é o que hoje? O que é a presidenta Dilma? Ela “só” é
a presidenta do BRICS. Você sabe o que é BRICS, não é? Eu não quero te
humilhar, porque eu te acho inteligente. Você é um menino inteligente, o problema
seu, Guto, é que você tem que ter discernimento. Discernimento. E está ali
faltando um pouquinho de discernimento, sabe?
Eu acho muito
bom fazer a disputa, mas vamos fazer com um pouco mais de volúpia, mais
conteúdo, porque está faltando conteúdo. Eu fico discutindo Educação, posso
divergir do deputado Gilmaci, mas dentro da lógica dele tem, eu divirjo totalmente
do Temer, do meu Temer, porque ele é o vice-presidente da Comissão de Educação,
eu estou prestes a tomar um golpe, está certo? É o meu Temer, mas em todo caso,
a gente debate, entendeu?
Agora, o que
não pode é vir toda hora só na provocação, vai ficando vazio o debate, meu
amiguinho. Por favor. Vamos debater com grandeza, tá? Beijo.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Deputada Ediane Maria.
A SRA. EDIANE
MARIA - PSOL – PELO ART.
82 - Muito
obrigada, Sr. Presidente. Boa tarde a todos e todas que estão acompanhando aqui,
na plateia. Quero parabenizar a todos vocês que estão acompanhando atentamente,
porque é um descaso, um desalento desse governo, desgoverno do Tarcísio.
Eu acho muito
importante, porque, assim, a gente está aqui vendo vários bate-bocas, inclusive
vários deputados desinformados, totalmente desinformados do que aconteceu.
Se nós
conseguimos derrotar o governo Bolsonaro, foi a juventude, foram os
professores, foram os movimentos sociais, foram todos que se reuniram, que
ocuparam as ruas para derrotar o bolsonarismo, óbvio.
A gente acompanha hoje aqui, dentro desta
Assembleia, nós acompanhamos um processo de privatização, de entrega de uma
estatal nossa, que é uma estatal nossa, a Sabesp. Inclusive, Sabesp essa que
ainda nem chegou em todo o estado. Nós estamos falando de 375 municípios, de um
estado com 645 cidades.
Então, assim, a
gente está falando hoje, inclusive, vamos falar do prefeito da cidade de São
Paulo, na verdade, uma cidade que se encontra hoje sem prefeito, se encontra no
abandono e que virou realmente o rei do camarote.
Porque enquanto
a cidade estava embaixo d'água, na calamidade que eles falam, calamidade pública,
mas na verdade calamidade de descaso, de quando não há investimento em moradia
de qualidade, o que nós vamos ver será...
Porque tem
gente, Professora Bebel, que foi falar o seguinte, olha, houve um aviso três
dias antes. Quem aqui viu esse aviso de que iria ter uma grande ventania, um
grande vendaval? Quem?
A maioria dos trabalhadores
não consegue acompanhar isso, porque a maioria está dentro de um trem, que está
correndo o risco de ser privatizado, dentro de um metrô, duas horas, três horas
de transporte público, sendo humilhada o tempo inteiro.
Então, assim, é
uma vergonha. E qual é a política, de fato, do prefeito, do governador Tarcísio,
para combater toda essa violência, essa catástrofe? Ou será que, de mês em mês,
a cada seis meses, nós estaremos falando novamente de uma catástrofe, de um
desastre ambiental? Até quando a culpa será da natureza, mas não também dos
governadores e prefeitos? É uma vergonha. Foi assim em São Sebastião.
Nós continuamos
avançando e construindo, porque, inclusive, estamos ajudando, enquanto mandatos
de esquerda, a fazer o apontamento necessário, famílias que foram desoladas,
que perderam parentes, perderam filhos, perderam a vida e perderam casas. Hoje,
sabe o que eles colocaram? Tapume no meio da estrada para continuar novamente a
ganhar dinheiro, afinal de contas, o turismo tem que passar.
É necessário
que entre dinheiro, é necessário que as pessoas entrem e vão acessar o litoral norte
de São Paulo, só que as vítimas, as mortes, as reparações necessárias não estão
sendo feitas com as famílias.
É vergonhoso, é
lastimável ver um prefeito, que é o rei do camarote, mas que não se preocupou
com mais de dois milhões de famílias. Mais de dois milhões de famílias ficaram
sem energia e várias, mais de 400 mil até hoje de manhã, estavam sem energia.
Isso é uma vergonha. Deveria estar tendo uma grande mobilização nesta Casa,
inclusive em torno disso, porque a gente vê coisas básicas.
A gente está
falando de poda de árvore. A gente está falando de árvore que destruiu fiação e
que agora o prefeito, lógico, o prefeito e o governador se juntam para falar:
“Olha, agora, finalmente, vamos fazer uma coisa aqui que é muito rápida. Vamos,
agora, colocar os cabos por baixo do chão”.
Eu acho que,
desde que eu cheguei aqui em São Paulo, isso há 22 anos atrás, na verdade, há
20 anos atrás, já se falava de colocar as fiações por baixo da terra. Só que
tem comunidades que não têm nem, ainda, energia. Olha que absurdo, olha que
contramão o que a gente está falando. Ou seja, é um desgoverno.
Na verdade, é o
prefeito que mais está preocupado com recapear, com asfalto no centro da cidade
para mostrar que está trabalhando. Porque uma pessoa que ficou dois anos
escondido, deputado Marcolino, ninguém sabia quem era o prefeito da cidade de
São Paulo, sumiu. Mas ele apareceu com uma grande ideia: agora sim, vamos fazer
política, vamos fazer asfalto.
Mas só que a
periferia não vai ter esse asfalto. Até falavam ano passado que a “babinha” do
asfalto não subiu lá na comunidade. Nós sempre sonhávamos, toda vez, era de
dois em dois anos, nós olhávamos ali para aquela rua e só chegava, Marcolino,
ali no interesse, onde muitos carros passavam, onde o povo via, mas na favela
continuava do mesmo jeito. Ou seja, essa violência, esse abandono que todos os
dias nós temos que estar falando nesta Casa.
A impressão que
dá é que a base do governo, que o governador não enxerga ou finge que não
enxerga. Não adianta querer falar mal do governo Lula, que inclusive é um
governo incrível e que está fazendo o seu trabalho muito bem feito, a questão
é: o estado de São Paulo está na contramão da revolução, da mudança, da
transformação e, na verdade, é esse o apontamento necessário.
E a pergunta
que não quer calar: oficializei, sim. Mandei um ofício pedindo, inclusive, que
a Enel seja obrigada a pagar as pessoas que perderam geladeira, que perderam
alimento, que perderam tudo em suas casas, porque a gente sabe muito bem que a
grande maioria não consegue ser ressarcida.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para a conclusão, deputada.
A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Essas famílias vão ter seus bens
de volta? Várias pessoas que se organizaram para o final de semana, para curtir
o feriado e que, na verdade, perderam tudo em suas casas. Será que o aviso é
para o povo ficar em cima do telhado agarrando seu telhado na ventania?
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para a conclusão, deputada.
A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Será que o aviso vai ser para você
estar preocupado com a árvore que não houve a poda? Já concluo, Sr. Presidente.
Qual é o aviso?
O aviso é:
políticas públicas, política de habitação, de fato, política direcionada para
os trabalhadores, não somente para humilhar o povo e colocar a culpa novamente,
a cada tragédia, nos trabalhadores.
Então, gente,
seguiremos juntos.
E o prefeito e
o governador...
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para a conclusão, deputada.
A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - A saída é taxar ainda mais,
aumentar ainda mais, deixar mais caro o acesso à energia e o acesso à água. Uma
vergonha, novamente, aqui para o estado de São Paulo.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela
ordem, deputado Lucas Bove.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Para falar pelo Art.
82, pela liderança do PL.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem
V. Exa. o tempo regimental.
O
SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela
ordem, deputado Guto Zacarias.
O
SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Enquanto o deputado
Lucas Bove se dirige à tribuna, gostaria de fazer uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem
V. Exa. o tempo.
O
SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - PARA
COMUNICAÇÃO - Presidente, eu gostaria de perguntar à deputada Ediane do PSOL, à
deputada Bebel do PT: quem vocês querem enganar? São os educadores que estão na
tribuna de hoje? Porque eu quero pedir para eles que não sejam enganados.
Ela me fez uma
pergunta: “Onde eu estava quando o Bolsonaro cortou verba da Educação?”. E eu
respondi: criticando ele por cortar verba da Educação. Mas eu devolvi a
pergunta: onde vocês estavam quando o Lula cortou verba da Educação e da Capes?
Onde vocês estavam quando a Dilma cortou verba da Educação e da Capes? Não
responderam, e quem está aqui está vendo. Não responderam.
Por que? Porque
estavam passando pano: “Ai, mas o Lula está aumentando um monte de vaga”, isso
aí a gente pode até discutir depois, mas algo concreto está na jogada.
Isso é algo
concreto que está na jogada, que é: o corte de 332 milhões de reais do
Orçamento de 2024 que o governo Lula fez perante o MEC, Ministério da Educação,
332 milhões de reais.
Mais de 100
milhões de reais cortados do Capes, pesquisa científica. O governo Dilma cortou
um bilhão de reais do Ministério da Educação, cortou mais de 100 milhões de
reais da Capes também. Onde estavam os partidos de esquerda?
Os partidos do
PT e o PSOL? Onde estava a UNE? Onde estava a UEE? Onde estava a UJS - União da
Juventude Socialista? Partidos e movimentos que a gente sabe que não defendem
os professores, que não defendem os estudantes.
A gente sabe,
sim, o que eles defendem: a carteirinha dos estudantes, isso sim eles defendem,
para ter uma boquinha ali no final do ano, o Bove sabe muito bem disso.
Ou seja, o PT
destruiu a nossa Educação e não é opinião, é fato. O ranking Pisa, que mede 70
países internacionalmente, obviamente, o ranking Pisa, ele colocou o Brasil nas
suas piores posições em matemática, em ciência e leitura. O ranking que não é
do MBL, não é do Bolsonaro, não é da direita, é o ranking Pisa.
Internacionalmente
há governos de esquerda, inclusive, que estão à frente do Brasil nesse ranking.
Destruiu a Educação do nosso País, agora vem aqui querer destruir a Educação do
nosso estado de São Paulo.
Para concluir,
presidente, eu gostaria de que se retire das notas taquigráficas o termo
“presidenta”. Não dá para uma presidente da Comissão de Educação e Cultura de
um parlamento tão grande falar uma gíria, que é o termo “presidenta”,
presidente. (Manifestações nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Com a palavra o deputado Lucas Bove, tem V. Exa. a palavra. O tempo está
correndo.
O
SR. LUCAS BOVE - PL –
PELO ART. 82 - Boa tarde, Sr. Presidente, deputado Gilmaci, Sras. Deputadas e
Srs. Deputados aqui presentes, militares e civis, servidores aqui da Alesp, a
quem nos acompanha pelas redes sociais, pela TV Alesp e uma boa tarde especial
aos que nos acompanham aqui da tribuna hoje que, entendo eu, são, em sua
maioria, se não todos, educadores e professores, não é isso?
Eu vou começar
aqui o meu discurso só restabelecendo a verdade de alguns fatos aqui antes de
entrar no tema Educação. E eu vou fazer uma fala aqui em relação à Educação que
é bastante técnica. Eu gostaria de que os senhores se atentassem às palavras e
não a quem está falando.
Eu sou, bom, é
assim que se discute a democracia, não é? Sou um deputado de direita, sim,
bolsonarista, sim, e não tenho problema nenhum em colocar a minha opinião e
acho que os professores deveriam ser aqueles primeiros a ouvir atentamente,
assim como pedem a seus alunos em sala de aula, enfim, para que haja um bom
ambiente.
Mas só para
restabelecer alguns pontos aqui, inclusive sobre o que o deputado Guto muito
bem colocou, deputado Guto, é engraçado, porque para o governo PT ou para os
petistas, viu, deputado Guto Zacarias, o Hamas não é grupo terrorista, a
Venezuela não é ditadura, tráfico de drogas não é crime e pedalada fiscal não é
corrupção.
Então, os
negacionistas de verdade estão do lado de lá, não do lado de cá. São esses que
são os verdadeiros negacionistas. Pedalada fiscal é, sim, contra a lei e por
isso a ex-presidente Dilma foi cassada. E ela foi colocada lá nos Brics como um
prêmio de consolação, porque apenas para lembrar que em 2022 ela “tomou pau” na
eleição no estado dela para o Senado e não se elegeu.
Então, dizer
que a presidente Dilma foi ungida com um cargo excelente etc. também é fácil
para mim. Se um amigo meu assumir a presidência e quiser me dar um cargo lá na
China para ganhar 60 paus por mês, talvez eu vá. O fato é que na urna ela
perdeu.
Mas esse já é
outro caso. O que eu queria falar com os senhores que nos assistem aqui hoje é
em relação à questão da Educação. Eu sou, com muito orgulho, vice-presidente da
Comissão de Educação.
Eu e a deputada
Professora Bebel, pela qual eu tenho um enorme respeito, temos uma relação
bastante cordial, apesar de discordarmos em tudo - para não dizer quase tudo
talvez, não é, professora? - mas sempre há um diálogo de altíssimo nível.
E eu queria
explicar um ponto para vocês, que é o ponto mais importante quando a gente está
falando do corte de verbas da Educação, como está sendo colocado aqui. De fato,
o governo federal, este ano, cortou mais de 300 milhões da Educação, mas eu não
estou aqui para discutir o governo federal, eu sou deputado estadual e vou
discutir com vocês o estado de São Paulo.
Não sei se
vocês sabiam, parece-me que não, que nós temos, hoje, 30% do Orçamento do
estado reservado à Educação no estado de São Paulo enquanto a Constituição
Federal, enquanto o governo Lula, utiliza 25% do Orçamento. Nós aqui utilizamos
30, mas o que ocorre? Dentro desse orçamento da Educação, está o pagamento de
aposentados, pensionistas e inativos. Esse valor está dentro da verba da
Educação.
Vocês sabem a
quantos por cento esse valor corresponde em média, em números grandes, do
Orçamento? Não sabem, não é? Vocês estão aqui discutindo sem a informação, mas
eu vou dar a informação a vocês, cinco por cento. Cerca de cinco...
Calma, gente,
eu estou explicando para vocês. Vocês não precisam ficar nervosos. A gente pode
debater. O meu gabinete é o 207. A porta está aberta para a gente discutir. Eu
não tenho problema nenhum - em altíssimo nível.
Cinco por cento
do Orçamento da Educação é usado para pagar servidores inativos, pensionistas,
enfim, aqueles que não estão mais exercendo, como os senhores, a profissão mais
bela de todas, a profissão das profissões, que é ser professor.
Eu fui eleito
sob a bandeira da Educação. Eu sou um defensor da Educação. Os senhores,
olhando para mim, acham que eu, em sã consciência, viria aqui defender uma
proposta que vai contra a Educação paulista?
Se o governador
Tarcísio tivesse algo aqui contra a Educação paulista, como eu já votei contra
o Governo aqui em votações anteriores. Peguem o histórico e se informem para
que a discussão seja em bom nível.
Voltando ao
tema, os 5% que serão retirados da Educação, serão colocados como
flexibilizados para serem utilizados na Saúde, porque tenho certeza que todos
vocês, ou a maioria, também utilizam o sistema público de Saúde.
Não se esqueçam
que vocês, seus filhos, seus pais, seus netos, seus avós, sendo professores ou
não, são usuários do sistema público de Saúde, que está colapsando no estado de
São Paulo.
Os 5% dos
aposentados, dos pensionistas e dos inativos, sairão da pasta da Educação. Eles
serão pagos por outra rubrica no governo. Então, vejam só, hoje, efetivamente,
eu estou dando um dado para os senhores. Se vocês querem acreditar ou não,
querem perguntar para professores ou não...
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para conclusão, deputado.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Para concluir - perdão,
presidente -, os 5% que serão retirados do Orçamento serão compensados com a
retirada dos pagamentos dos inativos.
O que
significa? Nós temos 30% de Orçamento na Educação, 25% para a Educação e 5%
para pagar inativo e pensionista. Nós vamos retirar essa despesa da Educação.
Esses cinco por cento...
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para conclusão, deputado.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Não mais estarão sobre a rubrica
da Educação. Portanto, os 5% do Orçamento também sairão. Agora, os 25% do
Orçamento para investimento em Educação serão intocados. O investimento, o
pagamento de salários, adicionais e tudo mais...
