4 DE JUNHO DE 2024
25ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: ANDRÉ DO PRADO
Secretaria: LEONARDO SIQUEIRA, DELEGADO OLIM, RUI ALVES e TOMÉ ABDUCH
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Abre a sessão às 16h45min. Coloca em discussão o PL 1510/23.
2 - PAULO FIORILO
Solicita verificação de presença.
3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.
4 - DONATO
Discute o PL 1510/23.
5 - LUCAS BOVE
Para comunicação, faz pronunciamento.
6 - DONATO
Para comunicação, faz pronunciamento.
7 - PAULO FIORILO
Discute o PL 1510/23 (aparteado pelos deputados Donato e Barros Munhoz).
8 - CARLOS CEZAR
Para comunicação, faz pronunciamento.
9 - PAULO FIORILO
Para comunicação, faz pronunciamento.
10 - CARLA MORANDO
Para comunicação, faz pronunciamento.
11 - CARLOS GIANNAZI
Discute o PL 1510/23.
12 - DR. JORGE DO CARMO
Para comunicação, faz pronunciamento.
13 - PAULO FIORILO
Solicita verificação de presença.
14 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.
15 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Discute o PL 1510/23.
16 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Informa que a Presidência deve tomar providências assim que for notificada da decisão judicial mencionada pela deputada Monica Seixas do Movimento Pretas.
17 - PAULO FIORILO
Solicita a suspensão da sessão por dez minutos, por acordo de lideranças.
18 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido e suspende a sessão às 18h03min, reabrindo-a às 18h15min.
19 - SIMÃO PEDRO
Discute o PL 1510/23.
20 - PAULO FIORILO
Para comunicação, faz pronunciamento.
21 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR
Para comunicação, faz pronunciamento.
22 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Informa que há acordo entre as lideranças para dar o PL 1510/23 por discutido por três horas. Levanta a sessão, por acordo de lideranças, às 18h31min.
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* *
- Abre a sessão o Sr. André do Prado.
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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL
- Presente o número regimental de Sras. Deputadas e
Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta
Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior. Ordem do Dia.
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- Passa-se à
ORDEM
DO DIA
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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL
- Discussão e votação do Projeto de lei nº
1510, de 2023, de autoria do Sr. Governador. Para discutir contra, com a
palavra o deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados,
Sras. Deputadas, infelizmente a gente tem um quórum muito baixo aqui. Não sei
se o líder pode até pedir uma verificação de presença, porque a gente quer
debater o projeto. Sem os deputados presentes, fica difícil a gente debater o
projeto.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL
- Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Só pedir ao deputado
Donato, antes dele iniciar o discurso: como é um tema importante para esta
Casa, até porque envolve não só o debate de isenções, mas também da questão
ambiental, eu quero pedir uma verificação de presença, para que a gente tenha
os deputados aqui para fazer esse debate.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL
- É regimental o pedido de Vossa Excelência.
Solicito ao deputado Léo Siqueira, juntamente com o deputado Dr. Olim, para
fazermos a verificação de presença.
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* *
- Verificação de presença.
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* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado
quórum regimental, devolvo a palavra ao nobre deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, que bom ver este plenário minimamente
composto aqui para a gente fazer o debate. Para mim, esse debate é bastante
importante. O governo está cometendo um equívoco grave na minha opinião.
Nós estamos
diante de um quadro de emergência climática em que são necessárias medidas em
relação aos gases de efeito estufa, e o projeto não olha isso. Ele procura ter
um viés puramente fiscal
e não encara plenamente a questão do meio ambiente.
Isso está em contradição com o que o
próprio governador Tarcísio falou na sua campanha. Vou ler aqui a página 27 do
seu programa de governo: “Destinação adequada e manejo dos resíduos sólidos,
economia verde, minimização de emissão de gases tóxicos de efeito estufa na
atmosfera, rumo à neutralidade de carbono, com compromisso pelo desenvolvimento
econômico sustentável”.
Eu quero mostrar que esse projeto não
atinge os seus objetivos nem os objetivos do programa de governo do governador
Tarcísio. Por que eu quero debater esse projeto? Eu, quando vereador em São
Paulo, apresentei um projeto de lei que se transformou em lei em 2015 que isentava
do IPVA a parte do município. O IPVA é 4%, 2% é do município, 2% do Estado.
Na cidade de São Paulo, desde 2015,
devolve-se para carros híbridos a hidrogênio ou carros puramente elétricos 2%
do IPVA, além de livrá-los do rodízio, até porque o rodízio, quando surgiu lá
atrás, era uma política ambiental em relação à poluição da cidade. Esses
benefícios ainda existem na cidade de São Paulo.
Quando cheguei aqui como deputado
estadual, falei: “Bom, vou propor que a parte do Estado também tenha a mesma
política que foi vitoriosa na cidade de São Paulo, tanto que ela foi copiada no
Brasil inteiro”.
O Distrito Federal tem lei nesse
sentido. Aqui no estado de São Paulo, em Indaiatuba, eu sei que tem uma lei no
mesmo sentido. E apresentei um projeto que foi aprovado aqui neste plenário por
todos os Srs. Deputados e Sras. Deputadas.
O governador Tarcísio, quando foi à
instalação da fábrica da GWM, que é uma montadora chinesa que comprou a planta
da Mercedes Benz em Iracemápolis, município do estado de São Paulo, textualmente
falou: “Incentivarei carros híbridos e elétricos”. Falou isso em abril do ano
passado, lá em Iracemápolis. Eu me enchi de esperança de que meu projeto ia ser
sancionado.
Conversei com a secretária Natália,
conversei com o secretário Kassab, que me encaminhou para conversar com o
secretário Afif Domingos. Conversei com todo mundo e, para minha surpresa, o
projeto foi vetado integralmente, com o argumento de que o governo mandaria um
projeto equivalente aqui, só que o projeto não é equivalente, e eu vou discutir
aqui os pontos do veto. Por favor, pode projetar?
Onde estão as diferenças do projeto
do governo? O meu projeto, que era o PL 308, de 2023, concede crédito relativo
ao valor da cota-parte estadual. Isso é importante eu dizer, porque eu excluo
os 2% dos municípios. Quem tem que decidir sobre isenção nos municípios são os
municípios.
Nós estamos tirando a arrecadação dos
municípios sem falar com eles, eu vou explicar isso mais à frente, e estamos
também tirando recurso do Fundeb, que o meu projeto tirava fora. Eu não mexia
no Fundeb, então a isenção que eu dava era excluindo o Fundeb e excluindo a
cota-parte dos municípios.
O meu projeto incluía, como eu disse,
conforme a lei municipal em São Paulo, os híbridos com motor à condução e com
motor elétrico ou a hidrogênio ou exclusivamente elétricos.
Isso valia nos cinco primeiros anos e
tinha um valor de incentivo limitado a 3 mil e 642 reais em Ufesps, ou seja,
mesmo que você comprasse um carro muito mais caro, você só poderia ter um
desconto até um valor médio de 180 mil reais mais ou menos.
O PL que o governo manda inclui
ônibus e caminhões movidos a hidrogênio ou gás natural biometano - nada contra,
não tem problema nenhum -, isenção total por dois anos e redução de alíquota
nos anos seguintes, mas, nos veículos, ele coloca exclusivamente a hidrogênio ou híbridos
com motor elétrico e com motor à combustão que utilize alternativa
exclusivamente etanol.
Ele exclui os
elétricos, que são os que menos poluem, são os que não poluem e que não
produzem nenhuma emissão de carbono, sendo que o etanol sequestra carbono lá em
Barretos, ou a cana sequestra carbono em Barretos, em Ribeirão Preto, em
Araraquara, naquela região toda, mas ele emite 30% de monóxido de carbono aqui
nas grandes cidades, onde o carro circula. Então, tem um problema de saúde
pública, mas eu vou tratar disso mais para frente.
Ele isenta 2024
e 2025 e depois faz uma isenção progressiva, mas ele isenta os 4%; então, ele
tira o dinheiro dos municípios e tira o dinheiro do Fundeb. Então, o primeiro
grande problema é de como é construído o projeto.
Eu vou pular
aqui a questão da justificativa de veto para poder ir direto ao ponto, porque a
gente faz a questão mais para frente.
Só para entrar
no impacto econômico financeiro, a nossa simulação dava, em 2026, no máximo 42
milhões de reais, um impacto bem pequeno. O projeto do governo dá um impacto,
em 2025, de 263 milhões, ou seja, ele restringe carro elétrico, incentiva carro
híbrido, e eu vou falar do problema do carro híbrido agora na frente, e ele
prejudica os municípios.
