24 DE ABRIL DE 2024

16ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

        

Presidência: ANDRÉ DO PRADO

        

RESUMO

        

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Abre a sessão às 17h02min. Coloca em votação o requerimento de método de votação ao PL 1589/23.

        

2 - BARROS MUNHOZ

Encaminha a votação do requerimento de método de votação ao PL 1589/23, em nome da Federação PSDB Cidadania.

        

3 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

4 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Parabeniza o deputado Paulo Correa Jr em razão de seu aniversário.

        

5 - GIL DINIZ

Encaminha a votação do requerimento de método de votação ao PL 1589/23, em nome do PL.

        

6 - GILMACI SANTOS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

7 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Cumprimenta o vereador Devanir Ferreira, de Vila Velha - ES, presente nas galerias. Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de método de votação ao PL 1589/23.

        

8 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Solicita verificação de votação.

        

9 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido. Determina que seja feito o processo de verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

        

10 - CARLOS CEZAR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

11 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

12 - PAULO CORREA JR

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSD.

        

13 - MILTON LEITE FILHO

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do União.

        

14 - VALDOMIRO LOPES

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSB.

        

15 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.

        

16 - DR. EDUARDO NÓBREGA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Podemos.

        

17 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSOL REDE.

        

18 - VINICIUS CAMARINHA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSDB Cidadania.

        

19 - DELEGADO OLIM

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PP.

        

20 - ALTAIR MORAES

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Republicanos.

        

21 - CARLOS CEZAR

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PL.

        

22 - CARLOS CEZAR

Para questão de ordem, faz pronunciamento.

        

23 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Tece esclarecimentos acerca do processo de votação. Registra as manifestações. Dá conhecimento do resultado da verificação de votação, que confirma a aprovação do requerimento de método de votação ao PL 1589/23. Coloca em votação o PL 1589/23, salvo emenda.

        

24 - CARLOS GIANNAZI

Encaminha a votação do PL 1589/23, salvo emenda, em nome da Federação PSOL REDE.

        

25 - PAULO MANSUR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

26 - EMÍDIO DE SOUZA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

27 - SIMÃO PEDRO

Encaminha a votação do PL 1589/23, salvo emenda, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.

        

28 - DR. JORGE DO CARMO

Encaminha a votação do PL 1589/23, salvo emenda, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.

        

29 - MAJOR MECCA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

30 - EDUARDO SUPLICY

Encaminha a votação do PL 1589/23, salvo emenda, em nome da Minoria.

        

31 - BETH SAHÃO

Encaminha a votação do PL 1589/23, salvo emenda, em nome da Minoria.

        

32 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Coloca em votação e declara aprovado o PL 1589/23, salvo emenda.

        

33 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Solicita verificação de votação.

        

34 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido. Determina que seja feito o processo de verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

        

35 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.

        

36 - CARLOS GIANNAZI

Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSOL REDE.

        

37 - VALDOMIRO LOPES

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSB.

        

38 - ALTAIR MORAES

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Republicanos.

        

39 - MILTON LEITE FILHO

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do União.

        

40 - CARLOS CEZAR

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PL.

        

41 - BARROS MUNHOZ

Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSDB Cidadania.

        

42 - PAULO CORREA JR

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSD.

        

43 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Dá conhecimento do resultado da verificação de votação, que confirma a aprovação do PL 1589/23, salvo emenda. Coloca em votação a Emenda nº 1 ao PL 1589/23.

        

44 - LUCAS BOVE

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

45 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

46 - TEONILIO BARBA

Encaminha a votação da Emenda nº 1 ao PL 1589/23, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.

        

47 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

48 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

49 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Encaminha a votação da Emenda nº 1 ao PL 1589/23, em nome da Federação PSOL REDE.

        

50 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

51 - ANA PERUGINI

Encaminha a votação da Emenda nº 1 ao PL 1589/23, em nome da Minoria.

        

52 - BARROS MUNHOZ

Encaminha a votação da Emenda nº 1 ao PL 1589/23, em nome da Federação PSDB Cidadania.

        

53 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Coloca em votação e declara rejeitada a Emenda nº 1 ao PL 1589/23.

        

54 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Solicita verificação de votação.

        

55 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido. Determina que seja feito o processo de verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

        

56 - MILTON LEITE FILHO

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do União.

        

57 - CARLOS CEZAR

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PL.

        

58 - CAIO FRANÇA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSB.

        

59 - ANALICE FERNANDES

Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSDB Cidadania.

        

60 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.

        

61 - ALTAIR MORAES

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Republicanos.

        

62 - CARLOS GIANNAZI

Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSOL REDE.

        

63 - DR. EDUARDO NÓBREGA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Podemos.

        

64 - LEONARDO SIQUEIRA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Novo.

        

65 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Dá conhecimento do resultado da verificação de votação, que confirma a rejeição da Emenda nº 1 ao PL 1589/23.

        

66 - CARLOS GIANNAZI

Declara voto favorável à emenda, em nome da Federação PSOL REDE.

        

67 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Convoca os Srs. Deputados para uma segunda sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término da presente sessão. Encerra a sessão às 19h21min.

        

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. André do Prado.

 

* * *

 

    O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

                                                                

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Votação do Projeto de lei nº 1589, de 2023, de autoria do Sr. Governador, com requerimento de método de votação adiada. Em votação o requerimento. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis...

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Barros Munhoz.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Para encaminhar.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. O deputado Barros Munhoz encaminhará pela Federação PSDB Cidadania.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, colaboradores da Assembleia Legislativa, senhores e senhoras que nos assistem aqui na galeria, telespectadores da TV Assembleia, mais uma vez eu volto a esta tribuna para defender, fazendo encaminhamento de votação, esse projeto que prorroga o prazo para a vigência da lei que permite as negociações e as definições com relação às áreas do Pontal do Paranapanema.

E tenho a satisfação de vir a esta tribuna hoje mais fortalecido na minha crença da importância desse projeto, porque acabei de vir do Palácio dos Bandeirantes num evento extraordinariamente importante do agronegócio paulista.

Aqui, alguns deputados estavam lá também, o Lucas Bove estava lá, o Dalben também estava lá. Quem mais daqui estava lá? Enfim, vários deputados estavam lá presentes.

E nosso presidente estava lá, o André do Prado, o nosso querido Carlão Pignatari, ex-presidente da Casa, também estava lá, e eu tenho certeza de que eles vão comungar comigo desse sentimento de alegria e de esperança por ver o nosso agronegócio fortalecido.

Pode alguém pensar: “Mas que relação tem isso com esse projeto das terras do Pontal do Paranapanema?” Tem uma relação muito intensa. Fui secretário da Agricultura de São Paulo.

Até me diziam: “O que você veio fazer aqui? Você não é agrônomo, você não é veterinário, você não é zootecnista; você é advogado, o que você vai fazer em favor da agricultura de São Paulo?” Eu simplesmente procurei fazer aquilo que a Agricultura de São Paulo precisava. E graças a Deus deve ter dado certo, porque eu acabei virando ministro da Agricultura e do Abastecimento e da Reforma Agrária do Brasil.

Realmente, tornei-me um apaixonado pela agricultura, e me tornei um crente, e que o Brasil é o que é pela força da sua agricultura, do agronegócio brasileiro. Lembro-me bem que quando saí do Ministério - fiquei muito pouco tempo lá, 75 dias só, o governador Fleury resolveu brigar com o presidente Itamar, e, já disse aqui, vou repetir, na briga entre o mar e a rocha quem apanha é o marisco, e eu acabei tendo que sair do Ministério por uma questão de ética até. Mas, enfim, demos um salto gigantesco na agricultura.

Depois de mim veio o Roberto Rodrigues, esse extraordinário homem do agronegócio brasileiro, que deu impulso. Ele foi ministro do governo Lula durante todo o primeiro período do governo Lula, foi um extraordinário ministro da Agricultura, e a agricultura brasileira tornou-se o que é hoje.

Tínhamos cerca de 40% do PIB da indústria e cerca de 10 a 15% da agricultura brasileira. Hoje é o contrário: temos 40% da agricultura e de 10 a 12 da indústria. Somos o que somos graças ao agronegócio, e hoje foi um dia do agronegócio lá no Palácio dos Bandeirantes.

É importante que se saiba que hoje o governador Tarcísio, e eu fico bem à vontade para falar isso, caro deputado Marcolino, fico bem à vontade, porque eu não sei mais se estou no 14.º ou no 13.º governador. Eu fui quando o prefeito do governador Paulo Egídio Martins, e amigo dele. Depois veio o Paulo Maluf. Depois veio o Montoro, e assim por diante, até chegarmos agora no Tarcísio.

Posso dizer que tive a felicidade de ser deputado estadual, de ser líder do governo Serra, uma honra gigantesca, um homem que tinha tudo para ser presidente da República do Brasil, foi o melhor ministro da Saúde indiscutivelmente. É o homem do genérico. Quantos milhares de pessoas teriam morrido se não existisse o genérico no nosso País?

Foi um ministro do Desenvolvimento extraordinário, do Planejamento, extraordinário. Foi um grande governador de São Paulo. Teve um erro: saiu antes da hora para ser candidato a presidente, um erro político. Talvez fosse presidente se fosse candidato depois daquele período em que ele era governador. Uma pena para o Brasil.

Mas foi um grande brasileiro, sem dúvida alguma. Por que eu estou dizendo tudo isso? Tem toda a relação com o nosso projeto de hoje: é o desenvolvimento da agricultura. Vocês vão dizer: “Mas como o desenvolvimento da agricultura? Lá só tem gado. Lá não tem agricultura.”

Tem, sim. Como não tem? E pode ser fomentada, minha gente. O que nós temos hoje no estado de São Paulo ninguém acreditaria que nós íamos ter há 20 anos, há 30 anos. Sabe quanto cresceu a agricultura de São Paulo? A nossa balança comercial da agricultura, 23%, do ano passado para esse ano, minha gente. São Paulo passou Mato Grosso.

Estou dizendo os dados que o secretário de Agricultura anunciou no Palácio dos Bandeirantes hoje, e que são rigorosamente verdadeiros. Nós temos hoje... o governador liberou, nesta semana, um bilhão e 400 milhões, um bilhão e 400 milhões.

Prof. Camarinha, se ele me autorizar, eu vou mandar um beijo para ele. Posso? Essa pessoa maravilhosa. “Oi, bem, tudo bom? Um beijo para você. Ciao.”

Mas, presidente, eu queria dizer do meu orgulho de ver a agricultura de São Paulo pujante, o agronegócio pujante. Agora, domingo, vamos ter uma feira fantástica, maravilhosa, e eu acho que é a maior no Brasil. É a Agrishow, um espetáculo, demonstrando toda a força do nosso agronegócio.

E queria fazer aqui um comentário, que eu reputo também importante: o governador Tarcísio está se revelando alguém que teve um cuidado muito grande em montar sua equipe.

Ele teve a Secretaria de Agricultura, que foi substituído o ex-secretário, extraordinária pessoa, extraordinário e competente agricultor e secretário, mas que por razões pessoais não pôde continuar. E foi feliz na escolha do novo secretário, que é o Guilherme Piai.

É lá do Pontal, conterrâneo do Bragato, é lá de Presidente Prudente e está se revelando um grande secretário, um grande secretário, inclusive está conseguindo aqui, agora, é bom que se diga, eu hoje fiquei feliz, eu estou contente, eu preciso extravasar minha alegria.

Os funcionários, os servidores da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo estão sendo massacrados há algum tempo e serão agora redimidos, pelo que o governador disse hoje.

Serão equiparados em salário aos salários dos servidores do Meio Ambiente. Não tem sentido alguém cuidar do meio ambiente, do PRA, que é o Programa de Recuperação Ambiental, do CAR, da mesma forma que faz um servidor do Meio Ambiente e ganhar metade do que ganha um servidor do Meio Ambiente.

Então, justiça se fará e a Secretaria vai reviver, vai voltar a ser o carro-chefe do desenvolvimento de São Paulo, como ela sempre foi. São Paulo se tornou o que é graças à nossa agricultura e que fez o nosso desenvolvimento industrial.

Parabéns ao governador, parabéns ao secretário Guilherme Piai, e vamos aprovar esse projeto importante para o desenvolvimento do Pontal e o desenvolvimento do Vale do Ribeira. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação o requerimento.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Lucas Bove.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - Para indicar o deputado Gil Diniz para encaminhar pela liderança do PL.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. O deputado Gil Diniz encaminhará pela bancada do Partido Liberal.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente, para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência.

O deputado Gil Diniz vai fazer o encaminhamento.