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado, para conclusão. O seu
tempo já está encerrado.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Serão, de fato, mantidos. Nós só
vamos tirar 5% de despesas e 5% de verba. Não há alteração nenhuma, efetiva, no
Orçamento da Educação.
Era isso.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Muito
obrigado, deputado.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela
ordem, deputada Professora Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Para falar pela
liderança da Minoria, pelo Art. 82.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem
V. Exa. o tempo regimental.
Deputado Lucas Bove, por favor, nós
temos uma oradora na tribuna. Depois o senhor chama as pessoas no gabinete de
Vossa Excelência. Lá vocês debaterão com tranquilidade.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PELO
ART. 82 - Bom, eu estou, de novo, na
tribuna, e agora vou entrar no mérito do que tentei duas vezes fazer e não
consegui. Enfim, o Guto me tirou do foco aqui, mas, claro, fizemos um bom
debate.
Eu quero chamar
a atenção para o seguinte, deputado Lucas Bove, o senhor ouviu o que senhor
falou? Cinco por cento é para pagar aposentados e pensionistas. Não é para
pagar nada de aposentados e pensionistas.
Até porque, os
aposentados e pensionistas já pagam as suas aposentadorias, e quem não está
colocando a cota-parte duas vezes sobre o que desconta é o governador, é o Governo
que está fazendo isso.
Então, não
poderia, jamais, sair da boca do senhor isso, porque é inconstitucional. Se é
que V. Exa. está ouvindo o que eu estou dizendo, né? Está errado isso aí.
Então, de qualquer maneira, eu quero, sim, fazer o debate sobre a PEC 9, e o
que eu li dela, o que eu extraio dela.
O que eu
extraio dela é o seguinte, tem uma justificativa muito primorosa da necessidade
de se investir na Saúde, dado o envelhecimento da população por conta da
longevidade. Bom, esse é um fato, mas o dado trazido agora é nacional. Ele não
é estadual.
Vocês não
estudaram o estado de São Paulo para fazer um estudo de impacto. E ainda que
fizesse: não justifica as outras justificativas aqui dadas. E digo quais: por
exemplo, chega a um determinado ponto em que tem a maior contradição que eu já
vi na minha vida, Fábio.
A contradição é
a seguinte: está dizendo, num trecho da fala, que tem que investir em
tecnologia, porque os avanços tecnológicos assim o requerem. Mas quem é que
produz tecnologia, ciência e inovação?
Quem é que
produz as respostas para as doenças? Quem é que produz? São as universidades. E
universidade não é Educação? É Educação. Vai perder com esse corte/flexibilização?
Vai perder. Porque os 9,57% não vão estar contados nessa conta; será outro
referencial.
Portanto, é um
debate de fundo. Todos vão perder com esse corte de 5%, dizendo que vai
flexibilizar. Conversa com o pessoal da Saúde, pergunta se eles acreditam que a
verba vai para eles. Porque já está terceirizada, já está um processo corrente
de terceirização. Portanto, 10 bi...
Veja bem, nós
temos escolas em cima de morro, 60 escolas de latinha, deputado Marcolino; nós
temos professores que ganham abaixo do piso salarial profissional nacional. Os
aposentados, que se aposentaram, não ganham nada, ficam com os seus salários
congelados. Não tem reajuste.
Quando tem
reajuste, dá pequenininho, porque tem que dar para os aposentados. E por aí
vai. E diz que está sobrando dinheiro da Educação. Ora, se está sobrando,
reforma as escolas; 82% das escolas não têm banheiro com acessibilidade, e nós
estamos discutindo inclusão. Inclusão para quem, eu pergunto? Inclusão para
quem... Só esses podem? Não; inclusão para todos.
Então, é com
esse espírito que esta Casa vai estar com os profissionais da Educação, os
professores aqui no plenário. E vai acompanhar pari passu, vai conversar com
cada um dos deputados. (Manifestação nas galerias.) Conversar - essa é nossa
orientação. Quem sabe a gente não demove deputado... Porque o que o deputado
falou é um absurdo.
É
inconstitucional ele falar: “olha, 5% é para...”. Não é, isso já foi dado lá no
STF, deputado. Então, me parece que o senhor não está sabendo muito aí. O
senhor cobrou os números do plenário, não está sabendo um pouco da forma como
têm que ser feitas as questões. (Manifestação nas galarias.)
Então, gente,
nós vamos resistir. E vamos ocupar o nosso espaço. Vocês vão procurar os
deputados e deputadas; assim, né Fábio, nós discutimos na Apeoesp. Nós vamos
articular com todos os setores sociais, porque nós vamos querer uma grande...
Nós vamos sitiar. Sitiar não quer dizer coisa ruim, não, não quero assustar
ninguém.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para conclusão, deputada.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Só para terminar. Mas esta Alesp
vai olhar olho no olho dos deputados. E vamos ficar de olho, porque esse, de
novo, vai representar uma outra espécie de confisco. Só que dessa vez da verba
da Educação.
Muito obrigada,
Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado,
deputada. Neste momento, nós estamos encerrando o Grande Expediente. Por
conveniência da ordem, também vou suspender até 16 horas e 30 minutos. Por
conveniência da ordem, porque nós encerramos neste momento.
Está suspensa a sessão até 16 horas e
30 minutos.
*
* *
- Suspensa às 16 horas e 29 minutos, a
sessão é reaberta às 16 horas e 42 minutos, sob a Presidência do Sr. Gilmaci
Santos.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS
- Reaberta a sessão, Ordem do Dia.
*
* *
- Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS
- Há sobre a mesa o requerimento do nobre deputado Carlos Cezar, com o número
regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para a
constituição de uma comissão de
representação com a finalidade de participar da sessão solene da Câmara dos
Deputados para homenagem ao aniversário da Igreja do Evangelho Quadrangular, ao
completar 100 anos no mundo e 72 anos de atividades no Brasil, a realizar-se no
dia 08 de novembro do corrente ano, em Brasília, sem ônus para este Poder. Em
votação.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela
ordem, deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Só quero encaminhar
essa comissão de representação, que é de minha autoria.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É
regimental. Tem V. Exa. o tempo de dois minutos para encaminhar a comissão de
representação.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente,
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público que nos acompanha pela galeria da
Assembleia Legislativa de São Paulo, aqueles que nos assistem também pela Rede
Alesp, pelo YouTube, pelas redes sociais...
Enfim,
agradecer muito, Sr. Presidente, porque hoje já foi deliberado isto no Colégio
de Líderes, esta comissão de representação, para que no dia de amanhã, lá no
Congresso Nacional, nós estaremos celebrando uma linda sessão, o aniversário de
uma das instituições que mais recupera vidas em todo o País, que é a Igreja do
Evangelho Quadrangular.
Comemora 100
anos de fundação no mundo e 72 anos de fundação no Brasil. Ainda ontem, nós
estivemos aqui, deputado Emídio, numa sessão solene em prol da paz em Israel,
uma sessão solene em prol de pacificação naquela região e contra o terrorismo,
contra toda a instituição que prega o terror.
Eu quero
agradecer a V. Exa., presidente André, pela disposição, e a cada um dos
parlamentares que se fizeram presentes aqui no dia de ontem, inclusive com o
uso da palavra: deputado Major Mecca, deputado Gil Diniz, deputada Fabiana
Bolsonaro.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. André do Prado.
* * *
Enfim, tivemos
vários deputados aqui. Deputado Alex da Madureira, deputado Pastor Oseias,
deputado Dr. Eduardo Nóbrega, vários deputados, parlamentares que estiveram
aqui. O próprio líder do Governo, deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor
também esteve aqui, abraçando, participando dessa sessão solene.
Tivemos a
presença do cônsul geral de Israel aqui em São Paulo, senhor Rafael Erdreich,
que é o cônsul geral. Tivemos o presidente da Confederação Israelita, o doutor
Claudio Lottenberg, a presença do presidente-diretor da Confederação, doutor
Marcos Knobel. O rabino Ventura esteve aqui também.
Enfim, foi uma
sessão extremamente produtiva, com diversas participações. E com um único
sentimento, de pessoas que lutam pela paz na Palestina, pelo povo palestino,
que está oprimido por este grupo terrorista, o Hamas, que mantém pessoas
sequestradas.
Infelizmente,
hoje é uma data, exatamente hoje, dia 7 de novembro, está fazendo um mês que
esse grupo assassinou centenas de pessoas. E já, em toda essa guerra, cerca de
14 mil pessoas já morreram.
Aqui eu quero
chamar as famílias que estão enlutadas, que perderam os seus filhos, que
perderam os seus pais. Foram bebês decapitados. Foram crianças assassinadas.
Foram mulheres
estupradas, idosas. Pessoas filmavam isso para espalhar o terror, para mostrar
pessoas tendo as suas cabeças cortadas. Hoje ainda muitos estão sequestrados. E
muitos vêm aparecendo agora mortos.
Muitos desses
sequestrados estão mortos e as famílias não sabem. É uma situação de terror.
Isso causa dor. Por que eu estou falando isso? Porque, eu pude dizer isso aqui
ontem, que aquele que veio pregar o amor, Ele disse: “Ame ao próximo como a ti
mesmo”, foi Jesus. Jesus falou isso quando o mundo se odiava. Quando os romanos
odiavam os judeus, quando os bárbaros, os gregos odiavam as mulheres, odiavam
os samaritanos.
Enfim, quando
as pessoas odiavam uns aos outros, Ele dizia para amar ao próximo como a ti
mesmo. Foi Jesus quem falou com a mulher samaritana, quem falou com o centurião
de Cafarnaum, quem falou com o estrangeiro, quem pregou o amor ao imigrante, o
valor da mulher, a noção de direitos humanos, de moralidade, de racionalidade,
de compaixão, de misericórdia.
São esses
valores trazidos através de Jesus. A partir d´Ele, como está no livro de Atos,
capítulo 4: “O nome que está acima de todo nome. Não há outro nome embaixo da
terra e em cima no céu, pelo qual devemos ser salvos” a não ser o nome de
Jesus.
É esse nome, é
a Ele que nós temos clamado. Por isso, ontem, nós pudemos declarar aquilo que
está no salmo 122, versículo 6:
“Orai pela paz
de Jerusalém; prosperem aqueles que te amam.”
Nós temos orado
e profetizado a paz. É claro, alguém já disse: “Se queres a paz, prepare-se
para a guerra”. É lamentável que existam guerras. Mas vamos lembrar que as
guerras existem desde os tempos mais remotos. Desde quando aquele povo de
Israel sai do Egito e eles vencem a faraó e aí eles vão celebrar a Páscoa,
porque venceram a faraó e venceram o Egito.
Esse povo, um
dia, teve lá no livro de Ester um homem chamado Hamã, que havia decretado a
morte de todos eles, marcado a data para que eles fossem assassinados e
extirpados da face da terra. Isso milhares de anos antes de Cristo.
Mas essa data
foi revertida e aquele Hamã, que é descendente, que daí vêm os amalequitas,
também foi, naquela época, enforcado na forca que ele havia preparado para
Mordecai.
Esse mesmo
povo, que venceu o Egito, que venceu Hamã, que venceu os romanos, que venceu os
gregos, que venceu Saddam Hussein, que venceu Hitler, que venceu tantos outros,
não tenho dúvida de que também vencerá essa guerra, que não é apenas contra um
país, Israel.
Vamos lembrar
que existe hoje o Prêmio Nobel e diversos já receberam esse prêmio, diversas
pessoas já foram condecoradas com esse prêmio, e grande parte dessas pessoas
foram justamente de Israel, que tem colaborado muito com o mundo, com prêmios
Nobel na área da medicina, na área da Saúde. Tem contribuído muito com toda
humanidade.
Esse povo, um
país pequeno, um país jovem, com pouco mais de 70 anos... Aliás, graças ao voto
de minerva de um brasileiro, Oswaldo Aranha, que, em 1947, deu seu voto de
minerva - estava presidindo a sessão da ONU - e reconheceu a nação de Israel,
uma nação que tem 65% de deserto, mas, como está escrito na Bíblia, que o
deserto florescerá...
Há um texto na
Bíblia que fala que lá daria leite e mel. Hoje, produz conhecimento, porque
naquele país, como aqui em São Paulo temos quase uma padaria em cada esquina,
naquele país o que se tem são startups, que já criaram diversas empresas que
têm influenciado o mundo, seja na criação daquilo que nós usamos todos hoje,
como o Waze, o GPS, enfim, tanta tecnologia que vem daquele lugar. Se
antigamente se produzia leite e mel, hoje se produz conhecimento.
Então, quando
existe uma guerra de terror querendo imprimir, na humanidade, medo, repetir uma
história que nós achávamos que estava vencida lá atrás, querem fazer repetir
novamente essa história, eu não tenho dúvida de que não prosperará. Esse terror
não vai impregnar toda humanidade, porque está escrito do Salmo 121 que “não
dormita o guarda de Israel”.
É certo que não
dormirá o guarda de Israel. Está escrito no Salmo 121, versículo primeiro:
“Elevo os meus olhos para os montes, de onde me virá o socorro? O meu socorro
vem do Senhor, que fez os céus e a terra”.
Eu quero dizer
aqui, Sr. Presidente, viva Israel. Por isso, estarei amanhã representando a Assembleia
nesse importante evento que fala daquilo que mudou, que criou nações, que criou
o ocidente e que tem influenciado na educação do povo e no conhecimento.
Apenas isso, Sr.
Presidente.
O
SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Pela ordem,
presidente. Para encaminhar a votação em nome da liderança do PT, com
assentimento do nosso líder, Paulo Fiorilo.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. O deputado Emídio de Souza encaminhará pela bancada
do PT/PCdoB/PV.
O
SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente,
deputado André do Prado, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos
acompanha aqui pela TV Assembleia, o deputado Carlos Cezar, que me antecedeu
aqui, apresentou um pedido de comissão de representação - é isso, deputado? - e
tem o nosso apoio, porque se trata de uma causa importante.
Eu, quando
prefeito de Osasco, trabalhei muito junto com a Igreja Quadrangular, chefiada
em Osasco pela nossa querida ex-vereadora Dionízia Luvizotto e por tantas
outras lideranças importantes. Foi uma igreja que colaborou muito para a
construção de uma cidade que se tornou cada vez melhor, então sou muito grato
também à Igreja do Evangelho Quadrangular.
No entanto,
deputado, eu queria aproveitar essa ocasião para dizer que, já que V. Exa.
abordou o conflito de Israel e eu tenho muitos amigos também na comunidade
judaica, a começar pelo presidente da FIB, o Dr. Claudio Lottenberg, como o
Knobel e como tantos outros, e tantas também, que nós temos.
Mas eu devo
dizer a V. Exa. o que está acontecendo hoje na Palestina é um massacre contra
um povo indefeso, e eu não acredito que as igrejas, principalmente a Igreja
Quadrangular, possa se associar a um crime tão bárbaro.
Primeira coisa
é o seguinte: nós temos um acordo, nós do PT, achamos que o que aconteceu em
Israel, por parte do Hamas, de fato foi um ato de terrorismo que deve receber a
mais dura repulsa da comunidade internacional. Mas o que está acontecendo na
Palestina, na Faixa de Gaza, é tão cruel quanto o que aconteceu lá, e já
matou...
Deputado Gil
Diniz eu duvido que V. Exa. concorde, ache normal que as bombas caiam na cabeça
de crianças de dois, três anos de idade, ou as crianças da Palestina valem
menos que as crianças de Israel? Ou os idosos da Palestina valem menos que os
idosos de Israel? (Palmas.) Não valem. A vida humana tem o mesmo valor.
Eu acho que
todo o esforço que o Brasil tem feito na diplomacia é para a solução pacífica
do conflito, e a solução pacífica do conflito, todos sabem, passa pela
constituição de dois Estados: o direito de Israel existir como Estado, e o
direito de a Palestina existir também como Estado.
Infelizmente,
isso não foi reconhecido hoje pela ONU. E os americanos como sempre metem o
bedelho em tudo quanto é lugar onde não são chamados, e nesse caso não foram
capazes de convencer Israel a sequer fazer um corredor humanitário para salvar
as vítimas.
Outra coisa,
deputado, que eu acho que precisa ficar claro, é o seguinte: nesse momento, há
duas semanas, mais de 35 brasileiros tentam sair da Faixa de Gaza. O avião da
Presidência da República está aguardando essas famílias brasileiras, que estão
lá, para sair da zona de conflito. Mesmo assim, Israel até esse momento não
autorizou, junto com o Egito, a saída desses brasileiros.