Então, é
importante que os senhores saibam que, na medida que vocês estão aprovando esse
projeto, vocês estão tirando recurso dos municípios, e isso é grave porque, em
breve, todos os carros serão híbridos, todos os carros serão híbridos.
A Stellantis, que é a Fiat, Peugeot, não sei mais o que,
Renault, já está fazendo o híbrido de araque. Faz um motorzinho híbrido lá,
elétrico, que quase não poupa nada de combustível, mas vira híbrido e, nessa
lei, ele vai ser isento, qualquer híbrido. Agora, o elétrico não pode, o
elétrico não pode ser isento, o que menos polui, ele não pode ser isento.
E tira recursos
da Educação, deixando bem claro que aqui você está tirando o dinheiro do
Fundeb, e nós vamos ter um debate sobre Educação, sobre redução de verbas de
Educação, e nós estamos reduzindo aqui, estamos reduzindo aqui nesse projeto.
Vamos ao
próximo slide.
Bom, o Estado
está indo na contramão do avanço da tecnologia limpa e da transição energética.
Agora, mais importante, dados recentes indicam que aproximadamente 70% dos
donos dos veículos flex no Brasil preferem gasolina.
Então, não existe híbrido só de etanol, é híbrido flex,
o motor à combustão flex.
Então, 70% que
nós estamos incentivando vai usar gasolina, não vai usar etanol. Então, tem uma
distorção enorme, não tem sentido excluir veículo elétrico no Brasil.
Na Europa,
ainda tem um debate sobre a matriz energética, que são termoelétricas de
carvão, que são poluidoras que geram energia elétrica. No Brasil, 94% da
energia é limpa.
No estado de
São Paulo, vejam só, porque esse projeto não é contra o agronegócio, muito pelo
contrário, o agronegócio hoje gera 28% da energia elétrica do estado de São
Paulo, através da biomassa do bagaço de cana. O deputado Barros Munhoz, que
acompanha bem o agronegócio, sabe disso, 28% da energia elétrica, nós estamos
com superávit de energia elétrica.
Então, não faz
mal consumir energia elétrica, que ela tem uma matriz limpa, uma matriz limpa
no Brasil, e no estado de São Paulo mais limpa ainda, porque a gente
praticamente só tem ou energia hidrelétrica ou energia vinda da biomassa.
Na questão da
Saúde, como eu falei, vejam só: um estudo da IQAir
registra que 15 mil vidas e um prejuízo econômico total de sete bilhões de
dólares perdidos pela poluição na cidade de São Paulo e nós vamos continuar
poluindo a cidade de São Paulo, porque a gente sequestra o carbono, como eu
disse, no interior, mas emite nas grandes cidades, ou em qualquer cidade onde o
carro circule, mas, evidentemente, em uma cidade com uma frota de sete milhões
de carros se emite muito mais. E a grande emissão de carbono na cidade de São
Paulo é por carro.
Os veículos
elétricos são 100% zero emissão de poluentes nos locais onde circulam, além de
serem silenciosos. Eu não vou falar da China, para não ter nenhum preconceito
ideológico, mas na Noruega, no Japão tem cidades hoje que não têm barulho de
trânsito.
Na cidade você
escuta o passarinho cantar, porque o carro elétrico não faz barulho. Não faz
barulho. E a poluição sonora é um grave problema nas grandes cidades, em
particular na cidade de São Paulo, dando problemas circulatórios, de saúde
mental. Vamos ao próximo slide? Próximo slide, por favor.
Então não é
justo nem correto veículos com maior emissão serem beneficiados, e veículos com
zero emissão não serem beneficiados. A gente está desestimulando uma indústria
que está para se instalar, inclusive no estado de São Paulo, como eu vou
demonstrar.
Nós temos uma
emenda, no próximo slide, que repõe essa questão, e é só “e”, não quero tirar
nenhuma outra tecnologia, em questão de descarbonização, a gente tem que
apostar em todas as tecnologias, mas a gente não pode excluir a mais eficiente.
Mas escutei no
Colégio de Líderes o grande argumento que foi usado pelo governo, pelo líder do
Governo e pelo deputado Carlos Cezar: a Toyota vai investir 11 bilhões em São
Paulo.
Esse é o grande
argumento utilizado e o único que apareceu lá. Vamos lá, vamos ver aqui os
investimentos da Toyota. Toyota: 11 bilhões de investimentos até 2030; um
bilhão é crédito do ICMS, então vamos pôr que são 10 bilhões.
GWM, que vai
fazer a fábrica, já está fazendo a fábrica em Iracemápolis: 10 bilhões de
investimento. Vão gerar dois mil empregos cada uma delas, uma com um bilhão de
incentivo, de devolução do ICMS, a outra com o dinheiro próprio. A GWM é uma
montadora chinesa, mas a Volks está programando investimentos no Brasil para
ter carro elétrico.
Aqui, nesse
projeto, nem plug-in elétrico pode, porque o plug-in que está vindo importado é
à gasolina. O plug-in é o carro na tomada, só que ele economiza muito, anda
mais de 400 quilômetros e, de vez em quando, quando você se esquecer de alguma
coisa, você põe alguma gasolina, você praticamente não consome gasolina.
Está excluído
do projeto. E ele beneficia o plug-in só quando for flex
com etanol. Ora, a Toyota está desenvolvendo plug-in flex
com etanol, a BYD está desenvolvendo, a GWM está desenvolvendo. Ou seja, não
vai ser isso que vai segurar chinês ou não.
É evidente que
nós temos que discutir a vocação do Estado, que tipo de matriz energética a
gente quer estimular, mas esse projeto pode dialogar com outras coisas, só não
dialoga com o meio ambiente. Só não dialoga com o meio ambiente.
E amanhã, que
vai ser o Dia Mundial do Meio Ambiente, o governador Tarcísio está dizendo que
vai lançar um pacote ambiental. Ele começa mal. Começa mal, lançando um projeto
que desqualifica, que tira o carro elétrico.
E aí o
incentivo não é para a indústria, o incentivo é para o consumidor, é desconto
de IPVA, é disso que nós estamos falando, não é dinheiro para a indústria
diretamente. Evidentemente que, indiretamente, beneficia a indústria,
aumentando o mercado, mas a gente está falando de incentivo para o consumidor.
Então a gente
está aqui para dialogar, a gente poderia ter construído isso de outra maneira,
com um diálogo grande, com todos os interessados e ter um projeto muito melhor
que esse.
Infelizmente, o
governo ignora qualquer possibilidade de diálogo e quer passar no atropelo. Eu
acho que esta Assembleia tem a condição de, pelo menos, incluir essa emenda que
põe o carro elétrico, até porque os defensores do livre mercado acreditam que
não querem fazer reserva de mercado para alguém.
Nós não estamos
pedindo um favorecimento ao carro elétrico, estamos pedindo condições
isonômicas. O consumidor que decida e o mercado que regule, deputado Lucas
Bove. O mercado precisa regular isso.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para concluir, deputado Donato.
O SR. DONATO - PT - Não o governo. Eu estou me sentindo incomodado em ter que
falar essa frase aqui para os nossos companheiros liberais, que estão
defendendo intervenção estatal e não deixando o mercado se regular. Vamos
defender o livre mercado de verdade.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos, para discutir contra, com a palavra o
deputado Paulo Fiorilo. Com a palavra, deputado Lucas Bove.
O
SR. LUCAS BOVE - PL -
PARA COMUNICAÇÃO - Eu vivi para ver deputado petista defendendo menos regulação
em mercado livre. Regulação é só para as riquezas da Amazônia, para a ONG
estrangeira explorar. Aproveitando que o senhor pegou o gancho do meio
ambiente. Que beleza.
A gente quer
compensar os produtores de etanol, os produtores do estado de São Paulo, os
empresários que investem no estado de São Paulo. Mas vocês estão sempre
pensando no atraso do Estado. Mas, enfim, presidente, eu pedi a palavra aqui,
não foi para responder o deputado Donato, que me provocou aqui, (Vozes fora dos
microfones.) eu não posso deixar de responder.
Mas foi, sim,
para mencionar aqui a presença do Diego Ramos, chefe de gabinete do deputado
federal Mário Frias, que foi secretário de Cultura e moralizou a Lei Rouanet
nesse país durante os anos que esteve à frente da cultura, ajudando os pequenos
produtores de conteúdo, ajudando aqueles pequenos artistas, e não abrindo as
torneiras do dinheiro público para grandes artistas, grandes expoentes da
grande mídia que se utilizam desse dinheiro para fazer proselitismo político.