Com a palavra o líder do Governo, Jorge Wilson.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, apenas para parabenizar o nosso par que aniversaria hoje, fica mais experiente hoje, nosso deputado do PSD Paulo Correa, desejando a ele um feliz aniversário, muita saúde e muita paz.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Parabéns, deputado Paulo Correa. Muita saúde e felicidades. Seu aniversário aqui, trabalhando em prol do povo do estado de São Paulo.

Com a palavra o deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, nobre presidente, deputado André do Prado. Cumprimentar a todos os deputados presentes aqui em mais uma sessão, agradecer o quórum de Vossas Excelências. Sei que não é fácil, não tem sido fácil, mas fazemos o nosso trabalho. Cumprimentar os nossos assessores, policiais militares civis, público aqui na galeria e quem nos assiste pela Rede Alesp.

Presidente, subo nesta tribuna para orientar a bancada do Partido Liberal, meu partido, partido do presidente Bolsonaro, a votar “sim” ao projeto, a dar o seu quórum, inclusive, na votação. É um projeto importante para o estado de São Paulo, principalmente, deputado Tomé, para as regiões mais carentes deste estado.

Falei para o secretário Guilherme Piai, um amigo nosso, que nós votaríamos favoravelmente. Ele tem, dentro da sua possibilidade, tentado nos ajudar, colocando a pasta da Agricultura à nossa disposição. Sou coautor do projeto originário que nós estamos aqui estendendo o prazo, então subo aqui a esta tribuna para indicar o voto “sim” do Partido Liberal.

Mas, deputado Lucas Bove, não posso me furtar a recordar a memória do finado deputado Campos Machado, que dizia, deputado Valdomiro, que em três coisas você não pode voltar atrás: a palavra dada, a flecha lançada e a oportunidade perdida.

Você não é obrigado a fazer absolutamente nada, deputado Jorge do Carmo, só que, quando você empenha a palavra - no meu entendimento, na minha visão de mundo, naquilo que eu aprendi com os meus pais, ainda em tenra infância -, você precisa cumprir. Não adianta prometer, prometer, prometer mais uma vez e reprometer a mesma promessa, e, ao final, não cumprir.

Então, desta tribuna, eu lembro desse professor de política que V. Exas. conheceram, que foi o professor e deputado Campos Machado, que sempre dizia, deputado Vitão do Cachorrão, que três coisas não voltam atrás: palavra dada, flecha lançada e oportunidade perdida.

E eu falo aqui, para os nobres pares, dessa frase de Campos Machado, um grande deputado, um grande professor, um amigo. Porque o Parlamento de São Paulo não pode perder a oportunidade de ser protagonista nas grandes políticas públicas para o nosso Estado, deputado e sempre senador Eduardo Suplicy.

Nós temos deputados aqui que tiveram mais de 200 mil votos, nós temos deputados aqui que têm compromissos com suas bases eleitorais, nós temos deputados aqui que são parceiros, deputada Graciela, do governador do estado de São Paulo e querem se sentir parceiros e querem ser valorizados como parceiros que somos desde o primeiro momento.

Então, senhores, eu digo que nós nos acostumamos aqui a fazer tanto gestos, deputado Conte Lopes, que já podemos dar um curso de libras, mas continuamos trabalhando, deputado Major Mecca, pelo estado de São Paulo, pelos nossos eleitores, pelos policiais militares, civis, pela Polícia Penal, que aguarda a sua lei orgânica, deputado Reis.

Nós trabalhamos aqui pelos policiais militares e civis, policiais penais, que aguardam o seu bônus ser pago. Saiu um decreto agora, é verdade, mas os policiais me perguntam, deputada Monica: “quando e quanto?”.

Nós não podemos nos furtar a perguntar, a dizer, a questionar, a trabalhar pelo respeito à nossa data-base, senhores, principalmente os oriundos das forças policiais. Nós não podemos deixar de cobrar, porque não importa o governo de plantão; importa a ideia que nós defendemos, aquilo que nos trouxe até aqui, que é a nossa palavra, que é o nosso compromisso, deputado Simão Pedro, que são os valores caros aos nossos mandatos, aos nossos eleitores.

Eu não posso olhar para o policial, deputado Conte Lopes, o 01, e não ter a reposta para a grande pergunta: “quanto teremos de recomposição salarial? Quando teremos recomposição salarial?”.

Da minha parte, eu peço que sim, trabalho para que sim, deputado Marcolino. E falo publicamente. Me perguntaram outro dia, ao vivo, numa rede de TV. Eu não posso olhar para o veterano da Polícia Militar, que ouviu uma promessa no ano passado sobre o prestígio, depois de 20, 30 anos trabalhando pela nossa segurança, e falar para ele que eu não sei, que eu não posso, que vou ficar em silêncio aqui. Porque quem hoje pode resolver também não fala.

Então eu faço o meu trabalho de cabeça erguida, apoiando o governador Tarcísio, defendendo-o, deputado Barros Munhoz, não com a eloquência de V. Exa., não com a força da sua palavra, mas dentro da minha limitação.

Disse e repito: sou apoiador do governador, de primeiro momento. Alguns sabem aqui, e tem um ditado popular, né: “empurramos o caminhão na subida”, deputada Letícia Aguiar. Quando muitos não acreditavam, nós acreditamos. E permanecemos aliados, desde o primeiro momento.

Não só com palavras, mas com gestos, com a defesa, neste Parlamento e em qualquer outro lugar, com os nossos votos aqui em plenário, nas comissões, em todas as propostas que o governo enviou para esta Casa, deputado Gilmaci.

Agora, eu não consigo entender - falava agora há pouco com o deputado aqui - secretário desmarcar reunião na véspera da reunião com deputado. Uma, duas vezes ou mais.

Então nós temos, senhores, uma oportunidade aqui de fazer a história deste estado, de fazer a história deste Parlamento, junto com o governador, que nós apoiamos, que nós ajudamos a eleger e que nós trabalhamos para que seu governo dê certo, deputado Ricardo Madalena.

Eu não vi... É o meu segundo mandato; há deputados mais novos aqui, há deputados mais experientes. Mas eu sempre acompanhei a Rede Alesp, via aqui os embates, deputado Carlão Pignatari, V. Exa. que é muito mais experiente.

Mas eu nunca vi um Parlamento tão preocupado, tão parceiro, tão dedicado a apoiar um governo; um Parlamento, deputado Milton Leite, que quer que este governo dê certo, que quer que o estado funcione.

Eu não vi, eu não senti. Eu fiz parte disso, fazendo oposição ao governador João Doria, fazendo oposição ao governador Garcia. E hoje nós queremos aqui ajudar mais uma vez, Delegado Olim, nós queremos aqui participar das vitórias, das derrotas.

Nós queremos trabalhar pelo nosso povo, pelo nosso eleitor, pelas nossas famílias, pelo povo que confiou o voto ao nosso mandato. E disso, este deputado jamais vai abrir mão.

Para finalizar, presidente. Senhores, eu acho que as questões do Parlamento, as questões do estado de São Paulo poderiam ser resolvidas aqui no estado de São Paulo, olhando no olho, falando a verdade. E não, fazendo falsas promessas, que até aqui não são cumpridas.

Obrigado, presidente.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, presidente. Para uma comunicação, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu queria agradecer e anunciar que nós estamos recebendo, e daqui a pouco eu vou receber no meu gabinete, mas está aí na galeria agora o nobre vereador, da cidade de Vila Velha, no Espírito Santo, o Devanir. Fica de pé, Deva. Deixa o Deva trabalhar.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Seja bem-vindo, Deva. (Palmas.)

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Lá de Vila Velha. Obrigado, Deva. Daqui a pouco estaremos fazendo uma agenda aqui. Obrigado, Deva.

Parabéns.

Obrigado pela visita.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação o requerimento. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis ao requerimento, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento de método de votação.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Pedir uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Vamos fazer então uma verificação de votação.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. A partir desse momento, estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos, para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Sr. Presidente, em tempo, eu gostaria de fazer uma comunicação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem dois minutos Vossa Excelência.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, nós teremos agora, no próximo dia 1º de maio, o Dia do Trabalhador. Também na Igreja do Evangelho Quadrangular, é reconhecido como o Dia do Diaconato Quadrangular.

Nós temos, na Igreja do Evangelho Quadrangular, mais de 110 mil diáconos. Só no estado de São Paulo, são mais de 22 mil diáconos que nós temos aqui no estado de São Paulo. É um verdadeiro exército que nós temos, na Igreja do Evangelho Quadrangular. Pessoas abnegadas, que servem diariamente nos cultos.

Há um texto, na Palavra de Deus, que está na Primeira Carta de Paulo a Timóteo, no capítulo 3, versículo 13, que diz que aqueles que praticarem bem o ofício de diácono adquirirão para si uma boa posição de grande confiança na fé que há em Cristo Jesus. Quero lembrar que eu fui diácono com o primeiro ministério, na Igreja do Evangelho Quadrangular, há 34 anos.

Foi o meu primeiro ministério na igreja. Hoje eu sirvo como diácono aqui também, neste Parlamento, o maior parlamento da América Latina, o Parlamento estadual de São Paulo, com muita alegria.

Então parabenizo a todos os diáconos da Igreja do Evangelho Quadrangular, bem como também ao nosso deputado federal, Jeferson Campos. Que Deus abençoe a todos.

Obrigado, presidente.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Apenas para uma comunicação, Sr. Presidente. Estamos agora em processo de votação do método de votação. É isso?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Método de votação.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Quero pedir a toda a base aliada que permaneça em plenário. Que nós teremos o método, teremos o projeto, e teremos a emenda também. É importante a presença de todos os Srs. Deputados e Sras. Deputadas da base aliada, para que a gente possa votar esse projeto.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está registrado o pedido de Vossa Excelência.

Tendo transcorridos os quatro minutos do sistema eletrônico, ficará aberto, para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados votem “sim”, “não”, ou registrem “abstenção” nos terminais dispostos em suas mesas.

 

O SR. PAULO CORREA JR - PSD - Pela ordem, Sr. Presidente. Colocar o PSD em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSD em obstrução.  

 

O SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Pela ordem, Sr. Presidente. Colocar o União Brasil em obstrução. E parabenizar o aniversariante do dia, Paulo Correa.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - União Brasil em obstrução, e felicita o deputado Paulo Correa pelo seu aniversário.

 

O SR. VALDOMIRO - LOPES - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para colocar o PSB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSB em obstrução.  

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para colocar a Federação PT/PCdoB/PV em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação PT/PCdoB/PV em obstrução.  

 

O SR. DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Pela ordem, Sr. Presidente. Podemos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Podemos em obstrução.  

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Federação PSOL Rede em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação PSOL Rede em obstrução.  

 

O SR. VINICIUS CAMARINHA - PSDB - Pela ordem, presidente. PSDB e Cidadania em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSDB Cidadania em obstrução.

 

O SR. DELEGADO OLIM - PP - Pela ordem, Sr. Presidente. Para colocar o Progressistas em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Progressistas em obstrução.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Colocar o Republicanos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Republicanos em obstrução.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Só para colocar o Partido Liberal em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Partido Liberal em obstrução.

Não havendo mais deputados que queiram fazer seu voto pelo sistema eletrônico, faremos então agora a votação pelos microfones de apartes. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que quiserem fazer seu voto pelo microfone de apartes, está liberado.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Pelo agronegócio, eu voto “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Paulo Mansur vota “sim”.

 

O SR. VALDOMIRO LOPES - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para fechar os 48, voto “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O deputado Valdomiro Lopes vota “sim”. (Palmas.)

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Em apoio ao pequeno produtor rural e ao desenvolvimento do agronegócio no estado de São Paulo, voto “sim”, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Jorge Wilson vota “sim”.

 

O SR. ITAMAR BORGES - MDB - Pela ordem, Sr. Presidente. Eu tinha votado no eletrônico, mas não apareceu. É só para confirmar o voto “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Itamar Borges vota “sim”.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Questão de ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de ordem, deputado Carlos Cezar.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, só para confirmar: estamos votando aqui agora o método de votação. É isso?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O método de votação.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Após essa votação, teremos a votação do projeto. Mais uma votação.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Logo em seguida, votação do projeto, deputado Carlos Cezar.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar “não”, contra a reforma agrária para os ricos.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Carlos Giannazi vota “não”.

 

O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - Deputado Danilo Balas, pelo Agro de São Paulo, mesmo aqui de muletas, vota “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Danilo Balas vota “sim”.