É preciso que a
gente, quando analisa o conflito de Israel, o conflito que acontece naquela
região, não veja vida apenas nas vidas israelenses. É preciso que a gente
também ajude os nossos irmãos brasileiros que ali estão a voltar para casa
sãos, salvos e seguros. A parte do governo brasileiro está feita, o que falta,
deputada Beth Sahão, é fazer a parte de Israel.
Israel tem
direito à autodefesa? Claro que tem, como todos os povos. Agora, ninguém me
convence de que o massacre que houve em Israel tem que ser devolvido
massacrando crianças, jovens e idosos.
Se ele tem um
problema com o Hamas, ele vai atrás do Hamas. Agora, destruir casas e prédios
inteiros, como está acontecendo na Faixa de Gaza, isso é um crime contra a
humanidade.
Eu acho que
Israel, ao se igualar ao Hamas, se continuar dessa forma, vai acabar também
sendo classificado como Estado terrorista. Ele não é isso, ele não precisa. O
povo judeu é um povo que contribuiu sempre com a humanidade, com o progresso
científico do mundo, uma grande contribuição.
Na diáspora,
onde eles estão, nos países que estão, também têm a sua colaboração, inclusive
no Brasil. Quantos empreendimentos industriais ou residenciais onde a força
econômica de Israel ou dos judeus se mostra presente?
Isso é o que
nós queremos. É viver em um mundo de colaboração. Quer dizer, agora achar que a
morte de quatro mil crianças em um mês, quatro mil crianças palestinas em um
mês, não merece a nossa repulsa, eu acho que tem alguma coisa errada.
Então, em que
pese o imenso valor e o imenso respeito que eu tenho à Igreja do Evangelho
Quadrangular, assim como todas as demais denominações evangélicas, é preciso
que a gente olhe com um olhar humano para o que acontece na Faixa de Gaza.
O que está
sendo destruído ali não são apenas prédios. Ou então nós vamos acreditar que
aquelas pessoas com dois anos, três anos de idade são terroristas do Hamas. Ou
nós vamos acreditar que o que está acontecendo ali é menos importante do que
aconteceu em Israel.
Então, se a
gente quer ter equilíbrio, tem que partir da ideia que é o seguinte, olha,
reconhecer o direito de Israel existir como estado e reconhecer o direito do
povo palestino, que há 75 anos resistem na miséria, na desgraça, na falta de
controle.
Cortar água,
cortar a energia, deixar faltar medicamento, deixar faltar alimentos não tem
nada de civilizado, e eu espero que um país que ajudou e ajuda tanto o
progresso científico da humanidade saiba se comportar como um país com
características de humanismo lá dentro em relação aos palestinos também.
Era isso que eu
queria dizer, Sr. Presidente, Srs. Deputados.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - Pela ordem, presidente. Para uma
comunicação, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado
Carlos Cezar. É regimental o pedido de Vossa Excelência. Tem dois minutos.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL -
PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, primeiro agradecer as palavras do deputado Emidio com relação à
igreja à qual eu pertenço, a Igreja do Evangelho Quadrangular, sobretudo o
reconhecimento justo da missionária Dionízia Luvizotto.
Quero aqui
também agradecer muito ao apóstolo Estevam Hernandes, que foi, inclusive, quem
havia nos solicitado essa sessão solene que nós fizemos aqui ontem, que foi
linda. Agradecer essas palavras do deputado Emidio com respeito a isso.
Mas eu quero
aqui só lamentar, porque eu não vi em nenhum momento o deputado Emidio, pessoa
que eu respeito muito, admiro, em nenhum momento ele falar daqueles que estão
sequestrados, das vítimas que estão sequestradas, das mães.
Eu não vi em
nenhum momento ele falar que quando alguém do Hamas pratica uma atrocidade,
estupra, assassina, decapita cabeças, queima crianças, ele é tratado no país
dele como mártir, como herói, enquanto que em Israel, se alguém comete um
ilícito, algo errado, vai para a cadeia, é preso. Enquanto Israel avisa quando
vai lançar os mísseis, de onde vai sair, quando vai cair, e muitos são
contrários.
Então assim, eu
falava com alguém, eu tenho amigos libaneses aqui, o Tomé Abduch, que é de
origem, também. Temos vários amigos em comum. Eu falava com um amigo aqui,
presidente, tenho alguns segundos, que eu visitei uma comunidade aqui bastante
carente. Aliás, o prefeito até está aqui na Casa hoje. Vinte mil pessoas moram naquela
comunidade.
Quando chegamos
lá, quem foi praticamente escoltar a gente era o pessoal do tráfico. Quem
comanda aquela região são eles. As pessoas que vivem ali conhecem aquela
realidade, é aquela realidade que comanda.
Eu não tenho
dúvida que se tivesse uma eleição ali, eles ganhariam. Só que, se tiver uma
guerra naquele lugar, eu vou torcer para a lei. Eu vou torcer para a polícia,
eu vou torcer para os militares, embora reconheça a realidade daquelas pessoas.
Então, assim,
eu acho, deputado Emidio, respeito muito V. Exa., mas quando V. Exa. fala que
Israel está massacrando, está julgando. Eu não julguei. Eu julguei o fato do
dia sete de outubro, que hoje está fazendo um mês, em que centenas de pessoas
foram vítimas, inclusive brasileiros que estavam em uma festa, e chegaram ali,
civis, e saíram filmando, filmando o estupro de mulheres idosas, de crianças, e
que estão sequestrados até hoje, e a gente não vê a mídia falar.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para concluir.
O SR. CARLOS CEZAR - PL - Eu não vejo a mídia falar de forma
alguma daquelas pessoas. Mais de 200 pessoas que estão sequestradas.
Apenas isso,
presidente.
Obrigado pela
tolerância de Vossa Excelência.
O
SR. ENIO TATTO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para indicar
o deputado Eduardo Suplicy para encaminhar pela Minoria.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, nobre
deputado Enio Tatto. É regimental o pedido de Vossa Excelência. Deputado
Eduardo Suplicy para encaminhar pela Minoria.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma
breve comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado
Gil Diniz. Enquanto o deputado se encaminha para a tribuna, tem dois minutos
Vossa Excelência.
O
SR. GIL DINIZ - PL - PARA
COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, lamentável aqui o discurso do
deputado Emidio. Ele compara o combate ao Hamas, que Israel faz neste momento,
com as atrocidades que esse grupo terrorista fez.
Eu pergunto
aqui para a torcida organizada da Bebel: o que eles fariam se invadissem a casa
deles, se matassem os filhos deles esquartejados, se queimassem toda a casa
deles e levassem de refém os pais deles para o outro lado do muro? O que eles
fariam, presidente?
O que o Hamas
fez é abominável sob todos os aspectos - é a pelegada, Bebel -, sob todos os
aspectos, presidente, sob todos os aspectos. E crimes de guerra, crime contra a
humanidade é colocar bateria de mísseis em escolas próximo aos hospitais,
próximo ali onde têm civis morando, presidente, e é isso que nós precisamos
rebater.
A torcida
organizada aqui do Hamas não pode ser maior do que a torcida pelo exército de
Israel, presidente. Nós aqui defendemos os direitos humanos que o Hamas não
defende; Israel é uma democracia.
Eles estão aqui
defendendo um grupo que defende, entre outras coisas, presidente, uma teocracia
que mata mulheres, que mata homossexuais, que mata crianças, presidente,
degoladas, em cima das suas camas enquanto dormem. Isso aqui é abominável. Esses
sim são os fascistas. Esses sim são os nazistas que se pudessem, presidente,
matariam os judeus hoje em 2023 e isso...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor, eu peço aos nossos
convidados da galeria, que já conhecem o Regimento, que não podem se manifestar.
Então eu peço a todos que respeitem o orador, seja na tribuna ou no microfone de
aparte. Para concluir, deputado Gil Diniz.
O SR. GIL DINIZ - PL - Para concluir, presidente. O
deputado Emídio é de Osasco; em Osasco há uma grande comunidade de armênios.
Armênios hoje que sofrem com o Azerbaijão expulsando os armênios da República Independente
do Artsakh.
Eu gostaria de
saber aqui a posição do deputado Emídio sobre esse conflito entre o Azerbaijão
e esses armênios aqui que estão sendo retirados, Carlão Pignatari, das suas
terras neste momento pelos mesmos simpatizantes do Hamas.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para finalizar.
O SR. GIL DINIZ - PL - Obrigado, presidente.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - Pela ordem,
presidente. Para uma comunicação, por gentileza.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada. A última comunicação antes do orador na tribuna. Para encaminhar pela
Minoria, o deputado Eduardo Suplicy. Então dois minutos e a palavra depois com
o Eduardo Suplicy, nosso deputado.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Dois minutos. Não, um
pouquinho mais porque o senhor deu um pouquinho mais para o deputado Gil Diniz.
Primeiramente, queria dizer para o deputado Gil Diniz que quem está na galeria são trabalhadoras e
trabalhadores, servidores decentes e não pelegos como V. Exa. colocou. Esse é o
primeiro ponto.
Segundo ponto,
eu queria dialogar com Vossa Excelência. Eu sou de descendência libanesa, meus
quatro avós vieram do Líbano. Obviamente que eu acho que toda guerra é estúpida.
A fala do deputado Emídio foi impecável.
Eu endosso a
fala do deputado Emídio em gênero, número e grau. E ele me revelou agora há
pouco que ele sempre defendeu os armênios, apenas para seu conhecimento, na
cidade de Osasco.
O SR. GIL DINIZ - PL - Eu fiz uma pergunta.
A SRA. BETH SAHÃO - PT - Não, eu estou falando. Eu não o
interrompi na sua fala; gostaria que não fosse interrompida na minha. Sr. Presidente, por favor, gostaria um
pouco da sua atenção. Como eu disse, toda guerra é estúpida, toda guerra é
desumana.
Ali tem um
conflito de 70 anos que provoca ódio nos dois lados, infelizmente. E eu quero
dizer uma coisa para vocês, inclusive ao deputado Carlos Cezar também: ninguém
defende aqui o Hamas.
Alguém aqui
subiu na tribuna nesse tempo todo, nesses 30 dias de conflito para defender o Hamas?
Todos nós sabemos que o Hamas tem condutas que nós condenamos.
O que nós
defendemos, deputado Gil, são as crianças. O que nós defendemos são as mulheres.
O que nós defendemos são os idosos. O que nós somos contra, deputado Carlos Cezar,
os judeus...
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor, a plateia... Mais uma
vez eu vou falar, nós teremos dias aqui de grande debate.
A SRA. BETH SAHÃO - PT - Bombardearem os hospitais, escolas
lá na Faixa de Gaza. Eles estão dizimando a população palestina, que não tem
qualquer conivência com atos terroristas.
Portanto, a
fala de vocês, sim, eu posso dizer que é uma fala que fortalece atos violentos
que são cometidos pelo exército de Israel.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para concluir, deputada Beth
Sahão.
A SRA. BETH SAHÃO - PT - Vou concluir. Israel é um país
muito desenvolvido no aspecto bélico, por uma série de razões, inclusive
financiado pelos Estados Unidos.
Tem tecnologia
suficiente para identificar onde estão as pessoas que compõem o Hamas. Não
precisaria, de maneira nenhuma, utilizar desse grande potencial bélico que eles
têm para matar inocentes.
Isso é
lamentável, nós vamos condenar isso sempre, eu vou condenar isso sempre, em
todos os momentos em que tiver oportunidade, não só aqui, mas em todas as
manifestações em que nós pudermos estar presentes.
E quero dizer
mais, para concluir: eu sou a favor da paz. A guerra é sempre brutal, a guerra
é cruel, a guerra é destruidora e mata inocentes. Isso a gente tem que
condenar.
Obrigada, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a
palavra o deputado Eduardo Suplicy e depois o deputado Gil Diniz pediu uma
comunicação, logo depois que terminar o encaminhamento do nobre deputado
Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, André do Prado, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria,
funcionários desta Casa, quero trazer uma palavra de caminho para a paz. O
deputado Carlos Cezar nos lembrou de Jesus Cristo.
O maior
representante de Jesus Cristo hoje na Terra, o papa Francisco tem recomendado a
todos os países que coloquem em prática aqueles instrumentos de política
econômica que signifiquem a elevação do grau de justiça na sociedade. Isso é
possível se conhecer, se colocar em prática.
Eu acredito
perfeitamente, já estive em Israel e na Palestina, conversando a respeito de
que será possível a ambos os lados chegar a um entendimento sobre isso, quem
sabe até terem uma política comum, por exemplo, de como ambos os países têm uma
enorme recepção de turistas por motivos religiosos, tanto na Palestina, quanto
em Israel, eles têm uma receita de turismo muito significativa, e eles poderiam
perfeitamente construir um fundo permanente resultante das atividades
econômicas e do próprio turismo, e fazer com que cada residente, tanto em
Israel, quanto na Palestina, possa vir a ter o direito a uma renda básica de
cidadania.
Acredito que
isso seria um exemplo para um caminho de entendimento. Quem sabe, possam Israel
e Palestina, claro, hoje pensam em cada um ter o estado único, um estado de si
próprio.
Mas quem sabe
possam, um dia, chegar a formar um estado único de Israel e Palestina para bem
administrar o que seria esse instrumento que certamente irá prover dignidade e
liberdade real para todas as pessoas, conforme os ensinamentos dos grandes
economistas, muitos deles laureados com o Prêmio Nobel de Economia, bem como
laureados com o Prêmio Nobel da Paz, como Muhammad Yunus, que esteve ainda há
uma semana no Brasil, e que é inteiramente favorável à implantação da renda
básica de cidadania.
Portanto, eu
quero deixar, presidente André, a minha sugestão, está perfeitamente ao alcance
de nós propormos aos palestinos e israelenses que cheguem ao melhor
entendimento.
E se há um povo
que tem condições de propor isso, é justamente o povo brasileiro, porque nós
somos testemunhas de tantos lugares aqui, nas universidades, nos hospitais, no
comércio, na indústria, da excelente interação em que palestinos e israelenses
colaboram e poderiam estar cooperando também ali, em Israel e na Palestina.
Portanto, eu
sou inteiramente a favor dos passos que poderão efetivamente levar ambos os
povos à realização da paz.
Muito obrigado.
(Palmas.)
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Sr. Presidente,
apenas para uma comunicação rapidinha.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL -
PARA COMUNICAÇÃO - Para dizer, Sr. Presidente,
que eu ouvi a fala dos deputados que me antecederam aqui, mas em nenhum momento
se falou contra a criação do Estado Palestino. Aliás, essa solução já foi apresentada
em 1947, e até hoje se reconhece isso.
O grande
problema é que não querem, o Hamas não luta pela criação do Estado Palestino,
eles lutam para que se extermine da face da terra o Estado de Israel, os judeus
e os cristãos.
Há uma
declaração do líder do Hezbollah que fala exatamente isso, tem que ser
extirpado. Aquele sentimento que na época de Hitler estava acontecendo muitos
judeus já estão enfrentando hoje.
Então, assim,
nós oramos pela paz, nós queremos a paz, e é preciso que todos aqui tenham um desprendimento
para entender exatamente as coisas e não julguem que pessoas estão atirando em
crianças.
Israel avisa,
pede para que se faça o corredor, Israel tem lutado de forma digna e não exalta
os criminosos, não exalta aqueles que assassinam, aqueles que sequestram.
E aqui eu
gostaria que todo esse empenho houvesse para que se libertassem aqueles que
estão hoje sequestrados. Tem mais de 200 pessoas sequestradas. Eu faço um apelo
aqui para que todos que defendem, que também, assim como nós, querem a paz.
Aliás, eu já estive em Israel, Sr. Presidente, e lá, quando você vê a foto de
Jerusalém, você vê a abóboda de uma mesquita.
Aquele
território ali é palestino. Ali não se entram os judeus, ali é território
palestino. A divisão ali é de metros. Nazaré é terra palestina. E há uma
diferença cultural gigantesca, porque se você vai no lado judeu, é
prosperidade. No lado palestino, é miséria. E tem gente que ganha com a
miséria. Por isso que na Venezuela está uma miséria, enfim, em vários lugares
está assim.
Então, assim,
nós oramos pela paz, queremos paz. E eu peço aqui que os meus colegas
parlamentares não façam julgamento daquilo que nós estamos vivendo. Só quem
perdeu a sua família, só quem tem o seu ente querido sequestrado, já há um mês
sequestrado, e uns que estavam sequestrados estão aparecendo mortos, ou seja,
desses duzentos e tantos, a imensa maioria já está morta, assassinada.