Então, Diego,
muito bem-vindo, seja sempre bem-vindo, leve o nosso abraço ao deputado Mário
Frias, que ele siga com um bom trabalho lá em oposição a esse desgoverno lá em
Brasília, que quando não ajuda, atrapalha o Brasil.
Mas nós aqui no
estado de São Paulo, graças a essa bancada que hoje vai, se não hoje, amanhã ou
na próxima semana, independentemente de quanto protele a esquerda aqui, vai
aprovar, sim, o benefício fiscal para os veículos híbridos, para os veículos
movidos a etanol.
E nós temos lá em Brasília também o suporte de
bravos deputados, como o Mário Frias, o deputado federal, a quem você muito bem
representa aqui.
Muito obrigado
pela presença. Seja sempre bem-vindo à Casa do povo paulista.
Obrigado,
presidente.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Rapidamente. Não, mas você me citou, não é? Vamos fazer um
bom debate aqui. Vamos fazer um bom debate.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Mas a última comunicação, porque
depois os deputados podem se inscrever para debater. Dois minutos tem V. Exa.,
Donato.
O SR. DONATO - PT - Não, o deputado não escutou a minha fala e pegou o finzinho
só. Mas, infelizmente, ele vem aqui com a velha conversa, não é? Com a velha
conversa do etanol, do agro. Evidente que ninguém está aqui para atrapalhar o
etanol que já está colocado e constituído. Aliás, o agro, espero que não esteja
contra essa proposta.
Porque eu
expliquei aqui que o agro produz 28% da energia elétrica do Estado. Que a
energia elétrica do Estado tem um superávit. Ter mais consumidores de energia
elétrica ajuda o agro. Eu sei que o agro não é pop. O agro é lobby, lobby para
isenção fiscal, lobby para atacar o meio ambiente, lobby para... Enfim, um
monte de coisas, não é? Você sabe bem.
Não, eu estou
falando do direito de cada um escolher o que pode. Isso que eu estou estranhando
aqui, vocês não são defensores da liberdade? E agora vocês querem... Depende.
Ah, depende, entendi, depende. Depende, já está claro, depende, depende.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o
deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público
que acompanha esse debate, assessoria das bancadas, quem nos acompanham pela
Rede Alesp.
Eu não vou aqui
tratar das questões mais técnicas, mas eu preciso fazer aqui um debate político
e vou começar por uma questão que o deputado Donato colocou sobre os argumentos
para não incluir os carros elétricos.
É que, na
realidade, no fundo, no fundo, esse Projeto nº 1510, de 2023, ele tem nome e
sobrenome. O nome é Toyota, o sobrenome é Cosan. E há
um erro gravíssimo, porque nós não estamos aqui impedindo que os carros
híbridos, que aqueles movidos à combustão e que são uma parte elétrica, porque
eles consideram assim, não sejam beneficiados.
Ao contrário, o
que nós estamos sugerindo é que outras modalidades possam ser beneficiadas. Mas
parece que os 11 bilhões da Toyota fizeram com que deputados se cegassem por um
problema gravíssimo que é do meio ambiente.
Nós estamos
vivendo uma crise no Rio Grande do Sul. Mas não é só lá: nós estamos vivendo
uma crise no mundo. A Alemanha, ontem, de novo sofrendo com enchentes no norte
da Alemanha. Nós estamos vendo o que está acontecendo na Índia. A gente já fez
esse debate aqui, o deputado Eduardo Suplicy deve se recordar: quando das terras
devolutas, a gente sugeriu que uma das formas de combater os efeitos climáticos
era utilizar as terras devolutas para fazer o reflorestamento, com cuidadores.
Mas esse governo, que está tão preocupado com o meio ambiente, não está
absolutamente olhando e se preocupando com o que está acontecendo.
Nós vamos ter
chuvas fortes no litoral de novo. É o que prevê a meteorologia. De novo nós
vamos remediar; até quando nós vamos ter que fazer isso? E aqui existe uma
possibilidade grande, que eu queria dialogar com os deputados da base.
Aliás, hoje a
gente fez isso no Colégio de Líderes. E muitos deputados entenderam essa
preocupação. Podia citar, por exemplo, o deputado Milton Leite, que entendeu e
concordou com a possibilidade de incluir o carro elétrico.
Porque não é
excludente, nós não estamos tirando o carro do etanol, o carro que é flex; ninguém está fazendo isso. Ao contrário: a gente está
propondo uma modalidade que é ecologicamente correta, que combate os poluentes,
a emissão de poluentes no meio ambiente.
Mas parece que
os deputados, com o argumento da Toyota, que eu não conheço, estão decididos a
não incluírem o carro elétrico nesse projeto. Nós estamos perdendo uma
oportunidade grande de fazer isso, porque nós temos aqui a chance, já que nós
vamos fazer uma emenda aglutinativa.
Porque esse
projeto não será votado sem a emenda aglutinativa. Porque, para poder ser
aplicado, é preciso ter essa emenda, que só vai ter benefício ano que vem. Nós
poderíamos incluir na emenda aglutinativa esse reparo.
Agora, eu quero
trazer um outro reparo, com a permissão do deputado do PL, Bruno Zambelli, que
está me ouvindo, que diz respeito a carro movido a gás. Eu estava conversando
com o pessoal da Comgás.
E eles dizem o
seguinte: também não está previsto isso. E parece que cada vez mais fica claro,
deputado Barros Munhoz, que esse é um projeto dirigido. Dirigido pelos carros
da Toyota, dirigido por uma parte, talvez, do agro; eu não sei qual a parte.
Até porque o
Donato já trouxe aqui o argumento de quanto o agro ainda pode produzir de
energia elétrica; ou seja, tem mais mercado. Mas parece que os argumentos não
são convincentes.
E a gente está
num momento grave no País, no mundo. Podíamos dar um exemplo, facilitando aqui
a venda ou a isenção de IPVA para os carros elétricos. Geraríamos emprego.
Aliás, outro argumento: “ah, não tem planta, ainda, instalada no estado de São
Paulo”. Claro, tem uma, que ainda não está funcionando, vai funcionar; e
existe, ainda, anúncio de investimento de outras plantas, no valor de dez
bilhões.
Agora, se esta
Assembleia não tiver a capacidade de fazer um gesto, um único gesto, dizer:
“não, nós vamos possibilitar e permitir também carros elétricos. Ou carro a
gás”. Porque agora, se também não pode gás, eu queria entender qual é o
problema do gás. Porque carro a gás já tem faz tempo.
Eu ouvi, por
exemplo, argumentos de deputados que defendem... “Não, carro elétrico dá
problema o tempo todo”. Olha, a liderança da Federação levantou alguns dados
que eu queria trazer aqui, não sobre carros que dão problema, mas sobre a
quantidade de carros em determinados países. “Os cinco países com maior parcela
de vendas atualmente são: Noruega, veículos 100% elétricos representam 80% das
vendas de automóveis em 2022; Islândia, 41%; Suécia, 32%; Holanda, 24%; China,
22%.
A posição da
China nessa lista é particularmente significativa se considerarmos que o país é
o maior mercado de automóveis do mundo. Os outros dois maiores mercados de
carros possuem taxas mais baixas de vendas de elétricos, mas também registram
uma tendência de crescimento: União Europeia, 12%; Estados Unidos, seis por
cento.
Nós estamos
falando de um mercado que cresce rapidamente. Globalmente, os elétricos
precisam atingir 75% a 95% das vendas de veículos de passageiro até 2030. Dessa
forma, o mundo estará em um rumo consistente com a meta de manter o aquecimento
global abaixo de 1,5 grau Celsius, e evitar muitos dos impactos prejudiciais
das mudanças no clima (conforme um dos cenários de alta ambição do Climate Action Tracker).
Considerando o
recente crescimento exponencial da venda de carros elétricos, essa meta ainda é
possível. A taxa de crescimento médio anual foi 65% maior do que nos últimos
cinco anos; ao longo dos próximos oito anos, o mundo precisa manter uma taxa de
crescimento anual de apenas 31 por cento.”
Nós estamos
falando de coisas factíveis, de coisas que já ocorrem em outros países que
estão dando exemplos. Agora, nós aqui, a maior Assembleia do País, está prestes
a não dar um bom exemplo. Ao contrário: a dar um mau exemplo.
Deputado Conte
Lopes, que eu não sei se já dirigiu ou foi conduzido em um carro elétrico. Eu
não sei. Mas eu tenho certeza, deputado Conte Lopes, que se o senhor tiver a
oportunidade de conhecer um carro elétrico, talvez o senhor mude de opinião, e
entenda a importância de investir e de dar isenção de IPVA para o comprador de
carro elétrico, não para a empresa.