 

O SR. TEONILIO BARBA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Contra a legalização das terras griladas, eu voto “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Teonilio Barba vota “não”.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Sr. Presidente, para votar com certeza “sim”, e só uma pergunta, Sr. Presidente. Vão ter mais duas votações, é isso?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Mais duas votações posteriormente, o projeto e as emendas. Deputado Altair Moraes vota “sim”.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Contra a grilagem de terras devolutas, voto “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada Beth Sahão vota “não”.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Contra a grilagem de terras e contra o setor que mais mama na teta do governo, eu voto “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada Monica Seixas vota “não”.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Contra a grilagem das terras devolutas e a entrega do patrimônio paulista, eu voto “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Jorge do Carmo vota “não”.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para que não se realize uma reforma agrária às avessas, eu voto “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Eduardo Suplicy vota “não”.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Contra a entrega das terras públicas aos grileiros, e pela reforma agrária, voto “não”.

 

* * *

 

- Verificação de votação.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Consulto as Sras. Deputadas e Srs. Deputados. Gostariam de alterar o seu voto? Não havendo deputados interessados em alterar os seus votos, passaremos à proclamação do resultado. Votaram “sim” 57 deputados, “não” 12 deputados, mais este presidente, total de 70 votos, quórum que aprova o requerimento de método de votação.

Item 1 - Em votação o projeto, salvo emendas.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para encaminhar pela liderança do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Carlos Giannazi. É regimental o pedido de Vossa Excelência. O deputado Carlos Giannazi fará o encaminhamento pela bancada do PSOL.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado André do Prado, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público aqui presente, é inacreditável o que nós estamos assistindo hoje aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Nós estamos assistindo a aprovação da reforma agrária para os ricos, a grilagem de terras públicas, terras devolutas do povo do estado de São Paulo para os grandes latifundiários, os grandes grileiros, que invadiram terras do povo do estado de São Paulo e estão recebendo agora quase que de graça, a preço de banana, essas terras.

Nós denunciamos isso exaustivamente, quando esse projeto de lei foi aprovado, no final de 2022. Foi apresentado por deputados tucanos e bolsonaristas aqui da Assembleia Legislativa, com apoio, logicamente, do ex-governador tucano Rodrigo Garcia.

Esse projeto foi aprovado, e ele dava um prazo de dois anos para que houvesse a legalização dessa reforma agrária para os ricos, da grilagem dos ricos com as terras devolutas, e uma parte dessas terras do povo do estado de São Paulo, que deveria ser destinada para a reforma agrária, para os assentamentos, ela está sendo desviada da sua função.

É um desvio, inclusive da lei, da Constituição Federal e da Constituição Estadual. Terra devoluta, terra do povo para reforma agrária. Está na lei. Tanto é que, após a aprovação da lei...

Nós votamos contra, obstruímos a votação no final de 2022, mas logo após a aprovação do projeto e a sanção da lei, nós fomos ao Supremo. Tem uma Adin no Supremo Tribunal Federal que está sendo debatida, porque é clara, é solar o quanto essa lei afronta a legislação vigente no País sobre terras devolutas.

E é um absurdo que mesmo tendo se passado praticamente dois anos, os grileiros, os grileiros ricos, milionários, os grandes latifundiários que se apoderaram dessas terras de uma forma criminosa, que eles tenham ainda um chorinho aqui da Assembleia Legislativa.

Porque o projeto de lei que está sendo aprovado hoje aqui na Assembleia Legislativa dá um prazo de mais dois anos para que esses grileiros invasores de terras devolutas do povo - terras, repito, que deveriam ter sido destinadas para a reforma agrária, para os assentamentos, para o pequeno agricultor - estejam sendo destinadas a eles.

Então eles terão ainda dois anos de prazo, é isso que está sendo votado aqui na Assembleia Legislativa. Eu diria que seria o golpe dentro do golpe. O primeiro golpe foi em 2022, com a aprovação do projeto. Agora vem o segundo golpe, prorrogando o prazo para essa legalização inconstitucional, e é grave. Nós denunciamos já exaustivamente aqui na tribuna, pela imprensa, os valores que são cobrados.

Então, por exemplo, para as pessoas que estão assistindo a TV Assembleia agora, se uma terra dessas invadida por esses grandes grupos econômicos, porque é disso que se trata; não é o pequeno agricultor... Tanto é que tem deputado que vem no microfone e fala: “Eu voto 'sim', em nome do agronegócio”. Tem deputado que entrega o ouro, nem para disfarçar aqui.

O deputado fala: “Pelo agronegócio...”. Não é agronegócio, quer dizer, é agronegócio na verdade, mas não tem pequeno agricultor nessa história. Então quem está votando hoje a favor desse projeto está votando a favor da grilagem dos milionários, dos ricos, dos latifundiários.

É disso que se trata, mas só para que o telespectador tenha clareza da situação, porque os deputados sabem, as deputadas sabem disso. Por exemplo, se tem uma terra grilada por um grande latifundiário que custa no valor de mercado 70 milhões de reais - e nós já colocamos aqui inclusive nesse telão as várias terras que já passaram por esse processo - o governo vende por três milhões, por quatro milhões.

Ele entrega quase que de graça para este grande grileiro latifundiário e milionário. É isso que os deputados estão votando hoje, entregando... Não é uma venda justa de mercado. Então tem terra que vale 100 milhões de reais, o governo entrega por cinco, por seis milhões. Nós já fizemos essa denúncia, a “Folha de S.Paulo” fez matérias mostrando.

Então é importante que os deputados e deputadas saibam disso. Nós estamos entregando de graça quase que praticamente essas terras do povo, essas terras devolutas do nosso Estado. Por isso que nós somos contra esse projeto. Reforma agrária é para os pobres, é para quem trabalha nela, para quem produz alimentos.

E nós temos vários assentamentos hoje no estado de São Paulo, principalmente nessa região do Pontal do Paranapanema onde a produção agrícola, inclusive, sem veneno, sem agrotóxico. Porque quem coloca hoje comida sem veneno, sem agrotóxico, comida saudável na mesa do povo brasileiro, são os assentados, é o MST.

O maior produtor de arroz orgânico do Brasil hoje é o MST e esses assentamentos. O agronegócio não coloca comida na mesa do povo brasileiro. O agronegócio produz alimentos para engordar porco na Europa. Essa é a verdade, todo mundo sabe.

Enfim, é isso que está sendo votado hoje aqui: a continuação desse projeto que entrega as terras devolutas do povo do estado de São Paulo, e a reforma agrária fica “escanteada,” mais uma vez no nosso Estado.

Mas é o que eu tenho dito: é um governo privatista que está a serviço dos grandes grupos econômicos e é uma mistura agora, porque já denunciávamos aqui a privataria tucana, e durante os 30 anos essa privataria dilapidou o patrimônio público, agora nós temos, por incrível que pareça, algo pior.

Agora temos a privataria bolsotucana, que é uma mistura de tucanistão, que o tucanistão sobrevive nesse governo do Tarcísio, com o bolsonarismo, com a extrema-direita bolsonarista.

Esse é o governo que temos em São Paulo, o governo bolsotucano, que está privatizando tudo, privatizando escolas, privatizando a Fundação Casa, vai instalar centenas de pedágios já anunciados em várias rodovias, aqui na Raposo Tavares, na Manoel da Nóbrega.

Só na Manoel da Nóbrega vamos ter nove pedágios, na Mogi-Bertioga, na Mogi-Dutra, é a farra dos pedágios. Ou seja, nada mudou em relação ao         PSDB, ao tucanistão. Aliás, está piorando.

Outro dia, nós denunciamos aqui, nesse telão eu mostrei o site do governo estadual, o site oficial, que vendia tudo em São Paulo, vendia o prédio da Assembleia Legislativa, o prédio da Rota, do Ministério Público, que pretende vender o prédio do Iamspe, que vendia o Hospital das Clínicas. Nós denunciamos, São Paulo estava à venda, porque o governador Tarcísio de Freitas virou, na verdade, um corretor de imóveis e transformou o Governo do Estado em uma imobiliária. Ele vai dilapidar o que restou do patrimônio público do estado de São Paulo.

Então é por isso que nós, da oposição, estamos irmanados aqui para obstruir essa votação. Pedimos o apoio dos deputados da base do governo, para que não deixem as suas digitais em uma reforma agrária para os ricos, para os grandes latifundiários no estado de São Paulo, que grilaram essas terras.

Esses são os verdadeiros grileiros. A terra vale cem milhões, o governo vai entregar por dois milhões, por três milhões. Isso é um assalto à mão armada ao povo do estado de São Paulo. É por isso que nós votamos contra, Sr. Presidente, esse projeto.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para indicar o deputado Simão Pedro e Dr. Jorge do Carmo para encaminharem pela Federação PT/PCdoB/PV.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O deputado Simão Pedro encaminhará pela Federação PT/PCdoB/PV.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para fazer uma breve comunicação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental. Tem dois minutos Vossa Excelência.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - PARA COMUNICAÇÃO - O deputado Carlos Giannazi me citou aqui. O que esperar de um deputado que tem na porta do gabinete dele o Paulo Freire, que foi o maior comunista da Educação do Brasil?

Carlos Giannazi é um deputado contra a privatização, a favor do aumento dos impostos, e também é contra a regularização de terras que a gente votou hoje aqui no Parlamento. Ele é a favor da invasão de terra. Ele é a favor da sigla MST.

Mas eu, como parlamentar, fiz um projeto de lei que visa, aqui dentro do Parlamento, a que pessoas que invadam terra dentro do estado de São Paulo tenham punições dentro do CPF delas, para elas saírem da sigla MST.

Ou seja, quem invadir terra no estado de São Paulo, com esse meu projeto de lei, a pessoa não vai poder participar de concurso público, não vai poder participar de licitação, não vai poder receber benefícios do Estado. Enfim, uma série de regras para essas pessoas.

Também tem um projeto de lei meu na Casa que está circulando para a gente regulamentar os invasores de terra, cadastrar os invasores de terra dentro do Estado. Assim para que eles saiam da sigla do MST, escondam-se nessa sigla.

E agora o governador Tarcísio vai ter o prazer de chegar na Agrishow e falar que o Parlamento aqui deu um recado e aprovou a reforma aí das terras do estado de São Paulo e ele liberou 600 milhões de reais de crédito do ICMS para o agronegócio hoje. Então é o Parlamento do estado de São Paulo, junto com o governador Tarcísio.

 

O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Pela ordem, Sr. Presidente. Só para perguntar para o deputado se esse projeto que ele está falando só vai valer para o MST, para pequeno agricultor, ou vai fazer para os grandes invasores de terra que estão no Pontal?

Porque se for só para pegar pobre, o Tarcísio está falando muito grosso com gente pequena e está falando muito fino, miando, quase, com gente que são grandes invasores de terra, que esta Casa está com vontade de dar razão para eles.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - Deputado, posso... Vai deixar falar?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não tem aparte. Devolvo a palavra ao deputado Simão Pedro. Tem um orador na tribuna, depois eu abro o microfone de aparte para encaminhamento.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, inscrevi-me aqui neste momento de encaminhamento para falar pela Federação PT/PCdoB/PV. Vou dividir meu tempo, Sr. Presidente, com o deputado Jorge do Carmo.

Eu queria, primeira coisa, fazer um preâmbulo. A estrutura agrária do Brasil, deputado Barros Munhoz - eu ouvi atentamente o discurso de V. Exa. aqui -, é uma das mais injustas do mundo. Concentração de terra nas mãos de poucos não existe. O Brasil não fez reforma agrária. Os Estados Unidos fizeram reforma agrária, a Europa fez reforma agrária, o Japão fez reforma agrária.

Vergonhosamente, este País, que foi desenvolvido na base de 350 anos de escravidão negra, escravidão africana, escravidão indígena, não corrigiu essa mazela histórica. Foi o último país do mundo a abolir a escravidão e a gente vive as consequências dessa estrutura até hoje. Uma vergonha o Brasil não fazer reforma agrária.

As riquezas deste País: 50% de tudo o que é produzido fica na mão de um por cento da sociedade; 50% vive com um por cento do que é produzido. Isso é uma vergonha, essa estrutura econômica-social brasileira. Esse PL só vai aprofundar essa estrutura, se ele for mantido pelo Supremo Tribunal Federal.

O grande agronegócio, que aqui alguns exaltam e vão levar um troféu para o Tarcísio levar para o grande agronegócio esta semana... Agora entendemos por que esse esforço do governo para conseguir aqui que a base venha votar hoje.