E isso nós não
podemos aceitar como humanidade.
É isso, Sr. Presidente.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Monica Seixas.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Para encaminhar pela bancada do PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Tem o tempo regimental.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem,
presidente. Para uma breve comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem dois
minutos Vossa Excelência.
O
SR. GIL DINIZ - PL -
PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, a deputada Beth
Sahão aqui se exaltou, normal. Eu lembro que a deputada Beth Sahão, na
homenagem ao deputado Suplicy, usou a tribuna naquela homenagem, deputado Gilmaci,
para dizer que Israel acabava de bombardear um hospital palestino, matando 500
pessoas que estavam dentro do hospital.
Essas foram as palavras
da deputada Beth, desta tribuna, naquela homenagem. Depois, o que aconteceu?
Nós ficamos sabendo que o míssil que atingiu o hospital na Palestina foi o míssil
que a Jihad Islâmica iria jogar em Israel, e atingiu, presidente, o
estacionamento do hospital que a deputada Beth disse ali, naquele momento.
Ela falou uma
fake news, ela acusou Israel de matar 500 palestinos dentro de um hospital,
presidente. E ela até hoje não se desculpou dessa fala, dessa acusação que ela
fez e isso hoje provado que esse míssil não foi dado pelo exército israelense,
mas sim pela Jihad Islâmica, que quer a todo custo matar o povo de Israel se
assim conseguisse.
E obviamente
com o apoio aqui destes, que são sim a torcida organizada do Hamas. Deputada Beth
Sahão não tem, ela não consegue dizer que esse movimento é terrorista, ela só
diz, “Olha, nós condenamos, nós condenamos o ato”.
Eu pergunto
aqui, Deputada Beth Sahão, a senhora pede desculpas ao povo de Israel por ter
mentido dizendo que Israel matou 500 pessoas naquele hospital?
A senhora, além
de condenar, a senhora... Não, se não pede desculpa tudo bem, não tem problema.
Pode falar aqui. A senhora, além de condenar os atos do Hamas, a senhora tem
coragem de falar aqui, “O Hamas é um grupo terrorista que quer o extermínio do
povo de Israel”?
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - Por uma comunicação, Sr.
Presidente, eu fui citada.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem dois
minutos, Vossa Excelência.
A
SRA, BETH SAHÃO - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Eu fui citada. Em primeiro lugar, quem tem que me pedir
desculpa é V. Exa., por ter me chamado de mentirosa.
Essa é a
primeira desculpa que tem que pedir aqui. Essa é a primeira desculpa que V.
Exa. tem que pedir aqui. Essa é a primeira desculpa. (Palmas.)
Em segundo
lugar, eu não só reafirmo o que eu disse, como reitero e digo para V. Exa., não
foram 500, foram quatro mil crianças que Israel matou, só isso.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra
a deputada Monica Seixas.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Bom,
primeiro, eu já sou deputada aqui há algum tempo e sempre digo para a minha
bancada que quando a situação começa a caçar briga por problemas polêmicos,
geralmente se utilizam do governo Lula, das LGBTs e agora a polêmica da vez é a
guerra.
Quando eles
utilizam esses instrumentos para nos provocar, é porque eles não estão prontos
para a votação que vai começar, então eles estão se auto-obstruindo para ganhar
tempo, porque provavelmente o relatório da Sabesp ainda não está pronto, vocês vão
parir um relatório aos 45 minutos para tentar avançar sobre a vida do povo que
está sofrendo sem água, sem luz, com crise climática. (Palmas.)
É isso que
acontece quando eles vêm provocar com esse sentido assim, desenfreado, é que
eles não estão prontos e estão provocando uma confusão, porque vão fazer uma
gambiarra para discutir a vida do povo logo na sequência.
Depois, eu
queria dizer que falar de guerra não me provoca felicidade nenhuma, muito pelo
contrário, falar dessa situação, ver essa situação, assistir essa situação vem
me provocando mal-estar há muitos dias e eu acho que quem não perdeu a
humanidade partilha desse sentimento. Toda morte, qualquer morte, todo sangue,
qualquer sangue, todo tiro, qualquer tiro provoca em nós dor, sofrimento e uma
sensação de que falimos como humanidade.
Aqui, neste
plenário cheio de políticos profissionais, falimos como políticos, porque a
diplomacia não deu conta de evitar tantas mortes, tanto sangue. (Palmas.)
Enquanto ficam num Fla-Flu: “Estou certo, estou errado, vou ter mais voto, vou
ter menos voto”, a cada nove minutos uma mulher ou uma criança são despedaçados
naquele território, despedaçados.
As pessoas
recolhem pedaços de gente naquele território. As mães de sequestrados, as mães
de crianças bombardeadas, as mães de brasileiros em Gaza, que ainda não
conseguiram ser repatriados, as mães que morrem na frente dos seus filhos, as
mães que foram brutalmente violentadas, essas mulheres jamais se recuperarão,
mas essas crianças também não.
E esse tipo de
ódio que baba, masculinista, que se orgulha, vai continuar formando uma geração
inteira baseada no ódio e no conflito. O deputado Gil veio aqui dizer o que
você faria se entrassem na sua casa, se roubassem a sua casa, se assassinassem
a sua mãe, se estuprassem as suas parentes?
Agora eu vou
fazer voz a um judeu muito importante, um dos milhares de israelenses que
contribuem para a ciência do mundo. O nome dele é Ilan Pappé, é um historiador judeu,
reconhecido, que escreveu um livro chamado “Limpeza Étnica”, em que ele reuniu
documentos da fundação do Estado de Israel.
E ele escreveu
nesse livro: “Conforme irrompiam os vilarejos palestinos, coalhavam as casas de
tiros de metralhadora, matavam muitos dos seus habitantes. Aldeões
sobreviventes foram reunidos em um único lugar, assassinados a sangue frio,
seus corpos violados, enquanto uma grande quantidade de mulheres, essas, antes
estupradas, só depois eram mortas em praça pública. O ano era 1948, e essa é a
data da fundação do Estado de Israel”.
Pela lógica do
Gil, o Hamas tem sua razão de existir. Eu não acho, nunca defendi. Mas, segundo
a lógica do Gil, o que você faria se entrassem na sua casa, se te roubassem a
casa, se estuprassem a sua mulher?
É esse ódio de
guerra que a gente vê no Oriente Médio, que nem sempre foi banhado de sangue.
Vale dizer que antes da colonização do Reino Unido, da terra da Palestina,
judeus, cristãos, muçulmanos viviam na Palestina em paz.
Vale dizer que
tem cristão em Gaza, vale dizer que tem judeu em Gaza, vale dizer que na
Cisjordânia, o restinho de território palestino, que tem mais lá do outro
canto, onde não tem Hamas, onde o Hamas nunca governou, neste momento estão
tirando palestinos de suas casas e ocupando com assentamentos ilegais, para
expansão de Israel. Neste momento, não tem Hamas.
Antes do dia
sete de outubro, 37 crianças palestinas foram assassinadas. E pelo que a gente
sabe pelo noticiário, assistindo ao noticiário, existe uma proposta de trocar
os 5.000 presos palestinos pelos reféns, mas Israel não topa o cessar-fogo. O
que a gente defende é que a gente não perca a esperança na diplomacia, essa
arte da política que nos trouxe até aqui.
Porque se a
gente não acredita nela, a gente vai acreditar em mais o quê? Vai liberar a
barbárie? A cada nove minutos, uma criança é despedaçada. Dezesseis hospitais
já foram bombardeados. Inúmeras ambulâncias, inúmeros prédios históricos.
Em Israel,
ninguém dorme; judeus no mundo inteiro estão tomando as ruas para pedir o que é
um mandamento básico do cristianismo, do judaísmo, do islamismo e de todas as
religiões que a gente conhece, que é paz. Paz. (Manifestação nas galerias.)
Esses dias
centenas de israelenses judeus estavam na porta de Netanyahu, primeiro-ministro
de Israel, pedindo cessar-fogo, pedindo uma passagem de negociação humanitária,
para ver se resgata os reféns.
Israel tem a
maior tecnologia militar do mundo. Inclusive, tem muitas similaridades o que
mata nas favelas e periferias daqui e de lá, porque o armamento que mata aqui é
o mesmo, e vem com um selinho - “testado em campo”. Sabe o que significa,
naquele contexto? Testado contra palestinos.
A arte de
asfixia, que mata jovens negros nas periferias de São Paulo, foi desenvolvida
pelo Estado de Israel. Israel consegue saber até quanto combustível tem no
carro do componente do Hamas. Como é que não vai saber onde é que estão os seus
reféns, como é que não vai saber como os recuperar?
Aliás, a
pergunta que o mundo fala é: como é que o dia sete aconteceu? Como é que
Netanyahu deixou o dia sete acontecer, com tamanho equipamento de proteção? Eu
vou contar uma coisa para vocês: em 2022, ameaçado de não se reeleger, já
terminando o seu quinto mandato, caindo em ostracismo, Netanyahu trouxe grupos
terroristas banidos da eleição de Israel para a sua coalização, grupos de
extrema direita. Não é à toa que o bolsonarismo é fã.
Grupos
supremacistas, que até entre judeus pratica o racismo, porque mulheres etíopes
judias em Israel denunciam que são, contra a sua vontade, esterilizadas, para
não ter judeus negros em Israel. Um grupo supremacista, que hoje tem o
Ministério da Defesa, do Sr. Ben-Gvir.
Por que todo
mundo esqueceu que, até o dia 2 de outubro, Ben-Gvir estava dizendo que ia
acabar com a Palestina? Por que todo mundo esqueceu que, nas escolas
israelenses, gritavam que Gaza era um cemitério? Como é que todo mundo esqueceu
que, desde o início do ano, existem provocações e ameaças?
A gente não
pode incentivar a barbárie. A gente precisa parar a barbárie. E, me somando ao
judeu Ilan Pappé, e me somando aos judeus, em todo mundo, que gritam “não em
nosso nome”, a nossa fé, e o nosso voto é por paz entre os povos, soberania e
autodeterminação.
Que toda a
morte de criança nos pare e nos choque. Que toda a morte de criança nos chame à
responsabilidade da nossa falência como humanidade. Que toda a morte de criança
nos faça baixar as armas. Que toda morte de criança nos faça sentir dor, que é
o que esperam da gente.
Vão continuar
provocando. Vão continuar provocando, porque o relatório ainda não está pronto.
E, daqui a pouco, de forma improvisada, vai começar a votação da privatização
da Sabesp.
Mas, para
terminar o meu tempo, eu gostaria de dizer que nenhum de nós, povos
racializados do mundo, será livre, enquanto a Palestina não for uma Palestina
livre. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Pela ordem,
Sr. Presidente. Para encaminhar pela liderança dos Republicanos.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Tem o tempo regimental.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem,
Sr. Presidente. Uma comunicação, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental.
Tem dois minutos Vossa Excelência.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Primeiro, antes de fazer a minha
comunicação, queria falar com a deputada Monica Seixas. Ela está afirmando,
algumas vezes, que o relatório não está pronto. Eu faço um desafio a Vossa
Excelência. Vamos encerrar essa sessão e vamos começar a discutir o relatório
que está pronto.
Encerramos
agora, votamos a PEC, e vamos discutir o relatório que está pronto. A senhora
topa encerrar a sessão agora? Está pronto, vamos discutir. A senhora topa? (Voz
fora do microfone.)
É ela que está
nos desafiando. O relatório está pronto. Encerramos agora essa sessão,
convocamos a extra para votar a PEC, e vamos discutir o relatório. Aí os
senhores vão ver se está pronto, ou não. Fechado o acordo?
O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Estou de acordo. Republicanos
está de acordo, Gilmaci.
O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Vamos falar já sobre isso. Vamos
falar sobre isso, para mostrar para a senhora que o relatório está pronto e
pronto para discutir. Só queremos falar com os senhores daqui a pouco.
Sr. Presidente,
apenas para dizer o seguinte. Eu estive em Israel três vezes. Estive em 2013,
2015, e agora, exatamente nessa época, agora, nesses dias, está completando um
ano que estivemos lá. Todas as vezes que estivemos em Israel é uma experiência
diferente. É um povo acolhedor, é um povo bom, é um povo de fé e um povo que
quer paz.
Golda Meir, uma
primeira ministra de Israel, um dia ela disse o seguinte: “Se o Hamas abaixar
as armas, teremos paz. Se o Hezbollah abaixar as armas, teremos paz. Porém, se
Israel abaixar as armas, morreremos todos.” Essa é a realidade. Se abaixar as
armas, morreremos todos.
Então,
caminhando em Israel, caminhando, visitando as cidades, tem cidades famosas,
bíblicas que, quando nós estamos sem Israel, nós estamos proibidos de entrar.
O exército, e
também os guias, dizem: “Até aqui, estamos com vocês. Se vocês quiserem entrar,
é problema de vocês. Quando vocês entrarem em Hebron, quando vocês entrarem em
Jericó, vocês serão sequestrados e mortos. Então Israel não se responsabiliza
pela entrada de ninguém nessas cidades.”
Estou falando
só duas aqui, para ser bem tranquilo, Hebron e Jericó, duas cidades famosas,
que os guias e o exército não permitem que nenhum turista entre. Entre por tua
conta e risco, porque nenhum guia vai, nem o exército vai.
Porque, entrou
lá, é terra palestina. Não são os palestinos que fazem isso, mas o Hamas, que
está lá comandando e não permitindo que ali haja paz. Para o Hamas, não
interessa a paz. Para o Hamas, interessa a guerra, e destruir Israel.
Isso é o que
nós vimos lá, nas três vezes que estivemos visitando aquela terra, e conhecendo
também a Faixa de Gaza. Não entramos lá dentro. Mas passamos, não só uma vez,
mas várias vezes, na Faixa de Gaza.
E vimos a realidade
daquele local. Então essa é a realidade. Falar aqui, para quem está de fora, é
muito fácil. Eu também não conheço a realidade total. Estou falando pelo que
vi, nas três vezes que visitei Israel.
Mais uma vez,
convidar a deputada Monica e os deputados do PT, para que possamos levantar
esta sessão agora, convocar a extra, votar a PEC, e vamos sim discutir o
relatório, porque o relatório está pronto, sim. Só depende dos senhores e das
senhoras.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o
deputado Altair Moraes para encaminhar pela bancada do Republicanos.
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Obrigado, Sr. Presidente. É importante a gente falar sobre
Israel, sobre a Palestina, e fazer uma grande diferença entre uma coisa e
outra.
Sr. Presidente,
para as pessoas que não sabem, tem pessoas que vivem falando aqui direto... Já
fui cinco vezes a Israel. Conheço muito bem Israel, conheço muito bem a
Palestina. A gente vai falar algo muito claro, para que entendam bem isso.
A gente vê um
monte de gente subindo aqui, parecem umas sumidades de historiadores. Eu
respeito a opinião de todos, mas não posso jamais respeitar o que tem
acontecido com Israel.
Temos que
entender o seguinte, presidente: existe a Cisjordânia, que tem uma grande parte
de palestinos lá, e existe união entre eles. Na Cisjordânia, presidente, existe
a Autoridade Palestina, que é respeitada por Israel. O que eles querem, os
palestinos? Criar o seu estado.
Eles têm que
conversar com Israel. Israel já tentou vários acordos. Infelizmente, não teve
nenhum sucesso nos acordos. Depois da Palestina, na parte da Cisjordânia, o
Hamas não tem acesso ali. No meio fica Israel e depois fica a Faixa de Gaza.
A Faixa de Gaza
foi tomada pelo grupo Hamas. Eles invadiram onde tinham palestinos e criaram
esse grupo terrorista, assassino e sem escrúpulo nenhum. Para o senhor ter
noção, presidente, deputados que estão aqui, no estatuto do Hamas, é só você
ler, está bem claro: “a exterminação de Israel”. Eles não querem o estado
palestino. O Hamas, não. O Hamas quer a destruição do estado de Israel.
Para as pessoas
terem noção, existem 22 nações árabes em um território de 99 por cento. Um por
cento é o território de Israel, cercado por 22 nações árabes. Todas as vezes em
que houve conflito do Hamas e de outros grupos terroristas com Israel foi
porque Israel foi atacado.
Me mostre na
história qual foi o dia em que Israel invadiu a Faixa de Gaza, qual foi o dia
em que Israel invadiu a Palestina, qual foi o dia em que Israel invadiu a
Cisjordânia. Eles foram atacados. E todo país que é atacado, é claro, é óbvio
que ele tem que revidar.