Eu tive a
oportunidade agora, na ida para Portugal, na Revolução dos Cravos, de utilizar
uber em Portugal. E todos os carros que eu solicitei eram elétricos. Sempre a
primeira pergunta ao motorista é: “Qual é a sua avaliação do carro elétrico?”
“Positiva. Autonomia para andar na cidade, não tem barulho, não polui.”
Agora, aqui
não. Aqui a gente vai aprovar um projeto que não inclui essas modalidades, como
carro a gás e carro elétrico. Nós estamos na contramão do mundo. É
impressionante isso.
Agora, eu
espero sinceramente que o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor, que é
líder do Governo, e o deputado Carlos Cezar, que é líder do PL, que possam
avançar e sensibilizar o governo.
Nós não estamos
tirando, de jeito nenhum, a possibilidade de a Toyota continuar tendo seus
benefícios. Agora, por que não possibilitar também que outras modalidades o
tenham? Eu falei do carro a gás, que o deputado Bruno Zambelli me falou. Mas a
gente está tratando de outras modalidades. Agora, me parece que há, por parte
do governo, uma negativa ou um interesse que não está claro.
Por isso, acho
que era importante a gente incluir uma emenda, colocando o carro elétrico, quem
sabe, colocando o carro a gás, colocando os carros híbridos. Todos aqueles que
possibilitam reduzir a poluição no nosso Estado, no nosso País. Deputado
Donato.
O SR. DONATO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Um aparte, deputado. O
senhor citou o uber, e eu me lembrei de um dado importante. Aqui no Brasil, a
99 criou um programa que envolve muitas empresas. Se chama Aliança pela
Mobilidade. Com essa Aliança pela Mobilidade, ela junta vários atores. Com
isso, eles conseguiram que hoje quatro mil motoristas de aplicativo da 99 tenham
carro elétrico. A meta é dez mil.
Por que isso é
importante? O motorista de aplicativo com carro elétrico economiza dois mil
reais a mais. Se ele tiver uma placa de energia solar em casa, ele vai
economizar três mil reais.
Então muita
gente aqui fala em defender os motoristas de aplicativos. Eles têm que ser
defendidos, mas têm que ser defendidos na prática, e não só no discurso ou com
fake news.
Por exemplo,
propiciando que esse IPVA também atinja os carros elétricos. Porque, como já é
em Portugal e em vários países do mundo, vai ser hegemônico nos motoristas de
aplicativo. Porque, quanto mais você roda com o carro, mais
você tem economia.
E você abate o
custo inicial, que é um pouco mais alto, com o custeio sendo muito menor ao
longo dos anos. Então eu queria só reforçar o que o senhor colocou aqui com o
exemplo de Portugal.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Aliás, aproveitar esse exemplo
do uber. Nós vivemos aqui, como vereadores da cidade de São Paulo, deputado
Donato, deputado Reis, eu, a discussão sobre o uber. Havia um movimento, em
especial dos taxistas, que resistiu bravamente a manter a reserva de mercado.
Não queriam, de jeito nenhum, o uber, quando a gente já percebeu uma tendência
mundial do uso do aplicativo.
Até que não
houve mais como resistir. E a gente tem hoje essa forma, esse veículo, essa
modalidade sendo utilizada, não só aqui em São Paulo, mas no Brasil e no mundo.
Você hoje com o
aplicativo consegue solicitar, não só o uber, mas taxi, a 99, todas as
modalidades. O que a gente está fazendo aqui? A gente tenta impedir o avanço
daquilo que vai ser a mudança do mundo.
Então, deputado
Carlos Cezar, com quem já dialoguei hoje no Colégio de Líderes, eu acho que não
custa um gesto. E me parece, depois de conversar com o deputado Bruno Zambelli,
que não é só o caso do carro elétrico.
Tem outra
modalidade que também está fora. Parece que o governo se fechou por uma
situação que precisa ser explicada, porque a gente poderia, sim, aqui nesta
Casa, ofertar a isenção do IPVA para outras modalidades, como carro elétrico,
como carro a gás, como carros híbridos e assim por diante.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Pela ordem.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Deputado Barros.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Deputado Paulo Fiorilo, eu estou acompanhando com bastante atenção. Aliás,
quando o deputado Donato fala, a gente sempre presta mais atenção. E V. Exa.
também. Mas eu acho que a fala de V. Exa. nos chama atenção para uma coisa que
está acontecendo, e é grave, principalmente pelo fato de amanhã ser o Dia do
Meio Ambiente.
Conflita a sua
fala com o comportamento do governo federal, do governo Lula, que tira da
Petrobras uma pessoa que teve todo o apoio do ministro mais importante desse
governo, mais competente desse governo, o Haddad, e coloca uma pessoa
comprometida com a exploração de petróleo no alto Amazonas, com a recompra de
refinarias, na contramão de tudo o que V. Exa. está colocando.
É um atraso. Eu
fui da Petrobras, eu sei o que são essas unidades. São obsoletas. Não tem nenhum
propósito fazer isso. E está na contramão daquilo que o senhor está defendendo.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Deputado Barros, eu até toparia
um debate sobre a Petrobras, até porque eu gostaria de apresentar outros
elementos além desses que o senhor trouxe, e eu ficaria apenas com o final da
sua fala com relação ao atraso.
Repare só: se é
verdade isso que o senhor está dizendo - e depois vamos discutir a Petrobras -,
não deixa de ser verdade também que aqui a proposta é um atraso. E é uma
proposta do governador que eu e o senhor podemos mudar, enquanto a Petrobras é
um debate nacional em que os deputados federais e senadores estão envolvidos e
que precisam observar com lupa, investir para que a gente tenha energia
renovável, combustível limpo.
Agora, deputado
Barros, a contradição está com o senhor, porque se esse projeto também é um
atraso, vamos votar a favor sem poder modificá-lo? Vamos, como disse o senhor,
comprar usina obsoleta? Vamos usar carro obsoleto? Vamos investir naquilo que
polui e não dá oportunidade de trazermos carros que não poluem?
Então, me
parece... Desculpe, deputado Barros, é que meu tempo está se esvaindo, mas eu
queria deixar isso claro, porque, se o senhor aponta uma contradição na
Petrobras, eu estou apontando uma outra para o senhor, que é um cara
esclarecido, que tem informação, mas que traz aqui a possibilidade de votar no
atraso.
Então, eu
queria deixar um desafio ao senhor. Fácil. Vamos fazer um test
drive em um carro elétrico para o senhor e eu - porque eu também não conheço,
dirigindo - podermos experimentar uma tecnologia de primeiro mundo que poderia
estar aqui sendo incentivada com isenção de IPVA, assim como vai ter a Toyota,
assim como vai ter a Volkswagen, assim como vão ter outras empresas. Por que
não colocar também a isenção para o carro elétrico, para que a gente não tenha
o discurso obsoleto?
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos, para discutir contra, com a palavra o
deputado Carlos Giannazi. Com a palavra, deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL -
PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, apenas para uma comunicação e para responder
ao deputado Paulo Fiorilo.
Deixar bem
claro que eu entendo que esse projeto é um avanço. Estamos criando aqui um avanço,
um projeto enviado pelo governador Tarcísio que vai ao encontro, inclusive, de
muito daquilo que o deputado Paulo Fiorilo e o deputado Donato defenderam aqui.
Apenas eles
querem acrescentar algo que, a meu ver, pode se esperar, porque esse projeto, ao
contrário do que ele diz, que está beneficiando um CNPJ, uma determinada
empresa, esse projeto é para todos, principalmente para algumas empresas que
produzem aqui no estado de São Paulo, que arrecadam impostos aqui, que geram
empregos aqui, que estão investindo nesse estado, e não pouco. Aliás,
investindo na cidade de Porto Feliz, na cidade de Sorocaba, no interior de São
Paulo, cerca de 11 bilhões de investimentos que vão gerar emprego e renda.
Então, ao
contrário, deputado, eu acho que, se nós convergimos em algumas coisas, acho
que devemos aproveitar isso em que nós já convergimos. Vossa Excelência debateu
comigo lá no Colégio de Líderes e diz ser favorável, que apenas não queria
excluir nada do que está aqui, mas apenas acrescentar.
Nós limpamos essa
pauta deste momento, avançamos, e isso não nos impede de discutirmos depois
daqueles carros que hoje podem estar sendo produzidos na Bahia, podem estar
sendo produzidos em Pernambuco, podem estar sendo produzidos talvez na China,
que essas plantas se estabeleçam aqui no estado de São Paulo, que essas plantas
gerem emprego, gerem renda, gerem impostos, gerem recursos para o Estado,
benefícios para nosso Estado, e aí sim esta Casa eu tenho certeza de que vai
contar com a sensibilidade do próprio governador Tarcísio, que da sua
iniciativa, porque é um projeto que cuida de Receita, e quando cuida de Receita
a iniciativa deve ser do governo, do Poder Executivo, pela sua iniciativa
saberá ter sensibilidade suficiente para enviar a esta Casa.