Não sei o que foi prometido, porque ontem o pessoal estava aqui reclamando que o governo não dá atenção, que o governo não trata bem nem a sua base aliada. Será que teve pizza no Palácio dos Bandeirantes ontem? O que houve? Estou me perguntando. Foi ontem, né?

O modelo do agronegócio está fadado ao fracasso, pessoal. Está fadado ao fracasso porque ele exige cada vez mais grandes extensões de terra, desmatamento - o que vai levar à degradação ambiental -, o uso desenfreado de agrotóxicos, contaminando o nosso lençol freático, os rios.

A própria água consumida pela população hoje está causando câncer, deformação fetal, está causando depressão, doenças assim que vêm desse modelo. É um modelo que não se sustenta por mais dez anos, e aqui nós estamos com esse gesto de aprovar um PL como esse, só aprofundando essa situação.

Mas eu queria voltar a falar desse PL. O governo Tarcísio vem aqui pedir para a gente prorrogar o prazo do PL que foi votado aqui de forma, da minha parte, ilegal e irregular, porque tinha que ser iniciativa do governo. Foi iniciativa deste Parlamento.

O PL 1589 prorroga o prazo da Lei nº 1557. Como que o governo Tarcísio conseguiu chegar nesse momento? Porque ele foi lá no Supremo falar com nove, dez ministros, contando uma mentira para os ministros.

Nós vamos cobrar Cármen Lúcia que volte a pautar esse projeto inconstitucional e ilegal na pauta do Supremo, porque ela suspendeu a pedido do governador, porque ele disse para os ministros - isso está na mídia, está na imprensa, não estou inventando - que tem uma empresa chamada Farmacêutica AstraZeneca e a ONG Instituto de Pesquisas Ecológicas, IPE.

Ele disse para os ministros que, se o Supremo declarasse, como estava caminhando para ser, inconstitucional essa lei - e aí tornava sem efeito todas as ações do Itesp -, que essas empresas investiriam 350 milhões de reais para restaurar seis mil e 500 hectares, implementando corredores ecológicos entre áreas remanescentes e cobertura vegetal.

Foi esse argumento que o governador levou para Gilmar Mendes, para Cármen Lúcia, para outros ministros, para dizer: “Olhe, se vocês tornarem essa lei inconstitucional, nós vamos perder esses investimentos”.

Isso aqui é uma falácia, porque o próprio Itesp, junto com o Instituto de Pesquisas Ecológicas, já vem fazendo esse trabalho de reflorestamento, corredores agroecológicos, há muito tempo lá no Pontal.

Então, nós estamos interrompendo um projeto que deu certo nesses 30 anos, de regularização das áreas reivindicadas pelos grileiros, pelos fazendeiros, regularizando uma parte e a outra destinando para a reforma agrária. Nós assentamos cinco mil famílias no Pontal nesses últimos 30 anos com esse modelo.

Mauro Bragato, V. Exa. participou desse processo. Eu não entendo como vocês do PSDB pisam nesse processo começado pelo Montoro, dando continuidade pelo Covas, pelo Alckmin. Eu não entendo a posição de vocês em relação a dar um aval para a regularização da grilagem no Pontal, interrompendo um projeto que estava dando certo, que pacificou as relações ali no Pontal. 

Cinco mil famílias estão lá produzindo leite com agroindústria, transformando leite, estão produzindo mandiocas... As áreas de reforma agrária no Pontal estão dando certo.

Então, presidente, por isso que nós somos contra esse projeto e solicitamos que este plenário não dê aval para a prorrogação dessa lei inconstitucional. Passo aqui a palavra, para continuar o discurso, ao deputado Jorge do Carmo.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. O deputado Simão Pedro compartilha com o deputado Dr. Jorge do Carmo o encaminhamento pela Federação PT/PCdoB/PV.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado, deputado Simão Pedro, pelo tempo aqui... continuando aqui o encaminhamento.

Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, hoje, alguma coisa aconteceu de bom no Palácio dos Bandeirantes, porque ontem estava quase vazio este plenário, e hoje nós temos um plenário cheio de deputadas e deputados.

Mas, Sr. Presidente, eu venho a esta tribuna para reiterar que a grilagem das terras devolutas, a entrega das terras devolutas para os fazendeiros, os grileiros, é inconstitucional. Como disse o deputado Simão Pedro, que me antecedeu, a prorrogação dessa lei, da Lei nº 17.557, de 2022, até dezembro de 2026, é flagrantemente inconstitucional.

Então, a aprovação desse projeto, do Projeto nº 1589, de 2023, é lamentável, é inconstitucional e é imoral. Isso já foi feito aqui de forma viciada, com vício de iniciativa, quando foi apresentado por deputados, e agora o governador, para continuar cometendo... outro governador, que está continuando as atrocidades que foram feitas nesse Estado: as privatizações e as entregas do patrimônio do povo paulista.

O ex-ministro, ministro do... Procurador da República, o Augusto Aras, já se manifestou de forma clara e transparente, como eu já tive a oportunidade de ler aqui, nesta tribuna, exatamente, pela inconstitucionalidade desse projeto de lei e da lei que já está em vigor, que agora se pretende prorrogar até dezembro de 2026.

Por isso, Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, V. Exas., mais uma vez, vão colocar suas digitais para manter a ilegalidade e a inconstitucionalidade. Por isso, nós queremos dizer que a bancada do Partido dos Trabalhadores e a Federação não vai... Estamos aqui obstruindo.

Certamente, deve ter tido um resultado, a reunião, muito positivo, porque, até ontem, tinham deputadas e deputados aqui descontentes e, hoje, estão todas e todos aqui para votar favoravelmente a essa ilegalidade, a essa inconstitucionalidade que o governador apresentou aqui, que é a prorrogação desse projeto, da Lei nº 17.557, de 2022; prorrogando-a até 2026.

Por isso, quero dizer a V. Exas. que nós, da bancada aqui, não vamos permitir, porque isso é um crime contra a sociedade. Nós defendemos, sim, a reforma agrária, a distribuição das terras através da reforma agrária, para produzir alimento para os pequenos produtores, não para o agronegócio.

O agronegócio já é muito rico, já tem muita terra, já tomou conta de muito espaço nesse Estado, já se apropriou do patrimônio do povo paulista. Agora é a hora de distribuir a terra, mas distribuir de forma justa, de forma igualitária, de forma a promover a democracia da terra, do uso da terra através da Constituição do Estado.

Então quero dizer a V. Exas. que nós não vamos votar a favor desse projeto. E que pena que os deputados aqui foram movidos por alguma promessa que o governador fez, porque hoje estão todos aqui de peito aberto e coração cheio de vontade de votar essa ilegalidade. Então não à entrega das terras devolutas para os grileiros do estado de São Paulo.

Somos contrários ao PL 1589, de 2023, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação o projeto, salvo emenda. 

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Se for possível, pela ordem, Sr. Presidente, para encaminhar pela Minoria. 

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. O nobre deputado Eduardo Suplicy fará encaminhamento pela Minoria. 

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - E vou dividir com a deputada Beth Sahão o meu tempo.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O deputado Eduardo Suplicy vai compartilhar o tempo com a deputada Beth Sahão. Pela ordem, deputado. 

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - Uma comunicação. 

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental, deputado Major Mecca. 

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, na data de hoje, dia 24 de abril, eu estive na Vila Matilde, zona leste de São Paulo. Fui convidado pelos veteranos do 19º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, os patrulheiros que defendem o povo da zona leste.

Gostaria, com a permissão de todos os parlamentares presentes neste plenário, de prestar aqui a nossa homenagem, o nosso respeito aos policiais do 19º Batalhão, homens e mulheres, heróis que, diante de enorme dificuldade, nunca se omitiram de defender o povo do estado de São Paulo.

Eu disse a eles, como digo a todos os veteranos do nosso estado: com o mesmo trabalho, a mesma energia que os deputados da bancada da Segurança Pública desta Casa, os deputados da bancada do Partido Liberal trabalharam pelo pagamento da bonificação aos policiais, o mesmo empenho nós manteremos na continuidade da recomposição salarial dos policiais do estado de São Paulo.

Então fica registrada aqui a nossa continência aos nossos heróis do 19º Batalhão.

Muito obrigado. 

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o deputado Eduardo Suplicy, para encaminhar pela Federação PT/PCdoB/PV. 

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, em 29 de junho de 2023 eu encaminhei e a “Folha de S.Paulo” publicou o meu artigo. “São Paulo não pode ter uma reforma agrária às avessas, pois de 100 a 200 fazendeiros poderão tomar posse de terras que poderão somar 300 mil hectares.

Com pouco conhecimento da população, está em curso, no estado de São Paulo, uma liquidação ilegal de terras públicas para fazendeiros a preços de banana, com descontos que chegam até 90% do valor do imóvel. O governador Tarcísio de Freitas coloca em prática a Lei estadual 17.557, de 2022, aprovada na gestão Rodrigo Garcia, que cria novos e graves problemas no campo.

A cada dia, o tema ganha maior relevância, alcança o Supremo Tribunal Federal, a CPI sobre o Movimento dos Trabalhadores sem Terra. Por isso, é importante que a população entenda como é que se chegou até aqui. A nova legislação autoriza os estados a celebrar acordos para transferir terras públicas, além de regularizar posses em terras devolutas sem atender à função social da propriedade.

A partir do pretexto de regularizar terras, os terrenos que deveriam ser destinados aos agricultores familiares e à produção de alimentos agora estão à venda por preços simbólicos, sem avaliação de valor de mercado, a fazendeiros que estão em terras griladas. Para quem não está para familiarizado com o tema, é importante saber que as terras devolutas são áreas públicas que nunca tiveram dono e que foram ocupadas irregularmente.

A ação atual do governo dá preferência a quem as ocupa atualmente, os chamados grileiros. O mais grave é que a lei de 2022 revogou a Lei Estadual 4.925, de 1985, do ex-governador Franco Montoro, que destinava terras devolutas e públicas do Estado a pequenos agricultores e garantiu a implantação de 140 assentamentos em 40 municípios. Nos últimos 40 anos, os assentamentos ocuparam uma área de 153.539 hectares onde residem e trabalham 7.159 famílias.

A partir da urgência da temática até enviei um ofício à ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal. Reuni-me com ela para que pudesse agilizar uma decisão para barrar essa liquidação de terras. A ministra relatora da Ação Direta de Inconstitucionalidade ainda não concluiu seu parecer.

A Procuradoria Geral da República e a Advocacia Geral da União emitiram pareceres favoráveis à ADI e o procurador-geral da República, Augusto Aras, foi eloquente ao destacar que a nova lei parece invadir competência da União e viola preceitos que envolvem a compatibilização com a reforma agrária.

Enquanto o órgão responsável pela liquidação das terras, o Instituto de Terras entra em ação, considerando três processos aptos para a regularização. A “Folha” revelou um vídeo no qual o diretor do Itesp, Guilherme Piai, orienta a agilização de processos antes que a lei caia.

Estima-se, no curto prazo, que 100 a 200 fazendeiros poderão ter suas posses transformadas em propriedade privada por valores ínfimos em área a ser alienada que pode alcançar até 300 mil hectares. Em um prazo mais longo, os processos podem envolver até um milhão de hectares. Entre os fazendeiros beneficiados, seis estão em Marabá Paulista, na região do Pontal do Paranapanema, historicamente um território em disputa, especialmente pela grilagem de terras.

A nova regularização pode gerar maior tensão entre proprietários de terras e movimento de trabalhadores rurais sem-terra. Avalio que seria muito melhor a realização, de fato, da reforma agrária, possibilitando ao MST que pudesse estar, de forma cooperativa, produzindo bens agrícolas sem agrotóxicos, que fazem bem à saúde. Muito obrigado, Sr. Presidente.

Agora Beth Sahão complementa o meu encaminhamento.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra, então, pelo tempo remanescente a deputada Beth Sahão.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, deputado Suplicy.

Quero dar continuidade aos colegas que me antecederam, meus companheiros de bancada, sobretudo, para falar desse projeto esdrúxulo. Eu nunca vi um projeto beneficiar pessoas que não precisam, em detrimento de mais de cinco mil famílias que precisam.

Isso é vergonhoso e quem vota nisso é igualmente vergonhoso, porque é uma vergonha votar em um projeto dessa envergadura, um projeto que vai beneficiar meia dúzia de pessoas que já tem condições, que tem recursos, inclusive, para adquirir terras, para colocar em 200 hectares meia dúzia de cabeças de gado quando os assentados, se fossem assentados, poderiam plantar nesses 200 hectares milho, arroz, feijão, muita coisa que todos nós comemos no dia a dia nas nossas mesas, que estão nas nossas mesas e que vêm da agricultura familiar, que vêm do pequeno produtor, mas que vêm principalmente dos lotes que foram há muitos anos distribuídos por famílias de assentados.