Ninguém aqui
está feliz com a morte de ninguém. Não dá para a gente, como cristãos, dizer
que a gente fica feliz com a morte de palestinos, de crianças, de mulheres, mas
também não dá para ficar feliz com a morte de judeus. A guerra é uma desgraça,
é uma destruição, ninguém a quer, mas não podemos passar pano para um grupo
terrorista que invadiu.
Só para vocês
terem ideia, vamos falar de história aqui. Outro dado que as pessoas têm que
entender: Israel foi invadido pela Palestina e pelo grupo Hamas especialmente
em 1936, na primeira guerra que teve. Israel reagiu. Em 1947, Israel foi
invadido novamente. Israel reagiu novamente.
Em 1967, mais
uma guerra não provocada pelo estado de Israel, provocada pelos grupos
terroristas. A guerra de 2000, quem foi que fez? Israel ficou na dele, mas foi
invadido novamente e revidou. Vocês querem que fiquem de braços cruzados, tendo
as suas crianças e suas mulheres estupradas, suas crianças decapitadas?
Tem mais: em
2008 foi a última guerra que houve. Em 2008, novamente, o grupo terrorista
invadiu Israel e Israel se defendeu. E agora, em 2023, a mesma história se
repete. Não foi Israel que invadiu a Faixa de Gaza, não foi Israel que atacou
os palestinos.
Israel foi
atacado. E, como um país, tem que se defender. É justo. São 22 países árabes
contra um país judeu. Noventa e nove por cento do território ocupado e um por
cento, que é Israel, e mesmo assim eles querem destruir Israel.
Eu sou a favor
de um estado da Palestina também, se há acordo com Israel. Eles têm que
conversar, eles têm que trocar ideias. Vários acordos já foram feitos.
Inclusive, Israel já separou algumas partes perto da Cisjordânia para dar de
território para a Palestina, mas a Palestina não quer. Eles querem tomar
Israel, mas eles têm autoridade palestina.
Nas vezes em que
eu fui em Israel, senhores, várias vezes eu fui no território palestino da
Cisjordânia. Sabe o que aconteceu lá? Almocei, jantei em restaurante de lá.
Tinham palestinos que moram em Israel e trabalham na Cisjordânia. Tem judeus
que trabalham lá na Cisjordânia. Existe acordo, existe paz entre eles.
Agora, quem não
dá para ter paz é com um terrorista vagabundo, que assassina crianças, entra na
casa, mata idosos, estupra as mulheres, e quer que Israel fique de braços
cruzados, meu Deus do Céu, não dá.
Outro detalhe
muito interessante. Quando o grupo terrorista invade Israel, eles não avisam
nada. Eles não falam nem para os palestinos que moram em Israel para saírem.
Não têm nenhum respeito com a humanidade.
Israel, todas
as vezes que foi atacar, avisou aos palestinos, mandou aviso para a Faixa de
Gaza, fez um corredor humanitário. Fez um corredor humanitário, para que todos
os palestinos saíssem da Faixa de Gaza, porque eles iriam contra-atacar.
Nós não podemos
aqui ser levianos, e muito menos, Tomé Abduch, crianças, para entender que um
país está sendo atacado, um país como Israel, com o poder bélico tão grande que
tem, mas ser assassinado, atacado, com suas crianças mortas, com suas mulheres
estupradas, com vários sendo levados de reféns. E Israel ficar de braços
cruzados?
Entendam muito
bem uma coisa, senhores. Essa guerra não foi de hoje. Essa guerra é antiga. Já
faz mais de sete vezes que Israel é invadido. Invadido, e, é lógico, se um país
é invadido, o que é que vocês querem? Que ele fique de braços cruzados?
É óbvio que, se
um país é invadido, ele tem que revidar à altura, e é isso que Israel está
fazendo, e eu louvo a Deus por isso, porque o povo de Israel é um povo justo, é
um povo que ama as pessoas e que quer o bem de todos. De todos, e nós não
podemos dizer aqui, senhores, que Israel faz exatamente o que o Hamas faz, é
totalmente ao contrário.
O Hamas é um
grupo terrorista, assassino, sem escrúpulo, sem respeito com a humanidade. Torno
a dizer, vamos separar muito bem as coisas aqui. A autoridade Palestina está na
Cisjordânia, onde há acordo da Cisjordânia com Israel. Depois vem a Faixa de
Gaza, que é o limite entre o mar e o Egito.
É onde fica a
Faixa de Gaza, um pedaço de Terra onde esses terroristas invadiram e fizeram seu
próprio povo de escravos. O próprio povo palestino tem medo do Hamas. Porque
sabe o que é que esses canalhas fazem? Eles pegam o povo palestino e colocam na
frente de guerra.
Eles pegam o
povo palestino, e eles entram dentro dos hospitais com pessoas que estão ali
feridas. Eles não têm escrúpulos, e eu me admiro muito quando uma deputada sobe
aqui e fala que Israel atacou um hospital e matou mais de 500 crianças, e ficou
comprovado que todos os mísseis, nenhum, gente, nenhum saiu de Israel.
Vamos
estabelecer a verdade. Isso já está claro. Isso já foi colocado. Agora, eu
queria deixar mais claro o seguinte. Não dá para defender bandido, terrorista,
invasores. Isso não, gente. Isso é demais. A gente não aguenta uma coisa dessa
não.
Agora, torno a
dizer. É lógico, é óbvio que ninguém quer a morte de ninguém. Se eu disser que
eu me alegro porque um palestino morreu, é claro que não. Porque uma criança
palestina morreu? É óbvio que não. Eu sou cristão. Eu sou a favor da vida. Sou
a favor da paz.
Agora, o que não
dá é passar pano para terrorista. Porque aqui no Brasil o pessoal já passa pano
para bandido, já passa pano para um monte de canalha. E a gente fica passando
pano agora para terrorista?
Terrorista tem
que ser exterminado, porque o que eles fazem, eles entram, destroem Israel. Torno
a dizer, eles não querem um estado palestino. Eles querem a destruição do
estado de Israel, e Israel tem todo o direito de se defender.
Eu sou a favor,
sim, do povo de Israel, paz para Israel. Israel nunca, em momento algum, entrou
em qualquer território palestino para atacar. Muito pelo contrário.
Israel sempre
se defendeu dos ataques terroristas. Isso tem que ficar muito claro aqui nessa
tribuna, porque, pelo que a gente ouve falar, parece que Israel é que está
fazendo todo o mal.
Parece que
Israel é que está atacando. Parece que Israel é que está decapitando crianças,
colocando dentro de forno e assando crianças. Como é que a gente vai ficar
calado com uma coisa dessa? Aí vem aqui e fala de paz, de amor, sabe, Gil?
“Não, vamos
todo mundo aqui, não pode acontecer isso”. Parece um conto de fadas, rapaz. Fica
falando coisas que não têm nada a ver com o que realmente está acontecendo
naquela região. Israel tem todo o direito de se defender. Israel é 1% de 99% de
países árabes e esse 1% eles querem destruir.
Isso não é
justo.
Paz para Israel.
O
SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Pela ordem,
presidente. Para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Emídio de Souza. É regimental o pedido de Vossa Excelência. Tem dois
minutos.
O
SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Presidente, só para
dizer, eu fico impressionado. O deputado Altair sobe aqui, desqualifica todos
os outros deputados como se ninguém conhecesse
nada. Ele é o chefe porque ele foi cinco vezes lá e se dá o direito de se considerar
o alto conhecedor de Israel. Não, nunca disse uma palavra aqui.
Falsear o
debate é a pior coisa que o deputado pode fazer, porque aqui ninguém,
absolutamente ninguém que usou a palavra defendeu o Hamas, mas a verdade é que
nós colocamos que não acho normal e espero que o deputado também não ache que a
vida palestina valha menos do que a vida dos moradores de Israel.
Criança de
Israel vale tanto quanto criança palestina e eu não vejo uma palavra. Paz para
Israel não; é paz para o mundo, deputado. Não é só para Israel. Essa história
de que Israel nunca invadiu ninguém, essa é a maior mentira que já se contou.
Você sabe,
Israel de 1948, hoje ele é três vezes maior do que quando ele foi fundado. Sabe
por quê? Porque ele invadiu as Colinas de Golan, porque ele invadiu o
território do Sinai, porque ele tomou o território do Egito - é por isso - na Guerra
de 1967 e na Guerra de 1973, do Yom Kippur.
Então, deputado,
não me venha falar que Israel... Israel é um país que merece respeito, o povo judeu
merece respeito. Agora, dizer que ele não tem culpa nessa história, que ele é
santinho nessa história, não é.
Ele invadiu terras
sim e do mesmo jeito que Israel tem direito ao Estado, os palestinos também têm
direito a um Estado. Não se trata de passar pano. Aqui ninguém passa pano para
nada.
Eu acho que o Hamas
cometeu um ato terrorista, um ato covarde, um ato abominável que merece o repúdio
do mundo inteiro. Agora, o mesmo repúdio tem que valer também para o que Israel
está fazendo agora, porque lá agora é o seguinte. “Bom, eu ataco hospital
porque é base do Hamas, eu ataco escola porque é base do Hamas, eu ataco
ambulância porque lá dentro tem terrorista do Hamas”. É só isso?
Quer dizer, a
Palestina é um Estado feito de terrorista, inclusive as crianças de dois, três
anos de idade que estão lá. E só para concluir, presidente, ao deputado Gil eu
quero dizer que fui o primeiro, talvez o único desta Casa a defender a Armênia,
a defender os refugiados lá, mas eu não fiz só isso, deputado.
Eu fiz isso em
contato com a Associação de Armênios, que me pediu apoio e eu fiz apoio, mandei
comunicação para o Itamaraty, gravei na televisão armênia. Então o que V. Exa.
me perguntou eu digo. Agora, eu nunca vi um pronunciamento do senhor sobre 4.000
crianças mortas na Palestina no último mês.
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Pela ordem,
presidente. Só uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Altair Moraes. Dois minutos para Vossa Excelência.
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Eu só quero falar para o deputado Emídio,
que considero muito, que o que eu falei aqui são dados, é História.
A tomada que
teve depois do Monte Sinai foi depois da guerra, foi depois da invasão, foi quando eles atacaram Israel. É bom a gente estudar
melhor a História. O senhor é um homem tão inteligente. É bom a gente estudar.
Depois de todos
os ataques, aí sim eles ocuparam o território, porque foram atacados. É muito
claro o que eu falei aqui. Eu acho que o deputado não ouviu muito bem - é
claro, não tem obrigação nenhuma de ouvir meu discurso; é lógico, é óbvio -,
mas eu falei ali, não sei se o senhor viu.
Porque o senhor
disse que a gente tem que estar do lado de todas as crianças de Israel e da
Palestina, mas eu falei justamente isso.
Falei que não
sou feliz com morte de criança nenhuma. Eu acho que o senhor não ouviu bem, mas
se o senhor não ouviu bem, eu estou repetindo para o senhor ouvir bem agora. A
gente é a favor de todas as crianças da Palestina, de Israel, de todo o mundo;
a gente quer paz, ninguém quer guerra.
Agora, a gente
não pode dizer que eu subi ali e o senhor disse que eu não falei que as
crianças da Palestina eram importantes. Eu falei exatamente isso no meu
discurso.
A gente pode
até puxar aqui as imagens se o senhor não ouviu direito, mas eu só estou
repetindo, deputado. Respeito o senhor, mas vamos deixar muito claro: Israel foi
atacado as sete vezes e esses territórios foram tomados porque Israel foi
atacado. Isso tem que ficar muito objetivo.
Obrigado,
presidente.
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Ediane Maria.
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL
- PARA COMUNICAÇÃO - Mudando um pouco de assunto, mas sem sair do assunto, já
comuniquei o Sr. Presidente André do Prado sobre a violência que acabei de
sofrer, saindo do meu gabinete, de um senhor que teve a capacidade de me seguir
falando mal do meu cabelo, falando que era horroroso, que eu tinha que tirar,
que eu era feia.
Só que nesse
momento, eu achei até, por um instante, como ele começou a desferir a sua
violência, inclusive lembrando que racismo é crime neste País, e ele vai ser,
sim, procurado pelos meus advogados, e ele vai responder juridicamente sobre o
que ele fez, uma violência, porque na hora que eu olho para trás, ele vem vindo
gritando, e eu achei que era uma loucura.
Eu cheguei até
a achar que jamais aqui dentro desta Casa nós iríamos tolerar racistas,
fascistas, e foi isso que aconteceu aqui, eu saindo do gabinete. Não vamos
tolerar.
Não vamos
baixar a guarda, porque enquanto isso, várias mulheres continuam morrendo,
vários jovens que andam pela rua e que o tempo inteiro o seu cabelo é chamado
de colmeia, de formigueiro.
Toda hora nós
temos que ouvir que nosso cabelo é feio. Chega de violência racista. Chega de
racistas, inclusive ocupando aqui a Assembleia Legislativa. Aonde que esse
senhor entrou?
Ele entrou no
gabinete do deputado Atila Jacomussi. Eu quero muito, deputado, que você
pesquise. É um senhor, está aqui a imagem na câmera. Eu quero muito que você
pesquise sobre ele, porque vou fazer a denúncia, e ele vai ter que responder
judicialmente sobre o que ele fez agora.
Ele não me
atingiu somente, ele atingiu toda a história de um país que historicamente foi
violentado. Nós, mulheres negras, historicamente fomos violentadas. É só olhar
para esta Casa: somos só cinco mulheres negras ocupando e fazendo o afronte
necessário.
Estamos falando
da guerra, da guerra do Iraque contra os palestinos, e é necessário que esta
Casa se solidarize. Todos os dias morre preto e pobre. Todos os dias mulheres
negras morrem assassinadas neste País. Todos os dias nós sofremos violência. É
necessário que esta Casa dê a resposta. É necessário que a gente avance na
política antirracista aqui neste espaço legislativo e também na sociedade.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
Nenhum passo
atrás. Nenhum passo atrás.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Diante da
denúncia da deputada Ediane Maria, solicito à Dra. Margarete, nossa delegada,
juntamente com o coronel Tofanelli, da Polícia Militar, que possa fazer um
boletim de ocorrência para apurar, mesmo porque dentro desta Casa nós temos uma
cartilha comportamental que tem regras e comportamentos, que estão descritos
aqui hoje, que foi elaborada por todas as deputadas desta Casa.
Com certeza vai ser averiguado e
encaminhado para o devido levantamento do ocorrido para as devidas providências,
com certeza, esse fato ocorrido à deputada Ediane Maria.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PARA
COMUNICAÇÃO - Pela ordem, presidente. Eu já falei com o deputado Atila, a gente
acha que ele foi se esconder no gabinete do deputado, que se colocou à
disposição para nos ajudar a identificar, está inclusive falando com a
assessoria, só para dizer que a gente acha que a pessoa foi se esconder no
gabinete do deputado Atila quando filmado, mas a gente precisa da ajuda da
identificação do agressor. Então se a Polícia Militar puder identificá-lo, ele
ainda está pela Casa, foi há 15 minutos.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO -
Pela ordem, Sr. Presidente. Primeiro, solidariedade à companheira Ediane.
Segundo, esta Casa instalou o sistema de câmeras. Todas elas devem estar
disponíveis. Inclusive, os próprios deputados têm acesso.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com certeza,
deputado Paulo Fiorilo. Já está acionado o nosso corpo técnico da Polícia
Militar, Civil, e vai ser imediato. Eu já determinei a apuração. Então jamais
iremos aceitar qualquer tipo de discriminação nesta Casa, mesmo porque
avançamos muito, e com isso a gente vai fazer a apuração.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, presidente. Para
uma breve comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dois minutos
para Vossa Excelência.
O
SR. GIL DINIZ - PL
- PARA COMUNICAÇÃO - Para me solidarizar. Olha, é incrível a capacidade ou a
incapacidade de alguns aqui. É lógico que nós defendemos aqui lados opostos,
mas isso é inadmissível, presidente. Então prestar a minha solidariedade, e que
a nossa Polícia Militar e a nossa Polícia Civil identifiquem esse cidadão
rapidamente.
A deputada
Ediane é muito atuante aqui na Assembleia e nos movimentos sociais, e isso a
gente não deseja para ninguém, nem do campo da direita, nem do campo da
esquerda. A gente sempre tem os embates, mas tentamos de todas as maneiras
manter o mínimo respeito por ambas as partes.