Apenas isso, Sr. Presidente.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma breve
comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dois minutos,
Paulo Fiorilo, depois tem a palavra o deputado Carlos Giannazi.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Não vou gastar nem
dois minutos. Deputado Carlos Cezar, eu, só para que a gente pudesse continuar
esse diálogo, que eu acho que é importante, quem sabe eu posso convencê-lo ao
final dele. Repare, o senhor tá dizendo o seguinte. Então nós vamos procurar
aqui um incentivo porque os carros são produzidos ou têm investimento aqui, no
caso da Toyota. Acho que é bom a gente deixar claro.
A Toyota
anunciou um investimento de 11 bilhões. Sem problema. Agora, eu queria que o
senhor me apontasse o artigo no projeto que estabelece que as isenções são só
para os carros produzidos no Estado. Sabe por quê? Porque tem muito carro
dentro do projeto que não é produzido aqui. Então, assim, repare, o argumento
de que “ah, não, não produz aqui”, acabou. Ele caiu por terra.
Tem muitos
carros produzidos em outras regiões que vão ter a isenção do IPVA. Então, seria
lógico e correto, até para não ser obsoleto, que o projeto do governador
pudesse prever isso, mas ele não prevê. Então, deputado Carlos Cezar, vamos
trocar. Vamos propor incluir, ao invés de excluir. Acho que isso ajuda o
debate.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
A
SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente. Posso fazer uma comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada Carla,
tem a palavra Vossa Excelência.
A
SRA. CARLA MORANDO - PSDB -
PARA COMUNICAÇÃO - Eu gostaria de
enfatizar essa fala do deputado Paulo Fiorilo. Inclusive, tem uma emenda a esse
respeito, que prevê somente carros fabricados no estado de São Paulo. Por que eu
digo isso?
Quando foi
feito esse projeto, não atendendo aos carros 100% elétricos, não existia a
produção desse carro, de híbridos, no norte e nordeste, que foi uma briga muito
grande durante a questão da reforma tributária, para que não se mantivesse a
isenção fora da nova reforma, e que todos pudessem ser iguais, e eles
conseguiram derrubar isso. Então o norte e nordeste continuam isentos de
pagamento dos impostos.
Conclusão, a
pessoa vai comprar agora o carro lá na BYD, que está fabricando, vai começar a
fabricar os híbridos, e ela vai ter o benefício da mesma forma aqui em São
Paulo.
Então, além de
pagar menos, ela vem e não paga nem o IPVA. Eu acho que tinha que aceitar essa
emenda de carros produzidos somente no estado de São Paulo, como em Minas Gerais
já existe isso.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputada Carla. Com a palavra o deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado André do
Prado, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público aqui presente, telespectador
da TV Assembleia.
Quero dizer, Sr. Presidente, que é inacreditável
que em plena crise climática que nós estamos vivendo no Brasil e no mundo, é só
a gente ver o que está acontecendo no Rio Grande do Sul, o que aconteceu aqui
em São Paulo recentemente no litoral norte, em São Sebastião, o que aconteceu
no estado da Bahia, o que está acontecendo em vários países do mundo, enchentes
em Dubai...
Em vários
países do mundo há uma grande crise climática, e nós estamos aqui discutindo,
na verdade, um projeto de lei que está sabotando o carro elétrico. O carro
elétrico é o futuro da humanidade.
Todos sabem
disso, que ele daqui a dez, 15 anos, uma boa parte dos carros existentes no
mundo serão elétricos, porque não há como impedir esse modelo de
desenvolvimento.
Nós temos que
mudar o nosso modelo de produção e o nosso modo de consumo também. Nós temos
que fazer uma reflexão radical para diminuir a crise climática. Todos sabem
disso.
Então é
inacreditável também que pela segunda vez consecutiva o governo Tarcísio, que é
um governo negacionista, é um governo bolsonarista de extrema direita, esteja
sabotando o carro elétrico.
Sabotou
no primeiro momento, quando vetou o projeto do deputado Donato que nós aprovamos
aqui na Assembleia Legislativa, projeto importante que o deputado Donato
apresentou. Foi aprovado e inspirado no projeto que ele apresentou na Câmara
Municipal. Foi aprovado, virou lei na cidade de São Paulo, mas foi sabotado
pelo governador Tarcísio de Freitas.
E agora uma
nova sabotagem ao carro elétrico nesse projeto de lei, o PL 1.510, que impede
que haja aqui incentivo fiscal para os carros elétricos no estado de São Paulo.
E fica muito claro para nós que há interesses econômicos de empresas por detrás
desse projeto. E o que mais está nos preocupando também, além da questão
ambiental que está sendo colocada em segundo plano...
Porque me
parece que a Assembleia Legislativa e o governo estadual estão pensando muito
mais na questão econômica e fiscal do que com a questão ambiental, que o
projeto todo fala que a preocupação é ambiental, mas não me parece que seja
isso porque ele exclui o carro elétrico.
Mas uma
preocupação importante que o deputado Donato levantou e nos leva, deputado
Donato, a questionar mais ainda esse projeto, é a questão dos municípios que
serão prejudicados e também do Fundeb.
Esse projeto
tira dinheiro, na verdade, dos municípios do estado de São Paulo. Até aqui eu
sei que tem deputados que são candidatos a prefeitos. Então eles estarão
prejudicando as suas próprias cidades aprovando esse projeto do jeito que ele
foi elaborado e sobretudo ele vai prejudicar a Educação do estado de São Paulo,
porque ele prejudica o Fundeb.
Olhe só, esse é
um dado importante para que esse projeto seja revisto imediatamente. Quero
ainda ressaltar que nós apresentamos emendas - tem várias emendas apresentadas
ao projeto - para que ele fosse melhorado, corrigido.
Eu apresentei
uma delas, que foi a primeira inclusive, que trata de uma questão que a gente
tem batalhado muito aqui na Assembleia Legislativa, que é a isenção do IPVA
para as pessoas com deficiência, que nunca se consolidou para valer.
Porque o Estado
sempre colocou, o governo sempre colocou empecilhos para que as pessoas com
deficiência pudessem acessar a isenção do IPVA, sobretudo com a imposição de um
laudo que é muito difícil de ser conseguido aqui pelas pessoas com deficiência.
No entanto,
todas essas emendas foram sumariamente rejeitadas até agora pelo governo,
embora elas entrem novamente em votação aqui e nós vamos votar favoravelmente a
elas, mas eu vi aqui que na relatoria elas foram vetadas.
Então é isso.
Eu queria dizer que o governo está vetando o carro elétrico em plena crise
climática. Amanhã se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente e o governo
estadual fazendo essa sabotagem.
Por isso que
nós queremos que esse projeto seja reformulado, Sr. Presidente, e há tempo para
isso. Nós podemos suspender a sessão e reformular esse projeto, incluindo aqui
o carro elétrico nesse projeto e também revendo essa questão que vai prejudicar
os municípios e a Educação do estado de São Paulo. Gostaria ainda, Sr.
Presidente, aqui rapidamente de dar um informe importante para a Assembleia
Legislativa.
Na última
sexta-feira, nós fomos ao Supremo Tribunal Federal, através do nosso partido, o
diretório nacional, o PSOL, e ingressamos com uma Adin contra a lei que foi
sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas.
Eu me refiro
aqui à Lei nº 1.398, que foi sancionada no dia 28 de maio, fruto de um projeto
de lei infelizmente aprovado pela base do governo aqui na Assembleia
Legislativa, que criou o Programa da Escola Cívico-Militar, a escola
doutrinadora, a escola ideológica, a escola com partido.
Uma escola que
não tem nenhum tipo de amparo na legislação brasileira, nem no capítulo da
Educação da Constituição Federal, nem no capítulo da Constituição Estadual, no
capítulo da Educação.
Não tem amparo
na LDB; não tem amparo nos planos de Educação, nem no Plano Nacional de
Educação, nem no Plano Estadual de Educação, ou seja, é um projeto que afronta
toda a nossa legislação.
Então nós
ingressamos com uma Adin, Sr. Presidente, que é a Adin nº 7.662. Hoje nós
recebemos já a informação de que o relator da nossa Adin é o ministro Gilmar
Mendes. Está aqui, inclusive, a nossa Adin nº 7.662, Ação Direta de
Inconstitucionalidade, relator ministro Gilmar Mendes. Nós pedimos liminar para
suspender os efeitos dessa famigerada lei da escola cívico-militar, repito, uma
lei ilegal que afronta toda a legislação educacional do Brasil.