Como bem colocou o deputado Suplicy, o governador Montoro, na época, teve a sensibilidade de fazer a distribuição dessas terras devolutas, de fazer a entrega para os movimentos que estavam lutando pela terra, e fazer da terra um uso social, porque essa é a função da terra, e não a função de gerar essas riquezas absolutamente desiguais no nosso País.

Hoje o governador do Estado, Tarcísio de Freitas, disse que ia pegar 500 milhões do recurso que foi arrecadado do ICMS para anunciar esses 500 milhões beneficiando o agronegócio lá na Agrishow de Ribeirão Preto. É isso o que ele quer, receber os louros daqueles que detêm a grande parte das terras e que não precisam mais disso, não precisariam dessas terras.

No entanto, eu vejo que muita gente, inclusive, mudou de posição de uma forma até inexplicável, ou explicável, de ontem para hoje. Mudaram de posição, porque ontem nem votaram aqui, nem passaram por aqui para não dar quórum, e hoje, como em um passe de mágica ou em uma conversa mais atenta com o Governo do Estado, vieram para cá para votar esse projeto tão prejudicial, deputado Jorge do Carmo, para essas mais de cinco mil famílias.

E um prejuízo enorme para o estado, porque o estado vai perder mais de R$ 8 bilhões. Isso é importante as pessoas saberem. Esse governo deixa de aplicar R$ 8 milhões no Instituto de Pesquisas Tecnológicas, que sofre com computadores velhos, arcaicos, precários, em uma estrutura precária, uma instituição que faz pesquisas importantes para os municípios, mas destina R$ 500 milhões para o agronegócio.

Isso é justiça? Isso é governar? Isso é ser bom gestor? Na minha terra, não. Na minha terra, não é. Isso é ser gestor seletivo, isso é ser gestor voltado para quem tem o recurso, para quem detém a grana neste estado.

Essa é a gestão do governador que está de plantão, que não tem a sensibilidade de poder retirar esse projeto. É isso que ele devia fazer, e não prorrogar o tempo, para dar mais tempo para aqueles que o apoiam poderem comprar essas terras.

É vergonhoso, é lamentável o que acontece hoje, nesta tarde aqui, nesta Assembleia Legislativa, onde esse projeto, infelizmente, pelo que eu vejo, será aprovado, não com o voto dos deputados e das deputadas do Partido dos Trabalhadores, jamais.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação o projeto, salvo emenda. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Solicitar uma verificação de votação.

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Faremos, então, a verificação de votação. Sras. e Srs. Deputados, vamos proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico.

A partir deste momento estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos, para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Colocar a Federação PT/PCdoB/PV em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação PT/PCdoB/PV em obstrução.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para colocar a bancada do PSOL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação PSOL Rede em obstrução.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma breve comunicação durante o período, posso?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Estamos no processo de votação, deputado Lucas Bove. Ao final da votação eu abro o microfone para V. Exa. fazer a comunicação.

 

O SR. VALDOMIRO LOPES - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para colocar o PSB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com anuência do líder, PSB em obstrução.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Pela ordem, presidente. Colocar os Republicanos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Republicanos em obstrução.

 

O SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Pela ordem, presidente. União Brasil em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - União Brasil em obstrução.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Partido Liberal em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Partido Liberal em obstrução.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente. Com autorização do nosso líder, colocar em obstrução a Federação PSDB Cidadania.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com anuência do líder, Federação PSDB Cidadania em obstrução.

Tendo transcorrido os quatro minutos, o sistema eletrônico ficará aberto para que as Sras. Deputadas e Srs. Deputados votem “sim”, “não” ou registrem “abstenção” nos terminais dispostos em suas mesas.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Para pedir a toda a base aliada que, pelo bem do pequeno produtor em todo o estado de São Paulo, vote “sim”. E para dizer também, Sr. Presidente, que o governador Tarcísio de Freitas...

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Jorge Wilson, estamos no processo de votação.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Ok, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Logo que terminar, a gente faz a fala.

 

O SR. PAULO CORREA JR - PSD - Pela ordem, Sr. Presidente. Para colocar o PSD em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSD em obstrução.

Não havendo mais deputados interessados em fazer seu voto no sistema eletrônico, abriremos agora os microfones de aparte para que as Sras. Deputadas e Srs. Deputados possam assim fazer o seu voto.

 

A SRA. LETÍCIA AGUIAR - PP - Pela ordem, Sr. Presidente. A favor do agronegócio no estado de São Paulo, eu voto “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada Letícia Aguiar vota “sim”.

 

O SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - Pela ordem, presidente. Pelo agronegócio, eu voto “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Tomé Abduch vota “sim”.

 

O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Pelo agro, parabéns, secretário Piai, governador Tarcísio de Freitas, meu voto é “sim”. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Danilo Balas vota “sim”.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para coroar a série de entregas que a Secretaria de Agricultura vai fazer na Agrishow semana que vem, sob a batuta do nosso super-secretário Guilherme Piai, “sim”, em favor do agronegócio.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Lucas Bove vota “sim”.

Como vota, deputado líder do Governo, Jorge Wilson?

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Sr. Presidente, para votar “sim”, pelo agronegócio, pelo pequeno produtor, para o desenvolvimento do estado de São Paulo. Governo Tarcísio de Freitas presente na vida de todo cidadão dos 645 municípios.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Como vota, deputado Jorge Wilson?

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Voto “sim”, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Jorge Wilson vota “sim”. Como vota o deputado Paulo Mansur?

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - Pelo pequeno, médio e grande agricultor, que move o mundo, que é o agronegócio do Brasil, pelo estado de São Paulo, eu voto “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Paulo Mansur vota “sim”. Como vota a deputada Analice Fernandes?

 

 A SRA. ANALICE FERNANDES - PSDB - Consignar o meu voto como “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada Analice vota “sim”. Como vota o deputado Carlos Giannazi?

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Contra a reforma agrária para os ricos, contra a grilagem dos ricos, eu voto “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Carlos Giannazi vota “não”. Pela ordem, deputado Luiz Claudio Marcolino?

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Contra a grilagem de terras no estado de São Paulo, com a anuência do Governo do Estado, eu voto “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Luiz Claudio Marcolino vota “não”. Como vota o deputado Simão Pedro?

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Sr. Presidente, pela reforma agrária, contra a entrega das terras públicas aos grileiros, eu voto “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Simão Pedro vota “não”. Como vota o deputado André Bueno?

 

O SR. ANDRÉ BUENO - PL - O meu voto é “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado André Bueno vota “sim”. Como vota o deputado Alex Madureira?

 

O SR. ALEX MADUREIRA - PL - Voto “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Alex Madureira vota “sim”. Pela ordem, deputada Professora Bebel?

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Para votar “não”, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada Professora Bebel vota “não”. Pela ordem, deputado Gil Diniz?

 

O SRL GIL DINIZ - PL - Para votar “sim”, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Gil Diniz vota “sim”. Pela ordem, deputada Beth Sahão?

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - Contra o latifúndio, voto “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada Beth Sahão vota “não”. Pela ordem, deputado Dr. Jorge do Carmo.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Em defesa da reforma agrária, eu voto “não”, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Dr. Jorge do Carmo vota “não”. Pela ordem, deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Também em defesa de uma reforma agrária para aqueles que mais precisam, eu voto “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Suplicy vota “não”. Como vota o deputado Reis?

 

O SR. REIS - PT - Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Reis vota “não”. Pela ordem, deputada Monica Seixas.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada Monica Seixas vota “não”. Pela ordem, deputada Ediane Maria.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada Ediane Maria vota “não”. Pela ordem, deputado Emídio de Souza.

 

O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Para não dar terra pública para latifundiário, eu voto “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Emídio vota “não”. Pela ordem, deputado Donato.

 

O SR. DONATO - PT - Para votar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Donato vota “não”. Pela ordem, deputado Jorge Wilson.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Para pedir, aos Srs. Deputados e Sras. Deputadas da base aliada, que permaneçam em plenário, que temos a votação importante da emenda ainda.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputada Ana Perugini.

 

A SRA. ANA PERUGINI - PT - Pela reforma agrária, contra essa vergonha, absolutamente é “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada Ana Perugini vota “não”. Pela ordem, deputado Teonilio Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA - PT - Contra a grilagem de terra, eu voto “não”, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Teonilio Barba vota “não”.

Mais alguma das Sras. Deputadas e dos Srs. Deputados gostaria de fazer o seu voto pelos microfones de aparte?

Não havendo mais deputados interessados em fazer os seus votos nos microfones de aparte, passaremos à alteração dos votos. Algum das Sras. Deputadas e Srs. Deputados gostaria de alterar o seu voto?

 

* * *

 

- Verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

Não havendo deputados interessados em alterar o voto, passaremos à proclamação do resultado. Votaram “sim” 57 deputados, “não” 14 deputados, mais este presidente, totalizando 72 votos, quórum que aprova o projeto salvo emenda. (Palmas.)

Item 2. Em votação a Emenda nº 1. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários... Pela ordem, deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Para indicar o deputado Teonilio Barba para fazer encaminhamento pela bancada PT/PCdoB/PV.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Deputado Teonilio Barba para fazer encaminhamento pela bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma breve comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem dois minutos V. Exa., deputado Lucas Bove.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu queria só restabelecer a verdade, que infelizmente sempre é necessário quando a esquerda, o Partido dos Trabalhadores e o PSOL sobem à tribuna. 

E informar, para que os deputados de oposição não passem mais vergonha, ainda mais que o projeto já foi aprovado. Informar a eles que esse projeto obedece ao limite da Constituição Federal, que diz que a regularização fundiária pode ser feita até 2500 hectares.

Então nós estamos aprovando um projeto constitucional, que obedece a uma lei federal. O que nós estamos buscando, na verdade, é regulamentar terras que estão na mão de produtores, às vezes, há mais de 100 anos. Não é maneira de dizer: são 100 anos que os produtores estão ali.

Esses produtores rurais, pequenos, médios e grandes, nunca vão sair daquelas terras. A diferença é que agora o Estado está recebendo pelo menos uma parte desse recurso de volta para poder investir em Educação, em Segurança Pública, para poder investir em Infraestrutura.

Não à toa, os índices do Governo do Estado são os melhores deste País. A Segurança Pública vem melhorando dia após dia. A Educação, são duas obras de infraestrutura em escolas entregues por dia no primeiro ano de mandato do governador Tarcísio junto ao secretário Feder; a Saúde também, com a nova Tabela SUS Paulista, que vai revolucionar a Saúde; os projetos de transação tributária, que estão sendo copiados em outros estados. Enfim, são entregas, entregas e mais entregas.

À oposição, resta de fato vir aqui e faltar com a verdade.

Então, só para deixar claro, esse projeto é constitucional, ele traz à luz uma lei federal e está totalmente dentro daquilo que a população paulista espera. Não à toa, o governador Tarcísio foi eleito com uma grande maioria de votos e está com a sua aprovação, hoje em dia, ainda maior, porque, além de ser um governador muito competente, tem em seu time secretários como o meu amigo Guilherme Piai, Samuel Kinoshita, Eleuses e outros que fazem um trabalho fantástico e compõem esse time do governador juntamente conosco da Alesp.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Uma comunicação também?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Vossa Excelência tem dois minutos.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - O projeto trata de unidades a partir de 10 módulos rurais. Cada módulo rural, a depender do município, tem 10 hectares. Cada hectare equivale a dez mil metros. Então, a gente está falando, no mínimo, de um milhão de metros quadrados por unidade.

Onde é que vai ajudar em alguma coisa duas fazendas, a Triunfo 1 e a Triunfo 2, que provavelmente serão vendidas pela mesma pessoa, por 85 mil reais? Isso não é o preço que vocês vendem CDHU para povo pobre.

Onde é que isso vai ajudar alguém? Como disse o Barros, esse mesmo setor acabou de receber um bilhão de investimento do Governo do Estado de São Paulo, ou seja, recebe, recebe, recebe, recebe.

O governador, que disse que não iria permitir invasão de terras no estado de São Paulo, ele está respondendo aqui: “depende de quem”. Se você for rico, se você tiver desmatado fazenda, se você tiver ocupado terra pública para latifúndio, para exportar e não contribuir com nada, porque nem imposto paga, você recebe presente.

Agora, se você for pobre, preto, periférico, você recebe a mesma polícia que ele não quer valorizar, colocando pobre contra pobre.