Essa atitude
que esse cidadão tomou deve ser, presidente, punida com todo o rigor aqui, não
só por V. Exa., mas nos meios legais. Então, a nossa solidariedade à deputada
Ediane.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Beth Sahão.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - PARA COMUNICAÇÃO -
Para trazer também a solidariedade como parlamentar, como mulher, à deputada
Ediane, na nossa bancada do Partido dos Trabalhadores. Agora, eu queria fazer
um pedido, uma solicitação: deputada Ediane, têm algumas imagens.
Eu acho que seria interessante que V.
Exa. permitisse que ela pudesse dar para o serviço de som e imagem, para que
pudesse passar aqui no nosso painel a imagem que ela gravou da pessoa.
(Palmas.)
Por favor, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada
Beth, já está tomada a providência. A Polícia Militar e a Civil já têm a imagem
e já estão vendo as imagens da entrada, temos tudo cadastrado e nós vamos, com
certeza, apurar esse caso. A gente não vai aceitar jamais isso. Nós acabamos de
aprovar, está aqui a cartilha comportamental desta Casa.
Têm regras a serem seguidas nesta Casa,
e uma delas é com relação ao combate de qualquer tipo de discriminação. Com
relação ao racismo, então, nem pensar. Então, nós vamos apurar, e quem fez isso
vai pagar pelos seus atos, com certeza.
A
SRA. EDNA MACEDO - REPUBLICANOS - Pela ordem,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Edna Macedo. Tem dois minutos Vossa Excelência.
A
SRA. EDNA MACEDO - REPUBLICANOS - PARA
COMUNICAÇÃO - É só para me solidarizar com a deputada Ediane. Não é justo, não
é correto. Não é só por ela ser deputada, por ser uma mulher. Então, também
como mulher, eu quero estar apoiando a deputada aqui neste Plenário.
Obrigada, presidente.
O
SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação.
As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como
se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento do nobre deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - PARA COMUNICAÇÃO -
Sr. Presidente, primeiro para agradecer a votação dos deputados e, segundo,
para me solidarizar com a deputada Ediane Maria, que merece todo o respeito,
que tem uma história linda de vida, que lutou para chegar até esta Casa e que
merece ser respeitada.
Manifesto aqui toda a minha
solidariedade e o meu sentimento por tudo que ela possa ter sofrido e me somo a
ela nessa dor e na sua indignação, porque ninguém merece ser desrespeitado,
seja quem for. Seja qualquer pessoa desta Casa, sobretudo uma pessoa que tem
uma história linda como a dela. Apenas isso, Sr. Presidente.
Obrigado a todos.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Tomé
Abduch, desculpe, eu cortei V. Exa. porque eu estava em processo de votação,
mas dois minutos para Vossa Excelência.
O
SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - PARA
COMUNICAÇÃO -Muito obrigado, presidente. Eu gostaria também de me solidarizar.
Eu acho inadmissível qualquer tipo de falta de respeito entre nós.
Nós vivemos hoje, eu acho, um mundo que
nós já temos a ciência da importância de nós nos respeitarmos mutualmente,
principalmente dentro de uma Casa Legislativa, que ocorra algum acontecimento
como esse.
Então queria que todos nós,
independente das nossas divergências políticas, a gente possa ter a certeza que
todos nós temos que lutar para que não haja desrespeito e preconceito mais
dentro desta Casa e dentro da nossa sociedade.
Muito obrigado, presidente.
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Comunicado
pela nossa chefia de gabinete: já temos as imagens e já estão vendo a
qualificação do cidadão.
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Altair Moraes.
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, nós não podemos, como
parlamentares, aceitar uma atitude dessas com a deputada e com ninguém.
Com nenhuma
mulher que seja, homem que seja. Nós somos contra a discriminação, somos contra
o racismo. Nós podemos divergir em uma série de coisas, mas esse tipo de ato
tem que ser combatido de verdade, presidente.
Eu agradeço ao
senhor por estar já acionando aqui o pessoal da Delegacia Civil, na pessoa da
Dra. Margarete, uma pessoa extremamente competente. Do coronel, também. Quero
agradecer o senhor por essa atitude, presidente, porque essa cartilha que saiu,
com todas as regras aqui nesta Casa, tem que ser respeitada.
Então, a minha
solidariedade à deputada Ediane Maria, que tem uma história realmente muito
bela, que veio de baixo, foi empregada doméstica, chegou a ser eleita com um
número expressivo de votos. Uma nordestina, negra, e que tem todo o meu
respeito. Assim como pessoa que vim de comunidade, negro e nordestino, também
quero ser respeitado nesta Casa.
Não vamos
aceitar, presidente, em hipótese alguma, esse tipo de ação nesta Casa de Leis,
porque, apesar de nós termos divergências, apesar de não concordarmos com uma
série de coisas, nesse ponto, todos nós aqui, inclusive o pessoal do centro, da
direita, têm essa consciência de que tem que haver respeito entre os pares, tem
que haver respeito entre os deputados.
Nós temos que
respeitar a mulher negra, a mulher branca, a mulher do nordeste, a mulher do sul,
do sudeste. Nós temos que respeitar a todos. E isso é o que nós fazemos aqui,
nesta Casa. Eu nunca desrespeitei ninguém nesta Casa, presidente.
Eu tenho meu
posicionamento, eu vou para o embate, vou para o debate, não tenho problema
nenhum, não tenho medo de confusão, de embate com ninguém. Mas nunca usei esta
tribuna para desrespeitar ninguém, ninguém. Nem pela sua opção sexual, pela sua
tonalidade de pele, pelo seu estado de origem, de forma alguma.
Então,
presidente, a minha solidariedade à deputada Ediane Maria.
Que as
providências sejam, de fato e de verdade, tomadas, presidente.
O
SR. TEONILIO BARBA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Teonilio Barba.
O
SR. TEONILIO BARBA – PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, também quero me solidarizar com a
companheira Ediane Maria, nossa deputada. Deputada importante, com uma votação
importante, uma pessoa fantástica nesta Casa e que tem uma luta histórica na
vida dela, a luta por moradia, a luta em defesa das mulheres, a luta em defesa
da comunidade LGBTQIA+, a luta em defesa dos negros, das negras do estado de
São Paulo, deste País. Ela tem uma história de luta que nos engrandece, deu uma
outra vida aqui, neste Parlamento.
Então, à
deputada Ediane toda a minha solidariedade. Presidente, e nós dirigimos pela
Mesa a construção de uma cartilha, nós já apresentamos essa cartilha para a
imprensa, com a procuradora do estado, eu e o senhor compondo a Mesa, com o SOS
Racismo, com as várias deputadas, 25 deputadas desta Casa falaram sobre a
cartilha, deram opinião, botaram as suas posições.
Foi mandada
para todos os deputados desta Casa para que cada um fizesse a sua observação. A
cartilha chegou à 37ª versão para a gente poder apresentar, para tratar
exatamente, para combater todo tipo de preconceito, combater o machismo,
combater a transfobia, a LGBTfobia, o racismo, qualquer tipo de preconceito.
Não é possível,
no segundo maior Parlamento da América Latina, que a gente tenha que conviver
com pessoas que querem se incomodar com a cor da pele do outro, com a
orientação sexual do outro, com o cabelo do outro ou da outra. Nós não podemos
permitir mais isso aqui neste Parlamento.
Portanto,
presidente, vamos pedir para que todos os deputados também façam a leitura da
cartilha. A cartilha não é só para os funcionários da Casa, é para todos os
deputados e deputadas, é para todos os servidores desta Casa, para todos os
comissionados e para todos que frequentam esta Casa.
Entrou nesta
Casa, tem que sair daqui com uma cartilha para poder ver que esta Assembleia é
séria e que nós, deputados e deputadas, não podemos permitir esse tipo de
abuso.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com certeza,
deputado Barba. Parabéns a V. Exa. também. Está aqui essa cartilha. Nós a temos
de forma digital, mas confeccionamos também milhares delas, que estão
espalhadas em todos os gabinetes, em todas as áreas públicas desta Assembleia,
para que todos tenham acesso, seja de maneira digital ou fisicamente, impressa,
para que todos possam conhecer essa cartilha comportamental que esta Casa criou
com a composição de vários deputados que assim fizeram, junto com os demais
deputados. Hoje nós temos o regramento nesta Casa. (Vozes sobrepostas.)
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Em seguida ao Paulo
Mansur.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então, Paulo
Mansur, V. Exa. teve a anuência do deputado Eduardo Suplicy para uma
comunicação de dois minutos.
O
SR. PAULO MANSUR - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, deputado Eduardo
Suplicy. Parabenizar, presidente, a sua sensibilidade por essa cartilha, logo
que assumiu a Presidência tomando essa atitude, e me solidarizar também com a
deputada Ediane Maria, eu que já tive diversos embates com ela, já fomos
expostos até na rede social pelas nossas diferenças de posicionamentos
políticos, mas fica a minha solidariedade. Ninguém pode receber um preconceito
desse como a deputada falou aqui, na tribuna.
É importante a investigação dos fatos
para que a pessoa que fez isso dentro do nosso Parlamento do estado de São
Paulo, desrespeitando a todos nós, seja punida. Então fica aqui a minha
solidariedade à deputada.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Parabéns a
todos os Srs. Deputados pela indignação de V. Exas., seja da direita, da
esquerda, do centro, enfim, essa obrigação desta Casa, desta Presidência, de
todos os senhores. E nós, unidos, não vamos permitir jamais que isso aconteça
nesta Casa.
Com a palavra o deputado Eduardo
Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Meus
cumprimentos, presidente André do Prado, pela solidariedade com que coordena os
esforços nossos para nos solidarizarmos com a deputada Ediane, que infelizmente
foi objeto de uma ação ofensiva, de maneira alguma aceitável por todos nós.
Então quero ser breve, porque tantos
querem aqui falar, mas minha solidariedade total à deputada Ediane Maria.
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Simão Pedro.
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr.
Presidente, também queria manifestar aqui minha indignação pelo que ocorreu nesta
Casa, infelizmente, com a deputada Ediane Maria, pelo relato emocionado que ela
fez aqui. Então o nosso repúdio a toda atitude de racismo, de intolerância, de
fascismo que possa ocorrer aqui.
E também queria me congratular, Sr. Presidente,
com V. Exa., com a Mesa e com os demais deputados aqui, porque esse tema nos
une. Acho que esta Casa tem que, sim, como foi feito através da cartilha,
pensar que isso é uma atitude. Por mais que nós tenhamos feito a cartilha, por
mais que já tenha repercutido casos semelhantes em outras ocasiões,
infelizmente isso vem se repetindo.
Então é uma luta difícil, mas é uma
luta que tem que ser permanente, por isso aqui me congratulo com as atitudes e
as manifestações de todos que eu tenho percebido aqui.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Só para
comunicar, já foi identificado o agressor, encaminhado agora para averiguação
na Polícia Civil. Então já está nas mãos da Polícia Civil o agressor que fez
esse ato com a deputada Ediane Maria. Agora cabe à polícia fazer a apuração
para depois tomar as providências que terão que ser tomadas.
O
SR. ALEX MADUREIRA - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.
Só uma comunicação, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado.
O
SR. ALEX MADUREIRA - PL -
PARA COMUNICAÇÃO - Na mesma linha de todos os colegas deputados aqui que têm se
solidarizado com a deputada Ediane Maria, eu acho que todos nós, ou a maioria
de nós, têm histórias de vidas aqui, como a deputada Ediane. Nós temos aqui o
caso do Vitão do Cachorrão, deputado Barba, tem o caso do senhor, que é oriundo
do movimento sindical, tem o caso meu, que estudei sempre em escola pública,
morei na zona rural.
Todos nós
vencemos, ou estamos vencendo, mas com muita luta, com muita dificuldade. E é
ruim quando nós chegamos aqui a um ponto como esse de hoje, de percebermos que
as diferenças que nós temos, diferenças, todos nós aqui, de pensamento,
diferenças ideológicas, diferenças de posicionamento, mas que não podem
ultrapassar o respeito.
E eu acho que a
grande prova disso são as falas de todos os parlamentares que falaram até agora
aqui, todos irmanados no mesmo assunto. E nós não estamos falando de
corporativismo, não.
Nós estamos
falando de alguém que é nosso aqui, como a deputada Ediane, que é uma colega
nossa de trabalho e que está aqui porque trabalhou para estar aqui, venceu para
estar aqui e merece todo o respeito.
Não só o nosso
respeito, como também das pessoas que frequentam esta Casa. Então, parabenizar
a Presidência da Assembleia Legislativa, não só a Presidência, a primeira
secretaria, a segunda secretaria, que lutaram para fazer esta cartilha,
presidente.
Nós recebemos
nos gabinetes também, eu estou com a minha em cima da minha mesa, para mostrar
inclusive para as pessoas que vêm até aqui o posicionamento desta Casa, e que
tem sido importante e que sirva de exemplo para outras casas de leis espalhadas
pelos municípios de São Paulo, pelos estados e também lá no Congresso Nacional,
que seja um exemplo o que esta Casa tem feito aqui.
Nós não podemos,
de forma alguma, aceitar que algo como aconteceu hoje aqui seja aceito.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Monica Seixas.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
PARA COMUNICAÇÃO - Em nome de toda a bancada do PSOL a gente gostaria de
agradecer o acolhimento e, mais do que isso, a rápida ação da policial militar
que estava ali naquele cantinho, que eu não sei o nome, vocês me perdoem, mas,
em nome dela, agradecer a toda assessoria da Casa.
Rapidamente ela pegou a foto,
rapidamente ela acionou os superiores, rapidamente ele foi identificado, está
na delegacia, o boletim de ocorrência está sendo lavrado.
Então, contamos com a Justiça, mas
agradecer a toda a assessoria da Casa.
O
SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS
- Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
Monica Seixas. Eu também agradeço a toda assessoria. Isso demonstra a
competência e a capacidade de todos os policiais civis e militares que prestam
esse grande serviço a esta Casa, para que nós possamos, todos os dias, dar
andamento aos nossos projetos no dia a dia, nas nossas leis, que são feitos
aqui nesta Casa. Então, parabéns a toda a Polícia Militar, à Polícia Civil,
pela agilidade. Com a palavra, o deputado Jorge Wilson.
O
SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Sr.
Presidente, parabenizar V. Exa., e dizer que tolerância zero para qualquer tipo
de discriminação. Eu acho que o ser humano, cidadão, independentemente do cargo
que ocupa, precisa e deve ser respeitado, Sr. Presidente.
Essa cartilha,
que está no momento oportuno, é fundamental que cada funcionário, cada
assessor, cada visitante desta Casa entenda que deve tratar o próximo da mesma
forma que gostaria de ser tratado.
A deputada
Ediane é uma deputada querida, uma deputada combativa, uma deputada que a gente
debate, a gente discute, mas é uma deputada muito querida nesta Casa. Então, eu
tenho certeza de que é o repúdio de todo o Parlamento paulista hoje em relação
a essa atitude muito infeliz dessa pessoa, que eu acho que não está feliz com a
vida, não está feliz com nada e tem que rever os seus conceitos. É fundamental.
Parabéns, Sr.
Presidente, pela atitude de pedir, imediatamente, para que a assessoria que faz
a segurança desta Casa tomasse as devidas providências. Tem que ser punido com
o rigor da lei, porque precisa aprender que é um ser humano assim como o
próximo, e precisa respeitar o próximo, com toda certeza, da mesma forma que
gostaria de ser respeitado.
Então, a minha
solidariedade a nossa querida deputada Ediane Maria. Essa deputada, essa
amiga... A gente sente muito o que aconteceu hoje, Sr. Presidente.
O
SR. MAJOR MECCA - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Major Mecca.
O
SR. MAJOR MECCA - PL
- PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, eu só quero dirigir a palavra à deputada
Ediane, para que... A gente sabe que ela é uma mulher forte, guerreira, não
abaixa a cabeça. Ela não está sozinha nessa batalha. Todos nós estamos aqui.
Parabenizar a
soldada Ariane, que está ali no canto esquerdo, que foi a policial militar que
tomou as medidas iniciais de polícia para proteger a deputada Ediane. (Palmas.)
Parabéns, Ariane. Fica aqui o nosso orgulho em envergar a farda da Polícia
Militar, sempre protegendo a dignidade do ser humano, que é o que nós
trabalhamos aqui.
Causa-nos até
estranheza, deputado Barba. Eu acho que sou um dos deputados mais jovens aqui,
e, com 55 anos, é necessário cartilha de comportamento. Olha como o nosso
Brasil está um ambiente difícil.