Fomos
surpreendidos ainda, Sr. Presidente, nestes últimos dias, com uma notícia que
inclusive foi publicada também no site do Metrópoles, dando conta da
picaretagem que existe por trás da escola cívico-militar, olha: “como funciona
o lobby de associação que fatura com a escola cívico-militar”.
Então essa
denúncia é grave, Sr. Presidente, porque a denúncia é o seguinte: existe uma
tal de Abemil, Associação Brasileira de Educação
Cívico-Militar, que tem como presidente, como fundador, um capitão, o capitão
Davi Lima Sousa, que foi candidato a deputado federal no Distrito Federal, ele
é suplente de deputado federal do PL.
Ele montou essa
associação, e essa associação tem contratos milionários com várias prefeituras,
com pelo menos 19 prefeituras, e tem aqui um contrato milionário de
aproximadamente 11 milhões de reais - olha, 11 milhões de reais -, inclusive
aqui em São Paulo também, com a Prefeitura de Lins - nós estamos pedindo para
que haja uma investigação pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
Isso é uma
picaretagem, Sr. Presidente, então, tem muita gente, deputado Jorge do Carmo,
ganhando dinheiro com a escola cívico-militar. Ele oferece uma espécie de
assessoria de orientação técnica para os municípios e para os prefeitos. A associação
dele, a empresa, na verdade, que é uma associação, é contratada para dar esse
tipo de orientação técnica. Então, tem muitos interesses.
Além dos interesses ideológicos, políticos e
de doutrinação, de formar pessoas para a extrema direita fascista do Brasil,
esse projeto de escola cívico-militar, na verdade, é um projeto de poder, que
forma pessoas para a extrema direita, um projeto doutrinador, que não respeita
a diversidade cultural, a diversidade de gênero, a diversidade sexual, a
diversidade de raça, nada disso é respeitado em escola cívico-militar, não há
espaço para o pensamento crítico, não há espaço para a liberdade de ensinar e
aprender.
É uma escola,
repito, doutrinadora, que vai domesticar os nossos alunos. Essa escola também
tem ainda esse componente aqui que é uma associação que foi denunciada.
Não sei se
existem outras e outros interesses econômicos, Sr. Presidente, mas espero que o
Supremo Tribunal Federal aceite, acate a nossa Adin e dê uma liminar
suspendendo os efeitos dessa famigerada Lei nº 1.398, que foi a lei fruto,
infelizmente, do projeto aprovado pela base do governo aqui na Assembleia
Legislativa, porque há várias contestações da escola cívico-militar do ponto de
vista judiciário. Por exemplo, as 300 e poucas escolas, acho que 312 escolas
cívico-militares do Paraná também foram e estão sendo questionadas no Supremo
Tribunal Federal desde 2020.
Foi protocolada
uma Adin pelo PT, pelo PSOL e pelo PCdoB, que está nas mãos, está sendo
analisada pelo ministro Toffoli, a nossa com o Gilmar Mendes. Então, nós vamos
fazer aqui uma guerrilha jurídica contra esse modelo de escola que
infelizmente, repito, foi aprovado aqui na Assembleia Legislativa, Sr.
Presidente.
Só para
concluir, Sr. Presidente, o prefeito aqui da cidade de São Paulo, Ricardo
Nunes, disse que vai aderir ao programa, vai aderir, porque, infelizmente, o
projeto aprovado aqui permite a adesão de prefeituras a esse projeto ilegal,
doutrinador e inconstitucional.
Era
isso, Sr. Presidente.
Muito
obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência
à lista de oradores inscritos para discutir contra, com a palavra a deputada
Monica Seixas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Para comunicação, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dois minutos
tem V.Exa., Dr. Jorge.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - PARA COMUNICAÇÃO -
Obrigado, Sr. Presidente.
Sr. Presidente, Sras. Deputadas,
Srs. Deputados, eu quero lembrar aqui aos colegas deputados e deputadas que
essa cidade, cidade de São Paulo, e a região metropolitana, além também da
Baixada Santista, da região litorânea e o interior têm muitos problemas de
informalidade e irregularidade no que tange à questão da habitação.
E eu quero festejar, Sr.
Presidente, a atitude, a tomada de decisão da Corregedoria Nacional de Justiça,
que, através do Provimento 158, de 5 de dezembro de 2023, criou um programa permanente
de regularização fundiária plena dos núcleos urbanos informais por nome Solo
Seguro Favela.
Esse programa tem como objetivo
buscar regularização fundiária e, portanto, segurança jurídica de milhares de
famílias que moram em várias comunidades na expectativa, na ânsia de um dia
poder ter o seu imóvel regularizado, seguro, do ponto de vista legal, mas
também ter a certeza de que pode dar em garantia de que se amanhã faltar suas
famílias não ficarão desamparadas.
E, diante da falta de política para
combater o déficit habitacional, que ainda está muito aquém daquilo que se
precisa, é louvável de se festejar essa tomada de iniciativa da Corregedoria
Nacional de Justiça, que criou esse programa para buscar a regularização de
diversos empreendimentos, loteamentos, favelas, ocupações de famílias que
clamam e que precisam, e por falta de política da cidade, do prefeito, do
governador, precisam de atitudes como essa da Corregedoria Nacional de Justiça.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem a palavra a
deputada Monica Seixas.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
Sr. Presidente, a deputada Monica
vai fazer uso da tribuna, e eu olho aqui e não vejo os deputados da base.
Então, eu peço uma verificação de presença.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência.
Faremos, então, uma verificação de
presença. Convido o deputado Rui Alves juntamente com o deputado Tomé Abduch
para fazer a verificação de presença.
*
* *
- Verificação de presença.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL -
Constatado quórum regimental, agradeço ao deputado Tomé Abduch e ao deputado
Rui Alves pela verificação de presença.
Devolvo a palavra a nobre deputada
Monica Seixas.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Eu
confesso que esta foi uma das poucas vezes em que eu li um projeto, eu entendi
os parágrafos, mas eu não entendi o texto.
Eu li, reli, li
de novo, pesquisei, fui atrás de saber quem é que vai ser atingido, quem é que
tem, qual é a possibilidade, e não entendi e sigo não entendendo o projeto. É
uma das poucas vezes em que eu subo aqui na tribuna me perguntando: por causa
de quê?
Geralmente a
gente sabe o endereçamento, mas por causa de que a gente está votando a isenção
de um tipo de motor tão específico, tão específico? Sabe quando a Justiça
aponta que tem editais endereçados e feitos sob medida para que tenha só um
ganhador, mandado sob medida? Eu achei muito específico.
No momento em
que a gente precisa levar a sério a transição de matriz energética, no momento
que a gente precisa levar a sério a queima de combustíveis fósseis, no momento
que a gente precisa levar a sério o aquecimento global, tem muita coisa e a
gente é a favor. Eu sou muito favorável que o governo incentive, inclusive com
benefícios fiscais, as transições necessárias.
E isso deve
envolver método de trabalho, método de produção, circulação de mercadoria e,
claro, veículos automotores. Mas além de aqui, nesse projeto de benefício
fiscal está ausente uma série de oportunidades para a gente incentivar a
mudança de veículos automotores, para a energia mais limpa, etc.
E eu também
tenho lá as minhas críticas à forma de produção dos veículos elétricos como eles
estão, mas a gente poderia aproveitar o ensejo para regulamentar. Tem um
projeto aqui que se diz ambiental, endereçado a um tipo muito específico de
produção de veículo que vai atingir pouca gente.
Eu sigo não
entendendo. E é por não entender que a gente quer discutir o projeto, que a
gente está interessado na aglutinativa e que a gente chama os colegas da base
do governo a explicar.
Eu sinceramente
chego aqui e permaneço aqui sem entender o projeto. Não tem motivo para a gente
dar essa autorização para uma coisa muito específica, seria como dizer que eu
vou beneficiar a indústria têxtil que produz branco, porque eu gosto de branco.
Não tem sentido esse projeto.
Mas para além
de dizer que eu não vejo sentido de votar esse projeto, que não dá para
entender que ele se diz ambiental, mas ele é endereçado muito especificamente a
um único tipo de produção, que exclui todas as demais. Eu vim aqui
rapidamente... Eu vou entrar rapidamente em um outro tema, porque eu acho
importante.
Hoje, a Justiça
Eleitoral condenou o ex-deputado Wellington Moura, que em 2022, ali da
Presidência, disse que ia colocar um cabresto na minha boca. Esse processo se
arrastou esses anos todos. Aqui na Assembleia Legislativa, foi ao Conselho de
Ética e vários dos colegas tripudiaram, disseram que era frescura, me chamaram
de louca.