É isso que esse projeto fala.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra, o deputado Teonilio Barba para dar encaminhamento pela federação PT/PCdoB/PV.

 

O SR. TEONILIO BARBA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente... Por favor, melhora o som para mim aqui neste microfone. Obrigado. Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos trazer à luz do dia aquilo que está sendo votado aqui. Aqui ninguém precisa ter vergonha de defender aquilo em que acredita.

Vamos deixar claro que esse projeto, quando foi aprovado em 22, em momento nenhum ele tratou da agricultura familiar. Em momento nenhum ele tratou de assentamento de terra, de reforma agrária para aqueles que realmente necessitam da terra. Não tem problema.

Um deputado nos procurou ali e falou: “Olha, para que discutir? Vocês já perderam. Foram 57 votos.” A nossa tarefa aqui neste Parlamento, nós que fazemos oposição, é denunciar para as pessoas saberem quais foram os 57 deputados que votaram a favor do agronegócio. E não tenham vergonha. Façam como o deputado Barros Munhoz, que, em três dias que subiu a esta tribuna, uma para discutir e duas para encaminhar, ontem e hoje, ele não teve vergonha de defender o agronegócio.

Nas três falas dele, eu fiquei aguardando para ver se, em algum momento, sabendo do grande deputado que ele é... “Daqui a pouco ele vai falar da agricultura familiar”.

Em nenhum momento ele falou. E não vai falar, porque não é tarefa desses 57 deputados que votaram a favor falar da agricultura familiar. Vocês falam de latifundiários, vocês falam de fazendeiros. Por isso que houve a reunião hoje no Palácio com o agronegócio.

Pode ter alguém no meio de vocês que não saiba nem o que é o agronegócio. Está indo no embalo, porque o governo... Mas a grande maioria dos 57 deputados que votaram a favor, votaram porque defendem o agronegócio, que é uma atividade econômica importante no país. Só que é uma atividade importante que traz terra grilada desde 1850. Não tinha nem cartório no Brasil. As terras eram griladas e registradas na Cúria da Igreja Católica.

Nós estamos tratando é desse debate. Por isso que nós vamos discutir até o final, porque a sociedade uma hora vai saber quem são os deputados que realmente têm coragem de, lá na sua igreja, independente da religião a que ele pertence, ou do seu templo religioso, defende uma coisa, e chega aqui e vota outra, que lá na sociedade, quando está fazendo a campanha, fala que vai defender as trabalhadoras e os trabalhadores, e, quando chega aqui, vota para legalizar 700 mil hectares de terra para algo em torno de 200 famílias no Pontal do Paranapanema.

Então, são 57 votos dos deputados que votaram, mais o presidente, que não votou, totaliza cinquenta e oito. Então, a tarefa do Parlamento, meus nobres pares, pais amigos e amigas deputadas, é exatamente essa. Cada um tem que dizer de que lado está.

Em 2022, vários de vocês não estavam aqui quando um grupo de deputados reapresentou esse projeto, porque ele foi apresentado em 2019, 2020, e nós fomos segurando, e um grupo de deputados reapresentou.

A deputada Carla Morando, o deputado Vinicius Camarinha, o deputado Itamar Borges, o deputado Barros Munhoz, vários deputados que apresentaram já apresentaram comemorando e dizendo o seguinte: “vai haver justiça agora no estado de São Paulo, nós vamos democratizar a terra”.

Mas democratizar para quem? Para os grandes fazendeiros, para os grandes proprietários de terra, que, naquela região do Pontal do Paranapanema, onde eu caminhei com os sem-terra, em 1992, na marcha dos cinco dias... Eu caminhei no último dia de Santo Anastácio a Presidente Prudente, e, se não me engano, o deputado Mauro Bragato era prefeito de Presidente Prudente, em 1992, e aí nós caminhamos a pé de Santo Anastácio até Presidente Prudente com os sem-terra, reivindicando que a reforma agrária fosse feita no estado de São Paulo.

Então, gente, não tem problema. Agora, não tenham vergonha de dizer. Subam e façam o debate. Eu não tenho problema. Eu assinei, junto com o deputado Barros Munhoz, a Frente Parlamentar do Agronegócio. Eu tenho minhas disputas, mas eu reconheço o tamanho.

Qual a minha decepção, e não é decepção é só uma constatação. É que eu imaginei que, nos três debates que o senhor fez, em algum momento o senhor ia citar: “olha, eu conheço uma família do Pontal que é da agricultura familiar e que será beneficiada por esse projeto”.

O senhor não conseguiu fazer, e não tem problema isso.  O senhor foi prefeito da cidade, e quando se é prefeito, tem que governar para todo mundo. Mas tem um grupo de deputados aqui, todos os deputados que votaram a favor, que, se pudessem, na hora de fazer o governo...

E no sistema capitalista é assim mesmo, o governo faz opções, de querer governar uma parte, o que ele acha que é justo, e faz aquilo, governa apenas para aquela parte que lhe cabe.

Então, quando é prefeito, governa para todo mundo, mas quando é deputado, na hora da entrega, o compromisso com o agronegócio foi honrado hoje, e o secretário estava aqui em cima, que é para poder conferir, para realmente ver se os deputados que assumiram o compromisso hoje lá no Palácio, se iam votar realmente.

Seja bem-vindo à Casa, secretário. Nada contra a vinda de secretários aqui.  Ao contrário, sou a favor de que qualquer secretário, ou todos que quiserem venham aqui o tempo todo, mas hoje a visita teve um outro motivo.

A visita de hoje é para uma conferência. Quero ver se o deputado Gil Diniz vai votar corretamente. E começa assim, é assim que funciona. Tem alguns deputados aqui que não são do agronegócio, mas se encantaram, sorriem. Falaram: “Olha, depois de deputado, agora eu consigo dialogar com esses caras. Antes de ser deputado, eu não conseguia”.

Eu sei com quem eu ando na minha história de vida. Reconheço a tarefa do agronegócio. Infelizmente, deputado Valdomiro Lopes, é um atraso para qualquer lugar do mundo achar que só o agronegócio vai resolver a vida de uma população, de um país ou do mundo. Essa prática nasce lá no final da Segunda Guerra Mundial com a criação da Cepal, que é a Comissão de Estudos para a América Latina, defendida por Raúl Prebisch, economista argentino, e Celso Furtado, que a Cepal defendia que a América Latina devia ser o pulmão de alimentar o mundo porque é uma região muito vasta, muito rica, com a biodiversidade muito grande.

E, infelizmente, isso foi implantando na cabeça de vários dirigentes - e quem está dentro deste plenário é dirigente - a questão é que a nossa cabeça no estado de São Paulo e no Brasil tem que ser apenas uma cabeça do agronegócio, uma cabeça rural, e isso não ajuda o País.

É importante a atividade do agronegócio, mas é importante a atividade da agricultura familiar, que bota 70% do alimento que nós consumimos na nossa mesa, no País. Quem sustenta toda a sociedade brasileira é a agricultura familiar e esse projeto não trata um milímetro, nenhuma vírgula, a questão da agricultura familiar. Ele trata o agronegócio.

Não tenho vergonha de dizer, deputados, que vocês são deputados do agronegócio. Eu acho que vocês precisam assumir isso, como eu não tenho vergonha de dizer que eu vou sempre defender a luta do movimento sindical, a luta do povo, da moradia, a luta do MST, a luta das trabalhadoras e dos trabalhadores, porque nessa história deste estado e deste País eu tenho lado.

E defender lado que eu defendo não impede de o agronegócio continuar avançando nas suas pautas, discutindo junto ao governo federal, onde tem muita força, discutindo junto ao governo estadual.

Agora, não venha deputado dizer neste microfone, cometer o erro que você cometeu, líder do Governo, dizendo que esse projeto é para o pequeno agricultor. Se tivesse incluído aí a agricultura familiar eu estaria votando junto com vocês, mas, infelizmente, no projeto em nenhum momento vocês trataram a questão dos assentamentos, a questão da agricultura familiar.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação a emenda nº...

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, presidente. Para encaminhar pela bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputada Monica Seixas. É regimental o pedido de Vossa Excelência. Deputada Monica Seixas fará encaminhamento pela bancada do PSOL.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Para uma breve comunicação, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dois minutos para V. Exa. e depois o deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Não vou utilizar esse tempo. Presidente, só para responder o deputado Teonilio Barba que o secretário Guilherme Piai não veio aqui fiscalizar a votação.

O Guilherme Piai é um amigo de antes da Secretaria de Agricultura e ele é mais do que bem-vindo neste Parlamento, no meu gabinete e no gabinete de toda a base aliada. Guilherme Piai é um jovem secretário que tem desempenhado, presidente, tem feito o melhor possível dentro, obviamente, das suas possibilidades.

E que nós aqui que hoje votamos com o governador, nós votamos sim, defendendo o agronegócio. Nós defendemos sim o que é a locomotiva econômica deste País e nós não temos vergonha de dizer à luz do dia publicamente, colocar nas nossas redes sociais, nos jornais, presidente.

Vergonha tem que ter quem sobe a esta tribuna para defender invasão de terra, para defender terrorista urbano ou terrorista rural. Se fosse invasão você estaria defendendo. Se fosse invasão, deputada Monica, você seria a primeira a vir aqui neste plenário, deputado Barros Munhoz, a defender criminoso e invasor de propriedade.

Então nós viemos aqui, presidente, votar esse projeto e defender o agronegócio porque nós acreditamos na força desse setor econômico, ainda assim que Luiz Inácio, ainda assim que a bancada do atraso nesta Casa Legislativa tente o contra, tente diminuir esse setor que é a locomotiva no estado de São Paulo e no Brasil.

Então disso, presidente, nós não nos envergonhamos. Me envergonharia se eu defendesse invasão de propriedade rural ou urbana, ou fosse puxadinho do PSOL, como o PT é hoje na cidade de São Paulo, presidente.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino, e depois a deputada Monica Seixas, para falar o encaminhamento.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Só rapidamente, presidente, até dialogando com o nobre deputado Bove, quando ele apresenta que boa parte das terras que foram negociadas de 22 para cá, está baseado conforme a legislação federal.

Mas eu queria trazer só aqui algumas informações, de algumas fazendas. Fazenda Nova Veneza: o interessado é Paulo Duarte do Valle, a área total de hectares é 2.936,69. Olha que na sequência, Bove, o nome é Antenor Duarte do Valle, mais 2.936 hectares.

Depois, o terceiro sobrenome, Maria Birolli do Valle e Dulce Helena Birolli Duarte. Aí nós temos uma outra pessoa, Fazenda Nova Veneza também: Maria Lúcia Carvalho do Valle, mais 2.936 hectares.

O que estamos vendo aqui em relação ao que aconteceu de 2022 até 2024, o que está acontecendo, em uma área que está superior à legislação federal está sendo feito um desmembramento para famílias com mesmo sobrenome, para dar um ar de legalidade.

Isso vale para essa família Duarte do Valle, mas vale também para mais 24 dos 355 processos que foram feitos. Nas famílias com sobrenome Catarino da Fonseca ou Catarino Pereira. E tem mais outros 20 processos também interessados, sobrenome Junqueira, para um total de 16.878 hectares.

Então por mais que se tente, deputado Bove, dar um ar de legalidade no processo das terras devolutas, o que tem são famílias que tinham uma concentração de terras, fizeram um processo de desmembramento para tentar dar um ar de legalidade.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra a deputada Monica Seixas, para encaminhar pela Federação PSOL REDE.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Primeiro vamos lá, vou repetir. Esse governo vive dizendo que durante sua gestão não vai permitir invasão de terras e que vai ser intolerante com aqueles que se apossam do que não é seu.

Gil Diniz vem dizer aqui que ele também não é tolerante com invasão. Depende de quem. Se for do povo pobre, é intolerante; agora, se for do povo rico...Porque se está dando título para as pessoas agora, e se você olha no mapa e no mapa consta que era floresta em pé, e que é área pública, quem está na posse é porque invadiu o que não era seu. Pior, desmatou; pior, encheu de agrotóxico. Olha os índices do Rio Paraná, ali no Pontal do Paranapanema.

Eu vou contar uma história para vocês, uma história muito rica do nosso Estado, que é a história da região mais atingida por essa lei, a história do Pontal do Paranapanema.

Tudo ali, tudo ali é disputa por terra. Cidades inteiras, cidades inteiras - e o deputado Bragato sabe muito bem disso, porque é ali da região -, cidades inteiras foram fundadas pela disputa de terra com sangue e suor do povo rural.