Você acha que
precisaria, pessoas da nossa idade, de uma cartilha para se comportar de forma
respeitosa ao ser humano, ao próximo? Isso é muito preocupante para toda a
nossa nação, para o nosso povo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado
Lucas Bove.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Para comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem o tempo
regimental de dois minutos.
O
SR. LUCAS BOVE - PL
- PARA COMUNICAÇÃO - Veja... Parabenizar o senhor, por óbvio, e a Casa toda
pela cartilha. Solidarizar-me, assim como já fiz pessoalmente à deputada Ediane
assim que o fato ocorreu. Parabenizar a soldada Ariane. É isso? É. Soldada
Ariane. Parabéns, mais uma vez. Parabéns, Major Mecca, por reconhecer o esforço
e a execução de seu trabalho imediato.
Mas, eu queria
colocar aqui uma situação e, com todo o respeito - com todo o respeito mesmo -,
porque eu tenho certeza de que os 93 deputados aqui desta Casa sabem qual é a
minha postura, sabem qual é a minha posição.
Nós vimos aqui
uma mulher, com uma história de vida linda, assim como a mãe do governador
Tarcísio, que era doméstica, a mãe do nosso colega, deputado Gil Diniz, tantas
vezes atacado aqui pela esquerda, que é doméstica... Uma mulher negra,
nordestina, doméstica, trabalhadora, chorando - chorando -, por ter sido vítima
de racismo.
Racismo é um
assunto sério. Assim como nazismo, fascismo, genocídio são assuntos sérios. Por
isso, eu gostaria de, infelizmente, aproveitar essa oportunidade que se fez
aqui, para fazer um apelo à esquerda: vamos tratar as coisas como elas devem
ser tratadas.
A partir do
momento que cada fala é taxada como racista, como xenófoba, como homofóbica,
como genocida, como nazista, esvazia-se o debate. Imagine um neto de um judeu
que teve o seu avô morto no holocausto vendo o termo “nazismo” ser tão
banalizado; imagine uma mãe de família honesta, trabalhadora, vítima de
racismo, vendo o termo “racista” ser tão banalizado.
Então, eu tenho
certeza de que dentre os deputados aqui, os assessores, o racismo é combatido,
pela direita, pela esquerda; e esses casos isolados precisam ser tratados com
todo o rigor da lei. O Brasil é um país que tem sim raízes históricas racistas,
tem sim problemas nesse sentido.
Por isso, eu
rogo a todos aqui que tratemos o tema com a devida seriedade, que não
banalizemos os termos e que os utilizemos nos seus devidos casos. Minha
solidariedade à deputada Ediane, a toda a bancada; e meus parabéns às polícias
Militar e Civil, que de pronto já estão fazendo o seu trabalho.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Lucas Bove.
Então, vamos agora para o próximo item,
que é um requerimento da nobre deputada Márcia Lia, com o número regimental de
assinaturas, nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para a constituição
de uma comissão de representação com a finalidade de participar de reunião com
ministros do governo federal, nos dias seis e sete de novembro do corrente ano,
em Brasília, com despesas custeadas via verba de gabinete parlamentar.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Para encaminhar o
requerimento, o deputado Teonilio Barba.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado
Teonilio Barba fará, então, o encaminhamento pela bancada do PT/PCdoB/PV, pelo
tempo regimental.
O
SR. TEONILIO BARBA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, André do Prado, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, público aqui presente na nossa galeria, trabalhadores desta Casa. É
sempre bom ter todo mundo aqui, para a gente tentar avançar em alguns temas
importantes.
Confesso para
vocês que, na única viagem internacional que eu fiz, eu estive no Canadá, eu
fui numa missão de trabalho, por 16 dias - eu não era deputado -, para debater
um tema de economia solidária, porque o estado do Quebec, no Canadá, tem essa
experiência do cooperativismo.
Então, fui lá
conhecer essa experiência. Mas acompanhei, muito atento, o debate anterior
ocorrido aqui, sobre a questão de Israel, sobre a questão do Hamas, sobre a
questão da Palestina.
Esse debate não
nasce hoje; é um debate muito sério. Se nós formos recorrer, lá em 1947, à
resolução da ONU que cria o Estado de Israel, onde está ocupado hoje, onde
estão ocupando Israel e Palestina... Quando foi criada, deputada Edna, a
resolução, a maior parte ali era para pertencer à Palestina, ao povo palestino,
e não ao povo de Israel. E aí o povo de Israel, a quem eu respeito muito, foi
avançando, avançando; e é dono de mais ou menos, ocupou algo em torno de quase
90% do território.
E eu não sou
nenhum historiador sobre esse tema; eu estou falando aqui de informações que eu
busco, de coisas a que eu assisto, que eu busco, que eu tento debater com a
comunidade libanesa, com a comunidade árabe.
Inclusive, eu
trabalhei muito, por sete anos, oito anos, em São Bernardo do Campo, com a
comunidade árabe, que era muito forte no comércio de móveis e na fabricação de
móveis na cidade de São Bernardo do Campo, onde eu trabalhei por 11 anos.
E aqui tem um
debate: se nós condenamos Hamas como terroristas, como grupo terrorista, ou
não. Se o Hamas não pode matar israelense, os israelenses não podem matar
crianças e idosos, nem adolescentes e nenhum palestino. Se o Netanyahu tem uma guerra,
a guerra tem que ser contra o Hamas.
E, pasmem,
parece que a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo é maior do que a
ONU, porque eu vejo alguns deputados aqui querendo decretar o grupo Hamas como terrorista, deputada Edna, só
que o Conselho da ONU, que tem cinco países que têm o poder de veto, mais dez
países que formam o Grande Conselho, até hoje não decretou o grupo Hamas como
grupo terrorista.
Pesquisem isso e estudem isso. Se
eles não decretam, eu, simples deputado Barba, que vou decretar? Eu vou
condenar a ação do Hamas, do que ele fez, de invadir, de atacar o povo de Israel,
de matar crianças, de matar jovens, de matar mulher, de matar idosos?
Eu não vi os deputados que
estavam aqui defendendo corretamente o povo de Israel condenarem a atitude dos
que usam a farda de Israel, matando crianças palestinas, idosos, crianças e
adolescentes. Quer dizer que usou farda, pode matar? Aí nós falamos em nome de
Deus e usamos farda e podemos matar? É assim que funciona?
Esse é o debate que está posto
ali naquele território. A Faixa de Gaza é extremamente destruída, já são mais
de dez mil mortos na Faixa de Gaza, e não são dez mil mortos do Hamas, é gente
de todo jeito. É palestino, é gente que não apoia o Hamas, são crianças, são
idosos, são várias pessoas, deputada Beth, a senhora que é descendente da comunidade
libanesa.
Então, preciso ver, porque eu não
vi o lado de lá defendendo Israel, condenando o que as forças armadas de Israel
estão fazendo, matando crianças, matando idosos, matando mulher, matando jovens.
Eu quero ver isso, porque como
nos cobram do lado de cá, que querem que nós decretemos do lado de cá, a
bancada da esquerda, que nós temos que tratar o grupo Hamas como terrorista, nós
podemos tratar, mas o Conselho da ONU até hoje não reconheceu, o Conselho de
Segurança da ONU.
Então, neste debate, o mais
correto é nós defendermos o seguinte: tem que ser instaurado um processo de paz,
deputado Daniel Soares, porque... Vamos pegar a guerra da Coreia do Norte e da
Coreia do Sul, de 50 a 53. O Brasil apresentou, presidindo no Conselho de
Segurança, uma resolução para fazer um corredor humanitário, para fazer uma
suspensão da guerra.
Suspensão não é o armistício que
aconteceu com a Coreia do Norte e com a Coreia do Sul, suspensão é uma trégua. Para
que é a trégua? A trégua é para que possa chegar ajuda humanitária, seja a Israel,
seja à Faixa de Gaza; a trégua é para você retirar crianças e idosos,
estrangeiros; a trégua é para isso.
Depois, quando se encerra o
período da trégua, se quiserem continuar com a trégua, podem continuar; se não
quiserem, voltem a guerrear. Mas na guerra tem regras, na guerra você não ataca
um hospital, na guerra você não ataca igrejas, na guerra você não ataca a Cruz
Vermelha, você não ataca os grupos de apoio humanitário.
Na guerra tem tratado, na guerra
tem convenção. Há um desrespeito ali, na minha avaliação pessoal, na minha
análise pessoal, como ser humano, há desrespeito dos dois lados. O Hamas, com
seus atos terroristas, atacando, matando e sequestrando, que nós condenamos o
tempo todo, mas Israel também está matando a torto e a direito.
Eu duvido que os mais de dez mil
mortos na Faixa de Gaza são todos do Hamas. Quero que alguém aqui, que tenha
essa referência, por favor, suba à tribuna e explique para mim que os mais de dez
mil mortos lá na Faixa de Gaza são apenas terroristas do grupo Hamas, que
praticou o ato terrorista, e que a ONU, até hoje, não reconheceu.
Então nós temos um problema. Aquela
região tem conflito milenar, sobre o qual nós temos que debater aqui na
Assembleia,
mas que nós não vamos resolver. Nós temos inclusive que ter cuidado de como
fazer esse debate, porque o povo judeu foi perseguido pelo nazismo e pelo
fascismo do Mussolini, mas criou-se uma pátria: o povo judeu. Criou-se uma
pátria.
Então o que o
povo palestino quer é apenas também ter o direito de ter um pedaço de terra, de
ter um estado, de ter paz e de ser conduzido por quem realmente quer a paz e
que bote no centro da pauta... O centro da nossa pauta tem que ser humano tem
que ser o ser humano, tem que ser a humanidade. Então essa era a primeira coisa
que eu queria abordar.
A segunda coisa,
Sr. Presidente, é que eu queria aqui hoje lamentar a perda de um grande
companheiro conhecido por nós, tratado carinhosamente no bairro em que eu moro.
Foi uma das pessoas, deputada Beth, responsável por eu ser deputado hoje. Foi a
primeira pessoa que me levou na primeira assembleia do Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC.
Nós éramos
amigos, jogávamos bola juntos. Era um time que só tinha negros, e eles me
chamavam de “branco do time”. O time só tinha preto, a torcida era preta, o
time era preto, e eles falavam que eu era o branco do time.
Eu falava: “Eu
não sou branco não, eu sou mestiço, porque eu sou neto de escravizado. Sou neto
de bugre por parte de mãe, neto de escravizado por parte de pai, e o bugre é o
nosso índio brasileiro.
E o nome dele,
eu brincava com ele que ele não tinha sobrenome, porque o nome dele é Adão Pedro
Custódio, esse era o nome dele. Foi o cara que me levou para a vida sindical,
era um lutador, era uma liderança do futebol na várzea, uma pessoa importante
na minha vida. Infelizmente veio a falecer hoje, estive no velório dele.
Nós o chamávamos
de Adão Preto. Ele era o quarto zagueiro do time, eu era o médio volante. Uma
hora era ele o capitão do time, outra hora era eu. Então quero render aqui a
minha solidariedade ao Adão Preto, à família dele, à esposa Helena, aos filhos
Wesley, Wisdney, Nayara e William, e às duas netinhas dele.
Então render
aqui as homenagens e uma homenagem do time do Marabá, da torcida Fanáticos do
Marabá e uma homenagem deste deputado, amigo e irmão.
Um grande
abraço.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Monica Seixas.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Indico o deputado Carlos Giannazi para encaminhar pela Federação PSOL REDE.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental. O
deputado Carlos Giannazi fará encaminhamento pela Federação PSOL REDE.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente,
deputado André do Prado, deputados e deputadas, público aqui presente,
telespectador da TV Assembleia, primeiro eu quero saudar, Sr. Presidente, os profissionais
da Educação, do Magistério estadual, que estão aqui mobilizados contra a aprovação
da PEC 9, a PEC criminosa do governador Tarcísio de Freitas, que pretende
reduzir o orçamento da Educação pública.
Eu lembro que
em 1989 eu estava exatamente aí, nessa galeria. Era professor da rede estadual,
e nós estávamos mobilizados para aprovar a Constituição estadual. Nós vivíamos
a Constituinte de 89, e a nossa luta era para que houvesse o aumento do
orçamento da Educação estadual.
Nós
conquistamos, com muita luta, com essa galeria lotada, com as ruas lotadas aqui
da Assembleia Legislativa, os 30% do orçamento na Educação estadual. É triste
ver agora que um governador que mal chegou em São Paulo tenta reduzir essa conquista
histórica do Magistério estadual.
Por falar em Magistério, Sr. Presidente, Srs.
Deputados e Deputadas, quero também dizer que a Secretaria da Educação, a Seduc,
está brincando com o Magistério, está brincando com a Educação, porque ontem o
governo, através de suas fontes oficiais, anunciou que teria enviado ontem
mesmo para a Assembleia Legislativa o projeto de lei complementar sobre as APDs
e sobre a falta-aula, ou seja, para que as a APDs, as atividades pedagógicas
diversificadas, fossem realizadas em local de livre escolha, mas até agora o
projeto não chegou, nem ontem, nem hoje.
Hoje é dia 7 de
outubro, às 18 horas e 29 minutos, e até agora o projeto não foi protocolado na
Assembleia Legislativa, que é, olhe, um comunicado oficial da rede da Seduc; é
o Instagram da Secretaria de Educação do governo estadual, dizendo que o
governo encaminhou para a Alesp.
E, olhe,
deputado, presidente André do Prado, não chegou o projeto até agora. O líder do
Governo, Xerife do Consumidor, tem que cobrar o projeto, não chegou ainda até à
Assembleia Legislativa. E o governo está brincando com a Assembleia
Legislativa, brincando com o Magistério.
E esse é um
projeto importante, um projeto estratégico para o Magistério porque os
professores e as professoras não aguentam mais essas APDs que estão torturando
e prejudicando a saúde mental e física de milhares e milhares de docentes da
rede estadual de ensino. Então, esse projeto tem que ser protocolado com
urgência e votado, também, em caráter de extrema urgência, aqui, na Assembleia
Legislativa.
Então, nós
queremos fazer, Sr. Presidente, este pedido a V. Exa., que entre em contato com
o governo, com a Casa Civil, para pedir que o projeto venha, de fato, porque o
governo já se comprometeu aqui, na Assembleia Legislativa, através do dono da
Multilaser, Renato Feder, no semestre passado. Agora não é mais Multilaser,
deputado Paulo Fiorilo, é Multi, mudou o nome da empresa. É Multi, não é mais
laser. Tire o laser aí, viu, pessoal?
Então, ele se
comprometeu na Comissão de Educação. Eu tive uma reunião com ele no gabinete
dele em julho. Ele disse a mesma coisa, que estaria encaminhando o projeto.
Depois, fez uma “live”, no começo de agosto, também se comprometendo a
encaminhar o projeto e, até agora, nada, só anúncios, anúncios.
E, agora, o
anúncio feito na rede oficial, aqui, de comunicação da própria Secretaria da
Educação, Sr. Presidente. Então, nós exigimos que o governo encaminhe o projeto
e que a Assembleia possa pautar esse projeto em caráter de extrema urgência.
Sr. Presidente,
quero também dizer que eu protocolei ontem, na CPI que investiga a Enel, um
requerimento pedindo a convocação do presidente, o representante da Aneel - que
é a Agência Nacional de Energia Elétrica, e também da Arsesp - que é a Agência
Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo - que controla, que
fiscaliza os serviços públicos das concessionárias, sobretudo de eletricidade e
de gás, para que ambas as agências venham aqui depor, explicar por que não
houve fiscalização da Enel, deputado Rômulo.
Não teve
fiscalização, a empresa demitiu 36% do seu quadro de trabalhadores desde que
assumiu em 2018/2019 e até agora houve uma redução drástica de servidores, de
funcionários. E essas agências foram omissas, nada fizeram.
E, também, o
que que elas fizeram até agora, por conta das gravíssimas denúncias contra essa
empresa privada, internacional, italiana, que é a empresa que tem o maior
número de reclamações, tanto no Procon como também na Secretaria Nacional de
Defesa do Consumidor? Onde estavam as duas agências que não estavam
fiscalizando? Aumento da tarifa, piora dos serviços e nada foi feito, Sr.
Presidente, por essas duas agências. Elas devem ser responsabilizadas também
pelo que está acontecendo no estado de São Paulo.
Aqui, na Capital,
ainda tem 200 mil residências sem energia elétrica, sem água. Vários
comerciantes perderam tudo. As pessoas perderam a alimentação que estava nas
suas geladeiras. As pessoas não estão conseguindo nem tomar banho porque está
frio hoje; as pessoas não têm energia elétrica.