Mas, anos
depois, a Justiça Eleitoral torna o deputado Wellington Moura o segundo
condenado no País por violência política de gênero, numa condenação bastante
severa.
Além de uma
reparação a mim, numa indenização, a Justiça ainda o condena a não estar e
frequentar os mesmos lugares que eu e cita especificamente a proibição de
frequentar a Assembleia Legislativa, porque é o meu local de trabalho.
Condena-o a não
deixar a comarca de São Paulo sem avisar a Justiça, condena-o a comparecer ao
cartório eleitoral. Algo mensalmente para prestar contas e condena-o a
participar de um novo curso de letramento de gênero da Justiça Eleitoral. À
época, a Assembleia Legislativa estava mergulhada em violência.
A gente vivia
sob as sombras do assédio do Cury sobre a Isa Penna - hoje também condenado em
segunda instância pelo TJSP há um ano e dois meses de prisão por ter assediado
a deputada Isa Penna.
A gente vivia
uma chuva de violência contra a deputada Erica Malunguinho, a quem muitas vezes
foi dito que a tiraria do plenário, do banheiro a tapa e insistentemente a
chamavam pelo pronome masculino.
E foi numa
dessas violências contra a Erica Malunguinho, aqui num discurso da tribuna, que
eu - enquanto líder da bancada do PSOL - peço ao Wellington Moura, presidindo a
sessão, a palavra.
Naquele
momento, ele diz “não”. E eu digo: “presidente, está acontecendo uma violência
da tribuna. Presidente, homofobia é crime. Presidente, está acontecendo uma
violência da tribuna.”
E ele me
responde: “enquanto eu estiver nesta cadeira, eu vou colocar um cabresto na sua
boca”. Eu não me calo. A sessão vira um tumulto. Ela é interrompida. E o que se
segue depois - também consta nos autos - é que muitos outros colegas do
Wellington, que até hoje o apoiam, se juntaram a ele para ficar repetindo:
“louca, vai tomar seu tarja preta; louca, vai tomar
seu tarja preta”. No Conselho de Ética, celebraram que ele saiu sem nenhuma
condenação.
Mas hoje eu me
somo a muitas mulheres que foram à Justiça e que foram asseguradas no seu
direito de se elegerem, de serem parlamentares, de serem líderes de bancada, de
estarem em todos os lugares que escolherem. Eu não falo isso com alegria, não.
Eu queria estar
aqui dizendo que a gente conquistou mais delegacias das mulheres, porque, se a
cada 30 minutos, sete parlamentares entram na Justiça brasileira por violência
política de gênero, no estado de São Paulo, subiu 12% o número de feminicídios,
de morte de mulheres.
Eu queria estar
aqui dizendo que a gente ampliou a Defensoria Pública, para que mulheres pobres
possam recorrer aos seus direitos na Justiça; eu queria estar aqui para dizer
que os números de violência contra a mulher estão caindo.
Mas, infelizmente,
eu subo aqui para dizer que os números de justiça feita para mulheres que foram
vítimas de violência no ambiente doméstico ou no seu ambiente de trabalho sobe.
O Wellington
não pode mais frequentar a Assembleia Legislativa. Eu friso isso, presidente,
porque eu conto com a colaboração da Presidência para fazer cumprir a decisão
judicial.
Eu já encontrei
com o colega, de quem agora eu tenho uma medida protetiva, muitas vezes aqui no
plenário e pelos corredores. A decisão cita especificamente a Assembleia
Legislativa de São Paulo, meu local de trabalho, onde o Wellington não pode
mais entrar enquanto eu for deputada.
Espero que
nenhuma mulher seja constrangida, violentada em seu lugar de trabalho, e que
isso sirva de exemplo para nós. Que essa legislatura seja uma legislatura
melhor para as mulheres, que seja melhor para as LGBTs, que seja melhor para
todos nós e que seja de menos violência a todos.
Obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra, o deputado Simão Pedro.
Respondendo à deputada Monica Seixas,
deputada, esta Casa, esta Presidência não foi notificada dessa decisão. Porém,
assim que essa decisão chegar a esta Presidência, todas as providências serão
tomadas.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo. Simão Pedro. Ausente.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Não, ele está aqui.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Ah.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, é que
eu fiz um diálogo com o líder. E eu queria pedir se é possível a gente
suspender por dez minutos, para um diálogo com a bancada, com a Federação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Havendo acordo
entre as lideranças, sempre é possível, sim, suspender para dialogar entre as
lideranças.
Havendo acordo de lideranças, está
suspensa por dez minutos.
*
* *
- Suspensa às 18 horas e 03 minutos, a
sessão é reaberta às 18 horas e 15 minutos, sob a Presidência do Sr. André do
Prado.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a
sessão. Com a palavra, para dar sequência aos oradores inscritos para discutir contra, o deputado Simão Pedro.
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente
André do Prado. Eu me inscrevi, Sr.
Presidente, para falar contra esse projeto do jeito que ele é proposto
pelo governo, embora reconheço que há méritos nessa questão de incentivar, por
exemplo, a produção, a compra de carros movidos a etanol, que a gente sabe que
é uma energia limpa, uma energia que o Brasil produz, isso precisamos
ressaltar.
Eu me lembro de
que na semana passada o presidente Lula esteve aqui numa planta da Cosan, no interior de São Paulo, onde há um avanço, por exemplo,
a produção de etanol utilizando o bagaço da cana, palha, coisas que eram
jogadas na natureza e não tinham nenhuma finalidade. Então, nós temos visto avanços
na indústria de combustíveis e na indústria automobilística.
Agora, nós
estamos, Sr. Presidente, - hoje
é dia quatro, amanhã é dia cinco - no Dia Mundial do Meio Ambiente. Esta
Assembleia poderia dar um grande exemplo, este Estado poderia dar um grande
exemplo incorporando uma tecnologia que é inexorável.
Vai acontecer,
está ganhando espaço cada vez mais, não só aqui no Brasil, com plantas novas,
que é o carro elétrico. Ele tem inúmeros benefícios, como já falou aqui o
deputado Donato, como já falou o deputado Fiorilo.
Semana passada,
encontrei um amigo advogado que morava aqui na zona leste, Donato, e ele se
mudou para o interior de São Paulo, ali pelo Vale do Paraíba. Ele se
aposentou, comprou um sitiozinho e foi morar lá em Silveiras,
que é uma cidade muito conhecida do Vale do Paraíba. Eu estive lá para
visitá-lo. Toninho Crescente, muito conhecido, trabalhou conosco no governo
Haddad, foi subprefeito na Penha.
Toninho tem
toda uma vida aqui em São Paulo e eu pensei: “Poxa, uma coisa é
todos nós que moramos na Capital, numa cidade grande termos vontade de vez em
quando de sumir, ir para o interior para usufruir de algumas coisas boas da
vida, da natureza, que é o silêncio, a água pura, o ar mais puro”.
Ele me falou
justamente isso: “Simão, eu fui para o interior por conta de três coisas que
você não tem em São Paulo, na Capital”. Falei: “O que foi?”.
Ele falou: “Fui atrás de água limpa, fui atrás de ar puro e de silêncio”.
O carro
elétrico nós temos. Não é que nós não temos, nós temos muitos modelos. Por
exemplo, você pega um ônibus elétrico aqui em São
Paulo e ele é muito
mais silencioso, você quase não escuta o barulho dele. Eu que usei muito o
transporte público, sou testemunha de como é diferente.
Por exemplo, eu
moro na Avenida Conselheiro Carrão, na zona leste. Ali passa ônibus elétrico e
você não escuta, ao contrário dos carros de motor de combustão que são uma
barulheira quando ele para no farol e acelera. Então, o silêncio é um item, a
poluição sonora é um item importante que nós precisamos combater e buscar
diminuir, além do ar puro. O carro elétrico propicia isso.
Mas o que
acontece com esse projeto? O governo pretende reduzir ICMS, ou seja, reduzir
impostos para carros híbridos, carros à combustão, carros que são impulsionados
a Etanol, mas exclui o carro elétrico.
Então, é uma
enorme contradição com aquilo que nós estamos debatendo no mundo hoje, o que
nós estamos debatendo no Brasil, o que estamos debatendo aqui em São Paulo.
Ontem eu li que
o governador, deputada Bebel, pretende lançar um plano de combate aos desastres
naturais, à crise climática, o governo Tarcísio, e pauta aqui na Assembleia,
deputado André do Prado, um projeto que vai na direção contrária a isso,
deputada Bebel. Essa é minha opinião. Por isso que eu me inscrevi aqui para
chamar atenção dos deputados, dos líderes.