Cinco mil habitantes, sete mil habitantes, cidades que amargam o marco, amargam o marco, apesar de esses grandes latifúndios terem o pior índice de desenvolvimento humano do Estado. Sabe por quê?

Porque latifúndio não gera emprego. O agricultor não vive da monocultura que planta, então o único que gera recurso é aquele posseiro de grande latifúndio. Mas também o movimento social por ali fundou Castilho, Teodoro Sampaio, fundou Euclides da Cunha e outras tantas cidades das quais uma população inteira é de assentados que fazem fécula, que têm produção de leite, que vêm aqui pedir emenda para a gente para escola, para transporte público, para asfalto, para saúde.

Essas pessoas, que pagam seus impostos, que constroem as cidades, que vivem lá, foram atingidas a bala, a bala, por pessoas que vão ficar com milhões de metros quadrados, benefício para poucos invasores do Pontal do Paranapanema.

A contradição está que ou a gente faz reforma agrária para todos, ou a gente dá polícia, bala e justiça para todos. Existe uma série de pessoas aqui que deveriam ser multadas pelos crimes ambientais que cometeram naquela região.

E agora vamos falar desse projetinho aqui, o projetinho que fala de títulos de áreas, perdoe-me, a minha equipe me corrigiu aqui, não são 10 módulos rurais, a gente está falando de áreas a partir de 15 módulos rurais. Então, cada fazendinha aqui tem no mínimo 15 módulos rurais.

Os senhores sabem me dizer quanto tem um módulo rural? Vocês sabem me dizer quanto tem, quanto mede um módulo rural? Depende do município, depende da legislação, mas a gente está falando no mínimo de um milhão de metros quadrados. E aí tem fazenda aqui que foi invadida, que desmatou.

Tem fazenda aqui que poderia, se fosse urbanizada, se fosse dada, se fosse destinada para a reforma agrária, se fosse seguir os padrões do que se segue ali, do que tem dos assentamentos destinados à reforma agrária, daria para fazer muitas e muitas unidades em cada uma dessas fazendinhas aqui. Tem fazendinha sendo vendida aqui por 85 mil reais.

Os senhores querem me falar que isso é investimento para o estado? Que isso é investimento para o estado? Vamos falar do agronegócio que não consome matéria-prima, que emprega pouco, que é o maior beneficiado em empréstimos públicos, que acabou de ganhar do governo do estado de São Paulo um bilhão em investimento e que agora vai comprar fazendinhas de 15 módulos rurais por 85 mil reais? Vocês não vendem uma unidade do CDHU para pobre por esse valor. Vocês não vendem 40 metros quadrados do CDHU para pobre por esse valor.

Isso daqui é mais um capítulo de um governo que vai entregar todo o patrimônio do estado de São Paulo, só que uma coisa dessa não tem volta. A gente nunca mais vai conseguir praticar justiça social em um estado que está desindustrializado, que não investe em tecnologia, que não gera emprego, que não gera renda, que não investe na saúde.

Olha a quantidade de gente, as filas estão dando volta em quarteirão na UPA, gente. Quarenta mil professores fora da sala de aula desempregados, trabalhadores da PM se humilhando pela valorização ou para ter um projeto habitacional para eles.

Enquanto isso, vocês querem dizer que é justo e correto vender 15 módulos rurais por 85 mil reais? O valor dessas terras que o estado vai abrir mão, que poderia reflorestar ou que poderia destinar à reforma agrária, ou que poderia praticar justiça social com projetos de habitação, poderia superar 130 milhões de reais. Mas o estado vai arrecadar nem 20, nem 20. É dar de bandeja. Então, de novo, a maior hipocrisia é dizer que não admite invasão de terra.

Admite, sim, se for para os colegas, se for para os milionários, se for para o ricaço, se for para investidor de campanha. Admite, sim. O que não se admite é praticar justiça social no estado de São Paulo.

O que não se admite é que pobre tenha direito a terra, e a maior dívida que o estado brasileiro tem com o povo preto, pobre e periférico é terra. Cada cidade aqui, cada cidade tem um bairro que começou com uma ocupação de dona Maria.

Muitos de vocês serão candidatos a prefeito esse ano. Duvido vocês dizerem para bairros inteiros que não é justo como aquele bairro se construiu, como aquela pessoa pobre começou uma infraestrutura urbana que hoje forma grandes bairros em cada uma dessas cidades, porque as pessoas ocupam para morar.

Mas duvido vocês fazerem isso daqui, porque se for praticar esse valor, a gente vai ter que vender casa por menos de uma dezena de reais aqui no estado de São Paulo. Se for praticar esse valor, esse caráter de justiça, a gente vai ter que vender casa por menos de uma dezena de reais no estado de São Paulo.

E aqui mora a maior hipocrisia. O que está se fazendo é a possibilidade de, semana que vem, na feira agro não sei das quantas, o governador abraçar os seus investidores e dizer: “te dei de presente, a partir do estado, a terra que você invadiu, desmatou e agora vai levar a preço de banana”.

Esta daqui é uma das maiores vergonhas do estado de São Paulo e vai demorar muito tempo para a gente conseguir desfazer essa injustiça, porque a gente está falando, repito, da região com o menor desenvolvimento humano do estado de São Paulo, porque, apesar da ocupação centenária, como dizem alguns deputados, dessas fazendas, elas não geram emprego, renda, perspectiva de futuro para a população do entorno, mas vá olhar os índices de câncer da população, vá olhar os índices de câncer nos nossos hospitais estaduais para ver o quanto a população atingida diretamente pelo agrotóxico vai parar e incidir na nossa saúde.

Não permitem invasão, de novo, de quem? Porque se for milionário, vai ganhar a terra de presente com celebração e palmas, em uma sessão vexatória como essa, na Assembleia Legislativa. Aos movimentos sociais que lutam por terra, por teto, que enfrentaram e enfrentam bala até hoje dos jagunços dos fazendeiros no Portal do Paranapanema, nossa solidariedade.

Esses sim constroem a perspectiva de que um dia as pessoas possam ter teto, emprego, renda e contribuir, porque o verdadeiro pagador de imposto é o consumidor, mas quando a gente não gera a perspectiva de inserir as pessoas na dignidade do consumo, a gente tem o resultado do que tem na região dessas fazendas: pouco desenvolvimento, pouca contribuição para o estado de São Paulo.

 

A SRA. ANA PERUGINI - PT - Pela ordem, presidente. Para encaminhar pela liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. A deputada Ana Perugini fará o encaminhamento pela Minoria.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Jorge Wilson.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Apenas para uma comunicação. Pedir aos deputados e às deputadas da base aliada que permaneçam mais, neste encaminhamento, para que a gente possa votar a emenda.

 

A SRA. ANA PERUGINI - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, mas principalmente o público que está nos ouvindo, até porque a correlação de força já está dada aqui, até porque por um período - e eu acredito que ainda neste século, nas últimas duas décadas - a política deixou de ser algo que merecesse crédito difundido, principalmente pela grande imprensa, boa parte pelos movimentos sociais que começaram aqui, do “catraca livre”, e acabou até levando com que a primeira presidenta que foi eleita...

Porque Leopoldina, ainda no Império, teve um papel importantíssimo na independência do Brasil, mas a presidenta Dilma foi a primeira mulher que foi eleita no nosso País.

Depois de todo o processo do golpe - porque foi um golpe - eu vivi e disse: Nós estamos demorando muito a dizer que está sendo um golpe, porque eu testemunhei lá no plenário discursos da tribuna que diziam que a nossa Constituição deveria ser refeita, porque havia se dado muito direito ao povo, e direito demais precisava ser revisto.

Eu ouvi incrédula esse discurso, por isso eu quero me dirigir principalmente àqueles que estão nos ouvindo, porque, até como educadora, eu aprendi que muito se fala e alguma coisa daquilo que se fala fica, mas principalmente aquilo que nós vivemos é possível se aprender.

E me preocupa que o nosso Estado... Que eu ainda lembro quando saí de minha terra natal, que é o Espírito Santo, cheguei com muita alegria na década de 70 aqui em São Paulo, terra da garoa naquele período...

Faz pouco tempo que eu vi uma garoa, depois de muito tempo que eu não via, deputado. Mas São Paulo era a terra da garoa e era terra de orgulho para quem chegava aqui, porque a educação era a primeira educação que existia no nosso País, então vir para cá era a possibilidade de estudar muito bem.

E nós chegamos aqui com essa perspectiva. Passei a amar o estado de São Paulo e me senti muito feliz por estar vivendo aqui e ter aprendido com um estado tão grandioso.

E justamente esse estado tão grandioso hoje está sendo utilizado, a palavra é “utilizado”, como muitas vezes nós esquecemos os seres humanos e todos os seres vivos e acabamos coisificando todas as coisas.

Eu quero aqui, de uma maneira muito rápida, falar a respeito, porque foi mencionado que nós estamos vivendo um boom na Segurança, um boom na Educação, um boom na produção. Isso não é verdade, isso é uma grande mentira. É uma grande mentira, testificada por números.

Já fazia 20 anos que nós não tínhamos uma única baixa em serviço da Polícia Militar. Em seis meses, sob o comando deste governo, nós tivemos duas baixas, de duas vidas, de dois soldados da Rota: o soldado Reis e o soldado Cosmo. Já fazia 20 anos que isso não acontecia no nosso estado.

Então a truculência não é o melhor caminho depois da Constituição de 88, e me causa uma indignação, uma indignação de alma e de útero pensar que em 64, em 74, os militares foram mais inteligentes do que está sendo este governo aqui em São Paulo. Não conseguiram fazer com o nosso Brasil o que foi tentado com o presidente Bolsonaro, vêm tentar fazer aqui em São Paulo o que não teve êxito no nosso país.

Colocar à venda as terras devolutas do nosso país, como foi contrariado aqui, se falando da Constituição, que quem tem que fazer reforma agrária é o governo federal, e é mesmo, sob a luz do Art. 188 da Constituição Federal.

É dizer claramente que o que está sendo votado foi inconstitucional quando foi aprovado nesta Casa, é objeto de uma ação direta de inconstitucionalidade, que está aguardando que se diga “sim, é inconstitucional”, até que não haja mais objeto para ser votado, porque todas as terras já foram entregues. É isso que está acontecendo aqui.

E agora se quer prorrogar esse prazo. Porque terra devoluta, pelo Estatuto da Terra, é terra da União, é terra do Estado, para o fim de reforma agrária. E eu concordo, sim, que há um bolsão de pobreza na região do Pontal, assim como em muitos e muitos lugares deste país.

Mas não é porque tem terra; é porque tem terra improdutiva. Não é porque tem assentamento e os assentamentos são falhos; é porque não há investimento para os assentamentos terem êxito. Eu acabei de enviar...

E nós perdemos, deputado. Perdemos três resfriadores de leite para os produtores que não estão conseguindo vender por um preço digno o litro de leite para uma beneficiadora, porque eles não têm dinheiro para comprar algo tão simples. Será que o governo não sabe que precisa fazer um projeto para fortalecer a agricultura familiar?

O agronegócio dá, sim, muito lucro para o nosso Brasil. Mas tira o PIS e Cofins das importações, tira a isenção do ICMS, dos agrotóxicos que rolam aqui dentro do nosso país. Passa esse incentivo para os alimentos orgânicos, para ver o que vai acontecer.

É muito fácil ter, durante décadas e décadas neste país, uma caneta que consegue isentar de imposto de renda lucros e dividendos de grandes empresários; é muito fácil juntar uma maioria, porque o nosso povo ainda, depois de desacreditar da política, vota em quem faz a campanha mais bonita, a campanha mais cara.

E quando se fala em financiamento público de campanha, “olha, vai tirar dinheiro da Educação, vai tirar dinheiro da Saúde”. Discurso fácil. E é só destruir o projeto de uma Educação libertadora, que gere uma consciência crítica, para que se cometa a maior atrocidade, e inclusive impedindo uma ação direta de inconstitucionalidade de ser votada.

E a coisa é tão séria que basta fazer muitas visitas ao Supremo Tribunal Federal, coisa que deveria ser impraticável.

Agora há pouco, a Isabel, que é funcionária do nosso gabinete aqui, me passava a apresentar as notas que eu devo assinar para prestação de contas. E ela falava: “isso pode?”, eu falei “não, Isabel”. Tudo, a gente pode. Eu pago o preço por tudo, mas eu posso.

A gente pode até ilegalidade. Agora, pouco me convém fazer, pouco me convém, porque eu sei que eu vou pagar um preço aqui ou um preço acolá. Mas eu tenho que ter ciência de quem eu sou, de onde eu vim, qual é a minha história e qual é o povo que eu defendo.