É uma situação
gravíssima. É o quinto dia que a população está abandonada pela Enel e pela
Prefeitura de São Paulo, pelo prefeito Ricardo Nunes, que ontem até ameaçou
cobrar uma taxa. Agora, voltou atrás. Aparentemente, ele disse ontem que tinha
a intenção de criar uma taxa para aterrar a afiação, mas que a população
pagaria essa taxa.
Ou seja, mais
uma conta para o povo de São Paulo pagar. Mas foi duramente criticado; ele teve
que recuar hoje pela manhã. Acabou de fazer o recuo, disse que foi mal
interpretado. Então espero que o meu requerimento seja aprovado imediatamente.
Até porque, nós
temos que tomar providências em relação ao que está acontecendo com a energia
elétrica do estado de São Paulo, com essa empresa privatizada. É o que vai
acontecer com a Sabesp se o projeto for aprovado. Mas não será aprovado, porque
haverá muita resistência aqui e em toda a sociedade.
Por fim, eu
quero fazer uma gravíssima denúncia contra a Secretaria de Cultura e Economia
Criativa do Estado de São Paulo. Refiro-me aqui, muitos deputados receberam,
provavelmente, esse ofício do presidente da Câmara Municipal de Tatuí, o
Eduardo Salum, dando conta do fechamento do alojamento dos alunos que
frequentam o respeitável Conservatório Musical de Tatuí, que tem um prestígio
internacional, esse conservatório.
No entanto, a
secretaria está fechando o alojamento desses alunos. Mais de 240 alunos serão
prejudicados. É um absurdo. E a secretaria vai vender o terreno. Esse espaço,
que cedia o alojamento, será vendido, privatizado.
Olha o absurdo.
Já começa o desmonte da Cultura também. Estava demorando. Porque o governo
Tarcísio quer desmontar a Educação, a Saúde, a Sabesp, o Metrô, a CPTM. Agora
começa a atacar a Cultura.
Os nossos
alunos ficarão sem alojamento. Em troca, terão uma bolsa de 450 reais. Esse
valor não paga um aluguel. Porque o aluno tem que pagar água, luz, IPTU. Então
é uma chantagem que foi feita, mas não funcionou. Os alunos estão mobilizados.
Nós já pedimos a convocação da secretária, Marilia Marton, que é a secretária
de Cultura, para que ela venha depor na Comissão de Educação, e explicar esse
ataque ao Conservatório Musical de Tatuí, e sobretudo aos alunos que são
alojados.
São alunos que
vêm de outras regiões do estado, do interior paulista, da Capital, da Grande
São Paulo, da Baixada Santista, e que são obrigados a ficar lá na cidade.
Porque não dá, para um aluno que mora em Santos, ou em Ribeirão Preto, não pode
ir e voltar todos os dias.
Então, ele fica
alojado nessa habitação que existe. Ela é pública, é do Poder Público. Olha o
absurdo, Sr. Presidente. Então, nesse sentido, já tomei a providência de pedir
a convocação da secretária. Espero que os deputados também aprovem esse
requerimento.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. ENIO TATTO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. ATILA JACOMUSSI - SOLIDARIEDADE - Pela ordem,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Atila. Enio, só para o Atila fazer uma comunicação, ele foi citado nos
microfones. Peço sua permissão.
O
SR. ATILA JACOMUSSI - SOLIDARIEDADE - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero
me solidarizar com a deputada Ediane.
Acabei chegando
nesta Casa agora. Estava fora da Casa. Mas quero me solidarizar, e repudio
qualquer ato de racismo e preconceito. O indivíduo já foi identificado. Já está
na delegacia da Polícia Civil. Atos estão sendo apurados.
Parece-me um
indivíduo que caminha, está sempre frequente nesta Casa. Num momento de fuga,
acabou adentrando, como alguém que invade os gabinetes. Até a deputada Monica
Seixas confundiu o meu gabinete com o de outro deputado.
Mas é muito
importante que a gente identifique. E quero dizer que eu repudio qualquer ato
de racismo e preconceito, e me solidarizo com a deputada Ediane.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra,
deputado Enio Tatto.
O
SR. ENIO TATTO - PT - Para encaminhar pela
Minoria, vou dividir o tempo com o deputado Simão Pedro.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental.
Tem o tempo regimental V. Exa. para encaminhar pela Minoria.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Pela ordem,
Sr. Presidente. Fazer uma comunicação, enquanto o deputado se dirige à tribuna?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem o tempo
regimental.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigada. Eu queria, em primeiro
lugar, saudar os profissionais da Educação e estudantes que estão aqui hoje,
numa luta bastante importante, como muitos deputados que me antecederam já
disseram, que é a luta contra o corte da Educação.
Mas queria
também me solidarizar com a deputada Ediane. Muitos deputados têm vindo aqui
falar sobre o que aconteceu com ela hoje. É um caso gravíssimo. Quero dizer que
eu acho que o principal, neste caso, e parte da nossa batalha é com a cartilha
comportamental, com essa luta para que a Assembleia Legislativa do Estado de
São Paulo seja uma casa livre de racismo, livre de machismo, livre de
preconceitos no geral.
Parte da nossa
luta é que esses casos sejam tratados com seriedade. Eu digo isso porque muitas
vezes é muito simples a gente colocar na carga da saúde mental, dizer que uma
pessoa é louca, dizer que uma pessoa tem algum problema, como costumam dizer
quando casos de racismo acontecem, mas, na verdade, os casos de racismo
acontecem porque pessoas são racistas.
É por isso que
o crime de racismo existe na legislação brasileira, é por isso que o crime de
injúria racial existe na legislação brasileira. É inclusive por isso que esses
crimes são inafiançáveis e é por isso que esses crimes são imprescritíveis.
Então, é dessa forma que nós precisamos tratar o racismo aqui.
Então, fiquei
muito feliz que os deputados vieram se solidarizar com a deputada Ediane neste
momento. É muito importante cobri-la de solidariedade, mas também é
fundamental, como o caso já foi encaminhado para a delegacia, que exista uma
apuração rigorosa e que o caso seja tratado com o rigor necessário com que os
casos de racismo - que é um crime no Brasil, um crime gravíssimo - precisam ser
tratados.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com certeza,
Dra. Paula. Com a palavra, o deputado Enio Tatto.
O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos assiste ou que está aqui na galeria. Primeiro, também quero me solidarizar com a deputada Ediane Maria. A gente não pode admitir jamais qualquer tipo de preconceito, discriminação, principalmente aqui nesta Casa e em todos os lugares.
Ao mesmo tempo, parabenizar a Casa, todos os partidos, todos os deputados e deputadas, pela solidariedade. A gente não poderia esperar outra forma de um parlamento como o de São Paulo, aqui da Assembleia Legislativa, e também de V. Exa., pela forma com que conduziu essa apuração tão rápida, e dos profissionais desta Casa, da polícia e dos profissionais da Assembleia Legislativa.
Sr. Presidente, eu só subi à tribuna porque recebi um comunicado de reclamação que não dá para admitir. Eu fiquei imaginando que, a essas alturas, já teriam resolvido o problema do apagão, desde sexta-feira.
Eu recebi um “zap”, um comunicado de umas pessoas que moram na Barragem. A Barragem fica para frente de Parelheiros, é praticamente o último bairro. Barragem fica do lado esquerdo, Marsilac fica do lado direito. Passa-se o Colônia para você chegar na Barragem. E qual é o relato daquela população, da pessoa que me ligou de lá, uma liderança comunitária?
É que a UBS da Barragem, que atende em torno de seis mil pessoas que são cadastradas naquela UBS... Uma grande parte daqueles moradores são agricultores daquela região, da Capital de São Paulo.
E até hoje, às 18 horas, a luz ainda não estava ligada, a energia não tinha chegado àquela região, na maioria das casas. Mas o que me chama mais atenção é que, na Unidade Básica de Saúde Barragem, não foi restabelecida a energia elétrica desde sexta-feira, às 16 horas.
Na minha casa, eu fiquei de sexta-feira até domingo, às 11 horas e 30 minutos da noite. Até aí, muita gente, milhares de casas ficaram sem energia elétrica. Agora, a Unidade Básica de Saúde não ter o restabelecimento da energia não dá para admitir.
E aí tem que colocar os três responsáveis por isso. A Enel, que já fiz uma audiência pública aqui há dois anos falando do mau serviço deles, e até falei na época do “serviço porco” da Enel. E continuam os mesmos problemas. Eles vão vir aqui à CPI da Enel e vão falar as mesmas coisas que falaram há dois anos.
E não resolveram os problemas. Mas também a culpa é do Governo do Estado, que não cobra, e, principalmente, da Prefeitura do Município de São Paulo. Como pode o prefeito da cidade de São Paulo ter a Unidade Básica de Saúde que não está funcionando?
Que perdeu todas as vacinas, os remédios? O deputado Giannazi conhece muito bem a região da Barragem. Ficou sem energia elétrica. Estão lá as fotos, olha. Isso me mandaram hoje, às 18 horas. Perderam todos os medicamentos e a população teve que ser atendida no escuro, em uma precariedade enorme. Imaginem os funcionários trabalhando nessas condições.
Então, é uma vergonha para a Enel, uma vergonha para o governo do Tarcísio, uma vergonha para o prefeito Ricardo Nunes de ter a Unidade Básica de Saúde, a única que atende a população naquela região, sem a energia elétrica restabelecida.
Então a gente pede urgentemente que se ligue, imediatamente, a energia para atender pelo menos a UBS, mas também a população, que deve ser uma das últimas que está sendo atendida aqui na capital de São Paulo, na Região Metropolitana.
Era isso, Sr. Presidente, protestar
e chamar a atenção do Governo do Estado, do prefeito de São Paulo e da Enel
pelos maus serviços que estão prestando para aquela população e para toda
Região Metropolitana.
Era isso, passo o restante do tempo para o deputado Simão Pedro.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra
o deputado Simão Pedro pelo tempo restante, para encaminhar pela bancada da
Minoria.
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, público que nos acompanha aqui nas
galerias, pelo sistema de comunicação da Assembleia. Queria agradecer o
deputado Enio Tatto, líder da Minoria, por me conceder esse tempo para ajudar
nos encaminhamentos.
Nós estamos
pedindo aprovação desta Casa para um requerimento da nossa companheira deputada
Márcia Lia para representar as regiões, porque o papel de um deputado, além da
fiscalização, além de propor e votar leis, é representar o povo. Ela vai à
Brasília conversar nos ministérios em busca de informações, programas para o
povo paulista, isso é uma missão muito importante.
Mas, Sr. Presidente, eu quero também aproveitar e
fazer uma saudação aqui às trabalhadoras e trabalhadores da Apeoesp, os
profissionais da Educação. (Palmas.) Parabéns pela mobilização, pela vigília
que vocês estão fazendo aqui a partir da liderança da direção da Apeoesp, que é
um sindicato que nós respeitamos muito. Tenho orgulho de falar da Apeoesp porque
já fui professor da rede estadual, já fui filiado à Apeoesp também, embora bem
lá atrás.
Mas muito
importante a mobilização de vocês, porque o Tarcísio, além de mandar esse
projeto da privatização da Sabesp, que é um absurdo, é uma aberração do ponto
de vista jurídico...
Porque a nossa
Constituição Estadual, reconquistada a duras penas, depois de tantos anos de
luta contra o absolutismo, contra a ditadura, nós construímos uma Constituição
que pode não ser perfeita, mas tem muitos avanços ali.
Um dos avanços
é proteger a área de saneamento e água. A Constituição diz claramente: “Esse
serviço tem que ser executado por uma empresa, cujo controle acionário tem que
ser público”.
E o Tarcísio
manda um PL para cá, mequetrefe, para dizer que... É lógico, ele está com medo
de não conseguir 57 votos, dois terços para aprovar uma PEC, então ele mandou
um PL.
Espero que a
Presidência, a direção desta Casa devolva esse PL para o governador dizendo:
“Governador, se o senhor quiser privatizar a Sabesp, pelo menos encaminhe aqui
uma PEC, um Projeto de Emenda à Constituição”. Mas eu tenho certeza que ele vai
recuar, porque esta Casa não vai aprovar, a população não vai deixar uma
empresa desse vulto ser prejudicada.
Mas no meio
disso, ele mandou essa PEC, essa, sim, talvez (Inaudível.) para tirar 5% dos
recursos orçamentários históricos, também conquistado pelo povo paulista, da
Educação - das várias áreas, do ensino universitário, do ensino básico, do
ensino técnico -, dizendo, pessoal, que isso é para cobrir os problemas na
Saúde.
Nós sabemos que
temos os problemas de Saúde. Eu mesmo tenho denunciado o descaso com que a
Secretária de Saúde tem tratado, por exemplo, a questão das cirurgias eletivas,
dos exames. Mesmo com o apoio do governo federal, a lentidão é grande e o
sofrimento do povo continua. Mas tire da comunicação, tire esse dinheiro de
obras desnecessárias.
Agora, vai
tirar da Educação? Nós não podemos deixar, nós não vamos deixar, nós estamos
com vocês, podem contar conosco aqui. Tenho certeza que não só a oposição, mas
muitos outros deputados que terão medo no ano que vem, porque vão concorrer à
eleição, de responder a essa atrocidade que querem fazer com a Educação
pública, que precisa é de investimentos.
Noventa por
cento das escolas estaduais precisam ser reformadas. Nós precisamos contratar
professores. Nós precisamos ampliar o orçamento das universidades públicas,
para dar mais acesso, permanência dos alunos. Então, não podemos permitir que
essa atrocidade seja cometida.
Para terminar, Sr. Presidente, eu queria dizer que,
junto com o deputado Marcolino, o deputado Luiz Fernando, nosso líder, Paulo
Fiorilo, nós protocolamos, deputado Enio Tatto, um requerimento, espero que
seja aprovado na CPI da Enel amanhã.
Um requerimento
convocando o presidente da Enel, Sr. Max Xavier Lins, diretor presidente da
Enel, o Sr. Marcus Vinícius Bonini, que é o presidente da Arsesp, da Agência
Reguladora de Serviços Públicos, e também sugerimos convidar o presidente da
Aneel, o Sr. Sandoval de Araújo Feitosa Filho, para que venham aqui explicar
esse colapso, essa tragédia que se abate sobre a Grande São Paulo.
Como bem
denunciou aqui o deputado Enio Tatto, terça-feira, cinco dias depois, deputado,
e não restabeleceram a energia elétrica em um posto de Saúde. É muito descaso,
é muita incompetência.
Esse contrato
não pode permanecer. Eles vão ter que indenizar a população pelos danos que têm
causado. Tá certo? Porque recebem do Poder Público os recursos necessários.
Então, é um
absurdo o que está acontecendo. Espero que a CPI amanhã convoque essas
autoridades, para que venham dar explicações aqui, e que amanhã a gente possa
construir, a partir de amanhã, uma solução para indenizar a população que vem
sofrendo com esse descaso.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação. As
Sras. Deputadas e Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se
encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado líder do PL, Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Sr. Presidente,
havendo acordo de lideranças, eu requeiro o levantamento da
presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Consulto os
Srs. Líderes se há acordo para o levantamento da presente sessão. Todos os
líderes concordando... Então, havendo acordo dessas lideranças, esta
Presidência, antes de dar por levantados...
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Barros Munhoz.
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Desculpe. Eu estava extremamente
ocupado, e não acompanhando a sessão. Fiquei sabendo do triste episódio que
aconteceu com a nossa querida deputada Ediane e vim aqui também me solidarizar.
É uma barbaridade que isso tenha
acontecido, mas ela é forte, ela é altaneira, ela é guerreira e, se Deus
quiser, vai superar mais essa adversidade.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Barros Munhoz.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Não, Sr. Presidente, só aproveitar a presença do deputado Barros
Munhoz, que deve estar assoberbado até agora, trabalhando no relatório, deve
ter terminado, porque eu estou vendo que tem ali algumas páginas, e espero que
ele tenha conseguido incluir a emenda que nós apresentamos, que o Suplicy tem
defendido junto com a bancada do PT, que é do plebiscito da Sabesp.
Tenho certeza de que o senhor deve ter
trabalhado muito nesses últimos dias para incluir o plebiscito.
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Barros Munhoz.
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Eu gostaria de dizer que estou
levantando todos os plebiscitos acontecidos no nosso País, para poder responder
ao deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Havendo acordo
de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos,
convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma
Ordem do Dia de hoje.
Lembrando-os ainda da sessão
extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão.
Está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 18 horas e 53 minutos.
*
* *