Por que não
incluir a emenda do deputado Donato, que propõe nessas invenções o carro
elétrico. A gente sabe que vai ter uma planta aqui em Iracemápolis,
investimentos de dez bilhões de reais. Bom para o estado de São
Paulo. Eu fico me
perguntando.
Será que essa
lei que se pretende votar aqui...? Provavelmente vai ser aprovada, porque o
governo Tarcísio tem maioria, maioria muito obediente, que vota sem discutir.
Quem discute aqui são os deputados bolsonaristas, que veem nisso contradições
com a esquerda, coisa parecida, e vêm aqui debater, mas os demais não debatem.
Então, eu fico
impressionado com este momento que nós estamos vivendo aqui na Assembleia, de
contradição. Hoje eu citei aqui na tribuna, no Grande Expediente, a contradição
do governo Tarcísio, que fala em lançar um projeto, um programa de redução de
custos, de baixar os gastos do governo, e ele inclui a renegociação da dívida
do Estado com a União, que depende do governo federal para reduzir, e ele
propõe uma série de medidas como fim de isenções fiscais, e os jornalões aqui
de São Paulo elogiando o governo Tarcísio por isso, e dizendo que o governo
federal deveria imitar o Tarcísio, que, sim, é um homem, um governante
responsável com a questão fiscal, enquanto o Lula só quer promover a gastança.
Uma mentira
muito grande desses grandes jornais, porque, bom, eles estão babando pelo
Tarcísio, torcendo para que ele seja a grande alternativa contra o Lula. Então
vale tudo aí. Elogiar algo que não existe, porque esse plano não existe. Por
exemplo, esse plano de reduzir a dívida do Estado com a União depende de
negociação com a União.
Tem outra
coisa. Eu apontei aqui a contradição, que os amigos do Tarcísio, os deputados
bolsonaristas lá no Congresso votam contra sempre as medidas que o ministro
Fernando Haddad aponta, no sentido de reduzir isenções, privilégios, e eles
votam contra, e aqui estão elogiando o Tarcísio, colocando-o em um pedestal,
como se fosse um santo. Então, assim, além de tudo é um projeto que não existe.
Agora ele fala,
deputado Gilmaci, em lançar um projeto para dialogar com a crise climática,
para diminuir os efeitos que causam a crise climática, e tira justamente do
projeto o carro elétrico, que é o carro que mais dialoga com essa pauta. É
silencioso, o investimento é muito mais barato, então não tem sentido.
Agora, volto
aqui a dizer também, e até me solidarizo com o deputado Donato, porque também
já vivi isso, Donato. Eu tive um projeto de lei aprovado aqui e o governador
vetou dizendo que já tem esse programa no Estado.
No seu caso,
ele veta um projeto que é lei na cidade de São Paulo, é um avanço na cidade de
São Paulo, lei que Vossa Excelência conseguiu aprovar na Câmara quando
vereador, sancionada pelo governo, implementada, você traz para cá o projeto de
lei, aprova, o governo veta dizendo: “não, eu vou mandar um projeto”. Eu não
sei se ele alegou vício de iniciativa. Nada disso, não é?
Então, assim:
“vamos mandar um projeto que dialoga com esse tema”, e manda um projeto
justamente excluindo o item principal, que são os carros elétricos. Então, não
tem o menor sentido tirar os carros elétricos dessa ideia de conceder isenções
fiscais, no sentido de estimular o setor Agronegócio, da produção de... Aliás,
esse é outro problema, né?
Eu não sou
contra o Agronegócio, nunca fui. Defendo a agricultura familiar e defendo outro
modelo que inclusive poderia ser incorporado pelo Grande Agronegócio, que é
você, em vez de agrotóxico, utilizar bioinsumo e você
colocar mais produtividade na terra, em vez de exigir cada vez mais grandes
extensões de terra que levam ao desmatamento.
Por isso que eu
acho que é um modelo que não dura no tempo. Deve durar mais uns dez anos,
porque o mundo não aguenta mais. Nós estamos vivendo crises atrás de crises. E
a gente sempre fica: “Mas aconteceu lá no Rio Grande do Sul, aconteceu lá em
Porto Alegre. Porto Alegre está perto do mar, nunca vai acontecer aqui”.
No ano passado,
aconteceu em São Sebastião. Aí todo mundo se comove, vamos fazer campanha de
solidariedade, vamos arrecadar água, mas está chegando. Então a gente tem a
oportunidade de aprovar um projeto, dar um indicativo para a sociedade de que o
Governo do Estado, esta Assembleia, está dialogando com a crise climática, está
dialogando para incentivar, inclusive, outros setores da sociedade a também no
seu dia a dia, no seu cotidiano, fazer práticas mais responsáveis do ponto de
vista da sustentabilidade.
Não, o governo
dá um exemplo contrário. Qual é a sinalização que esta Assembleia aqui está
dando ao dar o aval para o governo numa medida ruim? “Mas a gente tem que
proteger a produção do Estado, a Toyota”. Nós somos favoráveis aqui à Toyota.
Inclusive no
governo Lula, agora nesse novo ambiente, essas grandes multinacionais
produtoras de automóveis, indústria automotiva, aproveitando esse clima de
crescimento econômico, de estabilidade, estabilidade da inflação, crescimento
da renda dos trabalhadores da classe média, estão promovendo investimentos
altíssimos nas suas plantas.
A gente está
vivendo isso. Agora, a gente ao invés de dialogar com isso, avançar também na
pauta ambiental da defesa do nosso meio ambiente contra a crise climática, os
seus efeitos, mas aquilo que causa, a gente vai na contramão.
Então
é lamentável isso. Eu subi aqui à tribuna, Sr. Presidente, meu líder, deputado
Barba, que é um ex-trabalhador do setor - é sempre
trabalhador - automotivo, que vem de um papel de liderança no meio dos
trabalhadores e chegou aqui à Assembleia - deputado Teonilio Barba, parabéns
pela sua trajetória -, mas nós não somos... Nós somos a favor do
aperfeiçoamento.
Agora,
a indústria tem que se adaptar a essa nova situação que nós estamos vivendo.
Nós temos que adaptar a legislação. Nós temos que adaptar o nosso comportamento
pessoal inclusive.
Então
não tem sentido a gente votar esse projeto do jeito que o governo quer. Por
isso eu defendo a inclusão dos carros puramente elétricos nesse processo de
isenção para que a gente estimule cada vez mais.
Aliás,
talvez não seja essa lei que vai resolver isso porque essa indústria virá, vai
acontecer no futuro. Mas não entendo o porquê de a gente excluir desse benefício
uma empresa que vai investir em São Paulo.
É
algo inexorável, vai acontecer e esta Assembleia
poderia dar um exemplo, deputado Xerife do Consumidor, V. Exa. que está cansado
desta Assembleia, quer ser prefeito de Guarulhos.
Mas
esta Assembleia poderia dar um exemplo para o mundo de que nós vamos incluir o
carro elétrico também como incentivo, isenção, para que a gente possa dar
exemplo para o mundo.
É
isso, Sr. Presidente.
Muito
obrigado.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, a oposição fez um diálogo com a situação, com o
deputado Carlos Cezar, deputado Dr. Xerife do Consumidor, Gilmaci - o Gilmaci
também participou - e nós estamos encaminhando o seguinte acordo aqui.
Nós vamos considerar como discutidas
três horas, sobrando três horas de discussão para a semana que vem, com
compromisso de o governo discutir três pontos: a questão da perda de IPVA para
os municípios, dois por cento; a questão do Fundeb, também a possibilidade de
recompor as perdas com relação à isenção; e, óbvio, a terceira questão, a
questão ambiental, que são os carros elétricos que a gente tem insistido.
Então, esse é o acordo que foi
construído. O deputado Xerife do Consumidor participou, o deputado Gilmaci, o
deputado Carlos Cezar, o Lucas também participou, para que a gente possa
avançar.
O
SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela
ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Jorge Wilson.
O
SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - PARA
COMUNICAÇÃO - Fechado esse acordo entre as lideranças, nós discutimos esses
três pontos, e damos por encerradas as três horas. É isso, Sr. Presidente.
Restando três horas ainda para discutir. É isso, para ficar claro.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Consulto todos
os líderes se há o acordo para que seja deliberado, por todos os líderes, que
ficam discutidas três horas do projeto de lei da questão do IPVA, restando,
então, mais três horas de discussão desse projeto. (Pausa.) Acordado entre os
líderes, então, nada mais a tratar.
Está encerrada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 18 horas e 31
minutos.
*
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