Eu sei que lá no Pontal vai continuar havendo pobreza. Se não houver projeto para o êxito dos assentamentos, se o único incentivo que continuarmos a ter for dos transgênicos, dos agrotóxicos, infelizmente eu sou obrigada a concordar com o senhor Zé Luiz, da Semente Crioula.

Falou: “Ana, eu tenho que defender, ainda que sozinho, no meio da minha ilha, porque eu não uso agrotóxicos, um monte de bicho que chega aqui porque não tem lugar para eles viverem.

Eu tenho que cuidar de tudo aqui, e defender do meu jeito, para que eu consiga manter a minha produção. Eu sou uma ilha aqui. Eu tento sobreviver. Eu tenho que fazer isso até para trazer luz à consciência, de que não entendemos ainda que essa terra é passageira.”

Que nós temos missão aqui neste Parlamento, e lá fora, aonde nós chegamos. Que o povo, que está sem conseguir vender um litro de leite por um preço digno, porque não tem uma resfriadora. Pasmem, com 100 mil reais é possível comprar três resfriadoras para resolver o problema desse povo.

Eu preciso fazer isso para que haja luz, e que se entenda que uma forma de gerar pobreza é aplicando a justiça para uns e não para outros. É não entendendo que há uma inconstitucionalidade, sim, mas ela tem que ser declarada pelo Supremo.

Mas quantas vezes aquele povo que mora no Pontal vai poder visitar o Supremo Tribunal Federal, para poder pedir agilidade na votação? Quantas vezes? E quantas vezes o governador pode fazer isso na semana? Quantas vezes pode ser visitado?

Então há muito que nós precisamos refletir. Nós sabemos que o resultado já está dado aqui, mas não está dado para sempre. Porque esse é o espaço que nós escolhemos para fazer o debate, para disputar as ideias, para respeitar as pessoas. Porque haverá de encontrar eco cada palavra que foi dita aqui, de um lado ou do outro.

Eu peço a vocês que deem a oportunidade, chamem a atenção para que, no mínimo, a nossa educação continue séria aqui no estado de São Paulo, para que mais pessoas olhem para aqueles que precisam só de uma resfriadora para ter êxito, venham a ocupar os espaços aqui. Porque essa foi a opção que nós fizemos.

Tomara que nós tenhamos tempo de reverter a situação, para que a Polícia Militar, que sempre foi um orgulho do nosso estado de São Paulo, continue sendo. E que nós possamos impedir que haja a destruição do nosso País, a partir do nosso Estado, para que aquilo que não foi feito com o nosso País não prospere a partir de São Paulo.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação a Emenda n° 1. Pela ordem, deputado Barros Munhoz.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Para encaminhar pela Federação PSDB Cidadania. Garanto que não vão ser 10 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então tem V. Exa. o período de 10 minutos para o encaminhamento pela Federação PSDB Cidadania.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Novamente saudando todos os que nos assistem, na pessoa do nosso presidente André do Prado. Eu vou procurar ser o mais breve possível.

Em primeiro lugar, agradecer a lembrança do querido amigo e prezado colega que me alertou, Barba, de que eu não citei as famílias, que são extremamente importantes na agricultura. Eu também defendo, e na qual também acredito. Acho que são extremamente importantes, cada vez mais importantes.

Tomara Deus que o Brasil fosse uma Holanda. Tomara Deus que o Brasil fizesse a reforma agrária que os outros países fizeram. Nós não fizemos até agora. O PT está no quinto mandato. Quinto. Quatro mandatos, dois do Lula e um da Dilma, ou três e meio, porque meio ela não foi, por razões óbvias e conhecidas. Cinco mandatos, cadê a reforma agrária do Lula? Onde está a reforma agrária do governo federal? (Palmas.)

Onde está a reforma agrária do Lula? Então, minha gente, atacar pedras é fácil. É verdade, Barba. O Assentamento 22 de Outubro, que fica entre Mogi Mirim e Itapira, tem em mim, teve em mim um prefeito que sempre zelou por ele, porque sou dos pobres, sou político dos pobres.

Em Itapira, a classe rica não vota em mim. Graças a Deus, porque a classe rica de lá não é como a daqui, não é como a de outras cidades. É invejosa, tem ciúmes. Não toda ela, é lógico. Mas sou prefeito dos pobres, sou político dos pobres. E sou político e deputado dos assentados. O 22 de outubro é testemunha disso.

Tenho a impressão de que fui o primeiro deputado a dar emenda para o Assentamento 22 de outubro. E sabe que emenda eu dei? Eles ganharam uma área grande, mas não podiam plantar. Sabe por quê? Porque era uma área de eucalipto. Eu dei emenda para eles cortarem o eucalipto e poderem plantar. Eles são gratos a mim e votam em mim.

Então, Barba, eu partilho muito de suas ideias. Você sabe disso. Desculpa o “você”. Vossa Excelência sabe disso. Mas eu queria fazer um comentário. Inventaram uma nova democracia. O PT e o PSOL. Agora eles andam de mãozinha dada. Antes, não. Agora estão todos de mãozinha dada, abraçadinhos. Inventaram uma nova democracia, a democracia da minoria.

Por isso que o Lula fala que na Rússia não tem ditadura. Por isso que ele fala que na Venezuela não tem ditadura. Por isso que ele fala que na Nicarágua não tem ditadura. Nenhum lugar que tem ditadura o Lula fala que tem ditadura. Porque a democracia que eles querem aqui, o PT e o PSOL, é a democracia da minoria.

Esse projeto que estamos discutindo para que seja prorrogado, foi votado. Só teve uma diferença do projeto de hoje. É que eles tiveram 15 votos contra 48 da maioria, que aprovou o projeto.

Agora, no de hoje, tiveram 14. Um a menos. Foi só essa a diferença. Sejam minoria com dignidade. Defendam as suas causas, mas não ataquem aqueles que nelas não acreditam.

Eu não acredito em bazófia demagógica de presidente da República que manda o seu ministro da Fazenda, talvez o único que mereça respeito neste país, neste ministério, parar de ler. E manda um ex-governador de São Paulo, seu ministro também, andar.

Estivesse eu lá no ministério, não faria o que o Alckmin fez. Eu sairia de lá imediatamente e colocaria o presidente no seu devido lugar. Colocaria o presidente no seu devido lugar. Não é assim, xingando, ofendendo, diminuindo, e depois rastejando junto àqueles que o criticam, pedir apoio, pelo amor de Deus, para votar os seus projetos. Não é assim, minha gente.

Está bagunçado o coreto lá. Eles têm inveja. Eles querem que aqui também o coreto fique bagunçado. Aqui não vai ficar, não. Aqui não vai ficar, não. Então, minha gente, é muita demagogia barata.

É muito [Expressão suprimida.]. Eu até queria fazer um discurso a lá PT, PSOL. Sabe como eu iria falar? Dez minutos? “[Expressão suprimida.]” Porque é isso só que eles falam. E coisas descabidas. “Não, invasão, mataram.” Eles vivem disso, não é? Tragédia, desgraça.

Aliás, o maior invasor de terras deste país é candidato a prefeito de São Paulo, com apoio do PT, minha gente. É o Boulos. Agora não. Você vê o Boulos falar agora, parece uma moça, o Boulos. (Inaudível.) Eu estou quase que com vontade de votar nele. É um sedutor. Sedutor.

Por baixo dessa carcaça, é um invasor de terras. Quem pode defender a invasão de terras? O que é isso? O que é isso, minha gente? Em qual país do mundo se permite isso? Na Rússia, será? O modelo de país para o Lula. Eu acho que é a Nicarágua. Ele falou que o Maduro, a democracia da Venezuela, é ótima, é excelente.

Então, minha gente, vamos parar de “[Expressão suprimida.]”, e vamos votar conscientemente. Esse projeto é bom. O PT quer o quê? Ele quer que a Minoria ganhe da Maioria? Sejam Maioria um dia, e aí nós vamos respeitá-los, se passarmos a ser Minoria.

Então, está falado o que eu tinha que falar para defender a verdade da votação desse projeto, e sobretudo defender também o governo sério, honrado e qualificado do governador Tarcísio de Freitas.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação a Emenda nº 1. Sras. Deputadas e Srs. Deputados que forem contrários, queriam conservar-se como se encontram. Rejeitada.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Solicitar uma verificação de votação. Em homenagem ao deputado Barros Munhoz.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de V. Exa., faremos então uma verificação de votação. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos proceder a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

A partir deste momento, estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos, para que as Sras. Deputadas e Srs. Deputados, que não se encontram em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Jorge Wilson.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Eu pedi primeiro.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Eu já havia pedido, deputada, mas...

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada Monica Seixas.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Obrigada, eu posso fazer uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não, não estamos dando comunicação. Não demos ao deputado Gil Diniz, ao Lucas Bove. Estamos no processo de votação.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Deram no primeiro processo de votação, presidente. O senhor deu no primeiro processo de votação hoje, Sr. Presidente. Inclusive, para o líder do Governo orientar a bancada a voto.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Erroneamente deixei passar, depois disso, logo em seguida, cortei o deputado Lucas Bove, para não dar a comunicação no processo de votação. Logo que terminar o processo de votação, daremos a V. Exa. e a todos os deputados a comunicação que assim desejarem.

 

O SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Pela ordem, presidente, União Brasil em obstrução. Eu fiquei em dúvida, presidente. O comando foi “não”?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Rejeitada. União Brasil em obstrução.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Colocar o Partido Liberal em obstrução e orientar o voto “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Partido Liberal em obstrução.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para colocar o PSB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSB em obstrução.

 

A SRA. ANALICE FERNANDES - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente. Colocar o PSDB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação PSDB Cidadania em obstrução.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para colocar a Federação PT/PCdoB/PV em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação PT/PCdoB/PV em obstrução.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Colocar o partido Republicanos em obstrução, e pedir para votar “não”, por favor.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Republicanos em obstrução.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Eu quero colocar a bancada do PSOL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSOL Rede em obstrução.

 

O SR. DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Pela ordem, Sr. Presidente. Colocar o Podemos em obstrução e orientar “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Podemos em obstrução.

 

O SR. LEONARDO SIQUEIRA - NOVO - Pela ordem, presidente. Colocar a bancada do Novo em obstrução e orientar o “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Novo em obstrução e orienta “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tendo transcorrido os quatro minutos, o sistema eletrônico ficará aberto para que os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas votem “sim”, “não” ou registrem “abstenção” nos terminais dispostos em suas mesas.

Não havendo mais deputados querendo fazer seu voto pelo sistema eletrônico, liberaremos agora os microfones de aparte para que os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que não conseguiram pelo sistema eletrônico, façam o seu voto nos microfones de aparte.

 

O SR. VALDOMIRO LOPES - PSB - Sr. Presidente, pelo agronegócio, pelos pequenos, pelos médios e pelos grandes produtores rurais, mas, em especial, pelos sangradores e produtores de borracha natural de látex, que necessitam na conversa que eu tive, inclusive, com o nosso governador Tarcísio de Freitas da certificadora estadual de crédito de carbono...

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Como vota, deputado Valdomiro?

 

O SR. VALDOMIRO LOPES - PSB - Eu voto contra a emenda, mas a favor do agro e desses produtores. Um abraço.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Valdomiro vota “não”. Mais algum das Sras. Deputadas e Srs. Deputados gostaria de fazer o seu voto nos microfones de aparte?

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - Pela ordem, presidente. Para continuar em São Paulo o legado do presidente Bolsonaro, que titularizou mais terras do que Fernando Henrique, Lula, Dilma e Temer juntos, eu voto contra as emendas da oposição. Meu voto é “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Lucas Bove vota “não”.

 

* * *

 

- Verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Mais algum dos Srs. Deputados gostaria de alterar o seu voto? Não havendo mais deputados interessados em alterar o seu voto, passaremos à proclamação do resultado. Votaram “sim” seis deputados; “não”, 53; mais este presidente, quórum de 60 votos, quórum que rejeita a Emenda nº 1.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Só para manifestar o voto favorável da Bancada do PSOL às emendas da oposição.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O PSOL declara voto favorável às emendas.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100º, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma segunda sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término da primeira sessão extraordinária, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

Item 1 - Projeto de lei nº 1611, de 2023, de autoria da deputada Ediane Maria.

Nada mais havendo a tratar, está encerrada a presente sessão.

 

* * *

 

- Encerra-se a sessão às 19 horas e 21 minutos.

 

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